TODOTV N81 - ABTA 2012

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Conteúdos _/20

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Reportagem Central

Entrevistas

MERCADO

Evolução sem precedentes _/14

Preparados para o que vem_/8 Alberto Pecegueiro, Gerente Geral da Globosat

A reação após o impacto_/10 Anthony Doyle, VP da Turner Brasil

A revitalização da tevê_28

todotvmedia

ONLINE PRINT

ttv todotv ttvPreview yearbook

Guía AdSales Directorio Producción todotvnews.com ttvmedianews.com

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Dante Campagno, Diretor de TV por Assinatura da GVT

Otimização On Demand_/32 Emilio Rubio, Presidente de Distribuição e Desenvolvimento de Meios da HBO Latin America Group

Galeria Fórum Brasil de Televisão _/20 4 - 5 de junho, Shopping Frei Caneca, São Paulo, Brasil


Acesse e baixe a versão PDF da todotv ABTA 2012.

ttv ©2012

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Executivos

Objetivo: América Latina_/21 Miyuki Nomura, Consultora da NHK World

Brasil: mercado chave_/22 Leandro Gaunszer, Country Manager da Media Neworks no Brasil

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_/28 O risco de perder qualidade_/24 Ernesto Ramírez, VP de Vendas Internacionais e Novas Mídias da Comarex

Sócio estratégico_/30 Nicola Drago, CEO da Zodiak Latin America

_/32 ARTIGOS

COLUNA Mauricio Fittipaldi Questões de regulamentação _/18 PRODUÇÃO Animação brasileira para toda a América Latina _/25 CONTEÚDOS BBC Showcase Latin America _/26


todotv ©2012

PRESIDENTE/CEO Sebastian Lateulade - slateulade@todotv.tv DIRETORA EXECUTIVA Soledad Saldías - ssaldias@todotv.tv DIRETOR DE PUBLICAÇÕES Sebastián Amoroso- samoroso@todotv.tv EDITOR IN CHIEF Rodrigo Ros - rros@todotv.tv EDITORES Sebastián Torterola - storterola@todotv.tv Josefina Mezzera Regules - jmezzera@todotv.tv Carolina Mussio - cmussio@todotv.tv REDATORES Valentina Vinaja - vvinaja@todotv.tv Gonzalo Larrea - glarrea@todotv.tv GERENTE DE VENDAS E PRODUÇÃO Darío Alemán - daleman@todotv.tv GERENTE DE VENDAS INTERNACIONAIS Monica Iriarte - miriarte@todotv.tv

VOD

Ángel Peche (Gerente Geral, BBC WW), Márcio Carvalho (Diretor de Produtos e Serviços, NET), Adriana Eckstein (Diretora de Afiliados Cone Sul e Brasil, BBC WW), Rodrigo Marques de Oliveira (VP de Gestões e Operações, NET), Jana Bennett (Presidente, BBC Worldwide Networks e Global BBC iPlayer), Fernando Magalhães (Diretor de Programação, NET) e Fred Medina (VP Executivo, BBC WW).

BBC HD chega ao Brasil

COO Diego Blixen - dblixen@todotv.tv

O canal BBC HD está disponível para os assinantes do pacote Top HD da NET Serviços no canal 53 desde 28 de maio. Essa negociação também inclui um acordo de conteúdo para a plataforma de VOD NOW, o qual oferecerá programação do BBC Entertainment e do CBeebies. Jana Bennett, presidente da BBC Worldwide Networks e do BBC Global iPlayer, comentou: “Estou muito entusiasmada porque a incrível experiência da BBC chegará ao público brasileiro. Vamos trazer a melhor qualidade em um amplo leque de gêneros, como drama, documentários, entretenimento factual e história natural, em impactante HD. É excelente que isso seja possível graças a nossa aliança com a NET Serviços”. No entanto, Fernando Magalhães, diretor de Programação da NET, explicou: “Essa negociação também permitirá a oferta de novos conteúdos VOD para o NOW, o sérviço exclusivo da NET que permite ao cliente ver os programas na hora de sua preferência, com a mais alta qualidade de som e imagem”. A programação do BBC HD será transmitida em inglês com legendas em português, e alguns programas estarão dublados para o português. Entre as estreias exclusivas do canal se encontra a temporada número 18 de ‘Top Gear’, uma das séries melhores sucedidas da BBC, vendida a 198 países. No entanto, a parceria com o NOW envolve programas como os reconhecidos reality shows ‘The Voice’ (versão dos EUA) e ‘Got to Dance UK’; além de conteúdos pré-escolares do CBeebies, como ‘Finley, o Carrinho de Bombeiros’ e ‘Waybuloo’.

DIRECTOR FINANCIERO Cr. Michel Schwartz - mschwartz@todotv.tv

MERCADO

GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS Alejandro Sánchez - asanchez@todotv.tv GERENTE IT Alejandro Barros - abarros@todotv.tv ASSISTENTE IT Fabián González - fgonzalez@todotv.tv DATA & RESEARCH Fernando Moreno - fmoreno@todotv.tv WEBMASTER Nazario Pereira - n.pereira@todotv.tv

ADMINISTRAÇÃO Ana Paula Carreira - acarreira@todotv.tv Valeria Morena - morena@todotv.tv ARTE E DESENHO Unik Design - info@unikbureau.com www.unikbureau.com HEADQUARTERS Aguada Park - Paraguay 2141 Of. 401, Montevideo - Uruguay - CP 11800 Tel./Fax: (598) 2927 2510 / 2511 / 2513

6/TTV MAGAZINE

Sergio Leos (VP Marketing, BBCWW),

todotv é uma publicação mensal propriedade da TodotvMedia, de distribuição gratuita. Os artigos refletem a opinião dos autores individuais sobre os temas tratados, sem que isso implique controle editorial ou solidariedade da administração e dos proprietários da revista com o seu conteúdo. Para todos os efeitos se considera que os respectivos anunciantes tem a responsabilidade pelo conteúdo dos anúncios.

todotvmedia

TV paga alcança 14,3 milhões de assinantes Um total de 336.400 novos lares assinaram algum serviço de TV paga no Brasil em maio, com o que o setor alcançou 14,3 milhões de lares, segundo a Anatel. Isso representa um aumento de 2,41% em comparação com o mês anterior, e 31,47% mais que em maio de 2011. Foram mais de 3,4 milhões de novas assinaturas em um ano, e com isso poderia se estimar que 47,1 milhões de brasileiros têm algum serviço de TV paga (considerando a média de 3,3 pessoas por lar, segundo o índice do IBGE). No entanto, o DTH continua a sua tendência de crescimento: com 57,5% da base total de assinantes, se posiciona 16,8% por cima da marca de maio de 2011. Em maio desse ano, o serviço adicionou 274.600 novos assinantes. Por sua vez, a TV a cabo incorporou 70.700 lares no mesmo mês, e atualmente possui 40,9% do mercado de TV paga (no ano passado essa porção era de 47,6%). O grupo NET/Embratel (NET Serviços + Claro TV) aumentou a sua base de 7,57 milhões de assinantes em abril para 7,72 milhões em maio, entanto a Sky cresceu de 4,24 para 4,36 milhões no mesmo mês. A Vivo (Telefônica/ Abril) voltou a mostrar um descenso em sua base de clientes, de 684.500 para 673.700; e a Oi encerrou maio com 485.500 assinantes em comparação com os 427.600 de abril. E, por sua vez, a GVT fechou com 192.800, o grupo Algar com 103.200 e a Blue Interactive (ViaCabo) com 101.000 assinantes. O resto das companhias prestadoras de serviços de TV paga adicionou um total de 667.700 clientes.



Entrevistas ttv

Preparados para o que vem Três novos canais lançados em 2012, dois deles em HD. A conversão de todos os seus canais básicos para HD para 2014. Novos serviços de TV everywhere, alguns -Clapp! e Philos- projetados com conteúdos exclusivos para internet. Um canal 24 horas em 3D em formação. A maior programadora da América Latina não se descansa no êxito, e concentra todas as suas energias num ponto: o valor agregado.

Por Sebastián Torterola Twitter: @storterola storterola@todotv.tv

Snow Camp Off

“Conseguimos vencer a resistência de entrar num segmento [kids] em que a gente não é um grande produtor”.

8/TTV MAGAZINE

“A gente até acredita que num ponto futuro os assinantes vão poder acessar os canais lineares através desses [mobile] devices”.

O

maior acervo de canais de TV por assinatura do continente (39), doze deles em HD, não é suficiente para a Globosat. A programadora já lançou três canais nesse ano: SporTV3 e Off (HD), anunciados no começo do ano; e Gloob (HD), que começou a caminhar em junho. “Quando a gente lança três canais em um ano, um interlocutor menos íntimo com as questões do mercado pode achar que é uma coisa banal. Não é: uma das nossas prioridades é cuidar desses canais, enraizá-los, para que eles venham a ser tão fortes e rentáveis quanto os outros canais do portfólio”, afirma Alberto Pecegueiro, gerente geral da companhia. Quanto aos motivos destes lançamentos, ele comenta que o caso do SporTV3 é algo “natural”. “Para manter a pujança da marca, a gente

é obrigada a adquirir um leque de direitos esportivos bastante amplo, o que acaba dando margem à gente utilizar os eventos que vêm juntos num terceiro canal. Com a capacidade do SporTV e do SporTV2 esgotada, a gente passa a dar espaço de exibição para eventos que estavam na prateleira”, explica. Se o caso anterior se explica pelo aumento de espaço de transmissão, o Off chega para aproveitar o potencial do HD. “Com a chegada do HD, havia espaço para um canal de imagens espetaculares”, explica. Além disso, existe o fato de que o segmento dos chamados “esportes de aventura” já não pode ser definido como um alvo exclusivamente jovem. “Existem pessoas que treinam kitesurf, surf, ski e snowboarding com até 60-70 anos. E o feedback que a gente tem é que as pessoas deixam o Off ligado enquanto fazem outras


Alberto Pecegueiro,

coisas, devido ao encantamento e à qualidade das imagens. Virou um canal wallpaper”, comenta Pecegueiro.

