Painel - edição 264 - mar.2017

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Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

painel

Ano X nº 264 março/ 2017

AEAARP

RIO PARDO, NOSSA RESERVA ESTRATÉGICA Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo, a água tem qualidade Boa para o abastecimento público

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ARQUITETURA Templos religiosos têm normas próprias de construção MADEIRA As diferenças entre o que é legalizado e o que é certificado CIÊNCIA Bactérias geram energia e luminosidade 09/03/2017 17:23:03


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palavra do presidente Eng. civil Carlos Alencastre

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O termo tecnologia vem do grego e significa técnica, arte, ofício e estudo que podem, muitas vezes, serem convertidos em ferramentas e conhecimento. A origem é tão antiga quanto a própria humanidade e, desde os primórdios, necessita dos recursos naturais para ser desenvolvida. Por mais empolgante e desafiadora que seja essa descrição, o uso dos recursos naturais renderam consequências graves em todo o mundo. Nesta edição, vamos nos ater à questão da água. O rio Tâmisa, por exemplo, que corta a cidade de Londres, na Inglaterra, foi considerado biologicamente morto, e reviveu depois de 50 anos, graças à tecnologia empregada em sua recuperação. O Sena, em Paris, na França, também foi degradado pela poluição industrial e o descarte de esgoto doméstico. Em Lisboa, Portugal, o rio Tejo, consumiu 800 milhões de euros na revitalização. Em Seul, na Coreia do Sul, o rio Cheonggyecheon bateu todos os recordes: foi revitalizado em apenas quatro anos. Haja tecnologia e recurso! O que esses exemplos têm a ver com a gente? O rio Pardo é um rio vivo, patrimônio inestimável, com qualidade de água comprovadamente boa e que precisa receber atenção e respeito dos cidadãos. Ao contrário do que muita gente irresponsável deseja fazer as pessoas acreditarem, o Pardo é uma reserva estratégica, que deve ser explorada de forma planejada, em médio e longo prazos. Essa é uma forma inteligente de utilizar o rio garantindo sua preservação. Combinando ações de exploração do rio como fonte de abastecimento e políticas de reutilização, Ribeirão Preto garantirá o crescimento sustentável. O mais recente relatório do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo (CBH-Pardo) revela que a água tem qualidade Boa para consumo humano e apresenta problemas em alguns pontos em relação à fauna e à flora. O relatório tem ainda uma informação preocupante: a água subterrânea, que é explorada em vários aquíferos, além do Guarani, têm qualidade regular. Todos os esforços empreendidos pelas autoridades para a destinação e tratamento do esgoto são insuficientes para evitar que o esgoto chegue aos efluentes, como o ribeirão Preto, e, finalmente, ao rio Pardo. A água do rio deve servir para abastecer o mesmo ser humano que, por ignorar informações corretas, acaba poluindo-a e, não raro, cai em histórias fantasiosas. O caminho certo é usar a tecnologia para preservar e explorar o rio com sustentabilidade.

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índice

ESPECIAL

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PRODUTIVIDADE

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ARQUITETURA

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ARTIGO

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MATERIAIS

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Vamos beber água do rio Pardo?

Tabelas dinâmicas: produtividade na análise de dados

Do colonial ao contemporâneo: o que mudou na arquitetura religiosa

Troca de lâmpadas gera redução do consumo

Madeira legal x madeira certificada

painel

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SOCIAL

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CREA-SP

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GESTÃO

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NOTAS E CURSOS

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Teve carnaval na AEAARP

Registro do Acervo Técnico comprova competências profissionais

O desafio de uma boa contratação

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino DIRETORIA TÉCNICA Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

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PESQUISA

Energia produzida por bactérias

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente

Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 2º Vice-presidente

CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Conselheiros Titulares Eng.º agr.º Dilson Rodrigues Cáceres Eng.º civil Edgard Cury Eng.º civil Elpidio Faria Junior Arquiteta e eng.ª seg.ª do trab.º Fabiana Freire Grellet Eng.º agr.º Geraldo Geraldi Jr Eng.º agr.º Gilberto Marques Soares Eng.º mec.º Giulio Roberto Azevedo Prado Eng.º elet.ª Hideo Kumasaka Eng.º civil Wilson Luiz Laguna Eng.º civil Jose Aníbal Laguna Arquiteto Luiz Eduardo Siena Medeiros Arq.ª e urb.ª Maria Teresa Pereira Lima Eng.º civil Ricardo Aparecido Debiagi Conselheiros Suplentes Eng.º agr.º Alexandre Garcia Tazinaffo Arq.º e urb.ª Celso Oliveira dos Santos Eng.º agr.º Denizart Bolonhezi Eng.º civil Fernando Brant da Silva Carvalho Eng.º agr.º José Roberto Scarpellini Eng.º agr.º Ronaldo Posella Zaccaro

AssociAção de engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@ aeaarp.org.br Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - angela@aeaarp.org.br Foto da capa: Grupo Drone nas Alturas Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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Maria Augusta Mussolin Lagoeiro

especial

VAMOS BEBER ÁGUA DO RIO PARDO? Último relatório do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo revela que a qualidade da água para abastecimento é Boa e expõe preocupação com a qualidade das águas subterrâneas

Afinal, é viável abastecer a cidade de Ribeirão Preto utilizando a água do rio Pardo? Se a questão é a qualidade da água, sim. “A água do Pardo apresentou-se com qualidade Boa nos quatro pontos de monitoramento”, informa o engenheiro Luís Eduardo Garcia, coordenador do Grupo de Trabalho Permanente do Relatório

Anual de Situação e de Revisão do Plano de Bacia do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo (CBH-Pardo). O Índice de Qualidade das Águas (IQA), utilizado pelo Comitê para determinar a qualidade para utilização no abastecimento público, tem cinco qualificações, de Ótima a Péssima.

O engenheiro Carlos Alencastre, diretor regional do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) e presidente da AEAARP, esclarece que a classificação Ótima é encontrada na maioria das vezes em águas de nascentes ou em fontes de água mineral.

