painel Ano XI nº 278 maio/ 2018
Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
A festa dos 70 anos
Veja a cobertura do evento
Agronomia
Aplicativos para gestão de fazendas
Digital
Redes sociais para o seu negócio
Energia
Como funcionam as fontes geotérmicas
O clima eleitoral de 2018 esquentou durante a Agrishow. A feira de tecnologia agrícola que movimenta a cidade desde 1994 foi, mais uma vez, palco para aparições de candidatos de todas as vertentes políticas. Eles disputam holofotes, distribuem apertos de mão e procuram chamar a atenção de todos, com declarações à imprensa, visitas aos estandes, palestras etc.
palavra do presidente
Eng. civil Carlos Alencastre
Esse espetáculo, umas vezes midiático, nos interessa à medida em que o setor produtivo que os políticos colocam em seus discursos somos nós, os profissionais das engenharias, da arquitetura e da agronomia, que desenvolvemos atividades responsáveis pela maior fatia do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A jornalista Miriam Leitão, em recente visita à cidade, afirmou que, não fosse o agronegócio, a crise econômica brasileira seria ainda mais acentuada. O agronegócio somos nós! E o que nós estamos fazendo para que este setor cresça, se fortifique e espalhe para outras áreas a riqueza que vem do campo? Na AEAARP, nós investimos em conhecimento: palestras, workshops, cursos, viagens, debates e encontros que proporcionam aos profissionais, principalmente aos associados, a possibilidade de crescimento em suas carreiras. Temos investido fortemente no associativismo e a ressignificação de uma entidade de classe como a nossa, grande e tradicional. A participação da entidade na Agrishow, o clima eleitoral e a necessidade de reunir pessoas de bem por um país melhor me deram a certeza de que estamos no rumo certo.
painel Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente Diretoria Operacional Diretor administrativo - eng. agr. Callil João Filho Diretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho Diretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves Diretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos
índice especial 05
Diretoria Funcional Diretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza Leite Diretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor social - eng. civil Rodrigo Araújo Diretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino
Agronegócio 12
Diretoria Técnica Agronomia - eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arquitetura - arq.urb. Marta Benedini Vechi Engenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli
AEAARP em festa
Ferramentas digitais para gestão de fazendas
Mercado 16 “Vou te procurar no Facebook”
Energia 18 Calor que vem do núcleo da Terra
evento 22 Inovação e tecnologia em pauta
CREA-sp 24 Decisão Normativa detalha punições por acobertamento
História
A luta da AEAARP pela sede própria
25
notaS e cursos 26
Conselho Presidente: Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. civil Edgard Cury Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Eng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Roberto Maestrello Eng. civil Wilson Luiz Laguna Eng. elet. Hideo Kumasaka Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani Arquiteta e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares Conselheiros suplentes Eng. civil Marcos Tavares Canini Eng. mec. Fernando Antonio Cauchick Carlucci Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Eng. agr. José Roberto Scarpellini REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@aeaarp.org.br Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editoras: Blanche Amâncio – MTb 20907, Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044, Flavia Amarante – MTb 34330 Fotos e ilustrações: Alberto Gonzaga e banco de imagens Publicidade: 16 2102.1719
Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
Tiragem: 3.000 exemplares Locação: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
AEAARP 5
especial
Jorge Rosa, Marcos Canini, Dilson Caceres, Benedito Gléria Filho, Adriana Bighetti Cristofani, Gilberto Marques Soares, Carlos Alencastre, Antônio Duarte Nogueira Júnior, Domingos Stocco, Callil João Filho, Fernando Junqueira, Tapyr Sandroni Jorge, Milton Vieira Leite, João Paulo Figueiredo, Edgar Cury e Giulio Roberto Azevedo Prado
O
AEAARP em festa
s 70 anos de fundação – a primeira ata da AEAARP foi lavrada no dia 8 de abril – e a posse da renovação de 1/3 dos membros do Conselho Deliberativo marcaram a noite de cerimônia e
celebrações na associação. Eleitos para o próximo triênio, Dilson Cáceres, Adriana Bighetti Cristofani, Gilberto Marques Soares, Marcos Canini e João Paulo Figueiredo foram solenemente empossados na noite de 6 de abril. Também foram eleitos nesta renovação do Conselho os engenheiros Elpídio Faria Júnior e Fernando Antônio Cauchick Carlucci. O engenheiro Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, ressaltou as mudanças sociais, econômicas e culturais pelas quais a sociedade passou nas últimas sete décadas, acompanhadas de perto pela entidade. Ele também reiterou a disposição da entidade em abrir-se cada vez mais às novas ideias e iniciativas. Na cerimônia, foi lançada a edição especial da revista Painel, que teve 100 páginas no mês de abril e, além de contar a história da AEAARP, tem conteúdo diferenciado para inspirar os jovens profissionais.
Revista Painel 6
João Paulo de Souza Campos Figueiredo, Gilberto Marques Soares, Adriana Bighetti Cristofani, Dilson Caceres e Marcos Canini
O
s associados eleitos para a renovação de 1/3 do Conselho Deliberativo da AEAARP que
tomaram posse foram os engenheiros João Paulo Figueiredo e Marcos Canini, os agrônomos Dilson Caceres e Gilberto Marques Soares e a arquiteta Adriana Bighetti Cristofani.
