POESIAS II - POEMAS DO NELO

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Poesia II Poemas do Nelo

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Prefácio

Todo o ser humano é poeta por natureza. Só não sabe exprimi-las. A Antologia da Literatura Portuguesa deu-me um empurrão e fui fazendo experiências poéticas. Fui tomando o gosto aos poucos. Como qualquer um, sofre críticas negativas, que quase me levou a deixar de escrever, mas que passado alguns anos, o fui fazendo de novo, porque algo ou alguém me incentivou. Não devia de deixar de escrever e além disso era um bom exercício de saber escrever “sobre toda a cela”. Tomei o gosto e fui fazendo até aos dias de hoje poesia que estou a compilar neste outro livro. É só uma parte de um todo. De qualquer maneira eu acho que isso de ser poeta, está dentro de e em todos nós, na alma portuguesa. Como se costuma dizer, é o nosso fado, o nosso destino de escrever o que nos vai na alma.

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Dedicatória Quero agradecer a todos os meus amigos, a alguns familiares, e todos aqueles que conviveram comigo ao longo dos tempos, embora estivéssemos separados, porque cada um seguiu a sua vida e profissões díspares, e alguns deles tiveram que emigrar. Das brincadeiras, das muitas aventuras, ao longo da nossa vida, como em outros tantos lugares das Beiras em que vivíamos por questões de trabalho ou de habitação. De qualquer maneira fica a recordação dos bons momentos, dos maus momentos, mas acima de tudo a amizade. Através do passado vive-se o presente.

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índice Título

Página

Pela marginal

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Um deus, um ser

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Sim, eu sei

10

Vou partir

12

Eu sou aquele

14

Qual a razão?

16

Louco… O Homem

18

Luanda

20

Velha amiga

22

Lamentoso, mas real!

25

O que nós queremos, é o que tu queres

27

Droga

28

História, a palavra

30

Sonho

32

Sonhos amargos

34

Nosso fado

36

A vós Lusitanos

37

Lembrando Camões

38

Penas

40 5


Pai e filho

41

Vive-se

43

A união faz a força

45

O bem…

46

As coisas que diviso

48

Não é bem assim…

49

Mansões

51

Razão de existir

52

Tu és a imagem

53

Esquecer

56

Tempo perdido

57

Quatro tempos

58

Amigo do alheio

59

Estar só

60

Elas, as pessoas

61

Look

62

I can´t

64

She dead

65

Saudades

67

Gratificante

68

Soltam-se as palavras

69

Vê!

70

Admiração

71 6


Miséria

72

Paixão

73

Coimbra

74

Vento

75

Loucura

76

Maria

77

As estrelas cantam

78

As palavras da História

79

Rios

80

Agitado penso…

81

Nós

82

A beleza da Natureza

83

Praia

84

Sem destino

85

Lamento

87

Futuro

88

À vida

89

Não te lamentes!

91

Sonho

92

A verdade

93

O coração

94

Rebelde

95

O mar

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Pela marginal Pela marginal passeei Pela marginal andei Para espairecer Ao entardecer Pela suave brisa Ao som da maresia Que ao longe visa Dรก para fazer poesia Do ambiente que me envolve A Natureza resolve. Esclarecido fiquei Descansado vaguei Pela marginal andei Pela marginal vagueei. Satisfeito fiquei Meia volta dei Para casa voltei.

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Um deus, um ser Tu és o pensamento és o vento que uiva, que sopra nas trevas da noite na luz da claridade Em que Eu sou a sombra da tua sombra tanto de noite como de dia na alegria numa moita todo no tempo fugaz que nada traz. Um deus, um ser cada um no seu compartimento cada um com o seu consentimento por vezes é o momento em que cada um está no seu pedestal entre ideias e contradições que nos dão lições. Pode-se ver um o outro não pois tudo é um senão pode-se imaginar um o outro não parece não ser comum e pode-se amar um e odiar o outro 9


ou temer-se um sem recear o outro mas não se pode (ou talvez até se pode!) temer ambos, odiá-los, amá-los, vê-los, imaginá-los, ou talvez ser-se indiferente ser diferente, porque esse é o seu desejo. Um deus, um ser nos seus tronos estão de ideias e contradições eles estão nos nossos corações em vastos salões na nossa mente e imaginação.

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Sim, eu sei Sim, eu sei Penso que sei Que muita coisa sei Muita coisa não sei. Em petiz aprendi Em garoto aprendi Em adolescente aprendi Em adulto aprendi. Agora no Outono da vida Toda a experiência vivida A vida revivida e lida Ainda continuo na lida E penso que sei Mas que nada sei Continuo a aprender A escrever até morrer. Sim, eu sei Por tudo aquilo que pensei Por tudo aquilo que passei Nada devastei Sim, eu sei Que agora sei Apesar de tudo logrei 11


Da memória saberei. Sim, eu sei Que a memória falha Não é nada que valha Pois sempre saberei. Saberei porque aprenderei Tudo o que esqueci E o que já vi Sim, eu sei e serei.

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Vou partir Vou partir não sei como dizer mas tenho que ir pois tenho de o fazer. Com saudade não sei porque ainda não senti os arrepios no corpo não senti na saudade pensei Saudade talvez vá sentir mas o dever chama o trabalho aclama a viagem tenho de prevenir. Vou partir pois tenho de ir vou com satisfação e dor no coração. Deixo muita coisa para trás mas é tudo o que me apraz outra terra irei outra terra verei. É o meu dever o meu destino tem de ser não é um desatino. 13


É esta a hora tem de ser agora Ê a alegria de partir não vou sentir nada.

