Transportes em Revista - edição nº130

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José Monteiro Limão Diretor Postal Ilustrado

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ATUALIDADES Transportes terão de contribuir mais para aumentar qualidade do ar

O desejo e o alcance

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Na recente visita do grupo de inquérito do Parlamento Europeu à intervenção da troika, e durante um encontro com estes, o governador do Banco de Portugal informou que, entre o final de 2012 e outubro de 2013, o endividamento das empresas públicas aumentou mais de 1,1 mil milhões de euros e que, desde o inicio do programa de assistência financeira, aumentou cerca de 565 milhões de euros. Ainda nesta apresentação aos deputados europeus, o governador deu nota de que a situação apresentou melhorias até à segunda metade de 2012, mas que, em 2013, voltou a deteriorar-se, à medida que o Estado foi reconhecendo as novas dívidas, no âmbito da reestruturação das empresas e dos cortes nas transferências correntes, acordadas anteriormente com a troika. Já em finais do passado ano o Conselho de Finanças Públicas tinha alertado para as consequências que poderia ter a integração de mais empresas do Estado nas contas nacionais, a partir de 2014. As estimativas apontavam para um impacto de cerca de 5,5 mil milhões de euros na dívida pública, correspondendo a um agravamento de 3,4 por cento do PIB. Para ajudar a ter a ideia da dimensão e impacto, este montante é equivalente à receita com as privatizações previstas no memorando, mas é um valor que ainda está longe de ser suficiente para “limpar” toda a dívida do setor empresarial do Estado. Neste filme de terror, as EP´s do setor dos transportes são campeãs e garantem grande parte desta dívida, criada e acumulada ao longo de décadas. Este é o cenário dantesco que está em cima da mesa e que, de múltiplas e variadas formas, tem, certamente, condicionado algumas das decisões, nomeadamente, na abertura das operações de transporte público ao setor privado, pese embora o tortuoso caminho encetado no processo de fusões operacionais, cujos resultados são de duvidosa eficácia. Ainda assim, a Tutela encetou a não menos complexa tarefa de conferir ao setor um novo desenho institucional, alterando competências de entidades já existentes e criando novas entidades reguladoras, por forma a conferir mais transparência e competitividade. Também aqui a coisa está emperrada, pois além da enorme confusão criada, causou um enorme desnorte nas entidades existentes, não sabendo estas quais são, afinal, as suas competências e muito menos as formas de articulação entre elas. Se adicionarmos a isto a demora na promulgação dos estatutos das novas entidades e a redefinição das já existentes, fica completo o quadro atual de incerteza e confusão generalizada que hoje impera. Percebe-se, assim, a genuína felicidade que o atual responsável da Tutela dos Transportes afirma que sentirá se, ao terminar o seu mandato, deixar a arquitetura organizacional desenhada e a funcionar de forma eficiente. No entanto, temo que a determinação, vontade e empenho demonstrados não sejam suficientes para que tal aconteça, visto que muitas das decisões são fatores exógenos às suas competências, estando assim capturado por outras agendas e prioridades. Ainda assim, faço votos que atinja o pleno da felicidade, pois ao atingi-la, ficaremos todos melhor, mesmo sabendo que, como dizia Virgílio Ferreira: “ Há o desejo, que não tem limite, e há o que se alcança, que o tem. A felicidade consiste em fazer coincidir os dois.”

Bruxelas quer mobilidade urbana mais sustentável

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OTLIS e CGD lançam cartão Caixa Viva 14 Inglaterra terá nova ligação ferroviária 24 entre Londres e a Escócia

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Lisboa recebe congresso ibérico 30 sobre a bicicleta Barraqueiro Transportes aposta em 42 novas tecnologias

DESTAQUE Organizar e Regular um setor cheio 32 de dúvidas Valorização económica da bicicleta 46

editorial

OPINIÃO Partilha do Risco das Concessões 18 - Monitorização e Auditoria

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índice

Concurso para terminal de cruzeiros 53 de Lisboa teve uma proposta

INDÚSTRIA CaetanoBus lançou miniautocarro 60 iTrabus S30 Renault Kangoo Extrem 5 Lugares 62 Mercedes-Benz Sprinter 4x4 64

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46 Conselho Editorial: António B. Correia Alemão, Alberto Castanho Ribeiro, António Proênça, António Corrêa de Sampaio, Artur Humberto Pedrosa, João Miguel Almeida, Manuel Nunes, José Manuel Palma, José M. Silva Rodrigues, Manuel Pires Nascimento, Martins de Brito, Orlando C. Ferreira Diretor: José Monteiro Limão Secretariado: Mar­garida Nascimento Redação: Andreia Amaral (andreia.amaral@transportesemrevista.com), Carlos Moura Pedro (carlos.moura@transportesemrevista.com), Pedro Costa Pereira (pedro.pereira@transportesemrevista.com) Fotografia: João Portela (Capa) Augusto Conceição Silva Paginação: Teresa Matias, Susana Bolotinha Impressão: Jorge Fernandes, Lda. – Rua Quinta Conde de Mascarenhas, nº 9, Vale Fetal – 2825-259 Charneca da Caparica Distribuição: Mailing Directo Periodicidade: Mensal Tiragem: 10.000 exem­plares Depósito Legal: 178 390/02 Registo do ICS n.º 125418 Publici­dade e Assinaturas: Margarida Nascimento - margarida.nascimento@transportesemrevista.com

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jose.limao@transportesemrevista.com

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postal ilustrado

O presidente da Tesla Motors, Elon Musk, anunciou o ‘design’ de um novo meio de transporte denominado ‘Hyperoop’, que consiste num híbrido entre um novo comboio de alta velocidade e um comboio. O veículo seria capaz de atingir uma velocidade de quase 1.288 km/h, ligando as cidades de Los Angeles e São Francisco em apenas 30 minutos. O custo do projeto entre aquelas cidades seria de 4,6 mil milhões de euros.

EM DIRETO

EM RESUMO

«Serei um homem feliz se quando sair desta Tutela deixar a arquitetura organizacional desenhada e a funcionar de forma eficiente». Sérgio Monteiro, secretário de Estado dos Transportes

«A Lei que nos regula não nos dá independência. Não temos instrumentos jurídicos de poder de autoridade, nem de regular, dirigir, planear ou coordenar». Joaquim Cavalheiro, presidente da Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto

«Os operadores privados estão preparados para todos os cenários até porque já os vivemos todos. A nossa grande vantagem é que vamos fazendo alguns milagres na gestão das empresas». Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP

«Todos sabemos qual era o regime de financiamento e repartição de receitas do passe social em Lisboa. Hoje, parte daqueles que foram beneficiados durante anos têm algumas reservas sobre o que se está a fazer. Isso causa-me confusão». Rui Lopo, administrador dos Transportes Coletivos do Barreiro

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“Cartão bancário para pagar transportes” Público

“Governo e Fertagus renegociam concessão do eixo ferroviário Norte-Sul” Jornal de Negócios

“Transportes reestruturam-se e aguardam pela concessão” Jornal de Notícias

“Transportes e comunicações tiveram 81 greves em 2013” Diário de Notícias

“Empresas públicas falham teto de endividamento em 2012” Diário Económico

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ATUALIDADES gerais

CE apresentou novo pacote de medidas

Transportes terão de contribuir mais para aumentar qualidade do ar O número de vítimas da má qualidade atmosférica é superior ao número de vítimas dos acidentes de viação, o que faz com que esta seja a principal causa ambiental de morte prematura na União Europeia. Recentemente, a Comissão Europeia aprovou um novo pacote de medidas que tem como objetivo reduzir os níveis de poluição atmosférica e que terá, consequentemente, impacto no setor europeu dos transportes. Pedro Costa Pereira

pedro.pereira@transportesemrevista.com

Segundo o Comissário Europeu do Ambiente, Janez Potocnik, “embora o ar que respiramos hoje seja muito mais puro do que nas últimas décadas, a poluição atmosférica continua a ser um “assassino invisível”, impedindo muitas pessoas de ter uma vida plenamente ativa. As medidas agora propostas reduzirão para metade o número de mortes prematuras causadas pela poluição atmosférica, aumentarão a proteção dos grupos mais vulneráveis e contribuirão para melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos. São também boas notícias para a natureza e para os ecossistemas mais frágeis, assim como um forte incentivo às indústrias que exploram tecnologias limpas, um setor que se encontra em franco crescimento na Europa”. A proposta apresentada pela Comissão baseia-se nas conclusões de um estudo aprofundado sobre a política atmosférica da UE e foi apresentada na sequência de um amplo processo de consultas que revelou existir um vasto apoio a uma intervenção de Bruxelas neste domínio. Ao nível dos Transportes, a Comissão Europeia irá assegurar que a legislação atual faça cum4

prir as políticas ambientais existentes, nomeadamente no que diz respeito às novas normas Euro 6 para veículos, uma norma que já existe para o setor rodoviário de pesados de passageiros e mercadorias mas que deverá ser mais contundente nos veículos ligeiros. Por outro lado, deverá assegurar-se que sejam respeitadas as diretivas europeias ao nível do transporte marítimo e das emissões dos motores marítimos, criando-se grupos de trabalho que possam permitir o desenvolvimento de soluções mais amigas do ambiente. Cada Estado-Membro deverá ainda determinar que sejam implementadas algumas medidas para combater o aumento da poluição atmosférica nas áreas urbanas, através das chamadas “zonas de emissões baixas”, que proíbe a entrada de veículos mais antigos dentro destas áreas, a promoção do transporte público e de modos e meios de transporte mais amigos do ambiente, assim como de infraestruturas de transportes. Por outro lado, Bruxelas revela que existem medidas como a introdução de portagens à entrada das cidades ou taxas acessórias para o transporte individual que podem ser implementadas, de modo a melhorar a qualidade do ar. O conjunto de medidas adotado tem várias www.transportesemrevista.com

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ATUALIDADES gerais

componentes, designadamente: -u m novo programa “Ar puro para a Europa”, que contempla medidas para garantir o cumprimento dos atuais objetivos a curto prazo e a fixação de novos objetivos de qualidade atmosférica para o período até 2030. Prevê ainda medidas de redução da poluição atmosférica, com especial ênfase na melhoria da qualidade do ar nas cidades, no apoio à investigação/inovação e na promoção da cooperação internacional; -u ma revisão da diretiva relativa aos valoreslimite nacionais de emissão que estabelece limites mais rigorosos para as emissões nacionais de seis dos principais poluentes, e; -u ma proposta de nova diretiva para reduzir a poluição causada pelas instalações de combustão de média dimensão, nomeadamente as centrais energéticas de certos quarteirões ou edifícios e as pequenas instalações industriais. Em declarações à Transportes em Revista, o Comissário Europeu do Ambiente, Janez Potocnik referiu que «o setor dos transportes é um dos que mais contribui para o elevado nível de emissões para a atmosfera e é necessário combater isso. Este pacote de medidas vem responder a algumas dessas questões. No entanto, cabe a cada Estado-Membro definir o que é melhor para si, respeitando a legislação em vigor. Não tenho dúvidas de que a existência de políticas de mobilidade mais amigas do ambiente são fundamentais para combater a poluição atmosférica, que, por ano, mata mais de 58 mil pessoas em toda a Europa e que causa enormes impactos na Economia europeia». A CE estima que só os benefícios podem poupar à sociedade entre 40 e 140 mil milhões de DEZEMBRO 2013

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euros em custos externos e proporcionar cerca de três mil milhões de euros em benefícios diretos, em resultado do aumento da produtividade laboral, da redução dos custos com a saúde, do aumento do rendimento das colheitas e da redução dos danos causados aos edifícios. A proposta permitirá ainda criar o equivalente a cerca de cem mil novos postos de trabalho em virtude do aumento da produtividade e da competitividade resultante da diminuição do número de dias de trabalho perdidos. Estima-se, assim, que tenha um impacto positivo líquido no crescimento económico. Muitos dos Estados-Membros da UE ainda não cumprem as normas de qualidade do ar acordadas pela UE. De um modo geral, as diretrizes em matéria de poluição atmosférica adotadas pela Organização Mundial da Saúde também não estão a ser cumpridas. Embora a política para a qualidade do ar da UE tenha contribuído para reduzir consideravelmente as concentrações de poluentes nocivos, tais como as partículas, o dióxido de enxofre (principal causa das chuvas ácidas), o chumbo, os óxidos de azoto, o monóxido de carbono e o benzeno, subsistem problemas graves. As partículas finas e o ozono, em particular, continuam a apresentar riscos significativos para a saúde e os limites de segurança são regularmente excedidos. Muitas regiões e cidades da UE desrespeitam as normas e os objetivos em termos de qualidade do ar, prejudicando a saúde pública e agravando os custos para o setor da saúde e para a economia em geral. Os custos externos globais com a saúde resultantes da poluição atmosférica foram estimados em 330-940 mil milhões de euros anuais. A situação é particularmente grave nas zonas urbanas, onde vive atualmente a maioria dos cidadãos europeus. 5


