ESCRITORES BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS - n. 7 -outubro-novembro/2019

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EXPEDIENTE

VERSEJANDO COM IMAGENS VII

Revista pertencente à Editora Matarazzo. Email: livros@editoramatarazzo.com / thmatarazzo@gmail.com Telefone: (11) 3991-9506. CNPJ: 22.081.489/0001-06. Distribuição: São Paulo - SP. Diretora responsável: Thais Matarazzo MTB 65.363/SP. Depto. Jurídico: Tatiane Matarazzo Cantero. Periodicidade: bimestral. Formato: A5 (14,8 x 21 cm). Tiragem: 1000 exemplares. Capa: Foto de Nana Tavares; ilustração de Camila Giudice.

Foi inaugurada no dia 5 de setembro, na biblioteca Adelpha Figueiredo, no Pari, as exposições itinerantes Versejando com Imagens VII e Aparecida com fotografias da professora Marcia Costa e os poemas vencedores do concurso homônimo. E para comemorar este momento artístico o Coletivo São Paulo de Literatura realizou um divertido sarau. Agradecemos ao coordenador Renan Wangler pela acolhida ao nosso projeto. Os próximos espaços que receberão as exposições serão o Museu da Santa Casa de São Paulo e a Biblioteca Hans Christian Andersen.

Edição 7 - Nº 7 - Ano I - Nov-Dez./2019 A opinião e conceitos emitidos em matérias e colunas assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista Escritores brasileiros contemporâneos. Blog www.editoramatarazzo. blogspot.com Sarau na Adelpha Figueiredo


Idealizadores da Bienal Literária de Taubaté

I BIENAL LITERÁRIA DE TAUBATÉ Realizada nos dias 24 e 25 de agosto passado no Via Vale Garden Shopping, em Taubaté, o evento reuniu milhares de pessoas. Uma verdadeira reunião literária-artística foi a Bienal: com estandes de livros, artesanatos, pinturas, e artes em geral. Houve palestras, bate-papos, teatro, performances artísticas e muita

música! A Editora Matarazzo esteve presente e envia os sinceros agradecimentos aos idealizadores, organizadores, e patrocinadores do evento a oportunidade de poder estar junto com vocês nesta empreitada cultural. Gratidão a todos os autores e autoras que estiveram conosco no nosso estande. Lançamos os seguintes títulos: a antologia Vamos falar do Vale do Paraíba? (diversos autores); Por que a garça está triste? de Regina Brito; As cinco ânforas de Leandro Monteiro; Bárbara, a astronauta e Nove gavetas de Thais Matarazzo; Billy, o cavalinho voador de J. Robson J.; O ogro e a tecelã e No silêncio da hora nasce a poesia de Hilda Milk; Tamborilando com letras e Pra você de Glafira M. Corti; Brincar e sonhar de Isis San. As exposições Aparecida e Versejando com Imagens VII da fotógrafa Marcia Costa foi um sucesso, assim como o Varal de Poesias da poetisa Cris Arantes. Arrasaram!


Flagrantes da Bienal

Cris Arantes fez sucesso com o seu Varal de Poesias!


Fotos: Gilberto Cantero

TambĂŠm fizemos uma visita ao Museu Monteiro Lobato


Escritores brasileiros contemporâneos nº.7

A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA

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É um projeto literário realizado no Rio Aline Ávila de Janeiro pela Escola Municipal Jornalista Sandro Moreyra, sob a direção de Márcia Ribeiro e Floripes Mendonça, profissionais atentas à questão da LEITURA e da ESCRITA. Os alunos do 7º ano da turma 1704, desenvolveram durante três meses o projeto A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA, idealizado pela professora e arte educadora VERÔNICA MARCÍLIO, inspirado na famosa canção dos TITÃS, envolvendo os estudantes em diversas ações em sala de aula para fortalecer os atos de ler e escrever. No encerramento do projeto, os alunos foram acompanha-

dos até um merc a d o que fica na frente da escola Verônica Marcílio e distribuíram livros para os clientes do estabelecimento. Os mesmos foram abordados pelos estudantes que lhes explicaram a importância de se consumir cultura e arte em geral, além dos alimentos. O trabalho desde o início foi todo dirigido pela coordenadora pedagógica ALINE CAMARGO ÁVILA e teve a participação do projeto FAVELIVRO, dirigido por Demézio Batista, que presenteou os alunos com diversos livros.


POEMAS DE LUIZ ALEXANDRE KIKUCHI NEGRÃO

Da mistura de águas do Rio Paraibuna e do Paraitinga Em Areias até a foz no Atlântico Em Atafona, o Rio Paraíba do Sul diante da poluição vinga E gera vidas com suas águas e vigor romântico Em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro Por mais de mil quilômetros percorre E as pessoas socorre Com seu jeito sobranceiro No Leste Paulista e na Zona da Mata Mineira No Noroeste e Vale do Paraíba Fluminenses De maneira alvissareira O Rio ao Brasil pertence! O Vale do Paraíba Paulista Abrange entre o Oceano e a Serra da Mantiqueira Cidades e regiões bem quistas Com Arte, Cultura e História, de Jacareí a Bananal, passando por Roseira!

