POESIAS DO NELLO - VOLUME 5 - Manuel Ernesto Morgado

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Poemas do Nelo

POESIA V POESIAS DO NELO

AUTOR: Manuel Ernesto Morgado Reservado os direitos de autor. Todas as imagens ou fotografias sĂŁo do Google ou tiradas por mim e algumas sĂŁo transformadas.

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Poemas do Nelo

PREFÁCIO A poesia é a arte das palavras, e as palavras, quando tocadas pelos poetas, tornam-se chaves mágicas que abrem portas de universos que estão para além do imediato quotidiano e que nos falam dos grandes mitos, e também das paixões, das dores, das alegrias. Cada poema é um encontro, no processo em que é escrito tanto como no processo em que é lido. É um canto sem ser cantado, mas declamado, que pode ter um fundo musical. Acontece que os temas são variados e para além do que escrevo é o amor, como principal actor, e dentro do amor, por razões muito pessoais e objectivos, o desencontro ou desencontros ao longo da vida. Também tem a parte irónica ou política de determinados acontecimentos que revoltam a tripa e a consciência das pessoas, que quase levam a ter asia.

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DEDICATÓRIA Deixa que eu te leia cada palavra por palavra cada índice por cada índice cada prefácio por cada prefácio dedicatória a vós por todas as dedicatórias... entende suas entrelinhas todas as linhas analise sua concordância com o verso no verso e anverso... Ou antiverso… A todos os anónimos da sociedade, que compreendem que a existência é um grande contrato de risco. E que "leram" nas cláusulas desse contrato que o drama e a comédia, as perdas e os ganhos, o deserto e o oásis, o relaxamento e o stress são privilégio dos vivos. (Em O Vendedor de Sonhos) Augusto Cury

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ÍNDICE Título

Página

Cansaços da vida

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Talvez…

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A noite

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Todos os dias

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Por onde andamos

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Já servi

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Quem neste mundo…

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Temos de ser nós mesmos!

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Porque é que não me dissestes?

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Alma minha que partiste

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Baila comigo

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Estás à janela

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Encontro

22

Velas ao vento

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Por vezes tremo

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Ideia suprema

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Nos jardins da vida

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Verdade

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Rosas para ti

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Comunhão impossível

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A minha casa

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Abusos sexuais

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Poesia

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Pode chover…

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Ironia

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Manhãs

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Verdade ou mentira?...

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Senhora…

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Cantigas

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A vida

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Meu anjo

46

Estações

47

Não há direitos!

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Nós

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Amantes

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A vida

55

A voz

56

As Avenidas

57

O Tempo

59

Os dias

61

Guitarras

62

Natureza

64

A Marte

66

País pobre

67

Actos e factos

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Cansaços da vida Ser apenas humano por vezes é penoso por vezes é rancoroso que de ano para ano Ela se vai alongando ela se vai atrofiando cansada caminhada a minha que se encurta e caminha Que a luz não falte nem escureça e a vontade que apareça não há sinais do mundo acabar nem chuva nem pedra que vem do ar Que me faz cansar da vida por erros que semeei ou bons momentos ateei nada nem actos ardida. Não semearei tristezas demonstrarei belezas nem lágrimas saudosas nem a vida é de rosas. Cansaços desta da vida é próprio do ser humano não é deste ou aquele fulano mas é a dor e a doença atrevida.

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É a entropia que já foi folia que aos poucos é demolida a antecâmera de uma sinfonia que a morte nos é lida. É uma história que não gostamos mas que para a terra levamos mas que fica cá a nossa história que permaneça a nossa memória.

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Talvez... Nem tudo o que é real pode ser alta regina muito menos o que se imagina pode ser talvez leal Pois pensa-se que é latina tal acto de corrupção de vil coração e de batina de Lei que está fora de opção. Nem tudo tem um final que pode ser feliz e não é de petiz que se ensina a final. Que cessem tamanha hipocrisia que de tais políticas fizeram leva o Povo a carestia no bolso dinheiro tiveram. Por muito tinos e finos que eles sejam de tudo o que desejam existem muitos desatinos. É tudo um talvez não foi o que Deus fez mas que o homem fez tudo o que ele desfez.

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A noite A noite caiu sem nuvens caiu sem manchas e sem culpa adormeceu sem uma desculpa estrelada estava com pontos de ferrugens. tiramos as máscaras de actores e de falsos adoradores pois há muito o espectáculo acabou que ao anoitecer findou. Tudo o resto é arrabalde deitado no lixo de um balde o sonho de uma vida utópica que de actos o trabalho é entrópica. Que sonha inutilmente simplesmente perante tal firmamento livremente sobre a verdade das coisas que na cama cansado tu poisas.