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Eu sou aquele Eu sou aquele que não é nada entre a multidão um anónimo no meio de uma revolução. Um anacrónico. Uma sociedade nata. Eu sou aquele que começa muitas vezes não acaba por pura bravata mas que tenta alcançar sem se cansar por um final. Eu sou aquele que anda à noite vagueando pela escuridão nas sombras do pensamento nesta vastidão entre a multidão. Puro consentimento. Eu sou aquele que anda e desanda que vê e que é cego que ouve e é ouvido que sente o presente tudo consente. 15


À volta tudo anda. Eu sou aquele que se cala que levanta a voz por vez atroz que embala que arrepia o pelo No meio de uma vala. Eu sou aquele que escreve que descreve com um lema por um tema se faz poema. Aquele que se atreve. Eu sou aquele que gosta da liberdade da felicidade de ser independente eu sou aquele que é tudo e nada um anónimo contente.

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Qual a razão? Qual a razão de tudo isto por mais que visto faz sofrer o coração de tanto sofrimento de tanto rompimento de sentimentos pois tais cumprimentos sociais e de irmandades não são fraternidades que deviam de existir que deviam de coexistir e são esfarelados pelo egoísmo pelo egocentrismo esfolados sem compaixão como cordas de diapasão sem concerto e sem acerto de mentalidades não vivem em comunidades. Aonde está o deserto imaculado lá por ser histéril é maculado desolado aonde habita o réptil aonde vagueia gente humana que não vejo mas que desejo 17


que faço parte dela e acendo uma vela para que seja responsável para que seja fiável... Se a Humanidade não está mais civilizada a culpa é só dela pois há muito foi fertilizada ainda não atingiu a felicidade devido à sua natureza que não serve a Natureza mas que se rebela mas continua com ferocidade dos seus antepassados que nunca foram passados mas ultrapassados em velocidade pela tecnologia pela teologia pela convivência pela ciência... É esta a razão não é confusão. Somos aquilo que somos aquilo que nunca fomos mas que tentamos alcançar tentamos avançar da nossa estupidez animal pelo bem e pelo mal assim somos nós tais como vós o conhecimento 18


é o firmamento da nossa evolução no nosso coração.

Louco... O Homem Porque é que nos chamam de loucos Porque é que me chamam louco pois se de loucos todos nós temos um pouco? Porque é que será? Por sermos beligerantes destruidores e não restauradores se não somos inocentes talvez contestes da nossa própria natureza que destruímos a Natureza. Não poderemos modificá-lo o nosso comportamento não podemos verificá-lo com o nosso próprio sentimento ter mais responsabilidade 19


ter mais consciência pois habilidade temos em referência. Estamos a estragar a Terra e não é só de guerra mais que a guelra mais do que os dentes de uma serra estamos a destruir tudo ainda não estamos de luto mas para lá caminhamos para lá vamos se não fizermos nada e continuarmos com a nossa loucura contentes por tortura mas que não devia de ser a nossa cultura.

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Luanda Aonde estás tu agora Pérola africana bela tropicana que jaz nesta hora Em amarga cáfila Ocidental de África que tristes está agora de convulsões lá fora. Bela baía a tua de grossos lábios teus de calor que sua lindos olhos os seus Beijados pelo mar desejosa de amar para novo rumo remar para mais tarde lembrar. Luanda meu amor parti com dor há muito que parti voltar não me revi. Precisas de serenidade precisas de felicidade de uma bonita terra que mal saiu da guerra. 21


Bela, alegre e vistosa tens novo rosto tens novo mosto que eu gosto garbosa. Levanta-te bela rainha pois cresce a grainha serĂĄs grande cidade africana para alĂŠm da aurora tropicana.

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Velha amiga!... Velha amiga parece-me um pouco tremida um pouco comida pelo tempo que passou para longe me levou. Velha amiga vim de longe e que ao longe esperava abraçar-te abraçar-te saudosamente carinhosamente e num estado lastimoso remeloso te encontrei... Quando lá estava recebia notícias tuas que por aquelas luas eram desnorteadas eram deslavadas de sentido contido confusos e alienados pensamentos desalinhados... Confuso também estava Factos com que não lido. Quando cheguei ao pé de ti vislumbrei foi uma surpresa uma triste surpresa 23


num lastimoso estado estavas de maçãs cavadas não sei o que pensei a alegria prensei chocado fiquei ao ver-te assim jovem envelhecida mal reconhecida da embrulhada vida... Gente com fome com falta de roupa que anda como louca sem dinheiro sem emprego sem sonhos ou sonhos desfeitos pelo malfadado destino que te tornou um desatino. Não há quem te tome. Esta revolução não dá solução a toda a gente nem toda a gente sente ou se habitua a nova vida Que ela te convida a novo modelo A vida por vezes é um atropelo de estar e acompanhar tudo está dentro de nós e como todos vós 24


ou acompanhamos ou estaremos fora. Não se adora O que não apanhamos. A vida por vezes é madrasta e não é canastra. Caímos e temos que nos levantar esfolados temos que andar. Eu só posso alguma coisa dar Só posso ajudar Só posso encaminhar-te ensinar o caminho para endireitar-te. O resto é contigo... Esquece o antigo tenta seguir em frente e faz frente.

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Lamentoso, mas real! Será que a paz não será capaz de se estabelecer e não esquecer? Será que a liberdade não tem a felicidade de ser verdadeira tenta ser corriqueira? Será uma quimera nesta Primavera? Tudo parece fictício não passa de um resquício? Palavras que são vãs acordos de divãs em que apertam as mãos mas de separados corações não são diligências não são convergências políticas agastadas por interesses devastadas por corrupção polvo em acção tudo são interesses o povo não tem interesses. 26


É assim a nossa paz Ê assim a nossa liberdade de falsa felicidade em que tudo nos apraz.

