O porto e eu

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Todos os direitos desta publicação estão reservados à Editora Matarazzo que detém os direitos autorais da obra para a Língua Portuguesa. Permissão escrita deve ser obtida da editora para usar ou reproduzir qualquer parte deste livro, exceto para citações breves em críticas, revistas ou artigos. Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Edição e projeto gráfico: Equipe Editora Matarazzo. Revisão gramatical: Antônio Marmo Bergonzoni. Capa: Equipe Editora Matarazzo. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) M425 O Porto e eu... / Thais Matarazzo. São Paulo: Editora Matarazzo, 2015. 66 p. Il. ISBN 978-85-69167-01-3 I. Matarazzo, Thais. II. Portugal - Porto. III. Título. CDD 869.93 (Bibliotecária Silvia Marques CRB 8/7377)


Rua de Santa Catarina. 869.93


Relógi

de São B o da Estação

rto. ento, no Po


O PORTO E EU... THAIS MATARAZZO

“Afinal, quem descobriu o Brasil não foi Pedro Álvares Cabral, o Brasil foi descoberto pela língua portuguesa.” (O Caminheiro (2001), poeta Paulo Bomfim).


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Prefácio

S

igo com maior interesse a peregrinação de Thais Matarazzo pelo universo da música popular e do rádio. Navego através de suas pesquisas por figuras e caminhos de minha saudade. Seu novo livro sobre o Porto toca de perto o coração do poeta. Um oceano de lembranças traz de volta a figura do avô Francisco Rodrigues dos Santos Bomfim, nascido no Porto, em 1849. Do Porto para Rezende, de Rezende para São Simão e Ribeirão Preto, o moderno bandeirante lega-nos a glória das fazendas que semeou em Bomfim Paulista, Cravinhos e o bairro de Bomfim em Campinas, onde meu pai nasceu. A terra roxa dos cafezais paulistas liga-se através do sonho das raízes ao Porto ancestral evocado com tanto amor pela sensibilidade de Thais Matarazzo.


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Esse livro é uma caravela unindo dois países num só coração. Paulo Bomfim Outono/2015. A escritora Thais Matarazzo, o poeta Paulo Bomfim e a artista plástica Camila Giudice, agosto/2014.


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Introdução

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as várias cidades que visitei no Brasil e em Portugal, duas que me causaram forte impacto - visual e emocional-, o Rio de Janeiro e o Porto. Ambas banhadas pelo mar.

Foi Amor à primeira vista!

Pela parte paterna, tenho sangue carioca e português. Algumas pessoas afirmam que essa “sintonia” tem a ver com este fato. Eu acredito nisso mas somado a alguma coisa a mais: minha sensibilidade foi tocada mais alta durante o encontro (ou reencontro?) com estas duas belas cidades. Essas sensações só vieram a fortalecer-se quando li este trecho do livro O colecionador de minutos (1960), do poeta Paulo Bomfim.

“Somos a reencarnação de nossos antepassados.


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Um dia, ainda conseguiremos penetrar o enigma do tempo, despertando em nossa consciência milhares de consciências adormecidas que trazemos em nós. Aí, poderemos dizer que passado e futuro pertencem ao presente”. Sendo assim, está tudo explicado. E para arrematar com “chave de ouro”, Paulo Bomfim, o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, honrou-me com o Prefácio para este meu primeiro livro de crônicas! Divido com o leitor as minhas melhores lembranças vividas em solo portuense. E se você nunca lá esteve... Vale a pena uma visita... O Porto é encantador! Thais Matarazzo Outono/2015.


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Um pouco de história “O Porto é uma Nação”.

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uem conhece Lisboa tem que conhecer o Porto. Há entre as duas cidades uma rivalidade antiga, mas fraternal, cantada e admirada através dos séculos. É como a competitividade entre Rio de Janeiro e São Paulo, mas nós daqui e de lá nos queremos bem, pois somos todos brasileiros. Lisboa é a Cidade Mulher. O Porto é a “Nobre e Invicta Cidade da Virgem”, tão ligada ao Brasil e a quem deu tanto do seu sangue. O Porto como nenhuma outra cidade lusa tem sido o maior e melhor celeiro de homens brasileiros. Há um vínculo de mais de quinhentos anos, como ressalta Gilberto Freire em suas obras. As origens do centro urbano da cidade do Porto, datam da antiga idade do bronze, aproximadamente oito séculos A.C. Desde o início, o povoamento pré-histórico teve importantes ligações comerciais com a bacia do Mediterrâneo.


