Literatura, Poesia, Dança, Palhaçaria, Música, Teatro, Educação e muita alegria: apresentamos Glafira Menezes Corti em TODAS AS SUAS ARTES!
Escritores brasileiros contemporâneos REVISTA LITERÁRIA-ARTÍSTICA EDIÇÃO 12
Nº. 12
Junho/2020
Escritores brasileiros contemporâneos nº.12
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EXPEDIENTE
EDITORIAL
Revista pertencente à Editora Matarazzo. Email: livros@editoramatarazzo.com / thmatarazzo@gmail.com Telefone: (11) 3991-9506. CNPJ: 22.081.489/0001-06. Distribuição: São Paulo - SP. Diretora responsável: Thais Matarazzo - MTB 65.363/SP. Depto. Jurídico: Tatiane Matarazzo Cantero. Periodicidade: mensal. Formato: digital. Capa: a escritora Glafira Menezes Corti. Edição 12 - Nº 12 - Ano II - Junho/2020. A opinião e conceitos emitidos em matérias e colunas assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista Escritores brasileiros contemporâneos. Contatos livros@editoramatarazzo.com www.editoramatarazzo.com.br www.facebook.com/editoramatarazzosp www.instagram.com/editoramatarazzosp
A edição 12 da nossa revista está uma beleza, com matérias, entrevistas, artigos, releases literários e muita poesia! Nossa capa é uma homenagem à escritora e poetisa Glafira Menezes Corti, aniversariante do mês e que sempre está junto e atuante com a Editora Matarazzo e o Coletivo São Paulo de Literatura. Glafira possui trabalhos fantásticos nas áreas educacional, social e cultural. O jornalista Geraldo Nunes, colaborador especial da nossa revista e outras publicações da Matarazzo, também é aniversariante em junho, e ele nos brinda com a matéria Fotos colocadas na internet ajudam elucidar um pouco mais da história paulistana. Sem mais delongas, deixaremos o leitor descobrir o conteúdo espetacular de Escritores brasileiros contemporâenos.
Lembrança de 2015: reunião na Casa do Poeta de São Paulo. Da esq. para dir.: Wilson Jasa, Thais Matarazzo e Adiano Augusto da Costa Filho
fizio porque quizio Isis San escritora e professora
Minha homenagem, nesta revista digital, à querida aniversariante do dia 9 de junho, escritora Glafira Menezes Corti, possuidora de uma sensibilidade única para catar palavras e tecê-las, com a propriedade de uma inventora de “jeitos e trejeitos” peculiares de captar o mundo, que denota amor à arte de versar e prosear com o leitor. Presenteia-nos com o livro: Pra você que contém cartas de amor de dois adolescentes apaixonados, Tuca e Flor; amor que tem como cenário São Paulo, na década de 60. Essa obra inova os “jeitos” de sentir e interage com o leitor convidando-o a manifestar suas emoções no espaço das páginas reservadas no livro, em diversos momentos das narrativas, ( p.81) “A cada gesto de carinho as letras se acariciam e formam novas palavras, cujos significados traduzem os pensamentos e sentimentos de cada ser apaixonado. Registre aqui o seu momento”. Tamborilando com Letras seu livro de poemas, crônicas e mensagens é um convite para sairmos do casulo como borboletas com asas longas, fortes e multicoloridas, ou como rainhas querendo musicalizar e dançar a vida. Ele destaca o grito pelo Amor e a ousadia de um coração corajoso empenhado em viver a Vida com liberdade total (p 64) “... Coloquei as minhas mãos quentes sobre as mãos geladas dela, sorri e disse:
- Ligue o botão DANE-SE e seja feliz! No poema (p.45) “... Saia do casulo enquanto há tempo, Volte à natureza humana, comum dos seres viventes, Desça o degrau da sua incoerência, Busque a verdade com competência, Pare de querer impressionar, com decência. Glafira demonstra a escuta sensível de uma mulher, mãe, amiga, professora, artista e avó em seu livro infantil Eu fizio porque quizio, publicado em homenagem aos seus seis netos, revelando em versos trilingues, seu convívio com eles durante a infância; ilustrado com os desenhos deles, interpretados por Camila Giudice. Depois de conhecer as aventuras nas obras literárias da minha homenageada, escritora e poetisa Glafira, criei asas largas e coloridas de borboletas, tamborilando as experiências da vida com amor e mel de uma rainha empoderada com seu próprio destino. Escritores brasileiros contemporâneos nº.12
Eu
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Feira de Artes e Antiguidades de Paranapiacaba Primeira Feira Virtual 13 e 14 de Junho Conteúdo novo de 15 em 15 minutos com produtos dos 45 expositores, ilustrado com lives, música, contação de histórias, yoga, gastronomia, pole dance, literatura, workshops e outras surpresas para o seu entretenimento. Compras direto com os expositores, além da arte, antiguidades e artesanato da @feiradearteseantiguidadesdeparanapiacaba. Estamos em quarentena devido a pandemia. Não venha para a Vila, por enquanto.
A Itália que existe em S ão P aulo
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Por Andrea Matarazzo
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O Brasil é o segundo país do mundo em população italiana, superado apenas pela própria Itália. Dos cerca de 25 milhões de imigrantes italianos e seus descendentes que vivem no País, metade estão no Estado de São Paulo. Não é por acaso que, ao circular pela Capital, é possível ver, ouvir, sentir, cheirar e saborear a presença italiana no dia-a-dia dos paulistanos. São Paulo celebra a imigração italiana de diversas formas: da arquitetura e culinária ao sotaque e vida cultural. Há um pouco da Itália espalhado por todas as regiões. Convido o leitor para conhecer a história italiana no Brasil em um roteiro pela cidade. Vejo esse passeio pela Itália que existe em São Paulo partindo da sede do Governo do Estado de São Paulo, o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, cujo projeto básico foi feito pelo grande arquiteto italiano Marcelo Piacentini. A ideia inicial era que fosse a sede da Universidade Conde Francisco Matarazzo, imigrante italiano que aqui chegou em 1886 e transformou-se em ícone da industrialização do Brasil. Desço pela rua das Begônias, em direção à avenida IV Centenário, para contemplar a belíssima praça Cidade de Milão que abriga a Fonte Milão-São Paulo, formada, ao centro, pelos brasões das duas cidades; nas laterais estão quatro estátuas (Noite, Aurora, Crepúsculo e Dia), réplicas
de obras renascentistas de Michelangelo, que estão na Capela dos Médici, em Florença, Itália. Aliás, Milão e São Paulo são cidades-gêmeas desde 1962, quando foi fundado, na cidade italiana, o Largo de Brasília e, em São Paulo, a Praça Cidade de Milão, inaugurada pelo prefeito Prestes Maia. Em 2003, a fonte foi restaurada com recursos enviados pela Itália. Novamente, em 2017, foi revitalizada por empresas italianas em parceria com a Prefeitura, que se reuniram para melhorar diversos monumentos da cultura italiana em São Paulo, como a praça do Imigrante Italiano e seu Monumento ao Imigrante Italiano, de autoria do escultor italiano Galileo Emendabili. A alguns metros da Praça de Milão está o Parque do Ibirapuera, onde fica o prédio da Bienal, denominado Pavilhão Cicillo Matarazzo. Inspirado na Bienal de Veneza, Cicillo, filho de italianos, realizou a primeira Bienal de Arte de São Paulo em 1951. No Parque, fica ainda o Museu de Arte Moderna (MAM), também criado por ele, como um dos primeiros locais destinados à produção modernista no Brasil. Essencial para essa experiência será cruzar o Parque e visitar o antigo prédio do Detran, obra de Oscar Niemeyer, que se tornou sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC), cujo acervo inicial, com cerca de 700 obras, foi fundado, também, por Cicillo Matarazzo. No acervo do novo MAC estão grandes obras de artistas italianos, como o auto-retrato de Modigliani, importantes quadros de Giorgio De
escultura “O engraxate e o jornaleiro”, de Riccardo Cipicchia, que também é o autor de “A pega do porco”, obra que fica no Parque do Ibirapuera, no local que acabou conhecido como a “praça dos porquinhos”. Há um fato indiscutível no centro de São Paulo: a concentração de marcas da influência italiana. Começo visitando três importantes prédios. Numa extremidade fica o Edifício Matarazzo, a maior construção em mármore travertino do mundo; modelo da arquitetura clássica italiana da década de 20, projeto de Marcelo Piacentini com Ramos de Azevedo. O prédio, construído por Francesco Matarazzo Junior, homenageou o seu pai, o conde Francesco Matarazzo, que aqui chegou em 1886, era sede das indústrias Matarazzo e, hoje, da Prefeitura de São Paulo. Outra evidência da presença italiana no centro é o edifício Martinelli, na Rua São Bento esquina com a Avenida São João. Primeiro arranha-céu da América Latina, foi inaugurado em 1929. O Comendador Martinelli mandou construir sua casa no alto do edifício para que os mais céticos acreditassem que ele não cairia. Logo em seguida, dirijo-me ao Viaduto Santa Efigênia. Com suas linhas leves e harmoniosas, liga o Largo de São Bento ao bairro de Santa Efigênia. Tudo projetado pelos italianos Giulio Michele e Giuseppe Chiappri. Nesse curioso roteiro pelo centro, incluo, quem sabe, a mais importante construção da região central,
