SUSTENTABILIDADE ESTÁ NO CENTRO DA NOSSA CULTURA EMPRESARIAL”
PERGUNTA DO MÊS QUE EXPECTATIVAS
PARA AS FEIRAS DO
PRIMEIRO TRIMESTRE P 4-5
NÚMERO 79 JANEIRO 2023
EMERGENTE RITA JUNTA NA BOOTANI
O AMOR PELAS
CRIANÇAS À PAIXÃO
PELA NATUREZA P 23
TÊXTEIS-LAR
JF ALMEIDA ENTRA
NA ROUPA DE CAMA COM LENÇÓIS
ANTI-STRESS P 6
EMPRESAS
MUNDOTÊXTIL
FATURA 50 MILHÕES
APESAR DOS CUSTOS
DA ENERGIA P 10
FOTO: RUI APOLINÁRIO
DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS
“A
P. 16 A 18 MIGUEL LOPES, ADMINISTRADOR DA CALVI, LDA
T 02 Janeiro 2023
CORTE&COSTURA
Mário Jorge Machado, presidente da ATP, diz que é urgente reforçar internacionalmente a imagem da ITV portuguesa como uma fileira comprometida com a sustentabilidade e a economia circular. “Temos que valorizar todo este esforço que as empresas estão a fazer para esta transformação”, considera.
EDITORIAL n
Por: Manuel Serrão
SUSTENTABILIDADE NÃO É UMA PALAVRA GASTA
cipais certames internacionais os produtos que estão a ser feitos em Portugal. E também precisamos de criar eventos nalguns países – nomeadamente no mercado norte-americano, nos mercados escandinavos – para chegar às principais marcas e aos principais criadores, mostrando-lhes aquilo que estamos a fazer.
Essa perspetiva encaixa numa das estratégias do Portugal 2030?
Exatamente. Para além das participações em eventos, nós próprios temos que criar eventos e dar a conhecer aquilo que o têxtil português está a fazer em termos da sustentabilidade.
A União Europeia também tem uma estratégia para o têxtil, é um bom plano?
Com todo o respeito por aquelas pessoas, como a Ana Roncha, que ainda ouvi recentemente na conferência da Lusófona, em Portimão (O Ensino da moda e a ITV), que acham que a sustentabilidade é uma palavra gasta, eu escrevo aqui, sem hesitações, que não concordo. Como aliás podemos ver na entrevista aqui na página ao lado do presidente da ATP, a sustentabilidade, para a ITV, continua a ser de “altíssima importância”.
Que importância atribui ao projeto Sustainable Fashion From Portugal?
Altíssima importância. Um dos grandes fatores de diferenciação da promoção de Portugal é assumir-se como produtor sustentável, que já somos de facto mas estando num processo de transformação para sermos ainda mais sustentáveis e mais circulares. Se não promovermos todo este esforço que as empresas estão a fazer em termos de tecnologia, em termos de pessoas capacitadas para esta transformação, corremos o grande risco de não sermos valorizados internacionalmente por todo este esforço que está a ser feito.
Entende que o sector já fez tudo o que devia para impor essa faceta?
Estamos ainda muito longe. Precisamos de investir muito na imagem não só do sector como também de Portugal como um dos locais do planeta onde se produz a melhor qualidade de forma mais sustentável. Precisamos de investir na imagem de Portugal como centro de produção sustentável. Há ainda uma diferença enorme entre a realidade daquilo que somos em termos de indústria e aquilo que estamos a investir na promoção daquilo que somos.
Em termos práticos, o que importa fazer?
Precisamos de insistir naquilo que temos vindo a fazer: aquilo que é mostrar nos principais eventos e nos prin-
Se forem implementadas as diretivas que estão a ser desenhadas – e a Euratex está a fazer parte da discussão –, o plano vai ser uma grande oportunidade para o sector têxtil e do vestuário europeu, nomeadamente para o português. Porque vai obrigar a que o terreno de jogo fique nivelado: quem quiser vender na Europa vai ter de cumprir as mesmas regras de produção em termos de sustentabilidade e transparência que as que cumprem as empresas europeias. A própria Comissão Europeia já admitiu que temos de deixar de ser ingénuos, não podemos permitir que tenhamos regras para não sermos poluentes e ao mesmo tempo permitir que outros sejam poluentes.
O têxtil português teve uma excelente performance em 2022 nomeadamente na frente das exportações. O que motivou este desempenho?
Temos de separar o ano em duas partes: uma primeira fase de 2022 que, essa sim contribuiu para o crescimento, e uma segunda fase do ano em que o crescimento já foi muito reduzido. Nesta segunda fase notou-se o impacto da guerra e da inflação na retração da procura. Daí não estarmos a celebrar o valor das exportações porque estamos a passar uma conjuntura onde há uma diminuição forte do lado da procura, com empresas a terem de diminuir o seu número de dias de laboração. Não há procura para trabalharem, não há encomendas para todos os dias da semana.
Nesse quadro, o que antecipa para 2023? O que se consegue antecipar com alguma lucidez é que os primeiros meses vão ser bastante difíceis em termos de procura. A expectativa é que, durante 2023, a situação comece a melhorar, quer porque a inflação começa a ser controlada e o preço da energia começa a diminuir, quer porque haja um fim para a guerra. Estes três fatores vão permitir que aquilo que houve de positivo em 2022 possa ter continuidade no segundo semestre de 2023. Temos de esquecer um segundo semestre de 2022 e o primeiro de 2023: um ano perdido. t
Esta importância é desde logo explicada porque é nesta aposta de Portugal como país por excelência da produção de moda sustentável, que reside um dos nossos grandes factores de diferenciação. Acompanho também totalmente o Eng. Mário Jorge Machado quando o vemos defender que Portugal precisa de investir muito na imagem do sector como um dos locais do planeta onde se produz a melhor qualidade têxtil da forma mais sustentável. Este desiderato está também bem presente no conjunto das respostas que publicamos nesta edição à pergunta do mês. Também é em nome dessa vontade da ITV de estar na vanguarda da promoção internacional da qualidade sustentável da nossa produção, que as empresas não poupam esforços para se poderem apresentar nas maiores feiras internacionais cada vez em número crescente. t
T 03 Janeiro 2023
- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Mário Jorge Machado Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Bebiana Rocha Telefone: 969 658 043 - mail: br.tdetextil@gmail.com Registo provisório ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053 Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/ T
T
“Precisamos de investir na imagem de Portugal como produtor sustentável”
PERGUNTA DO MÊS
Embora, ao que tudo indica, o fecho das contas de 2022 vá terminar com mais um recorde para as exportações do sector - acima dos seis mil milhões de euros -, todos sabem que é um resultado enganador e sobretudo fruto da já consagrada capacidade de resiliência do sector. Há pois que rapidamente mudar de rumo e reagir à queda de encomendas e é para isso que as empresas avançam para as grandes feiras, à procura da retoma e com toda a confiança
“São muito boas expectativas relativamente às feiras deste primeiro semestre, pois temos recebido feedback dos nossos clientes que querem encontrar-se cara a cara para ver as novidades e poderem inspirar-se para os novos desafios do futuro”, diz
António Cunha, diretor comercial da Orfama, expressando uma confiança que é partilhada por outras empresas.
Também face aos “contactos e agendamentos já estabelecidos com clientes habituais e com potenciais clientes que já confirmaram a presença nas feiras em que estamos presentes, as expectativas são as melhores”, afirma sem rodeios o CFO & Business Development da Blackspider / Cristina Barros, Marco Costa, tal como Carla Pimenta, CEO da Texser - A Têxtil de Serzedelo, para quem “depois da desgraça dos últimos anos em que não houve feiras ou que se fizeram com grandes condicionalismos, a expetativa é obviamente muito alta”. E explica: “apesar da importância cada vez maior do online, o contacto cara a cara vai trazer melhores resultados. O têxtil continua
QUE EXPECTATIVAS PARA AS FEIRAS DO PRIMEIRO
TRIMESTRE?
As empresas estão de regresso com toda a confiança às feiras internacionais, parecendo querer antecipar um ambiente de retoma nas encomendas, que sabem que há-de chegar, não se sabe é quando. Hábil a reagir e rápida a decidir, a ITV portuguesa quer colocar-se na linha da frente, e com isso tirar também retorno do forte investimento que tem feito na mudança de paradigma, na procura de soluções sustentáveis e amigas do ambiente. É com essas armas que parte para luta, com propostas e soluções que oferecem às marcas um caminho alternativo. As expectativas estão em alta, resta esperar que se confirmem.
T 04 Janeiro 2023
n “Um novo ano começa sempre com altas expectativas. É o arranque de um novo ciclo, novos desafios, novos clientes e novos projetos”
“Temos boas expectativas, pois temos recebido feedback dos nossos clientes que querem ver as novidades e poderem inspirarse para os novos desafios”
JOANA GIRÃO OLIVEIRA ADALBERTO ANTÓNIO CUNHA ORFAMA
Ilustração: Cristina Sampaio
DOMINGOS
a gostar do contacto e isso é importante para o sector. Por isso, quero crer que vai ser a retoma dos negócios, a começar já pela Première Vision e logo a seguir no Modtissimo”.
Ma há também quem aspire apenas por um ambiente de previsibilidade: “esperamos que haja uma maior estabilidade no mundo para que o sistema comercial retome o seu processo normal (como antes do Covid) e o consumo retome um curso mais estável para nos podermos projetar num programa produtivo mais constante e menos de altos e baixos”, diz Candido Correira, CEO da Givec. Para a Polopiqué, o principal objetivo está no regresso ao ambiente comercial. "Voltar a colocar o nome da Polopiqué nas principais feiras internacionais têxteis após um periodo de ausência destes certames. Com o objetivo de apresentar as nossas coleções e inovações no desenvolvimento de malhas e tecidos e na área de confeção de vestuário, expondo toda a nossa criatividade e agilidade têxtil”, concretiza Diogo Rebelo, diretor comercial da empresa.
Ambição em alta também para Patricia Ferreira, CEO da Valérius Hub. “As expectativas são as melhores, não só porque é o regresso ansiado, em pleno e sem constrangimentos, mas também porque as marcas andam à procura de uma saída, de um bote de salvação para a retração no consumo em consequência do
"NÓS QUEREMOS SEMPRE CRESCER, NÃO VAMOS ÀS
sas estão muito paradas e a grande dúvida é saber quando é que vão retomar. Se é já neste ano ou apenas para o próximo, essa é a resposta do milhão”.
aumento dos custos e da inflação. As marcas têm que se reinventar, encontrar novos nichos e soluções, e a produção portuguesa nearshoring, com oferta sustentável e reciclada pode ser o caminho. Daí que as próximas feiras se apresentem como novas oportunidades, mas é preciso esperar a ver se as expectativas se concretizam”.
Uma cautela partilhada por Fátima Sousa, que quer “esperar para ver”, depois de ter regressado já da recente Heimtextil, em Frankfurt, com uma sensação de mixed feeling. “Por um lado a feira não registou a afluência de que estava à espera, mas por outro as encomendas estão a regressar a bom ritmo, parece haver já um ambiente de retoma”, reflete a administradora da Domingos de Sousa & Filhos, S.A., concluindo que “depois de um final de ano carregado de nuvens, este início de ano está a mostrar-se prometedor, bem melhor do que esperávamos”.
Dúvidas que cautelas partilhadas por Sidónio Silva. “Nós queremos sempre crescer, não vamos às feiras apenas para manter negócios, mas na conjuntura atual se mantivermos já não é mau”, confessa o CEO da Malhas Sidónios, constatando que “no que toca à moda as coi -
No entanto, “a expectativa é claramente a de que o ambiente de negócios melhore”, diz, por seu lado, João Abreu, CEO da Crispim Abreu & Cª Ldª, convicto de que “após um período de grande retração no consumo, queremos acreditar que este início de ano vai ser o despoletar de novos negócios, as marcas e retailers vão precisar de novos produtos para retomar a sua atividade. É claro que não esperamos que 2023 seja um ano brilhante, mas acredito que vai trazer de volta o ambiente de negócios”.
