Painel - edição 268 - jul.2017

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Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

painel

Ano X nº 268 julho/ 2017

AEAARP

TOXICIDADE Afinal, há efeito dos medicamentos nos rios?

DESAFIOS NA MATA Como está a maior reserva ambiental de Ribeirão Preto, incendiada há três anos

VIAGEM AEAARP tem convênio inédito para promover turismo com conhecimento ARQUITETURA Semana técnica será em agosto



palavra do presidente Eng. civil Carlos Alencastre

O país foi colocado em um labirinto. Engana-se quem pensa que se trata de uma rua sem saída. O labirinto em questão está repleto de obstáculos, alguns aparentemente intransponíveis. Entretanto, a história demonstra a grande capacidade de reação, sobretudo a grande vocação para adaptar-se às diferentes situações impostas. Um importante passo foi dado: trata-se da aprovação da Reforma Trabalhista. Nós que atuamos em um dos mais sensíveis setores da economia sabemos o tamanho do impacto do custo trabalhista em nossos projetos. Aqui, tratamos especificamente do quanto os tributos e excesso de obrigações muitas vezes inviabilizam projetos e, consequentemente, provocam desaquecimento da economia, mais gente sem trabalho e toda a sorte – ou má sorte, nesse caso – de consequências sociais. Essa reforma foi a primeira grande decisão tomada nesse novo ciclo político que vivemos para de fato podermos começar a ver mudanças na prática. No labirinto do Brasil, engenheiros, arquitetos e agrônomos são os construtores de pontes, de saídas e, sobretudo, de alternativas para que seja possível chegar à saída. As ferramentas são os projetos e a capacidade de criar e empreender. Para isso, precisamos mais do que técnica, mas também de líderes fortes. E líder é aquele que ouve mais do que fala, que faz mais do que manda, que observa muito mais do que critica. Desde o início da nova fase da AEAARP a entidade tem investido nesse caminho. Se a ferramenta são os projetos, a entidade de classe é o palco, sobretudo é onde as ideias e as oportunidades são compartilhadas e compatibilizadas. É certo, meus colegas, que este momento é de união e estamos aqui para sermos o ponto de convergência desses interesses e ideias.


índice

ESPECIAL

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ARQUITETURA

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ENGENHARIA

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Desafios na Mata de Santa Tereza

Compatibilização abre possibilidade de trabalho para arquitetos

Competição de protótipo de veículos off-road é laboratório de testes no interior

MERCADO

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SOCIAL

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CONSELHO

23

PRODUTIVIDADE

24

CREA-SP

25

NOTAS E CURSOS

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Paisagismo uma questão de saúde pública

Encontro com amigos

Toma posse o conselho consultivo

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Introdução à programação com o Excel: criando funções

ASSOCIAÇÃO

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Certificado de acervo técnico: como e para que fazê-lo

CIÊNCIA

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GESTÃO

Motive sua equipe

Viagem com conhecimento e convivência

Os efeitos dos resíduos de medicamentos e hormônios nos rios

painel

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente

Diretoria Operacional Diretor administrativo - eng. agr. Callil João Filho Diretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho Diretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor de promoção e ética - eng. civil e seg do trab. Hirilandes Alves Diretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos Diretoria Funcional Diretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza Leite Diretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor social - eng. civil Rodrigo Araújo Diretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino Diretoria Técnica Agronomia - eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arquitetura - arq.urb. Marta Benedini Vechi Engenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente

Conselho Presidente: Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Conselheiros Titulares Arq. e urb. e Eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Arq. e urb. Luiz Eduardo Siena Medeiros Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. civil Edgard Cury Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Roberto Maestrello Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Wilson Luiz Laguna Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Conselheiros suplentes Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Eng. agr. José Roberto Scarpellini Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro

AssociAção de engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@ aeaarp.org.br Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Foto de capa: Julio Sian/Revide Publicidade: 16 2102.1719 Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.


Julio Sian / Revide

especial

DESAFIOS NA MATA DE SANTA TEREZA Incendiada em 2014, a mais importante reserva florestal de Ribeirão Preto, está encurralada entre o crescimento da cidade, a burocracia e o processo natural de tomada do espaço destruído pelo fogo

A Mata de Santa Tereza é a mais importante reserva florestal de Ribeirão Preto (SP). Em 31 de agosto de 2014, foi atingida por um incêndio, debelado no dia 3 de setembro. Até o dia 19 de setembro daquele ano, em razão de outros episódios de fogo, foram atingidos 98 hectares (ha) dos 180,78 ha da Mata.

As ocorrências não fizeram vítimas na fauna, mas, passados três anos, ainda não é possível precisar o prejuízo em relação à flora e as consequências ao meio ambiente. Autoridades na política e na justiça apontam necessidades e questionam prazos, urgência e preservação. Desde AEAARP 5

2016, a revista Painel busca informações sobre as medidas de recuperação e proteção adotados para a reserva, sem sucesso. Este mês de julho (dia 4) marca a passagem dos 60 anos desde que o então governador Jânio Quadros assinou o decreto que transferia para o estado os 154,16 ha que compõem a porção


Revista Piloto Policial

98 hectares foram queimados no incêndio de 2014

pública da mata. O outro trecho – 26,62 ha – compõe uma das propriedades privadas que fazem limite com a reserva. Tramita na justiça uma Ação Civil Pública movida pelo Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA) de Ribeirão Preto e na Câmara Municipal foi instalada a Comissão Especial de Estudos (CEE) que tem por objetivo acompanhar as ações de recuperação da Mata. Com a mudança da legislatura, a CEE foi congelada e o vereador que a preside, Bertinho Scandiuzzi, pretendia retomá-la neste mês de julho. No âmbito do poder público municipal, o secretario Otávio Okano, do Meio Ambiente, falou que a prefeitura não tem infraestrutura necessária para reivindicar do estado a posse da mata – uma das possibilidades sugeridas por especialistas da área. À CEE, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) declarou que tem a responsabilidade de fiscalizar e fazer cumprir acordos ambientais,

mas não cabe a esse órgão a gestão da reserva. Em 25 páginas, o Grupo de Estudos, formado pela Secretaria de Meio Ambiente do governo de São Paulo em 2015, registrou detalhado diagnóstico da área, pontuando espécies vegetais e animais. O Termo de Referência – Recuperação da Vegetação da Estação Ecológica de Ribeirão Preto (EERP), que é a nomenclatura oficial da Mata, informa que lá estão mais de 300 espécies de fauna e flora, algumas listadas em categorias de ameaça de extinção – como o papagaio grego Amazona amazônica e o pica-pau-de-topete-vermelho Campephilus melanoleucos. Esse documento foi elaborado por um grupo de trabalho e entregue à CEE da Câmara. A vegetação, caracterizada como remanescente da Mata Atlântica, é composta por árvores de até 25 metros de altura, com abundância de trepadeiras, importantes para garantir a Revista Painel 6

sobrevivência da fauna, segundo o documento. Os trechos melhor preservados são os de floresta ciliar, onde está a maior quantidade de árvores e a menor concentração de cipós, fenômeno explicado pela grande disponibilidade de água, o que pode também ter evitado que os incêndios chegassem até ali. O Grupo de Trabalho concluiu em 2015 que a área de conservação da Mata estava quase que totalmente tomada por lianas (cipós e trepadeiras), prejudicando o desenvolvimento de árvores e arbustos característicos daquele bioma. Além das perdas causadas pelo incêndio, a Mata fica vulnerável também ao que os técnicos chamam de “efeito de borda”, que é a proximidade da reserva com as áreas urbanizadas, agricultáveis ou de trânsito – como o Anel Viário – que proporciona facilidade de entrada de espécies consideradas invasoras, como as gramíneas. A conclusão fundamental expressa no Termo de Referência é a de que “a