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Chirico e a escultura Cavalo de Marino Marini. Ainda na região do Parque, vislumbro outra grandiosa obra de Galileo Emendabili. É o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32. O escultor, que morou em São Paulo, é também o autor da obra em homenagem a Ramos de Azevedo, hoje exposta na Cidade Universitária. Continuo a rota e, mais à frente, encontro o famoso Monumento às Bandeiras, um símbolo da cidade, feito por Victor Brecheret. Poucos sabem, mas, apesar do sobrenome, Brecheret nasceu na Itália, em Farnese, uma cidade perto de Roma. O ritmo de São Paulo dita o fluxo de carros em direção ao centro da metrópole. Estou agora na 23 de Maio, e do outro lado da avenida, vejo o prédio da IBM, projeto do arquiteto italiano Giancarlo Gasperini. Construído no início dos anos 70, é um exemplo da inconfundível estética contemporânea de um grande arquiteto italiano que adotou São Paulo para viver. Não é impossível passar por toda essa espécie de rapidez metropolitana e deixar monumentos pelo caminho. Refiro-me a um do Vale do Anhangabaú, o Monumento a Giuseppe Verdi, ilustre compositor italiano, feito por Amedeo Zani, o mesmo das esculturas que homenageiam Álvares de Azevedo, no Largo de São Francisco, Cesário Mota e Caetano de Campos, na Praça da República, e Alfredo Maia, na Praça Julio Prestes. Não posso deixar de passar também pela Praça João Mendes para ver a
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o Teatro Municipal, projetado pelos arquitetos italianos Domiziano e Claudio Rossi, juntamente com Ramos de Azevedo. Em frente ao teatro, está a obra “Monumento a Carlos Gomes”, de Luigi Brizzolara, homenagem ao compositor da ópera “O Guarani”. Nascido no Brasil, Carlos Gomes tinha estilo próprio, mas sua música teve muita influência da tradição italiana. A obra também foi restaurada na parceria das empresas italianas com a Prefeitura em 2017. Do intitulado “Centro Velho”, passo ao “Novo”, correspondente ao distrito da República. Lá está o Edifício Itália, o segundo maior do País em altura e um dos maiores exemplos de arquitetura verticalizada brasileira. O famoso Terraço Itália, no topo do edifício, oferece aos visitantes uma vista 360 graus da cidade. É um importante ponto turístico paulistano, além de ter um excelente restaurante – italiano, claro. No mesmo prédio, no 1o andar, fica o Circolo Italiano, associação da comunidade aqui na capital. Lá, faço uma parada, digamos, obrigatória: saborear alguma das massas com o melhor molho “bolognese” e uma raríssima língua “al madera”, comparável apenas à do restaurante Gigetto, na rua Avanhandava. Já em direção ao Leste da cidade, sigo firme para o bairro do Glicério. Deparo-me com a sóbria Igreja Nossa Senhora da Paz, que servia de apoio espiritual aos italianos que chegavam ao Brasil na década de 40. Lindamente decorada por afrescos do artista italiano
Fulvio Pennacchi, aos poucos, a igreja passou a receber pessoas vindas de outros países além da Itália e passou a ser conhecida como Igreja dos Imigrantes. A igreja Nossa Senhora da Paz é uma beleza típica da estética italiana. A presença da indústria é marcante por toda cidade, especialmente nos bairros do Brás, Mooca e Belenzinho, onde a presença italiana se mantém forte – nota-se claramente o sotaque! – tanto pelos grandes prédios industriais como pelas vilas operárias, que acolheram os imigrantes que chegavam para ser a força de trabalho. Em uma dessas hospedarias, localizada na rua Visconde de Parnaíba, na Mooca, foi criado o Memorial do Imigrante, atualmente em reforma, para reunir e preservar, documentos, objetos e a memória da imigração no Brasil. Continuo no sentido da zona leste de São Paulo. O Parque do Piqueri, no Tatuapé, traz lembranças de minha família. Explico-me: o Parque tem até hoje o portão original de quando era a casa de campo dos meus tios. Além de pomar, granja, criação de animais, como búfalos e lhamas, havia no local uma fábrica da verdadeira “mozzarella”, que abastecia parentes e amigos. Na mesma terra foram plantadas várias espécies de árvores – nativas e exóticas – na tentativa de conhecer aquelas que melhor se aclimatavam em São Paulo. Em 1976, a área foi desapropriada e definitivamente incorporada ao patrimônio municipal. A inauguração do parque ocorreu dois anos depois. Sem dúvida, é mais um lugar da cidade que
tegração das colônias que para cá imigraram: o cantor de ópera é um japonês grisalho com pronúncia perfeita. PS: para um descendente de italianos, melhor ainda seria jantar depois de acompanhar uma sonhada partida entre o Palestra Itália e o Juventus (da Mooca). O único problema nessa disputa é escolher para quem torcer. Andrea Matarazzo: é empresário, foi secretário Municipal das Subprefeituras de São Paulo (2007-2009), Secretário de Estado da Cultura de São Paulo (2010- 2012); vereador em São Paulo (2013-2016); Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação de Governo da Presidência da República (1999/2001) e embaixador do Brasil na Itália (2001-2002). PALÁCIOS E EDIFÍCIOS Palácio das Indústrias (1922) Avenida Mercúrio, Parque Dom Pedro II Autores: Domiziano Rossi e Ramos de Azevedo Palácio da Justiça (1933) Praça João Mendes, Centro Autor: Domiziano Rossi Antigo Banco Francês e Italiano (1919) Rua 15 de Novembro, Centro
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vale a pena conhecer. Na pausa para o descanso, sem perceber, lembro-me das tradicionais festas de rua promovidas anualmente pela comunidade italiana. Um exemplo é a da rua Caetano Pinto, no Brás, onde fica a pequena igreja de Nossa Senhora de Casaluce, que todos os anos realiza uma bela festa italiana de rua. Nos mesmos moldes, não posso deixar de lembrar das festas de São Vito, no Brás, de San Genaro, na Mooca, e de Nossa Senhora de Achiropita, no Bixiga, que transformam esses bairros em “pequenas Itálias”. Em matéria de festa de rua, é fundamental citar as ruas Avanhandava e Treze de Maio, onde encontramos uma infinidade de cantinas criadas e freqüentadas pelos imigrantes italianos e seus descendentes. E por falar em Avanhandava, de ponta a ponta, a rua é ocupada por restaurantes, pizzarias e cantinas, que levam o nome de Walter Mancini, um personagem da cidade. Como Mancini, outros nomes italianos estão nas ruas e na mídia em São Paulo. Difícil não lembrar da família Civita ao folhear uma revista. Da mesma forma, ao ler o jornal, também encontramos nomes notáveis de representantes italianos. Depois de andar por toda cidade nesse roteiro turístico ítalo-paulistano, é hora de jantar em uma das cantinas da cidade. Paro na Cantina do Gigio, na Rua do Gasômetro, no Brás. A decoração, os pratos, os vinhos, tudo faz com que nos sintamos na Itália. Mas não, estamos em São Paulo, e fica fácil perceber. A cantina é uma síntese da in-
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Autores: Giulio Micheli e Giuseppe Chiappori Edifício Martinelli (1929) Avenida São João, 35, Centro Autor: Giuseppe Martinelli Edifício Conde Matarazzo (1945) Viaduto do Chá, Centro Autor: Marcello Piacentini Edifício Itália (1965) Avenida Ipiranga, 344, República, Centro Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (1979) Avenida Paulista, 1313, Cerqueira Cesar Autor: Rino Levi Tribunal de Contas do Município de São Paulo (1976) Autor: Gian Carlo Gasperini Vila Mariana Palácio dos Bandeirantes Av. Morumbi, 4.500, Morumbi
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MUSEUS E TEATROS Museu Paulista (1895) Parque da Independência, Avenida Nazaré, Ipiranga Autor: Tommaso Gaudenzio Bezzi Liceu de Artes e Ofícios Avenida Cantareira, Tietê Autores: Domiziano Rossi e Ramos de Azevedo Pinacoteca do Estado (1905) Avenida Tiradentes, Parque da Luz Autores: Domiziano Rossi e Ramos de Azevedo Museu de Arte de São Paulo (1968) Avenida Paulista, 1578, Cerqueira Cesar Autora: Lina Bo Bardi Museu de Arte Contemporânea Pavilhão Ciccillo Matarazzo, 3o piso Parque do Ibirapuera Teatro Municipal de São Paulo (1911)