ATUALIDADES gerais

Criação de infraestrutura dedicada

Segundo ministro do Ambiente

Parlamento Europeu aprova proposta para rede de combustíveis alternativos O Comité de Transportes do Parlamento Europeu votou favoravelmente a proposta da Comissão Europeia para a criação de uma rede de abastecimento de combustíveis alternativos para diminuir a dependência do petróleo nos transportes. No início de 2013, a Comissão Europeia propôs uma diretiva para garantir a implementação de postos de abastecimento de combustíveis alternativos em toda a Europa, com normas comuns para assegurar uma mobilidade à escala da União Europeia. A proposta tem como objetivo romper o ciclo vicioso que se verifica atualmente: as estações de abastecimento para combustíveis alternativos não são construídas porque não existem veículos suficientes e os consumidores não adquirem os veículos porque não há postos. Daí que a proposta preveja uma cobertura mínima de uma infraestrutura de abastecimento para Eletricidade, Hidrogénio e Gás Natural para transporte rodoviário e marítimo, assim como as suas normas correspondentes. A votação do Comité de Transportes do Parlamento Europeu apoia e reforça a proposta inicial da Comissão Europeia nos se-

Frotas públicas vão reduzir emissões em 30% guintes pontos: pede aos Estados-Membros para estabelerem objetivos nacionais que estejam pelo menos em linha com as exigências mínimas definidas pela Comissão; acrescenta à proposta o estabelecimento de um quadro de política nacional que cada Estado-Membro deve desenvolver com medidas relacionadas com a redução da congestão urbana e a adoção de transportes públicos eletrificados; introduz disposições para a utilização de eletricidade nos aeroportos e para o recarregamento de veículos elétricos durante os períodos em que as tarifas são mais baixas; apoia as disposições da Comissão relativamente às normas a adotar para as tecnologias de recarregamento sem fios; reforça as disposições referentes à informação aos consumidores através de indicadores facilmente comparáveis dos preços dos combustíveis em comercialização, assim como a harmonização das cores das mangueiras e dos bocais de enchimento; confirma a possibilidade de implementação da Diretiva de uma forma neutra em termos de custos, mas também detalha os meios financeiros disponíveis a nível europeu.

Pela Buzzpress

Transportes em Revista distribuída em Angola A Transportes em Revista (TR) passou a ser distribuída em território angolano. A distribuição está a cargo de um parceiro local, especializado na gestão de assinaturas de revistas nacionais e internacionais. Ao marcar presença em Angola, a TR pretende alargar o seu público-alvo e assim entrar num setor que está em claro crescimento. Segundo José Monteiro Limão, diretor da TR, «pretendemos aferir o interesse do mercado angolano na revista, quer na vertente de passageiros e mobilidade como ao nível da carga e mercadorias. Por outro lado, estamos ainda preparados para incluir em todos os números uma área dedicada ao setor em Angola». A TR só poderá ser adquirida mediante assinatura e através da Buzzpress, que posteriormente irá assegurar a distribuição porta-a-porta da revista. 6

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As frotas dos ministérios, organismos públicos e empresas do setor empresarial do Estado deverão reduzir as emissões de dióxido de carbono em 30 por cento até 2020, revelou o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, na sessão de apresentação do autocarro cem por cento elétrico exclusivo para aeroporto, eCOBUS, que decorreu no aeroporto de Lisboa. «A União Europeia estabeleceu o objetivo de reduzir o consumo energético em 20 por cento até 2020, mas Portugal foi ainda mais longe, pois definiu como meta uma diminuição de 25 por cento em igual período», afirmou Jorge Moreira da Silva. «Para a sua frota, o Estado estabeleceu metas ainda mais ambiciosas com uma redução de 30 por cento», acrescentou o ministro, adiantado que a estratégia do Governo passa pelo aproveitamento de fundos comunitários para substituição de veí­ culos das frotas dos ministérios, dos organismos públicos e empresas do setor empresarial do Estado, por unidades que possam aumentar a eficiência energética e diminuir os consumos. O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia presidiu à sessão de apresentação do primeiro autocarro diesel usado reconvertido em totalmente elétrico, para uso exclusivo para aeroportos. A cerimónia assinalou igualmente a entrada ao serviço no aeroporto de Lisboa do primeiro autocarro totalmente elétrico – eCobus – pela empresa de handling Portway. O veículo fará transporte de passageiros até final de janeiro para se avaliar a tecnologia em condições reais de exploração e a fiabilidade operacional do veículo elétrico desenvolvido pela Salvador Caetano em parceria com a Siemens Portugal.

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ATUALIDADES gerais

Alteração a caminho

Nova proposta do RTA em consulta pública

O Regulamento de Transportes em Automóveis (RTA) vai ser alterado e deverá entrar em fase de consulta pública. Recorde-se que esta é uma alteração há muito reclamada por todo o setor, uma vez que o regulamento atualmente em vigor remonta a 3l de dezembro de 1948, data em que o RTA foi aprovado pelo Decreto n.º 37272. A novidade foi avançada pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações durante o 8º Encontro Transportes em Revista, dedicado ao tema “Mudar para Crescer”. Numa sessão em que Sérgio Silva Monteiro se submeteu às perguntas dos leitores da Transportes em Revista, e quando questionado sobre a possibilidade de alargamento do ‘Passe Social +’ a todo o país, Sérgio Monteiro revelou que «esse alargamento será uma realidade no momento em que fizermos algo que penso que poderemos lançar para discussão pública até ao final do ano, que é a alteração do RTA». Segundo o responsável, existe uma grande «necessidade de rever e reajustar o RTA à realidade dos nossos dias», um passo essencial para «criar condições para o crescimento», para garantir uma maior justiça no sistema e uma efetiva coesão territorial. Sublinhando o empenho desta Tutela no redesenho institucional e do quadro organizacional, Sérgio Monteiro confessou ainda que «serei um homem feliz se quando sair desta Tutela deixar a arquitetura organizacional desenhada e a funcionar de forma eficiente». Segundo explicou, o documento está, neste momento, a ser discutido pelo Governo, devendo passar à discussão pública muito em breve.

pub.


ATUALIDADES gerais

Com financiamento previsto

Bruxelas quer mobilidade urbana mais sustentável A Comissão Europeia (CE) adotou, no dia 17 de dezembro, o “Pacote da Mobilidade Urbana”. Com este novo conjunto de medidas e recomendações, a CE pretende aumentar o apoio às cidades e intensificar as boas práticas na criação de uma mobilidade sustentável, disponibilizando não só linhas orientadoras, mas também apoio financeiro específico. 8

Andreia Amaral

andreia.amaral@transportesemrevista.com

O objetivo final do recém-adotado “Pacote da Mobilidade Urbana” passa pela evolução da mobilidade para transportes mais eficientes e sustentáveis, mas também pela necessidade de assegurar a economia e a qualidade de vida nas áreas urbanas. O ponto de partida para o pacote da mobilidade foi o trabalho de pesquisa e inovação realizado através dos projetos Civitas, do trabalho de desenvolvimento de novos conceitos através dos Planos de Mobilidade Urbana Sustentável e da partilha de conhecimentos viabilizada por estes planos e pelo Observatório da Mobilidade Urbana. A ação deverá centrar-se agora na implementação www.transportesemrevista.com

de ações, até porque, num momento em que a Economia impera, a União Europeia (UE) estima que os custos do congestionamento rondem os 80 mil milhões de euros por ano, pelo que reduzir estes custos signi­fica, por um lado, libertar receitas, por outro, estimular a economia através da criação de empregos associados à mobilidade sustentável. Além disso, de acordo com informações divulgadas pela CE, as cidades representam mais de 70 por cento da população e cerca de 85 por cento do PIB da União Europeia. Mas é também nestas áreas que se concentram grande parte das emissões de CO2 dos transportes, ou não tivesse a grande maioria das viagens início ou fim nas cidades. Por outro lado, as cidades registam 38 por cento do total de TR 130 DEZEMBRO 2013


ATUALIDADES gerais

mortes em acidentes rodoviários, num contexto que deixa os peões mais vulneráveis. Perante uma contínua procura, as zonas urbanas enfrentam hoje graves problemas, relacionados com os congestionamentos rodoviários, a má qualidade do ar, os elevados níveis de CO2 e de poluição sonora. A CE pretende, assim, inverter todo este cenário através da construção de um sistema de transportes mais eficiente, mais sustentável e seguro, ao mesmo tempo que prossegue com os seus objetivos ambientais. De acordo com Siim Kallas, Vice-Presidente da Comissão e Comissário europeu responsável pelos Transportes, “os problemas da mobilidade urbana são um dos grandes desafios com que hoje se debate o setor dos transportes”. O responsável afirma que “com ações coordenadas, podemos ser mais bem sucedidos” e refere que “as autoridades locais são os principais decisores políticos, por estarem melhor colocadas para tomar decisões importantes a nível local, mas devem beneficiar de apoio a nível nacional e a nível da UE”. Além disso, este é um problema cuja resolução exige a cooperação entre autoridades de regiões vizinhas e de diversos setores – transportes, urbanismo, planeamento, ambiente, economia, desenDEZEMBRO 2013

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volvimento, política social, saúde, segurança rodoviária, etc. No documento divulgado, a CE convida os Estados Membros a tomarem medidas, estabelecendo guias e parâmetros para uma maior coerência no sistema de transportes e nas metodologias de organização de mobilidade a nível europeu. No entanto, não existe um caráter obrigatório, uma vez que as cidades são organismos vivos com necessidades diferentes, pelo que a melhor solução para uma cidade pode não o ser para outra. Existe, desta forma, uma comunicação geral que apela a uma mobilidade urbana mais eficiente do ponto de vista dos recursos. Este documento é complementado com um anexo e quatro Documentos de Trabalho que se focam em pontos específicos: Logística urbana – que, sendo considerada pela CE como “essencial para o funcionamento e competitividade de uma cidade”, acaba muitas vezes por ser “negligenciada nas políticas de mobilidade urbana”; Regulação do acesso às zonas urbanas – como forma de controlar e regulamentar o tráfego urbano. O objetivo é introduzir coerência à regulação. Por exemplo, de acordo com a CE, as ‘zonas de emissões reduzidas’ têm vindo a ganhar popularidade no contexwww.transportesemrevista.com

to urbano europeu. No entanto, existe uma grande panóplia de esquemas implementados, gerando confusão ao cidadão europeu que se desloca para fora do seu país; Sistemas de transporte inteligentes (ITS) – Incentivo à sua implementação de forma coerente e garantindo a interoperabilidade das soluções a nível europeu, algo que, segundo a CE, é “necessário para concretizar o seu potencial pleno” [ndr: em tradução livre].

Deveres e compromissos Segundo a comunicação da CE, o seu papel deverá ser sobretudo de estímulo. Dada a dificuldade deste organismo em contactar com todos os agentes, a Comissão considera que para o pacote ser implementado, os conceitos e ferramentas desenvolvidos a nível europeu devem ser adaptados à realidade de cada país e, depois, fortemente promovidos a nível nacional e regional, numa ação coordenada com intervenção dos setores público e privado e envolvendo também a sociedade civil. Para impulsionar a adoção de medidas no plano da mobilidade urbana, estão previstos apoios financeiros para o período 20142020. “Através dos Fundos Estruturais e de 9


ATUALIDADES gerais

Investimento europeus, a UE vai continuar a apoiar projetos de transporte urbano, em especial nas regiões menos desenvolvidas da UE”, refere o comunicado de Bruxelas. A iniciativa Civitas 2020 deverá disponibilizar um orçamento para 2014 e 2015 de 106,5 milhões de euros, com o intuito de permitir às cidades, empresas, universidades e outros parceiros desenvolverem e testarem novas abordagens para a mobilidade urbana. Este apoio é complementado com a parceria europeia de inovação ‘Cidades inteligentes e comunidades inteligentes’, com um orçamento de 200 milhões de euros para 2014 e 2015 e por atividades no âmbito da iniciativa europeia ‘veículos ecológicos’, com um investimento previsto de 159 milhões de euros para 2014 e 2015. Considerando que é necessário mudar a abordagem à mobilidade urbana de forma a garantir que as áreas urbanas europeias se desenvolvem de forma sustentável e que o

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sistema de transportes é competitivo e eficiente do ponto de vista dos recursos, a CE defende ainda que é necessário ultrapassar as abordagens fragmentadas e desenvolver soluções inovadoras para o mercado único europeu. Assim, os Estados-Membros devem realizar uma avaliação criteriosa do desempenho presente e futuro do desenvolvimento da mobilidade urbana no seu território e desenvolver uma abordagem coordenada que reforce a ação a nível nacional, regional e local. Devem garantir que os Planos de Mobilidade Urbana Sustentável são desenvolvidos e implementados de forma integrada com a estratégia de desenvolvimento, não apenas local, mas de toda a região. Os Estados-Membros deverão ainda realizar uma revisão da eficácia e dos impactos da regulamentação de acesso às zonas urbanas, já aplicadas ou planeadas e incluindo as taxas de circulação urbana. Deverão desenvolver interfaces apropriados