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Todos os dias Todos os dias da vida se esvai lentamente que por entre os dedos se esvai em desdita passeia lentamente em que elevamos os apelos. Todos os dias da vida se esvai o contentamento mal sentimos pela diferença pois a alma é atrevida e não há nenhum lamento a não ser pela crença. Tudo o que é vida se move nem de pensamentos o demove ninguém é escravo do tempo a não ser quando se solta um lamento vamos por vários trajectos e nenhum deles são dejectos. Todos os dias são um sonho de amor e dor ou de furor quando se sente algum pudor na paisagem que a vista alcança são os planos que lá ponho na mesa que pode ser da esperança.

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Por onde andamos Hoje andamos por todo o lado que não é redondo nem quadrado é apenas um objecto fusiforme por todo o lado vai uniforme. Pela terra, mar e pelo ar não vamos devagar pois em tão poucos anos os deuses hoje são humanos. Não me falta estudo e no entanto contudo longa experiência tenho e não abranjo estudo tamanho. Longas disciplinas me obrigam a ver por grandes livros brigam o dever e não posso mentir no que disser ou escrever o que fica sempre por escrever. Por onde andamos Todos os dias fazemos Todos os dias caminhamos Todos os dias aprendemos.

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Já servi Já servi com o meu corpo ao País dei o corpo para o servir andei de armas cavaleiros do ar com todas as armas E quando me retirei eu não mais esperei às musas cantarei às musas escreverei. Tais virtudes é de louvar não é nada de estorvar que do céu vi o vosso peito que do vosso alento eu aceito. Quase que percorri por terras por onde andaram os heróis também andei por guerras ultramarinas nas avenidas dos heróis. Sim, eu já vos servi sim, o suficiente eu já vivi o bastante para saber o bastante para ver Trocar as armas pelas letras aceitei e das letras fazer armas virei não é apenas pela glória que se vira a vitória.

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Quem neste mundo... Quem neste mundo não ficará pasmado por tanto trabalho imundo que ninguém fica descansado Pois por ver tal caminho tal ventura por alguém ordenado até parece que é criado se não for bruxo é adivinho. Quem neste mundo entende e não fica contente por tal devastação que entristece o coração Por tanta calamidade que muita era desnecessária por tal fatalidade e realidade muitos foram cuja morte não era necessária. Vivo neste mundo que muitas vezes não entendo cujas obras boas fomento e outras tais que comungo. Pois neste mundo há outro mundo há muitas coisas que não comungo sou obrigado a conviver com elas entre as coisas mais belas.

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Temos de ser nós mesmos! Temos de ser nós mesmos e não viver a vida dos outros nem as telenovelas de aqueloutros mas de evoluir, de mudar, por nós próprios, não pedir vida emprestada a ninguém mesmo que não tenha um vintém temos de ter tempo para amar para rir e curtir para além do horizonte definir mas também para educar. Se não mudares se não pensares se não evoluíres outros o farão farão de ti um parvalhão. Temos de ser o que nós quisermos temos de ter a liberdade e a felicidade de escolher o caminho mesmo sem carinho aval ou obrigação que nos vai no coração. Temos de ser o que nós quisermos sem impedimentos sem fingimentos e discernir os firmamentos. E se bem o fizermos longe iremos e veremos que levaremos outros a reboque. Basta um inteligente toque descobrir e inovar nessa maré revolta que teremos de remar. 14


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É assim que definiremos a nossa vida é assim que temos de ser nós mesmos olhando sempre em frente, sem olhar para trás nem olhar para o lado. A convicção é uma arma poderosa, assim como o saber. É um direito é a liberdade e a felicidade de definir. Não há fingimentos não há deslumbramentos há vitórias e reveses, mas é um direito! A que nós temos direito.

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Porque é que não dissestes? Porque não me dissestes porque é que não queres viver comigo porque não me tivestes não sou o problema, mas é contigo. Porque me mentistes e de tudo o que vistes não me dissestes nada nada, apenas nada! Porque vives assim nesta fantasia nesta hipocrisia como se fosse um festim. Porque vives assim se eu não sou um mastim como se vivesses na aparência com total falta de transparência. Porque não me dissestes palavras ocas perdidas no ar porque não me querias falar não houve agressões nem palavras agrestes Vivi uma mentira sem o saber ou querer tal amor não curtira um amor que à praia foi morrer...

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porque não me dissestes que não querias viver comigo pois não sabia o que se passava contigo desaparecestes e nada me dissestes. Por mais que eu quisesse por mais que eu fizesse fostes hipócrita e mentirosa a tua saída foi dolorosa. Não me dissestes não me quisestes não me amastes e não me gramastes.

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Alma minha que partiste Alma minha que partiste Partiste para o mundo etéreo Que por cá tudo é efémero Nem me dissestes o que sentistes. Alma minha gémea em pranto Em triste voz te canto Deste mundo a tua partida Na minha memória fica escrita. Tu eras o meu amor Deixaste-me triste e só Em pranto com a minha dor Alma minha que mete dó Sempre te amarei Sempre te recordarei Sempre te lembrarei No etéreo sempre te abraçarei. Alma minha que partiste E não sentiste A minha tristeza Pela falta da tua beleza.

