Painel - edição 248 - nov.2015

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painel Ano XVIII nº 248 novembro/ 2015

Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

AEAARP

Não basta ser internacional Há 13 anos o Aeroporto Leite Lopes tem habilitação para operar voos de carga em rotas internacionais, mas esbarra nas obras necessárias para ampliar a infraestrutura

EVENTO Cobertura da 8ª Semana de Engenharia AGRONOMIA As mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar CONTRA A CORRUPÇÃO AEAARP adere à campanha



Editorial

Eng. civil Carlos Alencastre

O AEROPORTO, DE NOVO Vivo em Ribeirão Preto há mais de 40 anos. E desde que me mudei para cá, logo depois de terminar a faculdade, acompanho de perto as discussões acerca do Aeroporto Leite Lopes. O enredo todos nós conhecemos e talvez nem mesmo a Biruta instalada lá seja capaz de indicar para que lado os ventos dessa discussão, aparentemente interminável, sopra desta vez. Estão superados os debates acerca da mudança do local, sobre a possível criação de um novo aeroporto e também a internacionalização. O Leite Lopes é um terminal habilitado para operação internacional há 13 anos e todos os levantamentos técnicos indicam a permanência e o inves mento naquele local. Observem que enquanto os laudos técnicos não são emi dos e os pareceres não são concluídos, não há decisão polí ca que seja capaz de ultrapassar esta barreira. Nesta edição da revista Painel, voltamos ao tema na reportagem principal, tantas vezes pautas na AEAARP e nesta publicação. A matéria descreve as obras que estão programadas para o Leite Lopes e demonstra que esses inves mentos não podem estar sujeitos às disputas. Afinal, a técnica deve sobrepujar a polí ca. É neste campo, o da técnica, que devem ser tomadas as decisões de Estado, aquelas que independem de pessoas e ideologias e se perpetuam. Aeroportos abandonados em todo o mundo – sim, inves mentos incorretos não acontecem só no Brasil – são exemplos disso. Quando o interesse polí co sobrepõe-se à técnica, a chance de cometer erros aumenta. Nesta edição também estão relatadas as palestras proferidas na 8ª Semana de Engenharia, a úl ma semana técnica promovida pela Associação neste ano de 2015. Há também a cobertura fotográfica do Almoço dos Agrônomos, um dos eventos sociais mais tradicionais do nosso calendário. A cada período procuramos criar ambientes como este dos colegas agrônomos, que proporcionem o diálogo, fortaleçam a amizade e possibilitem contatos de trabalho. É assim que mais um encontro social, o Happy Hour, começa a se firmar como tradição na AEAARP. Todos os meses cerca de 100 pessoas atendem ao nosso convite e se reúnem com os amigos na sede da AEAARP. Esta edição da Painel é, portanto, a síntese da missão à qual a Associação de propõe: fortalecer os debates técnicos que influenciam na qualidade de vida e no desenvolvimento da cidade, aprimorar os laços de amizade e companheirismo entre os associados e oferecer conhecimento técnico que influencie nas carreiras de estudantes e profissionais. Eng. civil Carlos Alencastre Presidente


Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

Expediente

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 2º Vice-presidente DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO

DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna

Índice ESPECIAL

A culpa é de quem?

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TECNOLOGIA

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ENGENHARIA

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Programa gratuito para cálculo de estruturas

8ª Semana de Engenharia

CAMPANHA

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EVENTO

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AEAARP contra a corrupção

Orgulho de ser agrônomo

AGRONOMIA

Melhorando o potencial produtivo da cana

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Conselheiros Suplentes Eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho Arq. e urb. Fernando de Souza Freire Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARP Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves REVISTA PAINEL Conselho Editorial: - eng. civil Arlindo Sicchieri, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto conselhoeditorial@aeaarp.org.br Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39, cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679

FOCO

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CREA-SP

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NOTAS E CURSOS

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PPRA e PCMAT são privativos dos profissionais do CREA

Conselheiros Titulares Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. civil Edgard Cury Eng. civil Elpidio Faria Junior Arq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do Amaral Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Arq. Luiz Eduardo Siena Medeiros Arq. e urb. Maria Teresa Pereira Lima Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi

Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Foto da Capa: Bruna Zanuto Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

Horário de funcionamento AEAARP CREA Das 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.


ESPECIAL

A culpa

é de quem?

Governos federal, estadual e municipal comparPlham a responsabilidade na execução da ampliação do Aeroporto Leite Lopes, que exige obras no terminal, na pista e no entorno

Desde 2002, o Aeroporto Leite Lopes está habilitado para o tráfego internacional de cargas, segundo o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP). De acordo com a Prefeitura Municipal, Ribeirão Preto atrai 7% das importações do país e as demandas de pelo menos 250 municípios convergem para a cidade, o que garan ria a operação de um modal aéreo de cargas. O Leite Lopes foi incluído no Programa de Aviação Regional, que vai inves-

r R$ 7,3 bilhões em 270 aeródromos do Brasil. A Secretaria de Aviação Civil (SAC), do Governo Federal, não soube informar quanto será inves do em Ribeirão Preto. Argumenta que os valores serão conhecidos após a conclusão Como é Pista

do anteprojeto, que deveria ter ficado pronto em 2015 e vai contemplar a ampliação e recuperação da pista de pouso e decolagem, ampliação do pá o de aeronaves para 22 posições, ampliação do terminal de passageiros e reforma Como será

1.800 metros operacionais 2.100 metros operacionais

Terminal de passageiros 5.362m²

37.939 m²

Pá o de aeronaves

22 posições

10 posições

Fonte: Daesp e SAC AEAARP

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Como será a passagem na Avenida Thomaz Alberto Whately Área Incorporada ao Sí o Aeroportuário Deslocamento da Pista de Pouso Novo Limite Síio Aeroportuário Adequação de Viário de Acesso ao Aeroporto Passaem Inferior

Fonte: Daesp

da seção contra incêndio. Segundo o Daesp, o projeto básico entregue à SAC prevê o deslocamento em 500 metros da pista de pouso em direção à Avenida Tomaz Alberto Whately, com a mesma distância de recuo em relação ao bairro Quin no Facci. A obra obje va ampliar a área operacional da pista (hoje ela tem 2.100 metros, mas são usados apenas 1.800 metros), deslocando a curva de ruído. O Daesp considera esta a grande vantagem da obra por conferir ganhos à operação. O terminal de passageiros terá dois pavi-

Revista Painel

mentos, pontes de embarque e a área comercial será ampliada. Ao Governo do Estado de São Paulo, cabe a intervenção nas estruturas viárias do entorno, como a implantação de passagem inferior na Avenida Thomas Alberto Whately, que será a ngida pelo deslocamento da pista, e as desapropriações no entorno. Segundo o Daesp, este projeto foi elaborado pela empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) e dará fluidez ao tráfego da avenida, reduzindo distâncias e tempo de deslocamento.

