Órgão Oficial da Editora Matarazzo Ano I
Agosto/2018
Foto: Thais Matarazzo
Número XI
Caminhamos, e, se no fim do caminho não existir mais nada, inventaremos o horizonte. Paulo Bomfim
Cristiane Cambria, José D’Amico e Thais Matarazzo, foto tirada durante a Sessão Solene da 3ª entrega do Colar Guilherme de Almeida, em 29 de julho último, na Câmara Municipal de São Paulo. Os laureados foram Celso Lafer, Laura Cardoso, João Carlos Martins e Demônios da Garoa. O Colar Guilherme de Almeida foi idealizado para homenagear pessoas físicas ou jurídicas que prestaram valiosas colaborações à Cultura em todas as suas formas. Foto: Gilberto Cantero.
EXPEDIENTE Órgão oficial da Editora Matarazzo. Informativo pertencente à Editora Matarazzo. ISSN 2594-8202 Email: livros@editoramatarazzo.com / thmatarazzo@gmail.com Telefone: (11) 3991-9506 CNPJ: 22.081.489/0001-06 Distribuição: São Paulo - SP. Diretora responsável: Thais Matarazzo MTB 65.363/SP. Depto. Jurídico: Tatiane Matarazzo Cantero. Periodicidade: mensal. Formato: tabloide. Tiragem: 1000 exemplares.
Edição 11 - Nº 11 - Ano I - Agosto/2018. A opinião e conceitos emitidos em matérias e colunas assinadas não refletem necessariamente a opinião do Matarazzo em Foco. Portal / Blog www.editoramatarazzo.com www.editoramatarazzo. blogspot.com
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O escritor e comunicador Hamilton dos Santos lançou seu livro “Núbia Lafafette, a Voz Sentimento”, em Lisboa, Portugal, durante um jantar no Restaurante Luso na noite de 22 de julho. Hamilton também levou para o evento a antologia “Vamos falar de Portugal II?”, da qual é coautor, editada em 2017. A Editora Matarazzo envia felicitações e agradecimentos ao escritor. Foto: divulgação.
PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO
São Paulo Banca Curva - R. Dr. Cesário Mota Júnior, 340, Vila Buarque. Biblioteca Mário de Andrade - Rua da Consolação, 94 ou Av. São Luís, 235, Centro. Biblioteca Monteiro Lobato - Rua General Jardim, 485, Vila Buarque. Centro Histórico e Cultural Mackenzie, R. Maria Antônia, 307. Museu da Santa Casa de Misericórdia, R. Dr. Cesário Mota Júnior, 112, Vila Buarque. Temos Livros - Av. São João, 526. Santos Clube do Choro - Boulevard XV de Novembro, 68, Centro. Rio de Janeiro Bar Ernesto - Largo da Lapa, 41, Lapa. Livraria IPP, Rua Gago Coutinho, 52, Laranjeiras.
Matarazzo em Foco
Flagrante do lançamento do livro “O Brasil na Copa do Mundo de 1938: Singularidade e Comunhão Nacional” (Matarazzo) de Leandro Antônio Gatti, ocorrido em 23 de junho na E.E. Professor Mauro de Oliveira, na Vila Anglo, em São Paulo. Gatti está ao lado do professor Sérgio. Quer adquirir esse e outros títulos do escritor? Entre em contatos: leandrovilaanglo@ gmail.com, ou (11) 949322195.
Agosto/2018 - Nº 11
Em frente ao Bar do Alemão, vemos, da esq. para dir.: Betho Alves, Rafaella Laranja, Luiza Sales, Martha Froes e Renato Passarinho.
