painel Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Ano IX nº 259 outubro/ 2016
PROFISSIONAIS DO ANO AEAARP 2016 Foco na técnica, na eficiência e na paixão pela profissão
ARQUITETURA
Na zona rural as necessidades são diferentes
MEIO AMBIENTE
A função e importância dos jardins botânicos
AEAARP
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HOBBY
A inspiração do agrônomo para a música
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palavra do presidente Eng. civil Carlos Alencastre
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“O papel aceita tudo”, segundo o dito popular. A matemática é exata, o palavrório é fácil, e a verdade deve superar qualquer ideologia, poder, resultado, vaidade ou partido. Na edição nº 180, de março de 2010, a reportagem de capa da revista Painel mostrou sistemas de reúso de água e pautou a necessidade da adoção de modelos alternativos de abastecimento. Um ano antes, a revista já tinha mostrado que o sistema de abastecimento da cidade tem falhas graves, com perdas que chegam a 50% do volume captado nos poços artesianos. Na última edição, voltamos ao tema e neste espaço é necessário colocar os pontos em seus lugares exatos: nenhuma política pública foi adotada pelo município nos últimos anos para atender à necessidade de tornar sustentável o abastecimento de água em Ribeirão Preto. É preciso ir além: a despeito de ideologias e preferências político partidárias, devemos nos responsabilizar pelo que é dito, escrito e propagado. Um exemplo é o discurso irresponsável sobre a captação de água no Rio Pardo, fato pautado na campanha eleitoral. Para ficarmos apenas nos temas debatidos na AEAARP na última década, é necessário remetermos à reportagem citada no início deste texto. O texto revela para os leitores que a Agência Nacional de Águas (ANA) preconiza que o município deve adotar novo modelo de captação de água para a cidade. A Agência sugere o Rio Pardo como manancial. Essa informação é de 2010. Portanto, esta questão não saiu de uma cartola mágica. É fruto de estudo, de técnica e de avaliação minuciosa de quem entende muito do assunto. Este é um exemplo muito sério do papel do leigo e do técnico em um tema. À entidade, cabe valorizar e preservar a verdade por meio da técnica que valoriza nossos colegas e proporciona verdadeiramente qualidade de vida para a população.
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índice
ESPECIAL
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PRODUTIVIDADE
09
ARQUITETURA
ENGENHARIA
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CARREIRA
23
10
A SAÚDE DO PLANO
23
HOBBY
14
Inovação simples e direta
GESTÃO
24
MEIO AMBIENTE
16
CREA-SP
25
TECNOLOGIA
20
NOTAS E CURSOS
26
Profissionais do Ano AEAARP 2016
Novas funções do MS-Excel 2016
Arquitetura rural, um novo modo de fazer
Música, com prazer e sem pressa
Jardim Botânico: ferramenta de conservação de plantas nativas
Papelão: da embalagem à construção
painel
Atuação no setor público é debatida no CAU
Profissional deve recolher ART de serviço de aprovação de projetos
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
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O desafio é o lixo
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente
Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 2º Vice-presidente
CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Conselheiros Titulares Eng.º agr.º Dilson Rodrigues Cáceres Eng.º civil Edgard Cury Eng.º civil Elpidio Faria Junior Arquiteta e eng.ª seg.ª do trab.º Fabiana Freire Grellet Eng.º agr.º Geraldo Geraldi Jr Eng.º agr.º Gilberto Marques Soares Eng.º mec.º Giulio Roberto Azevedo Prado Eng.º elet.ª Hideo Kumasaka Eng.º civil Wilson Luiz Laguna Eng.º civil Jose Aníbal Laguna Arquiteto Luiz Eduardo Siena Medeiros Arq.ª e urb.ª Maria Teresa Pereira Lima Eng.º civil Ricardo Aparecido Debiagi Conselheiros Suplentes Eng.º agr.º Alexandre Garcia Tazinaffo Arq.º e urb.ª Celso Oliveira dos Santos Eng.º agr.º Denizart Bolonhezi Eng.º civil Fernando Brant da Silva Carvalho Eng.º agr.º José Roberto Scarpellini Eng.º agr.º Ronaldo Posella Zaccaro
AssociAção de engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto
REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@ aeaarp.org.br Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.
Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
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PROFISSIONAIS DO ANO AEAARP 2016
Na Engenharia, na Arquitetura e na Agronomia, o desafio para o futuro é aprimorar tecnologias com o objetivo de reduzir o custo da construção, conferir eficiência aos projetos e melhorar os resultados de produtividade. São essas as preocupações dos Profissionais do Ano AEAARP 2016, o engenheiro civil Marcos Tavares Canini, o arquiteto Rui Bulamah Spinelli e o engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo. Eles foram escolhidos pela direção da entidade e, segundo o engenheiro Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, representam a eficiência, a técnica e a dedicação. Veja nas próximas páginas o perfil de cada um dos homenageados.
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A cerimônia de entrega do Prêmio Profissionais do Ano AEAARP 2016 será no dia 25 de novembro, na sede da entidade. Os convites estão à venda na Associação. Informações pelo telefone 16 2102.1700.
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especial
ENGENHARIA
arquitetura
agronomia
MARCOS TAVARES CANINI
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ngenheiro civil, graduado em 1982 pelo então Instituto Politécnico de Ribeirão Preto, atual Centro Universitário Moura Lacerda. Canini começou a carreira em Dumont (SP), onde, por algum tempo, foi o único engenheiro da cidade. Ele tinha 22 anos e era desafiado a encontrar soluções para obras viárias e de infraestrutura, tomando decisões de grande responsabilidade e impacto social para um jovem recém-formado. O talento para a engenharia foi descoberto pela afinidade com as ciências exatas. “Na época em que fiz cursinho [1977], não se dispunham de muitas faculdades ou escolas de nível técnico. Prestava-se vestibular para medicina,
odontologia, direito e engenharias [elétrica, mecânica, civil e naval], então fiquei com engenharia civil pelas facilidades de estudo”, conta. Ele soube só recentemente, com mais de 30 anos de carreira, que o bisavô, um imigrante italiano, era construtor e ergueu várias obras no centro de Ribeirão Preto. “Estava no DNA”, conclui. A primeira obra lhe foi encomendada em 1984 por Eudoxia Druchini Baldussi, que o conhecia desde criança. “Ela me falou, ‘você vai fazer sua primeira obra pra mim, e eu vou te dar muita sorte’, realmente, parece que foi uma profecia, pois sempre tive muita sorte na minha profissão”, lembra o engenheiro.
