Painel - edição 256 - jul.2016

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painel Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Ano IX nº 256 julho/ 2016

AEAARP inaugura expansão

Agricultura

Veja experiências exitosas de cultivo na área urbana

Sede ganha mais de 700 m² em área social

AEAARP

Evento

Semana de arquitetura vai focar em qualidade e eficiência

Arquitetura

Conheça o trabalho sobre arquitetura sensorial



palavra do presidente

P

Eng. civil Carlos Alencastre

ela primeira vez na história, um país da América do Sul sedia uma Olimpíada. O evento pode ser visto de diversas formas. É um torneio esportivo que reúne a elite do esporte mundial. É também o momento de celebrar a paz mundial e a amizade entre os povos – tão abalada nos últimos anos. Para o Brasil, a Olimpíada deveria ser a oportunidade de dar um salto em relação à infraestrutura e obras viárias, por exemplo. Foi assim em Barcelona, na Espanha. Lá, as autoridades investiram em um sofisticado sistema de coleta e destinação do lixo que foi a grande herança deixada ao povo espanhol. No Brasil, começamos mal. A primeira marca que a Olimpíada deixará é o acidente na ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro (RJ). E esta dolorosa lembrança tem a ver com a engenharia, com a pressa e com a urgência que não respeita a técnica. Tem mais: para as obras, há denúncias de superfaturamento e uso inadequado do dinheiro público. E isso tem a ver com ética e caráter. Devemos refletir sobre a herança que esta Olimpíada deixará aos brasileiros. Será a mudança na maquiagem do Rio de Janeiro ou a sujeira na Baia de Guanabara? Será a precisão do cálculo ou os erros de projeto? Esta reflexão devemos transportar para a realidade local, principalmente em um ano tão delicado quanto este, quando deveremos escolher quem vai comandar a cidade e quem nos representará na Câmara Municipal. Nós queremos para o futuro da cidade uma bela maquiagem ou um projeto que dê conta das grandes questões que afligem a população? Esta pergunta temos o dever, enquanto entidade de classe, de responder.


índice

ESPECIAL 05

agricultura 20

Expansão da AEAARP é moderna e sustentável

Agricultura urbana atrai benefícios sociais, ambientais e econômicos

hobby 12

crea-sp 23

Toninho virou doutor

Responsabilidade técnica é exigida em projetos de adequação

arquitetura 14

Espaços multissensoriais

Painel eleições 24

O segundo nome

Produtividade 18

Trabalhando com datas e horas e utilizando o autopreenchimento

Evento 25

Semana de Arquitetura será em agosto

gestão 19

notas e cursos 26

A gestão de pessoas e o sucesso do negócio

painel

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente

Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 2º Vice-presidente

CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng.º civil João Paulo FIgueiredo Conselheiros Titulares Eng.º agr.º Dilson Rodrigues Cáceres Eng.º civil Edgard Cury Eng.º civil Elpidio Faria Junior Arquiteta e eng.ª seg.ª do trab.º Fabiana Freire Grellet Eng.º agr.º Geraldo Geraldi Jr Eng.º agr.º Gilberto Marques Soares Eng.º mec.º Giulio Roberto Azevedo Prado Eng.º elet.ª Hideo Kumasaka Eng.º civil Wilson Luis Laguna Eng.º civil Jose Aníbal Laguna Arquiteto Luiz Eduardo Siena Medeiros Arq.ª e urb.ª Maria Teresa Pereira Lima Eng.º civil Ricardo Aparecido Debiagi Conselheiros Suplentes Eng.º agr.º Alexandre Garcia Tazinaffo Arq.º e urb.ª Celso Oliveira dos Santos Eng.º agr.º Denizart Bolonhezi Eng.º civil Fernando Brant da Silva Carvalho Eng.º agr.º José Roberto Scarpellini Eng.º agr.º Ronaldo Posella Zaccaro

Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Sicchieri, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@aeaarp.org.br Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.


Expansão da AEAARP é moderna e sustentável Além da ampliação do espaço, a obra também atendeu questões de sustentabilidade e econômicas

Imagens: Alberto Gonzaga

Acrescentar mais de 700 metros quadrados à sede da AEAARP exigiu coragem, seriedade e, sobretudo, técnica. O projeto foi concebido para solucionar importantes questões de infraestrutura para eventos, como a cozinha utilizada pelos bufês contratados para as recepções realizadas na entidade. Também foi ampliada a capacidade de abastecimento de água, atendendo às normas do Corpo de Bombeiros e às necessidades dos usuários da sede. O engenheiro Tapyr Sandroni Jorge, diretor da AEAARP e coordenador executivo da obra, explica que, para além do conforto e da ampliação da capacidade, a obra objetivou atender às questões de sustentabilidade. Uma das medidas foi a adoção do sistema de captação de águas pluviais, cujo volume será usado na limpeza e irrigação. Outra é a instalação de painéis fotovoltaicos que proporcionam autossuficiência na geração de energia. O excedente é compartilhado com a concessionária de energia. “As medidas proporcionam economia financeira, sustentabilidade e também são exemplo do bom uso das técnicas de

Novo acesso à área social

Sala com proteção acústica

AEAARP 5


especial

expansão

OBRA

festa

FICHA TÉCNICA DA OBRA João Paulo Figueiredo coordenador geral Callil João Filho coordenador administrativo Cozinha industrial