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O que nós queremos, é o que tu queres De longe eu vim com afins de trapos bonitos te enfeitei de amor te emprestei de fogo te enlacei e agora são festins adornada te vi enfeitada não te vi deslumbrada nem te vi nua nesta grande rua de festa engalanada pois tudo o que vi em tudo o que viste nada é parecido aqui o que é para ti afinal o que vestiste nem estás nua nem vestida nem feia nem bonita nem amarga nem doce o que é que está contida nessa cabeça traquina esse lugar belo e doce? Não respondas que eu sei, porque sabes o que pensei sabes o que desejei sabes o que quero, o que tu queres o que nós queremos, é o que tu queres. 28


Droga Fantasia da realidade não traz felicidade ópio devastador de virtudes não respeitadoras. Fictícia realidade falsa espiritualidade em busca de uma quimera numa falsa primavera. Realidades deformadas por horizontes deformados vidas esfumadas virtuais reformados de cérebros entupidos emaranhados mal esculpidos confusões e contusões mal bate os corações. Droga, a bela droga famigerada química parece em voga mas não passa de mímica. Não é vida ela é embutida em falsas premissas não há valores nem missas. 29


Fundo da miséria humana escória desumana animal açoitado não passa de um coitado. Sociedade drogada psicopata afogado miséria ambulante de carregado semblante.

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História, a palavra... Se as orações fizessem milagres se os pensamentos fizessem actos não havia factos nem navios como a Sagres e as escritas não fazem leis nem problemas fazem incógnitas nem lembranças sereis pessoas ficam atónitas por tais incertezas nem sempre há certezas pois os ritmos não fazem música mas a música faz ritmos que aparecem como istmos ruídos harmónicos como sendo música pois tem de haver sequência fenómenos em cadeia todos em frequência à volta de uma ceia. Teorias, teoremas a velocidade de lesmas, talvez caibam teses que por vezes são fezes que nos provocam não nos convocam tal facto, tal veracidade nem sempre trás felicidade é uma realidade clara susceptível a todos menos aos tolos aos ventos declara na transformação da palavra da sua História, 31


nem sempre vitória, mas sim uma consequência, uma sequência de factos e de actos verídicos ou não há sempre um senão. mas é esta a realidade é esta a veracidade de todos os seres vivos todos eles activos actuaram através dos tempos que transformaram os campos.

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Sonho Onde está o sonho que sonhei pois nem sequer voei nem sei onde o ponho pois aos meus olhos que viram e sentiram não foram só abrolhos nem tão pouco aos meus ouvidos que ouviram nem sons foram movidos nem sinto os meus braços que te abraçaram em aventuras vi-me em abraços no horizonte abarcaram. Não sinto as pernas que correram para longe varreram para longe das tabernas nem sabes aonde anda a cabeça que está a girar não sei aonde em etérea ponte. Oh! Sonho, sonho! Maravilhoso, poderoso que desejava sonhar-te outra vez sentir o teu mundo voar outra vez fugir da realidade fugir da fatalidade que nem sempre é simplicidade... Difícil de compreender difícil de empreender 33


não te consigo acompanhar nem de me levantar em litúrgica oração dentro do meu coração. Sonho da minha alma que eu perdi a calma pois sinto vários humores por vezes temores como calafrios, como amores por vezes dores e suores frios, outras de ódio em cima de um pódio furibundo outras fecundo, sinto compaixão sinto paixão e no entanto não vejo nada e quem nada não se afoga mas tem uma troca a morte pela vida é devida que se esvai que se descai até à dissipação até à emancipação. Foi-se... Dissipou-se... Esfumou-se.

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Sonhos amargos Por vezes os sonhos têm sabor outras vezes têm cor às vezes têm valor outras têm calor. Felizes os que sonham felizes os que o realizaram coitados daqueles que não ou realizaram em vão. Sonho bom sonho mau por vezes bem-bom outras nem num sarau. sonhos de uma vida melhor sonhos de um bem-estar por vezes é de assustar pois nada é para melhor Sonhos fáceis, vida difícil nada é de graça nem tem graça esta vida civil. Entre lágrimas e risos não são avisos de sangue e de suor não sei o que é pior. 35


Se é tormento de vida se é vida de tormento que seja um lamento difícil trabalho é devida. Oprimidos e confundidos explorados e humilhados tudo são partilhados nesta vida fundidos. Sonhos amargos sonhos vagos por vezes sem esperança que às vezes se alcança.

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Nosso fado Não me falta qualquer estudo nem me falta algum estatuto nem engenho e arte presente coisas belas se acham raramente. Nem gente peregrina ou de alguém fidedigna entre si vai para longe pois ninguém é monge. Para longe vão viver sem saber ler nem escrever é assim a nossa sina para melhor vida viver. É o nosso fado é o nosso destino nosso relato contado pesaroso desatino... Em todo o Planeta estamos para melhor vida melhor sorte desejamos pela felicidade devida. Abraço todas as comunidades desejo a todos felicidades a todos melhores oportunidades para todas as atividades. 37


A vós lusitanos A vós Lusitanos que levais a Selecção no nosso coração não sejamos espartanos mas o hino da vontade da força de vencer lutar e convencer para além da bondade temos Portugal numa só vogal a emoção no coração por vezes em oração temos de ser vernáculos temos de vencer os obstáculos o jeito de apanhar para ganhar, ganhar!

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Lembrando Camões Ah! Minha amada! Assim deixastes quem não deixara de nunca querer-te Ah! Ninfa minha! Já não posso ver-te, tão depressinha esta vida desprezaste! Minha vida não está metida no gosto da cobiça e na rudeza uma austeridade apagada e vil tristeza por vezes bastante comedida. Portugal não é pária mas é a minha Pátria Mouro, mas mouro com a Pátria Seja ele quem for, não vaia. Hoje, ninguém vai descalça pois toda a gente calça ia buscar água à fonte através de uma ponte . Ao pé da fonte está Leonor lavando a roupa chorando do amor que rompe. Aquela cativa, que me tem cativo porque nela eu vivo já não quer que viva já não é mais cativa. 39


Pastora da serra por ti a minha guerra na Serra da Estrela és a minha estrela. Menina dos olhos verdes porque não me vedes? Será que eu não tenho cor? Será que não tenho o teu amor? Verdes são os campos Lusas entrecampos cor de limão em pleno Verão São os meus olhos assim como se fosse um festim de uma verdura bela com animais nela Belas são as montanhas de belezas tamanhas recordações de Verão lembranças do meu coração.