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Helicópteros e aviões foram usados no combate às chamas

privada da reserva a uma área preservada da propriedade que antes cultivava cana-de-açúcar. Contart integra o Conselho Consultivo da Mata de Santa Tereza que, segundo ele, reúne-se eventualmente para deli-

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premissa fundamental para o estabelecimento da estratégia geral de restauração ecológica da Floresta Estacional Semidecidual da EERP é de que o fortalecimento das espécies arbóreas contribui para o fechamento do dossel o mais rápido possível”. Essa medida contribuiria para reduzir ou eliminar o efeito de borda e o desenvolvimento das espécies invasoras, “além de criar um microclima favorável ao desenvolvimento destas espécies e reduzir o risco de incêndio”. O verbo contribuir é conjugado no passado porque o documento é de 2015 e nenhuma dessas medidas foi adotada. Os quase 27 ha da Mata que estão em área particular pertencem ao empreendimento imobiliário liderado pelo arquiteto Sílvio Contart. Desde 1999, quando um grupo de praticantes de golf escolheu aquele lugar para instalar um clube para o esporte, foram plantadas quase 100 mil árvores para recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs), fundos de vale e a criação de um corredor de fauna, que liga a porção

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berar acerca de decisões tomadas pelos gestores do local. Ele opina que existem duas ameaças à área. Uma delas são as invasões – promovidas por criminosos que podem vir a usar o lugar para acobertar crimes de roubo, por exemplo, e seguidores de algumas religiões que promovem ali seus rituais usando fogo. A outra é a falta de estrutura estatal para cuidar de toda a extensão da mata. “Não tem nem recurso e nem pessoal”, atesta. A recuperação tem de ser geral, e não somente focada nas áreas incendiadas. Contart observa que os 98 ha tragados pelos incêndios de 2014 já foram ocupados por vegetação. A questão é que a falta de manejo e controle de espécies invasoras podem descaracterizar a área e modificar totalmente o perfil da ocupação daquela floresta. Em sua visão, por força da natureza, a Mata está se recuperando como pode. Mesmo a porção de floresta da propriedade que dirige não pode ser recuperada isoladamente. Contart usa um


termo do vocabulário popular para expressar o sentimento que tem diante da burocracia do Estado frente à velocidade da iniciativa privada: “dá uma ‘gastura’”. Essa sensação, entretanto, não é atrelada somente à lentidão de decisões ou escassez de recursos. Há o tempo também da natureza, o momento certo de plantar, intervir e ver crescer, como uma safra própria. “Às vezes as autorizações expiram justamente quando as atividades deveriam começar”, comenta. Em relação à Mata de Santa Tereza, o tempo entre o projeto, a decisão e a ação pode mesmo ter expirado, na visão do engenheiro florestal Eduardo Gusson. Segundo ele, as lianas podem ser bastante agressivas, mas também podem servir como um curativo, que cicatriza a área afetada. “Difícil dizer se uma mata nessas condições pode se recuperar naturalmente em 20 ou 30 anos”, afirma. O ideal, em sua visão, é adotar um sistema de manejo dessas espécies invasoras, sejam elas nativas ou não, para proporcionar o ambiente de desenvolvimento das grandes espécies nativas, como os jequitibás e as perobas. Gusson esclarece que não há um único método de recuperação florestal e uma das possibilidades, por exemplo, dispensa o plantio de mudas. Em três anos, opina, já é possível aferir a reação da floresta e adotar a medida correta para sua recuperação. Para o engenheiro florestal Gustavo Barros Sicchieri, que integrou o Grupo de Estudos, compromissos de recuperação ambiental firmados pela iniciativa privada em decorrência de intervenções em Áreas de Preservação Permanentes (APPs), cortes de árvores etc., podem ser direcionados para atender às recomendações do Termo de Referência.

Vizinhos

Visão aérea da fazenda vizinha à Mata de Santa Tereza, de 1984 até 2016 Revista Painel 8


áreas de preservação, sejam elas de vegetação ou das áreas de recarga do manancial do Aquífero Guarani – como acontece nos bairros da Zona Leste, por exemplo – devem ser ocupadas ordenadamente e utilizadas pela população. “Não se pode frear o crescimento de uma cidade, mas é possível organizá-

-lo de forma que a iniciativa privada colabore com o bem público. De outro lado, é essencial que o espaço público, como é a Mata de Santa Tereza, seja ocupado por políticas públicas que promovam o acesso da população, com programas de educação ambiental, por exemplo”, opina.

Julio Sian / Revide

Além da proximidade com o Anel Viário, o fato de a Mata estar em área de expansão urbana é fator que a coloca em vulnerabilidade. Contart opina que uma das medidas para minimizar o impacto é adotar procedimentos que reduzam a pressão do homem sobre a Mata. Ocorre que a proximidade com a Mata agrega valor aos empreendimentos do entorno. A temperatura naquela região é mais baixa do que nas outras áreas urbanas da cidade. Em se tratando de Ribeirão Preto, esse fator é suficientemente relevante. O empreendimento gerido por Contart herdou parte da área verde que compunha a fazenda ali instalada. Por tratar-se de área rural, manteve os índices de preservação superiores àqueles exigidos pela legislação atual, além de introduzir espécies nativas. Na outra extremidade da reserva, a empresa gerenciada por Leonel Daharem Mafud lançou um loteamento que ocupará 33 ha onde antes eram cultivados laranja e milho. Os empreendedores plantaram 3.100 mudas nativas, preservaram 78 mil metros quadrados de áreas permeáveis. Os dois grandes vizinhos da Mata mantiveram as áreas de preservação por força da lei, acrescentaram projetos de preservação e arborização e foram parceiros das autoridades no combate aos incêndios de 2014. Os dois confirmam que o apelo ambiental soma pontos positivos ao comércio de seus empreendimentos. “As pessoas querem morar em uma região que possui uma estação ecológica no entorno imediato. Acreditamos que os moradores se identificaram com a mata e se sentem parte integrante dela, bem como responsáveis pela preservação”, opina Mafud. O engenheiro civil Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, opina que as

“PROJETOS DE RESTAURAÇÃO COMO ESTE SÃO PROCESSOS COMPLEXOS”, DIZ SECRETARIA A Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo informou, por meio da assessoria de imprensa, que foi cumprida a primeira etapa de um acordo de compensação ambiental firmado entre a Cetesb e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo a Secretaria, foi contratado o serviço de uma consultoria “que envolveu o levantamento de dados primários, incluindo a implantação de parcelas para coleta de solo e serapilheira para análise e testes de germinação, além da identificação de plântula e árvore, conforme previsto em cronograma de trabalho, entre outras ações”. Diagnóstico realizado por técnicos em 2016 revelou que a recuperação da área vem ocorrendo “pela própria dinâmica existente em ambientes naturais”. A área a ser recuperada por meio do acordo com a CPTM corresponde a 40 ha e incluem o controle de lianas e não somente o a introdução de novas mudas. O grupo de trabalho formato para a elaboração do Termo de Referência ainda existe e reúne-se quando necessário – “para contribuir com a avaliação das ações propostas para a restauração da EERP”. O grupo é formado por representantes da Fundação Florestal, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, da Universidade de São Paulo (USP), da Prefeitura de Ribeirão Preto e da sociedade civil. “É importante ressaltar que projetos de restauração como este são processos complexos, que envolvem diversas etapas e que exigem técnicas, tempo e investimentos”, finaliza a Secretaria.

