Painel - edição 238 - jan.2015

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painel Ano XVIII nº 238 janeiro/ 2015

AEAARP

CÁLCULO Pragas são controladas por fórmula matemá ca ENGENHARIA A ousadia dos projetos de pontes pelo mundo TECNOLOGIA Laboratórios da USP se preparam para revolucionar o país

A volta por cima Nos períodos posteriores àss grandess gguerras, uerras a hhumanidade umannidade promoveu grandes revoluções, demonstrando que os períodos de crise podem ser produ vos



Editorial

Eng.º Civil João Paulo S. C. Figueiredo

Este ano, ao que tudo indica, será a pico Após as turbulências do ano passado decorrentes da Copa do Mundo, das eleições majoritárias e da enorme quan dade de denúncias de corrupção em áreas do setor público, fomos surpreendidos no início do ano com a determinação de aumentos significa vos nos preços dos combus veis e da energia elétrica e com alterações significa vas nas polí cas de caráter social do país. Essas medidas, necessárias há muito tempo, foram proteladas e negadas pelo governo ao longo da campanha eleitoral e ao serem implantadas causaram um mal estar generalizado na população. As expecta vas posi vas de mudanças nos rumos do desenvolvimento do país nos próximos anos foram de certa forma barradas pelo anuncio do novo ministério do governo federal, mais polí co e menos técnico como se desejava. Fato esse que certamente não contribuiu e não contribuirá para diminuir as incertezas que assolam nossa economia e, consequentemente, o nosso crescimento. Fato inédito em nossa história, estamos diante da maior seca ocorrida nos úl mos anos, decorrente de uma enorme escassez de chuvas, que comprometeu o abastecimento de água potável e a produção de energia hidroelétrica no país, e que, além disso, nos colocou diante da possibilidade efe va de racionamento e de suspensão de fornecimento de água em alguns pontos. Estamos com o menor nível de reserva de água da história. Muito abaixo do limite de segurança recomendado. Nesse aspecto, ficou evidente que mais uma vez prevaleceu o polí co em relação ao técnico. Há muito tempo, o Brasil, que detém uma das maiores reservas de água doce do mundo, mas mal distribuída em relação às grandes concentrações populacionais do país, deveria ter aumentado seus inves mentos nas áreas de captação, reservatórios e distribuição de água. Da mesma forma, deveria ter inves do muito mais na produção de energia, não só na hidroelétrica – que nos úl mos anos tem sido alvo constante de reações exageradas à sua implantação pelas organizações autodenominadas defensoras do meio ambiente –, mas também em outros pos como a eólica, a solar, a fotovoltaica e as derivadas de produtos renováveis, ambientalmente mais recomendáveis. Nesse quesito, infelizmente, pela falta de opções e pela necessidade de rapidez na implantação diante da escassez da energia hidroelétrica, tem-se optado pela energia térmica, mais rápida para se implantar, porém mais cara e mais poluente por u lizar combus veis fósseis. Com isso, fica o alerta. Ou os gestores de plantão tratam do assunto com a atenção necessária, iniciando pela convocação efe va de técnicos especializados no assunto para contribuírem para a solução do problema, ou em um futuro próximo poderemos estar diante de uma situação catastrófica da população. Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Presidente


Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

Expediente

Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Presidente Arq. e urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos 1º Vice-presidente Eng. civil Ivo Colichio Júnior 2º Vice-presidente DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Financeiro: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil Elpidio Faria Júnior Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO

DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Edes Junqueira Diretor de Comunicação e Cultura: eng. civil José Aníbal Laguna Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. José Antonio Lanchoti DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Gilberto Marques Soares Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. e urb. Carlos Alberto Palladini Filho Engenharia e afins: eng. civil José Roberto Hortencio Romero CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna

Índice ESPECIAL

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REGISTRO

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NANOTECNOLOGIA

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ENGENHARIA

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Dificuldades podem gerar oportunidades 10 mandamentos de marketing para engenheiros e arquitetos

Horas muito felizes

A grande mudança

Pontes que desafiam a engenharia

AGROENERGIA

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ENERGIA

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Dá pra fazer etanol com cogumelos?

Maior usina solar flutuante do mundo O canal da Nicarágua

Conselheiros Titulares Eng. agr. Callil João Filho Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Eng. civil Cecilio Fraguas Júnior Eng. civil Edgard Cury Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco Eng. agr. Geraldo Geraldi Júnior Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. civil Iskandar Aude Eng. civil José Galdino Barbosa da Cunha Júnior Arq. e urb. Maria Teresa Pereira Lima Eng. civil Nelson Martins da Costa Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Conselheiros Suplentes Eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Arq. Fernando de Souza Freire Eng. civil Leonardo Curval Massaro Eng. agr. Maria Lucia Pereira Lima CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARP Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves REVISTA PAINEL Conselho Editorial: - eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado, eng. civil José Aníbal Laguna e eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin conselhoeditorial@aeaarp.org.br Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39, cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - contato@textocomunicacao.com.br Editores: Blanche Amancio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044

INDICADOR VERDE

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Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br

PESQUISA

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CREA-SP

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Foto da capa: Daniela Antunes Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Matemática no controle de pragas

Para exercer a profissão em outra região, tire um visto

MEIO AMBIENTE

Muito além da chuva

NOTAS E CURSOS

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Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

Horário de funcionamento AEAARP CREA Das 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.


ESPECIAL

Dificuldades podem gerar oportunidades Períodos de pós-guerra mostram que momentos dicceis são propícios para o surgimento de novas tecnologias, soluções, conceitos e produtos

Momentos de crise não são privilégio de qualquer setor da economia. Porém, podem também se reverter em oportunidades, em soluções que fortalecem os negócios. Após a II Guerra Mundial, por exemplo, foi disseminado o uso do concreto estrutural, diante da necessidade de reconstrução rápida das cidades e a custos baixos. Em Londres, foi adotado um modelo de planejamento urbano no pós-guerra, cujo obje vo foi o de controlar o uso e a ocupação do solo e disciplinar a construção de habitações sociais. Conceitos atuais, como o da preservação do meio ambiente, também surgiram em períodos de crise. Com ou sem conflitos bélicos, porém, os períodos de crise econômica são oportunos para a revisão de processos e equipes como método para detectar gargalos na empresa. Além disso, os profissionais podem ampliar sua qualificação, estudar, desenvolver competências que são necessárias na carreira e refle r sobre o futuro profissional.

Oportunidades

Para empresas, as crises são períodos de profunda análise crí ca e execução de um plano de ação que seja capaz de fazê-la dar a volta por cima, com monitoramento de resultados e possibilidades, revendo o gerenciamento das carreiras das equipes e avaliando os instrumentos de monitoramento de resultados. Para os profissionais, são momentos para criar caminhos para colocar-se no mercado. Nos dois casos, o obje vo final é sair fortalecido, assim como as grandes cidades do mundo fizeram nos momentos mais turbulentos de suas histórias. Danielle Moro, gerente de Desenvolvimento Organizacional da Exame Auditores Independentes, propõe alguns ques onamentos básicos para os empreendedores: “As carreiras estão claras? Conhecemos o potencial de nossos profissionais? Temos em mãos resultados corretos? Quais são as soluções alterna vas para nossos custos? Conhecemos a fundo os custos

fixos e os possíveis gargalos pelos quais perdemos inves mentos?”. “Para os profissionais, se houver uma reserva financeira, é este o momento de inves r em conhecimento e qualificação. Caso não tenha, ou não possa dispor da reserva, a internet oferece excelentes oportunidades gratuitas. É preciso revisar obje vos, condutas, aprender novas competências. Esse é o foco para sair fortalecido”, ensina Danielle. Na revista PAINEL (edição 231, junho/2014), foi publicada uma matéria sobre universidades estrangeiras que oferecem cursos para as áreas de engenharia e arquitetura em plataformas on-line e gratuitas. Veja a lista completa também no site da AEAARP – www.aeaarp.org.br. Profissionais e empresas devem observar o que têm de melhor, fortalecer esses potenciais e buscar reforços. A grande armadilha, na avaliação da consultora, é imaginar que a crise só pode ser comba da com a diversificação. AEAARP

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ESPECIAL

“Por vezes o movimento de buscar novas linhas de trabalho, novos produtos, novos mercados, novas profissões pode enfraquecer mais do que fortalecer”, pondera. A Revista Painel fez um levantamento inspirador de tecnologias, conceitos e produtos criados em momentos ditceis da história mundial que revolucionaram a vida de muitas civilizações.

