Painel - edição 280 - jul.2018

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painel Ano XI nº 280 julho/ 2018

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Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

inove, seja diferente

Empresas buscam por profissionais que agreguem experiências pessoais e culturais ao domínio da técnica; veja o que pensam os recrutadores e os candidatos Engenharia

No Brasil, asfalto rodoviário tem vida curta

Meio ambiente

Evento debate a Política Municipal de Resíduos Sólidos

70 anos

AEAARP reviverá noite de 1948



Associações metropolitanas Instituir a Região Metropolitana de Ribeirão Preto impõe desafios, muitos já expostos aqui na revista Painel. O maior, em minha opinião, é o gerenciamento dos resíduos sólidos. Ribeirão Preto é o município da Região que mais gera resíduos. A disposição, entretanto, não acontece em nosso território – o aterro utilizado é o de Guatapará, há cerca de 60 quilômetros. A nossa cidade, entretanto, é talvez a que tenha a gestão mais bem resolvida, ainda que existam muitas falhas e um longo caminho a ser percorrido.

palavra do presidente

Eng. civil Carlos Alencastre

Na AEAARP, abrimos o debate sobre essa questão na Semana de Meio Ambiente. A entidade também integra a comissão da Região Metropolitana que se dedica a este tema. A função da entidade de classe, nesse caso, é fazer com que o tema mantenha-se em pauta e que a solução seja encaminhada tecnicamente; isto é, sem privilegiar questões econômicas, pessoais, políticas ou empresariais. E como podemos contribuir? As engenharias, a arquitetura, o urbanismo e a agronomia têm as soluções para os principais problemas das cidades. No caso específico dos resíduos, nós temos o conhecimento necessário para o planejamento, a logística, os equipamentos e as alternativas ambientais para a gestão. Abrir, estimular e participar desse debate é a nossa função institucional. Sobretudo, é também como mostramos para a sociedade a relevância das nossas profissões.


painel Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente Diretoria Operacional Diretor administrativo - eng. agr. Callil João Filho Diretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho Diretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves Diretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos

índice especial

Mercado de trabalho: além da formação

05

70 anos 10

Diretoria Funcional Diretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza Leite Diretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor social - eng. civil Rodrigo Araújo Diretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino Diretoria Técnica Agronomia - eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arquitetura - arq.urb. Marta Benedini Vechi Engenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli

Noite de Gala vai celebrar os 70 anos da AEAARP

Conselho Presidente: Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado

PAVIMENTAÇÃO 12

Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. civil Edgard Cury Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Eng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Roberto Maestrello Eng. civil Wilson Luiz Laguna Eng. elet. Hideo Kumasaka Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani Arquiteta e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares

No Brasil, asfalto rodoviário tem vida curta

Tecnologia 16 Interior de SP possui Vale do Silício da Agricultura

História

O embate com a Prefeitura

20

Evento 22 CREA-sp 24

Conselheiros suplentes Eng. civil Marcos Tavares Canini Eng. mec. Fernando Antonio Cauchick Carlucci Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Eng. agr. José Roberto Scarpellini

notaS e cursos 26

REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@aeaarp.org.br

Semana de Meio Ambiente teve debate e ação educativa

Resolução n° 1.099, de 24 de maio de 2018

Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editoras: Blanche Amâncio – MTb 20907, Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044, Flavia Amarante – MTb 34330 Foto capa: Freepik Comercial: Angela Soares – 16 2102.1700

Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

Tiragem: 3.000 exemplares Locação: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.


AEAARP AEAARP 55

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especial

Mercado de trabalho: além da formação O candidato perfeito é eclético, tem sólida formação técnica, domina outros idiomas, tem experiências que vão além da técnica, respeita a diversidade, é empreendedor, inovador e usa tudo isso a seu favor


Revista Painel Painel Revista 66

N

ão basta ter um currículo aca-

“O recrutamento é feito pela técnica e

demicamente perfeito, com

experiências profissionais, mas também

formação técnica exemplar.

observamos habilidades interpessoais,

O mercado de trabalho mudou e o pro-

ou seja, comportamentos, competências

fissional com formação tradicional está

e habilidades”, explica Caio.

perdendo espaço para o candidato à vaga que tenha perfil mais dinâmico e diferentes habilidades.

Habilidade X Competência Conhecer a diferença entre habilidade

Camila Dalla Valle do Couto, gerente de

e competência é fundamental para o

Pessoas e Gestão do Corporativo da Bild

direcionamento correto da atuação pro-

Desenvolvimento Imobiliário, de Ribei-

fissional. Um candidato com muitas habi-

rão Preto (SP), explica que as empresas

lidades pode não despertar o interesse das

procuram por perfis empreendedores,

empresas se não possuir as competências

inquietos, que queiram inovar e busquem

necessárias para desenvolver a função. Da

desafios. “São profissionais atentos às

mesma forma, um profissional não será

novas tecnologias, proativos e que estão

competente sem as habilidades exigidas.

sempre buscando fazer algo melhor em

Caio Bittencourt define: habilidade é

seu trabalho”, afirma.

saber fazer, a capacidade adquirida. Já

A boa formação acadêmica e fluência

a competência é o talento pessoal para

em outro idioma são requisitos básicos.

desempenhar a profissão aliada à habili-

A capacidade de interagir em ambientes

dade. “Um profissional estuda e adquire a

competitivos, ter iniciativa, saber convi-

habilidade de gestão de projetos, porém

ver e respeitar a diversidade, provocar e

será competente quando conseguir colo-

adaptar-se às mudanças são característi-

car a habilidade na prática e alcançar os

cas que se destacam aos olhos dos recru-

objetivos estabelecidos em um projeto”,

tadores, segundo Caio Bittencourt, diretor

completa o engenheiro mecânico, Luís

da DNA Outplacement Brasil, empresa

Salatiel, que também atua na área de

especializada em transição de carreira.

formação de líderes.