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arquitetura

COMPATIBILIZAÇÃO ABRE POSSIBILIDADE DE TRABALHO PARA ARQUITETOS Mais do que apontar problemas, trabalho consiste em indicar soluções; tema será abordado na 8ª Semana de Arquitetura da AEAARP que acontecerá em agosto com palestrantes que mostrarão o mercado como ele é também nas áreas de luminotécnica e paisagismo

Priscila de Freitas Lacerda Vanzo

Segundo levantamento da Escola Politécnica da USP, as perdas na construção civil podem chegar a 8%. O número abarca a aquisição de materiais de construção e ajustes nos projetos. Para essa última questão, o mercado se autoajustou e criou uma nova área de atuação: a de compatibilização de projetos. A arquiteta Priscila de Freitas Lacerda Vanzo não gosta do termo – acha pesado – mas admite que a tarefa de compatibilizar os projetos configura-se como uma espécie de auditoria. O trabalho consiste na junção de todas as etapas do projeto, da fundação ao acabamento, conferindo eficiência ao trabalho no canteiro, proporcionando redução do desperdício (de tempo, material etc.) e consequente resultado financeiro positivo. Ela dá um exemplo: fez o serviço de compatibilização na obra de um edifício que tinha cerca de 30 apartamentos. Constatou que três dos pilares projetados na estrutura não foram compatibilizados com a distribuição das vagas da garagem prevista no projeto de arquitetura. Da forma como estavam, os pilares consumiriam o espaço de ao menos cinco vagas. Para ter ideia do prejuízo, caso o pro-

Priscila de Freitas Lacerda Vanzo

Estacionamento sem os pilares que deveriam existir segundo a estrutura, mas que a arquitetura não estava considerando

Estacionamento com os pilares que inviabilizariam 5 vagas, mas foram revisados devido a compatibilização em projeto Revista Painel 10


Priscila de Freitas Lacerda Vanzo

Em vermelho o que estava em projeto: eletrocalhas em conflito com o caixilho devido a viga que não poderia ser furada. Em azul a proposta de solução

blema não tivesse sido corrigido ainda na fase do projeto, uma das possíveis soluções para o problema seria: os empreendedores teriam de comprar o terreno ao lado para garantir as vagas contratadas. Sem a checagem de compatibilização, o problema, provavelmente, seria constatado somente no momento de marcação das vagas. A arquiteta admite que essas ocorrências caracterizam-se como erros de projeto. Argumenta, porém, que é a especialização e as diferentes necessidades dos proprietários das obras que ramificam as etapas do projeto, o que acaba exigindo mais técnica e preparo. Ou, o trabalho de compatibilização. Vanzo explica que é necessário unir capacidade técnica e tecnologia para compatibilizar os projetos. É mais simples compatibilizar quando recebe os arquivos em extensão BIM, mas admite que raros são os profissionais em Ribeirão Preto que utilizam essa plataforma. Recebe-os em extensão DWG ou DXF e plotados. “Alguns detalhes a gente só observa no papel”, ensina. Todos os detalhes da obra são checa-

As palestras da 8ª Semana de Arquitetura e Urbanismo têm foco na tecnologia, eficiência e oportunidades de mercado e são dirigidas aos estudantes e profissionais da área. A inscrição pode ser feita no endereço eletrônico da AEAARP (www.aeaarp.org.br) e os participantes devem levar dois quilos de alimentos não perecíveis, que serão doados a entidades assistenciais de Ribeirão Preto (SP). PROGRAMAÇÃO 21 de agosto | segunda-feira 19h Recepção aos participantes e convidados Entrega de material e crachás 19h15 Abertura Apresentação do Coral Som Geométrico 19h30 Soluções tecnológicas para projetos eficientes Reginaldo Zanon de Medeiros, arquiteto e urbanista - São Paulo (SP) 22 de agosto | terça-feira 19h30 Compatibilização de Projetos na Construção Civil: temos dado a devida importância? Priscila de Freitas Lacerda Vanzo, arquiteta e urbanista - Ribeirão Preto (SP) 23 de agosto | quarta-feira 19h30 Case Celeste Moraes Celeste Moraes, arquiteta e paisagista - Campinas (SP)

dos – do levantamento topográfico ao projeto de climatização e paisagismo. Quando há alguma dúvida, a modelagem em 3D é uma ótima saída para dirimi-la e indicar a solução.

Semana de Arquitetura

Vanzo é uma das palestrantes da 8ª Semana de Arquitetura da AEAARP, que acontecerá de 21 a 23 de agosto. A arquiteta Marta Benedini Vecchi, diretora de Arquitetura da entidade, é a coordenadora técnica do evento. Ela explica que a programação mostrará possibilidades de atuação no mercado de trabalho. “A faculdade de arquitetura nos leva do sonho, no início, à realidade, no final. A nossa função é encurtar o caminho, deixar a realidade mais próxima do sonho, ofereAEAARP 11

cendo ferramentas reais de ação”, explica. A primeira palestra será do arquiteto Reginaldo Zanon de Medeiros, que falará sobre soluções tecnológicas para projetos eficientes, especialmente com o uso criativo da luz, que proporciona soluções tecnológicas, estéticas e conceituais aos projetos. Ele destaca que as questões ambientais impactarão nos projetos, obrigando abordagens mais inovadoras que os tornem mais sustentáveis. A arquiteta Celeste de Caria Moraes será a última palestrante do evento e vai detalhar a formatação de um projeto paisagístico, desde o conceito até as questões mais práticas, como a formatação de um contrato, como vender o projeto e cobrar por ele, em ambientes residenciais e comerciais.


engenharia

COMPETIÇÃO DE PROTÓTIPO DE VEÍCULOS OFF-ROAD É LABORATÓRIO DE TESTES NO INTERIOR Estudantes de engenharia criam protótipos de veículos off-road e até buscam patrocínio para viabilizar os projetos Estudantes de engenharia de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo fazem os últimos acertos em 34 carros off-road. Denominados Baja SAE, os veículos são projetados e construídos pelos universitários, com supervisão de professores, para a Competição Baja SAE BRASIL – Etapa Sudeste 2017, que acontecerá na Escola de Engenharia de Piracicaba, dias 19 e 20 de agosto. Essa é a etapa preparatória para a competição nacional, que representa importante palco para novos talentos da engenharia automotiva brasileira. Das 34 equipes, 14 são de São Paulo, 10 de Minas Gerais, oito do Rio de Janeiro e duas do Espírito Santo, somando 660 estudantes. As equipes terão de submeter os carros a provas estáticas e dinâmicas, supervisionadas por juízes, todos engenheiros da indústria da mobilidade. As provas terão início no dia 19, com apresentações teóricas dos projetos e avaliações de segurança, motor, conforto e frenagem. Os veículos também enfrentarão provas dinâmicas, que avaliarão suspensão, capacidade de tração e dirigibilidade. No dia 20, ocorrerá a prova mais esperada da competição, o enduro de resistência, realizado em terreno acidentado durante três horas. Com exceção das apresentações orais, a programação é aberta ao público.