RAFAELLA LARANJA & RENATO PASSARINHO
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Fotos: Gilberto
Cantero
Choperia Bar do Alemão, à Av. Antártica, 554, na Barra Funda, é um ponto de encontro da boa música. Aberta em 1968, comemorando 40 anos de existência, pela casa já passaram e atuam músicos e compositores de primeira grandeza da MPB. Acontecem shows quase todos os dias da semana. A casa está sempre cheia, o espaço é pequeno: a lotação é de 52 pessoas. Na noite de 27 de junho, o Bar do Alemão recebeu a apresentação de Rafaella Laranja e Renato Passarinho, acompanhados por Betho Alves, Luiza Sales e Martha Fróes. Um excelente show, boa música, repertório de primeira - de sambas e sambas-canções - clima amistoso e com a ótima gastronomia da casa. Rafaella Laranja é santista e acaba de lançar o seu primeiro trabalho solo, o CD Minha Cara. Além de cantar, ela também é pandeirista e frequenta desde a infância rodas de choro junto com seu pai Marcello Laranja, presidente do Clube do Choro de Santos, e seu grande incentivador. Minha Cara tem 14 faixas, com direção e produção musical de André Willian e tem participação de Osvaldinho da Cuíca, Jônatas Petróleo (cavaco) e Luizinho 7 cordas (violão). Quem quiser adquirir o CD Minha Cara é só entrar em contato pelo e-mail: rafaelaranja@hotmail.com ou pela fanpage da cantora: www. facebook.com/rafaella.laranja
HÁ UMA GOTA DE SANGUE EM CADA POEMA
ENCANTO DOMINICAL COM PAULO BOMFIM
Por Márcia Villaça da Rosa
Por José D’Amico Bauab
Aberta ao público desde 2015, a Casa de Mário de Andrade, que neste ano de 2018 passou a integrar a rede de “Museus Literários” administrados pela Poiesis - organização social da Secretaria da Cultura, é uma ótima opção de entretenimento, lazer ou cultura na cidade de São Paulo. O local, atualmente dirigido por Marcelo Tápias, 64 anos, formado em Letras na Universidade de São Paulo e pós-graduado em Teoria Literária e Literatura Comparada, e que tem sua programação cultural dirigida por Marcelo Tupinambá, 44 anos, formado em História - USP- , oferece aos visitantes muitas opções de atividades. Mário Raul Morais de Andrade (1893 - 1945), musicólogo, escritor e poeta, foi um dos expoentes da Semana de Arte Moderna de 22, juntamente com Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. Autor de obras como Macunaíma; Amar Verbo Intransitivo e Losango Cáqui, entre outras, sua atuação no plano da cultura foi muito marcante no período em que atuou, seja na música, até foi professor de piano; na literatura ou no folclore. “Mário era um grande colecionador de arte”, afirma Marcelo Tupinambá. Na Casa de Mário de Andrade, a exposição permanente A Morada do Coração Perdido, desde 2015 encanta visitantes, a curadoria é de Carlos Augusto Calil. Além deste evento, dentro da casa, no segundo andar, em três quartos do local, pode-se apreciar uma coleção com telas de pintores italianos, entre eles se destaca Victor Brecheret; vídeos e documentários sobre o modernista e outras peculiaridades a respeito do legado cultural deixado por este plural artista. No andar térreo, há uma biblioteca com obras do autor, entre elas raridades como a revista Klaxon; o espaço também pode ser utilizado para lançamento de livros, exposições e vernissages. “A Casa de Mário de Andrade é um centro de referência de documentação e pesquisa da produção cultural do autor e músico”, complementa MarceloTupinambá. Para o segundo semestre estão previstas várias atividades programadas pela direção cultural. “Em 25 de agosto, o músico e bailarino Antônio Nóbrega, protagonizará a palestra ‘Na Pancada do Ganzá’”, indica Marcelo. Com forte influência no setor cultural nacional após a Semana de Arte Moderna, o músico chegou a ocupar uma posição influente durante o período em que fez parte da Secretaria de Cultura de São Paulo. Mais atrações estão agendadas no local para o público em geral, entre elas: a oficina literária Modernismo: descobrir as Cores, ministrada pelo Núcleo Ação Educativa; o curso Elaboração de Projetos Culturais, com Cristina Flória; a Palestra Missão de Pesquisas Folclóricas - Cadernetas de Campo; ações culturais com folclore, música e literatura. Confira toda a programação da Casa de Mário de Andrade no site: www.casamariodeandrade.org.br/programaçaojornadadopatrimonio.2018. Serviço Casa de Mário de Andrade - Rua Lopes Chaves, 546, Barra Funda, tel: (11) 3666-5803/ 3826-4085. Entrada Livre. De terçafeira a sábado, das 10h às 18h.
