painel Ano XVIII nº 247 outubro/ 2015
Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
AEAARP
Plano Diretor Rural Pela primeira vez desde 1995, proposta de revisão do Plano Diretor prevê organização do meio rural
ARQUITETURA Técnica e materiais para o conforto ambiental MICROBACIA Programa beneficiou agricultores de 645 municípios PESQUISA Levantamento revela que a Lei das Reformas não pegou
Editorial ÁGUA, MAS EM MARTE Eng. civil Carlos Alencastre
Uma frase atribuída a Beijamin Franklin, cien sta americano que viveu no século 18, é bastante significa va da nossa realidade no século 21: “Se destruírem as cidades, mas conservarem os campos, as cidades ressurgirão. Mas, se destruírem os campos e preservarem as cidades, as cidades perecerão”. A crise hídrica que a nge o estado de São Paulo deve fazer-nos refle r sobre a responsabilidade de cada um de nós, técnicos e cidadãos, em relação às a vidades que desempenhamos. Estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) detectou que o sistema Cantareira, que abastece a cidade de São Paulo, passou por um processo de transição drás ca. Nesta edição da Painel, reportagem relata o significado preocupante deste processo, que começou em 2013 e poderia ter sido evitado com a adoção de medidas aparentemente simples, como a redução da re rada de água do reservatório, que implicaria em redução do consumo. Neste úl mo ponto reside a responsabilidade de todos nós. Em Ribeirão preto, há décadas autoridades e técnicos batem na mesma tecla: o Aquífero Guarani está rebaixando grada vamente a cada ano. Precisamos reduzir o consumo, economizar água e adotar medidas urbanís cas e tecnológicas que protejam o nosso manancial. O poder público deve cuidar da rede, que é an ga e cheia de problemas que causam desperdício antes de a água chegar às torneiras. Empreendimentos imobiliários devem adotar medidas de u lização responsável da água, com sistemas de reuso e captação da água de chuva. O cidadão precisa ter acesso a ferramentas que possibilitem a redução do consumo da água do manancial sem afetar dras camente seus hábitos e necessidades co dianas. Engenheiros, arquitetos e agrônomos têm acesso a essas ferramentas e precisam u lizá-las, para o bem de toda a população. No filme Perdido em Marte, o personagem do ator Ma~ Damon é deixado no planeta vermelho em razão de um imprevisto sofrido pela equipe que compõe a missão. Ele sobrevive, produzindo água e alimentos a par r de conhecimentos cien ficos. Quando o filme foi feito, ninguém sabia ainda da existência de água em Marte, anunciada pela Agência Espacial Norte-americana (NASA). Este, porém, é mais um exemplo do grande fascínio provocado por aquele planeta e da importância da água para a sobrevivência. Quando a descoberta foi anunciada, ressurgiram teorias sobre a possibilidade de haver vida por lá, o que, no imaginário popular, significa seres extraterrestes com grandes poderes. Em todo o mundo, surgem projetos de vilas que poderiam abrigar pessoas que viveriam em Marte, o que estaria garan do pela existência da água. O que deve nos despertar para a realidade é a frase de Beijamin Franklin. Vamos cuidar dos recursos naturais que temos à disposição hoje, temos conhecimento e tecnologia para garan r a vida na Terra, sem precisarmos recorrer à ficção cien fica para projetar o futuro. Eng. civil Carlos Alencastre Presidente
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
Expediente
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 2º Vice-presidente DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite
ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO
DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna
Índice ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO
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ARQUITETURA
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AGRICULTURA
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AGRONEGÓCIO
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ENCONTRO
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Plano Diretor deve atingir também a zona rural
Maioria da população ainda desrespeita a Lei das Reformas
Tecnologia e técnica em favor do conforto
Com mais chuva, IAC aumenta a produção de sementes
Microbacias II muda a forma de fazer negócio no campo
SOEA, em Fortaleza, é destaque em qualidade técnica
Conselheiros Titulares Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. civil Edgard Cury Eng. civil Elpidio Faria Junior Arq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do Amaral Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Arq. Luiz Eduardo Siena Medeiros Arq. e urb. Maria Teresa Pereira Lima Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Conselheiros Suplentes Eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho Arq. e urb. Fernando de Souza Freire Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARP Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves REVISTA PAINEL Conselho Editorial: - eng. civil Arlindo Sicchieri, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto conselhoeditorial@aeaarp.org.br Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39, cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - contato@textocomunicacao.com.br
CREA-SP
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PESQUISA
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ÁGUA
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Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.
FOCO
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Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
TECNOLOGIA
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Horário de funcionamento
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AEAARP CREA Das 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
A Resolução 1025 e o registro da ART
Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044
Ensinando robôs
Problemas na Cantareira começaram em 2013, segundo pesquisadores
Projeto de geração de energia fotovoltaica é premiado
NOTAS E CURSOS
Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br
ESPECIAL
Plano Diretor deve atingir também a
zona rural
Pela primeira vez desde 1995, revisão do Plano Diretor do município propõe aprofundar o debate acerca da organização do meio rural Das quase 200 milhões de pessoas recenseadas pelo Ins tuto Brasileiro de Geografia e Esta s ca (IBGE) no Brasil em 2010, cerca de 160 milhões viviam na área urbana e aproximadamente 30 milhões na zona rural. Em Ribeirão Preto, segundo o mesmo levantamen-
to, 99% das pessoas vivem na cidade. A densidade demográfica predominante nas áreas urbanas é uma das explicações para uma a tude que acaba infringindo a legislação federal. O Estatuto da Cidade, que entrou em vigor no início dos anos 2000, determina que os
municípios elaborem planos diretores considerando toda a sua área, que inclui a urbana e a rural. Porém, só nesta úl ma revisão, deba da em 2013 e que segue em trâmite na Câmara Municipal, as necessidades da zona rural foram mais detalhadas. AEAARP
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O que diz a proposta de revisão O Estatuto da Cidade (Lei nº. 10.257/01), determina a revisão do Plano Diretor pelo menos a cada 10 anos.