DIREITO DOS ANIMAIS De semoventes A sencientes Os animais perante a letra da lei podem evoluir

Para o que as pessoas sabiam sem intuir Da antiga Convenção de Bruxelas Normas em várias janelas De oportunidades buscaram reconhecer Que animais domésticos e selvagens sem Humanidade não podem perecer! Não apenas ecochatos, mas pessoas esclarecidas Lutam a luta quase perdida Contra as atitudes cruéis e desumanas Em prol da Vida e da Dignidade da Pessoa Humana.

O CANTOR QUE MOSTROU A BELEZA DA MÚSICA PORTUGUESA Homenagem a Roberto Leal (1951 – 2019) Com altura, timbre, voz e graça Roberto Leal evocava emoções Da letra e melodia enlaça Dos admiradores o Coração! Na sua Voz em Português o Fado e a Canção Popular Também na Lhéngua Mirandesa Com toda a altivez e grandeza Ecoam o Povo Português e seu Falar!

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O RIO DO VALE

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FOTÓGRAFA RETRATA FIÉIS EM MOMENTOS DE FÉ E ADORAÇÃO

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Por Nana Tavares

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O Brasil é um país no qual a diversidade e o sincretismo religioso é muito grande. Segundo o Censo do IBGE, em 2010, apenas 8,0 % da população brasileira se declarou sem religião. A liberdade de culto é aceita pela Constituição Federal. O brasileiro pode escolher qual crença e fé professar. É o princípio do Livre Arbítrio dado ao Homem. Sendo assim, cada um, individualmente, escolhe e se expressa de forma diferente por sua fé e, consequentemente, pela doutrina que segue. Uns dançam, outros rezam. Alguns se retiram para lugares iso-

lados. Cada indivíduo tem uma forma de manifestar sua religiosidade e fé. A exposição Expressões da Fé tem por objetivo mostrar essa crença em diversos segmentos religiosos e de que forma cada indivíduo manifesta sua fé. A fotógrafa Marcia Costa buscou retratar como e em quê cada fiel, independente de sua convicção, acredita e deposita sua fé em seus momentos de oração, culto ou adoração ao Deus que segue. Para realização desse projeto, saídas fotográficas foram realizadas em diversas igrejas, templos e eventos religiosos para captação de imagens de manifestação de fé e adoração de seus seguidores e adeptos de diferentes segmentos para melhor mostrar esses momentos de prática de religiosidade e fé.


Fotos Gilberto Cantero

O projeto “Varal de Poemas - Leva-me contigo!” do Coletivo São Paulo de Literatura têm alcançado êxito. Todos os domingos, com exceção de dias chuvosos ou de grandes manifestações, o Coletivo está distribuindo gratuitamente poemas autorais para o público passante em frente ao nº 91 da Avenida Paulista, em São Paulo. O poeta Renan Wangler foi o 1º colocado no concurso “Versejando com Imagens VII”, recebeu a honra Paulo Bomfim. Renan é coordenador da Biblioteca Adelpha Figueiredo. Faça uma visita e conheça o espaço e a sua programação. Todo 3º sábado do mês, às 14 horas, é realizado o “Sarau Jardim Poético”, com microfone livre. Anote o endereço: Praça Ilo Ottani, 146, Pari, tel.: (11) 2292-3439. Abaixo: um clique do lançamento na Adelpha da antologia “Favela em mim” (Oríkì), com ilustrações de Cau Luis, em 22/8/2019.


Obras DE arte digital de Ulysses Galletti www.facebook.com/Galeria-de-Arte-Digital-Ulysses-Galletti-2234767160173541/

Capital de São Paulo

Catedral de São Paulo

Brasília

Torres Gêmeas do World Trade Center

Agronegócio

Grãos

Vinícola

Queimada


Na primeira quinzena de setembro foi realizada a mais nova produção do filme do Coletivo Paulisséia: O Despertar do Tietê, sendo uma adaptação do livro homônimo de Paulo Camargo, publicado pela Editora Matarazzo este ano. O Projeto tem apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, contemplado pelo Programa VAI 2019. O Filme, assim como o livro, abordam e revelam a identidade do Rio Tietê, narrado por um estudante de jornalismo que decide fazer essa pesquisa passando uma noite com seus amigos às margens do rio, então eles se deparam com algumas criaturas sobrenaturais, que segundo alguns moradores antigos, são verídicas: A Canoa Fantasma, que navega no rio sempre quando amanhece ou escurece, ou o Guardião, uma criatura feita de palha que surge nas águas afundando barcos e canoas e protegendo da caça. Esses jovens vão se aventurar, enfrentan-

do fantasmas e descobrindo as suas identidades. O protagonista também vai relatar sobre a Anhuma (Anhima Cornuta), uma ave em extinção que deu origem ao nome Anhembi. O Filme, assim como livro, possui a finalidade de resgatar as memória e as lendas folclóricas do Rio Tietê, além de abordar as questões sociais e ambientais da cidade de São Paulo, relatando a intensidade da capital por meio do rio. A Direção e Roteiro são de Paulo Camargo, que conta com um grande elenco confirmado: Pascoal da Conceição (o famoso Dr. Abobrinha do Castelo Rá Tim Bum), Guto Nunes (grande ator circense e de Rua da Zona Leste), Zé Alberto Martins (Professor, teatrólogo e ator de grandes filmes globais), Edy Santola (Ator, escritor e astrólogo), Richard Vitor (ator da novela do SBT Chiquitas), Bruna Ximenes (atriz e youtuber de culinária do país), Pedro Henrique Silva (designer e ator) e um elenco especial. A i n da não foram divulgadas as datas de estreia, porém, a previsão é para 2020.

