IMPRESSO setembro 2013 | ano II | nº 5
Especial
Cana-energia deve dobrar
a produção de etanol
Consultor avalia que a redução do custo de produção atende à realidade do setor, apesar da indisposição de investimento dos industriais
Alguns setores da indústria canavieira preparam-se para a nova realidade da produção de etanol, a segunda geração do combustível proveniente do bagaço e da palha de uma nova variedade da planta. A expectativa é a de que a cana-energia, como é conhecida, contribua para redução do custo de produção do etanol ao mesmo tempo em que dobre a quantidade do combustível que sai das usinas. Atualmente, é exatamente o custo um dos entraves que enfrenta o setor. Na visão de André Rocha, consultor da Exame Auditores Independentes de Ri-
beirão Preto, a redução será de até 10% se comparado ao produto convencional. “O produto tem grande potencial de crescimento, já que não depende da produção de alimentos para sua industrialização e nem da expansão da área plantada com cana-de-açúcar. Depende é do reaproveitamento dos resíduos da produção de etanol e açúcar”, observa. No Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de Piracicaba-SP, a expectativa dos executivos é dobrar a produtividade média atual, ultrapassando as 150 toneladas por hectare. Estudos realizados pelo Centro de
Cana do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) mostram que, para cada cinco toneladas de biomassa seca, uma tonelada de etanol, ou mais, pode ser produzida. O e n ge n h e i ro q u í m i co J a i m e Finguerut, do CTC, estima que, usando a biomassa da cana que é plantada atualmente, é possível aumentar a produção de etanol de 15% a 30%, dependendo da quantidade de fibra disponível e da capacidade da usina. “No mesmo cenário, mas utilizando a biomassa da cana-energia, é possível aumentar a produção de 30% a 50%”.