Foi nesta obra que teve contato direto com a execução e também com o desafio de superar as dificuldades que surgem nos projetos, exigindo mais engenharia. E foi a busca pela solução que o fascinou, mais até do que o projeto em si. “No projeto, a informação é de como ela deve ficar e não de como fazer”, compara. Canini prefere o dinamismo do canteiro de obras à cadeira do escritório. Esta opção resultou de um momento marcante em sua carreira. Em 1986, um cliente questionou o valor cobrado para “assinar a planta”. “Acho que todos no inicio da carreira já passaram por isso. Foi quando vi que não queria ser aquele engenheiro burocrático de fazer projetos e aprova-los”, lembra. Naquele período, saiu em busca de novos desafios, empregou-se em uma construtora e passou a trabalhar em projetos de edifícios altos. “Aprendi a lidar muito bem com a mão de obra, saber fazer com que eles trabalhem com dedicação a você e não só pelo holerite, é um desafio pra qualquer empreendedor”, diz. Desde 1996 o irmão dele, Ulisses Tavares Canini, somou-se ao trabalho já iniciado na construtora da qual são sócios. Uma das obras inspiradoras de sua carreira foi a conclusão de um edifício que havia sido lançado pela Encol, construtora que entrou em falência em 1999 e deixou edifícios inacabados em todo o país. “Estava com fundação e parte da estrutura pronta. Foi uma obra difícil, cada proprietário fez o acabamento que quis. No final, depois da decepção e tristeza com a Encol, todos estavam felizes pelo fim da obra e por terem feito seus apartamentos personalizados. Era por isso que eu queria trabalhar, fazer obras que receberiam reconhecimento”, conta.
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especial
engenharia
ARQUITETURA
agronomia
RUI BULAMAH SPINELLI
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uando usa o elevador em um dos inúmeros edifícios que projetou, Spinelli fica atento às conversas dos moradores que estão ao seu lado e não sabem que partilham o espaço com o autor de soluções que agradam alguns e geram críticas de outros. Os comentários, diz, são “surreais”, e também objetos de muito aprendizado. A formação em arquitetura, no Centro Universitário Moura Lacerda, nos anos de 1990, coincidiu com a transição entre a lapiseira e o mouse, quando os profissionais estavam migrando do desenho no papel para o computador. Foi por meio da tecnologia que ele conquistou as primeiras oportunidades de trabalho na área, como desenhista de AutoCAD, fazendo trabalhos para escritórios de arquitetura da cidade. Spinelli se classifica como um arquiteto de resultado. O cliente, o mercado e a melhor solução para o empreendimento são foco do seu trabalho. A primeira obra da qual participou foi um edifício de poucos pavimentos que seria instalado em um terreno pequeno.
Hoje, aos 45 anos, é diretor de projetos de uma das maiores incorporadoras da cidade, que ergue grandes edifícios de alto padrão. “Passei por projetos de condomínios, shoppings, clubes, casas e edifícios com concepções das mais diversas. Mas, os edifícios sempre estiveram presentes e me especializei em projetos de edifícios altos. Não os escolhi, eles me escolheram”, conta. Entrar cedo no mercado, ainda quando estava na faculdade, e aproveitar as oportunidades que surgiram são fatos marcantes em sua carreira. A eles, Spinelli atribui o conhecimento da profissão, do mercado, o desenvolvimento da
técnica e o reconhecimento da “paixão” que nutre até hoje pela arquitetura. “O encontro com a paixão pela profissão me trouxe a determinação, que é fundamental”, conclui. O perfil profissional de Spinelli é prático. Seu foco é atender às expectativas dos clientes, a realidade do mercado e propor projetos inovadores e interessantes. “Arquitetura é um desafio pessoal, uma forma incrível de expressão. A arquitetura proporciona um constante debate nas formas de viver, é um estimulo intenso, é um incômodo ao ponto comum e não só um emaranhado de linhas, pontos, curvas e números”, define.
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especial
arquitetura
proposta
AGRONOMIA
JOSÉ WALTER FIGUEIREDO SILVA
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uando o engenheiro agrônomo Guido de Sordi recebeu o Prêmio Profissionais do Ano 2015, contou que um dos grandes orgulhos de sua carreira foi inspirar jovens a escolherem o mesmo caminho. Figueiredo é um deles. “Fui influenciado pelo Guido que, em visita ao Clube de Biologia, falou com paixão pela profissão enquanto técnico da Fazenda Experimental”, conta. O Clube era um grupo de estudos no colégio Otoniel Mota, onde estudou. Ele fala com emoção também da convivência com o avô materno, José Justino de Figueiredo Junior, um cafeicultor que mostrou o amor pela terra e o interesse
pela tecnologia quando o levou a praticar enxertia em sua propriedade rural. A agronomia foi uma indução, conclui, marcada pela paixão. Ele atua como gestor ambiental. ambiental, o que classifica como uma “descoberta”. “Sempre atuei como engenheiro agrônomo incorporando a variável ambiental, buscando a eficiência, a técnica e respeitando os limites do meio natural, mantendo o equilíbrio. Esse raciocínio é denominado ambientalismo de resultado”, explica. Figueiredo empreendeu em São Paulo (SP), abrindo com amigos uma empresa de paisagismo e jardinagem, que foi o ramo no qual iniciou a carreira, além
de atuar na produção de café e leite. Foi secretário de Meio Ambiente em Ribeirão Preto, onde incorporou o discurso de gestão ambiental e planejamento. É um dos responsáveis pela criação do Projeto Município Verde Azul, programa do governo do estado de São Paulo que tem o propósito de medir e apoiar a eficiência da gestão ambiental nos municípios paulistas. Por meio do programa, ele trabalha auxiliando as prefeituras na elaboração e execução de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. “Minha missão é tentar transferir o pouco que sei e aprender o máximo aquilo que ensino, ensinando”, diz.
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produtividade
NOVAS FUNÇÕES DO MS-EXCEL 2016 Fábio Gatti, especialista em Pacote Office
Um dos motivos do sucesso e liderança do Microsoft Excel é sua constante atualização e melhoria. Todos os anos, milhares de dicas e opiniões de clientes são avaliadas, e levadas ao time de desenvolvimento para futuras implementações na ferramenta. Essas melhorias têm auxiliado muito o trabalhado daqueles que utilizam o Microsoft Excel no dia-a-dia, em atividades profissionais ou pessoais. O Office 365, com a versão 2016, trouxe algumas novas funções que facilitam muito nosso trabalho e solucionam alguns problemas que nos obrigavam a criar as famosas “gambiarras” para chegar no resultado desejado. Quando queremos unir textos, por exemplo, estamos acostumados com a função concatenar, ou com o uso do “&”. O problema do uso desta função está quando queremos unir uma quantidade grande de informações, dispostas em células. Por exemplo: vou escrever nas células A1, B1 e C1 o texto Microsoft
Excel 2016, separando cada uma das palavras e números em células diferentes, ficando como na imagem 1.
