Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
painel
Uma noite de diversão
Depois da cerimônia do Prêmio Profissionais do Ano AEAARP, o salão de eventos se transformou em uma animada pista de dança; veja a cobertura completa
Tecnologia Nanotecnologia na agricultura ainda é incipiente Mercado Veja dicas de relacionamento para aprimorar seus negócios Legislação NBR 9050 recebe emendas Ano X nº 273 dezembro/ 2017
AEAARP
palavra do presidente
Nos 365 dias de um ano, tem muita gente trabalhando para que a nossa associação dê certo, seja próspera e sólida. Esse compromisso é nosso com os associados, com os engenheiros, arquitetos e agrônomos e, sobretudo, em memória daqueles que nos deixaram a entidade como legado de vida. Há 70 anos, Ribeirão Preto sequer tinha uma inspetoria do CREA-SP. Hoje, temos um escritório dentro da AEAARP e uma sólida parceria com este conselho e com o CAU. Há bem menos tempo (38 anos, para ser exato), a entidade passou a destacar na sociedade os profissionais que fazem a diferença, em suas carreiras, obras e compromisso com a sociedade. Este é o espírito do Prêmio Profissionais do Ano AEAARP, entregue sempre ao final de cada período e que precede a grande festa do ano, esta em homenagem a todos os profissionais.
Eng. civil Carlos Alencastre
Todo esse esforço e dedicação só pode ser coroado de uma forma: com aplausos e reconhecimento. Foi assim que encerramos 2017. Trabalhando, planejando o futuro e reconhecendo o trabalho de cada um que fez muito para termos um ano grandioso.
índice
SOCIAL
05
Tecnologia
12
Pesquisa
14
Carreira
17
Opinião
20
Uma noite brilhante
Muitos estudos e poucos produtos
Região tem laboratório de nanotecnologia para agronegócio
Networking na área técnica
As aranhas e as redes [teias] de relacionamento
painel
Legislação
Senado avalia criação do conselho dos técnicos
Acessibilidade 22
NBR 9050 recebe emendas
crea-sp
24
CONFEA inclui engenheiro agrimensor e cartógrafo na tabela de títulos
produtividade 25
Funções avançadas #03 – simulador financeiro
notas e cursos 26
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
Diretoria Operacional Diretor administrativo - eng. agr. Callil João Filho Diretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho Diretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor de promoção e ética - eng. civil e seg do trab. Hirilandes Alves Diretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos Diretoria Funcional Diretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza Leite Diretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor social - eng. civil Rodrigo Araújo Diretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino Diretoria Técnica Agronomia - eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arquitetura - arq.urb. Marta Benedini Vechi Engenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli
Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente
Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente
Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente
Conselho Presidente: Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Conselheiros Titulares Arq. e urb. e Eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Arq. e urb. Luiz Eduardo Siena Medeiros Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. civil Edgard Cury Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Roberto Maestrello Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Wilson Luiz Laguna Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Conselheiros suplentes Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Eng. agr. José Roberto Scarpellini Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho
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Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@ aeaarp.org.br Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: 16 2102.1719 Tiragem: 3.000 exemplares Locação: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.
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social
Mais de 200 pessoas participaram da festa
Carlos Alencastre e Osmar Sinelli
Rodrigo Araujo e Marinna de Paula
Alexandre Tazinaffo e José Mário Jorge
Uma noite brilhante O 38ª Prêmio Profissionais do Ano AEAARP homenageou o geólogo Osmar Sinelli, a arquiteta Marinna de Paula e o agrônomo José Mário Jorge. Foi uma noite emocionante e com histórias inspiradoras. No discurso, o presidente Carlos Alencastre avaliou as ações empreendidas pela associação em 2017, como o grande público presente nas semanas técnicas,
as ações de responsabilidade social, as culturais, os cursos oferecidos pela entidade e as parcerias, como as do IPOG e da Friendship Force. Depois da cerimônia, aconteceu a festa dos engenheiros, arquitetos e agrônomos, que mais uma vez foi na área de eventos da AEAARP, ricamente decorada para a ocasião. A banda Cruzeiro do Sul AEAARP 5
levou muita gente para a pista de dança. E todos encerraram a noite com a sensação de missão cumprida. “A cerimônia foi emocionante e a festa foi divertida. Encerramos o ano de 2017 fazendo o que gostamos: confraternizando com os colegas e emanando energias positivas”, fala Rodrigo Araújo, diretor social da entidade.