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entre as redes de transporte urbano e inter­ urbano, ligando as zonas envolventes, e criar bases com dados interoperáveis e multimodais sobre a mobilidade urbana, potenciando os Sistemas Inteligentes de Transportes (ITS). Por outro lado, devem garantir que os Planos de Mobilidade Urbana Sustentável encaram a segurança rodoviária como uma questão horizontal, tratando de forma adequada a segurança da infraestrutura urbana, sobretudo para os utilizadores mais vulneráveis, e integrando o recurso a tecnologia moderna, a aplicação de regras de trânsito reforçadas e estimulando a educação para a segurança rodoviária Por seu lado, a Comissão compromete-se a estabelecer, durante o ano 2014, a Plataforma Europeia de Planos de Mobilidade Sustentável para coordenar e cooperar no desenvolvimento de conceitos e ferramentas. Irá ainda apoiar as autoridades nacionais, regionais e locais no desenvolvimento e implementação desses mesmos planos, disponibilizando ainda financiamento. A CE irá também preparar orientações não vinculativas para ajudar as cidades a implementar esquemas de regulamentação de acesso eficazes. Irá avançar com os trabalhos na legislação sobre o acesso a informações de tráfego e viagens e, no mesmo sentido, compromete-se a preparar especificações para os Sistemas de Informação Multimodal e de Tráfego em Tempo Real, pretendendo facilitar a implementação nas zonas urbanas de sistemas de comunicação entre veículos e veículos e infraestrutura. Irá ainda analisar medidas para reduzir o número de acidentes de trânsito graves em áreas urbanas. TR 130 DEZEMBRO 2013



ATUALIDADES gerais

“Interligar a Europa”

Bruxelas aprova financiamento para infraestruturas Parceria entre Transdev e o TIP

Cartão “Andante Gold“ alargado ao serviço de car-sharing Os utilizadores do cartão “Andante Gold” vão poder utilizar este passe para aceder ao serviço de car-sharing “Citizenn”. O TIP – Transportes Intermodais do Porto e a Citizenn, do Grupo Transdev, estabeleceram uma parceria de modo a “ampliar as soluções de mobilidade dos clientes dos transportes públicos do Grande Porto, aliando simplicidade e flexibilidade a um tarifário especial e extremamente acessível”, refere a empresa em comunicado. Segundo Rui Silva, administrador e diretor das Linhas Internacionais e Car-Sharing da Citizenn, “o car-sharing é uma opção sustentável, do ponto de vista ambiental e financeiro, com uma expressão cada vez forte a nível mundial. Ao associar este serviço à rede de transportes estão criadas todas as condições para se fomentar o uso de transportes públicos e alternativos em detrimento das viaturas privadas, com claros benefícios para as cidades e para os próprios utentes”. Os clientes de assinaturas “Andante” necessariamente carregadas em cartões “Andante Gold” podem subscrever o serviço de car-sharing através da internet, em www.citizenn.com, ou nas lojas Andante da Trindade, Campanhã, Casa da Música e Senhora da Hora. No prazo máximo de 72 horas o cartão fica ativo e pronto para ser usado como chave das viaturas car-sharing. Em utilizações futuras, basta efetuar a reserva pela Internet ou por telefone. As viaturas de car-sharing da Citizenn funcionam como se de um carro próprio se tratasse, sendo o pagamento efetuado apenas em função da utilização efetiva, ou seja, do número de horas e de quilómetros percorridos.

O Parlamento Europeu aprovou a criação do projeto “Interligar a Europa”, no domínio dos transportes, energia e telecomunicações. As novas regras visam simplificar a concessão de fundos a projetos prioritários nestes três setores e melhorar a integração dos países da coesão. Os eurodeputados aprovaram também um regulamento sobre a rede transeuropeia de transportes que descreve os potenciais projetos de interesse comum na UE. O projeto “Interligar a Europa” terá um orçamento de cerca de 29,3 mil milhões de euros (a preços constantes de 2011) para os próximos sete anos. O setor dos transportes ficará com a maior parte do orçamento, 23,2 mil milhões de euros, dos quais 10 mil milhões foram transferidos do Fundo de Coesão para serem gastos

exclusivamente nos Estados-Membros elegíveis para financiamento por este fundo, como é o caso de Portugal. De acordo com o documento publicado por Bruxelas “alguns Estados-Membros, que são elegíveis para o Fundo de Coesão, enfrentam obstáculos significativos ao cumprimento dos prazos de execução de projetos complexos de infraestruturas de transporte transfronteiras com um elevado valor acrescentado europeu, bem como a uma utilização eficiente dos fundos da União”, diz o texto relativo ao MIE. Para ajudar à conclusão dos projetos no setor dos transportes, parte das verbas do Fundo de Coesão foi transferida para “financiar projetos na rede principal de transportes ou projetos na área dos transportes relacionados com prioridades horizontais” nos países elegíveis para financiamento do Fundo de Coesão no âmbito do MIE. As verbas para o setor dos transportes destinam-se a melhorar as ligações entre os países da União Europeia, eliminar os estrangulamentos e criar elos em falta. Para além do projeto “Interligar a Europa”, o Parlamento Europeu aprovou orientações para o desenvolvimento da rede transeuropeia de transportes (RTE-T). O texto descreve os potenciais projetos de interesse comum, com base nas principais prioridades para as RTE-T: projetos transfronteiriços, eliminação dos pontos de estrangulamento e realização das ligações em falta.

Na categoria Transportation

Card4B vence prémios “Sesame Awards” A empresa portuguesa Card4B foi a vencedora do prestigiado prémio internacional Sesames Awards, de “melhor inovação do ano”, na categoria “Transportation”. A decisão foi anunciada durante a realização da feira CARTES Secure Connexions 2014, que teve lugar em Paris entre 19 e 21 de novembro. Segundo a empresa nacional concorreram a estes prémios, considerados os “Oscares da indústria de pagamentos eletrónicos” mais de 320 empresas de 30 países. O prémio foi atribuído ao software “WildCard Ticketing Kernel” que permite a utilização de “smartcards” sem contacto, (como por exemplo o cartão Lisboa Viva) de forma integrada

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nos mais diversos serviços, como sejam transportes, estacionamento, car-sharing, carros elétricos, táxis, estádios, museus, entre outros. Este produto tem sido implementado em diversos projetos não só em Portugal como também em países como França, Bélgica, Angola, Brasil. A Card4B é uma PME portuguesa que recentemente comemorou o seu sexto aniversário e que tem desenvolvido sistemas de bilhética sem contacto para transportes e mobilidade, contando com referências como sejam o Cartão LisboaViva em Lisboa, o Cartão Andante no Porto, o cartão Mobib na Bélgica, e mais alguns a nível internacional.

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ATUALIDADES gerais

Anunciou António Costa

CML reúne-se com Governo para discutir concessões O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, anunciou que já se reuniu com o ministro da Economia, Pires de Lima, e o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, para discutir os planos do Governo para as empresas de transportes públicos da capital. António Costa referiu que já ouviu qual é a posição do Governo sobre este processo e que não iria efetuar mais declarações, adiantando que a sua opinião sobre este tema “é conhecida”. Costa recusou ainda comentar as recentes declarações do administrador da Carris e Metropolitano de Lisboa, Luís Barroso, que afirmou ao Diário Económico que as concessões das duas empresas serão feitas em bloco.

Câmaras querem revisão do modelo

Financiamento do transporte escolar criticado pela ANMP A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) pretende que o modelo de financiamento dos transportes escolares seja revisto. De acordo com o documento que está a ser preparado e que contém as linhas gerais de atuação da associação, a ANMP considera que é “inevitável e urgente, sob pena de colapso” alterar o regime jurídico do transporte escolar e o seu financiamento pelo Governo. Os autarcas defendem que “esta competência municipal se encontra subfinanciada, e que a alteração subsequente das regras obriga a um esforço insustentável dos municípios e, por conseguinte, a uma revisão urgente do modelo de financiamento”. Para os municípios, o

aumento do número de alunos transportados e dos quilómetros percorridos “tem repercussões ao nível da organização, estruturas e logísticas subjacentes e, por conseguinte e de sobremaneira, ao nível de um acréscimo exponencial e insuportável dos encargos correspondentes”, adiantando ainda que o peso com os encargos com o transporte escolar quase que triplicou desde 1985 até 2012. Segundo a ANMP, um novo regime deveria “ressarcir os municípios pelas despesas relativas ao transporte das crianças deslocadas fruto do reordenamento da rede que tem vindo a verificar-se”.

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ATUALIDADES gerais

Modalidade bancária e de transportes

OTLIS e CGD lançam cartão Caixa Viva

A OTLIS e a Caixa Geral de Depósitos lançaram o cartão Caixa Viva, com aplicação de transportes, que permite o pagamento automático de bilhetes por débito direto em conta. Carlos Moura Pedro

carlos.moura@transportesemrevista.com

Primeiro cartão dual – bancário e transportes – certificado a nível mundial, o Caixa Viva consiste numa nova solução de pagamento para transportes por passageiros ocasionais, estando disponível para os clientes da Caixa Geral de Depósitos. Tecnicamente é um cartão híbrido que inclui duas aplicações no mesmo ‘chip’, para operações bancárias de débito e para pagamento 14

de transportes. Em termos bancários é um cartão de débito da rede Maestro, que incorpora a aplicação para transportes “Viva’. Com este cartão não é necessário carregar previamente qualquer título, uma vez que funcionará na modalidade de pós-pago, isto é, o valor relativo à viagem é posteriormente debitado na conta à ordem do cliente. O tarifário corresponde aos dos títulos pré-comprados (‘zapping’), cujo valor é inferior ao da tarifa de bordo. O seu funcionamento é simples: basta aproximar o cartão do valiwww.transportesemrevista.com

dador, aguardar a luz verde e passar (exceto na Fertagus, onde o cliente tem, primeiro, de selecionar o destino). O cartão Caixa Viva tem uma validade de quatro anos após a emissão e pode ser utilizado no Metropolitano de Lisboa, na Carris, na CP Lisboa, Transtejo / Soflusa, Fertagus e Metro Sul Tejo (MTS). A curto prazo também passará a estar disponível nos operadores rodoviários privados da Área Metropolitana de Lisboa. A opção pela Caixa Geral de Depósitos como primeiro parceiro para esta modalidade de pagamento deveTR 130 DEZEMBRO 2013


ATUALIDADES gerais -se, segundo o administrador da OTLIS, António Proença, ao facto de esta instituição bancária ser a «maior emissora nacional de cartões de débito, com uma quota de mercado de 25 por cento». Por sua vez, o presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos, José de Matos, referiu que o Caixa Viva «junta a comodidade de utilização bancária aos transportes», sendo «conveniente para os clientes» e um «projeto com valor para a Caixa Geral de Depósitos, para os operadores e para os clientes». Para a CGD consiste em mais um «passo na modernização do sistema de pagamentos», afirma, adiantando que para os clientes titulares significa ter «único cartão com duas valências», enquanto aos operadores permite uma «maior eficiência aos seus processos, dispensando o recurso ao motorista na operação de aquisição de títulos de transporte ocasional».

”Solução que faltava”, afirma Sérgio Monteiro Para o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgo Monteiro, o cartão Caixa Viva confirma a aposta de inovação nos transportes. «Esta é uma solução que faltava para os utilizadores de transportes públicos. Os utilizadores regulares dispõem dos passes, enquanto os ocasionais têm à disposição os títulos pré-pagos que podem ser obtidos nas máquinas de pagamento. Faltava, no entanto, uma solução simples para os utilizadores de ‘impulso’, designa-

damente aqueles que se deslocam às áreas metropolitanas e não possuem um título ‘regular’. Agora, com o cartão disponibilizado pela Caixa Geral de Depósitos, que tem a dupla função – bancária e transportes – os utilizadores ocasionais podem aceder de forma muito simples a todos os meios de transporte dos operadores públicos e de alguns privados. Já não há razões para que o transporte público não seja atrativo e utilizado pelos clientes ocasionais». A opção por um tarifário ‘zapping’, cujo valor por viagem é inferior ao do título de bordo, consiste numa «forma de atrair utilizadores que não são clientes habituais dos transportes públicos», salienta o governante. «Não iriamos penalizar com um preço superior. A tecnologia foi desenvolvida pelo conjunto de entidades parceiras da OTLIS e pela Caixa Geral de Depósitos, tendo internalizado esse custo porque acreditam que é um investimento que vai valer a pena no médio prazo», adianta.