34 equipes de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo participarão da competição

A equipe Baja UFMG, da Universidade Federal de Minas Gerais, venceu a competição regional no ano passado, disputada por 29 equipes entre 30 inscritas. Em segundo lugar ficou a equipe EESC-USP, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, seguida pela equipe Poli Atlas, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Com alto nível técnico, a Etapa Sudeste é reconhecida como o principal laboratório de testes e oportunidade para a troca de conhecimentos entre equipes e aperfeiçoamento de veículos off-road. Os veículos disputarão a competição nacional em São José dos Campos (SP), com cerca de 70 equipes de todo o país. A SAE BRASIL realiza mais duas competiRevista Painel 12

ções regionais, preparatórias para a Competição Baja SAE BRASIL: a Etapa Nordeste, de 4 a 6 de novembro, no Estádio Municipal de Camaçari, na Bahia; e a Etapa Sul, de 17 a 19 de novembro, na Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Os veículos Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora-deestrada, com quatro ou mais rodas e motor padrão de 10 HP, que devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90m e 113,4 kg. Os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o próprio chassi, são desenvolvidos pelas equipes, que têm que buscar patrocínio para viabilizar o projeto.


gestão

Motive sua equipe Mariana Rossatti Molina Analista de negócios do SEBRAE-Ribeirão Preto

Uma equipe motivada irá se engajar a entregar melhores resultados para a empresa e clientes. Aumento da produtividade, maior qualidade do atendimento e melhor clima organizacional são alguns dos benefícios aspirados. Mas, não é fácil conseguir. Um ponto importante a se considerar nesta busca é que não existe uma fórmula mágica. Outra é que, uma única ação não será suficiente. Quando analisamos uma equipe motivada, observamos uma série de estruturas, processos e ações que colaboram para tal, que, muitas vezes, não têm relação com dinheiro. É normal empresas investirem dinheiro em ações de motivação, como programas de reconhecimento e recompensa que não trazem o efeito esperado, podendo inclusive ter o resultado contrário. Seguem algumas dicas: - Contrate bem. Nas entrevistas de seleção, tente identificar a conexão do entrevistado com a função, com a missão da empresa e o famoso “brilho nos olhos”. Uma pessoa na função errada pode se desmotivar simplesmente por não estar fazendo o que gosta ou exercendo o seu potencial. Uma parte da motivação é intrínseca do colaborador. - Nem sempre aumentar o salário é a melhor opção. O salário, em muitos estudos sobre motivação, é classificado como um fator “higiênico”. Isso significa que, a falta de um salário adequado ao mercado pode gerar a insatisfação. No entanto, você oferecer um salário adequado ao mercado não faz o colaborador se sentir completamente satisfeito. - Conheça os seus colaboradores. As pessoas são complexas e diferentes. Muitas vezes o que motiva um funcionário não é o que motiva o outro e tem grandes chances de não ser aquilo que você imaginava que motivaria. Escolha os benefícios e ações com base nesse conhecimento. - Reconheça e elogie quando merecido. Evite frases como “não fez mais do que a obrigação” e “você é pago para ter ideias”.

- Dê feedbacks construtivos quando necessário e em particular. Não deixe o feedback apenas para o final do ano, evitando, assim, mais danos relacionados àquele comportamento indesejado. Dar o feedback com a “cabeça quente” também é o melhor. Seja justo e específico. - Repasse os elogios. O cliente elogiou o serviço prestado? Parabenize a equipe envolvida que, muitas vezes, está no BackOffice e não tem a oportunidade de ver o resultado de seus esforços. - Comemore com a equipe! Aproveite pequenas oportunidades, como aquela meta batida, o aniversário da empresa ou a negociação bem-sucedida. - Cuide do ambiente de trabalho. Fatores como uma ergonomia inadequada, muito barulho, desorganização, falta de segurança, um clima organizacional ruim, irão desmotivar. - Envolva a equipe na tomada de decisões. Ela entenderá mais sobre sua empresa, sentirá que tem voz e se sentirá corresponsável pela decisão, se empenhando muito mais. - Faça a equipe entender a importância de seu trabalho para a sociedade e para a empresa. Como o trabalho de cada um, sem exceção, é importante para a empresa alcançar os objetivos. - Dê mais autonomia para sua equipe. Analise o grau de maturidade e conhecimento da mesma. A autonomia pode motivar e possibilita um clima mais propício à inovação. Se a equipe ainda não está preparada, comece com atividades simples: por que não deixar que a equipe decida qual é o melhor modelo de uniforme? - Liderança: o líder deve ter um bom direcionamento estratégico, deve deixar claro o que é esperado da equipe, e deve ter coerência entre o que pede e o que faz. Não adianta ter uma equipe motivada se ela não sabe quais resultados deve entregar. - Conseguiu aumentar a motivação da equipe? Parabéns! Mas é natural que a mesma diminuía com o tempo e com a mudança de cenário. É um trabalho recompensador, porém constante.

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associação

VIAGEM COM CONHECIMENTO E CONVIVÊNCIA Convênio da AEAARP com Friendship Force, que promove intercâmbios culturais em todo o mundo; o primeiro destino é Minas Gerais, com visitas a Belo Horizonte e Inhotim

Prestes a completar 70 anos, a AEAARP tem investido em projetos inovadores, que agregam lazer, conhecimento e benefícios para os associados. Neste segundo semestre, a entidade fará a Jornada AEAARP, que vai começar com uma visita ao Jardim Botânico Plantarum, em Nova Odessa (SP). A visita, que será guiada por um dos botânicos mais prestigiados do país, acontecerá no dia 16 de setembro.

A parceria com a Friendship Force de Ribeirão Preto, que promove o entendimento global por meio de viagens, é o segundo projeto anunciado também pela entidade. Nas viagens, que terão visitas técnicas no roteiro, a hospedagem é feita nas casas dos membros dos clubes locais, o que amplia a convivência entre aqueles que viajam e os anfitriões. A Friendship Force International (FFI) está presente em mais de 300 cida-

des em 60 países, nos seis continentes. O primeiro destino dessa parceria é Inhotim (MG). Para o segundo semestre de 2018, será montado um grupo que embarcará para o sul dos Estados Unidos. Segundo o engenheiro Giulio Roberto Azevedo Prado, que coordena esses projetos na associação, o intuito é oferecer aos engenheiros, arquitetos e agrônomos, profissionais e estudantes, novas

Jornada AEAARP

Plantarum

16/set

Saída: AEAARP

O mais incrível JARDIM BOTÂNICO de São Paulo 90 mil m2 | 24 espécies extintas | 4 mil espécies nativas Visita guiada pelo agrônomo e botânico Harri Lorenzi

Revista Painel 14

Você já viu essa

oportunidade?


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possibilidades de acesso ao conhecimento, agregando experiências pessoais em cada oportunidade. “O propósito primeiro do associativismo é fortalecer a atuação profissional e atuar em conjunto na defesa de pontos de vista técnicos para temas que interferem na qualidade de vida e no cotidiano da cidade. Os projetos especiais e os convênios são os benefícios palpáveis dessa relação de parceria entre a entidade e os profissionais

e estudantes ligados ao sistema CONFEA/ CREA e CAU”, explica o engenheiro. Azevedo Prado refere-se aos 16 convênios ofertados pela entidade, dentre os quais descontos em cursos na maioria das instituições de ensino superior da cidade. Ele ressalta que na AEAARP acontecem seis cursos de pós-graduação, também fruto de parceria com uma instituição de ensino superior, com temas de interesse para os profissionais dessa área.