Concreto estrutural

No período pós-Segunda Guerra Mundial, houve aceleração no desenvolvimento da tecnologia para o concreto e na exploração de suas potencialidades, inclusive como solução de acabamento e esté{ca. Foi um marco da história do concreto aparente. Entre as décadas de 1950 e 1980 surgiu o Brutalismo, movimento arquitetônico internacional que defendia a exposição das estruturas nas construções. Além de proporcionar eficiência, a demanda por construções flexíveis e de grandes vãos livres aumentou, o que resultou na evolução da tecnologia aplicada à construção civil para a obtenção de materiais e soluções de alto desempenho. Com a criação do concreto estrutural, também evoluíram os sistemas de cálculo e dimensionamento das estruturas pré-moldadas, ocorreram avanços tecnológicos na indústria do cimento e nas ciências dos materiais. Avançaram os estudos da microestrutura do concreto – resultando em produtos com maiores resistências e qualidade –, desenvolvimento de equipamentos e técnicas constru{vas, além dos sistemas pré-fabricados. As construções em concreto estrutural eram superadas sucessivamente por outras em desempenho, eficiência, altura, tamanho, vãos e formas. Revista Painel

Planejamento urbano de Londres

Os instrumentos para planejamento e reconstrução de Londres começaram a ser desenvolvidos ainda durante a Primeira Guerra Mundial. As propostas foram concebidas como projetos urbanos localizados, onde seriam construídos empreendimentos habitacionais públicos e privados. Com as leis Town Planning Act, de 1925, e a Town and Country Planning Act, de 1932, os dirigentes londrinos começaram a tomar medidas para evitar a suburbanização da cidade, que vinha acontecendo ao longo das linhas do transporte ferroviário. Os empreendedores privados que construíssem em desacordo com os ar{gos dessas leis poderiam ter seus editcios demolidos. Em 1940 foi publicado o Relatório Barlow, que era um estudo da distribuição da população industrial no Reino Unido. O levantamento recomendou a criação de um órgão central para tratar do planejamento urbano e rural, a

alteração da legislação de propriedade da terra (indenizações e apropriação da valorização decorrente da atuação pública), a dispersão do parque industrial por todo o território e o esvaziamento industrial e populacional das cidades conges{onadas. Em 1943, foi criado o Ministério de Planejamento Urbano e Rural. Foi então incorporado o ideal de buscar melhorias para os aspectos sociais. Este plano teve importante papel, pois mostrou para os líderes polí{cos uma visão do que os urbanistas consideravam uma ação abrangente para Londres, e teve enorme influência sobre planejadores de vários países.

Conjuntos habitacionais de Berlim

Depois da I Guerra Mundial foram criados vários conjuntos habitacionais em Berlim (Alemanha) devido à necessidade de uma reforma habitacional para os operários. As moradias eram escassas e o governo inves{a para con-

Conjunto habitacional Carl Legien, na Alemanha - Foto Doris Antony (Wikimedia Commons)


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ter revoltas ou disseminação dos ideais comunistas. As habitações foram erguidas entre 1913 e 1934 e {nham como obje{vo garan{r a concepção de direito social e criar espaços arejados, com boa iluminação e pra{cidade no uso. O conceito ficou conhecido como Neues Bauen (do alemão, nova construção), que refle{a a intenção de oferecer moradias com mais conforto aos trabalhadores alemães. Dentre os vários conjuntos habitacionais construídos nesse período, destacam-se: Britz, Carl Legien, Schillerpark, Gartenstadt (cidade-jardim) de Falkenberg, Siemensstadt e Weiße Stadt (Cidade Branca), construídos por profissionais reconhecidos, como Bruno Taut e Walter Gropius (fundador da escola Bauhaus). Alguns conjuntos chegam a ter mais de mil apartamentos, como o Carl Liegen, que foi construído no final da década de 1920. Outros chamam a atenção pela ousadia de seu design, como o Britz, que foi construído em forma de uma ferradura.

Movimento ecológico

Após a II Guerra Mundial começaram a surgir várias inicia{vas sociais no sen{do de combater e amenizar os problemas causados pela degradação ambiental. Em um primeiro momento, essa preocupação tomou conta de países desenvolvidos e aos poucos foi alcançando o restante do mundo, tornando-se um novo movimento social e histórico conhecido como movimento ecológico, também chamado de ambientalismo e ecologismo. Embora depois da segunda grande guerra tenha sido um período marcado pela notoriedade do movimento ecológico, antes já haviam ocorrido algumas inicia{vas nesse sen{do como, por exemplo, a Carta de Atenas (1933), que alertava sobre o caos das cidades que não estavam preparadas para sa{sfazer as necessidades básicas de seus habitantes. No entanto, foi em 1945, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), que as questões relacionadas aos problemas ambientais passaram

Conjunto Habitacional Britz, na Alemanha - Foto visualdata.dw.de

a ganhar destaque, o que resultou na criação da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que {nha como obje{vo incen{var a conscien{zação internacional acerca dos problemas ambientais. A década de 1950 ficou marcada pela preocupação ecológica da comunidade cienzfica e as décadas de 1960 e 1970 sinalizaram a preocupação ecológica ques{onando, até mesmo, o modo de vida das pessoas. Nesse período, aumentaram as a{vidades de regulamentação e de controles ambientais. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) es{mulou a criação de leis e regulamentos como, por exemplo, a Lei do Ar Puro, a Lei da Água Pura, a Lei de Recuperação e Conservação de Recursos, entre outras, passando a ser exigida a realização de Estudos de Impactos Ambientais (EIAs) como pré-requisito à aprovação de empreendimentos potencialmente poluidores.

Voos comerciais

Foi depois da II Guerra Mundial que foram criadas as linhas aéreas comerciais. Até então, os aviões eram u{lizados apenas para fins militares. Após esse período, as viagens aéreas passaram a ser realizadas por necessidade, negócios ou lazer, pela rapidez, conforto e segurança. A indústria do transporte aéreo prosperou como empreendimento comercial à medida que os avanços tecnológicos possibilitaram que as empresas desenvolvessem serviços regulares aos passageiros. Desde então, transporte aéreo moderno emergiu como um negócio internacional, oferecendo produtos e serviços para um gruAEAARP


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ESPECIAL

po diversificado de usuários, incluindo transporte para passageiros e serviço de carga para empresas. A evolução dos aviões a jato também determinou a expansão do setor.

Trem-bala

Em 1940, foi apresentada a proposta, no Japão, de uma linha de trens para passageiros e mercadorias conhecida como trem-bala (que lá se chama Shinkansen). Durante a II Guerra Mundial, o projeto foi engavetado e só foi retomado na década de 1950. Em 1959, iniciou a construção da linha Tokaido Shinkansen entre Tóquio e Osaka. O primeiro trem-bala foi inaugurado em 1964, vésperas do Jogos Olímpicos de Tóquio. Desde 1964, a linha Tokaido Shinkansen expandiu-se para ligar a maior parte das cidades do arquipélago, com velocidade de até 300 km/h, em um território que sofria constantemente com terremotos e tufões. Ao contrário das linhas mais an gas, o Shinkansen u liza túneis e viadutos para atravessar obstáculos em vez de contorna-los. Em 2015, o Shinkansen completa 51 anos. E o Japão ficou marcado na história como o primeiro país a desenvolver linhas de trem para viagens de alta velocidade.