Tapyr Sandroni Jorge coordenador executivo Ercília Pamplona Fernandes Santos coordenadora de projeto Carlos Alberto Gabarra autor do projeto de arquitetura José Anibal Laguna responsável técnico Base Fundações e Infra Estrutura e GMA Engenharia e Fundações projeto de fundação ETEC Engenharia Civil projeto estrutural Kumasaka Engenharia Elétrica projeto elétrico

Salão de festas

engenharia, arquitetura e agronomia”, explica o engenheiro Carlos Alencastre, presidente da entidade. O engenheiro João Paulo Figueiredo, coordenador geral da obra, explica que a sala com isolamento acústico adotada na expansão, por exemplo, vai proporcionar conforto aos eventos, além de atender às necessidades da vizinhança. “Uma das dificuldades para que o espaço fosse usado por terceiros e também nos próprios eventos da entidade era justamente a limitação de som, seja ele-

trônico ou ao vivo, em razão de estarmos em uma área com muitas residências. A obra solucionou também esta questão”, explica Figueiredo. O engenheiro agrônomo Callil João Filho, diretor administrativo da AEAARP e também um dos coordenadores da obra, explica que o conjunto de intervenções realizadas no último ano possibilitam também segurança, uma vez que foram adotadas 40 vagas de estacionamento interno e o acesso ao espaço de eventos é privativo e exclusivo. Revista Painel 6

Fábrica Civil Engenharia de Projetos projeto hidráulico Alexandre Tazinaffo projeto paisagístico Tavares Canini Construtora execução Ednéia Roberto de Araújo engenheira de obra


especial

obra

festa

expansão

História | Em 1969 a AEAARP inaugurou a primeira sede própria, um conjunto de salas no então recém-construído edifício Padre Euclides, na Rua Visconde de Inhaúma.

Diretores, conselheiros e associados da AEAARP na inauguração da expansão

Carlos Alencastre

Paulo Peixoto

Antonio Duarte Nogueira Júnior, João Paulo Figueiredo e Carlos Alencastre

Marcos Canini, Ednéia Araújo, Mercedes Furegatto P. de Freitas, João Paulo Figueiredo, Solange Fecuri, Alexandre Fusco e Angela Dorta

Antonio Duarte Nogueira Júnior

Carlos Alencastre, diretores, conselheiros e associados

João Paulo, Marina e Silvia Figureiredo AEAARP 7

João Paulo Figueiredo

Diretores, conselheiros, associados e funcionários

Carlos Alencastre, Denize Camara, Vera e João Paulo Figueiredo


especial

expansão

obra

festa

História | Antes da conquista da sede própria, os dirigentes da AEAARP se reuniam em canteiros de obras e nas suas próprias residências, uma delas foi o Palacete Inecchi.

Carlos Alencastre, Denize Camara, Antonio Duarte Nogueira Júnior, Vera e João Paulo Figueiredo

Carlos Alencastre, Antonio Duarte Nogueira Júnior e João Paulo Figueiredo

Callil João Filho, Ronaldo Zaccaro, Germano Mariutti, Noboro Saiki, Paulo Peixoto, Paulo Henrique Pereira

João Paulo Figueiredo, Antonio Duarte Nogueira Júnior, Tapyr Sandroni Jorge e Callil João Filho

Dilson Cáceres, José Carlos Gonçalves, Milton Vieira Leite e Gilberto Soares

Carlos Alencastre faz a saudação aos convidados

Francisco Carlos de Oliveira, Antonio José Cavarzani, João Francisco Tremeschin Revista Painel 8

Antonio Carlos Naccarato, Nilson Baroni, Ronaldo Zaccaro, Paulo Henrique Pereira

Germano Mariutti, Moacir Messias de Araújo, Argemiro Gonçalves

Giulio Prado, Geraldo Geraldi Junior, Fabiana Freire Grellet, Celso Santos, José Anibal Laguna e Wilson Laguna


especial

obra

expansão

festa

História | A sede atual foi construída graças a concessão do terreno pelo então prefeito Antônio Duarte Nogueira.

Maraisa Lima e Gilberto Marques Soares, Geraldo Geraldi, Milton Vieira Leite, Hideo Kumasaka, Callil João Filho, Marcos Spínola, Callil João Neto

João Paulo Figueiredo, Hideo Kumasaka, Elpidio Faria Junior, Fernando Junqueira e Ricardo Debiagi

Eliana e Luis Fernando Bortolazzo, José Carlos Gonçalves, Geraldo Donato, Elpidio Faria Junior

Solange Fecuri, Edinéia Araújo e Angela Dorta

Antônio Hermínio Oliveira Lima e Elisa Seixas, Erika, José Anibal e Dorinha Laguna

Roberto Maestrello e Daniel Antunes

João Carlos Correia, Tércia Almeida de Oliveira, Blanche Amancio e Daniela Antunes

Regina, Marina, Antonella e Tapyr Sandroni Jorge

Felipe Romeiro, Carla Matos, Thaissa Costa, Raissa Montanari

AEAARP 9

Benedito Gléria Filho, Carlos Alencastre, José Eduardo Ribeiro, Fabiana Freire Grellet


especial

obra

expansão

festa

Homenagem | O deputado federal Antônio Duarte Nogueira Júnior recebeu homenagem em nome de seu pai, ex-prefeito que destinou o terreno à AEAARP.

