Painel - edição 241 - abr.2015

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painel Ano XVIII nº 241 abril/ 2015

AEAARP

No centro da crise O país atravessa um período de turbulência com reflexos econômicos que podem afetar também as carreiras de engenheiros e a a�vidade de empresas de engenharia

GESTÃO AEAARP tem nova diretoria e renova um terço do conselho ORGÂNICOS Veja como é o mercado e a produção na região MOBILIDADE Cresce o número de ví�mas e a frota de veículos nas ruas



Editorial

Eng. civil Carlos Eduardo Alencastre

EM FRENTE Houve um momento no país em que as associações de classe restringiam-se a espaços de debates, muitas vezes acalorados, sobre o des�no da a�vidade profissional às quais se dedicavam. Refle�am, por óbvio, o clima econômico e ins�tucional de cada momento. Os anos impõem desafios gigantescos aos profissionais de todas as áreas, especialmente àqueles do setor tecnológico. As en�dades que os representam devem acompanhar as mudanças. O país atravessa um período di�cil e a a�vidade de engenheiros, arquitetos e agrônomos é diretamente afetada por essas turbulências econômicas, tendo em vista a retração da economia e, por consequência, dos inves�mentos que são necessários para projetos, obras, empreendimentos etc. Avançando no tempo e na história, e para atender às demandas do momento, a AEAARP deve ser o ambiente de congregação de ideias, de obje�vos, de valorização profissional e, sobretudo, de a�vidades que proporcionem conhecimento técnico, convivência social e de oportunidades de negócios. Este é o propósito fundamental do grupo que assumiu a direção da en�dade para os próximos dois anos. Nossos compromissos darão sequencia ao trabalho que já é feito na en�dade, como a promoção da é�ca e da cidadania, promoção de discussões relevantes de temas regionais e nacionais, difusão de tecnologias, par�cipação em conselhos, valorização da mulher na a�vidade tecnológica, incen�vo à par�cipação de universitários e profissionais jovens, dentre outros. E iremos em frente, proporcionando aos associados novas experiências de convívio. A Associação tem deveres sociais, profissionais e polí�cos – do ponto de vista ins�tucional – que devem responder às necessidades dos associados e do conjunto da sociedade, uma vez que nosso papel é reconhecido desta forma por leis de u�lidade pública do município e do estado de São Paulo. Quando, em 1948, Guilherme De Felipe liderou a fundação da AEAARP, aquele grupo de jovens profissionais idealistas já atendia a esses propósitos. Não fundaram uma en�dade de amigos, mas uma organização com o firme propósito de defender a a�vidade profissional e oferecer seus conhecimentos para o aperfeiçoamento da sociedade na época. Desde aqueles tempos, o que nos credencia é a capacidade técnica de todos os que integram a en�dade, a sua robustez e a bela história que poucos no país têm condições de ostentar. Dela nos orgulhamos e seguiremos escrevendo nos próximos dois anos. Eng. civil Carlos Eduardo Alencastre Presidente


Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

Expediente

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 2º Vice-presidente DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO

DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Arq. Luiz Eduardo Siena Medeiros Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. civil Edgard Cury Arq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do Amaral Arq. e urb. Maria Teresa Pereira Lima Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. elet. Hideo Kumasaka

Índice

Conselheiros Suplentes Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Arq. e urb. Fernando de Souza Freire Eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo

ESPECIAL

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DIRETORIA

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AGRONOMIA

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CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARP Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves

HOMENAGEM

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REVISTA PAINEL Conselho Editorial: - eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado, eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto e eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin - conselhoeditorial@aeaarp.org.br

TRÂNSITO

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AGRÔNOMOS

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Xeque-mate?

Novo grupo, novos compromissos

Viver sem agrotóxico é possível?

Presidente do CREA-SP é um cidadão ribeirãopretano

Mobilidade urbana: sugestões e soluções

A cerimônia Deusa Ceres

SOCIAL

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CREA-SP

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Descontração

Cancelamento do registro

UNIVERSIDADE

Para escrever melhor

NOTAS E CURSOS

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39, cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - contato@textocomunicacao.com.br Editores: Blanche Amancio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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Horário de funcionamento AEAARP CREA Das 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.


ESPECIAL

Xeque-mate? Redução da a�vidade econômica e denúncias de corrupção impõem dificuldades às profissões da área tecnológica

É celebre a história do engenheiro paulistano Odil Garcez Filho: nos anos de 1980, ele foi demi�do e ganhou as manchetes dos jornais quando abriu uma lanchonete na Avenida Paulista ba�zando-a de “O engenheiro que virou suco”. Aqueles foram anos di�ceis para os profissionais da área tecnológica, que são diretamente afetados pelos períodos de retração econômica. E, aliada à crise financeira, polí�ca e ins�tucional da Petrobras, é esta a conjuntura que, segundo algumas fontes, poderão fazer os

engenheiros voltarem àquela realidade. Desde 2008, o Brasil vive sob a sombra da crise econômica mundial que devastou o mundo. Apesar dela, uma análise divulgada neste mês de abril pelo Ins�tuto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) avalia que as engenharias, a arquitetura e a agronomia apresentaram índices posi�vos de empregabilidade entre os anos de 2008 e 2013, superados apenas por profissionais de Tecnologia da Informação (TI) e por professores e profissionais de saúde, carreiras com AEAARP

