Painel - edição 244 - jul.2015

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painel Ano XVIII nº 244 julho/ 2015

Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

AEAARP

Aquaponia com resultado APTA desenvolve aquaponia utilizando lambaris e sistema já pode ser adotado por pequenos agricultores

Meio ambiente Pesquisadores desenvolvem microorganismo capaz de degradar borracha Arquitetura Os 100 anos de Vilanova Artigas Inovação Empreendedores buscam parceria com a Nasa



Editorial

Eng. civil Carlos Eduardo Alencastre

REFLEXÕES DE JULHO Os seis primeiros meses deste ano foram de grandes dificuldades para todos os brasileiros. Passamos por momentos de grande turbulência econômica que precisam nos deixar aprendizados importantes. As pessoas vêm poupando os recursos naturais, como a água, e apagando mais as luzes em ambientes que não estão sendo usados, economizando energia. São atitudes que colaboram para a preservação do meio no qual vivemos. Porém, apenas são sistematicamente adotadas para preservar outro recurso, caríssimo para homens e mulheres: o dinheiro. É justo, mas nos obriga à reflexão. Na Grécia antiga, os filósofos já estudavam a interação entre os seres e o ambiente, base da ecologia. Nos anos de 1700 surgiram as primeiras teorias científicas que resultaram nos conceitos de ecologia, preservação do meio ambiente e sustentabilidade. Durante o ano de 2014, no auge da seca, os organismos reguladores brasileiros alertaram para a possibilidade de escassez de água até em regiões onde as pessoas pensavam que esse recurso exista em abundância, como é a nossa, apesar dos reiterados alertas. Mesmo tendo conhecimento sobre o rebaixamento do Aquífero Guarani e da cada vez mais iminente necessidade de encontrar formas alternativas de abastecimento de água, muita gente ainda deixa a torneira ligada em momentos triviais, como durante a higiene íntima ou cuidados com a casa. O comportamento tem mudado, mas apenas em razão do aumento da tarifa de água, anunciado recentemente pela Prefeitura Municipal, e as escaladas de aumento da energia elétrica, que vêm acontecendo desde o início do ano. E, então, as atitudes há muito sugeridas por especialistas e autoridades são finalmente adotadas, menos pela consciência e mais por quanto essa despesa pesa no bolso.

Eng. civil Carlos Eduardo Alencastre Presidente


Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

Expediente

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 2º Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna

Índice ESPECIAL Aquaponia com lambaris

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Evento 6ª Semana de Arquitetura

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Meio ambiente Um microorganismo contra a borracha dos pneus

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Energia Bioenergia e sustentabilidade

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Arquitetura 100 anos de Vilanova Artigas

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Curso AEAARP promove curso de poda dia 15 de agosto

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Tecnologia Investimento em inovação

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Gestão

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A governança das águas

Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Arq. Luiz Eduardo Siena Medeiros Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. civil Edgard Cury Arq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Arq. e urb. Maria Teresa Pereira Lima Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. elet. Hideo Kumasaka Conselheiros Suplentes Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Arq. e urb. Fernando de Souza Freire Eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP indicadoS pela AEAARP Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves REVISTA PAINEL Conselho Editorial: - eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado, eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto e eng. civil Arlindo Sicchieri conselhoeditorial@aeaarp.org.br Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39, cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679

Saúde Dados alarmantes: medidas

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Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044

ARTIGO O risco das pragas que vêm de fora

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crea-sp Comentários aos Artigos 71 e 75

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Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

inovação Estações robotizadas em áreas com risco de deslizamento

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Horário de funcionamento

notas e cursos

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AEAARP CREA Das 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br

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Especial

Aquaponia com lambaris

Sistema desenvolvido na APTA será inicialmente introduzido na agricultura familiar e poderá atender à demanda por alimentos e peixes usando menos recursos naturais

O sistema completo, lambaris no tanque e hortaliças na bandeja

A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) desenvolveu um sistema de produção com a integração de lambari e hortaliças, uma alternativa sustentável de produção integrada. A aquaponia, como é conhecida, é pesquisada no mundo todo, sobretudo utilizando a tilápia como espécie de peixe principal. Na APTA, os pesquisadores iniciaram o projeto com o uso de lambari. Com o sistema, segundo eles, os produtores podem ter duas fontes de renda em um mesmo espaço e reduzir

o consumo de água. Segundo a APTA, em comparação com sistemas tradicionais de piscicultura, na aquaponia há redução de até 95% da quantidade de água necessária para a produção de peixes. Também há economia de água na produção de hortaliças quando comparada com o cultivo tradicional, em canteiros de terra. Neste sistema, não há perdas de água por infiltração no solo. O novo conceito de produção agrupa todas as vantagens da produção inten-

siva de lambari com a hidroponia. As plantas não têm contato com o solo e são cultivadas em água e/ou substrato, dentro de estufas. Neste ambiente, há diminuição na ocorrência de pragas e doenças e proteção de intempéries climáticas e ataques de aves. Os resultados são plantas com melhor qualidade e redução de até 80% no uso de agrotóxicos. Em alguns casos, o controle químico é totalmente dispensado. O sistema utiliza os resíduos da produção do lambari para o cultivo hidroAEAARP

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Tanque com lambaris

pônico. Com isso, é possível cultivar peixes e plantas gastando até 95% menos de água. “Na aquaponia não há necessidade de renovação de água, pois as plantas capturam esse excesso de nutrientes. A perda de água dentro de um sistema aquapônico em condições normais se dá unicamente por evaporação e transpiração das plantas. A intensidade da perda varia conforme o microclima onde o cultivo está instalado”, explica o zootecnista Fernando André Salles, pesquisador da APTA. A ideia dos pesquisadores é introduzir o sistema em São Paulo pelo fato de ser um estado bastante populoso e com crescente demanda por alimentos e água. A tecnologia já é utilizada em países como Estados Unidos, Canadá e Austrália. “A agricultura é uma atividade extremamente dependente de água para conseguir adequada produtividade de alimentos, o que acaba competindo com recursos hídricos para a população urbana. Qualquer técnica que consiga Revista Painel

reduzir a quantidade de água na produção de alimentos é extremamente bem-vinda”, afirma Salles. O uso de lambari para o sistema também responde à demanda comercial, uma vez que 70% da produção nacional de lambari abastecem o mercado paulista. O peixe é usado, principalmente, como isca viva na pesca esportiva. A principal diferença entre o uso do lambari e outros peixes é o tempo necessário para atingir tamanho comercial. O lambari precisa de três a quatro meses, enquanto espécies como a tilápia, precisam de oito meses. “Os resultados em termos de produção é que podemos ter maior número de ciclos ao longo do ano”, afirma o pesquisador da APTA, o zootecnista Fábio Sussel. Soma-se a isso a redução do tempo de cultivo das hortaliças, facilitação da mão de obra e reaproveitamento dos nutrientes presentes na solução aquosa. Comparativamente, o custo de fertilizante para produzir mil plantas está estimado entre R$ 30,00 a R$ 40,00,

segundo a APTA. Já o custo total de produção por planta na hidroponia varia de R$ 0,20 a R$ 0,40. Para o consumidor, a vantagem está no maior tempo de conservação das folhosas e facilidade na higienização, pois não há contato com o solo. Segundo Sussel, os pesquisadores da APTA estão, em princípio, propondo a produção aquapônica em módulo familiar, ou seja, em compartimentos de 1m³ onde se trabalha com 600 litros de água e é possível produzir 400 lambaris e três ciclos de hortaliças em três meses. Esse modelo representaria uma opção prática, moderna e sustentável de produzir alimentos de qualidade no próprio quintal. “No entanto, em sistemas comerciais de aquaponia, o lambari é mais rentável quando comparado com outras espécies, por ter valor agregado por unidade, já que é comercializado como isca viva para a pesca esportiva, não havendo perdas e nem custos com abate e processamento”, explica.