Já Luís Oliveira, CEO da jovem WonderRaw, olha mais para um horizonte de futuro. “Perante um provável abrandamento das economias e num contexto de grande incerteza, esperamos com estas feiras preparar melhor o nosso caminho, divulgando o nosso nome, os nossos produtos e os nossos serviços junto dos mercados-alvo”, enquanto na Adalberto se considera que “um novo ano começa sempre com altas expectativas”
Joana Girão Oliveira, diretora de marketing e comunicação da Adalberto, diz que este “é o arranque de um novo ciclo, novos desafios, novos clientes e novos projetos. Para a Adalberto em particular, este ano de 2023 marca uma nova fase da nossa empresa, por isso, partimos para as feiras do primeiro trimestre com a ambição de dar a conhecer ao mercado as melhores soluções têxteis presentes na nossa gama de produtos e serviços, trazendo para a nossa organização os me lhores negócios”. t
T Janeiro 2023
“Depois de um final de ano muito negro, este início de ano está a mostrarse prometedor, bem melhor do que esperávamos. Mas é preciso esperar para ver”
FÁTIMA SOUSA
DE SOUSA & FILHOS
“As marcas andam à procura de saída para a retração no consumo, e a produção portuguesa pode ser o caminho para novos nichos e soluções”
PATRÍCIA FERREIRA VALÉRIUS HUB
CONJUNTURA
SE MANTIVERMOS JÁ
FEIRAS APENAS PARA MANTER NEGÓCIOS, MAS NA
ATUAL
NÃO É MAU"
Sidónio Silva Sidónios Malhas, S.A
JF ALMEIDA SUBSTITUI XANAX
COM LENÇÓIS ANTI-STRESS
Lençóis anti-stress são o produto mais vistoso que a JF Almeida levou à recente Heimtextil, onde apresentou a sua primeira coleção de roupa de cama, que inclui ainda uma cama vegan cuja produção não foram utilizados qualquer tipo de corantes ou amaciadores de origem animal.
Batizada Envigorated, a linha de cama anti-stress beneficia de um acabamento com iões negativos, que induz tranquilidade, uma sensação de bem-estar, relaxante, idêntica à de quem está à beira do mar, permitindo um sono mais repousante.
“Substitui o Xanax”, graceja Joaquim Almeida, fundador e primeiro responsável desta
têxtil-lar com sede em Moreira de Cónegos, acrescentando estar provado que os efeitos tranquilizantes do acabamento, desenvolvido internamente, aguentam até 15/20 lavagens, sendo que o desafio atual consiste em aumentar a sua resistência às lavagens.
Felpos e atoalhados de mesa eram a zona de conforto de JF Almeida, que até agora só estava no segmento de roupa de cama através da sua participada Mi Casa es tu Casa.
Conquistar a América, para atenuar a sua dependência da Europa onde faz 90% da suas vendas, é o objetivo desta aposta na roupa de cama, com a primeira coleção a viajar em março, atravessando o Atlântico
para ser apresentada na Market Week, em Nova Iorque.
Foi com os dois olhos postos nos mercados dos Estados Unidos e Canadá que a JF Almeida deu este passo, que implica ter capacidade para fabricar em grandes quantidades produtos de super qualidade, o que está fora do alcance da Mi Casa.
“Sabemos que vai demorar o seu tempo, mas estamos preparados para corresponder a grandes encomendas”, afirma o primeiro responsável da JF Almeida, empresa que investiu 25 milhões de euros no aumento em 30% da sua capacidade de tecelagem, ao investir na compra de teares com tecnologia de ponta, em novos acabamentos e na transição energética. t
ONE ALLIANCE FAZ O ‘MATCH’ ENTRE O TÊXTIL E O AUTOMÓVEL
Promover a criação de parcerias entre empresas têxteis e o ramo da mobilidade para aumentar a presença do sector como componente alternativo e sustentável, é o foco da One Alliance, que Américo Marques, co-fundador do projeto, considera potenciador de parcerias com forte racional de negócio. Entre outras, a Riopele é uma das empresas já envolvidas em projetos que fazem o ‘match’ entre os dois sectores.
Mais do que uma empresa de consultoria e prestação de serviços, a One Alliance serve como ponto de conexão entre multinacionais e empresas têxteis portuguesas. “Ao fim de 20 anos no exigente ramo automotive, muito tempo em viagem e uma vida corporativa corrida, decidi em 2019 criar um conceito diferenciador. Na One Alliance conhecemos os clientes, as suas necessidades e ligamos as
várias empresas”, refere Américo Marques.
“Há dois anos começámos o projeto ‘Textile E-Motion” com a Riopele, tem corrido muito bem. Permitiu que trouxéssemos uma empresa que era exclusiva da moda para um sector diferente através de um produto patenteado, Tenowa. “Neste momento, a Riopele está a ser falada nos grandes construtores mundiais”, diz Américo Marques. Neste projeto em particular, a One Alliance é responsável pelo Business Devlopment, indica os produtos, fornecedores, processos, como apresentar a proposta e explorá-la. “Acompanhámos o negócio de A a Z. Ao contrário do consultor, nós somos parte da equipa, pensamos com a empresa, como é que ela pode aumentar margem e rentabilizar os recursos”, completa. Filipe Pinheiro e Rui Oliveira são os outros dois co-fundadores da One Alliance. t
ALTRI AGUARDA APOIOS À FÁBRICA GALEGA DE FIBRAS TÊXTEIS
A par do projeto de investimento de mais de 800 milhões de euros numa unidade, na Galiza, para a produção de fibras sustentáveis para a indústria têxtil, a Altri solicitou apoio para a recolha de águas superficiais do rio Ulla. Questionado sobre a possibilidade de receber ajudas públicas, José Soares de Pina, presidente executivo do grupo, mostrou-se optimista: “Estamos a ter várias conversas com os governos nacional e regional, e o que posso dizer é que há um reconhecimento da importância deste projeto tanto para a Galiza como para a Espanha”, disse, citado pelo jornal Economia Digital Galícia.
MUNICH FABRIC START ANTECIPA DATAS DA EDIÇÃO DE VERÃO
A edição de verão da Munich Fabric Start vai sofrer ajustes de datas, passando a realizar-se dias 18 a 20 de julho de 2023 e não, como era costume, em final de agosto e princípio de setembro. A localização mantém-se no edifício MOC Munich. Em comunicado, a organização justifica a mudança como sendo resultado das novas dinâmicas do mercado pós-pandemia. “Com este ajuste no calendário estamos a posicionar a Munich Fabric Start e a Bluezone mais cedo. A mudança das datas oferece a todos os expositores uma ampla variedade de oportunidades de reagirem às novas mudanças do mercado”.
é o número de coleções a serem apresentadas no Modtissimo 60+1
PARFOIS INVESTE NA GESTÃO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO
O grupo português de moda e acessórios contratou Bárbara Roberto, que tem uma vasta experiência no sector da moda (passou pela Benetton e pela Venca) e terá agora funções de gestão da cadeia de abastecimentos, uma das áreas mais críticas para as empresas desde a pandemia. A contratação resulta de uma estratégia de densificação do topo do grupo nascido no Porto, que passou em abril pela contratação de Jesús Salceda (ex-Inditex) como Chief Technology Officer, para liderar as áreas de TI e data, com foco especial no desenvolvimento tecnológico do canal online.
T 06 Janeiro 2023
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"Cada empresa é única, por mais semelhanças que possa ter com concorrentes ou parceiros"
Ricardo Silva CEO da Tintex Textiles
T 07 Janeiro 2023
PAFIL E CITEVE CRIAM EXOESQUELETO DE BASE TÊXTIL
A Pafil Clothing deu conta de que, em conjunto com o CITEVE, está desenvolver um exoesqueleto de base têxtil, pensado para correção de esforços repetitivos de trabalhadores. Pensado particularmente para as costureiras, “é um projeto que estamos em crer que possa concretizar-se em breve, com prototipagem do produto já no começo de 2023”, disse o administrador João Rui Pereira. “Permitirá às costureiras ter um trabalho com um menor esforço físico, melhorando a sua qualidade de vida, mas também uma peça que certamente vai melhorar a produtividade”, acrescentou ainda.
HR GROUP E RECUTEX RECUPERAM FARDAS DO MCDONALDS
Mário Jorge Machado Presidente da ATP
117 PAÍSES E OUTROS RECORDES NA ISPO MUNICH 2022
Cerca de 1.700 expositores e mais de 40 mil visitantes oriundos de 117 países – são estes os números globais da ISPO Munich 2022, um certame onde a presença portuguesa bateu recordes, arrebatou prémios e distinguiu-se pela inovação sustentável. O relatório final da ISPO, que decorreu entre 28 e 30 de novembro, dificilmente podia ser mais claro em termos do sucesso.
ETIKWAY CONTINUA A CRESCER E ABRE DUAS LOJAS
A Etikway , marca dedicada à moda sustentável, abriu duas novas lojas na zona de Lisboa, no Centro Comercial Castil e no CascaisShopping, dedicadas à moda sustentável com trinta marcas de designers e criadores nacionais. Banaya, Sealov, Sunkissed, Benedita Formosinho, Pera Lima, The Ugly Duck, Vintage For A Cause e Marita Moreno são algumas das marcas que se encontram nos novos espaços.
expositores presentes na nova área da ISPO dedicada à fisioterapia
As empresas HR Group e Recutex juntaram-se para dar uma nova vida às fardas antigas da cadeia McDonalds Portugal. O resultado são cinco mil sacos de pano que serão entregues à Fundação Infantil Ronald McDonald para kits de acolhimento de higiene e conforto. É mais um esforço conjunto para diminuir o desperdício têxtil.
A transformação das fardas antigas, que inclui várias etapas, entre elas a triagem manual de materiais e a fiação de um novo tecido sem qualquer
tingimento, ficou a cargo da Recutex. Já a confeção dos sacos coube à HR Group que, recorde-se, em julho passado criou as novas fardas da cadeia de fast food norte-americana.
“É um projeto inovador que estamos certos que irá contribuir para a mudança de paradigma na visão que as empresas poderão assumir de dar vida aos seus uniformes em fim de vida”, comenta Fernando Mateus, diretor geral da HR Group. “Este projeto de transformação de fardas é um caso de sucesso.
Só assim, com este esforço conjunto 100% português, obtemos a possibilidade de reduzir a nossa pegada ecológica no mundo”, acrescenta João Valério, administrador da Recutex.
“É para nós motivo de orgulho avançar com este projeto ao lado de empresas portuguesas como a Recutex e HR Group que, tal como nós, acreditam na inovação como alavanca para a mudança responsável”, salienta Inês Lima, diretora geral da McDonalds Portugal. t
FORMARTEX ORGANIZA NOVO CURSO DE GESTÃO COMERCIAL
A Formartex está a organizar uma nova edição do curso de Gestão Comercial, destinada a J unior Account Managers e Junior Commercial Managers como complemento comercial a licenciados em Relações Públicas e Relações Internacionais. Os formadores serão Teresa Pereira, CEO da Tricothius, e António Cunha, diretor comercial da Orfama, contando ainda com a participação de Manuel Serrão na qualidade de empresário e consultor, como orador convidado. Os principais objetivos passam por desenvolver conhecimentos sobre planeamento e gestão comercial e da força de vendas, desenvolvimento de estratégias comerciais, habilidades para liderar e trabalhar em equipa, comunicar, negociar e gerar vantagens competitivas.
T 08 Janeiro 2023
"Só em cooperação e com o esforço de todos poderemos chegar mais longe "
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T 09 Janeiro 2023
MUNDOTÊXTIL FATURA 50 MILHÕES APESAR DO CUSTO DA ENERGIA
O impacto do custo da energia “foi enorme na Mundotêxtil ao longo de 2022”, mas o apuramento da gestão na frente das exportações permitiu ao grupo antecipar para o final do exercício um volume de negócios “a rondar os 50 milhões de euros”, disse ao T Jornal Ana Vaz Pinheiro, administradora do grupo. “O comeback do mercado dos Estados Unidos” teve importância decisiva.
Com as exportações a sustentarem 99% da faturação, alguns mercados mereceram destaque e Ana Vaz Pinheiro isola, para além dos Estados Unidos, a importância “do crescimento que conseguimos no Reino Unido e em França”. O mercado escandinavo, “com destaque para a Suécia e para a Dinamarca”, também esteve em plano muito positivo. Do outro lado está a Rússia, “onde tínhamos uma operação residual que
desapareceu totalmente”, disse ainda.