Praça Ramos de Azevedo, Centro Autores: Domiziano Rossi, Cláudio Rossi e Ramos de Azevedo Teatro São Pedro (1917) Rua Barra Funda, 171, Barra Funda Autor: Augusto Bernadelli Marchesini Museu da Casa Brasileira Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705 IGREJAS Santuário do Sagrado Coração de Jesus (1881) Largo do Sagrado Coração de Jesus, Campos Eliseos Autor: Padre Alberani CJ Igreja de Santa Cecília (1904) Largo de Santa Cecília, Higienópolis Autor: Giulio Micheli Igreja de Santa Ifigenia (1904) Rua Santa Ifigenia, Centro Autores: Giulio Micheli e Giuseppe Chiapori Capela da Santa Casa de Misericórdia (1901) Rua Cesário Motta Júnior, 112, Vila Buarque Autor: Luigi Pucci Igreja Nossa Senhora da Paz (1943) Rua do Glicério, 225, Centro Autor: Leopoldo Pettini Igreja Nossa Senhora de Casaluce Rua Caetano Pinto, 608, Brás Catedral da Sé (1954) Praça da Sé, Centro Vitrais de vários artistas italianos Igreja e Mosteiro de São Bento (1558) Largo do São Bento, próximo ao Vale do Anhangabaú MONUMENTOS Monumento à Independência (1922) Parque da Independência, Ipiranga
Parque Villa Lobos Autor: Gaetano Fraccaroli Monumento a Luiz Pereira Barreto (1929) Praça Marechal Deodoro, Santa Cecília Autor: Galileo Emendabili Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico (1929) Praça Nossa Senhora do Brasil, Jardim Paulista Autor: Ottone Zorlini Monumento das Musas da Escultura e da Engenharia (2008) Avenida Iguatemi, Jardins Autor: Galileo Emendabili Monumento à Amizade Sírio Libanesa (1922) Praça Raguelo Chofih, Parque Dom Pedro II Autor: Ettore Ximenes Monumento Fonte de Milão (1954) Praça Cidade de Milão, Avenida República do Líbano, Ibirapuera Monumento ao Almirante Tamandaré Parque do Ibirapuera, Avenida Pedro Alvares Cabral Autor: Luiz Morrone Monumento a Pedro Álvares Cabral (1988) Avenida Pedro Alvares Cabral, Ibirapuera Autor: Luiz Morrone ESCULTURAS O Megatério Rua dos Franceses, Bela Vista Autor: Domenico Serio Calabrone Solidão Praça da Sé, Centro Autor: Domenico Serio Calabrone A caçadora Parque do Ibirapuera, Avenida Pedro Alvares Cabral Autor: Lélio Coluccini O Anhanguera Parque do Trianon, Avenida Paulista Autor: Luigi Brizzolara
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Autor: Ettore Ximenes Monumento às Bandeiras (1953) Av. Pedro álvares Cabral, Parque do Ibirapuera Autor: Victor Brecheret Monumento Mausoléu aos Heróis da Revolução Constitucionalista de 1932 (1954) Av. Pedro álvares Cabral, em frente ao Parque do Ibirapuera Autor: Galileo Emendabili Monumento ao Imigrante Italiano (1962) Praça do Imigrante Italiano, esquina com Avenida 9 de Julho Autor: Galileo Emendabili Monumento aos Fundadores de São Paulo (1954) Rua Manuel da Nóbrega, Ibirapuera Autor: Luiz Morrone Monumento Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo (1913) Pátio do Colegio, Centro Autor: Amadeo Zani Monumento a Ramos de Azevedo (1934) Cidade universitária Autor: Galileo Emendabili Monumento a Duque de Caxias (1948) Praça Princesa Isabel, Campos Eliseos Autor: Victor Brecheret Monumento a Carlos Gomes (1922) Vale do Anhangabaú, ao lado do Teatro Municipal, Centro Autor: Luigi Brizzolara Monumento Giuseppe Verdi (1922) Rua Doutor Miguel Couto, Centro Autor: Amadeo Zani Monumento a Alfredo Maia (1922) Praça Fernando Prestes, em frente ao Edifício Julio Prestes, Luz Autor: Amadeo Zani Monumento ao Semeador (1940) Praça Apecatu, ao lado do
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INSTITUIÇÕES CULTURAIS E EDUCACIONAIS Colégio Dante Alighieri (1913) Alameda Jaú, 1061, Cerqueira Cesar Autor: Giulio Micheli Escola Italiana Eugênio Montale (1892) Rua Dr. José Gustavo Busch, 75 Autor: Socrate Mattoli UniÍtalo – Centro Universitário Ítalo Brasileiro (1949) Avenida João Dias, 2046, Santo Amaro Istituto Italiano di Cultura (1945) Avenida Higienópolis, 436, Higienópolis Instituto Cultural Ítalo Brasileiro de São Paulo (1947) Rua Frei Caneca,
1071, Cerqueira Cesar Istituto Europeo di Design (2000) Rua Maranhão, 617, Higienópolis Centro Cultural Sesc Pompéia (1980) Rua Clélia, 93, Pompéia Autora: Lina Bo Bardi Galeria Spazio Surreale (1993) Rua Caconde, 238, Jardins OUTRAS CONSTRUÇÕES Mercado Municipal (1933) Rua da Cantareira, 306, Sé Autor: Ramos de Azevedo Arcos do Bixiga / Muro de Arrimo Rua da Assembléia com rua da Jandaia, Centro Viaduto Santa Ifigênia (1913) Vale do Anhangabaú, Centro Autores: Guido Micheli e Giuseppe Chiappori Esporte Clube Palmeiras, antiga Sociedade Esportiva Palestra Itália (1914) Parque Antártica, Avenida Matarazzo Rua Turiassu, 840, Barra Funda Shopping Light Xavier de Toledo, 23 Autor: Ramos de Azevedo Instituto Lina Bo e P.M.Bardi - Casa de Vidro Rua General Almério de Moura, 200 Autora: Lina Bo Bardi Fontes: Presença Italiana em São Paulo, de Emanuel Von Lauenstein Massarani. IPH – Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo; e Projeto Lugares Italianos em São Paulo, da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura (Italcam)
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O engraxate e o jornaleiro Praça João Mendes, Centro Autor: Ricardo Cipicchia A pega do porco Parque do Ibirapuera Autor: Ricardo Cipicchia O índio e o tamanduá Praça Marechal Deodoro, Santa Cecília Autor: Ricardo Cipicchia O Descobulo Praça General Polidoro, Aclimação Autor: Ottone Zorlini Fauno (1942) Parque do Trianon, Avenida Paulista, Cerqueira Cesar Autor: Victor Brecheret As Graças (1940) Galeria Prestes Maia, Centro Autor: Victor Brecheret Dante Alighieri Praça Dom José Gaspar, Centro Autor: Bruno Giorgi Álvares de Azevedo Largo de São Francisco, Centro Autor: Amadeo Zani
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que podemos aprender com o V írus , home office e o preconceito
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Arthur Xavier
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As perdas de milhares de vidas, a dor de suas famílias e o medo provocados pela pandemia do novo coronavírus têm mostrado à humanidade a importância de encontrar novos caminhos para cumprir incumbências que sempre existiram e sempre existirão, delineando novas formas de convivência entre as pessoas. E, neste tempo de transformações internas e externas, manifestantes nas ruas mostram ao mundo que não toleram mais o racismo. Em razão da necessidade do distanciamento social para evitar a contaminação por covid-19, a prática do home office, o trabalho a distância, realizado de casa, tornase cada vez mais comum. Mais que necessária. Com o auxílio da tecnologia, trabalhadores de todo o mundo têm conseguido dar conta de suas tarefas no conforto de seus lares. Sem perda de produtividade e, em muitos casos, conseguindo render mais para suas empresas do que renderiam, os trabalhadores
em home office se beneficiam, por exemplo, por não ter de se deslocar até o ambiente de trabalho. Menos estressado por não ter que enfrentar o trânsito, por não ter perdido tempo no transporte público, o cidadão trabalha melhor. Esse esquema de trabalho a distância tem funcionado muito bem no DER (Departamento de Estradas de Rodagem), onde atuo como diretor Administrativo. E veio para ficar, pois o pessoal está dando conta do recado. Sempre repito: “Amor, amizade e trabalho têm que dar prazer e fazer crescer — senão, é melhor trocar de turma”. Trabalhar de casa gera muito benefício, tanto para a empresa, quanto para o trabalhador. No Brasil, não havia muito esse olhar dentro dos órgãos públicos. Com a pandemia, isso está mudando. O home office tem, inclusive, transformado as relações familiares. Eu diria até que está melhorando essas relações, pois a comunicação se torna mais vital e mais constante com a maior convivência entre os parentes que vivem na mesma residência. O trabalho a distância possibilitou, por exemplo, que minha filha, Elisa, vivesse na Irlanda, seis
Vidas negras importam Paralelamente, enquanto a humanidade fica cada dia mais perplexa diante das centenas de milhares de mortes causadas pela pandemia de coronavírus, a morte do negro norte-americano George Floyd sacudiu com força as ruas de cidades dos Estados Unidos, do Canadá, da Europa, da Austrália e do Brasil. O assassinato de George Floyd foi o estopim de um protesto engasgado, da revolta contra o racismo estrutural e contra a violência policial. O mesmo racismo estrutural que, no Brasil, assassinou o menino Miguel Otávio Santana da Silva de 5 anos, que despencou de um prédio no Recife por uma evidente — e revoltante — negligência racista. A mesma violência policial que assassinou o menino João Pedro, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, com um tiro nas costas, dentro de sua própria casa. Em comum a George, Miguel e João Pedro: a pele negra.