AEAARP AEAARP

1-Boa comunicação Saber se comunicar é essencial para qualquer trabalho. Os recrutadores sempre buscam pessoas que sabem se expressar, que escrevem com clareza e falam de maneira articulada.

01

2-Capacidade de resolver problemas A maioria dos processos seletivos envolvem testes: os recrutadores querem saber como o candidato se sai resolvendo problemas. Isso inclui raciocínio lógico, criatividade e experiência.

02

03

3-Organização e planejamento Trabalhar com foco no objetivo, organizar a agenda e planejar as tarefas de acordo com os prazos.

04

8 habilidades mais requisitadas pelas empresas 05

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08

77

4- Respeito pela diversidade Uma empresa é composta por pessoas de culturas, gostos, gêneros, religiões, opções sexuais e tantas outras coisas diferentes. O candidato deve demonstrar respeito legítimo pelas diferenças, o que contribui para manter o clima organizacional positivo.

5- Trabalho em equipe Essa característica não é nova, mas segue entre as mais valorizadas por empresas que estão em busca de um novo colaborador.

6- Atitude empreendedora Atitude empreendedora e inovação não são características inerentes aos brasileiros e apesar de estarem associadas a empreendedores e empresários, muitas organizações também buscam com afinco essa habilidade nos candidatos aos postos de trabalho. 7-Criatividade Transformar incertezas em oportunidades. Utilizar a criatividade no ambiente de trabalho para melhorar as relações entre os seus clientes.

8- Facilidade para aprender Lidar diariamente com novos desafios, desenvolver novas competências de maneira ágil e proativa, adaptar-se a novos cenários e situações que mudam continuamente no dia a dia de qualquer empresa. Fonte: Portal 99jobs e Blog Escolha Consciente, do Unipê - Centro Universitário de João Pessoa


Revista Painel Painel Revista

Profissional eclético

dois livros: Engenheiro Liderança e Pro-

De acordo com Camila, o perfil do

dutividade e Terceirização na Engenharia.

profissional eclético é o da diversidade

Ele conta que no início da carreira, por

cultural, novas ideias e facilidade de

uma sequência de imprevistos, ocupou

adaptação. “Esse profissional valoriza

uma posição de liderança e adquiriu co-

outras formas de cultura e é mais flexível

nhecimento no tema. “Estar na liderança

quanto a conceitos, práticas, trazendo

me ajudou a desenvolver a carreira e a

para o ambiente corporativo visões mais

empreender na criação da minha empresa.

enriquecidas”, destaca. Para Caio, esse tipo

Porém, como sou apaixonado pelo traba-

de profissional tem a capacidade de pensar

lho de engenharia, fui me especializando

“fora da caixa” em cenários distintos. “Em

tecnicamente e desconstruindo a teoria

tempos de projetos disruptivos, entender

de carreira unidirecional”.

Luís Fernando Alberto Lopes trabalhando em uma obra

que o que se faz hoje pode não ser neces-

O engenheiro de produção, Luís Fer-

sário amanhã e manter-se em constante

nando Alberto Lopes, 24 anos, se desta-

nha mente para novas opiniões, novas

evolução é o segredo”, afirma.

cou profissionalmente ainda no estágio.

ideias, melhorando minha capacidade de

Para o engenheiro Luís, o profissional

Em 2016 começou a trabalhar em uma

relacionamento e diálogo com os outros,

eclético possui competências técnicas e

obra que estava na fase de fundação.

características imprescindíveis na área

capacidade de gestão de pessoas. “De nada

Foi assistente de produção e assumiu a

que atuo”, diz.

adianta um conhecimento especializado,

supervisão da execução da periferia da

uma grande ideia, se não conhecer os fa-

obra. Formado, assumiu a supervisão da

Arquitetura

tores motivacionais de uma equipe, gestão

execução da torre. “Fui efetivado e assumi

O arquiteto Ricardo Hofer, 39 anos,

de conflitos, empatia etc. Desta maneira o

um cargo em que conhecimento técnico

formado desde 2001 pela Pontifícia Uni-

profissional com perfil eclético tem mais

e experiência são essenciais. No pico da

versidade Católica de Campinas (PUC),

chance de ser bem-sucedido”, enfatiza.

obra, tínhamos cerca de 200 colaborado-

começou a carreira desenvolvendo tra-

res, 20 serviços em execução simultâneos,

balhos para escritórios de arquitetura e

Engenharia

duas a três entregas de materiais diárias,

em 2013 abriu seu próprio espaço em

Aos 43 anos, Luís atua como engenheiro

cinco máquinas diferentes em operação,

de projetos e inspeção de caldeiras, vasos

Divulgação

88

dentre outras”, destaca.

de pressão e tubulação, é proprietário de

Pró-atividade, boa comunicação, gestão

uma empresa de projetos e consultoria,

de equipe e, principalmente, organização

formando líderes e equipes, e autor de

e planejamento foram características que o destacaram dos colegas. E, tem mais: desenvolvimento de outras habilidades (na graduação, ele atuou na área de marketing e na área de administração e finanças na empresa experimental do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos-UFSCar) e experiência no exterior. Luís Fernando estudou Engenharia durante um ano na Irlanda, por meio do programa Ciência sem Fronteiras.

Luís Salatiel

Divulgação

Divulgação

“Estudar sob o olhar de outra cultura com enfoques tão diferentes dos nossos e, ainda, ter o contato e convívio com estudantes internacionais abriram mi-

Ricardo Hofer


AEAARP AEAARP 99

Campinas (SP). Desde então, cria projetos

Agronomia

tes, aprendeu sobre soja e cana e se interes-

comerciais, residenciais e gerencia obras.