O ano de 2022 foi por isso muito desafiante – e 2023 arrisca não vir a ser muito diferente. A alternativa é, por isso, uma gestão rigorosa. E a continuação da aposta na sustentabilidade e na inovação, áreas onde o grupo Mundotêxtil assume uma posição de forte relevo.
É nesse contexto que a Mundotextil se juntou recentemente à Fibernamics para desenvolver o projeto Terry Planet, que pretende criar felpos com base em conceitos de economia circular. Com o mercado cada vez mais apto a absorver produtos inequivocamente inscritos no segmento da sustentabilidade –especialmente no que tem a ver com os países escandinavos – o projeto afigura-se uma poderosa alavanca para um ano que encerra, à partida, grandes incertezas. t
MALHAS PORTUGUESAS EM LÃ MERINO NO THE WOOL LAB DIGITAL
A Woolmark Company, organização que certifica e desenvolve a utilização de lã sustentável, decidiu destacar na sua ferramenta global de sourcing digital as propostas de malhas circulares das empresas portuguesas Modelmalhas, RDD, Tintex e Vilartex, colocando-as assim a par de um conjunto muito restrito de produtores. Os artigos em lã merino das quatro empresas foram selecionados pelos
curadores do The Wool Lab Digital para integrar as coleções e os temas para as coleções de verão de 2024 desenvolvidos pela organização.
Esta ferramenta, disponível gratuitamente no site da marca através de registo e que permite a conexão direta com os fornecedores, apresenta os mais inovadores produtos e processos dedicados à lã. Para o verão de 2024, a Woolmark Company
CAVALINHO ABRE LOJAS NA MAIA E SÃO JOÃO DA MADEIRA
A Cavalinho abriu dois novos postos de venda, na Maia e em S. João da Madeira, reforçando a sua rede de lojas a Norte. Os novos espaços da marca de acessórios de moda, bolsas e calçado estão no MaiaShopping e no Centro Comercial 8.ª Avenida, em São João da Madeira. No início do ano tinham sido também abertos novos pontos de venda no Porto, em Santa Maria da Feira, e em Braga, correspondendo ao propósito de crescimento no mercado doméstico.
GRUPO LASA INSTALA MAIS 2.820 PAINÉIS FOTOVOLTAICOS
Para reforçar a produção sustentável e reduzir a sua dependência energética, o grupo Lasa vai instalar 2.820 novos painéis fotovoltaicos, aumentando para 2,2Mwp a sua capacidade. “Sempre estivemos atentos às mais-valias da geração distribuída de energia renovável. Por isso mesmo, contamos já com uma boa parte da energia gerada a partir dos painéis solares da Greenvolt Next”, diz Silvério Rocha, coordenador dos projetos de energia da Lasa. Com este investimento, a Lasa calcula que serão evitadas 1.070 toneladas de CO2 por ano e reduzir até 15% na faturação elétrica.
propõe-se inspirar o mercado com os temas Endurance –Challenge Yourself; Nostalgia–Vintage Sports; e Biophilic – Reconnection.
A WOOLMARK, nascida em 1957 para se afirmar como uma autoridade global no segmento da lã, e cujo icónico logo é símbolo de qualidade, continua a destacar a lã merino como uma fibra de performance e sustentável por excelência.t
RENDA DE BILROS JUNTA MODATEX E CÂMARA DE PENICHE
Os formandos de Design de Moda da delegação do Modatex Lisboa foram desafiados a participar num projeto em torno da renda de Bilros a convite da Câmara Municipal de Peniche. Os trabalhos serão apresentados em Julho. Os alunos ficaram a conhecer a história das rendas de Bilros, tomaram contacto com exemplos daquela ancestral arte e tiveram oportunidade de perceber como são concebidos. Houve também espaço para colocarem em prática o ponto básico da renda.
17,2%
é o peso médio do comércio online na faturação das empresas portuguesas
GERMAN DESIGN AWARDS: PORTUGUESES ARRECADAM 18 PRÉMIOS
A marca portuguesa Atelier Fusion lançou uma nova coleção em colaboração com a atriz Rita Pereira. ‘By Hyndia’ é o nome da coleção que – ainda que desenhada pela atriz – respeita a linha que tem vindo a ser desenvolvida pela marca feminina vimaranense, que continua a apostar nas parcerias. Depois da colaboração com a influencer Joana Vaz e com a marca portuguesa Marielas, um vestido, dois blazers, uma saia, um top, um par de calças à boca-de-sino e um corpete constituem esta nova coleção exclusiva.
Num conjunto de mais de 4.200 produtos, oriundos de 57 países diferentes, foram 18 os prémios atribuídos ao design português na mais recente edição dos German Design Awards. Dos prémios atribuídos a propostas portuguesas merecem distinção a atribuição do Excellent Product Design à Vista Alegre, do Excellent Communications Design à Logoplaste e à Vista Alegre e do de Excellent Architecture à Joaquim Portela Arquitetos. Os restantes 14 prémios são menções honrosas.
T 10 Janeiro 2023
“Deparamo-nos hoje em dia com custos incontroláveis ao nível energético”
Alexandra Araújo CEO da LMA
t
FUSION LANÇA COLEÇÃO COM RITA
ATELIER
PEREIRA
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11 Janeiro 2023
TENDAS PALCOS ESTRADOS MOBILIÁRIO ACESSÓRIOS
FASHION FORWARD A
Por: Teresa Pereira
Primavera|Verão 24
Acentua-se o conceito global, em que as realidades físicas e virtuais são permutáveis e as cores serão um meio de mudança para aceitar a diferença. A imprescindibilidade de energizar o corpo e a mente, para harmonizar o pensamento e a criatividade, para unir a natureza e a tecnologia com perfeição, com um novo olhar, inovador, original e com modernidade. Os tons de brancos, neutros e tonalidades médias aproximam-se mais de um estilo de vida que procura descanso e equilíbrio. A necessidade de nutrir cores com luminosidade lúdica e calorosa vai ajudar-nos a entrar num mundo de calma e de afeto. Mas a incerteza continua a ser uma força dominante devido às crises económicas, políticas e ambientais em curso, e vai ser necessário um jogo de equilíbrio entre a realidade e o sonho que alimenta a fantasia, para uma visão renovada em parceria com a natureza, como fonte para um novo impulso criativo. t
POLARTEC CRIA NOVO TECIDO, O POWER SHIELD
A Polartec lançou uma nova tecnologia, a Power Shield, que substitui matérias-primas com origem em recursos fósseis e permite criar um tecido à prova de água, resistente ao vento, com respirabilidade, elevada durabilidade e forte componente de elasticidade. Segundo a Milliken & Company, a empresa-mãe da Polartec, esta tecnologia é a mais eficiente e versátil do seu portefólio e a mais recente adição à conversão completa da empresa para alternativas ecológicas em toda a sua gama de têxteis.
VILANOVA COM NOVA LOJA NO ARRÁBIDA SHOPPING
Brancos e tons neutros de fácil coordenação, contemporâneos e expressivos para atualizar looks eficazes e luxuosos
Sombras rosadas que associamos a um sentimento de encantamento e que nos vão envolver em motivos de realidade aumentada e descontraída
Símbolos de empatia e de afeto surgem na cor que nos vincula com as emoções. O vermelho estimulante, emocional, que nos une ao universo
A cadeia portuguesa Vilanova reforçou a sua oferta com a abertura de um novo espaço de venda no Arrábida Shopping. Com cerca de 270 m2, o novo espaço abriu portas no início de dezembro e disponibiliza propostas que aliam o design às últimas tendências de moda. Em cada coleção é apresentada uma variada gama de produtos, desde peças casuais mas também para ocasiões especiais, calçado e acessórios, como malas, bijuteria e ainda várias opções de perfumes.
Um ambiente ousado e quente que nos transmite bem-estar e energia. Laranja equilibrado, que evoca um sentimento reparador e de tranquilidade
Variações cromáticas, dos amarelos, naturais e terrosos, também para interpretações neutras associadas a uma leveza renovada e versátil
Uma envolvência equilibrada para associações com a natureza e tecnologia. O verde para trabalhar em histórias de motivos orgânicos, em paisagens naturais e digitais
SEEDS CONCEPT ESTENDE OFERTA AO SEGMENTO INFANTIL
A essência que irradia o equilíbrio do azul sublime, entre o que é real e sóbrio e o surreal com uma estética frugal
A espiritualidade e o misticismo do lilás, onde se alia a fusão de atmosferas intemporais e versáteis para alcançar estabilidade e serenidade para um bem-estar digital
A Seeds Concept, marca portuguesa de artigos para casa, tem uma nova coleção para criança. A empresa familiar, com fábrica em Santo Tirso, tem-se afirmado dentro e fora de portas como uma alternativa de têxtil-lar sustentável, sobretudo no segmento de roupa de cama. Mantas, colchas jacquard, edredões, lençóis em percale e fronhas de almofada compõem a nova coleção.
T 12 Janeiro 2023
T 13 Janeiro 2023
SECTOR DO LUXO DOMINADO POR APENAS DEZ GRUPOS
As dez maiores empresas de luxo do mun do geraram 56,2% das vendas totais do sector, de acordo com o último relatório da consultora Deloitte, reportando-se aos números de 2021. LVMH, Kering, Estée Lauder, Chanel, L’Oréal, Richemont, Hermès, Chow Tai Fook, Rolex e China National Gold Group Jewellery foram responsáveis por um crescimento de 81% nas vendas anuais.
CORTEFIEL JÁ NÃO ESTÁ SÓ
Na nova campanha outono-inverno da Cortefiel, a marca original criada pelo grupo espanhol Tendam, assume pela primeira vez um caráter de plataforma multimarca, disponibilizando mais de 50 etiquetas: sob o lema ‘A Cortefiel não é só Cortefiel’, disponibiliza um conjunto que vai muito para além do seu próprio universo. Além de marcas do próprio grupo, a Cortefiel conta ainda com outras, como Levis, Vero Moda, Vila, Morgan, Pikolinos ou Tous, cobrindo o segmento de vestuário e calçado de homem e mulher, os segmentos de desporto, cosmética e ainda artigos para o lar.
EXPORTAÇÕESDATINTEX DISPARAMPARA30%DAFATURAÇÃO
A Tintex Textiles vai fechar as contas de 2022 com uma faturação superior aos 11 milhões de euros, à custa principalmente do aumento das exportações – que passaram a pesar 30% no volume de negócios, bem acima dos 20% que foram registados no ano anterior, adiantou ao T o CEO do grupo, Ricardo Silva. Apesar disso, o próximo ano afigura-se cheio de incertezas, o que implica cuidados acrescidos.
“Paralelamente a este aumento, os custos também dispararam”, como tem sucedido em toda a fileira “devido aos custos das energias”, disse Ricardo Silva. As exportações foram, neste contexto, uma forma de gerir o aumento dos custos com o recurso a mercados onde as mais-valias são mais facilmente obtidas.
O mercado externo “comportou-se muito bem, principalmente nos casos da Alemanha e dos Estados Unidos”. Para Ricardo Silva, vale a pena ter em atenção o exemplo dos Estados Unidos: “Os norte-americanos olham para Portugal como um mercado de produção de proximidade”, o que pode revelar-se uma vantagem acrescida para a indústria nacional. O exemplo da Tintex é, a este
nível, evidente.
Mesmo assim, o CEO do grupo não deixa de confessar alguns temores face a 2023: “apesar de alguma estabilização dos preços da energia, continua a haver muita incerteza face à guerra na Ucrânia e à inflação”, afirmou.