Galeria dupla de 400 metros de comprimento Duas pistas de 3,6 metros de extensão Calçadas para pedestres com 1,2 metros em cada sen do

À Prefeitura Municipal cabe a intervenção em duas ruas laterais (Rua Americana e Rua Pouso Alegre) e a implantação de uma ciclovia no entorno. Depois de cumpridas estas etapas, o local estará apto à operação internacional de cargas, autorizada há 13 anos. Isso não significa que sairão do Leite Lopes voos regulares de passageiros para o exterior. Neste caso, as empresas de-


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vem iden ficar a demanda para depois oferecerem o serviço. O Leite Lopes poderá receber aeronaves exclusivamente de cargas, que exige infraestrutura específica e diferente daquela necessária para os passageiros. O engenheiro Cláudio Jorge Pinto Alves, docente do Ins tuto Tecnológico de Aeronáu ca (ITA), explica que para a operação de cargas, não é necessário, por exemplo, a permanência de profissionais dos órgãos reguladores e de segurança, como Receita Federal e Polícia Federal. Eles podem ser acionados por demanda, ou seja, quando es ver agendada a chegada de uma aeronave. Já no terminal de passageiros, os postos devem funcionar ininterruptamente.

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+ de 1 milhão de pessoas passam pelo Aeroporto Leite Lopes todos os anos O Daesp explica que a internacionalização do aeroporto atende a critérios técnicos definidos por análise de mercado. Alves alerta para o fato de, no mundo, exis rem “elefantes brancos”, que consumiram grandes volumes de recursos e nunca atenderam os propósitos aos quais estariam des nados (veja os exemplos no box da próxima página). Em 2011, Alves ministrou palestra na AEAARP como parte dos esforços da en dade em tratar a questão do aeroporto do ponto de vista técnico. Naquela

Painel que o Leite Lopes é bem localizado, oferece conforto para o acesso, uma vez que está às margens da Rodovia Anhanguera, e o trajeto das aeronaves para pousos e decolagens preserva a cidade. O fluxo de pessoas foi mais um indicador analisado por Alves, e no aeroporto de Ribeirão Preto este índice cresce com mais velocidade do que em todos os outros aeroportos paulistas administrados pelo Daesp.

TRANSFORMADOR EM PEDESTAL EM REDE SUBTERRÂNWEA

PROJETOS E EXECUÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

PROJETOS ELÉTRICOS EM MÉDIA TENSÃO

INSTALAÇÃO CAIXA DE INSPEÇÃO CI

CONSTRUÇÃO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELETRICA AEREA

www.lopesesilva.net.br engenharia@lopesesilva.net.br ILUMINAÇÃO ORNAMENTAL

FONE (16) 3102 5017 RIBEIRÃO PRETO—SP

INSTALAÇÃO DE TUBULAÇÃO REDE SUBTERRÂNEA AEAARP


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Os elefantes brancos Cláudio Jorge Pinto Alves, docente do Ins tuto Tecnológico de Aeronáu ca (ITA), afirma que aeroportos fantasmas ou subu lizados tornaram-se problemas globais. Em todo o mundo, 69% dos aeroportos operam com prejuízo, segundo Conselho Internacional de Aeroportos.

No mundo Índia

Na cidade histórica de Jaisalmer, em 2013 foi acoplado a uma base aérea. Custou US$17 milhões e tem capacidade para operar três aviões narrow-body de 180 passageiros com fluxo anual de 300.000 passageiros. Nunca foi usado e está abandonado.

Espanha

Em Ciudad Real, o aeroporto aberto em 2008 foi projetado como alterna va ao Aeroporto Internacional de Barajas, em Madrid, distante cerca de 240 quilômetros. Custou US$1,1 bilhão e nenhum passageiro o u lizou até 2012, quando foi fechado.

No Brasil Araca

Na pista de 1.800 metros, que pode receber aeronaves de grande porte, só pousam jatos execu vos e de táxi aéreo. O aeroporto, que é novo, consumiu R$ 36 milhões na construção. Esperava-se que a operação internacional alavancasse o turismo na praia de Canoa Quebrada, que fica no município.

Goianá

O Aeroporto Internacional Presidente Itamar Franco fica a 46 quilômetros de Juiz de Fora (MG). É a segunda maior infraestrutura aeroportuária de Minas Gerais; a pista tem 2.540 metros de extensão a 411 metros de al tude. A construção foi anunciada em 2001, as obras inauguradas em 2005, mas, somente em agosto de 2011 passou a ser u lizado. Foram inves dos mais de R$100 milhões no aeroporto, que exigiu mais de R$50 milhões adicionais na construção de estrada pavimentada que permi sse o acesso à ele.

Fonte: Engenheiro Cláudio Jorge Pinto Alves

Responsabilidades A SAC afirma que o anteprojeto não foi concluído no prazo es pulado pelo fato de não estarem prontas todas as licenças necessárias. A úl ma é a que analisa a curva de ruídos, que significa o impacto sonoro da operação do aeroporto para a vizinhança. A Companhia Ambiental do Estado de São PauRevista Painel

lo (Cetesb), informou que “o DAESP já apresentou os estudos sobre as curvas de ruído, levando-se em consideração o deslocamento da pista existente, de modo a mi gar o ruído. Os estudos estão em análise pela equipe técnica que trata deste assunto na CETESB e neste momento não há previsão para a conclusão”. O Daesp argumenta que as me-

didas que devem ser adotadas na parte que lhe cabe nesta parceria dependem do anteprojeto da SAC. Para a AEAARP, o aeroporto é estratégico para a região. “A discussão do local onde está instalado já é superada, é incabível inves r em uma nova estrutura se aquela tem condições de ser u lizada”, lembra o engenheiro Carlos Alencastre, presidente da Associação. Esta foi uma das discussões que pautaram os debates acerca do Leite Lopes nas úl mas décadas. “Se este debate está superado e a internacionalização está definida, não podem exis r imbróglios polí cos que atrasem tanto a efe vação do projeto”, pondera. Alencastre acredita que as questões técnicas devem subsidiar as decisões administra vas em relação ao Leite Lopes. “As paixões devem ser colocadas em segundo plano quando a responsabilidade dos gestores exige medidas que vão impactar no futuro de uma região tão importante quanto a de Ribeirão Preto”, afirma. O engenheiro José de Oliveira Reis preparou o projeto do primeiro Plano Diretor da história de Ribeirão Preto em 1945. Nele, sugeriu o redimensionamento do aeroporto para que pudesse receber aeronaves mais potentes no futuro. De seu projeto, uma das poucas sugestões acatadas foi a transferência da estação ferroviária para o local onde está agora. Oliveira Reis havia orientado para que a linha férrea se comunicasse com o aeroporto, criando um porto seco. Alencastre afirma que esta história demonstra como as decisões técnicas devem se sobrepor as decisões administra vas e polí cas. “Só com planejamento podemos dimensionar as necessidades da cidade”, diz.