Aos 30 anos, a engenheira agrônoma

sou pelas máquinas. “Quando tive contato

Para ele, a formação ampla é essencial

Carla Segatto Strini Paixão inspira profis-

com a colhedora de soja, descobri a minha

para a realização de um projeto de qua-

sionais e estudantes. Formada pela Unesp

paixão”, conta. Hoje, divide seu tempo entre

lidade. “Em cada projeto, nos deparamos

de Jaboticabal (SP), tem mestrado e douto-

as aulas em Sorocaba (SP) e Ribeirão Preto e

com situações diferentes, onde essas

rado em Máquinas e Mecanização Agrícola

escreve sobre mecanização em uma revista

referências variadas auxiliam na solução

e é docente no Centro Universitário Moura

voltada para o setor agrícola.

de demandas”, diz.

Lacerda e da Universidade de Sorocaba.

“Já sofri preconceito. Aparento ser mais

Ele destaca que viajar é essencial para

Filha de agrônomo, nunca teve a preten-

nova do que sou e a minha área é um pou-

o profissional de arquitetura e urbanis-

são de seguir a profissão; a única certeza

co machista. Só que, quando eu começo a

mo. “A cada viagem que fazemos nos

que tinha era a de que queria ser professo-

dar aula, muitos alunos gostam da matéria

enriquecemos de novas possibilidades

ra, foi por isso que escolheu a agronomia.

justamente por eu ter bastante prática de

e quando sentamos para projetar, todas

No decorrer da faculdade, trabalhou na

campo. Nas minhas aulas e palestras, cito

essas experiências vêm imediatamente ao

propriedade da família, em Conceição das

muitos momentos que passei e as pessoas

inconsciente, embasando tanto a fase de

Alagoas (MG), onde era a única mulher.

se identificam com as situações que eu

criatividade quanto a fase de desenvolvimento técnico dos projetos”.

Morou lá durante cinco anos. Conviveu com funcionários mais velhos e experien-

coloco. Isso me ajudou muito e me ajuda até hoje”, conta.

4 tendências de contratação para 2018 A pesquisa Tendências Globais de Recrutamento para 2018, realizada pelo LinkedIn, rede social de negócios, identificou as quatro grandes tendências de contratação para 2018. Foram entrevistados nove mil recrutadores e gestores de contratações de 39 países, incluindo o Brasil. De acordo com a pesquisa, a diversidade é uma questão cada vez mais valorizada pelas empresas: 78% delas declaram que priorizam a diversidade na contratação como forma de ressaltar a cultura da organização e 62% acreditam que a diversidade no recrutamento ajuda a melhorar os resultados financeiros. Outra tendência de contratação são as novas ferramentas de entrevista. As tradicionais ainda serão feitas nas organizações; mas, devido à superficialidade e ineficiência desse modelo, estão dando espaço a técnicas como o uso de softwares on-line que avaliam habilidades interpessoais dos candidatos; audição em que o candidato realiza um trabalho real e é avaliado por isso; entrevistas informais, geralmente, realizadas em um almoço ou café; simulações em realidade virtual para testar as habilidades; entrevistas em vídeo — ao vivo ou gravadas. 64% dos recrutadores usam softwares de análise de dados e estatísticas

35% disseram que a Inteligência Artificial impacta a forma de seleção dos candidatos, mas poucos sabem como isso funciona. Existe um software que permite automatizar pesquisas de candidatos e encontrar rapidamente prospectos que correspondam aos seus critérios. É assim que funciona. Fonte: LinkedIn

Divulgação

79% declararam que pretendem usar essas ferramentas nos próximos dois anos

Carla Paixão


Revista Painel Painel Revista 10 10

70 anos

O Coral Som Geométrico se apresentará no Theatro Pedro II junto com a Orquestra Sinfônica

Noite de Gala vai celebrar os 70 anos da AEAARP Evento será no Theatro Pedro II


AEAARP 11

Wikimedia

N

o dia 19 de setembro próximo, a

Na Noite de Gala dos 70 anos da

AEAARP vai recriar a noite do dia

AEAARP, a Orquestra Sinfônica vai

22 de outubro de 1948, quando

executar músicas de trilhas sonoras de

ocorreu a cerimônia de instalação solene

grandes sucessos do cinema mundial;

da Associação. Há 70 anos, o evento acon-

cinco delas serão cantadas pelo coral

teceu no salão nobre do Centro Médico

Som Geométrico, grupo vocal da AEAARP

de Ribeirão Preto com a apresentação da

iniciado nos anos de 1990. A engenheira e

Orquestra Sinfônica, tendo como solista a

maestrina Regina Foresti confessa que está

pianista Olga Tarlá, um dos grandes nomes

ansiosa com a oportunidade de colocar o

da música da cidade. Tudo foi transmitido

seu grupo no palco do Theatro Pedro II,

ao vivo pela PRA-7, uma das primeiras

acompanhando uma das orquestras mais

emissoras de rádio do país.

tradicionais do país. “E para homenagear

Na reedição do evento, haverá também

os 70 anos da associação, o que transforma

um concerto com a Orquestra, desta

tudo em uma grande oportunidade e um

vez no Theatro Pedro II. “Mantivemos

gigantesco desafio”, fala.

a essência daquela noite, que foi a de

Para completar, a cerimônia será trans-

valorizar a organização de uma entidade

mitida pelo Facebook, mantendo a se-

de profissionais, e incluímos elementos

quência dos acontecimentos e incluindo

que são próprios da nossa época, além

ferramentas atuais.

de inserirmos atrações que contam a

Os convites para a Noite de Gala serão

nossa própria história”, explica o enge-

vendidos na AEAARP e na bilheteria do

nheiro Arlindo Sicchieri Filho, diretor da

Theatro Pedro II. Toda a renda obtida

AEAARP que está à frente da organização

será doada a uma entidade beneficente

deste evento.

da cidade.