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Penas Não são penas para escrever ou para descrever são somente apenas que nós sofremos que nós vivemos. Qual a pena de cada um se cada um e mais nenhum impõe a sua pena impõe a sua cruz uns fazem-me pena outros... Que cruz?... Se o céu falasse se o Éter viesse à Terra falar à Terra gabar as suas proezas havia grande pobreza. Há pelo mundo mundo humano por vezes tão desumano que respira fundo mas não encontra nada pobre de espírito que mata. São factos, são penas são misérias, são comédias 41


são vistas apenas de pobrezas médicas são crimes, são penas leves ou pesadas penas...

Pai e filho Pai e filho pode ser e não ser na verdadeira acepção da palavra mas uma comparação uma comutação entre ser pai e entre ser filho. Tudo tem o seu peso número e medida e tem o seu contrário o anti peso anti número, anti medida. Nada é arbitrário. 42


O mais e o menos tudo não é de menos tudo não é demais não é exagero e outros tais do simples ao complexo tudo tem o seu nexo. Tudo na Natureza tem a sua beleza não é avareza tal pai, tal filho sentimentos empilho perante tal grandeza. Um compensa outro descompensa um constrói outro destrói por vezes chegam a acordo outras em desacordo. Apesar de tudo e, contudo complementam-se implementam-se um é imutável e incomensurável o outro é imemoriável e intemporável.

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Vive-se A razão de viver é ter o dom de viver de saber viver de saber conviver. A vida não é um fim mas um lindo princípio é um maravilhoso benefício não um castigo com um fim. Não se vive por viver vive-se para engrandecer não só o próprio, tudo o que rodeia como se fosse uma epopeia. A vida é um dom é o nosso som o nosso tom o nosso lado bom. Temos de a encarar como se fossemos guerrear o dia a dia lutar se cair, tem de se levantar. Condição humana nas mãos o coração vive-se por viver não se vive por dizer. 44


A vida é um bem É bonita também Por vezes amarga Nem sempre uma sobrecarga. Nem tudo é um sonho Nem tudo é um conto Pois tudo o que ponho Para um final aponto.

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A união faz a força Não é preciso ser americano nem tão pouco africano. Basta ser português Nem ser francês. Basta torcer pela selecção Nossa, no nosso coração aflitos por vezes em oração mas é assim a nossa sensação. É a nossa representação é a nossa sensação jogo por jogo será aonde estiver se verá. O nosso coração estará convosco em qualquer Nação estaremos convosco. Nós todos estamos em união nós todos fazemos força estaremos a ver em reunião a nossa força, será a vossa força.

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O bem... Oca é a nossa vida por vezes dividida alarmante é o nosso estilo de vida que nem sempre é catita que a gente veste de escuro escura a vida que descubro como se alguém nascesse como se alguém morresse e esse alguém fosse um de nós e esse um de nós fosse eu!... O que se passa lá fora quando nos vamos embora daquilo que passamos cá dentro mesmo no nosso centro que miséria, que pobreza é a nossa alma que muitas vezes não se acalma nos problemas da nossa natureza a vida passa com firmeza no ventre da humanidade na consciência da felicidade. O tempo pode ditar mas temos que acreditar ele vai passando por vezes trespassando a nossa dor através do nosso odor chagas que não fecham amores que nos deixam 47


não sei o que se passa de bem muita coisa acontece também não sei bem o que é bem.

Nós somos a lusa Pátria amada De grandes valores afamada Nós somos os eleitos Realizamos grandes feitos.

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Coisas que diviso Teu simples sorriso belo e jovial simples e natural é poema de paixão é batida de coração. É coisa que diviso. É poema de amor versos com fervor é respirar apressado sem ser pensado uma flor que desabrocha farol de uma tocha ilumina o teu rosto sumo doce de um mosto que prende e se rende se aprecia e se aprende a amar a tua silhueta sem tempo de ampulheta. Do teu sorriso eu perco o siso fico desarmado não sei se amado mas ao teu lado quero ficar ao teu lado a vida quero virar. São coisas que diviso são coisas do teu sorriso 49


são coisas que assistes são coisas que não vistes mas são o nosso firmamento o nosso contentamento.

Não é bem assim!... Não é bem assim do que se fala do amor para mim não é latim sentimento que provoca dor não posso dizer que já não provei a dor também não posso dizer que não provei o amor

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porque tudo o que amei jamais esquecerei por tudo aquilo que doei o amor servirei. Não é bem assim um maldizer indecoroso porque o amor é valoroso um beijo fugidio assim. Porque no amor tudo se supera mesmo na dor a alma recupera. E é assim será sempre assim a filosofia do amor lágrimas sem dor.

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Mansões Através das mansões pelas vastas mansidões pela floresta de neurões pensamentos são milhões São catedrais explosivas catedrais silenciosas por vezes copiosas outras são repulsivas São desertos, são miragens são simples viragens são relâmpagos, são fogos não são apenas trocos Mas vislumbres magníficos por vezes terríficos mas são a evolução são a revolução Da nossa imensidão da nossa elevação pois não é constrição o Mundo é o nosso coração.