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ESPECIAL

forte vínculo no setor público. De forma geral, o número de vínculos trabalhistas em ocupações de nível superior passou de 5,1 milhões para 6,7 milhões naqueles cinco anos, um crescimento de 30%. Engenharias e afins respondem por 5,1% deste crescimento. O engenheiro Odil faleceu no início dos anos 2000. Não teve tempo de par�cipar ou assis�r o período de riqueza. Hoje, segundos algumas fontes, os profissionais do setor precisam adotar medidas para que não passem pelas mesmas dificuldades dos anos de 1980 e 1990. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a a�vidade industrial e o emprego registraram queda no primeiro trimestre de 2015 ante o úl�mo de 2014. O maior nível de retração está na comparação com os três primeiros meses de 2014: redução de 8,5% de horas trabalhadas na indústria e 3,9% de queda nos postos de trabalho. As informações da pesquisa mostram também que o faturamento real no setor recuou 3,6% frente ao úl�mo trimestre de 2014 e 6% ante o primeiro trimestre do ano passado. A u�lização da capacidade instalada foi 0,2% menor em relação aos úl�mos três meses do ano passado e caíram 3,7% em relação ao primeiro trimestre de 2014.

As causas Para o engenheiro Marcio Cancellara, diretor vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI), as denúncias inves�gadas pela Operação Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal, têm peso significa�vo no volume de serviços contratados na inRevista Painel


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dústria pelo fato de a�ngir a Petrobras, que é a maior contratante do país. “No entanto, a desaceleração da economia influencia pra�camente todos os setores industriais, pois provoca retração de inves�mentos, impactando toda a cadeia”, explica. Marcio lembra que o reflexo de movimentações da Petrobras nas empresas de engenharia deste setor começou em 2012. “A companhia decidiu concentrar seus inves�mentos em exploração e produção, reduzindo os aportes para as áreas de refino. As empresas de engenharia por tradição, em sua grande maioria, têm exper�se em unidades de processo terrestres, não sendo automá�ca a migração para a área offshore [prospecção, perfuração etc.], com caracterís�cas diversas da área de refino”, detalha. Para ele, a dificuldade econômica atual teve repercussão primeiro nas empresas que elaboram projetos e prestam consultoria. “Devido à falta absoluta de serviços, estão sendo obrigadas a desmobilizar equipes inteiras de profissionais qualificados e especialistas”, conta. O resultado da crise, provavelmente o mais grave em longo prazo, será a perda de memória intelectual dos profissionais e das empresas brasileiras. Por enquanto, Marcio acredita que isso ainda é apenas um risco. “A contratação de projetos no exterior, como já ocorre em alguns casos, vai acelerar esse processo e poderá resultar não só na eliminação de postos de trabalho no Brasil, mas também na ex�nção de várias empresas de engenharia do país”, afirma.

A ABEMI não tem números de demissões no setor, mas es�ma que desde 2013 pelo menos 50% dos funcionários de empresas de engenharia foram demi�dos.

Credibilidade Apesar de os no�ciários relatarem constantemente o envolvimento de engenheiros e de empresas de engenharia nas denúncias, a assessoria de imprensa da Polícia Federal não informou quantos profissionais do setor são inves�gados. O engenheiro Francisco Kurimori, presidente do CREA-SP, disse, em discurso proferido em Ribeirão Preto, que o envolvimento de profissionais de engenharia e de empresas do setor nas denúncias da Polícia Federal “coloca em risco a engenharia como um todo perante a opinião pública”. “Temos a obrigação de separar o joio do trigo”, frisou. Ele defendeu o julga-

Marcio Cancellara

mento e, no caso de condenação, a punição dos envolvidos nas irregularidades inves�gadas, sejam eles engenheiros ou não. Defendeu que é necessário separar a pessoa �sica do corrupto ou corruptor da a�vidade profissional que ele exerce. Kurimori lembra que as empresas denunciadas construíram a infraestrutura do país e executam diversas obras no

Uma reportagem publicada em 2008 no jornal O Estado de São Paulo revela que Odil Garcez Filho, o engenheiro que virou suco, faleceu no início dos anos 2000 e sua esposa, também engenheira, lamentava o fato de o marido não ter sobrevivido para testemunhar a nova fase da engenharia depois daquele período de recessão.

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ESPECIAL

exterior. Essas são mul�nacionais brasileiras na área de engenharia, o que não é pouca coisa. “Se os engenheiros não tomarem cuidado, vamos trabalhar nas empresas estrangeiras e vamos virar chão de fábrica; essa é a grande verdade”, diz ele. “Punir corruptos e corruptores, fazer esse pessoal devolver o dinheiro, mas daí a prejudicar as ins�tuições e empresas, não. É nesse momento que os esper�nhos vão fazer o segundo ato da corrupção, que é roubar o patrimônio nacional”, completa. Para o engenheiro Murilo Pinheiro,

Revista Painel

presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP), as denúncias de corrupção devem ser oportunas para combater desvios e impunidade, separando o que é público do que é privado. “Como saldo, teremos não só a preservação do dinheiro público, mas um país mais decente de modo geral. O que não podemos permi�r em hipótese alguma é que, a pretexto de combater os malfeitos, joguemos por água abaixo o que foi construído. É preciso preservar a capacidade produ�va e tecnológica nacional”, ressalta.