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O DESPERTAR DO TIETÊ

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A ARTE DAS PALAVRAS Glafira Menezes Corti Todos os artistas formam um grupo e são ligados pelo cordão umbilical da sensibilidade, do atrevimento, da ousadia no uso da criatividade. As palavras têm um jeito mágico para girar a chave da vida com amor, sempre metamorfoseando.Toda palavra é um instrumento representativo de uma busca ou de demonstração das mais diversas formas de afeto. Apesar da palavra ter uma definição lexical ela possui bolsas

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A POESIA A poesia se forma no coração Sobe pela garganta e é expelida Pela boca, para o mundo Em golfadas espiraladas E quando encontra o leitor Cai em forma de cascata Prateada, que ao atingi-lo Se transforma numa suave Sensação de amor ou ódio De acordo com a sensibilidade Do poeta... ou do leitor... Cris Arantes 12

de significados. Ela é novidadeira nas mãos de um poeta, de um escritor, de um autor. Estes buscam, pescam, na bolsa de significados da palavra aquela que o identifica, exatamente, que revela a sua verdade, o seu estilo, a sua alma e o sentimento que ele quer expressar, naquele momento. É mergulhando nessas bolsas de significados que o artista se apropria da palavra para conversar com o leitor sobre os seus pensamentos, a sua ideologia a leitura que faz de si mesmo, do outro e do mundo. Toda palavra tem a capacidade de transformação. Ela é poderosa. Glafira Menezes Corti: professora, faz trabalhos voluntários como Palhaça Pitanga, contadora de estórias e oficina de leitura e escrita. Catadora de palavras que traduzem, em seus livros, o sentimento de amor e respeito ao leitor. Cris Arantes: poeta, compositora, musicista, amante de todas as formas de Artes. Divulga a Poesia, através de saraus, redes sociais, lendo suas poesias e cantando suas composições.


Conto de Pedro Paulo Penna Trindade As crianças corriam pelo quintal e não vinham para a mesa almoçar. - Venham, crianças, a comida vai esfriar. Se não vierem, não terão sobremesa. Hoje a vovó preparou um pudim de chocolate! - Ah, Julieta, não vamos esperar pelas crianças. Vamos almoçando antes delas, pois quero ir para a rede tirar uma soneca. Mais tarde, Pepê se ajeitou na rede e passou a cochilar, sonhando que, ainda criança, estava na chácara dos tios Arthur e Antonietta, ouvindo-a chamar: - Venham todos para a mesa! Venham rápido se não a comida vai esfriar! Alzira, corra no terraço da frente e chame todos que lá estiverem para o almoço que será servido debaixo da mangueira. - Arthur, não dá mais para esperar a Maria Erlinda, Irene e o Zé Milão, que prometeram vir e até agora nenhum sinal de vida. Então, sente-se aqui ao meu lado, Lucy e Walter à minha frente, Lola, Dodô e a Cida ao meu lado esquerdo, em seguida o Padre Luiz Talassa. Aldo, sente-se ao lado de Arthur, porque a Danuza não veio? Antonietinha e Miguel acomodem-se! Não estou vendo a Dircinha! Dirce Maria!

Oh, filha! - exclamando alto - Cadê você que some todas às vezes na hora do almoço?! Arthur, você sabe onde ela está? Diga alguma coisa! - Deixa a menina em paz, ela deve estar brincando, dê atenção aos convidados! Vamos ao sacrifício! - Então..., Padre Luiz, comece a se servir, Walter e Lucy sintam-se como se estivessem em sua própria casa. Não façam cerimônia! Mandei fazer o refogado da polenta e da farofa com a gordura do leitão, na certeza de que todos gostem deste tempero, por sinal receita da D. Joana Furlan, mãe do Arthur. Por um instante, a buzina de um carro sinalizava que alguém estava chegando. Era um Simca Chambord, novinho em folha, trazendo a prima Maria Erlinda com o filho Osvaldo, que chegavam de Corumbataí. Logo em seguida, Zé Milão, em outro carro, também chegava para o almoço em companhia de Irene, Júnior e Tia Laurinha. Os parentes iam se aproximando da grande mesa e eram saudados por todos. - Sentem-se, por favor - pediu tia Antonietta aos que acabavam de chegar - já mandei buscar outras travessas de assados que deixei reservadas para vocês, meus queridos! Maria José, que desde menina trabalhava naquela casa, se aproximava da mesa trazendo dois leitõezinhos, enquanto suas irmãs, Alzira