52


Razão de existir Tudo tem uma razão de existir porque há um elixir um impulso impressionista fora da nossa vista. Nada é alienado nada é inventado nada é uma ilusão muito menos uma confusão. A própria Natureza não deixa ela própria não se desleixa há leis que são imutáveis apesar de serem permutáveis. Há sempre uma razão de existir há sempre razão de coexistir A vida tem as suas razões que razões desconhecem os corações. Pois tudo são opções tudo são emanações a Natureza não se engana ela própria tem um programa.

53


Tu és a imagem Tu és a minha querida imagem que não é uma miragem és a minha preferida flor eu te dou todo o meu amor. Tu és um verdejante prado em que rebola o meu corpo feliz do teu corpo e bem farto encantado de simples sopro Da tua suave brisa tudo o que se divisa tu és a imagem da candura viragem Que eu sigo na tua viagem doce candura doce ternura tu és a minha querida imagem.

54


Futebol Move multidões faz palpitar corações faz cantar faz chorar faz saltar pular, abraçar gritar a plenos pulmões que no fim são rouquidões. Chamam nomes cognomes e outros nomes adjectivos impropérios blasfémias raiva, dor barulho ensurcedor tudo misturado num estádio. Não há outro desporto assim em que tudo é um festim que junta multidões que nem são irmãos mas que une ou desune raças, países e tribos cânticos que os ume que seguem os mesmos trilhos. Futebol de paixões desporto de emoções por vezes de guerra campal bairristas e nacionalistas 55


que chegam a finalistas fenómeno descomunal outro assim não há poucos assim haverá.

Basta uma rédea de luz para que todo o Mundo Consiga ver e concretizar que as portas que se abrem, são portas para novas descobertas, novos horizontes. Se a vida te sorri Teu rosto se abre de felicidade Se a vida te foge Teu rosto chora de infelicidade.

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Esquecer Por vezes é bom esquecer por vezes é bom não lembrar aquilo que o destino costuma tecer coisas que não quero relembrar. A vida por vezes é um desacato que nem num telhado serve para o gato à míngua de um raio de Sol em que a vida se desenrola num rol. No tempo decorrido não sei se perdido em que por vezes há dor outras apenas calor. É bom esquecer o que é mau na alegria aquecer vai tudo num vau. São tempos que já lá vão tudo foi num vagão com destino incerto gosto da vida em aberto.

57


Tempo perdido Tempo perdido tempo vendido tempo sentido e não revertido. O passado dá saudade os presentes dissabores também dá vontade de perder os sabores. O que vivo não é perdido é simplesmente sentido recordado com prazer que se faz com lazer. Não foi o meu busto que perdi nem fugiram os meus pés nem as lágrimas que verti foram lançadas de lés a lés. Que fazes agora deitado a olhar para o céu deleitado se nem cama tens nem ao que vens.

58


Quatro tempos Quatro tempos quatro andamentos quatro sentimentos quatro momentos. Tempo de Primavera nascimento e beleza que a Natureza venera cume da bela realeza. Tempo de Verão abre o coração enaltece-se o amor que vibra com o calor. Tempo de Outono que vai esmorecendo vai morrendo enaltecendo árvores caindo no sono. Tempo de inverno por vezes de inferno de frio e de neve que ao lume nos aquece. São estes os quatro tempos que vivemos e sofremos são estes os andamentos que a vida nos dá e que temos. 59


Amigo do alheio Há muitos amigos do alheio Espalhados por aí, por todo o lado Que vêm ao nosso palheiro Vêm devagar ante pé e calado Vêm-no tirar o que custou ganhar Para ir vender por tuta e meia Tiram-nos o nosso pé de meia O nosso dinheiro que nos custa a levantar. Não há quem ponha mão nisto Não nos podemos calar Não nos podemos conformar Sem a polícia está visto!

60


Estar só No meio da multidão no meio de sofreguidão numa bela paisagem ou numa miragem Estar apenas só estou apenas só no meio de tudo e sem contudo Ando no meio da multidão em plena vastidão nunca estou só num arrepio sem dó Gosto de estar acompanhado mas também gosto de estar só não gosto de lugar apinhado contemplar a Natureza apenas só.

61


Elas, as pessoas São todas diferentes nenhuma é igual são tão inerentes ninguém é como a tal Podem ser parecidas podem ser sósias mas não são aparecidas muito menos sócias. Umas são descomunais outras assim-assim a maioria formais todas gostam de um festim. Não há comparação cada um tem o seu coração o seu belo sentimento a vida com o seu consentimento. São elas, as pessoas em pensamentos voas cada um na sua posição cada um na sua composição. És aquilo que talvez apregoas o que fazem tais pessoas talvez nem sequer te assoas nem ficam nas impressoras. 62


Look look at me look my face it wasn't a fake don´t you remember? it's not a number... Let me see you let me heard you let me love you. The sky is so blue the clouds fly free it´s true like a beautiful tree when the Sun is sun shining Look Look at me a long time ago I didn't see you a years ago let me wake up it´s real or it´s a dream? It's kind to be thristy to be thirsty for you. Look look at me I wait for you a long time ago I pleased to stay but you gone far, far away. I see you I missid you 63


I´m going to be run run for you run for me, but I lost you.

Teus olhos vêm, mas parecem que são cegos Não apreendem o que estão a ver Por isso não aprendem. Tu ouves os sons, mas não os tons Encenas uma imagem Que pode ser uma miragem.

64


I can´t I can´t I can´t believe You are wrong you don´t leave you're not here get out outside in my life because you can´t be with me. I don´t love you I got loved her I want believe her. But you!... You don´t remember (do you remember?) No, you can´t. The sky, the stars the country, the Earth These aren´t here you are not of this century you are not here you´re not here but you... I love you I loved you.