Carlos Alencastre, João Paulo Figueiredo, Antônio Duarte Nogueira Júnior, Tapyr Sandroni Jorge e Callil João Filho
Fernando Junqueira, Callil João Filho, Antônio Duarte Nogueira Júnior e Carlos Alencastre
AEAARP 7
Wilson Luiz Laguna, Callil JoĂŁo Filho, Tapyr Sandroni Jorge e Jorge Rosa
Revista Painel 8
João Paulo Figueiredo, Paulo Cesar Garcia Lopes e Antônio Duarte Nogueira Júnior
Cleusa Zampieri, Kathia Vieira e Celso Santos
Luís Eduardo Garcia, Wilson Luiz Laguna e Afonso Reis Duarte
Fernando Junqueira, Benedito Gléria Filho, Maurício Gasparini, Carlos Alencastre e Denize Ribeiro
AEAARP 9
Giulio Roberto Azevedo Prado, Ana Claudia Marincek e Beatriz Mendes
Coral Som Geométrico
Juvelcio Peixoto, Gustavo Ribeiro e Marcos Medeiros
Arlindo Sichieri Filho, Giulio Roberto Azevedo Prado, Carlos Alencastre, Daniela Antunes, Celso Santos e Blanche Amancio
Fernando Junqueira, Maria Inês Junqueira, Paulo Sussana, Marici Sborgia, Mercedes Pedreira e Ricardo Debiagi
Hirilandes Alves, Graça Alves, Camila Couto e Julia Alves
Eduardo Mirabelli, Ligia Caceres, Gabriela Caceres, Sueli Caceres e Dilson Caceres
Revista Painel 10
Paulo Márcio Araújo, Gislaine Araújo, Denize Ribeiro, Carlos Alencastre, Elaine Martinez e Alberto Martinez
Josemar Vanzo, Priscila Vanzo, Ercilia Pamplona, Geraldo Geraldi Júnior e Geraldo Fernandes
Raissa Montanhari, Solange Fecuri, Kátia Conti, Selma Foguel, Nelson Conti, Carla Matos, Angela Dorta, Alexandre Fusco e Daniel Antunes
Gustavo Ribeiro, Giulio Roberto Azevedo Prado e Nelson Martins da Costa
Ettore Comparotto, Marcia Regina de Toledo Comparotto, Darrel Sicchiri e Arlindo Sichieri Filho
Ronaldo Trigo, Vinícius Trigo e Luciana Tassine
Vera Figueiredo, Regina Sandroni Jorge e Tapyr Sandroni Jorge
AEAARP 11
Egberto Luiz Silva, Milton José de Souza, Roberto Vecchi, Marta Benedini Vecchi, Ana Dalamangas de Souza e Regina Carvalho
Augusto Cesar Salvini, Geraldo Geraldi Júnior e João Paulo Geraldi
Priscila Barbon de Oliveira, Zuriel Oliveira Júnior e Verediana Barbon de Oliveira
Araken Seror Mutran, Simone Fernandes, Lucia Braguetta, Alexandre Braguetta e Walter Luis Napolino Franci
Fabiana Grellet, Jorge Rosa, Wilson Luiz Laguna, Isabela Amorim, Wilson Luiz Laguna Júnior e Lali Laguna
Marilia Vendrusculo, Valéria Ribeiro, Fábio Verre e Fabio Vendrusculo
Revista Painel 12
Agronegócio
Ferramentas digitais para gestão de fazendas Além de armazenar informações, os programas de gestão rural devem gerar dados e ajudar na tomada de decisão
R
esponsável por 23% do PIB brasileiro, o agronegócio tem mostrado grande potencial para a tecnologia; não só no que diz respeito
aos maquinários e equipamentos agrícolas, mas também na gestão das fazendas. Segundo a pesquisa Tecnologia da Informação no Agronegócio, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 71% dos donos de microempresas rurais e 85% dos proprietários de empresas de Designed by Freepik
pequeno porte no campo usam smartphones para acessar a internet.
AEAARP 13
A pesquisa também aponta que apesar de 70% dos empreendedores entrevistados já realizarem o gerenciamento administrativo e financeiro dos negócios rurais, apenas ¼ utilizam ferramentas digitais. A maior parte deles (64% dos entrevistados) disse que utilizariam esses recursos para gerenciar as propriedades se eles estivessem disponíveis. A dificuldade de acesso à internet também foi a justificativa apresentada por 64% que não usam tecnologias digitais para a gestão de Perfarm
suas propriedades. Tela de um software de gestão rural apresentando as principais informações de uma fazenda
A pesquisa do Sebrae ouviu 4.467 produtores rurais, entre 29 de março e 12 de abril de 2017, nas 27 unidades da Federação. Os dados revelaram que os produtores tem uso restrito da internet, seja para transações comerciais ou para divulgação, em grande parte por conta da dificuldade de acesso ou da má qualidade da conexão. Fonte: Sebrae
Para o engenheiro agrônomo Diego
mente na nuvem. “O que falta é capacitar os produtores e mostrar o quanto essa tecnologia pode aumentar a produtividade e a lucratividade do negócio”. O zootecnista Luiz Roberto Sodré, CEO da Perfarm (software de gestão rural), também acredita que é preciso mostrar para o produtor que o retorno sobre o investimento em tecnologias de gestão pode ser elevado. “Eles precisam investir hoje para ganhar mais amanhã. Outra vantagem é que o investimento em agricultura digital se paga rapidamente”.
Ferramentas digitais
STARTUP AGRO O número de empresas voltadas para o agrobusiness tem aumentado. Segundo o último levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups), entre 2010 e 2015, startups relacionadas ao agronegócio cresceram 70%. Em 2015, a expansão foi de 18% comparado a 2014. Segundo a ABStartups, tecnologia e agronegócio são os segmentos com maior potencial para atrair investidores.