Imagem 1
Nas versões anteriores, caso quiséssemos unir estes textos, utilizaríamos a função concatenar e incluiríamos célula por célula, que contém as informações, ficando: =CONCATENAR(A1;B1;C1). Hoje podemos utilizar uma função mais poderosa, que trabalha com união de matrizes, chamada concat. Com ela, podemos simplesmente selecionar o intervalo de células, contínuo ou separado, e a função se encarrega de
unir o texto completamente, ficando: CONCAT(A1:C1). Percebam que o resultado trará um texto sem espaços, ficando MicrosoftExcel2016. Este problema era resolvido incluindo espaços entre as informações na função, como: =CONCATENAR(A1;” “;B1;” “;C1). Hoje, porém, possuímos outra função de união de textos, chamada unirtexto. Com esta função, além de unir uma matriz ou intervalo de células, também podemos aplicar um delimitador, e informar ao Microsoft Excel se ele deve ou não considerar as células vazias que forem encontradas nos intervalos. Podemos então criar a função da seguinte forma: =UNIRTEXTO(“ “;VERDADEIRO;A1:C1), como na imagem 2.
Imagem 2 AEAARP 9
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arquitetura
ARQUITETURA RURAL, UM NOVO MODO DE FAZER Casas de fazenda estão mais modernas e tecnológicas, mas sem perder o estilo bucólico e colonial
Casa sede de uma fazenda em Itirapuã (SP) Projeto assinado por Eduardo Figueiredo
Muitas coisas mudaram na arquitetura das sedes das fazendas desde o apogeu do café. As edificações eram simples e grande parte dos recursos eram investidos no processo produtivo da fazenda. Depois desse período, a arquitetura rural passou a ser valorizada e os latifundiários sentiram a necessidade de contratar profissionais qualificados para reformarem ou construírem suas casas. A única característica que não foi alterada é a localização da casa no terreno da fazenda. No geral, a casa sede fica localizada em um ponto médio da fazenda, onde
o proprietário consegue ter visão geral do que está acontecendo na propriedade, além de desfrutar de uma bela vista. “Já as casas de colônia ficam próximas do rio, porque os funcionários precisam de água para lavar utensílios, irrigar plantações e cuidar dos animais”, explica o arquiteto e urbanista Sylvio Nogueira. A casa principal também não deve ficar muito próxima ao local de trabalho. “Ela deve ser posicionada longe do barulho de tratores, curral, pocilgas,
No passado, proprietários ou terceiros sem formação técnica, eram autores dos projetos das casas de fazenda. O afastamento da academia resultou em falta de registros e desconhecimento da arquitetura rural, segundo o artigo Tradição da arquitetura rural no Sul e Sudeste, do século XVI ao XX, de Cíntia Miua Maruyama e Leandro Carlos Fernandes, reproduzido na área de Notícias no endereço eletrônico da AEAARP.
www.aeaarp.org.br
por exemplo, para o conforto da família”, diz o arquiteto e urbanista Celso Santos, conselheiro da AEAARP. Santos conta que os proprietários já têm o local da construção da casa principal pré-definido ao contratarem profissionais para elaborar o projeto de construção ou reforma. “É a topografia que confirmará a escolha, pois não é adequado construir em locais de grande declive ou aclive”. O arquiteto e urbanista Eduardo Figueiredo acrescenta que os pomares também ajudam no processo de implantação da casa, pois as pessoas tendem a ficar próximas às frutíferas. O importante, de acordo com os arquitetos, é que a casa faça parte da paisagem e
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Casa de campo em Ribeirão Preto (SP) Projeto assinado por Celso Santos
não agrida a natureza, conceito aplicado pelo arquiteto americano Frank Lloyd Wright, lembra Nogueira. Uma das principais ferramentas é aproveitar o paisagismo local e não fugir das características naturais do terreno. “Às vezes é necessário apenas complementar a vegetação em espaços afetados durante a obra”, recomenda Santos. Para Nogueira, hoje, jardins e pomares se fundiram. “Antes, o pomar estava posicionado no fundo da casa e o jardim na frente”. Figueiredo destaca as roseiras, que ainda são muito usadas próximas ao alpendre, e árvores que oferecem grandes sombras, como o flamboyant. “O projeto de paisagismo abrange também outras funções importantes de uma fazenda como, por exemplo, a disposição de hortas, galinheiros e canis”, acrescenta.
exige inclinações maiores. “Costumo usar 30% e 35% de queda nas casas urbanas e 40% e 45% nas rurais. Além da estética, o escoamento de água é melhor”, explica Figueiredo. Nogueira destaca que telhados de imóveis rurais não costumam ter calhas para evitar problemas de entupimento. Os beirais de fazenda costumam ter o dobro do tamanho das residências urbanas. “Na cidade, temos a restrição de 60 centímetros de beiral e na área rural trabalhamos com beirais de no mínimo 1,20 metro”, diz Nogueira. Os revestimentos das casas rurais também são diferentes, pois estão mais expostos às intempéries, desgastes naturais e sujeiras. Por isso, são necessários produtos com baixa exigência de manutenção, sejam rústicos, duráveis e que
suportem a abrasão da terra e areia. “A rusticidade em excesso também dá trabalho, por exemplo, o cimento queimado encarde com o tempo, além de dar trincas”, alerta Nogueira. Quanto à pintura externa, Figueiredo defende o uso da caiação – pintura natural que mistura pó de cimento branco e pó xadrez – que apresenta aspecto de ranhuras e característica bucólica. “As tintas acrílicas modernas têm fator de vedação muito grande. Porém, as paredes não respiram e isso gera mais trincos do que a caiação, que tem aspecto poroso e quanto mais velho mais bonito fica”. O ladrilho hidráulico é outra caracterís-
URBANO X RURAL
Muitas são as diferenças entre casas urbanas e rurais. O telhado é uma delas, pois a quantidade de árvores no entorno
Casa de campo em Escarpas do Lago (MG)
Projeto assinado por Celso Santos
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Casa sede de uma fazenda em Luiz Antônio (SP) Projeto assinado por Eduardo Figueiredo
Casa de campo em Rifaina (SP)
Projeto assinado por Celso Santos
tica de imóveis rurais que ainda é muito usado, principalmente nos ambientes externos e nas cozinhas, banheiros ou detalhes dos fogões e fornos a lenha. “Não é indicado o uso de ladrilho hidráulico em ambiente interno, pois dificulta a limpeza. Porém, podem ser trabalhados revestimentos que imitam o produto”, diz Santos. Já nos quartos usa-se muito
Casa sede de uma fazenda em Ribeirão Preto (SP)
o piso de madeira e nas salas o cimento queimado. Nogueira destaca outras diferenças entre imóveis rurais e urbanos: ventilação e vista privilegiada, insolação diferenciada e liberdade de escolha do posicionamento da casa. “A casa de fazenda é aberta para todos os lados, logo se desfruta todos os ângulos”.