65


She dead I said I tried I said to you If you love me And you kiss me And I love you Wat you doing? But you… You Don´t care I had go… It´s raining In my life My life is gray Go to the end. My girl is dead She don´t kiss me more She don´t see me She don´t see us Together 66


Because she´s going Go to the heaven And I I don´t leave I don´t want to leave And I say, I said I want remember I had ago…

67


Saudades Vivo de saudades vivo de felicidades vivo de atividades e retroatividades. Vivo de lembranças e de esperanças do tempo que vai passou e já lá vai. Bonitas lembranças deixam saudades são lindas faianças delicadas vidas pautadas. Sim, vivo de saudades sim, vivo de lembranças que encantam a minha vida ao futuro aquilo que é devida.

68


Gratificante A vida pode ser gratificante como pode ser terrificante ou simplesmente edificante que se torna num poema cantante. Pode ser uma realidade desafiante encantadora e estreante como uma realidade devastadora como simplesmente assustadora. Mas a vida é um termo edificante como saber viver é edificante como é bom ter razão ao sabor do coração. Elevar o amor e a felicidade aos actos da realidade à sociedade, à irmandade à alegria e à fecundidade. Sim é gratificante de tudo o que vivemos a vida é edificante só vivendo é que saberemos.

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Soltam-se as palavras Letras saltitantes por vezes cantantes vão pulando soltas por vezes tolas. Vão brincando correndo num jardim festejando inconscientes alegres rimando em portos alegres. Agrupam-se sem temas por vezes sem lemas vão construindo um poema vão construindo um tema. Uma ideia, um pensamento um simples relembramento se faz luz numa folha de papel como se estivesse a fazer rapel. É assim que se soltam as palavras sem grandes bravatas saltam, brincam e cantam para que outros se encantam.

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Vê! Olha, vê! vi tatuagens em vários peitos para muitos são leigos para os que têm diz algo mas não como fidalgo. Vê! São troféus, emblemas, brasões aquilo que vai nos nossos corações aquilo que quisermos transmitir que o nosso corpo permitir. Vê! São tatuagens são mensagens Como os antigos que nunca vistes como amigos. Vê! São vislumbres dos passados são relíquias que persistem são modas que assistem relíquias hoje de antepassados.

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Admiração Vi teu rosto moreno e bravo mas doce como o mosto com um ligeiro travo cândido e risonho por vezes tristonho vi os teus belos olhos sem atalhos nem abrolhos brilhantes e estrelados de amores e de sonhos que são atrelados às minhas paixões de sonhos. Corpo de Agosto corte de belo gosto o bater de coração em grande palpitação. Vi o no teu lugar o meu lagar o meu amor o meu ardor.

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Miséria Vemos miséria a todos os níveis até aonde não devia de estar as mentes são falíveis como estar numa sala de estar. São vozes ocas, por vezes loucas pouca cultura e sem censura de haveres muito poucas um casebre de penúria... Pelas ruas, pelas bermas são simplesmente sem abrigo mal conseguem manter as pernas nem comer pão de trigo Andam pelos cantos aparentemente sem rumo são tudo menos santos pobres de espírito sem aprumo.

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Paixão Paixão é amor ardente É uma acha que vai moendo moendo o coração palpitando em aceleração. É chama ardente consumindo lentamente de um querer não querer de um beijo a arder É um fado que clama um amor que chama são palpitações descontroláveis são pulsações voláteis Que vão e vêm que quer ir mais além um contínuo abraço descansando no regaço. É amor, é paixão mais do que uma compaixão não são desamores mas saudades de amores.

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Coimbra Senhora minha de tantos encantos menina de tantos prantos de lágrimas deitadas ao Mondego de amores eu aconchego. Senhora bem vestida bem aproada e dotada não é só na despedida que a saudade é adoptada. Não é só de doutores mas também de louvores Coimbra vive e renasce de novas ideias nasce. Teu choupal encantado em poema é cantado de lindas ninfas robustece mitos, lendas e sinas abastece. Por isso, Coimbra menina e moça é a minha menina de oiro coroada rainha de ramo de loiro é a minha doce e sempre saudosa moça.

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Vento Vento brando e suave vento forte e zangado voando como uma ave rebola em círculo fechado. Que tens tu vento porque zunes assim porque gritas assim como eu estou vendo. Qual é o teu desespero que te leva a uivar a filamentos ruivar em lágrimas de desprezo. Maus fígados, mau sentimento andas e rebolas em violência não tens advertência não consegues rompimento Não consegues nivelar o teu enorme ego destróis tudo como peças de Lego que não consegues acalmar. O que tens tu vento que por vezes não me lembro de te ver assim vives num amargo festim. 76


Loucura Teu corpo doce suave e leitoso de estilo majestoso cremoso mel agridoce Meus olhos viram e não atinam de intensa paixão amor sem compaixão Tornas-me louco louco do teu amor não é assim tão pouco por ti o meu fervor. Nossas almas loucas fantasias tresloucadas num alegre festival num Verão estival. Uma dança amorosa um tango fervoroso numa volta amistosa num beijo misterioso. Sim, é bela a nossa loucura que nos deixa em êxtase é sempre uma procura êxtase amor em êxtase. 77


Maria Vai Maria alegre cantando Há fonte vai caminhando Buscar fresca água Afastando sua mágoa. Tantas vezes a bilha vai à fonte Que um dia deixa lá a asa Maria vai andando para casa Chorando tal afronta, ela que aponte. A bilha é de barro e frágil Tal como todos nós somos Mas somos nós que a pomos Água da fonte corrente e ágil. Todos os dias Maria vai à fonte À cabeça leva a bilha Por caminhos estreitos pela trilha Ao pé do bebedouro corre a fonte.