Segundo Luiz, não basta escolher uma
Oliveira, assessor técnico do Núcleo Eco-
Os softwares de gestão rural têm
ferramenta de gestão. “É preciso educar
nômico da Confederação da Agricultura e
ajudado a reduzir custos de produção,
funcionários para separar poucos minutos
Pecuária do Brasil (CNA), o acesso restrito
aumentar a produtividade e detectar
do dia para atualizar o sistema adequada-
à internet pode reduzir o uso de tecnolo-
gargalos no agronegócio (funcionário im-
mente”. Ele observa que apresentar plani-
gias digitais de gestão rural. Mas, segundo
produtivo, maquinários parados, compra
lhas com uma aparência amigável não é o
ele, essa não é a principal barreira, pois
ou venda de produtos em períodos ruins).
principal papel de um software de gestão:
muitas ferramentas funcionam off-line e
No mercado, existem várias ferramentas
a ferramenta tem de gerar dados e apre-
quando o aparelho estiver conectado a
gratuitas capazes de gerir uma proprie-
sentá-los “mastigados” para o produtor.
uma rede de internet, as informações são
dade agrícola, pecuária ou as duas ao
“Ele precisa ver as informações, conectá-las
atualizadas e armazenadas automatica-
mesmo tempo.
rapidamente e ter parâmetros consistentes.
Revista Painel 14
Ou seja, além de buscar um sistema que registre dados, ele deve escolher algo que apresente informações de forma inteligente para a tomada de decisão”. A função dos softwares de gestão é traduzir em números os processos produPerfarm
tivos, daí a importância de ter profissionais dessas áreas atuando junto aos desenvolvedores. “As ferramentas precisam res-
O zootecnista Luiz Roberto Sodré apresentando seu software de gestão rural para produtores
paldar a gestão rural que vai desde a área financeira até recursos humanos, controle
Diferenciais
o acesso às ferramentas digitais é fun-
de estoque e monitoramento da produção.
Segundo o presidente do Sebrae,
damental para conquistar novos clientes
O software deve ‘olhar’ para todas essas
Guilherme Afif Domingos, para ampliar a
e aumentar a concorrência. De acordo
caixinhas de forma sistêmica, processar
competitividade no mercado, o pequeno
com Luiz, hoje tanto o grande quanto o
dados e apresentar uma visão holística de
produtor precisa agregar valor ao seu
pequeno produtor estão aderindo aos
todas as atividades na fazenda”.
trabalho para se diferenciar. Segundo ele,
softwares de gestão. Mesmo não existindo um padrão quanto ao tamanho de propriedades rurais que
APLICATIVOS DE GESTÃO RURAL
mais aderiram a essas tecnologias, Luiz
A Embrapa, por exemplo, lançou um aplicativo gratuito para gerenciamento de
observa que existe uma pressão maior
fazendas leiteiras. Veja no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.
para que propriedades agrícolas invistam
Quando se procura o termo “software de gestão rural gratuito” nos buscadores
mais nas ferramentas de gestão devido ao
de internet são exibidas dezenas de opções para todos os tipos de propriedades
senso de urgência da atividade e ao caráter
agropecuárias. Segundo o Blog Aegro, existem quatro principais tipos de software sendo usados:
de maior risco. O zootecnista José Pavan Neto é um
▪ Gestão: suporta operações diárias, planejamento de safra e registro de
dos produtores agropecuários que ade-
atividades, monitoramento da equipe, otimiza a rentabilidade, gerencia os
riu aos softwares de gestão rural. José
estoques e ajuda na administração rural.
é responsável por três propriedades
▪ Agronomia: cria prescrições de taxa variável para aplicações com base em
localizadas em Três Lagoas (MS), que
análises de solo, mapas de produtividade e outras variáveis físicas. ▪ Maquinário: envia dados para as máquinas e monitora o desempenho do equipamento, controla a orientação geoespacial e o piloto automático. ▪ Contabilidade: gerencia e paga as contas, prepara demonstrações financeiras e pagamento de impostos.
reúnem atividades de cria, recria e confinamento de gado, além da produção de soja e milho. Ao todo são 20 funcionários que atuam em suas propriedades. José e mais dois profissionais são os responsáveis por atualizar periodicamente o
www.aeaarp.org.br
software com informações financeiras e referentes às atividades.
AEAARP 15
SUCESSÃO FAMILIAR NO CAMPO Segundo o zootecnista Luiz Roberto Sodré, CEO da Perfarm (software de gestão rural), as tecnologias digitais de gestão rural têm facilitado no processo de sucessão familiar no campo. “Muitos jovens tiveram dificuldade de assumir a gestão das propriedades familiares por falta de informações organizadas e compiladas. Quando ele tem acesso aos dados, pode usá-los para comprovar uma nova ideia, por exemplo, trocar uma variedade de soja que está sendo usada há muito tempo por outra mais barata e mais produtiva”, exemplifica. A edição 275 da Designed by Freepik
revista PAINEL publicou uma reportagem sobre sucessão familiar na área técnica. Veja no endereço eletrônico da AEAARP, no ícone Revista Painel.
www.aeaarp.org.br Benefícios
processo de implantação de softwares de
Além de controlar os estoques, as movi-
gestão como, por exemplo, compreender a
mentações financeiras e as atividades rea-
importância do processo gerencial e como
lizadas na fazenda, as ferramentas digitais
isso pode potencializar a lucratividade das
de gestão rural também podem mostrar o
propriedades. “Com essas ferramentas é
prejuízo resultante de máquinas paradas
possível avaliar precisamente a margem
(por falta de manutenção, por exemplo), as
de lucro do negócio, pois o produtor rural
áreas da fazenda que geram mais despe-
detectará os problemas nas atividades
sas e onde podem ser adotadas soluções
produtivas, através do monitoramento
sustentáveis para gerar mais economia.
periódico, e isso o ajudará resolvê-los
“Recentemente, recebemos uma proposta
rapidamente”. Para ele, não significa que
para vender alguns animais, o que não
o aumento da lucratividade em si estará
estava planejado. Diante dos parâmetros
ligado apenas ao uso da tecnologia, mas
técnicos e financeiros que a consultoria do
sim à adoção de um gerenciamento mais
software apresentou, a decisão foi tomada
adequado com a ferramenta.
rapidamente e o negócio foi fechado com sucesso”, analisa José Pavan.