A cerimônia do Premio Profissionais do Ano AEAARP 2017
Carlos Alencastre
José Mário Jorge
Marinna de Paula
Matheus Carreira Jorge, Marina Carreira Jorge, Mario Jorge, Mariza Fernanda Bongiovani, João Paulo Figueiredo, Marinna Carreira Jorge, Milena Carreira Jorge e Natália Posses Carreira de Paula, Vera Figueiredo, Paola Bongiovani, Elza Helena Figueiredo e Eliseu Hernandez
Carlos Alencastre e Nilson Baroni
Isabele Sinelli, Osmar Sinelli, Renata Sinelli e Paulo Sinelli
Coral Som Geométrico com o presidente Carlos Alencastre e Angela Dorta Revista Painel 6
Osmar Sinelli, Marinna de Paula e José Mário Jorge
Carlos Alencastre, Rodrigo Araújo e João Paulo Figueiredo
Noboro Saiki, Paulo Peixoto, Milton Vieira Leite e Carlos Alencastre
Giulio Azevedo Prado, Paulo Peixoto, Alexandre Tazinaffo, Paulo Ribeiro, Milton Vieira Leite, Renato Curotto Prado e Arlindo Sicchieri
Rodrigo Araújo, Paulo Sinelli, Wilson Luiz Laguna e Osmar Sinelli
Marcos Canini, Nilson Baroni, Milton Vieira Leite, Carlos Alencastre e Paulo Araújo
Carlos Alencastre, Callil João Filho e Dorival Balbino AEAARP 7
Tapyr Sandroni Jorge, Carlos Alencastre e Fernando Junqueira
Daniela Antunes, Carlos Alencastre e Alexandre Fusco
Noboro Saike, Rosangela Saike, Maria Lúcia Fernandes Bolonhezi e Denizart Bolonhezi
Aparecida Ferreira, Laerte Ferreira e Beatriz Ferreira
Miriam de La Corte, Márcio de La Corte, Maira Gonçalves e Vinícius Gonçalves
Bruno Rangel, Israel Sampaio, José Henrique Coutinho, Marcelo Polo e André Gonçalves
Joaneli Lopes, Mário Roberto Lopes, Darci Faustino e Vânia Faustino
Marina Carreira Jorge, Milena Carreira Jorge e Mariza Carreira Jorge
Nauana Oliveira, Marcelo Leão, Robson Basália, Ramon de Mello, Mauver Puccini, Rogério Sakamoto, Márcio Eugênio de La Corte, Renato Borghini, Natália Medeiros, Mariana Volpini, Marcos Cesar dos Santos, Luísa Liboni e Rafael Negri
Revista Painel 8
Juliana Sousa, Rodrigo Araujo e Hideo Kumasaka
Paulo Mihaleff, Marcos Spínola, Paulo Araújo, Marcos Canini e Nilson Baroni
Mauver Puccini, Ramon de Mello, Renan Basália, Renato Borghini, Marcelo Leão, Leandro Menegucci, Márcio Eugênio de La Corte, Rogério Sakamoto, Rafael Negri, Robson Basália e Tiago Souza
Fabio Simonetti, Patricia Simonetti, Eder Mialich, Sonia Mialich, Silvia Balbino e Dorival Balbino
Rimarck Barros, Darrel e Arlindo Sicchieri
Denizart Bolonhesi, Mario Jorge e Moacyr Ferreira
Fabiana Freire Grellet e Rangel Leandro Romão
Luciana Tassine, Ronaldo Trigo, Vinicius Trigo e Letícia Tassine
Regina Jorge, Marina Jorge, Antonella Panelli e Pedro Panelli
Ivo Colichio, Fernando Junqueira, Alexandre Tazinaffo, Antônio Gléria e Milton Vieira Leite
Carlos Alencastre, Gislaine Azevedo, Denize Ribeiro, Elaine Martinez e Juliana Araújo AEAARP 9
Amanda Carvalho, Arthur Ribeiro, Francine Fulquini e Yago Marinzeck
Antônio Carabolante, Argemiro Gonçalves e Rogério Carabolante
Ramon Milani e Najla Milani
Callil João Filho, Homero Neto, Patricia Figueiredo, Paola Figueiredo Bongiovani, Marina Figueiredo Bongiovani, Silvia Figueiredo, Maria Eunice Figueiredo, Mariléia Gasparatto Figueiredo, Luiz Felipe Figueiredo, João Paulo Figueiredo, Vera Figueiredo, Elza Helena Figueiredo, Fernanda Bongiovani e Eliseu Hernandez
A noite foi animada pela banda Cruzeiro do Sul
Marcelo de Paula Leão, Nauana Oliveira,Mariana Volpi, Marcos Santos, Raphael Negri e Luisa Liboni
Argemiro Gonçalves, Antônio Carabolante, Sônia Carabolante, Rogério Carabolante e Patricia Carabolante
Jacobo de Cal, Cristina, Isabella Hyertguist e Wilson Laguna Jr
José Batista Ferreira, Priscila Hashimoto, Marcia Rodrigo Gomes Carvalho, Iroá Arantes, Giulio Azevedo Prado, Ana Registro e Marcos Spínola Cláudia Marincek, Hideo Kumasaka, Carmem Sílvia de Azevedo Souza Muradas, Maurício Teixe
Ana Cláudia Marincek, Beatriz Mendes e Rosa Angelica Bertini
Hideo Kumasaka, Joneli Lopes, Mario Roberto Lopes, Vânia Faustino e Darci Faustino
Luiz Fernando Mortalaz, Eliana Padilha, Antônio Klaudio Junqueira, Maria Ap. Dias, Gilberto Soares, Maraisa Lima, Maria José Junqueira da Silva e José Romeu Morando da Silva
Liane Chaves, Marco Aurelio Chaves, Carolina Veloso, Luciane Chaves, Carlos Barbosa, Isabela Saud, Lourdes Chaves, Caio Chaves e José Antônio Barbosa
Lia Carreira Jorge, José Aureo, Natália Posses Carreira, Matheus Carreira Jorge, Mariza Jorge, Clarice Jorge, Rosemeire Jorge, José Mario Jorge, Milena Carreira Jorge e Marina Carreira Jorge Revista Painel 10
João Doraci de Castro, Vera Lúcia de Castro, Lúcia França Isaac, Davi de Lima Isaac, Maria Lúcia Bolonhesi, Denizart Bolonhesi, Marcia Abrão e Arnaldo Abrão
Mani Navarro, Lisa Alencastre e Carlos Alencastre
Luigi Romano, Maria Elizabeth Romano, Paulo Mihaleff e Maria Helena Cividanes
Gilberto Maggioni, Fabio Simonetti, Dorival Balbino, Eder Mialich, Sonia Mialich, Patricia Simonetti e Silvia Balbino
Antônio Carlos Maçonetto, José Roberto Malfato e Leonardo Scandolara
Mário Pascarelli
Vinicius Gonçalves, Marcio Eugênio de La Corte, Mirian de La Corte, Maira Gonçalves , Mauver Puccini, Camila Gonçalves, Drieli Gonçalves e Robson Gonçalves
Ivo Colichio Jr. e Argemiro Gonçalves
Rogério Ikeda, Renato Borghini, Nathália Rebello, Vânia Faustino, Darci Faustino, Ramon Milani e Najla Milani
Paulo Sinelli, Maurício Teixeira Muradas, Geraldo Geraldini, Marcos Massoli e Osmar Sinelli
Beatriz Ferreira, Laerte Ferreira, Aparecida Ferreira, Letícia Tassine, Luciana Tassine, Ronaldo Trigo, Vinicius Trigo, Alan Silva e Soraia Silva.