Gerente Geral da Globosat

Já o Gloob chega ao mercado como resultado de uma intensa pesquisa de mercado, e do crescimento do segmento infantil nos últimos anos. Segundo o executivo, a Globosat sempre foi “reticente a entrar no segmento” porque ele já é “ocupado por jogadores muito fortes”. De fato, programadoras internacionais como a Disney, a Turner e a Discovery tiveram “muito tempo” para implantar canais “de enorme qualidade e prestígio”. “Mas elas também acabaram trazendo uma participação de audiência muito grande para o segmento, porquanto a Globosat decidiu que não podia ficar fora. Dessa forma, conseguimos vencer a resistência de entrar num terreno em que a gente não é um grande produtor”, comenta. Nesse sentido, é lógico que a companhia aborde o segmento com um número interessante de produções originais. “Um dos produtos que já está tendo grande repercussão é o ‘Detetives do prédio azul’ (Conspiração Filmes), uma produção original independente feita com roteiristas que já foram da TV Globo”. A tendência é que ao longo do tempo o Gloob aumente a quantidade de produção original independente brasileira em sua grade. “A gente entende que a nossa competitividade está diretamente ligada ao produto nacional”, assegura Pecegueiro. HD EVERYWHERE. Outro dos ambiciosos objetivos estratégicos da companhia é a conversão de todos os seus básicos para HD. Sobre esse ponto, o executivo mencionou que ainda “tem dúvidas” sobre o prazo do canal de acervo Viva, e da Globo News, “porque tem muitos fornecedores diferentes”. Mas quanto aos canais SporTV, o Multishow, o GNT e os canais da joint venture com a Universal, a companhia estima que “deverão estar todos convertidos para HD –ou pelo menos com um segundo sinal em HD- até o final de 2014”.

“Na medida em que os programadores disponibilizam cada vez mais conteúdos para acesso não linear, a gente vai tornando as operadoras grandes concorrentes dos cha-

mados OTT. Se o assinante de TV paga pode ter acesso a filmes, eventos, shows, sem pagamento adicional, isso acrescenta a capacidade de concorrência em relação a produtos como Netflix, Sunday TV, NetMovies, etc”. O executivo aclara que, porém, a empresa vai trabalhar com três modelos: conteúdos Premium com pagamento transacional, web VOD com pagamento mensal, e conteúdos de catch-up dos canais lineares sem pagamento. A avaliação do Muu, site que disponibiliza conteúdos pela internet desde 2011, é que alguns dos programas de maior consumo são simultaneamente os produtos que têm mais audiência nos canais lineares. “Tem um processo de realimentação: o programa do canal é que está gerando a demanda no Muu, mas por outro lado, a capacidade de assistir em outra janela acaba realimentando a fidelidade desse assinante ao programa”, diz Pecegueiro. Portanto, é possível afirmar que o serviço ainda se encontra num estágio complementar, funcionando como ferramenta de catch-up ou mesmo de marketing. “Progressivamente a gente vai incorporar conteúdos que não estão nos canais lineares. O Clapp! e o Philos estão nessa linha”, ele assegura, em referencia aos novos sites dedicados aos conteúdos musicais e aos documentários/arte, respectivamente, que ainda não foram lançados pela companhia.

NOVA LEI. É claro que não poderia escapar à todotv perguntar a esse player fundamental da TV paga brasileira sobre o assunto do momento: a nova lei. Mas a Globosat deposita na ABTA o papel de porta-voz no tema, e o executivo não refletiu sobre ele em detalhe. “Obviamente haverá um crescimento da produção nacional, embora a minha opinião é que esse crescimento aconteceria de qualquer maneira, com o sem lei. Ele deveria ser consequência da demanda do público, e não da lei. Então, hoje estamos em um esforço grande tentando entender a lei e como ela se aplica”, declarou Pecegueiro. ttv

CRISE E BRASIL “A gente sabe que o crescimento da TV paga está diretamente ligado à capacidade de investimento das operadoras. E isso obviamente é influenciado pelo mercado de crédito global, e hoje no Brasil todas as empresas que atuam no setor são multinacionais, e sabemos que algumas delas estão enfrentando problemas em seus mercados de origem. Então, não sabemos como vai ser afetada a sua capacidade de investimento no Brasil”, explicou Pecegueiro, aludindo a um dos assuntos de provável debate no na edição 2012 do ABTA Feira e Congresso.

LONDRES 3D Dado que os direitos de gatekeeper das Olimpíadas de Londres 2012 foram adquiridos pela Record, a Globosat se encontra em uma relação tensa como sublicenciador de seu acérrimo concorrente. Apesar disso, a programadora aponta ao 3D como diferencial para o grande evento esportivo do ano. “A gente está enfrentando um descaso muito grande da Record como o nosso fornecedor de direitos, que não tem sido muito diligente nos trâmites contratuais. Mas como a gente tem os direitos de 3D, estamos nos preparando para as transmissões”. Essa preparação se faz em dois sentidos: o primeiro e a acumulação de conteúdos disponíveis para criar um canal de 24 horas de transmissão em 3D; e por outro lado, esses conteúdos irão ficar no NOW, serviço de VOD da NET, única operadora que está em condições de transmitir em 3D.

TTV MAGAZINE/9

Paralelamente, embora “em total sintonia” com as operadoras, a Globosat está embarcada num processo de agregar valor para os assinantes de TV paga com o lançamento de serviços de TV everywhere, um processo que começou há um ano com o Muu. “Crescentemente, o assinante terá a possibilidade de acessar nossos conteúdos em diferentes devices, usando a mobilidade. A gente até acredita que num ponto futuro eles vão poder acessar os canais lineares através desses devices”. O processo se acelera, também, com iniciativas de outros players como a HBO, a ESPN, e dos canais da Fox.

“Na medida em que os programadores disponibilizam cada vez mais conteúdos para acesso não linear, a gente vai tornando as operadoras grandes concorrentes dos chamados OTT”.


Entrevistas ttv

A reação após o impacto As disposições da Ancine já estão publicadas. Agora é o momento de “olhar com muito carinho” as novas cláusulas para redefinir estratégias e cumprir exigências. O VP da Turner Brasil descreveu como a companhia absorve as novas regras do jogo, os riscos que se apresentam e o impacto do novo cenário pensando no consumidor final.

Por Sebastián Torterola Twitter: @storterola storterola@todotv.tv

“É um pouco infeliz que tenhamos que trabalhar sob pressão para cumprir obrigações que não são visíveis para o público em geral”.

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“A forma de profissionalizar uma indústria é através da troca de informação e comunicação. E a regulamentação censura a nossa participação nesses projetos”.

A

Turner Brasil é, com certeza, um dos atores internacionais mais proativos da TV paga brasileira. Os exemplos são vários: uma estreita relação com a produção independente, o compromisso com a Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) -mesmo em tempos de tempestade-, uma aposta permanente ao diálogo no setor. Essas qualidades se percebem ainda mais num momento como esse, no qual a indústria tenta se adaptar a uma nova e ainda polêmica regulação. Com discrepâncias, sim, mas sem alarma, e concentrada no negócio. Anthony Doyle, VP da companhia, expressou a sua visão a respeito do pronunciamento da Agência Nacional de Cinema (Ancine) sobre a Lei 12.485, que determinou as novas Instruções Normativas (INs) para o mercado. Como a Turner recebeu o pronunciamento da Ancine a respeito da Lei 12.485? Algumas dúvidas foram esclarecidas. Mas outras, a gente só vai esclarecer na prática, até que possamos nos adequar 100% a certas cláusulas. Não é por má fé; é porque o mercado, tanto do lado da produtora, da programadora, da operadora e da empacotadora; como do lado da Ancine, está aprendendo. A gente precisa olhar com muito carinho algumas cláusulas, tentar entender o que a Ancine está querendo. E torcemos para que a Ancine tenha um pouco de tolerância. Que pontos das novas INs lhe chamaram mais a atenção? Tem alguns pontos muito interessantes. Por exemplo, algo que era obvio e lógico para nós, não é na prática. Temos a obrigação de colocar uma hora e dez minutos de conteúdo qualificado num canal. Mas se tivéssemos duas horas, achávamos que ultrapassando a exigência esses cinquenta minutos ficariam de crédito. Por que? O con-

teúdo é válido para 12 meses, e temos que administrar muito bem a vida útil desse conteúdo para cumprir as cotas. Eu achava que um excesso de conteúdo não seria ruim, mas na verdade é. Então, é possível que tenhamos que tirar conteúdo nacional do horário nobre para não “queimá-lo” e poder utilizá-lo no futuro. Ainda falta diálogo com a Ancine, ela tem que nos orientar, principalmente em termos de sistemas, na área de metadados/ backoffice que temos que publicar. É uma mudança enorme, não do ponto de vista financeiro, mas de processos, de engenharia para refazer sistemas, de cumprir prazos. É um pouco infeliz que tenhamos que trabalhar sob pressão para cumprir obrigações que não são visíveis para o público em geral. Em certa forma é um aumento enorme de burocracia, e não vejo benefício para o assinante. Como acredita que essa mudança vai impactar no consumidor final? Existe uma pressão muito grande por parte das operadoras para baixar os preços para o consumidor, e isso não é de hoje. O fator mais relevante é que os agentes do mercado estão dialogando, tentando reduzir os custos para que o consumidor pague menos e mais consumidores possam comprar TV por assinatura. A Lei não muda isso. O que se pode argumentar é que com a entrada das teles esse processo se acelera, já que de certa forma antes da aprovação da Lei as teles já estavam no mercado. O que tem é um aumento de custo, algo que vamos ter que tentar minimizar sem deixar passar para o consumidor. Anger Management Série


Anthony Doyle,

Como se evita esse aumento? As produções originais devem ser muito bem estruturadas. A gente tem que ver cada linha de custo e argumentar com as produtoras para explicar cada despesa. E isso requer trabalho, não é simplesmente aprovar um projeto baseado na primeira proposta. Porém, por questões de direitos, hoje a nossa participação na parte operacional da produção é mínima. Por isso a gente tem que ser muito mais detalhista na parte de negociação do projeto, enquanto no passado isso não acontecia. Há uma mudança na forma de fechar nossos contratos com as produtoras: devemos ter muito mais informação antes de nos comprometer, em vez de nos comprometer e ajustar os detalhes ao longo do período de produção. Segundo a Lei, como não podemos supervisionar os projetos, temos que ter certeza que tudo está acertado antes. É uma forma de reduzir os custos, mas requer muito mais trabalho. Se for nessas condições, o produto vai para o ar. Se não, não vai. Então, em vez de ser um trabalho mais de parceiro ao longo do tempo, o trabalho é feito mais na parte inicial e a gente se afasta mais ao longo do processo. Isso não é algo de que gostamos, mas é a forma de trabalhar que foi determinada.

O conteúdo brasileiro resultante representa um capital para compensar esses riscos? Esse é o desejo final.

“A gente tem um caminho longo pela frente até que a gente possa adequar esse conteúdo aos canais e que ainda ele tenha um valor para viajar para o exterior”.