Mesmo que muitos produtores ainda não tenham aderido às novas tecnologias
AGRICULTURA 4.0 A PAINEL 267 publicou uma
Segundo Luiz, produtores mais antigos
de gestão rural, José observa uma grande
são céticos em relação às tecnologias
mudança em favor das soluções digitais.
que não estejam diretamente ligadas ao
O assessor técnico do CNA complementa
campo. “Na atividade agrícola ou pecuária,
que os usuários precisam compreender o
eles usam maquinários de última geração,
real potencial dessas ferramentas para que
criação de novas tecnologias. Leia
porém alguns ainda têm dificuldade de
consigam analisar os dados de produção e
a revista no endereço eletrônico da
entender que a propriedade vai além do
financeiros com mais eficiência e desfrutar
AEAARP, no ícone Revista Painel.
que ocorre no campo”, pondera.
de todos os seus benefícios técnicos e
www.aeaarp.org.br
Diego explica que existem variáveis no
econômicos.
reportagem sobre Agricultura 4.0, que mostrou que eficiência, produtividade e redução de custos no setor agropecuário demandam a
Revista Painel 16
Designed by Freepik
Mercado
“Vou te procurar no Facebook”
A novidade não é ter perfil na rede, mas a crescente possibilidade de negócios que a internet proporciona para profissionais de todas as áreas
A
população global é de 7,6 bi-
outros tipos de mídia – jornais, revistas,
As dicas funcionam como uma amostra
lhões de seres humanos; destes, 4
outdoors etc. – para expor seus trabalhos
grátis: você oferece um conhecimento e
bilhões estão conectados à inter-
e exploravam quase que exclusivamente
abre a possibilidade de captar um novo
net; a maioria deles– 3,2 bilhões de pessoas
as oportunidades sociais para fazerem-se
cliente. Ninguém, enfatiza Eduardo, deixa-
– está nas redes sociais. O Brasil é o terceiro
conhecidos – como ir a festas e eventos
rá de contratar um serviço profissional por
país que mais fica on-line: são, em média, 9
corporativos. “O caminho era só a pro-
ter aproveitado uma boa ideia postada na
horas e 14 minutos todos os dias. Ribeirão
paganda, agora é também a forma como
rede social. Pelo contrário: a experiência
Preto tem cerca de 600 mil habitantes. Trans-
se relaciona e as qualidades que expõem
compartilhada vai conferir credibilidade
porte as percentagens de pessoas on-line no
como pessoa”, explica o especialista.
ao serviço oferecido.
mundo para a realidade local e terá como
Perfis em redes sociais, como Facebook
O desafio, segundo Eduardo, é tornar-
resultado um grande potencial de clientes
e Instagram, abrem janelas de oportunida-
-se referência naquele tema, respeitando
potenciais. Os dados mundiais constam do
de de novos negócios. Mas, existem regras.
sempre as regras impostas pelo código de
relatório Digital in 2018, divulgado pelos
Do ponto de vista do conteúdo, explica
ética dos conselhos de classe, CREA-SP e
serviços on-line Hootsuite e We Are Social.
Eduardo, o profissional deve conferir relevân-
CAU-SP. A comunicação, aconselha, deve
O publicitário Eduardo Soares, docente
cia ao que publica. Pode dar dicas, explicando
ser clara, pessoal, humanizada. Na rede
do Senac e especialista em mídias digitais,
como fazer determinadas atividades – mon-
social de uma construtora, por exemplo,
lembra que, antes das possibilidades de
tar um jardim vertical, por exemplo – ou reu-
o interlocutor pode ser o mestre de obras.
relacionamento proporcionadas pela
nir conteúdo interessante (que o professor
internet, profissionais liberais usavam
chama de “curadoria de conteúdo”).
Os cases mais notáveis nos últimos anos, e que merecem atenção, são os
AEAARP 17
de grandes lojas de eletrodomésticos
atualizado, com conteúdo de relevância,
smartphones. Significa que, não basta ter
que se relacionam com seus públicos
torná-lo referência nas redes sociais
um site atualizado, ele deve ser também
de interesse na internet por intermédio
(Inbound Marketing, na linguagem dos
amigável para a tecnologia móvel. É uma
de personagens criados especialmente
especialistas e marketing de atração na
janela de oportunidades que extrapola a
para essa finalidade. Esses interlocutores,
tradução para o português) pode fazer do
fachada, a mesa de trabalho, o horário de
nesses casos um animal e uma mulher, dão
espaço a referência para solicitação de
distração. O seu negócio ou serviço pode
dicas, respondem às mensagens privadas,
orçamentos, agendamento, sugestões,
estar acessível a um clique, onde quer que
indicam produtos e, sobretudo, vendem o
envio de currículo etc.
esteja o seu cliente em potencial. “Precisa
Curta, siga, comente e compartilhe: www.facebook.com/AEAARP @aeaarp
Isto é: a comunicação é em primeira pessoa, quase íntima. Diferentemente do texto das reportagens na Painel, por exemplo, escritos sempre em terceira pessoa. “Na rede, não pode ser impessoal, é sempre alguém que está conversando”, explica o professor. Outra forma de usar a rede social em favor dos empreendimentos de engenharia, arquitetura e agronomia é investir em influenciadores digitais, pessoas que geram conteúdos relevantes. Eduardo alerta que, para cada tipo de negócio, há um perfil próprio de influenciador. O essencial, ensina Eduardo, é criar conteúdos relevantes, intuitivos, interessantes e que proporcionem novas experiências para o seu público-alvo. Desta forma, o profissional liberal vai usufruir da mudança no comportamento de consumo impulsionado pelas redes sociais. Site Eduardo opina que manter um site na internet, estático, sem conteúdo relevante, não ajuda na estratégia de negócios. Ivan Scher, organizador do Google Developer Group Ribeirão Preto, um grupo de desenvolvedores do Google, pergunta: “Você conhece alguma marca de sucesso que não tem um site? Eu particularmente não”. Manter o espaço constantemente
Ivan ressalta números que faltaram no
olhar sem medo para as redes sociais, a
início desta reportagem: o Brasil termi-
tecnologia mudou o horário de trabalho,
nou o ano de 2017 com 236,5 milhões
o relacionamento com a família e com os
de celulares, a maioria esmagadora
clientes”, aconselha Eduardo.