Anice Scandolara, Luciana Kotait e Regina Kotait
Edinéia Araújo, Tatiana Urach Ferreira, Moacyr Ferreira, Marcos Canini e Selma Canini
Pedro Panelli, Marina Jorge, Antonella Panelli, Valdemar Junqueira, Rita Junqueira, Regina Jorge, Tapyr Sandroni Jorge
José Luiz Barbaro, Janete Schandolara, Neudi Schandolara , Ricardo Ferreira, Tânia Ferreira, Elaine Martinez, Ana Lucia Darini, Lisa Alencastre, Reginaldo AEAARP Darini, Denize Ribeiro, Carlos Alencastre, Rosi Alves, Kleber Bidese, Paulo Marcio Araujo, Gislaine Fernandes, Edineya Maçonetto, José Roberto Malfato, 11 Leonardo Escandolara, Anice Escandolara e Regina Kotait
tecnologia
MUITOS ESTUDOS E POUCOS PRODUTOS
Pesquisadora da Embrapa Marlene de Barros Coelho
A nanotecnologia está presente em produtos de muitas áreas – têxteis, higiene e limpeza, defesa, fármacos inteligentes, sensores, painéis solares, saúde humana –, mas poucos são aplicados no agronegócio e na agroindústria, segundo a engenheira metalúrgica e especialista em biomateriais Marlene de Barros Coelho, pesquisadora em Nanobiotecnologia da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS).
Foto Samuel Vasconcelos
Foto Kadijah Suleiman - Embrapa Gado de Corte
Segundo especialista, setores do agronegócio e agroindústria têm grande potencial de aplicação de nanotecnologia em seus produtos, mas o uso da tecnologia no mercado ainda é incipiente
Filmes comestíveis estudados pela Embrapa
De acordo com Marlene, estudos na área já foram publicados e outros estão em processo de desenvolvimento como, por exemplo, filmes finos para aumentar o tempo de prateleira de frutas e legumes, sensores para diagnóstico de doenças animais e vegetais ou da qualidade de bebidas, embalagens inteligentes ou comestíveis, fertilizantes foliares etc. “Até onde pesquisei sobre produtos disponíveis no mercado não há nenhum para o agronegócio”. Marlene observa grande potencial de aplicação da nanotecnologia tanto no agronegócio quanto na agroindústria. Revista Painel 12
A Embrapa tem trabalhado no estudo de vários produtos com aplicações de nanotecnologia para os setores do agronegócio, agropecuária e agroindústria como, por exemplo, um medicamento para tratar mastite bovina, um fertilizante inteligente que ameniza problemas da aplicação de nutrientes na lavoura e um plástico feito a partir do caroço de manga. Veja na área Notícias, na página da AEAARP na internet.
www.aeaarp.org.br
Nano e as engenharias
A nanotecnologia é multidisciplinar e todas as áreas do conhecimento podem interagir em algum projeto. “Porém, estão à frente de qualquer estudo de produtos nanotecnológicos as áreas de engenharia de materiais, física, química e biologia”, comenta a engenheira. Outros profissionais da área técnica serão fundamentais dependendo da aplicação do produto, por exemplo, para criar produtos ligados à adubação ou controle de pragas, os engenheiros agrônomos são essenciais para traduzir o problema, auxiliar no desenvolvimento do material e interpretar resultados. Nos últimos 15 anos, órgãos públicos e instituições de ensino superior têm se dedicado às pesquisas e ao desenvolvimento de produtos nanotecnológicos. De acordo com Marlene, em outros países essa investigação científica não começou muito antes. As primeiras patentes em nanotecnologia aconteceram nos Estados Unidos e países do leste asiático – Japão, Coreia do Sul e China – que são os maiores investidores em pesquisas na área. “Desde 2016, Alemanha e França também aparecem no ranking dos países que mais depositam patentes em produtos nanotecnológicos, ficando atrás apenas dos EUA”, acrescenta.
Foto João da Costa Junior
A agricultura sustentável e a produtividade têm estimulado pesquisas de nanomateriais que melhorem o desempenho dos insumos agrícolas, resultando na redução de custo da lavoura, do impacto ambiental e do risco para a saúde. Segundo ela, os estudos de nanotecnologia no agronegócio giram em torno, especialmente, de agroquímicos, pesticidas, herbicidas e inseticidas e fertilizantes foliares.
Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande-MS
“Diversas aplicações de nanotecnologia envolvem materiais que são obtidos de produtos químicos, sendo a maioria importados, já que o Brasil produz poucos desses produtos, e por isso o custo com pesquisas é alto”. Por outro lado, Marlene acredita que os benefícios gerados com o desempenho dos produtos nanoctenológicos, se comparado aos produtos tradicionais, podem minimizar os altos custos de produção do setor agronômico. “Essa é a grande
preocupação dos pesquisadores: buscar materiais mais baratos e rotas químicas de síntese mais ‘verdes’ e sustentáveis”, explica a engenheira. A pesquisadora defende que, em alguns casos, a tecnologia só chegará ao mercado se a indústria investir em equipamentos de produção em larga escala. “O produto pré-tecnológico exige essa parceria entre pesquisadores e indústria para pensarem juntos sobre o escalonamento da produção”.
Nutrição animal e a nanotecnologia
O zootecnista Lauriston Bertelli Fernandes, diretor de Pesquisa Desenvolvimento e Inovação da Premix, diz que desde meados de 2000, a empresa começou a desenvolver aditivos para suplementos minerais e rações com aplicações da nanotecnologia. “Extraímos a fração nutricional de alguns tipos de óleos e combinamos com algumas moléculas que viram aditivos para a nutrição animal”. A tecnologia contribuiu com a redução de metano por bovinos, ganho de peso do gado e com a melhora imunológica e reprodutiva dos animais, segundo o zootecnista. “Aprimoramos muito a tecnologia nos últimos quatro anos e estamos buscando outros princípios ativos para avançar ainda mais”. Segundo Lauriston, o produto é usado em larga escala e tornou-se um dos principais componentes produzidos pela empresa.
AEAARP 13
pesquisa
Região tem laboratório de nanotecnologia para agronegócio
Foto Baldan
Inaugurado em 2009, em São Carlos, o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio é o único do país na área e o primeiro do mundo
Inauguração do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), em São Carlos
Segundo o engenheiro de materiais Cauê Ribeiro, pesquisador da Embrapa Instrumentação, a cidade de São Carlos (SP) foi a primeira do mundo a inaugurar um laboratório com o objetivo de produzir estudos de aplicações de nanotecnologia específicas para o agronegócio. “Depois disso, vimos o surgimento de outros laboratórios com as mesmas características no mundo. No Brasil, ele também é único nesta área”, disse o pesquisador durante entrevista para o programa Conexão Ciência – produzido pela Embrapa e EBC Serviços. A Embrapa Instrumentação atua no desenvolvimento de pesquisas sobre o
tema desde 1997. Para fortalecer a agricultura tropical, a empresa inaugurou em 2009, em São Carlos, o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA). Considerado estratégico para o país, desde 2013 o LNNA integra o Sistema de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO) – composto por oito laboratórios no país – do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O laboratório conta com a Rede de Pesquisa em Nanotecnologia para o Agronegócio (Rede AgroNano), coordenado por Cauê e composta por 17 unidades da Embrapa e 40 universidades. Revista Painel 14
O LNNA é um centro de referência e está estruturado para desenvolver, por exemplo, sensores nanoestruturados para avaliação da qualidade de água e alimentos (mais conhecido como língua eletrônica); biossensores para diagnóstico de doença animal; nanomateriais para aplicação em fertilizantes, pesticidas e defensivos com liberação controlada e localizada, produção de nanocompósitos de fontes renováveis para uso em engenharia; processamento de plásticos biodegradáveis reforçados com nanofibras para uso em embalagens, coberturas comestíveis nanoestruturadas para revestimentos de frutos para conservação pós-colheita e outras pesquisas interessantes ao agronegócio.
Evolução das pesquisas
Durante a primeira fase da Rede AgroNano, os pesquisadores construíram bases para o conhecimento científico e incorporação das nanotecnologias às atividades da Embrapa. “Até então, o assunto ainda era muito novo no Brasil”, disse Cauê. Ele também ressaltou que o Brasil se destaca na publicação de assuntos relacionados à nanotecnologia e que uma das áreas com mais demandas por soluções na-
Foto Flavio Ubiali
Embrapa Instrumentação
notecnológicas é a agronomia. Nesta fase, houve muita interação entre pesquisadores e engenheiros agrônomos que apresentaram suas demandas. Na segunda fase, foram divulgadas as possibilidades de aplicações da nanotecnologia e todo o conhecimento levantado até o momento. “Detectamos, por exemplo, que existe um mercado potencial no desenvolvimento de biosensores para atividades agrícolas como detectar qualidade de suco, água, café, óleos vegetais, doenças etc.”. Hoje, a Rede AgroNano está na terceira fase e conta com 157 pesquisadores – das áreas de física, química, bioquímica, biologia, materiais, agronomia, zootecnia e engenharias – e 62 instituições de
pesquisa (23 da Embrapa e 39 universidades). A Rede também desenvolveu alguns projetos com apoio de parceiros internacionais, entre eles, o Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, agências de fomento e empresas privadas. O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação, engenheiro José Manoel Marconcini, estima que foram investidos cerca de R$ 15 milhões nas pesquisas dos últimos anos. A AgroNano contribuiu com a formação e qualificação de uma centena de profissionais de alto nível, além de 595 trabalhos científicos publicados e oito depósitos de patentes. Segundo Cauê, a Rede tem apoio de 16 empresas brasilei-
ras que atuam para alavancar pesquisas de interesse do agronegócio e encurtar o tempo entre laboratório e mercado. “Assim, será possível disponibilizar pesquisas como sensores gustativos para avaliação de bebidas, fertilizantes de liberação controlada, revestimentos produzidos à base de frutas e vegetais para embalagens, fármacos, entre outros”, acrescenta o engenheiro. A união de pesquisadores das cinco regiões brasileiras favoreceu o desenvolvimento de pesquisas de produtos específicos para as necessidades do país: sensores, filmes finos comestíveis e membranas, biopolímeros, nanopartículas de origem natural, embalagens funcionais para alimentos, novos materiais aplicados ao agronegócio, sistemas de liberação controlada etc.