Mas a gente não deve pensar nisso até 5 ou 10 anos. A questão dos direitos influi diretamente nessa história. Quem vai fazer a comercialização para outras plataformas ou outras partes do mundo é algo que tem que ser visto com a produtora. E eu acho que a gente tem um caminho longo pela frente até que a gente possa adequar esse conteúdo aos canais e que ainda ele tenha um valor para viajar para o exterior. O primeiro passo: atender as cotas. O segundo: como é que a gente consegue usar esse conteúdo internacionalmente. Quantos projetos de produção nacional a Turner tem atualmente em andamento? A gente tem por volta de 15. Imagino que a gente pode chegar a 30 nos próximos cinco anos... alguns em função da Lei, outros porque é um bom negócio.

Irmao do Jorel Série de animação

Qual e a prioridade principal da Turner nesse momento em termos de negócio? Eu diria que tbs veryfunny, por ser o nosso último lançamento, é nossa prioridade nesse momento. Também é preciso destacar Space, Cartoon Network e TNT, que continuam muito bem. Mas o segundo semestre de 2012 é extremamente importante para o tbs, tanto de conteúdo nacional como de conteúdo internacional. A gente vai receber um reforço bem interessante ao longo do ano. ttv

PITCHING CARTOON NETWORK A edição número 13 do Fórum Brasil de Televisão, realizado em junho em São Paulo, teve como chave de ouro o Pitching Cartoon Network. De 35 projetos participantes, quem ganhou foi a Split Filmes com seu projeto ‘Cartoon.Job’, uma série de animação com episódios de 11 minutos. “O projeto foi muito legal. Os cinco finalistas todos foram ótimos, então foi bem difícil de escolher. E isso mostra uma iniciativa feita independente de legislação: é um bom negócio. E com certeza a gente vai continuar fazendo. Dá muito orgulho de ver o tipo de talento e qualidade de produção que existe no país. A gente está acertando o caminho, e até podemos replicar o modelo em outros canais”.

TTV MAGAZINE/11

Um dos objetivos da Ancine também é a profissionalização da indústria audiovisual brasileira. A mudança nos processos na produção vai de encontro com essa ideia? Eu acho que não. A forma de profissionalizar uma indústria é através da troca de informação e comunicação. E a regulamentação censura a nossa participação nesses projetos. Tanto a produtora como a progamadora não gosta dessa censura; a troca de informação acaba fazendo que o produto seja mais adequado para ir para o ar. E nessa nova realidade temos um risco maior: como passamos a produzir como parte minoritária nesse processo, nossa participação é menor. O risco é inversamente proporcional ao nosso envolvimento. A não transferência de informação acaba atrapalhando, e não ajuda o mercado a se desenvolver da forma que nós gostaríamos. É claro que nós programadores não somos o centro do mundo... mas o que vai para nossos canais tem que ser feito com muito carinho. Tem que ser adequado: não queremos colocar qualquer coisa no ar simplesmente para cumprir cota. É estranho, porque a gente é obrigada a produzir, mas o nosso envolvimento é cada vez menor.

VP da Turner Brasil


EMNÚMEROS 14,3 milhões

de lares é a penetração da TV paga no Brasil, segundo a Anatel.

61% é a penetração

total da TV paga na América Latina, segundo a Business Bureau.

5 é o número

de séries originais alcançado pela HBO no Brasil com ‘O Negócio’, que começou a rodar em junho.

CONTEÚDOS

Disney Television Animation inicia produção de ‘The 7D’ A nova série animada é uma versão em tom de comédia do universo dos Sete Anões, desta vez num mundo de histórias contemporâneas, desenhado para espectadores de dois a sete anos de idade. A estreia da série está prevista para 2014 pelos canais e blocos de programação do Disney Junior para o mundo inteiro. O anúncio foi realizado por Nancy Kanter, SVP de Programação Original e gerente geral da Disney Junior Worldwide. O produtor executivo de ‘The 7D’ é o vencedor do Emmy Tom Ruegger (Animaniacs). Alfred Gimen (‘Tiny Toon Adventures’) é o diretor e Sherri Stoner (‘Pinky and the Brain’) é a editora de história. As personagens estão desenhadas por Noah Z. Jones (‘Fish Hooks’).

PROGRAMAÇÃO

A&E anunciou a sua nova programação Desde o México, o canal A&E anunciou a sua nova programação para a próxima temporada. Na coletiva de imprensa se destacaram programas como ‘Quem dá mais’ e ‘Mergulhados no pântano’, dentre outros produtos. Dentre as novas produções se encontra também ‘Guerra de entregas’, apresentado por Jennifer Brennan. Para fechar o evento, também foi anunciada a segunda temporada de ‘El luchador’, mais uma produção original do A&E no México.

228 milhões de set-top boxes serão distribuídos em 2012 no mundo, segundo a Futuresource Consulting.

1.500 milhões

12/TTV MAGAZINE

de usuários de vídeo pela internet haverá em 2016 (quase dois vezes mais que em 2011), prevê Cisco.

44% foi o share

de mercado de filmes online nos EUA conseguido pela Netflix em 2011, segundo a IHS Screen Digest.

INTERNACIONAL

NBCUniversal International e Globosat anunciaram nova parceria NBCUniversal International e Globosat anunciaram a expansão da sua parceria no Brasil, que agora incluirá, além do Universal Channel, os canais SyFy e Studio Universal. Como parte da nova parceria, os três canais serão operados pela equipe gerencial atual do Universal Channel, dirigida pelo seu gerente geral, Paulo Barata. A Globosat representará a joint venture nas áreas de publicidade e vendas de afiliados. A expansão da parceria é um reconhe Kevin MacLellan, cimento à liderança do Brasil no mercado da TV paga da América Presidente Latina, com 14 milhões de assinantes e quase um milhão de novos de Televisão Internacional da lares incorporados no primeiro trimestre de 2012, segundo a Anatel. NBCUniversal Kevin McLellan, presidente de Televisão Internacional da NBCUniversal, salientou a nova parceria. “O Jeff Shell, presidente da NBCUniversal International, e eu temos um longo relacionamento com Alberto Pecegueiro e a sua equipe da Globosat. A sua posição de liderança no mercado e a sua experiência ajudaram a colocar o Universal Channel no Top 10 no Brasil. O SyFy e o Studio Universal com certeza serão beneficiados por essa liderança”, disse.



Avatar Año: 2009

REPORTAGEM CENTRAL

Evolução 14/TODOTV MAGAZINE

sem precedentes O mercado mais próspero da região agora tem novas regras no jogo. Enquanto os players se adaptam à nova realidade -com movimentos acionários, mudanças nas estruturas de negócio e line-ups preventivos de produções nacionais-, as teles se esfregam as mãos perante as oportunidades de crescimento. Um topo histórico de dinamismo para as telecomunicações no Brasil. Por Sebastián Torterola Twitter: @storterola storterola@todotv.tv


O

Brasil é o mercado do momento. Todo o mundo quer estar aqui. E os que estão, sentem que fazem parte de algo sem precedentes. Um excelente momento econômico com classes baixas conduzindo a demanda de TV por assinatura, um setor maduro mas com enorme potencial ainda inexplorado de penetração, um novo panorama regulamentar ao qual se adaptar, aumento da concorrência, Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíadas... é muito negócio rolando. NOVA LEI. No dia 4 de junho a Ancine publicou as novas Instruções Normativas (INs) sobre a nova norma que regula a TV por assinatura, a Lei 12.485/2012. O mesmo dia, o diretor-presidente da Agência compareceu ao Fórum Brasil de Televisão para explicar o pronunciamento. Desde então, vários programadores e operadores manifestaram à todotv que há vários pontos que “não estão claros” –tanto a respeito do cumprimento das cotas como do empacotamento dos canais-, vozes que pedem ao organismo ajuda, seguimento, flexibilidade. Mas, embora se deva esperar por novos pronunciamentos da Ancine para continuar acomodando as peças do setor, o novo panorama já está definido. “Claro que há impacto, mas não é nada de outro mundo”, diz a respeito disso Dante Campagno, diretor de TV por Assinatura da GVT. A grande mudança, por unanimidade, é o cumprimento das cotas de conteúdo nacional, que afeta principalmente às programadoras que até agora trabalhavam com mais conteúdos internacionais que brasileiros. “A partir de 1º de setembro teremos 1 hora e 10 minutos de conteúdo brasileiro em todos os canais de TV por assinatura. E teremos um canal brasileiro de espaço qualificado para cada 9 nos pacotes. A partir de 13 de setembro deste ano teremos 2h 20 de conteúdo brasileiro por semana e um canal a cada 6. E a partir do dia 13 de setembro de 2013, serão 3h 30 por semana em todos os canais, e um canal brasileiro de espaço qualificado a cada 3”, explicou Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine, durante o Fórum. Esse ponto já está claro, e as suas consequências já são visíveis nas telas de alguns canais, nas estruturas de algumas programadoras, na redefinição de estratégias de produção e programação. “Temos uma demanda muito grande de conteúdos e precisamos profissionais preparados para trabalhar, considerando o conteúdo como um produto”, explica Carla Ponte, supervisora de Produção da Discovery Networks LatAm/USH. Essa afirmação responde diretamente a um dos postulados com o que a Ancine explica a implementação da nova lei: a profissionalização do mercado brasileiro de produção independente para TV. Nesse sentido, foi

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notório o intercâmbio que houve no Fórum entre programadores e produtores, os primeiros reclamando dos produtores maior profissionalismo, menos enfoques autorais e mais cabeça comercial; e os segundos reclamando dos canais mais informação e orientação. Isso representa o início de uma tensão muito produtiva para o audiovisual brasileiro, que aprenderá da experiência e aumentará vários degraus no plano internacional. Como disse recentemente Paulo Schmidt, do Grupo Ink, “o mercado brasileiro se prepara para viver cinquenta anos em cinco”.

