T78 - Dezembro 2022

Page 1

JOSÉ

"A TÊXTIL EM PORTUGAL CONTINUA A SER O PARENTE POBRE DA INDÚSTRIA"

QUE ESPERANÇAS E DESEJOS PARA 2023?

NÚMERO 78 DEZEMBRO 2022
FOTO: RUI APOLINÁRIO SUSTENTABILIDADE OLMAC INOVA E POUPA NAS LAVAGENS COM PEÇA DOIS EM UM P 32 I&D TÊXTIL PORTUGUÊS É O MAIS INOVADOR DE TODO O OCIDENTE P 12 EMERGENTE CARLA SEMPRE SOUBE QUE A MODA SERIA O SEU CAMINHO P 31 TÊXTEIS TÉCNICOS TMG TEXTILES APONTA AOS MERCADOS MAIS TÉCNICOS PARA CONTINUAR A CRESCER P 18 PERGUNTA DO MÊS
P 4 A 7 DOIS CAFÉS & A CONTA A INVESTIGADORA QUE QUER REDUZIR OS CONSUMOS DE ÁGUA P 8 A MINHA EMPRESA QUINTA & SANTOS APOSTA EM ANDAR SEMPRE NA VANGUARDA DO SECTOR P 14
DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS
P. 20 A 22
COSTA,
CEO DO BECRI GROUP
T 02 Dezembro 2022

CORTE&COSTURA

COO (Chief Commercial Officer) da FORteams LAB , licenciou-se em Línguas e Relações Internacionais (FLUP), que complementou com mestrado em Economia e Gestão Internacional (FEP) quando se ocupava já na empresa da família. Para ganhar rodagem, ainda fez consultoria em exportação para várias empresas, da têxtil, à alimentação e metalomecânica, mas depressa voltou à casa de partida. Ainda solteiro (mas comprometido), tem no seu Vizela a outra grande paixão.

AS CERTEZAS DA INCERTEZA

Existe uma combinação feliz entre as preocupações demonstradas pelas 45 pessoas que ouvimos nesta edição do T sobre as perspectivas do sector para 2023 e algumas afirmações que destacamos do líder do Grupo Becri, que faz a nossa capa. Realmente uma das melhores estratégias para atuar num ano repleto de incertezas é concerteza não desperdiçar toda e qualquer nova oportunidade de negócio que apareça. Como todos sabemos, estas oportunidades de negócio que aparecem, regra geral aparecem muito mais quando são procuradas pelas empresas. É por isso que num contexto futuro em que a incerteza é a única certeza, é muito avisado seguir os conselhos que publicamos com gosto na entrevista que nos concedeu José Costa. De acordo com as informações que já temos sobre a enorme adesão das nossas empresas à participação nas várias feiras internacionais de Janeiro e Fevereiro, da Heimtextil à Première Vision, passando por muitas outras como a Momad e o Modtissimo, a conclusão que já é possível tirar é que na nossa ITV, como de costume, todos reconhecem que a sorte de descobrir novos negócios implica sempre muito trabalho.

Um Bom Ano de 2023 para todos os que acreditam nisso. t

Qual é a importância de uma feira como a ISPO para a FORteams LAB?

A ISPO Munich é um encontro anual dos players mais importantes do desporto e é um ponto de encontro fulcral para as empresas mais inovadoras do sector. Dado que a FORteams LAB se quer assumir cada vez mais como um player relevante nas áreas da Inovação e da Sustentabilidade, não haveria outra ação lógica que não fosse estar presente na ISPO Munich. Além disso, a ISPO traz-nos sempre contactos comerciais muito interessantes pelo que o retorno do investimento é sempre muito positivo.

Já estavam a contar com o Prémio Textrends que receberam? Notaram algum reflexo dessa distinção no atendimento aos potenciais clientes?

Soubemos algumas semanas antes que seríamos distinguidos. Sem dúvida que o facto de o termos recebido aumentou o tráfego do nosso stand e continua a atrair a atenção de algumas pessoas, finda a feira.

A tendência da sustentabilidade já influencia a vida dos produtos na FORteams LAB?

Sem dúvida. Mais do que nos produtos, a sustentabilidade está nos processos e na forma como vemos o negócio, as nossas pessoas e os nossos parceiros -

fornecedores e clientes. Mas sabemos que temos ainda muito caminho para percorrer, designadamente no âmbito das matérias-primas. Mas já temos linhas de produto responsável e já fomos, inclusive, reconhecidos e certificados pelas nossas práticas no âmbito da sustentabilidade.

O facto de ser fluente em várias línguas contribuiu muito para a escolha profissional que fez? E tem ajudado muito nos seus contactos comerciais?

Com certeza. A comunicação é essencial na negociação, que por sua vez é a base de qualquer relação comercial. Conhecer línguas é um passo importante para o desenvolvimento profissional nesta área, no meu caso uma condição necessária.

Quais são os principais mercados de exportação que já têm? E qual o mercado novo em que gostariam mais de avançar e crescer?

Exportamos para diversos mercados, sobretudo europeus mas também para os EUA. Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e Suécia são os nossos maiores mercados. O nosso maior desafio atual é fazer crescer a nossa posição nos mercados norte-americanos, bem como ganhar ainda mais quota onde já estamos presentes. t

T
03 Dezembro 2022
EDITORIAL n
- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Mário Jorge Machado Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Bebiana Rocha Telefone: 969 658 043 - mail: br.tdetextil@gmail.com Registo provisório ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053 Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/ T T
Nuno Santos 26 anos

PERGUNTA DO MÊS n

Por:

1.

MÁRIO JORGE MACHADO

PRESIDENTE DA ATP

QUE ESPERANÇAS E DESEJOS PARA 2023?

Foi um ano de emoções fortes. Que começou com perspetivas auspiciosas mas depressa ofuscadas pelos piores cenários. Fortalecida pela forte demostração de dinâmica e capacidade de reação perante a crise pandémica, a ITV portuguesa deu mais uma vez prova da sua enorme resiliência, da capacidade de enfrentar e superar desafios. Uma guerra em território europeu, a crise nos transportes, das matérias-primas e até uma escalada brutal e descontrolada nos preços da energia dos combustíveis, que deixaram o sector – e a economia em geral – em permanente sobressalto e, mesmo assim, um ano em que o têxtil português continuou a crescer e reforçou até o estatuto de referência na produção europeia. É obra! Uma obra coletiva das empresas e empresários, do seu impulso empreendedor e inovador. Num cenário de sombras, em que se mantêm as ameaças e desafios, os votos para 2023 são sobretudo pelo fim da guerra e pelo avanço efetivo da ideia de reundustrialização na Europa. Como quem diz: Quanto ao resto, nós cá estamos! Bom Natal e feliz ano novo.

"O meu maior desejo para 2023 é que passemos rapidamente para 2024. Mais concretamente para 2023, esperemos que a guerra na Ucrânia acabe e que os preços da energia estabilizem e baixem. Também seria importante que conseguíssemos sair desta lógica que até já gerou uma nova palavra: 'permacrise'. Estamos em crise permanente e temos que encontrar uma forma de escapar a isso."

2. VÍTOR ABREU

CEO DA ENDUTEX

"A minha expetativa é que a UE tome medidas efetivas para a tão propalada reindustrialização da Europa. O meu desejo é que pare de colocar obstáculos à competitividade da nossa indústria."

No entanto, acredito que as pessoas serão o nosso maior desafio para 2023, quer pela pressão demográfica, quer pela enorme necessidade de recrutar, formar, reter e motivar talento!"

4.

JOSÉ ALEXANDRE OLIVEIRA

CEO DA RIOPELE

"Num período de crise a criatividade será fundamental. Aumentar as parcerias para inovar e encontrar soluções sustentáveis permitirá abrir novas oportunidades de desenvolvimento em 2023.”

5.

"Conseguir alcançar os objetivos delineados para a empresa sendo que a guerra na Ucrânia, os preços da energia, a inflação e a subida de juros preveem um ano de desafios muito grandes para a indústria têxtil. A imprevisibilidade é o novo normal.”

3.

ISABEL FURTADO

CEO DA TMG AUTOMOTIVE

"Todos nós antecipamos que o próximo ano virá com enormes desafios: na escassez e custo dos recursos, na contenção de despesas, na incerteza e consequências da guerra na Europa, e na certeza do caminho para a sustentabilidade e circularidade…

um regresso rápido à normalização dos custos energéticos, à recuperação económica, aos apoios reais, visíveis e em tempo útil ao sector. Que seja o ponto de viragem para a reindustrialização da comunidade europeia.”

"Que o início de 2023 marque o fim da guerra,

“2023 será um ano complexo e acredito que o primeiro trimestre em particular trará grandes desafios, colocando uma vez mais à prova a resiliência do nosso sector. Esperemos que este período de grande instabilidade seja ultrapassado sem grandes sobressaltos e que a nossa ousadia e dinâmica coletiva enquanto sector inovador permanentemente em mutação, seja recompensada!”

“Desejo que a guerra na Ucrânia termine e todos os constrangimentos e instabilidades a ela associados com repercussões no nosso sector. Desejo também que as verbas do PRR cheguem verdadeiramente às empresas que mais precisam, por forma a que estas possam criar riqueza e melhorar as condições dos seus trabalhadores. Faço votos de muita esperança, estabilidade e perseverança para todos os agentes da ITV.”

T 04 Dezembro 2022
CEO DA TEXSER 6. CEO DA LIPACO 7. HÉLDER ROSENDO BUSINESS MANAGER DA TMG 8. MÓNICA AFONSO CEO DA MARJOMOTEX

9.

HONORATO SOUSA

“O ano 2023 vai ser muito desafiador! Todos os players vão precisar de fortalecer as suas competências para serem ainda mais persistentes, mais inovadores, mais criativos e mais conectados socialmente. A pressão dos custos devido à guerra

“Para 2023 tenho dois desejos: o fim da guerra e das suas graves consequências para toda a Europa, nomeadamente o fim dos custos excessivos da energia e das matérias-primas. A redução da carga fiscal sobre o trabalho para níveis aceitáveis, em linha com os nossos principais concorrentes."

10. PAULO FARIA

PRODUCTION DEVELOPMENT

MANAGER NA PAULA BORGES

"Esperamos tempos de muita indefinição. Que a resiliência seja o nosso suporte e persistência. Que tenhamos sempre a perfeita consciência que temos que ser muito competentes, arrojados e mais diferenciados do que nunca. Que o ano de 2023 seja repleto de saúde e sucesso para todos."

na Ucrânia, a pandemia e a inflação vão continuar a ter impacto nos negócios, por isso, vai ser necessário aumentar ainda mais a flexibilidade de todos os intervenientes, para melhorar o desempenho, e assim poder responder de forma mais adequada as todas as solicitações do mercado. Muitos sucessos para todos e feliz 2023!”

11.

NOEL FEREIRA

ADMINISTRADOR DA A.FERREIRA

“O sector têxtil português, tem forçosamente de continuar o seu caminho de inovação e diferenciação de produtos e processos. Que 2023 nos traga verdadeiros incentivos que promovam, e minimizem, os riscos deste caminho que temos de percorrer.”

14.

“Que acabe a guerra urgentemente no Leste europeu, chega de desgraça. Que possamos trabalhar em paz e que a pandemia não ganhe novo fôlego. O adágio “paz e saúde” mais valorizado que nunca. Bom Ano 2023!"

"Para 2023 desejo, em nome de toda a equipa da FORteams LAB, que todos sejamos mais conscientes dos desafios que temos pela frente face às alterações climáticas. Que a luta por um Planeta mais verde e igualitário seja de todos. Que as empresas tenham a capacidade de resistir às adversidades provocadas pela escalada dos preços e que não percam de vista, nunca, a necessidade de uma produção responsável. Que a inovação, aceleração e capacitação das equipas estejam sempre na ordem do dia e que possamos, todos juntos, fazer do Made in Portugal um rótulo de qualidade inquestionável em todo o Mundo."

20.

CRISTINA MOTTA REPRESENTANTE DA MESSE FRANKFURT EM PORTUGAL

continuaremos a percorrer o nosso caminho de forma a ultrapassar todos esses obstáculos e continuar a expansão da marca no mercado nacional e internacional."

18.

LUÍS OLIVEIRA

CEO DA WONDER RAW

"2023 será um ano com desafios para superar, mas também com oportunidades para aproveitar. Espero que a ITV portuguesa continue a

15.

PATRÍCIA FERREIRA

CEO DA VALÉRIUS HUB

“Sabemos que 2023 será um ano desafiante por toda a conjuntura que estamos a viver mas acredito que o sector têxtil e Portugal irão mais uma vez unir esforços e através da máxima resiliência manter os níveis que até aqui temos vivido!"

16.

NUNO ALMEIDA

PRODUCT MANAGER IDEPA

"Que todos os desafios deste novo ano sejam realizados positivamente com audácia e resiliência. Um bom Natal e um 2023 cheio de sucessos!"

17.

ALFREDO MOREIRA

CEO DA BABY GI

"O ano 2023 vai ser um ano de grandes desafios em função do estado actual da economia, mas na Baby Gi

"Penso que a maior preocupação de todos nós, particulares e empresas, terá de ser com o futuro do planeta. Nesse sentido, seria desejável

mostrar o seu talento, criatividade, versatilidade e bom gosto, e que isso se traduza em produtos e serviços cada vez mais inovadores e diferenciadores. Votos de um Bom Ano!

que tivéssemos sempre presente que é urgente poupar recursos, produzir e consumir de forma sustentável, ser socialmente responsável. Espero que em 2023 haja ainda mais empresas a investir em investigação e desenvolvimento e que o sector nos surpreenda com produtos, soluções e práticas inovadoras e sustentáveis."

21.

JOSÉ

CEO DA CARVEMA

“Para 2023 fica o desejo de muita saúde, negócio, parceria e acima de tudo resiliência para os desafios que se avizinham. Esperemos que haja um crescimento sustentável e que a nossa ITV continue a singrar, pois ainda somos reconhecidos pela qualidade e seriedade, coisa que se nota na procura do cliente. Ficam os votos de um Feliz Natal e um 2023 cheio de esperança e desejos. Esperemos que este novo ano nos traga mais e melhor e que as feiras continuem com a mesma aceitação pois acabam por ser

"2023 será um ano de desafios que exigirá sabedoria e capacidade de resiliência. Esperamos que haja um apoio mais efetivo para o sector têxtil, em particular às PME, para que os projetos de internacionalização possam continuar a elevar a marca Portugal além-fronteiras!"

cruciais para todos na demonstração e visibilidade do produto português, relançando a nossa economia.”

T
DIRETOR COMERCIAL CARJOR
05 Dezembro 2022
12. ANTÓNIO 13. JORGE SILVA CEO DA TIAJO PEDRO SANTOS CEO DA FORTEAMS LAB 19. CARLOS SERRA GENERAL MANAGER DA TROFICOLOR CARVALHO

22.

JOSÉ ARMINDO FERRAZ

CEO DA INARBEL

25.

RUI MARTINS CEO DA INOVAFIL

"Desejo que termine a guerra para que os valores energéticos baixem e não haja tanta recessão na compra. Faço votos que o impacto da energia seja menor."

23.

JOÃO CARVALHO

CEO DA FITECOM

"Desejo paz no mundo! E que continuemos a ter uma vida dentro do normal. Em 2023 penso que vamos continuar com um clima assombrado pela guerra."

"Partilhamos o desejo comum, de um rápido término para o presente conflito na Europa. A retoma económica, o regresso da motivação à fileira têxtil, são os desígnios profissionais para 2023! Muitas Felicidades e Saúde!"

"A procura por novas oportunidades, a inovação e a criatividade serão as nossas skills para superar as adversidades que nos próximos tempos se irão acentuar. Que

24.

MARIA SÁ

MANAGING DIRECTOR DA LURDES SAMPAIO

26.

CEO DA LATINO GROUP

"Desejo para 2023 a Paz no Mundo, o bom senso às pessoas no poder e muitos sucessos para o Sector Têxtil."

27.

JOSÉ COSTA

CEO DA BECRI

“Desejo que no próximo ano não aconteçam as más previsões que se avizinham de recessões: que o mercado continue estável, que as pessoas consigam fazer uma vida normal, que as empresas têxteis continuem a produzir coisas bonitas e de forma sustentada, para deixarmos um planeta melhor para as gerações futuras.”

a incerteza dos dias de hoje não abale a nossa resiliência. Desejamos um ano de 2023 repleto de sucesso para toda a indústria têxtil."

29.