Foto Paloma Bazan
Segurança e regulamentação
Hidrogel estudado pela Embrapa AEAARP 15
Segundo Cauê, os nanoprodutos são seguros. “Depois de colocá-los no mercado, o que precisamos saber é como usá-lo, de que forma e quanto usar em cada situação”, explicou. Segundo o pesquisador, o próximo passo é produzir conhecimento para órgãos reguladores. “O Brasil ainda não tem regulamentação para produtos nanotecnológicos e isso vai demorar. Acredito que não deverá existir uma regulamentação geral para a nanotecnologia, deverá ser algo setorizado, dependendo do produto”, finaliza.
carreira
Revista Painel 16
carreira
Networking na área técnica Freepik
Como construir uma rede de contatos sólida, sustentável e colaborativa
Uma sólida rede de contatos faz toda a diferença na carreira de qualquer pessoa que está no mercado de trabalho, seja qual for a sua função. Para engenheiros, arquitetos e agrônomos, o desafio para a obtenção dessa rede é grande, pelas características das profissões e as carreiras que proporcionam. Um bom começo é descobrir o público de interesse e investir na imagem que quer passar ao mercado. Um bom lugar para construir a rede é a entidade de classe que representa esses setores – neste caso, a AEAARP.
Faculdade e mercado
Segundo o engenheiro eletricista Otávio Marson Junior, coordenador do curso de Engenharia de Computação da UNAERP, a rede de contatos profissionais começa com os colegas de faculdade. Para ele, a troca de experi-
ências e informações sobre as empresas em que cada um atua é intensa e pode resultar na divulgação de oportunidades no mercado de trabalho. Outro pilar importante do network continua na universidade, com os colegas de pós-graduação. “Esse ambiente é menos pessoal, porém não menos importante e o interesse específico sobre assuntos mais técnicos geram trocas de experiências e oportunidades”. A alta rotatividade é, em sua opinião, uma peculiaridade da área tecnológica que torna o networking mais desafiador. “Devido a grande oferta de novas vagas no setor tecnologia de ponta e o reduzido número de profissionais capacitados, as pessoas mudam de empresa com frequência”. Segundo Otávio, as mudanças fazem com que um profissional indique o próximo para ocupar o seu lugar, prá-
net=rede work=trabalho Network é a rede de contatos que o profissional constrói ao longo da carreira e que possibilita o compartilhamento de informações e conhecimento com grupos de interesses, indicações para o mercado de trabalho e possíveis novos negócios.
AEAARP 17
tica muito comum, principalmente, em grandes centros urbanos como São Paulo (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG).
Grupos de interesses
O cientista da computação e mestre em engenharia de produção José Ferreira de Souza Neto, coordenador dos cursos de Gestão de TI e Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Centro Universitário Moura Lacerda, ressalta que é comum a existência de grupos relacionados à Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, que se encontram mensalmente para discutir assuntos da área. Os encontros envolvem profissionais de diferentes empresas, instituições de ensino e autônomos, e apresentam alto nível de discussão e qualidade do conteúdo abordado. Para ele, o bom networking depende da participação ativa em eventos e em grupos de discussões de área e da contribuição séria de cada profissional. “Com isso, as oportunidades surgem naturalmente”, diz. Otávio complementa que não adianta o profissional fazer parte de redes com milhares de membros, se não apresenta um trabalho de qualidade ou uma postura ética.
Tecnologia
É o caso do grupo de WhatsApp que debate assuntos relacionados à Agricultura de Precisão. A engenheira agrônoma, Carla Paixão, professora no Centro Universitário Moura Lacerda, participa desse grupo onde profissionais fazem rica troca de informação e o networking entre pessoas com interesses afins. “No grupo, é proibido enviar mensagens
que não têm a ver com a temática. Esse tipo de ferramenta dividiu cada área em nichos de trabalho e ficou mais fácil encontrar profissionais especializados”. Carla ressalta que para ter um bom network é preciso tempo e dedicação. “O Linkedin é muito bom, quanto mais pessoas nos adicionam, mais oportunidades de contatos relevantes temos. Nele, vemos o currículo da pessoa e podemos analisar
Dicas dos especialistas
Os especialistas entrevistados pela PAINEL separaram alguns passos para os profissionais alcançaram o network nota 10. Carla faz um alerta: “se você não iniciou nenhum desses 12 passos, a primeira ação é entrar no Linkedin e atualizar o perfil”.
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se é um contato confiável e de qualidade para nossa rede”, diz a agrônoma. A tecnologia também ajuda profissionais que convivem apenas com os colegas de trabalho. “Atuando como professora, não tenho tempo pra ter contato com pessoas fora do círculo acadêmico. São durante os períodos que passo no celular e nos grupos, que consigo estabelecer minha rede e conversar com outras pessoas”.
Entidades de classe
Uma vez identificados os grupos de interesse, os profissionais devem se afiliar e começar a participar de reuniões, assembleias, eventos técnicos ou recreativos e cursos promovidos pelas entidades. “O retorno vai depender do quanto o profissional vai de fato dedicar tempo e atenção para fomentar os relacionamentos”, diz Leonardo
Molinar, consultor de Marketing do Sebrae-SP. O consultor acrescenta que participar de entidades de classe e grupos afins podem gerar vários outros benefícios além do network, como, por exemplo, benefícios exclusivos para afiliados, assessorias e consultorias com preços acessíveis, além de descontos em convênios de todos os tipos.