Quando, em 1945, o engenheiro José de Oliveira Reis elaborou a primeira proposta para um plano diretor do município, que considerou exclusivamente a área urbana, já alertava para a necessidade de ser elaborado um plano regional, que incorporasse também a área rural. O projeto dele não foi implantado e, 50 anos mais tarde, em 1995, quando o primeiro Plano Diretor foi aprovado no município, a área rural não foi incluída. O arquiteto e urbanista José Antônio Lancho é coordenador da atual revisão do Plano Diretor, cujo projeto de lei tramita na Câmara Municipal. Ele admite que, tanto na lei original quanto nas revisões feitas nos anos seguintes, a abordagem da organização rural foi superficial. Desta vez, entretanto, diante de um volume muito grande de solicitações, foi determinada a adoção de um Plano Estratégico, que deve ser elaborado em até quatro anos após a promulgação da lei. Lancho explica que os representantes do setor – profissionais, moradores, proprietários, dentre outros – deverão compor grupos de trabalho que debaterão e definirão diretrizes para questões rurais, como segurança alimentar e expansão urbana. O arquiteto defende que estes são temas estratégicos, uma vez que a cidade não pode avançar sobre áreas de cul vo que sejam essenciais para a população ou para quem vive da terra. Revista Painel
DA ESTRUTURA RURAL Art. 36. O uso e ocupação do solo na área rural serão disciplinados no Plano Estratégico Rural, instrumento permanente da polí ca agrícola, segurança alimentar e nutricional, agronegócios, turismo e meio ambiente rural. Art. 37. O Plano Estratégico Rural deverá contemplar os seguintes obje vos: I - garan r e melhorar a sustentabilidade da população rural; II - incen var as a vidades agrícolas de pequeno porte e/ou familiares; III - formular polí cas e ações administra vas que harmonizem a economia rural com desenvolvimento sócio ambiental; IV - elaborar programas para es mular o uso econômico de terras rurais, em especial as não mecanizáveis; V - fortalecer os canais de distribuição e comercialização da produção municipal e o controle de sua qualidade; VI - apoiar e fiscalizar a manutenção de maciços florestais em áreas rurais; VII - incen var a preservação das paisagens naturais; VIII - difundir a cultura da produção agropecuária para toda a sociedade; IX - incen var o turismo rural; X - incen var a vidades agrícolas que não u lizem produtos tóxicos de grande mobilidade; XI - garan r a proteção e a conservação do Aquífero Guarani. Art. 38. São diretrizes do Plano Estratégico Rural: I - promover a assistência integral à saúde da população rural e o acesso a soluções locais de saneamento básico; II - fortalecer a segurança no meio rural; III - adotar manejo respeitando as boas prá cas agrícolas; IV - facilitar a interação dos elos das diversas cadeias produ vas do município e seus respec vos agentes;
V - apoiar a recolocação profissional de trabalhadores rurais deslocados de suas propriedades em função da expansão das áreas urbanas; VI - preservar a memória e os valores culturais, ar s cos e arquitetônicos da zona rural; VII - integrar as polí cas de desenvolvimento rural de nível estadual e federal; VIII - priorizar as culturas de longo ciclo e evitar as prá cas de agricultura mecanizada em áreas de maior declive; IX - es mular a qualidade ambiental das propriedades rurais, fortalecendo a relação protetor-recebedor, ressaltando o papel do agricultor como prestador de serviços ambientais valorizando o trabalho ambiental do agricultor. Parágrafo único. Boas Prá cas Agrícolas (BPAs) cons tuem um conjunto de procedimentos e recomendações aplicadas para garan r a qualidade do produto agrícola, assim como a saúde, o bem-estar e a segurança do trabalhador rural, além de conservar o meio ambiente por meio da u lização sustentável dos recursos naturais. Art. 39. A polí ca de expansão urbana deverá considerar as disposições do Plano Estratégico Rural. Art. 40. O Plano Estratégico Rural desenvolverá polí cas para fortalecimento da cadeia produ va, dos negócios, eventos e estudos, aprimorando a cidade como polo contemporâneo e importante de serviços e a vidades agroindustriais. Parágrafo único. A polí ca que trata o “caput” deverá incen var: I - o potencial de ciência e tecnologia dos organismos públicos e privados do setor agrícola; II - potencial acadêmico para ciências agrárias e gestão de agronegócios; III - eventos agroindustriais.
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Precariedade
Segundo o engenheiro agrônomo Luís Fernando Franco Zorzenon, antes da promulgação da Cons tuição Federal, em 1988, a área rural sequer era considerada nas polí cas públicas de Estado. Ele propõe uma reflexão histórica ampla a respeito da ocupação rural, que foi abandonada por várias famílias nas úl mas décadas. O engenheiro agrônomo ques ona, por exemplo, se o êxodo rural teria acontecido caso as necessidades das famílias vessem sido atendidas naquele ambiente onde viviam. Zorzenon trabalha na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) do governo do estado de São Paulo. Conhece a realidade rural da região de Ribeirão Preto, a qual classifica como de grande precariedade. Falta educação, cultura, transporte, segurança pública, serviço de saúde, saneamento e outros serviços básicos, como a coleta de resíduos. No bairro rural Pau D’alho, que fica em Ribeirão Preto, por exemplo, houve recentemente um caso de Doença de Chagas. Houve infestação de insetos barbeiros contaminados com o protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença. Para Zorzenon, esta é uma questão de saúde pública. Portanto, o fato de estar em ambiente rural não é jus fica va para a ocorrência do problema, principalmente na cidade que tem um centro de referência em pesquisa e tratamento desta doença, que é o Hospital das Clínicas. O exemplo do bairro Pau D’alho demonstra que as questões de saúde pública devem ser tratadas adequadamente nesse meio, incluindo a adoção de um posto de saúde rural. Zorzenon e o também engenheiro agrônomo Paulo Peixoto, diretor de Comunicação da AEAARP, defendem, por exemplo, a instalação de escolas rurais, que já exis ram no passado.
Em relação aos resíduos, tanto o lixo domés co quanto o sanitário, a precariedade beira o abandono. Zorzenon explica que as residências rurais usam fossas negras, que têm impacto ambiental, além da precariedade sanitária. Não há coleta de lixo. Em algumas cidades da região, como Brodowski e Santa Rosa de Viterbo, a prefeitura coloca uma caçamba em um ponto da estrada rural e os moradores despejam ali seus resíduos. Trata-se de um arranjo e não de uma polí ca pública que dê conta do resíduo produzido pelos moradores.
Plano Diretor
As realidades do meio rural e do urbano são diferentes. Um exemplo é o po de ocupação. No ambiente rural, é dispersa, o que leva a debates sobre a forma de ofertar os serviços públicos e instalar equipamentos de saúde e educação, por exemplo. Peixoto considera essa realidade parte do desafio. “O que não pode é deixar de enfrenta-lo”, opina. Para ele, o fato de a Lei Federal exigir a par cipação popular na elaboração do Plano Diretor é uma grande vitória da sociedade. Porém, sem efeito para quem vive no campo. “Não há representa vidade polí ca”, afirma. No Plano Diretor de Ribeirão Preto, em vigor desde 1995, a questão da organiza-
ção do meio rural se resume a seis menções na lei original que, dentre outras coisas, determina: “que a zona rural do território do município seja considerada, nos seus aspectos }sicos, econômicos e sociais, como tais integrados na Polí ca Municipal de Desenvolvimento, por impera vo do disposto no ar go 155 da Lei Orgânica do Município de Ribeirão Preto”. Peixoto e Zorzenon concordam que as peculiaridades da zona rural exigem legislação própria. “Tem questões de mobilidade, acessibilidade, ocupação do solo, meio ambiente, infraestrutura, enfim, todas as questões que devem ser respondidas na cidade por meio de lei complementar”, explica Peixoto. Ele argumenta que os instrumentos jurídicos e polí cos previstos no Plano Diretor têm foco na realidade urbana e deveriam ser repensados para a aplicação nas regiões rurais do município. O arquiteto Lancho pondera que a revisão em curso é um avanço em relação às legislações adotadas até agora e que os detalhes e as necessidades dessa população exigem discussões específicas. “Em São Paulo foi colocado tudo junto e foi um retrocesso”, explica. O plano, agora, é olhar para frente. “Será importante a par cipação da en dade e dos profissionais na elaboração do Plano Estratégico”.