Projeto assinado por Eduardo Figueiredo
Essas edificações dificilmente têm hall de entrada e são acessadas por grandes varandas, segundo o arquiteto. Santos cita outra característica: espaços internos das casas de fazenda têm grandes dimensões. De acordo com Nogueira, casas sede costumam ter 500 metros quadrados no mínimo. “Geralmente, elas têm quatro ou cinco suítes, escritório, salas, muitas varandas e garagens grandes para comportar carros dos proprietários e convidados”. Celso lembra que projetos de casas de fazenda não precisam ser aprovados por prefeituras. “Apenas é preciso informar a metragem quadrada no cadastro rural”. Existem funcionalidades indispensáveis nas casas de fazenda como, por exemplo, raspador de pé na entrada da casa, tanque externo para lavar verduras da horta e, algumas vezes, quarto para guardar objetos de montaria e troca de roupa. Forno e fogão a lenha são equipamentos tradicionais nessas casas, e têm dupla função. “Usa-se fogão a lenha com serpentina para aquecer a água que é conduzida por tubos dentro do equipamento”, explica Figueiredo. Se antes os banheiros eram externos e as cozinhas separadas da área social, hoje as casas são ricas em suítes e a cozinha é integrada à varanda, criando espaços gourmets para que proprietários cozinhem e confraternizem com os convi-
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dados, diz Nogueira. Além disso, as casas ganharam forros ou lajes que diminuem o pó e fuligem e proporcionam conforto térmico e acústico. Figueiredo lembra que porões caíram em desuso. “Usava-se muito o assoalho de madeira, que ficava a 50 centímetros do chão. Isso deixava a casa mais fresca e menos úmida, pois as madeiras respiravam, aumentando a sua durabilidade”, explica. A madeira também foi muito explorada nos pilares e nas estruturas dos telhados que ficavam aparentes internamente com a falta de forro. Santos cita também as diferenças nos tamanhos das esquadrias. “As janelas de antigamente eram verticais, hoje são mais horizontais. Já as portas eram altas e estreitas, hoje é o inverso”. Casa de campo em Trancoso (BA) Projeto assinado por Celso Santos
ESTILOS E INFLUÊNCIAS
Dentre os estilos de projetos mais aplicados, destacam-se: a planta em “U”, em “L” e quadrada com pátio interno para dar privacidade à família, todas com muitas varandas em volta. Para Figueiredo as casas de fazenda têm grande influência portuguesa e de modo geral seguem o estilo mineiro. “São casas que têm uma sequência de janelas, molduras das esquadrias com cores diferentes e acabamentos de olarias”, destaca Figueiredo.
Santos acrescenta que elementos culturais e locais devem ser levados em conta no projeto. “Em Minas Gerais, por exemplo, existem muitos encontros religiosos, então precisa criar uma casa que tenha capela e em estilo conservador. Em Goiás, é possível trabalhar com estilo colonial de forma despojada. Em Ribeirão Preto, como é próximo de muitas cidades grandes, usamos estilo colonial mais contemporâneo”.
TECNOLOGIA
Casa de campo em Rifaina (SP) Projeto assinado por Celso Santos
Os proprietários de imóveis rurais também têm investido em tecnologia, automação e energia renovável. “Muitos clientes investem na automação para acender e apagar as luzes ou acionar a banheira remotamente, por exemplo”, diz Figueiredo. A energia fotovoltaica para gerar energia e aquecer água dos banheiros e piscinas. Celso destaca o uso da roda d’água para gerar energia e de
um sistema de cata-vento que bombeia água do poço artesiano até a caixa da água. As fossas sépticas também evoluíram. “Existem modelos que permitem tratar água e deixa-la quase potável”, diz Figueiredo. Santos cita os biodigestores, que aceleram a decomposição da matéria orgânica e tratam o resíduo sólido antes de ser lançado no solo. Com a crise energética e as discussões sobre o impacto ambiental que o homem tem provocado, faz-se necessário buscar alternativas para minimizar os danos à natureza. Um grupo de engenheiros e arquitetos publicou o artigo Arquitetura rural: estratégias para minimizar o consumo de energia, que está disponível no endereço eletrônico da AEAARP, na área de Notícias.
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hobby
MÚSICA, COM PRAZER E SEM PRESSA Desde a infância, a música é fonte de amizade, inspiração e união para o engenheiro agrônomo
A música é expressão de fé, de amizade e proporciona oportunidade de encontros, amizades e criação. Ela surgiu muito cedo na vida do engenheiro agrônomo Marcos Landell, do Centro de Cana do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Na casa dele, o clima era musical: a mãe tocava piano, o pai bandolim e violão e a irmã também fazia aulas de violão. Dedicar-se a um instrumento foi o caminho natural. Aos 10 anos compôs a primeira canção, usando o repertório que a vida havia lhe proporcionado até então. Na letra, ele falava sobre brincar, pular, divertir-se e arrematava com a frase “enquanto é tempo, por que quando grande, uma vida melhor não terá”. Mais tarde, já na adolescência, um problema de saúde o deixou de cama por pelo menos três meses. Nesse período,
Marcos aos 33 anos, em Ouro Preto (MG), onde se apresentou com Paulinho
Em 1977, aos 20 anos, em um acampamento cristão em Jaboticabal
um amigo sugeriu que fizessem música para ocupar o tempo. Eles tinham 14 anos e, apesar da pouca idade e experiência, o amigo queria falar sobre temas complexos, como paixão, do que Landell achava graça. Com esse amigo, surgiram outras composições, como a que contava a história de Nilda, uma cobra cega que os meninos achavam que era perigosa e que assustava o cavalo na fazenda que frequentavam. A morte de um passarinho também inspirou uma canção naquela época, assim como Isaura, a musa imaginária
do amigo de Landell. A partir dos anos de 1970, Landell passou a ter experiência com grupos de oração e sentiu-se estimulado a compor músicas cristãs, período que transcorreu até 1981. Foram anos de intensa produção. Suas canções, compostas em parceria com outro amigo, ultrapassaram o grupo do qual fazia parte e tornaram-se populares entre aqueles que participavam de reuniões cristãs. Quando o filho mais velho nasceu, no final dos anos de 1980, Landell voltou a inspirar-se para compor. Nessa nova fase,
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passou a escrever músicas populares. Em parceria com Paulinho Brasília, fez Vila Rica, canção que até hoje é executada em emissoras como a Rádio USP. Fez também canções infantis. Em um esforço para contrapor canções populares que exaltavam animais que não compunham a fauna brasileira (leão, girafa etc), ele escreveu sobre o lobo guará. “Fui estudar e me admirei ao descobrir que ele não era o lobo mau”, diverte-se. Há 13 anos, dedica o tempo livre às músicas cristãs. Em parceria com o advogado José Maria da Costa, tem mais de 50 composições. Já lançaram dois CD’s e preparam o terceiro. Os projetos, conta Landell, demoram a ser concretizados em razão da agenda de trabalho dos dois compositores. A música é expressão de arte, de fé e
Marcos se apresenta com amigos
motivo de união. Às vezes, se reúne com o parceiro para fazer o projeto caminhar. Em outras oportunidades, se junta aos filhos para tocar. Algumas músicas são
cristãs, outras são populares ou de raiz. Para Landell, independente do ritmo, o que o inspira é a amizade e a união das quais desfruta por meio da música.