Debora Fernanda, Rosa Maria dos Santos, Luis Eduardo Garcia, Milton Vieira Leite, Wilson Laguna

Maraisa Gonçalves de Lima, Gilberto Marques Soares e Fernando Junqueira

Paulo Marcio Pacheco Araujo, Carlos Alencastre e Denize Camara

Rodrigo Araújo, Celso Santos, Carlos Alencastre

Darrel e Arlindo Sicchieri

Luiz Siena e Maria Cecília Baldochi Medeiros, Celso Santos, Ercilia Pamplona, Maria DellaTorre, Edson Forni, Joel Pereira, Genésio Silva

Ruth Furquim e Vera Figueiredo

Alexandre Tazinaffo e Cristiane Ribeiro Stanes

Cleide e Paulo Rodrigues

Carlos Alencastre e Domingos Stocco

Revista Painel 10

Wilson Laguna, Hideo Kumasaka e José Luis Barbaro

Shirley De Paula e Silva e Maria do Carmo Della Torre

Viviana e Rhene Cavichia, Paulo Crysto e Fernanda Gonçalves, Argemiro e Cristina Gonçalves, Paulo Brant de Carvalho


especial

obra

festa

expansão

Música | O coral Som Geométrico deu brilho à noite executando canções especialmente preparadas para a ocasião.

Milton Vieira Leite, Fernando, Monike, Leandro, Wiliam e Izilda Matos, Katia e Nelson Conti, Carla Matos e Felipe Romeiro

Maestrina Regina Foresti e Coral Som Geométrico

Ana Claudia Marincek e Giulio Prado

Reginaldo e Ana Lucia Darini

Lairce e Wilson Emilio da Costa Jr.

Jorge Luiz e Maria Eunice Pereira Rosa

Denize Camara e Carlos Alencastre

Carlos Alberto Gabarra e Mara Maria Gonzaga

Os espaços da AEAARP podem ser alugados para a realização de reuniões e eventos sociais. Associados têm condições exclusivas. Para consultar a agenda, ligue 16 2102.1700. Vera e João Paulo Figureiredo AEAARP 11


hobby

Wladmir Viola

Toninho virou doutor A música foi a porta de entrada para a engenharia Ele não gosta de música sertaneja e se dedica agora a reunir amigos para compor uma banda de jazz formada por profissionais liberais. No passado, para o engenheiro Luís Antônio Bagatin a música foi forma de sustento. Dos 15 aos 35 anos ele foi chamado preferencialmente de Toninho, o codinome que usava ao empunhar as baquetas no banco de sua bateria. Foi aos oito anos de idade que ele se apresentou pela primeira vez profissionalmente, na bateria de uma banda no baile de Ano Novo realizado em Poços de Caldas (MG), sua cidade natal. Os anos vividos na música deixaram saudades, que ele soluciona tocando como hobby. Depois daquele baile, Bagatin continuou estudando música, incentivado pelo pai, que também era baterista pro-

fissional. Aos 13 anos se uniu a um grupo de músicos que, quatro anos mais tarde, o trouxe para Ribeirão Preto, em 1967. Ele se diferenciava de outros profissionais das baquetas pelo fato de ter formação em música, algo não muito usual entre os bateristas. Bagatin conta que esse diferencial rendeu trabalhos importantes e inesquecíveis, como em certa ocasião para uma banda de baile que mandou busca-lo em Poços de Caldas para substituir um músico que tocaria no Clube Recreativa, em Ribeirão Preto. Bagatin viajou por todo o país como músico, acompanhando bandas em eventos sociais e também com grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina e Wilson Simonal. Nos primeiros anos em Ribeirão Preto, na década de 1970, Bagatin participou Revista Painel 12

de uma banda que se apresentava no JR Bosque, restaurante que ocupava uma área do Bosque e Zoológico Fábio Barreto e que fez história na cidade (inclusive da AEAARP, uma vez que nos anos de 1960 os diretores se reuniam lá). Foi nesta época que ele começou a deixar a música. “Tocava até às 4h e tinha que estar na faculdade às 7h, não dava mais para manter as duas atividades”, explica. Aos poucos, substituiu a vida como músico profissional, com carteira da Ordem dos Músicos do Brasil, pela de professor e engenheiro. Foi quando também deixou de ser reconhecido como Toninho e passou a atender pelo sobrenome Bagatin. Ele mantém seu instrumento guardado e promete apresentar-se com o grupo de amigos em breve, mas agora só por prazer.


AEAARP 13


arquitetura

Espaços multissensoriais A estudante de Arquitetura e Urbanismo Priscila Ortigoso Francisco, do Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto, orientada pelo professor Jarryer de Martino, desenvolveu em seu trabalho de iniciação científica o projeto de um Centro Cultural Multissensorial na Zona Norte de Ribeirão Preto. No texto a seguir, ela apresenta o papel do arquiteto na criação de espaços que contemplem os cincos sentidos do corpo humano e o projeto do espaço multissensorial destinado à cultura e aos artistas ribeirão-pretanos

Centro Cultural Multissensorial

Segundo as arquitetas Mariana de Sousa Siqueira Santos e Angelina Dias Leão Costa Sousa e Dias, a arquitetura que valoriza a vida deve atender todos os sentidos simultaneamente e fundir a nossa autoimagem com a experiência de mundo. Apesar de a percepção do mundo ser formulada por informações provenientes dos cinco sentidos, muito da arquitetura produzida considera apenas um, a visão. A partir desta perspectiva,