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À SOMBRA DA MANGUEIRA

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e Ingrid, vinham com mais cerveja preta gelada e substituíam as garrafas vazias de gengibirra por outras que estavam gelando na tina próxima da mesa. Num sono profundo, Pepê virou-se de lado na rede, e, resfolegando, voltou a sonhar com aquele almoço debaixo da mangueira, numa tarde quente em que o vento havia se esquecido de assoprar. De repente, com as mãos sujas e o cabelo todo despenteado, Dircinha aparece junto da cadeira de tia Antonietta. - Minha filha, onde você estava? Arthur diga alguma coisa! Que horror, Dirce Maria! Primeiro peça a benção ao sr. vigário. Você já viu seus tios Walter e Lucy? Cumprimente a todos, vá lavar as mãos e pentear esta juba! - Mamãe, eu estava dando leite para as cabritinhas no pasto. - O quê? Sozinha? - Não, mamãe, a Tusca foi comigo e agora ela está com fome! - Sim, mas leve esta cachorra para longe da mesa. - Socorro, gritou Lucy, ela está cheirando o meu pé. Bebel e Maria Helena, não se mexam pelo amor de Deus, se não ela morde! Calma, Lucy - exclamou Antonietinha - a Tusca só tem tamanho, ela não morde, só quer fazer festa, não faz nada! O que morde é o Tomy, mas está preso!

- Misericórdia! Não volto mais aqui, vociferou Lucy. Prendam este animal! Enquanto isso, Zé Antonio e Gaia não paravam de dar risadas, aliás, bastasse alguém falar algo diferente para terem ataques de riso, mesmo sendo repreendidos com as caras feias que o pai lhes fazia do outro lado da mesa. Em dado momento, eis que surge o querido tio Zelão entrando pelo portão lateral da casa, todo sorridente, dando vivas e desejando um bom almoço a todos. Trazia sempre muita alegria por onde passava, pelo carisma que lhe era peculiar. - Por favor, Zelão, vamos sentar, a casa é sua, exclamou tio Arthur com os braços estendidos para ele. Vá até a cozinha e peça a Maria José para preparar um prato com arroz e fagioli mais quente para acompanhar os assados daqui da mesa. - Obrigado, tio Arthur, mas por enquanto vou de Caracu para abrir o apetite! Tia Antonietta que havia sumido da mesa, fez com que tio Arthur cobrasse sua rápida presença chamando-a em direção da cozinha: Antonietta, pare de brincar com as panelas, volte para a mesa! Todos riram. Ela voltou meio brava explicando que era uma só e que estava dando ordens para as criadas. Antes da sobremesa, Lucy, sua mãe,


incansáveis em agradar com o melhor que tinham a oferecer. - Vocês não sabem o sonho lindo que acabei de ter! - frisou Pepê. - Conte, então, pediu Julieta! - Ah, agora não. Mais tarde eu conto! - Você tem que contar, porque os sonhos precisam ser contados logo que acordamos, senão a gente se esquece deles muito rápido! Estou curiosa! - Verdade! Já estou até me esquecendo, mas lembro-me que foram momentos felizes de minha infância revividos durante um almoço, quando meus familiares reunidos brindavam a alegria e a amizade em torno dos queridos tios Arthur e Antonietta, fazendo com que eles se sentissem tal qual a frondosa mangueira que a todos abraçava e, sob sua sombra, sentiam-se acolhidos e felizes!

Pedro Paulo Penna Trindade: é advogado e escritor; integrante do COCCID - Comitê de Civismo e Cidadania da Associação Comercial de São Paulo; associado ao Clube dos 21 Irmãos Amigos de São Paulo e à UBE - União Brasileira de Escritores; membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; participante de diversas antologias publicadas pela RG Editores, na série O Conto Brasileiro Hoje, e de várias publicações de cunho literário promovidas pela Editora Matarazzo, entre elas, prefaciado recentemente o volume III da obra Para Sempre 32.

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declamou “O Saci do Amor”, oferecendo o poema ao seu pai, com todo o seu amor. Foi muito aplaudida! Maria José, que neste momento trazia os doces para a mesa, aproximou-se dele e confidenciou baixinho que a Da. Lucy havia sido sua professora no curso primário, que era muito alegre e ensinava os alunos a cantar e a declamar. - Os doces de abóbora e de goiaba feitos em tacho de cobre eram as vedetes da mesa, ainda mais acompanhados dos formaggios feitos com leite de cabra. Neste instante, Pepê acordou meio zonzo com a neta Lorena puxandolhe pelas mãos, pedindo: - Vovô, vovô, deixa entrar aí na rede com você? Conta uma historinha pra mim? Então, pensando em sua infância, lembrou-se das memoráveis reuniões na chácara de seus tios. Eram