Murilo Pinheiro


DIRETORIA

Novo grupo,

novos compromissos Mandato será cumprido no biênio 2015-2017

Compromissos da diretoria • Promoção con�nua da é�ca e da cidadania • Destaque para a visibilidade da mulher no campo profissional • Incen�vo à par�cipação dos universitários e dos profissionais jovens Carlos Alencastre, presidente da diretoria, e Wilson Luiz Laguna, presidente do conselho, ladeados por Callil João Filho, Tapyr Sandroni Jorge e Paulo Peixoto

Um renovado grupo de engenheiros, arquitetos e agrônomos assumiu a direção da AEAARP para o próximo mandato, que tem duração de dois anos. O engenheiro Carlos Eduardo Alencastre é o novo presidente com os engenheiros Tapyr Sandroni Jorge e Arlindo Sichieri respec�vamente como primeiro e segundo vice-presidentes. Para a eleição, que aconteceu no final do mês de março, este grupo adotou o nome “Profissionais Unidos”. A intenção foi a de sinte�zar em uma expressão a filosofia do trabalho que pretendem executar no próximo período. Alencastre diz que esta diretoria vai aprofundar ações de aproximação com os associados e de inves�mento em infraestrutura. “Cada um tem seu próprio es�lo e cada período exige responsabilidades e ações para atender às necessidades que

surgem”, explica o novo presidente. A diretoria assumiu desafios, alguns deles como aprofundamento dos compromissos traçados na úl�ma gestão, e já adotou medidas para efe�vá-los. Veja no quadro publicado nesta página. O novo presidente e os diretores tomaram posse durante uma reunião do Conselho Delibera�vo, no início do mês de abril. Uma reunião fes�va está programada para maio e a Painel trará a cobertura completa na próxima edição.

Conselho O engenheiro civil Wilson Luiz Laguna foi reeleito para a presidência do Conselho Delibera�vo. O mandato é de um ano e esta é a quarta vez que ele presidirá o conselho. A primeira foi em 2008. Antes disso ele presidiu a diretoria.

• Proa�vidade e divulgação tecnológica, treinamentos e atualizações profissionais • Ênfases às áreas e empreendedorismo • Promoção de discussões de relevantes temas regionais e nacionais • Destaque às questões relacionadas ao meio ambiente, saúde e sustentabilidade • Difusão de tecnologias focadas na melhoria da qualidade de vida • Integração técnica, espor�va e social com as associações da região • Par�cipação em conselhos, comitês, ins�tuições e federações locais e regionais

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AGRONOMIA

Viver sem defensivos

é possível?

Sim, mas o custo da produção é alto e os avanços são lentos

Entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015, o número de agricultores que optaram pela produção orgânica no Brasil passou de 6.719 para 10.194, um aumento de 51,7%, segundo o Ministério da Agricultura. Em Ribeirão Preto o incremento desta produção é discreto, segundo o engenheiro agrônomo Sérgio Veráguas Sanchez, assistente de planejamento da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) Regional. Ele não tem números Revista Painel

concretos, mas o detalhamento dos dados do Ministério da Agricultura ajuda a compreender a relevância deste �po de produção no país. O maior número de produtores orgânicos está na região Nordeste, com pouco mais de 4 mil. Nos estados do Sul e Sudeste eles são 2.865 e 2.333, respec�vamente. Paradoxalmente, dos 750 mil hectares de produção orgânica no país, 333 mil estão nos estados do Sudeste. Veja no quadro os números de todas as regiões do país.

Segundo o engenheiro agrônomo Jorge Rosa, diretor de Agronomia da AEAARP, os números são influenciados pela concentração de assentamentos de famílias rurais na região Nordeste, onde está a maioria deles. Esses agricultores atuam com agricultura familiar e muitos deles se enquadram nos critérios de produção orgânica. Por sua vez, nos estados do Sudeste a área plantada é grande e as empresas que atuam neste mercado também.


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Produção De acordo com o engenheiro agrônomo Rogério Dias, responsável pela Coordenação de Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Coopera�vismo (SDC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a produção orgânica adota sistemas com prá�cas diferenciadas que interferem no modo de uso do solo, da água, do ar e da biodiversidade. Dias argumenta que o cul�vo de orgânicos reduz a contaminação e o desperdício desses elementos e assegura o fornecimento de alimentos saudáveis, mais saborosos e de maior durabilidade. “Orgânico não é grife, existe um custo de produção, por isso é mais caro”, diz Sérgio Veráguas. Ele acrescenta que, assim como todas as novidades de mercado, com o tempo os preços tendem a cair. “Conforme vai melhorando a tecnologia

Brasil: maior consumidor mundial de agrotóxico

Sérgio Veráguas Sanchez

da produção e o produto se tornar mais conhecido, o valor tende a diminuir”. Já Jorge Rosa garante que a produção de orgânicos é mais barata. Ele compara o custo do esterco de galinha com o de um adubo químico. Segundo ele, uma tonelada do primeiro custa em média R$ 150. Já a mesma quan�dade do

15 158 411 41 11 118,4 4.017 4.

10 101,8 568 56 333 33 2.333 2.

Área produ�va Ár em mil hectares Número de produtores

37,6 37 2.865 2.

No Brasil, a venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões para mais de US$7 bilhões entre 2001 e 2008, alcançando valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 2011. Assim, em 2009, o Brasil alcançou a posição de maior consumidor mundial de defensivos agrícolas, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de defensivos por habitante, segundo relatório divulgado este ano pelo Ins�tuto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Em Ribeirão Preto, o Escritório de Defesa Agropecuária é responsável pela fiscalização de todo o processo de u�lização do defensivo, desde a compra até a devolução da embalagem vazia. Juarez Henrique Fiorelli, assistente agropecuário do órgão, comenta que existem quatro agrônomos que fazem a fiscalização do uso do defensivo em Ribeirão Preto e em outras 18 cidades vizinhas. Em média, são feitas entre 90 e 110 fiscalizações no ano na região. Essas fiscalizações acontecem tanto em propriedade rural quanto nos estabelecimentos comerciais que vendem o defensivo.