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Ponte Luís I construída, em 1886, pelo engenheiro alemão Theóphile Seyrig, que fora sócio de Gustave Eiffel. É um dos ex-libris do Porto. Foto: Thais Matarazzo.


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Durante a ocupação romana, a urbe já era composta por impressionantes edifícios e controlava uma importante rede viária entre Lisboa e Braga. A cidade foi, mais tarde, denominada, primeiro de Cale, e, a seguir, de Portucale, de onde derivou o nome Portugal. As muralhas do Porto foram construídas no período dos romanos. A muralha original foi reconstruída no século XII, quando o burgo foi doado ao Bispo D. Hugo, que instituiu a primeira escritura pública. A segunda parte do paredão, que data do século XIV, cerca as encostas das freguesias da Sé e da Vitória e estende-se em direção ao Rio Douro, onde estão situados o cais e a Casa dos Trajes Reais. Entre os séculos XIII e XV, deu-se um grande desenvolvimento das atividades comerciais e marítimas e fortaleceram-se as ligações com importantes portos europeus, tais como Barcelona, Valência, La Rochelle, Rouen, Londres, Antuérpia etc. Neste período, os estaleiros do Porto e de Vila Nova de Gaia eram os mais importantes do país.


Aspecto do casario da Praรงa da Ribeira. Foto: Thais Matarazzo, 2015.


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As primeiras lembranças

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primeira coisa que me lembro ao chegar na estação de Campanhã, no Porto, em outubro de 2013, em companhia da minha irmã Tatiane Matarazzo, foi solicitar ao amigo Fernando Pinto para me levar para ver o Rio Douro. No caminho, escutei as gaivotas grasnarem (bem mais do que em Lisboa) e fui avistando igrejas, monumentos, palácios e todo aquele casario antigo, algumas fachadas decoradas com conjuntos de lindos azulejos e outras, predominantes, com fachadas em tons cinzas. Essa cor de pedra e de concreto também é muito comum em São Paulo. As duas cidades têm fragrâncias de trabalho, de firmeza, de iniciativa, de desgaste e de muitas histórias. Observar o Rio Douro, ali da Ribeira (zona histórica), não foi vê-lo e sim revê-lo... Esta foi a minha sensação!


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Por um instante, o relógio parou, o tempo estagnou e minhas pupilas se encantaram... Como num choque, num passe de mágica, de repente aquela paisagem registrou-se para sempre nas minhas retinas. Depois, fomos passear pelo centro. É necessário ter firmeza nas pernas, curiosidade e boa disposição para passear pelas ladeiras íngremes do Porto, neste aspecto me lembrou o centro histórico de Salvador, na Bahia. Você desce, sobe, desce, sobe, desce, sobe... Fôlego, você está no Porto! Os habitantes locais são muito atenciosos e amistosos (neste aspecto aproxima-se do carioca). O povo tem muito orgulho de ser portuense, também conhecidos como “tripeiros”. Essa alcunha surgiu devido aos sacrifícios que a população fez para apoiar a preparação da armada que partiu, em 1415, para a conquista de Ceuta, tendo as pessoas oferecido aos expedicionários toda a carne disponível, ficando apenas com as tripas para a alimentação, com elas confeccionando um prato saboroso que hoje é menu obrigatório em qualquer restaurante.


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da cidade, são as “Tripas à moda do Porto”. A expressão “tripeiro” é mais carinhosa do que pejorativa. A estação de São Bento, na Praça Almeida Garrett, é belíssima. Foi idealizada pelo arquiteto portuense José Marques da Silva e inaugurada oficialmente em 1916. O estilo arquitetônico é de influência francesa. Os painéis de azulejos, na sua maioria, azul e branco, trazem temáticas históricas. São vinte mil azulejos, instalados entre 1905 e 1906, que retratam cenas passadas no norte do país, alusivos aos transportes e a episódios históricos, como a entrada de D. João I na cidade, quando do seu casamento com Filipa de Lencastre; a submissão de Egas Moniz e família ao rei de Leão, e a Conquista Ceuta.