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PAI DE NOVO

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Sergio Geia

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Estou aqui na minha toca — jargão cunhado pelo Marcelino Freire para identificar o cantinho do escritor, o lugar em que ele reúne seus livros, seus textos, suas inspirações — pensando, e concluí que é hora de compartilhar. Vem aí o “folha vadia”, meu novo rebento. Que venha com saúde, com inspiração, com fluidos de encantamento, como um amigo seu para todas as horas. Oxalá, meu pai! Ele sairá pela Editora Matarazzo. Capa da Camila Giudice. Revisão do João Cláudio Guarnieri. E do que trata esse livro?, vocês podem estar aí se perguntando. Crônicas. 30 crônicas publicadas em veículos como o “Crônica do Dia”, o “Jornal de Caruaru”, o “Matéria-Prima”, a “Gazeta”, entre os anos de 2014 e 2019. E detalhe: algumas inéditas. O processo de escolha foi doloroso. Após muito trabalho, fiz uma primeira seleção com 60 crônicas, muitas delas com preciosos feedbacks de vocês. Imprimi. Espiralei. Dei para a Andréa Pristupa ler. Dei para a Marinês Santos ler. Marquei um chopinho com a Andréa e obtive as suas impressões;

idem com Marinês, sem chopinho. Trabalhei mais um pouco, enxuguei, incluí, excluí. Fiquei com 50 crônicas numa segunda versão e também 50 numa terceira. Até que cheguei à versão final, com 32 crônicas. Imprimi, espiralei, guardei na gaveta. Alguns meses depois, coloquei o livro na mochila, exorcizei os fantasmas, espantei os maus-olhados, incensei a casa e fui pra DonaBella entregando-me uma manhã para fazer a releitura. Excluí mais duas, substituí outras três, fechei com 30. Tava pronto. Ufa! O título vem de uma passagem do conto “Sargento Garcia”, do Caio Fernando Abreu, e também


Projeto Varal de Poemas Leva-me contigo! - todo domingo, das 14 às 18 horas, em frente ao nº. 91 da Av. Paulista, em São Paulo. Em caso de dias chuvosos e/ou frios, ou grandes manifestações, não ocorrerá a realização do Varal de Poemas. Grátis. 5 e 6/10 - das 10 às 19 horas - Tendas Literárias “Editora Matarazzo” e “Coletivo São Paulo de Literatura” – 1º Festival Mário de Andrade, centro, São Paulo. Grátis. 10/10 – às 14 horas – FLIPENHA 2019 – Apresentação do Coletivo São Paulo de Literatura no CEU Tiquatira, Av. Condessa Elizabeth de Robiano, S/N - Vila Moreira, São Paulo. Grátis. 19/10 - às 14 horas - Sarau Urbanista Concreto - Espaço Força Cultural, R. Francisco Lôbo, 10 - Parque São Rafael, São Paulo. Grátis. 26/10 - às 15 horas - Sarau Cai na Roda, Museu da Santa Casa de São Paulo, R. Dr. Cesário Mota Jr., 112, Vila Buarque. Valor do ingresso: R$ 10,00. 28/11 - 16h30 - II Livros Fazenda – Apresentação do Coletivo São Paulo de Literatura. Grátis. 30/11 - às 15 horas - Sarau Cai na Roda, Museu da Santa Casa de São Paulo, R. Dr. Cesário Mota Jr., 112, Vila Buarque. Valor do ingresso: R$ 10,00.

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dá nome a uma das crônicas. Sabe aquele sentimento bom que bate na gente de vez em quando depois de uma vitória nesses embates do cotidiano? Pois o Caio diz nesse conto que a gente sai andando tão feliz, mas tão feliz da vida, que nosso passo é uma folha vadia dançando na brisa da tardezinha. Achei o máximo. Se tudo correr bem, lanço “folha vadia” em novembro, num bar, aqui em Taubaté. O “Confidências”, meu primeiro livro, eu lancei numa livraria, evento formal, ao qual vocês compareceram em peso, as fotos aqui não me deixam mentir. Agora quero um bar, mais informal, mais vadio, digamos assim. Vão se planejando aí, coloquem na agenda. O encantamento que quero proporcionar com essas crônicas escolhidas a dedo é diretamente proporcional ao encantamento que vocês me trazem sempre que publico, comentando nas páginas, no face, no zap. Ah, como preciSergio Geia so de vocês!

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COLETIVO CULTURAL BORBOLETAS VOADORAS

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Foi idealizado pela escritora Bárbara Brito e a coordenadora e escritora Regina Brito. Fundado em junho de 2019, no Rio de Janeiro. O Coletivo tem como objetivo divulgar a Cultura a as Artes em geral. E conta com diversos escritores, poetas e artistas. Ele está promovendo o “ Concurso Poético Paquetá em Prosa e verso”, em parceria com a Editora Matarazzo e a fotógrafa Márcia Costa, as fotografias concorrentes são de autoria de Regina Brito, Regina de Andrade, Bárbara Brito, Márcia Costa e Lucas O. Amorim. As inscrições são gratuitas (27/07/2019 até 30/10/2019), os interessados devem solicitar o edital no e-mail versejandocomimagens@ gmail.com Contatos Facebook: coletivoculturalborboletasvoadoras Facebook: Regina Brito Instagram: reginamfbrito Facebook: barbarabritoart Agradecimento Ao Padre Nixon Bezerra de Brito. Nos cedeu o salão da Paróquia Bom Jesus dos Montes, em frente à Estação das Barcas. Divulgue(m) e participe(m): Somos assim: “Desejo/ Céu/ Amor/ Até/ Ser/ POESIA”. ( Regina Brito) “A poesia redime/ a poesia é tão sua,/ a ponto de te ler” (Wagner Xavier) “ Mergulhar no encanto da leitura,/ da letra,/ da literatura” (Bárbara Brito)