Que o reconhecimento da competência da ITV Portuguesa continue em 2023 e traga estabilidade às empresas, apesar dos grandes desafios atuais. Votos de um Bom Ano!”

“Espero que o 2023 traga às empresas do setor têxtil mais PRR e finalmente o PT2030. Precisamos ainda de uma maior estabilidade no mercado das matérias-primas e de um aumento da procura da Indústria Têxtil Portuguesa. A nível de Riscas Sucessivas, que seja de crescimento da nossa marca Mauttê.”

31.

TENDÊNCIAS, DESIGN E MARKETING DE MODA

"Desejo que a Indústria Têxtil e Vestuário continue a afirmar-se como uma plataforma de referência no trajeto para um ecossistema de moda sustentável em todas as suas dimensões – social, ambiental e económica – através da inovação e do investimento em modelos de negócios que promovam a circularidade. Excelente 2023!"

32.

"Desejo que o ano 2023 nos traga uma maior consolidação da aposta na sustentabilidade por parte da Indústria Portuguesa, mantendo-se na linha da frente ao nível internacional e que o Ensino da Moda consiga acompanhar esta mesma postura na formação de futuros designers de moda com uma maior consciência para a sustentabilidade."

"Se algo me parece justo pedir para o próximo ano e seguintes é que finalmente se faça uma avaliação justa dos efeitos da tributação em IRS nos vencimentos mais baixos. Esta tributação tem um efeito altamente negativo para todos, inclusivamente para a própria AT, pois incentiva à fuga daqueles que preferem biscatear em vez de um emprego."

“Desejo que, em 2023, consigamos todos navegar por estas ondas de variabilidade instalada e possamos rumar a bom porto, para que se possa construir um novo Mundo para a ITV Portuguesa, com horizontes além do já conhecido.”

"As minhas “esperanças” são: Que 2023 seja um ano de estabilização para o sector têxtil.

"Desejo que a resiliência e a contínua vontade de inovar e evoluir seja o mote para o próximo ano de 2023 de forma a ultrapassar as dificuldades que se avizinham para o sector Têxtil. Excelente ano de 2023 para todos."

30.

TÂNIA BARROS

REPRESENTANTE DA MESSE MUNICH

“Nesta fase pós-pandemia, noto que as marcas euro

peias olham com outros olhos para a produção ‘Made in Portugal’.

Precisamos de uma economia consolidada e sustentável para que Portugal continue a ser competitivo e reconhecido mundialmente. As crises também são oportunidades, e espero que 2023 seja a nossa oportunidade."

T 06 Dezembro 2022
-
CLEMENTINA FREITAS 28. RICARDO FARIA CEO DA DUNE BLEUE ALEXANDRA CRUCHINHO DOCENTE NA U.LUSÓFONA DOLORES GOUVEIA CONSULTORA EM JOSÉ CARLOS CASTANHEIRA CEO DA GOUCAM 33. ANA MACHADO COO DA RISCAS SUCESSIVAS 34. RICARDO SILVA ADMINISTRADOR DA TINTEX 35. SUSANA SERRANO CEO DA ACATEL

36.

ALEXANDRA ARAÚJO

CEO DA LMA

“Estou otimista que seremos capazes de enfrentar e superar as adversidades, que o próximo ano vai colocar e seremos capazes de nos reinventar, de nos adaptarmos e solucionar os problemas de forma criativa."

"Em 2022, conseguimos com esforço e trabalho de equipa com os nossos parceiros, atingir as metas propostas para a Olmac. Que 2023, traga novos desafios, novos objetivos e que a ITV consiga de novo, ultrapassar os obstáculos que a presente conjuntura apresenta a todos e cada um."

empresas para reagirem eficazmente a novas oportunidades que poderão surgir! Será um ano para repensar estratégias. Um bom ano e bom trabalho para todos!”

42.

AUGUSTO LIMA

VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE V.N. DE FAMALICÃO

de forma sustentável e que a marca Portugal continue a ter um lugar de destaque no panorama mundial. Feliz Ano Novo para todos, com muita saúde e sucessos pessoais e profissionais."

45.

a confiança mútua que permitirá evoluir consistentemente a qualidade e a relevância da capacitação das pessoas e empresas

CFO DA CRISTINA BARROS

"Apesar de estarmos numa época de incertezas, estou otimista quanto ao futuro do sector têxtil, pois temos percorrido um caminho que criou ferramentas capazes de potenciar o crescimento dos negócios do sector, seremos cada vez mais um sector com projeção internacional."

38.

"Espero que o ano de 2023 permita o desenvolvimento das competências críticas para a competitividade da nossa indústria têxtil, nomeadamente por via do conhecimento, e se reforce ainda mais a colaboração entre as nossas empresas, imprescindível à visão de um verdadeiro cluster. Desejo um excelente ano 2023 a todos e ao nosso cluster!"

“Desejo um Natal de coração cheio, junto de família e amigos. Que 2023 seja de saúde e sucesso e que signifique o concretizar dos seus melhores desejos. Com esperança e confiança, sejamos capazes de superar um ano exigente e desafiante para todos e que vai pedir soluções inovadoras e inspiradoras.”

"Espero que 2023 seja um ano de recomeço positivo, com a confiança do consumidor restabelecida. Que seja um regresso à alegria, ao bem-estar e principalmente à criatividade e à expressão pessoal!"

46.

PEDRO COSTA GUERREIRO

CEO DA COSTA GUERREIRO

“Que 2023, seja o ano da paz, do crescimento e do sucesso a que todos aspiramos.”

do sector ITV. Temos a esperança de alargarmos a intervenção do MODATEX a outros territórios (físicos e digitais), robustecendo os projetos de capacitação dos ativos da indústria. Num final de um ano que a todos nos pôs à prova, desejamos que o futuro – o mais difícil dos exames –nos permita prosseguir, enquanto Centro de Referência, no inquieto propósito de insistir em respostas inovadoras para os complexos desafios que se avizinham, tanto na formação das pessoas como no desenvolvimento do tecido empresarial do sector ITV."

"Para o ano de 2023 não temos desejos nem expetativas mas sim a certeza de que se todos canalizarmos coletivamente a nossa energia, a nossa criatividade e inovação, na solução das dificuldades, o resultado do ano de 2023 será positivo e pleno de oportunidades."

“Dadas todas as incertezas que pairam, a única postura construtiva é preparar as

"2023, pode ser um ano extraordinário ou um flop Tenho esperança de que seja um ano extraordinário."

44.

CRISTINA CASTRO

RELAÇÕES PÚBLICAS DO CITEVE

“Faço votos para que no ano 2023 o sector Têxtil e do Vestuário seja capaz de crescer

47.

JOSÉ

"Num mundo tão deslaçado incitaremos permanentemente a construção de pontes (e de laços) entre os diversos interlocutores do ecossistema de Educação e Formação Profissional, territórios onde coabitam variados modelos de aprendizagem, fomentando

T 07 Dezembro 2022
43. JÚLIA PETIZ CEO DA TAJISERVI 37. MARCO COSTA CARLOS COSTA DESIGNER E GESTOR COMERCIAL DA JOSÉ PINTO CARDOSO 39. ORLANDO MIRANDA CEO DA OLMAC 40. MIGUEL PACHECO CEO DA HELIOTEXTIL 41. BRUNO SIDÓNIO HEAD OF SALES NA SIDÓNIOS SEAMLESS TECH MANUEL CASTRO DIRETOR DO MODATEX LUÍS BUCHINHO DESIGNER DE MODA

ANA LUÍSA GONÇALVES 33 ANOS

Investigadora do Departamento de Tecnologia e Engenharia do CITEVE, a coordenara técnica do projeto GIATEX fez o secundário em Riba d’Ave (Didaxis) e perante a dúvida entre ciências e saúde, a Bioengenharia (FEUP) pareceu-lhe corresponder melhor à sua paixão pela investigação. E não se enganou. Dedicou-se ao estudo sobre a utilização de microalgas no tratamento de efluentes da indústria, que a conduziu ao doutoramento, e com isso tornou-se numa das cientistas mais citadas em todo o mundo. José Morgado (Diretor do Departamento de Tecnologia e Engenharia do CITEVE) estava atento, e Ana está hoje ao serviço dos projetos de sustentabilidade da indústria têxtil.

ANA E OS GLUTÕES AO SERVIÇO DA TÊXTIL

DOIS CAFÉS & A CONTA A

Bar do CITEVE

O sorriso doce combina com o ar franzino e cara de menina. Ana ainda tem toda uma vida pela frente, mas carrega já consigo um currículo de peso. De volta ao CITEVE para coordenar a execução técnica do projeto GIATEX (Gestão Inteligente da Água na Indústria Têxtil e Vestuário) - apoiado com 22,6 milhões do PRR - é mestre em Bioengenharia e doutorada em Engenharia Química e Biológica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, integra a prestigiada World’s Top 2% Scientists List 2022, galardoada com a Medalha de Ouro da L’Oreal Portugal para Mulheres na Ciência, e foi apresentada recentemente pelo jornal Público como um dos “rostos que querem mudar o futuro do planeta”.

Agora, o seu papel é coordenar a execução técnica do projeto que procura caminhos e soluções para que a têxtil reduza em 40% os consumos e água e também em 30% a produção de gases com efeito de estufa. São estas as principais metas do GIATEX, projeto que envolve doze empresas têxteis, oito entidades do sistema de investigação e inovação, dois municípios, e ainda cinco empresas de outros ramos de atividade.

“Reduzir os consumos de água tem não só que ver com um impera -

tivo ambiental e com a disponibilidade recursos, mas é também hoje uma exigência de mercado”, avança a investigadora, explicando que o objetivo último do projeto é ajudar as empresas da área de enobrecimento têxtil - tinturaria, estamparia e acabamentos - a reduzir a utilização de água mas também o consumo de energia, gás e combustível. Um plano que “assenta numa estratégia abrangente com várias linhas de investigação”, com diversas atividades que estão já em andamento.

“Primeiro é preciso recolher dados nas empresas, fazer o diagnóstico dos processos, consumos e necessidades, e a partir daí avançar para linhas de investigação específicas, que tanto podem conduzir à criação de mecanismos de apoio à gestão como a novos métodos de enobrecimento. E com menos utilização de água, baixa também o consumo de energia, gás ou combustível, reduzindo em consequência a emissão de gases com efeito de estufa”, conclui.

Ana Gonçalves aponta tanto à envolvência das unidades de investigação na área tecnológica que levem criação de um software específico que leve à eficiência através da automatização de processos, como a novas técnicas de tingimento e de tratamento

de efluentes que conduzam à reutilização da água.

A investigadora que antes tinha já estado na Madeira, na ilha de Porto Santo, a colaborar com uma empresa que se dedica à produção de microalgas para a área cosmética, aponta igualmente ao recurso a tingimentos com pigmentos naturais como alternativa aos corantes sintéticos (derivados do petróleo) e ao uso de novas tecnologias no tratamento dos efluentes. O seu primeiro contacto com o CITEVE e o mundo da têxtil foi através do projeto mobilizador Texboost. Nas suas investigações, Ana Gonçalves tem analisado a exploração de recursos marinhos na indústria têxtil, designadamente o recurso a algas para tingimentos e também as microalgas no tratamento de efluentes, matéria sobre a qual se debruçou na investigação que conduziu à tese de doutoramento.

A investigadora tem demonstrado que as microalgas conseguem capturar o gás carbónico da atmosfera - um dos principais gases com efeito de estufa – e podem ser usadas como uma espécie de glutões no tratamento de efluentes industriais. E quem não se lembra dos glutões que no anúncio do detergente engoliam a sujidade das roupas? t

T 08 Dezembro 2022
Pequeno-almoço (com moedas, através da máquina de vending): Café com leite, sumo de laranja, garrafa de água, madalena e pacote de bolachas. R. Fernando Mesquita 2785 4760-034 Vila Nova de Famalicão
T 09 Dezembro 2022

FOTOSÍNTESE 6

NÃO SE PODIA PEDIR MAIS

A edição 2022 da maior feira mundial de artigos para desporto foi um espetáculo para as nossas cores. Batemos recordes de presenças e de ISPO Textrends Awards ganhos - entre as quais seis distinções máximas (Best Product). Não se podia pedir mais. “Até parecia que Portugal era o país convidado”, sintetiza Manuel Serrão, da Selectiva Moda. “Estamos no bom caminho, a afastar-nos da concorrência do Bangladesh e a aproximar-nos da alemã e suíça. Não é a vender t-shirts que a

ITV tem futuro”, acrescenta Braz Costa, diretor geral do CITEVE

T 10 Dezembro 2022
nossa 5. MIGUEL MENDES RECEBEU DOIS PRÉMIOS BEST PRODUCT TODAS AS NOVE AMOSTRAS APRESENTADAS PELA A.SAMPAIO FORAM DISTINGUIDAS PELO JÚRI 6. ALEXANDRA ARAÚJO (LMA) E MIGUEL MENDES PREPARAM A INTERVENÇÃO NA CONFERÊNCIA SOBRE RESILIÊNCIA PROMOVIDA PELA ISPO 11. A P&R, DE DUARTE NUNO PINTO, LEVOU À ISPO AS MALHAS QUE ESTÁ A DESENVOLVER PARA OS ATLETAS QUE VÃO COMPETIR NAS OLIMPÍADAS DE PARIS, EM 2024 10. “NO PRONTO-A-VESTIR, AS ENCOMENDAS ESTÃO A BAIXAR, MAS NO DESPORTO NÃO HÁ QUEBRA, ANTES PELO CONTRÁRIO”, DIZ HELENA GARCIA, DA GULBENA, QUE GANHOU DOIS BEST PRODUCT 1. NOVE DA MANHÃ DE 28/11 NA MESSE MUNICH, ABREM-SE AS PORTAS PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO DA ISPO PÓS PANDEMIA, COM A PRESENÇA DE 1.660 EXPOSITORES DE 55 PAÍSES

2. PARTICIPAÇÃO RECORDE DA NOSSA ITV COM 43 EMPRESAS. A EMBAIXADA FROM PORTUGAL DISTRIBUI-SE POR DUAS ILHAS E COMPREENDE O GREEN CIRCLE

3. MAIOR E MELHOR DO QUE NA SUA PRIMEIRA PRESENÇA EM MUNIQUE, O ITECHSTYLE GREEN CIRCLE FOI POR ISSO MAIS FOTOGRAFADO E PROCURADO

4. SÓ DEU PORTUGAL NA DISTRIBUIÇÃO DOS ISPO TEXTRENDS AWARDS - 42 PRÉMIOS, DOS QUAIS SEIS NA CATEGORIA MÁXIMA: BEST PRODUCT

8. A TMG TEXTILES ESTREOU-SE NA ISPO APÓS TER ESCOLHIDO O DESPORTO PARA REDUZIR A EXPOSIÇÃO À MODA, EXPLICOU HÉLDER ROSENDO

PORTUGAL É A MELHOR HIPÓTESE PARA NEARSHORING, GARANTIU ALEXANDRA ARAÚJO QUE FALOU EM REPRESENTAÇÃO DA ATP

ESTÁ SATISFEITO COM O RECUO DAS DATAS DA ISPO: EVITA O CONFLITO COM AS GRANDES FEIRAS DE TECIDOS, A PV, A FABRIC START E A MILANO ÚNICA

9. SILVIA E HELENA AZEVEDO (LUÍS AZEVEDO) TAMBÉM SE ESTREARAM EM MUNIQUE E PELA MESMA RAZÃO QUE HÉLDER: APOSTAM NO DESPORTO PARA ULTRAPASSAR CRISE

T 11 Dezembro 2022
7. 14. O PRÓXIMO ENCONTRO COM A ISPO JÁ ESTÁ MARCADO, VOLTA A SER DE 28 A 30 DE NOVEMBRO, NO MESMO LOCAL. PELO MEIO HÁ A OUTDOORD BY ISPO, DE 4 A 6 DE JUNHO 13. MANUEL SERRÃO 12. LMA, A EMPRESA MAIS PREMIADA EM MUNIQUE, VAI FECHAR 2022 COM UM CRESCIMENTO DE 20% NO VOLUME DE NEGÓCIOS

CITEVE, FIBRENAMICS E LATINO NA NATO INDUSTRIAL ADVISORY GROUP

Órgão consultivo de alto-nível que atua como ponto de encontro entre fornecedores e a Aliança Atlântica, o NATO Industrial Advisory Group, que reuniu em Gaia em finais de novembro, contou com a participação do CITEVE, Fibrenamics e Latino. Estiveram presentes mais de 50 entidades de 25 países, entre elas a UBI – no encontro da NATO Industrial Advisory Group, que promove a partilha de informação entre a NATO, os aliados e a indústria, e reúne três vezes por ano, uma das quais fora do Quartel-General da NATO, em Bruxelas.