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produto químico pode custar R$ 1.300. “Deveria ser muito mais barato plantar produto orgânico do que aquele que precisa de produtos químicos. Porém, a produção orgânica seria muito barata se produzisse e ofertasse mais”, diz. Sanchez alerta para outro ponto que encarece a produção orgânica: a recuperação da terra que já está contaminada por defensivo agrícola. “Demora um tempo para reorganizar os mecanismos naturais de uma determinada terra sem o uso de defensivos”, observa. Além disso, os defensivos oferecem agilidade na resolução de problemas: na produção agrícola convencional uma praga é eliminada rapidamente com veneno e em uma lavoura orgânica o produtor só pode exterminá-la de forma natural, o que demora mais tempo e pode acarretar a queda da produ�vidade. Jorge Rosa considera a citronela eficiente no controle de algumas pragas, mas admite que faltam pesquisas que apontem plantas que possam combater pragas na lavoura.

Agrotóxico zero Sanchez acredita que é possível viver sem defensivos. Esta, segundo ele, é uma realidade em lavouras de pequeno e médio portes. “Mas, é possível também em grande escala. Só que para alcançar isso é preciso antes passar por um controle biológico nas plantações, até a�ngir o equilíbrio ecológico”, diz. Os produtores convencionais, entretanRevista Painel

to, não querem correr risco e perder a produção ou a produ�vidade. “Na fase de enchimento do grão, por exemplo, se houver alguma doença, o grão ficará pequeno e não desenvol-

verá”, exemplifica o agrônomo. Outro temor recorrente entre os agricultores é a preocupação com a saúde da terra do vizinho. “Se você tem uma plantação que está entrando em um ecossistema

Cer�ficação dos orgânicos O Ministério da Agricultura criou três mecanismos para garan�r a cer�ficação aos produtores orgânicos no Brasil: ▪ Cer�ficadoras – empresas que realizam auditorias e inspeções nos processos produ�vos, seguindo procedimentos básicos estabelecidos por normas reconhecidas internacionalmente. Sanchez afirma que as melhores cer�ficadoras de produtores orgânicos estão no estado de São Paulo, pois, segundo ele, o estado é pioneiro na pesquisa de tecnologias para produção orgânica. ▪ Organismo Par�cipa�vo de Avaliação da Conformidade (OPAC) – organização que promove visitas de verificação da conformidade e garantem a troca de experiências entre os par�cipantes do sistema e a orientação dos fornecedores. ▪ Organizações de Controle Social (OCS) – é estabelecido pela par�cipação direta dos membros de uma associação para avaliar a conformidade das lavouras de produção orgânica associadas. Para solicitar o cadastro de OCS, a en�dade envia uma série de documentos – descritos no Capítulo III da Instrução Norma�va n° 19, de 28 de maio de 2009 – para o Ministério de Agricultura. Aprovada a documentação, o órgão recebe a Declaração de Cadastro de Organismo de Controle Social (documento que comprova que a associação está apta para cer�ficar seus associados). Em Ribeirão Preto, a Terra Viva é a única organização deste �po. Tem seis produtores credenciados que atuam na cidade e na região. As legislações que regulamentam a produção de orgânico estão disponibilizadas no site da AEAARP.

www.aeaarp.org.br aeaarp.org


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Orgânico pode mudar vidas De playboy a produtor de orgânicos, a entrevista que o herdeiro do grupo Pão de Açúcar, Pedro Paulo Diniz, concedeu recentemente à revista Trip chamou a atenção pela mudança que promoveu em sua vida e também por ver este mercado de forma grandiosa. Ele investe em uma fazenda no interior do estado de São Paulo que pretende transformar em uma gigantesca produtora de orgânicos. Veja o atalho para a matéria completa no site da AEAARP.

equilibrado e a terra do vizinho �ver pragas que não estão sendo controladas, é muito possível que elas invadam sua produção. É o mesmo caso da dengue, não adianta você cuidar do seu quintal se o vizinho não cuidar do dele”. “A visão do engenheiro agrônomo no que diz respeito à u�lização de adubo químico e defensivo precisa mudar logo. Nós somos o reflexo daquilo que comemos”, afirma Jorge Rosa. Sanchez alerta que países como Alemanha e Estados Unidos têm comprado empresas de biotecnologia e inves�do muito em controle biológico para tratar das doenças nas plantações. “As grandes empresas brasileiras também estão se conscien�zando aos poucos e subs�tuindo o uso do agrotóxico, mas ainda existe uma pressão muito grande da indústria agroquímica. A�ngir o equilíbrio ecológico demora um certo tempo, mas a tendência é caminhar nesta direção”, diz Sanchez.

www.aeaarp.org.br aeaarp.org

Sanchez acrescenta que o período de transição da produção convencional para a orgânica depende do �po de cultura adotada, dos defensivos que foram aplicados naquela terra e, principalmente, do �po de solo. “Em Ribeirão Preto temos um solo argiloso e os produtos químicos fixam muito mais na argila, o que torna mais di�cil sua recuperação”. Jorge Rosa explica que o solo funciona como um estômago para a planta, “portanto, qualquer melhoria que queira fazer na produção, é preciso primeiro melhorar o solo, transformando-o em um meio ideal para a cultura em questão”. Maria Dilma Favacho, do Terra Viva, um Organismo de Controle Social (OCS) que cer�fica agricultores orgânicos de pequeno porte na região de Ribeirão Pre-

to, comenta que, na maioria das vezes, quando alguém solicita a cer�ficação de produção orgânica é porque já vem se preparando para a mudança, o que torna o processo de transição mais tranquilo. Geni Arruda de Luca, produtora de orgânico há dois, e Maria Dilma, que tem uma loja de produtos naturais e orgânicos, acreditam neste mercado. Geni e o marido usam o 1,4 hectare do sí�o Terra da Gente para o plan�o de verduras, legumes e frutas – que elas mesmas comercializam em feiras e eventos e entregam para clientes avulsos – e revelam que em 2014 suas vendas aumentaram em 30%. Já Maria Dilma, filha de trabalhadores rurais, nunca viu o pai usar defensivo em suas plantações. Ela e o marido são naturalistas e sempre consumiram produtos naturais e orgânicos, além de manterem uma loja especializada. “Há 30 anos não era tão fácil comprar esses produtos e, por isso, viajávamos com frequência a São Paulo para comprar. Orgânico não é encontrado na hora que você quer; é na hora que a natureza produz”, conta. Ela exemplifica com uma experiência pessoal: quando concedeu entrevista para esta reportagem, estava há três semanas sem cenoura para vender, em razão de um problema na produção de seu fornecedor. Perdeu vendas, mas manteve-se firme.