Veja na área Revista Painel na página da AEAARP a edição nº 199, de outubro de 2011, a reportagem que relata o pr primeiro projeto de Plano Diretor feito para Ribeirão Preto em 1945.
www.aeaarp.org.br aeaarp.org
AEAARP
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LEGISLAÇÃO
Maioria da população ainda desrespeita
a Lei das Reformas Falta de conhecimento sobre as vantagens de se contratar um arquiteto é a principal barreira, segundo o CAU/SP
A Norma de Reformas 16.820, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tem sido desrespeitada por grande parte da população, de acordo com pesquisa feita pelo Ins tuto Datafolha. O estudo, encomendado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), revela que 54% da população economicamente a va do Brasil já construiu ou reformou imóRevista Painel
vel residencial ou comercial. Destes, 85,40% fizeram o serviço por conta própria ou com pedreiros e mestres de obras, amigos e parentes e apenas 14,60% contrataram arquitetos ou engenheiros. Na região Sudeste, que concentra 54% dos arquitetos e urbanistas do país, segundo o úl mo Censo realizado também pelo CAU/BR, a relação também
não é animadora: apenas 16,40% contrataram profissionais da área técnica. A norma determina que, no caso de reformas ou de construções par culares, o proprietário ou locatário do imóvel deve encomendar laudo técnico assinado por arquiteto ou engenheiro atestando que a obra não comprometerá a segurança da edificação e de seu entorno. “Uma das principais barreiras para a
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contratação de um profissional especializado é o senso comum de que se trata de um trabalho caro. O que não corresponde à verdade. O valor para a contratação de um arquiteto, em média, é de apenas 10% do valor total da obra. E seu trabalho agrega grandes vantagens e bene}cios que muitas pessoas ainda desconhecem”, diz Gilberto Belleza, presidente do CAU/SP. Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, ressalta que a realização de reformas sem o acompanhamento profissional adequado pode ocasionar problemas estruturais graves na edificação como, por exemplo, o furo em
uma viga, o corte de um pilar ou a sobrecarga de peso em uma laje. “Isso afeta seriamente a estrutura do edi}cio e coloca a vida de todos os moradores em perigo, pois o risco de desabamento é iminente”. Entre as vantagens, Belleza cita o fato de que o arquiteto tem pleno conhecimento sobre o que realmente precisa ser adquirido para a execução da obra e também qual a quan dade exata de material, sem correr o risco de fazer compras desnecessárias, gerando despesa extra. “O profissional habilitado tem a capacidade de realizar um projeto bem elaborado, detalhado, com cro-
nogramas definidos. Oferecer, inclusive, futura manutenção muito mais eficiente e econômica. Além de toda a segurança”, completa Belleza. Um ponto mostrado na pesquisa é de que, entre as pessoas que contrataram arquitetos e urbanistas para auxiliarem as obras, 78% demonstraram sa sfação com o resultado do serviço prestado. “Ainda é preciso um pouco mais de tempo para que os brasileiros passem a reconhecer a importância de contratar um profissional especializado nesses casos. Mas, acima de tudo, é necessário também que se faça cumprir a norma”, finaliza o presidente do CAU/SP.
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ARQUITETURA
Tecnologia e técnica em favor do conforto Projetos e materiais interferem nas questões térmica, lumínica e acúslca das edificações
As edificações surgiram da necessidade de o homem se proteger das adversidades do clima do local onde vive. Segundo a arquiteta Luciana Pagnano, professora de conforto térmico, lumínico e acús co do Centro Universitário Moura Lacerda, em cada lugar do mundo as construções eram feitas de acorRevista Painel
do com o clima. Porém, a globalização da arquitetura iniciou o processo de importação de sistemas constru vos aplicados em locais de clima frio em cidades quentes, como Ribeirão Preto. “Demorou um tempo para os profissionais perceberem que, em termos de conforto ambiental, essa globalização
foi um desastre”, afirma Pagnano. O aumento expressivo de áreas impermeáveis, a diminuição das áreas verdes e a acelerada expansão urbana contribuem para o aumento da temperatura no microclima urbano. “Este fator é mais um agravante no desconforto térmico causado pelo excesso de
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calor no interior das edificações”, diz a arquiteta. Outro fator causador do desconforto térmico é a alta radiação solar. “Tem que se pensar na questão da insolação. Se o profissional consegue proteger a edificação do sol, vai conseguir melhor conforto térmico”. O arquiteto e urbanista Luiz Eduardo Siena Medeiros, conselheiro e ex-presidente da AEAARP, lembra que em Ribeirão Preto os projetos devem observar a questão higrotérmica, termo técnico que define o conforto ambiental sob os pontos de vista da umidade, que aqui é baixa, e temperatura, normalmente muito alta na cidade. “Dentre todos os fatores que causam desconforto em Ribeirão, esses são os mais percep veis, principalmente em razão do clima seco”, explica.
O ar go cien fico “Arquitetura moderna e conforto ambiental nos trópicos – diretrizes aplicáveis a casas de Lucio Costa na Gávea, Rio de Janeiro”, escrito por quatro arquitetas que avaliam as soluções de conforto visual e térmico adotadas pelo arquiteto e urbanista Lucio Costa, considerado pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, está publicado na íntegra no endereço eletrônico da AEAARP, na área de NoOcias.
www.aeaarp.org.br aeaarp.org
Exemplos de conforto ambiental na arquitetura Em sua dissertação de mestrado in tulada “Conforto térmico e a prá ca do projeto de edificações: recomendações para Ribeirão Preto”, a arquiteta Luciana Pagnano cita alguns exemplos de soluções adotadas por arquitetos para melhorar o conforto térmico nas edificações no Brasil. Veja abaixo trechos do texto:
Hospital Rede Sarah de Fortaleza – CE O arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, é internacionalmente conhecido, não só pela ullização de sistemas de concreto pré-moldado, como pelas preocupações climálcas e com o conforto ambiental, que fazem parte de sua filosofia e postura projetual. No projeto do hospital Sarah de Fortaleza (figura 3.4), o programa foi setorizado em “ambientes flexíveis” – que permitem a ullização de condicionamento natural – “e ambientes não flexíveis” – que exigem controle permanente das condições de temperatura e umidade, como o caso dos centros cirúrgicos. Os ambientes com condicionamento arlficial estão localizados na parte posterior, permilndo melhor localização dos ambientes flexíveis, que se aproveitam da incidência dos ventos dominantes.