“O poeta e o pescador nunca estão sozinhos/ São unidos os pensamentos,/ nas redes jamais vazias” (Erick da Silva Bernardes) “Pensemos na iguadade/ Para essa parte da cidade/Onde todos desejam/ Respeito e dignidade” (Vicente Janotti) “Deus nos dá tudo,/Nós quando perdemos, / sabemos o tivemos” (Fernando Senra) “ Em algum lugar do passado, sim/ Um passado não tão distante/ Encontrei o que tanto procurava” (Jones Olivier) “Se quando a vida é vida,/ É para viver” (Regina Maria Andrade) Nosso Coletivo tem a sua sede na Paróquia, mas somos itinerantes, se um participante for convidado para um determinado evento, ele tem a autonomia de representar o grupo e postar as fotos ou filmagens na nossa página. Agradecemos a ideia da poetisa, Cris Arantes/SP, pela criação do Varal Poético, foi e é um sucesso. Assim formamos a parceria perfeita com a Editora Matarazzo/SP, fotos de Márcia Costa, Padre Nixon Bezerra de Brito e o Coletivo Cultural Borboletas Voadoras. “A ARTE, DE UM MODO GERAL, APROXIMA O SER HUMANO, ALÇA SONHOS COLORIDOS TAL QUAL AS BORBOL E TA S VOADORAS” (REGINA BRITO).


Quadras de José Luiz Santos Pereira Quem ama e sofre é paixão que amadurece, no eterno espírito nobre, de que se tem o que se oferece. Mudar o pensamento é mudar de sintonia, é sair do ar condicionado e ter novo, cada santo dia. Em casa aprendemos a pequenos dar passos. E os grandes, na Escola, nosso segundo Lar! Conhecendo a si mesmo e a vida que nos rodeia, a maior lição que fica é o Bem que se semeia. O homem limitado afirma ser impossível enquanto o espiritualizado: “tudo é possível”. Bem escrever e ler é fazer o real sucesso; e com o Brasil crescer na “Ordem e Progresso”. Estudar é a maneira para poder se chegar de forma muito ligeira na etapa da lição Amar.

A quem é muito dado muito será pedido. Para ter multiplicado é preciso ter dividido. Manso como ovelha e prudente como serpente, é ainda sempre a boa e velha maneira de ir em frente. José Luis Santos Pereira: tem 16 anos, filho de Cleonir Nascimento Pereira e de Neusa Aparecida da Silva Santos. Natural de Taubaté, SP. Autor do livro RENOVAÇÃO, publicado em 2014. Divide seu tempo entre o estudo, o lazer, o xadrez e a música. Organiza em escolas torneios de xadrez. Encaminhou, com sucesso, o requerimento do “Dia do Enxadrista” para à Câmara Municipal de Taubaté.

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RENOVAÇÃO

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DE UMA PÁGINA A OUTRA

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Você sabia que nem sempre o número das páginas apareciam nos livros? Tem ideia de como se organizavam os livros antigos com relação à sequência das páginas? Você sabe o que são os códices? O livro de Elizangela Dias, De uma página a outra, é um livro repleto de curiosidades e informações sobre a história da imprensa, da produção dos livros antigos e da tipografia antiga. Embora a obra seja derivada de sua dissertação de mestrado, a autora preocupou-se em elaborar um texto acessível aos leitores não especializados, com o intuito de divulgar os resultados de seu

trabalho na área de Filologia para o público interessado em livros e em seus aspectos materiais.

Elizangela Dias Filóloga e Pesquisadora Mestre e Doutora em Letras pela USP Depoimentos sobre a obra: O livro De uma página a outra: o reclame em livros manuscritos e impressos dos séculos XVI a XIX é um raro estudo feito no Brasil, na área de Filologia sobre uma das peculiaridades materiais dos livros antigos, o reclame. A autora, Elizangela Dias, pesquisou meticulosamente esses fragmentos de palavras e frases dispostos no final uma página e repetidos no início de outra, com a finalida-


Miró Editorial Onde os autores aprenderam? É possível conhecer o passado pela leitura de livros de História. Mas, afinal, onde os autores desses livros aprenderam o que sabem sobre o passado? Nos “textos manuscritos” seria a resposta mais acertada. Para os estudiosos da História do Brasil e também para os curiosos menos conformados, os que não se contentam com o discurso relatado dos livros, os manuscritos representam a fonte de nosso passado, onde nossos antepassados deixaram seu legado. Nossa história colonial está toda escrita à mão. Isso porque até a vinda da Família Real para o Brasil, aqui não havia

gráficas autorizadas. Grafar à mão pressupunha mais do que o conhecimento da escrita, exigia que o escriba organizasse com precisão o material onde o texto era cuidadosamente desenhado com a ponta de uma pena de ave molhada em tinta ferrogálica. Para (isso) manter a ordem correta das páginas, organizadas de forma diferente da atual, usavam os “reclames”, ardilosos pedacinhos de palavras que podem confundir os leitores incautos. Compreender esse recurso artesanal dos escritores do passado é indispensável a quem deseja conhecer a história pelas vozes dos que já não vivem em carne e osso, mas continuam a falar pelo desenho de suas mãos. Profa. Dra. Renata Ferreira Munhoz - Filóloga - FFLCH -USP

Para adquirir a obra visite: www.miroeditorial.com.br/ ou envie um whatsapp para (11) 99989-7659. R$ 35,00 + 7,00 (taxa de postagem).