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As estrelas cantam Cantam as estrelas essas errantes flaches luminosas tremeluzentes de fogo fátuo de S. Telmo pulsações de orações de plasmas solitários vagando por esses espaços vazios de luzes ardentes que são milhões de milhões corações de corações palpitam em biorritmos cósmicos de toda a sua magnificência de toda a sua luminosa existência de um Universo einsteiniano que explode numa eutanásia plasmática de mil sois vocês pulsam vocês cantam vocês luzem todo o Universo em todo o esplendor em todo o mistério vocês são a vida a nossa vida e o nosso caminho é para vós para vos louvar para vos encantar o infinito cantar. A vossa melodia é uma alegria. 79


As palavras da História A História é feita por homens comuns mas é escrita só por alguns são factos vulgares que mudaram a vida por isso foram escritas na altura devida. Poucas orações fazem milagres poucos pensamentos vêm a luz do dia poucos com alguma alegria quando alguns partiram de Sagres. São as consequências para além das frequências sem cadeados nem cadeias por um frenesim de ideias que de actos por vezes heroicos alguns conseguiram estoicos. Para além de teses e teoremas escrevemos para além dos temas. Para além das descobertas para além das veracidades que ficaram para a História para além da comum vitória ficaram os belos pensamentos em vários acampamentos Somos nós que o dizemos somos nós que o benzemos.

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Rios Todos os riachos se transformam em rios Todo o fio de água se transforma E no Inverno transborda E causa alguns calafrios. Todos os riachos são cristalinos sem poluição e sem estranhos mas como maus paladinos para lá vamos e estamos alterar a beleza alterar a Natureza estragar todo o conteúdo e ele deixa de ser sortudo. Era simples e selvagem agora domado e estragado não sei qual é a vantagem de estar tudo virado. Como verdades fictícias dão-se grandes divícias de belos passam a quimeras alteram as Primaveras. Rios outrora belos e selvagens de lado puseram pastagens dominaram a estrada em viagem verde e azul perderam-se na paisagem... 81


Agitado penso... O vento zune Ă minha volta a atitude ĂŠ de revolta na escuridĂŁo vou desbravando tentando vislumbrando O caminho esguio e escorregadio empedrado de granito mal iluminado e fugidio vou caminhando aflito. Por vezes ando como o vento por vezes por um lamento a estrada da vida me afoga outras vezes desafoga Este agitar por vezes intempestivo por vezes este pensamento este mar revolto festivo leva-me ao firmamento. Ao firmamento da vida ao sabor do amor por vezes da dor mas ĂŠ a minha vida ativa.

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Nós Todos somos nós todos somos Portugal todos nós, vós e avós emigrante frugal Não deixamos de estar no pináculo não deixamos de ser vernáculo movimentamos todo o mundo movimentamos o profundo Sentimento para lá da saudade por vezes de vaidade não somos um simples freguês mas o orgulho de ser português. Nesta altura sobe ao céu em festa de todo o lado infesta toda a gente neste Verão vem e faz luminosa o serão. É um País em felicidade matar a saudade sentida de toda a liberdade impulsiona o calor contida. Vernáculo português português do Mundo audaz e fecundo nossos pilares tu sentes e vês! 83


A beleza da Natureza Formosa ilha verdejante paradisíaca viajante de ventos alísios suaves de exóticas belas aves Natureza única e formosa por vezes escarpada e garbosa de longe uma bela revista que fascina a nossa vista. Tão variada, tão vaiada tão bela e vistosa por vezes mal tratada de fruta variada e gostosa. Beleza com vida Natureza sentida sentimento invejável toda ela desejável.

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Praia Quem te sonha amarela areia que tens uma grande plateia que se deita e saboreia que se deleita com a sua estreia. Quem te sonha praia que ao pé da salgada água espanta a sua mágoa e se esconde como a raia. Mar de belo canto que não tem recanto borbulha e mergulha espeta como uma agulha nos sensíveis corpos ao Sol se bronzeiam opulente suam por todos os poros massagem suave e envolvente lazer e alegria sentida bom descanso consentida na praia e no mar é levar e amar. Bela praia de sonho e beleza Na sua forma simples da Natureza é salgada a sua candura que no nosso corpo perdura. 85


Sem destino... Não é por nada às vezes até é por uma fada mas o de escrever o de descrever tem o que se lhe diga e por isso não me diga que tenho de o fazer, pois não tenho! É aleatório ou espontâneo é intricado ou simples mas é simplesmente assim... Não tem fim. Não escrevo por escrever tão pouco por lazer, escrevo porque preciso porque tenho necessidade de o fazer. Escrevo porque sinto algo sem ser um fidalgo escrevo porque sinto algo ao fazê-lo. Foi pura brincadeira, foi puro devaneio era como se fosse um passeio um puro passatempo para lá do tempo que já não me lembro. Hoje é mais do que isso é quase uma necessidade como se fosse felicidade transcrever a inspiração que vai na alma e no coração, na ponta descritiva de uma caneta à luz de um verde Planeta 86


que toma vida ao fazê-lo sem ou com rasto, sem destino me leva a fazê-lo.

Nas grandes crises não sabemos orar senão com o coração. Francisco de Bastos Cordeiro A solidão e o silêncio são asas robustas para os surtos do espírito. Machado de Assis A virtude do silêncio é rara, porém preciosa. O que é mais rico de todos é só quem vive alegre e feliz. O silêncio é a fonte insondável de todas as virtudes, o artifício mais hábil de todas as grandezas e o talismã precioso da felicidade e de saber ouvir.

