TTV Nº107 - ABTA 2014

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Conteúdos _/06

_/20 Reportagem Central

LEIS E INCENTIVOS: TV POR ASSINATURA E PRODUÇÃO

Na cadência do Brasil _/20

_/10 Q&A

_/14

A Globosat antecipa o futuro _/10 Alberto Pecegueiro, Diretor Geral da Globosat

A evolução da TV por assinatura _/14

Oscar Simões de Oliveira, Presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura

Muito mais do que uma cota _/30

CREATIVE ONLINE PRINT

todotvmedia ttv todotv ttvPreview Yearbook - Distribudores Yearbook - Programadores & Señales Yearbook - TV Abierta Yearbook - OTT Guía AdSales Guía Producción todotvnews.com ttvmedianews.com UNIK Media Solutions

Cecilia Mendonça, VP e Gerente Geral da Disney Channels Latin America

As virtudes da vanguarda _/32

Francisco Smith, VP Sênior de Vendas Afiliadas e Marketing da HBO Latin America Group


todotv ©2014

_/08

_/24

_/16

_/12

_/28

Executivos 20 anos do RAI Itália no Brasil _/16

Adriana Demjen, VP de Marketing e Vendas Internacionais da All TV Communications

Soluções sob medida _/18

Ariel Droyeski, Diretor da Bold Media Solutions Support

Papel protagónico no mercado _/24 Leandro Gaunszer, Diretor Comercial da Media Networks

_/32

_/30

Galeria

Fórum Brasil de Televisão 2014

4-5 Junho, World Trade Center do Brasil, São Paulo, Brasil _/26

Artigo BRASIL

Apagão analógico começará em 2016 _/06 PRODUCÃO

Nova temporada de ‘The Amazing Race Latin America’ _/08 PROGRAMAÇÃO

Do Japão para o mundo _/17

Para a outra mulher _/28

Eduardo Ruiz, Presidente e Gerente Geral da A+E Networks Latin America

Mostra o caminho certo _/34

Thierry Martin, Diretor Regional da Nagra para a América do Sul

COMO INSTALAR UM APLICATIVO DE REALIDADE AUMENTADA 1. Instale a aplicação gratuita fazendo a lectura do código QR. 2. Uma vez instalada a app, abrir e adiantar o tutorial até a última página que dirá: “Already have an accounts?”, faça clique em ENTRAR. 3. Coloque nosso usuario e senha para convidados. USERNAME: TTV PASSWORD: TTV 4. Já está em condições de realizar sua primeira experiência de Realidade Aumentada. Com a aplicação aberta procure o ícono AR em todos os artigos da revista e viva a experiência.


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PRESIDENTE/CEO Sebastian Lateulade - slateulade@todotv.tv DIRETORA EXECUTIVA Soledad Saldías - ssaldias@todotv.tv DIRETOR DE PUBLICAÇÕES Sebastián Amoroso- samoroso@todotv.tv EDITOR IN CHIEF Rodrigo Ros - rros@todotv.tv EDITORES SÊNIOR Sebastián Torterola - storterola@todotv.tv EDITORES Carolina Mussio - cmussio@todotv.tv Gonzalo Larrea - glarrea@todotv.tv Valentina Vinaja - vvinaja@todotv.tv Luis Cabrera - lcabrera@todotv.tv

Paulo Bernardo, Ministro das Comunicações do Brasil

DATA & RESEARCH Fernando Moreno - fmoreno@todotv.tv GERENTE DE VENDAS E PRODUÇÃO Darío Alemán - daleman@todotv.tv GERENTE DE VENDAS INTERNACIONAIS Mónica Iriarte - miriarte@todotv.tv GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS Alejandro Sánchez - asanchez@todotv.tv GERENTE IT Alejandro Barros - abarros@todotv.tv WEBMASTER Nazario Pereira - n.pereira@todotv.tv DIRECTOR FINANCIERO Cr. Michel Schwartz - mschwartz@todotv.tv ADMINISTRAÇÃO Ana Paula Carreira - acarreira@todotv.tv Valeria Morena - morena@todotv.tv ARTE E DESENHO UNIK Media Solutions - info@unikbureau.com www.unikbureau.com

6/TTV MAGAZINE

HEADQUARTERS Aguada Park - Paraguay 2141 Of. 401, Montevideo - Uruguay - CP 11800 Tel./Fax: (598) 2927 2510 / 2511 / 2513 todotv é uma publicação mensal propriedade da TodotvMedia, de distribuição gratuita. Os artigos refletem a opinião dos autores individuais sobre os temas tratados, sem que isso implique controle editorial ou solidariedade da administração e dos proprietários da revista com o seu conteúdo. Para todos os efeitos se considera que os respectivos anunciantes têm a responsabilidade pelo conteúdo dos anúncios.

todotvmedia

BRASIL

Apagão analógico começará em 2016 O Ministério das Comunicações do Brasil difundiu o calendário oficial do “apagão analógico”, que começará em 2016 e cujos testes piloto estão previstos para 2015 com o objetivo de fazer a migração progressiva para a TV digital até 2018, começando em seis capitais e continuando eventualmente no resto das cidades. Publicado já no Diário Oficial, o cronograma indica a realização do primeiro teste em Rio Verde em 29 de novembro de 2015. A desativação total começará em abril de 2016 e a transição será inicialmente feita em cinco capitais do Brasil: Brasília (em 3 de abril), São Paulo (em 15 de maio), Belo Horizonte (em 26 de junho), Goiânia (em 28 de agosto) e Rio de Janeiro (em 27 de novembro). As 22 capitais restantes e outras cidades com grande população começarão a migração para o sinal digital entre 2017 e 2018; até 2018, o apagão analógico estará focalizado nos grandes centros urbanos onde mora cerca de 60% da população brasileira. A transição para o sinal digital no resto dos municípios será a partir de novembro de 2018. Uma das principais vantagens dessa transição será a liberação da faixa de 700 MHz - hoje ocupada por canais da TV aberta de tecnologia analógica – que, após o apagão, será usada para expandir os serviços de telefonia e de internet 4G no Brasil, que funciona desde 2013 na frequência de 2,5 GHz. Uma delegação de funcionários do Ministério das Comunicações e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) viajou para os Estados Unidos para promover a licitação da faixa de 700 MHz entre capitais estrangeiros. Em 2006, o governo brasileiro criou o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) para estabelecer as diretrizes para que as emissoras e retransmissoras de TV mudem o seu sistema de transmissão da tecnologia analógica para a digital. O SBTVD é o resultado de uma parceria com o governo japonês e foi adotado também por outros países da América Latina e da África. Dentre outros recursos, o mesmo permite assistir à TV através de dispositivos móveis e conta com funções de interatividade.



EMNÚMEROS

60%

dos dispositivos conectados do Brasil – TV, celulares, tabletes e computadores – sintonizou o jogo de abertura da Copa FIFA Brasil 2014, segundo foi informado pela Globo.

4

projetos foram habilitados pela Ancine para serem co-produzidos com Portugal: ‘Seara de Vento’, da Refineria Produções; ‘A trança de Inês’, da Costa Mecchi; ‘Cinzento e negro’, da Luz Mágica Produções; e ‘O sentido da vida’, da O2 Cinema.

3

partidas da FIFA Brasil 2014 foram transmitidas em 4k por canal terrestre graças a uma parceria entre a Globo, a Net e a Sony.

USD 123

milhões é o valor que a Claro, filial da América Móvil, deverá pagar às autoridades do Equador por evasão de impostos entre 2003 e 2006.

7,1

8/TTV MAGAZINE

milhões de telespectadores assistiram ao último capítulo da quarta temporada de ‘Game of Thrones’ nos EUA, embora o mesmo estivesse concorrendo com as finais da NBA.

USD 11,600

milhões é a quantia do lucro da publicidade pela internet nos Estados Unidos durante os primeiros quatro meses do ano, o que constitui um recorde histórico, conforme informou o IAB (Interactive Advertising Bureau).

NEWS NOMEAÇÃO

Emilio Alcalde é promovido na A+E Networks Brasil Eduardo Ruiz, presidente e gerente geral da A+E Networks América Latina, anunciou a promoção de Emilio Alcalde ao cargo de gerente geral do principal escritório brasileiro, A&E Ole Audiovisual Serviços e Representações, sediado em São Paulo. “Na função de gerente geral, Emilio será responsável por liderar e supervisionar as operações no Brasil, inclusive nas áreas administrativas, on air, marketing, digital, programação e vendas publicitárias, executando as nossas estratégias e iniciativas a nível local”, disse Ruiz. Alcalde é um profissional com mais de 20 anos de trajetória na indústria do cinema e da TV. Antes da sua nova nomeação, o executivo, já com 14 anos na A+E Networks América Latina, era o Diretor de Vendas publicitárias e o responsável pelo desenvolvimento comercial das marcas A&E, History e Bio nos principais mercados da América Latina com ênfase no Brasil, onde liderava a equipe comercial do grupo A&E Ole AudioEmilio Alcalde, visual Serviçõs e Gerente Geral da A&E Networks América Latina para o Brasil Representações.

MIPCOM 2014

James Murdoch estará presente em Cannes No contexto da comemoração do seu 30º aniversário, a organização do Mipcom confirmou a presença de luxo, no evento, de James Murdoch, codiretor de operações da 21st Centrury Fox, que dará início às Media Mastermind Keynotes. A conferência de Murdoch será na segunda-feira 13 de outubro em Cannes e o evento terá lugar entre 13 e 16 desse mês no Palais des Festival. “É uma James Murdoch, grande honra poCodiretor de Operações der receber James da 21st Century Fox Murdoch como orador que inaugurará as mastermind keynote”, salientou Laurine Garaude, diretora da área de TV da Reed MIDEM. “Murdoch representa uma das principais companhias no mundo de criação de conteúdos originais globais. A 21st Century Fox ousou desafiar as convenções, renovando a indústria e desenvolvendo negócios que lançam mão de grandes quantidades de talentos criativos”, acrescentou. “Tanto o seu compromisso com a produção internacional de conteúdos de TV quanto os seus interesses na TV por assinatura em toda a região europeia fazem desta uma oportunidade única para ouvir sobre o grupo e os seus planos para se manter líder na indústria da TV. Nestes tempos em que a procura de poderosos conteúdos originais é mais importante do que nunca, estamos extremamente felizes em poder contar com a presença de James Murdoch no Mipcom 2014”, concluiu.

PRODUCÃO

Nova temporada de ‘The Amazing Race Latin America’ Sucesso na região e no mundo, ‘The Amazing Race Latin America’, está preparando uma nova edição e é para isso que o canal SPACE começou a convocação de candidatos (homens e mulheres) dispostos a vivenciar uma experiência que testará as suas habilidades físicas, emocionais e intelectuais. Até 1º de julho, os interessados tiveram prazo para preencher o formulário de inscrição no site canalspace.tv. O foco de interesse em ‘The Amazing Race’, não será somente os magníficos desafios que os competidores deverão superar no transcurso da corrida, mas também o espírito de competição saudável entre as equipes, ver como elas lidam com a pressão, a resolução de conflitos internos e a incerteza do destino que aguarda em cada fase.