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Contudo, também surgem vozes que questionam que a lei fomente a profissionalização. “A forma de profissionalizar uma indústria é através da troca de informação e comunicação. E a regulamentação censura a nossa participação nesses projetos”, diz Anthony Doyle, VP da Turner Brasil. Aqui surge outro dos pontos

CONCEITOS DA LEI ESPAÇO QUALIFICADO. “Espaço total do canal de programação, excluindo-se conteúdos religiosos ou políticos, manifestações e eventos esportivos, concursos, publicidade, televendas, infomerciais, jogos eletrônicos, propaganda política obrigatória, conteúdo audiovisual veiculado em horário eleitoral gratuito, conteúdos jornalísticos e programas de auditório ancorados por apresentador [...] O conceito de espaço qualificado também impacta a obrigação de veiculação, em todos os pacotes, de um Canal Brasileiro de Espaço Qualificado dentre cada conjunto de três Canais de Espaço Qualificado”. CANAIS DE ESPAÇO QUALIFICADO. “Aqueles que, no horário nobre, veiculam obras audiovisuais de espaço qualificado em mais da metade da grade de programação. Nesses canais, no mínimo 3horas e 30 minutos semanais dos conteúdos veiculados no horário nobre deverão ser brasileiros e constituir espaço qualificado, e no mínimo, metade deverá ser produzido por produtora brasileira independente”. CANAL BRASILEIRO DE ESPAÇO QUALIFICADO. “Deve cumprir os seguintes requisitos, cumulativamente: a) ser programado por programadora brasileira; b) veicular majoritariamente, no horário nobre, conteúdos audiovisuais brasileiros que constituam espaço qualificado, sendo metade desses conteúdos produzidos por produtora brasileira independente; c) não ser objeto de acordo de exclusividade que impeça sua programadora de comercializar, para qualquer empacotadora interessada, os direitos de sua exibição ou veiculação”. polêmicos da lei: o poder adquirido pela Ancine como fiscalizador dos processos no setor. O MERCADO. O outro ponto central da nova lei é a entrada das teles no mercado. Com a entrada em vigor das disposições do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), as teles estrangeiras ficam habilitadas para tomar o controle de empresas nacionais, como é o caso da Telefônica, que em junho assumiu 51% das ações da TVA (Grupo Abril) e tem previsto controlar 100% das operações; e da Embratel (Telmex), que em março adquiriu ações da Globo Comunicações para conseguir o controle da NET Serviços. Além disso, o SeAC também abre a TV a cabo para as teles, antes limitadas a oferecer tevê por DTH e MMDS. A intenção manifesta é contribuir para gerar competência, e consequentemente fazer com que os preços diminuam para benefício do consumidor final. Porém, até o momento o


ReportagemCentral

G1. Preços mínimo e máximo comparativo de pacotes (por canal em R$). Julho de 2012

G2. Distribuição - Número das assinaturas por Grupo Econômico (em %). Março de 2012

nica com a TVA, e da Vivendi com a GVT. Essa regulamentação, se vai favorecer o operador médio e pequeno, deveria ter uma regra de controle sobre os grandes operadores, com condições diferenciadas para cada um. Por exemplo, a Oi fatura perto de 20 bilhões de reais por ano. Como um operador nacional brasileiro pode competir com uma companhia de telefonia desse tamanho?”.

G3. Evolução - Número de assinaturas

DISCUSSÃO MADURA Se considerarmos essa lei -já tratada por mais de dois anos no parlamento- como um primeiro passo para uma possível “lei de meios” proposta pelo governo, é preciso destacar a seriedade do processo, tanto do tratamento como do intercâmbio entre os players envolvidos do setor e do governo. O processo adquire ainda mais valor se for comparado com o que aconteceu na Argentina, cujo governo pariu uma lei resultante da prepotência, que provocou uma guerra público-privada em torno aos meios de comunicação, e que ainda não foi resolvida. No caso brasileiro, a prosperidade do seu mercado e o renovado poder aquisitivo dos consumidores não implicou uma histeria da indústria da TV por assinatura a respeito da lei. Houve, sim, resistências próprias de qualquer intento de intervencionismo público sobre a atividade privada, reclamações típicas da inércia empresarial perante as mudanças obrigatórias. Mas o panorama está definido, e nenhuma reação impedirá que as mudanças que protegem o conteúdo nacional sejam aplicadas. “Eu vi a maior parte das empresas receber com otimismo essa reorganização”, foram as palavras de Manoel Rangel nesse sentido. panorama concorda com a realidade antecipada por Paulo Saad, VP do Grupo Bandeirantes, no ano passado: “O PLC [hoje Lei 12.485] libera as restrições de aquisição por parte das companhias estrangeiras. Vai solucionar o problema da Embratel com a NET, da Telefô-

Sem dúvida, o aumento da concorrência é um ponto discutível. “Eu não vejo nada na nova lei que faça diminuir os preços para o consumidor final”, opina Campagno, da GVT. Vários atores opinam que “o mercado já estava tomando conta” do aumento da concorrência e da redução dos preços antes da lei. “Em certa forma é um aumento enorme de burocracia, e não vejo benefício para o assinante”, complementa Doyle, da Turner. Mas, por outro lado, o panorama não muda: um mercado dominado por umas poucas multinacionais que garantem uma relativa competência. Há projeções otimistas de grandes investimentos em redes para continuar o crescimento do setor e a penetração territorial da TV por assinatura, mas o mercado está longe de se abrir a uma competência real, considerando o tamanho continental do Brasil. Resta saber como a crise na Europa afetará os capitais estrangeiros investidos no Brasil, e se o mercado, sob a nova regulamentação, poderá manter o equilíbrio no contraste resultante: produzir conteúdos originais nacionais sem que isso implique um aumento dos preços para o assinante; e estimular e profissionalizar uma indústria nacional sem afastar os atuais e potenciais investidores estrangeiros no Brasil. ttv

Competição no Mercado de TV por Assinatura - Número de Assinaturas Grupo Econômico

2009

2010

NET + Embratel SKY/DIRECTV Telefônica + Abril Oi Via Cabo Algar GVT Subtotal: Demais Grupos Total Geral:

3.898.359 5.338.151 1.969.108 2.552.039 653.102 652.034 247.819 402.062 69.805 84.075 32.971 81.229 0 0 6.871.164 9.109.590 602.312 659.403 7.473.476 9.768.993

2011 Mar./2012 6.997.382 7.452.659 3.796.614 4.138.215 707.394 691.785 351.183 395.574 96.646 99.338 93.984 98.152 32.136 127.218 12.075.339 13.002.941 668.686 672.474 12.744.025 13.675.415



Coluna ttv

Normativa e produção independente na TV paga

Questões de regulamenta ção A

pós longo processo de consulta pública sobre o conteúdo do novo marco legal da TV paga no Brasil, e de espera ansiosa pelo mercado, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) lançou no final do mês de maio as Instruções Normativas n. 100 e 101, destinadas a regulamentar o conteúdo da Lei n. 12.485 no que se refere às obrigações de canais e empacotadores e ao registro destes agentes de mercado perante a Agência. Nossa intenção aqui é oferecer uma visão de questões que, em nosso entendimento, irão impactar as operações de canais e produtores daqui em diante, em especial até o dia 29 de agosto de 2012, data em que deverão iniciar o cumprimento das cotas de conteúdo.

Por Mauricio Fittipaldi (*) (*) Sócio da Cesnik, Quintino e Salinas Advogados, especializado no direito aplicado ao setor de meios e entretenimento no Brasil desde 2005.

CONCEITO DE ‘PODER DIRIGENTE’. A Lei n. 12.485 resumiu-se a afirmar que, da cota de conteúdo nacional por ela estabelecida, metade deveria ser “produzida por produtora brasileira independente” (art. 16). Contudo, a Lei não respondia uma questão importante: o significado da expressão “produzida” por uma empresa brasileira. Bastaria que a empresa independente produzisse a obra e transferisse os direitos sobre ela para as programadoras? Para dar resposta a esta pergunta, a regulamentação da Ancine traz uma definição fundamental: o conceito de Poder Dirigente. Nesta medida, dispõe o art. 10, § 1º da IN ANCINE n. 100 que compreende-se por conteúdo independente, dentre outros requisitos, aquele que tenha o seu “poder dirigente” detido por uma ou mais produtoras brasileiras independentes.

Nos termos do inciso XLIX do art. 7º da IN Ancine n. 100, o “poder dirigente” sobre a obra audiovisual expressa-se a partir do controle sobre o patrimônio da obra audiovisual, a partir da configuração da detenção majoritária dos direitos patrimoniais, ou propriedade, sobre a obra audiovisual. A referida propriedade deve possibilitar ao seu titular utilizar, fruir e dispor da obra audiovisual, bem como explorá-la diretamente ou outorgar direitos para a sua exploração comercial e de seus elementos derivados. Note-se, aqui, que a regulamentação admite a transferência a terceiros (inclusive programadores, nacionais ou estrangeiros) dos direitos de exploração comercial da obra e de seus elementos derivados, mas condiciona esta outorga a termos contratuais que não descaracterizem a titularidade do poder dirigente pela produtora independente. Cabe observar que não foram oferecidos elementos objetivos para a limitação da transferência dos direitos de exploração comercial da obra a terceiros. Qual seria o limite, em termos de tempo, plataformas e territórios, a partir do qual estaria descaracterizada a titularidade do poder dirigente sobre a obra? Na ausência de critérios objetivos, cabe utilizar a analogia: a própria Ancine, ao regulamentar a utilização de incentivos fiscais para a produção de obras audiovisuais brasileiras independentes, estabeleceu limite temporal de 5 anos para a outorga de direitos de distribuição a canais coprodutores, sem limitação de plataformas ou territórios. Permite, também, que seja concedida licença exclusiva de exibição da obra para o programador coprodutor em seu(s) canal(is) de programação, pelo período de 5 anos, sem limite de territórios. Em nosso entendimento, portanto, qualquer que venha a ser o critério utilizado pela Ancine para a definição dos limites aplicáveis no que se refere às cotas de conteúdo instituídas pela Lei 12.485, não serão inferiores aos estabelecidos para a utilização de incentivos fiscais. Além disso, entendemos que no caso das cotas de conteúdo, em que as programadoras farão investimentos com recursos próprios, estaria autorizada uma interpretação menos restritiva da Ancine em relação à outorga dos direitos de

exploração comercial aos canais, o que certamente será objeto de discussão. A QUESTÃO DO FINANCIAMENTO. Considerando que o novo marco legal não obriga às programadoras a financiar a produção de conteúdos brasileiros e independentes, mas apenas a veiculá-lo em determinadas quantidades e condições, o mercado como um todo deverá articular-se para viabilizar o financiamento da produção de tais obras e, posteriormente, explorá-las comercialmente. Dentre tais mecanismos existentes, destacamse os incentivos fiscais estabelecidos pela assim chamada “Lei do Audiovisual” e os recursos disponibilizados pelo Fundo Setorial do Audiovisual. Ao todo, no ano de 2012 espera-se que pelo menos R$ 100 milhões estejam à disposição dos produtores para o financiamento das produções, valor este que pode até mesmo triplicar a partir do recolhimento da nova Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) pelas distribuidoras de televisão por assinatura e demais prestadores. Em nosso ponto de vista, a utilização destes recursos pelos produtores, de forma eficiente e voltada à criação de oportunidades comerciais, é uma forma de equilibrar a relação entre canais e produtores e propiciar efetivo crescimento do setor de produção.Em suma, abre-se agora uma janela de oportunidade a produtores que, apresentando conteúdos de qualidade e viabilizando financeiramente suas produções, podem passar a ter exposição de seus produtos em canais de TV paga como plataforma inicial de uma estratégia comercial mais ampla para seus produtos (que deve abranger outras plataformas e territórios para ser bem-sucedida). Para os canais, por sua vez, a utilização dos fundos públicos ou de renúncia fiscal para o financiamento das produções possibilitará maximizar a qualidade dos conteúdos oferecidos, além de minimizar o risco da inserção em grade de conteúdos novos ou inovadores. Cabe agora, tanto aos programadores como aos produtores, aprofundarem nas oportunidades apresentadas por cada um dos mecanismos de fomento e incentivo existentes, e extrair deles o melhor em termos de produtos e modelos de negócio. E à ANCINE, como órgão também responsável pelo fomento do setor, caberá o estabelecimento de procedimentos céleres e desburocratizados para a obtenção destes recursos, o que já vem sendo feito com as alterações recentes nos processos de obtenção dos recursos do Fundo Setorial e para a aprovação de projetos para utilização dos incentivos fiscais. ttv Dos quais R$ 55 milhões foram disponibilizados pela Linha B do Fundo Setorial do Audiovisual, destinada às produções voltadas ao mercado de televisão.