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omingo ensolarado, 1º de julho de 2018, almoço na residência de Paulo Bomfim, realeza da poesia e fidalgo da Pauliceia. Estar com o Poeta de São Paulo é sempre um daqueles momentos que justificam a nossa passagem por nesse mundo árido, e assim é que um convite seu se revela como uma auto-imposição amorosa. Dirigi-me ao refúgio do vate, situado na Rua Peixoto Gomide, portando pão pita, um quitute macio, chato e de formato circular que caíra na preferência do anfitrião em almoços idos. Dos convivas, fui o primeiro a chegar e a receber o abraço de acalento dele e de Fafá de Castro, sua inspiração diária. Logo se seguiram Thais Matarazzo, Bruno Bettine de Almeida, Hélcio de Abreu Dallari Júnior e Camila Giudice. Estava, com essa composição, formada a távola redonda do Rei Paulo de Piratininga. Não demorou que o almoço chegasse à mesa, a delícia da simplicidade preparada por Helena, sucessora, na função de anjo tutelar encarnado do Poeta, da inesquecível Lúcia, doce e generosa figura que sempre parecia rir enquanto falava. Era como se, naquele momento, a saudosa amiga nos dissesse: “Comam, meus queridos, tudo está bem gostoso!”. Então, cumpriu-se o sacramento basilar daquela ordem etílico-intelectual-afetiva perante seus cavaleiros e miladies: com o pão pita já partido, o bardo paulistano fê-lo mergulhar numa taça de vinho tinto para degustá-lo em seguida. Era o gesto simbólico de consumação do nosso inquebrantável sentimento devocional em torno dele. O ritual, lúdico e bemhumorado, dava o clima daquela tarde mágica... Contudo, o grande alimento, invisível e de sabor indescritível nos foi, uma vez mais, servido pelo próprio anfitrião. Do universo “bomfiniano” emergiram fatos e personagens de épocas distintas da paulistanidade: do bandeirante Manuel Preto, de quem Érico Veríssimo e ele eram ramos descendentes, até a noite boêmia de São Paulo dos anos 1940/50, passando por Colombo de Almeida, lendário educador de gerações paulistanas. Situações ocorridas em tempos imemoriais que se nos apresentaram como narrativas atemporais feitas pelo mago que hipnotiza pela palavra. A tarde já iniciava sua despedida, quando também resolvemos despedir-nos desse deslumbrante contador e encantador de histórias, e, de lá, partimos enlevados como nunca e sempre certos disto: a última grande alma ancestral de São Paulo habita a Peixoto Gomide.
Da esq. para dir., vemos: Bruno Bettine de Almeida, José D’Amico Bauab, Paulo Bomfim, Fafá de Castro, Camila Giudice e Thais Matarazzo. Foto: Hélcio Dallari Jr.
VAMOS FALAR DE FUTEBOL?
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ábado, 7 de julho. Na capital paulista o dia amanheceu com uma temperatura agradável e o céu salpicado de nuvens; é verdade que muitos brasileiros estavam tristes por nosso time ter sido desclassificado na Copa do Mundo 2018: a Bélgica o venceu por 2 x 1... Mas a vida continua e, hoje, às 15 horas, aconteceu o lançamento da antologia Vamos falar de futebol? na Banca Curva, na Vila Buarque. A obra reúne oito escritores apaixonados por futebol e que, através de artigos, crônicas e poemas, rememoram destacados craques, grandes partidas, times do coração e lembranças de antigas Copas do Mundo. Ah, não podemos esquecer de citar o nosso time de coautores: Geraldo Nunes, Eduardo Martellotta (prefaciador), Manuel Morgado (de Portugal), Marco Antonio, Domingos Ciarlariello, Daniel Teixeira, Marly de Souza e Vó Jacy de Castro (a mais corintiana das corintianas!, grifo nosso). Esteve conosco a escritora Glafira Menezes Corti, que lançará dois livros solos na Bienal Internacional do Livro 2018, em São Paulo, sendo Tamborilando com Letras editado pela Matarazzo. A Banca Curva, comandada pelo Rodrigo Motta, é um refúgio da literatura e das artes independentes. Uma experiência que foge do óbvio: artistas e escritores encontram ali um espaço alternativo para expor, comercializar e partilhar suas obras, e também organizar eventos! Compareceram vários amigos e leitores, dos coautores marcaram presença: Eduardo Martellotta, Daniel Teixeira e Marco Antonio. Foi um lançamento diferente, na rua, um encontro agradável e democrático. A Banca Curva está situada nas esquinas das ruas Dr. Cesário