PRÓXIMOS DESTINOS As viagens do grupo da AEAARP acontecerão a partir de 2018. Mas, fique atento, os grupos já começarão a ser formados. Os primeiros destinos serão Belo Horizonte e Inhotim, ambas em Minas Gerais. A expectativa é a de que o grupo embarque no primeiro semestre em data ainda a ser definida. Para o segundo semestre, a Friendship Force está programando uma viagem para o sul dos Estados Unidos, também com roteiro e data a serem definidos. Todas as oportunidades são exclusivas para associados e acompanhantes (esposa, marido ou filhos). Fique de olho na página da AEAARP na internet e curta a fanpage no Facebook, a agenda de encontros e as condições das viagens também serão compartilhadas nesses meios.

www.aeaarp.org.br

investimento R$ 120 (associados) R$ 150 (não associados) *incluso: viagem, lanche, visita e almoço

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ciência

OS EFEITOS DOS RESÍDUOS DE MEDICAMENTOS E HORMÔNIOS NOS RIOS Segundo pesquisadores, não existe legislação no Brasil e no mundo para contaminantes emergentes

Pesquisadores do Brasil e do exterior estão analisando a presença dos contaminantes emergentes (resíduos de fármacos e hormônios) na água dos rios e sua capacidade de interferência na fauna, flora e na saúde humana. O professor e pesquisador Pedro Sergio Fadini, do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), explica que esses produtos são denominados contaminantes emergentes por não estarem contemplados na legislação brasileira. “Esses compostos foram detectados há pouco tempo no

meio ambiente. Anteriormente, não existia no mundo um avanço químico analítico em termos de equipamentos, que permitisse medições dos contaminantes em concentrações tão baixas como, por exemplo, partes por trilhão”. A professora e pesquisadora Tânia Pizzolato, do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), esclareceu na reportagem para o portal UFRGS Ciência, assinada pela jornalista Camila Raposo, que as baixas concentrações de contaminantes emergentes na água (microgramas ou Revista Painel 16

nanogramas por litro) não chegam a afetar diretamente a saúde humana. Um micrograma equivale a um milésimo de miligrama e um nanograma é um milhão de vezes menor que o miligrama. “São partes por bilhão de litro, por trilhão, e, às vezes, até por quatrilhão, dependendo do composto”, enfatiza a professora. Fadini esclarece que, no que diz respeito à saúde humana, existe a preocupação da presença desses compostos na água, porém são poucos os dados sobre os reais efeitos. “Esse é um campo ainda não conclusivo e qualquer afirma-


ção poderia levar a um desnecessário alarmismo da população”. Quanto ao requisito toxicidade, segundo ele, já existem estudos que afirmam que alguns tipos de contaminantes podem interferir no sistema endócrino de organismos aquáticos, incluindo peixes. “Isso pode ocasionar má formação ou interferência nos processos reprodutivos, levando a uma predominância do nascimento de organismos com um determinado sexo”, analisa o professor da UFSCAR. O portal UFRGS Ciência cita alguns estudos que relacionam a presença de hormônios femininos e outros contaminantes na água com a feminização de peixes e a formação de óvulos em animais machos, indicando que mesmo pequenas quantidades do estrogênio usado em pílulas anticoncepcionais podem levar ao colapso de algumas espécies.

Veja os estudos, publicados pela National Geographic, no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias. A publicação está em inglês. Veja também o artigo Hormônios sexuais estrógenos: contaminantes bioativos, dos pesquisadores brasileiros Ricardo Wagner Reis Filho, Juliana Coutinho de Araújo e Eny Maria Vieira, da Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo (USP), e Instituto de Química de São Carlos (USP).

O professor e pesquisador Pedro Sergio Fadini, do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), desenvolveu estudo na Bacia Hidrográfica do Rio Jundiaí, abrangendo as cidades de Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí, Cabreúva, Itupeva, Indaiatuba e Salto (SP) e outro na Bacia Hidrográfica do Rio Monjolinho, em São Carlos (SP) “Trabalhamos com Cafeína, Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco, Carbamazepina, Atenolol, Propranolol, Triclosan, Estrona, 17 beta estradiol e 17 alfa etinilestradiol, sendo os três últimos hormônios”. Fadini afirma que Diclofenaco, Propranolol, Ibuprofeno e Atenolol são os mais persistentes dentre esses compostos que ele e sua equipe estudaram, ou seja, se degradam mais dificilmente no ambiente. Veja os estudos na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP. As publicações estão em inglês.

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causam crescimento exacerbado de algas, comprometendo a vida aquática”. O engenheiro civil Carlos Roberto Ferreira, diretor técnico da Ambient (concessionária que opera as Estações de Tratamento de Esgoto em Ribeirão Preto), diz que a eficiência das tecnologias tradicionais de tratamento secundário – como os lodos ativados – consegue reduções variáveis desses contaminantes, desde quase nula até quase total. “Essa variação depende do tipo de contaminante, da carga da estação, do tempo de residência no processo, de

parâmetros de outros processo como a idade do lodo ou do tipo de aeração”, acrescenta Ferreira. O engenheiro também diz que os tratamentos terciários químicos – como a remoção de fósforo – podem dar uma porcentagem de remoção adicional, e os tratamentos complementares como oxidação avançada (ozônio, perozônio, fenton, cavitação hidrodinâmica, UV +peróxido) podem atingir a remoção completa. Segundo o engenheiro, em Ribeirão Preto (SP), o tratamento é com lodos ativados de alta carga.

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Divulgação Ambient

Fadini explica que os esgotos tratados passam pelo tratamento primário, que é a remoção de sólidos, e tratamento secundário, que é a remoção de matéria orgânica dissolvida. “Raramente temos tratamentos terciários, aqueles voltados à remoção de nutrientes como fósforo e nitrogênio, que são deletérios quando em excesso, pois

Estação de Tratamento de Esgoto em Ribeirão Preto (SP) AEAARP 17


de 60 pessoas no Instituto de Química da universidade, incluindo alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado e também pesquisadores da Escola de Engenharia da UFRGS.

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Tecnologia de ponta

Já o professor da UFSCAR diz que para remover os contaminantes emergentes seria necessário o que começou a ser chamado de tratamento quaternário. “Esse processo é escasso em termos globais e pode envolver tratamentos químicos como processos oxidativos avançados e procedimentos com filtração em membranas, ultrafiltração, nanofiltração e osmose reversa”. A equipe de pesquisadores do Instituto de Química da UFRGS, liderada por Pizzolato, também realiza estudos em estações-piloto de tratamento de esgoto. Segundo o portal UFRGS Ciência, uma dessas estações está no Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS e outra no munícipio de Canoas (RS). Nesses locais, os pesquisadores analisam o efluente urbano em dois momentos: quando chega à estação e depois do tratamento. É analisado o tratamento tradicional, ou seja, o mesmo que é aplicado pelos órgãos municipais responsáveis pelas redes de esgoto da cidade. Os estudos nas estações-piloto de

tratamento de esgoto apontaram que enquanto alguns fármacos são completamente removidos pelo tratamento tradicional, outros têm apenas remoção parcial. O levantamento também revela que os índices variam bastante, em função das diferentes características químicas dos contaminantes presentes no meio ambiente, porém, de maneira geral, os pesquisadores afirmam que o tratamento reduz significativamente a carga poluidora do efluente urbano. Essas pesquisas envolveram mais

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o país conta hoje com o Comitê Brasileiro de Saneamento Básico (ABNT/CB-177) e aproximadamente 220 normas que tratam o tema saneamento básico. Porém, pesquisadores afirmam que o tema contaminantes emergentes ainda não foi contemplado nas normas brasileiras.