AEAARP ano 1

1

1948 2018

Cerimônia solene no Centro Médico

Apresentação da Orquestra Sinfônica

Solista: Olga Tarlá Transmissão ao vivo pela PRA-7

AEAARP 70 anos Noite de Gala no Theatro Pedro II

Apresentação da Orquestra Sinfônica Participação especial: Coral Som Geométrico Facebook Live


Revista Painel Painel Revista 12 12

PAVIMENTAÇÃO

No Brasil, asfalto rodoviário tem vida curta Projetado para durar até 12 anos, em alguns locais problemas surgem em sete meses

O

cientista sueco Etienne Jeoffroy desenvolveu uma massa de betume magnética para a restauração do asfalto. Funciona assim: aplicado em pequenos buracos e rachaduras, as nanopartículas de óxido de ferro misturadas ao betume aquecem

o asfalto através de um campo magnético. Depois de derretida, a massa betuminosa se infiltra nas fissuras e fim, o pavimento está recuperado. Se na Suécia há um cientista como Etienne buscando soluções rápidas para melhorar a pavimentação das rodovias, no Brasil os especialistas ainda buscam formas de aumentar a durabilidade, melhorar as técnicas

Divulgação CNT

construtivas e garantir o atendimento de normas técnicas.

Hortolândia


AEAARP 13

12,3% das rodovias do Brasil são pavimentadas

60% das mercadorias são transportadas por rodovias

De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a pavimentação das rodovias brasileiras é projetada para durar de oito a 12 anos. Em alguns casos, porém, os problemas surgem em até sete meses após a obra. Nos Estados Unidos, a pavimentação das rodovias é projetada para resistir por

25 anos

Fonte: CNT

A tecnologia desenvolvida pelo cientista sueco está em fase inicial. É promessa para o futuro;

Fonte: Elaborado pela CNT com dados do SNV (2016), para o Brasil, e da Central Intelligence Agency (CIA), para os demais países

uma ideia que já foi patenteada e que, para ser produzida em escala, carece de parceiros comerciais. O estudo de Etienne Jeoffroy está disponível, em inglês, no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

O estudo identificou as principais causas do desgaste precoce dos pavimentos e apontou algumas melhorias. Os dados foram divididos em quatro categorias: método de dimensionamento, tecnologias e processo construtivo, manutenção e gerenciamento e fiscalização. Os métodos de dimensionamento de pavimentos flexíveis adotados no Brasil também foram comparados às técnicas usadas nos Estados Unidos, Japão e Portugal – países que estão entre os 13 melhores no ranking de qualidade de rodovias, do Relatório de Competitividade Global 2016-2017, do Fórum Econômico Mundial.

No estudo “Transporte Rodoviário: por que os pavimentos das rodovias do Brasil não duram?”, divulgado pela Confederação em 2017, o diagnóstico das fissuras da malha viária brasileira é bastante profundo. A qualidade da pavimentação das rodovias tem impacto direto em toda a cadeia econômica, uma vez que esse modelo responde por 90% da circulação de pessoas e 60% do transporte de mercadorias. Paradoxalmente, apenas 211.468 km de 1.720.756 km das rodovias brasileiras são pavimentados.

Nota: Os países com as melhores colocações no ranking de qualidade de rodovias do Relatório de Competitividade Global 2016-2017 são: 1º) Emirados Árabes, 2º) Singapura, 3º) Hong Kong, 4º) Holanda, 5º) Japão, 6º) França, 7º) Suíça, 8º) Áustria, 9º) Portugal, 10º) Dinamarca, 11º) Taiwan, 12º) Finlândia e 13º) Estados Unidos. Fonte: Elaborado pela CNT com dados do World Economic Forum, 2016-2017


Revista Revista Painel Painel

10 razões para a baixa durabilidade do pavimento das rodovias brasileiras 1 - Recursos insuficientes para obras de construção, manutenção e fiscalização. 2 - Problemas na manutenção preventiva dos pavimentos. 3- Ausência de política de gerenciamento dos pavimentos e de planejamento de manutenção: o Sistema de Gerência de Pavimentos carece de dados atualizados e confiáveis. 4 - Gastos excessivos com correções decorrentes da má execução de obras (até 24% do valor da obra), além de falhas técnicas na execução e ausência de controle de qualidade de matéria-prima.

5 - Deficiências na contratação de serviços de manutenção: quase 30% das rodovias federais não estão cobertas por contratos de manutenção. 6 - Uso de métodos e técnicas obsoletos na construção de rodovias:

Adotado na década de 1960, o método de dimensionamento usado no Brasil apresenta defasagem de 40 anos, em média, em relação a outros países. Um dos fatores que mais impactam o comportamento dos materiais do pavimento é o clima, principalmente as variações de temperatura e umidade. O método usado no Brasil não considera diferenças climáticas.

7 - Deficiências no controle e fiscalização de obras de construção de rodovias:

Até 2013, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não tinha parâmetros técnicos sobre as obras concluídas.

8 - Falta de fiscalização e controle de pesagem nas rodovias:

Número insuficiente de postos de pesagem e falta de investimento na conscientização dos usuários sobre os impactos do sobrepeso.