António Proença, administrador da OTLIS, apresenta o cartão Caixa Viva

Rui Mendes, responsável da Direção de Meios de Pagamento da Caixa Geral de Depósitos, e José de Matos, presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos

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Vimeca e Scotturb interessadas em entrar na OTLIS As empresas Vimeca e Scotturb manifestaram interesse formal em entrar no capital da OTLIS, o agrupamento complementar de empresas na área dos transportes dedicado a desenvolver, implementar e gerir novas tecnologias na área da bilhética sem contacto. A introdução deste tipo de tecnologia e dos cartões Viva levaram as duas empresas de transporte rodoviário de passageiros que operam nos concelhos de Oeiras, Cascais e Sintra a uma aproximação à OTLIS. Na apresentação pública do cartão Caixa Viva, o administrador da OTLIS, António Proença, afirmou que este agrupamento complementar de empresas iria ter um aumento de capital através da entrada de novos operadores, adiantando à Transportes em Revista que se tratavam da Vimeca e da Scotturb. A entrada de novas empresas no capital da OTLIS depende da tutela, uma vez que quatro dos seus membros pertencem ao setor empresarial do Estado. O administrador da Vimeca e da Scotturb, Fernando Cesar, confirma o interesse formal por parte destas empresas em entrar no capital da OTLIS, mas salienta que neste momento não existem negociações a decorrer. «Manifestámos formalmente o nosso interesse, mas ainda não obtivemos qualquer resposta», afirma. Relativamente a este tema, o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, adiantou que a decisão de aumento de capital da OTLIS através da entrada de novos operadores será aquela que sirva melhor os interesses de todos os utilizadores na Área Metropolitana de Lisboa. «Não temos nada a opor, em princípio, à junção de mais operadores para a OTLIS», esclarece o governante. «Serve melhor o conjunto de utilizadores e alarga o número de potenciais operadores que beneficiam de iniciativas como esta. Mas só perante propostas concretas é que nos poderemos pronunciar». 15


ATUALIDADES gerais

Na primeira semana

Aplicação “lisboa. MOVE-ME” registou 19 mil utilizações

Transports Publics 2014

Curitiba será a cidade convidada de honra A cidade de Curitiba será a convidada de honra do salão ‘Transports Publics 2014’ que irá decorrer em Paris entre os dias 10 e 12 de junho de 2014. O certame irá dar destaque à rede de transportes públicos URBS e à impressionante política de mobilidade da capital do Paraná. Sétima maior cidade do Brasil, com uma área metropolitana constituída por 29 munícipios e uma população de 3,2 milhões de habitantes, Curitiba é um importante centro de serviços, mas também possui uma forte atividade industrial, assente em empresas de várias dimensões e segmentos. A URBS foi criada pela Prefeitura de Curitiba em 1963 com o objetivo de administrar o Fundo de Urbanização de Curitiba. Esta so-

ciedade de capital misto é responsável pelo planeamento, gestão, operação, controlo e inspeção do transporte público, mas também pela administração de equipamentos urbanos e espaços públicos. A URBS é responsável pelo transporte público urbano e metropolitano, transporte comercial, transporte escolar, serviços de táxi e motos de carga. A URBS ganhou notoriedade graças ao amplo acesso a qualquer destino com uma única tarifa de transporte, à prioridade do transporte público sobre o individual, à rede de linhas principais e de rebatimento, aos terminais fechados, aos 81 quilómetros de linhas dedicadas e aos terminais fora dos principais eixos que reforçam a integração do sistema.

A aplicação gratuita “lisboa.MOVE-ME” registou 19 mil pedidos de informações durante a primeira semana em que esteve disponível ao público. Estes números “superaram as expetativas” e revelam a “importância que a informação em tempo real sobre transportes públicos assume na vida diária dos utilizadores”, refere a OPT - Optimização e Planeamento de Transportes. A “lisboa.MOVE-ME” disponibiliza ferramentas para os utilizadores de transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa, permitindo-lhes ter toda a informação de que necessitam para comodamente, e de forma fidedigna, programarem as suas deslocações. A “lisboa.MOVE-ME” está disponível para os sistemas Android e iOS (iPhone), tendo este último sido responsável por 60 por cento dos acessos. Este projeto foi desenvolvido pela OPT e integra informação em tempo real dos principais operadores de transporte da AML: Carris, Metropolitano de Lisboa, Rodoviária de Lisboa, Transportes sul do Tejo (TST), Vimeca e Scotturb.

Mobilidade

Açores vai avançar com Plano Integrado de Transportes O Governo Regional dos Açores pretende colocar em marcha o Plano Integrado de Transportes, revelou o secretário regional do Turismo e Tranportes, Vítor Fraga. Segundo o responsável, este plano fará uma “interligação” entre todos os modos de transporte (aéreo, rodoviário e marítimo) no arquipélago de modo a dar resposta às necessidades de mobilidade dos cidadãos dos Açores. De acordo com Vítor Fraga, nos últimos anos o Governo Regional tem vindo a fazer um conjunto de investimentos, quer na rede viária, quer também ao nível da prevenção rodoviária, num trabalho que visa diminuir a taxa de sinistralidade nas estradas açorianas e que tem dado resultados positivos nos últimos anos.

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OPINIÃO

Manuel Cidade Moura

Partilha do Risco das Concessões Monitorização e Auditoria das Concessões Na origem das Concessões está sempre uma decisão do Estado, leia-se dos sucessivos Governos da República, de proceder à satisfação de uma necessidade coletiva, através de um contrato com um terceiro. Quer seja uma Concessão de Transportes, de Abastecimento de Águas, de Educação, de Saúde, seja do que seja, é sempre o Estado que define o que quer que seja feito e em que condições. É ele que define a quantidade e qualidade da Oferta, que deve ser produzida em cada fase do período da prestação do serviço público. Nas atuais concessões e, como regra geral, ficaram para os privados os riscos inerentes à construção e à manutenção das Infraestruturas, bem como dos respetivos custos, incluindo os do seu financiamento, ao longo da vida da Concessão. Para o Estado ficou o designado risco da Procura, que, mais não é do que a obrigação de pagar, ao longo do período concessionado, aquilo que entendeu dever mandar construir, explorar e manter, nas condições que, ao tempo, melhor lhe pareceram. Aliás, para a análise deste processo, convém recordar o que se passou, ao longo do século anterior, em que a rede de estradas construída, foi lançada em serviço, sem custos diretos para o utilizador, sendo paga pelo Estado, muitas das vezes com recurso a empréstimos obrigacionistas de longo prazo, a serem reembolsados pelas gerações futuras. Foi assim no passado e assim continuará a ser. A quantificação dos ganhos e perdas, por parte da Concessionária, não oferece grande dificuldade, pois é de fácil contabilização e medida. Já no que respeita ao Concedente Estado, atuando este na prossecução da satisfação de uma necessidade coletiva, vai obter efeitos multissetoriais a nível do desenvolvimento económico das empresas e das famílias, da segurança e do bem-estar geral. São efeitos de difícil quantificação, com reflexos diretos e indiretos, na riqueza produzida pelo coletivo, no presente e no futuro. 18

Mas talvez mais do que quantificar os ganhos para o Estado, interessa analisar os custos de produção desses bens e verificar do cuidado ou total falta dele, na definição dos parâmetros e no cumprimento das suas obrigações contratu­ ais. Infelizmente, os exemplos de incúria do Estado são muitos e os seus efeitos, avassaladores, no cômputo do custo dos produtos mandados produzir. Ao concessionário cabe a obrigação de construir bem o equipamento coletivo que lhe foi encomendado e prestar o serviço público nas exatas condições contratuais. Ao Estado, enquanto representante do coletivo, compete pagar o trabalho produzido, seja na construção, seja na exploração, acrescido do custo do serviço da dívida que os particulares tomaram, em seu nome. Muito mais do que propalar as designadas rendas excessivas, haverá que analisar, de forma séria, o excesso de custos gerado, por razão do excesso de incúria do Concedente, durante a fase de definição da Concessão e da sua posterior atitude irresponsável, no cumprimento dessas mesmas definições e das obrigações contratuais do Estado.

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A boa e eficaz monitorização e auditoria das Concessões é aquela que, em tempo de definição e formatação do objeto da concessão, bem como da sua realização, permita ao Estado cumprir e fazer cumprir as obrigações contratuais das partes. Infelizmente os exemplos contrários são muitos, e variados.

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ATUALIDADES ferroviárias

RÁPIDAS… Metropolitano de Lisboa ASSINALOU 54º aniversário – No dia 29 de dezembro o Metropolitano de Lisboa celebrou o seu 54.º aniversário. Para assinalar a efeméride promoveu várias iniciativas nas suas estações, incluindo atividades de caráter lúdico e cultural, como performances teatrais, magia, concertos de piano, flauta e percussão e exposições de pintura. A dinamização das iniciativas esteve a cargo do Teatro de Carnide, Pianos.pt, orquestra Metropolitana de Lisboa e do artista plástico André Mariano. Elétrico e Comboio animaram quadra natalícia – A Carris e o Metropolitano de Lisboa decidiram assinalar a quadra natalícia através da realização de viagens dedicadas às crianças no ‘Elétrico de Natal’ e no ‘Comboio de Natal’. O ‘Elétrico de Natal’ realizou-se pelo 33º ano consecutivo e contou com a participação de mais de 2.500 crianças das escolas de Lisboa. Por sua vez, o “Comboio de Natal” do Metropolitano de Lisboa era dedicado a crianças de Instituições Particulares de Solidariedade Social e contou com viagens realizadas nas carruagens históricas – a nº 1 e a nº 2 – que contam com mais de meio século de vida. CP deu “borlas” a clientes com necessidades especiais – A CP comemorou o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, no dia 3 de dezembro, oferecendo as viagens em todos os seus comboios aos clientes portadores de deficiência e respetivos acompanhantes. Metro Sul do Tejo criou Postal de Natal gigante – A MTS – Metro Transportes do Sul assinalou a quadra natalícia com um postal de Natal gigante na Estação de Cacilhas. Crianças e adultos poderiam utilizar esse cenário em 3D para fazerem as suas próprias fotografias, para depois poderem enviar um postal de Natal personalizado aos amigos ou postar numa rede social.

Após profundo restauro

Comboio presidencial voltou aos carris A Fundação Museu Nacional Ferroviário inaugurou o recém-restaurado Comboio Presidencial Português, numa viagem realizada entre a estação de Santa Apolónia (Lisboa) e o Entrocamento. O comboio histórico foi objeto de um profundo processo de restauro que o habilita a circular na rede ferroviária nacional. O Comboio Presidencial Português foi restaurado pela Fundação Museu Nacional Ferroviário. Os seis veículos que formam a composição foram totalmente reabilitados no Parque Oficinal Norte da EMEF. Para além da revisão estrutural, procedeu-se à conservação e restauro de todo o património integrado, nomeadamente, ao nível da reconstituição dos interiores e da reintegração de revestimentos e equipamentos, a par da reprodução de alguns objetos em falta, em função de modelos existentes na década de 70, que

coincide com o período final do uso do Comboio Presidencial enquanto tal. O projeto de restauro teve co-financiamento do QREN – Programa Mais Centro e apoio financeiro do PIT - Programa de Intervenção no Turismo, do Turismo de Portugal. Os trabalhos tiveram início em 2009 e foram concluídos em fevereiro de 2013. A viagem inaugural contou com a presença do secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações e convidados. O Comboio ficará em exposição no Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento, e serão organizados passeios turístico-culturais, abertos ao público em geral, por várias regiões do território nacional. O Comboio Presidencial pode ainda ser alugado por entidades externas, para realização de passeios turísticos, eventos culturais, eventos de empresa, entre outros.

COIMBRA ESTUDA LIGAÇÃO DA BAIXA À ALTA POR ELÉTRICO OU FUNICULAR – A Câmara Municipal de Coimbra está a estudar a hipótese de estabelecer a ligação entre a Baixa e a Alta da cidade através de um funicular ou de um elétrico que funcione entre o Parque Verde e a Universidade de Coimbra. A sua implementação está dependente dos custos que poderá ter, afirmou o presidente da autarquia, Manuel Machado, referindo que a cidade tem de “encontrar alternativas para a mobilidade urbana” para diminuir o tráfego automóvel na zona histórica. 20

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ATUALIDADES ferroviárias

Indústria Ferroviária

UIC quer atrair mais “talentos ferroviários” para o setor A União Internacional dos Caminhos de Ferro (UIC) pretende levar a cabo um programa de incentivos que permita captar e atrair mais quadros técnicos para a indústria ferroviária. Desta forma, a UIC quer fazer frente ao “envelhecimento” do setor e à falta de pessoal qualificado na indústria e nas empresas. A associação está a desenvolver um projeto que irá criar uma “rede mundial de talentos ferroviários” e que terá como objetivo utilizar os conhecimentos existentes no setor para atrair e reter a próxima geração de técnicos e especialistas. Desde que o projeto teve início, a UIC realizou protocolos com diversas Universidades que têm cursos focalizados na área ferroviária e implementou um prémio internacional para Inovação e Investigação no setor, estando ainda a tentar formar parcerias com diversas instituições de ensino superior para criar um MBA em gestão ferroviária.

Liberalização em destaque

Bruxelas aprovou emendas ao 4º Pacote Ferroviário O Comité de Transportes e Turismo do Parlamento Europeu (TRAN) aprovou uma série de emendas às seis propostas legislativas que fazem parte do chamado “4º Pacote Ferroviário”. Estas emendas incluem diretivas sobre segurança, interoperabilidade, obrigações de serviço público e enumera uma série de medidas que pretendem reforçar o papel no setor da ERA – European Raillways Agency. Segundo a proposta legislativa, a ERA deverá converter-se numa “janela única” que terá a responsabilidade de emitir os certificados de segurança aos operadores ferroviários. Por outro lado, o Comité também concordou que os Estados-Membros devem poder escolher entre a separação total do operador e do gestor da infraestrutura (como atualmente existe em Portugal) ou a existência de uma estrutura integrada, que deverá ter “exigências rigorosas” ao nível da separação financeira e da transparência económica. A Comissão Europeia diz que “esta regra é essencial para garantir o acesso não discriminatório à rede dos Estados-Membros que mantêm uma estrutura integrada verticalmente”. Ao nível do mercado, o Comité apoiou mais uma vez o objetivo da total liberalização do transporte ferroviário de passageiros até 2019 e estabeleceu medidas para restringir a duração dos contratos relativos ao serviço público de transportes.