Como funciona No sistema aquapônico, é possível produzir qualquer hortaliça de fruta ou folhosas, além de outras espécies de plantas de valor econômico, como estévia e plantas aromáticas e medicinais. “Não há restrição quanto às espécies de peixes, desde que sejam adaptadas a condições de confinamento, como as trutas e as tilápias”, diz Salles. Ele explica que a proteína presente na ração é metabolizada para formação do tecido muscular do peixe. Porém, parte é excretada diretamente pelas brânquias dos animais na forma de amônia ou é perdida por meio das fezes. A amônia,


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mesmo em baixas concentrações, é tóxica para o peixe. “No sistema de produção aquapônica, a amônia presente na água passa por um filtro biológico onde ocorre a nitrificação, transformando-a em nitritos e, subsequentemente, em nitratos, este último produto, de baixa toxicidade para os peixes, é prontamente absorvido pelas plantas na produção hidropônica”, explica. Além dos nitratos, a mineralização dos dejetos dos peixes fornece às plantas boa parte dos elementos necessários ao crescimento, como o fósforo, cálcio e ferro, entre outros. Com isso, não há a necessidade do uso intensivo de fertilizantes químicos. A tecnologia poderá ser utilizada por pequenos, médios e grandes produtores. Os pesquisadores da APTA trabalham em conjunto com técnicos de extensão da Coordenadoria de Assistência Técni-

Pesquisas que mudam o campo O engenheiro agrônomo José Roberto Scarpellini, diretor do Polo Centro Leste da APTA/IAC, apresentou à revista Painel os resultados das últimas pesquisas desenvolvidas:

ca Integral (CATI) para fomentar e divulgar os resultados das pesquisas, que devem começar a ser disponibilizados em dois anos. “Estamos em fase embrionária do trabalho científico, que, no futuro, servirá para apoiar tecnicamente o sistema para que o produtor o utilize com racionalidade e sustentabilidade”, afirma Salles.

Estima-se que a produção nacional de lambari totalize 120 milhões de unidades, por ano. São Paulo é o maior produtor, com 80 milhões por ano, seguido de Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Praticamente 100% da produção são destinados ao mercado de isca viva para pesca esportiva, atividade que vem crescendo nos últimos anos. “Apesar de historicamente os rios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul terem fama de piscosos, o grande mer-

cado de pesca esportiva hoje se encontra em São Paulo, especialmente para pesca de corvina e tucunaré”, explica Sussel. De acordo com o pesquisador, o produtor de lambari recebe, na propriedade, cerca de R$ 0,17 pela unidade de peixe e tem custo de produção de R$ 0,06. O intermediário revende para as pousadas por R$ 0,25 a R$ 0,30 e as pousadas revendem para o pescador esportivo por R$ 0,50 a unidade. “Há cinco anos a lambaricultura se profissionalizou. Mesmo com aumento expressivo da produção ano a ano, nunca foi possível atender à demanda, já que a pesca esportiva cresce em maior velocidade. É comum faltar lambaris nas pousadas em feriados prolongados. Neste ano, por conta da estiagem, a produção será menor e certamente faltará lambari para a pesca esportiva”, afirma Sussel.

Leite biofortificado: A pesquisa, realizada em conjunto com a Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP) e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), experimentou aumentar a quantidade de selênio e de vitamina E na ração animal. O resultado foi um leite enriquecido naturalmente com o dobro desses compostos. Esse leite foi consumido por 90 estudantes, da primeira à terceira série do ensino infantil, do Centro de Atenção Integrada à Criança e ao Adolescente Professora Stela Stefanni Bacci, em

Casa Branca (SP), e por 130 idosos, de 78 anos, moradores da Casa do Vovô, em Ribeirão Preto. Os testes comprovaram que o leite biofortificado aumenta em 160% os níveis de selênio e em 33% os de vitamina E nas crianças. Nos idosos, foi possível reduzir em 16% o mau colesterol. Mesmo apresentando mudanças no lipidograma (redução de gordura no sangue), os exames bioquímicos, a composição corporal, a pressão cardíaca e as atividades funcionais mantiveram-se normais.

Os lambaris

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Mudas pré-brotadas: O sistema, inédito, altera o conceito de plantar cana-de-açúcar. No lugar dos colmos, usados como sementes, entram as de Mudas Pré-Brotadas (MPB). Até a chegada desta tecnologia do IAC, era usado o sistema convencional, adotado desde a chegada das primeiras canas ao Brasil, por volta de 1530. O sistema é uma tecnologia de multiplicação que contribui para a produção rápida de mudas e traz grande salto na qualidade fitossanitária, vigor e uniformidade de plantio. Outro grande benefício está na redução do número de mudas que vão a campo. Para o plantio de um hectare de cana, o consumo de mudas cai de 18 a 20 toneladas, no plantio convencional, para duas toneladas no MPB. “Esse valor significa que 18 toneladas que seriam enterradas como mudas vão para a indústria produzir etanol e açúcar, gerando ganhos”, explica o pesquisador do IAC e engenheiro agrônomo, Mauro Alexandre Xavier. A tecnologia é desenvolvida pelo IAC desde 2009. Híbrido de milho: O IAC 8046 é um híbrido de milho convencional; isto é, não-transgênico, com potencial produtivo de nove a dez toneladas por hectare de grãos. Este potencial pode ser superado se a lavoura for conduzida com bom tratamento. Segundo o pesquisador do IAC, Eduardo Sawazaki, a produtividade alcançada por essa cultivar está acima da média dos