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Fonte: Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo

A última versão do relatório foi divulgada em janeiro deste ano e refere-se aos resultados obtidos a partir das análises de amostras coletadas em quatro pontos de monitoramento durante o ano de 2015. O Pardo tem 573 quilômetros de extensão até a sua foz, no Rio Grande. Na área de gestão do CBH-Pardo, o rio impacta 23 municípios que têm economia baseada na agropecuária, indústria, comércio e serviços. A cana-de-açúcar e o cultivo de laranja são as principais atividades agrícolas, além das atividades pecuárias e de áreas de culturas irrigadas como cebola, batata e milho. A nascente do Pardo fica no estado de Minas Gerais, em Ipuiúna, distante 260 quilômetros de Ribeirão Preto. Na área de gestão do CBH-Pardo vivem mais de um milhão de pessoas, 50% delas abastecidas pelo Aquífero Guarani. Somente

Os Pardos paulistas No estado de São Paulo, três rios têm o mesmo nome Pardo - conferido em razão da cor da água. O que está sob a jurisdição do CBH-Pardo é o maior e mais caudaloso. Os demais estão nas regiões de Botucatu (nascente em Pardinho-SP) e Barra do Turvo-SP. Este último, em quase todo o percurso, marca a divisa dos estados de São Paulo e Paraná.

pouco mais de 50 mil pessoas são abastecidas por suas águas em São José do Rio Pardo (SP). O Comitê também leva em consideração a qualidade das águas para

proteção da vida aquática, medido pelo IVA (Índices de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática e de Comunidades Aquáticas). O objetivo é avaliar a qualidade das águas para fins de proteção da fauna e flora em geral. As características nesse caso diferem da avaliação para consumo humano e recreação. “O IVA leva em consideração a presença e concentração de contaminantes químicos tóxicos, seu efeito sobre os organismos aquáticos e duas das variáveis consideradas essenciais para a biota – pH e oxigênio dissolvido –, variáveis agrupadas no Índice de Variáveis Mínimas para a Preservação da Vida Aquática [IPMCA], bem como o Índice do Estado Trófico de Carlson [IET]. O IVA fornece informações não só sobre a qualidade da água em termos ecotoxicológicos, como também sobre o seu grau de trofia”, detalha Garcia.

*

*Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI). Fonte: Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo Revista Painel 6 Painel 264.indd 6

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A indústria e a agricultura não causam qualquer impacto no rio. Segundo Garcia, as atividades industriais são monitoradas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) desde o licenciamento, incluindo o controle da qualidade dos efluentes nos corpos d’água. Nos últimos anos não há notícias de impactos significativos na qualidade das águas do rio.

Acidente O último grande impacto da atividade industrial no Pardo aconteceu há 14 anos, em 2003, quando o rompimento de um tanque na Usina da Pedra, em Serrana (SP), provocou o derramamento de 100 mil litros de melaço no rio, causando grande mortalidade de peixes. O melaço atingiu também o Rio Grande, distante 150 km da usina.

Grupo Drone nas Alturas

Ele explica que o maior impacto sobre o rio é causado pelo despejo de esgoto, que chega ao Pardo através de seus afluentes, como o Ribeirão Preto. Alencastre relata que, apesar de todos os esforços, investimentos e obras, o esgoto chega ao rio de forma clandestina. Segundo o Ranking do Saneamento Básico 2016, do Instituto Trata Brasil, 98% do esgoto produzido em Ribeirão Preto são coletados.

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Além do Pardo, compõem o CBH-Pardo todos os seus afluentes – 15 são mais representativos – e o Aquífero Guarani que, paradoxalmente, apresentou o resultado que mais preocupou o Comitê em relação à qualidade das águas. De acordo com o relatório, foram constatadas “desconformidades na qualidade da água subterrânea nos pontos de monitoramento, principalmente nos parâmetros microbiológicos”, resultando na queda do Indicador de Potabilidade das Águas Subterrâneas (IPAS). De 2010 até 2014 o indicador era BOM; em 2015 caiu para Regular.

cia ambiental, envolvendo 282 poços tubulares e nascentes, correspondentes a sete aquíferos. O IPAS é definido a partir do percentual de amostras de água bruta e apresenta de forma genérica a qualidade das águas captadas em poços tubulares e utilizadas principalmente para o abastecimento público. Segundo a agência, a redução do IPAS na região do Guarani pode justificar-se pelo longo período de estiagem ocorrido naquele ano, dentre outros fatores. Para Alencastre, as cidades que com-

de da água. “A tendência é a de que a qualidade da água do Pardo melhore, já que a estação de tratamento de esgoto de Serrana está prestes a entrar em operação”, argumenta. O planejamento de um sistema dessa magnitude demanda pelo menos dois anos apenas para garantir a viabilidade técnica – que inclui um estudo, projeto, outorga, relatórios de impacto ambiental etc. “As cidades precisam ter um plano de gestão das águas, pensar hoje o que farão no futuro”, alerta.

Fonte: Grupo de Trabalho Permanente do Relatório Anual de Situação dos Recursos Hídricos e Plano de Bacia/UGRHI-4 Pardo – GT-RSPB Observação: dados primários extraídos do Relatório “QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO ESTADO DE SÃO PAULO 2013/2015” CETESB.

No ano de 2015, segundo a CETESB, o indicador de potabilidade das águas subterrâneas de todo o estado de São Paulo constatou que 77,5% das amostras coletadas estavam próprias para consumo humano. O resultado foi obtido a partir dos dados levantados pela rede de monitoramento da agên-

põem o CBH-Pardo devem planejar o abastecimento para que não dependam exclusivamente do Aquífero Guarani. No caso da captação da água do Pardo, o projeto deve contemplar a extração, tratamento e distribuição da água. Nesse caso, o tratamento convencional é suficiente para garantir a potabilidaRevista Painel 8

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O Comitê foi instituído há 20 anos. Há oito anos faz o acompanhamento sistemático da qualidade da água na Bacia Hidrográfica. Garcia destaca duas importantes mudanças nesse período. A primeira deve-se à disposição final dos resíduos sólidos domiciliares: em 1997, 70% dos municípios usavam lixões, hoje são apenas dois. Houve também redução na carga orgânica doméstica em razão do avanço no tratamento do esgoto. “Em 1994, a redução da carga total gerada era de somente 23,2%, em 2015 alcançou-se 74,7%, isto é, mais que triplicamos o percentual”, comemora.

SANEAMENTO

De acordo com o Instituto Trata Brasil, 83,3% dos brasileiros têm acesso à água tratada e 50,3% da população têm acesso à coleta de esgoto. A cada 100 litros de água coletados e tratados, em média, apenas 63 litros são contabilizados. De acordo com o Instituto, 37% da água no Brasil se perde em vazamentos ou não é contabilizada em razão de roubos, ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo. O prejuízo é de R$ 8 bilhões. A soma de todo volume de água perdida ou não contabilizada seria suficiente para encher seis sistemas Cantareira, que tem capacidade de armazenar quase um milhão de metros cúbicos de água. “O Brasil tem o maior volume de água doce do mundo”, afirma Alencastre. Dos 35 milhões de quilômetros cúbicos de águas brasileiras, 1% está no Aquífero Guarani, que tem 40 mil quilômetros cúbicos.

FORA DO SISTEMA No Brasil, 35 milhões de pessoas não têm acesso ao abastecimento de água e 100 milhões não têm esgoto tratado.