Priscila Ortigoso Francisco

se arquitetos criarem ambientes visuais sem levar em consideração o usuário e a multissensorialidade, essa criação resultará em espaços distorcidos por não estarem compatíveis com as necessidades de toda a diversidade de pessoas. É notável a importância do uso de recursos sensoriais enquanto estratégia comunicativa, pois as sensações têm a potencialidade de desencadear uma rede de significações que, associadas aos conhecimentos prévios do indivíduo, como a memória de imagens, opiniões e sentimentos formados ao longo da vida, remetem a emoções e vinculações a certos lugares ou ambientes. O papel do arquiteto é compreender que todo objeto e espaço são emissores, portanto, deve-se entender que são passíveis de interpretação pelos cinco sentidos humanos e, logo, podem ser tangíveis a todos, independentemente de um desses sentidos estarem ausentes. O maior e constante desafio é minimizar o impacto de nossa atual produção industrial em massa do imaginário visual Revista Painel 14

que tende a afastar a visão do envolvimento emocional e da identificação. Além disso, o arquiteto tem que fazer com que a arquitetura seja portadora de uma nova experimentação de elementos convencionais que comunique a todos, pensando na tentativa de desempenhar um papel essencial a partir de uma nova postura arquitetônica, gerada através da realidade vivida no local onde será implantada a edificação. Esta nova postura arquitetônica está vinculada à maneira de como as pessoas se relacionam e como elas poderiam influenciar o futuro desta geração. Os instrumentos de coletas de dados mais utilizados para o desenvolvimento desta primeira fase da monografia foram fundamentados em bibliografias, tais como: artigos, livros, tese de doutorado e pesquisas na internet. Descrever e projetar um centro cultural com função multissensorial implica no estudo das características físicas e de impacto social a partir de projetos referenciais como fontes de estudo. Esta metodologia está


fundamentada na análise projetual (do objeto – centro cultural) e no conceito de tipologia coletiva e contribuirá com instrumentos necessários para chegar a uma postura crítica de projeto e da teoria da arquitetura, garantindo a boa execução da pesquisa. A concepção de arte conceitual do arquiteto Peter Eisenman será abordada como fonte de estudo para nortear as

leituras projetuais e perceber como se desenvolvem as diferentes etapas da criação até a finalização de um projeto arquitetônico e artístico, voltando o olhar para os estudos iniciais, sendo eles: por volumes com cores, a partir do programa de necessidades, por gráficos, protótipos de dobraduras para representação de sistemas construtivos, maquetes físicas e eletrônicas, esquema de fluxos, gráficos,

diagramações, estudos de setorização do programa etc. É a partir destas etapas que o valor real e a autonomia, enquanto conhecimento do arquiteto no desenvolvimento projetual, se tornam concretos e reconhecidos enquanto produção final. O objeto não é vazio em seu conteúdo totalizado, é fruto de um longo processo de raciocínio e cheio de interpretações e significados que preenchem sua aura

Croquis de estudo para acessos (fluxos), plasticidade e estrutura

AEAARP 15


arquitetura

Jarryer de Martino

e resultam no processo final. A Zona Norte de Ribeirão Preto foi escolhida para implantação do Centro Cultural Multissensorial por ser considerada a região que abriga os bairros de menor poder aquisitivo, tem sua maior parte constituída de Zonas Especiais de Interesse Social, resultado do seu histórico de formação que gerou a periferização de uma parcela populacional. Na área encontra-se o maior número de núcleos de ocupações irregulares, localizados em áreas públicas destinadas a áreas verdes no Plano Diretor. O programa de necessidades deste estudo nasce a partir de relações programáticas

Maquete eletrônica: estudo volumétrico a partir do programa de necessidades estabelecido durante o desenvolvimento projetual na primeira fase Revista Painel 16

que compreende um conjunto de atividades sociais e culturais, que oferecerá novos conhecimentos por meio de experiências diferentes, possibilitando a realização pessoal e o desenvolvimento de habilidades das pessoas da região. Cada setor (administrativo; pedagógico – composto por oficinas: dança, música, teatro, reciclagem, midiateca, arte digital, e auditório; serviço e convivência) irá se relacionar a partir da circulação aos outros ambientes, de acordo com as atividades distribuídas em um primeiro estudo por dois pavimentos. Outros dois fatores importantes que foram levados em consideração: a topografia e a posição do terreno em relação ao norte.


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AEAARP 17


produtividade

Trabalhando com datas e horas e utilizando o autopreenchimento Veja como preencher os campos do Excel automaticamente, consumindo menos tempo

Fábio Gatti, especialista em Pacote Office

É muito comum no MS-Excel preenchermos as células com datas, para organizarmos apontamentos de funcionários, datas de pagamentos, controle de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), prazos e metas. Para preenchermos uma série de datas em células de forma simples no MS-Excel, podemos utilizar o Autopreenchimento. Basta preencher uma data específica em uma célula, selecioná-la, mover o cursor do mouse até o canto direito inferior (conforme imagem), clicar com o botão direito do mouse e arrastar para a quantidade de células que você desejar. Esta ação fará com que as datas sejam preenchidas em sequência diária.