A execução de estruturas de madeira com CDE apresenta caracterís cas que a viabilizam, se comparado ao sistema tradicional: redução do peso da estrutura em até 40%, alívio das cargas concentradas nas treliças, devido ao menor espaçamento entre si, e nas fundações, com a diminuição do peso próprio da estrutura com o menor consumo de madeira que o sistema proporciona, qualidade técnica dos projetos e industrialização das estruturas.

Coberturas de estruturas de madeira

O desenvolvimento da indústria de estruturas de madeira ocorreu, principalmente, na Europa do pós-guerra (a segunda), devido à necessidade de reconstrução rápida e econômica das cidades destruídas. Esse desenvolvimento propiciou o surgimento de um novo conector, que possibilitou a montagem das estruturas em escala industrial, as chapas com dentes estampados, chamadas de CDE. Revista Painel

Shinkansen 1964 - Foto Isto é Japão

Fontes: Monografia Concreto aparente: uma contribuição para a construção sustentável (Universidade Federal de Minas Gerais), arhgo ciengfico O Planejamento Urbano de Londres 1943-1947 (Revista Risco do Inshtuto de Arquitetura e Urbanismo da USP), portal Representações da República Federal da Alemanha no Brasil, monografia Os serviços de saneamento básico como instrumento de desenvolvimento sustentável (Universidade de Santa Cruz do Sul), arhgo ciengfico O ambientalismo como movimento vital, arhgo ciengfico Transporte aéreo de passageiros: a integração do passageiro em uma cultura de segurança de voo (Revista Eletrônica Academia de Talentos – volume 3), portal Isto é Japão, portal Pini Web, Danielle Moro da Exame Auditores Independentes


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AEAARP


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ESPECIAL

Produtos e serviços derivados da guerra Micro-ondas

As guerras também são responsáveis pelo desenvolvimento da indústria tecnológica, criando máquinas e serviços que acabam sendo incorporados pela população civil. O aparelho micro-ondas é um dos exemplos. Durante o início da Guerra Fria, em 1945, o engenheiro americano Percy Spencer trabalhava com tecnologia de radares, mais precisamente na construção de peças capazes de gerar ondas eletromagné{cas (magnetrons). Durante muitas horas de trabalho, Spencer percebeu que uma barra de chocolates que estava em seu bolso {nha derre{do, isso fez com que ele chegasse à conclusão que o doce foi aquecido pelas micro-ondas.

GPS

Já o GPS foi baseado, parcialmente, em sistemas de navegação via rádio, como o LORAN ou o Decca Navigator, que foi usado na Segunda Guerra Mundial. Como o sistema é de criação do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e atende tanto a militares quanto a civis, a prioridade no uso do GPS é sempre das forças armadas deste país. Por isso, outras nações têm trabalhado no desenvolvimento de um projeto equivalente ao do GPS, com mais precisão e facilidade no uso.

Máquina digital

Desde a década de 1950, governos têm enviado satélites espiões para a órbita terrestre. Sempre equipados com câmeras potentes e capazes de capturar imagens de territórios inimigos, esses equipamentos observam não apenas a posição de suas tropas, mas também o desenvolvimento industrial de determinada região. O problema é que naquele período, a única forma de ter acesso a essas imagens era por meio do filme fotográfico liberado pelo satélite periodicamente na atmosfera terrestre. O processo de recuperação do filme era bastante trabalhoso e muitas vezes resultava na perda das imagens. Em 1976, a NASA lançou o satélite KH-1 “Kennan”, equipado com uma câmera óp{co-elétrica capaz de transmi{r imagens em formatos digitais. Os fundamentos dessa tecnologia estão presentes até hoje nas câmeras digitais.

Controle de tráfego aéreo

An{gamente, os pilotos ficavam completamente isolados do ambiente terrestre assim que decolavam. A única forma de comunicação com pessoas no solo era por meio de gestos com bandeiras ou luzes. Porém, isso mudou com a ajuda do exército americano, que instalou o primeiro rádio de comunicação em duas vias em um avião durante a Primeira Guerra Mundial. O desenvolvimento da nova solução começou em 1915, em San Diego, e por volta de 1916, os técnicos conseguiram enviar uma mensagem via telégrafo sem fio para alguém que es{vesse a 225 quilômetros de distância. Em 1917, outro marco: pela primeira vez a voz humana foi transmi{da por um rádio instalado em um avião para um operador no solo.

Revista Painel


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Computador

O primeiro computador eletrônico do mundo, conhecido como ENIAC, começou a ser desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, mas só ficou pronto em 1946, durante a Guerra Fria. U lizado basicamente para cálculos balís cos, esse “cérebro gigante” — como a imprensa da época se referia a ele — foi peça fundamental no desenvolvimento da bomba de hidrogênio, testada pelo país em 1952. O ENIAC pesava 30 toneladas, ocupava um espaço de 167 m² e realizava cerca de 5 mil operações por segundo.

Internet

Ainda durante a Guerra Fria, os Estados Unidos buscavam um meio de comunicação e de armazenamento de dados que con nuasse funcionando mesmo que parte dele vesse sido bombardeada. Assim, a ARPA, agência militar especialmente desenvolvida para a criação desse projeto, financiou estudos e pesquisas acadêmicas que pudesse levar à criação da ARPANET, como era chamada a internet naquela época. No início, o acesso a essa rede estava restrito para usos militares, sendo, mais tarde, liberado também para o uso acadêmico. No Brasil, a internet já possui mais de 20 anos de existência, sendo que a comercialização do serviço para o público em geral só aconteceu em 1994. Fonte: Tecmundo

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ESPECIAL

10 mandamentos de marketing para engenheiros e arquitetos

Empreendedorismo: saiba avaliar o que é necessário melhorar no seu negócio

O livro “Os pecados do Marke ng na Engenharia e na Arquitetura”, escrito pelo engenheiro Ênio Padilha, mostra alguns erros que são come dos por alguns profissionais. Em um ar go publicado no portal Fórum da Construção, Ênio elencou os 10 mandamentos do marke ng para garan r o sucesso dos negócios de engenheiros e arquitetos.

1. Definir claramente uma linha de produtos

Engenheiros e arquitetos, pela formação e pelo registro profissional, profissional, estão habilitados para atuar em serviços serviç muito diferentes. Um engenheiro civil, por exemplo, pode fazer desde projetos proje de construção civil para residências de pequeno porte até consultoria técnica especializada para obras pesadas, como pontes e viadutos, por exemplo. Muita gente, por falta de orientação, permanece por muitos anos como um “faz tudo”. Nunca Nunc consegue fixar uma imagem clara no mercado, reduzindo as chances de sucesso profissional.

Revista Painel

2. Produzir serviços de qualidade compa veis a necessidade, exigência, desejo e disponibilidade dos clientes

Sem um produto de boa qualidade não existe marke marke ng ng de bons resultados. Fazer um trabalho “mais ou menos” e achar que ninguém vai notar é muita ingenuidade. Os serviços devem ser bem feitos e completos. É preciso se apresentar ao mercado como uma opção de solução ão completa e não apenas como partee do problema. Também é importante observar observar que a qualidade do produto n não ão é ilimitada. O limite está determinado, rminado, entre outras coisas, pela disposição que que o cliente tem para pagar pelo que eestá stá demandando.