Q&A todotv ttv

A Globosat antecipa o futuro “A maior programadora da América Latina” é como se define a si mesma a Globosat, a companhia que hoje conta com cerca de 51 milhões de telespectadores brasileiros graças ao seu portfólio de 18 canais em HD. A operadora ainda continua agregando novos produtos, como a plataforma OTT Globosat, recentemente lançada, e as primeiras experiências de transmissão em tecnologia 4K. Por Sebastián Amoroso Twitter: @sebamoroso samorso@todotv.tv

O Hobbit: A Desolação de Smaug Telecine Play

“A partir desse ano, o canal Viva está disponível também em HD.”

10/TTV MAGAZINE

“O Globosat Play é um produto que iremos desenvolver porque se trata de uma tendência inevitável.”

A

nantes da Globosat continua crescendo com a celeridade de 2013 e possivelmente fechemos o ano com um crescimento total ainda maior que o do ano passado; e, para terminar, o crescimento da renda publicitária foi muito bom.

Como está o negócio da Globosat hoje em dia? Estamos transitando um ano que está se assemelhando aos anteriores e nos posiciona na melhor fase da história da Globosat por vários fatores: a nossa audiência cresce em quase todos os nossos canais; a base de assi-

Como o portfólio de canais da Globosat está integrado atualmente e qual é a sua cobertura? Hoje contamos com um portfólio de 33 canais, 18 em SD e HD, nove canais PPV, um canal internacional e seis serviços On Demand. A partir desse ano, o canal Viva também estará disponível em HD para os operadores a partir da segunda metade do ano, após o término da Copa. No tocante à audiência, a Globosat alcança um terço do total

lberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat, dialogou com a todotv sobre as últimas novidades da estratégia de crescimento da programadora brasileira, dentre as quais se destacam o lançamento do canal Viva em HD, o recente lançamento da plataforma OTT Globosat Play em maio desse ano e as experiências de transmissão com tecnologia de altíssima definição (4K).


Alberto Pecegueiro,

do mercado, fora o serviço de PPV do futebol, por exemplo. Trata-se de uma média de 51 milhões de telespectadores, atualmente.

Diretor Geral da Globosat

Em que fase está o lançamento da plataforma OTT Globosat Play? Ainda estamos na fase experimental, pois há muitas ações envolvidas no processo – principalmente aquelas relacionadas aos direitos dos estúdios de Hollywood e às regulamentações do Brasil. Agora estamos estudando esses aspectos, mas já começamos a testar com os operadores para mensurar o feedback do público desse produto. Ainda não temos informação certeira sobre o potencial do mercado para o produto, contudo a Globosat Play é um produto que iremos desenvolver independentemente do feedback que obtermos dos testes, uma vez que se trata de uma tendência inevitável. As pessoas querem consumir programação de forma não linear. O que você opina da tentativa de cobrar impostos das empresas estrangeiras como a Netflix por parte do governo? É algo natural e até lógico. Uma companhia fora do Brasil não tem motivos para usufruir das liberdades fiscais que goza hoje em dia, enquanto as empresas baseadas no país, que geram fontes de emprego e de investimentos no Brasil, sim. Como é que está a parceria entre a Globosat e a NBCUniversal? Com a chegada da Comcast, hoje só temos parceiros perfeitamente alinhados com a nossa visão de negócio e com a importância que damos aos conteúdos e à qualidade dos canais para que possam atingir volumes grandes de audiência e para que possam ser relevantes para os operadores locais. Percebemos esse comprometimento e esforço, que fazem parte da nossa expectativa, por parte da Comcast.

Embora o assunto dos canais 3D tenha esfriado no mercado, a Globosat se caracteriza por apostar sempre nos últimos avanços tecnológicos. Como foi a experiência da empresa nesse sentido? Desde o início, os

fabricantes começaram a produzir televisores com tecnologia 3D e, ao ter um crescimento da oferta do produto, alguns operadores pensaram que haveria muita demanda de programação em 3D. Como a Globosat sempre esteve na vanguarda da tecnologia – sendo a primeira programadora a lançar um canal 24/7 em HD no Brasil -, os outros operadores nos consultaram se poderíamos lhes fornecer um canal em 3D e, portanto, começamos as primeiras experiências em 3D, porém o serviço não demorou a congelar. A necessidade de colocar óculos virou um obstáculo na saída do canal 3D em todo o mundo, provocando o fechamento da maioria dos canais que tinham sido, de fato, lançados. Portanto, vimos que não havia operadores interessados e paramos.

natural. O pulo do HD para o 4K está muito próximo.

E o que acontece com a experiência da tecnologia 4K? Acreditamos que a tecnologia 4K tem muito mais potencial porque, para começar, os óculos não são necessários como no 3D e a experiência de visão é, portanto,

Como foi o resultado da cobertura da Copa FIFA Brasil 2014 pela Globosat? Ficamos muito felizes, pois logramos um recorde com uma equipe de 600 pessoas e com a geração de imagens em tempo real a partir dos doze locais espalhados no Brasil. Atingimos os níveis de audiência mais altos da história da Globosat, alcançando maior audiência do que os canais de televisão aberta do país durante 40% das partidas, algo que nunca antes tinha acontecido.

Tem Criança na Cozinha Gloob

Qual é a aposta da Globosat nesse sentido? A empresa foi a primeira no Brasil a contar com uma unidade de produção externa com tecnologia 4K, que ficou pronta em maio desse ano. A FIFA e a Sony negociaram conosco para utilizar a unidade para gerar imagens experimentais de três jogos da Copa FIFA Brasil 2014. O primeiro foi Colômbia X Uruguai, o segundo foi Alemanha X França e o terceiro foi a final, sendo as operadoras NET e Oi que distribuíram os equipamentos em pontos estratégicos para testar a transmissão. Foi assim que a Copa 2014 marcou o início das transmissões em 4K por parte dos operadores de TV a cabo no Brasil.

Qual será o próximo grande passo da Globosat? Eu acho que o grande passo é esse que estamos dando. A Globosat está completamente comprometida a oferecer aos assinantes o maior leque de opções para que possam acessar um conteúdo 100% disponível nas plataformas digitais. A capacidade de fornecer essa oferta de programação – além dos canais lineares – é o que garante o nosso passo à frente no mercado. O crescimento está baseado em conhecer as necessidades dos consumidores, e hoje o nosso esforço está focalizado no fortalecimento e aprimoramento da oferta de conteúdo não linear. ttv

TTV MAGAZINE/11

E quais são as expectativas para os canais Universal Channel, Studio Universal e SyFy? A primeira medida é focalizarmo-nos em recuperar a liderança do Universal Channel no mercado brasileiro, que temos certeza que pode ser alcançada. É uma alegria contarmos com um parceiro que compartilha a nossa visão e que faz o mesmo esforço para trazer novo conteúdo e posicionar o canal nos primeiros lugares novamente. O SyFy é um canal com muita presença nos Estados Unidos e que luta pelo seu lugar nos dez primeiros canais desse mercado, o que pode acontecer também no Brasil e na América Latina ao ser bem-sucedido em um mercado tão competitivo como o norte-americano. O SyFy é um canal que tem grande potencial de crescimento.

“O pulo do HD para o 4K está muito próximo.”


MARKETWATCH A NewSource e a AP GMS formam parceria A agência da Globo e a Global Media Service da AP oferecerão transmissões internacionais com serviços e instalações de comunicação completas nos grandes eventos que ocorrerão no Brasil durante os próximos quatro anos. O MIP Junior se muda para o Palm Beach A próxima edição do evento terá lugar em um dos hotéis mais glamorosos da Croisette, onde também serão oferecidos meeting desks para reuniões e networking.

‘Avenida Brasil’ bate o seu próprio recorde O sucesso da telenovela da Globo não tem fim. Dois anos depois da sua estreia no Brasil, a saga atingiu 130 países, acrescentando a Armênia, a Indonésia, a Guatemala, Macau e a Suécia. A Netflix lançará ‘The Magic School Bus 360º’ A nova série animada da Scholastic Media estará baseada no revolucionário e icônico programa ‘The Magic School Bus’. Todos os novos episódios da série serão lançados pela Netflix em 2016 no mundo inteiro.

12/TTV MAGAZINE

A BBC IQ recebeu o prêmio Appy Award A app interativa da BBC foi galardoada na categoria Meios Multiculturais. O aplicativo em formato de trivia foi especialmente criado para os mercados da América Latina e da comunidade hispana dos Estados Unidos.

‘Star Wars’ une forças com o Unicef A Disney, Lucasfilm e J.J. Abrams convidaram os fãs da saga a contribuir para a causa e participar do sorteio para presenciar a rolagem do Episode VII.

NEWS NOMEAÇÃO

Fernando Medin é o novo VPE da Discovery no Brasil Fernando Medin é o novo VP executivo da Discovery Networks Latin America/US Hispanic no Brasil, conforme anunciou a companhia, que também confirmou que o executivo continuará a exercer suas funções como diretor geral no escritório da empresa em São Paulo e prestando contas diretamente a Enrique Martínez, presidente e diretor geral para DLA/USH e o Canadá. “Fernando se destaca pela sua capacidade de liderança, suas sólidas relações com os clientes locais e sua habilidade para desenvolver e executar estratégias chaves para o crescimento da Discovery no Brasil, um dos mercados mais importantes da companhia – não só na América Latina, mas em todo o mundo”, disse Martínez. Com mais de 15 anos de experiência na indústria da TV por assinatura e no mercado brasileiro, Medin integra a equipe da Discovery desde 2002 como vice -presidente jurídico, aconselhando a empresa na negociação de acordos na América Latina e na Península Ibérica. Fernando Medin, VP Executivo no Brasil da Discovery Networks Latin America/US Hispanic

BRASIL

O Fox Play já está disponível A Fox International Channels (FIC) Brasil anunciou o lançamento do Fox Play (foxplay.com), serviço de vídeo sob demanda e de eventos ao vivo oferecido, neste primeiro momento, para assinantes da GVT e da Vivo. O serviço, disponível através de qualquer dispositivo com acesso à internet, oferece séries, filmes, esportes, documentários, lifestyle e especiais. Os programas dos canais Fox, FX, Nat Geo, Fox Life, Fox Sports e Fox Sports 2 estarão disponíveis na plataforma através de dois formatos de consumo: o gratuito, que contará com clipes, making-of e séries completas, e o Gustavo Leme, Gerente Geral e VP Sênior da Fox autenticado, que oferece International Channels Brasil uma biblioteca completa disponível para os assinantes da TV paga. Os aficionados pelos eventos esportivos do Fox Sports poderão aproveitar as transmissões ao vivo oferecidas pelo Fox Play de jogos de futebol e de programas exclusivos, além dos campeonatos inglês, italiano, argentino, sul-americano e do programa Fox Sports Rádio, também disponíveis na plataforma. O modelo VOD oferecerá o programa ‘A Última Palavra’ e alguns jogos completos. Além disso, os usuários do serviço puderam assistir aos 64 jogos ao vivo da Copa Mundial FIFA Brasil 2014 pelo Fox Play. “A ideia do Fox Play é que o público esteja mais próximo do nosso conteúdo, de modo que os usuários possam acessar o mesmo pela internet quando quiserem, caso não tenham a possibilidade de vê-lo na TV”, disse Gustavo Leme, gerente geral e VP sênior da FIC Brasil.