Em São Paulo

Rede de água: 95,64 Coleta de esgoto: 88,39 Tratamento de esgoto: 61,25 Perdas de água: 33,48

Regiões brasileiras

Norte: 16,42% do esgoto é tratado, e o índice de atendimento total é de 8,66%. Nordeste: 32,11% do esgoto é tratado. Sudeste: 47,39% do esgoto é tratado, e o índice de atendimento total de esgoto é de 77,23%. Sul: 41,43% do esgoto é tratado, e o índice de atendimento total é de 41,02%. Centro-Oeste: 50,22% do esgoto é tratado; apesar de ser a região com melhor desempenho, a média de esgoto tratado não atinge nem a metade da população. Fonte: Instituto Trata Brasil

Fonte: Instituto Trata Brasil AEAARP 9

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ÁGUA EXIGE TECNOLOGIA Semana de Tecnologia da Construção abre o calendário de encontros técnicos de 2017 com foco em obras hidráulicas

20 a 22 de março 2017

AEAARP

Ribeirão Preto - SP

retificaram o córrego Retiro Saudoso e o Ribeirão Preto, na região central da cidade, e expôs as dificuldades enfrentadas na época. “Obras hidráulicas são complicadíssimas, as intervenções incluem, muitas vezes, ancoragem, além das sondagens necessárias para averiguar as dificuldades e desafios que serão enfrentados”, resume o engenheiro Carlos Alencastre. Um exemplo de proporções gigantescas é a obra da calha do rio Tietê, intervenção que fez reduzir as enchentes na via marginal na cidade de São Paulo.

A força da água é incontrolável. Reside aí o desafio de engenheiros que trabalham em obras onde o volume, a correnteza e a extensão são elementos

preponderantes. Em agosto de 2009, na edição 173 da revista Painel, a reportagem de capa relatou aspectos técnicos das obras antienchentes que

Tudo começou nos anos de 1980, quando foi elaborado o primeiro plano de macrodrenagem da cidade. Desde então, a Região Metropolitana de São Paulo ganhou 25 piscinões, parques lineares e um sem número de obras cujo objetivo é permitir que a água ocupe seu espaço sem causar danos à cidade. O engenheiro Ricardo Daruiz Borsari, superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo, vai falar sobre as obras na calha do Tietê na Semana de Tecnologia da Construção, que acontecerá de 20 a 22 de março na AEAARP. Neste ano, o evento tem foco em obras hidráulicas. No evento, Gilson Mendonça, da SABESP de Franca (SP), vai expor a exitosa experiência de saneamento básico na cidade, líder em coleta e tratamento de esgoto entre as 100 maiores cidades do país. A conclusão do evento será na Esplanada do Theatro Pedro II, no dia 22 de março, data que marca o Dia Mundial da Água, com uma ação em parceria com o Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (DAERP). “Engajar a população e conscientizá-la sobre a necessidade de usar racionalmente a água é dever da sociedade civil organizada”, conclui o presidente da AEAARP.

A edição 173 da Painel deu detalhes da obra antienchentes de Ribeirão Preto. Veja na página www.aeaarp.org.br.

www.aeaarp.org.br

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produtividade

TABELAS DINÂMICAS: PRODUTIVIDADE NA ANÁLISE DE DADOS Fábio Gatti, especialista em Pacote Office

Tabela Dinâmica é uma das melhores ferramentas existentes em todo o MS-Excel, ela permite que o usuário crie suas próprias soluções em relatórios, calcule indicadores e valores de totais, simule cenários, dentre muitas outras funcionalidades, de forma simples, prática e extremamente performática. Ao incluirmos uma Tabela Dinâmica, ela consome os dados relacionados, seja de uma planilha do MS-Excel, do Modelo de Dados ou em uma fonte de dados externa, e coloca todos os campos e registros da fonte em memória, tornando todos os cliques e análises posteriores à criação extremamente rápidos. A Tabela Dinâmica é a solução para aquelas pessoas que criam relatórios constantemente, porém viram reféns dos mesmos, tendo que constantemente atualizá-los, com novos cruzamentos de informações, novos períodos de análise. Assim como citado na publicação do mês passado, a primeira regra para a criação de Tabelas Dinâmicas é a organização dos dados em formato de Banco de Dados. Após criada, a Tabela Dinâmica possui uma estrutura dividida em quatro quadrantes: Filtros, Colunas, Linhas e Valores, conforme podemos ver na imagem 1.

Imagem 1

Com um bom tempo gasto com prática e bom uso da ferramenta, podemos criar soluções inteligentes e extremamente fle-

xíveis, como apresentado na imagem 2. Lembrando sempre: não podemos virar escravos de nossas aplicações...

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Adriana Bartolomucci

arquitetura

A arquiteta Adriana Bartolomucci assinou o projeto de arquitetura de interiores da Paróquia Santa Luzia, em Ribeirão Preto-SP. “O interior da igreja foi totalmente reformado, também construímos e adequamos uma Sacristia com banheiro, Capela do Santíssimo, sala de som, sala para atendimento, etc.”, explica.

DO COLONIAL AO CONTEMPORÂNEO: O QUE MUDOU NA ARQUITETURA RELIGIOSA Símbolos religiosos interferem na arquitetura dos templos, que devem seguir normas próprias Se no passado as igrejas católicas adotavam o estilo colonial, seguindo a época em que foram construídas, hoje, boa parte é projetada no estilo contemporâneo. O intervalo de tempo resultou em capelas construídas com traços da arquitetura eclética; ou seja, uma mistura de influências arquitetônicas do passado

com soluções do presente. As mudanças são fruto do processo de transformação dos métodos construtivos e de questões religiosas, políticas e econômicas. De acordo com a arquiteta Valéria Garcia, no período colonial, as construções tinham características comuns à época como, por exemplo, paredes em taipa

de pilão, fechamentos com caixilhos de madeira e telhas de barro produzidas artesanalmente. Entre as décadas de 1930 e 1950, os métodos construtivos evoluíram. O vidro, até então restrito à burguesia, tornou-se mais acessível, surgiram caixilhos metálicos e as telhas começaram a ser produzidas indus-

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SÍMBOLOS RELIGIOSOS

“As igrejas sempre tiveram sua organização espacial atrelada aos símbolos religiosos”, afirma Garcia, que sempre consulta o livro Simbolismo do Templo Cristão, de Jean Hani, antes de iniciar um projeto de reforma ou construção de igreja. Segundo Freitas, uma das principais alterações que ocorreram nas igrejas católicas, e que interfere em sua arquitetura, é a posição do santo padroeiro, que ficava exposto no altar principal e, hoje, cede espaço para a imagem de Cristo e ganha um altar na lateral na edificação. “Em igrejas antigas essa disposição ainda não foi alterada”. Após o Concílio Vaticano II (reunião de membros da igreja para discutir questões relacionadas à fé, costumes e doutrinas), que aconteceu entre 1962 e 1965, houve alterações na liturgia (conjunto de elementos e práticas do culto religioso) e no rito litúrgico da Igreja Católica Apostólica Romana, que resultou em mudanças na arquitetura das igrejas. “Antes do Concílio, as missas eram celebradas em latim e o padre ficava de costas para o povo, por isso a mesa do altar, por exemplo, ficava ao fundo da igreja”, explica a arquiteta e urbanista Adriana Bartolomucci. Com a mudança, o presbitério (composto pela mesa do altar, ambão – mesa da leitura – e cadeira da presidência) ganhou novo posicionamento no altar. “A mesa da leitura deve estar um pouco à frente da mesa do altar e os três móveis devem ser compostos pelos mesmos materiais para formar

uma unidade”, explica Bartolomucci. Um exemplo de espaço litúrgico correto é a Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida (Aparecida-SP), pois o presbitério está localizado no centro da igreja. “Por questão de espaço, às vezes não conseguimos criar o presbitério no centro da igreja. Porém, mesmo que esteja no fundo ou na frente, deve seguir a regra”, diz Bartolomucci.