3. Atualizar-se permanentemente

Você conhece um bom atleta que não invista muito d do o seu tempo em treinamento? Para arquitetos e eengenheiros ngenheiros treinamento significa atualizar-se per-

manentemente. Par cipar Par cipar de cursos, palestras, seminários, congressos, feiras, convenções. Ler livros técnicos e gerenciais. Assinar as revistas técnicas da sua área de atuação. Fazer pesquisas de mercado. E, se ver ver talento e disposição, fazer experiências. Desenvolver teses profi profissionais. ssionais. Ousar, criar e fazer registro de resultados. Essas prá prá cas cas de “treinamento” vão deixar o profi profissional ssional de engenharia e arquitetura em “boa forma”, e sempre mais compe compe vo. vo.

4. Definir preços compa veis com o mercado e ter uma boa polí ca de negociação de preços

Preço é um problema que precisa ser enfrentado com profissionalismo. enfrentado profissionalismo. As dificuldades difi culdades naturais da precifi precificação cação de serviços tornam essa tarefa ainda de mais complicada. É preciso ajustar o mais preço do produto (e, muitas vezes, isso preço implica fazer ajustes no próprio proimplica duto) ao duto) po po de mercado que se quer conquistar. Também é fundamen conquistar. fundamental ter uma polí uma polí ca ca de negociação de preços,


0 definindo claramente a fl flexibilidade exibilidade possível el para descontos, isenções e formas rmas de pagamento.

5. Ser disponível

Engenharia e arquitetura são duas profissões essencialmente móveis. Isso significa que engenheiros e arquitetos não exercem seu otcio em um ponto fixo. Isso dá uma dimensão diferenciada à noção de ponto comercial. Vai além do endereço tsico do escritório. Inclui todos os canais de comunicação que permitem manter contato com os clientes. Ser disponível e acessível significa ter uma polí{ca inteligente de u{lização para cada um dos meios de comunicação (celular, internet, secretária eletrônica, caixa postal etc.). Entender cada um desses equipamentos como uma porta aberta para o mercado dá a visão correta dos obje{vos mercadológicos (marke{ng) de cada um deles.

6. Escolher com critérios profissionais os colaboradores

As pessoas são elementos vitais. Dar treinamento adequado às pessoas que fazem parte da empresa é fundamental, pois caso o cliente não seja bem atendido pela secretária, por exemplo, ele poderá transferir esse demérito para o profissional. profissional. Então, En é preciso observar duas coisas: não se pode construir uma organização de serviços vencedora sem treinamento constante das pessoas e não adianta inves{ inves{rr em treinamento se as pessoas que fazem parte da organização forem mal selecionadas e não apresentam qualidades mínimas necessárias.

7. Sistema{zar os processos, organizar a empresa, valorizar a disciplina

Engana-se quem imagina a arquitetura ou a engenharia como a{ a{vidades vidades em que a cria{vidade cria{vidade é tudo. Cria{ Cria{vidade vidade é apenas um dos recursos necessários para o exercício dessas profissões. profissões. Grandes ar{ ar{stas stas e cien{stas cien{stas são muito cria{vos. cria{ vos. Mas são também muito organizados e disciplinados. Um escritório de engenharia ou de arquitetura precisa ser exato. As coisas precisam estar sempre no lugar. As informações precisam ser acessíveis quando necessárias. As tarefas precisam ser cumpridas no tempo e os resultados não podem ser aleatórios. Portanto, inves{ inves{mentos mentos em organização e disciplina são fundamentais para o marke{ng de uma empresa.

8. Fugir das parcerias inúteis. Fazer parcerias produ{vas

A frase “diga-me a-me com quem andas e eu te direi quem és” define define bem a importância da polí{ca polí{ca de parcerias para o marke{ng de uma empresa. Por trás de uma boa polí{ca polí{ca de parcerias está também a possibilidade de unir forças, compensar mpensar defi deficiências, ciências, reduzir custos e expandir horizontes de atuação comercial.

9. Divulgar a sua empresa e seu produto

Serviços de engenharia e de arquitetura são produtos de consumo restrito. Isso significa que as prá{cas e os recursos de promoção (publicidade e propaganda) válidos para a maioria dos pro-

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dutos podem não ser eficientes quando aplicados ao nosso ramo de negócios. Determinar uma polí{ca inteligente de promoção da empresa ou do produto passa, necessariamente, por uma análise muito criteriosa da relação custo/benetcio. Mídias alterna{vas precisam ser exploradas, como a mala direta, os jornais corpora{vos, as revistas especializadas, a par{cipação em eventos, feiras e congressos, a atuação em en{dades de classe e outros recursos. O processo de venda dos serviços também precisa ser desenvolvido e aprimorado con{nuamente. Serviços de engenharia e arquitetura são importanzssimos e de extrema u{lidade, agregando valor ao produto final e produzindo lucros para quem os compra. Mas costumam ser produtos terrivelmente mal vendidos.

10. Usar o pós-venda para provocar a propaganda boca-a-boca

A tal da “propaganda boca-a-boca” é a melhor e mais eficiente forma de divulgação de produtos do setor. Mas é preciso provocar o comentário posi{vo e é preciso fazer com que o tal elogio seja efe{vo. Em outras palavras: é preciso es{mular o cliente sa{sfeito para que ele fale bem do seu produto e que ele fale as coisas certas, que possam convencer outras pessoas a procurar pelos seus serviços. Isso não é uma tarefa fácil. Porém, o profissional de engenharia ou de arquitetura que desenvolver essas habilidades, obterá resultados fantás{cos.

Fonte: Fórum da Construção

AEAARP


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REGISTRO

Horas

muito felizes Evento encerrou 2014 na AEAARP

Associados e seus familiares par{ciparam de horas felizes em dezembro na Associação, como diz a expressão em inglês Happy Hour que deu nome ao evento. A Banda do Marista foi a grande atração do dia, que teve muito bate papo, bebida gelada e comunhão entre os presentes. Nesta página, a revista PAINEL deixa registrado o clima harmonioso da festa.

Revista Painel


NONOTECNOLOGIA

A grande

mudança Na USP, pesquisadores conquistam espaço com nanopargculas

Em quatro anos de existência, o Núcleo de Apoio à Pesquisa em Nanotecnologia e Nanociências (NAP-NN) da USP, que trabalha em pequenas soluções para grandes problemas, já tem mais de 25 ideias patenteadas. Para o professor Henrique Eisi Toma, do Ins{tuto de Química (IQ) da USP, coordenador do Núcleo, os projetos desenvolvidos nos 10 laboratórios de pesquisas do NAP-NN têm o poder de promover mudanças importantes no des{no do país. Os laboratórios do NAP-NN congregam o Ins{tuto de Química (IQ), o Ins{tuto de Física (IF) e a Escola Politécnica (Poli), além de mais de 60 pesquisadores, colaboradores de outras universidades, ins{tuições de pesquisa e do setor público e privado. Para o professor Henrique, os especialistas do núcleo não são apenas funcionários trabalhando, mas cien{stas que estão desbravando caminhos do conhecimento. Eles são de áreas complementares nos campos da Física, da Química e da Engenharia, o que permite uma abordagem complexa dos desafios associados aos projetos acadêmicos e de cunho tecnológico. O NAP-NN integra o SisNANO, uma inicia{va do governo federal que interliga centros nano por todo o país. O Nú-

cleo, por meio do SisNANO-USP, é membro do sistema SisNANO do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, oferecendo especialistas e infraestrutura para a prestação de serviços diversos de análise e desenvolvimento, par{cularmente na preparação, funcionalização, compa{bilização e caracterização de nanomateriais. “O SisNANO é a porta de ação para a comunidade, pois permite que os centros realizem trabalhos para ins{tuições que não teriam os recursos sozinhos”, esclarece Henrique. “Os laboratórios são caros, com equipamentos de úl{ma geração e equipe muito especializada. O governo consegue poupar milhões u{lizando as parcerias em serviços de alzssima qualidade, mas pouco conhecidos”. A inicia{va representa uma nova visão sobre colaboração cienzfica e de pesquisa.

