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Para um futuro limpo
Nos últimos anos, grande parte da atenção do setor de transporte aquaviário mundial tem se voltado para a questão ambiental. Em 2018, a IMO (Organização Marítima Internacional) estipulou metas para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa nas operações marítimas, tendo como parâmetro o ano de 2008. Até 2030, a redução deve ser de 40% e, em 2050, o índice deve chegar a 70%.
Com esse desafio, representantes do setor têm se reunido para debater as estratégias mais viáveis para cumprir as metas estabelecidas pela organização e manter a produtividade das operações, mas algumas questões ainda geram impasse.
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Uma das propostas – a redução da velocidade de tráfego de grandes navios – foi debatida durante a 74ª sessão do MEPC (Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho), realizada em maio, em Londres, na Inglaterra. Dados da GloMEEP (Global Maritime Energy Efficiency Partnerships), entidade ligada à IMO, indicam que reduzir a velocidade em 10% pode diminuir o consumo de combustível em cerca de 20%. Além disso, a redução da velocidade pode também cortar emissões na frota marítima atual sem a obrigação de realizar modificações nas embarcações, já que essas têm um ciclo de vida entre 25 e 30 anos de atividade e alterações estruturais podem comprometer investimentos e operações. Atualmente, cerca de 30% da frota marítima mundial é composta por grandes navios, responsáveis por 75% das emissões de carbono de todo o setor de transporte marítimo.
O tema divide opiniões. De acordo com o assessor da representação permanente do Brasil na IMO, Mario Mendonça, a proposta de redução da velocidade dos navios sofreu uma grande resistência em Londres. “China, EUA e Brasil são contra a obrigatoriedade, porque é preciso verificar cada situação. A diminuição da velocidade já existe. O operador e o armador já se preocupam com isso, pois o consumo de combustível no motor marítimo é exponencial, visto que quanto mais velocidade, mais consumo. Entretanto é preciso ter atenção às particularidades. Para quem entrega frutas in natura, por exemplo, fica difícil navegar em uma velocidade baixa devido à especificidade da carga”, explica. De acordo com ele, a comunidade europeia tem exercido certa pressão sobre a questão, com alguns países sugerindo tabelas para os navios com questões como consumo, tamanho e tipo. “Mas acaba não fazendo sentido para o armador de forma geral”, completa.
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