Na área de Notícia, no endereço e l et rô n i co d a A EA A R P, e stá d i s p o n í v e l o Tr a b a l h o d e Conclusão de Curso, da arquiteta e urbanista Miriã Martins, chamado Templo Religioso Cristão, que foi apresentado em 2016, no Centro Universitário Moura Lacerda. A publicação trata da elaboração do projeto arquitetônico de uma igreja no bairro Campos Elíseos, em Ribeirão Preto-SP. “O trabalho mostra a produção de projetos de arquitetura para espaços religiosos, criando um local que seja adequado à prática religiosa, ao mesmo tempo em que promove ações de interesse social”, explica.

Paróquia Santa Luzia, em Ribeirão Preto-SP, antes da reforma

A Secretaria Paroquial, da Paróquia Santa Luzia, foi toda reformada. “Aproveitamos apenas algumas paredes, também foram construídos banheiros feminino, masculino e para deficiente, sala de paramentação [local onde equipes de acolhida, liturgia e ministros extraordinários da Sagrada Eucaristia se preparam para a missa], secretaria, recepção, banheiro de funcionários, sala do pároco com banheiro, rampas de acesso”, diz a arquiteta Adriana Bartolomucci.

Adriana Bartolomucci

trialmente. Para a historiadora Nainora Freitas, boa parte das novas construções segue a linha contemporânea e, por questões financeiras, investindo em projetos mais simples. “Não vemos mais construções de grandes catedrais seguindo os modelos antigos”.

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INFLUÊNCIA E MATERIAIS

No Brasil, as igrejas construídas no período colonial apresentavam certa influência da arquitetura portuguesa, de acordo com Freitas. “Hoje, o estilo adotado nas construções de igrejas depende do profissional que está realizando o projeto”, diz a historiadora. Bartolomucci completa que “o profissional tem a sensibilidade de seguir o estilo que melhor se adapta ao contexto da comunidade e da paróquia“.

Secretaria Paroquial, da Paróquia Santa Luzia, antes da reforma

Muitos são os materiais que podem ser usados nas igrejas: pedras tipo granito ou mármore, madeira e gesso. Porém, o uso dependerá da disponibilidade financeira da paróquia, explica Bartolomucci. “Para isso, também existe

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FORMAÇÃO

Nathalia Perillo

Capela de São Pedro, em Campos do Jordão (SP)

Capela de Santana do Pé do Morro, no interior de Minas Gerais

A arquiteta Valéria Garcia explica que, pelo fato de não existir demanda que estimule a criação de disciplinas ou cursos de especializações relacionados à arquitetura religiosa, os interessados em trabalhar nessa área devem se dedicar à pesquisa de iniciação científica. “Hoje, muitos alunos buscam especializações nas áreas de sustentabilidade, tecnologia, design, conforto etc. Na falta de cursos relacionados à arquitetura religiosa, os alunos podem defender teses de mestrado e doutorado sobre o tema”. A arquiteta Adriana Bartolomucci acumulou experiência na área desbravando o mercado. Há 16 anos atua na arquitetura religiosa e sacra, com importantes trabalhos no portfólio, como projetos de reforma e construção para algumas igrejas e áreas pastorais da Arquidiocese de Ribeirão Preto, que reúne igrejas de Ribeirão Preto e de cidades vizinhas. Uma de suas fontes de pesquisa quando vai começar um trabalho nessa área é o Sacrosanctum Concilium (Concílio Vaticano II) – promulgado pelo Papa Paulo VI em dezembro de 1963 –, que aborda o espaço litúrgico e regras a serem seguidas de acordo com o rito, entre outros assuntos.

Catedral Metropolitana de Brasília (DF)

o trabalho do arquiteto em harmonizar materiais, cores e texturas”, diz. Garcia destaca o arquiteto e urbanista brasileiro Paulo Mendes da Rocha, que usou o estilo moderno em obras como a Capela de São Pedro, em Campos do Jordão-SP. A construção é toda em con-

creto aparente e caixilhos de vidro, muito diferente das tradicionais igrejas católicas. Garcia também cita outro arquiteto brasileiro marcante na área, Éolo Maia. Na Capela de Santana do Pé do Morro, localizada em uma rodovia mineira (MG-129), Maia envolveu uma ruína de barro e pedra, com

estrutura de aço, vidro e madeira para preservar a construção, transformando a ruína no altar principal. “Outro exemplo é a Catedral Metropolitana de Brasília, de Oscar Niemeyer, que usa a mesma simbologia da religião, porém com uma forma bem diferente”, lembra Garcia.

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PLANEJAMENTO DE

APOSENTADORIA Hilário Bocchi Júnior, advogado Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP)

NORMAS

Os projetos de reforma e construção de templos religiosos seguem as mesmas normas de edifícios públicos, são aprovados pela prefeitura e também pelo corpo de bombeiros, visto que templos são espaços com grande aglomeração de pessoas. O arquiteto Celso Santos, conselheiro da AEAARP, lembra que as novas edificações devem prever estacionamento para o público, para reduzir o impacto na vizinhança. As igrejas não estão sujeitas à fiscalização da Vigilância Sanitária, porém devem seguir normas construtivas do

COMO DEVEM SER OS TEMPLOS RELIGIOSOS

• No mínimo dois acessos, para entrada e saída, com abertura para fora e autônomas. • Pé-direito de no mínimo quatro metros. • Área dimensionada para a lotação máxima prevista. • Ventilação natural ou por dispositivos mecânicos suficiente para promover a renovação do ar. • Instalações sanitárias para uso público, no mínimo um para homens e outro para mulheres. Fonte: Decreto 12.342/1978 – Artigo 146

Decreto Estadual 12.342/1978 (Livro III - Saneamento das edificações). “As igrejas também devem atender às exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tanto para construção quanto para reforma, no que diz respeito à acessibilidade, insolação, ventilação, acústica e regras de loteamento, por exemplo”, diz Bartolomucci. Garcia alerta que se a igreja for tombada por órgãos de preservação do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, qualquer intervenção também deverá ser autorizada pela instituição competente.