Casario da Praça Almeida Garrett em frente a Estação de São Bento.


Detalhe da entrada da Estação de São Bento, com parte dos azulejos temáticos, colocados entre 1905 e 1906. Foto: Thais Matarazzo.


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E a Rua de Santa Catarina? Ah, minha irmã e eu adoramos esse endereço. Compramos várias peças interessantes e casacos belíssimos - vestuário difícil de encontrar no Brasil. A única pena é que nunca usamos esses casacos aqui, pois nosso inverno não é tão rigoroso como o europeu (graças a Deus!). Ficamos hospedadas no Porto mesmo, na casa dos amigos Fernando e Ana Pinto. Um casal muito simpático e acolhedor. Mais dois amigos que fizemos e que nos levaram para conhecer cada pedacinho da Cidade Invicta.

Aquele foi um dia cheio de emoções!


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Ao lado vemos a fonte da Praça da Ribeira. A fonte é uma das peças que compõe a Esplanada da Ribeira, pertencente à zona histórica do Porto, faz parte dos tempos quando por ali chegavam e saíam as mercadorias da região. Atualmente é um dos pontos de referência para os turistas. Ladeada pelo típico casario portuense e com o São João Batista, de José Cutileiro, a velar em cima da fonte, o antigo Cais da Ribeira exala Porto por todos os poros.


Fernando Pinto, Thais e Tatiane Matarazzo na Rua de Santa Catarina, outubro/2013.


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A Rua de Santa Catarina

Eis um dos meus endereços preferidos no Porto.

Uma vez fiquei hospedada num hotel nesta rua. Eu subi e desci várias vezes esse logradouro - precisa-se ter pernas boas e muita disposição -, pois antes de chegar a Capela das Almas, já estava cheia de compras. A rua é uma das mais fortes do comércio portuense, desde lojas de souvenirs até de grifes conhecidas. É muito mais fácil encontrar um comerciante indiano ou chinês do que um português, estes povos tomaram conta do negócio local. A Rua de Santa Catarina começa na Praça da Batalha e segue até a Praça do Marquês de Pombal, aonde tem o restaurante italiano Mamma Mia, ali aconteceu o lançamento do meu livro A Rapaziada do Brás: seus Artistas, Memórias e Canções, da editora In House, em agosto de 2014.


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Essa apresentação foi sensacional, mesclando literatura e música. Com organização da Associação Sociocultural Código Simbólico, presidida pela socióloga Rosilda Portas, além do lançamento também tivemos a apresentação da fadista Ciça Marinho e do violonista Sérgio Borges cantando música portuguesa e sambas do Adoniran Barbosa. Misturouse o fado e o samba... E todos esses meus amigos citados são paulistanos como eu! No número 112 da Rua de Santa Catarina está o Majestic Café, eleito o sexto café mais bonito do mundo, distinção atribuída pelo site Ucityguides num “top” que classifica, por ordem de beleza, aquele espaço portuense como “um dos mais atrativos” desde a “fachada ao interior”. Tomar um lanche no Majestic é voltar a era dos “cafés concertos” ou “cafés tertúlias”, como se diz em Portugal. O estilo da “Belle Époque”, o glamour e a elite cultural parisiense eram as referências para a cultura portuguesa na segunda década do século XX, quando o Majestic foi inaugurado teve seu nome influenciado por este motivo. Hoje o local é


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mais turístico do que cultural. Através de uma das travessas da “Santa Catarina” é possível fazer uma visita ao Mercado do Bolhão. A arquitetura do prédio é muito interessante, são dois pisos e encontra-se lá tudo o que você imaginar, como num bom mercado popular. A maioria dos prédios residenciais da parte alta desta rua estão semiocupados ou abandonados. Alguns têm nas fachadas belos conjuntos de azulejos. Andar pela “Santa Catarina” é como recuar nos tempos áureos. Eu achei interessante um detalhe encontrado em muitas portas: um puxador flexível de ferro, em forma de “mãozinha”, para bater na parte fixa da peça. Muito original: era a campainha de antigamente.


Escada que dá para o pátio interno do Majestic Café. Reprodução.

Fachada do Majestic Café. Reprodução.


Detalhe da fachada da Capela das Almas da Rua de Santa Catarina. Foto: Thais Matarazzo, 2015.