De qualquer modo, a Tintex tem a fórmula para rodear todas as incertezas: “diversificar a oferta” e encontrar novos mercados. A prova de que esta estratégia está a ter o sucesso esperado reside no
facto de a empresa ter visto um dos seus tecidos receber o prémio ISPO Textrends Fall/Winter 2024/25, na categoria Outer Layer Selection. O produto é um ‘active double face’, com uma composição 94% Amni Soul Eco poliamida, uma escolha que torna a degradação no fim da vida do tecido mais rápida comparativamente a uma poliamida normal, e 6% Elastano, detalhava na altura a empresa de Vila Nova de Cerveira. t
COELIMA É A ESCOLHA DOS LEITORES DA HOME TEXTILE TODAY
No seguimento da sua nomeação para o ‘Readers Choice’ da revista Home Textile Today, a Coelima by Mabera venceu duas das quatro categorias para que estava proposta: a ‘Best Fashion Top-of-Bed Supplier –Luxury’ e a ‘Best Bedding: Comforter/Duvet Insert Supplier’, sendo a única empresa portuguesa a concurso. Nas duas outras categorias para que estava indicada – a ‘Best Fashion Top-of-Bed Supplier – Better/Best’ e a ‘Best Quilt/Coverlet/Bedspread
Supplier’ – a empresa marcou posição entre os três primeiros classificados e foi designada como “finalista”.
Esta nomeação resultou da apresentação da coleção outono/inverno 23-24 que a Coelima realizou em setembro em Nova Iorque, enquadrada na New York Home Fashion Market Week. A revista Home Textile Today é uma publicação dedicada aos têxteis para o lar, com edição online e em papel.
A revista tem uma rubrica a que
chama ‘Readers Choice’, que passa por uma fase de nomeações na qual os leitores podem nomear empresas do sector. Na sequência da feira nova-iorquina foram nomeadas 51 empresas em várias categorias e as votações decorreram online até dia 21 de outubro.
Para o próximo ano, a Coelima by Mabera, que continuará a comemorar o centenário, vai exibir a sua coleção ‘100th Anniversary Collection’.
VENDAS DA INDITEX ABRANDAM NO TERCEIRO TRIMESTRE
O grupo Inditex registou um crescimento homólogo do volume de negócios da ordem dos 11,1% no final do terceiro trimestre do ano, o que representa uma forte desaceleração não só em relação aos três meses anteriores, mas principalmente na comparação com o primeiro trimestre. Nos três primeiros meses do ano, o grupo registou um crescimento homólogo do volume de negócios de 36,4%, que baixou mais de 50% para os 15,9% de maio a junho. Apesar disso, o grupo enfatiza que o crescimento no terceiro trimestre está bem acima das previsões dos analistas, que apontavam para os 8%.
Nos primeiros nove meses do ano o volume de negócios do grupo foi de 23,055 mil milhões de euros (mais 19% que no mesmo período do ano passado e mais 16,3% face a 2019), com um lucro líquido de 3,1 mil milhões de (mais 24% e mais 13,8% face aos primeiros nove meses de 2019).
Face ao mesmo período de 2021, os gastos operacionais aumentaram 17%, encontrando-se abaixo do crescimento das vendas, e a margem bruta melhorou em 19%, representando agora 58,7% das vendas. Já, o EBITDA melhorou 20% para 6,5 mil milhões. No início do quarto trimestre, entre 1 de novembro e 8 de dezembro, as vendas da Inditex mantiveram o ritmo e cresceram 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. t
T 14 Janeiro 2023
"Vender e depois produzir é o caminho para a indústria da moda, que vai ter que se adaptar"
Luís Oliveira CEO da WonderRaw
t
T 15 Janeiro 2023 0 5 25 75 95 100 Anuncio T Jornal 235x279 mm ER 2019 segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019 10:53:52
"O MODELO CALVI WHOLESALE JÁ ESTÁ A
TER RESULTADOS"
T 16 Janeiro 2023 FOTO: RUI APOLINÁRIO
Miguel Lopes
Aos 55 anos, o administrador da Calvi está na empresa desde os 17. É a segunda geração à frente da confeção, mas conta já com a geração seguinte para o ajudar a dirigir o novo modelo de negócio. Numa empresa estritamente familiar e com várias décadas, há um novo break even em vista (a partir de 2025) que transformará a Calvi numa empresa diametralmente diferente da que é ainda hoje.
O que é que vai mudar?
ENTREVISTA n a
cabo de mais de 50 anos de existência, a Calvi entendeu que está na hora de mudar os azimutes e enveredar por um novo conceito de negócio. Uma alteração estratégica que aumentará as receitas no curto-médio prazos e que promoverá um forte crescimento do número de colaboradores. De algum modo, é também o tempo certo para que a nova geração familiar entre na empresa. A Calvi Wholesale promete ser um novo capítulo da história da empresa familiar.
Como correu o ano de 2022 na Calvi Confeções?
Tendo em conta as subidas dos preços das matérias-primas conjugada com os custos da energia e transportes, poderemos considerar um ano positivo. Tivemos um crescimento de 5% até ao terceiro trimestre, no quarto trimestre não tivemos crescimento. O objetivo dos 11 milhões de euros de faturação foi realizado. A exportação representa 99,9%, para marcas de terceiros, principalmente para o mercado espanhol.
Uma empresa estritamente familiar?
A Calvi sempre foi uma empresa familiar. Desde 2010, somos quatro acionistas: eu, a minha esposa, como acionistas maioritários, e os nossos dois filhos.
O trajeto que fizemos até hoje, mostrou-nos as dificuldades e oportunidades que existem no mercado. Criamos este projeto, Calvi Wholesale, com a missão de oferecer vestuário ético e sustentável para a venda por atacado. Queremos disponibilizar o melhor produto têxtil aos nossos clientes para a sua marca ou negócio. Acreditamos que a nossa grande meta será alcançada em 2025/26. Neste momento estamos numa fase de transição, divulgação e ajustes.
Para terceiros?
É um conceito que assenta na inovação e fomenta o espírito empreendedor pois apoia a criação e crescimento de marcas. Os nossos produtos e serviços estão disponíveis sem quantidades mínimas obrigatórias, permitindo que o empreendedor compre apenas o que necessita e tenha a flexibilidade para testar os seus produtos com os clientes sem correr risco de acumulação de stock e desperdício. O modelo já está a ter resultados. O nosso catálogo já conta com mais de 30 modelos com várias opções de cores e gramagens de malha para homem e mulher. Para além disso, centralizamos todos os serviços que são necessários para desenvolver uma coleção como etiquetagem, estampagem e packaging. Temos como objetivo atingir até 2024 cinco milhões de euros de faturação e 25 milhões em 2030.
Como tem respondido o mercado a este novo modelo?
O modelo de negócio é novo na Europa, é um
Fundada originalmente há 55 anos - na altura com outra designação -, a Calvi está em fase de mudança de paradigma. A pandemia e as atuais condições dos mercados internacionais impuseram o que já se vinha tornando evidente: o modelo tradicional da empresa já não tinha mais por onde evoluir e estava chegado o tempo da mudança. O novo modelo pode designar-se como uma espécie de “chave na mão” para quem quer lançar uma marca no mercado. Na Calvi, os clientes encontrarão em bruto aquilo que, depois de transformado sob as suas regras, será lançado no mercado com o nome, a forma e o conceito que entenderem. É, deste ponto de vista, um modelo universal, que tanto pode servir a uma empresa norte-americana que queira desbravar um nicho de mercado numa região da Argentina, como a um designer espanhol interessado em vender sustentabilidade para as lojas de Copenhaga. Nesse quadro, o ‘passa-palavra’ nas feiras tem sido e continuará a ser um foco da abordagem da Calvi ao mercado potencial. Miguel Lopes sabe que isso exige tempo e paciência (ou dito de outra forma: músculo financeiro) para dar os seus frutos e por isso o business plan determina que entrar em velocidade cruzeiro só se verificará a partir, na melhor das hipóteses, de 2025..
conceito inovador – existem alguns players norte-americanos, que serviram de inspiração. Adaptámos à nossa realidade e acrescentamos valor com os nossos serviços e experiência. É um modelo de negócio que possibilita trabalharmos com vários países e com diferentes tipos de clientes. Por exemplo, para os novos empreendedores que estão no processo de criação de marca própria de vestuário e sentem dificuldades em cumprir com MOQ tradicionalmente exigidas no mercado, criamos ateliês para lhes dar apoio.
A atual estrutura da Calvi – em termos de tecnologia, de trabalhadores – está preparada para isso?
Sim. Para além disso, consoante o crescimento que tivermos, vamos adaptando a estrutura. A par com a estrutura do negócio tradicional que continua em paralelo.
Quantos trabalhadores tem a Calvi?
Temos 135. Contamos, em breve, chegar aos 200 trabalhadores.
Um dos problemas do sector é a falta de mão-de-obra, nomeadamente a especializada. Sente esse problema?
Neste momento, não temos esse problema.
Quer dizer que não acredita no modelo tradicional. Porquê?
Os clientes de produção em série conseguem este tipo de produto mais barato na Ásia. Cada ano que passa, há períodos mais longos sem negócio. Há cinco anos, trabalhávamos 12 meses – de então para cá, todos os anos há
em média uma redução de um mês de produção. Isto quer dizer que o conceito tradicional deixou de ser viável. Temos a alternativa do pronto-moda onde as quantidades são inferiores e com menos tempo de entrega.
Mas a pandemia limitou as compras do Ocidente à Ásia, não é assim? Não houve melhoria desse negócio tradicional?
Não. O primeiro ano pós-pandemia foi, digamos, razoável. No entanto, tivemos uma quebra após esse período, deve-se a crise das matérias-primas e dos custos energéticos.
O novo modelo de negócio obriga a alguns investimentos?
O novo projeto obriga a bastante investimento, desde das instalações, compra de equipamentos de tecnologia de ponta, stock e contratação de funcionários. Para além da aposta na internacionalização, através da presença em feiras internacionais de vestuário. Apesar de sabermos que vivemos num mundo digital, acreditamos que a participação nas feiras, as ações presenciais, é mais eficaz e convertem mais facilmente. Por isso, nesta fase queremos estar presentes em várias feiras e dedicamos uma fatia do orçamento da empresa para estas ações.
Já apresentaram o projeto em algum mercado?
Arrancamos o projeto com presença na edição 59ª do MODTISSIMO com um resultado super interessante. Estivemos em duas feiras em Munique – MFS e ISPO. Em breve, vamos à Première Vision em Paris
T 17 Janeiro 2023
"Os resultados da Calvi ficam na Calvi, investimos em média um milhão por ano"
O meu hobby? Chama-se Calvi!
Não teve de pensar duas vezes sobre os hobbies com que passa o tempo para além da Calvi: “O meu hobby é a Calvi!” Por muito que goste de viajar e de confraternizar com os amigos, a Calvi tem sempre um lugar reservado. Mesmo quando esse lugar é à noite, quando já não há mais ninguém dentro dos edifícios da empresa. Lançada pelo pai, nunca teve outro emprego, nunca o quis ter, nem vai querer. E a única coisa de que Miguel Lopes parece arrepender-se é de não ter avançado nos estudos – mesmo que isso não seja propriamente um problema: “com as minhas contas de merceeiro, sei exatamente o que é a empresa”.
e na Magic Las Vegas. E vamos estar outra vez no MODTISSIMO.
A presença no MODITISSIMO é importante para a internacionalização?
Para nós, foi uma boa estreia. O ponto de partida para esta caminhada. Tivemos visitas de clientes de vários locais da Europa, conseguimos validar o conceito e retirar os primeiros feedbacks da parte dos clientes.
Vão estar em Las Vegas, ou seja, o projeto não é só para a Europa?
Não. No nosso ramo, o made in Portugal é muito valorizado em diferentes partes do mundo.
Como observa genericamente o sector têxtil português?
O têxtil português tem prestígio. Acredito que alguns segmentos possam passar por mais dificuldades, mas são todas ultrapassáveis. Quando acreditamos, ultrapassamos todos os obstáculos.
Que obstáculos prevê para 2023?
Estou confiante em 2023.
Acredito que após o primeiro trimestre de 2023 será um ano muito positivo em relação a 2022. O primeiro trimestre será o seguimento de 2022.
Por norma, as crises no têxtil demoram cerca de meio ano. A partir daí, tudo volta ao normal. Os custos da matéria-prima e da energia têm influência. Por um lado, os custos das matérias-primas têm vindo a baixar, no entanto, o custo energético está muito elevado.
Acredita que o custo das matérias-primas vai continuar a descer?
Os preços estão em baixa e creio que vão continuar a descer porque não há procura. Acho que os valores não ficarão iguais aos praticados antes da pandemia, mas a tendência é voltarem à normalidade.
Que mercados europeus estão capazes de abraçar um projeto do género que a Calvi está a apresentar?