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ATUALIDADES ferroviárias

Ligação à Internet

Comboios Alfa Pendular já têm Wi-Fi gratuito

Cerimónia de descerramento de placa em Campolide

Refer e SOS Azulejo colaboram na proteção do património azulejar

Os comboios de longo curso da CP Alfa Pendular já disponibilizam o serviço ‘Wi-Fi’ gratuito, permitindo aos passageiros viajar comodamente de norte a sul do País, estando sempre ligados à Internet. Os dez comboios Alfa Pendular estão equipados com antenas para permitir uma cobertura total de ligação à Internet por ‘wireless’. Com o serviço Wi-Fi gratuito, o passageiro tem a possibilidade de consultar os seus emails, ver as notícias do dia, enviar um documento urgente, ou publicar uma foto nas redes sociais.

No próximo ano, está previsto o alargamento do serviço ‘Wi-Fi’ aos comboios de longo curso Intercidades. O objetivo consiste na disponibilização de um serviço com um nível de atratividade semelhante ao modo rodoviário.

A Refer e o SOS Azulejo realizaram uma cerimónia na estação ferroviária de Campolide, em Lisboa, onde assinalaram a colaboração estabelecidada entre ambas as entidades para a proteção do património azulejar patente no domínio ferroviário. O evento foi assinalado pelo descerramento simbólico de uma Placa Refer / SOS Azulejo que remete para a colocação de placas semelhantes em todas as estações e apeadeiros da Refer, a nível nacional. Estas placas divulgam o trabalho de inventariação de todo o património azulejar da Refer levado a cabo por esta entidade, com o apoio do SOS Azulejo, dissuadindo assim o furto e o vandalismo. Em caso de furto de azulejos, as suas as fotos serão imediatamente divulgadas na Internet pelo SOS Azulejo, impedindo assim a sua circulação não detetada nos circuitos comerciais. A placa foi conjuntamente descerrada por Graça Nery (viúva de Eduardo Nery), pela coordenadora do Projeto SOS Azulejo, Leonor Sá, e pelo presidente da Refer, Rui Loureiro. Para além destes, também proferiram algumas palavras o artista plástico Andreas Stöcklein – cuja obra azulejar está patente na mesma estação – e Vítor Serrão, que lidera a Rede Temática em Estudos de Azulejaria e Cerâmica João Miguel Santos Simões (IHA – FLUP), parceira do SOS Azulejo.

Serviço Regional e Longo Curso

Gestão avançada para transportes

REFER e Católica Lisbon estabelecem Protocolo

A REFER e a Católica Lisbon School of Business & Economics estabeleceram um Protocolo para a realização de um Programa Avançado de Gestão para o Setor dos Transportes destinado a gestores, empresários e quadros médios e superiores de entidades nacionais e internacionais, de natureza pública ou privada, na área ferroviária. A iniciativa agrega assim os desígnios da CATÓLICA - LISBON, com a sua vasta experiência e reputação no domínio da formação de executivos e da Academia REFER - área do Grupo REFER que se constitui como um centro de apoio e desenvolvimento de competências e conhecimento de todo o setor ferroviário e cujas áreas fundamentais de intervenção englobam a formação, a inovação e a investigação.

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Desconto de 25% para jovens nos comboios da CP

A CP - Comboios de Portugal lançou um novo desconto de 25 por cento para jovens até aos 25 anos, em todos os comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Interregional e Regional, em todas as classes e dias da semana. Assim, os jovens de idade igual ou inferior a 25 anos podem beneficiar deste desconto mediante apresentação de um documento oficial de identificação comprovativo da idade. Segundo a empresa, “a CP já praticava descontos de 20 por cento para jovens estudantes em comboios Intercidades e Alfa Pendular, com algumas restrições, sendo necessária a apresentação do Cartão de Estudante. Agora, para além do aumento da percentagem de desconto, este benefício é alargado a todos os jovens deste segmento etário e a todos os comboios de serviços Longo Curso e Regional, sem restrições”.

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ATUALIDADES ferroviárias

A partir de dezembro de 2016 pela rede convencional

Inglaterra terá nova ligação ferroviária entre Londres e a Escócia

Os ingleses da Great North Eastern Railway não esperaram pela construção da nova linha ferroviária de alta velocidade entre Londres e a Escócia para diminuírem os tempos de viagem nas ligações a Newcastle e Edimburgo pela rede convencional. A correção de alguns troços do traçado existente e a introdução de comboios ‘Pendolino’ permitirão melhorar o serviço e reduzir o tempo de trânsito. Carlos Moura Pedro

carlos.moura@transportesemrevista.com

A Great North Eastern Railway (GNER) pretende introduzir um novo serviço ferroviário de velocidade elevada na East Coast Main Line entre a estação de King’s Cross em Londres, Newcastle e Edimburgo, em dezembro de 2016. Os comboios irão diminuir o tempo de viagem de 4h20m 24

mercados de Newcastle e Edimburgo, a GNER irá encorajar muitos passageiros a mudar do modo aéreo para o ferroviário nas viagens para Londres. O apelo do comboio como um meio de transporte mais limpo e de utilização mais fácil do que o avião será reforçado pela velocidade e a elevada qualidade que irá ser proporcionada pelo serviço de bordo da GNER. Os tempos de viagem mais reduzidos serão alcançados com a utilização de comboios do tipo pendular que conseguem atingir velocidades mais elevadas nas curvas. Os comboios, com nove carruagens e aproximadamente 500 lugares, serão versões atualizadas do comboio ‘Pendolino’ que obteve tão bons resultados na redução dos tempos de viagens na West Coast Main Line. A aquisição dos novos comboios será financiada totalmente por privados. A GNER tem vindo a trabalhar em conjunto com o fabricante de material circulante Alstom Transport no perfil de velocidade da linha para permitir a introdução da nova frota de comboios. As propostas obrigam ao investimento na linha e no equipamento de sinalização para tirar partido da tecnologia. Dado que os novos comboios ‘Pendolino’ podem circular a uma velocidade de 225 km/h existe potencial para a GNER oferecer um tempo de viagem entre Edimburgo e Londres abaixo das 3h30m. Isto poderá tornar-se-á realidade quando o gestor da infraestrutura ferroviária, Network Rail, tiver modernizado a sinalização da linha. A primeira fase deste trabalho deverá estar concluída no final de 2018. Ao mesmo tempo que anunciou os seus planos, a GNER iniciou conversações com as entidades ligadas à indústria ferroviária, seguindo-se uma candidatura formal junto do regulador ferroviário britânico para garantir o direito a operar os novos serviços.

para 3h43m na ligação entre Londres e Edimburgo, e para 2h29m entre Londres e Newcastle. A operadora, detida pela Alliance Rail Holdings da Arriva UK Trains, refere em comunicado que os “passageiros não terão de esperar 20 anos pela conclusão da linha de alta velocidade HS2 para obterem reduções significativas no tempo de viagem entre o nordeste de Inglaterra e a Escócia”. Ao encurtar o tempo do percurso e ao apostar nos www.transportesemrevista.com

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ATUALIDADES ferroviárias

65 milhões de euros

Aprovada verba para modernizar Linha do Minho A Unidade de Gestão do Programa Operacional de Valorização Territorial (POVT) aprovou o financiamento para a modernização da Linha do Minho, entre Nine/Vila Nova de Famalicão e Valença. A notícia foi avançada pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte,

Emídio Gomes, no final de um encontro com o presidente da Junta da Galiza, Alberto Núñes Feijóo, em Santiago de Compostela. Segundo o responsável, “o POVT confirma que aprovou a candidatura da Refer em duas fases - esta primeira já de imediato”, adiantando que o Governo português “decidiu já notificar a Comissão Europeia de que se trata de um grande projeto, uma vez que o investimento total previsto ultrapassa os 50 milhões de euros, reservando já o objetivo de garantir 65 milhões no próximo quadro comunitário de apoio”. A obra deverá ter início já no primeiro semestre do ano e irá contar no imediato com uma verba de 35 milhões de euros. O projeto de modernização, que tem um prazo de execução de 30 meses, prevê a retificação, duplicação e a eletrificação dos seus 96 quilómetros de traçado e a construção de estações técnicas para cruzamento de comboios, possibilitando, desta forma, encurtar significativamente o tempo de viagem entre o norte de Portugal e a Galiza.

Alta Velocidade

Ligação BarcelonaParis já foi inaugurada A ministra espanhola do Fomento, Ana Pastor, e o ministro francês dos Transportes, Frédéric Cuvillier, inauguraram, no dia 15 de dezembro, a ligação ferroviária direta em alta velocidade entre Barcelona e Paris. A cerimónia teve lugar na estação de Perpignan, junto à fronteira franco-espanhola. Este serviço resulta de uma parceria entre a Renfe e a SNCF e será composto por três comboios diários entre Barcelona e Paris, de ida e volta. Existirá ainda uma ligação diá­ ria entre Barcelona e Lyon; outra entre Barcelona e Toulouse e uma outra que ligará Madrid-Barcelona e Marselha. Ana Pastor referiu que estas ligações irão servir um mercado de cerca de 82 milhões de viagens/ano, o que representa um grande potencial. Nesta primeira fase, a viagem entre Barcelona e Paris deverá demorar cerca de 6h25 minutos, a uma velocidade média de 168 Km/h.

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ATUALIDADES ferroviárias

Pragal e Coina

Fertagus implementa Wi-Fi nas suas estações

Taxa de ocupação de 85%

AVE Barcelona – Madrid obtém quota de 58,6%

A Fertagus e a ZON estabeleceram uma parceria para instalar rede Wi-Fi nas estações da Fertagus do Pragal e de Coina, através do serviço ZON@Fon. Segundo a empresa, “esta parceria permite que os clientes da Fertagus possam viajar pela Internet sem sair da estação e tenham livre acesso à Internet de forma totalmente gratuita, enquanto esperam pelo comboio, na plataforma ou nos espaços comerciais das estações”. O serviço ZON@Fon disponibilizado aos clientes permite um acesso direto através de smartphone ou tablet através de um simples clique com 15 minutos consecutivos de Internet gratuita. Segundo Paulo Cerqueira, administrador da Fertagus, “a utilização dos serviços por parte dos passageiros está a ser acima do esperado. Esta é uma parceria estratégica com resultados muito positivos. O serviço instalado contribui para a satisfação do cliente, pois acresce qualidade ao serviço oferecido aos passageiros, porque permite rentabilizar o tempo de espera.” A rede ZON@Fon é a maior rede Wi-Fi do mundo, com 600 mil hotspots em Portugal e mais de 12 milhões a nível global.

Os comboios de alta velocidade da Renfe (AVE) que fazem a ligação entre Madrid e Barcelona transportaram mais de metade dos passageiros naquela rota nos primeiros oito meses deste ano. O AVE Madrid – Barcelona obteve uma quota de mercado de 58,6 por cento e transportou mais de dois milhões de passageiros, um crescimento de 14,7 por cento relativamente a período homólogo do ano anterior. A taxa de ocupação é de aproximadamente 85 por cento. O aumento do número de passageiros transportados pelo AVE entre Madrid e Barcelona é consequência da política comercial adotada pela Renfe

em fevereiro deste ano, que passou por uma redução nas tarifas. Assim, se o título de transporte for adquirido pela Internet, no site da Renfe, é possível efetuar a viagem por 32 euros. O sucesso deste canal de vendas está a ser tão elevado que atualmente 40 por cento dos bilhetes são comercializados através do site www.renfe.com. Além disso, a Renfe também passou a disponibilizar assinaturas de dez viagens (Bono AVE), que têm uma validade de quatro meses. Esta modalidade permite viajar numa determinada rota e classe selecionada com um desconto nominal de 35 por cento em cada trajeto.

Investimento de 947 mil euros

Refer conclui estabilização de taludes na linha do Oeste

A empreitada de estabilização de taludes, entre o km 33,480 e o km 33,800 e entre o km 44,500 e o km 44,650, da Linha do Oeste, foi concluída no passado dia 13 de dezembro. Os trabalhos, que tiveram como objetivo corrigir fenómenos de instabilidade associados ao deslizamento do material superficial dos taludes, foram consignados em 23 de maio de 2013 à empresa Teixeira Duarte, pelo valor de aproximadamente 947 mil euros, com um prazo de execução de 210 dias de calendário. No talude entre os km 33,480 e 33,800 (Mafra) foi executada uma parede de contenção/estabilização na crista do talude e reformulação da geometria do mesmo, através da diminuição da sua inclinação, com inclusão de banquetas estabilizadoras intermédias. Entre os km 44,500 e 44,650 (Sobral de Monte Agraço) foram executados muros de contenção/estabilização no pé e na crista do talude (constituídos por módulos pré-fabricados fundados em microestacas) e reformulação da sua geometria, através da diminuição da inclinação, com introdução de banqueta estabilizadora ao longo do talude. A gestão, coordenação e fiscalização dos trabalhos da empreitada foi assegurada por meios internos da Refer e Refer Engineering, empresa do Grupo Refer.