Dicas off-line para uma estratégia on-line Todos devem ter site? Independentemente do segmento, local ou tamanho ter um site próprio é presença digital mínima, na opinião de Ivan Scher, organizador do Google Developer Group Ribeirão Preto. Para ter mais sucesso, o site deve ser tratado como um organismo vivo, ser atualizado com frequência e ter pontos de conversão, para que os usuários informem os dados de contato e entrem em contato com a empresa. Um blog é um exemplo de ferramenta muito eficaz para trabalhar o marketing de conteúdo, melhorar a relevância da página nos sites de busca. Perfil pessoal ou fanpage? Os dois. No perfil pessoal, o usuário concentra as atividades do cotidiano – família, amigos, viagens etc. – e na fanpage, o conteúdo profissional – dicas, notícias que deem relevância ao trabalho etc. O conteúdo da fanpage deve ser compartilhado no perfil pessoal, isso aumenta a possibilidade de visualização. ”A ferramenta de algoritmo do Facebook restringe a entrega de conteúdo se não for patrocinado. Compartilhar no perfil pessoal aumenta a possibilidade de engajamento”, explica o professor Eduardo Soares, docente do Senac e especialista em redes sociais. No Facebook o profissional tem a chance de receber recomendações de clientes e conhecidos. Devo ter Instagram? Sim! Essa rede social permite um relacionamento mais próximo com os seguidores, especialmente usando a ferramenta stories, cujo conteúdo fica on-line por 24 horas e tem bastante possibilidade de acesso, por hashtags e localização. Devo fazer vídeos? Sempre. O Youtube é poderosa ferramenta de relacionamento em vídeo. Nesse modelo de conteúdo, a linguagem deve ser assertiva, direta, rápida e com conteúdo de qualidade para obter maior engajamento. Todo conteúdo em vídeo aparece antes no Facebook e também faz sucesso no Instagram. Mas, atenção: você deve postar o conteúdo separadamente em cada rede. Compartilhar o atalho do Youtube no Facebook, por exemplo, zera a possibilidade de obter resultados. Devo pagar pelas publicações? O uso das redes é gratuito. O alcance que as publicações poderão ter, entretanto, depende da estratégia adotada. Impulsionar publicações é uma delas, e deve se feita por profissionais da área, que conhecem as especificidades da ferramenta para alcançar o resultado pretendido.
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que essas lojas expõem na rede.
Revista Painel 18
Pixabay
Energia
Calor que vem do núcleo da Terra Entenda como é gerada a energia geotérmica e saiba como aproveitá-la no Brasil
C
onsiderada fonte de energia limpa e renovável, a energia geotérmica é aquela obtida a
partir do calor proveniente do interior do planeta Terra. Em algumas regiões, a liberação desse calor é mais intensa, principalmente, em países localizados sobre as junções das placas tectônicas. Segundo o último relatório REN21 (Renewables 2017 Global Status Report), no final de 2016, os países com maior capacidade de geração de energia geotérmica foram Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Nova Zelândia, México, Itália, Turquia, Islândia, Quênia e Japão.
Fonte: Traduzido do REN21 (Renewables 2017 Global Status Report)
AEAARP 19
Top 5 - países em geração de energia e calor, usando como fonte a energia geotérmica
de 150°C (geralmente vapor seco); média entalpia, com temperaturas entre 80°C e 150°C; ou baixa entalpia, com temperaturas abaixo de 80°C. Ainda segundo a publicação, no Brasil há potencial de alta temperatura geotérmica nas ilhas de Fernando de Noronha e Trindade e baixa temperatura (abaixo de 90°C) na região dos estados de Goiás, Mato Grosso e Santa Catarina. Apesar dos recursos geotérmicos existentes, a energia geotérmica encontrada no Brasil é utilizada predominantemente para fins turísticos e de recreação (banhos termais, etc.). Os principais locais com esse
Fonte: Adaptado de REN21, 2016 | Quadro retirado do artigo: “Um panorama sobre a energia geotérmica no Brasil e no Mundo Aspectos ambientais e econômicos”
tipo de atividade são Poços de Caldas (MG), Caldas Novas (GO) e Piratuba (SC). Outros locais que aproveitam a energia geotérmica são as cidades: Cornélio
HISTÓRIA O prefixo “geo” significa terra e o sufixo “térmica”, calor. Segundo o portal Energia, a primeira tentativa de gerar eletricidade de fontes geotérmicas aconteceu em 1904, em Larderello, na região da Toscana (Itália). Mas, a força da natureza foi mais forte e as máquinas foram destruídas com a presença de substâncias químicas contidas no vapor que subia das águas subterrâneas.
Procópio (PR), onde uma indústria utiliza desde 1980 água geotérmica (50°C) bombeada de dois poços na produção de café, e Taubaté (SP), onde foi utilizada água geotérmica (48°C) no processamento industrial de madeira (entre 1970 e 1980).
De acordo com o artigo científico Um panorama sobre a energia geotérmica no Brasil e no Mundo: Aspectos ambientais e econômicos, existem duas formas de aproveitar a energia geotérmica: o uso direto para fins residenciais, industriais, agrícolas, recreativos, de secagem, entre outros; e o uso indireto, com a geração de eletricidade em usinas semelhantes às centrais elétricas convencionais. Entretanto, apenas 10% do planeta têm zonas propícias para instalação de centrais geotérmicas.