A arquiteta e professora Valéria Garcia fez uma análise das alterações da paisagem urbana do centro da cidade de Jaboticabal-SP a partir da instalação do Regime Republicano (1889-1930), que implicou diretamente nas construções, com destaque para a praça e a igreja. A dissertação de mestrado As tramas e o poder – Jaboticabal 1895-1936 praça igreja e uma outra história está disponível na área de Notícia, no endereço eletrônico da AEAARP.

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Como garantir a aposentadoria Aumentou o número de pessoas que estão procurando o INSS para agendar um serviço previdenciário. Mas, a vida dos trabalhadores que querem um simples atendimento ficou mais difícil. Ele deve entrar no site da previdência ou solicitar pelo telefone 135, mas não consegue agendar o atendimento. Quando consegue, só acontecerá em dois, três ou até quatro meses. A data do agendamento do benefício marca o início do pagamento; sem o agendamento, o dinheiro é perdido. Os juízes federais se reuniram e aprovaram um enunciado que diz que a reclamação na ouvidoria a respeito do atraso no atendimento pode garantir esse direito. A reclamação pode ser feita no próprio site do INSS. Mas, cuidado: não faça o agendamento antes de ter certeza do momento certo de pedir a aposentadoria. Um prévio estudo do valor que vai receber e quando deve requerer o benefício é fundamental para garantir a melhor aposentadoria.

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artigo

TROCA DE LÂMPADAS GERA REDUÇÃO DO CONSUMO

Tapyr Sandroni Jorge Engenheiro eletricista

Em 31 de dezembro de 2010, os ministérios de Minas e Energia, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços assinaram a Portaria 1.007, que definiu o uso das lâmpadas incandescentes no Brasil considerando sua eficiência energética. Com base na legislação vigente, Lei 10.295/01 de 17 de outubro de 2001, Decreto 4.059/01 de 19 de dezembro de 2001 e Decreto 4.508/02 de 11 de dezembro de 2002, aprovou regulamentação específica sobre lâmpadas incandescentes. Referida portaria, em seu art. 1º caracterizava as lâmpadas incandescentes. Em seu art. 2º definia a eficiência energética. O nível mínimo de eficiência será definido pelo método de ensaio adotado pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem, coorde-

nado e regulamentado pelo INMETRO. A Portaria define ainda outros aspectos, como embalagem do produto, avaliação da conformidade e laboratórios acreditados. Estão definidos ainda os critérios para a importação das lâmpadas incandescentes que devem atender aos níveis de eficiência exigidos. A Portaria definiu ainda as datas limite para importação e fabricação de lâmpadas incandescentes.

Abaixo apresentamos os níveis minimos de eficiência energética para lâmpadas nas tensões de 127 e 220 V e a data para atingir esse limite. A economia da substituição das lâmpadas incandescentes por modelos mais econômicos está demonstrada na tabela abaixo, simulação produzida pelo INMETRO, publicada em 7 de agosto no jornal Folha de São Paulo:

LÂMPADAS INCANDESCENTES - USO DOMÉSTICO - 127 V

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SIMULAÇÃO DE ECONOMIA - 12 MESES

Todo processo considerou o baixo rendimento das lâmpadas incandescentes, pois somente 5% da energia consumida é transformada em luz, o restante, 95%, é transformado em calor. Considerando esse desperdício de energia, a União Europeia aboliu o uso desde 2012.

No Brasil, em 2012, as lâmpadas maiores de 150 W foram retiradas do mercado, em 2013 as com potência de 60 a 100 W, em 2014 as de potência de 40 a 60 W e finalmente a partir de 30 de junho de 2016, as de 25 a 40 W. Para substituição das incandescentes são recomendadas lâmpadas fluorescen-

tes e de LED, que apresentam consumo menor que 75% e 85%, respectivamente. Em países com a China, Índia, Reino Unido, EUA e Canadá são comercializadas sómente lâmpadas de LED. Todo esse processo de substituição das lâmpadas incandescentes por outras com maior rendimento luminoso e menor consumo de energia poderá proporcionar uma economia de 5% da energia gerada no mundo e está sendo considerada como meta proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (ABILUX), caso sejam substituidas todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas LED, haveria uma economia de 10% da energia gerada, que proporciona economia ao consumidor e ao país, que poderá transferir os investimentos para a geração e distribuição de energia.

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materiais

Coomflona – Cooperativa Mista da Flona Tapajós, Santarém, Pará - área certificada pela FSC

MADEIRA LEGAL X MADEIRA CERTIFICADA Há diferença entre madeira legalizada por órgãos do governo e madeira certificada, que é conferida por instituições internacionais e têm foco em sustentabilidade

Muitos confundem madeira legal e madeira certificada. Algumas buscam madeira legal acreditando que o produto é ecológico e ambientalmente correto, porém é a certificação que assegura o manejo florestal visando benefícios econômicos, sociais e ambientais. Ou seja, toda madeira certificada é legal, mas nem toda madeira legal é certificada. Madeira legal significa que a extração foi autorizada e segue normas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e da Secretaria de Meio Ambiente (SMA), no caso do Estado de São Paulo.

O IBAMA e outros órgãos ambientais emitem licenças para que empresas realizem determinadas atividades. A madeira legal é aquela que tem origem em uma atividade licenciada, como Plano de Manejo Florestal Sustentável, Uso Alternativo do Solo, Plantios Florestais, Supressão de Vegetação e Corte de Árvores Isoladas. Cada atividade possui uma legislação específica. A madeira certificada é aquela cuja produção atende critérios específicos de agências certificadoras, que não têm ligação com os órgãos governamentais. São critérios orientados por exigências de mercado,

mas que, na maioria das vezes, incluem o cumprimento da legislação ambiental do país de origem da matéria-prima.

O portal Sistema Nacional de Informações Florestais tem todas as leis, decretos, resoluções, instruções normativas e portarias relacionadas à temática florestal. Veja na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.