TECNOLOGIA

Programa gratuito para

cálculo de estruturas

Endereço na internet tem este e outros programas gratuitos, produzidos em pesquisas acadêmicas O aplicativo JWood, programa educacional para cálculo de estruturas de madeira desenvolvido na Universidade de Passo Fundo (UFP), promete ser eficaz para auxiliar no cálculo conforme a norma técnica vigente. A ferramenta foi desenvolvida pelo engenheiro Juliano Lima da Silva e pelo professor da Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear), Zacarias Mar n Chamberlain Pravia. Segundo os autores, o diferencial do JWood está no fato de que ele atualiza conceitos de engenharia no espaço computacional. O foco do programa parte da revisão da norma técnica, a NBR 7190, de 30 de agosto de 1997, referente a Projetos de Estruturas de Madeira, na qual são apresentadas tabelas, fórmulas e métodos de cálculos estruturais extensos e complexos. O sozware é des nado a estudantes que buscam conhecimentos na área de estruturas, professores que desejam u lizar a ferramenta para acompanhar suas aulas e profissionais do ramo de projetos e construção. Segundo o professor Pravia, os usuários podem emi r um relatório de todo o dimensionamento das peças u lizadas de acordo com a norma brasileira.

Como funciona O usuário deve inserir dados referentes ao dimensionamento do elemento estrutural a ser calculado e observar os subsídios re rados da norma, o que o auxiliará na tomada de decisões. A ferramenta acompanha o usuário pelas etapas de cálculo, mostrando processos necessários para dimensionar a estrutura. “O programa busca simplificar e agilizar o processo de dimensionamento de elementos de madeira, para que os usuários

tenham acesso às informações necessárias e se atualizem quanto à revisão da norma”, destacou o engenheiro Lima da Silva. O programa pode ser baixado gratuitamente no endereço www.etools.upf.br .brr

Como surgiu O programa foi criado em 2014 como trabalho de conclusão de curso do engenheiro Lima da Silva. Ele já gostava de programar computadores e aprendeu a linguagem Java para buscar a implementação da norma técnica em plataforma descomplicada para o usuário. Depois de concluir a graduação, ele lapidou o programa e o lançou no E-tools, espaço virtual da UPF que disponibiliza programas para aqueles que trabalham com engenharia e arquitetura. “Já tínhamos um software anterior baseado na norma anterior, chamado de Visual Taco, mas já estava ultrapassado devido à mudança na norma, que aconteceu em 2011. Precisávamos de uma nova ferramenta com as normas atualizadas”, salientou o professor Pravia. Ele orientou o trabalho de conclusão de curso e coordena a página E-tolls, que existe há 10 anos. A página na internet tem 24,5 mil usuários cadastrados, oriundos de vários países, como Argen na, Venezuela, Uruguai e Portugal, e disponibiliza outros programas produzidos pela UPF que são ferramentas computacionais para o ensino de engenharia. O projeto conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien fico e Tecnológico (CNPq) e do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA).

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ENGENHARIA

8ª Semana de Engenharia

Fontes de geração de energia renovável e redução do consumo de energia elétrica foram os destaques da semana

O evento reuniu centenas de profissionais e estudantes na AEAARP

Atenta à crise do setor energé co, a AEAARP convidou especialistas em energia para a 8ª Semana de Engenharia. Segundo o engenheiro naval José Eduardo Ribeiro, diretor de Engenharia da AEAARP e coordenador cien fico do evento em parceria com o vicepresidente, engenheiro Tapyr Sandroni Jorge, a vocação da região de Ribeirão Preto em geração de energia alterna va vem da grande produção de etanol, derivado da cana-de-açúcar, e também da produção de energia elétrica excedente nas caldeiras das usinas. A seguir, o resumo das palestras, cujos vídeos estão disponíveis na sede da Associação. Revista Painel

A importância da Bioeletricidade

João Carlos de Souza Meirelles,

engenheiro civil Secretário de Energia do Estado de São Paulo São Paulo-SP

O engenheiro civil João Carlos de Souza Meirelles, secretário de Energia do Estado de São Paulo, apresentou a matriz energé ca do estado e o compara vo em relação ao país. De acordo com o balanço energé co do estado, em 2014 foram produzidos 43% da energia elétrica consumida. Os

outros 57% precisaram ser importados. Meirelles lembrou que no início de 2015, o estado de São Paulo teve um apagão em decorrência de uma oscilação de frequência nas linhas de transmissão. Para evitar o problema, ele alerta que é preciso gerar mais energia próxima aos centros consumidores, além de diversificar a matriz energé ca.

Estado de São Paulo O secretário esclareceu que o estado tem adotado diversas soluções estratégicas como, por exemplo, a u lização do gás natural, ampliação da produção das energias renováveis, aumento da efici-


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litros de etanol anidro e 11.509 milhões de litros de etanol hidratado. Quanto à gasolina, excluído os 27% de etanol adicionado, foram consumidos 19.816 milhões de litros. ência energé ca e redução das emissões de carbono para amenizar a crise energé ca. “Estamos esgotando o potencial hidroelétrico brasileiro. E não estamos aproveitando a água excedente do período da cheia para garan r a energia durante a seca. Por isso, precisamos produzir energia de outras fontes”. Para esclarecer o aumento de 60,1% na conta de energia do consumidor residencial, que aconteceu nos úl mos meses, Meirelles explica que foram acionadas 21 usinas termoelétricas da Petrobras, em ciclo aberto – que é aquele em que a usina funciona oito horas por dia, para produzir energia durante o horário de pico (entre 14h e 19h). O secretário defende que para enfrentar os problemas da crise energé ca é preciso gerar energia termoelétrica na base, por meio do ciclo combinado – aquele que a usina trabalha 24 horas por dia e sete dias por semana.

Fontes renováveis A energia derivada da cana-de-açúcar,

João Carlos de Souza Meirelles

por exemplo, só é produzida durante o período de safra, que acontece entre abril e novembro. “A geração de energia com derivados da cana não se sustenta, pois teríamos oito meses de energia. O que nós faríamos nos outros quatro meses da entressafra?”, indagou. Para Meirelles, a energia solar precisa ser difundida, porém produz apenas algumas horas por dia. “Para intensificar o uso dessa matriz, precisaríamos desenvolver equipamentos que armazenem essa energia”. Já a eólica, o secretário diz que a média de produção é boa, porém sofre com a oscilação, mesmo em locais com muito vento.