SALSA DEBATE INOVAÇÃO

A Salsa foi uma das intervenientes na 12ª edição do Encontro das PME Inovação organizado pela COTEC – e que mais uma vez junta as empresas que assumem o compromisso de focar a sua estratégia na inovação. “Em Contra-Ciclo”, foi o tema da última edição do encontro, que contou com Ana Esteves, diretora da Cadeia de Abastecimento e Logística da Salsa, no painel que analisou ‘O compasso da inovação nas transformações do negócio’. t

NOS ENCONTROS COTEC TÊXTIL PORTUGÊS É O MAIS INOVADOR DE TODO O OCIDENTE

As empresas portuguesas foram distinguidas com um total de 42 ISPO Textrends Awards, entre os quais se contam os dois Best Products conquistados pela A. Sampaio (texto abaixo). No novo concurso TextrendsAwards para vestuário desportivo, Portugal trouxe de Munique mais quatro Best Products: dois para a Gulbena (nas categorias Wind Break e High Waist Legging), outro para FORteams LAB e um para a Olmac (Stubborn Polo).

No Mundial da inovação nos materiais e acessórios para desporto, disputado em Munique, Portugal apenas foi ultrapassado em número de prémios pelos asiáticos (Taiwan, China e Japão), tendo ficado à frente da concorrência europeia e norte americana.

Além de 32 distinções no concurso Textrends Awards – em que além dos Best Products da Sampaio há a registar bastantes Top 5 e Top 10 – Portugal recebeu nove prémios num novo concurso, os Textrends - Apparel Edition, estreada nesta edição. Na categoria Best Product, quatro dos seis prémios

totais atribuídos foram para Portugal, colocando-nos à frente do resto do mundo. Nesta categoria de vestuário desportivo, Portugal arrebatou nove nomeações, sendo o país mais premiado.

Ter na etiqueta uma distinção ISPO Textrends Awards é uma ferramenta que ajuda a conquistar os favores dos retalhistas e consumidores. O contingente de 42 expositores portugueses presentes nesta edição da ISPO estabeleceu também um novo recorde de presenças nacionais na maior feira mundial de materiais e acessórios para desporto.

“Este número recorde de expositores confirma o sucesso da nossa aposta nos têxteis técnicos, porque na ISPO é disso que se trata, têxteis técnicos. Quando começamos os têxteis técnicos valiam cerca de 5% das exportações do sector. Agora já são um terço”, afirma Manuel Serrão, CEO da Selectiva Moda, a instituição que a par do CITEVE mais apostou na subida na cadeia de valor que os têxteis técnicos representariam, reforçando assim a competitividade da ITV portuguesa. t

A. SAMPAIO GANHA DOIS ISPO BEST PRODUCTS

Miguel Mendes, da A. Sampaio, recebeu em Munique os prémios ISPO Textrends referentes à escolha como Best Product de duas malhas inovadoras desenvolvidas pela empresa de Santo Tirso. Na categoria de Base Layer, a malha premiada com Best Product é uma lã menos exposta ao peeling e que apresenta melhor resistência à abrasão e mais elasticidade – além de o casamento

lhe conferir mais brilho e melhor toque. “É claramente uma primeira camada interior, para ser usada em contacto com o corpo”, explica Miguel Mendes, administrador da A. Sampaio.

Já a malha Best Product na categoria Street Sport é para ser usado no exterior, em leggings ou casacos para o inverno. Trata-se de uma estrutura completamente nova, que demorou bas-

tante tempo a desenvolver, que confere à malha mais volume, mais recuperação (a capacidade de voltar à forma inicial), incorporando fios 50% recicláveis e ecodye

Já não é a primeira vez que a A. Sampaio sai da ISPO com dois Best Products. Nesta última edição todas as nove amostras que apresentaram foram distinguidas pelo júri. t

SEMANA DE QUATRO DIAS NÃO BENEFICIA AS EMPRESAS

Impacto negativo nos lucros e na competitividade das empresas e uma potencial desorganização dos processos internos, são algumas das possíveis consequências da introdução da semana de quatro dias de trabalho, segundo um inquérito realizado pela AEP. No inquérito, que contou com respostas de 1.130 empresas de diversos sectores de atividade, mais de um terço considera que seria apenas um benefício para os trabalhadores – mas mais de 50% das áreas puramente industriais (onde se encontra o grosso das empresas têxteis) diz que só os trabalhadores sairiam beneficiados.

JF ALMEIDA VOLTA A INOVAR NA ÁREA DOS ACABAMENTOS

A JF Almeida acaba de lançar um conjunto de têxteis-lar com um novo acabamento, a que chamou Envigorate, que consiste na introdução e amplificação dos benefícios da presença de iões negativos nos materiais têxteis. O novo acabamento pode ser aplicado em produtos 100% algodão ou em misturas como linho, viscose ou outros. “Este acabamento proporciona efeitos antidepressivos, diminuição do tempo de resposta a estímulos, atitude mais energética, reduzindo a sensação de cansaço e promovendo o relaxamento”, avança a empresa nas suas plataformas.

25 milhões

é o montante do investimento em curso na JF Almeida

MARCAS NÃO SÃO CLARAS SOBRE A ORIGEM DO VESTUÁRIO

A rastreabilidade e a transparência são os pontos de partida das estratégias de sustentabilidade das empresas, mas 50% das marcas de moda publicam pouca ou nenhuma informação sobre a sua cadeia de fornecimento e apenas 12% comunicam informação sobre a origem das matérias-pri mas. Estas são conclusões de um relatório da Fashion Revolution, que apoia o lançamento do Passaporte Digital previsto na Estratégia Têxtil da Comissão no contexto do combate às práticas de greenwashing

T 12 Dezembro 2022
"Só em cooperação e com o esforço de todos poderemos chegar mais longe "
Mário Jorge Machado Presidente da ATP
T 13 Dezembro 2022

A MINHA EMPRESA

Quinta & Santos Score, S.A.

Xda Indústria nº 54

R.

4755-522 Várzea – Barcelos

O que é? Lavandaria e tinturaria industrial com forte aposta em I&D Início de atividade 1994 Cliente-tipo Fabricantes para as grandes marcas internacionais Faturação Vai fechar o ano acima dos 6 milhões de euros Capacidade de produção 8 toneladas/dia (mais de 100 mil peças) Plantel 140 trabalhadores

PORTUGAL É A MELHOR HIPÓTESE DE NEARSHORING

Portugal é, sem sombra de dúvidas, a melhor hipótese para nearshoring na fileira têxtil, garantiu Alexandra Araújo, da direção da ATP, na conferência subordinada ao tema ‘Resilience and regenerative supply chains’, realizada em Munique e promovida pela ISPO. “O sistema de just in time adotado pela indústria automóvel revelou ser muito eficiente mas, como se viu, é extremamente vulnerável a choques inesperados. A resposta a esta fragilidade está na constituição de safety stocks e numa aposta no nearshoring. Claro que isso vai encarecer a produção, mas temos de nos preparar para essa inevitabilidade”, advertiu Oliver Ouboter, CEO da Micro-Mobility Systems. “As marcas têm de repensar onde fazem as compras se querem que as suas encomendas sejam entregues a horas”, acrescentou Alexandra Araújo.

ser líder europeu nos acabamentos em peça confecionada”

O lema é andar sempre na vanguarda do sector, oferecer ao mercado produtos e soluções inovadoras. José Santos, o líder da Quinta & Santos Score, gosta de dizer que se move “pelo fascínio de ver a peça valorizada com o nosso contributo”, mas na verdade o que revela é antes a sua astúcia empresarial. Desde jovem que conhece todos os quês e porquês da lavandaria e tinturaria industrial. Depressa percebeu que em vez de responder aos pedidos dos clientes, o melhor é ter antes uma solução, um upgrade de qualidade que as atraia para o seu radar.

“Quando começamos, em 1994, a lavandaria estava praticamente reduzida ao trabalho com gangas, não havia lavagem de algodões”, relata, contando que foi mesmo por esta vertente que arrancou a atividade da empresa. “Fomos os pioneiros a trabalhar com lavagens e acabamentos em algodão e as marcas depressa despertaram para as suas vantagens. Começamos a desenvolver lavagens cada vez mais arrojadas e a atrair assim as marcas mais importantes”, insígnias como a Levi’s, Replay, Miss Sixty e muitas outras que então se destacavam no mercado.

“A lavagem é um teste à eficácia da peça, uma garantia tanto para a marca como para o ciente final. Testa não só o tingimento, mas também a resistência das cores, a malha e todos os componentes”, diz, explicando a razão da rápida adesão das marcas.

Nascida em 1994, a Quinta & Santos teve de imediato um crescimento exponencial, que se prolongou ao longo dos anos, tal como o número de colaboradores. De tal forma que decorrida uma década já se mudava para novas instalações, passando dos exíguos 800m2 de área para um pavilhão industrial com mais de 6.500m2. Com uma estrutura sólida, para a qual contribuiu um forte investimento em novos equipamentos e na formação de uma equipa de técnicos e engenheiros especializados, a

empresa direcionou-se para a inovação e desenvolvimento de novas tecnologias. “Apostamos em novas técnicas de tingimento, lavagem e acabamentos manuais, com processos próprios, alguns únicos no mercado em termos de acabamento”, o que fez crescer ainda mais a procura na área do tingimento e acabamento de peça confecionada.

“Queremos ser um líder europeu na área de acabamentos de peça confecionada”, assegura António Santos, dando conta de que a empresa não tem parado de investir, de inovar e desenvolver novas soluções, de tal forma que viu já o seu sucesso atrair capitais do fundo Atena Equity Partners, um investimento “que permitiu potenciar o nosso crescimento”. Apoiada no forte investimento que desde 2019 já renovou praticamente todo o parque de máquinas, a empresa projeta “crescer 20 a 30% nos próximos três anos".

Mas para José Santos, andar sempre à frente não se resume só às técnicas de lavagem, tingimento e acabamento têxtil. Também a adoção de tecnologias amigas do ambiente ou a informatização e automatização de processos há muito que são uma realidade.

Há mais de uma década que a empresa apostou por uma caldeira de biomassa, que a deixou agora a salvo da escalada nos preços do gás, e máquinas em de alta tecnologia com poupança de água da 50% a 70% utilizada no processo produtivo. Um dos mais recentes desenvolvimentos foi a lavagem sem água e também a aposta nos tingimentos naturais, à base de produtos vegetais, orgânicos, minerais e sem quaisquer químicos.

A última inovação, que se prepara para apresentar na próxima Première Vision (de 7 a 9 de fevereiro, em Paris) é o Nano Eart Dye, um método que consome toda a matéria corante e deixa a água pronta a ser reutilizada. Em breve a empresa vai explicar como, mais uma vez, volta a andar à frente no sector. t

GULBENA: 2022 É UM ANO PARA MAIS TARDE RECORDAR

O ano de 2022 será sempre para mais tarde recordar para a Gulbena, que espera fechar contas com um aumento na ordem dos 50% na sua área de peça confecionada. “Durante o período mais duro do confinamento, as pessoas só saíam de casa para fazer desporto. Esse fenómeno levou muitas marcas de pronto-a-vestir a adicionarem pela primeira vez o segmento de vestuário desportivo às suas coleções”, diz Helena Garcia, explicando uma das razões para o aumento “brutal” na área da Gulbena de que é responsável. “O desenho e a estética também contam”, acrescenta a propósito do corta-vento resistente à água, muito leve, respirável, elegante, premiado na ISPO como Best Product na categoria de Jackets. Trata-se de uns leggings em malha, muito leves, confortáveis e respiráveis, com o cinto colado em vez de cosido, o que no entender de Helena favorece a silhueta.

é o número de distinções nacionais no Textrends Awards, da ISPO

SACOOR VESTIU SELEÇÃO NACIONAL PARA O MUNDIAL

A seleção portuguesa de futebol foi vestida pela Sacoor Brothers para o mundial do Qatar. A coleção foi desenhada em exclusivo para a equipa nacional, sendo o fato azul marinho a estrela da companhia. Já em 2018, na Rússia, a Sacoor tinha vestido a seleção portuguesa para o Campeonato do Mundo. Vale também recordar que a marca, através da Sacoor Blue, criada em finais de 2021, está já presente nos Emirados Árabes Unidos e chegou recentemente também ao Dubai.

T 14 Dezembro 2022
“Queremos
32
"O desenvolvimento em 3D permitiu simular o protótipo físico evitando desperdício de matéria-prima"
Adalberto
T 15 Dezembro 2022

FASHION FORWARD A

Narrativas Contemporâneas

O fórum THE PORTUGUESE HOME TEX’STYLE 2023, que a Associação Selectiva Moda

Minimalismo Regenerado - Regenerated Minimalism

Uma moldura de cores essenciais enquadra propostas de produtos em materiais naturais, preferencialmente, de culturas regenerativas.

Destaque para composições luxuosas e com performance invisível ou composições em misturas com artificiais de nova geração que acrescentam uma dimensão sensual.

Uma estética minimal, tranquila e sensível que se inspira quer num universo orgânico e celular, quer em elegantes estruturas arquitetónicas.

Um tema que expira conforto e bem-estar.

Hiper Natural - Hyper Natural

Uma paleta de cores pigmentadas acentua a dimensão táctil de têxteis produzidos em fibras naturais alternativas e sugere o desenvolvimento de produtos biofabricados.

Materiais fibrosos, com texturas visuais evidentes, com toques naturalmente secos e com eventuais aspetos lavados, transportam a emoção dos têxteis rústicos da nossa memória coletiva.

Espaço para desenvolvimento de produtos com base no processamento de desperdícios agrícolas, para a exploração de tingimentos irregulares e acabamentos com bioingredientes.

Um tema que celebra a relação entre os ecossistemas.

Maximalismo Reciclado - Recycled Maximalism

Uma gama de cores vivas que convida quer à criatividade na criação de produtos circulares, quer à expressão individual e customização.

Valoriza-se a utilização de matérias recicladas ou overstocks para o desenvolvimento de novos básicos circulares, bem como, para o desenvolvimento de produtos com uma estética do it your self maximalista, em conjugações de cor ativistas.

Projetar e produzir com a circulação de materiais e produtos em mente é obrigatório.

Um tema que pretendemos motive ações pró-economia circular.

Conexão Figital - Phygital Connection

Um ecrã de cores pastel, em nuances frescas, traduz a nova realidade de integração entre os ambientes físico e virtual.

Os têxteis e padrões, revelam uma estética futurista e poética – misturas de fibras e acabamentos que acentuam a dimensão híbrida dos materiais; motivos naturais que são recriados digitalmente.

Ambientes escapistas ou surreais? Certamente fluídos e envolventes.

Um tema que responde ao sonho figital da geração Z. t

KATTY XIOMARA FEZ WORKSHOP DE UPCYCLING EM BARCELOS

O município de Barcelos e a designer Katty Xiomara assinalaram a Semana Europeia da Prevenção de Resíduos com a realização de um workshop sobre como fazer uma totebag com recurso à técnica de patchwork. O evento juntou alunos do curso de Design de Moda da Escola de Tecnologia e Gestão, que usando vários pedaços de tecidos costuraram as suas próprias totebags mostrando que é possível prolongar o tempo de vida útil do vestuário e acessórios recorrendo ao upcycling

PITTI UOMO E PITTI BIMBO COM MAIS DE MIL EXPOSITORES

A Pitti Uomo e a Pitti Bimbo anunciaram que as próximas edições das feiras da Fortezza da Basso, em janeiro, já asseguraram a presença de cerca de 1.100 expositores vindos dos mais diversos mercados. A celebrar a sua 103ª edição, entre os dias 10 e 13 de janeiro, a Pitti Uomo conta com 760 expositores inscritos, enquanto, a feira de moda infantil, que acontecerá entre os dias 18 e 20 de janeiro, conta com 250 expositores confirmados.

WEBINAR ATP SOBRE COMO POUPAR EM SEDE DE IRC

A ATP, em parceria com Alea Capital Partners, organizou um webinar onde apresentou o investimento em fundos de inovação como ferramenta para poupar até 82,5% dos pagamentos em sede do IRC. O benefício fiscal obtido ao abrigo do Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresariais. Desde então, empresas investiram mais mil milhões de euros nestes veículos e obtiveram cerca de 800 milhões em poupanças no IRC.