As patentes revolucionárias

Entre as patentes, o professor destaca a Nanohidrometalurgia Magné{ca – nanoparzculas superparamagné{cas que podem ser u{lizadas para a captura e transporte de metais de grande interesse econômico e ambiental a par{r de solução aquosa. O processo não u{liza solventes orgânicos, uma alterna{va mais limpa para o processo de hidrometalurgia convencional. O Brasil explora

apenas 30% de seus minérios, potencial que poderia aumentar com o uso da Nanohidrometalurgia. “Hoje o Brasil vende suas riquezas em formato de ‘pedras’, em estado bruto. Se u{lizasse esse novo processo, poderia refinar a exploração dos mesmos minérios e ampliar drama{camente seu valor.” A Nanohidrometalurgia Magnéhca pode ter também aplicações no campo de extração de petróleo. As nanoparzculas seriam inseridas na rocha da qual o petróleo é extraído atualmente e poderiam ser magne{camente guiadas por ímãs, facilitando o trabalho e ampliando o volume extraído. Outra patente envolve as mesmas nanoparzculas, mas em um campo completamente dis{nto, o da biotecnologia, com as enzimas magné{cas. Nesse ramo especializado da biologia, enzimas são constantemente u{lizadas para a produção de uma infinidade de produtos farmacêu{cos. Entretanto, são caras e em geral u{lizadas uma única vez. Com o auxilio da nanotecnologia, nanoparzculas se uniriam às estruturas das enzimas, impedindo sua deformação pelo uso, aumentando a eficiência e permi{ndo um fato inédito: a reciclagem de enzimas após sua u{lização. Fonte: Agência USP

AEAARP

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ENGENHARIA

Pontes que desafiam

a engenharia

Conheça pontes da China, Inglaterra, Malásia e França que apresentam soluções surpreendentes

O engenheiro Catão Francisco Ribeiro, em palestra na AEAARP, expôs os desafios que a engenharia e a arquitetura devem transpor para erguer uma ponte e fez grande defesa desta obra em detrimento de outras soluções viárias, como os túneis. Para ele, e para muitos, as pontes são funcionais, por unirem dois pontos de ditcil acesso, e surpreendentes, por se-

rem capazes de suportar grandes cargas e vencer longos vãos. A revista PAINEL reproduz a seguir um levantamento da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que revela as obras surpreendentes das pontes Danyang–Kunshan Grand Bridge (China), Gateshead Millennium Bridge (Inglaterra), Langkawi Sky Bridge (Malásia) e Millau Viaduct (França).

CHINA | Danyang–Kunshan Grand Bridge

Trata-se da ponte com maior extensão do mundo, com 164,8 km, projetada para permi{r o acesso a uma região de pântanos, lagos e rizicultura. A Danyang–Kunshan Grand Bridge segue pra{camente paralela ao rio Yangtze, unindo, de leste a oeste, os centros mais populosos do norte da província de Jiangsu.

INGLATERRA | Gateshead Millennium Bridge

Esta ponte inglesa chama a atenção por sua mobilidade não convencional. Erguida sobre o rio Tyne, ela atrapalharia o fluxo de embarcações altas. Porém, a engenharia encontrou solução mais adequada: ela não se abre ao meio, como a maioria das pontes construídas nas mesmas condições, mas é impulsionada por alavancas hidráulicas que a fazem rotacionar 40 graus, permi{ndo a passagem de barcos, pedestres e ciclistas, cada um a seu tempo. A ponte é bem conhecida. Sua imagem já estampou moedas de uma libra. A construção tem até um apelido: “O Olho que Pisca”.

Revista Painel


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MALÁSIA | Langkawi Sky Bridge

O diferencial desta construção é a sua estrutura de sustentação. Numerosos cabos e pilastras ao longo de seu comprimento foram subs tuídos por apenas uma pilastra com diversos cabos que partem do mesmo ponto. O visual da região é favorecido por sua localização 700m acima do nível do mar com a floresta embaixo da passarela.

FRANÇA | Millau Viaduct

Esta ponte chama a atenção também por ser a mais alta do mundo, com 343 metros no topo de seus pilares e 270m a distancia entre os carros e o chão, vencendo o imenso e profundo vale do rio Tarn no sudoeste da França. Fonte: Blog do Programa de Educação Tutorial da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

AEAARP


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AGROENERGIA

Dá pra fazer etanol

com cogumelos? Segundo a Embrapa, sim, e aposta na produção de cogumelos para agregar valor à cadeia do biodiesel

Fausto Carraro Engenheiro civil da Central de Desempenho

Agora os cogumelos também poderão servir para a geração de energia renovável. Existem cerca de 4.500 espécies de cogumelos comes veis no mundo e os mais conhecidos no Brasil são shiitake (Lenhnula edodes), shimeji (Lyophyllum shimeji), cogumelo do sol (Agaricus blazei) e champignon de Paris (Agaricus bisphorus). Em razão da importância econômica e da funcionalidade desse alimento, pesquisadores da Embrapa Agroenergia, em parceria com outras unidades da empresa e outras ins tuições, apostam na produção de cogumelos para agregar valor à cadeia do biodiesel aproveitando os resíduos gerados nas usinas. Os estudos se concentram na redução Revista Painel

ou eliminação dos compostos tóxicos dos subprodutos da extração do óleo de pinhão-manso e algodão, chamados de tortas ou farelos. Os materiais gerados correspondem a cerca de 70% do peso do grão, a parte sólida, e o restante é o óleo. Dar um des no a esses resíduos é fundamental para tornar a cadeia produ va dessas oleaginosas sustentáveis, ampliando ainda mais as fontes de renda para o agricultor familiar associado às indústrias do biodiesel. Atualmente, devido à toxicidade, as tortas de algodão podem ser u lizadas apenas em pequena quan dade na nutrição de animais ruminantes, no caso da torta de pinhão-manso, apenas como adubo. “Com a destoxificação desses produtos

será possível ampliar o mercado das tortas, permi ndo que ela seja, inclusive, fornecida a animais monogástricos, como suínos e aves”, explica a pesquisadora da Embrapa Agroenergia Simone Mendonça, líder do estudo. O obje vo das pesquisas é promover o crescimento dos cogumelos, u lizando as tortas como meio de cul vo em subs tuição à serragem, bagaço de cana-de-açúcar, capim-elefante e outros pos de biomassa atualmente u lizados. Com isso, será possível cul var os cogumelos e ao mesmo tempo destoxificar as tortas, uma vez que alguns cogumelos, ao crescerem, produzem enzimas capazes de ina var os compostos tóxicos. As tortas, além de destoxificadas, ficarão mais ricas nutricionalmente, pois este cul vo aumenta a diges bilidade das fibras da torta e incrementa o teor de proteínas. Essas ações fazem parte do projeto “Destoxificação de tortas/farelos da cadeia do biodiesel através de compostagem associada ao cul vo de cogumelos”, liderado pela Embrapa Agroenergia, com duração de três anos e com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien fico e Tecnológico (CNPq). Por meio dessa estratégia, os cien stas esperam obter quatro produtos: os cogumelos, a torta para mistura à ração animal, o biofer lizante e o resíduo para a produção de etanol de segunda geração (2G). Tanto o resíduo


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do pinhão-manso quanto o do algodão irão enriquecer os biofer lizantes com proteínas, nitrogênio, fósforo, potássio e microrganismos.