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Galeria tradeshow

FÓRUM BRASIL DE TELEVISÃO 2012 4 - 5 de junho, Shopping Frei Caneca, São Paulo - Brasil A edição número treze do Fórum Brasil de Televisão apresentou suas salas repletas e assistentes permanecendo até o último compromisso na tarde paulista. Como se sentissem a necessidade de aproveitar cada conversa, saborear cada momento. Uma amostra clara do dinamismo do mercado brasileiro, e também de seu appeal em nível regional e internacional. Os protagonistas: regulamentação, conteúdos e produção independente. Painel ComKids “Mídia para crianças: desafios para a sustentabilidade do setor”: Rafael Sampaio (ABA), Cecília Mendonça (Disney), Rodrigo Olaio (Mono3D) e Geraldo Leite (Singular)

Felipe Herz Boclin, Bruno Guerra e Pablo Ghiglione (Globo)

Paul Jackson (Media Smart) Foto: Marcelo Kahn

Ernesto Ramirez (Comarex) e Esperanza Garay (Telemundo)

Split Filmes, vencedores do Pitching Cartoon Network/Fórum Brasil com o projeto ‘Cartoon.Job’, junto ao júri do prêmio Foto: Marcelo Kahn

Nicola Drago (Zodiak América Latina) e Carla Affonso (Zodiak Brasil)

Anthony Doyle (Turner) e Fernando Vieira de Mello (TV Cultura)

Marcos Bitelli (Bitelli Advogados), Oscar Simões (ABTA), Marcus Augustus Martins (Senado Federal) e Emilia Ribeiro (Anatel)


Executivos ttv

Objetivo: América Latina O canal público japonês NHK tem um objetivo bem claro: popularizar seus canais internacionais na América Latina. A sua referente para a região falou sobre os resultados obtidos a partir de uma intensa campanha de marketing e da forte participação da companhia nos tradeshows latino-americanos. Por Valentina Vinaja

Miyuki Nomura, Consultora da NHK World

Twitter: @vvinaja vvinaja@todotv.tv

A

companhia japonesa NHK World começou o ano com uma forte campanha de marketing orientada a aumentar a distribuição dos seus canais NHK Premium e NHK World TV. Embora esses canais já atingem vários países de todos os continentes, os territórios-chave desta campanha são os latino-americanos. DEMANDA. O Peru e o México já são dois casos de êxito significativos. “No Peru assinamos contratos de distribuição com cerca de 40 operadoras de cabo”, disse Miyuki Nomura, consultora da NHK World. Também na última edição da Expo Canitec a companhia conseguiu novos acordos com vários parceiros grandes e pequenos. A demanda do canal continua a crescer em toda a região, e o México é, novamente, um dos países destacados pela executiva. “A demanda de informação sobre o Japão e a Ásia está aumentando no México porque os negócios japoneses estão crescendo”, afirmou. Asia Biz Forecast Economia

“A NHK World é líder mundial em tecnologia para broadcasting, por isso estamos apresentando toda a nossa programação em HD”. “Muitos japoneses estão se mudando para esse país, e precisam se comunicar”. TECNOLOGIA. O elemento comum presente em todos os produtos japoneses é a tecnologia de última geração, e os canais da NHK não

NOVA GERAÇÃO DE CULTURA BRASILEIRA-JAPONESA

Nesse ano, o canal NHK World TV rememorou o aniversário do tsunami que devastou o Japão em março de 2011 com uma série de documentários que se destacam por sua impressionante cobertura jornalística. Os 40 programas factuais tocam diversos temas: desde a procura dos sobreviventes da tragédia, até a recuperação psicológica e física do povo japonês. Além disso, desde junho o canal emite três programas sobre a cultura pop japonesa: ‘Imagi-nación’, com entrevistas aos artistas destacados e reportagens sobre as últimas tendências do anime, games e manga; ‘Kawaii Internacional’, que proporciona as últimas notícias da moda em Tóquio; e ‘J-MELO’, um especial semanal dedicado a divulgar a música japonesa do momento. ttv Newsline Jornal

TTV MAGAZINE/21

Entre os dias 13 e 15 de julho foi realizada uma exposição conjunta entre a Band TV e a NHK World no contexto do Festival do Japão, no centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Trata-se de um dos maiores eventos sobre cultura japonesa na América Latina, com exibições e apresentações sobre diversos temas, desde pintura e artesanato tradicional até baile, gastronomia e muito mais. Neste ano, ambas as companhias decidiram realizar uma apresentação conjunta para promover a nova geração de cultura japonesabrasileira, com o objetivo de estender as tradições e o conhecimento cultural para as novas gerações. A Band TV apresentou o seu canal linear que mostra o Brasil atual; enquanto a NHK World apresentou o NHK World TV, com imagens atuais do Japão e da Ásia. As companhias pretendem continuar trabalhando juntas no futuro para proporcionar entretenimento a telespectadores do mundo inteiro.

ficam para trás. “A NHK World é líder mundial em tecnologia para broadcasting, por isso estamos apresentando toda a nossa programação em HD”, salientou Nomura.


Executivos ttv

Brasil: mercado chave A unidade B2B da Telefônica Digital atualmente oferece vários serviços a clientes atacadistas, como companhias de DTH, serviços audiovisuais, conteúdos, ad sales e internet via satélite. E é no Brasil que a companhia tem o seu maior portfólio de clientes: Vivo, Oi, CTBC, Super i Telecom, DTHi e Sercomtel. Além disso, é nesse mercado que a empresa tem fortes perspectivas de desenvolvimento. Por Sebastián Amoroso

Leandro Gaunszer, Country Manager da Media Neworks no Brasil

Twitter: @sebamoroso samoroso@todotv.tv

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om mais de US$ 50 milhões de investimento nos últimos seis anos, a Media Networks tem mais de 20 operações de DTH e de internet por satélite na América Latina, o que representa mais de 3 milhões de usuários finais na região. Além disso, a unidade B2B da Telefônica Digital oferece vários serviços para clientes atacadistas como serviços de DTH, audiovisuais, de conteúdos, de ad sales e de internet via satélite.

22/TTV MAGAZINE

Nesse sentido, o mercado brasileiro tem um papel chave para o desenvolvimento de uma companhia como a Media Networks. A importância desse mercado se reflete nos escritórios inaugurados no país. “Os novos escritórios no Brasil obedecem à importância que o mercado brasileiro tem para a nossa empresa”, diz à todotv Leandro Gaunszer, country manager da Media Networks. “É no Brasil onde atendemos mais operadoras e sabemos que é um mercado de enorme potencial e de excelentes perspectivas de desenvolvimento”, agrega. A Media Networks também lançou o seu serviço atacadista de internet por satélite em Banda Ku, e se prepara para lançar ao mercado o seu serviço em Banda Ka. “No próximo ano introduziremos internet via satélite em Banda Ka, que permitirá às operadoras oferecerem a seus clientes produtos de internet residencial via satélite a preços competitivos a respeito da banda larga fixa, um serviço de enorme potencial para o mercado brasileiro”, adianta Gaunszer. No caso do Brasil, esse serviço permite cobrir grandes extensões de território com populações dispersas que as redes tradicionais não podem cobrir. “Embora a penetração da banda larga no país experimentou um crescimento importante nos últimos anos e os sucessivos governos realizaram grandes esforços através

“É no Brasil onde atendemos mais operadoras e sabemos que é um mercado de enorme potencial e de excelentes perspectivas de desenvolvimento”. de incentivos fiscais e mudanças na legislação para baixar os preços, grande parte da população brasileira ainda não tem internet de banda larga”, salienta o executivo. Segundo Gaunszer, uma pesquisa de mercado realizada para a Media Networks revela

que existe “uma demanda potencial em milhões de lares localizados em áreas suburbanas e rurais, que querem adquirir um produto de internet residencial por satélite” como o que a companhia vai oferecer pela tecnologia em Banda Ka”, afirma Gaunszer. Em paralelo, a nova divisão de serviços audiovisuais da Media Networks -resultado da sua recente integração com a Telefônica Serviços Audiovisuais- também está analisando o enorme potencial de desenvolvimento que o mercado brasileiro oferece nos próximos quatro anos. Nesse sentido, “estamos aproveitando a Copa das Confederações, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, conclui Gaunszer. ttv

A TV POR ASSINATURA NO BRASIL Para o executivo, a nova regulamentação da TV paga no Brasil representa um avanço para o crescimento do setor, colocando o país em uma posição de referência na América Latina. “As novas regras resolvem algumas assimetrias que existiam na regulamentação anterior, que estabelecia restrições para os produtos para os investidores segundo a tecnologia de transmissão do produto televisivo”, salienta Gaunszer. “Uma empresa de telecomunicações podia oferecer um produto de televisão DTH, mas não podia complementar a sua oferta com o mesmo produto através de redes fixas”. Além disso, “já não existem diferenças entre empresas de capital nacional ou estrangeiro, o que torna o Brasil um país ainda mais atraente para o investimento internacional”, afirma o executivo. “Um bom exemplo disso é a recente compra da Sunrise por George Soros. A convergência entre os diversos serviços de telecom já é uma realidade e o Brasil está preparado para atender à demanda de sua população”.