Figura 3. 4 vista aérea do Hospital Sarah Fortaleza (MONTERO, 2006).
AEAARP
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Soluções
Segundo Siena, técnicas arquitetônicas clássicas contribuem com o conforto ambiental nas edificações. “A implantação correta do edi}cio no terreno, o uso de beirais, marquises, varandas, o aproveitamento da orientação dos ventos e o uso de materiais com capacidade de isolamento térmico, como painéis metálicos com poliuretano, isopor e concreto com agregados isolantes, são algumas soluções que podem ser exploradas em cidades quentes como Ribeirão”. Pagnano ressalta que nem sempre a questão de conforto ambiental está ligada às novas tecnologias e novos materiais. “Material de construção sozinho, não faz milagre. Ele precisa de um bom projeto”. A arquiteta cita outros exemplos de soluções para amenizar o calor dentro das edificações, como o uso de proteções solares, de coberturas verdes e ven lação natural. A arquiteta explica que alguns softwares, como o Revit, da Autodesk, ou o ArchiCAD, são interessantes no processo de elaboração de projetos, pois eles mostram o posicionamento solar, as projeções de sombras e, por meio da maquete eletrônica, é possível perceber o comportamento do sol em relação à edificação. “Esses programas não são considerados precisos, mas funcionam como uma prévia de como funcionará a incidência do sol na construção”. Pagnano diz, porém, que o uso desse po de ferramenta ainda não é difundido no mercado de trabalho e está mais restrito ao ambiente acadêmico. Para melhorar a qualidade do ar interno das edificações recém-concluídas, Siena destaca também o uso de produRevista Painel
Para atender aos princípios da venllação natural, foram desenvolvidos dois sistemas, que podem operar simultaneamente: o de convecção e o de venllação cruzada. No modo por convecção, o ar frio é injetado através das galerias de venllação subterrâneas com nebulisadores de água externos e extraído por um sistema de aberturas a favor dos ventos dominantes, dando o efeito de sucção.
Figura 3. 5 entradas de ar das galerias de ventilação subterrâneas (MONTERO, 2006).
Uma grande cobertura em arco abrange a área do ginásio de alvidades, varandas das enfermarias e jardim interno (figura 3.6). Esta foi projetada com brises móveis para que a proteção à radiação direta acompanhasse a trajetória solar e ainda permilsse a venllação natural.
Figura 3. 6 vista interna do Hospital Sarah Fortaleza (MONTERO, 2006).
O arquiteto e urbanista Luiz Eduardo Siena, conselheiro e ex-presidente da AEAARP, ressalta que soluções de ven lação natural adotadas por Lelé neste projeto não se aplicam em Ribeirão Preto, pois a cidade não tem vento.
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Sede da Petrobrás em Vitória – ES
O projeto desenvolvido pelo arquiteto Sidônio Porto para a sede administralva da Petrobrás em Vitória (figura 3.9), expressa a preocupação da empresa com a adoção de conceitos construlvos que resultem em eficiência energélca. A empresa vem procurando aplicar em suas novas unidades uma orientação em defesa da prálca de uma arquitetura bioclimálca.
Figura 3. 9 Vista Sede da Petrobrás em Vitória (Revista FINESTRA, 2007).
Para os estudos sobre conforto térmico foi contratada uma empresa de consultoria específica em conforto, o que permilu que essa questão fosse avaliada ainda na fase de desenvolvimento do projeto.
tos que contenham poucos compostos voláteis. “Quando se u liza ntas com essa caracterís ca, o odor desse produto dentro das construções é reduzido. As ntas e vernizes que têm menos compostos voláteis apresentam menor evaporação desse elemento, reagindo menos com o ar”. O paisagismo e a ergonomia são também fatores que contribuem para o conforto ambiental, explica o arquiteto. “O paisagismo é um elemento que
ajuda a sombrear, a reduzir a radiação solar e a aumentar a umidade rela va do local, sem contar a função esté ca”. Siena destaca também que é preciso pensar no paisagismo urbano e na u lização de áreas verdes adequadas para que estes proporcionem todos os seus bene}cios para as cidades e não só para os edi}cios. Já a ergonomia está voltada para o conforto na u lização do mobiliário como, por exemplo, o dimensionamento correto de bancadas, mesas,
cadeiras e postos de trabalho. Normas técnicas definem alguns critérios em relação ao conforto ambiental nas edificações. A NBR 15220/2005 - Desempenho Térmico de Edificações foi criada com o obje vo de aprimorar o desempenho térmico das edificações no Brasil através da adequação climá ca. Siena destaca também a NBR 15.575/2013 - Desempenho de Edificações Habitacionais, que abrange a modernização tecnológica da construção brasileira e a melhoria da qualidade das habitações. Ruído gerado por veículos, crianças brincando ou chorando, música alta e o barulho feito por móveis sendo arrastados no chão podem ser evitados com isolação acús ca adequada. “Existem materiais que amenizam os sons desagradáveis vindos da área externa de uma residência ou em apartamentos como, por exemplo, mantas ou pos de concreto com caracterís cas isolantes”, diz Siena.
Mudança no comportamento
O crescimento da preocupação com a sustentabilidade e com a economia de energia está relacionado com o aumento das exigências das pessoas, do nível de conforto, da criação de normas técnicas e da difusão do conhecimento, explica Siena. “O conforto está associado à qualidade de vida, às questões de preservação energé ca, às a tudes sustentáveis e às mudanças no comportamento do ser humano”, explica o arquiteto. Pagnano complementa que os conceitos de sustentabilidade também estão ligados à gestão correta dos resíduos sólidos, ao uso e reuso da água e à suficiência energé ca. “Uma edificação AEAARP
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que tenha conforto térmico, será mais eficiente, mais econômica e mais sustentável. E quanto menos precisar de sistemas ar ficiais de ven lação, iluminação e de controle térmico, menos energia consome”. Siena complementa que nem sempre soluções mi gadoras são suficientes, por isso a tecnologia produz, cada vez mais, equipamentos de baixo consumo energé co e de baixo impacto ambiental.