BRASIL

A TV Cultura lançará três novos canais Em debate durante o segundo dia do RioContentMarket 2014 sobre a “Programação da TV pública”, o presidente da TV Cultura, Marcos Mendonça, anunciou o lançamento de mais três canais do grupo; dois deles serão para a TV por assinatura e um deles na plataforma digital. Os canais da TV a cabo terão programação voltada para a música e documentários, enquanto o canal digital emitirá conteúdo educacional para crianças do ensino fundamental. “Este ano abriremos três novas faixas e vamos precisar de conteúdo”, disse Mendonça. “Vamos recuperar o acervo de música da TV Cultura, que é enorme, e teremos também conteúdos novos que buscaremos junto aos produtores independentes. Necessitamos produtos de qualidade para manter uma programação de 24 horas”, antecipou. A TV cultura já conta com um canal de educação em parceria com as universidades chamado TV Univesp, baseado no ensino à distância. “Na televisão que estamos criando, essa programação será voltada especificamente para a educação básica, e é por isso que a Fundação Padre Anchieta precisa da sua colaboração”, disse o executivo para o público formado por profissionais. Em outubro de 2013, a programação do grupo foi apontada como a segunda melhor do mundo, conforme a pesquisa International Perceptions of TV Quality encomendada pela BBC, e, no mesmo ano, a série ‘Pedro & Bianca’ da TV Cultura ganhou o Emmy Kids Internacional como Melhor Série.



Q&A todotv ttv

A evolução da TV por assinatura No contexto de um crescimento anual de 10% do setor da TV por assinatura no Brasil, a todotv consultou ao presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) a sua opinião referente aos assuntos que hoje monopolizam a atenção da indústria que conta com uma penetração atual de 28,72% das residências brasileiras e que atinge cerca de 60 milhões de pessoas. Por Sebastián Amoroso Twitter: @sebamoroso samorso@todotv.tv

cações (Anatel) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine). A agenda da ABTA engloba uma ampla e diversificada pauta, que envolve questões regulatórias, tributárias, de combate a furtos de sinal e posicionamentos sobre assuntos relevantes para o desenvolvimento do setor. Outra pauta permanente é a interação com os agentes do governo com o objetivo de assegurar a mínima intervenção do Estado na gestão dos negócios.

14/TTV MAGAZINE

João Rezende (Anatel), Oscar Simões (ABTA), Marta Suplicy (Ministra da Cultura), Paulo Bernardo (Ministro das Comunicações) e Manoel Rangel (Ancine) na ABTA 2013.

“O setor de TV por assinatura no Brasil continua crescendo na faixa de 10% no período de doze meses.”

N

a entrevista feita para a todotv, Oscar Simões de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), dialogou sobre os principais assuntos que preocupam a associação: a evolução do setor, as questões regulatórias e tributárias, a lei 12.485/2011 e suas consequências, entre outros assuntos de interesse. Quais são as principais questões que a ABTA tem na sua agenda hoje? A ABTA congrega distribuidores, programadores e fornecedores do setor de Pay TV. Este setor talvez seja o único do país a ser regulado por dois órgãos: a Agência Nacional de Telecomuni-

Nos últimos dez anos, o setor da TV por assinatura no Brasil tem tido uma expansão interessante. Você poderia descrever quais foram os fatores por trás deste crescimento do mercado? No Brasil, o setor de TV paga vem evoluindo na base de dois dígitos percentuais desde 2006, muito acima do crescimento dos índices de crescimento da economia do país. O número de assinantes de TV paga no país chegou a 18,76 milhões em maio de 2014. Isso corresponde a uma penetração de 28,72% nos domicílios brasileiros, atingindo aproximadamente 60 milhões de pessoas, de acordo com a base do IBGE. O crescimento no número de assinantes, em relação a maio de 2013, foi de 10,78%. Acreditamos que os fatores responsáveis por este crescimento são: a rica diversidade da programação e a alta qualidade de transmissão e dos serviços da TV por assinatura. Uma recente pesquisa do IPEA, instituto do governo brasileiro, demonstrou que 87% dos assinantes aprovam a TV paga no país. Este é o maior nível de satisfação entre os serviços de telecomunicações no Brasil. Em segundo lugar, a ótima e vantajosa relação custo-benefício do serviço de TV por assinatura. Segundo uma pesquisa da Fipe - um dos institutos de maior credibilidade no país -, o preço do pacote básico no Brasil está abaixo da média mundial, numa comparação entre 49 países. Em terceiro lugar, a audiência da TV por assinatura vem crescen-


Oscar Simões de Oliveira,

do. Segundo o Ibope, na Grande São Paulo, o conjunto de canais pagos já ocupa o segundo lugar em número de telespectadores e a perspectiva é que assuma a liderança em menos de três anos. Em quarto lugar, a TV por assinatura, acessível por cabo em centenas de cidades ou via satélite em qualquer ponto do território nacional, tem um impacto significativo na formação cultural do país, e uma importância ainda maior em locais onde não há outras opções de entretenimento. E por último, o crescimento nos níveis de emprego e renda da população brasileira nos últimos anos. Diante destes fatores positivos, acreditamos que a TV por assinatura deve continuar evoluindo em ritmo acelerado nos próximos anos. Em 2012, o volume de negócios do setor da TV paga foi de 23,8 bilhões de reais e em 2013 foi de 20,3 bilhões. Perante este cenário, qual é a estimativa para 2014? De acordo com os dados disponíveis até o primeiro quadrimestre de 2014, o setor de TV por assinatura no Brasil continua crescendo na faixa de 10% no período de doze meses. Acreditamos que esse ritmo será mantido ao longo do ano e que o volume de negócios totalize R$ 26 bilhões ao final de 2014, uma taxa bastante superior à economia brasileira, expandindo a base de assinantes de TV e internet banda larga.

Referente ao setor da tecnologia, poderia comentar sobre os principais desenvolvimentos e ofertas em termos de serviços para assinantes de TV por assinatura (triple play, quad play, HD, VOD, TV Everywhere, OTT, etc.)? A inovação constante e acelerada é um dos pilares do setor de TV paga. Entre as novas tendências, destacamos que os assinantes terão cada vez mais opções de

“A grande preocupação da ABTA é garantir um tratamento isonômico entre os provedores de VOD que não estão baseados no Brasil e as empresas de TV por assinatura no Brasil.” lução para esta questão, atendendo à expectativa do setor.

assistir à programação desejada onde, como e quando quiserem. E as ofertas de produtos e tecnologias como as citadas serão cada vez mais agregadas aos serviços. Outro destaque é o incremento substancial de velocidade da banda larga, graças aos significativos investimentos das operadoras de TV por assinatura. Hoje já temos no horizonte pacotes de 1 Gbps (Gigabit por segundo). A tendência é proporcionar uma internet cada vez mais veloz e a preços mais acessíveis. Como você vê o progresso de OTTs no mercado brasileiro? Não há números oficiais disponíveis sobre o mercado de OTT no Brasil, mas observamos que esta oferta tem se mostrado cada vez mais complementar à TV por assinatura, sendo oferecida inclusive por operadores do setor. A grande preocupação da ABTA é garantir um tratamento isonômico entre os provedores de VOD que não estão baseados no Brasil e as empresas de TV por assinatura, que geram milhares de empregos, pagam impostos e investem milhões de reais em infraestrutura de telecomunicações no Brasil. Não temos como competir com quem não tem as mesmas obrigações em termos de regulação. Não pedimos proteção para a TV paga, mas tratamento isonômico, e o governo entendeu que este é um problema que deve ser resolvido. O que você acha sobre a vontade do governo da presidente Dilma Rousseff, representado pelo Ministro das Comunicações do Brasil, Paulo Bernardo, de querer cobrar impostos dos serviços estrangeiros como Netflix, que, segundo ele, “tratam os países como paraísos fiscais”? O ministro Paulo Bernardo tem demonstrado muita sensibilidade e compreensão sobre este assunto, explicitando reiteradamente que não há como competir com serviços que não recebem a mesma carga tributária. Portanto, entendemos que o governo tem procurado uma so-

Quais são as suas expectativas no tocante à participação de expositores e participantes dentro da área de exposição? A Feira e Congresso ABTA é o principal evento de TV por assinatura, mídia eletrônica e telecomunicações da América Latina. A presença das mais importantes empresas do setor em diversos países, de executivos e especialistas de primeira linha e de milhares de profissionais do segmento ao longo de três dias é uma demonstração inequívoca da força e do crescimento deste segmento no Brasil e da importância do mercado brasileiro de TV paga para essa indústria global. ttv

O MAIS DESTACADO DA ABTA 2014 A Feira e Congresso ABTA 2014 terá uma programação rica em painéis e debates de pautas atuais e relevantes sobre mercado, regulação, novas tecnologias e tendências, com a participação de presidentes, diretores e representantes das maiores empresas do setor e órgãos públicos. Além das apresentações e debates sobre os principais temas da indústria de TV por assinatura, como os desafios da inclusão e da expansão dos serviços; conteúdo; a TV por assinatura do Brasil no contexto mundial; os produtos e serviços para o consumidor digital; regulamentação e marco civil da internet, entre outros, a edição deste ano da Feira e Congresso ABTA dará especial atenção ao tema publicidade na TV por assinatura.

TTV MAGAZINE/15

Outra questão que gerou intenso debate no setor, e que despertou muito interesse no resto da América Latina, é a Lei 12.485 de TV por assinatura, que está agora em seu segundo ano de aplicação. Neste sentido, você poderia comentar sobre como a lei impactou no mercado? Desde que a Lei Federal 12.485/2011, ou Lei da TV Paga, entrou em vigor, as operadoras e programadoras promoveram um grande esforço para se adaptar ao novo cenário. Entendemos que essa etapa foi cumprida de forma satisfatória. Observamos um expressivo aumento da demanda por conteúdo nacional, o que dinamizou o mercado audiovisual brasileiro. Esse foi o principal impacto observado até o momento. Os desafios de adaptação ao novo cenário são naturais, dada a complexidade e os impactos trazidos pela Lei da TV Paga. Houve uma clara pressão nos custos das empresas do setor, diante da necessidade de negociações entre programadoras e produtoras, mas cabe ressaltar que estes custos não foram repassados aos preços para os assinantes.

Presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA)


Executivos todotv

20 anos do RAI Itália no Brasil A All TV Communications representa e distribui os canais do Grupo RAI (Radiotelevisione Italiana) na América Latina: o RAI Itália, o RAI News 24 e o RAI World Premium, permitindo a 13 milhões de famílias na região o acesso a uma variada programação que abrange informação, entretenimento e esportes com selo italiano. Em 2015, o RAI Itália, seu emblemático canal, comemorará o 20º aniversário no mercado brasileiro. Por Sebastián Amoroso Twitter: @sebamoroso samorso@todotv.tv

A

distribuição dos canais do Grupo RAI – o RAI Itália, o RAI News 24 e o RAI World Premium – nos territórios da América Latina constitui o negócio principal da companhia All TV Communications, que é também consultora dos canais da NHK (o NHK World TV e o NHK World Premium) na Latino-américa e no Brasil. “Os canais RAI Itália, RAI News e RAI World Premium pertencem a um grupo muito prestigioso na Europa que possui uma ótima reputação em todo o mundo”, salienta para todotv Adriana Demjen, VP de Marketing e Vendas Internacionais da All TV Communications. “O trabalho de tantos anos na criação, produção e distribuição permite ao RAI Itália ser hoje um dos canais mais solicitados do mercado”, acrescenta a executiva.

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É assim que a distribuição dos canais italianos em toda a região da América Latina e o Caribe, principalmente do RAI Itália, “pode ser considerada uma das mais bem-sucedidas da TV por assinatura, considerando a dificuldade de se tratar de canais internacionais em idioma original (italiano) e sem legendas”, salienta Demjen. O RAI Itália, presente em mais de 13 milhões de moradias, encontra-se tanto nos pacotes básicos das principais operadoras de TV por assinatura da região quanto em pacotes digitais, premium e na oferta de operadoras de TV a cabo, DTH, IPTV, MMDS y HFC, dentre os quais se destacam Cablevisión e Cablemás (México), Inter (Venezuela), Cablevisión (Argentina), VTR (Chile), SKY (Brasil e México), Directv, Grupo Telefónica, América Móvil, NetUno e Tigo, dentre outros. “Na hora de começar a sua operação, quase todos os fornecedores de televisão por assinatura multiplataforma buscam os canais do RAI como uma opção diferencial de entrete-

Adriana Demjen,

VP de Marketing e Vendas Internacionais da All TV Communications

nimento para os assinantes; não só pela sua qualidade, mas também pela variedade oferecida na programação, o que o faz se destacar dentre os canais tradicionais aos que estamos acostumados”, explica Demjen.

“Em 2015, o RAI Itália comemorará seus 20 anos no mercado brasileiro.”

“A ideia destes canais é oferecer uma programação completa, com temáticas diferentes e utilizando a excelência da produção do RAI para atingir um público a cada vez mais exigente e seletivo. Os canais procuram refletir o estilo de vida dos seus telespectadores através da informação e do entretenimento, as suas prioridades. Trata-se de uma oferta muito interessante para não imigrantes ou descendentes com grande interesse na cultura e na criatividade do povo italiano”, acrescenta a executiva.

e meio que está impulsionando a nova produção interna. Dessa forma, define-se uma programação mais estruturada, inovadora, ágil e objetiva”, explica a executiva.

É nesse sentido que Demjen ressalta que o ponto mais forte do RAI Itália é o fato de 85% do conteúdo ser produzido pelos canais locais RAI Uno, RAI Due e RAI Tre. “Desde fins de 2013, o grupo RAI tem apostado na inovação do RAI Itália através da renovação das gráficas, do logo e da programação, um trabalho desenvolvido no transcurso do último ano

AS OPORTUNIDADES DE ABTA Adriana Demjen, VP de Marketing e Vendas Internacionais da All TV Communications, salienta que um mercado como o da ABTA sempre oferece oportunidades para o crescimento no negócio da TV no Brasil. “Ao reunir no mesmo lugar as principais operadoras da TV por assinatura, empresas de telecomunicações, produtores e programadores de conteúdo, dentre outros, as oportunidades para o desenvolvimento de novos negócios são grandes. A All TV sempre está à procura de novos negócios e oportunidades, não somente para os canais do RAI, mas também para todo o relativo ao setor da TV.”

Enquanto isso, os canais RAI News 24 e RAI World Premium permitem completar a oferta de conteúdos de entretenimento e informação do RAI que Demjen distribui na região. “Os canais agregam valor à oferta que a All TV Communications distribui na região, permitindo às operadoras uma oferta melhor e mais ampla de canais de origem europeu, de qualidade e de interesse geral”, diz a executiva. 20 ANOS NO BRASIL. Em 2015, o RAI Itália comemorará seu 20º aniversário no mercado brasileiro. “Nesta trajetória, conseguimos posicionar o canal de TV como um dos mais prestigiosos e importantes da Europa, tornando-o assim uma excelente opção de programação cultural, informação atual e entretenimento”, ressalta Demjen. O seu crescimento no Brasil, impulsionado pela comunidade italiana no país, consolidou o lugar do RAI Itália entre os principais canais étnicos da TV por assinatura, sendo distribuído por quase 90% das operadoras regionais. “O RAI Itália continua a oferecer a programação que permite a conexão da comunidade italiana no Brasil com as suas raízes culturais”, sublinha Demjen. “No entanto, dado que os telespectadores gostam de ser retratados desde o país onde moram, o RAI Itália está buscando atrair o público através das suas produções originais com assuntos que reflitam o seu dia a dia como o programa ‘Community – L’Altra Italia’”, conclui. ttv


PROGRAMAÇÃO

Do Japão para o mundo A NHK World TV leva a cultura pop japonesa não só para todos os cantos do Japão, mas para o mercado internacional também. A emissora participou de vários eventos em julho, como o evento Japan Expo em París, o Anime Expo em Los Ángeles e o Hyper Japan Festival em Londres, onde apresentou seu variado catálogo de animações e séries. Algumas delas são: ‘Imagine-nation’, série que destaca a cultura pop do Japão através de entrevistas com os criadores que lideram as últimas tendências em animação, videogames e mangá; ‘Kawaii International’, que captura a essência da cultura pop de Tóquio no estilo Kawaii (que significa “adorável”); e ‘J-Melo’, a única série em inglês sobre música japonesa – a grande protagonista do programa - que conta com performances ao vivo, entrevistas e muito mais.


Executivos todotv

Soluções sob medida A Bold Media Solutions Support estará presente junto com a sua parceira, Conax, na edição da ABTA 2014, a fim de oferecer um amplo leque de serviços e opções para operadores à procura do desenvolvimento de plataformas e produtos OTT (over-the-top), VOD (vídeo on demand) e TV everywhere no mercado brasileiro.

Diretor da Bold Media Solutions Support

Por Sebastián Amoroso Twitter: @sebamoroso samorso@todotv.tv

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om mais de treze anos no desenvolvimento de negócios em tecnologia, os sócios empreendedores da Bold Media Solutions Support, spin-off da Servinfo , fundaram a empresa no Uruguai em 2012, a qual elabora produtos para a indústria de conteúdos. O Uruguai é cenário dos primeiros projetos em que a companhia se envolveu e que estão hoje em andamento, com os operadores Montecable e Nuevo Siglo.

“A Bold é hoje uma empresa que opera e que tem projetos em andamento em mais de cinco territórios da região com diferentes operadores presentes no Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai e América Central”, explica Ariel Droyeski, Diretor da Bold, para todotv.

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A integração completa, que ajuda o pequeno e médio operador a explorar o desenvolvimento de soluções híbridas IPTV e OTT sob o conceito de TV everywhere, é um dos fatores atraentes da proposta da companhia. “A nossa solução tem um DRM homologado por parte de todos os distribuidores da região, tornando a efetivação da solução um processo muito rápido”, sublinha Doreyski. A empresa, baseada em Montevidéu, é também um integrador que oferece outras soluções para operadores que as necessitem, como os set top boxes ou cabeceiras digitais, que são alguns dos componentes da plataforma por demanda. BRASIL: UM MERCADO PRIORITÁRIO. Junto com a parceira Conax, a plataforma da Bold no Brasil trabalha com soluções CAS e DRM desenvolvidas pela Conax. “Estamos operando de forma ativa no Brasil, fornecendo soluções e produtos a operadores de todo porte que já possuam CAS da Conax ou que estejam dispostos a ampliar a opção de segurança com simulcrypt”, comenta o executivo.

Ariel Droyeski,

“A alternativa Cloud, lançada em 2013 e oferecida e comercializada pela Conax no Brasil, faz parte da oferta do produto”. Referente a isso, o executivo salienta o “grande sucesso” dessas soluções no mercado brasileiro devido a vários fatores do setor. “Os prestadores de serviços IP no Brasil receberam a permissão para realizar conteúdos e televisão, o que resulta em um marcado êxito em soluções para operadores aventurando-se em IPTV, através de uma plataforma end-toend em versão Cloud”, afirma Droyeski. Atualmente, a empresa tem mais de dez clientes que serão lançados na segunda metade do ano com a solução de plataforma completa de Cloud, distribuída e comercializada pela Conax, e com suporte e implantação da Bold. “O Brasil é um mercado muito atrativo que está alcançando uma expansão massiva de assinantes de TV paga e de serviços de banda larga. Assim, todos os serviços e produtos afins são negócios prestes a prosperar”, salienta o executivo. “Na Bold contamos com a tecnologia necessária para tornar isso uma realidade de serviços para operadores”, acrescenta. Conforme o executivo, são dois os motivos que permitem o desenvolvimento dessas novas plataformas na América Latina. “A particularidade de alguns territórios da região é a migração que está acontecendo. A prática de novos costumes de consumo por parte dos usuários e a sua tendência para o consumo de conteúdos sob demanda exigem a variedade de tecnologias oferecidas pela Bold”, explica Droyeski. No caso do Brasil, por sua vez, e de alguns outros territórios regionais onde a penetração da TV por assinatura não era alta, “o crescimento da base de assinantes também é uma razão”, acrescenta o executivo. Considerando esses fatores, Droyeski ressalta: “A tecnologia oferecida pela Bold nos outros