O artigo Um panorama sobre a energia geotérmica no Brasil e no Mundo: Aspectos ambientais e econômicos foi escrito por cinco profissionais: a economista Adriana Fiorotti Campos, a engenheira mecânica Cynthia de Barros Lima Scarpati, o administrador Luan Tolentino dos Santos, o tecnólogo em petróleo e gás Uonis Raasch Pagel e o administrador Victor Hugo Alves de Souza. O artigo foi publicado em 2017, pela Revista Espacios (revista acadêmica que divulga estudos e pesquisas nas áreas de engenharia de produção, política e gestão de ciência e tecnologia, inovação, gestão de tecnologia, educação e áreas afins).
Devido à localização geográfica do Brasil,
Segundo o artigo Potencialidade de utilização da energia geotérmica no Brasil – uma revisão de literatura, há indícios de aproveitamento da energia geotérmica proveniente do Aquífero Guarani (região que abrange Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). De acordo com especialistas, apesar das baixas temperaturas (máximo de 70°C), é possível explorar os reservatórios geotérmicos do aquífero em aplicações agrícolas e industriais. Para fins agroindustriais, por exemplo, normalmente, é usada água entre 37°C e 75°C para lavagem de couro de animais, secagem de grãos, pasteurizações
que está no interior da placa tectônica Sul-
Basicamente, as zonas térmicas mundiais
e climatização de criatório de animais. Em-
-Americana, o país tem potencial apenas
podem ser classificadas de acordo com a
bora não haja estudos experimentais que
para o uso direto. Segundo especialistas,
entalpia (grandeza física que mede a máxi-
visem a exploração da energia geotérmica
gerar energia elétrica a partir da energia
ma energia de um sistema termodinâmico)
no Brasil para fins de eletricidade, especia-
geotérmica no país seria necessário alto
específica dos fluídos nelas presentes, sen-
listas ponderam que o uso desse recurso
investimento sem garantias de sucesso.
do: alta entalpia, com temperaturas acima
para usos diretos é bastante promissor.
Revista Painel 20
O artigo científico Potencialidade de utilização da energia geotérmica no Brasil – uma revisão de literatura foi assinado por seis pessoas: Nathana Karina Swarowski Arboit, Samara Terezinha Decezaro, Gilneia Mello do Amaral, Tiago Liberalesso, Vinicio Michael Mayer e Pedro Daniel da Cunha Kemerich. Quando o artigo foi publicado em 2013, pela Revista do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), Pedro era professor assistente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e os outros cinco autores eram acadêmicos do curso de engenharia ambiental da mesma instituição.
de poluentes nocivos na atmosfera, o portal
corretamente e reinjetados nos reserva-
de notícias Nexo publicou uma reportagem,
tórios de onde foram tirados. Segundo
em junho de 2016, contando a história de
a reportagem, esses cuidados não foram
uma usina geotérmica localizada em Cerro
tomados em Cerro Prieto.
Prieto (vulcão localizado a 30 km da fron-
De acordo com as publicações científi-
teira entre México e Estados Unidos), que
cas, a geração de energia geotérmica pode
deixou terras completamente salinizadas
ocasionar outros impactos ambientais: o
e improdutivas e uma lagoa poluída, pre-
aluimento (desmoronamento pela ação
judicando famílias e agricultores da região.
erosiva subterrânea de águas infiltradas) da terra, o ruído (poluição sonora), além
Veja a reportagem completa produzida pelo portal Nexo, no endereço eletrônico da AEAARP, na
do aumento da temperatura no entorno da usina geotérmica, ocasionada pela liberação de vapores na atmosfera. Em relação
área Notícias.
ao aluimento da terra, a reinjeção do fluido
www.aeaarp.org.br
desse fenômeno. Vale destacar que para a
na crosta é a principal forma de prevenção construção de uma usina não é necessário
Vantagens e desvantagens
Os especialistas explicam que junto ao
desmatamento e desvio do curso de rios.
A energia geotérmica é considerada
vapor do subsolo pode subir uma salmoura
vantajosa por ser disponível 24 horas por
corrosiva, além de gases nocivos como
Centrais geotérmicas
dia e em todas as estações do ano, diferen-
ácido sulfídrico, metano, arsênico, amo-
As centrais geotérmicas são as usinas
temente, de outras fontes como a energia
níaco, sílica, radônio e boro que, quando
que aproveitam os fluidos geotérmicos,
eólica e solar, por exemplo, que dependem
lançados no ecossistema, podem gerar
que estão em altas temperaturas (acima
das condições climáticas. Embora alguns
danos. Eles também ponderaram que
de 150°C), para movimentar turbinas e
especialistas e publicações afirmem que a
uma usina geotérmica só é sustentável se
gerar eletricidade. Isso é possível através
energia geotérmica apresenta baixa emissão
os fluidos do subsolo forem manipulados
da perfuração de poços que alcancem os
Fonte: Portal Nexo
AEAARP 21
reservatórios subterrâneos e trazem o
alto e de risco, pois não há ga-
vapor da água quente de alta pressão para
rantia de que dará certo. Para
a superfície. Esse vapor é conduzido até as
aumentar a exploração da ener-
turbinas, fazendo girar suas pás, transfor-
gia geotérmica e reduzir cus-
mando a energia mecânica em energia elé-
tos com perdas de máquinas,
trica. Na sequência, o vapor é condensado
métodos mais avançados
(através do processo de arrefecimento) e
de perfuração estão sendo
devolvido para os reservatórios subterrâ-
desenvolvidos; o que pode
neos. Assim, preserva-se o equilíbrio e a
contribuir para o desenvol-
sustentabilidade do processo.
vimento do setor no mundo.
Assista ao vídeo que explica o funcionamento das centrais
Futuro incerto Segundo o Banco de De-
geotérmicas, no endereço eletrônico
senvolvimento da América
da AEAARP, na área Notícias.