Ainda não temos dados concretos para uma análise correta, mas estou convencido que todos os mercados têm interesse. Temos clientes na Colômbia que já solicitaram repetições de encomendas. Por isso, é sinal de que o projeto funciona e serve para todo o lado.
Já estiveram em feiras na América do Sul?
Ainda não, mas o conceito já lá chegou – devido ao MODTISSIMO.
Existe com certeza um foco na sustentabilidade?
A sustentabilidade está no centro da nossa cultura empresarial. Estamos empenhados em melhorar continuadamente a forma como criamos e operamos, desde do algodão passando pela forma como gerimos os nossos resíduos. Calvi Wholesale só trabalhará com matérias-primas sustentáveis, à base do algodão orgânico. Para os produtos do Wholesale
recorremos a duas qualidades de matéria-prima: 100% algodão orgânico e 50% algodão orgânico |50% polyester reciclado.
Pandemia primeiro, inflação a seguir. Como é que o Estado respondeu às necessidades do sector têxtil?
Na prática, o Estado tanto está presente como não está. Dizer as coisas é fácil, mas na prática é um pouco mais difícil. Vou dar o exemplo da linha crédito Covid Exportadores, onde prometiam uma conversão de 20% em fundo perdido e incentivos à manutenção de postos de trabalho durante a pandemia – ainda hoje estou à espera do pagamento dos 20% a fundo perdido do financiamento. A nossa política é: Os resultados da Calvi ficam na Calvi, onde aplicamos 80% em investimento e 20% para reforço da tesouraria. A nossa política de investimento passa por nunca ultrapassar os resultados do ano anterior. Em média, investimos um milhão de euros por ano. t
As perguntas de
Considerando os aumentos da energia, matérias-primas e dos custos de pessoal, o têxtil português corre o risco de perder competitividade?
O negócio tradicional (produção em escala) vai com certeza perder competitividade, A produção no pronto-moda não creio que vá sair penalizada, dado que temos mais-valias que os outros não têm.
Considera a digitalização um fator fundamental para o futuro da indústria têxtil portuguesa?
Fundamental seja qual for a indústria, seja qual for o negócio. Todos sabemos que tudo vai no sentido da digitalização. t
Como conseguiu adaptar a empresa a um mercado diferente, com maior diversificação e valor acrescentado, face ao mercado de grandes grupos que foi a base do vosso trabalho?
A base é a Calvi ser uma empresa sólida, com meios para suportar os investimentos necessários. Se assim não fosse, muito dificilmente podíamos mudar o chip da empresa. Temos um suporte financeiro para aguentar esta transição. Sem isto era muito difícil criar este novo modelo de negócio.
Quais os maiores desafios que sentiu ao lançar uma marca e um conceito inovador a partir de Portugal? Criar uma marca com os nossos conhecimentos é fácil, o maior desafio é montar a estrutura necessária para o negócio a funcionar. t
T 18 Janeiro 2023
Catarina Lopes Commercial Department Calvi
Álvaro Cunha CEO Adilevel Têxteis Ldª
"Arrancamos o projeto [Calvi Wholesale] no MODTISSIMO com um resultado super interessante"
T 19 Janeiro 2023
DE PORTA ABERTA
Por: Bebiana Rocha
Village by Boa Hotel
Produtos Vestuário, acessórios, joalharia, decoração, cerâmica e lifestyle Origem Marcas sustentáveis e criadores portugueses Público-alvo A oferta abrange todas as faixas etárias Abertura Dezembro de 2022
FARFETCH APRESENTA NOVO PLANO DE CRESCIMENTO
A Farfetch apresentou um novo plano de crescimento que visa atingir um valor bruto de merchandising (vendas geradas na sua plataforma) de cinco mil milhões de dólares em 2023 e de dez mil milhões em 2025. O plano conta com colaborações de operadoras de moda e obrigará a um investimento de 170 milhões de dólares. As operadoras de moda consideradas na estratégia da Farfetch são a Reebok, Richemont, Neiman Marcus, a Bergdorf Goodman, a Ferragamo e a Yoox-Net-a-Porter.
Marita Moreno leva sustentabilidade e arte ao Bonjardim
A marca Marita Moreno está agora instalada no centro do Porto, com uma Concept Store no Village by Boa Hotel. Num espaço decorado a dedo pela Eusébio & Rodrigues, onde junta sustentabilidade made in Portugal sob a forma de diferentes produtos.
“Tinha um desejo antigo de vir para a Baixa do Porto, estivemos na WOW e ao fim de um ano saímos. Apresentamos o projeto ao hotel, com uma curadoria alargada de marcas sustentáveis e criadores portugueses com espaço para exposições, e gostaram”, começa por contextualizar Marita Setas Ferro, co-curadora do espaço (juntamente com Virgínia França da CRU), designer e fundadora da marca Marita Moreno.
Além dos acessórios e calçado da designer, encontramos neste espaço também joalharia, acessórios, vestuário e ilustrações de marcas como Avasan, Carla Pontes, Haik, Carolina Sobral, Elementum, Mirakaya, Carla Matos, Cork Life Style by Sedacor, Socks Affairs, The Captain Socks ou Fios Jardins Suspensos. Ao todo são 22 os nomes apresentados.
“Alguns vieram connosco do WOW, outros são conhecidos por integrarem a Associação Between Parallels. Temos ainda aqui na loja marcas novas e exclusivas, como as máscaras do Fernando Moreira, ilustrações de Carolina Eusébio ou as meias da Curator”, exemplifica, afirmando que o objetivo é “agregar mais produto e afinar a oferta ao tipo de cliente”.
À entrada estão novidades misturadas com best sellers, entre eles o modelo de bota Michone e a mala Shell, da Marita Moreno. À medida que se caminha pela loja encontram-se em pequenas vitrines os acessórios; charriots com peças de roupa que vão dos kimonos às t-shirts, passando por casacos em burel e calças. Mais ao
fundo estão as meias, ilustrações e um espaço que será dedicado a exposições e workshops. “Este mês vamos ter dois workshops, um sobre kokedamas e outro de ilustração, o que vai proporcionar ainda mais dinâmica aqui no espaço”, comenta Marita. De momento encontra-se uma exposição de cerâmica da autoria de José Ramos.
Desde a abertura têm passado pelo espaço todo o tipo de compradores, tanto nacionais como turistas, das mais variadas faixas etárias, o que se revelou uma boa surpresa: “A localização é interessante porque é central e não há nenhuma loja do género por perto. Temos pessoas que trabalham nos prédios aqui à volta e que começavam a vir cá, lojistas. Tivemos inclusive uma coreana que nos queria levar tudo”, conta entre risos Marita Serras Ferro.
“Como a sede do Inatel está aqui ao lado, temos muitas senhoras entre os 60 e 70 que vêm às aulas de escultura e aguarela e vêm cá comprar, sobretudo vestidos e capas. Temos também jovens de 30 anos que gostam das botas e das meias. Contamos ainda com parte de homem com a marca We The Knot e com os meus casacos feitos em Burel e uma linha de sapatos numerada”, explica.
Quem visitar a Marita Moreno Concept Store nos próximos meses pode encontrar por exemplo novos modelos da bota Michone, uma nova linha de sneakers em burel e um retorno da linha Dali. “O que é engraçado aqui não são as marcas, é a forma diferente como mostramos a sustentabilidade e arte, que se pode manifestar através de plantas, esculturas têxteis, colares ou fotografias”, conclui Marita, certa de que “a loja de rua funciona, desde que tenha produtos diferenciadores em relação aos shoppings”. t
João Almeida Administrador da
RE.LOVE DE VOLTA NO VILA DO CONDE OUTLET E FREEPORT
Regressado ao Vila do Conde Fashion Outlet no início de Dezembro, o projeto Re.Love voltou também ao Freeport Lisboa Fashion Outlet. Com roupa, calçado e acessórios sustentáveis de marcas reconhecidas como Louis Vuitton, Chanel, Prada ou Valentino, o objetivo passa por sensibilizar os compradores para a compra de roupa em segunda-mão, sendo que os visitantes podem ainda deixar artigos que estejam em bom estado e que já não usem para serem revendidos
SWEETPEPPER LANÇA A SUA SEGUNDA COLEÇÃO
Depois da apresentação da primeira coleção em julho de 2022, a Sweetpepper acaba de lançar a segunda, desta vez uma coleção cápsula com a qual pretende desbravar o primeiro mercado internacional: a Espanha. Chama-se Semear e as peças assumem sempre um carácter versátil”. “Não sou da opinião que se deva comprar um vestido ou qualquer outra peça para usar uma única vez”, diz Sandra Pimenta, diretora criativa da marca.
9,6%
PROJETO SERRA HOMENAGEIA OS OFÍCIOS DA MONTANHA
A nova coleção do Projeto Serra volta a recolher inspiração das serras portuguesas e honra os artesãos e artifícios ancestrais. Aire, Marão, Serra de Monchique e Serra da Gardunha servem de mote para a criação de quatro novas camisolas da marca de outwear. Em homenagem às tecedeiras da Serra de Aire o projeto criou uma camisola de malha azul marinho; para o Marão, o tributo é prestado aos tanoeiros; o Casaco Monchique dá ênfase ao trabalho do marceneiro; o pastor da Serra da Gardunha inspirou uma camisola feita em malha sherpa reciclada, com bolso lateral.
T 20 Janeiro 2023
Marita Moreno Concept Store
R. do Bonjardim 545 4000-125 Porto
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foi a inflação registada em dezembro em Portugal
"Cerca de 10% do volume da faturação já é obtido com artigos sustentáveis e reciclados"
JF Almeida
T 21 Janeiro 2023
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O MEU PRODUTO
Por: Bebiana Rocha
Smart Roofs System
Desenvolvido pela Saint-Gobain Portugal (Weber), Têxteis Penedo, ITECONS, CITEVE e CeNTI
O que é? Membrana de impermeabilização à base de água para aplicação na cobertura dos edifícios Principal contributo Mitigar o risco de fissuras nos telhados e consequentes infiltrações Estado do projeto Em fase de aplicação em ambiente real
Têxteis que ajudam a impermeabilizar telhados
A Saint-Gobain Portugal (Weber), em parceria com a Têxteis Penedo, ITECONS (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade), CITEVE e CeNTI, está a desenvolver um sistema avançado de impermeabilização para coberturas com capacidade de refletância térmica. O projeto Smart Roofs System (SRS) materializa-se num compósito que se destina a ser aplicado nas coberturas dos edifícios.
“O resultado da investigação foi uma nova membrana aquosa de base polimérica reforçada com substrato têxtil inteligente e sensorização de humidade acoplada e aquecimento ativo”, conta Augusta Silva, a Innovation Manager em textile print e coating do CITEVE, que tratou da investigação e identificação das fibras com potencial de aplicação, na construção da estrutura têxtil e nos ensaios de resistência.
O objetivo é otimizar a membrana de impermeabilização usada nos edifícios, de base solvente orgânico, para uma alternativa mais amiga do ambiente e mais resistente a fissuras. “A membrana polimérica SRS à base de água tem um menor impacto ambiental, emite menos CO2 e compostos orgânicos voláteis (redução de 80%) quando comparada com as membranas de base solvente orgânico”, explica Augusta Silva.
A Saint-Gobain Portugal (Weber) foi a responsável pela otimização desta membrana: “existiu o desafio de fazer uma membrana de base aquosa sem prejudicar o efeito de secagem. A solução a que chegámos seca em tempo útil e tem um desempenho acima das alternativas do mercado. Num dia normal, temperatura ambiente de 21oC, o compósito leva cerca de duas horas a secar, permitindo mais do que uma aplicação por dia. Em conjugação com o têxtil, que é mais aberto, chegamos a um resultado que nos deixa bastante satisfeitos, espera-se colocar no mercado no próximo ano”, diz Luís Silva, diretor de investigação e desenvolvimento do grupo Saint-Gobain na área de colagem.
“Conseguimos desenvolver um protótipo validado que combina uma membrana líquida de base aquosa de impermeabilização com uma estrutura têxtil (tecido jacquard) em poliéster reciclado que evita a fissuração da membrana e adiciona resistência física, química e mecânica bidirecional, cerca de três vezes mais resistência ao rasgo do que as soluções de mercado)”, detalha Augusta Silva.