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Baila comigo Baila comigo Como um simples amigo Que danças com as palavras Como almas desgarradas Danças e escreves com palavras suaves São sons de músicas harmoniosas Palavras em tons sérios e graves Outras agudas, tempestuosas e sinuosas São bailados ao ritmo da vida Sabores e tons vividos Sentimentos e dores sentidos De brincadeira por vezes atrevida. Baila comigo Escreve comigo Canta e dança comigo Pauta e escreve comigo. Faz palpitar os corações Ao ritmo das quatro estações Por vezes uma valsa Ondulando numa balsa. Outras é impetuosa e de fulgor De paixão e de amor Como um tango Por vezes um fandango.

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Outras é na corda bamba Alegre como um Samba A vida é alegria Ao som da bela sinfonia. Baila comigo descrevendo Nesta dança de amigo sofrendo Por vezes é uma cacofonia Outras uma autêntica sinfonia. Baila comigo rodopiando A alegria e a felicidade Baila comigo confiando Nos meus passos dançando.

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Estás à janela Menina bonita e catita Que estás à janela De casaco de flanela Belos olhos de pepita Estás a ver quem passa Engalanada de flores Belas de todas as cores Olhando para quem passa. À janela debruçada estás De lindo sorriso e doce Espero que fiques e não vás Olhando teu rosto simpático e doce Linda jovem que enquadrada estás Florida, vistosa e garrida Todos te olham de frente e de trás Olham para aquela janela atrevida. Doce e bela lembrança Que trás boa bonança Bonita donzela Simples e singela. Está à janela olhando Olhando toda a gente Entretida fitando Todos de olhar ardente.

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Encontro Hei-de um dia encontrar-te um dia hei-de visitar-te como quem procura a aurora como foi outrora. Não é uma vitória depois de uma noite de insónia levar-te pelo vento que não me lembro Mas que gostarás de viver visitar remotos lugares se para tal tiveres vagares nem um pouco de sofrer. É um encontro não é um desencontro nem será apenas um ponto mas que poderá ser um conto. Quero ouvir a tua voz a fazer eco na minha mente essa possível voz para ser clemente. Hei-de encontrar-te um dia para minha alegria serás como a aurora deliciando-se em Bora Bora.

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Velas ao vento Desfraldei as minhas velas ao vento de um barco feito de pinheiro mas que não sou marinheiro das memórias do que me lembro. Desfraldei as minhas memórias ao longo do tempo que voasse com o vento deslumbrando as minhas vitórias Acreditei vencer de forma antiga como antigo cavaleiro que era mau marinheiro odes de amor como cantiga. Desfraldei a minha vida como se fosse um cata-vento embalado pelo vento como se fosse um tipo catita. Não eram só quimeras muito mais do que tu esperas de outros tempos outras eras num deserto de cruéis esperas. Desfraldei as minhas velas ao vento descortinando as brumas do lamento vou para onde o vento me leva não há nenhum sítio que me espera.

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Na esperança me contento ser paciente no entretanto o ânimo está em fogo lento com as velas a favor do vento. Assim vou desfraldando as minhas velas ao altíssimo acendo velas para fugir dos muitos perigos e de maus caminhos e amigos. Desfraldei as minhas velas ao vento e até hoje não lamento remei contra a maré e nunca perdi a fé. Mudei de direção Como o vento muda Mas nunca o coração Onde tudo muda. Desfraldei as minhas velas ao vento Sem uivar e sem lamento A vida sempre continuou A bom porto sempre aportou.

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Por vezes tremo Tremo sobre vocês sorrisos de verdade ou de mentiras de felicidade em tudo o que crês. Quando à noite tenho pesadelos até me eriçam os pelos revejo a minha vida sem tristeza na fúria da minha natureza. O mundo não fica mais triste mais do que aquilo que tu viste e não é por uma andorinha morrer que a tua vida vai varrer. Há muitos sabores por aí como vais tragando dissabores por caminhos andei e que vi faz parte da vida a cores. Sim, por vezes tremo por vezes temo aquilo que não quero ver e às vezes tenho de dizer. Posso ter pesadelos posso ter e pedir apelos não tenho remorsos ou tristezas muito menos avarezas.

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Tremo apenas por vocês não apenas por mim mas naquilo que vês mal vão as coisas assim. Tremo pelos acontecimentos não pelos meus conhecimentos tremo sim pelo mal que fazemos e não porque rezemos. Tremo porque a vida não é simples e temos de a encarar de frente nada na vida é simples é complexo e temos que fazer frente. Tremo por mim, por vocês por mais daquilo que vês a luta é pela verdade é pela felicidade.