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Pizzolato explicou ao portal UFRGS Ciência que o tratamento de esgoto tradicional, apesar de ajudar bastante, não elimina todos os contaminantes. Por isso, pesquisadores têm buscado técnicas que degradam os resíduos restantes. A professora acrescenta que, por lidarem com concentrações muito baixas, os processos requerem métodos altamente sensíveis e altos investimentos. “Estamos falando de uma química analítica extremamente requintada, avançada e específica. Não é qualquer equipamento, não pode ser qualquer reagente, não é qualquer pessoa que consegue trabalhar nisso. Tem que ter um treinamento longo, precisa de equipamentos específicos e que são muito caros”, comenta. Daí a dificuldade em disponibilizar os métodos em escala industrial para a utilização nos tratamentos tradicionais de esgoto. Em alguns países como Alemanha e Estados Unidos, pioneiros na área, já existem alguns processos avançados sendo aplicados, mas ainda não são procedimentos de rotina. “Tem muito trabalho sendo feito na área e esses estudos objetivam não só encontrar técnicas mais adequadas, como também chegar a processos mais eficientes, tentando minimizar um pouco os custos”, diz a professora. De acordo com o portal UFRGS Ciência, os parâmetros brasileiros de potabilidade da água são determinados pela Portaria 2.914/2011, do Ministério da Saúde. A norma prevê, entre outras questões, características aceitáveis da água para con-


sumo humano – como turbidez e pH – e as concentrações permitidas para várias substâncias químicas que representam risco à saúde – incluindo agrotóxicos e pesticidas. Não há, entretanto, qualquer menção para fármacos ou hormônios. E, mesmo em nível mundial, ainda não há legislação voltada à regulamentação dos fármacos. Contudo, segundo o diretor técnico da Ambient, a revisão da Portaria 2.914/11, que está em andamento, poderá incluir alguns hormônios sintéticos e compostos surfactantes usados na indústria têxtil. A professora da UFRGS esclarece que os parâmetros de potabilidade da água não são simples de serem estabelecidos. Segundo ela, para saber a quantidade máxima de determinada substância que pode ser ingerida sem oferecer risco à nossa saúde, são necessários inúmeros testes e anos de pesquisas. Esses valores não são aleatórios e existem muitos laboratórios pelo mundo trabalhando para tentar estabelecer esses números para, então, fazer as recomendações.

Para participar do Plano de Ação Global sobre Resistência Antimicrobiana (WHA 68.7), aprovado na 68ª Assembleia Mundial de Saúde, o governo brasileiro criou o Plano Ação Nacional para a Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos (PANBR). Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o plano foi criado para enfrentar a resistência aos antimicrobianos no mundo. O PAN-BR envolve vários órgãos brasileiros e analisa os medicamentos antimicrobianos no meio ambiente e nos recursos hídricos. A partir da contribuição de centros de pesquisa nacionais e internacionais, o plano deve implementar monitoramento da resistência e do uso de antimicrobianos em animais terrestres e aquáticos e minimizar a presença de resíduos de antimicrobianos no ambiente. O engenheiro químico Marcelo Zaiat, pesquisador do Laboratório de Processos Biológicos da Escola de Engenharia de São Carlos (USP), orientou um estudo sobre a biodegradação de dois tipos de fármacos (sulfametoxazol e ciprofloxacino) em reator anaeróbio (horizontal de leito fixo), usados em algumas estações de tratamento de esgoto. Ambos antimicrobianos foram degradados pelos reatores, sendo que mais de 99% do sulfametoxazol foi degradado e a degradação do ciprofloxacino foi menos eficiente, com remoção prevista de 80% a 90%. Veja o estudo na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br Os trabalhos nessa área são relativamente recentes, têm menos de 20 anos. “No caso dos pesticidas, os estudos começaram logo após a Segunda Guerra Mundial”, ressalta a professora. Ela explica que desde então as coisas mudaram

muito, tanto nas pesquisas quanto na velocidade de obtenção de dados. “Hoje em dia, temos mais recursos, técnicas mais avançadas, mas, em função disso, as exigências também são maiores”, complementa Pizzolato.

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O inve st i m e nto e m te c n o l og i a mostrou que é possível recuperar rios poluídos e restaurar sua vida aquática e o meio ambiente local. O portal EcoDesenvolvimento.org reuniu oito rios poluídos que se tornaram pontos turísticos conhecidos no mundo todo: Rio Sena (Paris-França), Rio Tâmisa (Londres-Reino Unido), Rio Tejo (LisboaPortugal), Rio Cheonggyecheon (SeulCoreia do Sul), Rio Han (Seul-Coreia do Sul), Rio Reno (várias cidades da Europa), Rio Cuyahoga (Cleveland-Estados Unidos) e os Canais de Copenhague (Dinamarca). Veja na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.

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Acervo escritório de paisagismo Burle Marx

mercado

Paisagismo do condomínio Country Village, em Bonfim Paulista (SP), assinado pelo escritório de paisagismo Burle Marx, do Rio de Janeiro (RJ)

PAISAGISMO, UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA Mais do que garantir uma bela paisagem, o paisagismo interfere na qualidade de vida das pessoas e na avifauna

O paisagista paulista Roberto Burle Marx, responsável por projetar mais de 2.000 jardins no Brasil e no exterior, tinha formação em Artes Plásticas, mas dizia ser autodidata em paisagismo. Burle Marx e seu sócio Haruyoshi Ono assinaram um projeto de paisagismo em um condomínio de Bonfim Paulista (SP), o Country Village. A arquiteta e paisagista Isabela Ono, coordenadora do escritório de paisagismo BurleMarx e filha de Haruyoshi, conta que o projeto foi desenvolvido na década de 1990 e implantado posteriormente. “Lá, foram criados arborização e calçamentos diferenciados, assim como áreas

de estar. A proposta do condomínio era ter os lotes integrados às áreas comuns, onde as residências não teriam muros. Os passeios foram planejados com desenhos sinuosos, com grupamentos de árvores e palmeiras integrados aos mesmos”, descreve a paisagista. A área conta com 64.000 m² de paisagismo. Para o engenheiro agrônomo e paisagista Alexandre Garcia Tazinaffo, diretor de Agronomia da AEAARP, o profissional paisagista tem de ter conhecimento agronômico, de artes plásticas e de psicologia. “Ele precisa entender o universo das pessoas que vão usar o espaço, por isso tem que Revista Painel 20

Leia o artigo O Paisagismo Moderno Brasileiro – Além de Burle Marx, do arquiteto Silvio Soares Macedo, no endereço eletrônico da AEAARP, área Notícias.

www.aeaarp.org.br reunir essas três áreas. Ele pode ser tanto agrônomo quanto arquiteto, por exemplo”. Assim como fez Burle Marx, outros profissionais tem buscado melhorar a qualidade de vida das pessoas com a implantação de áreas verdes. É o que defende o arquiteto Benedito Abbud, que


Arquivo Alexandre Tazinaffo

palestrou na AEAARP, no ano de 2014, sobre o tema Cidades mais verdes, mais sustentáveis e mais humanas. Naquela oportunidade, o arquiteto explicou que existem várias soluções para amenizar a falta de vegetação em espaços públicos não arborizados como, por exemplo, aproveitar calçadas e muros, criar praças de esquina, miniparques e parklets. “O verde ameniza a temperatura, reduz a amplitude térmica, melhora a umidade relativa do ar, promove sombreamento, equilibra e harmoniza a paisagem, dá frutos, atrai pássaros e dignifica a paisagem deixando o espaço mais belo”, disse o arquiteto durante a palestra na AEAARP. Segundo Abbud, o planejamento urbano tem se preocupado muito com os veículos e pouco com as pessoas e a natureza, o reflexo disso são as calçadas estreitas. “As pessoas andam nos resquícios de espaço que sobram”. Porém, mesmo nesses espaços é possível usar mais a vegetação. “O sol em um muro pintado bate e reflete o calor. Quando tem uma vegetação nele, a área verde absorve o calor, deixando o espaço menos quente”. Para Tazinaffo, os jardins verticais “são ambientalmente benéficos”. “Diminuem a temperatura ambiente em até sete graus, contribui com a acústica, reduz a poluição do ar e ameniza a radiação solar”, explica Tazinaffo destaca outros materiais e técnicas que contribuem com a sustentabilidade e vêm ganhando espaço no paisagismo: pisos drenantes (bloquetes permeáveis ou pisograma), irrigação automatizada e com sensores de chuva e uso de mobiliário externo feitos de madeira certificada e de demolição. Ele também destaca que o paisagismo corporativo vem crescendo nos últimos tempos. “As empresas estão tendo mais consciência e investindo na qualidade de vida dentro do local de trabalho”.