A destoxificação

A Embrapa tem diversas estratégias para re rar ou ina var os ésteres de forbol encontrados na torta do pinhão-manso, que são os compostos químicos que impedem que a cultura se torne viável no mercado do biodiesel. Um dos caminhos é o tratamento biológico. “Nossa proposta é que os resultados agreguem valor à cadeia dos biocombus veis, da alimentação animal, e também à nossa alimentação”, esclarece a pesquisadora Simone, explicando que a ideia é integrar as cadeias com a ajuda das indústrias e da agricultura familiar. “Vamos dar mais uma alterna va de matéria-prima ao produtor de cogumelo e isso beneficiará outras cadeias”, diz Félix Siqueira, pesquisador da Embrapa Agroenergia. Nos laboratórios, em Brasília, fungos de podridão-branca têm demonstrado bom crescimento em tortas de pinhão-manso cuja cultura ainda está em processo de domes cação. Seu grande potencial produ vo, no entanto, tem mo vado diferentes esforços de pesquisa com o obje vo de domes car a oleaginosa. O interesse comercial no cul vo de pinhão-manso no Brasil ganhou força a par r de 2006, coincidindo com início do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, implantado em dezembro de 2004. A par r de 2010, a Embrapa iniciou um projeto vislumbrando viabilizar a cultura, desde a domes cação até o uso do óleo e da torta, o BRJatropha, com recursos da Agência Brasileira de Inovação (Finep). “Vale lembrar que o pinhão-manso é

uma aposta na produção de biodiesel por ter potencial de produção de óleo até três vezes maior que a soja”, diz Bruno Laviola, pesquisador da Embrapa Agroenergia e líder do BRJatropha. O centro de pesquisa conta com um Banco A vo de Germoplasma (BAG), instalado em parceria com a Embrapa Cerrados, no campo experimental em Planal na (DF), com acessos do país e do exterior. Além disso, há experimentos implantados em várias unidades da empresa nas diversas regiões brasileiras. Outra cultura a ser testada é a do algodão, a terceira em importância na produção de biodiesel. O algodão é aproveitado especialmente para vestuário e fibras. Do caroço é ob do o óleo e o farelo é u lizado na mistura da ração animal. Esse subproduto ainda é um dos gargalos da cultura. Embora já u lizado na alimentação de animais ruminantes, como bovinos e caprinos, o caroço do algodão também possui um componente tóxico, o gossipol, que limita o uso para esse fim. Simone explica que esse elemento pode causar efeitos nega vos no crescimento, reprodução e no desempenho dos animais, e é mais tolerado por ruminantes adultos do que por monogástricos, os quais têm dificuldade de digerir dietas com alto teor de fibras. “O que queremos é dar oportunidade de aumentar essa porcentagem. Se conseguirmos rar essa substância, os produtores de suínos e aves irão agregar a torta de algodão à alimentação animal”, explica a pesquisadora.

Outros produtos

Para produzir o etanol de segunda geração (2G) é necessário efetuar o pré-tratamento da biomassa, a etapa de maior custo na produção do combus -

vel. Nesse caso, a biomassa u lizada na produção do cogumelo poderá ser usada na obtenção do etanol, pois já foi pré-tratada pelas enzimas produzidas pelos cogumelos durante o seu crescimento. A equipe vai u lizar dois métodos de pré-tratamento da torta a ser u lizada como substrato para o crescimento dos cogumelos. Primeiramente, será u lizado o sistema axênico, que promove a eliminação prévia de todos os microrganismos da torta. Nesse caso, apenas um fungo é cul vado de forma que se possa avaliar os de melhor desempenho e verificar a presença dos elementos tóxicos no cogumelo e na torta vegetal. Os cogumelos que conseguiram crescer no meio de cultura contendo uma única fonte nutri va serão levados para compostagem. As espécies que estão em testes nesse período são provenientes das coleções de cogumelos da Embrapa Recursos Gené cos e Biotecnologia, Embrapa Florestas e Ins tuto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Serão testadas, ao longo do projeto, cerca de 200 espécies, aumentando a chance de encontrar potenciais cogumelos e selecionar os de melhor desempenho na redução de substâncias tóxicas. Por meio de uma parceria com uma empresa de cogumelos comes veis do Distrito Federal, serão realizados testes para a produção em escala. Para testar a eficácia da destoxificação das tortas na alimentação animal, a Embrapa conta com a parceria da Universidade Federal de Lavras (Ufla). As tortas destoxificadas serão usadas como um dos ingredientes das misturas alimentares já fornecidas a suínos e aves. Fonte: Embrapa AEAARP


ENERGIA

Destine 16% do valor da ART para a AEAARP (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto)

Maior usina solar

flutuante do mundo No Japão, central terá 50 mil placas para geração de energia

Agora você escreve o nome da entidade e destina parte do valor arrecadado pelo CREA-SP diretamente para a sua entidade

Contamos com sua colaboração!

Será construída na cidade de Chiba, no Japão, a maior usina solar flutuante do mundo, com potência instalada de 13,4 MegaWa{s (MW) e capacidade de geração de energia suficiente para 4.700 casas. O empreendimento será desenvolvido pelas empresas Kyocera Corpora on e Century Tokyo Leasing Corpora on e quebrará o recorde da usina flutuante construída em Kagoshima pelo mesmo grupo. A usina será composta por 50 mil placas fotovoltaicas instaladas em uma ilha ar ficial geométrica sobre o Lago

de Chiba. A previsão das empresas é de que sejam gerados 15.635 MW de energia por ano. O grupo liderado pela Kyocera firmou acordo em 2012 para instalar centrais solares ao redor do Japão, com o obje vo de minimizar a dependência do país da energia elétrica gerada em centrais nucleares. A construção de usinas flutuantes tem o intuito de administrar melhor os espaços disponíveis para empreendimentos japoneses. Fonte: insfraestruturaurbana.pini


ENERGIA

Canal da Nicarágua

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INDICADOR VERDE

Empreendimento orçado em 50 bilhões de dólares é três vezes maior que o Canal do Panamá

87,8 MWh

Está em construção a obra do Grande Canal da Nicarágua, que ligará os oceanos Atlân co e Pacífico em um percurso de 278 km de extensão. O empreendimento, orçado em 50 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 133 bilhões, será três vezes maior que o Canal do Panamá e é considerada a maior obra de engenharia do mundo. Com prazo de execução das obras es mado em dez anos, o projeto será executado pelo Hong Kong Nicaragua Canal Development (HKND), consórcio internacional que tem à frente a chinesa Beijing Xinwei Telecom Technology Co, que também irá operar o canal por 50 anos. O canal transoceânico terá largura entre 230 e 520 metros e profundidade de 30 metros. As obras serão iniciadas com a abertura de estradas em direção

à comunidade Rio Grande e a instalação de frentes de trabalho que facilitem a execução dos serviços. Além do canal, serão construídos dois portos, um aeroporto, um parque industrial e um centro turís co. De acordo com a empresa britânica de consultoria Environmental Resources Management (ERM), contratada pelo consórcio, aproximadamente 29 mil pessoas serão desalojadas. Agricultores, comunidades indígenas e en dades ambientalistas estão se manifestando contra o projeto, uma vez que o canal cortará ao meio o Lago Nicarágua, principal fonte de água doce da América Central. A previsão é de que as obras empreguem 250 mil pessoas direta e indiretamente.