O mundo já conheceu bons exemplo de como se mobilizar contra o racismo, e o movimento “Vidas Negras Importam” assume essa luta incessante neste momento. Arthur Xavier: é o atual diretor Administrativo do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), foi gerente Administrativo da CESP (Cia. Energética de São Paulo), subprefeito da Cidade Tiradentes, subprefeito de Ermelino Matarazzo, gerente regional da região metropolitana da EMTU (Empresa Metropolitana Transportes Urbanos), chefe de gabinete da EMTU, possui formação em Ciências Contábeis na FMU, especialização em Finanças na PUC e Gestão de Negócios na FGV. Realizou diversas viagens ao exterior a convite para conhecer a Casa Branca, ONU, OEA e o Congresso Americano no Estados Unidos. Convidado pelo prefeito da cidade de Bogotá/Colômbia para conhecer os projetos de zeladoria e mobilidade da cidade.
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anos atrás — ela trabalhava de lá para uma editora brasileira. Para profissões como a dela, que é formada em Comunicação Social com enfase em Produção Editorial, com um computador portátil e um telefone celular é possível trabalhar de qualquer lugar do mundo.
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Dualidade N o País das Maravilhas Nós seres humanos somos produtos de nossas conflituosas escolhas onde: razão, emoção; desejo, dever; certo, errado; balizam nossas decisões. Ainda somos orientados por nossas realidades, crenças, criações e pressões que a sociedade impõe a nossas mentes e corpos. Eu, poeta de corpo preto trago no livro Dualidade No País das Maravilhas, um vislumbre do mundo maravilhoso e obscuro de um poeta em suas facetas: Louca, ébria, depressiva e satírica; assim como fantástica, imaginativa, de parábolas e ficções, frutos de minhas Dualidades Renan Wangler
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“Esse livro é pra ser sentido, pois tem a direção de pensamentos de um homem que sabe bem quais são as suas intenções quando ele se sentiu parte ou inteiro na poesia. Títulos envolventes, exóticos, casados com textos provocadores, insanos e belos como o sonho de um poeta rumo ao domínio das palavras sem medo de abusar delas ao extremo. É o que já li de mais lindo e digno de um artista da periferia brasileira. E ele vai além, cria
capítulos cheios de fantasias e te leva da poética a intenção de um futuro livro de contos num estalo.” Se tens um dom, seja! Bruno Black (Poeta, Apresentador do programa Xexelento da Peri e Produtor Cultural) *** “Reafirmo o que já e comprovado: O talento literário presente na obra Dualidade No País Das Maravilhas, com certeza podemos afirmar que a dualidade Tao atuante no indivíduo com seus contrastes também consta nesta obra que considero o encontro do ser humano consigo mesmo em sua natureza dual. O País Das Maravilhas é o próprio indivíduo, os poemas são a descrição da jornada do autor que pode ser também a sua, lendo com atenção, cada poema é uma história que conduz ao autoconhecimento.” Urfe Carvalho (Professor em literaturas, Autor e Terapeuta).
dois andares do casal endinheirado. de todos os tempos O assunto ganhou as páginas dos jornais e a F otos sentença, depois de uma intensa disputa judicial com várias apelacolocadas ções, determinou a demolição do na internet sobrado. Foi o primeiro caso de ajudam desapropriação na história da cidaelucidar um de noticiado pela imprensa. Após o pouco mais da história término do processo foi criada uma paulistana empresa municipal com a finalidade única de construir o viaduto. Foi No ano de 1877 São Paulo necessário importar da Alemanha era uma cidade em evolução que toda a armação metálica, com piso buscava espaços para a ampliação de madeira. de sua área territorial. No mês de Passados 143 anos dessa outubro daquele ano, o construtor importante inauguração, antigas e empresário francês Jules Martin, fotos reconstituídas no formaresidente na capital paulista, apre- to digital andam sendo postadas sentou a proposta de construção do na internet em páginas criadas Viaduto Chá destinado a facilitar o no Facebook. Uma das postagens acesso a uma nova área da cidade, feitas pelo amigo Eduardo Britto, ainda considerada inóspita e pouco me chamou a atenção por mostrar habitada. detalhes de como se deu a demoli O plano de construção da ção da casa do Barão de Tatuí. ► obra foi aprovado após longas discussões. O Barão de Tatuí, cujo nome era Francisco Xavier Paes de Barros e sua segunda esposa, viúva do Barão de Itapetininga e herdeira das plantações de chá que margeavam o córrego do Anhangabaú, entraram na justiça para impedir os Solicite o seu orçamento! trabalhos. Motivo: Seria necessálivro@editoramatarazzo.com rio demolir a ampla residência de
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A foto acima foi tirada provavelmente do alto da torre da igreja de Santo Antônio, ainda de pé em nossos dias e conservada. Do lugar que viria a ser a atual Praça do Patriarca, se vê homens trabalhando na demolição e uma parte do viaduto do Chá sendo construída do outro lado do Anhangabaú que ainda corria a céu aberto. Nas proximidades um edifício branco de dois andares e cerca de 20 janelas aparece na foto, sem quem saibamos quem era o proprietário e a que se destinava esse prédio, cujo formato faz lembrar um colégio ou convento. A Rua Direita nesse tempo, terminava na esquina da Rua Líbero Badaró. A casa do barão realmente ficava no meio do caminho. A inauguração do Viaduto do Chá, aconteceu em 6
de novembro de 1892 (fotografia abaixo), mostra o povo ocupando quase todos os espaços, ainda assim é possível ver o piso do viaduto que faz lembrar o assoalho de antigas casas. Ao fundo temos a casa do Barão de Tatuí ainda em demolição e a torre da igreja de Santo Antônio quase encoberta pela névoa. O prédio de várias janelas também aparece nessa foto. Pena que o poeta Paulo Bomfim já não está entre nós, ele saberia explicar a que se destinava aquele edifício.
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Nessa fotografia de 1923 temos o Viaduto do Chá original proporcionando a circulação dos
com a Líbero Badaró, o Edifício Matarazzo que hoje abriga o gabinete do prefeito, estava sendo construído e do lado esquerdo aparece o Palacete Prates já demolido.
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A fotografia ao lado foi tirada provavelmente em uma manhã do mês de abril, época em que a neblina aparece com mais frequência na capital paulista. Nela observamos o antigo Viaduto do Chá que já não suportava o excessivo volume de tráfego sendo substituto por um modelo novo todo em concreto e com o dobro de largura. À direita, na esquina
bondes, carros de passeio e pedestres. Na parte de baixo aparece um bulevar estando nessa altura o córrego do Anhangabaú totalmente canalizado. O Viaduto do Chá original ampliou a cidade fazendo surgir perto dele edifícios importantes como o Alexander Mackenzie, atual Shopping Light e o Teatro Municipal.
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Nos dias atuais o ▼ Viaduto segue servindo de passarela aos carros e pedestres, mas sem o mesmo movimento de outrora. Em breve na parte debaixo, um novo piso irá substituir o calçamento do bulevar que aparece nessa foto. São Paulo, como sempre, segue se inovando a cada momento.
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Geraldo Nunes
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Jornalista, radialista e escritor. Participa das coletâneas da Editora Matarazzo desde 2016.
N uma
chácara do
B rás
É o novo livro de Thais Matarazzo. Será publicado no formato e-book pelo Amazon agora em junho. Com prefácio do jornalista Eduardo Martellota, e ilustrações de Camila Giudice, a obra é uma ficção que remonta ao começo do século 19 e tem como cenário o bairro do Brás.