Participe dos eventos da AEAARP
Freepik
A engenheira pondera que profissionais que passam o dia dentro do escritório se relacionando apenas com quem trabalha é muito pouco. “Tem muitas pessoas que trabalham com as mesmas coisas que nós, que podem agregar e melhorar nossa forma de trabalho e, muitas vezes, podem não estar a nossa volta. É através do network que temos acesso a isso”.
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opinião
As aranhas e as redes [teias] de relacionamento Aranhas têm muito a nos ensinar sobre a arte do network. A teia da aranha é uma extraordinária ferramenta que desempenha duas funções vitais: proteção – contra predadores – e sobrevivência – na captura de presas. Humanos, em geral, e profissionais, em especial, precisam, da mesma forma, se proteger da concorrência e capturar novos clientes. Graças à sua engenhosa ferramenta, a aranha, diferente da maioria dos animais, não precisa correr quilômetros diariamente pelas matas e savanas para caçar suas presas e se proteger dos predadores. Estrategista, ela tece a sua rede em local apropriado e, pacientemente, aguarda que a teia faça o trabalho duro. Profissionais com ampla rede de relacionamentos percebem os clientes caindo no seu colo ou oportunidades de negócios batendo à sua porta como consequência dos efeitos das indicações e recomendações geradas por suas redes de contatos. Substância gelatinosa concentrada na região central da teia dificultam a aproximação dos predadores e, ao mesmo tempo, facilitam a captura das presas. Assim, elas podem se locomover com grande agilidade pelas bordas das teias. Profissionais com amplas
redes de relacionamento têm acesso mais rápido às oportunidades do seu ambiente de negócios. Trechos de teias se conectam a outros, esgueirando-se entre galhos e árvores, permitindo que as aranhas tenham facilidade de fuga diante de predadores e, ao contrário, facilidade de aproximação perante presas. Profissionais com amplas redes de relacionamento construídas com conexões com várias outras redes [são os chamados “nós” da rede] conseguem transitar profissionalmente em vários ambientes de negócios, conseguindo acessar novas oportunidades.
Montando a sua rede de relacionamentos
Uma rede de relacionamento não se faz do dia para a noite. Como um tecido, precisará ser cerzida, costurada, construída e mantidas em operação. É um processo contínuo de criação de conexões com outras pessoas ao longo da vida. Aliás, um processo que deveria ser estimulado pelos pais junto aos filhos para que esses começassem a costurar as suas redes já na adolescência. Começando no colégio, passando pelo ensino médio, ensino superior e, principalmente, ao longo da carreira profissional. Revista Painel 20
Os “nós” da rede de relacionamentos
A qualidade da sua rede está diretamente associada à quantidade e qualidade das pessoas que fazem parte dela. Elas são os nós que sustentarão a sua rede de relacionamentos. A construção da sua rede demandará muito tempo! Precisará ser feita com paciência, com sabedoria, por meio de escolhas, num lento processo seletivo de escolher pessoas, grupos ou entidades às quais você vai se vincular e desenvolver um relacionamento simbiótico. Não se compra uma rede de relacionamentos na prateleira de uma loja. Ao longo da vida, frequentamos vários ambientes e pertencemos a vários círculos de pessoas. Nossa família, nossos parentes, amigos, colegas de escola, vizinhos. Entramos e saímos de várias empresas, condomínios, clubes, cooperativas, associações, sindicatos. Frequentamos igrejas, integramos agremiações sociais, participamos de grupos de interesse etc. Novas tecnologias nos mantém engajados em aplicativos de relacionamentos e redes sociais. Quantos “nós” tem a sua rede? Inspire-se na sabedoria da natureza. Inspire-se nas estratégias das aranhas e beneficie-se da sua teia de relacionamentos. Leonardo Molinar Consultor de marketing no Sebrae-SP
legislação
Senado avalia criação do conselho dos técnicos Proposta foi aprovada na Câmara e é de autoria do poder executivo Tramita no Senado Federal o Projeto de Lei 145/2017, que prevê a criação do Conselho Federal dos Técnicos Industriais e Agrícolas e os Conselhos Regionais dos Técnicos Industriais e Agrícolas. A proposta, de autoria do poder executivo, foi apresentada ao plenário da Câmara em março de 2016 e aprovada pelos deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Os órgãos, com estrutura administrativa de uma autarquia, “têm como função orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional da categoria dos técnicos industriais e agrícolas”, de acordo com o Artigo 4º da proposta. Caso se torne lei, o trabalho dos
técnicos será desvinculado do sistema CONFEA/CREA, um processo semelhante ao que aconteceu com os arquitetos e urbanistas a partir da criação do CAU. Neste momento, o projeto tramita na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal. Nesta comissão, há um pedido de vistas. Em razão do recesso parlamentar, o projeto seguirá os trâmites apenas a partir da retomada dos trabalhos legislativos, em 2018. Na página do Senado na internet há uma pesquisa sobre a proposta, chamada de consulta pública. Trata-se, de acordo com a assessoria de imprensa da casa, de um levantamento para saber a opinião geral da população sobre o tema. Até
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o dia 26 de dezembro, pouco mais de 9 mil pessoas posicionaram-se contra a matéria e sete mil a favor - o site do Senado eliminou os votos originados em e-mails temporários. O engenheiro Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, opina que a fragmentação da categoria tende a enfraquecer o setor, além de possibilitar a criação de regras específicas que podem sobrepor funções. “A criação de vários conselhos, onera o poder público e cria uma rede complexa que acaba mais atrapalhando do que auxiliando a sociedade na compreensão das funções e responsabilidades profissionais”, observa o presidente.