Sede da Petrobrás em Vitória – ES Quanto ao entorno, procurou-se preservar as árvores mais anlgas e de maior diâmetro, criando uma espécie de cinturão verde em torno dos edifcios, colaborando com o sombreamento. Os ambientes de maior permanência e com maior número de pessoas trabalhando foram dispostos ao longo das fachadas menos ensolaradas. As fachadas terão também brises fixos e móveis como proteção contra a radiação solar direta e melhor aproveitamento da luz natural (figura 3.10).
Desafios
Projetar espaços que atendam a todas as questões relacionadas ao conforto térmico, lumínico e acús co e com menor impacto ambiental, tanto do ponto de vista da construção quanto do uso da edificação, é um dos principais desafios dos arquitetos, segundo Siena. Para Pagnano o grande desafio dos profissionais de arquitetura é entender que o projeto é a principal ferramenta para garan r o conforto ambiental nas edificações. “Nenhum material é milagroso e muito menos vai salvar um projeto que teve uma orientação ruim”.
Veja no endereço eletrônico da AEAARP, na área NoOcias, um sistema de chaminé solar, criado por professor e alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), que pode ajudar a refrescar edificações localizadas em cidades quentes, através do es mulo de ven lação natural em residências e escritórios.
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Revista Painel
Figura 3. 2 Corte com sistema de proteção solar (Revista FINESTRA, 2007).
Além dos brises, um sistema com uma espécie de corlna de tela mecanizada irá reforçar o sombreamento em períodos mais crílcos. Colocadas na parte externa do vidro, podem absorver e reter até 91% do calor conldo na irradiação solar. Essa proteção corre dentro de trilhos, com acionamento manual ou motorizado, programado no computador, o que permite orientar os movimentos de abertura e fechamento conforme as condições de sombreamento e insolação de cada uma das fachadas. O espaço existente entre a tela e os vidros permilrá a circulação de ar (Revista FINESTRA, 2007).
AGRICULTURA
Com mais chuva,
IAC aumenta a produção de sementes A semente de qualidade é considerada um dos principais motores do avanço da agricultura nacional
A transferência de semente gené ca é uma das principais formas de repasse de tecnologia da ciência agronômica desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Ins tuto Agronômico (IAC), de Campinas. Em 2015, o IAC deve produzir 550 toneladas de sementes genéticas de trigo, arroz, feijão, milho, milho pipoca, aveia, tri cale, amendoim, sorgo, sorgo vassoura e adubos verdes. Estas sementes asseguram a produ vidade e a qualidade do material cul vado
e garantem que o material plantado terá as mesmas características da cultivar desenvolvida nos centros de pesquisa. As sementes IAC são transferidas para empresas mul plicadoras e agricultores, principalmente para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. As sementes de feijão também seguem para Goiás, Mato Grosso, Bahia e Santa Catarina. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
90% das sementes produzidas de modo informal não têm qualidade suficiente. A semente de qualidade é considerada um dos principais motores do avanço da agricultura nacional. Em 25 anos, a área de plan o de grãos aumentou em 50% e a produção, 234%. Este resultado foi possível graças à modernização e adoção das tecnologias. Em 2014, a produção de sementes no IAC foi afetada pela seca e ficou em torno de 290 toneladas. Fonte: IAC
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AGRONEGÓCIO
Microbacias II muda a forma de fazer negócio no campo Estão concluídas 90% das obras financiadas pelo projeto em cinco cidades da região de Ribeirão Preto
Desde 2010, quando foi criado o Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável Microbacias II – Acesso ao Mercado, 220 projetos de associações e coopera vas de produtores agrícolas foram contemplados. Destes, 178 estão em andamento. As cinco chamadas para a apresentação de plano de viabilidade de negócio já beneficiaram agricultores de 645 cidades e o programa inves u mais de R$ 86,7 milhões, segundo a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). A região de Ribeirão Preto tem se destacado no Mibrobacias II. Cinco cidades – Guatapará, Santa Cruz da Esperança, Serra Azul, São Simão e Brodowski (SP) – estão com 90% das obras, que são financiadas pelo programa, concluídas. “Essas cidades receberam uma injeção Revista Painel
de dinheiro na agricultura. Dizemos que agora os produtores não vendem o alface e sim a salada pronta”, ressalta o zootecnista Michel Golfeto Calixto, diretor-técnico da CATI Regional. Em Guatapará, Calixto explica que o projeto desenvolvido proporcionou nova des nação aos ovos com cascas trincadas. Antes, iam para o lixo. Agora, são u lizados no processo de pasteurização. “Os granjeiros adquiriram uma máquina que quebra e pasteuriza o ovo e embala o produto”. A pasteurização dos ovos aumenta a durabilidade do produto e amplia as possibilidades de mercado. Em estado natural, a duração de um ovo é de três meses. Pasteurizado, a validade é de um ano. Em Santa Cruz da Esperança, pequenos e médios produtores de leite se
uniram e toda a produção vai para um centro de recebimento de leite, que comercializa o leite produzido na cidade para os la cínios da região. “Neste caso, aumentou o poder de negociação na venda do leite. Trabalhando em conjunto, eles conseguiram cerca de R$ 0,20 a mais no litro do leite”, explica Calixto. A produção de mandioca e banana foi incrementada em Serra Azul e São Simão explora a olericultura, que é a área da hor cultura que abrange a exploração de hortaliças e diversas partes comes veis das plantas. “Em São Simão, agora, os produtores têm máquinas que higienizam, picam e embalam a alface”. Em Brodowski, os produtores de café conquistaram um selo de exportação de seus produtos.
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Microbacias II O projeto Microbacias II busca ampliar a compe vidade e proporcionar o acesso ao mercado aos agricultores familiares organizados em associações e coopera vas. Duas vezes por ano são realizadas as chamadas públicas para que as organizações apresentem o plano de negócio da viabilidade do inves mento em seus projetos. Se aprovado pela CATI, a subvenção econômica será oficializada por meio de decreto estadual. Com a aprovação do plano, as organizações podem iniciar as compras dos insumos e as obras. O governo arca com 70% do valor do plano de negócio e a associação ou coopera va com 30%. Michel Golfeto Calixto, diretor-técnico da CATI Regional, expli-
ca que, caso a associação não tenha este valor, pode recorrer ao Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), que libera financiamento com juros subsidiados. O repasse da verba acontece em até seis dias após a compra feita pela associação. “Quando uma associação compra um caminhão, por exemplo, um profissional da CATI vai até o local para se cer ficar da compra do produto e se as informações batem com o descrito na nota fiscal. Se es ver tudo certo, a CATI repassa 70% do valor da compra para a organização”, explica Calixto. Nas primeiras cinco chamadas, o Microbacias II des nou mais de R$ 86,7 milhões, para aten-
der os 220 projetos. Inicialmente, o projeto aconteceria de 30 de setembro de 2010 a 30 de setembro de 2015. Porém, houve a prorrogação para 30 de setembro de 2017 e a sexta e úl ma chamada pública terminou em agosto de 2015. O Microbacias II foi criado pelo Governo do Estado de São Paulo, executado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Coordenadoria de Assistência Integral (CATI) e pela Secretaria do Meio Ambiente, através da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN). As regras para par cipar do programa estão disponíveis no endereço eletrônico www.ca .sp.gov.br/microbacias2.