Região de Ribeirão Preto O secretário assinou um acordo em Sertãozinho-SP entre uma distribuidora de gás natural da região e uma usina de Itápolis. “Estamos criando um programa da u lização do biometano, originado da transformação da vinhaça, para subs tuir o diesel no transporte de cana dentro das usinas”. O projeto será iniciado em 2016. Meirelles lembrou que a demanda por etanol começou a par r da década de 1970, com a crise do petróleo. “Hoje, 89% dos veículos leves do Brasil são flex. Só no ano passado, foram produzidos 2.840.000 veículos flex”. “Neste ano, consumimos quase a mesma quan dade de gasolina e de etanol”. De janeiro a agosto de 2015, foram consumidos 18.838 milhões de litros de etanol – sendo 7.329 milhões de

Iluminação LED – Mitos e Verdades Roberto de Azevedo, engenheiro

Diretor da RA Consultoria em qualidade e produ vidade Ribeirão Preto-SP LED é a sigla de Light Emi er Diode, que traduzido para o português significa diodo emissor de luz. Foi criado na década de 1960 e aperfeiçoado nos úl mos anos. Há oito anos, o engenheiro Roberto de Azevedo esteve na China para visitar 28 fábricas de LED, que produziam para países da Europa e também para os Estados Unidos. Os produtos eram feitos seguindo os critérios de fabricação e cer ficação desses países, garan ndo a sua qualidade. Azevedo explicou que a China é um dos pouquíssimos países que fabricam o LED. No Brasil, por exemplo, não existe indústria que cria os componentes eletrônicos do LED. Aqui, as empresas montam esses produtos.

Roberto de Azevedo AEAARP


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Mitos e verdades Há mitos em relação ao LED como, por exemplo, que o produto não esquenta. “O LED esquenta sim”, disse o engenheiro. Outro mito é que as lâmpadas LED duram para sempre. “A previsão de duração da LED gira entre 45 mil a 50 mil horas, ou seja, entre 8 e 10 anos, dependendo do uso”. As lâmpadas LED não emitem raios ultravioletas e infravermelhos, economizam até 80% de energia e não suportam ambientes úmidos. “Os sistemas em LED são caros, porém o retorno de inves mento é rápido. Em três ou quatro meses já se paga o custo inicial”. O engenheiro contou que uma loja de Ribeirão Preto gastava cerca de 420 quilowa -hora por mês com lâmpadas fluorescentes. Com a troca para o sistema LED, o consumo caiu para 86 kWh por mês. “A concessionária de energia foi lá para ver se não nha gato”.

Inmetro A par r do dia 15 de dezembro de 2015, todo produto LED que entrar no Brasil deverá ser cer ficado pelo Ins tuto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Até então, lâmpadas LED produzidas inteiramente em plás co ou em uma espécie de alumínio cortante estavam sendo comercializados legalmente no país. “As lâmpadas LED que não oferecem risco para o consumidor são aquelas feitas com baquelites e termoplás cos, componentes resistentes ao calor”. Segundo Azevedo, uma empresa chinesa produzirá lâmpadas para comercializar no Brasil. Para isso, criou laboratórios de testes no Quênia, Madagascar e África do Sul – países com a mesma Revista Painel

incidência solar do Brasil – para garan r a qualidade do produto. Na opinião de Azevedo, falta incen vo para a disseminação do LED no Brasil. “O IPI, por exemplo, passou de 10% para 15%. Sem contar o aumento do dólar, visto que a tecnologia é importada”.

Como comprar - Verificar a qualidade e o formato do alumínio. Alguns modelos são cortantes na hora da instalação. - Checar as marcas. Existem muitas marcas desconhecidas e não cer ficadas.

Energia Solar Fotovoltaica – leis e polí ca pública

Roseli Doreto, advogada, e Fernando Medeiros, engenheiro químico Diretores Energybras Energias Renováveis Ribeirão Preto-SP

O mercado de energia fotovoltaico está se desenvolvendo no Brasil, segundo o engenheiro químico Fernando Medeiros, e as principais caracterís cas dessa tecnologia são: -redução da dependência energé ca das fontes de energias fósseis, -u lização imediata da energia gerada, com a possibilidade de armazena-

mento em baterias ou envio para a rede de distribuição, -possibilidade de ser instalada em locais não atendidos por outras fontes de energia, -vida ú l es mada em 25 anos, -baixo índice de manutenção. Existem dois pos geração de energia. A centralizada, como a Usina Itaipu, que necessita de grandes linhas de transmissão até chegar ao consumidor final, processo no qual há perda de até 30% de energia. E a distribuída, como a fotovoltaica, pois a energia é produzida no próprio local do consumo e a perda é mínima.

Instalação e funcionamento Os módulos dos painéis fotovoltaicos são posicionados em direção ao norte. “Quando fazemos um projeto, posicionamos os painéis pensando em todas as estações do ano e no deslocamento do sol”. O sistema precisa receber radiação direta do sol para que funcione, segundo o engenheiro. Em dias nublados, por exemplo, a geração de energia é discreta. Os módulos são cons tuídos por células fotovoltaicas, disposi vos desenvolvidos para realizar a conversão direta de energia solar em energia elétrica. O

Roseli Doreto


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material mais usado nestes sistemas é o silício cristalino. Quando a radiação solar a nge os módulos, são a vados os elétrons das células fotovoltaicas, formando uma corrente elétrica con nua que é encaminhada para os inversores, que convertem a energia con nua para a alternada – po de energia comum em residências. “Esse inversor consegue verificar também se está ocorrendo um consumo instantâneo na casa”, explicou Medeiros.

Projeto Para iniciar o projeto de implantação do sistema fotovoltaico é preciso checar o posicionamento geográfico do lote, o consumo anual de energia elétrica e a área disponível no telhado. Com isso, é elaborado um memorial descri vo do projeto, de acordo com as normas técnicas da distribuidora de energia, e se inicia o processo de solicitação de acesso à distribuidora. Paralelamente, são instalados os módulos solares e um técnico da concessionária de energia realiza a vistoria no local. Com a aprovação da distribuidora, é solicitada a subs tuição do medidor de energia e dá inicio à geração de energia pelo sistema fotovoltaico.

“Todo processo, desde a criação do projeto até a aprovação, dura entre 45 e 90 dias”, explicou.

ANEEL A mini e micro geração de energia pelos consumidores foram autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), através da Resolução 482/2012, que pontua quais procedimentos os interessados têm de seguir e como o sistema deve ser estabelecido.