NBR 9050 recebe emendas Segundo coordenadora do Comitê Brasileiro de Acessibilidade, mudanças são pontuais Adriana de Almeida Prado, coordenadora da Comissão de Acessibilidade a Edificações e ao Meio (CE 01) e do Comitê Brasileiro de Acessibilidade (CB 40). Segundo ela, mais de dois terços do texto da emenda são ajustes de número de figura e de referências cruzadas. A arquiteta salienta que o mercado foi impactado quando a alteração da Norma entrou em vigor. “Agora são pequenos arranjos para ajustar o que estava com problema”, frisa. O arquiteto e urbanista José Antônio Lanchotti participou da revisão em 2015 e acompanhou o trabalho das emendas feitas mais recentemente. Ele explica que este novo texto está sendo submetido a uma comissão da ABNT que,
após análise, deve deliberar se abrirá o texto a consulta pública ou se não será necessário. Caso as emendas sejam submetidas a audiência pública, esclarece, o processo é mais demorado, uma vez que tudo começa do zero.
Veja a íntegra da NBR 9050 na página da AEAARP na internet.
www.aeaarp.org.br
Alterações
Imagem: Freepik
Há pouco mais de dois anos, entrou em vigor a versão revisada da ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a Edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. O trabalho detalhou questões como: área de circulação e manobra, mobiliários na rota acessível, altura para comandos e controles, sinalização de degraus, pisos, rampas e rotas de fuga, dentre outras. A norma, entretanto, já recebeu emendas. “Uma emenda não pode mudar o texto do que já tinha sido aprovado. A proposta é clarear o que está gerando dúvidas e as incoerências que passaram sem que tenha sido percebido, por ser um texto muito extenso e com muitas ramificações”, explica a arquiteta e urbanista
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Adriana explica que, em alguns casos, foram introduzidos mais exemplos ou foi dada nova redação ao item, objetivando clarear o entendimento. Houve caso em que uma das cotas estava errada e foram notadas falhas nas referências cruzadas, com números anteriores ou posteriores ao pretendido. Há itens que foram reescritos, por exemplo, para explicar que a abreviação de decibéis estava errada. O detalhamento da emenda é muito grande porque, segundo Adriana, a norma ABNT para esse tipo de alteração não permite apenas a mudança da abreviação ou do número da figura, é necessário explicar tudo.
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acessibilidade
Veja algumas emendas à Norma ABNT 9050
- Ficou definido que puxadores de portas (4.6.6) passam a ter diâmetro menor (de 25 mm a 35 mm) que os diâmetros das barras de apoio (de 30 mm a 45 mm), porque estes não têm que suportar o peso das pessoas e, ficando mais finos, deixam as portas mais leves. - Na emenda foi flexibilizada a obrigação de sinalização das portas. O item Sinalização de portas e passagens foi
alterado e não é mais obrigatório que todas as portas sejam sinalizadas. Vale observar que as sinalizações não são nas portas, mas ao lado delas (5.4.1.) - O item 5.4.6 – Sinalização tátil e visual no piso – ficou mais enxuto. Seu conteúdo migrou para a ABNT NBR 16537 – Acessibilidade, sinalização tátil no piso – que foi publicada em junho de 2016, após a publicação da NBR 9050. - O item 5.5.2 foi todo reorganizado e passou a ter o seguinte texto: sinalização de área de resgate, de espaço reservado para pessoa em cadeira de rodas e de vaga reservada para veículo. Houve propostas para alterar as figuras para outras mais adequadas. Houve a supressão da Figura 66 que impactou na alteração de todas as outras quase 100 figuras da sequência. - As alterações do item 5.5.2 levaram a ajustes nos itens 6.4.4 e 6.4.5 para adequar aos termos.
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Adriana exemplifica: “na Figura 30 a alteração é apenas retirar a unidade de medida da linha P, porque se trata de proporções e não de medidas, mas tivemos que colocar o item todo no texto”. Outro exemplo é a Tabela 1: “as pessoas não conseguiram perceber que para alguns itens havia duas opções, então foi introduzida a letra “a” para ficar mais claro”.
- As figuras 75, 76 e 77 do item 6.9 deixaram mais claro que o prolongamento de 30 cm do corrimão no pavimento mais baixo deve ser inclinado e não paralelo ao chão. O prolongamento existe para garantir o equilíbrio da pessoa para descer ou subir a escada ou rampa. - O item 6.12.7 – Travessia de pedestres em vias públicas ou em áreas internas de edificações ou espaços de uso coletivo e privado – foi alterado em função do questionamento das empresas de trânsito. - O item 10.12 – Piscinas – foi modificado. A emenda resgatou o conteúdo da versão anterior.
crea-sp
CONFEA inclui engenheiro agrimensor e cartógrafo na tabela de títulos Resolução nº 1.095/2017 do CONFEA Art. 6º O engenheiro agrimensor e cartógrafo integrará o grupo ou categoria Engenharia, modalidade Agrimensura. Parágrafo único. O respectivo título profissional será inserido na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea conforme disposto no caput deste artigo e da seguinte forma: I - título masculino: Engenheiro Agrimensor e Cartógrafo; II - título feminino: Engenheira Agrimensora e Cartógrafa; e III - título abreviado: Eng. Agrim. e Cartog. Art. 7º Aos profissionais diplomados em Engenharia Cartográfica e Agrimensura serão concedidos o título, as atividades e as competências profissionais de acordo com esta resolução.