“A Bold é hoje uma empresa que opera e que tem projetos em andamento em mais de cinco territórios da região com diferentes operadores presentes no Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai e América Central.” “Estamos operando de forma ativa no Brasil, fornecendo soluções e produtos a operadores de todo porte que já possuam CAS da Conax ou que estejam dispostos a ampliar a opção de segurança com simulcrypt.” territórios tem o seu lugar graças à aparição de novas tendências de consumo, que são, basicamente, os produtos OTT e VOD, além da versatilidade da nossa plataforma e da sua capacidade para desenvolver gadgets particulares com base nas necessidades de cada operador”. Finalmente, o executivo destaca a presença da Bold junto com a Conax na edição 2014 da ABTA. “Convidamos os operadores de qualquer porte a se aproximarem para conhecerem o tipo de soluções end-to-end que fornecemos, as quais, bem como são oferecidas, desenvolvidas e estendidas, facilitam e aceleram o processo de novos serviços como OTT, VOD e TV everywhere por valores muito razoáveis, enquanto esses operadores contam com a possibilidade de monetizar novas rendas sobre isso”, conclui Droyeski. ttv



Reportagem Central

O Negócio HBO Latin America Group

LEIS E INCENTIVOS: TV POR ASSINATURA E PRODUÇÃO

Na cadência do Brasil O novo cenário estabelecido pela lei 12.485/2011 de Serviço de Acesso Condicionado (Lei do SeAC) monopoliza as conversações no mercado da TV no Brasil, da impulsão que ela deu à produção nacional até os atrasos nos fundos burocráticos. É nesse contexto que a todotv faz uma avaliação geral dos assuntos debatidos e consulta a experiência de programadores internacionais. Por Sebastián Amoroso

Twitter: @sebamoroso samoroso@todotv.tv


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nquanto a bola de futebol rolou nos estádios brasileiros durante a Copa do Mundo da FIFA, não houve muito tempo para falar em outros assuntos. No entanto, antes e depois disso, o debate que toma conta da conversação no setor da TV no Brasil é a lei 12.485/2011 de Serviço de Acesso Condicionado (Lei do SeAC). A lei que impulsiona e financia a produção nacional, vigente no país desde 2011, apresenta um novo cenário para todos os players da indústria, tanto locais quanto internacionais, gerando benefícios imediatos nos setores de produção local, porém provocando também críticas referentes ao estabelecimento e impacto de muitas outras das suas medidas. O debate do novo contexto gerado pela Lei do SeAC tomou conta da conversação nos três dias da edição 2014 do RioContentMarket e do Fórum Brasil, e a todotv faz um repasso dos temas altercados por produtores, programadores e associações para se adaptarem a uma realidade tão complexa e fugaz como a da produção e programação de TV. RIO CONTENT MARKET 2014. A edição 2014 do RioContentMarket, que teve lugar de 12 a 14 de março no Rio de Janeiro, virou um espaço para opiniões e debates referentes à realidade da lei 12.485. Ainda que a mesma tenha ajudado a fomentar o desenvolvimento e a acrescentar horas de produção nacional, ouviram-se algumas críticas à lei e o seu contexto: fundos burocráticos, retransmissões, prescrição, inflexibilidade e amadurecimento do mercado local para gerar conteúdo, além dos altos custos. O resultado do debate, no qual opinaram todos - membros da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPI-TV), canais nacionais e internacionais e produtores locais – foi recepcionado por Manoel Rangel, diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), que teve um “encontro” com o setor durante um dos dias do evento.

“Foi como se, de repente, passássemos de ter dez reais a contar com 55 milhões nos fundos setoriais e mais de 30 milhões em Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) – tudo para produzir. Porém, era tudo uma brincadeira”,

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disse Krishna Mahon, produtora executiva dos canais de A+E Ole Networks no Brasil, sobre a demora dos prazos para acessar esses fundos. “O que eu preciso na grade hoje difere muito do que precisarei em seis meses ou dois anos”, acrescentou. Os produtores concordaram: “O desafio principal é desburocratizar os fundos. Atualmente passo meio dia tentando lidar com trâmites da Ancine”, disse Barata Ribeiro. “Se já tem o apoio da lei, por que não podemos utilizar documentos e assinaturas digitais para acelerar os processos?”, reclamou Márcio Yatsuda, presidente da Movioca Content House, outra das produtoras presentes no evento. Por sua vez, a lei 12.485 estabelece um limite da retransmissão excessiva dos conteúdos aos programadores para cumprir as cotas de produção original na tela. O problema são os critérios. “Uma coisa é considerar retransmissões simultâneas em diferentes canais e outra são as retransmissões no mesmo canal. A retransmissão é um direito do assinante de poder assistir ao conteúdo em diferentes momentos, sendo que, às vezes, a sexta retransmissão alcança mais rating que a segunda”, comentou Alberto Niccoli, SVP da Sony Pictures Television Brasil, descontente com a regulamentação. A insatisfação vem também pelo lado da validez de um ano dos conteúdos para cumprir a cota em cada programadora. “Não faz sentido que uma peça com orçamento previsto para que dure não possa ser transmitida em vários canais. Eu tenho três canais, mas o que acontece com os programadores que têm mais? Tenho certeza de que a medida será revisada de forma democrática para que seja mudada”, manifestou Niccoli. “É claro que a lei ignora a desigualdade entre grupos, cobrando o cumprimento sem levar em conta a quantidade de canais que cada um possui”, opinou Silvia Elías, diretora de Conteúdo Local da Turner Brasil, companhia que programa dezesseis canais no país. Além do curto prazo para se adaptarem às cotas, o problema principal dos programadores internacionais foi o conteúdo disponível. O setor brasileiro não estava preparado para tamanha demanda imediata de produto e isso está se revertendo aos poucos. Mônica Pimentel, VP de Conteúdo da Discovery Networks Brasil, apontou a questão da inflexibilidade perante os formatos brasileiros.

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yt M it ics “A criação e o desened an m -A ia t go volvimento de formatos st m es o 20 en ú 14 ainda é um grande desafio, su ni ) al co uma vez que há uma grande ) s carência de projetos bem estruturados. Se houvesse flexibilidade nos formatos, todos poderiam ser beneficiados e contribuir com o desenvolvimento do setor”, disse a executiva, que mencionou a produção ‘Desafio em Dose Dupla’, a qual conta com 90% de talento e recursos brasileiros, mas não está apta para cumprir a cota por ter um formato estrangeiro. An al

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“Os custos de produção crescem e não parece que isso vá mudar. É por isso que temos de estabelecer mais parcerias”, opinou Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA). Roberto Martha, diretor sênior de produção da Viacom Brasil, também se manifestou nesse respeito. “O problema com o custo elevado de produção no Brasil é que as nossas companhias percebem que produzir em outros países é mais barato e efetivo, o que poderia provocar que comecemos a produzir somente para cumprir as cotas. Essa não é a nossa vontade: queremos produzir a nível local, exceder a cota, e a forma de impedir esse risco é equilibrando o mercado”, manifestou o executivo. FÓRUM BRASIL DE TELEVISÃO 2014. O Fórum Brasil de Televisão 2014, realizado em 4 e 5 de junho no World Trade Center de São Paulo, foi outro contexto em que a lei 12.485 foi motivo de debate. Nesses dias, executivos e produtores discutiram as consequências da promulgação da lei e demandaram maior qualidade de produção. Rogério Gallo, VP de Filmes e Séries da Turner Brasil; Gil Ribeiro, presidente da Conspiração Films; Belisário Franca, sócio e diretor da Giros, e Cao Hamburger, diretor da Giros, foram os responsáveis pela abertura do evento em que trataram-se alguns assuntos como as consequências da aplicação da lei, o que acontece com a demanda excessiva de produção, a “mão de obra” escassa, e o aumento dos custos e, consequentemente, dos conteúdos. Referente a isso tudo, Gallo afirmou que o mercado de produção não está preparado para a aplicação da lei e sugeriu que se trabalhasse na capacitação da “mão de obra” com a ajuda do governo, dos programadores, dos canais e das próprias produtoras, com o qual Ribeiro esteve de acordo.

Dos 21 programas com maior audiência da TV por assinatura no Brasil em 2013, 9 foram produções nacionais, das quais 7 foram realizadas por produtores associados à Associação Brasileira de Produtoras Independentes.

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“Antes da lei, nem havia produção nacional. Em 21 anos produzimos cinco séries para TV e, no ano em que a lei foi aplicada, produzimos seis séries e estamos desenvolvendo mais oito”, comentou Andrea Barata Ribeiro, produtora de O2 Filmes. Embora ninguém duvidasse disso, os debates foram direcionados para os pontos fracos que a lei ainda tem.

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ReportagemCentral Os painelistas acrescentaram que a consequência de todo o assunto é um baixo rendimento dos conteúdos brasileiros, com muita programação barata e de má qualidade produzida apenas para cumprir a cota, e poucos casos de êxito como a adaptação local de ‘Homeland (Prisoners of War)’ - em processo de produção no Brasil -, da israelense Keshet International. Os executivos concordaram na importância da qualidade ao realizar conteúdos com selo brasileiro, como a série ‘Filhos do Carnaval’ da HBO Latin America Group, que possam ser exportados, ao invés de produzir dramas de TV que não têm muito a ver com a cultura brasileira e, portanto, são mais difíceis de distribuir no mercado internacional. ttv Quantidade de horas de conteúdo brasileiro veiculados em 2012 (14 canais monitorados) mais do que triplicou após a vigência da regulamentação.

Fonte: SAM/Ancine Informe de Acompanhamento do Mercado TV Paga Monitoramento de programação de 2012.

Entre o início do cumprimento das cotas até o 2º trimestre de 2013 houve um aumento de 290% no nº de Certificados de Registro de Títulos para o segmento de TV paga.

“Ainda que a mesma tenha ajudado a fomentar o desenvolvimento e a acrescentar horas de produção nacional, ouviram-se algumas críticas à lei e o seu contexto: fundos burocráticos, retransmissões, prescrição, inflexibilidade e amadurecimento do mercado local para gerar conteúdo, além dos altos custos.”

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“Os executivos concordaram na importância da qualidade ao realizar conteúdos com selo brasileiro, como a série ‘Filhos do Carnaval’ da HBO Latin America Group, que possam ser exportados.” Fonte: SRE/ANCINE


A EXPERIÊNCIA DOS PROGRAMADORES

Cecília Mendonça,

Michela Giorelli,

VP e gerente geral da Disney Channels Latin America, da The Walt Disney Company Latin America

VP de Produção e Desenvolvimento da Discovery Networks Latin America/US Hispanic

“É um processo complexo. A nova lei de TV paga e suas cotas aceleraram a nossa vinda para produzir no Brasil”.

“O Brasil sempre foi um mercado com enorme potencial. Nos 20 anos da Discovery na região, já produzimos muito no país e acredito que seja o canal mais experiente na área de produção”.

“Produzir aqui é um pouco mais caro, mas a ideia de fazê-lo já existia havia um tempo. Estamos abertos a conversar com produtores que queiram realizar conteúdos universais e, se for possível, adaptados à marca dos nossos três canais”.