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meio ambiente
JARDIM BOTÂNICO: FERRAMENTA DE CONSERVAÇÃO DE PLANTAS NATIVAS O Brasil tem 21 instituições com registro de jardim botânico; a Rede Brasileira de Jardins Botânicos já identificou 89 em funcionamento
espécies de gimnospermas, 55 mil e 60 mil de angiospermas, 1.200 e 1.300 espécies de pteridófitos e 3.100 de briófitas. De acordo com o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), existem cerca de 2.400 espécies ameaçadas de extinção no Brasil, descritas no Núcleo Lista Vermelha, organizado pela CNCFlora.
Ribeirão Preto (SP) tem 23,58% de cobertura arbórea, segundo o último levantamento realizado por meio de imagens de satélite em alta resolução. A cidade tem leis que dispõem sobre arborização urbana. A mais utilizada é a Lei nº 9053/2000, que obriga o plantio de uma árvore em frente ao imóvel para concessão do Habite-se da construção. Nenhuma lei municipal trata da questão da flora nativa. O que existe, de acordo com o arquiteto e urbanista e especialista em Engenharia Ambiental José Roberto Bonetti, secretário municipal do Meio Ambiente, são recomendações sobre espécies que podem ser plantadas próximas aos fragmentos de vegetação natural para evitar que espécies invasoras deteriorem as nativas.
O Núcleo Lista Vermelha é composto por profissionais de diferentes áreas ligadas às ciências da natureza e que seguem os critérios da União Internacional para Conservação da Natureza. A Lista Vermelha está disponível na área de Notícia, no endereço eletrônico da AEAARP.
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O quadro com as leis municipais que tratam da arborização urbana em Ribeirão Preto está disponível na área de Notícias no endereço eletrônico da AEAARP.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), os diferentes climas, relevos e solos presentes no Brasil dão ao país uma das mais ricas floras do mundo. Estima-se que existam entre cinco e 10
Jardim Botânico Plantarum
A meta dos jardins botânicos nacionais era conservar, até 2010, 60% das espécies ameaçadas de extinção, de acordo com as metas da Convenção da Diversidade Ecológica (CBD, sigla em inglês). Porém, a meta não foi atingida e teve de ser adiada para 2020. Localizado em Nova Odessa (SP), o Plantarum é o jardim botânico mais próximo de Ribeirão Preto (cerca de 200 quilômetros). O registro foi concedido
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em setembro de 2011, porém a instituição foi criada em 1990, pelo engenheiro agrônomo e botânico brasileiro Harri Lorenzi. Desde 1998 o Plantarum funciona em um terreno de 90 mil metros quadrados que abriga quatro mil espécies de plantas, além de preservar 24 espécies extintas na natureza. A lista das quatro mil espécies do Jardim Botânico Plantarum está disponível na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.
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Para contribuir com a conservação da flora brasileira, Lorenzi realizou expedições científicas em vários ecossistemas do país, por mais de 35 anos. Hoje, o Plantarum faz o trabalho de conservação ex-situ, ou seja, fora do habitat natural das plantas. “Procuramos, na medida do possível, recriar o ambiente do habitat originário da espécie, fazendo-a adaptar-se ao nosso clima lentamente, uma vez que a região geoclimática onde está instalado o Plantarum é uma transição de mata semidecidual e cerrado”. Se a planta se desenvolve e se reproduz, indica que a espécie está respondendo bem. “Quando há diferenças grandes de umidade do ar, temperatura e altitude, não é possível fazer a adaptação, aí deixamos a cargo de outra instituição que ofereça condições mais favoráveis”.
As trocas de informações sobre grupos ou famílias de plantas são feitas através de acordos de cooperação científica com outras instituições. O Plantarum tem acordo com várias instituições nacionais e estrangeiras: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), New York Botanical Garden, Missouri Botanical Garden, Fairchild Tropical Botanic Garden, Montgomery Botanical Center, Kew Gardens, Aarhus University e Gothenburg Botanical Garden. Além de ser filiada à RBJB, a instituição também participa do Botanic Gardens Conservation International (BGCI), entidade criada em 1987 para ligar jardins botânicos do mun-
do em uma rede global para conservação de plantas. Segundo a BGCI, existem 1.775 jardins botânicos no mundo, sem contar aqueles que estão em construção.
O Plantarum abre visitas guiadas para grupos de no mínimo 15 pessoas, de quarta a sábado. O agendamento pode ser feito pelo endereço plantarum@ plantarum.org.br. O valor obtido com a entrada dos visitantes é uma das fontes de receita para manter o lugar, que conta ainda com as mensalidades dos cerca de 100 associados, a locação de espaços para eventos sociais e corporativos e a doação de empresas privadas.
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PROTEÇÃO
Jardins botânicos são locais destinados a proteger espécies nativas. São formados por plantas vivas, organizadas e identificadas de acordo com o nome botânico, que servem para estudo e documentação do patrimônio florístico do país. O Brasil tem 21 instituições com registro permanente de jardim botânico no Sistema Nacional de Registro de Jardins Botânicos (SNRJB). “Este número pode ser duplicado, uma vez que algumas instituições atuam com a denominação e outras estão se estruturando para cumprir requisitos mínimos para o registro”, diz a engenheira florestal Maria Lúcia Nova da Costa, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Veja na página da AEAARP a lista completa de jardins botânicos brasileiros. A Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB), associação sem fins lucrativos que identifica e incentiva a criação e o desenvolvimento dessas instituições, identificou 89 instituições que desenvolvem atividades de jardim botânico. Dessas, 63 são associados à Rede e 26 estão em processo de associação (veja no box). Para adquirir o registro de jardim botânico no Ministério de Meio Ambiente, a instituição precisa seguir a Resolução 339/2003, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que dispõe sobre a criação, normatização e funcionamento destes espaços. O registro é feito no Instituto de Pesquisas Jardim Botânico
do Rio de Janeiro, que mantém o Sistema Nacional de Registro de Jardins Botânicos (SNRJB) órgão que apoia as atividades de registro e enquadramento das instituições e a Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB), responsável pela deliberação dos pedidos e enquadramento. Na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP, está disponível o manual de orientação para solicitação de registro e enquadramento dos jardins botânicos.