“Foi um desafio para a Têxteis Penedo porque os requisitos e as funcionalidades pedidas pela aplicação da Saint-Gobain são totalmente diferentes num tecido jacquard tradicional”, começa por contar Sandra Ventura, R&D Director da têxtil de Guimarães.
“Neste projeto foram pedidas funcionalidades como
facilidade de aplicação em obra, fácil secagem, resistência e durabilidade com variações de temperatura. Toda a estrutura foi estudada de raiz, desde a fibra, sendo o mais sustentável possível, os fios e a estrutura jacquard foi minuciosamente desenvolvida. A introdução dos sensores capazes de monitorizar, por exemplo o tempo de secagem, foi também um desafio, embora não seja um conceito novo para a Têxteis Penedo”, resume Sandra Ventura. A ativação destes fios de aquecimento pode ser feita através de app e a longo prazo a app pode servir para monitorizar o estado do telhado, prevenindo infiltrações. “O sensor de humidade incorporado permite detetar futuras infiltrações, caso isso aconteça a app emite um sinal de aviso”, explica Augusta Silva.
A nova solução inclui ainda propriedades de reflexão de infravermelhos, dando um maior conforto térmico ao edifício. “A membrana tem a capacidade de refletir os raios solares para diminuir a absorção de calor no material e melhorar o desempenho técnico”, explica Juliana Soares, Project Management Officer do CeNTI. “O papel do CeNTI no projeto visa a investigação e desenvolvimento da membrana de impermeabilização, para além disso temos a nosso cargo o desenvolvimento e integração da eletrónica para aquecimento ativo e deteção da temperatura e humidade de forma a promover a cura ativa e prevenir a fissuração da argamassa” resume Juliana Soares. O ITECONS atuou nos ensaios de validação para a área da construção.
O projeto tem data de conclusão prevista para junho deste ano, sendo o próximo passo a aplicação do produto em ambiente real na zona de Carregado, em Alenquer. O Smart Roofs System já foi apresentado ao público na edição 60 do Modtissimo e na Techtextil 2022. Este é um projeto cofinanciado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020. t
MANGO APROFUNDA A SUA ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILIDADE
Dá pelo nome de ‘Sustainable Vision 2030’ a renovada estratégia da Mango para as áreas ambiental e social que irá balizar a atividade da empresa nos próximos sete anos. O uso de materiais com menor impacto ambiental e que incorporam critérios do modelo circular estão no topo da agenda. O objetivo é que o modelo circular predomine no desenho dos produtos e que 100% das fibras usadas nas coleções sejam de origem sustentável ou recicladas.
LECTRA COMPRA EMPRESA NOS PAÍSES BAIXOS
Lectra, a empresa francesa especialista em equipamentos para a indústria têxtil e do vestuário, acaba de adquirir a maioria das ações da TextileGenesis, empresa dos Países Baixos que oferece às marcas uma plataforma segura de rastreamento de materiais sustentáveis. Redorde-se que a Lectra já adquiriu empresas como a Gerber Technology, a Neteven e a Gemini CAD Systems.
MARKETPLACES DA ÍNDIA TRIPLICAM EM CINCO ANOS
Sendo o segundo maior produtor e exportador mundial de têxteis e vestuário, a Índia abriga também, atualmente, a terceira maior base de consumidores de moda online do mundo. A consultora Bain & Company prevê que este mercado triplique nos próximos cinco anos. A pesquisa da Bain & Company e da Accel revela que os mercados da Índia atingirão 350 mil milhões de dólares em valor bruto de merchandising e contribuirão com mais de 5% para o PIB.
ano em que a TMG Automotive quer chegar à neutralidade carbónica
MCDONALDS FINLÂNDIA AVENTURA-SE NA ALTA COSTURA
As fardas dos funcionários do McDonalds da Finlândia serviram de base à colaboração com o designer Jim Vain, que resultou na produ ção de 27 peças dignas dos desfiles de alta costura e que incorporam cores, padrões e detalhes da indumentária usada pela cadeia norte-americana. Vestidos esvoaçantes, hoodies slouchy e minissaias, são alguns exemplos das criações arrojadas da marca Vain, com sede em Helsínquia. A coleção usa e abusa também do logo da McDonalds e da paleta de cores amarela e vermelha, que mistura com cinzentos e pretos.
T 22 Janeiro 2023
"Os nossos clientes estão tão interessados quanto nós nos produtos que estamos a construir"
António Rocha
CTO da Smartex
2039
EMERGENTE M
Rita Domingues Fundadora da Bootani Kids
Família Marido (Diogo) e os dois filhos (Leonor, 5 anos, e Mateus, 3), alargada ainda a Gandi e Jasmim, os dois gatos (“grandes, dos bosques da Noruega”)
Casa T3 em Nogueira, Braga Carro É um SUV, Peugeot 3008 Formação Marketing e Publicidade, na Escola Superior de Comunicação Social (Lisboa) Portátil Lenovo Telemóvel iPhone14 Hobbies Pilates e os passeios de bicicleta em família (vão os quatro) Férias Praia no Algarve “é sempre certo” Regra de ouro Distância das tecnologias (“só para trabalho”)
Quando o amor por crianças se junta à paixão pela natureza
Para quem adora crianças e tem família na têxtil, a moda infantil pode parecer o mundo perfeito. Mas o certo é que nem sempre as coisas são aquilo que parecem, e Rita confirma-o. “O meu sonho era ser educadora de infância”, mas na hora de escolher o curso o pai lá a convenceu a optar por marketing e publicidade, por poder oferecer uma escolha mais ampla, que não lhe afunilava o futuro.
Com longa experiência como diretor comercial na ATB – Acabamentos Têxteis de Barcelos, o pai lá a soube encaminhar para o universo das malhas e tecidos, onde depressa acumulou currículo. Ao estágio em empresas como Somelos e Fiação da Graça, seguiu-se o trabalho comercial na Etevimol – Empresa Têxtil de Vilar do Monte e na ATB, para cujo universo conquistou até a Zara Kids.
Era a atração pelo universo infantil. “Não fazia clientes do segmento criança, apenas mulher e homem, e foi o gosto pelas crianças que me levou até à Zara Kids, que acabei por trazer para o portfólio da ATB”, conta, para resumir uma década de percurso profissional que a levou a questionar-se quando o lay-off da pandemia a colocou em casa com as suas crianças.
“Comecei a magicar que gostava de ter um projeto meu, que para se libertarem das tecnologias as crianças precisam de conviver ao ar livre e para isso têm que ter roupas práticas, duráveis e resistentes às lavagens”, ou seja, estava lançado o conceito para a Bootani Kids, que juntava as crianças e a natureza e que acabou por se tornar realidade ainda antes do final do período pandémico. Avançou com uma parceira – hoje tem uma equipa com cinco pessoas –, desenha as coleções, e frisa que são 100% fabricadas em Portugal, num raio de 40km à volta de Braga. “Descobri que os clientes valorizam muito isso, não só pela questão da pegada ambiental mas também pelo prestígio do nosso cluster têxtil”, conta, acrescentando ter descoberto também que não se pode bastar com o e-commerce
“Pensava apenas no online, mas já conclui que para crescer e evoluir é preciso também a presença física”, e por isso foi em julho à Playtime – “a coleção da Bootani já está numa loja em Paris e noutra em Milão” - onde pensa voltar este ano, tal como estar noutra feira em Nova Iorque e na CIFF, na Dinamarca. Além disso, os planos passam por ter quatro lojas em Portugal, em Braga, Porto, Gaia e Lisboa.
A par dos projetos de crescimento e afirmação da Bootani, aos 30 anos Rita diz que “o sonho de educadora de infância ainda não morreu”. Pelo menos à sua maneira. Na juventude, como além do irmão mais velho os pais não correspondiam aos pedidos de irmãos mais novos, fez-se voluntária na Creche de Santa Maria de Lamaçães. Uma paixão que ainda hoje mantém, com responsabilidades na direção do colégio, ao mesmo tempo que tem a ambição de ter mais dois filhos.
“Com quatro já posso ser educadora em casa”, conclui a empreendedora que em jovem “jogava ténis e fazia surf em Ofir”, e foi “sempre muito calma e tranquila” durante o período escolar em Braga, no Conservatório Calouste Gulbenkien e na Secundária D. Maria II. t
T 23 Janeiro 2023
MUNDO VERDE a 10
MILHÕES é o investimento da JF Almeida na produção de energia verde
JF ALMEIDA CERTIFICA TODA A CADEIA DE FORNECIMENTO
A JF Almeida conta com uma nova certificação no seu portefólio: a Fairtrade (FLO ID 32963), que certifica toda a cadeia de fornecimento desde o cultivo até ao produto embalado, passando por todas as fases de produção. O selo assegura também que a produção é justa tanto para o ambiente como para os colaboradores envolvidos, além de cerificar que o produto é totalmente rastreável ao longo de toda a cadeia de valor.
“Sai reforçado o nosso compromisso com a prática de negócios sustentáveis junto de clientes, fornecedores, consumidores e o público em geral, cumprindo com os padrões sociais, económicos e ambientais definidos pela Fairtrade Internacional”, avança a empresa de têxteis-lar de Moreira de Cónegos na sua newsletter.
Recorde-se que a empre -
sa tem já um vasto número de certificações de sustentabilidade e qualidade, entre elas SGS, GRS, Better Cotton, European Flax, Oeko-tex.
O grupo tem vindo a investir com determinação nas áreas que permitem transformar a produção no sentido da sustentabilidade e da conformidade com
TWINTEX COM CERTIFICAÇÕES DE RÓTULOS ECOLÓGICOS
Em concordância com a política ‘Empresa Pioneira em Sustentabilidade’, uma iniciativa global da ‘The Fashion Pact’, a Twintex garante certificações de rótulos ecológicos que vão ao encontro dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Com selos de produção Global Organic Textile Standard (GOTS – produtos não tóxicos e biológicos), Organic Content Standard (OCS – produtos biológicos), Responsible Wool Standard (RWS – lã 100% certificada que protege as ovelhas) e Global Recycle Standard (GRS – produtos de material reciclado), a empresa familiar do Fundão que exporta a 100% reforça as garantias de uma oferta têxtil mais abrangente e sustentável.
práticas ambientais mais exigentes. Assim, a meio do ano, a JF Almeida investiu 10 milhões de euros em energia verde, mais concretamente na aquisição de novos painéis solares e numa caldeira a biomassa, alimentada não só a madeira mas também com desperdícios de cotão que sai dos tecidos que utiliza. t
PARFOIS FOCA-SE NA REDUÇÃO
DA PEGADA AMBIENTAL
Be Earth é o novo programa da marca portuguesa Parfois, que tem como objetivo reduzir a pegada ambiental e aumentar o impacto social positivo, responsável e transparente, e servirá de base para a agenda ambiental para a temporada 2023-2024. O programa define metas que envolvem toda a organização, desde fornece -
dores a trabalhadores, mas também os clientes.
Utilizar mais fontes verdes como energia para as lojas, sedes e armazéns – eliminando grande parte das emissões CO2 –, atingir os 90% de reciclagem e incluir um programa de certificação de sustentabilidade no âmbito das cadeias de fornecedores, são os três principais
ZARA DESENVOLVE COLEÇÃO COM
objetivos.
Uma das metas já alcançadas em 2022 foi a redução significativa da utilização de plásticos em embalagens de entrega aos clientes. A marca, que opera a partir do Porto e tem equipa de design em Barcelona, encara a transição energética e a gestão de recursos como fator crucial. t
Em parceria com a americana Evrnu, a Zara lançou já uma coleção cápsula feita a partir da nova fibra Nucycl Lyocell, que resulta da recuperação de resíduos têxteis. É através da tecnologia Nucycl que resíduos algodão pré e pós consumo são transformados numa pasta celulósica que dá origem aos tecidos. Duas camisas em branco e verde e umas calças fazem parte das novidades deste lançamento que representa um passo em frente no propósito da Inditex de se tornar circular e sustentávél.