Jardim vertical, projeto assinado pelo engenheiro agrônomo Alexandre Tazinaffo

Abbud sugere que os cinco metros de distância da esquina que não são usados pelos carros, sejam transformados em praças. “Nesse espaço é possível plantar três árvores. Em um único quarteirão serão seis. Imagina em uma rua inteira, a quantidade de novas árvores que teremos?”. Ele também sugere o aproveitamento de terrenos para a criação de miniparques. “Esses espaços funcionam como um ‘respiro’ para a cidade e para os pedestres. Além de valorizar a região e os imóveis próximos”. A ideia de aproveitar pequenos locais para implantação de áreas verdes ficou conhecido como acupuntura urbana, ou seja, um conjunto de ações pontuais e de revitalização que pode mudar progressivamente o visual da cidade.

Bem-estar

Há vários anos, o paisagismo se firmou como um dos principais itens relacionados ao bem estar social e, portanto, importante argumento para o setor imobiliário. A proximidade com áreas verdes é o que influencia, por exemplo, o desempenho comercial das áreas vizinhas à Mata de Santa Tereza. Lá, os empreendedores incluíram espécies nativas na composição do paisagismo (veja na reportagem Especial desta edição). É também o que fez uma incorporadora em São Paulo (SP), na região do Brás, que criou uma floresta com árvores nativas no entorno de um conjunto de prédios. Hoje, o Brás é um dos bairros centrais de São Paulo com menor número de árvores AEAARP 21

da cidade. A temperatura chega a ser 12 graus mais alta do que nos bairros mais arborizados. Em um terreno onde havia uma fábrica, a incorporadora vai construir moradias populares com paisagismo que vai recriar uma floresta de Mata Atlântica. Essa floresta tem solo coberto por folhas, que a ajuda a manter a umidade, e irrigação automática com água de reuso. Na fase de venda das unidades, foram plantadas 1.500 árvores de 85 espécies, com espaço livre, assim como ocorre na natureza. Entre as espécies destacam-se a Embaúba (que oferece frutos que alimentam pássaros e mamíferos), Pau-Brasil, Canela Amarela (que atrai beija-flor), Aroeira, Palmeira Jerivá e Palmito Jussara. Uma das vantagens de usar espécies brasileiras no paisagismo é o baixo custo. Uma muda de Palmeira Jerivá custa entre 80 e 100 reais; já a Palmeira Azul, espécie estrangeira, custa entre 700 e 900 reais. Especialistas alertam que o uso indiscriminado de espécies estrangeiras colabora com o empobrecimento vegetal. Além disso, essas espécies têm menor resistência a pragas e não fornecem alimentos para os pássaros, afetando também a fauna.

A matéria da incorporadora que recriou a floresta de Mata Atlântica no Brás foi veiculada no Bom Dia São Paulo, da TV Globo, e está disponível no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

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social

ENCONTRO COM AMIGOS Todos os meses, a AEAARP promoverá encontros sociais temáticos na entidade. O primeiro deste ano aconteceu tão logo o inverno chegou. O tema escolhido foi propício: uma noite de vinhos. Nela, o sommelier Niels Bosner apresentou vinhos chilenos, suas variações de safra, uvas e sabores. Foi uma noite para encontrar amigos e conhecer novas culturas e sabores.

Ana Cláudia Marincek, Giulio Prado e Ercília Pamplona

José Paulo Marini, Wilson Emílio da Costa e Gilberto Marques Soares

Rodrigo, Juliana, Gislaine e Paulo Márcio Araújo

Rodrigo Araujo, Niels Bosner e André Luiz Pereira

Cristiane Araujo e Nicolas Miotti

Neudi e Leonardo Scandolara e Rodrigo Araújo

Selma de Oliveira e Célia de Oliveira

Revista Painel 22


conselho

TOMA POSSE O CONSELHO CONSULTIVO Grupo é formado por ex-presidentes da Diretoria e do Conselho Deliberativo da AEAARP O Conselho Consultivo da AEAARP, formado por ex-presidentes da Diretoria e do Conselho Deliberativo, reuniu-se para conhecer os novos projetos da Associação. No encontro, o arquiteto e urbanista Luiz Siena de Medeiros foi eleito presidente do grupo. Ele falou que o propósito é colaborar com as ações da entidade, emprestando a experiência daqueles que a dirigiram no passado àqueles que estão à sua frente. O engenheiro Carlos Alencastre, presidente da entidade, ressaltou os esforços desta diretoria em investir em projetos que confirmem a vocação empreendedora e

vanguardista da AEAARP. “Cada tempo tem uma necessidade e um perfil. O de agora é acelerado, imediato, e nós demonstramos fôlego e disposição para acompanhá-lo”. Os membros do Conselho ouviram e opinaram sobre a Jornada AEAARP e a parceria com a Friendship Force Ribeirão Preto (veja na página 14). O CONSELHO O Conselho Consultivo é previsto pelo Estatuto Social da AEAARP no Artigo 49. “O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente nos meses de janeiro e julho

AEAARP 23

a fim de deliberarem sobre matérias de interesse da Associação e dos inscritos”, detalha o texto. O mandato do presidente do grupo tem duração de um ano.


produtividade

Fábio Gatti, especialista em Pacote Office

INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO COM O EXCEL: CRIANDO FUNÇÕES

Um dos motivos do grande sucesso e uso global do Excel é a possibilidade de utilização das mais diversas funções que ele disponibiliza. Hoje, existem 471 funções, distribuídas em 13 categorias como, por exemplo, funções de engenharia, financeiras e lógicas. Com esses dados, podemos garantir que é quase impossível o conhecimento e uso do Excel em sua plenitude. Por falta de conhecimento, muitas vezes utilizamos funções incorretas para determinadas situações ou criamos verdadeiros monstrinhos na barra de fórmulas, que consomem linhas e linhas de cálculo, dificultando a manutenção desses cálculos. Em situações como essas, você pode criar suas próprias funções no Excel, programando pelo VBA. Para iniciarmos, abra seu Excel, deixe de lado o medo de programação, segure a tecla [ALT] e aperte [F11], O Editor do Visual Basic será aberto. Siga os passos detalhados abaixo: 1. Clique em Inserir na faixa de opções; 2. Selecione Módulo, que é onde criaremos nossas funções; abrirá um quadro à sua direita, que é sua área de trabalho do VBA; 3. Clique em Inserir novamente e solicite Procedimento; 4. Marque o Tipo Função, escopo Público e nomeie como METADE. Clique no botão Ok;

5. Entre os parênteses gerados à frente do METADE, escreva Número. Dessa forma: Public Function METADE (Número); 6. Escreva entre as linhas Public Function e End Function a seguinte instrução: METADE = Número / 2. O resultado será próximo do seguinte: Imagem1.

Imagem 1

Agora volte à sua planilha e escreva a função que você acabou de criar, por exemplo: =METADE(10). Como toda função, essa célula retornará um valor. Nesse caso, a metade de 10, que é 5. Crie funções que estão consumindo muito seu tempo pelo VBA, organize-as e garanta uma praticidade maior, tanto no uso, quanto na manutenção. Perca o medo de programar! O Excel foi criado para usuários e sua linguagem de programação combina a praticidade no uso com o poder da ferramenta.