Após arrastarmos esta sequência, aparece uma caixinha no canto direito inferior, chamada de Opções de Autopreenchimento. Desta forma, é possível escolhermos qual o critério de preenchimento que o

MS-Excel utilizará para completar a série, por exemplo, ao selecionarmos “Preencher meses”, olhe como fica a sequência. Com esses critérios, surge a dúvida: como o MS-Excel trabalha com datas e horas? Ao aproveitarmos esta célula que criamos, datada em 17/07/2016, e formatarmos como número, o valor que aparece é 42.568. Isso acontece porque o MS-Excel entende as datas, na verdade, como números inteiros, começando do dia 1. Se em nosso calendário estamos habituados à trabalhar com a.C. e d.C. (antes e depois de Cristo), o MS-Excel tem seu próprio calendário, com base em 01/01/1900. Este é o dia 1, ou seja, 17/07/2016 corresponde

à 42.568 dias desde o dia 1. Isso nos dá uma pista: se o valor 1 corresponde à 1 dia, quanto seria 1 hora? Escreva 01:00 em uma célula e formate-o como número. O valor que aparecerá será 0,0416666666666667, ou seja: 0,04167 de um dia. Um pouco confuso, não é? Mas vamos entender a lógica: um dia contém 24 horas, se um dia representa 1 inteiro no MS-Excel, uma hora seria 1/24 de dia. E minutos? 1/60 de 1/24 E segundos? 1/60 de 1/60 de 1/24 Isso faz com que os cálculos com horas se tornem complexos... Para isso existem diversas funções, na categoria data e hora, que auxiliam nosso trabalho do dia-a-dia.

Para cálculos simples como, por exemplo, se multiplicarmos valor/hora pela hora trabalhada, podemos apenas transformar a base. Assim, multiplicaremos o total de horas do funcionário pela remuneração/hora. O resultado fica R$ 55,98. Ou seja, ele trabalhou mais de 40 horas, recebendo R$ 30/hora, e no final receberá R$ 55,98? Isso é porque o MS-Excel está multiplicando o valor 30 (da remuneração/hora) por 1,87. Por que 1,87? Porque se 24 horas são 1 dia, que corresponde à 1 inteiro, o funcionário trabalhou, tecnicamente, 1 dia de 24 horas e 0,87 de outro. Para resolver o problema é só trazer a base de horas para números inteiros, adicionando o multiplicador 24. Com isso, o resultado fica correto:

Tudo que vemos no MS-Excel são máscaras. Formatações aplicadas para se tornarem mais “amigáveis” ao usuário. Formatações serão tema de outra publicação, para outro mês. Revista Painel 18


gestão

A gestão de pessoas e o sucesso do negócio

É imprescindível escolher bem os funcionários e treiná-los adequadamente. Por exemplo: um bom atendente deve gostar de trabalhar com público. Já na produção são necessárias pessoas habilidosas que tenham facilidade em lidar com rotinas e repetições. Também é uma boa prática esclarecer qual é a missão e o objetivo da empresa para a equipe e definir num bom organograma as funções complementares de cada colaborador, com vinculação hierárquica condizente com cada perfil. Isso é fundamental para a correta distribuição de tarefas e supervisão. Nesse momento inclui-se a criação de um regulamento interno, uma cartilha com posturas sugeridas e regras de convivência – maneiras de informar os obje-

tivos da empresa, os direitos e deveres de cada funcionário para, a partir daí, poder monitorá-los e coordená-los. A tendência na área de gestão de pessoas é a evolução com relação à contratação, treinamento e manutenção de funcionários motivados. A redução do turnover (demissões que geram novas admissões) é uma meta a ser alcançada para a redução de custos com pessoal. O desafio é fazer com que a equipe de funcionários se sinta dona do negócio e trazer para a empresa maior lucratividade. Os empresários deverão envolver todos que trabalham na empresa em todas as etapas de planejamento, incluindo a elaboração da missão, da visão e das metas. Além disso, deverão oferecer incentivos financeiros e capacitação aos colaboradores. AEAARP 19

Atendimento O atendimento deve receber atenção especial para garantir o sucesso com os clientes. Um sorriso e um bom cumprimento, além da boa aparência e da higiene, são questões mínimas, mas essenciais. A cordialidade, a atenção e a preocupação com o cliente criam um ambiente harmonioso que vai despertar nele a vontade de retornar sempre. O colaborador deve estar sempre atualizado sobre os produtos que a empresa oferece e a utilização adequada desses, para poder informar corretamente ao cliente e tirar as dúvidas que surgirem. Essa ação aumenta a confiança que o consumidor tem sobre os produtos e o estabelecimento e, consequentemente o sucesso do negócio. Fonte: Sebrae


agricultura

Agricultura urbana tem benefícios sociais, ambientais e econômicos Imagem: Shirlei Payá Rodrigues Reis

Imagem: Weslei Barroquela

Pequenas e grandes cidades adotam soluções criativas para hortas urbanas

Início do projeto Horta na Floresta em Sud Mennucci (SP)

No interior do estado de São Paulo, em uma cidade de 7.700 habitantes, foi implantado um projeto que tornou-se referência em agricultura urbana. O projeto Horta na Floresta do município Sud Mennucci chamou a atenção do programa Município Verde Azul, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que certificou a cidade como Município Verde em 2009. Em uma área de 5.800 m², dividida em dez lotes, agricultores cultivaram milho, quiabo, abóbora, mandioca, feijão, dentre outros produtos, que garantiam a geração de renda para manter suas famílias. Em contrapartida, eles plantaram e cuidaram de 162 espécies árvores nativas, entregando à comunidade uma nova área verde destinada ao lazer. A ideia surgiu em 2008 de um grupo

Início do projeto Horta na Floresta em Sud Mennucci (SP)

de profissionais ligados ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema) de Sud Mennucci – atual Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA) – para cumprir as diretivas do Município Verde Azul. O local pertencia a uma usina local e estava sem uso. A área foi cedida através de contratos – com validade de dois anos e que proibiam o uso de agrotóxico – de comodatos às dez famílias de baixa renda para produzirem seus alimentos e comercializar o restante em feiras. O processo de escolha das famílias foi através de sorteio. “O projeto foi uma ideia inovadora e que deu certo. Uma área inutilizada hoje encontra-se totalmente recuperada, contribuiu com a redução dos impactos ambientais e gerou renda para famílias de baixa renda. A ideia atendeu três Revista Painel 20

aspectos: social, econômico e ambiental”, diz a engenheira agrônoma Mirele Vinhas Voltolini, assistente agropecuária da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), pertencente à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Sud Mennucci. Voltolini acompanhou toda a implantação do projeto e conta que hoje, oito anos após o seu início, não existe mais a horta. Uma floresta urbana em formação ocupa o lugar, utilizado como espaço de convívio para os moradores de Sud Mennucci.