Latina, o continente tem grande
www.aeaarp.org.br
potencial geotérmico, com cerca de 15% do total da capacidade geotérmica mundial; o México está
Poços geotérmicos Os custos de perfuração dos poços
no topo da lista. Tanto em países de-
geotérmicos são muito altos. Segundo
senvolvidos quanto em países em desen-
especialistas entrevistados pelo portal
volvimento, existe uma demanda crescen-
Nexo, embora ocorram vários estudos de
te no consumo de energia. Os problemas
potencial geotérmico antes da perfuração,
vão além de suprir essa demanda. Com a
só é possível saber a real capacidade do
possível escassez dos combustíveis fósseis
reservatório subterrâneo quando os poços
e a pressão por soluções sustentáveis, o
são perfurados. As técnicas de perfuração
uso de recursos energéticos renováveis
são similares às de um poço de petróleo.
tende a aumentar. A energia geotérmica
Segundo a reportagem, os custos para
tornou-se mais uma possibilidade para
perfurar um único poço com profundi-
ajudar nessa questão. Veja a seguir os
dade de até 5 mil metros pode chegar a
Indicadores de Energia Renovável 2016,
US$ 6 milhões. O valor é considerado
publicado pelo REN21.
Pixabay
Fonte: Adaptado do REN21 (Renewables 2017 Global Status Report)
Revista Painel 22
Evento
Inovação e tecnologia em pauta A AEAARP recebeu mais de 200 pessoas nas três noites da 9ª Semana de Tecnologia da Construção
N
a construção, produtividade, economia e tecnologia são pilares que suportam cargas semelhantes, distribuindo os pesos entre si para resultar em eficiência. São esses os objetivos que pautam o método Lean Construction, adotado na
construção da Vila Olímpica no Rio de Janeiro (RJ). É também o desafio de quem ergue verdadeiras obras de arte da engenharia, como a ponte Anita Garibaldi, em Laguna (SC), e daqueles que criam projetos com a metodologia do Design Thinking. Na 9ª Semana de Tecnologia da Construção, as experiências e os conceitos aplicados nas grandes obras do país foram apresentadas por quem estuda, executa e pensa nesses assuntos.
AEAARP 23
Glêdson Pereira Lima
Catão Francisco Ribeiro
César Muniz
Arte
Design
O engenheiro Catão Francisco Ribeiro
O arquiteto e urbanista Cézar Muniz,
mostrou em sua palestra os métodos
docente da Fundação Armando Alvares
construtivos adotados no projeto da ponte
Penteado (FAAP), detalhou o modo de
Anita Garibaldi, em Santa Catarina. Segun-
pensar do Design Thinking para aplicar em
do ele, cada vão de 55 metros de extensão
inovação na construção civil. Ele ressaltou
era finalizado em uma semana. Assim
que “fenômenos do mundo contemporâ-
como no Rio de Janeiro, para a construção
neo, como a conectatividade, a aceleração,
Construção enxuta
dessa ponte os elementos pré-fabricados
a concentração e a hipercompetição” exi-
O arquiteto e urbanista Glêdson Pereira
foram feitos no canteiro de obras.
gem inovação em todas as áreas.
Todas as palestras foram transmitidas ao vivo pelo Facebook e podem ser assistidas na íntegra a qualquer momento. Veja na biblioteca de vídeos da página da AEAARP na rede social. www.facebook.com/AEAARP
Lima mostrou em sua palestra a expe-
A ponte Anita Garibaldi tem quase três
Neste sentido, o design passa a ser um
riência do conceito Lean Construction
quilômetros de extensão, é estaiada e cur-
elemento de inovação, e não somente
(construção enxuta) na construção das
va, o que acrescenta desafio no processo.
uma forma. O design passa a ter função,
31 torres de apartamentos de alto padrão
Catão contou que, quando as duas partes
mais do que algo a ser contemplado. Na
na Vila Olímpica, no Rio de Janeiro. Ele é
da ponte estavam prestes a se encontrar,
construção o conceito é aplicado, por
professor do Instituto de Pós-Graduação e
os técnicos descobriram que havia uma
exemplo, em projetos personalizáveis. “Até
Graduação (IPOG) e participou do projeto.
diferença na altura que resultaria em um
bem pouco tempo, quando uma empresa
Glêdson explicou que o Lean é uma
degrau de 40 centímetros. “Mas, carros
desenvolvia tecnologia inovadora, se
não sobem degraus”, brincou.
situava no mercado com certo conforto
“filosofia gerencial para eliminar processos que não agregam valor à obra, ao fluxo
A solução foi afrouxar os estais de um
e chance de realizar negócios”, lembrou.
produtivo contínuo e à simultaneidade
lado e esticar do outro até que o ponto
Hoje, entretanto, o ciclo produtivo é tão
de atividades”. No modelo tradicional,
certo fosse atingido. O resultado foi
acelerado que a inovação não garante o
por exemplo, o planejamento embute
positivo, apesar de ter causado ruptura
sucesso da empresa, o ciclo criativo e o
taxa de ineficiência média. No Lean, isso
no concreto em um dos lados. A solução
pensamento inovador sim.
é eliminado, uma vez que todos os pro-
foi concretar e adicionar proteção para
cessos são planejados tendo em vista a
estabilizar e garantir a segurança.
eficiência, economia, sustentabilidade e redução de prazos.
Catão apresentou também o projeto da ponte que ligará a ilha de Itaparica a
Na Vila Olímpica, a construção contou
Salvador (BA), que está em fase licitatória.
com elementos pré-fabricados no próprio
Ele mostrou aos participantes o projeto ar-
canteiro de obras, reduzindo a movimen-
quitetônico e os conceitos desenvolvidos
tação de caminhões e ganhando tempo.
para esse desafio.