Transição para o orgânico O sistema de produção orgânica é complexo. Para migrar do modo convencional é preciso tempo e paciência. A terra deve ser desintoxicada e técnicos devem proceder a uma minuciosa análise da água e do solo para que se tornem saudáveis e aptos para a produção orgânica. AEAARP


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HOMENAGEM

Presidente do CREA-SP é um

cidadão ribeirãopretano Título foi concedido pela Câmara Municipal

Kurimori, ao centro, recebe a homenagem da Câmara Municipal de Ribeirão Preto

Engenheiros e autoridades acompanharam a cerimônia em homenagem ao presidente do CREA-SP Revista Painel

O engenheiro civil Francisco Kurimori, presidente do CREA-SP disse em discurso na Câmara Municipal de Ribeirão Preto que um dos sonhos que acalentava na juventude era o de viver nesta cidade. Natural de Igarapava-SP, ele fez carreira e formou família em Lins-SP e agora é também um cidadão ribeirãopretano, �tulo concedido pelo legisla�vo municipal por inicia�va do vereador Ber�nho Scandiuzzi. A cerimônia reuniu engenheiros da cidade e de outros municípios paulistas, como Bebedouro, Monte Alto, São Carlos e Batatais, representantes de associações de engenharia, de gerências


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Tapyr Sandroni Jorge, no exercício da presidência da AEAARP, falou sobre o homenageado na tribuna da Câmara

Na sede da AEAARP, o presidente do CREA-SP conheceu a obra de ampliação do salão de festas

regionais do Conselho. O engenheiro elétrico Tapyr Sandroni Jorge, vice-presidente da AEAARP, representou o presidente, engenheiro civil Carlos Eduardo Alencastre.

O vereador Ber�nho ressaltou as contribuições de Kurimori na valorização profissional. Tapyr reafirmou as caracterís�cas técnicas e pessoais que a seu ver levaram o presidente do CREA-SP a

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construir uma carreira exitosa. Em seu discurso, Kurimori se lembrou da infância, da formação como engenheiro, da parceria com a esposa, a engenheira civil Keiko Kurimori, que preside a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Região Administra�va de Lins.

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TRÂNSITO

Mobilidade urbana: sugestões e soluções Urbanistas de Ribeirão Preto defendem condições humanizadas no sistema de transporte

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu, em 2010, que os países-membros deveriam reduzir em, no mínimo, 50% o número de ví�mas no trânsito entre 2011 e 2020. Na contramão dessa meta, em Ribeirão Preto o número de ví�mas fatais em acidentes de trânsito cresceu nos úl�mos dois anos: em 2013 foram 55 e em 2014 foram 60, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Uma das ferramentas para ampliar a segurança no trânsito, segundo especialistas, é a adoção de um Plano de Mobilidade Urbana, que define diretrizes para a redução da necessidade de viagens motorizadas, es�mulo ao uso do transporte cole�vo e de veículos não-motorizados e condições seguras e humanizadas no sistema de transporte. Revista Painel

Segundo os registros de março deste ano do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), Ribeirão Preto tem mais de 508 mil veículos em circulação. Destes, 286.546 são automóveis e 135.184 motocicletas e similares, ou seja, 83% da frota estão vinculados ao sistema de transporte individual e motorizado. Para o arquiteto e urbanista Fernando Freire, uma das formas de melhorar a mobilidade urbana e diminuir o fluxo de veículos nas vias é criar um sistema de transporte que valorize a locomoção de pessoas e não só de veículos. “Quando se pensa no transporte de pessoas, consideramos pequenos percursos a pé, melhoramento das calçadas e praças e sombreamento, principalmente em cidades quentes como Ribeirão”.

Vera Migliorini, arquiteta e urbanista docente do Centro Universitário Moura Lacerda, comenta que os planos de mobilidade urbana deveriam contemplar, além dos pedestres, o uso de veículos não-motorizados, como a bicicleta.

Ciclovia O Plano Diretor de Ribeirão Preto, divulgado no início deste ano, reconhece como ciclovia os 3,5 km implantados na Via Expressa Norte, entre as avenidas Antônio e Helena Zerrenner e Thomaz Alberto Whately. Aos finais de semana, das 7h às 13h, na Avenida Maurílio Biagi funciona a ciclofaixa com a função de lazer. Freire defende o uso da bicicleta como um meio de transporte de fato e não só como uma ferramenta de lazer. É o que acontece em países da Europa,


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Frota de veículo de Ribeirão Preto – março/2015 | Detran-SP

Fernando Freire

por exemplo. Vera defende a bicicleta como a melhor alterna�va para percorrer distâncias reduzidas. Ela vê alterna�vas urbanís�cas para comportar as ciclovias. Um dos exemplos são os largos canteiros centrais das avenidas na Zona Sul da cidade. Para ela, caso a ciclovia fosse construída no período do loteamento o custo seria baixo. “Não se defende que todos andem de bicicleta, mas sim que os planos diagnos�quem um local seguro para os ciclistas, definindo onde podem circular sem atrapalhar ou serem atrapalhados por outros veículos”, ressalta José Antonio Lancho�, professor de Urbanismo no Centro Universitário Moura Lacerda e membro do Conselho Nacional das Ci-