Cello Choro Trio, Robertinho Cantero e Thais Matarazzo. Foto: Gilberto Cantero
Mota Júnior e General Jardim, um espaço tranquilo, de encontro de amigos e de vizinhos. O Cello Choro Trio foi parceiro nesse evento e nos brindou com um repertório de clássicos e belíssimos choros de Chiquinha Gonzaga, Joaquim Callado, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, K-Ximbinho, Luiz Gonzaga entre outros mestres, além de apresentarem choros autorais. E conforme a apresentação dos meninos avançava, mais o público chegava. Há um intenso movimento de carros que descem a Rua Dr. Cesário Motta Júnior, ao pararem no farol em frente à Banca Curva, os motoristas e os passageiros abaixavam os vidros dos carros para escutarem e encantarem-se por alguns segundos com a excelente música que rolava. O trio é composto por Pedro Bevilaqua, violoncello; Sanders Uchoa, violão de 7 cordas; e Thiago Fermino, pandeiro. A estreia do Cello Choro Trio é recente, aconteceu em abril desse ano. Conheça melhor e curta a página do Trio no Facebook: www.facebook.com/ Cellochoro. Contato para shows: cellochoro@gmail.com O evento encerrou-se às 19 horas; tenho a impressão de que o tempo passou tão depressa, foi tudo ótimo e encantador! Obrigada ao Rodrigo Motta, aos escritores, ao Cello Choro Trio, aos amigos, aos familiares, aos leitores e aos novos amigos que conquistamos nessa gostosa tarde de 7 de julho. Até a próxima...
Nossos livros estão em um nicho exclusivo na Banca Curva! Adquira as nossas obras, prestigie e incentive os escritores brasileiros!
Ce llo Ch or o Tr io , Fo to : Gi lb er to Ca nt er o Glafira Menezes Corti, Marco Antonio, Rodrigo Motta (proprietรกrio da Banca Curva), Daniel Teixeira, Robertinho Cantero e Thais Matarazzo
Da esq. para dir., vemos, Ana Camargo, Glafira Menezes Corti, Daniel Teixeira, Robertinho Cantero, Marco Antonio, Eduardo Martellotta e Thais Matarazzo. Foto: Gilberto Cantero
OS ALUNOS DO CURSO DE PINTURA DA OAB SP COMEMORAM MAIS CONQUISTAS!
Por Camila Giudice Desde 2014, os alunos do Curso de Pintura da OAB SP, ministrado pela Artista Plástica Camila Giudice, tem realizado trabalhos belíssimos e vem despertando o lado artístico de cada um de seus participantes, não somente na tinta, mas na escrita! Os talentos afloraram, e participamos de diversas exposições memoráveis, no Palacete Conde de Sarzedas, Sede do Museu do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na sede do Cultural, da OAB SP na Praça da Sé, na Casa de Portugal, no Circolo Italiano San Paolo, Congressos da OAB, no Teatro Gazeta e de vários lançamentos da Editora Matarazzo, além de
escrever, ilustrar capas, inspirar poemas no concurso Versejando com Imagens. Somente temos a agradecer a todos nossos parceiros e amigos, à OAB SP, na figura do Dr. Umberto D’Urso, Diretor do Departamento de Cultura e Eventos da OAB SP, ao Bruno Bettine, do Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo e à Thais Matarazzo, que descobre novos talentos e dá oportunidade de ir tão longe nesse mundo que reúne a escrita e a arte! Parabenizamos imensamente todos nossos alunos, grandes artistas, que nos dão muito orgulho e merecem cada conquista! Aguardem, em breve, lançamento do catálogo de nossos artistas! Querem conhecer-nos? Entrem na nossa página do facebook.com/cursodepinturaoabsp. Confiram nossa programação, venham visitar-nos e participar de nossa turma! OAB SP, Praça da Sé, 385, ou camilagiudice@gmail.com