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crea-sp

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CERTIFICADO DE ACERVO TÉCNICO: COMO E PARA QUE FAZÊ-LO

Artigo 47 - Parágrafo único. Constituirão o acervo técnico do profissional as atividades finalizadas cujas ARTs correspondentes atendam às seguintes condições: I – tenham sido baixadas; ou II – não tenham sido baixadas, mas tenha sido apresentado atestado que comprove a execução de parte das atividades nela consignadas.

O Certificado de Acervo Técnico (CAT) pode ser requerido por meio do serviço CREA-Net. O documento lista o conjunto de atividades desenvolvidas pelos profissionais de engenharia e agronomia no decorrer de suas carreiras e é utilizado para comprovação de experiência profissional. A Resolução 1.025/2009, no artigo 47, detalha que as atividades listadas no CAT devem ser comprovadas por meio de Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), documento essencial para todos os profissionais do Sistema CONFEA-CREA.

O documento pode ser solicitado por pessoas físicas e jurídicas. No segundo caso, o CAT será constituído pelo conjunto de acervos técnicos dos profissionais que compõem a equipe técnica. Isto é: a equipe de uma empresa empresta à ela também o seu histórico profissional por meio do acervo técnico. O parágrafo único do artigo 48 da Resolução 1.025/2009 detalha: “A capacidade técnico-profissional de uma pessoa jurídica varia em função da alteração dos acervos técnicos dos profissionais integrantes de seu quadro técnico”. AEAARP 25

Para solicitar o documento, o profissional irá preencher o formulário de solicitação disponível na internet, fazer o upload das cópias escaneadas dos documentos necessários e pagar a taxa, o que também pode ser feito pela rede, no banco de sua preferência. O serviço on-line dispensa o deslocamento até o CREA para entrega de documentos. O sistema gera um protocolo, por meio do qual é possível acompanhar o andamento da solicitação. Ao final, a certidão também é encaminhada eletronicamente. Segundo Araken Mutran, gerente da unidade regional do CREA-SP em Ribeirão Preto (SP), pelo menos 90% das solicitações de CAT destinam-se à participação em licitações ou concursos públicos. “A agilidade proporcionada pelo serviço on-line foi certamente um grande ganho para os profissionais”, opina.


notas e cursos AEAARP Cultural PRÓXIMOS EVENTOS AEAARP 27 de julho HAPPY-HOUR COM MPB 10 de agosto SARAU LITERÁRIO 21, 22 e 23 de agosto SEMANA DE ARQUITETURA 26 de agosto ALMOÇO BENEFICENTE DO DIA DOS PAIS 31 de agosto HAPPY-HOUR 13 de setembro RODADA DE NEGÓCIOS SEBRAE (participação da Aeaarp) 14 de setembro SARAU LITERÁRIO 16 de setembro VISITA TÉCNICA PLATARUM 21 de setembro HAPPY-HOUR 26 de setembro RODADA DE NEGÓCIOS SEBRAE (participação da Aeaarp) 7 de outubro ALMOÇO DOS AGRÔNOMOS 16 de outubro HAPPY-HOUR 19 de outubro SARAU LITERÁRIO 23,24 e 25 de outubro SEMANA DE ENGENHARIA 7 de novembro RODADA DE NEGÓCIOS SEBRAE (participação da Aeaarp) 23 de novembro SARAU LITERÁRIO (Consciência Negra) 30 de novembro HAPPY-HOUR

A segunda edição do projeto AEAARP Cultural terá como tema “Poesia de Minas Gerais”, com a poesia de Adélia Prado e homenagem a Carlos Drummond de Andrade. A convidada é Mara Senna. O encontro, dia 10 de agosto, terá apresentação do Coral Som Geométrico, com regência de Regina Foresti, e participação especial de Cida Carmineti, atriz de teatro, como declamadora. O AEAARP Cultural é um projeto da AEAARP, coordenado pela diretora, arquiteta e urbanista Ercília Pamplona, com encontros periódicos de amigos e amantes da cultura e das artes. Os eventos serão sempre temáticos. O projeto pretende realizar atividades com artes plásticas, teatro, dança, música instrumental, canto, poesia etc. As próximas edições terão periodicidade mensal. O próximo encontro será às 19h30, no Espaço Gourmet da AEAARP. Para participar basta levar um quilo de alimento não perecível. Informações: 16 2102.1700.

Fórum Brasileiro de Biodefensivos

novos associados

O mercado de biodefensivos é uma das áreas que mais cresce dentro do agronegócio e será debatido pelos principais especialistas nos dias 29 e 30 de agosto, em São Paulo (SP). O Fórum Brasileiro de Defensivos apresentará as perspectivas e os desafios do mercado dos defensivos biológicos na agricultura brasileira. O evento quer fortalecer o mercado e reunir integrantes da atividade, incluindo empresas, órgãos regulares e fiscalizadores, agentes governamentais, pesquisadores, técnicos, produtores agrícolas e distribuidores de insumos. Serão discutidos linhas de financiamento do BNDES, a otimização dos processos nos órgãos regulatórios, como garantir a qualidade dos biodefensivos após o registro e as biofábricas em fazendas e seus riscos para a saúde e para o meio ambiente. Veja a edição 267 da revista PAINEL, que veiculou matéria sobre o controle eficiente de pragas na cultura de hortaliças.

Silvia Aparecida Camargo Arquiteta e urbanista Ana Vitoria Afonso de Toledo Goulart Engenheira agrônoma Maisa Juliane Damaso Simone Tannous Arquiteta e urbanista Engenheira agrônoma Priscila de Freitas Lacerda Vanzo Paulo Cesare Labate Arquiteta urbanista Engenheiro civilLourenço Carlos Alberto Engenheiro Paulo Sergiocivil Marques Moreira Engenheiro civil Hiraichi Valter Katsume Engenheiro civilHamley Bayma Paulo Roberto Alberto Estevam Martinez Engenheiro eletricista Engenheiro eletricista Carlos Alexandre Peruchi Lucas Marcetti Sterquino da Silva Minto Engenheiroeletricista eletricista Engenheiro Armando Carlos NicastroFilho Jose Rodrigues Bomfim Engenheiroeletricista mecânico Engenheiro Paulo Bauduin Nakano Danillo Henrique Bortoleto David Engenheiro mecânico Engenheiro eletricista Antonio Zanardi Mario de Ferdinando Melo Geólogo Engenheiro mecânico Antonio Carlos Targa Pedro Luiz Barbieri Técnico em eletrotécnica Engenheiro mecânico Sonia Gomes Peçanha Helder de Paiva Marques Estudante de engenharia civil Engenheiro mecânico Ludmila Calderero Azenari Benedito EstudantededeSouza engenharia de alimentos Técnico eletrotécnica Antonioem Aparecido Barbosa Jesualdo Afonso Perin Técnico em eletrotécnica Técnico em eletrônica Luis Fernando Martinelli Sebastião deeletrotécnica Jesus Filho Técnico em Técnico emSergio química Francisco Faria Maria Luiza Técnico em Monteiro eletrônica Silva Estudante de arquitetura Mario Augusto Volpini Carla Mariana Costa Vidoto Técnico em eletrônica Estudante de arquitetura Álvaro Joaquim Pereira Tecnólogo em mecânica Danielly Naves Ferreira Silva Izabela Felicio do Val Estudante de arquitetura Estudante arquitetura Laisa StefanideSilva Gislaine dedeCarvalho Ferrarezi Estudante arquitetura

8 de dezembro FESTA PROFISSIONAIS DO ANO

Escolha sempre a AEAARP na sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Alínea 46 fortalece a atuação da sua entidade de classe.

46

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Estudante de arquitetura



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