Foi a produção da Itaipu no ano de 2014, considerada acima das expectativas para um cenário a pico, uma vez que foi registrada no período da maior seca em 84 anos. A Itaipu é a maior usina em geração acumulada de energia, com 2,2 bilhões de MWh. Em 2014, a hidrelétrica brasileiro-paraguaia atingiu o melhor índice de desempenho dos 30 anos de geração, com 99,3% de eficiência operacional. Pra camente não houve perdas. Toda água turbinável foi usada na geração de energia. Na prá ca, significa que se Itaipu tivesse mais matéria-prima para operar, mais energia seria gerada pela usina. A meta de Itaipu é chegar aos 100 milhões anuais de MWh, o que deve acontecer em um ano de regime hidrológico bom, a exemplo do que ocorreu em 2013, quando Itaipu bateu, pela segunda vez consecu va, a marca mundial de geração, com 98,6 milhões de MWh. Fonte: itaipu.gov.br

Fonte: insfraestruturaurbana.pini AEAARP


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PESQUISA

Modelo matemático simula comportamentos de inseto para controlar praga agrícola (foto: Pablo Dikro)

Matemática

no controle de pragas

Pesquisadores simularam comportamento do inseto em modelo matemáhco, que poderá ser desenvolvido também para outras pragas Um modelo matemá{co desenvolvido por pesquisadores do Ins{tuto de Biociências (IBB) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, com base no comportamento da praga agrícola Diabro{ca speciosa, popularmente conhecida como vaquinha verde-amarela, pode levar a estratégias para frear a dispersão dos insetos e minimizar os danos às plantações. O modelo é resultado da pesquisa “Modelos matemá{cos aplicados ao controle de insetos”, realizada com o apoio da FAPESP, que simulou padrões de comportamento da praga em quatro dos principais cul{vos u{lizados como hospedeiros: feijão, soja, batata e milho. Além das caracterís{cas nessas plantações, os pesquisadores conRevista Painel

sideraram variáveis como o tempo de desenvolvimento das larvas, a mortalidade dos insetos adultos nas diferentes paisagens e suas taxas de oviposição, a quan{dade de ovos colocados. O obje{vo era inves{gar, por meio do modelo matemá{co desenvolvido, meios de manipulação do habitat do inseto para regular sua densidade populacional naturalmente. “Trata-se de uma estratégia de manejo integrado de pragas, que busca manipular o ambiente por meio das próprias plantas como elementos de controle da dispersão dos insetos, mantendo-os em níveis populacionais que não afetem o crescimento e o rendimento dos cul{vos”, explicou à Agência FAPESP Cláudia Pio Ferreira, do IBB, coordenadora da pesquisa.

De acordo com a pesquisadora, entre os benetcios do manejo integrado está a diminuição do impacto do uso ostensivo de produtos químicos no combate às pragas. “Os maletcios dos agrotóxicos à saúde humana e o aumento da resistência dos insetos a pes{cidas são evitados quando se adotam medidas de controle que levem em consideração os padrões de comportamento das pragas nas paisagens modeladas”. Entre as soluções de manejo apontadas pelo modelo está o uso do milho como barreira para a dispersão da praga. “A Diabro{ca speciosa se reproduz menos quando o hospedeiro é o milho, pois tem mais dificuldade em persis{r e colonizar nesses cul{vos. O modelo constatou, por meio das simulações


revistapainel 23

matemá cas, que a expansão da praga é, de fato, freada quando a variável do milho é inserida entre as dos cul vos de outras plantas”, disse Ferreira. A interação das caracterís cas fisiológicas e comportamentais do inseto com as diferentes configurações espaciais e temporais das paisagens modeladas pelos pesquisadores mostrou, ainda, que a colocação de plan os de milho na periferia dos cul vos diminui ainda mais a probabilidade de invasão. “Essa é a chave para o controle dessa população de insetos e para proteger os cul vos de interesse”, afirmou.

Interdisciplinaridade

A modelagem teve colaboração de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), por meio da pesquisa Modelagem ecológica aplicada à dinâmica populacional e de interações tróficas em insetos de importância econômica, também realizada com o apoio da FAPESP. “A Diabro ca speciosa é uma praga que afeta interesses econômicos, a nge dras camente os pequenos produtores e o método de controle mais usado ainda é o emprego de inse cidas químicos. Pesquisas de campo com o inseto são dispendiosas por causa da dificuldade prá ca do controle do inseto, mas o modelo matemá co foi capaz de prever esse comportamento virtualmente u Um ar go sobre o modelo matemá co sobre a praga vaquinha verde-amarela em cul vos de feijão, soja, batata e milho foi publicado na revista Landscape Ecology, disponível do atalho spinger.com/article/10.1007%2 Fs10980-014-0073-4.

lizando os parâmetros fornecidos pela Esalq”, explicou Ferreira. Os pesquisadores do IBB u lizaram a metodologia matemá ca de análise de agrupamento, que envolve vários algoritmos relacionados aos padrões de comportamento dos insetos e das plantas, para determinar as probabilidades de interação entre a praga e seus hospedeiros. A par r de dados de laboratório fornecidos pela Esalq sobre o ciclo de vida da praga, os pesquisadores do IBB produziram desenhos teóricos das paisagens a fim de modelar essa interação com as plantas nas fases de larva e adulta do inseto. Além da probabilidade de o milho frear a expansão da praga, o modelo demonstrou que a taxa de oviposição e o tempo em que o inseto permanece na fase imatura são as variáveis mais sensíveis a fatores externos, como a temperatura. “O entendimento sobre essa sensibilidade pode auxiliar na previsão de surtos”, disse Ferreira. Os pesquisadores do IBB trabalham agora na modelagem matemá ca de padrões em paisagens dinâmicas, considerando múl plos fatores e outros elementos de cul vos diversos, como a transgenia. “Essas paisagens são naturalmente dinâmicas, sofrendo influências de diversos fatores além do ciclo de vida dos insetos e das caracterís cas das plantas. Por isso, os próximos modelos deverão contemplar essa complexidade.” Os modelos também poderão ser adaptados ao comportamento de outras pragas, avalia Ferreira. “Há outros insetos de grande importância agrícola que têm comportamento semelhante ao da Diabro ca speciosa. Estão sendo ob dos dados dessas pragas para ampliarmos as possibilidades de aplicação do modelo.” Fonte: Agência Fapesp

ANUNCIE NA PAINEL

16 | 2102.1719

angela@aeaarp.org.br

AEAARP


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CREA-SP

Para exercer a profissão em outra região,

tire um visto

O ar{go 69 da Lei nº 5.194/66, que regulamenta as profissões nas áreas da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia, determina que somente poderão participar de licitações empresas e profissionais que apresentem “visto do Conselho Regional da jurisdição onde a obra, o serviço técnico ou projeto deva ser executado”. Essa aplicação foi reforçada pela previsão con{da no inciso I do ar{go 30 da Lei nº 8.666/93, que autoriza o órgão ou en{dade licitante a exigir, para fins de qualificação técnica dos interessados, “registro ou inscrição na en{dade profissional competente”. Conforme Resolução 413/93 do CONFEA, a pessoa jurídica registrada em qualquer Conselho Regional, quando for exercer a{vidades em caráter temporário na jurisdição de outro Regional, fica obrigada a auten{car nele o seu registro, concedido para os seguintes efeitos e prazos de validade: - Execução de obras ou prestação de serviços: não será superior a 180 dias e poderá ser concedido para a{vidades parciais do objeto social da pessoa jurídica. Será válido para exercer as a{vidades, com os respec{vos responsáveis técnicos, na jurisdição do CREA onde serão executadas as a{vidades técnicas. O responsável técnico da pessoa jurídica para cada a{vidade a ser exercida na nova região, deve estar registrado ou com o respec{vo registro visado no conselho regional onde for requerido o visto. Revista Painel

- Participação em licitações: será concedido até a validade da cer{dão do CREA de origem da empresa somente para par{cipação em licitações na jurisdição do CREA onde será realizado o cer-

tame. Esse {po de visto não tem validade para a execução de obras ou prestação de serviços, cumprindo à pessoa jurídica, caso seja vencedora, solicitar seu visto para execução de obras.