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Desde 15 de dezembro

CP reforça comboios Intercidades para Braga Desde o passado dia 15 de dezembro, a CP - Comboios de Portugal, reforçou a sua oferta de longo curso entre Lisboa e Braga, com a criação de ligações adicionais em serviço Intercidades. Com este reforço, existem agora dez ligações ferroviárias de longo curso (cinco por sentido) entre Braga e Lisboa, distribuídas ao longo do dia, aumentando assim a oferta para aquela cidade, que até à data apenas era servida por comboios Alfa Pendular e da CP Porto. O novo serviço Intercidades, realizado diariamente, reforça o leque de opções de mobilidade ferroviária para as populações desta região, que conta com uma forte atividade económica em diversos setores e um importante polo universitário.

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ATUALIDADES ferroviárias

Lisboa

Caminhos de ferro gregos

Metro abriu átrio sul da estação do Areeiro O Metropolitano de Lisboa já abriu ao público o novo átrio sul da estação do Areeiro. O novo átrio conta com dois acessos à superfície, um para Nascente, para o lado da Avenida Afonso Costa, e outro para Poente, para o lado junto da Avenida João XXI. De acordo com a empresa, “esta obra de ampliação da estação permitirá aumentar a capacidade do cais da estação para albergar composições de seis (6) carruagens, as quais passarão a circular na Linha Verde após se encontrar concluída a ampliação do cais da Estação Arroios”. O projeto arquitetónico da Estação Areeiro é da responsabilidade do Arq.º Alberto Barradas e a intervenção plástica, integrada na renovação/ampliação da Estação, pertence à artista plástica Júlia Ventura. Com a abertura deste novo átrio, localizado a sul, o Metro encerrará o átrio norte de modo a prosseguir com as obras de remodelação da estação. pub.

Privatização da Trainose quase concluída O processo de privatização da Trainose, o operador ferroviá­ rio público da Grécia, está já na sua fase final e deverá ficar concluído no início de 2014. O Governo grego realizou uma pré-seleção e aprovou três candidatos para a fase final. Entre os principais candidatos encontra-se uma joint-venture formada pelos caminhos de ferro russos (RZD) e a Gek Terna, multinacional grega que atua nas áreas do imobiliário e energia; uma empresa formada pela SNCF (caminhos de ferro franceses) e a Alstom; e ainda a GFR – Grup Ferroviar Roman, operador privado romeno. Os responsáveis gregos anunciaram ainda que foi realizada também uma pré-seleção para a privatização da empresa responsável pela manutenção ferroviária (a congénere grega da EMEF), tendo sido qualificadas a RZD/Gek, a Siemens e a joint-venture formada pela Alstom e a Damco Energy.

Escócia

Arriva pré-selecionada para concorrer à ScotRail A Arriva foi pré-qualificada para concorrer à concessão dos caminhos de ferro da Escócia, a ScotRail. A Transport Scotland, entidade governamental responsável pela gestão dos sistemas de transportes na Escócia, realizou uma pré-seleção dos concorrentes que poderiam passar à fase final do concurso para a nova concessão da ScotRail, que deverá ter início em abril de 2015. Segundo Bob Holland, da Arriva, “estamos muito agradados pela oportunidade que nos foi dada de podermos concorrer ao projeto. Estamos preparados para trabalhar com os restantes “stakeholders” no desenvolvimento de serviços de qualidade para os passageiros dos caminhos de ferro escoceses”.

Atualmente, a Arriva, que também está presente em Portugal, é responsável pela operação de seis serviços ferroviários no Reino Unido, a Arriva Trains Wales, Chiltern Railways, CrossCountry, Grand Central, Tyne and Wear Metro e a “joint venture” do London Overground. A concessão da ScotRail inclui a operação e manutenção de todos os serviços ferroviários urbanos, intercidades e turísticos em território escocês. 28

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ATUALIDADES modos suaves

Em Lisboa e no Porto

FPCUB organizou Festival da Bicicleta Solidária A FPCUB - Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta, organizou, no passado dia 24 de novembro, o III Festival da Bicicleta Solidária de Lisboa e, no dia 22 de dezembro, o II Festival da Bicicleta Solidária do Porto. O evento realizado na capital teve como atividade principal um passeio pelo centro da cidade com todos, e com um cariz marcadamente de festa, “mostrando que a bicicleta é um meio de transporte válido e uma demonstração da sua diversidade entre os participantes deste evento”. Para além do passeio de bicicletas antigas, de todas as bicicletas e do passeio Cycle Chic, que tiveram início e fim no Terreiro do Paço, este espaço foi dinamizado com uma exposição de produtos relacionados com a bicicleta, atividades infantis em bicicleta para crianças entre os dois e cinco anos, cicloficina e rastreio cardiovascular. O evento realizado na Invicta decorreu no Parque da Cidade, com um percurso de 8 kms pela cidade. As inscrições foram gratuitas, mediante a entrega de bens alimentares não perecíveis, como massas, enlatados, arroz, entre outros.

Da rede EuroVelo

300 equipamentos

Soltráfego instalou semáforos ‘countdown’ em Coimbra

A Soltráfego projetou e instalou 300 semáforos cronometrados com temporizador de veículo e de peão (Semáforos Countdown) nas principais vias do Município de Coimbra. As instalações, realizadas maioritariamente no centro da cidade, tiveram como objetivo a melhoria da segurança rodoviária e das condições de escoamento, devido à multiplicidade e complexidade das interações entre todos os utilizadores.

FPCUB submeteu novo troço da Rota Atlântica para aprovação

A FPCUB (Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta) submeteu para aprovação um novo troço da Rota Atlântica da Rede EuroVelo. Atualmente, esta rota em Portugal apenas liga Vila Real de Sto. António a Sagres. A proposta agora submetida pretende que a mesma continue pela costa Atlântica, ligando assim Sagres a Caminha. Caso a proposta seja aceite, como se espera, a definição do seu traçado em pormenor, bem como a sua implementação, serão realizados durante os próximos dois anos, para que a mesma figure na carta da Rede EuroVelo a publicar em 2016. A FPCUB é a entidade Coordenadora da Rede Eurovelo em Portugal e membro efetivo da European Cyclists’ Federation.

A partir da primavera

Frente ribeirinha de Lisboa terá sistema de bicicletas partilhadas A frente ribeirinha de Lisboa vai receber, a partir da primavera, um sistema de bicicletas de uso partilhado que estará disponível entre a zona do Parque das Nações e o Guincho, em Cascais. O projeto é da responsabilidade da empresa SlowFastcycles e contará com 12 estações espalhadas pela zona ribeirinha da capital, numa extensão de 11 quilómetros. Os utilizadores habituais poderão aceder às bicicletas após registo no site do projeto recebendo depois um cartão, enquanto os ocasionais terão ao seu dispor postes com leitor de carDEZEMBRO 2013

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tões de crédito ou débito nas estações, que emitem um bilhete após o pagamento para desbloquear as bicicletas. As estações estarão localizadas em Santa Apolónia, no Terreiro do Paço, no Cais Sodré, junto ao bar Meninos do Rio, na Doca do Espanhol, na Doca de Santo Amaro (duas), na Estação Fluvial de Belém, na Doca de Belém, na Doca do Bom Sucesso (duas) e na Fundação Champalimaud. A SlowFastcycles pretende inaugurar o sistema na primavera de 2014, o qual deverá estar em funcionamento em abril. www.transportesemrevista.com

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ATUALIDADES modos suaves

‘Mobilidade Inteligente, Mobilidade Sustentável’

Lisboa recebe congresso ibérico sobre a bicicleta

Lisboa vai receber o XI Congresso Ibérico “A Bicicleta e a Cidade”, que irá decorrer entre os dias 2 e 4 de maio de 2014. O trabalhos serão subordinados ao tema “Mobilidade Inteligente, Mobilidade Sustentável”. Carlos Moura Pedro

carlos.moura@transportesemrevista.com

Organizado pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta (FPCUB) e pela sua congénere espanhola CONBICI, o XI Congresso Ibérico “A Bicicleta e a Cidade” vai decorrer na capital portuguesa entre os dias 2 e 4 de maio de 2014. Nos seus 18 anos de existência, o evento irá realizar-se pela segunda vez na capital portuguesa. Além de «Lisboa estar na moda», segundo salienta o presidente da FPCUB, José Manuel Caetano, o interesse de organizar este ano o congresso na capital portuguesa é o de poder mostrar à sua congénere espanhola os projetos de mobilidade sustentável que estão a ser desenvolvidos na cidade e no País. O Congresso Ibérico “A Bicicleta e a Cidade” é um dos encontros de referência do mundo da bicicleta como meio de transporte e de lazer quotidiano na Península Ibérica. Aquando do primeiro congresso, em 1996, a FPCUB e a CONBICI comprometeram-se a realizar o evento de dois em dois anos, alternadamente em ci30

dades espanholas e portuguesas. A partir do IX Congresso na Murtosa, em 2012, passou a ter uma periodicidade anual. A FPCUB defende que a bicicleta é um instrumento para a mobilidade sustentável e pode dar um contributo importante para sistemas de transportes que se querem seguros, eficientes e que tenham em conta os interesses sociais e o respeito pelo ambiente. Como balanço destes 18 anos de congressos, o presidente da FPCUB, José Manuel Caetano, destaca que se tem vindo a registar uma evolução no setor, dando como exemplo o primeiro evento realizado em Lisboa em 1996. «Na sequência das nossas ações de sensibilização junto dos poderes instituídos já conseguimos obter resultados», afirma. «Passámos do nada para alguma coisa». Ao longo dos anos, a FPCUB tem estado envolvida em diversas iniciativas de sensibilização da opinião pública, das administrações centrais e locais e dos operadores de transportes coletivos, para a necessidade de se dotarem as zonas urbanas de condições que permitam a utilização www.transportesemrevista.com

da bicicleta. A FPCUB considera que aquelas iniciativas têm tido resultados muitos positivos na promoção da venda e utilização das bicicletas em Portugal, bem como na criação de condições para a sua utilização em múltiplas vertentes. Muitas autarquias têm hoje planos de mobilidade que contemplam a bicicleta e as empresas de transportes coletivos (CP, FERTAGUS, Transtejo, Soflusa, Carris, Metropolitano de Lisboa e Metro do Porto) favoreceram nos últimos anos o transporte de bicicletas por influência da FPCUB e dos seus associados. Os trabalhos da décima primeira edição deste evento serão subordinados ao tema “Mobilidade Inteligente, Mobilidade Sustentável”. Os temas do XI Congresso Ibérico serão apresentados e debatidos por técnicos de Portugal e Espanha, das áreas dos transportes, ambiente e turismo e membros da ConBici e da FPCUB. Contará ainda com a participação de responsáveis políticos e autarcas. O XI Congresso terá uma mesa redonda, onde será discutido o tema “A bicicleta como oportunidade para o país – uma mais valia económica, ambiental e de saúde pública”. O projeto Eurovelo em Portugal e Espanha, a Bicicleta e o Código da Estrada, a Bicicleta nas Escolas são outros assuntos que irão ter intervenções nos trabalhos. O evento é organizado pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta (FPCUB) e pela sua congénere espanhola CONBICI, e conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e da Lisboa E-Nova. A Transportes em Revista associou-se à iniciativa como media partner.