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Sustentabilidade
Em Sete Barras (SP), o bairro do Guapiruvu é formado por 170 famílias, das quais 120 são ligadas à Coopera va Agropecuária de Produtos Sustentáveis do Guapiruvu (Cooperágua). De acordo com João Honório, presidente da Cooperágua, antes da coopera va o palmito era extraído. “70% da população é formada por assentados, não sabíamos como produzir sem destruir a floresta. Agora, aprendemos a cul var bananas de qualidade e nos ensinaram como ganhar novos mercados. Temos um caminhão, transportamos os produtos com qualidade e fornecemos para as prefeituras de São Paulo, Campinas, Santo André e Mauá”. Lá, o programa colaborou também com a preservação do meio ambiente.
Ribeirão Preto Segundo a CATI Regional, a sexta chamada pública – que aconteceu de 22 de julho a 26 de agosto deste ano – contou com 222 propostas para par cipar do programa. “Acreditamos que cerca de 40% não conseguirão ser aprovadas”, diz Calixto. A Coopera va dos Produtores Rurais de Agrobiodiversidade Ares do Campo (Cooperares), de Ribeirão Preto (SP), apresentou proposta para receber a subvenção econômica do Microbacias II. Fundada em 2009, a Cooperares tem
Revista Painel
100 agricultores a vos. Jusabe Hesede Cou nho, diretor-financeiro da coopera va, conta que está sendo desenvolvido o plano de negócio para apresentar à CATI. “Hoje, o nosso plano está próximo de R$ 245 mil, mas acredito que, até finalizarmos, vamos chegar ao valor de R$ 400 em inves mento”, diz Cou nho. A previsão é que o plano esteja finalizado até o fim de outubro de 2015. Entre os insumos apresentados pela Cooperares destacam-se a construção de um barracão para processar os pro-
dutos agrícolas, de um depósito com câmara fria, a compra de maquinários para processar, higienizar, picar e empacotar frutas e hortaliças e a compra de um caminhão refrigerado para fazer a entrega dos produtos. A produção da Cooperares é repassada integralmente para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que direciona os produtos para ins tuições assistenciais das cidades de Ribeirão Preto e Barretos (SP).
ENCONTRO
SOEA, em Fortaleza,
é destaque em qualidade técnica
Evento demonstra o valor das engenharias e da agronomia no Brasil A 72ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia, promovida pelo CONFEA em Fortaleza, teve cerca de 600 trabalhos aprovados no Congresso Técnico Cien fico da Engenharia e da Agronomia (Contecc). Os trabalhos abordam temas das engenharias civil, química, elétrica, agronômica, mecânica, metalurgia e de minas. Também foram apresentados estudos sobre geologia, experiência profissional, educação e gestão. O engenheiro mecânico Giulio Roberto Azevedo Prado, conselheiro da AEAARP e do CREA-SP, par cipou do evento. “Eventos como esse são importantes para valorizarmos a engenharia nacional e vermos de perto o quanto nossos colegas estão
produzindo, na academia e também no mercado onde atuam”, diz. Também par ciparam os engenheiros Wilson Luiz Laguna e Nelson Mar ns da Costa. Em entrevista concedida durante o evento, o presidente da Federação Mundial de Associações de Organizações de Engenharia (Fmoi), Marwan Abdelhamid, disse que nos úl mos anos, a engenharia brasileira ampliou seu espaço na comunidade internacional. A Fmoi representa 20 milhões de engenheiros em todo o mundo. A secretária execu va da União Panamericana de Associações de Engenheiros (Upadi), Maria Tereza Pino, par lha da mesma opinião. “Vocês não têm a di-
mensão do que é, para nós, la no-americanos, termos um presidente brasileiro na Federação Mundial. Isso tem que ser valorizado”, opina Maria Tereza. A par r de 2015, o engenheiro brasileiro Jorge Spitalnik assume a Presidência da Fmoi. Já a Upadi, tem em sua presidência o presidente do CONFEA, José Tadeu da Silva. Para Maria Tereza, a engenharia brasileira se consolidou no con nente nos úl mos 15 anos, devido à atuação da Comissão de Agrimensura, Agronomia, Arquitetura Geologia e Engenharia para o Mercosul (Ciam). Já Marwan atribui a internacionalização da engenharia brasileira à atual gestão do CONFEA. Fonte: CONFEA
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CREA-SP
A Resolução 1025 e o registro da ART
O responsável técnico deverá manter uma via da ART no local da obra ou serviço
A Resolução 1025, de 12 de novembro de 2009, estabelece os procedimentos necessários ao registro, baixa, cancelamento e anulação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), ao registro do atestado emi do por pessoa }sica e jurídica contratante e à emissão da Cer dão de Acervo Técnico (CAT). O registro da ART efe va-se após o seu cadastro no sistema eletrônico do CREA e o recolhimento do valor correspondente. A ART rela va à execução de obra ou prestação de serviço deve ser registrada antes do início da respec va a vidade técnica, de acordo com as informações constantes do contrato firmado entre as partes. O responsável técnico deverá manter uma via da ART no local da obra ou serviço. Todas as ART’s referentes a determinado empreendimento, registradas pelos profissionais em função de execução de outras a vidades técnicas citadas no contrato inicial, adi vo contratual, subs tuição de responsável técnico ou contratação ou subcontratação de outros serviços, devem ser vinculadas à ART inicialmente registrada, com o obje vo de iden ficar a rede de responsabilidades técnicas da obra ou serviço. Para os efeitos legais, somente será considerada concluída a par cipação do profissional em determinada a vidade técnica a par r da data da baixa da ART correspondente. A baixa da ART Revista Painel
não exime o profissional ou a pessoa jurídica contratada das responsabilidades administra va, civil ou penal, conforme o caso. O término da a vidade técnica desenvolvida obriga à baixa da ART de execução de obra, prestação de serviço ou desempenho de cargo ou função. A baixa da ART deve ser requerida ao CREA pelo profissional, pelo contratante ou pela pessoa jurídica contratada. O cancelamento de uma ART ocorre quando nenhuma das a vidades técnicas descritas na ART for executada, ou quando o contrato não for executado. Deve ser requerido ao CREA pelo profissional, pela pessoa jurídica contratada ou pelo contratante, e ser instruído com o mo vo da solicitação
Já a nulidade de uma ART ocorre quando for verificada lacuna no preenchimento, erro ou inexa dão insanáveis de qualquer dado da ART, incompa bilidade entre as a vidades desenvolvidas e as atribuições profissionais do responsável técnico à época do registro da ART, for verificado que o profissional emprestou seu nome a pessoas }sicas ou jurídicas sem sua real par cipação nas a vidades técnicas descritas na ART (após decisão transitada em julgado), for caracterizada outra forma de exercício ilegal da profissão, apropriação de a vidade técnica desenvolvida por outro profissional habilitado ou for indeferido o requerimento de regularização da obra ou serviço a ela relacionado.