T 16 Dezembro 2022
vai apresentar na edição da HEIMTEXTIL 2023 materializa a nossa visão das Narrativas Contemporâneas de moda para o universo dos interiores e têxteis para casa. Marram Ziang Zhu Martina Spetlova Candice Milon
T 17 Dezembro 2022

PRODUTOS DE LUXO ATINGIRÃO NOVO RECORDE

Apesar do impacto da pandemia, que provocou uma quebra histórica em 2020 o mercado global de produtos de luxo deverá superar a barreira dos 300 mil milhões de euros no final do ano em curso. O “renascimento” do luxo está aqui” – esse é o termo que a consultoria Bain& Company tem usado para descrever a tendência do sector, cujo volume de negócios deverá atin gir este ano os 353 mil milhões de euros.

P&R TÊXTEIS FINALISTA DO PRÉMIO COTEC INOVAÇÃO

Especialista em vestuário técnico desportivo, a P&R Têxteis foi uma das seis PME finalistas do prémio anual da COTEC – Associação Empresarial para a Inovação. Reconhecida pelo desenvolvimento de produtos de vestuário técnico desportivo para alta competição, a P&R tem fornecido equipamentos de alto desempenho para atletas e equipas olímpicas. Entre as selecionadas para a final deste ano a P&R é a única do sector têxtil, tendo as seis feito a apresentação dos seus projetos no Palácio de Belém ao Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.

TMG TEXTILES QUER CRESCER PARA REDUZIR EXPOSIÇÃO À MODA

A TMG Textiles estreou-se na ISPO no quadro da estratégia de reduzir a exposição à moda e encontrar novos mercados, tirando partido das suas competências como fabricante de tecidos e malhas. “Reduzir a exposição à moda não significa sair da moda, onde queremos continuar a crescer, mas sim entrar em novos segmentos de mercado mais técnicos, como, por exemplo, o desporto”, explica Hélder Rosendo, Business Manager da TMG Textiles.

Há um ano na TMG, Rosendo passou os primeiros três meses na empresa a identificar novos mercados para abordar, fazendo coisas novas e diferentes com os produtos que fabricam há 85 anos. O desporto foi o primeiro segmento definido como alvo neste esforço criativo de diversificação para encontrar novos clientes. “Começámos por selecionar artigos de moda com potencial para o desporto, desenvolvemo-los e chegámos a uma primeira coleção cápsula. E nada melhor que a ilha de Portugal na ISPO para a apresentar”, disse o BusinessManager da TMG.

O desporto é apenas a primeira etapa neste caminho de diversificação para áreas cada vez mais técnicas da têxtil, que vai contemplar também o workwear e vestuário de trabalho (sector onde planeiam evoluir também para os segmentos do vestuário de proteção individual e defesa) bem como o sector automóvel.

“Em parceria com a TMG Automotive estamos a tentar encontrar oportunidades no interior do automóvel para os nossos tecidos e malhas. A estratégia é simples e consiste em crescer e ganhar mais dimensão em nichos de mercado mais exigentes e técnicos”, explica Hélder Rosendo.

Ter malhas e tecidos na oferta é um trunfo, uma característica distintiva de que a TMG está a tirar partido nesta investida no segmento do vestuário desportivo, onde não tem os olhos postos na alta competição mas sim na gente normal que pratica desporto e benefi-

ciará da herança de competências que a empresa tem na moda, ao ter acesso a equipamentos confortáveis, funcionais e com propriedades.

Fibras de matriz biológica, derivados de células regenerativas, tencel e lyocell (materiais interessantes devido à sua conotação verde); poliamidas com elastanos que conferem elasticidade (o que é fundamental na prática desportiva); multiestruturas técnicas, com laminados de tecido com malha e de malha com membranas – são algumas das muitas novidades já apresentadas pela TMG Textiles. t

TIAJO DESENVOLVE DOIS NOVOS

TECIDOS PARA WORKWEAR

A Tiajo lançou dois novos tecidos: o ‘XS120’ e o ‘X351’ são as apostas da empresa especialista em tecidos técnicos e workwear. O primeiro é apresentado como fardamento confortável na área da restauração e o segundo adequado aos requisitos de durabilidade necessários a várias profissões.

Com um elevado grau de conforto e disponível em preto e branco, o ‘XS120’ tem tecelagem em sarja. A sua composição é de 97% de algodão

e de 3% de elastano, o que o torna um tecido macio e que responde às necessidades da restauração, permitindo uma nova liberdade aos movimentos acrescida, graças à presença do elastano.

Por seu turno, o ‘X351’ responde com um alto nível de qualidade do tecido tendo em vista a sua durabilidade. É 100% algodão e um tecido robusto para as condições de trabalho mais agressivas, sendo descrito como “o peso-pesado da gama 100% algodão”, no site da

marca. Resistente e confortável, está disponível em oito cores.

Para além da aposta em tecidos workwear, a Tiajo reforçou igualmente a sua aposta nos tecidos de alta performance com certificação Titech. Esta é uma gama que oferece proteção avançada e melhorias ao nível do desempenho nomeadamente no campo dos tecidos de alta visibilidade, à prova de água, de alta resistência, retardantes de chama e antiestáticos. t

VENDAS DA LMA

CRESCEM 20% NO EXERCÍCIO DE 2022

As vendas da LMA deverão registar este ano um crescimento superior a 20%, contrariando as expectativas pessimistas manifestadas pelos clientes logo no início de 2022, mesmo antes da invasão russa da Ucrânia. “Estamos muito contentes. Tem sido um exercício surpreendente”.

“Clientes que no ano passado nos avisaram que iriam diminuir as compras em 2022, acabaram por duplicar as encomendas”, conta Alexandra Araújo, administradora da empresa. Alexandra acrescenta que este crescimento se deve não só à tendência para o nearshoring mas também, e essencialmente, à qualidade do produto e do serviço prestado pela LMA.

Os receios de uma diminuição forte no consumo não só não se confirmaram como, no caso da LMA, o que sucedeu foi exatamente o contrário, com destaque para a concretização do namoro com importantes compradores norte-americanos, que finalmente se concretizou em encomendas, bem como o peso de compradores alemães “poucos mas bons”.

A LMA oferece um leque alargado de produtos, com malhas técnicas de alta performance, usando tecnologia drirelease, e apresentando uma coleção 100% natural, sustentável, com recurso a um leque variado de algodões orgânicos e misturas de fios técnicos e naturais.

“A vertente natural é muito atrativa para o mercado americano”, explica Alexandra, que, no entanto, se mostra cautelosa em relação a 2023. “Estou preocupada com o medo dos clientes, que estão muito mais receosos do que a nossa indústria têxtil e de vestuário”, conclui a administradora da LMA.t

T 18 Dezembro 2022
"O futuro da moda passa por oferecer uma experiência híbrida e imersiva, assente em processos integrados e personalizados "
Ana Roncha Especialista em marketing de moda
T 19 Dezembro 2022

"A NOSSA ESTRATÉGIA É NÃO DESPERDIÇAR

QUALQUER OPORTUNIDADE"

T 20 Dezembro 2022 FOTO: RUI APOLINÁRIO

56 anos, CEO Becri, o grupo têxtil que nasceu há 40 anos quando o pai, alfaiate, foi aconselhado a mudar de profissão na sequência de uma lesão nas costas. Entre os nove irmãos José era o filho do meio e foi o escolhido para o ajudar no arranque do fabrico em série de roupa desportiva. Fez um curso no Citex e dedicou-se a cem por cento à empresa logo desde o início

onstituído a partir da Becri por um conjunto de cinco empresas exportadoras dedicadas ao sector das malhas e mais outras cinco confeções que trabalham para elas em exclusivo, o Becri Group vai faturar este ano perto de 70 milhões de euros.

Num ano no mínimo desafiante, qual é o balanço para a Becri?

Creio que não vou dizer grandes novidades, tivemos um bom primeiro semestre, o segundo já com alguma retração a fazer sentir os efeitos da guerra na Ucrânia. Pelos números que temos em mãos, iremos fechar com menos 5 a 6% face ao ano passado.

É marginal?

Sim. Mas felizmente porque há um trabalho de casa que nos ajudou a ter este desfecho. Era expectável um resultado bem inferior não só face à situação de guerra mas também porque no segmento em que trabalhamos, athleisure e sportswear tiveram um boom no ano passado e era previsível que baixasse este ano e que subisse o vestuário formal, pelo que era previsível um resultado bem pior. Tivemos, de facto, um grande trabalho na parte comercial, e os resultados já estão a surgir.

E face a 2019, que é o padrão da normalidade?

Em 2019, aqui só na Becri, faturamos cerca de 32 milhões de euros e agora iremos fechar à volta dos 42 milhões enquanto no ano passado fechamos com 45.

Já se nota quebra de encomendas?

Como disse, no segundo semes-

ctre já sentimos a retração dos clientes, creio que em resultado da conjugação do fator guerra com a inflação sente-se uma baixa do poder de compra. São mudanças que de alguma forma já se anteviam, mas nem todos os mercados têm a mesma reação. No nosso caso, que trabalhamos para um segmento médio-alto, temos que nos posicionar no sítio e no momento certo, e é disso que estamos permanentemente em busca.

Essa é uma das coisas que vos caracteriza, uma forte aposta na vertente comercial. Não é revelar a tática, mas pode explicar qual é a estratégia?

Primeiro conhecer o posicionamento do cliente e depois tratá-los todos da mesma maneira. Seja pequeno, médio ou grande, todos são tratados de forma igual, tratar, acarinhar e dar-lhe condições para que possam crescer connosco. A nossa estratégia é não desperdiçar qualquer oportunidade e estarmos em busca constante de novos clientes. O mercado tem tendência natural para encolher e nós temos que o saber esticar, a parte comercial tem que estar de uma forma constante à procura de novos clientes.

O casual e sportswear foi sempre a vossa aposta?

Sim, claramente.

No início não era o segmento criança?

(risos) De facto pode haver aqui algum equívoco, porque Becri quer mesmo dizer bebé e criança.

O meu pai explicou-me que era o que estava disponível na altura do registo da empresa, queriam um que juntasse os apelidos dos sócios, mas este é que estava disponível.

Foi o seu pai que fundou a empresa?

Sim, em 1983. Era alfaiate em Barcelinhos e tanto eu como os meus irmãos também fomos alfaiates com ele. Era bombeiro e

A ambição do grupo é atingir os 100 milhões de euros de faturação, um objetivo já definido para alcançar num horizonte de cinco anos, até 2027. O plano já está traçado e passa sobretudo pelo crescimento das empresas exportadoras do grupo, mas não da Becri, que atingiu já a capacidade máxima de produção e não deve ultrapassar os 45 milhões já atingidos no ano passado, em 2021. É sobretudo na Guay que estão a ser criadas condições para crescimento, decorrendo atualmente obras para duplicação do espaço de modo a que possa atingir a faturação de 15 milhões. Números idênticos correspondem aos planos traçados para a Gubec, onde estão também a ser finalizadas obras de crescimento, e também na Posolis os gestores do grupo vêm condições para que sejam alcançados os 15 milhões, o que somado aos 10 milhões projetados para a Wonder Raw perfaz os números redondos ambicionados pelos responsáveis do Becri Group.

no combate a um incêndio teve um acidente que lhe provocou uma lesão nas costas e os médicos aconselharam-no a mudar de profissão. Era um tempo em que florescia a confeção de vestuário em série e essa foi a opção natural. O lógico para um alfaiate era que se dedicasse ao vestuário formal.

Uma visão estratégica, já via à frente?

Hoje pode parecer que sim, mas foi apenas por uma questão económica. Com nove filhos, todos a estudar, o dinheiro não abundava, e como as máquinas para fazer vestuário desportivo eram bastante mais baratas, foi essa a razão da opção pelo vestuário desportivo.

E na escala de idades, qual era a sua posição?

Sou o do meio, é onde está a virtude (risos). Na altura éramos adolescentes, o meu pai entendeu que seria o que reunia melhores aptidões para o ajudar, fiz um curso no Citex – atual Modatex – e acabei por vir para aqui logo desde o início e dediquei-me a cem por cento.

E mantém-se a estrutura familiar da empresa?

Sim. Atualmente somos três sócios, três irmãos. Ou melhor, quatro sócios, porque a minha irmã dividiu a quota com o marido: eu, o Jorge, que é responsável pelas Tinturarias e pelo Desenvolvimento de Malhas, a Paula, Diretora de Recursos Humanos, e o meu cunhado Américo Alves, que é o Diretor Financeiro. Ou seja continua a ser a família Costa, o nosso pai António José da Costa – que era também conhecido como José Costa, o que me dá muito orgulho - faleceu agora em Agosto mas já antes era esta a estrutura acionista.

Mas a empresa familiar é hoje um grupo, como funciona e se organiza?

De forma sucinta, temos a Becri, que é pai e mãe do grupo, que emprega à volta de 220 pessoas, depois a Guay, que está aqui

do outro lado da estrada e tem 90 colaboradores; a seguir a Gubec, que está em Esposende e tem 120 pessoas; a Posolis, que adquirimos recentemente, tem 130 trabalhadores; e, por último, a Wonder Raw, uma parceria que criamos recentemente e onde somos minoritários. Este é o grupo das exportadoras, depois temos a área das confeções com cinco unidades que temos vindo a adquirir desde 2018, mas que trabalham exclusivamente para o grupo. Estão todas debaixo da designação Títulos & Rubricas: a unidade 1 em Vila Verde, com 85 colaboradores; a 2 em Faixa, Ponte de Lima, com 25 pessoas; a 3, em Guimarães, tem cerca de 100 colaboradores; a 4 também em Ponte de Lima, tem 25 colaboradores, e estamos agora a criar de raiz uma nova, a 5, em Manhente, aqui em Barcelos, que tem 9 colaboradores mas está preparada para ter 60 a 70.

E como articulam entre si, o que faz cada uma?

A Brecri faz artigos de sportswear e casualwear, e também algum vestuário formal desde que seja em malha. Tudo o que são malhas circulares, com qualquer composição, fazemos tudo.

Na Guay o segmento é similar. Nasceu dentro da Becri em condições muito especiais, por uma necessidade burocrática de um cliente que necessitava de faturar a uma empresa diferente, depois surgiu um edifício aqui ao lado e passou a ter vida própria. Trabalha no mesmo segmento mas não temos os mesmos clientes. Com a Gubec, em Esposende, foi uma oportunidade de negócio que surgiu, e embora trabalhe também no mesmo segmento tem igualmente clientes distintos. Têm as três vida própria mas não são concorrentes entre si. A mais recente aquisição foi a Posolis, uma empresa com 40 anos de vida, com génese na antiga Tebe, cujo proprietário se queria afastar por razões de idade e aposentação. Foi uma oportunidade interessante porque surgiu num momento em que andávamos a tentar

T 21 Dezembro 2022
ENTREVISTA n
"Temos a ambição no grupo de até 2027 chegar aos 100 milhões"

Becri, um nome que pode ser enganador

Face ao nome da empresa, somos à partida levados a crer que se terá de início dedicado ao fabrico de vestuário para bebé e criança. E, de facto, é isso mesmo que quer dizer, resultando da junção das sílabas iniciais das palavras bebé e criança. Um nome que pode, portanto, resultar num engano, uma vez que que esse nunca foi o objetivo da empresa, que desde o início se especializou no segmento vestuário casual e de lazer. O nome Becri foi adotado apenas porque era aquele que estava disponível para o registo, face à recusa do pretendido, que associava os nomes dos fundadores.

implementar um modelo de trabalho por células, que pudesse responder tanto a grandes como a pequenas encomendas, e esse era precisamente o modelo da Posolis. Está lá e funciona bem, encontramos o modelo que com dificuldades andávamos a tentar implementar. Agora há também a Wonder Raw, uma parceria do Grupo Becri, com uma pequena participação mas importante para o grupo na angariação de novos clientes. Marcas novas, de jovens empreendedores, designers blogueres ou influencers que se querem lançar no mercado e não tíhamos capacidade para acolher.

E nos últimos tempos rejeitávamos centenas e centenas de solicitações. Nasceu em maio, é uma espécie de startup de marcas e à medida que vão crescendo podem passar para outra parte do grupo.

Têm contas consolidadas?

Sim. Este ano o Grupo Becri deverá atingir uma faturação próxima dos 70 milhões. Juntando as previsões de cerca de 42 milhões para a Becri, 6 milhões na Guay, 8,5 na Gubec, outros 6 milhões na Posolis e 1,5 milhões apontados para o arranque da Wonder Raw, se bem que esta não vai ser consolidada no grupo. No conjunto, o grupo Títulos & Rúbricas, as confeções faturam à volta de 3,5 milhões. Mas temos ambições no grupo de até 2027 chegar aos 100 milhões.