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DESTAQUE

Transportes

Organizar e Regular um setor cheio de dúvidas No passado dia 28 de agosto foi publicada a Lei-Quadro das Entidades Reguladoras, que estabelece a reestruturação do IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes, sucedendo-lhe um novo organismo, a Autoridade da Mobilidade e Transportes. No entanto, e apesar da criação deste novo “superregulador”, continua a indefinição sobre quais serão as suas competências e como se irá relacionar com as Autoridades Metropolitanas de Transportes, Comunidades Intermunicipais e os próprios Municípios. Pedro Costa Pereira

pedro.pereira@transportesemrevista.com

Fotos: Augusto C. Silva

A Economia é mais dinâmica e competitiva quando os agentes económicos agem de forma livre, baseados em contratos voluntários e obrigatórios, mas sempre com forte regulação por parte do Estado. Em sistemas de economias mistas, o Estado assegura a propriedade de algumas empresas de cariz estratégico ou estruturante e o setor privado assegura a complementaridade da oferta podendo ainda assegurar a operação e ges32

tão das empresas estatais. A necessidade de regras transparentes e equitativas são pilares fundamentais para a promoção da concorrência, tendo na regulação o garante do normal funcionamento do mercado. As recentes alterações introduzidas na organização institucional vão ao encontro da criação de um mercado mais livre, concorrencial e regulado. Mas será que é mesmo assim? O artigo 3º da nova Lei refere que as entidades reguladoras devem observar os requisitos seguintes: a) Dispor de autonomia administrativa e fiwww.transportesemrevista.com

nanceira; b) Dispor de autonomia de gestão; c) Possuir independência orgânica, funcional e técnica; d) Possuir órgãos, serviços, pessoal e património próprio; e) Ter poderes de regulação, de regulamentação, de supervisão, de fiscalização e de sanção de infrações; f) Garantir a proteção dos direitos e interesses dos consumidores. No entanto, questiona-se se estes requisitos irão “chocar” com as competências atribuídas às entidades supostamente responsáveis pela organização do sistema de transportes diretamente no terreno, como as AutoridaTR 130 DEZEMBRO 2013


DESTAQUE

tirá que o IMT seja futuramente uma Autoridade para a Mobilidade e Transportes e que possa ter competências reforçadas do ponto de vista de monitorização e de capacidade técnica». Relativamente à “confusão” de competências que poderá advir da criação desta nova entidade, o secretário de Estado foi claro: «Não acho nada que exista um congelamento de competências ou que não haja uma clarificação das suas competências. O IMT sabe o que fazer e tem-no feito com bons resultados, mas sabemos que temos de aprofundar essa capacidade económico-financeira e autonomia de gestão». Sérgio Monteiro admitiu ainda que «serei um homem feliz se quando sair desta Tutela deixar a arquitetura organizacional desenhada e a funcionar de forma eficiente». Ainda durante o 8º Encontro da Transportes em Revista, o responsável anunciou que o Regulamento de Transportes em Automóveis (RTA) vai ser alterado e entrou em fase de consulta pública antes do final de 2013. Para Sérgio Monteiro, existe

« Estamos a carecer de uma política de regulação muito eficiente que alavanque o crescimento do setor» Eduardo Lopes Rodrigues

uma grande «necessidade de rever e reajustar o RTA à realidade dos nossos dias. Se fizermos um debate célere e sério sobre a alteração do RTA e criarmos as condições para que a nível das Comunidades Intermunicipais possa haver organização de transporte, então poderemos sentir que nenhum cidadão de nenhuma zona do país ficou para trás».

Qual o âmbito da regulação no setor dos transportes? Sabendo que a regulação é fundamental em qualquer mercado, em que áreas o novo regulador deverá atuar? Será na própria atividade do transporte? Nas tarifas? No acesso à atividade? No cumprimento das obrigações públicas? Para Eduardo Lopes Rodrigues, vogal do Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT), «a regulação vai incidir sempre sobre o mercado. Mas, não cabe ao regulador definir em termos políticos quais são os serviços e os interesses económicos gerados. Isso terá de ser gerido a montante». Durante a primeira sessão do 8º Encontro Transportes em Revista, dedicada ao tema “Organizar para Crescer”, Lopes Rodrigues referiu que «estamos a carecer de uma política de regulação muito eficiente que alavanque o crescimento do setor. Mas há dificuldade em dar algo mais, o que é compreensível, porque para que isso aconteça é necessário acrescentar valor que seja suportado

des Metropolitanas de Transportes de Lisboa e Porto, as Comunidades Intermunicipais e os próprios Municípios. Durante o 8º Encontro Transportes em Revista, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, revelou que «o Governo entendeu que a função de regulação deveria estar agregada num único organismo. Fizemo-lo no IMT, mas, depois, deparámo-nos com uma dificuldade. Ser uma autoridade independente ou ser um instituto público não é indiferente no que diz respeito aos graus de liberdade do regulador, não só o grau de liberdade para contratar, como também para se dotar de meios técnicos e de agilidade nos procedimentos para poder assegurar uma regulação económica eficaz e de qualidade. Em conjunto com os nossos credores, a troika, negociámos durante algum tempo uma Lei Quadro das autoridades reguladoras nacionais que permiDEZEMBRO 2013

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DESTAQUE

por textos legislativos. Hoje, o único texto legislativo onde é possível encontrar esse valor é a Lei Quadro das Entidades Reguladoras, porque há ainda um processo que está em vazio, que são dois diplomas fundamentais, o Decreto –Lei que reformula o Instituto da Mobilidade e dos Transportes e o Decreto-Lei que aprova os estatutos da Autoridade da Mobilidade e Transportes. A Lei-Quadro, artigo 4º, refere que o IMT será reestruturado nas suas funções de regulação e promoção e defesa da concorrência. Na epígrafe da lei, esta refere-se às entidades reguladoras independentes com a função da 34

« Não temos instrumentos jurídicos de poder de autoridade, nem de regular, dirigir, planear ou coordenar. E nem sequer conseguimos ter um quadro de pessoal mínimo, porque é verdade que não dispomos de quadros técnicos» Joaquim Cavalheiro

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regulação económica, o que já permite dizer que a política de regulação já está a ser aplicada». Lopes Rodrigues adiantou ainda que «esta regulação económica já permite disseminar no País mercados de mobilidade substantivados em sistemas e de modos de transporte o mais eficiente possível e também algumas atividades conexas», alertando ainda para o facto de a própria Constituição referir a existência de mercados equilibrados e eficientes onde o regulador tem a obrigação de disseminar uma concorrência inclusiva, que se materializa na atenção permanente à prevenção e combate às barreiras à entrada e de poder excessivo de mercado. Já o presidente da Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto (AMTP), Joaquim Cavalheiro, mostrou-se bastante crítico com o que (não) foi feito até ao momento: «De acordo com a nossa Lei, as Autoridades Metropolitanas de Transportes têm como competências o planeamento, organização, operação, financiamento e divulgação. Somos, de facto, os organizadores de transportes e, pese o facto de a AMT do Porto ter três anos, ainda não passámos da fase de implementação. Ou seja, fizemos estudos, incentivámos a adesão ao título Andante, apoiámos a criação de interfaces mas aquilo que deveria ser a nossa principal função, não a fizemos. E isso tem de ser assumido por todos nós». Cavalheiro adianta ainda que «a Lei que nos TR 130 DEZEMBRO 2013


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regula não nos dá independência. Não temos instrumentos jurídicos de poder de autoridade, nem de regular, dirigir, planear ou coordenar. E nem sequer conseguimos ter um quadro de pes­­­so­­al mínimo, porque é verdade que não dispomos de quadros técnicos. Sendo obrigados a recrutar na área pública, é difícil procurar especialistas de transportes no setor público». Para o presidente da AMTP, «está claro o que as AMT devem fazer, que é a regulação, planeamento, concessão e contratualização, integração, promoção dos transportes e gestão contratual num quadro de concorrência regulada. O problema aqui é: como é que nos vamos articular, o novo regulador com as Autoridades Metropolitanas de Transportes? Será que estas passarão só a fazer planeamento? Ficam ligadas a quem? Estão os municípios das áreas metropolitanas preparados para receber a Autoridade e transferir poderes para a Autoridade? Porque para se resolver o problema dos transportes e da mobilidade nas áreas urbanas é necessário que os municípios deleguem competências nas Autoridades. Por exemplo, é essencial que a Autoridade tenha capacidade para intervir nas questões do estacionamento, das faixas bus, paragens, entre outras». Também Juvenal Peneda, antigo presidente da STCP e ex-secretário executivo da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, e Faustino Gomes, especialista em transportes e consultor da TIS, mostraram algumas dúvidas sobre o que está projetado pela Tutela no âmbito da regulação do setor. Faustino Gomes refere que, para quem está de fora, «todas estas questões são muito confusas, porque ninguém sabe como é se vão concretizar e como vão funcionar. Qual vai ser a Lei Orgânica? Já sabemos que vamos ter um novo RTA, mas, mais uma vez, não sabemos o que aí vem. Olhamos para as instituições e não sabemos onde nos dirigir e quem vê de fora fica perdido. Estou hesitante e com dúvidas sobre a forma como irá funcionar o Regulador». Por seu turno, o antigo presidente da STCP alega que «a regulação inteligente, integrada e local é o caminho único para se poder ter um controlo de custos inteligente nas empresas de transporte. A experiência que tivemos no Minho, que não chegou ao fim, era uma experiência que integrava todos os DEZEMBRO 2013

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segmentos e que iria sustentar o transporte público desde que o poder regulatório estivesse na mão dos municípios. A regulação é um fator de racionalização e de controlo de custos no mercado do transporte». O vogal do conselho diretivo do IMT, Lopes Rodrigues defende ainda que «o que hoje se pode dizer com rigor e suporte jurídico é que a intervenção do regulador desejavelmente será a mais reduzida possível, naturalmente circunscrita aos Serviços de Interesse Económico Geral (SIEG), através de realidades concretas onde as concessões têm um papel fundamental. Mas a propósito dos SIEG é importante reter duas notas: cada Estado Membro tem o direito e o dever de politicamente definir que não existem cidadãos de primeira e de segunda. Por outro lado, é importante garantir imperativos de transparência e rigor a todos os níveis, nomeadamente ao nível das designadas obrigações de servi-

« A regulação inteligente, integrada e local é o caminho único para se poder ter um controlo de custos inteligente nas empresas de transporte»

ço público e nos montantes de indemnizações compensatórias.

Que relação com as outras entidades? Lopes Rodrigues faz ainda questão de esclarecer que não existirá qualquer interferência por parte do novo regulador nas competências das Autoridades Metropolitanas de Transportes, uma vez que «estas emergem de uma legislação autónoma, com um projeto próprio e são objeto de uma decisão política a montante. Obviamente que há cooperação, institucional e laços de muita cooperação, mas cada um é soberano na sua “casa”. Por outro lado, esta regulação é pública e não se deve intrometer na gestão dos operadores e na gestão interna das empresas no que diz respeito à otimização dos seus custos». Mas o presidente da AMTP, Joaquim Cavalheiro, afirma não saber como é que será feita a articulação entre as duas entidades e avança que «parece que quer-se uma autoridade que seja dependente de outra autoridade. Se assim for, talvez seja necessário alterar o nome e o enquadramento legal das AMT´s. Ou então seremos agentes de uma Autoridade central». Já Juvenal Peneda, selienta que «as autarquias são contribuintes líquidos brutais para o setor dos transportes sem terem capacidade nenhuma para o poder aju-

Juvenal Peneda

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dar a racionalizar. E no setor dos transportes os municípios não têm capacidade para regular a atividade no seu território, como também em outras áreas, até porque não determinam as concessões. Estamos a falar de coisas que são essenciais para a população. E depois como não há acessibilidade, porque não é viá­vel, essas zonas interiores acabam por definhar. A receita é muito simples: as comunidades intermunicipais ou os municípios teriam de assumir o papel de regulador e poderem conceder as carreiras que servem essas mesmas zonas». Entretanto, Faustino Gomes refere que existem falhas no plano tático e no planeamento e questiona se o termo “regulação” é o mais indicado. Para o consultor, «temos de assumir que falta planear e dar capacidade para que esse planeamento seja feito. Por outro lado, tenho dúvidas se o planeamento deve ser feito exclusivamente ao nível dos municípios ou se deve subir um passo e passar para as Comunidades Intermunicipais. Neste momento são os operadores que estão a fazer parte do planeamento e não é essa a sua função. O operador faz a operação na sua lógica exclusiva de rentabilização e do que são os seus meios e que são diferentes da lógica de um município, de uma CIM ou de uma Autoridade Metropolitana».

Qual o papel das AMT´s, CIM e Municípios? De acordo com o antigo secretário-geral da CIM do Alto Minho, Juvenal Peneda, em zonas mais interiores e de baixa densidade, o mercado de transporte é muito mais limitado. Mas este facto não deve interferir com o direito à mobilidade dos cidadãos e, para o também antigo secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, é essencial que o regulador seja viabilizador do negócio e a regulação pode ser um fator de criação de valor económico para o sistema de transportes. Faustino Gomes, alerta para o facto de estarmos mais habituados a olhar para as áreas urbanas e descurarmos um pouco a realidade das zonas de baixa densidade: «já existem casos-piloto com sistemas de transporte a pedido para cobrir mesmo aquelas áreas do território onde existe uma conjunção do transporte escolar com as redes de transporte convencionais. Se conseguirmos conjugar estas realidades, 36

«Olhamos para as instituições e não sabemos onde nos dirigir e quem vê de fora fica perdido. Estou hesitante e com dúvidas sobre a forma como irá funcionar o Regulador» Faustino Gomes

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conseguimos ter pacotes de mobilidade que proporcionem a acessibilidade às pessoas. A lógica do transporte a pedido acaba por ser complementar e têm um papel fundamental para chegar às zonas mais interiores». Joaquim Cavalheiro salientou que as áreas metropolitanas partilham alguns problemas com as zonas de baixa densidade, nomea­ damente nas zonas limítrofes, referindo novamente que as próprias AMT´s não dispõem de meios técnicos e fiTR 130 DEZEMBRO 2013


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nanceiros para resolver esse tipo de questões. Segundo o presidente da AMTP, «espero que em 2014 este cenário mude, porque julgo existir uma confusão entre aquilo que é político, social, técnico e os operadores públicos. Mas como se vai tomar uma decisão política sem haver suporte técnico... Nomeadamente, onde estão os estudos que deveriam ter sido realizados e estavam consignados na Lei? De facto, os inquéritos à mobilidade, os POT e os PDU deveriam ter sido feitos e não foram. Portanto, fico já com reservas sobre aquilo que deveria ser a solução completa. E prefiro ter menos competências, criando condições para um futuro melhor, do que ter uma maioria de competências e depois não ter capacidade para as exercer». O consultor e especialista em Transportes, Faustino Gomes, acredita que, apesar dos vários constrangimentos, esta é a oportunidade para se mudar. «Olhando para o regulador há ainda muito trabalho a fa-

zer e é necessário clarificar muita coisa, principalmente ao nível da transferência de competências para as CIM´s e autarquias. Tenho esperança de que isso aconteça. Mas vamos vendo as coisas surgindo e não aparecem em bloco. Como é que eu vejo as coisas estando de fora? Vejo o IMT com um papel muito importante neste processo, assim como a Autoridade Reguladora, mas é necessário clarificar as competências de cada um. Por outro lado, as AMT´s necessitam de ser tratadas

de forma diferente do resto do território, porque têm as suas especificidades, apesar de os desafios e os problemas serem os mesmos das CIM´s e municípios. Só que são escalas diferentes. As realidades têm de ser adaptadas à geografia e ao território. E faço a pergunta: E não precisamos de crescer para organizar? É preciso dar mais competência às AMT´s e estas têm de ter ferramentas para acompanhar e fazer a monitorização», refere Faustino Gomes. Por outro lado, o presidente da AMTP, Joaquim Cavalheiro, avança que «os transportes são problemas locais. A questão do financiamento é que terá de ser resolvida a nível central», não deixando ainda de referir que «não gostaria de estar na pele dos operadores, porque não há qualquer orientação. Não têm conhecimento sobre qual será o futuro próximo. As alterações não devem ser feitas contra os operadores, mas com os operadores».

pub.