Quanto à pificação, a ART pode ser classificada em: I – ART de obra ou serviço; II – ART de obra ou serviço de ro na, denominada ART múl pla; e III – ART de cargo ou função. Quanto à forma de registro, a ART pode ser classificada em: I - ART complementar; II – ART de subs tuição. Quanto à par cipação técnica, a ART de obra ou serviço pode ser classificada: I – ART individual; II – ART de coautoria; III – ART de corresponsabilidade; e IV – ART de equipe.
PESQUISA
Ensinando
robôs
Pesquisa da Poli-USP faz na informálca o que a Pedagogia faz com os seres humanos: ensina máquinas a aprenderem O processo de aprendizado por reforço, usado pelo ser humano desde o nascimento, foi adaptado matema camente e o algoritmos vêm sendo empregados em soxwares de máquinas e robôs para que possam interagir com o ambiente e aprender com as experiências como se fossem humanos. Uma pesquisa da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) pretende ensinar máquinas e robôs a aprender novas habilidades. O doutorando Ruben Gla~ desenvolve a pesquisa Melhorando a Aprendizagem por Reforço Aprofundada por meio da Transferência de Conhecimento, sob orientação da professora do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli, Anna Helena Reali Costa. O projeto foi contemplado com o inves mento de US$ 23,4 mil do Google Research Awards in La n America. Ensinar a aprender, comum na Pedagogia, é aplicado agora na informá ca, nas áreas de inteligência digital e ciberné ca. Se, por exemplo, um robô sabe se locomover dentro da universidade para fazer entregas, e posteriormente é deslocado para a limpeza de um shopping, não será preciso descartar as habilidades que ele nha, já que há similaridade de tarefas: a navegação (locomoção) em ambientes internos, construídos e frequentados por pessoas, o trabalho em locais diferentes etc. “Nosso obje vo é agilizar o aprendizado do robô na realização da próxima tarefa, usando o conhecimento da tarefa anterior, daí chamarmos de transferência de conhecimento, na qual a máquina ou robô usa o conhecimento aprendido na tarefa anterior para acelerar o aprendizado na
nova tarefa”, afirma a docente. Entretanto, é di}cil definir o nível adequado de abstração do conhecimento para que possa ser bem reaproveitado. Para resolver o gargalo tecnológico, Gla~ u liza um po de aprendizado chamado de deep-learning, que aprende vários níveis de representações diretamente dos dados. A Google comprou uma empresa que u liza o deep-learning, a DeepMind, cujo negócio é desenvolver algoritmos que permitam que simuladores, jogos, sites de e-commerce e outros sistemas aprendam com o comportamento das pessoas. As pesquisas envolvendo o tema já resultaram em um disposi vo iden fica um gato em uma imagem que contém vários objetos, incluindo nela o animal. Atualmente, a empresa testa o algoritmo com máquinas que jogam games eletrônicos. A pesquisa em desenvolvimento na Poli atende justamente essa linha de inves gação cien fica da empresa, fazendo testes com jogos de videogames. “Queremos que a máquina aprenda vários jogos e que fique cada vez mais rápida quando mudamos o jogo, sem necessidade de termos de reprogramá-la. Ela aprende sozinha o que precisa para jogar cada vez melhor”, destaca o pesquisador. O deep-learning entra, então, para organizar os conhecimentos relevantes que devem ser transferidos quando se muda o jogo e, aliado ao princípio do aprendizado com reforço, faz com que a máquina jogue melhor e ganhe cada vez mais, maximizando medidas de desempenho como fazer mais pontos, fazer mais rápido, passar mais fases etc.. Fonte: Poli-USP
Destine 16% do valor da ART para a AEAARP (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto)
Agora você escreve o nome da entidade e destina parte do valor arrecadado pelo CREA-SP diretamente para a sua entidade
Contamos com sua colaboração!
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ÁGUA
Problemas na Cantareira começaram em 2013,
segundo pesquisadores Avaliação usou métodos estakslcos As represas do sistema Cantareira sofreram uma transição catastrófica em janeiro de 2014, quando passaram rapidamente de condições normais para o estado de ineficiência. A avaliação é baseada em dados sobre os reservatórios, métodos esta s cos e modelagem matemá ca, e foi feita em estudo dos pesquisadores Paulo Inácio Prado, professor do Ins tuto de Biociências (IB) da USP, e Renato Mendes Cou nho e Roberto Krankel, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). De acordo com o trabalho, ações que poderiam deter a transição deveriam ter sido tomadas antes de 2014. A pesquisa foi descrita em ar go publicado em uma revista cien fica. O motor da transição é chamado popularmente de “efeito esponja”. Em situação de normalidade, há muita água no reserRevista Painel
vatório e na bacia hidrográfica. Boa parte da água da chuva vai para os reservatórios, mantendo o sistema no estado normal. Isto resulta em um círculo virtuoso. Já numa situação de seca, o volume do sistema é mais baixo e o solo absorve mais da água que iria para o reservatório, o que faz o seu nível baixar mais ainda. Neste caso, há um círculo vicioso. A passagem do círculo virtuoso ao vicioso é uma transição que acontece em poucos meses. Para evitá-la é preciso monitorar o sistema e re rar menos água quando houver o risco de transição. O professor Prado aponta que no Cantareira a eficiência do sistema caiu muito. “Esta eficiência é a relação entre a chuva que cai e a quan dade de água que vai para os reservatórios”, ressalta. “E ela continua baixa mesmo com as
chuvas voltando à normalidade, o que indica que o sistema mudou de regime”.
Sinais de transição
Outra evidência da perda de eficiência são sinais esta s cos de transição nas variações diárias de volume. “Há várias técnicas que detectam estes sinais, e eles são inequívocos para o sistema Cantareira”, aponta Prado. “Além disso, o grupo de pesquisa desenvolveu um modelo matemá co para descrever a transição, que se ajusta muito bem aos dados de volume e vazões observados”. Por meio desse modelo são feitas projeções para os próximos 30 dias, publicadas diariamente no site Águas Futuras desde o úl mo mês de abril. Os pesquisadores estimam que a transição no Cantareira ocorreu entre
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novembro de 2013 e janeiro de 2014, indicada pela queda abrupta da eficiência do sistema e os sinais esta s cos de transição. Transições crí cas não são novidade para cien stas, que as associam ao conceito de resiliência, que é a capacidade de um sistema de voltar ao mesmo estado depois de ter sido perturbado. Alguns casos de perda de resiliência na natureza são bem estudados, como o processo de deser ficação. O trabalho mostra que a perda de resiliência também pode ocorrer em reservatórios de água, como no sistema Cantareira. “O artigo analisa o caso da Cantareira como um exemplo de biestabilidade. É um conceito da }sica para descrever sistemas que têm mais de um estado possível.