Assista a entrevista em vídeo em www.todotvnews.com

Executivos ttv

O risco de perder qualidade Nessa entrevista, o executivo da distribuidora mexicana expressa que “as regras ainda não estão claras” na TV por assinatura do Brasil, e providenciou os eu ponto de vista como profissional “estrangeiro” com vários anos de experiência internacional. Por Sebastián Torterola Twitter: @storterola storterola@todotv.tv

P

articipante como palestrante no último Fórum Brasil de Televisão, Ernesto Ramírez, VP de Vendas Internacionais e Novas Mídias da companhia mexicana Comarex, demonstrou ter um excelente conhecimento do mercado de conteúdos televisivos, seus vaivens e as tendências atuais de preços, demandas e plataformas emergentes no mundo. Baseado nessa experiência, o executivo explicou à todotv a sua opinião sobre a nova realidade do mercado audiovisual brasileiro. “As regras ainda não estão claras. A sensação que vejo como estrangeiro, e o que se escuta dos clientes, é que estão preocupado pela quantidade de horas que devem produzir”, comenta Ramírez. “Nesse sentido, o executivo mencionou grandes produções da HBO Latin America Group no Brasil, como ‘Mandrake’ e ‘Filhos do carnaval’, que concentraram muito investimento em qualidade técnica e artística. “O que pode acontecer é que esse dinheiro, em lugar de ser investido em uma produção, acabe sendo investido em um número maior

24/TTV MAGAZINE

Ernesto Ramírez falando no painel “O mercado internacional”, no Fórum Brasil de Televisão 2012.

“A sensação que vejo como estrangeiro, e o que se escuta dos clientes, é que estão preocupado pela quantidade de horas que devem produzir”. de produtos. O grande risco é que a quantidade de produção brasileira aumente, mas que não necessariamente seja de maior qualidade”, ele disse. OVER-THE-TOP. Por sua vez, o executivo destacou que tivesse gostado de falar mais em profundidade sobre OTT no Fórum. Sobre esse assunto, ele opinou que a segmentação do mercado não tem acompanhado o seu crescimento. “Os preços se mantiveram indexados em dólares ou euros, então a chegada das OTT não representaram uma mudança dramática, já que existe uma alta oferta de programação”, salientou Ramírez. “Acredito que o crescimento do bolo por parte das OTT tem sido um pouco irreal. É um player a mais, e no final vai se incorporar aos outros players, e os preços vão se equilibrar novamente”, adicionou.

Ernesto Ramírez, VP de Vendas Internacionais e Novas Mídias da Comarex PREÇOS INTERNACIONAIS Durante a sua intervenção no Fórum Brasil de Televisão, realizado em junho em São Paulo, Ramírez falou sobre a comercialização internacional de conteúdos, e se referiu aos preços e ao modelo de coprodução. Por exemplo, a novela ‘Louco amor’, coproduzida com a Globo TV International, teve um custo superior aos US$ 75.000 por capítulo. “Isso significa uma produção de mais de US$ 10 milhões. Coproduzir é conveniente para compartilhar gastos, mas também as receitas e a distribuição do produto em diferentes janelas e territórios”, explicou. Ramírez também proporcionou uma tabela de preços muito útil para estar em sintonia com o mercado internacional. Custo local Telenovela: US$ +70.000 Série animada: US$ +20.000 Filme: US$ 2.000.000 Séries: de US$ 150.000 a 250.000 Custo licenciado Telenovela: US$ 5.000 a 10.000 por hora Séries animadas: US$ 2.500 a 3.500 por episódio Filmes: desde US$ 20.000 Formatos: de US$ 2.000 a 5.000 Segundo o executivo, os que devem estar mais preocupados são as plataformas de TV por assinatura tradicionais, porque podem começar a perder clientes. Nesse sentido, que soluções surgiram? “Nos Estados Unidos as MSO se preocuparam pela perda de clientes. Por isso, acudiram a produções originais que lhés permitem ter uma diferenciação nesse serviço, para que o usuário não escolha ver o mesmo conteúdo numa OTT seis meses depois”, concluiu Ramírez. ttv


PRODUÇÃO

Animação brasileira para toda a América Latina Cartoon Network Latin America começou a produção de sua primeira série animada original para a região: ‘Irmão do Jorel’, a história de uma família pouco convencional com um humor absurdo que encaixa muito bem nas grades do canal. Por Valentina Vinaja Twitter: @vvinaja vvinaja@todotv.tv

N

o passado 5 de junho no Fórum Brasil de Televisão, o Cartoon Network anunciou a produção de sua primeira série original animada para a América Latina. A vencedora do pitching realizado pelo canal em 2009 foi o projeto escolhido: ‘Irmão do Jorel’, criada por Juliano Enrico, já está sendo produzida e a sua estreia está programada para o segundo semestre de 2013.

Esses quadrinhos a princípio eram destinados ao público adulto, mas depois Enrico adap-

Quando o projeto foi selecionado pelo Cartoon Network em 2009, a produtora Copa Studios esteve a cargo da produção do primeiro piloto. Mas, por que o canal escolheu esta série como a primeira produção original para a região? “O estilo de humor absurdo do ‘Irmão do Jorel’ segue a linha de muitas animações do Cartoon Network, com identidade visual e piadas rápidas que dialogam com várias gerações”, comenta Enrico. A série conta a história de uma criança aprisionada nos anos 80 com pais artistas ex hippies divorciados, vivendo numa casa “repleta de cacarecos” com duas avós antagônicas, dois “adolescentes cabeludos”, um cachorro epilético, uma cadela com bronquite e uma babá fã do grupo musical Menudo. “Os per-

sonagens passam pelos mesmos conflitos de uma família considerada normal (se é que isso existe). Essas peculiaridades funcionam como uma caricaturização de um comportamento universal e de fácil identificação, em que cada personagem atravessa uma fase diferente da vida, mexendo com a memória afetiva do público”, explica o criador da série. Os cenários também tiveram como referência lugares reais e familiares para as audiências latino-americanas, como “escolinhas com muros repletos de pinturas, ursinhos fofinhos e casas malucas com terraços, telhas, muros, grades e fuscas” estacionados na rua. O criador também acredita que a série transcenderá as telas tradicionais. “A intenção é que esses primeiros 13 episódios viabilizem muitos outros e abram caminho para novas produções. Espero transformar o ‘Irmão do Jorel’ numa marca forte, explorando outras mídias, jogos e produtos que sirvam como um complemento”, adiciona. ttv

TTV MAGAZINE/25

“A idéia original surgiu há 10 anos quando comecei a revirar as caixas empoeiradas de fotos e fitas VHS da minha família. Eu compartilhava essas fotos e escrevia pequenos textos misturando histórias reais absurdas da minha família com invenções absurdas da minha cabeça”, comentou à todotv o criador da série. para entreter os amigos e irritar meu pai, que não curtia muito essa parte das invenções absurdas da minha cabeça com a família.

tou o material em uma série de humor para crianças de entre 7 e 11 anos -capaz de entreter também adolescentes e adultos, com o objetivo de apresentá-la em diferentes pitchings.


No Kitchen

Required Competência culinária

CONTEÚDOS

BBC Showcase Latin America 2012 A nona edição do único evento televisivo na América Latina patrocinado por uma única distribuidora será realizado de 26 a 28 de agosto no Windsor Atlantica Hotel de Copacabana, Rio de Janeiro. Esperam-se mais de 50.000 horas de conteúdos de primeira qualidade de todos os gêneros pertencentes ao catálogo da BBC Worldwide. Por Sebastián Amoroso Twitter: @sebamoroso samoroso@todotv.tv

N

esse ano a BBC Worldwide vai retornar ao Rio de Janeiro para realizar a nona edição do BBC Showcase Latin America, o único evento de televisão na região patrocinado por um único distribuidor, entre os dias 26 e 28 de agosto no Windsor Atlantica Hotel em Copacabana. “O evento está orientado aos canais de TV paga e aberta, fornecedores digitais, de DVD e negócio de formatos para os mercados hispânicos”, disse à todotv Helen Jurado, VP de Vendas e Distribuição da BBC Worldwide. “Cada linha de negócio atrai seus próprios clientes, que cada ano aumentam a sua presença, principalmente de fornecedores digitais”, comenta. FOCO DIGITAL. A particularidade do BBC Showcase Latin America 2012 é que terá um foco especial nos negócios digitais, com apresentações realizadas por especialistas da região. “Todo mundo fala em digital, mas há pouco conhecimento sobre o tema. O universo digital abrange diferentes áreas, dependendo do interesse das pessoas, por isso queremos organizar os conceitos e des-

ta forma demonstrar que se trata de um negócio aditivo e não substitutivo”, assegura Jurado. Para a BBC Worldwide, a venda de conteúdos continua o seu caminho de crescimento na América Latina e no mercado hispânico dos EUA. O negócio pan-regional cresceu 20% em comparação com o mesmo período de 2011. “Começamos esse ano com muito otimismo porque estão surgindo muitas oportunidades. Ampliamos a equipe e todos estão muito motivados com as oportunidades existentes na região”, salienta Jurado. Nesse sentido, o entorno digital se tornou um verdadeiro nicho de interesse para a distribuidora britânica. “Hoje, 10% das vendas da BBC Worldwide na América Latina é de entretenimento digital”, comenta a executiva. “Existem muitas companhias interessadas em entrar no mercado; tem muitos potenciais fornecedores digitais no Brasil e no México, por exemplo”, diz, e isso confirma o interesse real da companhia nesse segmento de negócio. ALGUNS HIGHLIGHTS. Quanto ao lançamento da nova programação para a nona edição

do BBC Showcase Latin America, a executiva revela alguns títulos, entre os quais se destaca o seriado de competência culinária ‘No Kitchen Required’ dentro do gênero lifestyle produzido para a BBC America. “Já temos vários interessados por esse programa”, assegura Jurado. No entanto, o drama de época ‘Ripper Street’, também produzido para a BBC America, localizado dentro do mesmo estilo da série ‘Downtown Abbey’ porque tem “um toque de mistério” e “um look & feel muito interessante”, segundo a executiva. Além disso, no catálogo da companhia também se destacam os especiais musicais que já souberam conquistar a atenção dos broadcasters e compradores latino-americanos em edições anteriores. “Cada vez existe uma demanda maior por esses especiais”, assegura Jurado. Além das apresentações com as últimas novidades de programação, o BBC Showcase Latin America no Rio contará com cabinas para que os assistentes possam ver em privado e de forma confortável um catálogo que inclui mais de 50.000 horas de programação de alta qualidade, com a marca BBC. ttv



Entrevistas ttv

A revitalização da tevê Com 200.000 assinantes de TV por assinatura em seis meses de operação, a GVT começa a se posicionar como um player crível no mercado brasileiro. O homem a cargo dessa área falou com a todotv sobre o foco da companhia no HD, sobre as vantagens competitivas do serviço e analisou o novo panorama regulatório do mercado, opinando que “não é nada de outro mundo”.