O enredo gira em torno das trajetórias de três irmãos, Gonçalo, Gabriel e Guilhermina, os dois últimos deficientes físicos. A família residia em uma fazenda em São José do Barreiro, interior de São Paulo. Depois da morte da mãe, o pai resolve casar-se novamente e a madrasta não quer a presença dos enteados na fazenda. O marido manda contruir uma bela casa em uma chácara do Brás para os filhos viverem. Sob os cuidados da avó d. Leonor, os irmãos conseguem superar situações e sentimentos. A história é contada por Luciano e Juliana, descendentes de Guilhermina. Eles m o r a m no Brás e vão descobrir muitas curiosidades.
janela , a natureza e o
ofício : a poesia feminina de
Thais Matarazzo, K ori B olivia e A na M aria L opes por Ana Paula Arendt1 Muito já se falou sobre a escrita feminina, e frente a tantas coisas bem ditas, eu não tenciono dizer nada de novo. Mas sobre a poesia propriamente feita por mulheres, poucos escrevem - salvo pertençam as mulheres a um círculo privilegiado de características que as promulguem: o lesbianismo, a sensualidade e a morte precoce. Isso me entristece, porque se ignora o apogeu que existe na obra. Pois escrevo sobre mulheres, mulheres mesmo: aquelas que vejo como colegas, professoras, vizinhas e mães de família, algumas ainda esperando ser mães futuras, já outras, mães duas vezes: avós. Vozes de mulheres que urgem, para nos embalar na vida. Coisas que a um homem, por mais talentoso fosse, não ocorreria fazer. Es-
1 Ana Paula Arendt é poeta e diplomata brasileira.
crevo sobre algo que posso encontrar de comum no que só mulheres poetas fazem; que foge dos estereótipos com que os homens querem criar nomes, para reconhecê-las. A primeira poeta que me chamou a atenção, a ponto de pensar que deveria escrever sobre o trabalho dela, foi Thais Matarazzo. Provavelmente os poetas mais proficientes na pluma e já alçados a grandes trabalhos não conseguissem enxergar nos poemas dela algo em que pudessem desenvolver uma resenha, porque até o momento os grandes não o fizeram. Mas digo da simplicidade de seus poeminhas, da qual posso falar durante muitas e muitas páginas. Comecei a vê-la observando os seus livros dedicados a falar de cidades, com vozes de muita gente, como num tempo em que a vizinhança existia: quando a cultura era feita nos encontros de rua, e havia histórias contadas ao pé do alpendre, sobre a cidade e sobre as pessoas que vivem nela. O Brasil preservado e a salvo. A linguagem em língua portuguesa, cujo teor alcança todos. O teatro com roupas retrôs, e as capas dos livros despreten-
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siosas, de editora própria, me fizeram comemorar que alguém mais fizesse isso intencionalmente, bem longe da ditadura estética e das promessas de glória das grandes editoras: o espaço para se crescer livre a alma. E vozes de rádio, e histórias finalmente de homens e de mulheres negras: não como uma lição inclusiva, nem como política afirmativa, ou em função das expectativas de vendas e resenhas nos jornais de grande circulação. Apenas porque foram pessoas de destaque, porque de fato fizeram algo digno de nota e merecem reconhecimento pelo seu mérito. Vez ou outra, uma foto de Thais em seus vestidos de boneca, segurando com braços de mãe um pássaro: aliás, era um pássaro na capa do livro. Para mim, esse trabalho da autora é visivelmente revolucionário, porque resgata a sociedade no seu significado original e o seu sentido mais primitivo: ser espaço de felicidade e convivência, o lugar de brincar e do lazer comum. A palavra visita. Gente nas bibliotecas. A poesia paulista e paulistana, a poesia mais simples que tive a felicidade de ler na vida. O seu encanto por histórias de princesas de verdade, e por dinastias europeias e russas, também me chamou a atenção como algo incomum. Com a expectativa de uma noveleira eu chegava surpresa ao final dos poemas sobre os problemas sofridos por mulheres de um tempo distante, sem finais felizes. Só a realidade, mesmo, nos dizendo o preço caro da deferência. Mas ainda assim, na voz da Thais, de nossa Wen-
dy, ficamos retidos na Terra do Nunca, como se o fato da história ter passado há muito tempo nos consolasse. E há gostos de coisas de vila nos versos: de polvilho. Alguém mais além de mim deveria ler essas coisas puras, antídoto para sair da esfera vulgar dos embates políticos e apreciar o café na cozinha com a amiga. O trabalho diuturno de divulgar lugares de história preservada; de fazer cultura do zero. Fazer da cidade um espaço seguro começa por reconstruir todo esse edifício social no qual as pessoas se dignificam, no qual se ofertam e onde escolhem os objetos prediletos de nossa atenção. As imagens dela que nos trazem de volta ao que é comum, o agir para resgatar o senso comum, sem cálculos, são amparadas no quotidiano e na rima simples, são muito valiosas. A poesia dela é o afastamento do drama, o combate à violência urbana mais efetivo, a prevenção do conflito mais perfeita: o convite a passear pela cidade e a fazer livros. Um homem, por mais bom poeta fosse, jamais conseguiria fazer isso: um caminho para as pessoas andarem ao encontro do vizinho. A palavra amizade. Eduardo Galeano nos fala de ninguéns: aquele senso de elogio ao sofrimento, o embelezamento da pobreza, a denúncia da solidariedade sob a política que não se move, a urgência dos encontros para elevar-se, o discurso de cidadania e a escrita para um público; tudo isso é totalmente ausente da poesia de Thais Matarazzo, pelo que talvez o pensamento político de moda
Eu já estava habituada a ouvir a poesia de meu tio, suas declamações com verve muito bem pausada e a leitura, por assim dizer, de respeito completo ao verso: fora da escolaridade com que muitas pessoas leem versos de outrem, querendo dar aulas sobre a vida. Mas a declamação de Ana Maria Lopes de seus poemas era coisa de decana, a voz dela vinha do ventre profundo. Pensei em filmar, mas daí eu perderia apreciar a leitura e certamente a gravação não captaria aquela linguagem que vibrava nas pessoas e em mim mesma. Nunca tinha ouvido uma mulher declamar antes dela, foi a impressão que tive. Sensação de ver pela primeira vez o mar, em sua força primeva. Ela tem poucos livros ainda, o que nos faz ansiosos por mais, e o leitor não adivinha o que há neles, se buscar descobertas apenas nas palavras do texto escrito. A grande graça é ler sabendo e ouvindo a profunda voz dela. Eu tentei ler meus poemas sozinha, com a mesma seriedade para mim mesma, para imitá-la. O fato é que quando leio meus poemas, nunca sai lido igual à voz que tenho quando os escrevo. Recentemente, a secretária da Associação Nacional de Escritores, D. Lisieux, abriu um livro meu e começou a ler bem fortuitamente um de meus poemas, com a voz que eu escrevi; fiquei maravilhada que finalmente ouvisse um poema meu, com o mesmo fundamento da voz com que escrevi. Mas ponderei comigo: sou dependente de que o outro me encontre. Com a Ana Maria Lopes é o contrário: ela é dona
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a abandonasse como secundária. Mas meu coração diz outros tempos: em que o sorriso das pessoas deve ser alçado nos lugares onde vivem e podem viver. Talvez esse seja hoje o grande luxo com o qual ela nos presenteia, a elegância da simplicidade. A cidadania sem dizer-se, como resultado do convite ao outro, do fazer juntos coisas de cultura. A poesia é a palavra em movimento. E longe da mesmice narcísica das resenhas contumazes, ela aprecia a vista de um almoço com a família na Avenida Ipiranga, nos brindando com a vista ampla do alto do Terraço Itália sobre a vida das pessoas. Lança um livro, faz piadas e surge em uma palestra. Essa nobreza da disponibilidade de ser alcançada me inspira. Muitas pessoas podem aprofundar, analisar e conferir sentido ao sofrimento; mas apenas uma mulher é capaz de dominar e subverter as tragédias. Sobre a obra de Ana Maria Lopes, é difícil escrever com palavras, porque o que mais impacta em sua poesia é a leitura que ela faz de si mesma. Num Chá com Letras na Embaixada da Índia, a convite do poeta Abhay K., eu bem me lembro quando comecei a levar a poesia como algo a sério. Foi quando a ouvi declamar um poema seu aos amigos literatos. Ela mudou a voz de repente, e como um oráculo saído das profundezas de uma civilização antiga, lia a fenda de si mesma. Dizia cada palavra como uma honra bela. Fiquei impactada muitos dias, talvez meses.