www.aeaarp.org.br A Comissão é composta por representantes do Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério da Educação, Rede Brasileira de Jardins Botânicos, Sociedade Botânica do Brasil e entidade representativa do setor botânico brasileiro. Nas últimas cinco chamadas para registro de jardins botânicos, o instituto recebeu, em média, nove solicitações em cada. A última chamada aconteceu em maio de 2015 e não há previsão para outra. “A publicação da portaria com a composição da CNJB, que irá atuar nos próximos três anos, está na dependência da nomeação de alguns representantes. A data da próxima chamada só poderá ser divulgada após a nomeação da Comissão”, explica a engenheira florestal. Os jardins botânicos são divididos em três categorias, de acordo com as atividades desenvolvidas e os serviços prestados (veja no box da página 18).
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tecnologia
PAPELÃO: DA EMBALAGEM À CONSTRUÇÃO
Fotos Yvonne Witte
Empresa holandesa usa o papelão em edificações que podem durar até 100 anos
A primeira patente de um produto similar ao papelão ondulado foi concedida em 1856, na Inglaterra. A função do produto era a de forrar chapéus. A diversificação do uso no mercado chegou à construção. Uma empresa holandesa desenvolveu uma casa – conhecida como Wikkelhouse – construída por módulos de papelão corrugado fixado com cola ecológica. Cada módulo tem 4,60 metros de largura, 3,50 metros de altura e 1,20 metros de profundidade. O projeto, que
pode ser de uma casa ou de um estabelecimento comercial, pode ter de cinco a centenas de módulos, dependendo da necessidade e do uso, e promete resistir por até 100 anos. Os módulos e a estrutura são construídos na fábrica, transportados para a área onde será instalado o projeto. A última etapa demora até dois dias para ser concluída. Para garantir durabilidade e resistência à umidade e à chuva, os módulos já montados são impermeabili-
zados por um produto chamado Miotex. Na sequência, a estrutura recebe ripas de madeira no lado externo e chapas de madeira compensada no interior. O custo de cada módulo é de US$ 4.500 e podem ser usados em áreas urbanas e rurais. Em entrevista exclusiva para a revista Painel, a empresa disse que o produto já está disponível para a Holanda, Bélgica, Luxemburgo, França, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca. No Brasil, ainda não.
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Fotos Yvonne Witte
Na área de Notícias do endereço eletrônico da AEAARP, está disponível o vídeo que apresenta a aplicação da tecnologia, perspectiva do módulo e fotos de casas.
www.aeaarp.org.br A edificação permite áreas molhadas, como cozinhas e banheiros, e os arquitetos que desenvolveram a tecnologia pesquisam outros sistemas de energia e água para ampliar a capacidade das casas de papelão. Para eles, não existe material de construção tão leve, forte e isolante como o papelão. O produto também é 100% reciclável, gerando menos resíduos se comparado às construções convencionais. A fabricante do produto, Fiction Factory, localizada em Amsterdã, utiliza papelão de árvores selecionadas e também replanta outras mudas para garantir a sustentabilidade do material.
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engenharia
O DESAFIO É O LIXO
Palestras da 10ª Semana de Engenharia vão mostrar os desafios enfrentados para instalar usina de queima de lixo com geração de energia elétrica
Projeto da planta que está em construção no Brasil
Os engenheiros Bjorn Rondelez, Afrânio Luiz Ricci Lopes e Carlos Eduardo Machado Paletta participam de um projeto inovador no país, a instalação de uma usina que vai converter lixo em energia elétrica. A planta terá a capacidade de processar 825 toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. Segundo Paletta, esse é todo o volume de resíduos sólidos na região onde será instalado o projeto. Paletta explica que o processo, que envolve outras empresas, exigiu superação, principalmente do ponto de vista tecnológico. Ele é diretor da TGM Turbinas, empresa de Sertãozinho (SP) com larga experiência em geração de energia, principalmente a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Neste projeto, o desafio maior é o próprio lixo. “A recuperação energética a partir de resíduos sólidos urbanos é considerada mundialmente a melhor tecnologia para tratar os resíduos não recicláveis”, fala o engenheiro Rondelez, que representa a empresa Keppel Seghers, braço estran-
geiro e tecnológico do projeto. Ele explica que a tecnologia tem de ser “tropicalizada para o lixo brasileiro”. A diferença em relação ao resíduo produzido em outras partes do mundo, segundo Rondelez, é o alto teor de matéria orgânica, semelhante ao lixo produzido na China.
Energia que sai do lixo
Em todo o mundo existem mais de 2.200 Unidades de Recuperação Energética (UREs), que convertem 280 milhões de toneladas de lixo por ano em energia. A Europa é líder nesse tipo de ação, tem 527 plantas e processa 103 milhões toneladas/ano.
Esta unidade, a primeira da América Latina, começa a operar em 2019. A expectativa é a de que todo resíduo sólido que não seja passível de reciclagem torne-se combustível para gerar energia que deverá reduzir em 90% o volume de resíduos depositados em aterros. A Caldema, também de Sertãozinho, integra o grupo de empresas que traba-
lham no projeto. O engenheiro Afrânio Lopes vai falar no evento da AEAARP sobre a fabricação nacional de caldeiras para queima de lixo e produção de vapor e de equipamentos para limpeza dos gases de combustão.