Medeiros destaca que cada consumidor pode gerar até um megawa (MW) de potência no estabelecimento. “Isso significa, aproximadamente, quatro mil módulos de sistema fotovoltaico”. Diante da crise do setor energé co, a ANEEL tem consulta pública aberta para discu r a possibilidade dos estabelecimentos – residências ou empresas – gerarem até 5 MW. A energia elétrica excedente do sistema fotovoltaico é injetada na rede e

Iden ficação dos mini e micro geradores Todo estabelecimento gerador de energia fotovoltaica precisa ter placa de iden ficação. Isso evita acidentes quando a rede das concessionárias de energia precisa de reparos. Medeiros acrescenta que, quando a energia da rede cai, o inversor do sistema fotovoltaico automa camente derruba a energia do estabelecimento também, o que é mo vo de reclamação de alguns consumidores. “Para que o produtor de energia fotovoltaica não fique sem energia elétrica durante um apagão da rede, seriam necessários sistemas de automação, que encareceriam o produto”. A advogada Roseli Doreto explicou que é pleiteado junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) o inversor híbrido – equipamento que aciona automa camente baterias instaladas no sistema fotovoltaico quando cai a energia da rede. “Durante a interrupção da energia, este sistema trabalharia como rede secundária e não principal, permi ndo que o gerador de energia fotovoltaica não sofra com o apagão”, explicou. A advogada pondera que quando começa a gerar energia fotovoltaica e diminui o uso da rede, a transmissão e distribuição ficam estáveis, o que gera menos queda no sistema.

Fernando Medeiros AEAARP


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o crédito gerado pode ser compensado em outras unidades consumidoras vinculadas ao mesmo Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), em até 36 meses. “Eu produzo energia fotovoltaica na minha casa e passei a conta de energia elétrica dos meus pais para o meu nome. Agora, o que eu produzo de excedente é aba do na conta deles também”, comentou o engenheiro. Mesmo com energia excedente, as concessionárias con nuam cobrando a taxa mínima. “Por isso, quando dimensionamos um sistema fotovoltaico, projetamos uma produção de 90% do valor médio consumido, pois a taxa mínima sempre vai exis r”. O engenheiro explicou que o retorno do inves mento pode vir a par r de três anos. “Isso varia muito em função da tarifa, ou seja, quanto maior a tarifa de energia, menos tempo leva para pagar o inves mento”.

Demanda Em 2013, começou a implantação dos primeiros sistemas de mini e micro geração e a procura pela tecnologia começou a aumentar a par r de 2014. “Em 2014, ano de eleição, ainda havia muita dúvida quanto a redução da tarifa de energia”. Com o aumento da energia elétrica, a par r de 2015, a procura pela instalação do sistema aumentou exponencialmente. “Instalamos mais painéis no primeiro semestre de 2015 do que no ano passado inteiro”. Alguns dos entraves para disseminar a tecnologia, segundo o engenheiro, são a falta de linhas de financiamento e os altos impostos. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a construção de prédios com sistemas fotovoltaicos garante isenção de impostos, que acaba pagando todo o sistema”, finaliza. Revista Painel

Automação residencial

Claudio Calil, programador e analista de sistemas Diretor Aureside – Associação Brasileira de Automação Residencial Ribeirão Preto-SP As exigências por conforto e segurança têm sido fatores para o desenvolvimento da automação residencial, segundo o programador e analista de sistemas Claudio Calil. “Esse recurso não está mais restrito às pessoas de classe alta. O acesso rápido e fácil à informação está gerando novas demandas de clientes”. Calil explica que os sistemas automa zados estão 50% mais baratos do que há cinco anos. “Na cidade de São Paulo, grande parte dos imóveis já estão com estrutura para receber a automação”. O mercado é restrito, pois os equipamentos precisam integrar diferentes pos de equipamentos de fabricantes diversos.

Automação 1.0 e 2.0 Na automação residencial 1.0, os sistemas principais eram itens de conforto. Os custos eram altos restringido o acesso à tecnologia. Exis am protocolos diferentes, gerando alta complexidade na programação de equipamentos, pois cada fabricante criava um protocolo par-

cular. “Com isso, não era possível a integração dos vários equipamentos de uma residência”. Os primeiros programas também eram instáveis e incompletos, contou Calil, e a mão de obra de instalação e programação não era qualificada. Com a automação residencial 2.0, houve mudanças no mercado como, por exemplo, a criação de protocolos padrões – z-wave, zigbee, KNX – que são menos vulneráveis do que os anteriores. “As empresas que queriam entrar no mercado de automação, passaram a u lizar um dos padrões existentes, em vez de criar um novo”, explicou.

Público-alvo Pessoas de 25 a 35 anos, que estão comprando a casa própria, têm sido o público-alvo da automação residencial. “Esses consumidores querem ter um sistema de som, acessar câmeras de segurança remotamente e se interessam por aplica vos que agilizam o dia-a-dia”. Com a inserção da bandeira vermelha na conta de energia elétrica, em 2015, muitos consumidores buscam a automação como forma para reduzir o consumo de energia elétrica. “Existem sistemas que habilitam ou desabilitam aparelhos que gastam mais energia como chuveiro, máquina de lavar, ar-condicionado etc.”. A automação residencial também é muito procurada por pessoas que u lizam o sistema assistência médica domiciliar. Neste caso, existem sensores de queda, acionamento do cuidador, botões de pânico espalhados pela casa e aparelhos que geram relatórios diários ou semanais, que são enviados para o médico automa camente.

Tendências Cláudio Calil

O setor de automação residencial está atravessando momento de agita-


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ção devido ao crescimento do mercado, aumento da divulgação do tema e da concorrência. “Novos produtos são lançados o tempo todo e as tendências de negócios na área também mudam rápido”. Mul nacionais como Google, Apple, Microsoz, Samsung e LG estão inseridas no mercado, oferecendo diversas tecnologias. “A tendência é que o uso de equipamentos móveis, como tabletes e celulares, sejam intensificados na automação domés ca”. Calil ressaltou que a possibilidade de controlar todos os equipamentos elétricos de uma residência remotamente contribuirá para a construção de casas mais sustentáveis. Os próximos passos serão interligar a automação com a nuvem, para que os protocolos e programações da residência fiquem armazenados e possam ser acessados de qualquer parte do mundo.

Norma zação e cer ficação No Brasil, não existem normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) específicas para a automação. Para o ano de 2016, está previsto que a ABNT publique norma para áudio, vídeo e automação. A expecta va de Calil é a de que seja a tradução da ANSI/ InfoComm, legislação norte-americana específica para o setor criada em 1977 e que sofreu muitas alterações. Associações que atuam como cer ficadoras de empresas do setor de automação estão trabalhando para a homologação da norma. Calil contou que nos Estados Unidos, o governo só contrata serviços de automação de empresas que sejam cer ficadas pela InfoComm, associação internacional criada em 1939 que determina normas de áudio, vídeo e automação e é man da por 97% dos fabricantes líderes no segmento.