Revista Painel

resultados obtidos no Brasil e é considerada elevada mesmo quando comparada com a dos milhos transgênicos, que atingem de 10 a 12 toneladas por hectare. O novo híbrido de milho é direcionado para propriedades com baixa e média tecnologia. Tem baixo custo de implantação da lavoura. Vinte quilos de sementes são suficientes para o plantio de um hectare. Cada saca deverá custar cerca de R$ 130,00. O IAC 8046 está em fase de produção de sementes. Milho de pipoca: Novo híbrido de milho pipoca IAC vem suprir lacuna no mercado e pode ser plantado em São Paulo e no Mato Grosso. Grande parte da pipoca produzida no Brasil é importada, não recomendado para o cultivo nas condições de clima paulistas. De acordo com pesquisadores da APTA, ao serem plantados no estado de São Paulo, os milhos exóticos apresentam elevada podridão do grão, além de baixa produção. Por isso, o milho para pipoca está sendo cultivado na safrinha no Mato Grosso, onde chove bem na fase vegetativa da cultura e é seco na fase pós-maturação, condicionando alta qualidade da pipoca. Algodão cáqui: A IAC FC1 e IAC FC2 diferenciam-se pela maior produtividade e melhor qualidade de fibra para cultivo nas condições do estado. As cultivares coloridas são resistentes a doenças e nematoides, que ocorrem na região centro-sul do Brasil, dispensando o uso de nematicidas. Com essas características, os

novos materiais do IAC abrem a possibilidade de cultivo de algodão colorido nesta região com altas chances de sucesso. As cultivares atualmente disponíveis foram desenvolvidas pela Embrapa para as condições do Nordeste. Por isso, são suscetíveis às doenças que atacam o algodoeiro em campos paulistas. A produtividade da IAC FC1 e IAC FC2 é de cerca de 2.800 quilos por hectare, o que representa, na média, 38,5% a mais que o material usado como testemunha nos experimentos, que é cultivado atualmente no Nordeste. Algodão vermelho: A planta vermelha IAC PV1 é a primeira cultivar com esse perfil, obtida e registrada no Brasil. Com fibra branca, sua principal característica é a resistência à praga chamada bicudo e também à praga trips. “A resistência ao bicudo ocorre pelo mecanismo de não-preferência, isto é, se na mesma área coexistirem plantas verdes, que são as demais cultivares, e plantas vermelhas, a praga atacará preferencialmente as verdes”, explica o pesquisador do IAC e engenheiro agrônomo, Milton Geraldo Fuzatto. Ele esclarece que o cultivo com essa finalidade requer o estabelecimento de sistema de produção com arranjos que intercalem plantas verdes e vermelhas. Estas devem ser a maioria na área plantada. A IAC PV1 é resistente também a doenças e nematoides, perfil que a torna adequada para produção de algodão orgânico, sistema que não admite o uso de pesticidas sintéticos convencionais.


Evento

6ª Semana de

Arquitetura

As inscrições podem ser feitas no site www.aeaarp.org.br

A 6ª Semana de Arquitetura da AEAARP, que acontecerá de 17 a 19 de agosto, terá palestras com os arquitetos Michel Habib e Cesar Shundi Iwamizu. Na abertura, Paula Martucci vai falar sobre a administração de carreiras em um ambiente de crise econômica. Michel é graduado pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), bioarquiteto formado pelo Instituto TIBA (Tecnologia Intuitiva e Bioarqui-

tetura) e membro da rede Terra Brasil de pesquisa cientifica em construção com terra. Em sua palestra, vai expor um trabalho de bioarquitetura com o conceito do projeto responsável, que abordará as fases de concepção de uma residência unifamiliar pautada na bioarquitetura. Segundo Michel, o projeto que será apresentado mostrará a implantação de “sistemas ecologicamente corretos, culturalmente ricos e

socialmente justos”. O arquiteto Cesar, graduado pela USP, é docente da Escola da Cidade, uma faculdade de arquitetura que mantém parcerias com institutos e museus do país. O escritório de arquitetura do qual é diretor é responsável por projetos do SESC Franca, SESC Ribeirão Preto, Casa da Caramuru e Estação de Mairinque. Na palestra, ele vai mostrar os conceitos dos projetos nos quais atuou.

Programação Dia 17 | segunda-feira

Dia 18 | terça-feira

19h Recepção aos participantes e convidados Entrega de material e crachás

19h30 Filme sobre a vida do Arquiteto João Figueiras Lima (Lelé)

19h15 Solenidade de abertura com apresentação do Coral Som Geométrico.

19h50 Projeto Responsável Michel Habib, arquiteto São Paulo-SP

19h30 Palestra institucional do CAU

Dia 19 | quarta-feira 19h45 Expectativas de carreira e mercado em tempos de crise Paula Martucci, especialista em gestão de pessoas Ribeirão Preto-SP

19h30 Projetos Recentes Cesar Shundi Iwamizu, arquiteto São Paulo-SP AEAARP

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Meio ambiente

Um microorganismo

contra a borracha dos pneus

Um grupo de São Carlos está desvendando uma forma de degradar os pneus, que podem resistir a até 1.000 anos Em 1830, o americano Charles Goodyear, confirmou que a borracha, cozida a altas temperaturas com enxofre, mantinha suas condições de elasticidade no frio ou no calor. Foi assim que surgiu o processo de vulcanização – modificaçãoEspécies da borrachaadequadas natural atribuindo maior força, elasticidade e resistência a temperaturas altas e baixas – que possibilitou a criação dos pneus. E, desde sua adoção, no final daquele século, nenhum pneu produzido foi totalmente absorvido pela natureza. Um grupo de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP está desenvolvendo um microorganismo geneticamente modificado que Revista Painel

Destinação para a

A destinação de pneus inservíveis ainda é um dos grandes desafios da humanidade. A borracha tem componentes altamente poluidores e várias iniciativas são adotadas para minimizar o imfloresta urbana pacto ao meio ambiente e à sociedade. Além disso, o descarte inadequado também transforma os pneus em criadouros de mosquitos da dengue. A Associação Brasileira da Indústria Pneumática mantém o projeto Reciclanip, de destinação dos pneus inservíveis. Eles ostentam números importantes: no primeiro trimestre deste ano foram coletadas e destinadas mais de 114,5 mil toneladas de pneus inservíveis no país.


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André Michelin

Charles Goodyear

Robert Thompson

História Até Charles Goodyear desenvolver o processo de vulcanização, em 1830, a borracha era uma massa grudenta. Depois disso, em 1845, os irmãos Michelin patentearam o pneu para automóvel. Em 1847, o inglês Robert Thompson colocou uma câmara cheia de ar dentro dos pneus de borracha maciça. A utilização dos pneus em larga escala, no mundo, começou em 1888. No Brasil a indústria instalou-se em 1939. Fonte: Associação Brasileira da Indústria Pneumática

será capaz de acelerar a degradação da borracha, em particular do pneu, que poderá ser reutilizada para novas finalidades. Com isso, será possível a criação de biorreatores capazes de diminuir o tempo de degradação natural da borracha, que varia entre 500 e 1000 anos. No Brasil, estima-se que 17 milhões de pneus são descartados anualmente, o que representa 70% do descarte total de borracha no país. A quantidade descartada supera a capacidade de reciclagem, reutilização e de armazenamento apropriado do material. “Pensamos em uma forma de degradá-lo mais rápido. Existem várias maneiras de reciclá-lo, mas isso representa uma parcela muito pequena do total da produção de pneu. Além disso, os métodos atuais de reciclagem apresentam um gasto energético elevado”, pondera Laís Ribovski, estudante de doutorado do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicolo-

gia (GNano) do IFSC e membro do grupo. A proposta é unir enzimas capazes de quebrar ligações químicas e super-expressá-las (aumentar sua função) em um microrganismo, permitindo que elas interajam com o polímero do pneu, quebrando as ligações da borracha e originando novas moléculas químicas, ou polímeros, que poderão ser utilizados para outros fins. Após a montagem do circuito genético, os pesquisadores planejam testar os organismos em biorreatores para otimizar o processo.