9 - Ausência de políticas públicas consistentes e de longo prazo para o setor rodoviário: a falta de planejamento e a escassez de recursos impedem o desenvolvimento do setor. 10 - Setor rodoviário sobrecarregado por falta de uma política multimodal e integrada, que garanta o equilíbrio da matriz de transporte no Brasil. Fonte: “Transporte Rodoviário: por que os pavimentos das rodovias do Brasil não duram?” – CNT 2017

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14 14


AEAARP 15

Depois das informações levantadas pelo estudo da CNT, especialistas detectaram algumas soluções de melhoria como: planejamento de manutenções preventivas com periodicidade adequada para manter as condições mínimas de Divulgação CNT

qualidade e funcionalidade do pavimento; adoção de critérios de contratação de obras, que considerem a qualidade técnica como fator preponderante sobre o preço; atualização do método de di-

Cidade Embu (SP), Rodovia SP-021, foto: 29/06/2017

mensionamento utilizado pelo Brasil com

ciclagem do pavimento; conscientização

recursos; adequação da capacidade de

adoção de novas técnicas e softwares

sobre a importância do cumprimento das

fiscalização das obras contratadas pelo

capazes de oferecer confiabilidade e pre-

normas técnicas na avaliação dos mate-

DNIT e ampliação da fiscalização de pe-

cisão aos projetos; análise do custo do

riais e na execução das obras; criação de

sagem nas rodovias brasileiras.

ciclo de vida do pavimento e de ensaios

um sistema efetivo de gerenciamento de

de materiais para seleção dos melhores

pavimentos; padronização dos critérios

insumos e alternativas tecnológicas.

de avaliação dos pavimentos e do tipo

Outras ideias também foram aponta-

de manutenção adotada; integração en-

das pelos profissionais, como o uso de

tre áreas responsáveis pela manutenção

materiais alternativos e técnicas de re-

e gestão dos pavimentos para otimizar

Veja o estudo completo da CNT na área Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br


Revista Painel 16

Tecnologia

Interior de SP possui Vale do Silício da Agricultura O Vale do Piracicaba abriga 18,6% das startups brasileiras Universidade de São Paulo - ESALQ - Museu e Centro de Ciências, Educação e Artes - Campus de Piracicaba


AEAARP 17

“E

cossistema tecnológico de

o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e

Piracicaba”, é assim que Sergio

o Centro de Energia Nuclear na Agricultura

Marcus Barbosa, gerente

(CENA), além de diversas startups e empre-

executivo da ESALQTec Incubadora

sas voltadas ao agronegócio, possibilitou

Tecnológica define o Vale do Piracicaba,

ao município ser referência no empreen-

também conhecido como AgTech Valley.

dedorismo tecnológico para o agronegócio.

Sergio é um dos idealizadores do mo-

A proposta foi inspirada no Vale do

vimento, lançado em 2016, com o intuito

Silício, na Califórnia, EUA, um polo de tec-

de reconhecer o ecossistema tecnológico

nologia ligado à universidade de Stanford.

de Piracicaba (SP) como responsável pela

“Piracicaba tem características semelhan-

geração de conhecimento e inovação

tes ao Vale do Silício. A nossa ideia é que

tecnológica para a agricultura. “O objetivo

o Vale do Piracicaba seja visto a partir da

do Vale do Piracicaba é divulgar o valor da

existência da ESALQ, assim como o Vale

região e reconhecê-la como local de reu-

do Silício é enxergado a partir da Univer-

nião de conhecimento e desenvolvimento

sidade de Stanford”, diz Sergio.

de tecnologias para a agricultura, atraindo

Ivano Gutz

novos talentos”, destaca.

Sergio explica que o Vale do Piracicaba é um movimento e não tem dono. “O Vale

Piracicaba possui todas as caracterís-

do Piracicaba vem se consolidando de

ticas de ambiente atrativo para o desen-

forma espontânea como um movimento

volvimento tecnológico da agricultura. A

orgânico, no qual as instituições públicas

cidade é destaque na produção de co-

e privadas utilizam sua marca de domínio

nhecimento e formação de profissionais

público como forma de seu reconhecimen-

altamente qualificados através de suas

to, resultando em uma rede colaborativa

universidades, como a Escola Superior

de vanguarda para o empreendedorismo

de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/

e a inovação na agricultura”.

USP), reconhecida internacionalmente em

A sociedade, de acordo com ele, é

conhecimentos e recursos de qualidade,

beneficiada através da movimentação do

Universidade Metodista de Piracicaba

setor imobiliário, serviços, instituições

(Unimep), Fatec, Escola de Engenharia de

de ensino, proporcionando geração de

Piracicaba (EEP) e Faculdade de Odonto-

emprego e o aquecimento da economia.

logia de Piracicaba (FOP/Unicamp).

“Consideramos que temos que envolver

A concentração de organizações de pes-

todos os cidadãos para contribuir com o

quisa, incubadoras e empreendedorismo,

ecossistema e prestação de serviço, mes-

como o Parque Tecnológico de Piracicaba,

mo que não seja na área da tecnologia.”


Revista Painel

Ivano Gutz

18

Universidade de São Paulo - Campus de Piracicaba - SP - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ)

Startups

empresas que possuem inovação em seus

dade de carga. De acordo com Victor, esse

Hoje, 18,6% das startups de agronegócio

produtos/serviços e que podem ser escalá-

formato livra o agricultor de preocupações

estão no Vale do Piracicaba, 38% das

veis e replicáveis para um grande número

desnecessárias, como compra do equi-

startups do total do estado de São

de clientes em curto espaço de tempo. “Elas

pamento, treinamento de mão de obra e

Paulo. O Brasil possui 75 startups que

são ágeis e flexíveis, ou seja, têm uma gran-

manutenções.

desenvolvem tecnologias voltadas para o

de capacidade de adaptação e mudança em

campo, 37 delas estão no estado de São

um ambiente de incerteza”, explica.

Paulo e 14 em Piracicaba.