Miguel Brailovsky,

VP sênior e gerente geral do History e H2 para a América Latina

“Hoje temos algumas produtoras que trabalham conosco há algum tempo e sabem trabalhar para televisão como Mixer (‘Águias da Cidade’ ou ‘Desafio em Dose Dupla: Brasil’).” “O fato de algumas das ideais serem desenvolvidas junto com os produtores e que acabem depois nas mãos deles é o que talvez deveria mudar no futuro; caso contrário, estaríamos falando de um lei que não admite a coprodução estrangeira”. “O incentivo do Rio Films foi uma experiência muito positiva porque o processo e a aprovação foram bastante rápidos e pouco burocráticos, permitindo financiar projetos muito lindos. Em geral, os custos são mais elevados do que no resto da América Latina”.

“O desafio atual dos produtores brasileiros é criar o seu próprio selo de identificação para os conteúdos da TV por assinatura, que tem o evidente potencial de ser o mercado de maior crescimento dos próximos anos”. “Acredito que a lei conseguiu o objetivo de ativar bastante a indústria audiovisual no Brasil, embora todo crescimento rápido provoque certos distúrbios. Atualmente, por exemplo, o preço de mercado não é claro para alguns padrões de produção, e a falta de equilíbrio entre a oferta e a demanda torna alguns custos inviáveis”.

VP de Produção da HBO Latin America Group

“O HBO no Brasil começou a análise sobre o assunto da produção em começos dos anos 2000, porém o processo se formalizou uns dez anos atrás. Não existia uma estrutura de produção independente e foi isso que dificultou identificar as mais adequadas no início. Começamos a procurar as produtoras mais importantes na área cinematográfica, a qual estava ressurgindo graças a várias leis de incentivo e que contava com produções de empresas que também provinham da publicidade”. “É claro que a existência de leis de incentivo implica um crescimento da produção audiovisual no Brasil, além do desejo natural que eu penso que têm os canais como HBO, que produzimos ainda com recursos próprios como ‘O Negócio’, por exemplo, cujo capital veio do próprio canal e não contou com fundos do estado”. “Ainda há muito a fazer porque a produção é só uma etapa: depois vêm outras fases que fazem a produção mais regular ou sistemática. Ainda hoje pode se observar o processo artesanal da produção na região. É muito importante manter esse fluxo”.

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“A impossibilidade de termos propriedade sobre os formatos e o dever de cumprirmos as cotas de conteúdo nacional paralelamente limita os planos para os canais como os nossos. A melhor opção, tanto para produtores quanto para os canais, é produzir séries bem-sucedidas que possam perdurar por muitos episódios e temporadas; no entanto, é provável que um canal não esteja disposto a investir a maior parte dos seus recursos em um formato ou conceito que, pelo fato de pertencer por lei ao produtor, possa acabar no canal da concorrência”.

Roberto Rios,


Executivos todotv

Papel protagónico no mercado A unidade B2B da divisão de Media Services do grupo Telefônica fornece serviços de TV por assinatura e internet via satélite, além de um serviço audiovisual “chave em mão”. No Brasil, mercado principal, a companhia oferece hoje serviços de DTH a operadores como Vivo, Oi, Algar, Super i, Telecom, Reditel, Unotel (Íon TV) e TV4ISP.

Diretor Comercial da Media Networks

Por Sebastián Amoroso Twitter: @sebamoroso samorso@todotv.tv

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Media Networks é uma unidade B2B da divisão de Media Services da Telefônica que fornece serviços atacadistas de TV paga (DTH e TV digital) e de internet via satélite na América Latina. “Somos protagonistas no mercado da TV paga da América Latina ao sermos o fornecedor principal de serviços atacadistas de DTH e TV digital”, explica para todotv Leandro Gaunszer, Diretor Comercial da Media Networks. “Atendemos os operadores do Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Guatemala, Costa Rica e Nicarágua, o que nos torna o melhor aliado para os nossos clientes no crescimento dos seus negócios de TV por assinatura”, acrescenta o executivo.

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A companhia é também o atacadista mais importante de internet via satélite para o segmento corporativo (banda ku) e para o residencial (banda ka), tecnologia da qual é pioneira na América Latina com muito potencial para universalizar o acesso à banda larga na região. “Tanto o serviço de TV por assinatura como o de internet via satélite têm o hub via satélite mais importante da região como suporte, que abrange o nosso centro operacional em Lima e os teleportos de Arica no Chile e de Laredo nos Estados Unidos”, comenta Gaunszer. Segundo o executivo, o modelo de negócio de marca branca constitui um valor diferencial nos serviços oferecidos pela companhia. “Permite aos operadores inicializarem o serviço com o controle total das variáveis comerciais, como a definição de pacotes e a escolha de canais ou velocidades, preços, branding, faturamento, marketing, etc., deixando o restante conosco”. A companhia oferece também um portfólio de soluções audiovisuais “chave em mão”, realizadas conforme as necessidades de cada

Leandro Gaunszer,

cliente. “A nossa proposta de valor integrado inclui a consultoria e desenho das soluções, equipamento, instalação, integração, suporte e manutenção para diferentes projetos – serviços que se efetuam em diferentes tipos de lugares e cenários, como centros de produção e canais de TV, eventos ao vivo, infraestrutura audiovisual e de som para instalações esportivas, salas de imprensa, auditórios e congressos, digitalização de arquivos, digitalização de rádios e emissoras de TV, dentre muitos outros”, salienta Gaunszer. MEDIA NETWORKS NO BRASIL. As operações da Media Networks no Brasil começaram em 2008, ano em que a empresa começou a fornecer o serviço de DTH ao seu primeiro cliente: a Vivo. “Com o passar dos anos, foi se consolidando a nossa presença até que em 2011 abrimos escritórios em São Paulo, desde onde atualmente atendemos nossos diversos clientes de DTH, internet e soluções audiovisuais. O Brasil é o nosso mercado principal, onde prestamos serviço à maior quantidade de clientes”, sublinha Gaunszer. Atualmente, a companhia oferece serviços de DTH à Vivo, Oi, Algar, Super i Telecom, Reditel, Unotel (Íon TV) e TV4ISP, que é o mais recente. Referente à experiência da companhia no mercado brasileiro, o executivo ressalta que “é

“O Brasil é o nosso mercado principal, onde atendemos a maior quantidade de clientes.” muito boa”. “Desde que começamos no Brasil, temos crescido consistentemente e pensamos que temos muito espaço para continuar crescendo”, afirma. “O mercado brasileiro é um dos nossos prioritários, não só por ser o país com maior penetração de DTH na América Latina, superando há muito tempo o CATV, mas também porque encabeça a lista de países com maiores expectativas de crescimento nos próximos anos”, acrescenta. Ao mesmo tempo, a Media Networks está focalizada na promoção de suas soluções audiovisuais no Brasil. “Contamos com a experiência de 20 anos na Europa – a nossa melhor carta de apresentação atual para começar a trabalhar na América Latina desde o ano passado”, destaca o executivo. “Algumas experiências recentes incluem a digitalização dos estúdios da ESPN no Brasil, projeto que significou consultoria, execução, levantamento planimétrico, instalação de salas de controle mestre, grafismo e edição, dentre outros serviços”, exemplifica. “Outro projeto muito importante é a instalação do novo centro de produção da Rede Record em Lisboa, recentemente finalizado”. Dentre outros projetos mencionados, também está “o redesenho e instalação do estúdio do canal ESPN o Brasil, além da consultoria para a digitalização de um canal de TV no Peru e um projeto de portos fixos para broadcasting de um estádio de futebol, que estão atualmente em andamento”, conclui Gaunszer. ttv



Galeria tradeshows

Fórum Brasil de Televisão 2014

Eduardo P. Rocha (Trivèlla Investimentos), Christian de Castro (Zooks Consultoria e Comunicação), Georgia Costa Araújo (Coração da Selva), Paulo Markun (Revanche Produções), Sabrina Nudeliman Wagon (Elo Company) e Reynaldo Marchezini (Mixer) no painel “Financiamento da produção: dilemas e soluções”.

4-5 Junho, World Trade Center do Brasil, São Paulo, Brasil

Fernando Lauterjung (Tela Viva), Gilberto Toscano (CQS Advogados), Cícero Aragón (Box Brasil), Rosana Alcantara (Ancine) e Marco Altberg (ABPITV) no painel “As virtudes e os gargalos do modelo brasileiro”

O Secretário de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, presente nos painéis do Fórum Brasil de Televisão 2014

Farrell Meisel (Global Agency)

O Fórum Brasil de Televisão 2014 recebeu grande público

Ralph Rivera (Future Media da BBC)

Marcos Magalhães (Anima Mundi)

Fernando Acquarone (Pindorama)

Público presente em um dos painéis do Fórum Brasil de Televisão 2014

Rosanna Manfredi (Expotoons)


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Durante 4 e 5 de junho teve lugar, no World Trade Center do Brasil, a 15ª edição do Fórum Brasil de Televisão, a qual teve como base, como era de se esperar, as consequências da promulgação da lei 12.485/2011, o mercado de produção e de distribuição local, a regulamentação dos serviços VOD e a importância que estão ganhando diferentes adaptações locais de formatos internacionais como os da Armoza Formats ou da Keshet International. Fotos: Marcelo Kahn.

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André Mermelstein (Tela Viva), Rogério Gallo (Turner Brasil), Gil Ribeiro (Conspiração Filmes), Belisário Franca e Cao Hamburger (Giros) durante o painel “A TV que queremos”

Raphael Crescente (Cesnik Quintino)

Paulo Markun (Revanche Produções), Geórgia Costa Araújo (Coração Selvagem) e Christian de Castro (Zook Consultoria e Comunicação)

Rogério Gallo (Turner Brasil)

Mário Diamante (Band)

Marcelo Caetano (Rede Record)

Amos Neumann (Armoza Formats)

Alfredo Manevy e Renato Nery apresentam as diretrizes da SP Cine no Fórum Brasil de Televisão 2014

Visão geral do Fórum Brasil de Televisão 2014

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Executivos todotv

Para a outra mulher Com uma fantástica distribuição e uma proposta diferente, o Lifetime entrou na América Latina pela porta da frente e conservando o foco na mulher, porém não desde o seu papel como dona de casa, mas considerando o amplo leque emocional da sua vida. “Vamos nos focar nas emoções, no que significa ser uma mulher”, explica Eduardo Ruiz.

Presidente e Gerente Geral da A+E Networks Latin America

Por Luis Cabrera Twitter: @luis_cabreram lcabrera@todotv.tv

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oucos canais arribaram na região com mais expectativa do que o Lifetime, a grande novidade que a A+E Networks Latin America trará na segunda metade do ano em parceria com a Sony Pictures Television. Após três décadas de grande sucesso nos EUA, onde foi o canal mais assistido do mercado da TV por assinatura, o Lifetime aterrissa nas telas da região com o objetivo de encontrar um público feminino com expectativas maiores do que aprender a cozinhar, tecer ou se pentear.