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Florestal Gateados, Campo Belo do Sul, Santa Catarina - área certificada pela FSC

A certificação é voluntária para empresas de produção florestal e atesta que os produtos e o processo de produção seguem padrões de qualidade e sustentabilidade. Segundo o Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF), a certificação florestal baseia-se nos três pilares da sustentabilidade: ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável. Os sistemas de certificação mais difundidos no mundo são o Forest Stewardship Council (FSC) e o Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC), de acordo com o SNIF. Esses também são os principais selos de certificação florestal usados no Brasil. Ambos têm objetivos equivalentes e seguem normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Porém, existem diferenças de requisitos técnicos e governança. No Brasil, as primeiras ações para certificação florestal ocorreram em 1994 e a primeira área certificada pelo FSC foi em 1995. Em 2002, foi lançado o Programa Brasileiro de Certificação Florestal (CERFLOR), que é reconhecido pelo PEFC e coordenado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

A FSC tem 6,3 milhões de hectares certificados no Brasil, sétimo lugar no ranking mundial de certificação FSC. Os três primeiros são Canadá (com 55 milhões de hectares de área certificada), Rússia (42 milhões de hectares) e Suécia (com mais de 12 milhões de hectares). No mundo, são cerca de 194 milhões de hectares certificados pela FSC em 82 países. “A madeira certificada abrange mais do que legalidade, ela checa requisitos adicionais relacionados aos direitos humanos, aos altos valores de conservação e à transformação e uso de árvores geneticamente modificadas”, explica Aline Tristão, diretora executiva da FSC Brasil. Cerca de 2,8 milhões de hectares de plantações florestais são certificadas pela CERFLOR no Brasil. A Bahia é o estado com maior área de plantações florestais certificadas pela entidade (cerca de 620 mil hectares), seguida por São Paulo (com 490 mil hectares). A FSC não disponibiliza os valores por estado. “Além de promover a sustentabilidade do manejo, estimulamos boas práticas silviculturais e facilitamos exportação de produtos de origem florestal”, explica o engenheiro florestal Leonardo Salema, secretário executivo da CERFLOR.

CERTIFICAÇÃO

A empresa interessada na certificação deve procurar uma certificadora para que seja feita vistoria do seu manejo florestal, da documentação da empresa e operações no campo. Após a avaliação, a operação florestal deve se adequar às regras do selo de certificação escolhido. Se tiver tudo de acordo com os requisitos, a empresa receberá a certificação. Vistorias anuais serão realizadas para checar se está tudo dentro dos padrões exigidos. Para grupos de pequenos produtores florestais, existe a possibilidade de certificação em conjunto; ou seja, o integrante pode se beneficiar de mercados maiores, sem perder controle do manejo de sua área.

Veja as 17 principais certificadoras do país, na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.

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A certificação pode ser dada tanto para o manejo florestal (floresta trabalhada de forma responsável) quanto para a cadeia de custódia (rastreamento do produto, da produção até o consumidor). Uma empresa

certificada pode produzir itens certificados e não certificados e os produtos podem ser derivados tanto de floresta nativa quanto de áreas de reflorestamento. O que muda são os requisitos para o manejo. Segundo

Tristão, a maioria das empresas não tem 100% da sua área certificada. Indústrias, serrarias, marcenarias, designers, por exemplo, podem solicitar a certificação e podem, inclusive, ter mais de um selo.

REABILITAÇÃO DE ESTRUTURAS EM MADEIRA Pesquisadores da Universidade Paulista (UNIP), de Ribeirão Preto e Araraquara (SP), desenvolveram uma técnica de reabilitação de peças estruturais de madeira degradada com auxílio de parafusos auto atarraxantes (de quatro milímetros de diâmetro e 50 milímetros de comprimento). O objetivo é recuperar estruturas em madeira danificadas de patrimônios históricos e preservar o máximo possível esses elementos. “Geralmente, é impossível trocar uma peça inteira das estruturas em madeiras dessas edificações. Com esse trabalho, será possível trocar apenas parte do elemento danificado”, explica a engenheira florestal Laurenn Borges de Macedo, coordenadora do projeto junto com o engenheiro civil Francisco Antonio Rocco Lahr. A técnica foi testada inicialmente com viga de cobertura, mas pode ser usada em outros elementos estruturais de madeira. “A substituição parcial é mais prática, rápida e econômica”, explica Macedo. Os ensaios foram feitos no Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira, Departamento de Engenharia de Estruturas – da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos (SP) – pelos engenheiros civis Nathan Santos e Giovana Gobatto. Em outubro de 2016, o trabalho foi apresentado no Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de Estruturas, em Portugal. Veja o artigo na área de Notícia, no endereço eletrônico da AEAARP.

A

B

C

Parafusos de 4x50mm (A); Instalação dos parafusos para junção das duas vigas (B); Tratamento 1, viga mista (C).

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Precious Wood – Itacoatiara, Manaus, Amazonas - área certificada pela FSC

DIFICULDADES

Segundo Tristão, a maior concorrente da certificação é a ilegalidade. “Alegam que madeira certificada é muito cara. Mas não é ela que é cara, é a madeira ilegal que é barata demais, justamente porque não contabiliza impostos, direitos trabalhistas, sistemas de controle etc. O problema está longe de ser a certificação. O problema é a ilegalidade”. A diretora da FSC Brasil analisa que existem muitas espécies alternativas de madeira para vários tipos de usos na construção civil,

porém sempre são usados os mesmos tipos. “Fontes alternativas diminuem a pressão sobre a floresta. Além disso, terão um preço melhor devido a lei da oferta e da procura”. De acordo com a engenheira florestal Laurenn Borges de Macedo existe muito preconceito com relação ao uso de estruturas em madeira. “Poucas são as pessoas qualificadas para desenvolver projetos nessa área. Estruturas em madeira exigem manutenção assim

como estruturas em concreto e aço”. Os profissionais precisam conhecer melhor o material e suas propriedades para poder dimensionar estruturas e descobrir soluções mais adequadas e viáveis para cada projeto. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) tem desenvolvido estudos com madeira relacionados à geração de energia, a previsão é que no segundo semestre o órgão inicie pesquisas relacionadas ao uso da madeira na construção civil.

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pesquisa

ENERGIA PRODUZIDA POR BACTÉRIAS Startup francesa anuncia êxito na produção de iluminação utilizando bactérias, um campo de pesquisa já explorado por outras universidades no mundo, inclusive no Brasil

Uma startup francesa desenvolveu um sistema de iluminação que usa bactérias modificadas geneticamente para se tornarem luminosas. A ideia é utilizar esse método, sem eletricidade, para iluminar vitrines de lojas, fachadas de prédios, monumentos e espaços públicos. A técnica usa a bioluminescência (emissão de luz por seres vivos, resultante de uma reação química provocada por um gene) para produzir iluminação. As bactérias não são tóxicas ou patogênicas e recebem genes de luminescência de lulas. Elas são cultivadas em uma solução com nutrientes e açúcar para se multiplicar. A luz obtida é fria e de baixa intensidade. Por enquanto, a vida útil do sistema é de três horas. A pesquisa nessa área não é nova, mas os resultados são recentes. De acordo com reportagem pulicada em 2013 pela revista Pesquisa Fapesp, publicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), “uma combinação de bactérias, luz solar e água de esgoto pode levar a um sistema autossustentável para geração de hidrogênio, gás considerado um recurso futuro para produção de energia elétrica em geradores estacionários ou veículos”. De acordo com a reportagem, o dispositivo capaz de produzir esse combustível foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (UCSC), do Laboratório