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D. Pedro também deu seu coração ao Porto

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ão são poucas as pessoas que se apaixonaram pelo Porto! D. Pedro I (do Brasil) ou D. Pedro IV (de Portugal) nasceu em terras lusas, em 1798, e veio para o Brasil com a Família Real em 1808. Em nosso país cresceu, fez-se imperador e viveu grande emoções. Mas legou a cidade do Porto o seu coração. Esta relíquia encontra-se, desde 1835, no mausoléu do altar-mor da igreja da Lapa, no Largo da Lapa, no Porto. A doação foi uma decisão testamentária. D. Pedro faleceu em 1834, sendo seu gesto único na história lusitana. Esse oferecimento deu-se como prova do heroísmo com que o Porto defendeu o seu lado no Cerco do Porto, entre


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julho/1832 a agosto/1833. Houve entre ele e a população uma cumplicidade enorme. Durante os meses em que viveu na

D. Pedro I em 1830


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Cidade Invicta, o imperador costumava assistir as missas na igreja da Lapa. Na Praça da Liberdade, cercado por lindas construções, existe um monumento ao soberano. Embora em datas e situações completamente diferentes, eu consigo compreender esses sentimentos de gratidão e carinho do nosso imperador para com os portuenses. Eu fui muito bem recebida nessa cidade portuguesíssima, como conto nestas crônicas. Por isso, tal como D. Pedro, também dei meu coração ao Porto, embora simbolicamente...


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A família Pinto

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u não poderia escrever sobre o Porto e não destacar a família Pinto: o casal Fernando e Ana, pais da Ana Silva, genro do Hugo Silva, e avós da linda Joaninha. Os conheci através da internet em 2008. Quando minha irmã e eu fomos ao Porto, em 2013, ficamos hospedados na casa dessa maravilhosa família. Fomos recebidas com muito simpatia e fidalguia. Não houve estranhamento entre nós, como é natural quando conhecemos novas pessoas. Foi tudo muito natural. Esses queridos amigos foram de uma generosidade rara de se encontrar hoje em dia. Toda essa ternura só fez com que nos sentíssemos mais em casa, como se o Porto fosse uma cidade brasileira. Daí tanto carinho por este torrão nortenho português.


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O Fernando Pinto é sobrinho do fadista Manoel Monteiro, o primeiro a cantar música portuguesa no rádio brasileiro. Com a Ana e o Fernando viajamos de carro por várias localidades do norte do país, como Viseu e Viana do Castelo. Conhecemos a aldeia de Cimbres, onde nasceu o Manoel Monteiro, e a aldeia de Marco de Canavezes (distrito do Porto), onde veio ao mundo a nossa Carmen Miranda. Acompanhar o curso do Rio Douro e ver seus vales, vinhas e olivais é uma experiência maravilhosa. A paisagem é cinematográfica! Ainda mais que estávamos no outono europeu: o céu azul, sem nuvens, vento suave e clima frio. Portuensemente agradeço a Deus por ter nos permitido encontrar na Cidade Invicta tão excelentes amigos, como os membros da família Pinto.


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Thais com os amigos Hugo e Ana Silva, num dos recantos do velho Porto, 2013.

Ana Pinto, Tatiane e Fernando Pinto a caminho da aldeia de Cimbres, Armamar, 2013.


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Busto de Carmen Miranda em frente ao Museu Municipal de Marco de Canavezes, que tem um andar dedicado a “Pequena Notável”, 2013.


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Thais na sala do museu dedicada a Carmen Miranda, junto a azulejos decorativos e um marionete.

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O vinho do Porto

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screvo essa crônica ouvindo um CD de fados da Florência, uma das minhas fadistas preferidas e natural do Porto, da freguesia de Campanhã. E para acompanhar a música degusto um cálice de vinho do Porto! Ahhhh.... Tudo isso me faz fechar os olhos e sentir - com o poder do pensamento - meus pés tocarem os passeios da Cidade Invicta em frente à estação de São Bento, na Praça Almeida Garrett. Apresso meus passos rumo à Rua de Mouzinho da Silveira, Rua de São João e desemboco na Praça da Ribeira e logo alcanço a ponte Luís I. Pronto, basta atravessá-la para chegar a Vila Nova de Gaia. É na outra margem do Douro que ficam as famosas caves de vinho do Porto. Que delícia! Fiz uma visita a cave dos vinhos Taylor’s. Estava junto com minha irmã e a família Pinto... Durante a visitação,