Bactérias A pesquisadora Laís Brazaca, outra aluna de doutorado do GNano e que também integra a equipe, diz que as bactérias das quais são retiradas as enzimas, que são inseridas em um terceiro microrganismo, têm capacidade de degradar a borracha. Mas, cada uma faz isso de maneira diferente. Além disso, apenas pequenas quantidades das enzimas são

produzidas, daí a necessidade de unir e superexpressar essas moléculas. A equipe está na fase final de elaboração do circuito para que possa iniciar sua montagem e em seguida os testes efetivos no polímero. As enzimas tratadas já são reportadas individualmente na literatura quanto a sua eficiência na degradação do látex. Assim, o grupo almeja otimizar os resultados que, de acordo com Laís, têm apresentado boas perspectivas. A equipe é formada por pesquisadores dos seguintes grupos: Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano), Biofísica Molecular “Sérgio Mascarenhas”, Cristalografia (Laboratórios de Química Medicinal e Computacional, e de Cristalografia e Biologia Estrutural), Física Computacional (Laboratório de Neurobiofísica) e do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF). Fonte: Agência USP AEAARP


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Energia

Bioenergia e

sustentabilidade Fapesp lança relatório mundial sobre bioenergia e sustentabilidade

Um estudo produzido por 137 especialistas de 24 países ao longo de dois anos revelou diversas questões relacionadas à produção e uso de bioenergia e sustentabilidade em todo o mundo. Com mais de duas mil referências e estudos, o levantamento Bioenergy & Revista Painel

Sustainability: bridging the gaps apresenta análise abrangente de tecnologias e práticas atuais da bioenergia, que inclui produção, sistemas e mercados e o potencial de maior adoção da bioenergia, além dos impactos dessa implantação.


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O atalho para baixar o relatório está disponível no site da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

A iniciativa foi da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em conjunto com o Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, na sigla em inglês), agência intergovernamental ligada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O valor da bioenergia como alternativa energética para a redução dos impactos da queima de combustíveis fósseis foi uma das constatações do estudo. Outra observação é a possibilidade de aumentar a segurança energética e a mitigação das mudanças climáticas através do uso de tecnologias avançadas de conversão de biomassa, que também contribuiriam para compensar impactos ambientais negativos causados pelo desmatamento e degradação de florestas. “Em 2014, 19% de toda a energia usada no Brasil veio da cana-de-açúcar. Isso mostra o quanto é viável reduzir

a dependência de petróleo como fonte de energia, não apenas aqui, mas também em outros países que precisam diminuir sua dependência em relação ao petróleo por razões econômicas, políticas e ambientais”, explica Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp. Outra conclusão é que sistemas de produção de bioenergia que adotam práticas sustentáveis podem compensar emissões de gases de efeito estufa resultantes de mudanças no uso da terra ou perda da biodiversidade. Essas tecnologias e procedimentos incluem a combinação de diferentes matérias-primas e outras práticas de gerenciamento do solo adaptadas a condições locais. Quanto à questão da terra, a conclusão dos autores é que existem áreas suficientes no mundo para ampliação do cultivo de biomassa e que o uso dessas áreas não representa ameaça para a segurança alimentar e a biodiversidade. E confirmam evidências de que a adoção de tecnologias para melhoria do solo, a integração de cadeias produtivas e o uso de subprodutos da bioenergia em áreas rurais pobres podem melhorar o desempenho da economia, aumentar a qualidade dos alimentos e criar empregos.

Participação industrial O estudo foi lançado durante o Festival Internacional de Biotecnologia (Biofest), organizado pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). A proposta da apresentação na Fiesp foi a de abrir para o setor industrial a discussão sobre como o conhecimento científico e

tecnológico voltado para a expansão da produção e do uso da bioenergia pode oferecer contribuições ao desenvolvimento industrial e à bioeconomia. Os debates se concentraram no potencial do Brasil e nas políticas brasileiras para a bioeconomia; tecnologias; parcerias inovadoras; integração de políticas para a agricultura, silvicultura, indústria e educação; e políticas para a expansão da bioenergia definidas com base no conhecimento científico, entre outros assuntos. “Há grande potencial a ser desenvolvido, passando pela logística de produção, biorrefinarias, tecnologias de conversão, comércio internacional de combustíveis, certificação, além dos aspectos sociais, de governança e dos esforços de financiamento”, comenta Glaucia Mendes Souza, membro da coordenação do Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN). Para Celso Lafer, presidente da Fapesp, a elaboração do relatório combina com o avanço do conhecimento e sua aplicação na esfera das políticas públicas. “Esperamos agora que a Fiesp, ao ter acesso a esse conhecimento, possa colocá-lo em prática, em benefício de São Paulo e do Brasil”. Assista ao vídeo em que Glaucia Mendes Souza, membro da coordenação do Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), apresenta os principais tópicos do relatório.

www.aeaarp.org.br

AEAARP


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Arquitetura

100 anos de

Vilanova Artigas A trajetória de um dos arquitetos brasileiros mais importantes do século XX

Arquiteto João Batista Vilanova Artigas

2015 marca os 100 anos de nascimento de João Batista Vilanova Artigas, arquiteto que nasceu no Paraná e tornou-se um dos principais nomes da arquitetura da capital paulista. Em comemoração ao seu centenário foi lançado o site www.vilanovaartigas.com e o documentário Vilanova Artigas – O arquiteto e a luz, produzido por sua filha Rosa Artigas e escrito e dirigido pela neta Laura Artigas, que mostram a trajetória do arquiteto. Veja um trecho do documentário no site da AEAARP.

Em 23 de junho de 1915, nasceu em Curitiba (PR) Vilanova Artigas, primeiro filho de Alda Vilanova Artigas e Brasílio Artigas. O arquiteto iniciou a carreira técnica em 1932, quando cursou o primeiro ano de Engenharia Civil na Escola de Engenharia do Paraná. E foi no final deste ano que deu início a sua ligação com a arquitetura, pois pediu transferência para a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, para estudar Engenharia e Arquitetura. “Entrei em engenharia para depois descambar para a arquitetura”, diz Artigas no documentário.