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de si mesma e domina a própria voz. Professa seus poemas. Isso me faz pensar, se na poesia, as mulheres têm um caminho pela frente, se será possível um dia que eu tenha a maturidade de me ler com o mesmo fundamento que escrevo. Qual o aprendizado para chegar ao nível dela? É o tipo de coisa para o qual talvez não exista escola, a lealdade a si mesma, com a qual ela supera a noção de arte como artifício e se torna a pura expressão de uma força da natureza. Houvesse uma escola de poetas mulheres, haveria um público para declará-la insuperável. Eu poderia transcrever alguns de seus versos que me tocam muito, mas seria trair a poesia dela. O leitor merece ouvi-la e ter seus livros completos. A Ana Maria Lopes também tem uma iniciativa moderna de sororidade, a Editora Cobogó. O leitor rapidamente classifica: mais uma poeta de rumo alternativo. Nada disso, amigo leitor: a poesia é precisamente isso, desde os tempos imemoriais: a alternativa a tudo. Cristalizada na sua iniciativa está o jeito de ser descolado brasiliense. Vez ou outra, eu sinto o sopro de sua brisa. Entro em sua página para ver o que está fazendo e me recordo de suas palavras generosas. A sua poesia é um mergulho em si mesma. Por fim, conto-lhes da poesia de Kori Bolivia. Ela poeta profícua, muitos livros em português e em espanhol. Sua origem, como anuncia seu nome, é boliviana. Seus traços a de-
nunciam de pronto a quem a encontre, ela é um país consagrado em uma pessoa, caminhando pelas entrequadras de Brasília. Isso foi o que de início mais me impressionou, ver um país em uma pessoa. Para uma diplomata, isso é matéria para muitos ensaios e estudos. Como uma poeta, um poeta, consegue encarnar em seu corpo e culminar em seu modo de ser, de dizer e de viver, o seu país? Os segredos da representação mais profundamente enraizada e sem esforço algum. Ser seu país. Muitos amam o lugar em que nascem; poucos o carregam, no seu modo de ser, consigo. Ela é uma poeta de regra e que assumiu o ofício, dentro de sua obra está o pincel da saga. O seu modo de ser é respeitoso com a arte do que faz em todos os aspectos. A sua casa é linda: nela se adentra o mundo decorado pelos poetas reconhecidos e experientes, e nos seus olhos tranquilos, há o desgaste sagrado dos anos que lhe esculpiu a visão formosa sobre a vida. Os mesmos totens de Mamãe. O leitor provavelmente tampouco vai encontrar, apenas lendo seus versos, tudo que está contido neles. Como ela é uma poeta tradicional, cada poema está interligado com grandes mudanças na nossa realidade. Ela abraçou, como os grandes poetas, a humanidade, e como resultado está em sintonia com o mundo e com as suas preocupações, felicidades e tragédias, a ponto de que seus poemas manifestam as linhas com que os movimentos em
colocou nos versos, dirigido ao amado, ao mundo, ao universo. Ela me contou ter ficado ruborizada de ser interpelada pelos familiares e amigos próximos por algo que escreveu em seu íntimo, e com as prontas intervenções que as pessoas de seu convívio fizeram junto a era para esclarecimentos, como se o poema refletisse uma falha em sua vida ou um problema, e não o intento de compor consigo algo que resultasse em uma obra de arte verdadeira. Eu muito pronto me recordei de quando se passou o mesmo comigo. Meio ao prazer de escrever, havia esquecido. A poesia me apresentou muitas faturas de um grande sacrifício de continuar escrevendo. O estranhamento foi passando com os anos e com o reconhecimento que, por solidariedade, os amigos e colegas de ofício nos ofertam; com o tempo o estranhamento foi se transpondo de um embaraço a um orgulho de algo feito com afinco. Mas eu bem me lembro que as pessoas mais ressabiadas em constatar que eu era diferente do que exigiam não voltaram à minha vida - talvez para o meu próprio bem e integridade. E o espaço vazio que tentamos preencher dessa ferida moral, quando encontramos quem nos descarta pelo que fazemos… É o buraco no qual temos que pensar palavras e novas fórmulas, para não cair no próprio abismo. Na poesia dessas mulheres, eu constato com alegria que elas se curam dos laceramentos de viver bem a vida e se alçam no horizonte que elas criam. Vez ou outra fico atenta ao far-
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grande escala mundialmente ocorrem. Portanto o que se passa dentro dela, na linguagem dos sentimentos e emoções, passa-se também ao seu redor, mas o seu redor, ocorre, é algum país recôndito emergindo clamores, é o Chile e a China, a Bolívia e o Brasil, os Estados Unidos, as muitas Américas, o mundo que ela frequenta e transita nos encontros de poetas por toda parte, e os quais ela retém e acumula para escrever com síntese. Na sua poesia há muitas imagens e nelas uma coisa especial: um só mundo. Ela é acadêmica, ostenta a paixão do verso e gosta dos deveres. Os poemas também são registros da relevância de seus bordados. A sua leitura de seus próprios poemas tem função de existir, e ela os lê de si para o outro, deixando o espaço de que o outro seja e a veja. Vê-se também recolhida e frequentadora da torre alada. Gosto muito quando ela escreve e, com muito empenho e solenidade, declama. A sua voz estabelece o padrão com o qual a poética se distingue em relação à prosa. E quanto às dores femininas de crescer como poeta? O sacrifício que bem sabemos uma mulher faz ao se apresentar portando versos e escancarando o que se passa por dentro. Uma colega poeta africana muito jovem, Ginessa Dosseh, confidenciou-me que, ao escrever seu primeiro poema e divulgá-lo na sua mídia social, como me via fazendo, teve um susto. Recebeu ligações instantaneamente de seus familiares. Queriam saber se estava bem, por causa de todo o sentimento que ela
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do do menosprezo, quando ofertamos a poesia como algo no que destilamos o que de mais vivo há e o que de melhor temos. Por isso eu ergo este texto, estampados com seus lindos sorrisos, e nos exalto contra a estupidez que resta no mundo. Dessas dores que vivemos de ter escrito o que sentimos, de não ver saída senão a de insistir nesse caminho sem volta, de ter aparado mais arestas do que recebido alimento… Toda mulher que se doou à poesia e à vida, suponho, em algum momento bem sabe. E talvez o silêncio reverberado de indiferença, quando não alcançamos quem mais queremos, seja a dor mais pungente desse caminho. A esperança, contudo, pertence ao peito de quem ama escrever versos; o tempo da poesia é o infinito; e vencer a distância, o seu motivo. Porque eu as admiro, essas três poetas, de um certo modo, me regem. A janela, a natureza e o ofício. A colega, a professora e a autoridade. Nelas eu bebo de frescor e juventude. O prazer de ser leitora em busca de inspiração. Quando abro seus livros e coletâneas, eu as vejo cada qual na sua escrivaninha, com a pluma na mão. Por vezes me pergunto como seria se o trio se conhecesse. As moiras? As três marias? Elas seguem contudo cada uma seu caminho, nos seus habitats bem definidos e personalidades distintas, sabendo ao longe que existem e se tangenciando; e eu fico imaginando os seus mistérios. Eis, neste texto, o encontro. As mulheres enérgicas e cheias de personalidade que a gente enxerga mesmo em segundo plano.
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Lar Vicentino É o lar da solidariedade Abrigando tantos anos de vida, Mantido pela força da comunidade! Florescendo sorrisos em faces tão sofridas! São tantos Mauros, Ticãos, Simones, Valentins, Guerreiros que com a comunidade unida, Formam uma rede solidária com os afins, Todos os afins de fazer o bem, Em cada olhar ali presente, Encontramos presente o motivo de continuar Persistir e não esmorecer.
Poema escrito a seis mãos por: Jacqueline Proetti Amádio Ricardo Cardoso Ricardo Hidemi Baba
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Lar Vicentino que abriga um pouco da história vivida por estes olhares meigos, estas mãos cansadas, mas com a alegria de ser acolhidos em um lugar chamado Lar, Lar da dignidade, Lar da esperança, Lar Vicentino.
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Agradecimento São 4 anos que me separam da primeira antologia que participei na Editora Matarazzo, foi a Vamos Falar da Santos? (2016), escrevi sobre Saturnino de Brito, e olha a grande coincidência do destino, o texto caiu exatamente na página 77, o meu número de sorte. Que a Editora Matarazzo alcance um novo sucesso, e que continue abrindo as portas da literatura para muitos escritores e autores que virão nos próximos anos, só tenho a agradecer. PARABÉNS!!!
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Edson Santana do Carmo: Nascido em São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo e radicado na Cidade de Santos. Vice-Presidente da Academia de Letras e Artes de Praia Grande. Associado Correspondente da Academia Contemporânea de Letras de São Paulo. Confrade Diretor Secretário do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Associado Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. E participante em outras Entidades no Brasil.
R ecompensa
Dicotomia
Escorre a tua mágoa no peito estrangeiro e eu a esperar-te: clamor derradeiro.
o caminho do corpo é o desvio d’alma que anda às soltas na rua do medo a alma procura o algo distante e o corpo a quer amarrada ao segredo.
Escorrem teus olhos em solo sagrado as mãos fadigadas, o beijo cansado.
o corpo não sabe guardar a lembrança gravada na mente em tempos de outrora o corpo não pensa em conjunto o sonho, a alma revela a angústia de agora.
E S C O R R O e
o corpo demonstra a lacuna evidente, a alma demonstra a carne que chora e segue a mostrar a ferida latente, aquela que hoje o corpo ignora.
CORRO
em busca da vida amor mui ingrato abriu-me ferida. Rosa Acassia Luizari nasceu em São Paulo. É membro da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil (ACILBRAS) ocupando a cadeira 525 e tem como patrono o maestro Armando Caraaüra. É colaboradora de diversas revistas literárias nacionais. Publica poemas e contos no Brasil e no exterior. Membro atuante de grupos de estudos em literatura contemporânea brasileira. Faz parte do movimento Mulherio das Letras de São Paulo, do Brasil e de Portugal. Participa de eventos organizados pela Casa das Rosas (SP).
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Escorro em tua pele gostosa fissura a alma descansa no amor que procura.
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Estrelas
apagadas
Ricardo Cardoso
Mais uma noite, ouço o som do silêncio Passos macios, gato no telhado No silêncio da noite, sirenes ecoam Estrelas apagadas, noite escura Ouço o som do silêncio, vozes ocultas
Mais uma noite, ouço o som do silêncio O sono não vêm, o gato não vêm, as estrelas não vêm Ouço o clamor do coração, ouço passos macios O trem aflito no silêncio da noite Estrelas apagadas, olhar apagado Ouço o seu silêncio, o meu silêncio Deliro um amor na estrela apagada Escrevo o silêncio da noite, nos macios passos do gato No som do silêncio, escrevo estrelas apagadas Escrevo seu olhar apagado, seu amor apagado, escrevo!