PROGRAMAÇÃO 7 de novembro | segunda-feira 19h
Recepção aos participantes e convidados Entrega de material e crachás 19h15 Abertura Apresentação do Coral Som Geométrico 19h30 Queima de lixo, produção de vapor e limpeza dos gases de combustão – tecnologia e componentes importados Bjorn Rondelez, engenheiro mecânico | Keppel Seghers, Bélgica
8 de novembro | terça-feira
19h30 Queima de lixo, produção de vapor e limpeza dos gases de combustão – fabricação nacional Afrânio Luiz Ricci Lopes, engenheiro mecânico | Caldema, Sertãozinho (SP)
9 de novembro | quarta-feira
19h30 Geração de Energia Elétrica, turbogerador – fabricação nacional Carlos Eduardo Machado Paletta, engenheiro mecânico | TGM Turbinas, São Paulo (SP)
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carreira
ATUAÇÃO NO SETOR PÚBLICO É DEBATIDA NO CAU Membros do CAU/SP estão avaliando a atuação de profissionais das prefeituras do estado para inibir o exercício ilegal da Arquitetura
De acordo com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/ BR), 13,75% dos arquitetos e urbanistas declararam ao Censo 2012 da entidade – último levantamento realizado – ser assalariados do setor público. O CAU/SP reuniu um grupo de profissionais para apurar e avaliar o modo de atuação dos colegas ligados aos órgãos públicos. O foco é inibir o exercício ilegal da profissão e buscar a qualificação dos serviços públicos relacionados à Arquitetura e ao Urbanismo. A esse grupo deu-se o nome de Grupo de Trabalho (GT) Arquitetos no Serviço Público, o primeiro a levantar a temática no país. “Adotamos como estudos de caso prefeituras de grande, médio e pequenos municípios, buscando identificar um padrão entre elas”, diz o arquiteto e urbanista Claudio de Campos, coordenador do grupo que foi criado em junho de 2015. Na pesquisa, será avaliado o relacionamento entre cargos de caráter técnico com os de caráter político e administrativo frente à legislação do Conselho, dentre outros temas de interesse da profissão. “É possível que haja uma tendência de ‘politização’ de cargos técnicos no serviço público, em que prevalecem critérios de afinidade político-partidária para nomeação, em detrimento de critérios
de qualificação profissional e habilitação legal”, cita o arquiteto. Campos exemplifica: o exercício ilegal da arquitetura no setor público pode ocorrer com a criação de cargos que deveriam ser exclusivamente de arquitetos, porém fica a critério dos prefeitos ou governadores nomear profissionais de outras áreas, desde que tenha diploma de ensino superior, que não têm conhecimento técnico para exercer a função. Sete arquitetos e urbanistas das prefeituras de São Paulo, Piraju, Botucatu, Tatuí e Campinas integram o grupo. “Os membros desenvolvem propostas de trabalho no que se refere às atividades profissionais desenvolvidas pelos arquitetos e urbanistas que atuam na administração pública direta e indireta”, explica Campos, que representa o grupo junto à administração do CAU/SP. Os integrantes se reúnem mensalmente para discutir as ações e atribuir as funções de cada um. O levantamento de dados é feito através de legislação, diários oficiais e consultas aos profissionais. “Apresentamos periodicamente um cronograma de trabalho à direção do CAU/SP”. Após a compilação dos dados, serão apresentadas possíveis propostas de adequação da legislação do CAU ou do Sistema de Informação e Comunicação do CAU (SICCAU).
a saúde do plano
A SAÚDE DO PLANO DE SAÚDE O contrato de prestação de serviços médicos aos usuários da AEAARP firmado com a Unimed-RP é revestido de detalhes técnicos que devem ser esclarecidos. Atualizações realizadas nos meses de agosto de cada ano somam dois índices para obter o reajuste. O primeiro é baseado na inflação, que no contrato da AEAARP é fixado pelo FIPE-Saúde. O outro é obtido pela sinistralidade média anual, ou seja, o quociente entre as despesas e as receitas obtidas ao longo de um ano, que representa a utilização média anual realizada pelos usuários. Portanto, quanto mais o plano for utilizado, maior será o reajuste no período de atualização contratual. Em 2015, algumas orientações sobre o uso do plano foram feitas, com resultados importantes na diminuição da utilização. Prova disso, sem dúvida, foi o índice de reajuste aplicado, que ficou abaixo da média nacional. Apesar desse resultado positivo, através da análise da planilha de “usos” fornecida pela Unimed mensalmente, verificamos o aumento na utilização a partir de junho de 2016, principalmente no número de consultas e exames subsidiários. Por este motivo, o grupo gestor do contrato AEAARP/Unimed-RP vai fornecer mensalmente informações relevantes e educativas sobre saúde e a sustentabilidade do plano, informando ao usuário as formas de utilização de serviços médicos. Neste espaço também serão feitas simulações do valor de atualização, tanto no que diz respeito ao FIPE-Saúde quanto à sinistralidade média obtida em cada mês, fornecendo o índice de atualização caso isso fosse feito a cada mês. Desta forma, o usuário terá referências prévias do índice a ser usado na data base e saberá como usar o plano de forma sustentável. JULHO DE 2016 FIPE-Saúde * Sinistralidade média * Sinistralidade contratual ** Atualização contratual ***
12,1% 89,24% 82,5% 18.84%
*índices de reajuste do contrato apurados nos últimos 12 meses **índice estabelecido pelo contrato AEAARP/ Unimed-RP ***porcentagem de atualização contratual Fonte: José Eduardo Moretti, auditor
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GESTÃO
Inovação simples e direta Marcelo Alves, consultor do SEBRAE
A constante busca por formas sustentáveis de redução de custos nas empresas pode significar a diferença entre competividade ou simples sobrevivência no mercado. Uma forma de reduzir custos é eliminar insuficiências, excessos, inconsistências, irregularidades ou desperdícios nas empresas. Esses defeitos dos processos são causadores de inconsistências que podem direta ou indiretamente aumentar os custos de produção, sejam de bens ou serviços. As insuficiências ou excessos são eliminadas pela uniformização do trabalho, garantindo-se que todas as pessoas realizem suas tarefas conforme os padrões estabelecidos. Esse procedimento faz com que os processos se tornem previsíveis e controláveis. As inconsistências ou irregularidades são eliminadas produzindo-se penas a quantidade necessária, no momento necessário. Aqui, tratam-se por exemplo de processos internos, documentos e informações ou mesmo da produção propriamente dita. Já os desperdícios podem apresentar-se de diversas formas dentro das empresas, tais como: Superprodução: é tudo o que se produz além do necessário ou antecipadamente. Neste caso, considera-se como ideal fazer somente aquilo que os clientes desejam comprar. Estoques: manifesta-se quando os inventários não estão reduzidos à níveis mínimos e suficientes para garantir as operações. Processamento: são etapas de processos que não agregam valor aos produtos sejam bens ou serviços. Esperas: aparecem em forma de tempo ocioso para materiais, pessoas, equipamentos ou informações.
Movimentação: surgem sempre que se movimentam, desnecessariamente, materiais, pessoas, equipamentos ou informações. Transporte: do mesmo modo que na movimentação, mas agora envolvendo o transporte desnecessário de materiais, pessoas, equipamentos ou informações entre os processos. Defeitos: surge sempre que algo não é feito certo da primeira vez, gerando retrabalho ou correção de um processo. Os tipos de desperdícios citados podem ser comumente observados em empresas de qualquer setor e levam, invariavelmente, ao aumento de tempos de produção e ao consequente aumento dos custos para estas empresas. Dessa forma, torna-se fundamental a identificação e eliminação destes desperdícios. Para tanto, podem-se utilizar técnicas com base em sistemas “Lean”. O termo “Lean” refere-se à filosofia de gestão inspirada no sistema Toyota, mais conhecido como manufatura enxuta ou “lean manufacturing”. O sistema é focado na eficiência dos processos, com o objetivo de entregar o máximo valor agregado utilizando a menor quantidade de recursos possíveis. Assim, os desperdícios são vistos como algo que deve ser erradicado dos processos da empresa. Essa filosofia prevê a melhoria contínua dos processos, onde as mudanças são guiadas pela busca de maneiras mais eficientes de se produzir. Na prática, qualquer empresa pode adotar esta filosofia simplesmente buscando, a todo o momento, realizar suas atividades de forma mais eficiente, utilizando menos recursos, sem comprometer a qualidade para o cliente.