Falemos agora de sustentabilidade. A Becri tem o modelo patenteado, o Fiber Loop, o que é e em que ponto está?

Foi uma coisa que nasceu internamente, entre as equipas de design e comercial, para corresponder à necessidade dos nossos clientes e trabalhar a sustentabilidade. Uma coisa que estava aqui à frente dos nossos olhos, que é o aproveitamento dos resíduos que saem do corte, que iam para o lixo. Daí a ideia de criar uma composição com 50% de algodão reciclado e outros 50 de algodão virgem, o que garante a reciclagem de pelo menos 20%

do desperdício que sai do corte. Nasceu de uma necessidade, mas hoje a sustentabilidade já não é uma tendência, é uma obrigação imposta pelos clientes.

E acrescentou valor junto dos clientes?

Tudo o que é novidade, que tem inovação, acrescenta valor e em alguns clientes teve mesmo o efeito de ajudar a catapultar as vendas.

Têm também um processo de modelação virtual inovador, em que consiste?

É o Clo 3D. Em 2018, creio que até um pouco à frente do mercado, estávamos já a tentar encontrar algumas soluções que revolucionassem um pouco o nosso negócio. Principalmente na parte das amostras que é um processo lento, demorado e com muitos custos. Já se falava na digitalização e decidimos comprar este clo, um sistema alemão que achamos que é um Ferrari do 3D, tivemos logo dois clientes que abraçaram o projeto, mas houve também resistências, como é natural. Tratamos internamente de desenvolver e adaptar o processo e quando partimos para o apresentar aos clientes chegou a Covid que pôs fim a quaisquer dúvidas ou resistências. Juntou-se a fome à vontade de comer, fez surgir uma necessidade para a qual já estávamos preparados. E agora já não há volta a dar, é só melhorar cada vez mais o processo e andar para a frente.

Qual é a estrutura de exportações no grupo?

É 100%, todas as nossas empre-

sas exportam a totalidade daquilo que produzem. Há apenas na Becri uma pequena quantidade para o mercado interno, ma é um valor marginal, não chegará sequer aos 2%.

E quais são os principais destinos, há segmentação de mercados por cada uma ou podem trabalhar todas para o mesmo mercado?

Não, não há segmentação de mercados. Como disse, não há concorrência interna, cada uma tem os seus clientes próprios, mas os mercados são livres. Trabalhamos sobretudo para França, Inglaterra, Alemanha e EUA.

E há algum que tenha prevalência?

Procuramos que não. Utilizo muito aquela lei de parede dos 80/20, procuramos que cada mercado nunca represente mais que 20 a 30 por cento no máximo.

E em termos de clientes?

A mesma lógica, o nosso maior cliente não ultrapassa os 20%. Digamos que é uma lógica calculista, mas são a regras pelas quais sempre nos regemos e vamos continuar a reger.

Mas a concorrência é cada vez mais feroz, até que ponto o selo made in Portugal funciona como escudo protetor?

Há, de facto, um trabalho feitos nos últimos 10 a 15 anos por várias entidades que estão ao serviço da indústria têxtil, que os empresários souberam abraçar, e hoje a marca made in Portugal é reconhecida a nível internacional e um trunfo comercial quando lidamos com os nossos clientes. Já agora, registo que apesar disso a têxtil em Portugal continua a ser o parente pobre da indústria. Apesar de ter mostrado ao longo dos anos que é resiliente, que contribui de forma crescente para o PIB nacional muitas vezes a têxtil não é olhada nem acarinhada como deveria ser. t

As perguntas de

Com os tempos difíceis que se aproximam, resultantes da pandemia Covid, guerra na Ucrânia e inflação elevada, qual a estratégia que o têxtil de Portugal deverá adotar a longo e a curto prazo para resistir ou mesmo crescer? Primeiro, as empresa têm de saber muito bem qual o segmento de mercado onde querem estar, é muito importante. Depois ter uma empresa e serviço à altura, de forma a acarinhar e servir bem os clientes. Porque, se acarinhar e servir bem os clientes, eles crescem.

A procura do sustentável e do orgânico tem aumentado cada vez mais. Será que o convencional deixará de ser opção? Haverá capacidade produtiva de orgânico para tanta procura?

É uma boa questão e nós sabemos que não há capacidade de resposta para a procura de orgânico. Por vontade dos nossos clientes hoje já era tudo orgânico. Por isso, não sendo possível teremos, como tudo na vida, de ser capazes de dosear, conjugar o algodão orgânico com o convencional, e se soubermos fazê-lo vai ser uma passagem sem turbulências. t

Como vê a transição do paradigma da indústria têxtil para um modelo mais sustentável baseado na produção on-demand?

É precisamente isso que está na génese da Wonder Raw, uma empresa que nasce como startup mas também para apoio às produções sustentadas. Uma das premissas é fazer tudo em algodão orgânico, outra é produzir apenas aquilo que o cliente quer consumir. E com isso estamos a ser sustentáveis.

A Becri criou o processo Fiber Loop, que permite produzir vestuário de origem mais sustentável com a utilização de mistura de fibras de algodão recicladas com algodão orgânico. Qual foi a reação dos clientes da Becri a este novo produto/ processo?

A reação foi boa e vai continuar a ser boa, porque o futuro é tudo mais ecológico e mais sustentável. E o Fibeer Loop é ecológico e sustentável. t

T 22 Dezembro 2022
Rui Costa CEO da Gubec, Ldª Luís Oliveira CEO Wonder Raw, Ldª
"Hoje a sustentabilidade já não é uma tendência, é uma obrigação imposta pelos clientes"
T 23 Dezembro 2022

CALVI WHOLESALE OFERECE SOLUÇÃO DE PRODUTO ACABADO

ATP DISPONÍVEL PARA ASSINAR CONTRATO COLETIVO

A ATP entende que deve ser encontrada forma de ser assinado com os sindicatos um Contrato Coletivo de Trabalho, mas “é necessário um entendimento, que pode ser complicado”, para a flexibilização das propostas, referiu o presidente Mário Jorge Machado. Intervindo no programa Economia Real, no Porto Canal, recordou que “vivemos numa economia de guerra” e que com o aumento generalizado dos custos deixámos de ser competitivos internacionalmente. “As empresas têm que ter flexibilidade para serem competitivas e leis de trabalho mais flexíveis podem ser um precioso contributo para o aumento não só da competitividade, mas também dos níveis de produtividade”, com impacto direto nas questões salariais. “A questão não é ganhar pouco, mas sim o que podemos fazer para haver melhores resultados”, disse.

A ideia é que o cliente consiga fazer tudo sem ter que bater a outras portas, uma espécie de solução chave na mão em que as marcas só precisam de personalizar ao seu gosto e estilo. A par da qualidade e rapidez, a Calvi Wholesale propõe um catálogo de produtos premium e de base sustentável.

Com carteira de clientes consolidada e uma estrutura assente nas grandes marcas e na confeção em série, a Calvi teve necessidade de se adaptar ao crescente aumento da procura pelo fabrico em Portugal de marcas e novos criadores, que pedem séries mais reduzidas e grande personalização do produto. Um projeto que ganhou nome, estrutura e um rosto próprio para o seu desenvolvimento.

Catarina Lopes, 32 anos, terceira geração da família a chegar ao chão da fábrica de Vizela, tomou em mãos em 2019 o arranque do projeto Calvi Wholesale. “A ideia foi aproveitar a experiência, o conhecimento e a capacidade da Calvi na área têxtil e fabrico de sportswear e colocá-la ao serviço das marcas ou jovens criadores que querem séries curta e com forte personalização”, explica a gestora, que lançou o projeto na fase pré-pandemia e que, por isso, entra agora na fase de estabilização.

A ideia é que a partir de um catálogo de produ-

tos, de qualidade premium e sustentáveis, o cliente possa escolher pormenores de personalização ao seu gosto e estilo. “Somos um empresa verticalizada, só compramos o fio, o cliente consegue fazer tudo com a Calvi, beneficiando não só do nosso conhecimento e expertise têxtil, mas também das economia de escala, o conceito everything you need in one place”, ou seja, as marcas encontram tudo o que precisam num único lugar, sem terem que se preocupar com contactos ou fornecedores.

Depois do período de arranque e da presença em feiras como a MODTISSIMO e a Munich Fabric Start, a Calvi Wholesale, avança agora em velocidade de cruzeiro. “Os nossos clientes tanto são novas marcas e jovens criadores, como marcas consolidadas que procuram sustentabilidade, séries mais pequenas e entregas rápidas”, destaca a responsável da Wholesale.

“O nosso produto é realmente bom. Depois de verem e tocarem, os clientes ficam fidelizados”, defende a gestora, sublinhando que “a sustentabilidade não está apenas no que se faz mas também o modo como se faz”. Além disso, “a Wholesale oferece qualidade e rapidez e preço competitivo”, remata.t

P&R TÊXTEIS TEM OS OLHOS POSTOS EM PARIS 2024

O foco da P&R Têxteis está no desenvolvimento de malhas com um elevado nível de excelência e conforto que serão usadas pelos atletas nos Jogos Olímpicos de Paris, no verão de 2024. “Em parceria com a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e alguns atletas pré-olímpicos portugueses, estamos na fase final do desenvolvimento de vestuário desportivo de elevada performance”.

“Uma das novidades será o uso de colagens a substituir as costuras, garantindo assim mais conforto aos atletas”, explica

Duarte Nuno Pinto, CEO da P&R Têxteis. Além de tecidos tecnológicos, ultraleves e confortáveis e com lã merino na sua composição, destinados a todas as disciplinas do atletismo, a empresa está também a desenvolver equipamentos de natação para uma outra marca cliente.

“Os atletas de alta competição serão os primeiros a usar os equipamentos que estamos a desenvolver, mas numa segunda fase haverá uma massificação destas novidades, que beneficiarão toda a gente que pratica desporto”, afirma o CEO da P&R.

O maillot jaune do Tour de France e uma camisola dos Springboks – com que a equipa de rugby da África do Sul vai disputar o mundial da modalidade, no próximo ano, em França -, ambas desenvolvidas e produzidas pela P&R, estiveram em destaque no stand da empresa na recente edição da ISPO.

A vida não tem corrido mal à empresa de Barcelos, que não parou durante a pandemia e se prepara para fechar este ano com um volume de negócios de 23 milhões de euros, superior ao de 21,5 milhões de 2021. t

CHINA: ATIVIDADE INDUSTRIAL CONTRAI EM NOVEMBRO

A atividade industrial na China contraiu novamente em novembro, segundo dados oficiais do Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS) do país, o que sucede pelo segundo mês consecutivo e coloca os índices de produção sob forte pressão. O impacto da política Covid Zero e o aumento da inflação explicam a derrapagem. Em outubro, a atividade industrial chinesa encerrou a trajetória positiva alcançada em setembro, quando o índice ficou em 50,1 pontos (em base 100), após vários meses consecutivos de contração.

número de compradores internacionais no MODTISSIMO 60

PAULA ECHEVARRIS DÁ A CARA PELA PRIMARK

A Primark lançou uma coleção exclusiva com Paula Echevarría, uma atriz, modelo e “It Girl” espanhola. A cápsula é constituída por 50 peças para o outono e o inverno de 2022 recheados de energia, personalidade e individualidade. Com uma diversidade de vestuário, acessórios e calçado, que permitem combinações infinitas complementadas por arrojados acessórios, destaca-se o icónico casaco cor-de-rosa, o casaco de fato, uma saia ou um look totalmente roxo. Alguns artigos desta cápsula têm a etiqueta Primark Cares e, por isso, são roupas feitas com materiais reciclados ou de fonte sustentável.

T 24 Dezembro 2022
" Deverá haver uma discrepância entre o salário mínimo nacional e o valor taxado em IRS de pelo menos 125 a 150€/mês "
300
T 25 Dezembro 2022

Noventa y Cinco

Av. 25 de Abril, 95 4760-101 Vila Nova de Famalicão

Ano de abertura 2016 Produtos vestuário, calçado e acessórios Público-alvo mulheres que procuram elegância e sofisticação Conceito multibranding tanto com marcas internacionais de prestígio como emergentes totalmente made in Portugal como a Sweetpepper, Meshmess e Clair Couture

CENATEX NA SEMANA DA PREVENÇÃO DE RESÍDUOS

Sob a égide ‘Têxteis circulares e sustentáveis, o lixo está fora de moda!’, a escola profissional CENATEX colaborou mais uma vez com o município de Guimarães na Semana Europeia da Prevenção de Resíduos (EWWR – European Week for Waste Reduction). A par de um desfile de moda no IDEGUI – Instituto de Design de Guimarães e da realização do Mercado da Segunda Mão, exclusivamente com produtos têxteis, o programa contemplou ainda três conferências.

Mais que uma loja, uma experiência de moda

Raquel Santos é um exemplo vivo de como nunca é tarde demais para se dar um novo rumo à carreira. Engenheira de Ambiente, contava já 13 anos na consultoria ambiental quando, em 2016, decide deixar tudo para trás e unir a sua paixão pela moda com a imagem pessoal das mulheres e fez o click para a abertura da Noventa y Cinco, em Vila Nova de Famalicão, que para além de uma loja de roupa, calçado e acessórios é um projeto de prestação de serviços.

Foi com o apoio da sua melhor amiga, Alexandrina, que também é sócia deste negócio, que Raquel decidiu dar asas a este seu sonho, conjugando-o com a grande paixão pela moda, formando-se em Consultoria de Imagem e Personal Shopper, na Fashion School. “Acredito que em tudo o que nós fazemos devemos fazê-lo primeiro com formação técnica”, vinca.

É no sentido da venda acertada que a Noventa y Cinco acolhe os clientes, com o aconselhamento personalizado de consultoria de imagem de forma gratuita. “Não é a lojista a impingir roupa, é uma lojista que tem conhecimentos para o aconselhamento”, destaca a empresária, que se guia por critérios como o tipo de corpo ou estilo de vida, sempre no sentido de oferecer a melhor opção de compra às suas clientes. Fora da loja, a experiência vai mais além, prestando não só serviços de consultoria de imagem, como também personal shopping, closet cleaning, criação de looks e workshops de imagem pessoal.

Tendo em conta a ideia de que quando se entra numa loja o que se ouve mais é a típica lengalenga “tudo lhe fica bem”, aproveitando a natural predisposição para consumir - nós mulheres produzimos dopamina facilmente com uma compra” – Raquel aposta em contra-

riar a tendência. “Eu desaproveito isso para conquistar a pessoa para uma próxima vez, pois estou aqui para vender bem”, diz explicando que consegue aperceber-se quando as clientes entram “porque querem passar o cartão”, mas que no dia a seguir já não vão querer dar uso à peça, e até ganhar-lhe aversão, à loja e a si.

A Noventa y Cinco assenta num conceito multibranding que acolhe marcas internacionais, como a Scotch & Soda, a marca piloto e pioneira loja, mas também que dá palco a marcas emergentes totalmente made in Portugal como a Sweetpepper, Meshmess e Clair Couture. Com o desejo de apoiar mais marcas portuguesas, Raquel Santos, refere que “a mão-de-obra em Portugal não é paga a um euro hora como na China” e, por isso, “em teoria as pessoas acham graça a questão da pegada ecológica, mas depois na prática não querem pagar isso”.

Juntando a resolução de algumas lacunas que sentiu e o desejo de ter uma linha própria, Raquel Santos já avançou com a “Cem por cento mulher”, um novo projeto, através das têxteis de Famalicão, que deu desenvolvimento a um modelo de calças que idealizou.

Para avançar com a loja online, a Noventa y Cinco conta com o apoio de Elisabete Costa, criadora da marca portuguesa Meshmess, que é o braço direito de Raquel, que veio dinamizar uma estratégia ao nível do e-commerce, estando a ser concebido um modelo de loja online.

Questionada sobre o futuro, Raquel Santos ficaria satisfeita se pudesse juntar duas consultoras de imagem para poder continuar a desenvolver o serviço de imagem pessoal fora de portas, funcionando o espaço comercial como complemento do negócio. t

CONFIANÇA DO CONSUMIDOR EUROPEU CONTINUA A RECUPERAR

A confiança dos consumidores da União Europeia continua a recuperar e, em novembro de 2022, voltou a registar o crescimento face ao mês anterior e pelo segundo mês consecutivo, segundo os dados divulgados pela Comissão Europeia. O índice de confiança dos consumidores da UE aumentou 2,8 pontos em novembro, situando-se em -25,8 pontos, enquanto o índice da Zona Euro registou uma subida de 3,6 pontos, para -23,9.

