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As forças da Vida
Glafira Menezes Corti
Chamou para a roda de conversa com uma sineta dourada, cujo som nos inspirava a sentar nas almofadas coloridas e respirar centrados nos ísquios. Inicializou o guru uma reflexão com o grupo, ainda um pouco apreensivo, de certa forma desconfortável com o distanciamento social, acostumados que eram à troca de abraços efusivos e três beijinhos estaladinhos.
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Esses nossos dias, preenchidos por constantes surpresas, favorecem o reconhecimento de cada um de si mesmo, através de um mergulhar mais assíduo, cuidadoso e envolvedor nas severas incompreensões que estamos vivenciando. Como caminhantes com desejos focados, deixando de lado a infantilização da consciência, somos alertados a não permitir que o Ser seja desbancado pelo Ter.
Ser é enxergar que a esperança num novo porvir vem da percepção, da compreensão e aceitação de que somos um todo. A qualidade de vida leva um capote e como tal a má partilha, que gera desigualdades sociais e impede que a felicidade seja uma boa-venturança, torna-se uma disciplina analógica obrigatória.
Nesse novo tempo de igualdade pandêmica apostamos nas forças da vida. Nossos desejos ficam à mercê da vontade de todos e na esperança de que haja transhumanização. O humano universal descobre que não sabe utilizar as ferramentas para servir à vida, restaurar a dignidade nem contaminar positivamente.
Desfazer o consumismo de ideias preconcebidas e fazer a faxina interna corrobora para a aceitação de que o paraíso não é material.