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“Trata-se de um canal que estará focalizado nas emoções, no significado de ser uma mulher, uma mãe, uma profissional hoje em dia”, salienta Eduardo Ruiz, presidente e gerente geral da A+E Networks Latin America. “Nós temos um ditado: ‘estamos atingindo um público perfeitamente imperfeito’. Não existe produto semelhante na América Latina”. Os 30 anos de trajetória da marca nos EUA foram marcados pelo sucesso e, mesmo quando o canal perdeu o seu lugar privilegiado no mercado da TV paga dos Estados Unidos nos últimos dez anos, o fato de a A+E Networks tê-lo adquirido três anos atrás reativou a marca, impulsionando um novo empurrão que procura se reproduzir na América Latina. “Nós recebemos toda a experiência e o conhecimento recolhido nos EUA e, embora o mercado latino seja muito diferente do norteamericano, não há muitas diferenças na vida da mulher a nível emocional. Ser uma mãe argentina não difere muito de ser uma mãe mexicana”, afirma Ruiz. A influência do canal estadunidense será forte durante 2014. O Lifetime contará com uma programação que terá séries da Bio e algumas outras que passaram pela Sony, adiando a produção original na região para 2015, fora algumas aquisições de produtos brasileiros

Eduardo Ruiz,

necessárias para cumprir com as cotas, como ‘Mujeres en acción’ e ‘Socorro imediato’. Nesta primeira fase, o Lifetime contará com séries dramáticas como ‘Witches of East End’, ‘Drop Dead Diva’ (as últimas três temporadas, que não foram transmitidas no horário central pela Sony), ‘Devious Maid’ e ‘Necessary Roughness’. Terá também programação sem roteiro, como ‘Dance Moms’, ‘Abby’s Ultimate Dance Competition’, ‘Kim of Queens’ e ‘Bring It’. Serão transmitidos inclusive filmes originais da franquia Lifetime Movies como ‘Steel Magnolias’, ‘Liz & Dick’ e ‘Call Me Crazy: A Five Film’. O canal, que estreará um pacote gráfico que estará também disponível nos EUA só daqui a algum tempo (conforme Ruiz, uma “generosidade” da equipe inglesa), terá legendagem para o espanhol e o português de 100% do conteúdo, junto com a opção de obter o áudio original via SAP. APROVEITOU A MARÉ. Capitalizando a oportunidade gerada pelo lançamento do Lifetime, a A+E Networks Latin America relançou H2, o canal que complementa o His-

“Começar com 50% de penetração já é um imenso sucesso para um canal. A expectativa é atingir entre 70 e 80% de todo o mercado.” tory com conteúdos para um público mais adulto, com mais possibilidades econômicas; em geral, homens que gostam da pesquisa profunda mais do que do entretenimento não ficcional. “Estamos há mais de um ano com o H2”, explica Ruiz. “Aumentar a sua distribuição foi um grande desafio e a oportunidade de lançar o Lifetime resultou na distribuição do H2 em 24 ou 25 milhões de lares. Da noite para o dia, cresceu de um milhão para 24 milhões”. “Assim como acontece com o Lifetime, que está realizando uma pequena transição no México, o H2 está fazendo uma transição semelhante no Brasil. Ambos os canais deveriam superar os 25 milhões para fins de setembro”, acrescenta o executivo. “Atualmente, essas 25 milhões de residências representam 50% do mercado disponível. Começar com 50% de penetração já é um imenso sucesso para um canal e o agradecimento é todo para o grupo da HBO Latin America, que foi o que negociou com cada operador de TV a cabo da América Latina. A expectativa é atingir entre 70 e 80% de todo o mercado em dois ou três anos”. Nessa primeira fase, o H2 também estará comprando conteúdo local brasileiro para atingir as cotas; no entanto, planeja contar com produções originais para 2015. ttv Drop Dead Diva Série dramática



Q&A todotv ttv

Muito mais do que uma cota Impulsionada pela nova regulamentação, a Disney Channels Latin America deu início à produção de conteúdos locais no Brasil, porém reiterando a bem-sucedida fórmula utilizada com produtos sem fronteiras como ‘Violetta’. “Estamos cumprindo com a cota brasileira, mas com histórias universais que podem se adaptar à região toda e possivelmente também à Europa”, explica Cecilia Mendonça. Por Sebastián Torterola Twitter: @storterola storterola@todotv.tv

College 11 Protagonistas de Que talento!

“A cota nos forçou a começar a produzir no Brasil antes do planejado na nossa estratégia corporativa.”

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“O Brasil é um pouco mais caro. Não é necessariamente esse o motivo de não termos produzido aqui antes, mesmo que tenha um efeito mais forte na receita de produção.”

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nova realidade da TV por assinatura no Brasil, que determina uma cota de três horas e meia de conteúdo local por semana, forçou muitos canais a uma difícil adaptação. No caso da Disney Channels Latin America, essa adaptação obrigatória levou a empresa a acelerar os prazos de seu desembarque como produtora no Brasil. “A cota apressou um pouco os nossos planos, mas a intenção já existia”, apontou Cecilia Mendonça, VP e gerente geral da Disney Channels Latin America durante o diálogo com a todotv no contexto da última edição

da RioContentMarket 2014. “Nós temos um hub de produção na Argentina, o que simplifica um pouco o assunto da produção, mas sempre consideramos produzir no Brasil”. Os custos, um pouco mais elevados no Brasil, conforme admite Mendonça, são um dos motivos pelos quais a Disney Channel não tinha gerado anteriormente um hub de produção no Brasil, além da dificuldade de encontrar conteúdo infantil no nível que a Disney requer. “É bastante complicado, porém acredito que conseguimos achar a forma de cumprir a cota e de ir aprimorando o tipo de conteúdo que vai sendo produzido para


Cecilia Mendonça,

atingirmos as nossas necessidades”, afirmou a executiva.

VP e Gerente Geral da Disney Channels Latin America

O que motivou a Disney a começar a sua produção no Brasil? Fazia muito tempo que tínhamos interesse em produzir no Brasil. Já produzimos conteúdo brasileiro com talento brasileiro na Argentina, levando uma estrutura do Brasil para trabalhar nesse país, como fizemos com ‘La florería de Bárbara’, ‘Playground’ e outros. Sempre foi importante contar com conteúdo local brasileiro, embora não estivéssemos necessariamente produzindo no Brasil. No entanto, produzimos também ‘Quando toca o sino’ para o Brasil e para toda a América Latina, que foi o modelo oposto. Com quem fizeram parecerias para produzir em território brasileiro? Sempre foi com produtoras independentes. Na época, trabalhávamos com uma produtora chamada Cristal Líquido Produções; em outro momento, trabalhamos em parceria com a RGB, com a qual fizemos a versão de ‘High School Musical’. Hoje buscamos produzir conteúdo brasileiro que possa ser inserido em qualquer parte da América Latina, mas com produção no Brasil. É dessa forma que cumprimos a cota do país, todavia com histórias universais que possam se adaptar à região toda e, possivelmente, à Europa. O quanto foi importante a necessidade de cobrir a cota requerida pela lei na hora de começar a produzir no Brasil? A cota apressou um pouco os nossos planos, mas a intenção já existia. Nós contamos com um hub de produção na Argentina, o que simplifica um pouco o assunto da produção, mas sempre consideramos produzir no Brasil. Começamos a comprar conteúdo brasileiro e já assinamos contrato com algumas produtoras de animação de séries. Não podemos comprar qualquer tipo de produto infantil, uma vez que temos três marcas muito claras e, quanto mais apropriado for o produto para a marca, melhor. Atualmente, a forma de trabalho com as produtoras locais independentes é que elas nos apresentam a ideia para uma coprodução, sendo as donas do projeto, enquanto nós fazemos o feedback criativo para aproximá-lo da nossa marca.

Em que medida o custo de produzir no Brasil era influente na decisão de a Disney não tê-lo feito antes? O Brasil é um pouco mais

caro, mas não é necessariamente por isso que não produzimos aqui antes, mesmo que esse fato tenha um impacto maior na receita de produção. Não se trata de um país econômico, porém também não chega aos custos dos Estados Unidos nem da Europa. É um pouco mais caro do que a Argentina. Não é essa a razão de não termos produzido aqui antes, mas acontece que nós temos canais pan-regionais que demandam uma estratégia dessas características, o que implica tomar certas decisões. Mesmo assim, eu acredito muito no conteúdo universal, e um exemplo disso é ‘Violetta’, que viajou por muitos países e não resulta em um conteúdo exclusivamente argentino. De que forma esses conteúdos pan-regionais estão ligados aos outros que já estão nos canais da Disney? Ao termos um fornecedor de conteúdo visivelmente assombroso, que é a nossa própria companhia nos Estados Unidos, vemos a possibilidade de complementar essa produção norte-americana com conteúdos que viajam, dos quais temos um Violetta Disney Channel

know how e facilidade para produzir. O que fazemos é complementar o pipeline que vem dos Estados Unidos e do que compramos, que é basicamente animação, com a nossa expertise, que está mais próxima do live action. O quanto a experiência de ‘Violetta’ foi valiosa nessa estratégia? ‘Violetta’ é um grande exemplo de um formato típico da América Latina e que hoje é sucesso na Europa: transmite-se na Inglaterra, tem êxito na Russia e vai estrear na Alemanha, além de funcionar excelentemente na França, um mercado que é sempre difícil. No entanto, embora sejam conteúdos universais, não queremos perder a essência local. Se for produzido no Brasil, não deveria ser um conteúdo tão genérico, mas também não deveria ser incompreensível para quem não é brasileiro. Como é possível manter a qualidade quando o objetivo é cumprir a cota de produção local? Penso que isso é difícil para todos e o fato de sermos um canal infantil só dificulta ainda mais, porque o conteúdo infantil disponível não é muito. Tentamos fazer o melhor possível buscando dentro dessa disponibilidade e é bastante complicado; porém, acredito termos achado a forma de cumprir cota e de ir melhorando o tipo de conteúdo que vai sendo produzido para atingirmos as nossas necessidades. Repete-se essa estratégia no resto da América Latina? Ao falarmos do nosso plano estratégico, nós sempre consideramos tanto a produção local quanto a pan-regional, focados em conteúdos relevantes para a LatinoAmérica, mas que possam viajar. Vários dos que estamos produzindo na região têm a marca da Disney e contamos com uma área de desenvolvimento de conteúdos que trabalha sobremaneira. A estratégia é continuar gerando conteúdo local relevante e, se for possível, de marca. ttv

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O que estão produzindo agora? Estamos fazendo uma produção para a Disney Channel (‘Que talento!’) junto com uma produtora independente chamada Cinefilm e protagonizada pela dupla College 11: um garoto (Bruno Martini) e uma menina (Mayra Arduini) que são músicos e que já vinham trabalhando conosco há vários anos. Estou certa de que funcionará em outros países porque está se desenvolvendo muito bem.