Nas fotografias, vemos, os alunos: Fernando Parenti, Henri Aponte, Maristela Alves, Lídia Toyama, Ana Maria Porto, Rubens de Moura, Margaret Cruz, Maria Inês de Paula, Creuza Cestari, Paulo Ferreira da Cunha, Maria Janete, Talita Ferreira e Lívia Castilho. Também Dr. Umberto D’Urso, Dr. Roberto Spada e Carla
AN OT E NA AG EN DA BIE NA L INT ERN AC ION AL DO LIV RO DE SÃO PA UL O
Convido todos vocês a participarem dos lançamentos dos meus dois livros, neles partilho os pensamentos e sentimentos através das palavras pescadas com Amor. Glafira Menezes Corti
Estaremos participando da Jornada do Patrimônio 2018, no domingo, 19 de agosto, com uma Oficina de Escrita Criativa e o lançamento da antologia Vamos falar do Brás? - 200 anos de Memórias, no Solar da Marquesa de Santos. E também no domingo, realizaremos, à tarde, um Sarau Literário e lançamento da obra Vamos falar do centro de S. Paulo II?, bate-papo e pre-
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Matarazzo em Foco
sença dos Pintores da OAB SP e da prof. Camila Giudice, no auditório do Museu do TJSP (foto abaixo à esquerda), à Rua Conde de Sarzedas, 100, Sé, com microfone livre: compareça e apresente a sua obra literária, seu poema etc. Vicente Janotti No sábado, 15 de setembro, estaremos realizando nosso encontro anual literário no Rio de Janeiro. Anote na agenda! Na data serão lançadas as antologias Carioquices em verso e prosa e Poesias Contemporâneas IX, as pinturas que ilustram ambas as capas são do artista Fernando Parenti; como também o livro Versos, Prosas & Poesia, de Vicente Janotti, 2º vencedor do concurso nacional Meu Primeiro Livro, promovido pela Editora Matarazzo.
Agosto/2018 - Nº 11
DICAS
CULTURAIS Karina de Barros
Participe da visita monitorada do Museu da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Conheça o rico acervo do Museu e o lindo conjunto arquitetônico da Santa Casa! As visitas acontecem todo 3º sábado do mês, grátis, basta agendar pelo e-mail: museu@santacasasp.org.br ou pelo telefone: (11) 2175-7025.
Ao lado, vemos, Marcelo Kassab e sua filha, Melissa Kassab. Ele é um dos vencedores do Concurso Nacional “Meu Primeiro Livro” promovido pela Editora Matarazzo. Seu livro “Efemeridades: em versos, contos e crônicas” conquistou o primeiro lugar. O lançamento acontecerá no dia 4 de agosto próximo, no Centro Histórico e Cultural Mackenzie, com entrada franca. Compareça! A estampa das camisestas é a capa do livro, ilustração da artista Camila Giudice.
Desde 1997 o Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM) vem garantindo a preservação da memória do Instituto Presbiteriano Mackenzie que têm mais de 147 anos de história e cresce juntamente com a cidade de São Paulo. Localizado no Campus Higienópolis, no edifício John Theron Mackenzie que foi inaugurado em 1896, o CHCM promove atividades culturais disponível para os diversos públicos que o frequentam. São exposições históricas e artísticas, além de programas como o Música no Hall e o Piano Livre, conta também com o Café / Restaurante, localizado no térreo do prédio. Possui um acervo composto por mais de 100 mil documentos, entre objetos tridimensionais, livros “Obras Raras” e documentos textuais, que são disponibilizados para pesquisadores mediante agendamento prévio e podem ser conferidos também nas exposições históricas que o CHCM desenvolve. Para os amantes da história o CHCM promove o Passeio Histórico pelo Campus que conta a história da instituição através do conjunto arquitetônico tombado e reconhecido pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT). A entrada é gratuita e para maiores informações os interessados deverão entrar em contato através do e-mail: chcm@mackenzie.br ou telefone: (11) 2114-8661. As programações também são divulgadas nas redes sociais do Instagram e Facebook: @chcmackenzie.
São Paulo
de todos os tempos
Geraldo Nunes Jornalista, radialista e escritor. Participa das coletâneas da Editora Matarazzo desde 2016.