Influências www.aeaarp.org.br Revista Painel

No ano seguinte, o arquiteto fundou a construtora Marone & Artigas em so-


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ciedade com seu colega da Politécnica, Duilio Marone, no centro da cidade de São Paulo (SP), e começou a trabalhar no escritório técnico do Departamento de Obras Públicas (DOP) da prefeitura de São Paulo. Já em 1939, Artigas conheceu o arquiteto Jacob Ruchti, com quem estudou a obra de Frank Lloyd Wright, cujo o estilo arquitetônico seria mantido em vários de seus projetos. Essa influência contagiou arquitetos de várias gerações e um deles foi Joel Pereira, ganhador do Prêmio Profissionais do Ano AEAARP 2014. “Quando eu era estudante, tive o privilégio de conhecer o Edifício Louveira, ícone da arquitetura paulista, situado à Praça Vilaboim em São Paulo, dos arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi. O que chama a atenção, além de outros aspectos inerentes ao período modernista, é o desenho e a cor da fachada, definida pela modulação das esquadrias de veneziana de madeira. São referências que utilizo até hoje na concepção dos meus trabalhos”. Artigas iniciou a carreira docente em 1940, na Escola Politécnica. E no ano seguinte tornou-se membro do CREA como representante das escolas de engenharia. Em 1943, foi eleito o primeiro-secretário do recém-inaugurado Departamento de São Paulo do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). No ano seguinte, Artigas foi inspirado pelo movimento dos arquitetos pela separação da profissão da engenharia e desmanchou a sociedade com Marone, montando seu próprio escritório. Dois anos depois, ele ganhou um novo sócio: o

arquiteto Carlos Cascaldi. Em 1946, conquistou bolsa para estudos de Arquitetura Moderna nos Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês), nos Estados Unidos, pela Fundação John Simon Guggenheim. Quatro anos depois, ingressou no Conselho de Redação da Revista Fundamentos, ao lado de Aparício Torelli, Astrogildo Pereira, Clóvis Graciano,

Graciliano Ramos, Mário Schenberg, Oscar Niemeyer, Samuel Pessoa, entre outros. Nesta revista, escreveu artigos importantes como Le Corbusier e o Imperialismo, que denunciava o sistema Modulor de Le Corbusier; Caminhos da Arquitetura Moderna, no qual procurava argumentos para combater o realismo socialista que era a linha proposta pelos comunistas para a arte.

Planta baixa da FAU-USP, em São Paulo-SP

Corte transversal da FAU-USP, em São Paulo-SP AEAARP


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Veja a lista dos projetos elaborados por Artigas no site da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

FAU-USP Com o início da carreira de docente na Politécnica, Artigas foi um dos professores responsáveis pela fundação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), que inicialmente funcionava no mesmo edifício da Politécnica. É dele o projeto de reforma curricular, reformulando o perfil do profissional formado pela instituição. Artigas defendia novas práticas para os arquitetos: desenho industrial e programação visual. Além disso, ele e Cascaldi foram os responsáveis pelo projeto da nova sede da FAU, trabalho finalizado em 1961. A inauguração aconteceu oito anos depois, com a realização de um vestibular.

Estádio do Morumbi, em São Paulo-SP Revista Painel

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, em São Paulo-SP

Criar projetos humanistas foi uma das marcas do arquiteto. No prédio da FAU, por exemplo, Artigas explorou o concreto aparente, a simplicidade das linhas e integração de espaços, com uso de grandes vãos apoiados por pilares. Os projetos com essas características resultavam em obras mais econômicas e funcionais. Por causa de uma viagem à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1953, como atividade de militância pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), Artigas foi demitido da FAU-USP. Dois anos depois, o arquiteto volta a dar

aulas na faculdade, graças ao apoio de alunos e do grêmio estudantil. Acusado em vários processos de militância pelo PCB, o arquiteto se refugiou em Montevidéu (Uruguai) em 1964 e, neste mesmo ano, foi detido por ordem do comandante do Inquérito Policial Militar instaurado na USP, junto com os professores Mário Schenberg e Florestan Fernandes. Seu afastamento da USP durou até a década de 1980. Em 1965, terminou a sociedade com Carlos Caslcadi. Em 1969, começou uma terceira sociedade, agora com a arquiteta Marlene Yurgel. Neste período, o escritório perdeu a característica de ateliê, aumentou o número de funcionários e passou a ter gestão profissional. A sociedade durou 10 anos. Artigas morreu em São Paulo-SP, em 1985, mesmo ano em que recebeu postumamente o Prêmio Auguste Perret outorgado aos arquitetos que desenvolvem pesquisas de tecnologia aplicada à arquitetura. Seu estilo é característico da chamada escola paulista ou escola brutalista de São Paulo e foi esse estilo que deu uma nova cara para edifícios importantes da capital paulista.


curso

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AEAARP promove

curso de poda dia 15 de agosto

O engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo vai ministrar curso de Arborização urbana / poda na AEAARP no dia

15 de agosto, a partir das 8h. No período da manhã ele vai falar sobre os critérios aplicados para avaliação da arborização

Rodovia Régis Bittencourt Duplicação e dispositivo de acesso

urbana conforme o programa Município Verde Azul, do Governo do Estado de São Paulo. Ele também vai falar sobre a legislação pertinente ao assunto. No curso, também serão abordadas as seguintes questões: plano de arborização, piloto de floresta urbana, proposta de gestão da poda, com sugestões para a reutilização dos resíduos. O investimento no curso é de R$ 100, com 40% de desconto para associados da AEAARP. As inscrições devem ser feitas no site www.aeaarp.org.br.

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Tecnologia

Investimento em inovação

Centros de pesquisa lançam projetos para tirar do papel ideias inovadoras de empreendedores brasileiros

Pesquisa realizada na região de São Carlos (SP) revela que 61% dos empreendedores e pesquisadores entrevistados pretendem investir em inovação até o final de 2015, mesmo com a crise econômica que o país enfrenta. Outros 20% responderam que pretendem investir apenas em 2016 e outros 15% nos próximos três anos. Só 3% não pretendem apostar em inovação tão cedo, segundo levantamento realizado pela Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista. Outro dado apontado na pesquisa foi em relação às principais dificuldades encontradas para investir em inovação. Cada entrevistado apontou três problemas. A dificuldade mais citada, por 26%, Revista Painel

foi obter linhas de crédito ou outras fontes de financiamento. Em seguida, aparece a carga tributária, com 20% das citações, e a incerteza sobre o futuro do país, com 17%. Muitas vezes, as empresas não tem capital próprio para investir, por isso linhas de financiamento de longo prazo e com juros baixos podem ser uma boa alternativa. Para atender a essa grande demanda de inovadores, foi criado o Movimento pela Inovação que tem como objetivo encurtar o caminho entre esses empreendedores e os centros de pesquisas e instituições de fomento ao conhecimento, visando à geração de emprego e renda.