“Outra vantagem da nossa tecnologia é que ela é ambientalmente sustentável, já

Victor Hugo Turcato, engenheiro meca-

que permite a redução da deriva [desvio

Segundo Leandro Queiroz, consultor do

trônico, é um dos fundadores da HeliDrop,

que muda a trajetória dos defensivos

Sebrae-SP e gestor estadual do Programa

startup associada ao Vale do Piracicaba/

agrícolas da área a ser pulverizada] e, con-

Startup SP, historicamente a definição de

AgTech Valley. A empresa desenvolveu

sequentemente, evita a morte de abelhas

startup é qualquer tipo de empresa que

um drone para pulverização agrícola de

e a contaminação de regiões sensíveis.

esteja no início de suas atividades, mas nos

precisão, com grande autonomia e capaci-

Além disso, os operadores correm menos

últimos anos startup ganhou nova conotação. Startup é uma tipologia de negócio ou empresa. São considerados startups as empresas que apresentam principalmente modelo de negócio inovador, influenciando o produto, serviço, processo ou a interação e a experiência do cliente; escalabilidade do modelo de negócio com possibilidade de alcance de grande mercado relacionado a necessidade de custos adicionais relativamente baixos e flexibilidade e rapidez, fruto do modelo Comunicação ESALQTec

de negócio enxuto e da equipe geralmente composta pelos próprios fundadores com perfil idealizador e proativo. Para Saulo Rodrigues, gerente da Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, de Ribeirão Preto (SP), startups são

Sede da ESALQTec Incubadora Tecnológica da ESALQ, na Fazenda Areão, em Piracicaba (SP)


AEAARP 19

risco de contaminação por não estarem em contato com os agroquímicos durante a aplicação”, destaca. Victor diz que o interesse em fazer Comunicação ESALQTec

parte do Vale do Piracicaba surgiu da necessidade de entender as demandas dos produtores e oferecer soluções que resolvam problemas reais. “Apesar de o agronegócio ser o motor do PIB [Produto

Sede da ESALQTec Incubadora Tecnológica da ESALQ, na Fazenda Areão, em Piracicaba (SP)

Interno Bruto], ainda há muito espaço para inovação e criação de novas tecnologias

uma maior sustentabilidade. Esta visão da

agricultura tropical, por meio de parceiros,

para otimizar o sistema de produção. A

empresa vai de encontro ao conceito do

como outras empresas, universidades e

automação do processo de controle de

Vale do Piracicaba e cumpre de forma no-

entidades do setor.

pragas que nossa tecnologia permite vai

bre a missão de toda empresa de inovação

gerar ganhos para os produtores através

junto à sociedade”, destaca.

do aumento de produtividade e redução do desperdício”, esclarece.

“É uma parceria muito positiva para ambos os lados. No Vale do Piracicaba buscamos inovação e contato com pro-

Ribeirão Preto e o Vale do Piracicaba

fessores e pesquisadores da ESALQ/USP,

A Andrios é outra startup presente no

Para Sergio Barbosa, gerente executivo

justamente para encontrar o que há de

Vale do Piracicaba. Segundo a diretora

da ESALQTec e um dos idealizadores do

mais atual no setor agro. A ideia é que,

executiva, Cristiane Andreote, a empresa

Vale do Piracicaba, a relação entre a região

após esse contato, a Ourofino produza

surgiu devido à necessidade de difundir

de Ribeirão Preto e o Vale do Piracicaba

soluções mais assertivas e condizentes

conhecimentos sólidos com embasamento

está no consumo da tecnologia agrícola.

às condições edafoclimáticas brasileiras,

científico sobre a microbiologia do solo

“A região de Ribeirão Preto é a grande

as quais prevalece incidência de luz solar,

ligada ao desenvolvimento das plantas.

produtora de açúcar e álcool, onde estão

altas temperaturas, umidade elevada e alta

“Este tema é bastante atual na pesquisa e

sediadas comercialmente e industrialmen-

infestação de pragas e doenças. Assim, os

mostra seu potencial na parte prática da

te as principais usinas do país e Piracicaba

produtos oferecerão melhor performance

agricultura. No entanto, há um déficit de

produz a tecnologia que é consumida por

às culturas e menor impacto ambiental”,

conhecimento no setor produtivo sobre

essas empresas”, explica.

afirma Raphael.

este componente dos solos. Assim, atua-

Segundo ele, muitas empresas estão

Ele ainda destaca que o setor do agro-

mos nesta lacuna, atendendo empresas e

associadas ao Vale do Piracicaba vir-

negócio está passando por uma revolução

produtores, dando a eles o suporte para

tualmente em busca do conhecimento

digital. “Hoje, conseguimos contornar obs-

uma melhor exploração da microbiolo-

tecnológico. “Elas buscam a geração de

táculos e nos adaptar a cenários incertos

gia do solo no sistema agrícola”, explica

conhecimento induzido pelas universida-

por meio da tecnologia. Diariamente, no

Cristiane.

des de Piracicaba”.

campo, o produtor brasileiro reinventa suas

Para ela, o Vale do Piracicaba traz a

Uma dessas empresas é a Ourofino

formas de atuação ao abrir as portas para

possibilidade de atuar de forma conjunta

Agrociência, de Ribeirão Preto. A empresa,

o novo e buscar maneiras de melhorar a

com diversas outras iniciativas de base

voltada para o segmento de defensivos

produtividade. O sucesso das práticas, no

tecnológica, formando um sistema de

agrícolas, associou-se ao Vale do Piraci-

entanto, depende da troca de experiências

inovação. “A agricultura tem papel central

caba em busca de inovação e tecnologia

e de conhecimento. Por isso, é extrema-

na estrutura social humana. Fazer parte de

com mais agilidade e de forma direciona-

mente importante, e necessária, a troca

inovações deste mercado, explorando no-

da. Segundo Raphael Marçal, gerente de

e a parceria entre as empresas do setor”.