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de de ajustar, ajudar e compor a leitura. Sob cuidadosa vigilância nos procedimentos teórico-metodológicos usados e após inúmeras visitas a bibliotecas e obras antigas, a autora debruça-se com uma lupa sobre esses pequenos fragmentos para nos oferecer detalhes significativos para a mais ampla compreensão da materialidade dos livros. Esta é obra traz uma rara contribuição aos estudos sobre a história do livro, da imprensa e da cultura escrita.

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Fotos Gilberto Cantero

BIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO No 1º andar da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, na capital paulista, na tarde de 21 de setembro, foram lançados os livros O aroma intenso das pétalas (poesia) de Ygor Kassab, e Bárbara, a astronauta e Nove gavetas de Thais Matarazzo. O poeta e tradutor Leandro Monteiro veio de Taubaté, SP, para participar do evento e apresentar ao público paulistano o seu livro de poemas As cinco ânforas (bilingue). Aconteceram também contação de histórias, sarau, varal de poemas e a exposição com as ilustrações da obra Bárbara, a astronauta de autoria da artista plástica Camila Giudice. Agradecemos toda à equipe da “Monteiro Lobato” pela recepção e carinho com que fomos recebidos. Gratidão a todo o público que marcou presença neste acontecimento literário.


Irene Oliveira

Menina ainda com elas rasbicava em qualquer papel... Coisas do seu dia, em esperança que via... Até o quê não via: o vento ou o Saci Pererê - que aquela lenda dizia... Olhos atentos era o seu tato, a tocar a terra do quintal para plantar melância... Com Sol ou com chuva, colhia a fruta do pé, antes de coar o café que a mamãe queria, com uma fatia de pão seco, que margarina não tinha... Dedinhos pequenos botava o dedal, que rodava quando costurava a meia que o sapato velho rasgava... Espelhava-se nas dádivas de Deus, postas para rezar e agradecer ao barraco aonde morava... Mãe, com elas segura o seio para alimentar a pequena que quase

nunca chorava... Única a agradecer, fazendo o sinal da Cruz... Lembrando da liberdade, elas pareciam asas a crescerem para voar... Hoje inicia outra história, a rabiscar para contar: essa vida tão verdade onde escreve com vontade, em dizer realidades... As Rascunhadas no livro ou revista! Sem pretenção ou malícia, em ser maior do que é... Apenas duas frágeis Mãos de Mulher.

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MINHAS MÃOS

Irene Oliveira e sua netinha Sofia

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La petite fille et l’épicerie

Escritores brasileiros contemporâneos nº.7

Contos da autora Silvinha Simões com tradução para a Língua Francesa de Michele Tuxier Fernandes.

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En cette matinée de soleil, perdue dans la nuit des temps, une petite fille fluette pour ses sept ans, boit son café noir avec un morceau de pain grillé que sa mère avait fait rôtir à la braise du vieux poêle. Le beurre fondu sur le pain encore chaud, le croquant du grillé, lui apporte la saveur d’un agréable samedi d’été. En face d’elle, le scénario commun d’une cuisine simple comme tant d’autres dans ce quartier d’ouvriers, le quartier des Grâces. Turbulente, sensible, elle s’agite, balançant ses petits pieds sous la table, dans un inexplicable bonheur de vivre qui explose en elle-même. Elle était toujours ainsi la fillette du quartier. L’odeur agréable du café récemment passé, la voix de sa mère chantonnant dans le jardin, son pied de goyavier l’attendant là dehors, le sol de carreaux en faïence sonnant sous ses pieds déchaussés …Elle ne savait pas bien ce qui la faisait vouloir toujours parler, parler de tout et avec tous. Il lui fallait copartager son monde qu’elle savait bien enjoliver de rêves et de fantaisies. Elle s’abandonnait dans quelque pensée ailée et volait, imaginait… créait son monde imaginaire, ses amis inventés incarnés dans un pied de choux du jardin ou dans un cheval de bois… un pied de goyavier… De nouveau, la voix de sa mère

a le pouvoir de la tirer de ses rêves et de la ramener à la scène du café qu’elle avale avec avidité. - Quoi, mère !! - Quoi ? Mal élevée ! - Madame¹ !!! - Ah ! Bon... Manges immédiatement et va chercher une boite de sauce tomate pour ta maman à la boutique de monsieur Zé. N’oublies pas le cahier. Ce n’était pas loin. L’avenue «F», où elle habitait, possédait deux rues de terre battue séparées par un grand terrain inculte couvert de (broussailles) mauvaises herbes, où, sur toute la longueur de l’avenue, étaient de gigantesques tours avec de gros fils à haute tension. Un cercle de fils de fer barbelés interdisait aux enfants l’accès au terrain en dessous des tours dangereuses. La fillette avait seulement besoin de passer par le trou fait dans le cercle, parcourir le chemin de terre jaune ouvert dans les (broussailles) mauvaises herbes, traverser l’autre rue, et immédiatement, au coin, était le magasin.Facile. Elle serait presque déjà là, et, comme toutes les fois, elle espérerait être reçue jouant avec les tonneaux de maïs et de haricots. - Qu’est-ce que cela va être cette fois, ma petite ? lui demande, brusquement, Seu³ Zé. - Heu !!! J’ai oublié… Attendez ici. Elle courait jusqu’à la porte de la boutique et criait de tous ses poumons en direction de sa maison. - Mmmmère!!!!! Que faut-il acheter ? Sa mère apparaissait à la porte prenant sa respiration