GRANDES CENTROS URBANOS

A agricultura urbana costuma ser implantada em pequenas áreas no interior das cidades. A Zona Leste de São Paulo (SP), por exemplo, abriga o projeto Ci-


Imagem: Mirele Vinhas Voltolini

dades Sem Fome que criou 25 hortas comunitárias – mantidas por 115 moradores locais – e já ministrou 45 cursos de capacitação profissional para cerca de 1.000 pessoas. Além disso, o projeto também criou 35 hortas em escolas públicas, que contam com a participação de 14.500 alunos. A organização também desenvolveu o Projeto Estufas Agrícolas, que garante a construção de estufas 50% mais baratas, com o uso de materiais alternativos em sua composição. A praça Dolores Ibarruri – mais conhecida como Praça das Corujas, localizada na Vila Beatriz – é outro ponto da capital paulista que dispõe de uma horta urbana. Os moradores do bairro atuam como voluntários, ajudando no plantio e ensi-

Resultado do projeto Horta na Floresta em Sud Mennucci (SP)

Na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP, está disponível o catálogo das hortas urbanas da cidade de São Paulo, publicado pelo Wikiversidade, e a pesquisa Impactos da Poluição Atmosférica em Hortas Urbanas do engenheiro ambiental Luis Fernando Amato-Lourenço, que avaliou a influência da poluição atmosférica na constituição química de vegetais produzidos em hortas urbanas de São Paulo.

www.aeaarp.org.br

AEAARP 21


nando outras pessoas a cultivar. O espaço é aberto ao público em período integral e alguns canteiros são destinados para projetos educacionais de escolas da região. Em outros lugares do mundo existem projetos semelhantes. Em Los Angeles, por exemplo, um executivo transformou um antigo campo de paddle – espécie de jogo de tênis – em uma horta. Para isso, contou com a ajuda do seu pai, um arquiteto paisagista aposentado, para ambientar o espaço. Os canteiros foram improvisados em cochos de cavalo galvanizados e o espaço fica no quinto andar de um edifício da cidade, segundo o jornal Los Angeles Times. Em Hong Kong (China), uma das cidades mais povoadas do mundo, a agricultura urbana tem se tornado sinal de luxo. Um chinês construiu canteiros urbanos nos topos dos edifícios e aluga cada canteiro por 20 dólares por mês. Ele explica, em reportagem veiculada no portal Valor Econômico, que as pessoas não têm espaço e conhecimento para cultivar. Portanto, além de ceder o espaço, ele também distribui sementes e oferece cursos introdutórios da agricultura para os clientes. Hoje, com três fazendas urbanas, o chinês busca mais áreas para ampliar o negócio. Além de Hong Kong, países como Singapura e Japão estão dispostos a promover técnicas de agricultura urbana de alta tecnologia. No Brasil, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou, em novembro de 2015, a criação da Política Nacional de Agricultura Urbana, prevista no Projeto de Lei 906/15, com o objetivo de criar políticas públicas específicas para a produção agrícola e pecuária exercida dentro dos limites da cidade para produção de alimentos e comércio. O site da Câmara

dos Deputados informa que a legislação busca estimular as cooperativas, a educação ambiental e a ocupação de espaços ociosos, além de determinar a cooperação entre governo federal, estados e municípios para garantir linhas de crédito, apoio técnico, promoção de feiras livres e compra de produtos da agricultura urbana em programas governamentais. A proposta que tramita em caráter conclusivo aguarda a análise da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania.

Técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgaram o estudo Agroecologia - Princípios e Técnicas para uma Agricultura Orgânica Sustentável, que apresenta uma análise da agricultura urbana na América Latina com ênfase no Brasil e Cuba. Na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP, está disponível o material.

Ribeirão Preto, segundo o arquiteto e urbanista e especialista em Engenharia Ambiental José Roberto Bonetti, secretário municipal do Meio Ambiente. Porém, existe um projeto piloto para a implantação de agricultura urbana no Parque das Oliveiras. Bonetti já iniciou conversa com a associação de bairro local e está levantando informações de pessoas que têm interesse em participar. Duas áreas que podem receber a horta comunitária já foram identificadas. “Aplicando esta ideia como projeto piloto, podemos levar para outras regiões da cidade”. O secretário alerta que antes de escolher uma área para receber a agricultura urbana é necessário analisar o que consta na inscrição do loteamento, pois se forem espaços destinados ao lazer, por exemplo, não é possível alterar a sua destinação. “Se tiver bairros com poucas áreas de convívio social, aí não será possível implantar a agricultura urbana”.