Ciclomotor, motoneta, motociclo, triciclo e quadriciclo

135.184

Micro-ônibus, camioneta, caminhonete, u�litário

56.756

Automóvel

286.546

Caminhão

13.235

Reboque e semirreboque

9.269

Ônibus

1.811

Outros*

5.250

Total

508.051

* caminhão-trator, trator de rodas, trator de esteiras, trator misto, chassi/plataforma, sidecar, motor-casa

dades do Ministério das Cidades. Ele pondera que para muitas pessoas a bicicleta pode não ser uma boa opção. Ou, existem pessoas que simplesmente não gostam de pedalar. Lancho� acredita que a variedade dos modais é a melhor maneira para equilibrar e democra�zar a u�lização do espaço urbano.

José Antônio Lanchotti

Outros modais Vera Lucia Migliorini

A cidade de São Paulo pretende ampliar a infraestrutura cicloviária para 1.522 km até 2030. Na Europa foi lançado um projeto que pretende construir uma ciclovia de 70 mil km ligando 43 países, até 2020. Saiba mais sobre esses projetos no site da AEAARP.

www.aeaarp.org.br aarp.org

A elaboração dos planos de mobilidade prevê análise completa de todos os meios de transporte que impactam na circulação nas cidades assim como a infraestrutura associada a esses meios – terminais, estacionamento, etc. A gestão dos municípios, porém, é dissociada do plano de mobilidade. “A par�r do momento que os gestores considerarem o planejamento urbano como instrumento de gestão, as cidades vão conquistar melhorias no transporte urbano”, opina Freire. AEAARP


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Em 2015, Brasília ultrapassou o município do Rio de Janeiro e tornou-se a cidade com maior estrutura cicloviária do Brasil. Veja abaixo o gráfico publicado, no mês de abril, pelo portal Mobilize.

Para Vera, o controle do transporte urbano não deveria ser feito por uma empresa, assim como acontece em Ribeirão Preto, e sim por um organismo público, como uma Secretaria de Transporte de Mobilidade Urbana. Este modelo já existe nas cidades de Belo Horizonte-MG e Curi�ba-PR. Segundo ela, o recém-publicado Plano de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto prevê poucas linhas de conexão interbairros dos transportes cole�vos. “As rotas de ônibus ainda estão muito direcionadas nas linhas que passam Revista Painel

pelo centro da cidade e também seriam necessários outros terminais em regiões periféricas”. A urbanista defende que veículos de grande porte deveriam ser impedidos de circular no centro da cidade. “O centro tem vias muito estreitas, algumas pessoas não estacionam direito e alguns motoristas passam com a roda dos ônibus nas beiradas das calçadas danificando a via de acesso dos pedestres”. Para diminuir a grande circulação de pessoas e veículos na zona central, Freire afirma que os serviços públicos

– escola, hospital e lazer – deveriam ser distribuídos nos bairros e regiões periféricas, para garan�r o menor deslocamento possível de pessoas e assim desafogar o sistema viário. O aumento do fluxo viário na cidade deve-se em muito às motocicletas e similares, que hoje representam 26,6% da frota de veículos de Ribeirão Preto. Para Freire, as motos não deveriam ter o mesmo tratamento dos outros veículos motorizados – automóveis, caminhões – e que por conta do volume que elas representam no fluxo é necessário


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repensar e até mesmo readaptar as vias em alguns casos específicos. Vera concorda que as condições de circulação das motocicletas não são seguras, porém defende o uso do transporte cole�vo para diminuir o fluxo de motos nas vias. Já Lancho� não vê necessidade de intervenções no plano viário exclusivamente para esse modal. Segundo ele, se os motociclistas seguirem as regras do Código Brasileiro de Trânsito já será o suficiente para melhorar a circulação das vias e diminuir o número de acidentes de trânsito.

Todo município com mais de 20 mil habitantes é obrigado a elaborar o Plano de Mobilidade Urbana, de acordo com a Lei n° 12.587/2012. As diretrizes que norteiam a composição dos planos são criadas pelo Departamento de Transporte e Mobilidade, do Ministério das Cidades, e os links para acessar o manual de elaboração, assim como o Plano de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto, estão disponíveis no site da AEAARP. “Um bom planejamento deve considerar a melhoria da qualidade de vida da maioria das pessoas. Como já dizia Bertold Brecht: a unanimidade é burra, a diversidade produz a democracia”, finaliza Lancho�.

www.aeaarp.org.br aeaarp.org

AEAARP


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AGRÔNOMOS

A cerimônia

Deusa Ceres Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo homenageou profissionais em Ribeirão Preto

Durante a feira Agrishow, um evento reverenciou o trabalho dos profissionais que contribuem com o avanço do agronegócio no país. A Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP) homenageou os profissionais que representa na cerimônia Deusa Ceres, que acontece desde 1972. Foram concedidas medalhas e premiações para 11 agrônomos. Manoel Ortolan, Wilson Luiz Laguna, João Paulo Figueiredo, Carlos Alencastre e Zuleica Perez

Carlos Alencastre, Roberto Rodrigue e Tapyr Sandroni Jorge

Carlos Alencastre, Sylmar Denucci e Geraldo Geraldi Júnior

Destaque

Fernando Penteado Cardoso, Callil João Filho e Angelo Petto Neto, presidente da AEASP Revista Painel

Carlos Alencastre, Arnaldo Jardim e Tapyr Sandroni Jorge

O novelista Benedito Rui Barbosa foi o único homenageado da AEASP que não é engenheiro agrônomo. A deferência foi concedida em razão da temá�ca das novelas que escreve, com referências ao homem do campo e à a�vidade rural.