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A iniciativa conta com apoio de diversas instituições do campo da inovação e da pesquisa como Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Núcleo de Inovação Tecnológica do Centro Paula Souza, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e SP Ventures. No que diz respeito aos investimentos em inovação, a pesquisa revela também que a maior parte dos entrevistados, 49%, deseja investir para ganhar novos mercados, enquanto aumentar o faturamento responde por 22% e aumentar a rentabilidade e a competitividade representam 15% e 13%, respectivamente. O primeiro encontro do Movimento pela Inovação, realizado no Parque Tecnológico de São Carlos, teve 55 empresários atendidos. Destes, 14 tiveram propostas que já se encontram em análise para obtenção de financiamentos junto a Desenvolve SP, oito foram encaminhadas ao Centro Paula Souza para avaliação do grau de inovação do projeto, três com alto potencial inovador enviadas para análise do Fundo de Investimento em Participações (FIP) e outras duas para avaliação da Fapesp. Eduardo Saggiorato, superintendente Veja no endereço de internet da AEAARP como elaborar um projeto de inovação e solicitar o financiamento para um projeto.

de Negócios da Desenvolve SP explica que o objetivo do movimento agora é percorrer todos os parques tecnológicos do estado.

Parceria com a Nasa Na cidade de Araraquara (SP), a agência espacial americana Nasa começou a recrutar empreendedores brasileiros que queiram ser parceiros no compartilhamento de tecnologia com os Estados Unidos. Os projetos e softwares patenteados pela agência poderão ser usados em parceria com empreendedores brasileiros para desenvolver alguma ideia relacionada às áreas: mecânica, aeronáutica, comunicação, medicina e biotecnologia, meio ambiente, eletroeletrônicos, óptica, sensores e tecnologia de informação. O objetivo é tirar do papel as novas tecnologias que poderão ser comercializadas e difundidas pelo mundo. A Quimatec, empresa desenvolvedora de produtos químicos para a indústria sucroalcooleira, de Araraquara, por exemplo, criou um novo tipo de biodiesel e está negociando parceria com a Nasa, que tem um grande laboratório de desenvolvimento de tecnologias de combustíveis. Outros empreendedores que queiram iniciar o compartilhamento de tecnologia com a agência americana pode fazer o cadastro no endereço de internet www.nasa.gov, mas é preciso ter fluência no idioma inglês.

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Gestão

A governança

das águas

Organização não-governamental lança rede de monitoramento da gestão das águas e planeja o lançamento do Índice de Boa Governança da Água

Começou a funcionar, na forma de rede digital interna, o primeiro Observatório das Águas do país. Coordenado Revista Painel

pelo WWF-Brasil, a iniciativa tem como objetivos principais fortalecer o Sistema Nacional de Gerenciamento de


revistapainel 21

Recursos Hídricos (SINGREH), responsável por arbitrar conflitos e promover a cobrança pelo uso da água, monitorar a governança em todo o território nacional e garantir que a água seja tema estratégico na agenda social e política brasileira. Significa verificar questões como a aplicação das leis referentes ao setor, o repasse adequado de recursos financeiros destinados à gestão das águas, as discussões na sociedade e nos comitês de bacias, a implementação dos planos definidos pelos comitês de bacias e a eficiência de seus objetivos. O Observatório conta com a participação de mais de 40 instituições parceiras do WWF-Brasil de norte a sul do país, desde universidades, secretarias estaduais de Meio Ambiente, comitês de bacias hidrográficas, instituições privadas, organizações não-governamentais e órgãos gestores. Para o analista de conservação do WWF-Brasil, Angelo Lima, a melhoria da gestão dos recursos hídricos pode mitigar, por exemplo, os impactos de uma crise de escassez. “A água possui valor estratégico para a sustentabilidade social, econômica e ambiental, portanto sua gestão não pode ser descuidada. Temos que estar atentos sempre para garantir água de qualidade e em quantidade agora e para as futuras gerações”. Pedro Jacobi, coordenador do Grupo de Estudos Meio Ambiente e Sociedade do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), considera a proposta do Observatório das

Águas uma nova forma de cooperação científica. “É uma iniciativa que agrega atores diversificados e tem por motivação responder aos desafios contemporâneos da governança da água sob as perspectivas interdisciplinar e intersetorial”. Para Jacobi, o grande desafio é o de produzir propostas de ações aplicáveis e efetivas. “A pretensão é criar uma base informacional e de conhecimento que permita aumentar as capacidades e possibilidades de intervenção adequada nos casos de crises ou desastres, contribuindo para a redução das vulnerabilidades e para a prevenção de riscos e crises de abastecimento de água”. Os participantes trabalham na construção do primeiro diagnóstico: um relatório que deve ser divulgado até outubro sobre a situação da gestão de recursos hídricos no Brasil, dos comitês de bacias e do SINGREH. As informações resultantes do monitoramento, de estudos, notícias e dados relacionados à gestão das águas futuramente serão disponibilizadas em uma página na internet. O grupo pretende também adotar o Índice de Boa Governança da Água, nos moldes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O indicador seria responsável por monitorar uma série de áreas do setor hídrico: a qualidade e efetividade das leis e da regulação, a atuação dos governos e a articulação da Política Nacional de Recursos Hídricos com as políticas estaduais e municipais relacionadas. Fonte: WWF-Brasil

ANUNCIE NA PAINEL

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Saúde

Dados alarmantes:

medidas

Desde alguns anos, as empresas e associações de classe têm se deparado com reajustes anuais nos contratos com as operadoras de planos de saúde na casa de dois dígitos, e temerosamente em um crescente assustador. As propostas de atualizações oferecidas pelas operadoras ultrapassam em muito os índices inflacionários, e na última década a inflação médica ficou, em média, sete pontos acima da inflação geral. Em 2015, o gasto do país com saúde deve chegar a 10% do PIB, números que superam aos do Reino Unido, Austrália e Coreia do Sul e perdendo para a Venezuela, Sérvia e Líbano. A inflação da saúde em 2015 está prevista em 18%. Empresas de grande porte, como montadoras de automóveis, já gastam 15% de sua folha com saúde. Algumas empresas, inclusive, tiveram redução de sua margem já que a situação econômica do país não permitiu o repasse. O que provoca isso? O que faz a conta subir tanto? Primeiramente, a busca por uma vida mais longa e com melhor qualidade, e a sua relação com as últimas novidades em remédios, equipamentos e tratamentos.