FARFETCH DIMINUI LUCROS PARA MENOS DE METADE

Nos primeiros nove meses de 2022, a Farfetch reduziu o seu lucro após impostos para menos de metade daquele que foi registado no mesmo período de 2021, o que levou à redução das previsões para o ano pela terceira vez. O lucro registado foi de 521,5 milhões de dólares, uma quebra de 62% face ao período comparável do ano anterior. Ainda assim, as vendas da empresa aumentaram 6% nos primeiros nove meses.

de euros, são os incentivos do PRR para o e-commerce

FROM PORTUGAL JÁ ABRIU CANDIDATURAS PARA A NEONYT

O projeto de internacionalização From Portugal está já aberto às candidaturas para a participação na próxima Neonyt, a feira dedicada aos produtos sustentáveis que terá lugar em Düsseldorf, na Alemanha, entre 28 a 30 de janeiro. As PME portuguesas interessadas em participar podem beneficiar do apoio do projeto de internacionalização, uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da Moda.

T 26 Dezembro 2022
X
DE PORTA ABERTA
23 milhões
"Portugal sempre se destacou pela alta qualidade têxtil e design diferenciado"
Bettina Bär Diretora da Heimtextil

O MEU PRODUTO X

Por: Bebiana Rocha

Ercosys – Erosion Control Systems

Desenvolvido pela Sicornete – Fios e Redes, Ldª e CITEVE

O que é? Geocilindros com base em tecidos técnicos tubulares de grandes dimensões e adequados para a drenagem de água Objetivo Proteção dos sistemas dunares Principal Contributo Contenção e retenção de areia e drenagem de água para mitigação da erosão costureira Estado do Projeto Em fase de otimização e produção de protótipos

CHINA: DEZENAS DE MORTOS NUM INCÊNDIO EM CONFEÇÃO

Pelo menos 38 trabalhadores morreram num incêndio numa fábrica de confeções na província chinesa de Henan, no centro do país, ocorrido no dia 22 de novembro. As notícias relataram que grande parte dos trabalhadores estava em situação irregular, tendo alguns mais de 70 anos de idade. Além da situação laboral referiam ainda irregularidades da construção das instalações, que terão estado na origem do incêndio. O edifício acolhia várias fábricas e muitas das vítimas mortais eram mulheres.

Tubos têxteis que ajudam na recuperação das dunas

Para conter a erosão costeira e a destruição das dunas, a Sicornete aliou-se ao CITEVE e está a criar geocilindros têxteis de grandes dimensões e fácil manuseamento que façam contenção de sedimentos, como areia. O projeto chama-se ErCoSys – Erosian Control Systems e tem data de conclusão prevista para junho de 2023.

“O projeto visa a investigação e desenvolvimento de geocilindros (tubos) em base têxtil, com adequado nível de drenagem de água e elevado desempenho ao nível da resistência”, introduz Lúcia Rodrigues, investigadora do CITEVE, apontando como elemento inovador o facto de esta solução eliminar a necessidade de recorrer às costuras tradicionais para a união dos tecidos. “As costuras, normalmente utilizadas nas soluções convencionais são consideradas zonas frágeis, pelo que eliminando-as obtemos maior desempenho e regularidade ao nível da resistência mecânica”, explica.

Para a execução a Sicornete teve mesmo que adquirir um novo tear, feito à medida para este projeto. De grande dimensão e complexidade, capaz de produzir estruturas tubulares com oito metros de largura. “É um tear plano que permite ao não haver costuras reduzir os pontos de fragilidade e dar uma maior regularidade ao produto. Ao mesmo tempo, reduz o manuseamento na produção, simplificando-a”, explica Filipe Rôla, administrador da Sicornete. “O tear pode trabalhar com 6 a 7 mil fios à teia. É um tear plano que trabalha em duas camadas sobrepostas com fios grossos (diâmetro superior a 3 – 4 mm), para ter uma ideia os tecidos podem ter 2kg por metro quadrado”, detalha.

“Não há muitos como este a nível mundial. O tear

permite fazer tecidos em multilayer. Podemos também fazer um tecido mais pesado e mais grosso, para ter ainda mais resistência. Uma vez que em Portugal temos uma energia de ondas muito maior do que por exemplo no mediterrâneo. Esta opção também abre o espectro de possibilidades de trabalho”, continua.

Mas as vantagens deste produto não se ficam por aqui já que “na construção do tecido é utilizada uma conjugação de fios torcidos e entrançados com propriedades de resistência aos raios UV”, sublinha Lúcia Rodrigues.

O grupo já avançou para a vertente prática e instalou este ano um geocilindro na praia da Cova da Gala, Figueira da Foz. Um teste que permitiu identificar os principais constrangimentos no processo de instalação e identificar pontos de melhoraramento.

A cerca de seis meses para o término do projeto, a Sicor (empresa-mãe do grupo) e o CITEVE encontram-se em fase de otimização do processo de tecelagem e a estabelecer contactos com as entidades competentes para proceder a outras instalações. Seguir-se-ão depois os testes laboratoriais e o acompanhamento das novas soluções instaladas.

“Já temos o tear montado, já funcionou aliás. Estamos em processo de aprendizagem, a fazer melhorias do setup”, situa Filipe Rôla. “É todo um processo novo, que com o apoio dos fornecedores e formação externa estamos a concretizar”, finaliza.

A Sicornete, insere-se no grupo Sicor, que completou há pouco 75 anos de trabalho na área da produção de cordas, fios e redes para a agricultura, pesca e outras aplicações comerciais.

PORTUGAL EMPRESARIAL ATINGE AS 500 EDIÇÕES

Conjugar os verbos colaborar e partilhar é o lema da Portugal Empresarial, a newsletter que diariamente a AEP –Associação Empresarial de Portugal faz chegar aos universos industrial, empresarial, associativo e económico e chegou já à edição 500. Publicada há já mais de dois anos, desde final de setembro de 2020, a Portugal Empresarial tem como objetivo partilhar informação da comunidade empresarial.

NORTE RECEBEU 11 MIL MILHÕES DO PORTUGAL 2020

A CCDR-Norte divulgou que, até junho deste ano, a região Norte contava com 11 mil milhões de euros de financiamentos comunitários aprovados, ou seja, 42% do total de fundos europeus do Portugal 2020, valor que representa, em investimento, 16 mil milhões de euros. Segundo aquela entidade, daquele montante foram executados física e financeiramente cerca de sete mil milhões. Por sua vez, o Norte 2020, programa regional gerido pela CCDR-N, representa 35% do volume total dos fundos europeus aprovados na região.

98%

é o peso das exportações no volume de negócios das Impetus

SPORT ZONE APOIA INTERNACIONALIZAÇÃO DE MARCAS PORTUGUESAS

A Sport Zone reviu em alta a sua estratégia digital e transformou a loja online, plataforma de comércio eletrónico multimarca aberta “a todas as marcas e empresas que vendem ou querem vender desporto em Portugal”, num instrumento de apoio à internacionalização dos players presentes no seu marketplace. O marketplace da insígnia de desporto da Sonae está a comemorar um ano. Tem mais de 200 vendedores e 35 mil produtos, e vai agora apostar no reforço de vendedores e marcas de desporto portuguesas.

T 28 Dezembro 2022
t
"Queremos contratar mais e crescer, o problema é a falta de mão-de-obra "
Ana
CEO da Riscas Sucessivas
T 29 Dezembro 2022

RETALHO VAI TER DE SE REINVENTAR NO PRÓXIMO ANO

Ao longo do presente ano, o sector do retalho focou-se na inovação e na partilha de dados. No entanto, com a inflação a agravar-se, no próximo ano as atenções estarão viradas para o consumidor e para a satisfação das suas necessidades da forma mais pragmática, antecipa a consultora CI&T. Os consumidores já questionam o valor do fast fashion e optam por marcas mais sustentáveis e duradouras e em 2023 vão evitar cada vez mais gastos desnecessários e despesas excessivas. As marcas terão de dar mais ênfase aos produtos básicos e o mercado assistirá a uma recuperação da importância das compras físicas, considera a CI&T.

LUÍS BUCHINHO ILUSTRA NOVELA GRÁFICA

A par do design de moda, a banda desenhada foi uma paixão de infância de Luís Buchinho e a ilustração da nova novela gráfica Sal, editada pela Fundação Cecília Zino, é o exemplo mais concreto do seu talento para o desenho. “Passados 30 anos a desenhar croquis de moda quase de olhos fechados, percebi rapidamente que teria de voltar a estudar e a fazer uma pesquisa massiva de imagens”, disse Luís Buchinho. O objetivo do livro, que está nas livrarias desde o final de novembro, é enfatizar a importância das equipas de intervenção e como a sua ação é essencial para a segurança dos jovens em situação de risco. t

GUIMARÃES LIDERA EXPORTAÇÕES DA FILEIRA TÊXTIL

Guimarães foi o maior exportador do país no segmento têxtil e vestuário, com um valor de 957 milhões de euros em 2021, o que representa 21,8% do total da fileira. Seguiram-se os concelhos de Barcelos e de Vila Nova de Famalicão, com 756 milhões e 520 milhões, respetivamente. No conjunto, os três concelhos foram responsáveis por 51,1% do total das exportações do segmento.

Segundo dados do INE, os produtos que mais se destacaram nas exportações, na fileira dos têxteis e vestuário do Norte, por ordem de importância, foram as t-shirts, com 13,7%, seguindo-se o vestuário de uso predominantemente feminino, com 13,7% e as camisolas e pullovers, com 11,8%. As exportações de roupa de cama representaram 8,3% do total.

Dentro do segmento dos têxteis propriamente ditos, os produtos exportados de maior valor foram os tecidos impregnados, revestidos, recobertos, estratificados e têxteis para usos técnicos, com 5,6% e o algodão com 4,1%. Dada a componente de inovação que lhe está associada, importa referir as exportações de fibras sintéticas ou artificiais descontínuas, com 2,8%.

Relativamente aos destinos, a Espanha, a França e a Alemanha foram os três principais mercados de exportação, totalizando 50,1% do total em 2021. Sendo o Norte a região portuguesa com o menor PIB por habitante, as tendências de crescimento das exportações de bens têm vindo a apresentar uma importante capacidade de resiliência face às diferentes recessões que atingiram a região na última década.t

EURATEX DECEPCIONADA COM O TETO MÁXIMO PARA O GÁS

A federação das associações da indústria têxtil europeia, a Euratex, enviou à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, uma carta em que dá a conhecer “a sua amarga decepção” pela definição de um teto máximo de 275 euros/MWh para o preço do gás natural, quando o sector apontava para os 80 euros.

A Euratex tinha comunicado à Comissão que a definição de um teto máximo para o preço do gás era uma questão de sobrevivência, num quadro em que a inflação sobre as energias é o mais impactante dos custos de contexto.

Os 80 euros propostos pela Euratex há várias semanas são considerados essenciais para a recuperação, uma vez que, atualmente, a indústria enfrenta preços insustentáveis no gás e na eletricidade.

O valor recorde do gás foi atingido em agosto, com 320 €/ MWh, e em Novembro registou-se o preço baixo do período de crise, mas atingiu 127 €/MWh, o que, ainda assim, é mais de 300% do que os preços normais – em julho de 2021, o preço grossista do gás na UE era inferior a 30€/ MWh.

Assim, referiu a Euratex em

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA OS

ICONIC AWARDS 2023

Estão a decorrer as inscrições para os Iconic Awards 2023 –Innovative Interior, organizados pelo German Design Council e destinados a promover produtos inovadores na área do design de interiores. Os trabalhos podem ser submetidos até dia 24 de fevereiro de 2023. A entrega dos prémios coincide com a IMM Cologne, dia 4 de junho. As categorias a concurso, com destaque para os têxteis, são as seguintes: Brand of the Year, Creater of the Year, Bathroom and Wellness, Building Fixtures, Furniture, Kitchen and Household, Lighting, Office and Work-place, Outdoor products, Textiles e Walls, Floor, Ceiling.

5,4%

é o crescimento das vendas no comércio a retalho em agosto

NAUTIKAY: DO DESPERDÍCIO À ALTA PERFORMANCE

comunicado oficial, a existência da indústria europeia “está em risco e com ela a agenda europeia da sustentabilidade” – e a capacidade da Europa para implementá-la. Mais ainda, a Europa “perderá a sua autonomia estratégica, que garante a disponibilização de bens e serviços essenciais no mercado interno europeu. O resultado da insuficiência do apoio será, diz a federação, a dependência de importações externas, que colocará em risco a agenda de sustentabilidade e a liderança da transição para uma economia circular no cenário internacional. t

Considerada a primeira marca portuguesa dedicada exclusivamente ao vestuário desportivo para canoagem, a Nautikay é uma empresa sustentável criada por Miguel Fernandes e sediada na Vila de Prado, Braga. Focada na inovação, foi na observação do desperdício da indústria têxtil e no seu reaproveitamento que decidiu criar produtos de alta performance. Desenvolve peças de vestuário para o desporto através do aproveitamento de excedentes de matéria-prima que teriam como fim a sua destruição, uma solução que poupa o meio ambiente.

T 30 Dezembro 2022
"São impressionantes os números a que a Selectiva Moda nos tem habituado"
Ana Lemos Gomes Gestora do COMPETE

EMERGENTE M

Família Vive com o marido (e sócio), Rui, e os filhos, Afonso (16 anos) e Henrique (10) Casa Moradia em Carvalhal, Barcelos Formação Modelagem e Design Carro É um SUV, Mercedes GLC Portátil Asus Telemóvel iPhone 13 (“é o meu escritório”) Hobbies Ginásio, os passeios em família Férias Praia no Algarve Regra de Ouro “Pensar sempre pela positiva”

Carla gosta de dar passos seguros

Tudo na vida é um processo e embora nunca tivesse vacilado no propósito de criar uma empresa e ter marca própria, Carla sabia que era importante dar passos seguros. E embora desde muito nova já criasse e confecionasse para terceiros, primeiro havia que consolidar processos e criar os filhos para depois poder ter disponibilidade para se dedicar em pleno à vida empresarial.

Tendo crescido no meio dos trapos – os pais tinham uma pequena confeção – sempre soube que a moda seria o seu caminho. Agradece ao pai tê-la apoiado na opção pela formação em modelagem e design e reconhece que as dificuldades que de início experimentou para transformar, levaram à prática os modelos que desenhava e acabaram por ser preciosas para a atividade empresarial. “Queria perceber como se constrói uma peça, fazia os modelos, era tudo manual, às vezes não corria bem, era quase tentativa e erro, mas foi uma aprendizagem que me é agora fundamental. Faltou só aprender a trabalhar numa máquina”, reflete.

Foi, ainda, com a ajuda dos pais que começou a atividade. “Desenhava e desenvolvia as peças e contratava da confeção” e logo a seguir juntou duas colaboradoras para fazer o controlo de qualidade e embalamento das roupas que vendia para lojas e pequenos armazéns nacionais. “Fazia apenas para mulher, sobretudo camisas e camisolas, um bom design e selecionar bons tecidos era a minha preocupação. Às vezes via na rua gente com as minhas peças e tinha vergonha. Queria saber as reações, queria perguntar e não era capaz”, conta a empresária que hoje se dedica ao segmento sportswear, o que faz numa dupla vertente.

Por um lado com a Ditchil, a marca própria de roupa desportiva, que exporta sobretudo para Espanha, e, por outro, a produção em private label para clientes das mais diversas geografias. Uma dupla vertente que é a razão de ser da Vale & Vilas Têxteis, Lda, que criou em sociedade com o marido, Rui Vilas. “Tal como a nossa marca, a Vale & Vilas trabalha também com marcas de sportswear, que é a área onde temos conhecimento e experiência”, explica Carla, dando conta de que trabalham a 100% com marcas estrangeiras que cada vez mais procuram o fabrico português.

“É uma tendência que vem de antes mas que se acentuou com a pandemia. Temos desde marcas que começaram e cresceram connosco até gigantes à procura de entrar no segmento do vestuário desportivo. Em muitos casos marcas que procuram sair da Turquia e da China e agora querem mesmo uma etiqueta made in Portugal”, acrescenta Carla, contando que se “em alguns casos desistem logo quando confrontados com os preços, na maioria querem mesmo mudar e o preço não é o foco”.