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Ideia suprema Não há ideia suprema nem Verdade suprema mas há nenhuma variante várias ideias dá uma constante. Não há anulação do espírito não há anulação da carne há sim elevação do espírito há o sacrifício da carne. Auscultando a consciência a filosofia como ciência procura-se a verdade suprema nem que o cérebro se esprema. Nada há mais difícil de alcançar nada há mais enganoso de caminhos tortuosos para avançar a verdade caminhando vagaroso. Por vezes ando disperso nem faço um verso por devaneio ou fatalismo fujo do total realismo. Nada é dado como certo nem de longe nem de perto por mais que se esprema não se chega à verdade suprema.

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Nos jardins da vida Nos jardins da vida apanhei lindas rosas piquei-me nas rocas distração atrevida. Colhi rosas para ti linda quanto vi mas também colhi problemas que não escolhi. Não roubei vidas não as matei pelo contrário, amei cenas revividas. Não tenho ecos no meu pranto nem dissabores levanto nos jardins da vida o dom e a alma devida. Plantei e amei nos jardins da vida ri e chorei nos abrolhos da vida. Dos sonhos nasceram rosas das rosas nasceram vidas nas asas trouxeram prosas versos das nossas vidas.

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Verdade A verdade nem sempre é verdade pode ser falsidade pode ser versatilidade pode ser infantilidade. A verdade depende da perspectiva pode ser objectiva falar verdade a mentir sem ter de sentir. A verdade é diferente de um cidadão comum de um político referente de um religioso incomum... A verdade tem muitas faces tem muitos lados tem muitos relatos cheios de abutres rapaces. Verdade de descortinar verdade de florear verdade de abutres que na manga têm truques. A verdade é assim não é um fim mas é um começo com que por vezes estremeço.

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Rosas para ti Nos jardins do paraíso gostei do teu sorriso do teu ar doce e cândido como se fosse um cântico. Nas asas do teu corpo encontrei o meu sopro a vida que roubei para a qual amarei. Nos jardins do teu paraíso colhi as mais belas rosas e escrevi as mais belas prosas pelo cantar do teu sorriso. Dos teus ecos fiz o meu canto da dor o meu pranto do silêncio o meu lamento na alegria do teu encanto. Nos jardins do teu paraíso colhi rosas para ti do encanto que vi nos contornos do teu paraíso. Rosas para o meu amor com ardor e fervor nos jardins do teu paraíso no cântico do teu doce sorriso.

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Comunhão impossível Fado é sentimento é lamento triste Hip-Hop é uma verdade de rua com a crueza nua e crua. Juntaram-se à esquina comungaram e casaram ao som de uma serpentina numa canção cantaram. Nasceu uma nova canção que mistura o coração é uma inovação impossível evocação. Mas assim nasceu um híbrido para a Pop tal musicalidade venceu e juntou-se ao Hip - Hop. Que fado é este a quem te deste tal facto popular como se fossem copular. É o momento não é monumento é apenas uma arte uma outra arte.

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A minha casa A minha casa não tem asas mas tem muitos sonhos que tudo o que lá pomos e uma casa não são casas. Lá vive a harmonia e o amor por vezes com dor faz parte da vida mas é nela que se convida. É morar dentro do coração como se fosse uma oração são quatro paredes caiadas de alvo branco pintadas. A minha casa tem tudo de tudo um pouco nela mora o amor com tudo na paz de um ideal louco. A minha casa não tem asas igual a tantas outras casas de telhas vermelhas portuguesas de amizades e franquezas. É assim a minha casa é um ninho vespertino com calor e amor como destino a minha casa é uma linda casa.

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Actos criminosos Se abusos sexuais são asneiras e não são peneiras então são criminosos são actos tão lastimosos!... São olhares lacrimosos que os abusadores não sentem mas que muitos consentem consentem tais actos criminosos. Eles não sabem Eles não cabem Em tanto sofrimento Em tanto encobrimento. Não são asneiras São actos criminosos São vítimas certeiras São actos lastimosos. Eu não sei Tu não sabes E nunca saberei A dor que a ti cabes. Eles dizem que são asneiras São apenas canseiras De pensamentos obtusos Em vítimas obscuras de abusos.

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Poesia Poesia são palavras em fantasia de como quem brinca de como quem trinca Poesia é como bailar sem vacilar palavras que vêm da maresia. Poesia é versejando iluminando palavras combinando num espírito de fantasia. Poesia é como a água de um rio banhando feliz me riu morrendo no mar da maresia. Poesia é claro como o dia como cada dia há sempre um novo dia. Poesia é cortesia é amor, é dor é paixão, é ardor.