Revista Painel

No caso do Brasil, temos um fator agravante que é, sem dúvida, o direcionamento da nossa medicina privada para um excesso de procedimentos, exames mais complexos e o uso, sempre que possível, de materiais de alto custo, muitas vezes sem a sua real necessidade. Como exemplo, temos os stents utilizados em cirurgia cardíaca, que possuem a modalidade stent farmacológico, indicado principalmente em pacientes diabéticos e naqueles já submetidos a tratamentos cardiovasculares prévios. Estatisticamente, 25% desses pacientes são diabéticos e, no entanto, 80% dos stents utilizados no sistema suplementar são farmacológicos. Os médicos do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, reavaliaram as indicações cirúrgicas de 1.500 usuários da Bradesco Saúde que seriam submetidos a procedimentos operatórios na coluna vertebral e concluíram que 2/3 deles não precisariam da operação. Empresas de consultoria e especialistas na área sugerem quatro medidas para tentar reverter esse processo: 1- Mensurar e divulgar os resultados dos tratamentos, através de informações dos hospitais relacionadas à taxa de mortalidade, infecção complicações e rein-

Dr.José Eduardo Moretti

ternação de pacientes. 2- Mudar o modelo de remuneração dos hospitais, promovendo pagamentos fixos por diagnóstico. 3- Pagar mais aos médicos, promovendo um aumento do tempo de consulta e consequente diminuição dos pedidos de exames. 4- Reverter a cultura do superespecialista e evitar consultas desnecessárias e caras com esse profissionais. E nós, o que podemos fazer? Enquanto governos, operadoras e hospitais tentam reduzir esses custos em nível macro, nós da AEAARP, com o nosso contrato com a Unimed temos somente a possibilidade de atuar em nível micro, e como? Com medidas de utilização inteligente e necessária para que a saúde dos usuários seja mantida em padrões superiores, com o menor custo. É por isso que o grupo gestor do contrato AEAARP x Unimed está se disponibilizando para as orientações necessárias, tanto na utilização curativa, como, principalmente, para a preventiva, que é, efetivamente, onde conseguiremos atuar. José Eduardo Moretti CRM 35.797 Auditoria Médica


artigo

O risco das pragas

que vêm de fora

Claudio Spadotto* Membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), gerente geral da Embrapa Gestão Territorial

As pragas (insetos, fungos, bactérias, plantas invasoras etc.) das lavouras costumam tirar o sono dos agricultores e seu controle custa caro. Entre perder grande parte da sua produção ou lançar mão de métodos de controle, a escolha já está feita. No Brasil, o mercado de defensivos agrícolas – o método mais utilizado para o controle – movimentou 13 bilhões de dólares em 2014. Se não bastassem as pragas que já temos, existe o risco das que vêm de fora. A disseminação de pragas pelo mundo é favorecida pelo crescimento do comércio internacional. O aumento do trânsito de pessoas e mercadorias leva, cada vez mais, à chegada e a dispersão de pragas, mesmo que não intencional. Aqui tratamos das pragas quarentenárias, que não estão presentes no território nacional, mas apresentam alto potencial de entrada com possíveis danos aos cultivos. Essas pragas podem gerar grandes perdas nas culturas agrícolas, como no exemplo recente da lagarta Helicoverpa armigera, que causou

prejuízos estimados em mais de R$ 10 bilhões e nem sequer foi possível determinar com exatidão a forma como entrou no país. Outros exemplos são: vassoura-de-bruxa do cacaueiro, bicudo do algodoeiro, ferrugem asiática da soja. O estabelecimento de uma praga quarentenária em uma região pode comprometer a safra e a comercialização de produtos agropecuários, implica o aumento dos custos de produção e na adoção de medidas fitossanitárias, que prejudicam diretamente o produtor rural e têm efeitos negativos em toda a cadeia produtiva. As pragas quarentenárias podem entrar no Brasil vindas de países vizinhos, pelas nossas fronteiras. A vigilância sanitária no território brasileiro é um enorme desafio imposto pela grande extensão e diversidade de condições das fronteiras. Essas pragas podem vir de países distantes e entrar através dos portos e aeroportos. Podem também aqui chegar trazidas por massas de ar ou por meios ativos de locomoção. O conhecimento dos possíveis danos das pragas quarentenárias e a identificação das áreas agrícolas ameaçadas, assim como a caracterização das possíveis vias de ingresso e rotas de dispersão, são fundamentais para orientar o planejamento e a execução da vigilância fitossanitária. A proximidade das vias de ingresso e a concentração geográfica de algumas culturas agrícolas facilitam a proliferação de pragas exóticas e potencializam os danos. Para apoiar a prevenção e o contingenciamento de pragas quarentenárias, a Embrapa vem conduzindo trabalhos em base territorial para subsidiar a de-

finição de estratégias de defesa vegetal no Brasil. Foram identificadas regiões em que ocorre grande produção de culturas agrícolas hospedeiras próximas a interseções de rodovias, ferrovias ou hidrovias na fronteira com países vizinhos e com ausência de postos de vigilância agropecuária. Em outras regiões, é notada a deficiência do número de postos de controle em função da extensão da fronteira. Há ainda regiões longe da faixa de fronteira, mas com porto ou aeroporto próximo, sem postos de vigilância federal. Já foram identificados 364 pontos de acesso terrestre (interseção da fronteira territorial brasileira com rodovias, ferrovias e hidrovias) de pragas, e próximo à fronteira localizou-se 26 pontos de acesso portuário, 105 aeródromos públicos e 414 aeródromos privados. Considerando a importância das pragas quarentenárias, a proeminência da agricultura brasileira no cenário mundial e a relevância desse setor para a economia do país, a Embrapa Gestão Territorial e o Conselho Científico de Agricultura Sustentável estão direcionando esforços conjugados no sentido de ampliar e aprofundar o trabalho de inteligência territorial para caraterização de vias de ingresso e priorização de locais para a implantação ou intensificação da vigilância fitossanitária e para identificação de áreas de contingenciamento de pragas quarentenárias. Não estamos falando em zerar os riscos, mas sim de analisá-los e comunicá-los, para que possam ser devidamente gerenciados. AEAARP

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crea-sp

Comentários aos artigos

71 e 75, da lei nº 5.194/66 A lei que rege o exercício profissional estabelece, dentre outras coisas, as penalidades aplicáveis em razão da atuação de engenheiros e agrônomos. Para esta finalidade, deve ser analisado em conjunto com o Código de Ética Profissional. São cinco as modalidades de penas, sendo a mais branda a advertência reservada e a mais severa o cancelamento definitivo do registro. Veja a seguir o que diz o Artigo 71: Art. 71 - As penalidades aplicáveis por infração da presente Lei são as seguintes, de acordo com a gravidade da falta: a) advertência reservada; b) censura pública; c) multa; d) suspensão temporária do exercício profissional; e) cancelamento definitivo do registro. Parágrafo único - As penalidades para cada grupo profissional serão impostas pelas respectivas Câmaras Especializadas ou, na falta destas, pelos Conselhos Regionais. Na advertência reservada o profissional é advertido por alguma infração cometida, chamando-se sua atenção reservadamente, sem que outras pessoas tomem conhecimento. Na censura pública a punição é levada ao conhecimento geral identificando o objetivo, o nome do censurado e o motivo da aplicação. Art. 52 do Anexo da Resolução nº 1004 do CONFEA, de 27 de junho de 2003: Revista Painel

Art. 52. Aos profissionais que deixarem de cumprir disposições do Código de Ética Profissional serão aplicadas as penalidade previstas em lei. § 1º A advertência reservada será anotada nos assentamentos do profissional e terá caráter confidencial. § 2º A censura pública, anotada nos assentamentos do profissional, será efetivada por meio de edital afixado no quadro de avisos nas inspetorias, na sede do Crea onde estiver inscrito o profissional, divulgação em publicação do Crea ou em jornal de circulação na jurisdição, ou no diário oficial do estado ou outro meio, economicamente aceitável, que amplie as possibilidades de conhecimento da sociedade. Já a multa é a simples sanção pecuniária imposta ao profissional infrator. Na suspensão temporária do exercício da profissão, o profissional tem seu registro suspenso por tempo determinado, ficando nesse período desabilitado para exercer a profissão. Por fim, o cancelamento definitivo do registro será efetuado em caso de má conduta pública e escândalos praticados pelo profissional ou sua condenação definitiva por crime considerado infamante. Na esfera do CREA-SP, a competência para aplicação dessas penalidades é das câmaras especializadas de cada modalidade, mediante processo administrativo específico, assegurada ampla defesa ao profissional interessado.

