PROGRAMAÇÃO d i a
6
s e x t a
PRAÇA DE EVENTOS 14h Orq. Sanfônica do Recife com Bonecos Gigantes 16h Família Salustiano e a Rabeca Encantada 17h Show de Joãozinho de Exu 18h Orq. Criança Cidadã 19h30 Som da Terra Gonzaga e Noel, Rei e Menestrel
MEZANINO 17h Mamulengos Festa do Boi 18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
d i a
8
d o m i n g o
PRAÇA DE EVENTOS 16h Bloco Flor do Eucalipto
d i a
1 0
t e r ç a
PRAÇA DE EVENTOS 16h Cavalo Marinho Boi Matuto de Olinda de Pedro Salu 18h Grupo Corpos & Tambores do Movimento Pró-Criança 19h30 Ciel Santos 21h Santana, “O Cantador”
MEZANINO 17h Mamulengos Era uma vez no Sítio
17h Lia de Itamaracá
18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
19h30 Wagner Carvalho
d i a
1 2
q u i n t a
PRAÇA DE EVENTOS 16h Mestre Nado
MEZANINO 17h Mamulengos Fabulário
18h Reisado Imperial
21h Cezzinha
18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
21h Rogério Rangel
18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
MEZANINO 17h Mamulengos Descobrimento do Brasil
d i a
d i a
18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
PRAÇA DE EVENTOS 16h Trio Pé de Serra Mandacaru
PRAÇA DE EVENTOS 16h Bloco Flor da Lira
d i a
18h Maracatu Estrela de Ouro de Aliança
17h Em Canto e Poesia
PRAÇA DE EVENTOS 16h Papangu de Bezerros
21h Show de Jorge de Altinho MEZANINO 17h Mamulengos São João de Luiz Gonzaga
7
s á b a d o
18h Bia Marinho
18h Sociedade Musical 25 de setembro de Limoeiro 19h30 Grupo Sagrama
9
s e g u n d a
19h30 Cascabulho
18h Maculelê da Funase Águas que passam
21h Petrucio Amorim
19h30 Beto Hortis
1 1
q u a r t a
19h30 Selma do Coco 21h Nádia Maia
21h Maciel Melo MEZANINO 17h Mamulengos Aventuras de Pinóquio 18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
19h30 Geraldo Maia
MEZANINO 17h Mamulengos Mamulengada 18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
d i a
1 3
s e x t a
PRAÇA DE EVENTOS 16h Ciranda Dengosa 18h Banda Cervac 19h30 Ronaldo Aboiador 21h João Lacerda MEZANINO 17h Mamulengos Um Caso de Bruxa 18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
d i a
1 4
s á b a d o
2
FENEARTE 2012
PRAÇA DE EVENTOS 16h Grupo de Dança Ooya Dmanedwa Tribo Fulni-ô EXPEDIENTE DIRETOR DE REDAÇÃO Ivanildo Sampaio (sampaio@jc.com.br) DIRETOR-ADJUNTO Laurindo Ferreira (laurindo@jc.com.br) EDITORA-EXECUTIVA Maria Luiza Borges (marialuizaborges@jc.com.br) DIRETORA COMERCIAL Roseane Gonçalves (roseane@jc.com.br) EDITORAS Cláudia Santos (csilva@jc.com.br) e Moema Luna (mluna@jc.com.br) REPORTAGEM Juliana Godoy (jgodoy@jc.com.br) e Rafael Dantas (rdantas@jc.com.br) Cláudia Santos e Moema Luna DIAGRAMAÇÃO e ILUSTRAÇÃO Isadora Melo e Tomaz Alencar FOTOGRAFIA Michele Souza FOTO DA CAPA Helia Scheppa TRATAMENTO DE IMAGEM Alexandre Lopes, Claudio Coutinho e Jair Teixeira
18h Banda de Pau e Corda
21h Josildo Sá MEZANINO 17h Mamulengos O Cordel da Boa Preguiça 18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
d i a 15 d o m i n g o PRAÇA DE EVENTOS 16h Conjunto Pernambucano de Choro 17h Grupo de Teatro Integrarte Integrarte 10 anos de arte 18h Flor de Muçambê 19h30 Joquinha Gonzaga 21h Novinho da Paraíba MEZANINO 17h Mamulengos Sanfoninha Choradeira tocando pro Rei do Baião 18h às 20h Oficinas e Apresentações Circenses
Inspiração
jetos de uso ritual, peças domésticas, além de artigos para caça. Seus adereços, como os conhecidos colares, mostram uma realidade local. Peças como o maracá ou mesmo o cachimbo, são para o público artesanato, mas para eles têm uma função bem específica na sua cultura”, revela. Instrumentos musicais e alguns bonecos in-
dígenas têm uma relação direta com as suas manifestações religiosas. Flautas e maracás, presentes em diversos povos, são instrumentos usados durante o Toré, rito religioso, realizado quinzenalmente. Nem todos os turistascompradores tem noção que ao comprar um praiá, dos pancararus ou cambiuás, por exemplo, estão levando consigo um sím-