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Mais uma noite, ouço o som do silêncio Ouço, ouço histórias anônimas, ouço o vento Passos macios, o sono não vêm Estrelas apagadas, olhar apagado Delírios de amor, amor apagado
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Entrevista
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Tony
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de
S ousa
O escritor nasceu na Vila de São Sebastião, atual Governador DixSept Rosado, no Rio Grande do Norte, em 1952. Estudou em Mossoró, Parnamirim e São Paulo. Em São Paulo ingressou na carreira artística, inicialmente como ator, depois como assistente de direção cinematográfica, e diretor cinematográfico. Formou-se em Letras, fez mestrado em Comunicação e Semiótica na PUC-SP e doutorado em Ciências da Comunicação na USP-SP. Foi professor de roteiro da Universidade Anhembi Morumbi. Dirigiu os curtas Magias das Tintas, Estações, A Boca do Cinema Paulista, O Fazedor de Fitas Inacabadas, Mary Jane e os longas Avesso do Avesso e Expresso para Aanhangaba. Autor dos livros Caminhos de Poeira e Estrelas, Vivendo de Cinema, Histórias que Mamãe Contava, O Rei do Mundo, O Perseguidor de Fantasmas, Boca do Cinema, A Casa, Escute o Silêncio, Vento Forte, e A Incrível História de João de Souza, Vaqueiro da Paraíba, na Terra da Garoa.
Trajetória
Tony de Sousa publicou recentemente seu décimo livro, intitulado A Incrível História de João de Souza, Vaqueiro da Paraíba na Terra da Garoa. ► Por que um título assim, tão comprido?
Primeiro porque eu queria que parecesse com os títulos de romances de cordel. Depois porque gosto de um livro de Garcia Marquez que tem um título assim bem comprido. ► A Incrível e Triste História de Cândia Erendira e sua Avó Desalmada. Isso mesmo. ► E esse livro com o título comprido fala de que? É uma espécie de biografia do meu tio João de Souza. O escritor Juan Rulfo dizia que as histórias que ele escrevia era o tio Celerino que contava. Eu digo que algumas das histórias que escrevo foram inspiradas nas histórias que ouvi tio João contar. ► Que outros livros você publicou? Comecei publicando meus trabalhos acadêmicos. Minha dissertação de mestrado, Caminhos de Poeira e Estrelas, sobre a adaptação de um conto de Guimarães Rosa para o cinema, e minha tese de doutorado, intitulada Vivendo de Cinema. Depois publiquei uma trilogia que chamo de trilogia de “ficção autobiográfica”. Esse termo tomei emprestado do escritor J.M. Coetzee. Nesses três livros faço um balanço da ousadia que tive de sair de uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Norte e vir para São Paulo tentar a carreira artística. Os livros são O Rei do Mundo, Boca do Cinema e O Perseguidor de Fantasmas. Depois segui nessa linha de “ficção autobiográfica” com mais três livros:
do estava servindo a Aeronáutica em Natal, apareceu lá na base aérea um ator profissional. Ele mostrou-me o passaporte dele e estava escrito: profissão ator. Eu achei o máximo. Perguntei para ele como era a profissão de ator e ele me explicou várias coisas. Fiquei muito interessado. Ele morava em São Paulo e deu-me o endereço de onde morava. Na Aeronáutica também descobri um curso de cinema por correspondência. Quando saí de lá tinha duas certezas. Queria ser ator e fazer cinema. Foi um longo caminho que eu conto na trilogia a qual me referi. Vivi dez anos tentando fazer cinema. Perseguindo cinema, como dizia um conhecido meu. Nos anos 90, com a crise do fechamento da Embrafilme pelo governo Collor, decidi parar e voltar a estudar Fiz Graduação, Mestrado e Doutorado numa sequência. E comecei a dar aulas na universidade. Fiquei dez anos na Anhembi Morumbi. E só então, já perto de me aposentar como professor, é que descobri, que o que me dava mais prazer era escrever. Eu já tinha prazer em escrever roteiros de cinema, mas esses roteiros, na sua maioria, nunca viravam filmes. Um dia perguntei para o escritor Ignácio Loyola Brandão, que gostava muito de cinema, porque ele nunca tinha tentado fazer um filme. E ele me falou que quando escrevia um romance todas as qualidades e defeitos daquela obra eram dele. No cinema tudo ficava diluído entre uma equipe de criadores e técnicos. Tive que concordar com ele. Ainda persisti por um tempo no cinema até decidir que meu negócio era literatura. E aqui estou.
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A Casa, Escute o Silêncio e Vento Forte E fui avançando cada vez mais na ficção e ignorando o autobiográfico. Você está escrevendo atualmente? Eu estava escrevendo antes da pandemia, dessa história de isolamento social, aí dei uma travada. Parei totalmente tudo já faz mais de dois meses. ► O que você estava escrevendo? Um livro intitulado Anton Souzarov autor de O Outro. Eu primeiro crio os títulos. Depois escrevo. E esse livro fala de que? Resumidamente é uma espécie de encontro com uma pessoa com ela mesma. ► Esse período de quarentena então, não deveria favorecer você? Deveria. Mas por enquanto tem sido o contrário. ► Você andou envolvido com cinema. Como foi a transição do cinema para literatura? Tudo começou na adolescência. Eu era um garoto tímido que fez um desafio a si mesmo: subir num palco de programa de calouros e cantar uma música. Foi um desastre. Cantei um oitavo acima do tom e quase me esgoelo. Mas perdi o medo. Voltei lá várias vezes e fui e fui eleito o rei da voz do meu bairro. Então, eu comecei na carreira artística querendo ser cantor. Aí quan-
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Declamação
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Por Edgar Pelouzi
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A definição desta arte a temos disponível proveniente de diversos conhecedores literários. Há farto material que nos ajuda a entender como se deve fazer uma declamação. Vou me ater tão somente a dois mecanismos que me tem ajudado a memorizar esses textos literários (discursos, poemas, monólogos e poesias). Quando decidi memorizar, me veio também a necessidade de escrevê-los, o que muito me facilitou a arte da memorização. Utilizo também numerar estrofes, frases, orações e períodos, e esta técnica de numeração fixa e norteia em que estágio você está do texto. Entre as técnicas de memorizar está também você ir por etapas, sem pressa, sem correria, afinal já deve ter lido por mais de uma vez o texto que deseja. Então usa o passo a passo (1º memoriza o 1º verso, ou frase ou período, em seguida o 2º verso ou frase ou período, tão logo
memorizado este, volta ao 1° e depois ao 2º, e assim sucessivamente. No meu caso além disso eu os escrevo para melhor fixação na memória. Quando comecei já com meus 65 anos, a voltar minha atenção para a Declamação, percebi que os instrumentos para fazê-la bem são o olhar, a voz, gestos, e isto me levou a perceber que quando eu fazia uma apresentação lendo, havia muita dispersão dos ouvintes, pois minhas mãos estavam segurando um livro ou folha de papel, os olhos atentos na leitura e de certa forma a voz fica muitas vezes esbarrando na folha ou livro que está à sua frente. Tudo isso traz uma deficiência na condição do ouvinte apreciar sua apresentação. Atentar sempre quanto a pronuncia das palavras, fazendo-as sempre de maneira inteligível para o seu público. Isso facilitara a compreensão e com certeza apreciará sua apresentação. Por isso, se você valoriza o seu público, procure adotar as técnicas para cativa-lo. Atualmente frequento Oficina de Oratória, onde a Declamação torna peça primordial em nossas atividades. Nos Saraus também outra modalidade de divulgar as obras literárias nessa arte da Declamação. ecomendação final: procure fazer leituras várias, principalmente aquelas que te atrai para uma boa Declamação.
S ilêncio
de
C ris A rantes
da noite
É no silêncio da noite que sinto vontade irresistível de escrever O som do nada me anima alimenta-me, excita-me abasteço-me desse momento A inspiração brota como capim tento regar para que gere frutos frutos que possam levar alguma mensagem de amor, de fé, esperança O mundo está precisando rir o riso salva pessoas, salva almas!
Lirismo O lirismo do teu olhar Impressiona-me Semblante sereno Alma pujante Coração pulsante Sensibilidade exacerbada Como não se enternecer Com uma mente privilegiada Criatividade latejante Sempre disposto a se perder Na beleza da poesia Na maestria da música Que envolve nossas almas Ávidas de encantamento.
Maria Cristina Arantes (Cris Arantes): peda-
goga, poeta, cantora, musicista, artista popular, onde o povo está lá estará. Possui um CD, nove antologias, revistas, etc. Postagens dos poemas em redes sociais e apresentações em Saraus Literários e Musicais. Possui um varal de poemas, que distribui em eventos. Tem poemas em áudios e vídeos, em revista e nas redes sociais. Membro titular da ACL, cadeira12: Florbela Espanca. Instagram: cris_arantes20 Facebook: Maria Cristina Arantes
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Poemas
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Poemas
de
Luiz Alexandre K ikuchi N egrão
ANTES QUE VOCÊ MATE A família, eu e as crianças Aonde foi nossa alegria? Com ou sem bebida, ódio ou vingança A violência é a nossa sangria. Chega de brutalidade! Não tem amor que aguente Desrespeito, desconfiança e maldade. Sem volta, você sai de casa, prepotente!