Unidades dos CREAs Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Pará Paraíba Paraná Pernambuco Piauí Roraima Rondônia Rio de Janeiro

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MEIO AMBIENTE

Muito além

da chuva

Pesquisa da Esalq inveshga as razões da crise hídrica e revela que falta mais diálogo do que chuva

Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba-SP, avaliou, entre 2013 e 2014, a governança e o diálogo que envolvem o Sistema Cantareira, que capta e trata a água para o abastecimento de cerca de 8,8 milhões de pessoas da Grande São Paulo. O estudo de Micheli Kowalczuk Machado, que é mestre e doutora em Ecologia Aplicada, permi u constatar que a atual situação do Sistema é um problema de governança, acentuado pelas questões climá cas e por sua realidade socioambiental. Falta de ar culação e diálogo também contribuíram com o colapso do Sistema. Atualmente, a outorga do Sistema Cantareira é da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Apesar de vencer em agosto de 2014, sua vigência foi prorrogada até 31 de outubro de 2015 (Resolução Conjunta ANA-DAEE no. 910, de 07 de junho de 2014). “É claro que a Sabesp tem enorme responsabilidade sobre esse Sistema, mas temos de considerar também a responsabilidade do governo, dos Conselhos Gestores das Unidades de Conservação, dos Comitês de Bacias Hidrográficas e da sociedade civil em geral. São todos atores que interferem diretamente na realidade do Sistema”, relata Micheli. O Cantareira é um dos maiores sistemas de água do País e sua realidade socioambiental está envolvida com te-

mas como gestão da água, conflitos de uso, conservação ambiental e disponibilidade hídrica. “Várias organizações e ins tuições que atuam no Cantareira, apesar de terem obje vos comuns, não interagem entre si”, conta. Segundo Micheli, as ações desenvolvidas geralmente estão relacionadas com obras de infraestrutura e saneamento. Fatores como a vontade polí ca; a demanda crescente pelo uso da água; a degradação ambiental dos mananciais; a expansão urbana desordenada; o desperdício no próprio Sistema e a falta de envolvimento e conhecimento da população acerca da realidade da área demonstram que não se trata somente de um problema de falta de chuvas. A pesquisadora avaliou como são e como devem ser a governança e o diálogo que envolvem o Sistema. A especialista em educação ambiental adotou como metodologia uma pesquisa qualita va realizada em três fases: exploratória, trabalho no campo e análise dos resultados. O resultado mostra que não existe nenhum po de mecanismo de interação entre as ações das Unidades de Conservação e dos Comitês de Bacias Hidrográficas. “Ações ar culadas entre essas organizações são essenciais e cada vez mais necessárias para procurar soluções”, afirma. Segundo Micheli, a população deve estar realmente envolvida nas discussões, por isso há também a

necessidade de elaborar estratégias que ampliem a par cipação e a mobilização social e que trabalhem o diálogo. O estudo revela, ainda, que existe potencial para que a governança e o diálogo aconteçam, tendo em vista a existência de fóruns de debate e de instrumentos que buscam garan r a par cipação de diversos atores sociais nas discussões de temá cas relacionadas ao Sistema. De acordo com a pesquisadora, “se não forem realizadas mudanças na forma como os recursos hídricos são geridos, teremos apenas medidas palia vas que terão resultados por um curto período de tempo, além de novos episódios de escassez, talvez ainda piores e que afetarão a economia, a qualidade de vida e o meio ambiente”. “Nascentes preservadas garantem quan dade e qualidade da água e sua conservação é fundamental para a manutenção dos recursos hídricos”, declara Micheli. A pesquisadora ressalta que se não houver tratamento de esgoto nos municípios, esses recursos estarão expostos à contaminação, o que prejudicaria o abastecimento. E ainda seria necessário elaborar programas de conscien zação para os usuários (população, indústrias e produtores rurais) que es mulassem a conservação e o uso consciente. Fonte: Agência USP AEAARP

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NOTAS E CURSOS

Inscrições para prêmio de arquitetura

Guia de Brasília específico para arquitetos

O Ins tuto Tomie Ohtake, em parceria com a AkzoNobel, anunciou a segunda edição do Prêmio de Arquitetura Ins tuto Tomie Ohtake AkzoNobel, que tem como obje vo reconhecer projetos construídos nos úl mos oito anos, desenvolvidos por arquitetos brasileiros ou estrangeiros que vivam no Brasil há pelo menos dois anos. A comissão julgadora, composta pelos arquitetos Abílio Guerra, Carlos Teixeira, Priscyla Gomes e Shundi Iwamizu, irá avaliar a qualidade do projeto em relação às soluções formais e técnicas u lizadas, assim como a consistência e a originalidade dos processos cria vos. Serão selecionados até dez projetos para par cipar da exposição na sede do Ins tuto e os três melhores serão premiados com viagens internacionais. Todas as propostas finalistas serão publicadas no catálogo do prêmio. As inscrições serão de 2 de fevereiro a 10 de abril e os profissionais poderão par cipar com mais de um projeto. Fonte: au.pini

Aumenta o número de mulheres engenheiras Pesquisa do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que a proporção de mulheres entre os engenheiros no estado de São Paulo subiu de 15% em 2005 para 19% em 2013. Desde 2003, foram gerados 10 mil postos de trabalho para as profissionais de engenharia, enquanto os homens ocuparam 30 mil novas vagas.Segundo o levantamento, as mulheres ganham 19% a menos do que os homens. O salário médio de um engenheiro no estado passou de R$ 7.722,6 em 2003 para R$ 9.023,8 em 2013. Em 2003, o setor empregava formalmente no estado 51.310 mil pessoas, enquanto no ano passado o número aumentou para 85.453 mil. As empresas que mais contrataram foram as com mil funcionários ou mais, que veram aumento de 14.959 para 29.905 empregados entre 2003 e 2013. Engenheiros civis representam 13% do total de profissionais da engenharia, enquanto o setor de serviços contribui com 30% e a indústria de transformação com 40% dos ocupados.

A Secretaria de Turismo e Projetos Especiais do Distrito Federal (Setur-DF) produziu um guia sobre o roteiro arquitetônico para explicar de maneira técnica a cidade. O secretário de Turismo, Luis Otávio Neves, explica que nos úl mos anos, muitos universitários e profissionais de arquitetura tem se interessado nas obras de Niemeyer, Lucio Costa e equipe, daí surgiu a ideia de criar um material de apoio que reúne todas as informações. O guia foi elaborado com a ajuda da Unesco e apresenta os monumentos e curiosidades de Brasília de forma detalhada e voltada às peculiaridades das obras e dos conceitos usados na concepção da cidade. Fonte: df.gov.br

Fonte: techne.pini

Torre mais alta da África será no Marrocos Será construída na cidade de Casablanca, no Marrocos, a maior torre do con nente africano, com 540 metros de altura. Ba zado de Al Noor Tower, o edizcio projetado pelo escritório Valode & Pistre Architectes abrigará um hotel sete estrelas, centro empresarial, salão de eventos e conferências, espaços para lojas de varejo e restaurantes.A torre mul uso terá 114 andares, o mesmo número de capítulos do Alcorão, e irá ultrapassar em 317 metros o Carlton Centre, em Johanesburgo, considerado atualmente o edizcio mais alto da África.Com fachada metálica afunilada, a torre terá a base escalonada com aberturas preenchidas por plantas e árvores e o topo terá o formato parecido com a ponta de uma caneta- nteiro. No entorno do Al Noor serão construídos dois edizcios horizontais semicirculares que abrigarão áreas de lazer.Orçado em um bilhão de dólares, o empreendimento deve ser construído entre 2015 e 2018. Fonte: au.pini

Revista Painel


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