bolo que representa uma força encantada para a etnia, comparado à imagem de um santo. Nas tribos, elas têm um tamanho humano. Segundo Renato Athias, algumas peças de uso religioso são exclusivas dos espaços indígenas, não sendo produzidos para venda em feiras artesanais. Sem grandes mestres ou nomes de destaques,
a produção indígena tem uma assinatura da etnia. “Toda a produção é feita de forma coletiva, sob a inspiração dos nossos antepassados. Esse trabalho não é para nós apenas uma fonte de renda, mas o fortalecimento da identidade e cultura. E não queremos deixar isso morrer”, afirma Bezinho Cambiuá, representante do grupo de 30 artesãos da sua comunidade, que possui um Ponto de Cultura na aldeia, que tem mais de três mil pessoas. De acordo com o coordenador técnico da Funai em Pernambuco, Marcos Correia, as etnias de outros Estados ganharão um espaço especial este ano. “Sempre que as etnias se encontram nas feiras, ficam juntas com os povos locais. Mas neste ano, os potiguara e os pataxó terão um espaço só deles”, ressalta. Da produção dos pataxós, destaque para as panelas, enquanto que os produtos mais procurados dos potiguaras são os adornos e instrumentos musicais.
ARTE INDÍGENA
Na Fenearte, os visitantes conhecerão representantes dos povos Cambiuá, Pancararu, Fulni-ô, Xucuru, Potiguara e Pataxó
texto rafael dantas
3
O traço artístico da cultura indígena será representado na Fenearte por quatro etnias pernambucanas, uma baiana e outra potiguar. O espaço disputado pelo público por conta da curiosidade acerca da cultura indígena, principalmente pelas crianças, contará neste ano com os povos Cambiuá (Ibimirim), Pancararu (Petrolândia), Fulni -ô (Águas Belas), Xucuru (Pesqueira), além dos Potiguara (RN) e Pataxó (BA). Na arte que traz a identidade e a tradição dos primeiros habitantes do Brasil, a extensa coleção de peças vai de indumentárias, usadas nos seus rituais, aos artigos utilitários, como as tradicionais cestas. De acordo com o professor do programa de pós-graduação em antropologia da UFPE, Renato Athias, a produção artística e utilitária de cada etnia tem características próprias, relacionadas a costumes que transpassam gerações. “Todos os povos indígenas de Pernambuco produzem uma vasta quantidade de ob-
helia scheppa/jc imagem
das Aldeias
Mapa do
TESOURO
4
FENEARTE 2012
Saber andar na feira é essencial para aproveitar tudo o que o espaço oferece. Tapetes coloridos indicam a lógica da Fenearte, fácil de compreender a partir de cada elemento usado
pelo Escritório de Carlos Augusto Lira na criação do espaço cenográfico. Tanto você consegue encontrar os estandes dos artesãos de cada lugar como fica sabendo exatamente onde
ficam os caixas eletrônicos dos bancos. E para facilitar ainda mais usamos o mapa da feira para ajudar você a se achar. Ponha o mapa na bolsa e boa caça ao tesouro.
INTERNACIONAL
PELO PAÍS
O espaço trará o trabalho (de litera-
A feira tem o recorde de países na
Os 26 Estados e o Distrito Federal
que tem 65 peças este ano, a fei-
tura e artes plásticas) realizado por
exposição internacional, com 40
estarão presentes na feira. O gran-
ra preparou uma rua, logo após a
34 alunos da rede estadual, base-
nações representadas.
de destaque dos últimos anos ficou
Alameda dos Mestres, para os ar-
ado em músicas de Luiz Gonzaga.
Áustria, Camboja, Catar, Congo,
para os artesanatos de Minas Ge-
Líbia e Turcomenistão são os estre-
rais e da Paraíba.
tistas populares de Pernambuco. A Alamenda dos Mestres, espaço
EXPOSITORES INDIVIDUAIS
nobre da feira, com direito a tape-
Além da presença na ala dos mes-
te vermelho, terá nesta edição 41
tres e na rua da arte popular, os
mestres-artesãos
pernambucanos são cerca de 70% dos expositores da feira.
antes desta edição.