A cerimônia Deusa Ceres aconteceu durante a feira Agrishow

O presidente da AEAARP, engenheiro Carlos Eduardo Alencastre, e o engenheiro agrônomo Geraldo Geraldi Júnior, conselheiro da en�dade, entregaram a homenagem ao engenheiro agrônomo Sylmar Denucci, que recebeu a Medalha Fernando Costa na categoria Assistência Técnica e Extensão Rural. Geraldo discursou e ressaltou a contribuição de Sylmar para várias áreas da produção agrícola, principalmente no melhoramento gené�co do milho. O engenheiro agrônomo Manoel Ortolan, que foi o Profissional do Ano AEAARP 2008, recebeu a Medalha Fernando Costa na categoria Coopera�vismo.

O Prêmio AEASP 70 Anos foi concedido ao engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso. Ele graduou-se agrônomo pela ESALQ-USP em 1936 e, aos 100 anos de idade, ainda exerce a profissão. Ele foi secretário de Agricultura do Estado de São Paulo em 1964, fundou e presidiu a empresa Manah S.A., da área de fer�lizantes e adubos químicos, e criou a Agrisus. Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, destacou a importância dos engenheiros agrônomos para a economia brasileira e para os necessários avanços tecnológicos para o campo.

Destine 16% do valor da ART para a AEAARP (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto)

Agora você escreve o nome

Os homenageados Medalha Fernando Costa Ação ambiental – Zuleica Maria de Lisboa Perez Assistência técnica e extensão rural – Sylmar Denucci Pesquisa – José Osmar Lorenzzi Inicia�va privada – Luiz Rossi Neto Ensino – Sinval Silveira Neto Colecionador de plantas – Harri Lorenzi Coopera�vismo – Manoel Ortolan Defesa agropecuária – Geysa Josefina Pala Ruiz

Engenheiro agrônomo emérito Julio Cesar Durigan

da entidade e destina parte do valor arrecadado pelo CREA-SP diretamente para a sua entidade

Prêmio AEASP 70 Anos Fernando Penteado Cardoso Engenheiro do ano Luiz Carlos Sayão Ferreira Lima

Contamos com sua colaboração!


SOCIAL

Descontração

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Foi este o clima do happy hour que reuniu associados e seus familiares no salão de festas da AEAARP em abril.

Revista Painel


revistapainel 23

ANUNCIE NA PAINEL

16 | 2102.1719

angela@aeaarp.org.br

AEAARP


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CREA-SP

Cancelamento

do registro

Comentários acerca do artigo 64 da Lei 5194 de 1966

De acordo com a Lei Federal 5194 de 24 de dezembro de 1966, que regula o exercício das profissões ligadas às áreas da engenharia e agronomia em nosso país: Art. 35 - Cons�tuem rendas dos Conselhos Regionais: I - anuidades cobradas de profissionais e pessoas jurídicas; II - taxas de expedição de carteiras profissionais e documentos diversos; III - emolumentos sobre registros, vistos e outros procedimentos; IV - quatro quintos da arrecadação da taxa ins�tuída pela Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977; Revista Painel

V - multas aplicadas de conformidade com esta Lei e com a Lei nº6.496, de 7 de dezembro de 1977; VI - doações, legados, juros e receitas patrimoniais; VII - subvenções; VIII - outros rendimentos eventuais. O não pagamento da taxa anual de pessoa �sica ou empresa implica cancelamento do registro do mesmo junto ao CREA-SP. O profissional ou empresa que deixar de pagar anuidade por dois anos consecu�vos terá seu registro cancelado, conforme estabelece o ar�go 64 da Lei 5194/66: Art. 64 da Lei 5194/66 - Será auto-

ma�camente cancelado o registro do profissional ou da pessoa jurídica que deixar de efetuar o pagamento da anuidade a que es�ver sujeito, durante 2 (dois) anos consecu�vos sem prejuízo da obrigatoriedade do pagamento da dívida.

Parágrafo único O profissional ou pessoa jurídica que �ver seu registro cancelado nos termos deste Ar�go, se desenvolver qualquer a�vidade regulada nesta Lei estará exercendo ilegalmente a profissão, podendo reabilitar-se mediante novo registro, sa�sfeitas, além das anuidades em débito, as multas que lhe tenham sido impostas e os demais emolumentos e taxas regulamentares.


UNIVERSIDADE

Para escrever

melhor

Ferramenta on-line auxilia na redação de trabalhos cien�ficos

O Portal da Escrita Cien�fica, man�do pela USP de São Carlos, reúne ferramentas de apoio à produção de ar�gos, dissertações, teses e outras publicações, gerenciamento de referências bibliográficas, editoração e outros recursos. O obje�vo é auxiliar na redação de trabalhos cien�ficos. Entre os recursos oferecidos estão materiais informa�vos e didá�cos, cursos on-line, videoaulas, workshops, tutoriais e ferramentas computacionais de auxílio à escrita em português e em inglês desenvolvidas pelo Ins�tuto de Ciências Matemá�cas e de Computação (ICMC), que auxiliam na organização da estrutura e do conteúdo dos trabalhos. “Para escrever um trabalho cien�fico é necessário considerar uma série de elementos, desde o problema abordado, a metodologia adotada, os resultados e as contribuições para a literatura de determinada área e, muitas vezes, para a sociedade em geral. O portal busca auxiliar no processo de redação, oferecendo orientações nas diversas etapas da produção”, explica Osvaldo Novais de Oliveira Júnior, do Ins�tuto de Física de São Carlos (IFSC), presidente da Comissão de Implantação do portal. A inicia�va é dos docentes do ICMC, do Ins�tuto de Química de São Carlos (IQSC), do IFSC, do Ins�tuto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) e da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Implementada em parceria com a Prefeitura