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O engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo defende a implantação de hortas urbanas em espaços desocupados. Em uma área verde vizinha ao condomínio que mora, ele plantou abóboras e outros produtos que serviram de alimentação para moradores da região. Além disso, Figueiredo plantou muitas mangueiras em Ribeirão Preto. “As hortas urbanas resolveriam o problema de falta de comida de muita gente. As micro agriculturas são importantes, pois além de alimentar, uma família consegue gerar renda”. Não há projeto de hortas urbanas em Revista Painel 22

Veja no endereço eletrônico da AEAARP, na área de Notícias, o Panorama da Agricultura Urbana e Periurbana no Brasil e Diretrizes Políticas para sua Promoção, divulgado pela Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas (REDE) e pela Promoção do Desenvolvimento Sostenible (IPES). Veja também dois cursos de agricultura urbana, um promovido pelo Centro de Formação Profissional e Educação Ambiental (CEFOPEA) e outro pela Fundição Progresso.

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crea-sp

Responsabilidade técnica é exigida em projetos de adequação Duas leis federais regulamentadas por decreto de 2004 exigem adequações em edificações

LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000 Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. Art. 4º Os logradouros e sanitários públicos, bem como os edifícios de uso público, terão normas de construção, para efeito de licenciamento da respectiva edificação, baixadas pela autoridade competente, destinadas a facilitar o acesso e uso desses locais pelas pessoas portadoras de deficiência.

DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004 Art. 11º A construção, reforma ou ampliação de edificações de uso público ou coletivo, ou a mudança de destinação para estes tipos de edificação, deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis à pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. § 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de Engenharia e correlatas, ao anotarem a responsabilidade técnica dos projetos, exigirão a responsabilidade profissional declarada do atendimento às regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação específica e neste Decreto.

A Lei Federal 10.048/2000 assegura direitos de pessoas com necessidades especiais. Os termos da legislação abarcam transporte, prioridade no atendimento e acessibilidade. Esta última questão é destacada no artigo 4 desta Lei e detalhada na Lei Federal 10.098/2000. As duas foram regulamentadas pelo Decreto 5.296/2004. Passados 16 anos da promulgação das duas legislações e 12 da adoção do Decreto, a aplicação ainda esbarra em dificuldades. O engenheiro Araken Mutran, gerente do escritório regional do CREA-SP em Ribeirão Preto, alerta que os espaços públicos construídos antes da existência das leis devem ser adequados, mesmo aqueles que foram tombados como patrimônio histórico. As edificações erguidas a partir da adoção dessas legislações têm de adotar medidas de acessibilidade. Mutran alerta que tanto as ARTs dos projetos de adequação do espaço físico quanto aquelas emitidas para novas edificações devem fazer constar a acessibilidade. AEAARP 23

A responsabilidade técnica pelos projetos de acessibilidade também é prevista no Decreto de 2004, que exorta entidades e conselhos de classe, como o CREA, a exigir o atendimento às regras estabelecidas pela ABNT e pela legislação. A ART foi adotada a partir de Lei Federal 6.496/77, que exige o documento para todo contrato, verbal ou escrito, para a execução de obras ou qualquer prestação de serviços de engenharia ou agronomia. O documento de responsabilidade técnica é um dos preceitos da Resolução 1.002/2002 do CONFEA, que instituiu o Código de Ética Profissional para todos aqueles que atuam na área tecnológica. “No âmbito também dos projetos de acessibilidade os profissionais devem atentar para a obrigatoriedade de emissão da ART, que preserva direitos dos autores e também dos contratantes”, explica Mutran. Os ministérios públicos Estadual e Federal atuam em conjunto com o CREA-SP para fazer cumprir a legislação.


Painel eleições

O segundo nome Para consultor político, o vice não deveria passar despercebido pelo eleitorado

O que José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer têm em comum, além do partido político ao qual são ou foram filiados, é o fato de que os três deixaram o papel de vice-presidentes do país para assumirem o comando da nação. Eles eram vice-presidentes e tornaram-se presidentes da república em razão do falecimento e do afastamento dos titulares. “O recente processo de impeachment está mostrando a importância do vice. Nas últimas três décadas, tivemos três vices que assumiram a presidência. Ou seja, tanto para o eleitor como para a coligação, a escolha do segundo nome

majoritário é fundamental”, avalia Gildo Yamashiro, consultor político. Para ele, nos pleitos municipais a chance de um vice assumir o mandato é ainda maior pelo fato de os detentores desse mandato almejarem, em alguns casos, outras possibilidades. Um exemplo foi o então prefeito de São Paulo (SP) José Serra, que abriu mão do mandato para candidatar-se ao governo paulista. “O perfil de um vice é quase o mesmo do prefeito, administrador, gestor, político, mas, como ele age com um pouco menos de holofotes, acaba tendo grande papel de articulador”, explica Yamashiro. Revista Painel 24

Em razão das composições políticas em torno de uma candidatura, muitas vezes o vice é de um partido diferente do seu colega de chapa. “Por isso, se torna o principal nome de diálogo com o partido aliado”. Em sua visão, os eleitores deveriam prestar mais atenção nos candidatos a vice que compõem as chapas durante as eleições, tanto pelo papel articulador quanto pela possibilidade de virem a assumir o mandato. “Mas, não é exatamente o que acontece. Geralmente, o eleitor médio mal sabe quem é o companheiro de chapa do candidato principal. O vice deveria ser decisivo para o eleitor”, avalia. Porém, na prática, passa despercebido. No processo eleitoral, o vice tem o papel de fortalecer a coligação entre os partidos e de aumentar o alcance do candidato majoritário em relação a um grupo específico do eleitorado. Algumas vezes, a escolha do vice pode ser mais pragmática e ter relação direta com o tempo de exposição no programa eleitoral gratuito da televisão e do rádio que este acordo poderá proporcionar. Todos os cargos majoritários têm vice, inclusive o de senador. Neste caso, são dois para cada candidato, que podem também vir a assumir o mandato.