Até o final deste ano, a AEAARP realizará semanas de Meio Ambiente, Arquitetura e Urbanismo e Engenharia. Veja a programação detalhada no portal www.aeaarp.org.br.
www.aeaarp.org.br
Revista Painel 24
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crea-sp
Decisão Normativa detalha punições por acobertamento Lei Federal 5.194/66 Seção III
II – para o caso do profissional apenado
Do exercício ilegal da Profissão Art. 6º - Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo: a) a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços, públicos ou privados, reservados aos profissionais de que trata esta Lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais: b) o profissional que se incumbir de atividades estranhas às atribuições discriminadas em seu registro;
pela segunda vez, em caráter de reincidência, deverá ser aplicada a multa com o dobro do valor estabelecido na alínea “d” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966; e III – para o caso do profissional apenado pela terceira vez, em caráter de nova
c) o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas, organizações ou empresas executoras de obras e serviços sem sua real participação nos trabalhos delas;
reincidência, deverá ser aplicada a multa
d) o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em atividade;
alínea “d” do art. 73 da Lei nº 5.194, de
e) a firma, organização ou sociedade que, na qualidade de pessoa jurídica, exercer atribuições reservadas aos profissionais da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, com infringência do disposto no parágrafo único do Art. 8º desta Lei.
A
com o dobro do valor estabelecido na 1966, concomitantemente com a aplicação de suspensão temporária do exercício profissional, nos termos previstos na alínea “d” do art. 71 e no art. 74 da Lei
Decisão Normativa Nº 111/2017
sitado e julgado por infringirem a alínea
define critérios de análise de ARTs
“c” do Artigo 6º da Lei Federal 5.194/66
O art. 11 da Decisão Normativa
que são objeto de fiscalização.
(veja no box), estão sujeitos a penalidades
111/2017, estabelece que, para o profis-
obedecendo aos seguintes critérios:
sional apenado pela terceira vez e que for
Os critérios são qualitativos e quantita-
nº 5.194, de 1966.”
tivos e o documento também define as
“I – para o caso do profissional apenado
constatado novamente indício de acober-
penalidades que devem ser aplicadas.
pela primeira vez, deverá ser aplicada a
tamento, deverá ser instaurado processo
No Capítulo II (Da Dosimetria e Aplicação
multa com o valor estabelecido na alínea
por infração ao art. 75 da Lei Federal
de Penalidades), define que os profissionais
“d” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966 [de
5.194/1966. O cancelamento do registro
que forem condenados em processo tran-
meio a um valor de referência];
se dá por má conduta pública.
AEAARP 25
História
A luta da AEAARP pela sede própria
O
primeiro espaço próprio ocu-
nas casas de associados – uma delas, o
Antonio Duarte Nogueira, doou o terreno
pado pela AEAARP foi um con-
Palacete Innecchi, casarão imponente
onde hoje está instalada a Associação.
junto de salas no Edifício Padre
que foi demolido nos anos de 1990 – e
O episódio mais curioso da luta pela sede
Euclides, adquirido na planta e pago em
em locais cedidos ou alugados por outras
própria aconteceu em 1954, quando foi
parcelas. A instalação da entidade neste
entidades, como o Sindicato Rural e o
apresentada à diretoria a proposta de com-
espaço coincide com a verticalização da
Aeroclube de Ribeirão Preto.
pra de uma ilha no Rio Pardo, negociação
cidade. A inauguração aconteceu em dezembro de 1969.
Cinco anos depois da inauguração das salas
registrada nos documentos como “assaz
no Padre Euclides, a mudança voltou à pauta.
interessante”. O objetivo seria o de instituir
Até esse momento, entretanto, direto-
A direção buscava um local afastado do cen-
uma sede de campo com a possibilidade de
res, conselheiros e associados passaram
tro da cidade para fugir do fluxo de veículos.
implantar uma pequena lavoura que desse
por longo período de mudanças. Reuniam-
No início dos anos de 1980, a Prefeitura
conta de parte das despesas da entidade.
-se nos porões de prédios em construção,
Municipal, sob o comando do então prefeito
A negociação, entretanto, não prosperou.
Revista Painel 26
notas e cursos Conselho O engenheiro mecânico Giulio Roberto Azevedo Prado foi eleito
Novos Associados
presidente do Conselho Deliberativo da AEAARP. A votação aconteceu na reunião de abril. Veja na próxima edição da Painel o perfil completo e os planos de Giulio para o Conselho.
Renato Ribeiro Soares Arquiteto e urbanista Sylvio de Manzano Nogueira Arquiteto e urbanista Marta Maria Rossi Engenheira agrônoma Marcelo Verri Baratella Engenheiro agrônomo
Ana Carolina C. Donaires Gaiofatto Engenheira civil
Os engenheiros Carlos Alencastre, Vinícius Marchese e Giulio Roberto Azevedo Prado reuniram-se em São Paulo, na sede do CREA-SP, para alinhar ações conjuntas das duas instituições. Vinícius, que preside o CREA-SP, recebeu do presidente da AEAARP e do presidente do Conselho Deliberativo da Associação a programação especial dos 70 anos da entidade.
Ana Flávia Santos Mimo Engenheira civil
Vitor Nucci dos Santos Engenheiro civil
Waldir Paiva Gebrin Engenheiro civil
João Manoel S. Braga Engenheiro de minas Marcelo Amaral Lolato Técnico agrícola
Agrishow 2018
Airton Granero Técnico em eletrotécnica Luis Fumagali Técnico eletrotécnico Ana Carolina de Oliveira Lago Estudante de arquitetura e urbanismo Gabriela Chinarelli Cardoso Estudante de arquitetura e urbanismo Lethicia Risaffi Batista Estudante de arquitetura e urbanismo
A AEAARP participou da solenidade do prêmio Deusa Ceres, da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP), que aconteceu durante a Agrishow 2018 e homenageou Marcos Landell. Ele recebeu a homenagem principal
Pedro Augusto Verdun Estudante de arquitetura e urbanismo Rangel Leandro Romão Estudante de engenharia agronômica
do evento. Diretores e conselheiros da AEAARP visitaram a feira e conheceram os
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avanços em pesquisas e equipamentos agrícolas.
Escolha sempre a AEAARP na sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Alínea 46 fortalece a atuação da sua entidade de classe.
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