Energia Eólica

Eduardo Angelo, engenheiro mecânico Diretor de Divisão Siemens Wind Power & Renawables São Paulo-SP A energia eólica está deixando de ser coadjuvante na matriz energé ca mundial, segundo o engenheiro mecânico Eduardo Angelo. No úl mo ano, só a China implantou parques eólicos com potência de 23 Gigawa s (GW), liderando o ranking dos países que mais investem neste po de geração de energia. Até 2020, o povo chinês contará com 200 GW de energia eólica. “Para ter noção da grandeza desse número, a matriz energé ca brasileira total, incluindo

hidroelétrica, termoelétrica e outros, tem cerca de 140 GW”, informou o engenheiro. “A par r de 2017, será acrescido na matriz energé ca mundial cerca de 60 GW por ano”. Segundo a Associação Mundial de Energia Eólica, o Brasil, África do Sul, México, Turquia, Nova Zelândia e Austrália são os países que têm perfil para que a tecnologia se desenvolva rapidamente. Hoje, o Brasil é o líder da América La na no setor e garan u o 10° lugar entre os países com maior capacidade instalada de energia eólica, no ano de 2014. “Em 2008, o Brasil nha zero por cento de par cipação em energia eólica. Hoje, tem mais de cinco por cento e vai chegar a 11%, até 2023”.

Eduardo Angelo AEAARP


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Situação no Brasil Em 2015, o Brasil conta com aproximadamente 7 GW de geração de energia eólica instalada. Mas, segundo Angelo, o país tem potencial para chegar a 300 GW. 75% das usinas eólicas do Brasil estão instaladas no Nordeste e 25% no Sul. “Os ventos são mais favoráveis e constantes no Nordeste e no Sul é mais espalhado”. O estado do Rio Grande do Norte é o líder do país, com 2 GW instalados. Existe o mito de que só é possível instalar parques de energia eólica no litoral. “O interior dos estados tem muito potencial. Todos os parques eólicos da Bahia estão instalados no interior”. Angelo afirmou que as construções trazem desenvolvimento para a região, pois geram empregos locais, inves mento em capacitação profissional e perspec va de surgimento de novas carreiras. “Es ma-se que são gerados 15 postos de trabalho diretos e indiretos para cada megawa instalado”. Em 2014, dos R$ 22 bilhões inves dos na geração de energia no Brasil, R$ 17,35 bilhões foram des nados para a eólica. Com o funcionamento dos parques eólicos existentes no país, várias usinas térmicas deixaram de operar, proporcionando redução de custo com energia de R$ 5 bilhões no úl mo ano.

Instalação dos parques Os parques precisam ser instalados em áreas que tenham ventos com velocidade média acima de oito metros por segundo. Antes da implantação do parque, também é feito estudo para verificar se há rota migratória de aves. “Com novas tecnologias, conseguimos zerar o índice de mortandade de aves em parques eólicos”, comemorou o engenheiro. É inevitável gerar gás carbônico durante a construção de uma usina eólica. Porém, cada equipamento compensa o que gerou de poluição em sua fabricação em apenas cinco meses e meio de operação.

Desafios A logís ca para a construção dos parques evolui, mas, segundo Angelo, está longe do ideal. A cadeia produ va da construção de usinas eólicas é o maior desafio. “Muitas vezes, temos de montar indústrias para fabricar as torres, pás e outros equipamentos necessários próximas aos parques”. Outro entrave são os tributos, determinante na escolha do local onde será instalado o parque. “Muitas peças ainda são importadas e cada estado tem um valor de importação. Os inves dores buscam locais em que terão custos menores”.

Assista ao vídeo da MidAmerican Energy Company que mostra a construção de um parque eólico. O link está disponível no endereço eletrônico da AEAARP, na área de No cias, e foi exibido durante a palestra de Angelo.

www.aeaarp.org.br aeaarp.org

Mercado A eólica é uma energia compe va. A tarifa é mais barata do que várias outras fontes de geração. “A energia gerada dos ventos deixou de ser apenas um apelo climá co. Prova disso, são os leilões que o governo vem promovendo”. Para desenvolver a tecnologia, é necessário criar máquinas eficientes, torres mais altas e pás mais longas. “Hoje, temos torres de 120 metros e pás que chegam a 60 metros”. Revista Painel

Alunos do colégio Bassano Vaccarini expuseram maquetes de monumentos brasileiros de engenharia e arquitetura , sob a orientação da arquiteta Marília Marchió.


CAMPANHA

AEAARP contra a corrupção Associação apoia oficialmente a campanha do Ministério Público Federal

A AEAARP aderiu à campanha 10 Medidas Contra a Corrupção encabeçada pelo Ministério Público Federal (MPF) que consiste em reunir assinaturas em um abaixo assinado de apoio a propostas legisla vas de combate à corrupção. As propostas versam sobre prestação de contas, métodos para seleção de servidores públicos, campanha pela denúncia de atos de corrupção e conscien zação e proteção àqueles que denunciam. Além disso, as medidas obje vam aumentar penalidades aplicadas aos crimes de corrupção e tornar hediondo aquele

que envolver grandes valores. O MPF quer também criminalizar a prá ca de caixa dois em campanhas eleitorais, permi r punição de par dos polí cos por corrupção em condutas futuras, agilizar o rastreamento do dinheiro desviado e fechar brechas da lei por onde o dinheiro desviado escapa. As medidas estão separadas em 20 anteprojetos de lei que podem ser acessados no endereço www.10medidas. mpf.mp.br, onde também pode-se obter uma cópia do documento e instruções para coletar assinaturas.

Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, explica que o intuito da campanha é tornar a corrupção um crime de alto risco. Ele lembra que no Brasil os crimes de colarinho branco e desvios come dos por polí cos e agentes públicos são ignorados ou esquecidos pela população no decorrer do tempo. “Ferramentas de marke ng, por exemplo, não podem ser soberanas à lei e colocar para debaixo do tapete falcatruas que lesam a população”, diz Alencastre. A adesão da AEAARP à campanha foi aprovada em reunião do Conselho Delibera vo.