E foi para dar resposta a esta crescente procura que à sociedade conjugal com Rui, a empresária que gosta de dar passos seguros avançou também para a sociedade comercial Vale & Vilas. Desde os países nórdicos à Inglaterra, Alemanha e França, são múltiplas as origens das marcas suas clientes. “Procuram qualidade e confiança, mas também resposta rápida e produção em séries pequenas. È sempre um mix disto tudo”, resume Carla. t

T 31 Dezembro 2022
Carla Macedo, CEO da Vale & Vilas Têxteis, Lda

MUNDO VERDE a 326

euros: gastos, em média, na Black Friday

OLMAC INOVA E POUPA NAS LAVAGENS COM DOIS EM UM

A poupança de 50% no consumo de energia e água é o atrativo sustentável do conceito de duas peças em uma, inventado pela Olmac e que encantou o júri da ISPO Textrends-Apparel Edition ao ponto de ter resolvido atribuir-lhe três prémios, dos quais um de Best Product.

O conceito dois em um da Olmac é simples – o que até rima com o keep it simple, que é uma das mega tendências para o futuro – e sustentável. Cada peça é reversível, ou seja dá para ser usada dos dois lados. Aqui a inovação consiste em ver tudo a dobrar.

“Lavámos duas peças com uma só lavagem”, resume Orlando Miranda, o empresário da Olmac, salientando as características sustentáveis e funcionais das três peças premiadas – um polo (Best Product), umas calças e um casaco (Top 10) – que na verdade são sete peças.

O polo premiado tem uma versão estampada e em algodão, mas também pode ser usado do avesso, liso, e em poliester reciclado. A mesma gramática é

aplicada à calça e ao casaco, sendo que este ainda vai mais longe no conceito, pois é um três em um: além de poder ser vestido dos dois lados ainda tem um interior de aquecimento acoplável que pode ser usado autonomamente.

Orlando Miranda está contente com os prémios (“Um Best Product da ISPO é um boa etiqueta”, explica) e também com o desempenho da Olmac em 2022, que muito provavelmente vai ser o melhor ano de sempre da empresa, que deverá fechar as

SIDÓNIOS ALIA SUSTENTABILIDADE AO SEAMLESS

Um coordenado seamless 100% biobased valeu à Sidónios um ISPO Award na mais recente edição da ISPO Munich. Composto por leggings e top, indicado para a prática de yoga e pilates, o conjunto incorpora tencel luxe, um novo fio criado pela Lenzing que não utiliza derivados de petróleo na sua composição. O produto é feito com polpa de celulose, derivada de madeira, proveniente de florestas controladas. “Que tenha conhecimento, esta é a primeira vez que se faz seamless com base natural e foi precisamente esse o aspeto destacado pelo júri”, destaca Bruno Silva, administrador e diretor comercial da Sidónios. A empresa especialista em seamless admite conseguir utilizar outras misturas que não só Tencel com Tencel Refiber (feito com resíduos de algodão da têxtil): “podemos misturar por exemplo com lã merino ou algodão orgânico”, diz Bruno Silva, falando sempre numa aplicação para o segmento athleisure e não tanto performance.

contas com um volume de negócios de 13,2 milhões de euros, um crescimento de quase 20% sobre os 11,4 milhões faturados no ano passado.

Mas há nuvens no horizonte. “Com base no feedback que tenho recebido dos clientes, estou preocupado com o próximo ano. As encomendas já começaram a abrandar. Antes de fazerem mais compras, estão a tentar esgotar os stocks”, analisa o empresário, que espera uma retoma para 2024. t

UBI ESTUDA UTILIZAÇÃO DE CORANTES NATURAIS

Focado na produção de plantas tintureiras para a extração de corantes, a UBI concluiu o projeto Go Tinturaria Natural, uma iniciativa dinamizada pelo Grupo Operacional Tinturaria Natural e com coordenação da ADPM – Associação de Defesa do Património de Mértola.

A finalidade era testar a extração de corantes e a sua aplicação no tingimento da lã da ovelha campaniça, pretendendo com isso avaliar a possibilidade

de desenvolvimento de produtos naturais inovadores.

A matéria corante obtida foi testada pela Minority Denim, que a aplicou em amostras de tecido multifibra SDC reportando resultados bastante positivos, tanto em termos de cor como de resistência. Apontando para “um mercado que olha para os corantes naturais como um potencial enquanto elemento diferenciador”, as entidades envolvidas propõem-se

PLANO DE SUSTENTABILIDADE DA UE É POUCO ABRANGENTE

agora avançar com novos estudos que associem também produtores, indústria e artesãos.

Como principais dificuldades, as conclusões referem a “reduzida informação ao nível da germinação das plantas” com vista à sua produção em escala, que associam também às dificuldades sentidas para “encontrar sementes de plantas em Portugal e mais ainda a sementes com certificação biológica”.t

A pegada ambiental do produto como único método de comunicação da sustentabilidade na fileira têxtil e do vestuário é uma inquietação de várias organizações: um grupo de 12 entidades ligadas à ecologia enviou uma carta aberta à Comissão Europeia manifestando a sua preocupação. Na carta, as organizações, que apoiam a estratégia da UE para os Têxteis Sustentáveis e Circulares, afirmam que ” há um risco de que as regras de categoria da pegada ambiental do produto (PEF-CR, na sigla em inglês) para o vestuário forneçam uma imagem limitada e não holística do impacto do produto”. Assim, apelam a que não sejam usadas como “único método para sustentar a etiquetagem, as reivindicações verdes no marketing ou quaisquer outras medidas europeias” anunciadas como parte daquela estratégia da UE.

T
"Se nos queremos salvar, temos que reduzir as emissões carbónicas "
32 Dezembro 2022
João Matos Fernandes Ex-Ministro do Ambiente
" O mote é cada vez mais que a fast fashion está out of fashion"
Mário Jorge Machado Presidente da ATP
T 33 Dezembro 2022

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS

BPor: Ana Rodrigues

PBP Effect

Rua Eng. Ferreira Dias, 161 4100-247 Porto

Estúdio: R. Santa Luzia, 153.C 4250-417 Porto

O que faz? Desenvolvimento do design criativo e criação de conteúdos digitais Fundação 2012 Equipa 7 pessoas Espaços Sede e um estúdio (Rua de Santa Luzia, 53 C, Porto) com 150m 2 Página Online https://pbpnet.pt/

MODTISSIMO CONTRIBUI PARA ANO DE SUCESSO DA EXPONOR

Um total de 51 eventos que juntaram mais de dois mil expositores e 300 mil visitantes num ambiente cada vez mais sustentável. São estes os números do sucesso da Exponor no final de 2022 – com a organização a destacar, entre outras, a presença significativa do MODTISSIMO. “Dos certames planeados por parceiros, o espaço de eventos foi novamente ocupado pelo MODTISSIMO, a primeira feira têxtil da Península Ibérica”, referem os responsáveis pela estrutura.

PBP conta histórias que vendem têxteis-lar e moda

Criada em 2012, a PBP Effect apoiou-se na ideia de parceria para avançar com o negócio de início orientado para os têxteis-lar. “Probably the Best Partner” foi o mote impulsionador da agência, que tem na sua lista de clientes nomes como a Têxteis Penedo ou os grupos têxteis Lasa e Impetus.

A PBP “é uma agência mais especializada e com core business no têxtil-lar”, conta Ana Félix, fundadora e diretora da empresa. Porém, e uma vez que o sector “tem picos e flutuações, devido ao enfoque na presença em feiras”, o negócio avançou para outros segmentos, como moda, vestuário, calçado, mobiliário e decoração.

Quanto aos têxteis-lar, Ana reforça que “somos especialistas na produção de conteúdos específicos”, não só pela década de experiência mas também pelo “conhecimento adquirido quanto às características dos tecidos e a luz necessária para demonstrar a sua melhor qualidade”.

Importante em todos os segmentos de atuação é a capacidade para contar uma história, o que inspirou a criação e desenvolvimento das coleções. “Quem não conta uma história não vende” salienta Ana Félix, e é por isso que a PBP trabalha no sentido de publicitar e vender o produto, integrando-o numa história que envolve o comprador. Essa envolvência não seria possível sem o conhecimento detalhado do cliente, considerando todas as suas áreas de atuação, desde o catálogo de produtos até ao website e redes sociais.

Para tal, a fotografia, o styling e a decoração

são áreas de especialização da empresa. O styling é focado no design de produto, gráfico, ambiente e no lifestyle para apresentar os produtos; a decoração no sentido B2C, na preparação de stands para feiras, na preparação de ambientes e na preparação de áreas comerciais e escritórios. Com o crescimento das redes sociais e do e-commerce surgiu também a necessidade de criar e apostar mais na produção de conteúdos digitais. Por vezes, “é necessário conseguir um fluxo de criação de 1.500 imagens por semana”, diz Ana Félix para dar conta da capacidade da PBP em celeridade, eficácia e eficiência necessárias, através de uma equipa multidisciplinar que cria o “efeito” que as empresas necessitam.

A multidisciplinaridade é conseguida com uma equipa de especialistas que inclui designers, fotógrafos, arquitetos e equipas de styling. Em conjunto, todos os elementos executam o “conceito, a produção e o lançamento do desafio das empresas no menor tempo possível”, explica Ana Félix.

Com dez anos de existência e há já três anos a desenvolver projetos videográficos, a PBP foi a produtora de vários dos filmes a concurso na 9ª Edição do Fashion Film Festival. Coton Couleur, Seeds Concept, Têxteis Penedo, Lifestyle Atelier nas áreas de têxtil-lar e Casa das Peles no segmento da moda. Já em janeiro, a PBP estará também “presente” na Heimtextil, através do seu importante efeito criativo e inovador em vários stands que contam histórias. t

LUÍS AZEVEDO COMEÇOU A FAZER DESPORTO

Apesar da moda ser o foco da atividade da Luís Azevedo, a empresa de Guimarães começou a olhar com interesse para a procura crescente de vestuário desportivo e por isso resolveu estrear-se na ISPO com a sua linha Tech, vocacionada para desporto. “A moda é o mais importante para nós, mas esta aposta no desporto já estava a ser amadurecida há algum tempo e faz parte da nossa estratégia para ultrapassar a conjuntura difícil que vivemos. Nos últimos meses temos sentido uma quebra nas encomendas”, conta Sílvia Azevedo, administradora da empresa, acrescentando que a baixa nos preços das matérias-primas é claramente um sintoma de mau tempo.

7,7%

foi a taxa de inflação nos EUA, que abrandou em outubro

INVESTIGADOR DO CENTI, DISTINGUIDO NA ALEMANHA

Américo Cunha, investigador do CeNTI, recebeu a distinção de ‘Best Scientific Poster Award’, no âmbito da conferência Aachen-Dresden-Denkendorf International Textile Conference. “Estamos a falar da maior conferência de tecnologia têxtil da Alemanha”, sublinha António Braz Costa, diretor-geral do CITEVE, que também esteve presente no evento. “O poster tem a ver com os resultados que o investigador e o CeNTI estão a ter na área da marcação das fibras para evitar a contrafação”, acrescenta, dando ainda nota que existem outros parceiros associados ao projeto.

T 34 Dezembro 2022
" As encomendas no pronto a vestir estão a baixar, mas no desporto não há quebra "
Helena Garcia Diretora da Gulbena

OPINIÃO

POR UM SECTOR MAIS SUSTENTÁVEL, COMPETITIVO E GERADOR DE CRESCIMENTO

O ano de 2022 ficou marcado por um conjunto de circunstâncias que vão continuar a impor grandes transformações à indústria têxtil e vestuário portuguesa e europeia e, de uma forma genérica, à economia e à indústria nacional e comunitária.

Ainda não refeitos do impacto de uma pandemia que causou grande perturbação à escala internacional, criando a disrupção das cadeias de fornecimento, afetando os preços das matérias-primas e energia, e recolocando nas agendas dos governos o tema da reindustrialização e da produção de proximidade, assistimos à eclosão na Europa de uma guerra com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, com sanções de retaliação impostas pela Europa e uma escalada sem precedentes nos preços da energia e dos combustíveis, que se estendeu aos preços das matérias-primas e alimentos, e posteriormente à generalidade de bens e serviços, determinando um exponencial aumento da inflação e uma rápida degradação da conjuntura económica global.

Em paralelo, e mais do que nunca, assistimos a um debate cada vez mais intenso da emergência ambiental, onde os temas da sustentabilidade, da circularidade e especialmente da descarbonização e transição energética, ganham mais acuidade, sendo um incontornável condicionador do desenvolvimento económico e humano futuro, e impondo constrangimentos e oportunidades também para o sector têxtil e do vestuário.

É, neste contexto, que surgiu, em março de 2022, a Comunicação da Comissão com a Estratégia Europeia para os Têxteis Sustentáveis e Circulares, integrando os compromissos do Pacto Ecológico Europeu, do Plano de Ação para a Economia Circular e da Estratégia Industrial, em simultâneo com o lançamento dos Cenários para a cocriação de um caminho de transição para um ecossistema têxtil mais resiliente, sustentável e digital, temas que estiveram em debate na Convenção da EURATEX que a ATP recebeu, em Outubro, no Porto.

É neste ambiente, incerto e volátil, de profundas transformações, que, em setembro de 2022, se realizaram eleições para os órgãos sociais da ATP para o mandato 2022-2024, um mandato que exigirá de todos uma grande capacidade de resistência e de adaptação, numa busca constante da excelência, tendo como farol a Missão da ATP que se centrará, entre outros:

- Luta pela defesa dos interesses do sector e das suas empresas, particularmente na melhoria das suas condições de competitividade, através dos modernos fatores críticos de competitividade, indispensáveis à diferenciação dos produtos e serviços, em concorrência global, algo nem sempre bem compreendido e promovido pelo poder político, quase sempre desvalorizando o papel económico e social das empresas e dos empresários;

- Promoção e reforço de visibilidade da fileira têxtil e da moda portuguesa, no país e no exterior, enquanto sector estratégico para o país, paradigma de inovação e modernidade na tradição, e igualmente fundamental para o equilíbrio da balança comercial;

- Reforço da proximidade da Associação aos associados e do seu papel estruturante em toda a fileira têxtil;

- Promoção da contratação coletiva com o objetivo de assegurar a paz

social e o desenvolvimento sustentado, com uma melhor e mais equilibrada partilha de benefícios, que só o decorrente aumento da produtividade do trabalho e dos restantes recursos pode proporcionar;

- Desenvolvimento de atividades e iniciativas que ajudem as empresas e todos os stakeholders relevantes a investir nas prioridades estratégicas identificadas pela ATP no seu mais recente Plano Estratégico “Visão Prospetiva e Estratégias ITV 2030".

1. DIFERENCIAÇÃO pela inovação tecnológica, criatividade, design, serviço, incrementando a oferta de valor aos clientes. Apostar em novos segmentos de mercado e novos clientes e subir na cadeia de valor. Aproveitar as oportunidades e abraçar novas tendências como a digitalização, sustentabilidade e economia circular.

2. SUSTENTABILIDADE, apostando numa economia circular, na utilização de energias mais limpas, na seleção cuidada de matérias-primas e no uso inteligente de recursos, em métodos de produção mais eficientes e inovadores, na redução e valorização de resíduos, bem como na melhoria da transparência, rastreabilidade e avaliação do ciclo de vida dos produtos.

3. DIGITALIZAÇÃO das operações na cadeia de valor, desde o design, ao retalho, incluindo produção, embalagem e distribuição, permitindo incrementar velocidade, integração, transparência e informação. Digitalização que também ajudará a ultrapassar alguns dos desafios associados à sustentabilidade (tecnologia digital de apoio à transição para a economia circular ou para promover a partilha de informação do ciclo de vida dos produtos e aumentar a transparência e a rastreabilidade na cadeia de valor).

4. COOPERAÇÃO em toda a cadeia de valor, entre os diferentes players e a vários níveis, de forma a criar maior flexibilidade e valor, ganhar escala, desenvolver novos negócios ou novos investimentos e/ou projetos que fomentem a criação de novos produtos, novos materiais, novos processos, tecnologias, novas formas de organização do trabalho e melhoria da performance industrial.

5. CAPACITAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS através da aquisição de competências que permitam dar resposta aos novos desafios (são necessárias novas skills em toda a cadeia de valor) apostando na formação de base e na formação ao longo da vida, para todos os colaboradores. É imprescindível atrair e reter conhecimento e talento neste sector, melhorar a sua atratividade e valorizar as diferentes profissões.

6. INTERNACIONALIZAÇÃO continuando a apostar na diversificação de mercados e de clientes, nas abordagens aos mercados, melhorando a comunicação da diferenciação e vantagens da oferta.