Cancelamento O Artigo 75 trata da penalidade mais grave aplicada ao profissional. Observa-se que o cancelamento definitivo do registro só ocorrerá em duas situações: em caso de má conduta pública e escândalos praticados pelo profissional ou em caso de condenação transitada em julgado por crime considerado infamante. Veja a íntegra do artigo: Art. 75 - O cancelamento do registro será efetuado por má conduta pública e escândalos praticados pelo profissional ou sua condenação definitiva por crime considerado infamante. Entende-se como má conduta pública e escândalos aqueles atos praticados com repercussão negativa perante a sociedade, denigrindo assim a profissão. Considera-se crime infamante aquele que, devido aos meios empregados e às circunstâncias em que se realizou, ocasiona no meio social uma reprovabilidade maior manifestada sobre o autor do crime, principalmente levando-se em conta os motivos que levaram o agente a praticá-lo. Sendo assim, entende-se por crime infamante qualquer crime contrário a honra, dignidade ou má fama de quem o pratica. O cancelamento do registro não isenta o profissional das responsabilidades, obrigações pecuniárias e faltas cometidas no exercício da profissão anteriormente à aplicação da penalidade.


inovação

Estações robotizadas em áreas com

risco de deslizamento Nove cidades vão receber o equipamento ainda este ano e Campos do Jordão já tem o sistema instalado desde 2014

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Nacionais (Cemaden) está instalando Estações Totais Robotizadas (ETRs) em cidades que têm morros e encostas com riscos de deslizamentos. As ETRs são aparelhos com sensores geotécnicos que emitem sinais a laser – que são refletidos em prismas instalados ao longo da encosta monitorada – capazes de medir, até mesmo, pequenas movimentações de terra.

As cidades de Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Angra dos Reis (RJ), Mauá e Santos (SP), Blumenau (SC), Recife (PE) e Salvador (BA) receberão, até agosto, o conjunto de equipamentos que inclui uma ETR acompanhada por 100 prismas, 15 plataformas de coleta de dados que dispõem de um pluviômetro automático e seis sensores de umidade do solo. A cidade paulista Campos do Jordão foi o primeiro município a ter

a instalação desse equipamento, no ano passado. A novidade das estações robotizadas é a instalação em áreas urbanas. Até então, o Brasil usava os sensores geotécnicos somente em grandes obras da engenharia civil, como construção de hidrelétricas e de áreas de mineração, para garantir a segurança dos trabalhadores, além de evitar grandes impactos ambientais. Fonte: Instituto de Engenharia

AEAARP

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Notas e Cursos

Energia Eólica Pós-Graduação em Engenharia Mineral O programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral (PPGEMin) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) inicia, em 17 de agosto, o processo seletivo para ingresso de alunos de mestrado e doutorado. As inscrições vão até 11 de setembro. Os interessados poderão inscrever-se em uma das cinco áreas do Programa: Lavras de minas, Tratamento de minérios, Pesquisa mineral, Economia mineral e caracterização de matérias-primas minerais, Meio Ambiente, segurança e higiene ocupacional e Óleo e gás. Os candidatos a mestrado deverão ser graduados em qualquer área – exceto em casos de licenciatura curta. Os candidatos a

doutorado, com título de mestrado obtido fora da USP, terão a sua documentação previamente analisada pela Comissão de Pós-Graduação da Poli. As provas de seleção serão realizadas em duas fases. Na primeira, de caráter eliminatório, os candidatos deverão comprovar proficiência em conhecimentos de engenharia mineral e inglês e, na segunda, serão avaliados projetos de pesquisa e feita análise curricular com arguição. Os documentos necessários à inscrição e outras informações podem ser obtidos na página do Programa disponível no site pmi.poli.usp.br. O número do edital é 01/2015. Fonte: Agência Fapesp

Estudo detalhado sobre a energia eólica no Brasil está disponível para download. O estudo “Desafios e Oportunidades para a energia eólica no Brasil: recomendações para políticas públicas” identificou os fatores que em pouco tempo fizeram da energia eólica um destaque no cenário energético brasileiro e internacional. Desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e elaborado pela LCA Consultores, o estudo levantou os principais desafios que o setor enfrenta, apontando soluções para que essa fonte de energia alcance participação ainda maior na matriz elétrica brasileira. O atalho para ler a íntegra do documento está no site da AEAARP. Fonte: WWF

novos associados

Darlene Ketlin Duque Rodrigues Estudante | Arquitetura Murillo Guioto Moroti Estudante | Engenharia Civil Tiago Minto Gomes Estudante | Engenharia Civil Vilma Blossey Ferreira Arquitetura Fernando José Thomazella Engenharia Civil Fábio de Souza Lima Rossi Engenharia de Controle de Automação Luiz dos Santos Técnico em Eletrônica

Revista Painel

47 trilhões de operações matemáticas por segundo A Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, inaugurou o cluster computacional Euler do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela Fapesp. Adquirido ao custo de R$ 4,5 milhões, o sistema computacional para processamento científico de alto desempenho é o mais rápido instalado em universidades no estado de São Paulo, de acordo com os coordenadores do projeto. Batizado em homenagem ao matemático e físico suíço Leonhard Paul Euler (1707-1783) – que contribuiu para o avanço científico em diversas áreas, como a teoria dos números, análise matemática aplicada e mecânica de fluidos –, o sistema computacional é composto

por 104 computadores ligados em rede de alta velocidade, que são dotados de dois processadores com 20 núcleos de processamento cada computador. Enquanto um laptop comum é capaz de realizar 10 bilhões de operações matemáticas básicas (como adição, subtração, multiplicação e divisão) por segundo – chamadas de FLOPs, da sigla em inglês de Floating Point Operations per Second –, o supercomputador é capaz de fazer 47 trilhões de FLOPs. “Antes demorávamos 150 dias para fazer uma simulação aerodinâmica. Hoje, com o supercomputador, conseguimos fazê-las em 20 dias”, comparou Carlo Junqueira-Junior, doutorando no IEA/CTA. Fonte: USP




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