ARTE INDÍGENA
UNIDADE MÓVEL
Além da Galeria de Arte Popular,
5
ARTE POPULAR
DO TRANÇADO texto juliana godoy
NASCE
6
FENEARTE 2012
chico bezerra/jc imagem
A ARTE
Do trançado da palha de bananeira, em Vicência na Zona da Mata Norte de Pernambuco, nascem santos, bonecas e flores. Na tecelagem, de Tacaratu (região do Sertão do São Francisco), surgem as redes. Já das rendas de Pesqueira, no Agreste, toalhas de mesa, porta copos e vestuário são os principais produtos. A diversidade do artesanato feito de fios, fibras e tecidos é apenas uma mostra da miscelânea cultural do Estado. Entre as cidades de Pesqueira e Poção está o paraíso das rendas pernambucanas. Do enxoval do bebê à decoração da casa, a renascença é o tipo mais comum de se encontrar na região. Já os bordados tenerife são encontrados em Paudalho. Feitos a mão pelas mulheres da região, a tradição vem ganhando novo fôlego nos tempos da Fenearte, assim como o frivolité de Orobó. “Usamos os bordados como forma de customizar as roupas. É possível, ainda, se utilizar de apliques e detalhes da tapeçaria, por exemplo, para dar um novo toque ao vestuário”, afirma Janet Rodrigues, assistente social da Secretaria da Mulher, que estará presente nos desfiles da Pas-
sarela Fenearte. Das roupas para a decoração da casa, os tapetes pernambucanos têm como berço os municípios de Camaragibe e Lagoa do Carro. De acordo com Célia Novaes, coordenadora do Programa do Artesanato Brasileiro em Pernambuco (PAB), nossa técnica se assemelha muito ao tipo arraiolo, que são bordados com lã e têm pontos de costuras em cima de uma tela de juta ou algodão. “Mas temos nossas características próprias. Com o tempo, houve modificações na maneira de fazer o ponto de costura e também na parte inferior. Diferente do arraiolo tradicional, o nosso tapete é forrado embaixo”, explica. Mestre no assunto, a tepeceira Luiza Costa, 70 anos, é uma das responsáveis pela difusão da técnica no interior do Estado. Artesã dos tapetes há mais de 20 anos, ela conta que o ofício é uma das principais formas de sustento da comunidade de Lagoa do Carro. “Ensinei algumas pessoas daqui a fazer tapetes e hoje elas sobrevivem disso. Tenho oito filhas e todas sabem de tapeçaria”, conta a artesã. “Preparei peças bem coloridas, com estilo mais colonial”, diz.
Fotos michele souza / jc imagem
Célia Novaes explica que diferente do arraiolo tradicional, o tapete de Pernambuco é forrado embaixo
feito com as fibras exige muita dedicação dos artesãos. Além do tempo de produção da peça, é preciso paciência para preparar a matéria-prima e evitar que ela mofe ou estrague com água. Vera Brito, uma das referências no trabalho com a palha de bananeira conta que é necessário, pelo menos, 18 dias até que a fibra fique pronta para uso. “Depois de tirar do tronco você precisa esperar que ela seque ao sol e depois levar para um tanque com água e sabão, onde ela ficará por uns 15 dias até que saia a resina adocicada. Após tudo isso é que se passa o ferro, que transforma a fibra em fitas para se trabalhar”, conta a artesã que estará na Alameda dos Mestres este ano e preparou mais de mil peças para levar para a Fenearte.
7
Com uma maior diversidade de produtos e matérias-primas, o artesanato feito a partir das fibras está presente em grande parte da Zona da Mata e ainda em Riacho das Almas, no Agreste. Seja de cana brava, cipó, palha de bananeira ou do milho, as fibras são usadas de maneira trançada para confecção de bolsas e chapéus. “O artesanato feito de fibra tem história em Pernambuco. Começou a partir da cestaria e das redes de peixe, que eram feitas por índios através desse trançado que conhecemos hoje”, explica Ana Andrade, coordenadora do laboratório de design do Imaginário Popular e professora da Universidade Federal de Pernambuco. Apesar de ter uma técnica simples, o artesanato
ARTE INDÍGENA
F I B R A S
8
FENEARTE 2012