Por Sebastián Torterola Twitter: @storterola storterola@todotv.tv

“O assinante não procura tecnologia, procura conteúdo”. “Temos vídeo on demand para 100% dos clientes. Ninguém mais faz isso no Brasil”.

28/TTV MAGAZINE

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GVT gosta de fazer as coisas diferente. “Quando lancemos OTT, não vamos lançar por lançar. Vai ser bem feito”, assegura Dante Campagno, diretor da nova aposta de negócio da companhia: a TV por assinatura. Anunciada no ano passado e “tecnicamente” iniciada em janeiro deste ano, a GVT TV tem objetivos ambiciosos: ultrapassar o número de assinantes da NET Serviços em dois anos, segundo as palavras do seu presidente Amos Genish. Hoje, depois de 6 e 7 meses de operação, a operadora já ultrapassou 200.000 assinantes de TV. “Isso pode parecer pouco perto do tamanho do mercado, mas tem que considerar que a GVT não atua nacionalmente, mas só em algumas regiões -131 cidades- onde ela tem cabeamento de rede. O número está bem dentro dos nossos planos”, diz Campagno. Ele acredita que a GVT chegou ao negócio da TV para ficar, e o fato de ser o player mais novo implica algumas vantagens tecnológicas.

Más, além disso, a companhia tem como prioridade proporcionar um “enfoque diferente”. HD E CONECTIVIDADE. “Se agente olhar hoje o line-up e o empacotamento da concorrência, tudo é muito parecido. Nós decidimos fazer o negócio bem diferente. Por exemplo, lançamos HD para 100% dos clientes, o que representa uma ruptura no mercado. É uma tendência que não tem volta atrás, e nós não temos legado de set-top boxes standard definition”, comenta. Além disso, outra diferença é que os pacotes da GVT não carregam os sinais “espelho” ou simulcast: se um canal tem versões SD e HD, o pacote carrega o HD. “Isso facilita muito para o assinante, que não procura tecnologia, procura conteúdo”, diz Campagno. O segundo ponto mencionado como diferencial é que “100% dos set-top boxes estão conectados” à rede de banda larga, o que na prática significa a possibilidade de oferecer serviços interativos para todos os clientes, também desde o primeiro pacote. “Então te-


Dante Campagno,

mos vídeo on demand para 100% dos clientes. Ninguém mais faz isso no Brasil”, explica o executivo. Ele também destaca o serviço Outra Chance, que também entra na lógica on demand, mas é comercializado independente como uma plataforma disponível para 100% dos assinantes, que podem aceder em qualquer momento a conteúdos de algumas programadoras que já foram exibidos nos canais.

Diretor de TV por Assinatura da GVT “O que vai acontecer é que vamos carregar canais com qualidade mediana para cumprir cota”.

NOVA REGULAMENTAÇÃO. A aprovação da Lei 12.485/2012 abre o caminho para as teles entrarem na TV a cabo, possibilidade que antes estava limitada ao DTH. Mas a GVT opera em um modelo híbrido e ainda não tem planos de abandonar o DTH. “Estamos estudando, mas não temos planos, porque tem prós e contras de manter o modelo atual híbrido ou migrar para o IPTV “puro”. Quando a gente lançou esse modelo híbrido DTH + IP não foi por uma questão da regulamentação. Acreditamos que a transmissão de canais via satélite,

OVER-THE-TOP Campagno opinou que o over-the-top “não é um produto substituto” e que “não há canibalização da TV por assinatura”, porque “as audiências querem conteúdo ao vivo”, como o futebol e as novelas. “Onde pode afetar, mas ainda não temos percebido, é nos filmes Premium. Mas mesmo assim não é substituto, porque são diferentes janelas de exibição; os filmes da Netflix são mais antigos que os filmes que você vê no Telecine ou no HBO. O movimento natural desses programadores é disponibilizar os filmes que estão em cartaz on demand, e agora em over-the-top. Não é uma grande ameaça, mas a gente fica de olho porque não são players menores”. por ser broadcast, ele é melhor (até por uma questão de banda, de canais HD), mas nada impede que num futuro próximo venhamos a oferecer IPTV também”, diz Campagno.

A respeito do impacto da nova lei no mercado, Campagno fala que não vê “nenhuma ra-

Quanto aos consumidores, o executivo acredita que já começaram a se ver mudanças no prime time de alguns canais, que estão se adaptando às novas obrigações e exibindo conteúdos nacionais que antes não eram programados. “No começo vai haver um choque da percepção do assinante, mas depois de um tempo ele vai se acostumar. Vai mudar muito pouco”, opina. ttv

VANTAGEM COMPETITIVA Segundo Campagno, o maior diferencial da GVT em termos de conteúdos se traduz em dois pontos: HD e futebol ao vivo. “Vamos transmitir as olimpíadas em 4 canais HD no primeiro pacote, que custa R$ 59,90. E isso nenhum outro operador pode fazer”, opina. Outros conteúdos incluídos em HD nesse primeiro pacote incluem o Campeonato Brasileiro, as séries da Sony e da Warner, os filmes de TNT, além da Eurocopa que foi exibida em junho, também em HD. TTV MAGAZINE/29

O impacto principal, comum para todas as operadoras, é a adequação do empacotamento. “Ainda não temos uma clareza total do que teremos que fazer, porque os canais ainda não foram classificados em ‘brasileiros’ e ‘brasileiros independentes’. A GVT montou esse line-up não porque os canais são internacionais, mas porque os canais são bons. Se houvessem mais canais brasileiros de qualidade, teríamos carregado desde o começo. O que vai acontecer é que vamos carregar canais com qualidade mediana para cumprir cota. Isso com o tempo vai mudar, porque vão surgir programadores dispostos a fazer canais com mais qualidade. Claro que há impacto, mas não é nada de outro mundo”.

zão na normativa que faria com que os preços ao consumidor se reduzissem”. “O objetivo da Ancine é criar uma indústria nacional de produção de conteúdo mais forte e estimular a competição. Eu acho que em uma visão de médio e longo prazo, ela é positiva. Tem um risco de você dificultar investimentos internacionais no Brasil. Mas no curto prazo, não vejo grandes mudanças. Vão ser adequações pequenas para os programadores em termos de compra de conteúdos”, assegura. Além de tudo, o novo texto “ainda não deixa muito claro” alguns pontos, por isso ele espera que a Ancine volte a atuar em breve.


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Executivos ttv

Sócio estratégico O número um da Zodiak para a América Latina descreveu a evolução da companhia em um ano e meio de presença no Brasil, falou sobre as alianças com a Record e a SBT, e explicou a sua visão sobre o futuro do mercado brasileiro. Por Sebastián Torterola

Nicola Drago, CEO da Zodiak Latin America

Twitter: @storterola storterola@todotv.tv

S

uperadas as fases iniciais de lançamento e avaliação do mercado brasileiro de TV, a produtora internacional Zodiak faz um ano e meio no mercado. Nesse curto período, os objetivos alcançados não são poucos: a entrada à TV aberta através da Rede Record e da SBT é um excelente precedente para continuar expandindo a sua presença no país. “É um mercado difícil, e leva tempo entender sua dinâmica de oferta e demanda. Mas agora acreditamos que já entendemos o que os canais estão procurando”, opina Nicola Drago, CEO da Zodiak América Latina. Assim, as propriedades mais importantes para a Zodiak no Brasil são, em primeiro lugar, o formato internacional ‘Deal With It’ (cuja versão brasileira é ‘Faça e Desfarça’) que já tem duas temporadas na tela da Record e que “teve um impacto fenomenal no ibope do ca-

30/TTV MAGAZINE

Sing if you Can Formato

“Não vejo por que eles [os canais brasileiros] não devam abrir-se para a produção independente, da mesma forma que a Europa fez há 20 anos, e, mais recentemente, o resto da América Latina”. nal”, segundo Drago, que no entanto acredita numa terceira temporada do programa. “O segundo é ‘Sing if you Can’, que já está se tornando uma franquia muito popular na América Latina, com presença no Peru, em breve estará no Chile e também está sendo negociado em outros países. Não é um talent show, mas um formato de piadas muito divertido que vai por sua segunda temporada na SBT”, afirma. Considerando que tradicionalmente os canais de TV aberta no Brasil têm sido imensos mecanismos de produção autogestionada, é possível dizer que atualmente vivem um momento de abertura crescente para a produção independente. Porém, essa realidade não surpreende Drago; pelo contrário, ele vê isso como natural. “O objetivo dos canas é manter seu ibope o mais alto que seja possível. Se os independentes podemos oferecer conteúdos muito bem realizados, inovadores e divertidos, e com custos razoáveis, não vejo por que eles não devam abrir-se para a produção independente, da mesma forma que a Europa fez há 20 anos, e, mais recentemente, o resto da América Latina”. ttv

ZODIAK RIGHTS NA AMÉRICA LATINA O desenvolvimento da produção local tem sido um dos pilares da Zodiak na região. Com formatos como ‘Mexico’s Next Top Model’ para o canal Sony Entertainment Television, ou com acordos como o realizado com a produtora mexicana El Mall, a produção local permite à companhia “fortalecer o seu posicionamento como produtores na região”, segundo comentou à todotv Myriam López-Otazu, VP de Vendas da Zodiak Rights. Nesse sentido, López-Otazu salientou o crescimento em mercados como o Chile, o Equador, a Colômbia e o Peru, nos quais formatos como ‘Sing If You Can’ (no ar em América TV) “se tornou um dos melhores para a região”. De fato, além do Brasil, o mesmo formato foi adaptado em outros territórios como o Uruguai, onde estreará em breve no canal Teledoce. Realmente, os modelos de negócio adotados pela companhia são diversos: desde a venda de formatos, como a destacada franquia ‘Don’t Forget the Lyrics’, ‘Psíquicos’, ‘Deal with It’ ou ‘True Talent’, até parcerias locais de produção ou coprodução, o objetivo da companhia será continuar aumentando a sua presença: “Desde a criação da Zodiak Latino, o nosso posicionamento na região melhorou muito, com certeza. Seria ideal para nós participarmos sempre na produção ou coprodução com o canal”, concluiu. Por otra parte, si se analiza la evolución del rating en los segmentos más jóvenes de la población latinoamericana, se observa que el rating más alto de TV paga se encuentra en el segmento infantil. De 2008 a 2011, se registró un aumento del 38% en el rating de esta audiencia (de 2,35 a 3,25 puntos), y en lo que va de este año la cifra ya ha crecido a 3,64 puntos.