É o caso de um barco na água, que em condições normais não vira com a ação das ondas ou do vento. Este é um estado resiliente”, explica o professor. “O problema é que se uma força grande o suficiente virar o barco, ele passa a um novo estado que também é resiliente — é preciso um grande esforço para desvirá-lo”. De acordo com Prado, a Cantareira sofreu uma força grande o suficiente para mudar de estado, e agora resiste para voltar à condição normal. “O empurrão foi manter a re rada de água em níveis de anos normais em um ano de chuvas anormalmente baixas”, ressalta. “Não é possível controlar a chuva, mas uma redução mais precoce da retirada de água poderia ter evitado a transição”. O
pesquisador propõe reduzir a re rada ao mínimo possível, e em médio prazo, se o sistema vier a se recuperar, realizar uma gestão mais cautelosa, devido ao risco adicional de transições. Os resultados da pesquisa mostram que o gerenciamento de um reservatório deve levar em conta a possibilidade de transições catastróficas. O padrão anteriormente utilizado, baseado na chamada “curva de aversão ao risco”, indicava uma situação de normalidade até dezembro de 2013, o que o ar go mostra que não era real. “Isto quer dizer que é necessário definir novos parâmetros de operação a par r de conhecimentos cien ficos atuais”, conclui Prado. Fonte: Agência USP
AEAARP
Social FOCO
Amigos, profissionais profissionais e parceiros da AEAARP se reuniram em mais um fi final nal de tarde alegre na sede da en dade. en dade.
www.facebook.com/ aeaarp
Projeto de geração de energia fotovoltaica é
premiado
Pesquisadores transformaram a USP em um laboratório natural
Projeto que implantou quatro estações de energia solar fotovoltaicas, integradas ao sistema de abastecimento de energia elétrica, no campus da USP, em São Paulo, conquistou o “1º Premio Inovação e Tecnologia Brasil Solar”, promovido pelo EnerSolar+Brasil – Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar. O sistema foi desenvolvido pelo Ins tuto de Energia e Meio Ambiente (IEE) da USP, com par cipação da Escola Politécnica (Poli-USP) e das empresas Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) e Cesp. A premiação aconteceu pela contribuição do projeto no avanço do conhecimento, que ficou em primeiro lugar na categoria “Melhor Projeto Acadêmico de 2015”. As estações totalizam 540 kW de potência instalada no campus da USP. De acordo com o professor Roberto Zilles, do IEE, que coordenou o projeto, as quatro estações totalizam 540 kW de potência instalada no campus da USP, no bairro do Butantã, em São Paulo. As estações estão instaladas desde 2014, sendo três delas no prédio do IEE e outra no Ins tuto de Estudos Brasilieiros (IEB), na Biblioteca Brasiliana.
À equipe da Poli coube estudar o comportamento e características do consumo, as melhores formas para disponibilizar a energia, trabalhar com previsão de demanda e consumo, entre outros elementos. Na USP, os pesquisadores puderam fazer a pesquisa em escala real. Uma estação do sistema está instalada no teto da Biblioteca Brasiliana. As outras três estão operando na área do IEE dentro no campus: uma em solo, uma na cobertura do estacionamento e outra no telhado. “Por sua dimensão e diversidade de a vidades, a USP é um laboratório natural, já que tem hospital, biblioteca, escola, clínica veterinária, clube poliespor vo, como uma minicidade”, explica o professor Marco Antonio Saidel, do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Poli. O custo para a instalação das usinas foi de aproximadamente R$ 7.000,00 por kW. Há planos de contribuir com pelos menos 3% da demanda de eletricidade do Campus da USP, no Butantã, até o ano 2020 com a implantação e operação de sistemas fotovoltaicos de micro e minigeração. Fonte: Agência USP
revistapainel
TECNOLOGIA
SUSTENTABILIDADE
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ANUNCIE NA PAINEL
16 | 2102.1719
angela@aeaarp.org.br AEAARP
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NOTAS E CURSOS
novos associados INSTAPAINEL
Felipe de Paschoal Mirinel Engenheiro Civil Jader Lúcio Ba sta Engenheiro Civil João Aparecido da Silva Engenheiro Eletricista Raquel Vale Abrão Engenheira Mecânica João Aparecido da Silva Técnico em Eletrotécnica
A AEAARP foi representada por este me de profissionais no torneio de futebol promovido pela Unacen em Jabo cabal.
Envie para aeaarp@aeaarp.org.br uma foto feita por você e ela poderá ser publicada nesta coluna
Brasil pode zerar emissão de gases do efeito estufa até 2030 O Brasil pode zerar em 2030 suas emissões de gases de efeito estufa causadas pelo desmatamento da Amazônia se o Código Florestal for cumprido. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores do Ins tuto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com colegas dos Ins tutos de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Internacional para Análises de Sistemas Aplicados (IIASA, na sigla em inglês), da Áustria, além do Centro para Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-WCMC), resultado do projeto REDD-PAC, financiado pela Interna onal Climate Ini a ve, do Ministério do Ambiente da
Rafael Almeida do Carmo Técnico em Eletrotécnica Caio de Oliveira Paggiaro Estudante de Agronomia
Alemanha, com apoio da FAPESP, por meio do projeto “Land use change in Amazonia: ins tu onal analysis and modeling at mul ple temporal and spa al scales”. Os resultados do estudo contribuíram para embasar as metas de redução voluntária de emissões de gases de efeito estufa (INDC, na sigla em inglês) que o Brasil levará à 21ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climá cas (COP21), prevista para ser realizada em dezembro, em Paris, apresentadas pela presidente Dilma Rousseff no final de setembro, em Nova York, durante a Conferência das Nações Unidas para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015. Fonte: Agência Fapesp
O engenheiro agrônomo, José Walter Figueiredo, foi homenageado com a medalha Fernando Costa, na categoria Ação Ambiental, pela Associação dos Ex-alunos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ADEALQ). Na foto, ele está com o vice-diretor da en dade, Durval Dourado Neto.
Revista Painel
Nilton Bento de Oliveira Técnico em Eletrotécnica
Marinna Figueiredo, Vanessa Di Sicco, Claudia Paschoal, Marinna de Paula e Veronica Andrade expuseram seus trabalhos na 6ª Semana de Arquitetura da AEAARP