do Campus (PUSP-SC) e colaboradores das bibliotecas de todas as unidades, o portal funciona como um repositório de ferramentas e orientações para alunos e pesquisadores interessados em aperfeiçoar a escrita cien�fica. “Diante do desconhecimento da estrutura do ar�go cien�fico, um problema muito comum no meio acadêmico, o portal trabalha com modelos que podem ser padronizados respeitando as par�cularidades de cada área e diferenças na escrita para audiências específicas ou mais amplas, considerando sempre a clareza e a concisão”, esclarece Oswaldo. Entre os recursos disponibilizados gratuitamente pelo portal estão os que os desenvolvedores chamam de “ambientes para a escrita”, um conjunto de ferramentas computacionais que dão suporte a partes do processo de redação, do agrupamento das ideias à composição de um texto con�nuo, com editores gráficos. O SCiPo, por exemplo, é uma ferramenta de suporte à escrita que auxilia na redação de resumos e introduções com base em modelos de textos cien�ficos em português, elaborados a par�r de teses e dissertações de várias áreas de pesquisa disponíveis para o redator apreender a estruturação retórica do texto. A produção realizada pela ferramenta passa ainda por uma etapa de crí�cas, na qual uma estrutura proposta é avaliada pelo sistema, e por uma

etapa de classificação de um resumo já escrito. Já o SCiEn-Produção é um conjunto de ferramentas que auxiliam na redação de ar�gos cien�ficos em inglês. O recurso se baseia na análise de textos da área de engenharia de produção. Há ainda uma série de outras ferramentas desenvolvidas em específico para diversos campos do conhecimento, como o CALeSE, so�ware de suporte à escrita de introduções com textos modelos da área de �sica. O portal oferece também ferramentas an�plágio, como o so�ware An�Plagiarist - ACNP, que compara múl�plos documentos rapidamente, procurando por trechos de textos que foram copiados. Os fragmentos suspeitos são relatados em um formato de fácil compreensão, com os números das linhas e das colunas em que foram encontrados. Os recursos disponibilizados incluem ferramentas de gestão bibliográfica, como o Cita�on Machine, gerador automá�co de citação e referência que ajuda estudantes e pesquisadores a citar corretamente as fontes u�lizadas, em vários es�los, e o CiteUlike, site colabora�vo que permite armazenar, organizar e par�lhar informação bibliográfica. Os serviços do Portal da Escrita Cien�fica da USP de São Carlos podem ser acessados em www.escritacien�fica. sc.usp.br. Fonte: Agência Fapesp AEAARP

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NOTAS E CURSOS

Agrishow 2015 O engenheiro Carlos Eduardo Alencastre par�cipou da abertura da feira ao lado do governador Geraldo Alkimin, do secretário de Agrocultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, e do engenheiro Antônio Duarte Nogueira Júnior, secretário de Transportes do Estado de São Paulo. A en�dade, representada por diretores, conselheiros e colaboradores, esteve no recinto da feira todos os dias, visitando estandes e estreitando relacionamentos com profissionais do setor.

Concurso para docente A Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) abriu inscrições para três concursos públicos de �tulos e provas para dois cargos de professor �tular para o Departamento de Hidráulica e Saneamento e um para o Departamento de Engenharia Mecânica. A seleção é para docentes nas áreas de Tratamento de Águas Residuárias, Ecologia de Ecossistemas: Ecotoxicologia e para a área de conhecimento Projeto de Máquinas de Precisão. As três oportunidades são no regime de dedicação integral à docência e à pesquisa. O salário é de R$ 14.364,32, segundo comunicado da Agência Fapesp. As inscrições podem ser feitas até o dia 16 de outubro no Serviço de Assistência aos Colegiados da EESC, das 8h30 às 11h30 e das 14h às 17h, em dias úteis, pessoalmente ou por procuração. Os editais estão disponíveis no site www.eesc.usp.br (em “Concursos Públicos”). Fonte: Agência Fapesp Revista Painel

Austrália investe em parceria em pesquisa A University of Melbourne, da Austrália, pretende criar um centro de estudos sobre cidades do hemisfério Sul, reunindo pesquisadores de universidades e ins�tuições de pesquisa australianas e de países da América do Sul das áreas de arquitetura e urbanismo. A proposta foi apresentada por Thomas Kvan, diretor da Faculdade de Arquitetura, Construção e Planejamento da universidade australiana em um encontro entre pesquisadores do estado de Victoria – que abriga Melbourne –, na Austrália, e do Brasil. O governo australiano quer fomentar parcerias para pesquisa em planejamento urbano. Modelos de governança e financiamento de projetos de polí�ca urbana, saúde e ambientes urbanos, ecologia e urbanismo, infraestrutura e déficit habitacional serão alguns dos temas a serem estudados no centro de pesquisa que será implantado na University of Melbourne. Steve Herbert, ministro para formação e competências do governo do estado de Victoria, explica que a intensão é estudar e discu�r questões urbanís�cas relacionadas às cidades do hemisfério Sul. “A maioria das pesquisas sobre isso é relacionada a metrópoles dos Estados Unidos e da Europa e, muitas vezes, não refletem a realidade de cidades do nosso hemisfério”, disse Kvan. Fonte: Agência Fapesp


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AEAARP



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