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Pode chover... Pode chover que não é para todos pode fazer Sol que não brilha para todos pois o que nos faz mover não é o calor do Sol. Chove? Isso importa? Não nos comporta nem nos abre alguma porta pois estar abrigado ou não, ninguém é obrigado. Não pertence ao destino nem ao desatino nem aos vistosos lírios pisados em martírios nas lágrimas de uns bonitos olhos que só acolheu abrolhos... Pode chover a pedra amolecer mas nada nos demove nem os obstáculos remove nem na melodia do silêncio em fumos de incenso ou de incêndio. Pode chover para eu ver regar as plantas 35


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as rosas que plantas cujos espinhos se enterram em vinhos. Pode chover que nĂŁo me importo pois estou abrigado numa porta escuso de correr o caminho percorrer a potes pode chover. Pode chover pois ele nĂŁo me impede de fazer o que tenho de fazer pode continuar a chover o trabalho me impele a vida tem o seu prazer.

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Ironia Eu não escrevo para todos eu só escrevo para alguns e não é para os tolos é para todos e para nenhuns. Nada fica a fundo perdido perdido nalgum pardieiro a cultura também é para o sapateiro em verso de lume brando fervido. Nem Horácio, nem Virgílio ou Platão nem Camões ou Garção ou tantos outros escreveram que muitos não leram Nem sabem para que fins prosaram ou poetaram declamaram ou falaram que se destinam a altos fins. Ironia das ironias são só sinfonias daqueles que não percebem a cultura que recebem! Poetas por poetas sejam lidos saltai poemas não contidos cantai tais versículos a viva voz espantai vossos males atroz.

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Em leitura sem prejuízo muitos tenham juízo cultivem-se e não censurem em vão vejam o que vai no vosso coração. Não é para todos que escrevo nem para todos descrevo mas para quem gosta de ler para quem gosta de livros ter. Ironia das ironias tantos críticos fatídicos rodam em alegorias eruditos falsos líricos. De todos os escritores e poetas simplesmente humanos nas letras sejam atletas deuses da imaginação consumamos. De tantos desconhecidos Apenas alguns são conhecidos Por este mundo fora Muitos estão de fora…

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Manhãs Quando a manhã é deliciosa e a alegria preciosa parece mais Primavera do que a flor de aloé-vera. Para nós é uma vista saborosa para que haja bons dias e as noites não sejam frias e a vida passe vagarosa. Um belo acordar numa bela manhã parece um Verão a abordar de ter uma mente sã. Quando a manhã é deliciosa como uma pérola valiosa é um levantar maravilhoso de mais um dia gracioso. Quando se acorda bem-disposto a tudo está disposto não há mal que venha nem uma surpresa se apanha. Mais um dia mais uma via se levanta com alegria se labuta com energia.

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Verdade ou mentira... É difícil discernir a verdade como a felicidade muda num mundo etéreo que por vezes é venéreo. É mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo ou manco por ser um ser venturoso mesmo que calce um tamanco. Vejo melhor um mentiroso do que a verdade de um amigo pois que comigo cair é bastante doloroso. Só mente quem quer mal só mente quem quer fugir mentir piedosamente algumas vezes silenciosamente... A verdade pode doer a mentira pode matar a alma fica a roer mas pode se elevar. Verdade ou mentira sentida prefiro a verdade prefiro a honestidade não à maldade consentida.

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Senhora Áh! Minha senhora não me deixe na penhora não seja uma bela ingrata nem faça tamanha bravata. Cabelo de ouro tem mas sem nenhum vintém fronte de prata tem mas só quando lhe convém De bronze o coração não serve de coroação pois de aço é o peito de amores desfeito. Não vale a pena suspirar muito menos brotar lágrimas a não ser um leve respirar dores de tantas Fátimas. Tal senhora eu deixei não voltei atrás nem olhei e muito menos chorei tal falsidade eu pensei.

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Quem vê caras não vê corações que nos são caras e nos desfazem em orações. Quem não vê fisionomias não vai em filosofias.

O Mundo é uma sala de aula Com uma bonita pauta Que ao som de uma flauta Canta uma bonita Paula. Felizes aqueles que assistem a esta aula Mesmo assim há tanta gente incauta.

Flores para ti Livros para mim Que pelo que vi Ambos têm um fim Daquilo que se faz Em amor vive-se em paz. 42


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Cantigas De algumas cantigas se fazem bonitas canções algumas delas antigas que tocam os nossos corações. Da vida elas falam entre sons de amores poucos se ralam no que toca a dores. Não é porque se cobra perante tal obra mas por outras razões que ditam os corações. É a razão que nos move um verso que se trove o dom da alegria da vida que se faria. São falares e cantigas algumas delas antigas que se fazem belas entoações belas e tocantes canções.

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A vida A vida por vezes é amiga outras vezes parece ser um castigo que acontece comigo outras parece um fastio. Pode-se simplesmente amar pode-se simplesmente odiar nalgum lado buscar a vida que se pode dar. A vida não é simples nada é simples hoje nada é simplificado tudo tem de ser testado. A vida mal posso servir de tudo o que há-de vir pois sirvo e sou servido nada é contido, mas sentido. Vive e faz viver mais do que se ver sentir o ambiente a Natureza sapiente. A vida sempre nos anima sempre nos ensina de tudo o que nós pomos nos nossos sonhos.