AEAARP

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EVENTO

Orgulho de ser

agrônomo Mais de uma centena de profissionais e seus familiares reuniram-se na AEAARP para o Almoço dos Agrônomos

A AEAARP, por meio da comissão formada por engenheiros agrônomos, resgatou uma das mais tradicionais festas da en dade. Em comemoração ao dia do profissional de agronomia, o Almoço dos Agrônomos aconteceu pela primeira vez no dia 12 de outubro de 1975, segundo o livro AEAARP 60 anos: histórias e conquistas, e, como há 40 anos, o evento de 2015 foi pautado pela interação dos convidados, a amizade e a alegria. Revista Painel

Os agrônomos da ESALQ


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José Messias Cardoso, Marley de Barros Ferreira, Manoel Eduardo Tavares Ferreira e Milena de Barros Ferreira

Dilson Rodrigues Cáceres, Theresa Maria de Martins, Jussara Guarnieri, Paulo Cesar Guarnieri e Antonio Carlos Giovanini

Wilson Emilio da Costa Junior, Lairce Costa, Maria de Fatima Helvany e Hamilton Luiz Helvany Dias Os agrônomos da UNESP-Jaboticabal

Regina Leipner de Oliveira, Marcelo Arantes de Oliveira, Gilberto Marques e João Batista de Carvalho Ferreira

Luiz Fernando de Souza, Eliana Padilha, Maraisa Lima e Gilberto Marques

Leonardo Pereira, Giovanna Guimarães, Rita Pereira e Cesar Augusto Pereira

Maria Gabriela, Alexandra Amarolli, Zilda Amarolli, Carlos Alberto Amarolli, Igor Amarolli, Carlos Eduardo Amarolli, José Luiz Domingues, Sueli Domingues, Maria Domingues e Hilda Domingues AEAARP AEAARP


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José Garcia Alves Ferreira, Victor Gregolate, Paula Ribeiro e Ivete Ribeiro Os agrônomos da Faculdade de Agronomia de Espírito Santo do Pinhal-SP

Denise Pinheiro, Cleuza Janete Marques da Silva e Rodrigo Pinheiro

Guido De Sordi e Mauricio Estellita

Michelli Galhardi, Milene Galhardi, Millié Menelli, Tiago Penha, Clayton Galhardi e Gustavo Galhardi

Comissão organizadora do Almoço dos Agrônomos Revista Painel

Clarissa Chufalo e Luiz Ricardo Manfrim Roque

Denizart Bolonhezi, Matheus Bolonhezi, Maria Lucia Bolonhezi, Rosangela Saiki e Noboro Saiki

Carmem Silvia, José Batista Ferreira, Maurício Muradas, João Paulo Figueiredo e Vera Figueiredo


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Paulo Rodrigues e Solange Fecuri

Jesus Carmo, Elcio Martins, Javert Carmo e José Carlos Gonçalves

Suzi Noval e Ricardo Noval

João Batista Lorenzato e Sonia Cristina Mastrogiacomo

AEAARP


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AGRONOMIA

Melhorando o

potencial produtivo da cana

Sistema de mudas pré-brotadas acelera a implantação e renovação dos canaviais A colheita da cana crua representa mais de 80% da cana-de-açúcar colhida no estado de São Paulo e, segundo a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), a principal estratégia para combater o declínio da produ vidade é a renovação dos canaviais. O engenheiro agrônomo Denizart Bolonhezi, da APTA Centro Leste, está pesquisando a u lização do método de propagação de mudas conhecido como MPB (mudas pré-brotadas) – processo de mul plicação rápida de mudas e que garante uniformidade no plan o – o que pode melhorar a qualidade dos viveiros e ampliar o potencial produ vo da cana. No sistema convencional de manejo dos canaviais – conceito usado desde 1530 – é aberto um sulco no solo e colocado o colmo-semente dentro. Já no sistema MPB, as mudas pré-brotadas

são plantadas no lugar do colmo. Essas mudas são produzidas a par r de cortes na própria cana, onde estão as gemas da planta, passam por cuidados fitossanitários, com a aplicação de fungicidas, e são armazenadas em caixas de brotação. Este ciclo dura 60 dias. Desde 2009, a pesquisa intitulada “Plan o de Mudas Pré-Brotadas (MPB) de cana-de-açúcar em sistemas de manejo conservacionista de solo”, coordenada por Bolonhezi e um bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien fico e Tecnológico (CNPq), avalia a implantação da MPB em três sistemas de manejo do solo: convencional, cul vo mínimo e plan o direto sobre palhada de mucuna verde. O estudo também prevê a avaliação de duas cul vares de cana-de-açúcar: a IACSP95-5000 – des nado à produção de açúcar e álcool – e um

clone – des nado à biomassa. O uso do sistema MPB aumenta os ganhos econômicos na implantação de novos viveiros e na renovação e expansão dos canaviais. Além disso, a tecnologia u liza mudas sadias, o que contribui para diminuir o número de pragas e doenças nas plantações, principalmente, a Sphenophorus levis, um po de praga comum na cana-de-açúcar. Essa Assista ao vídeo que mostra uma máquina cortando os minirrebolos com gema – parte da planta que dá origem ao MPB – da cana para produzir mudas pré-brotadas no endereço eletrônico da AEAARP, na área NoQcias.

www.aeaarp.org.br rp rg

Sistema MPB de cana em transplantio direto sobre palhada de mucuna verde. Ribeirão Preto/ SP, maio de 2015 Revista Painel


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maquinários específicos para o sistema. 2015 foi escolhido o Ano Internacional dos Solos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O obje vo é mobilizar a sociedade para a importância dos solos como parte fundamental do meio ambiente e alertar sobre os perigos causados pela degradação, explica a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. espécie é responsável pela destruição das soqueiras da planta e, consequentemente, pela diminuição da produ vidade e longevidade do canavial. Para a ngir escala comercial é preciso, ainda, mais pesquisas em melhoramento gené co, em fitotecnia e criação de

Situação dos canaviais

O custo de preparo do solo, das mudas e dos encargos trabalhistas tem encarecido o processo de reforma dos canaviais. Processo este que antes era feito, no máximo, a cada 5 anos e hoje chega a ser realizado em intervalos de até 7 ou 8 anos, com custos que podem chegar a R$ 7 mil por hectare, explica o engenheiro agrônomo Paulo Peixoto, diretor de Comunicação e Cultura da AEAARP. Nos sistemas de colheita sem queima prévia da cana, os talhões são sistema zados para reduzir números de manobras e re rar ou afastar os terraços. Peixoto explica que o número de terraços é determinado pela declividade do terreno, ou seja, menos terraços geram menos

manobras. “Essa condição passa a ser desconsiderada, o que acaba facilitando a erosão, por falta de terraços necessários”, explica. Neste caso, o plan o direto funciona como um aliado, impedindo o escorrimento da água diretamente sobre o solo, para evitar a erosão. “O preparo do solo representa, em média, 14% do custo de renovação do canavial. Por isso a adoção de sistemas de manejo conservacionista pode contribuir na redução significa va dos custos”, explica Bolonhezi. Fora os custos, os produtores de cana têm outro fator para se preocupar: a conservação do solo. Pois, caso seja detectado algum problema em suas terras, o produtor poderá ser autuado de acordo com a Lei Estadual nº 6.171/88 – que dispõe do uso, conservação e preservação do solo agrícola.