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Lamento Por vezes lamento mas não comento vejo e desejo mas não me revejo meu triste poema por vezes não é o meu tema muito menos meu lema é por vezes uma pena. Não uma pena de escrever uma pena que foi de uma ave nem na memória de uma cave me lembre de a descrever. Tomo o cálice da ideia um retorna na areia um vórtice de pensamento que se transforma num lamento Lamento da miséria humana de vontade desumana antissocial retorcida mentalidade distorcida. Sim, eu lamento tudo o que de mau se passa por vezes comento critico esta devassa. 88


Futuro? Sonhos que sonhos são males que lá pomos tudo é um furo no obscuro futuro Que legamos para filhos nossos saíram de ventres vossos que já não são rosas mas barulhos de rocas Tal é o ambiente tal é a semente que plantamos e para lá levamos nos aflitos corações destas tresloucadas alterações que nem as orações ao céu chegam de tantas altercações. Futuro. Que futuro pois tudo é prematuro tudo é imaturo tudo fica devoluto. Aonde está a consciência aonde está a ciência a tecnologia e a educação para salvar a Terra desta equação? 89


À vida Bela e emocionante por vezes revoltante a vida é como o mel mas às vezes tem fel. É uma bela aventura misteriosa e cósmica às vezes com censura também irónica e cómica. É o sumo do vinho que bebo com prazer no nectar do meu ninho por vezes de lazer. A doce vida amizade e amor a sinfonia convida a saudar tal vida. Vida à vida a alegria de viver de bem conviver é uma arte devida.

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Não te lamentes Não te lamentes de que a tua vida é madrasta não te lamentes de que a tua vida não é de cineasta não te lamentes de que a tua vida é uma porcaria dentro de uma vacaria. Porque não pensas ao contrário? porque não pensas noutro cenário e tentas mudar tudo de viver em pleno com tudo o que a vida tem de bom da harmonia do som a beleza da vida sem lamentações. Não te lamentes antes levas as sementes para a boa e doce vida em beleza sentida para que nada fique contida deixa o coração sentir a consciência sentir. Não te lamentes a vida é mesmo assim umas vezes é festim outras vezes é inferno pior que o frio de Inverno mas é assim que lutamos para melhorar vida a levamos. 91


Sonho Não sei o que esperas de mim nem me vês do que será de mim como se fosse um fim juntos no amor assim. Quem te canta assim no meu sonho todo o encanto que lá ponho acima de uma rosa de cristal cismando na fabulosa beleza vislumbrando Tudo o que sinto por ti tudo o que de ti vi sonho quente e caloroso nos suaves braços do amor fervoroso Te vou sonhando te vou encantando nos meus braços embalando ao teu ouvido vou cantando. Sonho de charmosa formosura singela simples beleza criatura de bela natureza sonho a tão singela candura.

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A verdade A verdade nem sempre está à vista depende do tipo de verdade se é real ou falsidade nem sempre nos fornece uma pista. A verdade depende de factores depende de muitos valores e há muitas verdades há muitas realidades. Depende do ponto de vista depende do alcance da visão depende da profissão da maneira como se conquista É essa a verdade nem sempre é benéfica por vezes profética nem sempre dá felicidade. Porque a minha verdade pode não ser a tua a minha realidade é diferente da tua. Portanto, de que verdade tu falas ou apregoas tu sempre magoas qual a verdade seja a Verdade. 93


O coração Nem sempre repousa o coração nem sempre a sua palpitação é serena e em paz palpita mas luz como uma pepita. Por vezes acelera por vezes quase que pára mas que sempre apara por todos vela e apela. Para todos os efeitos mais do que os eleitos não tem a tal beleza mas uma maravilha da Natureza. Uma máquina poderosa por vezes dolorosa nem sempre é aperto de peito mesmo que estejamos no leito. O coração é uma oração pela vida, pelo amor por vezes com dor mas é de humana elevação.

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Rebelde Rebelde sempre fui o contrário também flui mas rebelde e leviano não é nota para piano. Triste é o sonho daquele que lá ponho que não é real nem leal muito menos do que um real. Rebelde eu sou não sei para onde vou mas sei que por aí não vou, ao contrário saí. Ouve a minha voz mais frágil que a própria noz que penetre no profundo do teu ser para que possas ouvir e ver... Vive a tua bela vida para que não seja contida sê rebelde e impertinente viaja por todo o Continente.

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O mar O mar dá e tira de humor vira ao pescador dá comida mas com sacrifício da vida Mar de humores mar de tumores e temores de várias disposições e apertos de corações É a vida de pescador mas não de um pensador que risca a sua rude vida ao lançar a rede na altura devida O mar dá quando quer o mar tira quando quer tudo vira e revira às rochas atira. O mar dá comida o mar dá a morte rude e simples vida que ruma a Norte. Mar que dá tudo contudo não é de veludo é preciso respeito e não o despeito. 96


Mar salvador e devastador mar pescador e avassalador a ti te canto e te encanto em pranto à morte desencanto.

A poesia é um sentimento musical no silêncio da solidão, entre a multidão. O amor é uma chama que arde em sentidos opostos, como dois gumes. Tanto dá para a felicidade, como para a infelicidade e miséria da alma. Meditar ao ar livre no meio da Natureza, faz bem e faz crescer. As grandes ideias nascem no cérebro de forma impensável e imprevisível; o pensamento nasce da experiência adquirida no passado que vem ao de cima, e os sentimentos nascem no coração.

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Ao amor Meu amor, meu bem Eu sei ao que venho O que de bom a vida tem Por ti eu venho Tu és a flor mimosa Que ao mundo nascestes Linda e formosa Alegrias vivestes A minha alegria aumentou O amor fermentou Sentimento devastador De uma pulsação avassalador O meu amor por ti aumentou Tal situação nunca se elevou Tal situação nunca experimentou Quase que o coração parou. Meu amor, meu bem 98


É um querer bem Um bem-bom delicioso Pois tudo o que vem É um sabor maravilhoso. Tu és a mais bela rosa Com ou sem espinhos És a minha rosa No meu coração de espinhos. Meu amor, meu bem Que o jardim da vida tem É por ti que anseio É por ti que me revejo. Tu és a flor da mimosa Sempre bonita e vistosa Contigo quero sempre ficar Para sempre te quero levar.

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