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A vida é apenas um sopro por vezes um logro mas tem muitas coisas boas belas canções que entoas. Vivemos com o que recebemos marcamos a vida com o que damos a vida que levamos e nos levantamos e nada do que perdermos. Ama a tua vida Ela não dura para sempre Por mais que se tente Tem de ser alegre e atrevida. Nem sempre é tua amiga Por vezes é inimiga Mas tens que a superar Com esperança a cabeça levantar. Ela não é de graça Apesar de ter a sua graça É na alegria de viver Que tens de conviver.

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O meu anjo Tu és o meu anjo de prazer desejando para meu pesar que dá que pensar és a minha glória que velas pela minha memória. Tu és o meu anjo que tocas como um banjo és o descanso do meu viver o meu desejo e o meu querer és o meu desejo e a minha flor que por vezes tem dor. Tu és o meu anjo que me guardas sob as tuas asas do calor das tuas brasas tu és o meu anjo em que descanso a minha alma à sombra da tua palma. Tu és o meu anjo que te estou desejando tu és a minha cena meu descanso e minha pena meu amor e meu ardor meu furor e minha dor.

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Estações Setembro e Outubro colhem-se as uvas e prova-se o vinho as vindimas estão ao rubro da cama e da mesa faz o verde pinho. Novembro e Dezembro dos olivais o azeite nos é dado do frio e das dores o sangue derramado há muito que foi o Setembro. Maio e Junho nasce a Primavera cheio de sonho e de quimera campos coloridos e floridos longe os sentimentos doridos Dá glória ao mundo renovado dá alegria ao campo aprovado que embeleza a Natureza do dia eleva a fasquia e sonha a fantasia. O Sol é quente no Verão abre todo o coração searas prontas que nos dão o pão e de belas canções enchem o serão. Cada dia o homem tem alento pois está sempre atento que a vida é um consentimento estações que são um atrevimento.

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São todas diferentes que dá para meditar dá para frequentar tantas acções referentes. Todas elas nos dão algo como se fosse um fidalgo finos nas suas belas estações que nos aquecem os nossos corações. Estações, tão belas, tão diferentes tão desiguais, tão veementes que dá para pensar que dá para meditar. A cada uma delas Que são tão belas Tudo é a retalho Todas elas têm um trabalho.

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Não há direitos! Não há direitos absolutos nem termos resolutos pela ditadura do trabalho muitos a retalho é o poder economicista que não respeita o ser humano nem as horas de trabalho que por mais gritos que hajam por mais greves que façam volta tudo à mesma à velocidade de uma lesma que mudança não cura de quem a procura. O comércio é uma ditadura que digam as grandes superfícies que nem para comer ou ir à casa de banho se pode um minuto ter uma crueldade de todo o tamanho. Não há direitos pensamentos tão estreitos sem haver respeitos assim é a ditadura do trabalho viciados os trunfos do baralho. Por mais que lutem ficam a trabalhar demais para que jamais recebam o ordenado reclamado justo e de direito a qual é profanado de falsas promessas de qualidade e prontidade 49


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que tal justificação faz doer o coração. Trabalham demais pagam pouco aos demais e fogem ao fisco e dão falso isco. Tudo é uma ilusão que faz confusão é uma quimera numa falsa Primavera. Direitos e deveres és obrigado a teres enquanto o patronato não é destronado e faz o que quer e lhe apetece o ânimo não lhes arrefece pois a ditadura para eles é uma frescura. É dinheiro de retorno Que para eles é um conforto.

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Nós Nós andamos por todo o Mundo saímos pobres mas inteiros que por cá andamos no fundo lá fora andamos por dinheiros. Vendei-me a paz nos Céus que na terra labuto da morte tenho véus e nem sempre ando de luto. Somos marinheiros não somos estrangeiros vamos remando contra a maré nesta vida brava vai a ralé. Remando vão os remadores na grande barca desta vida que esta luta é devida e não é para amadores. Em Portugal de tudo eu vi do bom e do mau eu li de belas e lindas paisagens andam os animais pelas pastagens. Do pouco em que existe em cada casa simples, rude e arejada há sempre um gaiteiro uma gaita em cada palheiro.

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É uma casa portuguesa com toda a certeza com pão e vinho e esperança de adivinho. Assim somos nós estes portugueses que lembramos os avós a nossa História aos fregueses. Um País que tem muito e tem tão pouco que às vezes nos deixa louco o bem-estar é furtuito. Assim somos nós que muitas vezes gritamos mas não temos voz e para longe tiramos. Assim somos nós que numa casca de noz partimos para o mundo fazendo descobertas para todo o Mundo.

