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Uma visão de transporte para o país
É preciso projetar o futuro para que ele se torne o presente. Esse exercício de antecipação é uma das forças do documento “Setor Metroferroviário Brasileiro – Agenda de Governo 2019-2022”. Elaborado pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), o documento elenca 24 propostas, sendo cinco delas consideradas prioritárias. A associação fala em nome de um segmento em expansão e que se propõe a equacionar uma questão-chave da vida nas cidades: a mobilidade.
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Dirigido aos elaboradores de políticas públicas, o texto abarca desde modelos de financiamento até o ambiente regulatório, tendo a sustentabilidade como pano de fundo. “Na nossa avaliação, o governo federal deve liderar as ações e orientar os demais entes federativos, assegurando um caráter de longo prazo nesses projetos”, defende o vice-presidente da ANPTrilhos, João Gouveia Ferrão Neto. Não é algo que se faça da noite para o dia.
A principal mudança sugerida pelo programa talvez seja de mentalidade. “O que a gente entende, em temos de mobilidade urbana, é que ela está focada no transporte rodoviário. Em hipótese alguma, somos contra o transporte público sobre pneus. A gente entende que esse deveria ser potencializado, como um alimentador do sistema estruturante sobre trilhos”, explica Ferrão Neto.
A prioridade dos meios coletivos é um ponto a ser trabalhado junto à sociedade. A agenda vislumbra que, uma vez expandido o acesso do serviço sobre trilhos, haverá condições para “quebrar o sentimento de que o transporte público é alternativa de ‘segunda categoria’ na comparação com os individuais motorizados”. Há países que despertaram para o tema e aplicaram limites à indústria automobilística. No Japão, por exemplo, a liberação da venda de carros está condicionada à existência comprovada de vagas nas garagens. Restam poucas dúvidas de que essas transformações impactariam positivamente as metrópoles.
Segundo a publicação, “atualmente, 85% da população brasileira vive e circula nos grandes centros. Essa multidão precisa frequentar tais regiões, consideradas ‘bolsões’ concentradores de serviços sociais, onde as pessoas buscam trabalho e acesso à justiça, à saúde, ao lazer etc.”. Nesse sentido, um transporte mais eficiente incentiva não somente o desenvolvimento mas também a cidadania. “Não se consegue dar dignidade ao cidadão em termos de direito de ir e vir fora do contexto das cidades inteligentes (smart cities)”, sentencia o vice-presidente da ANPTrilhos.
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