7. CAPITALIZAÇÃO através do aumento do capital próprio e solvabilidade, essencial para financiar o crescimento e suportar riscos e impactos inerentes ao crescimento dos negócios.

Embora sendo um desafio exigente, sobretudo no contexto económico em que vivemos, vamos continuar a apostar no crescimento do sector, exigindo e implementando novas políticas para estimular o empreendedorismo, o investimento, a inovação, a sustentabilidade, mas sobretudo a criação de valor para o sector têxtil e vestuário, para que em 2030 (ou antes) possamos atingir os 10 mil milhões de euros de faturação, conforme previsto no Cenário OURO projetado pela ATP. t

T 35 Dezembro 2022

SEMANA DOS 4 DIAS: REVOLUÇÃO OU HIPOCRISIA?

O Governo prometeu levar a cabo um amplo debate nacional e na concertação social sobre a aplicação da semana de quatro dias de trabalho. Curiosamente, no seu programa, inseriu esta promessa não no capítulo referente à melhoria das condições dos trabalhadores, mas no capítulo referente à natalidade, associando a semana de quatro dias às políticas públicas da natalidade e da conciliação entre a vida profissional e a familiar, na esperança de que crie condições para que as famílias tenham filhos, afastando o espectro que paira sobre a demografia do país.

À boleia do debate internacional que recrudesceu em 2018, o Governo levou à Concertação Social um projeto-piloto em que a semana de trabalho reduzida começará a ser voluntariamente testada, por acordo entre empregadores e trabalhadores, em junho de 2023, por um período de seis meses.

Em relação a outros projetos-piloto desenvolvidos internacionalmente, com destaque para os apoiados pela ONG'4 Day Week Global' em países como o Reino Unido, o Canadá ou a Austrália, a principal diferença prende-se com a circunstância de a redução de um dia de trabalho não ser necessariamente sinónimo de que não se trabalharão as horas em causa. Só que isto - ou seja, a concentração do período normal de trabalho (horário concentrado) - já está há muito tempo prevista no Código do Trabalho. A semana dos quatro dias de trabalho, se quer ter algum caráter inovador, e não passar de um logro, tem de implicar a redução de um dia de trabalho, mas sem aumento da carga diária, ou seja, sem redistribuição dessas horas pelos demais dias.

Há, todavia, um aspeto positivo e que obedece ao espírito da experiência: a participação no projeto-piloto não pode envolver para os trabalhadores qualquer perda de remuneração em função do número de horas deixadas de trabalhar, pelo que os salários serão valorizados, por via do aumento do valor remuneratório por hora. Porém, e ao contrário do que acontece noutros países (por exemplo, em Espanha), o Estado não vai compensar as empresas que adiram à experiência pelos custos acrescidos que venham a ter com a mão-de-obra.

Por resolver está, ainda, o problema de saber se todas as empresas que participem na experiência ficarão obrigadas a escolher o mesmo dia de descanso semanal. Segundo o coordenador do projeto, Pedro Gomes, só assim se evita a descoordenação nas economias e nas empresas em resultado do desfasamento de folgas por nunca estar presente uma equipa completa.

O saldo deste projeto-piloto parece-me, para já, evidente: é uma ideia tão bonita e inovadora, quanto perigosa e desigual, não estando ao alcance de grande parte do tecido empresarial constituído por pequenas e médias empresas. Depois, e esta é a minha principal reserva, trata-se de uma medida revolucionária, mas com efeitos meramente temporários na motivação e produtividade, que voltará a baixar com o normal e natural efeito de habituação ao novo modelo.

Finalmente, é um projeto-piloto marcado pela hipocrisia porque, querendo ser eleitoralista e populista, apenas pede esforços e sacrifícios ao sector privado sem qualquer compensação, insistindo na desconfiança face à iniciativa privada que, não raras vezes, anda à frente do Estado na busca das melhores soluções de mercado. t

A NORMA DA FLUIDEZ DE GÉNERO NO VESTUÁRIO

Ao que parece abandonámos a ideia, precedentemente bastante disseminada, de que só as mulheres têm obsessão pela moda. Contudo, com as mudanças no comportamento do consumidor verificamos que a moda é, sem dúvida, dirigida a ambos os sexos.

É preciso destacar e não esquecer que existem diferenças entre o sexo biológico, orientação sexual, androginia e diferentes tipos de género, entre outros termos, que ao associarmos o vestuário, é a base de criação da identidade de cada pessoa. Nos dias de hoje, a segmentação do mercado é muito mais dinâmica, do que no passado e as mutações da moda e do género são uma realidade e estão sempre em constante mudança.

O relatório anual State of Fashion 2023, apresenta um estudo feito por Klarna Insights em cooperação com Dynata, onde foi estudado, considerando diversos países, o comportamento de compras do consumidor em moda nas categorias de vestuário mulher e homem, com os consumidores dos Estado Unidos liderando o caminho.

Portugal foi incluído neste estudo, indicando que 82% dos consumidores portugueses consideram comprar num futuro próximo mais vestuário/moda de género neutro; enquanto 23% dos portugueses já comprou vestuário/moda fora da sua identidade género. Os compradores mais jovens, especialmente com menos de 20 anos, são os mais propensos a procurar e a fazer compras pelas coleções de género fluido.

Ao haver pessoas que não se identifiquem com o sistema binário de masculino e feminino, o vestuário sem género é um identificador identitário no espectro do género. A suavização de diferenças das características do vestuário para mulher e para homem é um reflexo da época que vivemos, contudo, qualquer peça de vestuário irá ser sempre mais masculina ou mais feminina, uma vez que é algo enraizado na nossa cultura.

As características do vestuário, como aprendemos desde sempre culturalmente, poderão ser sempre mais masculinas e outras mais femininas, no entanto, não nos podemos esquecer que os comportamentos e os maneirismos das pessoas, também estarão associados a um identificador identitário de cada pessoa, o que acaba por completar a identidade de cada um. Desta forma, tal como nos dias de hoje uma mulher veste calças e se identifica com o género feminino, o ato de vestir calças já não remete à rigorosidade do género masculino. Porque é que o homem de género masculino que vista saia não tem o mesmo efeito?

O vestuário sem género faz parte desta fase que passamos na atualidade, que é a fluidez de género, começa a fazer parte de uma norma que embora como nicho de mercado, o vestuário sem género é uma realidade, causando impacto de peso económico, não sendo este de todo (apenas) uma manipulação capitalista, mas uma resposta pertinente a um nicho de mercado. t

T 36 Dezembro 2022
Benilde Reis Professora Auxiliar na Universidade Lusófona de Lisboa Nuno Cerejeira Namora Advogado, Especialista em Direito do Trabalho

ACABAMENTOS U

Por: Katty Xiomara

Katty bem queria vestir o Pai Natal com as cores da nossa seleção, embandeirado de vermelho e verde e um Menino Jesus de beicinho e brinco na orelha. Paciência… na próxima é que vai ser! Volta, por isso, à saga “Não Demito Ninguèm”, onde nos últimos episódios se destacou o outro Costa. O do PRR, forte, lutador e persistente e a demonstrar que seja por mar, por ar, ou por terra, nada o vai impedir de entregar as prendas neste Natal.

Tristemente, tenho de reconhecer a minha ingenuidade, pois pensei que nesta última edição do ano poderia vestir um Mister Pai Natal embandeirado de vermelho e verde e um menino Jesus de beicinho e brinco na orelha. Mas como todos já percebemos, o meu espírito crédulo e inocente enganou-se redondamente, a esperança morreu nos “quartos” e o título deste peculiar Mundial decididamente não gostou das nossas cores, por isso, seria masoquismo insistir nesta ideia. Voltei, portanto, a concentrar-me na popular série de que vos falei na edição anterior, “Não Demito Ninguém”, que se aproxima cada vez mais do estilo inquisidor da afamada série da HBO “Guerra dos Tronos” onde algumas das personagens de maior relevância acabam por dar lugar ao dramático vazio. Da mesma forma, o PM tem “surpreendido” de forma insistente, com demissão atrás de demissão e desta vez, não foi uma, nem duas, mas três! Totalizando já sete desde o início do ano.

Depois de tanto alarido, a despedida do Secretário de Estado Adjunto do PM era de facto mais do que esperada, contudo, as outras duas demissões, não sendo surpresa, foram no mínimo fora de tempo. Mas seja como for, estas duas foram bem recebidas pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, que neste enredo surge como a personagem ideal para interpretar o nosso Pai Natal de 2022.

Ele, que no seu Plano de Recuperação e Resiliência tentou fazer o melhor equilíbrio entre o otimismo, a realidade e o pessimismo, para pintar de números positivos o novo retrato de Portugal. Este Costa, que conheceu de perto a traição e a crueldade humana através da tortura e do encarceramento. Ele, que também saboreou o capitalismo e o poder empresarial das grandes corporações. Ele, que hoje equilibra as suas inquietudes entre a pasta da Economia e a pasta do Mar.

Este Costa forte, lutador e persistente, parece-nos perfeito para a tarefa, pois percebemos que, seja por mar, por ar, ou por terra, nada o vai impedir de entregar as prendas neste Natal. Nem sequer a força resiliente dos jovens ocupas climatéricos, que provavelmente já perceberam que se enganaram no ministério e no ministro, e que mesmo tendo Costa um currículo regado a petróleo, também já demonstrou a sua devoção pelo deus Sol.

Assim, pintamos o Pai Natal Costa e Silva de vermelho, que aliás, como ex-maoísta lhe assenta de maravilha, e enfiamos na sua esbelta figura um macacão justo e flexível com detalhes felpudos, acompanhado de importantes adereços. Dum lado, o saco de presentes esperançosos e do outro os duendes traquinas que se deixaram ficar infiltrados no seu ministério. Ou por lá perto, mas que felizmente para o nosso Pai Natal, acabaram por ser decepados nestes últimos episódios da temporada.t

T 37 Dezembro 2022
O vermelho de Pai Natal cai bem ao ministro do PRR

OHABITAT DA CANTAREIRA

Para os estimados leitores desta cantina menos familiarizados com a cidade do Porto, gostava que soubessem que a Cantareira é um local castiço e especial, perto do Rio Douro. Habitat de pescadores e de gente verdadeira onde o bom tem de ser mesmo bom. Feita a introdução, a novidade que apesar de tudo já tem quase dois anos, é que existe lá um novo Habitat que quer ter tudo a ver com esse habitat da Cantareira.

Habitat Terra e Fogo é um restaurante que gosta de se gabar que a Terra define a sua origem e o Fogo é o orgulho da cozinha que o trabalha como ninguém.

Devo confessar que apesar de todas as modernices que não param de se afirmar, continuo a achar que um restaurante brilha quando é capaz de escolher os melhores produtos da terra e consegue acertar na forma de os

transformar através do fogo.

Neste Habitat, aquilo que traduz melhor este espírito são as paellas. Eles se calhar não gostam muito que se diga assim, mas o conjunto das várias paellas do menu são aquilo a que eu chamaria paelhas à Moda do Porto.

Já estive em Valência, terra onde as paellas nasceram para o mundo, e no Habitat, quando pedimos qualquer uma das quatro paellas que recomendo, a de robalo, a de marisco, a da presa ibérica ou a de entrecôte, aquilo que nos aparece não tem nada a ver com a paelha valenciana.

Não queria cometer o sacrilégio de dizer que ainda é melhor, porque é diferente. Mas na verdade qualquer uma delas é tão boa que já estou convencido que um dia que volte a Valência e peça paella, ainda vou ouvir-me a dizer que no Habitat é que as paellas são boas. t

O MELHOR VINHO DA BEIRA INTERIOR

Quinta dos Termos | Talhão da Serra Tal como nos tecidos, também nos vinhos João Carvalho, CEO da Fitecom, recorreu ao legado e património da região para lhes acrescentar conhecimento, tecnologia e modernidade, criando produtos distintivos e reconhecidos pelos altos padrões de qualidade. É assim com os têxteis que exporta para todo o mundo, mas também com os vinhos que produz na Quinta dos Termos, um legado de três séculos na posse da família que igualmente se transformou numa referência na produção de vinhos. A Rufete é uma das castas antigas que João Carvalho decidiu cuidar e recuperar e é com ela que faz o Talhão da Serra, cujo último engarrafamento, da colheita de 2019, foi eleito o Melhor Vinho da Beira Interior. O empresário gosta de dizer que “o padrão da casa são os vinhos frescos elegantes e saborosos”, mas este Talhão da Serra é também fino, complexo e estruturado. Um grande vinho que, tal como os tecidos da Fitecom, é capaz de surpreender os consumidores em qualquer parte do Mundo.

T
Habitat Terra e Fogo R. do Passeio Alegre nº 350, 4150-571 Porto OPor: Manuel Serrão
AS MINHAS CANTINAS
38 Dezembro 2022

MALMEQUER

Ângela Marinho, 37 anos, Diretora-Geral da Marinho & Macedo. A têxtil fundada pelos pais foi desde sempre o seu palco de vida, “nascida e criada entre a natureza e o chão de fábrica”, Ângela gostava de andar de pés descalços e garante que continua rendida à simplicidade e liberdade da vida na aldeia, ao prazer de comer a fruta das árvores. A têxtil corre-lhe no sangue e a honra é um padrão de família, cujas raízes e história procura sempre respeitar.

Gosta Não gosta

Andar descalça Viajar Cheiro a terra após chover Lareira Sopa da mãe Cheirar o meu filho ao acordar Ler um livro Meditar Um copo de vinho Cheiro de café acabado de fazer Incenso

O Algarve desconhecido Frontalidade Pessoas

genuínas Amigos verdadeiros Foco Inspiração

Espiritualidade Retiros espirituais Neem Karoli

Baba Ram Dass Auto-conhecimento Festas

tradicionais Perspicácia Chuva e um sofá Netflix

Pijama quentinho Trovoada Um lindo dia de sol

Um lindo dia de chuva Veganismo Hotéis com SPA Jesus e Maria Madalena A minha equipa

Gargalhadas de uma criança Casas de campo

Antiguidades Casas com alma A vida O meu

passado Generosidade Ancestralidade

O amor verdadeiro Expansão de consciência

Massagem desportiva Champô seco Honra

Compromisso Criatividade Fé

Redes sociais Shoppings Consumismo no Natal Noticiário Sensacionalismo Desonestidade Mau humor Desleixo Condutores mal dispostos Irrealismo Traição Falta de transparência

Amigos de conveniência Vitimização Falta de brio Noites mal dormidas Desorganização Incompetência Falta de espírito critico Política mal vivida Preço dos combustíveis Guerra na Ucrânia Ilusão do COVID Vidas sem propósito

Pessoas oportunistas Religião mal vivida Inflação Injustiça Fugir à responsabilidade

Acumulação Egoísmo Fazer malas Desfazer malas Dieta Desperdício Intolerância Assuntos pendentes Escassez Voos de ligação Pés frios Indecisão Promessas não cumpridas Resistência à mudança Musica Heavy metal Filmes de terror

Falta de maneiras Dormência intelectual Falta de atitude Falta de escrúpulos

No exercício pouco frequente de revisitação de fotografias antigas, há muitas diferenças identificáveis. Os cabelos brancos, as rugas na cara e o próprio tamanho da cara (para maior) são alterações evidentes. Há um elemento que se vai mantendo: a roupa.

Sigo, comprovo e recomendo a velha máxima de que mais vale gastar um pouco mais por uma peça que dure, dure e dure do que querer poupar uns trocos e aquilo nem sequer chegar ao fim da estação. Isto tem a grande vantagem de ter roupa duradoura, mas também tem a de me afastar de lojas de roupa por um tempo considerável.

A minha peça de roupa favorita tem todos estes requisitos e tenho a certeza de que vou ficar com ela até ao fim da vida. Estou a falar de uma canadiana de Burel, com capuz, verde musgo, fabricada pela Ecolã, em Manteigas, no coração da Serra da Estrela e no meu distrito, a Guarda.

Cheguei a esta marca nos primeiros anos de faculdade, quando um grupo de amigos me convidou para apresentar um desfile de moda com peças da Ecolã. Confesso que até então não sabia que o Burel é uma técnica que usa a lã de ovelha como base para criar um tecido resistente e impermeável que dura, dura e dura.

Apesar de este ser um negócio com várias décadas, parece desenhado para os tempos de hoje, onde os desafios do respeito pelo ambiente através de uma produção sustentável e de proximidade são imperativos evidentes.

T
SOUVENIR
CANADIANA DE BUREL PARA TODA A VIDA Diogo Pereira Locutor da Rádio Observador
39 Dezembro 2022
Por: Ana Rodrigues

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.