Entrevistas ttv

Otimização

On Demand

HBO Go está pronto. Só resta escolher uma data em 2012. A plataforma on demand pela internet para assinantes de HBO vai potenciar a ideia de aceder “quando e onde quiser” às suas exitosas séries. A travessia over-the-top da HBO começará no Brasil.

Por Gonzalo Larrea Twitter: @gonzalolarrea glarrea@todotv.tv

Capadocia Série

“A ideia é começar [com HBO Go] pelo Brasil, e esperamos fazer o anúncio em breve”.

32/TTV MAGAZINE

“Estamos seguros de que o nosso lançamento não tem comparação com nenhum serviço disponível no território”.

A

pesar de ter um serviço de Vídeo On Demand na região há mais de quatro anos (o HBO On Demand), a HBO está prestes a dar o próximo passo com o iminente lançamento do HBO Go, um serviço definido como “incomparável e maravilhoso” por Emilio Rubio, presidente de Distribuição e Media Development do HBO Latin America Group. “O serviço SVOD foi lançado há pouco mais de quatro anos. Nesse momento, esperávamos que com a chegada das teles e a sua

IPTV o serviço teria muita força no mercado através de nossos distribuidores, mas isso não aconteceu. A realidade foi que as teles lançaram em DTH, não em IPTV, por problemas tecnológicos, o que significou o impulso dos canais HD em lugar dos serviços SVOD”, disse Rubio. Contudo, o assunto foi ganhando importância a partir do ano passado com a chegada de algumas ofertas de serviços de vídeo por assinatura via internet. “Em 2012 experimentamos um grande crescimento no número de


Emilio Rubio,

assinantes e no HBO On Demand, que está crescendo em todo sentido apesar de estar disponível há quatro anos. Temos uma enorme expectativa de crescimento nesse setor”, comentou o executivo.

Presidente de Distribuição e Media Development da HBO Latin America Group

Para aproveitar esse momento, e em harmonia com os novos tempos, a companhia decidiu apostar no lançamento de uma plataforma própria pela internet, que começará a funcionar nesse ano.

Assista a entrevista em vídeo em www.todotvnews.com

“A ideia é começar pelo Brasil, e esperamos fazer o anúncio em breve. Temos trabalhado com muito entusiasmo no projeto desde o ano passado, e temos certeza de que o nosso lançamento não tem comparação com nenhum serviço disponível no território. O produto é uma experiência incomparável e maravilhosa. Esperamos lançá-lo nos mercados hispânicos progressivamente antes do fim do ano”, revelou. Segundo Rubio, a internet fará com que o serviço tenha menos limitações que o HBO On Demand, por isso os conteúdos serão ainda mais completos.

de estreia, e também um catálogo das principais franquias da HBO, tanto de seriados originais da América Latina como dos EUA”, explicou.

“O HBO On Demand é um catch-up para assinantes da HBO com os conteúdos mais relevantes dos canais lineares. Isso está limitado pela capacidade técnica dos servidores nos head-ends das operadoras. No HBO Go, a oferta é mais ampla, porque essa limitação não existe. Assim, ele vai ter todos os episódios dos seriados novos e os principais filmes

HBO 2 e HBO SIGNATURE. O executivo também falou sobre os novos canais do grupo HBO, que chegaram para satisfazer as necessidades dos parceiros e também dos assinantes.

Preamar Série

“De alguma forma, o HBO 2 era um pedido, uma necessidade de um grupo específico de consumidores e também dos nossos parceiros. Nos últimos anos, uma parte importante do crescimento da TV por assinatura na América Latina não vem da classe AB, mas de uma classe com menor renda. Nesse contexto, os canais com som em inglês e legendas sempre foram resistidos por um pequeno grupo. Essa foi a ideia com o HBO2: oferecer o mesmo conteúdo com uma abordagem mais local e no idioma de cada país”, comentou Rubio. “Pelo contrário, com o Signature aconteceu uma coisa muito similar que nos EUA nos últimos dois anos. O fanatismo, a fidelidade de muitos assinantes com o produto exclusivo HBO, e o número de horas que estamos produzindo são tantas que não tínhamos lugar para elas. Por isso criamos esse canal com conteúdos 100% HBO para fanáticos do HBO. Ambas as opções fazem parte do pacote HBO”, concluiu. ttv

Em junho, o HBO Latin America Group anunciou o início da produção de ‘O Negócio’, a nova série original que será filmada em São Paulo, Brasil. Localizada no mundo da luxuosa classe alta de São Paulo, será o quinto seriado produzido no país desde 2004, e será transmitida para o resto da região. A produção será realizada por HBO Latin America Originals e a rodagem estará a cargo da produtora independente brasileira Mixer. Criada por Luca Paiva Mello e Rodrigo Castillo, a série tem 13 episódios de uma hora, e será filmada em diferentes locações.

SEGUNDO SEMESTRE Gustavo Grossman, VP e gerente geral da HBO Networks Latin America, avaliou os lançamentos recentes e comentou sobre as novidades para os próximos meses. “O HBO 2 é um canal dedicado à classe C, com uma programação diferente, e o idioma local deu a essa oferta um appeal diferencial. Pensando no HBO Signature, a estreia do dramedy brasileiro ‘Preamar’ trouxe resultados surpreendentes, assim como o fim da segunda temporada de ‘Game of Thrones’”, disse. O executivo destacou que a estratégia de estreia simultânea nos EUA e na América Latina foi muito efetiva. “Os resultados são incríveis. Na estreia fomos trending topic no Twitter em nível mundial desde o Brasil, o que indica que a estratégia para combater a pirataria funciona, e o assinante agradece”. Quanto à programação, os pontos fortes do segundo semestre são três: a comédia ‘FDP’ (Brasil), a terceira temporada de ‘Capadocia’ (México) e a megaprodução americana ‘Boardwalk Empire’.

TTV MAGAZINE/33

NOVA SÉRIE ORIGINAL: ‘O NEGÓCIO’

“Uma parte importante do crescimento da TV por assinatura na América Latina não vem da classe AB, mas de uma classe com menor renda [...], os canais com som em inglês e legendas sempre foram resistidos por um pequeno grupo”.


EMNÚMEROS 254,9 milhões

é o total de linhas móveis ativas no Brasil, segundo a Anatel.

16% dos assinantes

da TV paga nos EUA disseram que mudariam para OTT em 2012.

Mais de US$ 50 milhões

investiu a Media Networks nos últimos seis anos.

16,5 milhões

de clientes de IPTV tem a China, primeiro en el mundo segundo a consultora Point Topic.

6% foi o aumento

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interanual de visitantes únicos nos sites de redes sociais nos EUA, segundo a comScore.

4,4% decrescerá a penetração do cabo nos EUA até 2016, segundo PwC.

PREVISÃO

O Brasil será o sétimo mercado mundial de entretenimento em 2016 Apesar da crise econômica global, o gasto mundial em meios de comunicação e lazer cresceu 4,9% em 2011, superando a marca de 4,5% de 2010. É um dado alentador, mas ainda está longe do crescimento registrado anos anteriores, segundo a pesquisa anual da PwC sobre o setor. A consultora afirma que nos próximos cinco anos o gasto em meios de comunicação e lazer crescerá a 5,7% por ano até alcançar US$ 2,1 trilhões, um crescimento estimulado por dois fatores principais: a China e o gasto no setor digital. Isso é assim porque atualmente o gasto no digital representa apenas 28% do total, enquanto em 2016 aumentará para 63%, o que leva à PwC a assegurar que o mundo digital não é apenas uma realidade: é a “nova realidade”. “As mudanças nos hábitos de consumo vieram se acelerando e a indústria do lazer e dos meios está na primeira linha dessas mudanças”, disse Ken Sharkley, da PwC. “A incerteza do passado pela migração para o digital deixou lugar para uma execução mais eficiente das estratégias digitais das companhias. Embora a experimentação vai continuar, o caminho a seguir fica cada vez mais claro”, afirmou. Para o analista, as companhias devem aceitar o digital como o motor dos seus negócios. No entanto, a China é o mercado com maior projeção de crescimento, já superando a Alemanha e tornandose o terceiro mercado no mundo, só por baixo dos EUA e do Japão. O Brasil, por sua vez, superou nesse ano à Coréia do Sul e nos próximos cinco anos vai ultrapassar o Canadá e à Itália, alcançando o sétimo lugar mundial.

PROGRAMAÇÃO

Estréia de ‘Dallas’ superou 6 milhões de telespectadores A estreia local de ‘Dallas’ alcançou 6,8 milhões de telespectadores e ocupou o primeiro lugar do ranking das séries de ficção da TV a cabo nos EUA em 2012, superando a estreia do ano passado, ‘Falling Skies’ (5,9 milhões). Embora a série nasce de um material emitido há trinta anos, a nova ‘Dallas’ provou ter um público jovem: conseguiu 1,9 milhões de telespectadores no segmento adultos 18-49 e 2,5 milhões entre 25-54. Além disso, desde 18 de junho a nova série está no ar na América Latina todas as segundas às 22 horas no Warner Channel. Baseada num dos mais populares shows dos anos oitenta, a história relata a luta pela energia, pelo poder, pelo amor e pelo dinheiro, o que envolve novamente a dinastia de petroleiros texanos Ewing. ‘Dallas’ tem a produção executiva de Cynthia Cidre, roteirista de ‘The Mambo Kings’ e produtora da série ‘Cane’, quem esteve a cargo do roteiro do piloto. Michael M. Robin (‘The Closer’) é o produtor executivo da série e dirigiu o piloto. A série foi criada por David Jacobs e produzida pela Warner Horizon Television.

PROGRAMAÇÃO

Fox: o retorno de ‘Glee’ Desde o dia 5 de julho a tela de Fox se enche de música com os novos episódios da segunda parte da terceira temporada de ‘Glee’. O popular programa estreou seus novos episódios com a participação de convidados especiais, como Lindsay Lohan, Pérez Hilton Whoopy Goldberg, dentre outros. Além disso, no dia 19 foi a vez do episódio homenagem a Whitney Houston. Além disso, a segunda parte da terceira temporada de ‘Glee’ começa com o episódio ‘Big Brother’, que tem a participação especial do actor Matt Bomer (‘White Collar’).




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