evento

Semana de Arquitetura será em agosto Evento vai pautar a eficiência e qualidade dos projetos Quanto um projeto arquitetônico ou urbanístico influencia na saúde dos usuários do espaço? Segundo Ercilia Pamplona, diretora da AEAARP que atua há cerca de três décadas nesse setor, muito. “É função da arquitetura tornar saudáveis os ambientes residenciais e comerciais. A qualidade do ambiente estará expressa no conforto térmico, na ventilação e iluminação do espaço e a inobservância dessas questões afeta a saúde dos usuários do ambiente”, explica. Esses temas serão abordados nas palestras da 7ª Semana de Arquitetura que acontecerá de 22 a 25 de agosto

na sede da entidade. O título do evento é Arquitetura e urbanismo: eficiência e qualidade de vida. Maria Solange Gurgel de Castro Fontes, arquiteta e urbanista, docente da UNESP de Bauru (SP), vai falar sobre conforto térmico urbano no dia 22, às 19h30, na palestra que abre a programação. No segundo dia, a arquiteta e urbanista Fátima Regina de Souza e a vereadora Gláucia Berenice, do Fórum Municipal de Saúde Mental, vão ministrar palestra sobre moradias sustentáveis. No dia 24, a palestra será sobre Zoneamento geoambiental no

AEAARP 25

planejamento urbano, com o arquiteto e urbanista Luiz Fernando Lossardo, docente do Centro Universitário Barão de Mauá. Luiz Antonio Nigro Falcoski, arquiteto e urbanista, docente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), vai encerrar a programação, no dia 25, com palestra sobre o tema Urbanismo para pessoas. A inscrição pode ser feita no site www. aeaarp.org.br e o participante deve levar dois quilos de alimentos não perecíveis no dia do evento. O volume arrecadado será doado a uma entidade beneficente da cidade.


notas e cursos Curso Auditoria, avaliação e perícias de engenharia com desconto para associados

novos associados

Dia 26 de agosto começa a pós-graduação em Auditoria, avaliação e perícias de engenharia na AEAARP. É coordenado pelo engenheiro Carlos Eduardo Domingues Silva, do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE) do Paraná. Na grade estão previstos os seguintes conteúdos: avaliações de imóveis urbanos, interferências estatísticas aplicadas à avaliação, avaliações de aluguéis, planta de valores genéricos, avaliações de propriedades rurais, avaliações econômicas e análise de investimentos, avaliações de máquinas e equipamentos, perícias em ações reais imobiliárias, perícias em edificações, patologia das construções, inspeção predial, perícias ambientais, metodologia do trabalho científico, técnica de elaboração de laudos, direito e engenharia legal e auditoria de custos. A carga horária é de 480 horas e os participantes receberão certificados ao final do curso. Inscrições podem ser feitas no site www.ipog.edu.br.

AEAARP promove curso sobre gestão De 26 de agosto a 3 de dezembro, acontecerá na AEAARP o curso Gestão Empresarial, em parceria com o CREA-SP. Seis especialistas abordarão temas como contabilidade, direito empresarial, gestão de pessoas, governança, avaliação de investimentos e gestão de projetos. O engenheiro Tapyr Sandroni Jorge, vicepresidente da AEAARP, coordena esta ação. Para ele, os profissionais do setor devem investir em conhecimento nesta área para aprimorar os seus próprios negócios. “Engenheiros e agrônomos são, por natureza, profissionais liberais. Mas, as suas empresas têm de ser geridas com profissionalismo para fazerem jus às suas capacidades técnicas”, lembra. O curso é gratuito para associados da AEAARP, que poderão se inscrever pelo site www.aeaarp.org.br.

Bruna Sanches Arriaga Arquiteta e Urbanista Luiz Eduardo Sartor Engenheiro Agrônomo Urubatan Palhares Klink Engenheiro Agrônomo Eduardo Henrique Gonzales Orso Engenheiro Civil Fernando Assis Matos Engenheiro Civil Gustavo Henrique de Lima Engenheiro Civil Vera Thereza Bueno Barros Penha Engenheira Civil Rodolfo Jose Favaretto Engenheiro Civil Nelson Nascimento Junior Engenheiro eletricista Laércio Collela Técnico em Eletrotécnica Carlos Alberto Moro Engenheiro Civil

E-book tem tabela de honorários de arquitetos

A Federação Nacional dos Arquitetos (FNA) disponibiliza em seu site – www.fna.org.br – o e-book Tabelas e Honorários de Serviços de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, que tem o objetivo de auxiliar arquitetos e urbanistas na precificação de seus serviços. O acesso é aberto e gratuito. A FNA procurou facilitar a utilização da ferramenta com o lançamento deste modelo. O projeto funciona como um Guia do Usuário: para navegar, basta utilizar as setas direcionais conforme a indicação. O profissional pode voltar ao conteúdo pelo qual se interessou, adiantar páginas e antecipar a leitura. O e-book está disponível para computadores e dispositivos móveis. Revista Painel 26

Pedro Grano Leça Estudante de Agronomia Laura Mayumi Tomio Estudante de Arquitetura Felipe Romeiro Mercham dos Santos Estudante Engenharia Civil


Semana de Arquitetura 22, 23, 24 e 25 de agosto

Semana de Agronomia 17, 18 e 19 de outubro

Semana de Engenharia 7, 8 e 9 de novembro



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