Nacional Lawrence Livermore e da Universidade Estadual de Virgínia (Virginia Tech). Ele é composto por uma célula a combustível microbial (MFC em inglês) que produz eletricidade com bactérias encontradas em águas de esgoto. Nesse caso, o processo degrada a matéria orgânica da água residual e gera eletricidade através das membranas celulares. Ou seja: trata a água e proporciona energia. Em novembro de 2016, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVAST), em Petrolina (PE), anunciou ter conseguido gerar energia elétrica a partir da atividade de bactérias Escherichia coli, cultivadas em solução de água e nutrientes em ambiente controlado. Durante 11 dias, as bactérias geraram continuamente 0,5V, atingindo, nesta fase, o ápice da produção de energia. O trabalho foi realizado pelos professores Helinando Pequeno de Oliveira, do Colegiado de Engenharia Elétrica; e Mateus Matiuzzi, do Colegiado de Zootecnia, em conjunto com a estudante de doutorado em Engenharia Industrial da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Ariadne Helena Pequeno de Oliveira, em cooperação com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. “Nosso objetivo é cultivar bactérias para que elas sejam geradoras de energia e no futuro possamos transformar células bacterianas em fonte alternativa de energia e produzi-las em escala industrial”, in-

forma Oliveira. Uma das metas, de acordo com ele, é fazer com que as bactérias gerem energia em quantidade equivalente à produzida por células solares. Com esse intuito, a equipe desenvolveu no Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (Leimo), do Instituto de Pesquisa em Ciência dos Materiais (IPCM), Campus Juazeiro (BA), um reator, formado por dois compartimentos de teflon separados por um trocador de prótons. Num dos compartimentos, foram inseridas as células bacterianas, cultivadas pelo microbiologista Mateus Matiuzzi, e a solução de água limpa e nutrientes. Elas são mantidas em uma estufa, com temperatura controlada a 37°C. Ao se reproduzirem, as bactérias geram energia e enviam para o outro lado, por meio de eletrodos de carbono, a água limpa purificada devido à troca de prótons pela membrana disposta entre os compartimentos. Esta purificação da água é outro efeito da atividade bacteriana. Oliveira observa que esse resultado já era esperado, mas destaca o fato de a produção energética e a descontaminação da água ocorrerem em um ambiente totalmente controlado e com um único tipo de bactéria, o que distingue o trabalho de outras pesquisas já realizadas com as Microbial Fuel Cells (MFC), como são chamadas as células bacterianas geradoras de energia.

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social

TEVE CARNAVAL NA AEAARP Com chope artesanal, comida de boteco e samba, aconteceu o Carna AEAARP, o pré-carnaval da Associação, registrado nas fotos desta página. A festa foi organizada pelo engenheiro Rodrigo Araújo, diretor de esportes da entidade. “Nessas ocasiões, estreitamos laços”, disse.

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crea-sp

REGISTRO DO ACERVO TÉCNICO COMPROVA COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS Gerente da unidade regional do CREA-SP salienta que jovens profissionais devem aproveitar as oportunidades de adquirir conhecimento, competências e registrá-las devidamente em seu conselho de classe Ato Normativo nº 1, de junho de 2000 Art. 3º O profissional que requerer o RAT [Registro do Acervo Técnico] deverá juntar a documentação comprobatória de sua efetiva atividade na obra/serviço, conforme segue: I – cópia da ART principal da obra/serviço relativa ao objeto do requerimento; II – comprovação da conclusão da obra/serviço, através de “Atestado/Declaração”, ou “Certidão de Conclusão da Obra/Serviço”, ou “Termo de Recebimento Definitivo” ou “Auto de Conclusão” ou “Relatório de Inspeção Final”, fornecido pelo contratante da obra/serviço, contendo basicamente os elementos quantitativos e qualitativos, período de execução, valor da obra/serviço e os nomes e títulos dos profissionais participantes discriminando as atividades por eles executada; III – no caso de obra própria, deverá ser apresenta do o “habite-se” ou a “licença de funcionamento”; IV – comprovação de vínculo do profissional com a empresa contratante, contratada ou sub-contratada, conforme segue: a) empregado – carteira profissional ou ficha de empregado; b) autônomo – contrato de prestação de serviços; c) sócio – contrato social ou ata de assembleia; V – comprovação de vínculo do profissional, para o caso de atividades por desempenho de “cargo/função”, através de documento referente aos cargos/ funções técnicas exercidas pelo requerente, especificando os períodos, bem como as características técnicas dos mesmos: a) no caso de empregado: carteira profissional ou ficha de empregado, nomeação ou designação; b) no caso de autônomo: contrato de prestação de serviços com firma reconhecida, nomeação ou designação; e c) no caso de sócio (diretor/gerente técnico): cópia autenticada do contrato social e alterações, ou ata de assembleia. VI – comprovação de atividades técnicas, para o caso de destaques em acervos técnicos por desempenho de cargo/função, através de atestado/declaração emitido pela pessoa jurídica contratante do profissional referente às obras/serviços executadas durante o exercício de cada cargo/função; VII - No caso da contratante do profissional ser a contratada ou sub-contratada da contratante da obra/serviço objeto do requerimento, o documento comprobatório deve conter o aval do contratante da obra/serviço ou estar anexado ao documento exigido no inciso II deste artigo; e VIII – a apresentação da cópia do contrato da obra/serviço objeto do requerimento será exigida nos casos em que a ART não tenha sido recolhida à época da contratação da obra/serviço ou não tenha sido assinada pelo contratante. Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, contratante é o demandante da obra ou serviço e, em hipótese alguma o contratado que subcontratou parte ou totalidade da obra/serviço pode ser considerado como “contratante da obra/serviço”.

Acervo Técnico é uma série de documentos que comprovam a autoria de um projeto executado por engenheiros e agrônomos. O Registro do Acervo Técnico (RAT) é feito no CREA, regido pelo Ato Normativo nº 1, de junho de 2000, e é exigido para comprovar experiência profissional. Para registrar o acervo, o profissional deve preencher um requerimento no Conselho, o que só pode ser feito depois que o trabalho for concluído. O Registro pode ser requerido pelo profissional autônomo, contratado, empregado (conforme normas da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT) ou empresário (sócio, gerente ou diretor de empresa). O acervo pode ser requerido inclusive por empresa sub-contratada para uma obra, por exemplo. O engenheiro Araken Mutran, gerente da unidade regional do CREA em Ribeirão Preto, salienta que essa documentação é de extrema importância para assegurar a autoria da obra e a capacidade técnica que a empresa ou profissional têm para executar projeto semelhante. “Para fazer um viaduto, por exemplo, é necessário comprovar experiência nesse tipo de obra. Por esse motivo, o engenheiro que participa do projeto deve requisitar o RAT depois da conclusão”, reforça. Ele alerta que profissionais em início de carreira, por exemplo, têm de ficar atentos às oportunidades de documentar de forma comprobatória toda a experiência acumulada. Dessa forma, garantem oportunidades futuras. “Devem garantir, sobretudo, a comprovação do conhecimento e da capacidade técnica ao assumir a grande responsabilidade que é executar uma obra de engenharia”, conclui.