vos conhecimentos e fazendo ciência num

Desenvolvimento de Novos Negócios da

Segundo o engenheiro agrônomo,

cenário tão importante, é a essência da

Ourofino Agrociência, o objetivo desta

Rafael Bordonal Kalaki, superintendente

nossa empresa. Buscamos dar a agricultura

parceria é desenvolver produtos e ser-

da Associação dos Fornecedores de Cana

um novo patamar de produtividade, com

viços que se adequem às condições da

de Guariba (Socicana) e especialista em


Revista Painel 20

História planejamento estratégico de cadeias

getico tem passado ao longo dos últimos

produtivas, o Vale do Piracicaba é

anos por uma estagnação de investimen-

importante para a região de Ribeirão

tos. “Pouco tem se investido no setor,

Preto por trazer inovações e soluções

desde as empresas de defensivos a novas

tecnológicas e serviços para o setor

variedades. Houve inovações pontuais,

sucroenergetico. “Um agrupamento de

mas ainda precisamos muito de tecnologia,

empresas de um segmento parecido traz

de inovações e ter o Vale do Piracicaba

muitos benefícios. A procura de soluções

propondo soluções inovadoras para o

para um cliente é mais fácil porque é

setor sucroenergetico é muito positivo”.

possível encontrar diferentes soluções para o que ele precisa”, diz.

O especialista defende a importância das startups, mas acredita que elas devem

O embate com a Prefeitura

O engenheiro agrônomo explica que o

estar alinhadas com o que o mercado quer

Vale do Piracicaba pode beneficiar a região

e precisa. “Às vezes, a pessoa tem uma

de Ribeirão Preto através de fatores como

grande ideia, mas é preciso avaliar se o

a posição geográfica, facilitando as empre-

mercado realmente precisa dessa ideia.

sas a ofertar produtos e soluções na região

Se as startups estiverem alinhadas com as

de Ribeirão Preto e para Ribeirão Preto

demandas, dificuldades e necessidades do

procurar soluções em Piracicaba. Outro

mercado, do que o setor sucronergetico

fator que pode ser destacado é a aptidão

precisa, do que as usinas precisam, de que

canavieira de Piracicaba. “Quando você

o produtor de cana precisa, tem tudo para

tem várias empresas propondo soluções

ser um grande sucesso. Soluções que de

D

voltadas para a cana-de-açúcar, Ribeirão

fato ajudem e contribuam para o setor,

Preto só tem a ganhar, já que é forte no

sendo oferecida na forma de startups e

com a Prefeitura

setor sucroenergetico, desde lavouras de

com a proximidade de Ribeirão Preto. Acho

cana-de açúcar até usinas”.

que é um conjunto de fatores com grandes chances de muito crescimento”, finaliza.

1950

até 1952, a AEAARP

travou duro embate Municipal. A Associação defendia que os leigos não poderiam ocupar cargos técnicos. O prefeito da época, José de Magalhães, foi interpelado pelo CREA-SP, depois que a entidade encaminhou a questão ao Conselho. Ele argumentou que os leigos em posição de chefia ocupavam cargos em confiança. Naquela época, os associados já haviam elaborado o seu próprio Código de Ética e a Tabela de Honorários, utilizados como instrumentos de valorização dos profissionais diplomados. Apesar da manifestação do prefeito, a AEAARP seguiu pressionando o poder público municipal.

Comunicação ESALQTec

Rafael lembra que o setor sucroener-

e

Sede da ESALQ/USP, em Piracicaba (SP)

O embate foi concluído dois anos mais tarde, quando o engenheiro Francisco Cláudio Innecchi, que presidiu a entidade no biênio 1950–1952, informou aos associados que os leigos foram substituídos por técnicos.



Revista Painel 22

Evento

Semana de Meio Ambiente teve debate e ação educativa AEAARP firmou parceria com a Prefeitura Municipal

R

ibeirão Preto (SP) recolhe 575

legais e os tipos de resíduos que constam

toneladas de lixo por dia, de

da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O

acordo com a Estre Ambiental,

arquiteto e urbanista Alexandre Betarello,

empresa responsável pelo serviço. A

secretário de Infraestrutura da Prefeitura

coleta seletiva, realizada pela mesma

Municipal de Ribeirão Preto, o engenheiro

empresa, contabiliza 1,7 tonelada diária.

Otávio Okano, secretário de Meio Am-

“Estamos enterrando coisas de valor”,

biente de Ribeirão Preto e o engenheiro,

constata Carlos Alencastre, presidente

participaram da mesa de debates.

da AEAARP. Ele mediou o debate sobre

A principal conclusão dos debatedores

a Política Municipal de Resíduos Sólidos,

foi a de que, a despeito da lei e das infor-

realizado pela associação na 12ª Semana

mações disponíveis à população, especial-

de Meio Ambiente.

mente sobre os riscos de degradação do

No evento, Emanuele Pezati, especialista

Emanuele Pezati

meio ambiente, selecionar resíduos não

em Direito Público, expôs os processos

faz parte do cotidiano do cidadão.

Carlos Alencastre

Alexandre Betarello


AEAARP 23

Alexandre foi além e disse que alguns lugares que se dispuseram a receber resíduos (como supermercados) foram utilizados de forma errada pela população. Ele conta que algumas pessoas passaram a levar lixo comum e grandes quantidades de lâmpadas, cujo custo de destinação é alto. Depois disso, alguns locais privados destinados ao recolhimento de resíduos de coleta seletiva foram desativados. Alexandre citou outros comportamentos que são nocivos, como a deposição de mato na porta das casas. “É como se a prefeitura fosse um serviço de delivery: a pessoa corta o mato, deixa na porta e espera a prefeitura recolher”, criticou. O correto é alugar uma caçamba própria para este tipo de coleta.