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Amantes Amantes algumas tive e amante eu fui e por todo o amor que flui optei por uma e me contive. Mais amantes não quero mais problemas não espero só tenho uma que me pode agradar ela é a minha amante sem par. Ela é a minha apreciação que está dento do meu coração na vida a levo com atenção de amores cheios de emoção. Amiga e amante ela será durante toda a vida o amor e amizade terá a tudo será sentida. É estar-se preso por vontade é ser livre em conformidade de viver a dois como amantes de amores e paixões constantes. Não importa as amantes que tive porque um dia assentei e contive a minha vida por outra bela rosa de espinhos ao sabor da vela.

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É saber o que é fealdade é saber o que é lealdade é saber o que é felicidade é saber que estamos lá por vontade. Portanto não me perdi ao futuro me converti em família ascendi criei frutos e também servi. É dar e receber é entender e perceber que a vida tem muito mais bons preceitos nunca é demais. É continuar a ser amante na vida de alguém importante no quotidiano do dia a dia festejando o amor e a dor na alegria.

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A vida A vida hoje é velocista toda a gente anda a correr não tem tempo para ser trocista muito menos para ver. Ela mal soa por falta de tempo anda tudo em contratempo é uma nuvem que voa tem vertigens e enjoa. É um sonho apressado cujo trabalho é prezado sendo pesado ou leve por vezes desfaz-se como a neve. A vida é como um fumo que se esvai uma nuvem que no céu se esvai dias que são mal lembrados mal apressados ou retardados Nem damos conta de que um dia dentro da nossa alegria a Primavera já se fora e vem o Inverno com a desforra. É assim a nossa vida hoje é sombra que nos foge que a correr se passa enrugando a nossa carcaça...

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Voz O tempo gasta a minha voz como se fosse uma casca de noz não dura nem perdura fica trémula e não faz figura. Treme como o coração palpita como o pulmão incha e desincha como um balão balbucia sem comparação. Não consigo tomar as rédeas nem esclarecer as ideias por mais que odeias meu reino treme nas teias Desta vida desfalecida que às vezes é atrevida outras pela fé movida vivendo a tempo tecida. Voz que já é embargada por palavras tragada trémula e arrastada que parece enlatada. É assim que vai o tempo desde que me lembro num frio Dezembro a voz se vai com o tempo.

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Avenidas Avenidas cheias de gente avenidas cheias de carros germinam como uma semente poluída cheia de catarros. Andam por estas avenidas longas, garridas e poluídas altas árvores doridas ao pé de casas destruídas. Por mais floridas que sejam bons ares desejam mas é com escapes que festejam fumos que gentes dejetam. Por mais belas que sejam avenidas empobrecidas que não são enriquecidas de puro ar que todos desejam. São assim estas avenidas que por mais bonitas são feias e cinzentas poluídas e embirrentas. Nada é natural nem pode ser neutral avenida citadina nem de capa e batina.

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Pelas cheias avenidas por odores e dores passam gentes doridas por lojas cheios de cores. Das altas árvores sofridas que mal sombra dão não enche o coração profundas almas doridas. São apenas avenidas que andam muitas vidas de tudo um pouco todo o mundo anda louco. Avenidas atrevidas onde há mortes e vidas desertas ou cheias convivem a paredes meias.

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O tempo Os dias podem ser iguais para uma máquina, para um relógio, mas não para o homem porque o tempo não é igual não tem sentimentos as circunstâncias são sempre diferentes em que tudo passa tudo se passa desde que nascemos até morrermos o tempo nos dá conta nos aponta que não vale perder tempo mas sim ganhar tempo para que se viva de tudo um pouco. Ter experiências como um louco que pode nos corroer o corpo mas não a mente o nosso espírito que levamos os dias avante. temos que seguir sempre adiante a bruma que se levante e tire o nosso nevoeiro dos olhos e abra o horizonte aos molhos removendo todos os abrolhos. O tempo não passa depressa e o que passa depressa já passou já é passado. É o nosso capital mesmo que estejamos no hospital mas ele é nosso ele é vosso tudo é uma questão de perspectiva tudo é o bater de um coração 59


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um barítono que marca o nosso passo a nossa vida, o nosso tempo. a voz da nossa consciência o espaço-tempo em contratempo à procura da fonte da juventude a nossa imortalidade dentro da nossa humanidade. Sim! Porque somos humanos E gostamos de medir o tempo tentando esquecer que o tempo está a tecer a transformação dos nossos corpos e dar o mote para a nossa morte.