T
"O grande desafio da reciclagem é o pós-consumo "
24 Janeiro 2023
Miguel Silva Administrador da Sasia
"Os nossos produtos são cada vez mais funcionais e mais sustentáveis"
Paulo Neves CEO da Coltec
BASE EM RESÍDUOS
TÊXTEIS
GREEN THE
T 25 Janeiro 2023
FROM PORTUGAL
Cofinanciado por Co-financed by
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
Por: Maria
BMonteiro
Bfresh Oporto Collection
Rua dos Castelos 96 4250-115 Porto
O que faz? Especialista em alojamento local e organização de eventos O que é? Conceito original de hotelaria que se distingue pelos diversos tipos de alojamento e variedade de serviços Espaço: 17 quartos com uma área exterior de 2400 m2 Equipa 13 colaboradores Preço médio 80 a 140 euros
PRIMARK DIVULGA RELATÓRIO DE PROGRESSO SUSTENTÁVEL
A Primark divulgou os primeiros resultados da sua estratégia de sustentabilidade, que reuniu num Relatório de Progresso sobre Ética e Sustentabilidade. Entre as evoluções registadas, a marca destaca o facto de atualmente 45% de toda a sua roupa conter materiais reciclados ou de origem sustentável, comparativamente aos 25% registados há um ano. O relatório menciona ainda que 40% de todas as peças de roupa de algodão vendidas continham algodão reciclado, orgânico ou proveniente do Programa de Algodão Sustentável.
Um conceito mais fresco de alojamento
Com unidades de alojamento turístico, apartamentos suites e hotéis, para o grupo Oporto Collection a pandemia foi um desafio inesperado, mas agora, com uma guerra, a inflação e a crise política, pouco a pouco tudo se vai tornando numa nova normalidade. A mais recente abertura, o Bfresh Hotel, representa um conceito original de hotelaria que se distingue pelos diversos tipos de alojamento e variedade de serviços disponíveis.
A par dos quartos multifuncionais, dispõe ainda de diversas áreas comuns como o espaço gourmet, espaço lounge, amplos pátios exteriores, áreas de jardim, piscina exterior e um campo de padel. José Reina, diretor geral de operações, fala num esforço muito grande para acompanhar as incertezas constantes “muita imaginação na procura de outros segmentos de mercado, nomeadamente, os nómadas digitais e o cliente empresarial”.
Como o próprio nome indica, o Bfresh é um conceito fresco, pequeno, com 17 quartos, que está vocacionado para estadias de média e curta duração, que oferece áreas de trabalho, como sala de reuniões, um business center e uma área lounge. “É esta gama de serviços que mais nenhum hotel oferece, principalmente hotéis de quatro estrelas”, aponta o diretor geral.
Além disso, tem quartos que estão preparados
com kitchnet (sem fogão), para o cliente que prefira usufruir do serviço de takeaway ou então desfrutar do pequeno-almoço do hotel e ainda de um miminho que é o alldaysnack: “uma mesa que temos preparada todos os dias, com fruta, bolo caseiro, diversos tipos de pastelaria, sandes, chá, sumos, onde oferecemos um lanche aos nossos clientes”, explica José Reina.
“Somos um hotel pequeno, mas temos uma infraestrutura capaz de receber entre 50 a 60 pessoas. Temos empresas que nos alugam semanalmente o campo de padel e além disso utilizam os restantes espaços”, conta José Reina. Também a localização - que o coloca a 600m da Casa da Música – se torna atrativa tanto para o setor empresarial. “Recebemos muitos estrangeiros, que veem visitar as fábricas e feiras para negociar com o sector têxtil, o que se torna muito vantajoso para nós pela nossa localização e proximidade da VCI”, conta.
Mas o grupo quer ir ainda mais longe na diferenciação. “Estamos a criar uma empresa, que estará funcional já em abril, especializada em tours que não se limita ao Douro, porque o norte do país não é só Douro”, antecipa José Reina, explicando que o grupo está também a expandir a atividade para outro segmento, que são os aparthotéis. As próximas aberturas são na Rua Santa Catarina e outro em Vila Nova de Gaia. t
Ana Paula Dinis Diretora executiva da ATP
CRISTÊXTIL, ETFOR, SAMPEDRO E SAMIDEL DISTINGUIDAS PELO IAPMEI
Cristêxtil Confeções, Etfor, Samidel Confeções e Sampedro foram as empresas do sector têxtil e vestuário que integraram a restrita lista que o IAPMEI distinguiu no âmbito do estatuto Excelência 2021, por si atribuído, e que juntou 3.881 empresas de todos os sectores de atividade. Na categoria ‘Mais Exportação’, foram destacadas a vimaranense Cristêxtil, especializada em jerseys, e a Etfor, empresa de Esposende especializada em knitwear. Orientada para o fabrico de vestuário, a Samidel Confeções foi distinguida na categoria ‘Mais Crescimento’, enquanto a têxtil-lar Sampedro integrou a categoria ‘Longevidade’, destinada a distinguir “empresas com estatuto PME Excelência com mais anos de longevidade”.
3 milhões
foi o investimento da FORteams Lab em maquinaria nos últimos 5 anos
COINDU OLHA TAMBÉM PARA O SEGMENTO MODA
Orientada para a indústria automóvel, a Coindu, uma das maiores exportadoras têxteis portuguesas, volta-se agora também para a área da moda com a criação de uma nova loja física. Chama-se Coindu Fashion Outlet Store, fica em Vermoim, Famalicão, e está aberta ao público em geral. A empresa comprou em 2019 a marca alemã de malas Bree , cuja produção é feita Famalicão. “Os produtos Bree são inspirados na natureza, respeitando o consumo de recursos sustentado e consciente, com base em materiais de alta qualidade”, avança a Coindu, confiando “que a marca Bree será uma alavanca que proporcionará à empresa afirmar-se também como produtora no ramo fashion”.
T 26 Janeiro 2023
" Espanha é o principal destino das exportações de têxteis e vestuário portuguesas "
OPINIÃO
A ATP APRESENTA PREOCUPAÇÕES DO SECTOR DO GOVERNO
Mário Jorge Machado Presidente da Direção da ATP
A ATP foi recebida recentemente pelo senhor Secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, a quem endereçou um conjunto de preocupações, sem deixar também de evidenciar que este é um sector importante na economia nacional, que Portugal é um dos principais players no contexto europeu, que esta é uma indústria que tem um passado, mas tem igualmente um futuro, sobretudo se soubermos aproveitar bem as oportunidades e os diferentes desafios que temos pela frente e se as políticas públicas e a administração pública estiverem, de facto, ao serviço da economia e das empresas.
Partilhámos com o Secretário de Estado que a estratégia de sustentabilidade e circularidade imposta aos têxteis por Bruxelas e as medidas que estão a ser discutidas no seu âmbito, em particular o passaporte digital, poderão ser uma oportunidade para, desde logo, conseguir o objetivo primário de um negócio mais amigo do ambiente, mas sobretudo para que as empresas que têm vindo a apostar fortemente nestas prioridades consigam um maior retorno desse investimento em termos de resultados comerciais e financeiros.
Isto desde que, de facto, se consiga maior transparência na informação veiculada, informação que ajude realmente os consumidores a tomarem decisões conscientes e baseadas em informações verdadeiras e comparáveis e sobretudo se imponha um maior controlo aos produtos vendidos no espaço comunitário.
Embora o ano de 2022, segundo as estimativas da ATP, tenha terminado com mais um recorde nas exportações do sector, ultrapassando os 6 mil milhões de euros, todos sabemos que isso nem sempre se traduz em resultados líquidos positivos. E, efetivamente, 2022, para muitas empresas do nosso sector, foi dramático em termos de resultados operacionais e financeiros, com uma luta sem precedentes imposta pela crise energética a que se veio juntar uma contração no consumo e na procura, em consequência de uma subida generalizada dos preços e das taxas de juro e de um crescimento do nível de incerteza e de uma possível recessão.
A ATP aproveitou este momento para, entre outros, reclamar por medidas de apoio mais céleres e mais eficazes, dando nota que será essencial o Governo adotar
medidas adicionais para fazer face à quebra na atividade que se vive neste sector e que se prevê continuar nos próximos meses, bem como acelerar a implementação das já anunciadas. Entre a discussão, a aprovação e a implementação temos sempre um período demasiado longo, que, nalguns casos, pode ser fatal. E temos uma entropia do sistema que não serve as necessidades das empresas e da economia que funciona num ritmo muito diferente.
Partilhámos ainda várias preocupações relacionadas com o financiamento e com os programas comunitários de apoio, entre atrasos incompreensíveis no encerramento de projetos e pagamento de saldos finais, arranque tardio do Portugal 2030, atrasos nas respostas às candidaturas a medidas essenciais para as empresas deste sector, como, por exemplo, na descarbonização da indústria, a importância dos programas de apoio à internacionalização e a possibilidade de várias ações de internacionalização ficarem comprometidas se as calls não vierem no tempo certo.
Ainda no campo do financiamento, não deixámos de manifestar a necessidade de o Banco Português de Fomento ser muito mais ativo e um promotor do financiamento das empresas, sobretudo quando estamos a assistir a uma prática muito defensiva por parte da banca privada.
Entre as medidas necessárias, voltámos a apelar à importância de termos um regime de lay-off mais flexível, eventualmente simplificado, mas sobretudo mais célere, entre a tomada de decisão e a sua aplicação prática, para benefício de empresas, mas sobretudo de trabalhadores e da economia.
Ainda no campo laboral, expressámos a nossa preocupação com as medidas que têm vindo a ser implementadas no Código de Trabalho, tornando a nossa lei ainda mais rígida e pondo em causa a competitividade das empresas.
As preocupações manifestadas pela ATP foram reforçadas pelos vários empresários que estiveram na Heimtextil, no âmbito da visita feita pelo Secretário de Estado da Economia a esta feira, a convite da ATP e da Anit-Lar, lembrando que os têxteis-lar são um dos subsectores mais impactados com a crise energética e com a estagnação do consumo. t
T 27 Janeiro 2023
A MULTIDISCIPLINARIDADE DA INDÚSTRIA TÊXTIL
Crescida na região do Vale do Ave, uma zona fortemente marcada pela indústria têxtil, e com alguns familiares a trabalharem nela, sempre me lembro da associação deste sector ao cariz tradicional e familiar, à mão-de-obra maioritariamente não especializada. Com a crescente pressão dos mercados, sobretudo a forte concorrência de países onde a mão-de-obra é mais barata, a têxtil viu-se obrigada a alterar o seu paradigma de forma a diferenciar-se dos demais concorrentes.
A evolução em áreas como a Química, a Nanotecnologia, a Engenharia de Materiais (em particular dos materiais compósitos), entre outras, permitiu o desenvolvimento de estruturas têxteis de elevada tecnicidade, altamente resistentes a todas as condicionantes do seu ciclo de vida e, ao mesmo tempo, confortáveis e leves. Com isto, foi possível atingir mercados de maior valor acrescentado e ampliar as áreas de aplicação dos têxteis para sectores como a proteção individual, transportes, construção civil, agricultura, entre outros.
Mais recentemente, e motivada pelas diretrizes para a transição energética e digital, a indústria têxtil nacional tem-se reinventado no sentido de introduzir produtos altamente diferenciadores utilizando tecnologias mais limpas e com menores consumos de recursos de origem fóssil. Ao mesmo tempo, tem dado importantes passos no sentido da sua digitalização, como é o caso da utilização de modelos virtuais e tecnologias de simulação para desenvolver novos produtos e processos, a sensorização e automação de determinados processos, entre outros.
A evolução para uma vertente mais técnica e capaz de responder aos desafios da transição energética e digital foi essencial para a diferenciação e sobrevivência do Sector Têxtil e do Vestuário nacional e, ao mesmo tempo, contribuiu para a criação de novos empregos, em particular emprego altamente qualificado nas mais diversas áreas.
Na verdade, atualmente é já comum vermos nos quadros profissionais das nossas empresas jovens com licenciatura, mestrado e até doutoramento. Além disso, estes técnicos especializados distribuem-se por áreas de conhecimento complementares, como é o caso da Química e da Engenharia Química, Engenharia de Polímeros, Engenharia de Materiais, Biotecnologia, Engenharia do Ambiente, Informática e Programação, entre muitas outras.