déchaussée, secouant ses nattes, passant en dessous du cercle de fils de fer, courrant sur le chemin de terre battue de couleur jaune, jusqu’à gagner l’autre côté de l’avenue… - Un kilo de farine de manioc, un kilo de farine de manioc, un kilo de farine de manioc … répétait-elle tout bas. Absorbée, elle n’entend pas le bruit d’une charrette qui se rapproche, et les chevaux la renversent presque. - Oh, ma petite fille ! Où vas-tu avec tant de hâte? C’était son oncle Modesto, charretier, qui tirant les rênes à temps réussit à sauver sa nièce. Quelques minutes après, oncle Modesto entre dans la maison de la fillette en fronçant les sourcils avec un air préoccupé. - Quelqu’un peut me dire ce qui arrive avec ma nièce? Je passais près d’elle il y a encore peu de temps et à l’inverse d’entendre le coutumier “ta bénédiction mon oncle”, j’ai entendu: - Un kilo de farine de manioc, mon oncle! Escritores brasileiros contemporâneos nº.7

- Une boite de sauce tomate ! Un jour la fillette était en train de jouer au pied de son goyavier qui passait, comme dans un tour de magie, d’un trapèze de cirque à un ami qui savait l’écouter, quand sa mère l’a tirée de son rêve : - Ma fille ! - Quoi ? - Quoi ? C’est ainsi que tu réponds? - Madame - Va au magasin et rapportemoi un kilo de farine de manioc. Le cahier² est sur la table. La fillette descendit de son nuage, éteignit la lune, regarda en face d’elle le soleil et le ciel bleu et descendit du goyavier. - Et ne va pas oublier ce que tu dois acheter, hein ! dit sa mère. C’est mieux que tu y ailles en le répétant à voix basse sur le chemin, ainsi tu te rappelleras et tu n’auras pas besoin de rester hurlant à la porte du magasin jusqu’à que tu annonces à tout le quartier ce que tu vas acheter. Et ainsi, va là la fillette

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LIVROS D

O AUTOR J. ROBSON J.

CONTATO (12) 99735-5034



São Paulo de todos os tempos

Geraldo Nunes Jornalista, radialista e escritor.

DESFRUTANDO OS RECURSOS DA TECNOLOGIA AOS 40 ANOS DE PROFISSÃO Geraldo Nunes Antes de atuar como escritor me tornei jornalista-radialista, em uma carreira iniciada há exatos 40 anos e ainda cheia de novidades, graças à possibilidade de escrever livros e de participar das coletâneas da Editora Matarazzo, cuja finalidade empresarial é oferecer às pessoas a chance de verem seus textos ou poesias publicadas. De minha parte quero agradecer essa oportunidade pela participação. Foram cerca de 20 coletâneas promovidas pela nossa sempre atenciosa Thaís, das quais deixei minha chancela. A cada lançamento, entretanto, as perguntas que vinham eram sempre as mesmas. Você vai voltar para o Rádio? A minha resposta sempre foi invariavelmente não. Parti para novos horizontes, escrever cada vez mais é o meu caminho. Em seguida perguntavam: Onde estão os seus programas de entrevistas, foram disponibilizados em alguma página? Enfim, buscando atender a esses apelos e fazendo uso das novas tecnologias, decidimos postar na internet,

alguns programas e reportagens marcantes de nossa carreira. No Spotify, já estão disponíveis alguns episódios do nosso premiado São Paulo de Todos os Tempos, onde inclusive a Thaís Matarazzo foi entrevistada. Quem sabe daquelas conversas transmitidas pelas ondas sonoras, a então quase menina que estudava a memória musical paulista, despertou para se transformar na renomada escritora e editora de livros de nossos dias? Fizemos várias reportagens especiais e para lançá-las na web, criamos uma página de Podcasts no Soundclound. Depois, e para que nada venha a se perder, criamos um blog para tratar de temas atuais ligados assuntos como história, memória, economia e mobilidade urbana. Para que todos possam nos acompanhar recomendo a página do São Paulo de Todos os Tempos no Facebook onde estão sendo postados semanalmente os programas mais marcantes de uma série iniciada na Rádio Eldorado AM, em 1994 que se seguiu até 2007. Desse total cerca de 1.500 gravações foram salvas e a partir de agora sendo disponibilizadas. Para o nosso blog acesse: www.blogdogeraldonunes.blogspot.com/ Para acessar o Podcast: www.soundcloud.com/user-458233949 Quem quiser nos seguir pelo twitter: @geraldonuness Se ainda assim houver alguma dificuldade entre em contato no e-mail: geraldnunes@gmail.com Também quero convidar a todos para visitar o Blog da Editora Matarazzo, que está diversificado e cada vez melhor. Para isto acesse: www.editoramatarazzo.blogspot.com/


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