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crea-sp
A RESOLUÇÃO 1025 E O REGISTRO DA ART O responsável técnico deverá manter uma via da ART no local da obra ou serviço
A Resolução 1025, de 12 de novembro de 2009, estabelece os procedimentos necessários ao registro, baixa, cancelamento e anulação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), ao registro do atestado emitido por pessoa física e jurídica contratante e à emissão da Certidão de Acervo Técnico (CAT). O registro da ART efetiva-se após o seu cadastro no sistema eletrônico do CREA e o recolhimento do valor correspondente. A ART relativa à execução de obra ou prestação de serviço deve ser registrada antes do início da respectiva atividade técnica, de acordo com as informações constantes do contrato firmado entre as partes. O responsável técnico deverá manter uma via da ART no local da obra ou serviço. Todas as ART’s referentes a determinado empreendimento, registradas pelos profissionais em função de execução de outras atividades técnicas citadas no contrato inicial, aditivo contratual, substituição de responsável técnico ou contratação ou subcontratação de outros serviços, devem ser vinculadas à ART inicialmente registrada, com o objetivo de identificar a rede de responsabilidades técnicas da obra ou serviço. Para os efeitos legais, somente será considerada concluída a participação do profissional em determinada atividade técnica a partir da data da baixa da ART correspondente. A baixa da ART
não exime o profissional ou a pessoa jurídica contratada das responsabilidades administrativa, civil ou penal, conforme o caso. O término da atividade técnica desenvolvida obriga à baixa da ART de execução de obra, prestação de serviço ou desempenho de cargo ou função. A baixa da ART deve ser requerida ao CREA pelo profissional, pelo contratante ou pela pessoa jurídica contratada. O cancelamento de uma ART ocorre quando nenhuma das atividades técnicas descritas na ART for executada, ou quando o contrato não for executado. Deve ser requerido ao CREA pelo profissional, pela pessoa jurídica contratada ou pelo contratante, e ser instruído com o motivo da solicitação
Já a nulidade de uma ART ocorre quando for verificada lacuna no preenchimento, erro ou inexatidão insanáveis de qualquer dado da ART, incompatibilidade entre as atividades desenvolvidas e as atribuições profissionais do responsável técnico à época do registro da ART, for verificado que o profissional emprestou seu nome a pessoas físicas ou jurídicas sem sua real participação nas atividades técnicas descritas na ART (após decisão transitada em julgado), for caracterizada outra forma de exercício ilegal da profissão, apropriação de atividade técnica desenvolvida por outro profissional habilitado ou for indeferido o requerimento de regularização da obra ou serviço a ela relacionado.
Quanto à tipificação, a ART pode ser classificada em: I – ART de obra ou serviço; II – ART de obra ou serviço de rotina, denominada ART múltipla; e III – ART de cargo ou função. Quanto à forma de registro, a ART pode ser classificada em: I - ART complementar; II – ART de substituição. Quanto à participação técnica, a ART de obra ou serviço pode ser classificada: I – ART individual; II – ART de coautoria; III – ART de corresponsabilidade; e IV – ART de equipe.
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notas e cursos novos associados
STF mantém cobrança da ART O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento de um Recurso Extraordinário (RE), manteve a forma de cobrança da ART cobrada em serviços de engenharia e agronomia. A decisão vale também para a cobrança do documento para serviços de arquitetura, o que é feito pelo CAU. O Recurso questionava a Lei 6.994/1982, que estabelece ART. A maioria dos votos acompanhou o posicionamento do relator, ministro Dias Toffoli. Para ele, a norma questionada não violou o princípio da legalidade tributária ao prescrever teto para a cobrança do tributo, possibilitado sua fixação pelos conselhos profissionais da área de arquitetura, engenharia e agronomia. O ministro Marco Aurélio foi o último a votar e divergiu do relator. Para ele, houve violação do princípio da legalidade estrita, logo sendo inexigível a tributação. Sua posição foi acompanhada pelo voto do ministro Ricardo Lewandowski. Fonte: Superior Tribunal Federal
Chaiane Fernandes de Noel Arquiteta e urbanista Lucila Martinelli Arquiteta e urbanista Jane Valadares de Moraes Engenheira agrônoma Rodrigo Nogueira Engenheiro agrônomo Caio Augusto Jordão Engenheiro civil Tania Cristina Magro Fernandez Engenheira de produção Elias Alves Bezerra Neto Engenheiro mecânico
Aquecimento global Um grupo internacional de especialistas alerta que, caso não sejam adotadas medidas mais drásticas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa do que as estabelecidas no âmbito do Acordo de Paris, o teto considerado seguro para o aquecimento global – de 2 ºC acima dos níveis pré-industriais até o final do século – pode ser alcançado já em 2050. A conclusão está no relatório “The Truth About Climate Change” (A verdade sobre a mudança climática). A análise foi coordenada por Robert Watson, ex-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os autores do documento está José Goldemberg, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da FAPESP. Fonte: Agência Fapesp
Edson Akira Simabukuro Geólogo Sebastião Alair Ricardo Técnico em eletrotécnica Sergio Luiz Socchor Técnico em eletrotécnica Gabriela Vianna Estudante de Arquitetura Hugo Davóglio Azevedo Estudante de Arquitetura Marina Rachel Ferreira Inácio Estudante de Arquitetura Pedro Henrique de Toledo Estudante de Arquitetura Ketley Veronica de Souza Estudante de Arquitetura Leonardo Dorta Silveira Estudante de Agronomia Pedro Henrique Carvalho Ferreira Estudante de Engenharia aeronáutica Thiago Spinola Silveira Estudante de Engenharia eletrônica
Palestras ao vivo A 10ª Semana Agronômica da AEAARP inaugurou uma nova forma de acompanhar as palestras. Nos três dias de evento, o conteúdo foi transmitido ao vivo na página da entidade no Facebook (www. facebook.com.br/aeaarp). O engenheiro agrônomo Paulo Peixoto, diretor de comunicação da entidade, explica que a Associação busca se aproximar do profissional, do estudante e da comunidade ao oferecer o conteúdo em mídias alternativas. “Mas, só quem comparece à AEAARP recebe o certificado”, lembra.
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