UMA QUESTÃO DE HUMANIDADE As gerações X, Y, Z, Millenials Sem esquecer os Centennials, Têm muita energia e criatividade De melhorar o mundo com vontade! Negros, brancos, vermelhos, amarelos... Todos importam. Respeito e Esperança são belos.
SOB A INSPIRAÇÃO DE CAMAC LEON
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ALDRAVIA DE QUARENTENA
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vou à mesa volto à cama
Poeta iniciante tenta versejar leitores antes ideias completar
Luiz Alexandre Kikuchi Negrão: participou da bela Coletânea Histórica “Para Sempre 32”, volume II, com o artigo “Os Ideais Democráticos de 1932”, pela Editora Matarazzo. Escreveu poemas como “Netos de Hiroshima” e “A Luiz Poças Leitão Junior, o Pocinhas”, e pende de publicação alguns no projeto “Folhas Vivas”, bem como elabora o projeto “Coração Brasileiro”, biografia autorizada pela família do saudoso Dr. Emeric Lévay. Publicou inúmeros artigos em sites jurídicos.
de
V era Lucia D uca
O Amor
Lua
Amor sublime, lindo e maravilhoso, Que castiga e também machuca O coração não correspondido. Vem a desilusão, a tristeza, A falta de carinho,o abandono.
Lua, lua cheia Escondida entre as nuvens, com a sua luz refletida no lago, diante de tanta beleza, nos curvamos e de joelhos ficamos Inebriados, entorpecidos como que hipnotizados e fascinados diante de sua magnitude, Lua dos sonhos, dos amores resolvidos, Não sei como explicar esse sentimento, sobre o domínio que exerce sobre nós Sonhos, devaneios são provocados por você. Linda lua! destaca-se no universo. O Sol com tanto esplendor se esconde, quando você começa surgir no Horizonte na imensidão do céu. Chegou a sua vez, de iluminar e brilhar junto com as estrelas.
É o caos. O coração correspondido saltita, Brilha nos olhos, surge a esperança. Tudo é luz que irradia paz, Vive-se nas nuvens. Feliz o dono de um coração apaixonado A vida flui livre, leve e solta. Todos os obstáculos são vencidos De um jeito incomparável, Graças ao amor que paira no ar. É o esplendor.
Vera Lucia Duca Aguiar: professora aposentada,
paulista. Por influência de sua amiga escritora e poeta Glafira iniciou o ofício de versar soltando as asas de sua imaginação. Frequentou com ela vários saraus e neles os sentimentos começaram a enfrentar os pensamentos que insistiam formar estrofes com versos livres.
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Poemas
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viagens, e também ao Curso POETERIA Poesia e Terapia, ambos de sua autoria e utilizados como ferramentas para o Autoconhecimento e Desenvolvimento Pessoal.
SERtão 1
C ynthia Panca Poetisa
e
Terapeuta Quântica
Cynthia Panca é poetisa e terapeuta quântica, natural de Santos/ SP, autora do livro de poesias Infinitude do Ser, certificada pela Editora Helvétia como incentivadora da criação poética. Formada em Direito, Practitioner em PNL Programação Neurolinguística, Mentalizadora Quântica e com formação em outras técnicas terapêuticas. Desde a adolescência sempre gostou de escrever poesias, ler sobre filosofia, psicologia, apreciar artes e viajar. Criou o Projeto Cintilar do Reencontro, composto pelo Sarau Flores em Nós e o Workshop A Arte Sagrada em Prol da Saúde Física, Mental e Espiritual, exaltando o Bem, o Belo e a Verdade, no AGORA. Vem difundindo seu trabalho pelo Brasil, Portugal, Índia. Atualmente dedica-se ao Canal Viva Fluida no YouTube, trazendo pílulas quânticas de poesia, meditações, dicas e receitas de alimentação saudável, vídeo aulas, vídeo blog sobre
Mares, cachoeiras, rios Nos transportam Além mar Purificam, renovam, contornam... Fertilizam a Terra e o saber! Nem todos vêm de lá! Nesse exemplo o sertão posso citar: aridez, secura, terra de uma única cor Engana-se quem se limita a vê-lo sob esse olhar. O Sertão é Céu de Estrelas, terra de fé e esperança, simplicidade, humildade e bravura... Embora toda a secura... É semelhante ao mar Basta saber com que olhos olhar E permitir-se a desbravar! É terra de Reis a orientar, O Universo amar! Contato vivafluida@gmail.com Whatsapp 55 (13) 991456820 1 A poesia SERtão participou do IV Festival Lisboa de Poesia e faz parte da Antologia Poética do festival: A Vida em Poesia IV e do livro de poesias Infinitude do SER, da autora.
ESCRITORA FORMAÇÃO: UFRJ ( FACULDADE DE LETRAS. LITERATURAS E LÍNGUAS: PORTUGUÊS/ ESPANHOL) : Bacharelado e Licenciatura. UERJ (CURSO: Formação / PEJA e EJA. FAHUPE: Pós-graduação. UIMP - UNIVERSIDAD INTERNACIONAL MENÉNDEZ PELAYO: ESPAÑA/ SANTANDER. TRABALHOS (PROFESSORA) PREFEITURA DE MARICÁ PREFEITURA DO RJ. SENAC FAETEC UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA Recebeu vários prêmios literários em SP. Participou da Bienal do Livro (Taubaté, RJ, e AACLIP). PREMIAÇÃO: OS MELHORES ESCRITORES LUSÓFONOS - Lisboa. Conselheira Fiscal e Acadêmica da APALA (Academia Pan Americana de Letras e Artes do Rio de Janeiro). Artilheiro da Cultura no Museu do Exército no Forte Copacabana. Coordenadora do Coletivo Cultural Borboletas Voadoras (Saraus e Artes em geral) MANTÉM UM PROJETO SOCIAL (20 ANOS), como Contadora de
histórias, teatro oficina de danças e palhaçaria. Escreve para a Revista Literária-Artística: ESCRITORES BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS (Editora Matarazzo). Participou de diversas Antologias (Editoras brasileira e de Lisboa) Livros Autorais pela Ed. Litteris. Editora Matarazzo: Por que a Garça está triste? (Literatura brasileira). RECLUSA ESTOU, POR FAVOR/ QUE MINHAS LÁGRIMAS TRANSBORDEM OS MARES/ SÃO MINHAS, SÓ MINHAS/ DE MAIS NINGUÉM/ INSÍPIDA, ALEATÓRIA, DESPIDA VOU ALÇAR VOOS/ NÃO SEI/ DEIXEI AS RIMAS/ SOLTEI AS AMARRAS/ DEIXEM-ME!/ A DOR É MINHA/ DE MAIS NINGUÉM/ SOMOS TANTOS/ E TANTAS SOMOS/ EQUILIBRO-ME E CAIO/ SOLTO URROS DE PRANTOS CONTIDOS/ NUM VERSO SEM VERSO/ NESSE UNIVERSO/ DESAGUO DESENCANTO/ AQUI SENTADA / NO MEU CANTO/ DESABAFO CALADA/ ATORMENTADA E ILHADA/ OLHO PRO CÉU/ E LEIO/ FICA BEM!
Regina Brito: 29/05/2020.
Escritores brasileiros contemporâneos nº.12
R egina Brito
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Antítese Lunar Guiomar Araújo Se a Lua é dos namorados, dos poetas e apaixonados, De quem será o Sol, que a embeleza e a faz brilhar? Todos a exaltam, reverenciam-na a cantar. Lua Cheia, Lua Minguante, Lua Nova ou Quarto Crescente, Ela segue solitária e tristonha, sempre no céu a iluminar. Ah, seu brilho não é próprio, é apenas espelhado, Emprestado do astro Rei que a veste como rainha. Na magia desse brilho que se faz perpetuado, Sua luz apenas reflete o brilho do Sol irradiado. Engana, ilude seus seguidores, românticos e encantados. Como sereia no céu, destrói-lhes os corações, perdidos e inebriados. Lua que mente e que seduz, mostre-se logo aos seus amantes A verdade como tu és...
Escritores brasileiros contemporâneos nº.12
Não abrigas temíveis dragões, tão pouco, São Jorge guerreiro. Nem és tão linda, nem fulgurante, És apenas um astro errante à fantasiar devaneios.
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Condenada como estás, a só refletir a luz solar Atrai com suas mentiras, envolve tolos amantes Que em mares de sonhos e tão distantes, põem-se a navegar. Frio, rochas e escuridão, deserto e aridez, crateras sem dimensão Assim tu és, oh Lua, sem alma, sem vida e sem coração. Guiomar Araújo: poeta, compositora, cantora. Atuante na Cultura e nas Artes em geral, como promotora de atividades artísticas e dos artistas, tais como Festivais e Saraus, palestras e Oficinas Literárias.