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GESTÃO

O desafio de uma boa contratação Mariana Rossatti Molina Analista de negócios do SEBRAE-Ribeirão Preto

O resultado de seu negócio será diretamente influenciado pelas pessoas e equipes em sua organização. Mas, alocar as pessoas certas para as vagas certas pode não ser tão simples e sempre existe um risco: a pessoa com o perfil errado pode ter um impacto negativo nos resultados, na moral e dinâmica da equipe e, ainda, ocasionar custos de rescisão. Cada vez mais, as empresas olham para os processos de recrutamento e seleção como sendo estratégicos. O processo deve ser feito com planejamento e análise do momento certo da contratação. Será que realmente preciso do novo funcionário? A contratação poderia ser substituída sem prejuízo por uma reestruturação de atividades, redução de tarefas desnecessárias ou terceirização? O investimento trará retorno? É importante refletir para evitar contratações e gastos desnecessários. Quem deixa a contratação necessária para o último momento também corre um risco: o de contratar com pressa, pular etapas e acabar se arrependendo. Após identificada a necessidade, é importante detalhar a vaga e o perfil desejado, sempre atento à legislação trabalhista. Quais serão as atividades e reponsabilidades, as relações de liderança ou subordinação, horário de trabalho, remuneração, experiência desejada, competências fundamentais e desejadas. A descrição de cargos é base para uma série de processos na gestão de pessoas. É necessário divulgar a vaga e definir quais canais serão utilizados para fazer o recrutamento. Algumas opções são: a sessão “trabalhe conosco” no site da empresa, empresas de recrutamento, jornais, plataformas e comunidades on-line de

empregos, LinkedIn, centros de treinamento, universidades etc. Para o processo de triagem e seleção não existe regra definida. O investimento no processo dependerá da importância da vaga, dos recursos que a empresa tem para investir etc. A primeira etapa costuma ser a análise de currículos. Após, a empresa pode aplicar provas e testes técnicos e psicológicos (com apoio de profissionais da área) e, depois, dinâmicas em grupo e entrevistas. Na hora de decidir, não se esqueça de levar em conta se o candidato demonstra ter valores semelhantes aos da empresa. Transparência, ética e compromisso são necessários! Depois de contratar o escolhido, não se esqueça de dar um feedback para os candidatos que não foram contratados. É uma forma de respeito ao profissional que pode ser uma ótima adição em sua equipe em outra vaga e em outro momento (crie um banco de talentos!). O processo ainda não terminou. É necessário promover a ambientação e integração do novo funcionário com a equipe. Dar tempo para o mesmo ir se familiarizando com a cultura organizacional, sistemas, procedimentos, normas da empresa e critérios de avaliação. Programas como Job Rotation e Primeiro Amigo podem ser interessantes. Treinar e capacitar funcionários novos e antigos é sempre necessário. Faça um plano de treinamento! Por último, deixe este novo colaborador colaborar. Você pode se surpreender com a capacidade de o mesmo dar ideias e sugestões de melhoria, se você e sua empresa estiverem dispostos a ouvir.

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notas e cursos Experiência da AEAARP faz sucesso na web

Na revista Painel de dezembro de 2016, da reportagem sobre a visita técnica à empresa de mineração de Ribeirão Preto restou no desafio: utilizar o material asfáltico, a frio, para tapar um buraco. A empreitada foi protagonizada pelo engenheiro mecânico Giulio Roberto Azevedo Prado, registrada em vídeo e compartilhada na rede social da AEAARP. Até o fechamento desta edição, mais de 3.100 pessoas já tinham visto a publicação, compartilhada e comentada dezenas de vezes. O material foi suficiente para reparar dois buracos, nas imediações da sede da AEAARP. Durante a experiência,

muitos motoristas passaram pelo local e protestaram sobre as condições das ruas e avenidas da cidade. Veja na página Facebook.com.br/AEAARP. Aproveite para opinar e compartilhar.

novos associados Paula Cristina da Silva Arquiteta Simone Nogueira Junqueira C. Moura Arquiteta Ana Paula Llatta Carrera Maestrello Engenheira civil

Estudo de pesquisadores da Rice University, em Houston (EUA), demonstrou que nanotubos de carbono (folhas de grafeno enroladas em formato cilíndrico com diâmetro equivalente à bilionésima parte do metro) podem tornar estruturas aeroespaciais mais resistentes. A pesquisa foi feita em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e as federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do ABC (UFABC). Satélites e naves espaciais estão sob risco

Nanotubos de carbono constante de serem atingidos por micrometeoritos e detritos orbitais. Para minimizar danos causados por eventual choque de partículas nessas estruturas, engenheiros têm buscado materiais alternativos aos metais e ligas metálicas utilizadas na indústria aeroespacial que sejam, ao mesmo tempo, leves, flexíveis e resistentes aos impactos causados por projéteis de alta velocidade. Fonte: Fapesp

Miguel Roberto Gabarra Engenheiro civil Marcelo Roberto Lança Engenheiro eletricista Lucas Emanuel Soeira Engenheiro mecânico Bruno Silva Ré Estudante de agronomia Caio Felipe Borba Nicoletti Estudante de agronomia

Motor que produz hidrogênio Na Universidade de Tecnologia da Geórgia (EUA), cientistas transformaram um motor a combustão em uma “fábrica” de hidrogênio – combustível limpo que pode ser queimado em motores menos poluentes e usado diretamente para produzir eletricidade em células a combustível. Acrescentando um catalisador, uma membrana de separação do hidrogênio e um solvente de CO2 ao tradicional motor de quatro tempos, os pesquisadores criaram o sistema de reforma de hidrogênio que produz o combustível verde em temperatura relati-

Fernando Mellin Moreira Ferreira Engenheiro civil

vamente baixa, em um processo que pode ser escalonado para atender necessidades específicas. Isso significa que o aparelho pode ser usado não apenas em grandes usinas, mas também como unidade geradora autônoma para fábricas, residências e veículos. Quando o projeto for totalmente desenvolvido para uso automotivo, por exemplo, será possível ter um carro a hidrogênio com um tanque de gás natural e outro de água. Fonte: Inovação Tecnológica

Lucas Stival Ferreira Estudante de agronomia Carina Nunes de Rezende Estudante de arquitetura Daniela Cristina dos Reis Estudante de arquitetura Alexandre Yuiti Fernandes Shimizu Estudante de engenharia civil Emerson Mendes Junior Estudante de engenharia civil

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