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foram mostradas as pipas, os tonéis e outras formas de armazenamento do “néctar dos deuses”. Andamos, andamos, andamos (ufaaa!), aprendemos um pouquinho sobre toda história do vale do Douro e das plantações de uva e... finalmente... a degustação. Foi a melhor parte da visita! Se eu já apreciava um bom vinho, depois desta estada no Porto aprendi a gostar mais ainda. Naturalmente, vir às terras portuenses e não provar essa bebida é como “ir Roma e não ver o Papa”... O vinho é produzido na região vitivinícola do Alto Douro. A partir das caves de Vila Nova de Gaia é que o vinho é exportado internacionalmente. Muito próximo a cave da Taylor’s existe um hotel chiquérrimo de onde é possível ter uma vista panorâmica da cidade do Porto. Foi outra grande emoção que tive ao mirar toda aquela paisagem deslumbrante. Nunca mais vou me esquecer daquele momento. Por isso que vivo com o retrato do Porto nos meus olhos e o vinho no meu paladar...


Durante a visitação da cave da Taylor’s vê-se centenas de pipas com diversas qualidades do vinho do Porto.

Um brinde memorável com Thais, Fernando Pinto, Tatiane Matarazzo e o casal Hugo e Ana Silva, 2013.


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Aspecto das plantações de uva nas encostas do Douro, região de Viseu. Foto: Thais Matarazzo, 2013.


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A Torre dos Clérigos

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eus pés e minhas pernas doem só de lembrar a subida para o topo da Torre dos Clérigos! São 240 degraus de uma escadaria espiral, 76 metros de altura e muito fôlego. Em tempos passados este já foi o edifício mais alto de Portugal. Todo esse esforço é compensando quando chegamos ao cimo e podemos contemplar a cidade e o Rio Douro. Dá para escutar mais de pertinho o canto das gaivotas. Eu acho muito bonito, é um dos sons que associo a Cidade Invicta. Tal como a ponte Luís I, os “Clérigos” também é um ex-libris do Porto. É uma das principais atrações turísticas da cidade. Situada no coração da Baixa do Porto, a torre começou a ser construída em 1732, por iniciativa da Irmandade dos Clérigos. A igreja anexa ficou concluída em 1749 e a torre em 1763.

Para chegar ao local é muito fácil, o acesso se dá pela


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Rua de São Filipe Nery ou pela Rua da Assunção. Dizem que autor do projeto, Nicolau Nasoni, foi sepultado na Igreja dos Clérigos, mas em local que ninguém sabe precisar. A Torre foi durante muitos anos uma referência para a navegação, quase como um guia orientador dos navegadores na entrada da barra do Douro. Contribuiu também para ajudar os comerciantes a saber quando chegava ao Douro o “vapor da mala real”, uma embarcação que trazia de Londres dinheiro e letras de câmbio para pagar produtos que tinham sido exportados para Inglaterra.


No topo da Torre dos ClĂŠrigos vemos os amigos Fernando Pinto e Ana Silva junto com Thais e Tatiane Matarazzo, 2013.


Vista panorâmica do Porto a partir da Torre dos Clérigos, vendo-se ao fundo a ponte Luís I, o Rio Douro e parte de V. N. de Gaia. Foto: Thais Matarazzo, 2013.


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Coisas em comum entre São Paulo x Porto

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u amei o Porto desde a primeira vez que vi uma fotografia numa revista antiga do Rio Douro e da ponte Luís I. Eu sempre repetia que um dia iria conhecer aquela cidade. A amabilidade com que o portuense nos recebem é fantástica. Isso nos faz sentirmos em casa. Nos dias que lá estive pela primeira vez, encontrei coisas e fatos semelhantes existentes em São Paulo, minha cidade. A primeira surpresa foi ver, no Largo do Terreiro quase esquina com a Rua Reboleira, a Capela da Nª. Srª. do Ó. Eu moro no bairro da Freguesia do Ó na capital paulista. Não consegui visitar o interior da capela. Ela vive fechada, alguns comerciantes me informaram que raramente é aberta. Acontece que a capela sofreu com vários saques até ser fechada para visita pública.