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Os dias Os dias não são iguais todos eles são diferentes não podem ser tratados como iguais apenas são referentes. O de ontem já passou o de hoje estás a vivê-lo o amanhã não se saberá mas no tempo tudo caberá. Cada dia é sempre diferente outros que não são outros mesmo que sejam repetidos não serão repartidos pois haverá dias loucos que não passará de uma lembrança que no futuro será uma esperança. Não se pode voltar atrás não se pode deixar de crescer não se pode deixar de viver porque se não viver é morrer morrer lentamente de nos esquecer momentaneamente ou nos lembrarmo-nos que nada será igual pois tudo será uma rapsódia no nosso episódio do dia a dia.

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Guitarras Há sons divinos saído de instrumentos com muitos fundamentos maravilhosos sons divinos Que para além de uma cigarra é o choro de uma guitarra portuguesa de natureza saído de um fado em beleza São instrumentos divinais são cantos astrais são cordas que gemem belos sons que tremem E não é o oboé, gémeas do violino nem da arpa etérea e perfumada nem o tinir suave de um sininho chora como uma guitarra derramada São sons de Portugal acompanhado de sangria uma refeição frugal acompanhamento de tristeza e alegria. São as guitarras e as violas os nossos belos sons que nem os agiotas sangram por tais tons.

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E todo este frenesim há gemidos no escuro gritos no carmesim dedilhados no obscuro. São as nossas guitarras que cantam a nossa história para nossa longa glória que estão nas nossas garras. São graças a elas Que o fado é belo É um canto Que é um encanto. É um canto chorando É um canto implorando Um destino que o amor perdeu Uma paixão que não ardeu…

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Natureza A Natureza era uma virgem quando o Homem pisou pela primeira vez a partir daí tudo foi uma vertigem o que a Natureza fez o Homem desfez. A Natureza não tem vergonha porque está vestida de luxúria verde e de tudo o que ela ponha é de uma beleza tamanha que aos olhos verte. A Natureza não conhece injustiça pode ser mimética, mas não postiça todo o animal sabe sobre a Lei todos sabem a força natural da lei os fracos e doentes caem só os fortes cabem mas o animal Homem não liga e tudo comem. Não há vergonha nem injustiça simplesmente há vivência simplesmente há sobrevivência porque na natural justiça as tormentas não se compadecem e das feridas que padecem todos lutam pela vida pela luz do Sol e calor devida. A Natureza é uma bela virgem que devia de ser respeitada a todos a ela convergirem e não ser despeitada não pô-la há beira da morte 64


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como se fosse um mote de um auto suicídio em vez de um sacrifício. A Natureza como bela virgem tem perdido a sua virgindade porque o Homem a destrói altera e constrói o tempo é uma vertigem desfigurando a sua imagem alterando a sua imagem de felicidade.

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A Marte Temos gente ilustre portuguesa que um dia há-de ir a Marte não o deus que nos disse adeus mas ao planeta Marte. Há Lua já fomos e ainda iremos mas a Marte é o futuro. Homens! Mulheres! Levantai-vos e conquistem mundos dar novas ao novo Mundo pois artefactos já lá temos feitos pelas nossas mãos de vários países os lusos estão a Marte iremos. De cá para lá irá o nosso coração. Os nossos sonhos as nossas aspirações. Um trampolim para muito mais aventura e risco nunca serão demais.

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País Pobre País pobre sem necessidade País que chora o seu fado Porque pensa que é malfadado Mas outra é a necessidade… País pobre que podia ser rico País que sofre sem necessidade de alarido. País que podia ter boa vida para todos e a todos tem apenas tolos por abusos é cingida. País que dá mundos a todo o Mundo é um corcundo emigra para todos os mundos. Tem bandeiras de futuro rendas bordadas com apuro olhares de tragédia rendas de miséria. Não devia de ser assim não por andar sempre num festim não fosse a corrupção como se fosse uma opção. 67


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Não é a pobreza no coração nem do Povo em oração mas é uma flagelação ser assim como opção. O problema não é do Povo mas sim do polvo de quem os comanda os afunda pão, vinho, circo e barafunda. Bravo Povo que tais filhos destes para longe foram de pobres os vestes sem futuro cá eles foram. Vieram ao mundo sem saberem que mal podiam caberem infelizes para longe partiram para melhor vida fugiram.

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Actos e factos Os actos são factos são manifestações fora dos corações nem são estrelados. Podem ser populares ou extrapolares são apenas irritações de várias palpitações. Pode haver fundamentos pode haver argumentos num limitado tempo que pode ser um contratempo. O sentido não é único nunca devia de ser muito menos para se ter nem fazer um alarido púnico. Pode ser um acto como um facto mas não se veste o fato a um orador barato. A política da ilusão que gera confusão do faz de conta para ela aponta.

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Contra factos não há argumentos são histórias em fragmentos nada para interpretar actos para dar que falar. Em política é assim às vezes parece um festim mas é simples retórica muito pouco histórica. Factos e actos oratórias vistosas transparências dolosas vestem-se todos com os mesmos fatos. Acabando estes actos escritos e descritos sempre foram atritos sempre foram factos.

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