“O que fazemos é complementar o pipeline que vem dos Estados Unidos e do que compramos, que é basicamente animação, com a nossa expertise, que é mais próxima do live action.”


Q&A todotv ttv

As virtudes da vanguarda A HBO Latin America Group apostou em favor do desenvolvimento e da execução de uma estratégia que integra o seu conteúdo de programação às novas plataformas de distribuição para ficar no lugar de companhia líder na oferta de distribuição e de serviços de TV por assinatura em toda a região. Por Sebastián Amoroso Twitter: @sebamoroso samoroso@todotv.tv

Game of Thrones Serie

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“A chave é permanecer na vanguarda da tecnologia para poder concorrer com as novas plataformas que estão se inserindo no mercado.”

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HBO Latin America Group dispensa grande apresentação. A companhia programadora, produtora e distribuidora de conteúdo de TV por assinatura na América Latina determinou as estratégias para encabeçar o mercado apostando no conteúdo premium e nos serviços em alta definição no lugar, no momento e da forma em que o consumidor o preferir. Francisco Smith, VP sênior de Vendas Afiliadas e Marketing da HBO Latin America

Group, explica esses assuntos à todotv e opina sobre os avanços do setor nos principais mercados da região. Quais são as características das estratégias utilizadas pela HBO Latin America Group nos últimos anos? A HBO Latin America Group é uma empresa que tanto produz e distribui canais premium quanto representa canais básicos como Warner Channel, E! Entertainment Television, History, Sony e AXN,


Francisco Smith,

dentre outros. Três ou quatro anos atrás, tentamos desenhar o caminho para localizarmonos no rumo que estava tomando a tecnologia e mudamos algumas coisas para fortalecer e complementar o nosso produto principal que é HBO Max, o pacote premium vendido na região como um pacote separado.

VP Sênior de Vendas Afiliadas e Marketing da HBO Latin America Group

Do que se trataram essas mudanças? A chave é permanecer na vanguarda da tecnologia para poder concorrer com as novas plataformas que estão se inserindo no mercado, fortalecendo e mantendo o nosso compromisso com a produção original. Para isso, precisamos ter os canais disponíveis em HD (high definition), um complemento on demand à disposição e acesso a um serviço de TV everywhere. Como foi o desenvolvimento dos canais em HD? Reconfiguramos a estratégia dos canais via satélite para podermos dividir o território em três regiões. Atualmente, temos disponíveis os dez canais em MP4 em alta definição para o território todo, distribuídos em dez canais para o Brasil, dez pan-americanos e dez canais para o México e a América Central. Hoje em dia, os canais estão à disposição de todos os nossos clientes, dependendo só, é claro, da sua capacidade para oferecer a alta definição. Caso não contem com essa capacidade, a tecnologia lhes permite oferecer os canais em formato SD (standard definition). Poderia expandir o conceito de serviço on demand? O HBO on demand, produto disponível que também pode ser oferecido em alta definição, representa entre 250 e 300 horas de programação, o que é utilizado como um conceito de catch up. O que pode nos dizer referente ao desenvolvimento do serviço de TV everywhere? Um terço da estratégia era oferecer um serviço de TV everywhere para que os assinantes pudessem acessar o conteúdo através de outros dispositivos no lugar, no momento e da forma em que quisessem, o que resulta na HBO Go: nossa plataforma complementar à assinatura aos canais premium.

Em que contexto entra na estratégia o desenvolvimento da produção original? O apoio contínuo à produção original da HBO sempre foi um elemento principal no contexto dos canais premium. Através desses novos produtos, o assinante recente hoje tem a possibilidade de aproveitar todo o conteúdo pro-

duzido na história da HBO nos Estados Unidos, na América Latina e no Brasil. Todo esse conteúdo exclusivo, até agora transmitido unicamente pelos canais premium da HBO, está atualmente disponível na HBO Go. Como você vê os principais mercados da região nesse contexto de avanços e de desenvolvimento de serviços e plataformas da TV por assinatura? A melhor forma de avaliar os territórios é observando a penetração que a TV a cabo tem em cada um deles, que varia muito da Argentina para o México ou para o Brasil. No entanto, a parte tecnológica também é chave porque permite às operadoras, que são as nossas distribuidoras, concorrerem com as novas opções que estão ingressando no mercado. Nesse sentido, embora a penetração seja grande, muitas famílias não podem aproveitar alguns serviços e produtos, uma vez que carecem da possibilidade de acesso a televisores de alta definição ou de banda larga necessários para serviços de, por exemplo, TV everywhere. Isso será um Alice Serie

fator importante, já que permitirá também que as operadoras possam incrementar o ARPU (receita média mensal por usuário). A nossa responsabilidade na indústria é trazer novos produtos e opções adicionais, mesmo que o mais importante seja que eles atinjam o consumidor. Se isso não for realizado, não estaremos cumprindo com o objetivo. Como você vê o setor da TV por assinatura em um mercado como o brasileiro? O Brasil é um país largamente avançado no nível tecnológico: a grande maioria dos serviços on demand são em alta definição e há uma grande penetração dos set top boxes digitais. É ali que as operadoras de DTH têm uma provável vantagem, uma vez que se dedicam a esse negócio, sem a possibilidade de oferecer pacotes triple play, enquanto as operadoras via satélite contam com as vantagens de capacidade e de alcance fornecidas pela tecnologia. Além de continuar com os serviços de triple play, a TV a cabo depende de um importante investimento, dado que a quantidade de assinantes de banda larga superará em algum momento a de famílias com TV por assinatura. Então, qual é o segredo para satisfazer o consumidor nesse ecossistema tão competitivo? São muitos elementos. Claramente, é um momento crítico da indústria porque o setor depende também, por exemplo, de fatores normativos ou tecnológicos. Eu penso que todas estas tecnologias oferecerão um melhor serviço ao assinante, todavia não acredito que as pessoas vão deixar de assistir a uma coisa ou à outra; são segmentos diferentes e o comportamento do público também é diferente. É possível que os jovens estejam optando por assistir à TV através de laptops ou de tabletes, mas isso não significa necessariamente que não estejam assistindo também o conteúdo disponível no televisor. Penso que contar com um conteúdo exclusivo é essencial porque é ele que está no comando desse processo. ttv

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Qual foi o balanço desses produtos nesse sentido? Todos esses produtos já estão ativos no mercado e, embora não tenham sido lançados pela totalidade das nossas operadoras, estamos aumentando a nossa penetração da HBO Go e do HBO on demand. Os canais em alta definição são oferecidos por operadoras que têm a possibilidade de fazê-lo no território.

“O Brasil é um país largamente avançado no nível tecnológico.”


Executivos todotv

Mostra o caminho certo Com 12 anos no mercado latino-americano, a Nagra é a parceira ideal para as operadoras de TV por assinatura na região graças à sua capacidade para se adaptar às necessidades de cada empresa. “A América Latina é um dos locais do mundo onde a indústria está mais entusiasmada e em crescimento”, salienta Thierry Martin. “Em nenhum outro lugar nossas novas tecnologias têm sido tão largamente adotadas ou bem recebidas”. Por Luis Cabrera Twitter: @luis_cabreram lcabrera@todotv.tv

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crescimento do mercado da TV por assinatura na América Latina virou uma possibilidade única para a Nagra, empresa que capitalizou a oportunidade em todas as áreas do seu negócio. “O mercado da TV por assinatura na América Latina está muito empolgante”, explica Thierry Martin, diretor regional da Nagra para a América do Sul. “É um dos locais do mundo onde a indústria está mais entusiasmada e em crescimento. Em nenhum outro lugar nossas novas tecnologias têm sido tão largamente adotadas ou bem recebidas”.

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Há 12 anos que a empresa investe no desenvolvimento de tecnologias e soluções específicas para a região. No Brasil, por exemplo, desenvolveu um acesso exclusivo para a TV Globo com controle geográfico, de forma a atender necessidades de distribuição regional de sinal aberto de TV no Brasil. “A Nagra cresceu junto com o mercado brasileiro ao oferecer soluções para a maioria das necessidades que foram surgindo enquanto a empresa crescia, além de se adaptar à demanda conforme elas foram chegando”, aponta Martin.

Thierry Martin,

Diretor Regional da Nagra para a América do Sul

“O mercado brasileiro de TV por assinatura se tornou bastante maduro e está buscando novas tecnologias de forma a oferecer mais a seus assinantes. Acreditamos que nós entendemos esta necessidade e desenvolvemos os produtos certos para atendê-las, já que o retorno das operadoras em relação às nossas novas tecnologias tem sido, geralmente, bastante positivo”, explica o executivo.

“A América Latina está se tornando um dos mercados mais avançados, mas ainda há pontos negativos relacionados geralmente ao custo elevado da logística.”

Hoje, a Nagra está apresentando a sua nova tecnologia, o connectware OpenTV 5, a várias operadoras de TV por assinatura na América Latina. “Vamos trabalhar ainda mais baseados no modelo de criar designs locais junto com as próprias operadoras”, sublinha Martin.

cientes”, comenta. “A Nagra se vê a si mesma como parceira das operadoras de TV por assinatura, trabalhando juntos para atender cada mercado”.

A OUTRA CARA DA REGIÃO. Embora Martin apresente um panorama muito positivo ao falar da América Latina, o executivo não oculta o que ainda falta fazer. “A América Latina está se tornando um dos mercados mais avançados, mas ainda há pontos negativos relacionados ao custo geralmente elevado da logística, o que torna os investimentos dos operadores de TV por assinatura menos efi-

Uma das preocupações principais é a pirataria, motivo pelo qual a Nagra se uniu à Directv Latin America em 2013 na formação da Aliança Contra a Pirataria na TV por Assinatura, hoje integrada por mais de 20 companhias e cuja influência na região foi crescendo com o passar do tempo até conseguir dezenas de pesquisas e processos que acabaram em sentenças criminais contra infratores. “A situação da pirataria continua sendo uma preocupação, enquanto o forte crescimento do mercado de TV por assinatura aumenta a pressão sobre o quesito segurança”, comenta Martin. “As atuais técnicas piratas do mercado consistem em compartilhamento de chave e streaming de conteúdo. A Nagra se especializou em lutar contra a pirataria de uma forma abrangente e propõe um conjunto de soluções antipirataria contra estas novas técnicas online combinando investigações e meios técnicos e legais”. Muitas das soluções para a indústria da TV por assinatura contra a epidemia da pirataria são estabelecidas pela Aliança, embora outras sejam de responsabilidade dos operadores de TV por assinatura. ttv




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