Também a investigação nacional ficou a ganhar com esta evolução no sector. Este facto é facilmente demonstrado pelo número de projetos de investigação associados ao têxtil, que se multiplicou nos últimos anos, e pelas sinergias criadas entre empresas, universidades e centros tecnológicos.
Se me perguntassem há uns anos se esperaria uma tal viragem, certamente responderia que não, mas dado o meu percurso essencialmente ligado à investigação, acredito que é na transferência de conhecimento e na multidisciplinaridade que conseguimos chegar mais além e alavancar o desenvolvimento dos mais diversos sectores.
E agora que o sector enfrenta novos desafios, acredito que, mais uma vez, reunindo esforços nas mais diversas áreas, conseguiremos evoluir e elevar a Indústria Têxtil nacional a um novo patamar. t
TELETRABALHO: QUANDO A OCASIÃO FAZ O “LADRÃO”
A partir de 1 de janeiro de 2022, entrou em vigor uma nova lei que, modificando o Código do Trabalho, veio estabelecer o regime do teletrabalho, e tem suscitado uma série de dúvidas no que concerne à sua aplicação prática, dúvidas essas que, na sua grande maioria, resultam do facto de o ímpeto legislativo ter revestido um caráter notoriamente favor laboris
A designada "lei do teletrabalho" criou, efetivamente, um novo paradigma no que toca às condições em que o trabalho pode ser prestado à distância, prevendo, nomeadamente, a necessidade de um acordo para a prestação de teletrabalho que defina o regime de permanência ou de alternância de períodos de trabalho à distância e de trabalho presencial. Este último vem comummente designado como "regime híbrido de teletrabalho".
Ora, uma das grandes questões que não encontra resposta na lei é saber o que sucede quando o trabalhador incumpre, sem razão justificativa, o regime de alternância fixado no acordo para prestação de teletrabalho. Vamos a um exemplo: suponha-se que um dado trabalhador está obrigado a prestar, semanalmente, dois dias de trabalho em regime presencial e três dias em regime de trabalho à distância (teletrabalho). Este trabalhador, numa determinada semana, decide, motu proprio, prestar funções em regime de teletrabalho durante cinco dias, feito que repete mensalmente. Como pode a entidade empregadora enquadrar este incumprimento do acordo de teletrabalho?
A primeira tentação, até de ordem prática, seria considerar que a ausência do trabalhador do local de trabalho no horário fixado importaria a existência de uma falta injustificada. Porém, não é líquido que assim seja ou, sequer, deva ser. Realmente, oferece dúvidas considerar que existiu uma violação do dever de assiduidade, importando a perda de retribuição, quando, apesar da ausência no local de trabalho, o trabalhador tenha prestado as suas funções, mas à distância.
Não obstante o silêncio da lei, parece que esta questão se enquadra melhor, em termos gerais, na violação do dever de obediência. É a própria lei que salienta a importância de, mesmo no regime de teletrabalho permanente, garantir que o trabalhador não se queda dessocializado, sem quaisquer contactos com a empresa, com os colegas e com os superiores hierárquicos. Nesta medida, a lei obriga, como instrumento de proteção do teletrabalhador, que a entidade empregadora diligencie no sentido da redução do isolamento do trabalhador, promovendo, com a periodicidade estabelecida no acordo de teletrabalho, ou, em caso de omissão, com intervalos não superiores a dois meses, contactos presenciais dele com as chefias e demais trabalhadores. Salvo melhor opinião, não pode o teletrabalhador furtar-se a esta comparência física nas instalações da empresa, por mais que prefira a execução da prestação laboral totalmente à distância.
As entidades empregadoras que adiram ao regime do teletrabalho, em regime permanente ou híbrido, devem, pois, manter-se especialmente atentas e vigilantes, garantindo que os seus trabalhadores comparecem fisicamente nas empresas quando a tal estejam obrigados. Quando assim não suceda, os empregadores têm de, proativamente, lançar mão do seu poder disciplinar, sancionando aqueles que incumpram os seus deveres, de modo a evitar que uma lacuna legislativa se transforme numa verdadeira oportunidade para aqueles trabalhadores que pretendem extremar a flexibilidade trazida pela implementação de um regime híbrido de teletrabalho. t
T 28 Janeiro 2023
Nuno Cerejeira Namora Advogado, especialista em Direito do Trabalho
Ana Luísa Gonçalves Investigadora do Departamento de Tecnologia e Engenharia do CITEVE
UPor: Katty Xiomara
Desta vez, a criativa Katty Xiomara veste a rigor um surpreendente coro preparado para cantar as Janeiras. É liderado pelo Primeiro-Ministro, António Costa, e composto pela mais de uma dúzia de membros do seu Governo que já se demitiram ou foram demitidos. A ver se, para além da harmonia da indumentária, a cantiga sai também a compasso da batuta do maestro.
Ocoro dos demitidos
Costumamos esperançadamente dizer que Ano Novo, Vida Nova, mas a cantiga do Governo prefere aplicar um ritmo com eco e reverberação, mais ao jeito de Ano Novo, tudo na mesma!
E assim continuamos com mais capítulos da afamada série líder de audiências “Não Demito Ninguém”.
É francamente revelador como esta série, contrariando as expectativas do seu cativante protagonista - uma personagem risonha, cheia de razão e casmurrice – vê as demissões acontecer em catadupa. Para quem não esperava concretizar nenhuma, o nosso PM acaba por ter de engolir a palavra azeda da demissão mais do que uma boa dúzia vezes, despedindo-se, na maior
parte dos casos, de forma amargurada e inconformada dos seus queridos boys and girls
Toda programação tem o seu maravilhoso capítulo natalício, assim sendo, reunimos esta dúzia e pico de ex-governantes, que vestimos a rigor, com sedas vermelhas coroadas de renda, deixando no comando e harmonia vocal um Costa imerso em veludo preto.
Um maravilhoso coro de ilustres demitidos, que mais uma vez se prepara para nos dar música, entoando as Janeiras, mais ou menos afinados, ou mais ou menos desafinados, jorrando os seus pedidos e desejos, para este novo ano. t
T 29 Janeiro 2023
ACABAMENTOS
Por:
IR À PROVÍNCIA SEM SAIR DE LISBOA
Ir à província sem sair de Lisboa parece mesmo uma contradição insanável. Mas surpresa, surpresa, não é. Estamos a falar do Província, mais um belo restaurante do grupo Non Basta, para quem já não bastava os que tem.
Em plena Avenida da República, aliás na sua melhor esquina, por causa do poderoso vizinho que tem. Nesta altura, e muito bem, o estimado leitor destas cantinas quer saber que vizinho é esse.
Ora bem, essa não é a famosa pergunta de um milhão de dólares, mas antes a pergunta de quase um milhão de títulos. O Província está quase porta a porta com a delegação de Lisboa do meu FC Porto. Para mim, não podia escolher melhor sítio para se afirmar como restaurante vencedor.
Como se trata de um restaurante italiano, será que estamos a falar de uma normal pizaria? Nada disso, nem pensar. Mas atenção que eu não estou em guerra com as pizarias. Só acho que para mim, para um bom almoço ou jantar é poucochinho, como dizia um político bem nosso conhecido. O Província, apesar de
manter a matriz italiana, procura abrir horizontes a outras técnicas e matérias primas dentro do espectro da cozinha mediterrânica e local. Sob o mote de trazer o “campo para a cidade”, a preocupação em usar produtos de época, provenientes da hora própria que abastece os
restaurantes, é constante. As dicotomias rural-urbano, campo-cidade fazem-se notar não apenas nos produtos mas também no próprio espaço onde imperam materiais tipicamente portugueses como a pedra e a madeira, a estante com antiguidades, terrinas
e garrafas de cristal ou livros antigos. A utilização de azulejos desenhados à mão ou a escolha do azul e do branco, ora lá está em homenagem às casas caiadas da província são outros detalhes que ajudam a fazer jus ao nome.
Indo agora ao que mais interessa, aqui ficam as minhas notas de prova, amplamente aprovadas. Como antipasti: Focaccia artesanal, noisette de sálvia e azeite virgem extra; Crudo de gambas da costa algarvia e stracciatella; Batuta di carne mertolenga DOP, gema de ovo, parmesão (24 meses de cura) e balsâmico de Modena.
Depois, como Primi Piati: Ravioli de espinafres e queijo cabra, cebola e nozes; Spaghetti risottati em bisque de gamba da costa algarvia, bivalves e bottarga. Como Secondi: Polvo grelhado com arroz de forno do mesmo e emulsão de pimentos; Posta mirandesa Dop.
Para quem arriscar ainda uma sobremesa, o Tiramisu da ordem merece aplauso.
No meu caso e nesta visita, foi mais tira-me isso da frente se faz favor. t
TINTO DE LUXO DO UNIVERSO ANTARTE
Petram | Douro Tinto 2019 O nome leva inscrita a marca da rocha, impressa num vinho e luxo idealizado por Mário Rocha, o fundador e CEO da Antarte, também ela sinónimo de luxo e qualidade suprema. Com um longo histórico de parceria com o universo têxtil e moda, designadamente a Associação Selectiva Moda, de que é exemplo maior o amplo e confortável lounge que proporcionou aos compradores e visitantes que passaram pela última edição do Modtissimo na Exponor. No vinho como no mobiliário, Mário Rocha é daqueles de quem se costuma dizer que se contentam apenas com o melhor. Ou seja, a marca rima sempre com exigência de qualidade e luxo, o que no caso deste vinho acrescenta ainda um perfil distintivo, seja pelo estilo elegante seja ainda pela exclusividade, dado o escasso número de garrafas. Depois do Alentejo, com os vinhos da Herdade da Rocha, também no Douro Mário Rocha deixa agora a marca da sua obsessão pelo luxo e qualidade extrema.
T 30 Janeiro 2023
Província Av. da Républica, 48B 1050-149 Lisboa
O
Manuel Serrão AS MINHAS CANTINAS
MALMEQUER
Por: Ana Rodrigues
Susana Serrano, 44 anos, é administradora e CEO da Acatel, empresa do universo Impetus. Licenciada e mestre em Engenharia (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Uni
versidade de Coimbra), começou pela construção civil, circulou pela Europa ao serviço da Martifer e comandou a operação das seis unidades do grupo Aquinos (fabricante de colchões e sofás), antes de se render à têxtil e ao Porto - “apaixonei-me pela cidade e pelas pessoas”. Nascida em Coimbra e mãe de duas meninas (Joaninha, 18 anos, e Nokinhas, 11), foi CEO da Adalberto Estampados antes de chegar à Acatel.
Gosta Não gosta
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SOUVENIR
JALECA DE PRONTO SOCORRO
Quando escolhi o curso de gestão hoteleira não fazia sequer ideia de que aqueles casacos tipo farda que usam os cozinheiros se davam pelo nome de jaleca. Aprendi-o já na Suíça, ao chegar à Escola de Hotelaria de Lausane. Logo à chegada eram-nos distribuídas três para usarmos ao longo do curso, e nunca me esquecerei de uma das recomendações que para mim foi absolutamente surpreendente.
Além de as termos de usar sempre imaculadas, impecavelmente lavadas, passadas e apresentadas – são a cara da casa e de quem a usa – foi-nos também explicado que tanto o formato, com aqueles botões laterais redondinhos e pequeninos, como o tipo tecido, tinham uma função protetora.
Em caso de fogo na cozinha, bastaria puxar com a mão nessa parte lateral dos botões e a jaleca abre-se para ser lançada sobre as chamas e apagar o fogo.
Impressionou-me tanto essa explicação, que logo à primeira vez que na cozinha vi levantarem-se as chamas de uma frigideira puxei da jaleca e lancei-a logo sobre o fogão. E, de facto, funcionou. As chamas foram logo abafadas. Eu é que fiquei depois apenas com duas, com as quais tive que me aguentar até final do curso. Uma memória que me acompanha agora nos meus restaurantes, onde na cozinha todos envergam jaleca. Usamos as da Prochef, uma marca portuguesa de fardamento profissional que é também usada por muitos chefs. Têm todas esses requisitos de segurança e são muito confortáveis, o que é sempre importante. No nosso caso, são também personalizadas com os nomes de quem as usa e os logos dos nossos restaurantes. t
T 31 Janeiro 2023
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Frederico Azevedo Proprietário do Grupo Reitoria