Parceria da AEAARP com a Unimed manteve atendimento nos dias do evento

Gestão

Otávio chama a atenção para o custo

Carlos, presidente da AEAARP, acredita

do processo e sugere que os gestores

Assim como o presidente da AEAARP,

que a gestão dos resíduos sólidos seja o

devem avaliar a instituição do pagamen-

Alexandre defende o investimento em

tema mais importante em discussão entre

to pelos serviços de coleta, destinação

ações educativas e a regionalização da

os municípios que compõem a Região Me-

e deposição dos resíduos. “Operar um

gestão dos resíduos. “É um trabalho de

tropolitana. Segundo Alexandre, mais da

aterro tem custo, tem o custo da área,

formiguinha, as pessoas precisam pensar:

metade dos resíduos coletados na região

da energia. Por que na Europa não tem

o que eu posso fazer e onde eu posso

originam-se em Ribeirão Preto, mais uma

aterro? Porque lá a área custa caro, a

fazer a diferença para fazer uma cidade

justificativa, em sua visão, para o compar-

energia custa caro, então eles incineram

melhor”, fala.

tilhamento de experiências e soluções.

e transformam o resíduo”, fala.

Educação Em parceria com a Prefeitura Municipal e o Cineclube Cauim, a AEAARP promoveu duas sessões de cinema, além de palestra e distribuição de material educativo sobre o meio ambiente para alunos de escolas públicas da cidade.

Otávio Okano


Revista Painel 24

crea-sp

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RESOLUÇÃO nº 1.099, de 24 DE MAIO DE 2018

D

iscrimina as atividades e com-

nucleares, aos impactos ambientais de

formidade com a formação acadêmica do

petências profissionais do en-

empreendimentos nucleares, à segurança

egresso, possibilitadas outras que sejam

genheiro nuclear e insere o

na utilização de materiais radioativos e à

acrescidas na forma disposta em resolução

utilização de energia nuclear.

específica.

respectivo título na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea,

Art. 3º O engenheiro nuclear poderá

Art. 6º O engenheiro nuclear integrará

para efeito de fiscalização do exercício

atuar também no desempenho das ativi-

o grupo ou categoria Engenharia, moda-

profissional.

dades 1 a 18 do art. 5º, § 1º, da Resolução

lidade Química.

nº 1.073, de 2016, referentes a geração e

Parágrafo único. O respectivo título

Art. 1º Discriminar as atividades e

conversão de energia nuclear, em função

profissional será inserido na Tabela de

competências profissionais do engenheiro

estritamente do enfoque e do projeto

Títulos Profissionais do Sistema Confea/

nuclear e inserir o respectivo título na

pedagógico do curso, a critério da câmara

Crea conforme disposto no caput deste

Tabela de Títulos Profissionais do Sistema

especializada.

artigo e da seguinte forma:

Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional.

Art. 4º As competências do engenheiro

I - título masculino: Engenheiro Nuclear;

nuclear são concedidas por esta resolução

II - título feminino: Engenheira Nuclear; e

Art. 2º Compete ao engenheiro nuclear

sem prejuízo dos direitos e prerrogativas

III - título abreviado: Eng. Nucl.

as atribuições previstas no art. 7° da Lei nº

conferidos ao engenheiro, ao engenheiro

Art. 7º Esta resolução entra em vigor na

5.194, de 1966, combinadas com as ativi-

agrônomo, ao geólogo ou engenheiro

dades 1 a 18 do art. 5º, §1º, da Resolução

geólogo, ao geógrafo e ao meteorologista

nº 1.073, de 19 de abril de 2016, referen-

por meio de leis ou normativos específicos.

tes aos sistemas de centrais nucleares, à

Art. 5º As atividades e competências

exploração e processamento de materiais

profissionais serão concedidas em con-

data de sua publicação. Brasília, 29 de maio de 2018. Publicada no DOU, de 8 de junho de 2018 – Seção 1, pág. 239


AEAARP 25


Revista Painel 26

notas e cursos

O engenheiro Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, recebeu o título de Cidadão Ribeirão-pretano, concedido pela Câmara Municipal depois de aprovado o projeto proposto pelo vereador Maurício Gasparini.

Carlos com a família

Carlos com seus colegas da AEAARP

Inovação no Brasil: o que impede? A economista Fernanda De Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no livro “Novos caminhos para a inovação no Brasil”, descreve os entraves brasileiros nesta área: economia protegida e fechada, burocracia excessiva, baixa internacionalização de empresas e de universidades e pouco interesse do setor privado em inovar estão entre os principais problemas.

É difícil No livro, Fernanda sistematiza todos os fatores que afetam a inovação e alerta que muitos deles não são consensuais entre especialistas em inovação. Para ela, existem três fatores principais para a inovação: pessoas, infraestrutura e o ambiente. Os três são influenciados pelas políticas públicas, formando um ecossistema propício (ou não) para a inovação. No livro, a autora demonstra que, apesar dos importantes avanços no país, falta muito no ecossistema brasileiro de inovação.

Um dos destaques entre os entraves da inovação brasileira está na economia fechada e com alto índice de proteção. “Isso limita a

inovação. O motor para uma empresa inovar é ter um competidor para roubar o seu mercado. Ninguém gosta de ouvir isso, mas o Brasil está sempre nas últimas posições de ambiente de negócio”.

Fernanda afirma que a burocracia excessiva e um ambiente de negócios pouco dinâmico dificultam que os novos conhecimentos produzidos nas universidades se transformem em novos produtos. “Um ambiente econômico

estimulante e competitivo tende a impelir as empresas a inovar e a buscar o conhecimento produzido pela universidade”.

Curta a AEAARP no Facebook. Veja no portal AEAARP (área de Notícias) o atalho para ler o livro gratuitamente.

www.aeaarp.org.br Siga => Facebook.com/AEAARP




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