AEAARP


Social FOCO

Em outubro, os amigos voltaram a se reunir na AEAARP para o happy hour.

www.facebook.com/ .facebook.com/ aeaarp

Jo達o Ricardo, Leticia Donati, Marina Borges e Jo達o Guilherme Tremischini

Pedro Henrique Giagio, Vinicius Cavarzani, Matheus Imperatriz e Renan Tocchini

Hosana Costa, Alexandre Costa, Camila Costa e Gustavo Cavarzani

Luciana Pundel, Gabriela Ferraro, Gisele Fabris Moreira e Roberto De Lazari

Julio Cesar Bianchini, Heloisa Bianchini, Elisabete Nicolino de Almeida, Monica Abreu e Fernando Carlucci


CREA-SP

CREA-SP

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PPRA e PCMAT

são privativos dos profissionais do CREA Os documentos não têm valor legal se não forem elaborados por profissionais habilitados pelo Conselho, com devido preenchimento da ART

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) é um documento obrigatório, exigido pelo Ministério do Trabalho a todos os empregadores e estabelecimentos que admitam trabalhadores como empregados. Tem como principal finalidade o reconhecimento, iden ficação, avaliação e controle de todos os riscos ambientais ( sicos, químicos e biológicos) existentes no ambiente de trabalho. O obje vo é preservar a saúde e a integridade sica dos trabalhadores. O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), exigido também pelo Ministério do Trabalho em canteiros de obras com mais de 20 trabalhadores, estabelece diretrizes administrativas, de planejamento e de organização que obje vam a adoção de procedimentos e normas de segurança detalhadas. A adoção do PCMAT objetiva prevenir acidentes e doenças ocupacionais, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Segundo a Resolução 437 de 27 de novembro de 1999 do CONFEA, estes documentos devem ser elaborados por profissionais do Sistema CONFEA/ CREA que possuam especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. A Resolução cita que os estudos, projetos, planos, relatórios, laudos e quaisquer outros trabalhos ou a vidades de Engenharia de Segurança do Trabalho, somente serão reconhecidos como de valor legal e só poderão ser subme dos às

autoridades competentes se es verem acompanhados das devidas Anotação de Responsabilidade Técnica (ARTs). A Lei Federal 5.194/66 de 24 de dezembro de 1966, que regula o exercício das profissões de Engenharia, reforça a Resolução 437/99. O Art.º 13 da Lei dispõe que: “Os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro trabalho de Engenharia, de Arquitetura e de Agronomia, quer público, quer par cular, somente poderão ser subme dos ao julgamento das autoridades competentes e só terão valor jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta Lei”. Desta forma, o PCMAT e o PPRA elaborados por profissional que não esteja legalmente habilitado e que não tenha a ART, não tem valor legal. O empregador precisa ficar atendo. Ao contratar serviços da área de segurança do trabalho de empresas ou pessoas sicas não registradas no CREA-SP estará adquirindo serviços e ou documentos sem valor jurídico. Para não correr riscos, é necessário verificar a regularidade do profissional e da empresa prestadora do serviço, solicitando aos mesmos as certidões de registro no CREA-SP ou através de consulta ao site do www.creasp.org.br. É imprescindível a emissão da ART pelos serviços contratados, na qual deverá constar o nome da empresa (para contrato com pessoa jurídica) ou somente no nome do profissional (para contrato com pessoa sica). AEAARP


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NOTAS E CURSOS

novos associados INSTAPAINEL

José Ernesto Costa Carvalho de Jesus Engenheiro civil Renan Moura Guimarães Engenheiro civil Lourenço Tri o Nogueira Engenheiro civil Daisy Lucidi Moraes Engenheiro civil Vanderlei Evangelista Engenheiro civil Uma escada possibilita o acesso à sede da AEAARP a par r do estacionamento de visitantes. O projeto preservou os ninhos das corujas, tradicionais ocupantes dos fundos da AEAARP. Foto de Angela Dorta, setor de eventos

Envie para aeaarp@aeaarp. org.br uma foto feita por você e ela poderá ser publicada nesta coluna

Café do Brasil A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Ins tuto Agronômico (IAC), de Campinas, desenvolveu 90% dos cul vares de café arábica, o po mais comum no mercado brasileiro. No total, foram 66 cul vares deste café. “Embora se adaptem bem aos diversos sistemas de produção, em pra camente todas as regiões produtoras do Brasil, com a modernização

da cafeicultura e implementação de novas técnicas de manejo da lavoura cafeeira, deverá ocorrer adoção gradual de novas cul vares, sempre buscando maior equilíbrio entre produ vidade e qualidade, conforme exigências do mercado”, explica Gerson Silva Giomo, pesquisador da Secretaria e diretor do Centro de Café do IAC. Fonte: IAC

Tecnologia para tratamento da água Uma dissertação de mestrado da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP propõe a criação de filtros de fibras flexíveis de algodão e de poliéster para fins de tratamento de água. O estudo concluiu que os fios usados na indústria têx l veram a eficácia que, acompanhada da redução do uso de produtos químicos e de menor uso de espaço, podem ser uma solução para a redução de custos para o abastecimento público de água. A análise consiste em filtros cujos leitos filtrantes (seu recheio, onde o processo em si ocorre) são cons tuídos de microfibras de algodão ou poliéster paralelas entre si e presas na parte inferior do suporte. O escoamento do líquido a ser filtrado é ascendente e direto, ou seja, Revista Painel

não é necessária a floculação e a decantação, processos que fazem as impurezas se aglu narem e sedimentarem em tanques, para a posterior filtração. A tecnologia possibilita a remoção de sólidos da água, devido à sua alta super cie de contato — consequência das dimensões micrométricas dos fios.

Veja detalhes na área de NoQcias na página da AEAARP

www.aeaarp.org.br rp rg

Fernando de Oliveira Engenheiro mecânico Marilia Vercelle Rubio Vendrusculo Engenheira ambiental Fabiano José da Silva Engenheiro mecânico Luiz Antônio Mafud Engenheiro agrônomo Leonardo Ramos Barbieri Engenheiro agrônomo Samuel Cury Engenheiro agrônomo Gianfrancesco Barbosa Mano Arquiteto e urbanista Alvaro Bueno Barbosa Técnico em eletrotécnica Antônio Ricardo Paulon Técnico em eletrotécnica Luiz Henrique Tavares Técnico agrícola Antônio Aparecido Fernandes Técnico em eletrônica Lucas Santos Vian Estudante de agronomia




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