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É a antiga capela de Nª. Srª. da Piedade ou do Cais, deve o seu novo nome ao fato de ter sido transferida para lá a imagem da Senhora do Ó, proveniente da capela da Porta da Ribeira, demolida em 1821. O edifício data do século XVII, tendo sido remodelado no século XIX após a destruição ocorrida durante as lutas liberais. No interior, destaca-se um Largo do Terreiro, vemos a à direita da foto a Capela de Nª. Srª. do Ó. Foto: Thais Matarazzo, 2014.


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retábulo em talha do início do século XVIII, de autoria de João da Costa. O centro histórico da cidade é a área mais antiga do Porto, desde 1996 é classificado como Patrimônio Cultural da Humanidade. Corresponde ao tecido urbano marcado pelas origens medievais da urbe e inclui territórios situados nas freguesias da Sé, de São Nicolau, da Vitória e de Miragaia. Na “miu nobre, sempre leal e Invicta cidade do Porto”, partindo da Praça de Mousinho de Albuquerque, descendo a Rua de Júlio Dinis, encontramos duas vias, com dois nomes que lembram muito São Paulo: um logradouro com o nome homônimo ao da Pauliceia e a Rua de Ricardo Severo, imporCapela de Nª. Srª. do Ó. no Largo do Terreiro. Foto: Thais Matarazzo.


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tante personalidade portuguesa da sociedade brasileira. Severo (1869-1940) foi arquiteto, engenheiro e um incentivador das artes e da vida associativa da comunidade luso-paulista. Junto com o arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928), foram responsáveis por grandes obras realizadas em São Paulo na primeira metade do século XX, como o Theatro Municipal, Mercado Municipal Paulistano (Mercadão da Rua da Cantareira) e o Liceu de Artes e Ofícios. Uma das diferenças entre São Paulo X Porto é que na segunda cidade a vida segue serenamente, com bastante harmonia (o que faz bem para a saúde!). Vive-se sem presa e com mais qualidade.


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O Terreiro da Sé

Situados no topo do morro de Pena Ventosa, o Terrei-

ro da Sé e a Catedral portuense, também conhecida como Catedral de Nª. Srª. da Assunção (santa padroeira da cidade), são de fundação muito antiga datadas do século VI, embora nada reste do tempo anterior à fundação de Portugal. É um dos meus locais favoritos. Poder observar parte do município desta esplanada é qualquer coisa de maravilhoso! Tem um telescópio, que funciona depositando uma moeda,


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e dá para avistar de pertinho os recantos mais interessantes do Porto.

A partir da estação de São Bento é muito fácil chegar até lá - prepare as pernas para a ladeira -, basta subir a Avenida de D. Afonso Henriques. Você vai descobrindo o casario antigo e logo se avista o conjunto arquitetônico em torno da Catedral da Sé. É como recuar no tempo, ter contato vivo com a história! O atual Terreiro da Sé é uma criação da década de 1940. Para abrir caminho para esta espaçosa praça foram demolidos vários quarteirões de feição medieval que ainda subsistiam. Mesmo em frente à porta da Sé do Porto estava a Capela dos Alfaiates que foi desmontada e reconstruída em 1953 na Rua do Sol. Nas imediações estava, também, uma casa torre que foi reconstruída e rebatizada como Torre Medieval do Porto.


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Devido a estas remodelações, quase a totalidade das construções do local desapareceram para sempre. Em 1945, foi colocado no centro do novo terreiro um pelourinho pela Câmara Municipal do Porto, como arremate das obras de reestruturação da região que envolve a Sé. Catedral

e

Terreiro da Sé vistos da Torre Foto: Thais Matarazzo, 2013.

dos

Clérigos.


Acima vemos o casario da Rua da Chã que também dá acesso ao Terreiro da Sé. Abaixo dois ângulos diferentes da esplanada da Sé: à esquerda está a Casa do Cabido, e, à direita, vemos o edifício da antiga Casa da Câmara.


Thais Matarazzo e os livros que lanรงou no Porto em agosto de 2014. Ao fundo vemos um trecho da Avenida dos Aliados.


