3 minute read
Nunca deixei de sonhar Regina Brito
Regina Brito
Advertisement
Sonhar: verbo.
Sonho: substantivo e verbo.
Pensando gramaticalmente, Viviane vivia a vida entre estes dois universos.
Nunca pensara em desistir de sonhar. Sua vovó sempre dizia: “Sonhe, minha flor, sonhe. Mesmo que demore, sonhe sempre. Com fé tudo acontecerá”.
Enquanto sonhava saboreava seu doce predileto: o sonho da PADARIA DO SEU ZÉ.
Hummm, que delícia, dissolvia na boca! E o creme? Amarelinho como
a ambrósia dos deuses...
Ah! E não dispensava o café com leite quentinho que vinha servido na famosa caneca da casa com os seguintes dizeres: “NUNCA DEIXE DE SONHAR”.
Ao sair do trabalho, antes de chegar a casa, dirigia-se ao seu lugar predileto, mas naquele dia alguém chegara antes. Estava sentado um cavalheiro de bigodes com uma bengala de cabo de prata e exalava um perfume suave. Este, vendo-a indecisa, ofereceu-lhe a cadeira gentilmente e se apresentaram: Viviane e Artur.
Pareciam velhos conhecidos, assunto é o que não faltava. Ela disse que era secretária e ele engenheiro. Ambos solteiros, solitários e de meia idade.
Ela morava em um quarto de pensão com uma proprietária que a acolhera com carinho. E ele com seus pais idosos, ambos no bairro do Flamengo.
A amizade entre os dois fora se fortalecendo, até que um dia ele pediu para ela aceitar um anel de compromisso, simples e delicado com uma pedra ametista. Ele sabia que ela gostava das ametistas.
Viviane ruborizou-se. Ela não esperava: fora uma surpresa. Mas aceitou, contendo as lágrimas.
Seu Zé, dono da padaria, não se conteve: pediu licença, sentou-se à mesa e fez parte daquele momento mágico.
Brindaram o noivado com a caneca da casa juntamente com o famoso sonho.
Sonhar nos leva a acreditar que a vida nos prepara belas surpresas. Sonhe sempre!
REGINA BRITO
Formação: . UFRJ ( faculdade de letras. Literaturas e línguas: Português/ Espanhol) : Bacharelado e Licenciatura. . UERJ (curso: formação / PEJA e EJA. . FAHUPE: pós graduação. .UIMP - Universidad Internacional Menéndez Pelayo- España / Santander.
Trabalhos ( professora): . Prefeitura de Maricá . Prefeitura do Rio de Janeiro. . SENAC. . FAETEC. . GIMK. . Universidade Santa Úrsula.
. Recebeu vários prêmios literários em São Paulo. . Participou da Bienal do Livro (Taubaté, Rio de Janeiro e AACLIPA Paquetá). . Premiação: Os Melhores Escritores Lusófonos – Lisboa – Portugal. . Conselheira Fiscal e Acadêmica da APALA (Academia Pan Americana de Letras e Artes do Rio de Janeiro). . Artilheiro da Cultura no Museu do Exército no Forte de Copacabana. . Coordenadora do Coletivo Cultural Borboletas Voadoras ( saraus e arte em geral) . Participa do Coletivo São Paulo de Literatura. . Participa da revista mensal “Escritores Brasileiros Contemporâneos” da Ed. Matarazzo / SP. Últimos lançamentos: “QUANDO OS GATOS CONVERSAM COM VOCÊ” (ed. Matarazzo) “TRILOGIA PANDEMIA” (ed. Matarazzo), em coautoria com Newton Nazareth.
NewtON NazaReth
Eles não usam máscara.
Ela e ele assim, tão pertinho um do outro, falando o tempo todo em frente às câmeras do estúdio. Os apresentadores do telejornal interpretam as últimas notícias para nos manter informados sobre a pandemia. Mas não usam máscara.
E será que precisava? Sim. Há também uma equipe de apoio na emissora de televisão.
Ah, mas pelo menos na hora da maquiagem todos devem usar máscara, ninguém duvida. Mesmo que a edição final não inclua o making of.
Os números provam, comprovam e reprovam. Mas os jornalistas que nos informam não usam máscara. Não dão o exemplo. Sem comentários.
“Faça o que eu digo. Não faça o que eu faço”.
Bem que este poderia ser o texto de boa noite. A gente quase que ouve.
E o que se vê, ainda que em meio à penumbra de encerramento dos números gigantes, é que os profissionais da comunicação não usam máscara.