Publicada em dezembro de 2017, a Resolução nº 1.095 do CONFEA “discrimina as atividades e competências profissionais do engenheiro agrimensor e cartógrafo e insere o respectivo título na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema CONFEA/CREA”. A Resolução discrimina as atividades
desses profissionais. De acordo com o Artigo 2º, compete ao engenheiro agrimensor e cartógrafo o desempenho de atividades referentes “a levantamentos topográficos, batimétricos, geodésicos e aerofotogramétricos; sensoriamento remoto; loteamento, desmembramento e remembramento; agrimensura legal; Revista Painel 24
elaboração de cartas geográficas e locações de obras de engenharia”. Também poderão atuar nas atividades referentes “a arruamentos, estradas e obras hidráulicas, em função estritamente do enfoque e do projeto pedagógico do curso, a critério da câmara especializada” e conforme o detalhamento expresso nas atividades 1 a 18 do Artigo 5º, § 1º, da Resolução nº 1.073, de 2016. Thiago Marchetti, chefe da unidade do CREA-SP em Ribeirão Preto, esclarece que a resolução não sobrepõe leis e atos normativos específicos sobre competências de engenheiros, engenheiros agrônomos, geólogos ou engenheiros geólogos, geógrafos e meteorologistas.
produtividade
Funções avançadas #03 - simulador financeiro Fábio Gatti, especialista em Pacote Office
Aliado de todo estudante de administração de empresas, ou de especializações voltadas à gestão e economia, a calculadora HP12c é, de fato, uma ferramenta excepcional. Portátil, de fácil uso e interpretação, e auxilia bastante na hora de realizar as provas. Tendo essa verdade dita, surge a pergunta: e no meio empresarial? Ela auxilia na produtividade? Ou constantemente somos pegos tendo que refazer o mesmo cálculo por diversas vezes para cenários distintos? Com o Excel, podemos realizar todos os cálculos da calculadora, com a possibilidade de estruturação dos dados em um modelo, que permite a reutilização da estrutura e agilidade na geração de resultados, demonstrando-os por gráficos e relatórios. Nessa seção, vamos conhecer um pouco sobre funções financeiras, e construiremos um simulador básico, considerando um financiamento da seguinte forma: • Empréstimo de R$ 50.000,00 • Taxa de 2% a.m. • Período de 8 meses Coloquem essas informações, respectivamente, nas células A2, B2 e C2 conforme ilustrado abaixo:
Na linha seguinte (linha 6), escrevam as funções e fórmulas, conforme dispostas abaixo:
Selecione as células A6:E6 e, utilizando a alça de autopreenchimento, arraste até a linha 13.
Ao aplicar formatações, imagens, reorganizar sua planilha, poderá deixar seu resultado próximo ao seguinte:
Na sequência, na linha 4, estruturem da seguinte forma o cabeçalho do simulador:
Na sequência construiremos a tabela PRICE de financiamento. Coloquem os seguintes valores e fórmulas na linha 5:
Trabalhe com as variáveis e simule cenários utilizando os recursos do Excel. Com pouco tempo de prática, você perceberá que a saudosa banda de pagode, Inimigos da HP, tinham razão no nome.
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notas e cursos
Indústria 4.0 O Brasil precisa implementar urgentemente um projeto de reindustrialização com ênfase em indústria 4.0. A avaliação foi feita durante o 1º Congresso Brasileiro de Indústria 4.0, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Brasil desindustrializado Segundo o engenheiro José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp e diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da instituição, o Brasil enfrenta um forte processo de desindustrialização, que é a definição da capacidade industrial de um país. A participação da indústria brasileira na indústria mundial caiu nos últimos 20 anos, de 3,47% em 1995 para 1,84% em 2016. A participação da indústria no PIB brasileiro este ano foi de 11,1%, atingindo o mesmo patamar de 1953, comparou Roriz. “A participação da indústria no PIB brasileiro regrediu 65 anos. E, por conta disso, a produtividade brasileira estagnou”, explicou.
Brasil x EUA Em 1980, quando a participação da indústria no PIB brasileiro foi de 20,2%, a produtividade brasileira em comparação com a dos Estados Unidos chegou a 40,3%. Em 2015, caiu para 24,9% – mesmo índice de 1950. Enquanto o país vem passando por um aprofundamento muito grande do processo de desindustrialização, economias de alta e média intensidade tecnológica, como Estados Unidos, Alemanha, Japão e China, têm feito grandes investimentos para acelerar a migração para a indústria 4.0, comparou Roriz.
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Investimento Pesquisa realizada em 2016 pela consultoria PWC com duas mil empresas em 26 países apontou que elas investirão em indústria 4.0 o equivalente a US$ 907 bilhões por ano até 2020 – cerca de 5% de suas receitas. Com isso, essas empresas esperam obter uma redução de US$ 421 bilhões em seus custos de operação e obter ganhos de receita equivalente a US$ 493 bilhões por ano. A Europa, por exemplo, planeja investir cerca de € 1,35 trilhão ao longo dos próximos 15 anos em indústria 4.0. Deste total, € 250 bilhões deverão ser aportados por empresas alemãs. A China planeja investir € 1,8 trilhão nos próximos anos para modernizar sua indústria. Fonte: Agência Fapesp
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