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Meus livros no Porto

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ive a oportunidade de realizar duas apresentações dos meus livros no Porto, com a colaboração da Associação Sociocultural Código Simbólico, presidida pela socióloga Rosilda Portas, uma paulistana que mora na Cidade Invicta há mais de trinta anos. Quem me apresentou a Rosilda foi o jornalista e produtor cultural Alberto Guimarães, um portuense “nota 10”, que conheci no Rio de Janeiro há anos atrás. Alberto tem uma participação especial no meu livro Brasil e Portugal: teatro, música, artistas e tal, escreveu sobre o compositor português Adelino Moreira, muito conhecido no Brasil por ter dado ao cantor Nelson Gonçalves seus maiores sucessos. O primeiro lançamento ocorreu em agosto de 2014, em pleno verão europeu. O Porto pareceu-me mais bonito nesta estação, um céu azul anil, sem nuvens e muito calor


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(embora eu aprecie mais o outono). À noite a cidade parece um tesouro iluminado e colorido. A apresentação dos títulos A Rapaziada do Brás: seus artistas, memórias e canções e Fado no Brasil: artistas & memórias, ocorreu no Mamma Mia Ristorante & Pizzeria, à Praça Marquês de Pombal, nº 37. Foi uma noite especial que misturou literatura, música e gastronomia (eu amo massas em geral)... Tudo isso regado com um excelente vinho do Porto! E para fechar com “chave de ouro”, tivemos a apresentação de Ciça Marinho & Sérgio Borges, fadista e violonista paulistanos que se dedicam à divulgação da música portuguesa no Brasil.

Sérgio Borges, Ciça Marinho e Thais Matarazzo, três paulistanos apaixonados pelo Porto, 2014.


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Em fevereiro de 2015 foi a vez do lançamento de Brasil & Portugal: teatro, música, artistas e tal (editora In House), livro produzido especialmente para o II Ciclo de Conferências Luso-Brasileiro sobre Teatro de Revista, organizado e mediado pelo prof. Jorge Trigo. Após a apresentação em Lisboa, rumei para o Porto. O lançamento, na capital do norte, ocorreu na noite de 23 de fevereiro, na linda Casa Barbot ou Casa de Cultura de V. N. de Gaia. Novamente, a organização foi da Código Simbólico, tendo a Professora Helena Gonçalo Ferreira - indicada pelo amigo Jorge Trigo -, realizado a apresentação da nossa obra para o público. O êxito se repetiu nas terras portuenses. Eu bem sei que para uma breve crônica não cabe a transcrição de uma apresentação, mas, neste caso, vou abrir uma janela para publicar as palavras tão gentis da prof. Helena Ferreira, pois eu fiquei bastante sensibilizada com sua referência ao meu trabalho literário. Acredito que Helena “codificou”, em seu texto, o meu amor por Portugal e sua cultura musical.


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“Cabe-me a simpática tarefa de apresentar o nono livro da grande escritora, apesar de muito jovem, Thais Matarazzo. Devo dizer que gostei logo do título, ‘Brasil & Portugal: teatro, música, artistas e tal’, tanto, como gostei do título atribuído pela ‘Código Simbólico Associação Sociocultural’, quando se referiu pela primeira vez a este evento: ‘Muito mais é o que nos une’. Eu acrescento, citando o Carlos Tê, no seu ‘Primeiro beijo’ tão popularizado pelo Rui Veloso, ‘que aquilo que nos separa’. Na verdade, as relações entre Portugal e o Brasil já duram há mais de quatro séculos, com alguns revezes, ao longo da história, devidos, principalmente, a um colonialismo tardio, mas que vão sendo ultrapassados, à medida que nos aproximamos cada vez mais. Para esta aproximação muito contribuem, a língua que partilhamos e o precioso serviço da TAP, hoje com 70 vôos semanais unindo Lisboa e o Porto com dez das maiores capitais brasileiras. Isto, para uma aproximação física, é claro, porque, no que se refere à aproximação artística e cultural, Thais Matarazzo, refere que o desenvolvimento dos meios de comunicação tal como o disco, o cinema,