Os 80 anos do “novo” Viaduto do Chá
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Matarazzo em Foco
Viaduto do Chá, anos 1940 Foto: reprodução
A Editora Matarazzo prepara mais uma coletânea de temas abordando a memória afetiva do povo paulistano com o título Vamos Falar do Centro II? O Viaduto do Chá, com certeza, será um dos assuntos de destaque entre os escritores convidados. Antecipo que recentemente, ou seja, em dia 18 de abril último este viaduto todo em concreto e asfalto completou 80 anos de inauguração e a partir dele, São Paulo ganhou o aspecto que a tornou conhecida como a metrópole das pessoas apressadas. A história do Viaduto do Chá, entretanto, começa 46 anos antes, a 6 de novembro de 1892 quando é implantada a primeira ligação entre o velho centro do triângulo e os novos bairros que surgiam a partir da margem oposta do rio Anhangabaú. “Todo em aço importado da Alemanha e piso de madeira, quando o bonde passava as tábuas do tabuleiro trepidavam fazendo um barulho que chamava a atenção de nós crianças”, conta o poeta Paulo Bomfim, de 91 anos, que conheceu a ponte original quando menino. No jornal O Estado de São Paulo, de 19 de abril de 1938, a notícia da inauguração do novo viaduto, dava conta que a substituição acontecia pelo fato de haver risco da estrutura antiga não suportar o peso de tantos veículos que ali passavam ao mesmo tempo em que muitas pessoas circulavam a pé de um lado para o outro sobre ele e ao mesmo tempo. A prefeitura se antecipava ao problema tomando providências. A construção começou em 1936 na gestão do então prefeito Fábio da Silva Prado e foi concluída faltando pouco mais de um mês para a entrega do cargo ao sucessor, Francisco Prestes Maia. Durante as obras o antigo viaduto continuou sendo utilizado com os trabalhos acontecendo em paralelo. Ficou decidido que o nome original seria mantido em homenagem aos idealizadores. Antes de existir o que havia no lugar era um barranco aos fundos de um casarão onde terminava a Rua Direita, bem na esquina com a Rua Líbero Badaró, antiga Rua de São José. A Praça do Patriarca ainda não existia. Na outra margem do Anhangabaú crescia um bairro então chamado Morro do Chá, com ruas de terra
esburacadas, algumas casas, embora algumas chácaras insistissem em permanecer. Para se ter uma ideia, A Província de São Paulo, em 15 de agosto de 1877, denunciava as condições precárias daquela região: “Falta luz, sobra lama e ausência de polícia”, dizia. Naquele mesmo ano, no mês de outubro, o litógrafo Jules Martin apresentaria seu projeto considerado arrojado e inovador para a época no qual propunha a construção de um viaduto ligando o Centro ao Morro do Chá. Após pressões favoráveis e contrárias, o projeto foi aprovado tendo sido necessária a criação de uma companhia voltada exclusivamente para construir a ponte, cujo custo girava entre 600 e 800 contos de réis, uma fábula para os cofres públicos. O Barão de Tatuí, cujo nome era Francisco Xavier Paes de Barros e a sua segunda esposa que era viúva do Barão de Itapetininga e herdeira das plantações de chá que margeavam o Anhangabaú, entraram na justiça para impedir o andamento dos trabalhos. No projeto constava a demolição da ampla casa de dois andares onde o casal residia. O assunto ganhou as páginas dos jornais e a sentença, depois de muita discussão e apelações, determinou a demolição do sobrado. Foi o primeiro caso de desapropriação na história da cidade noticiado pela imprensa. Só depois com o término do processo a companhia responsável pela construção pode então importar a armação metálica para a montagem do primeiro viaduto que a cidade ganhou. O Viaduto do Chá original ampliou a cidade fazendo surgir perto dele edifícios importantes como o edifício Alexander Mackenzie, atual Shopping Light e o Teatro Municipal. Atualmente, o Viaduto do Chá não é mais a importante ligação viária que foi no passado. A cidade expandiu-se e o lugar ganhou aspecto mais aprazível ganhando abaixo um bulevar, isolando o trânsito que agora segue por dois túneis em sentidos opostos. Do lado de cima já se pode caminhar sem a mesma pressa de outros tempos. Ainda atraente, o Viaduto do Chá continua sendo um dos lugares mais fotografados por aqueles que visitam a cidade e também serve de cartão postal para os que não conhecem, mas almejam um dia conhecer São Paulo.
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