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a rádio, a televisão, a internet, entre outros fatores, contribuíram para a sua difusão e partilha. E, no que toca à música popular, o teatro de revista e o rádio foram as ferramentas mais importantes para a sua popularização, até meados do século XX, envolvendo um grande número de artistas, compositores, autores e empresários. Eu acrescentaria, a todos esses fatores, a amizade - entre portugueses e brasileiros e a paixão que alguns sentem pelo país dos outros. Parece-me ser este, também, o caso de Thais, que sendo brasileira, descendente de portugueses, se apaixonou por este país e assumiu, no seu papel de jornalista e escritora, divulgar a arte e os artistas portugueses e brasileiros que atuaram nestes dois países, com grande sucesso. Na obra em questão, a autora define como principal objetivo recuperar, registar e preservar as memórias da troca artística entre os dois países irmãos, focalizando o período de 1910 a 1960 (...). Temos, por isso, portugueses e brasileiros, muito que lhe agradecer, por esta belíssima obra, que é mais uma ponte que une os dois países.


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Termino, então, com as palavras de um grande português, adulterando-as: Deus quer, a Thais sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já então separasse. (Fernando Pessoa)”. Outro grande amigo e colaborador portuense do meu trabalho é o colecionar Paulo Borges de Almeida. Um apaixonado pelo cinema português e que mantêm na internet vários blogs dedicados ao tema. Por tudo isso, só me resta agradecer de coração a todos os amigos portugueses pela acolhida tão carinhosa e solidária como me receberam. E termino este meu primeiro livro de crônicas afirmando, mais uma vez, que metade do meu coração é português!


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Rosilda Portas, Thais Matarazzo e Prof. Helena Ferreira, na Casa de Cultura de V. N. de Gaia, 23/2/2015.


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Curiosidades §

O infante D. Henrique nasceu no Porto em 1394. Ele foi o príncipe navegador, que deu início à era das descobertas marítimas portuguesas.

§

O autor da conhecida Carta da Descoberta do Brasil (1500), Pêro Vaz da Caminha, também é portuense. Era funcionário da Casa da Moeda, tendo sido requisitado pelo rei para se juntar à expedição de Pedro Alvares Cabral a fim de elaborar o diário de bordo.

Infante D. Henrique

Pêro Vaz de Caminha


Dois importantes teatros ligada a vida cultural do Porto: o Coliseu, à esquerda, e o Sá da Bandeira, abaixo. O Coliseu, localizado à Rua de Passos Manuel, nº 137, foi palco de grandes espetáculos musicais e teatrais. Sua inauguração aconteceu em 1941. Ao seu lado está o Cine Olympia (vemos à esquerda da foto). O Sá da Bandeira, localizado à rua homônima, nº. 108, foi inaugurado em 1870 e sofreu várias reformas nas décadas seguintes. A primeira exibição de um filme português foi feita neste teatro, em 1896, por Aurélio Paz dos Reis.


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A autora

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hais Matarazzo é paulistana, jornalista, escritora e investigadora cultural, com ênfase na história do rádio e da música popular brasileira e lusa. Integra a equipe do programa Solo Tango, comandado por Walter Manna, na Rádio Trianon de São Paulo. É autora de 12 livros, entre eles, cinco são dedicados às memórias e aos artistas da música popular portuguesa no Brasil: Irene Coelho, uma brasileira de coração português (2011), Fado no Brasil: Artistas & Memórias (2013), Brasil & Portugal: teatro, música, artistas e tal (2015), O fado que cantei e outras canções (2015) e O Fado nas Noites Paulistanas (2015). Experimentando um novo estilo, a escritora estreia-se no mundo das crônicas com O Porto e eu.


O Porto e eu...

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Em breve será lançado o volume O Rio e eu: crônicas de uma paulistana.



O Porto e eu...

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Sumário Prefácio por Paulo Bomfim, 6 Introdução, 8 Um pouco de história, 10 As primeiras lembranças, 14 A Rua de Santa Catarina, 21 D. Pedro também deu seu coração ao Porto, 26 A família Pinto, 29 O vinho do Porto, 34 A Torre dos Clérigos, 38 Coisas em comum entre São Paulo x Porto, 42 O Terreiro do Sé, 46 Meus livros no Porto, 51 Curiosidades, 58 A autora, 60 Dedicatória, 65



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Dedico este pequeno livro Ă todos os meus amigos portugueses e brasileiros que amam o Porto!


www.editoramatarazzo.com www.facebook.com/editoramatarazzo livros@editoramatarazzo.com



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