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ATUALIDADES rodoviárias pesadas

Madeira

HF disponibiliza sistema inovador de informação em transportes A rede Integra Travel e a Horários do Funchal (HF) desenvolveram uma nova forma de partilha e disponibilização de informação sobre os horários e percursos das carreiras da empresa madeirense. A informação é cedida a diversos planeadores de viagens, sob a supervisão da rede Integra, possibilitando depois o acesso não só a informação sobre as melhores opções de mobilidade, como também a informação detalhada sobre o sistema de transportes. O primeiro planeador a beneficiar da iniciativa foi o site “Transportespúblicos.pt Madeira”, no qual são disponibilizados todos os horários detalhados das carreiras que circulam no Funchal e zonas envolventes. A informação sobre as carreiras está também

Tarifas por zonas

UrbAveiro recebeu nova gama tarifária A Transdev introduziu uma nova gama tarifária na UrbAveiro, que permite aos clientes viajar pelo mesmo preço dentro das linhas existentes, uma vez que as tarifas passaram a ser por zonas. A nova gama tarifária entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2014, com preços de 28,70 euros para a Zona 1 e 38,10 euros para a Zona 2. A principal vantagem para os clientes consiste na possibilidade de viajar livremente dentro das linhas existentes, aumentando a comodidade e a liberdade de mobilidade.

Para além da nova gama tarifária na Urb­ Aveiro, a Transdev disponibiliza ainda o Cartão Valor, que oferece uma maior flexibilidade e a obtenção de descontos. 38

disponível no planeador internacional Rome2rio, permitindo mostrar percursos de viagem ‘porta-a-porta’ até ao Funchal e dentro da própria cidade. Esta aplicação está disponível em oito línguas, nas quais também se inclui, por exemplo, mandarim (chinês). Está prevista a inclusão, a partir de janeiro de 2014, da plataforma Google (Earth e Maps). Também estão em estudo outras melhorias, como a inclusão de mensagens com avisos de incidentes ou alteração de percursos. A Rede Integra é uma iniciativa europeia que pretende reunir e proporcionar informações fáceis sobre os diversos serviços de transporte público em todo o Espaço Atlântico (e, desejavelmente, em toda a Europa).

Pela sua utilidade pública

Cantanhede opta pela manutenção dos TUC A Assembleia Municipal de Cantanhede apoiou a intenção da autarquia de manter em funcionamento os Transportes Urbanos de Cantanhede (TUC). Apesar da operação representar um prejuízo anual superior a 35 mil euros para a Câmara Municipal de Cantanhede, o serviço público produz benefícios que justificam a sua manutenção. Segundo a autarquia, existem indicadores que confirmam a utilidade dos TUC para determinados setores da população, designadamente estudantes e funcionários de empresas da Zona Industrial de Cantanhede, assim como de passageiros que se deslocam diariamente da periferia para o centro da cidade. A Assembleia Municipal de Cantanhede aprovou os termos dos contratos-programa de gestão entre a autarquia e a Inova, que permitem a este empresa municipal assegurar diversos serviços de caráter público que estão incluídas no seu âmbito de competências.

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Bilhetes eletrónicos

Rede Expressos disponibiliza pagamento por PayPal A Rede Expressos passou a disponibilizar a modalidade de pagamento dos bilhetes nos canais digitais através do sistema PayPal, na sequência de uma parceria com o líder mundial de pagamentos ‘online’. O objetivo do acordo com a PayPal consiste na simplificação do pagamento ‘online’ dos seus bilhetes eletrónicos. Com a inclusão do PayPal como parceiro de pagamentos online, a Rede Expressos simplifica e diversifica o último passo do processo de compra online (web­site e aplicação móvel myRNE): o pagamento. Este processo, com o PayPal, torna-se assim mais simples, fácil e seguro. O PayPal, recorde-se, permite o pagamento e recebimento de compras ‘online’ de forma rápida e segura. Os utilizadores podem efetuar pagamentos com cartão de crédito, débito ou saldo da conta PayPal sem partilhar dados financeiros com os comerciantes. TR 130 DEZEMBRO 2013



ATUALIDADES rodoviárias pesadas

No distrito de Setúbal

TST oferece passes anuais a clientes idosos

Com diploma de honra

IRU distingue motoristas da Rodoviária de Lisboa Cinco motoristas da Rodoviária de Lisboa foram distinguidos com o Diploma de Honra da IRU (International Road Transport Union). Aquela distinção tem como objetivo reconhecer os motoristas que ao longo da sua carreira profissional demonstraram uma extraordinária performance na estrada ao serviço do setor dos transportes. O diploma é atribuído aos motoristas que tenham acumulado, no mínimo, um milhão de quilómetros ao longo da sua carreira profissional, que nos últimos 20 anos e não tenham registo de acidentes graves de circulação rodoviária e não tenham infrigido de forma grave as prescrições rodoviárias. Para o presidente da Rodoviária de Lisboa, António Corrêa de Sampaio, o mérito desta distinção internacional “cabe, sem dúvida, aos profissionais” da empresa que diariamente “trabalham com empenho e profissionalismo para exceder as expetativas dos nossos clientes”.

A TST homenageou oito dos seus dez passageiros com mais de 90 anos que utilizam passe mensal em Setúbal, com a oferta do passe TST gratuito ao longo de todo o próximo ano. De acordo com a empresa, “estes passes são válidos de janeiro a dezembro de 2014 e poderão ser usados nas carreiras TST que circulam na cidade de Setúbal. O valor mensal é de 27 euros, o que representa uma poupança de 324 euros anuais para cada destes passageiros”. Segundo o administrador da empresa, António Corrêa de Sampaio, «decidimos homenagear os clientes mais fiéis pelo facto de se manterem ativos, dando um exemplo positivo para todos através da esperança e do dinamismo que representam. E é com muita honra que distinguimos estes clientes TST e, simbolicamente, oferecemos um pas-

se anual TST, como demonstração do nosso apreço e carinho pela escolha e como agradecimento por acompanharem a nossa evolução, ao longo da sua vida». O responsável adiantou ainda que, apesar de esta ser a primeira iniciativa deste género que a TST faz, estão previstas novas iniciativas para o próximo ano no âmbito da responsabilidade social.

Para as escolas

Arriva Portugal lança Guia dos Passeios Escolares A Arriva Portugal publicou o “Guia de Passeios Escolares 2013/2014”, publicação que é distribuída pelas escolas dos concelhos que fazem parte da área operacional da empresa e que pretende ajudar os docentes a organizar as suas visitas de estudo. O guia dispõe de programas pré-definidos, com destinos diversificados e que proporcionam aos alunos “uma educação ainda mais rica e completa. Para este ano letivo, a Arriva privilegiou programas que destacam a história, a cultura, o contacto com a natureza e com os animais”, refere a empresa. Estre as várias sugestões referidas encontram-se o Sea Life, no Porto; o Museu dos Caminhos de Ferro de Lousado; o Zoo da Maia, a Quinta Pedagógica “O Moinho”, em Braga, entre outros.

Nas horas de ponta

TUB alargam horários para satisfazer população idosa A Câmara Municipal de Braga pretende reforçar os horários das carreiras dos TUB durante as horas de ponta já a partir de 2014. O anúncio foi feito pelo presidente da autarquia, Ricardo Rio, durante uma ceia de Natal com os idosos da Junta de Freguesia de Padim da Graça. Com esta alteração, Ricardo Rio pretende ver satisfeitas as necessidades dos clientes dos Transportes Urbanos de Braga, nomeadamente, a população mais idosa. Rio anunciou ainda que no próximo ano a autarquia irá avançar com o projeto do “Cartão Sénior”, um cartão que irá permitir aos idosos do concelho beneficiar de descontos em diversos serviços municipais, como é também o caso dos transportes. 40

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TR 130 DEZEMBRO 2013


ATUALIDADES rodoviárias pesadas

Passe Social

Tribunal de Contas aprovou pagamento a privados

O Tribunal de Contas (TC) aprovou o pagamento da dívida referente às compensações financeiras por parte do Estado, com retroativos a 2011, aos operadores privados que fazem parte do sistema de passes intermodais da Área Metropolitana de Lisboa. Fonte do TC revelou ao Jornal de Negócios “que a quarta adenda ao contrato entre o Estado e os operadores privados de transportes de Lisboa, referente a títulos intermodais do ano de 2011, e a quinta adenda, referente a títulos intermodais dos anos de 2012 e 2013, foram visados no dia 6 de novembro”. Recorde-se que esta dívida e o anterior modelo de repartição de receitas referente aos passes multimodais foram apenas dois dos motivos que levaram a Vimeca e a Scotturb a denunciar o acordo sobre o passe social, há precisamente um ano. As duas empresas e o Estado chegaram a acordo apenas em agosto último. Com este acordo, muda-se também a forma de cálculo das compensações financeiras pagas aos operadores, que a partir de agora passa a ter como base o número real de passageiros transportados, dados que são fornecidos pela bilhética sem contacto.

Para o computador

STCP disponibiliza widget SMSBUS O widget SMSBUS da STCP já pode ser descarregado para computador, permitindo aos seus utilizadores aceder rapidamente aos horários dos autocarros em tempo real a partir do seu “desktop”. Esta nova funcionalidade, que já existia através da consulta nas páginas das paragens do site, tem agora um atalho, facilitando assim a consulta e a informação sobre as frequências das carreiras. Entretanto, a empresa anunciou que, a 11 de novembro, entraram em vigor aos dias úteis os novos horários das linhas 200, 201, 202, 203, 205, 206, 500, 505, 507, 600, 601, 603, 604, 701, 900 e 905. DEZEMBRO 2013

TR 130

Transporte rodoviário de passageiros

Faleceu o fundador do grupo espanhol ALSA O empresário espanhol José Cosmen, um dos fundadores do grupo ALSA, uma das principais empresas de transportes rodoviários de passageiros de Espanha, faleceu recentemente, em Oviedo, aos 85 anos, vítima de doença prolongada. Cosmen foi o responsável pela fusão de várias empresas de transportes espanholas nos anos 60, dando origem à criação da ALSA, companhia que atualmente possui mais de 2300 veículos e que está presente, para além de Espanha, em países como a China e Marrocos. A ALSA também esteve presente em Portugal, quando em 2004 adquiriu várias empresas que operavam na zona do Porto, como a “Oliveira, Fernandes & Ribeiro”, “Moreira Gomes & Costas” e a Auto Viação Sandinense. No entanto, em 2008, o grupo espanhol decidiu sair do nosso país, tendo o grupo VALPI acabado por adquirir estas empresas. Atualmente, a ALSA pertence aos ingleses da National Express.

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ATUALIDADES rodoviárias pesadas

App para smartphones

Barraqueiro Transportes aposta em novas tecnologias

Um novo Call Center, aplicações para smartphones e a renovação do site institucional são algumas das novidades apresentadas pela Barraqueiro Transportes e que têm como objetivo aproximar empresa e clientes. Pedro Costa Pereira

pedro.pereira@transportesemrevista.com

Segundo a empresa, estes novos serviços, em conjunto com o Wi-Fi a bordo dos autocarros (que está disponível há cerca de dois anos), pretendem reformular a forma de comunicar com o seu público e adotar uma nova identidade no que concerne às novas tecnologias da informação e ao melhoramento da qualidade do seu serviço. Uma das grandes inovações é a APP myMafrense, que já se encontra disponível na Play Store e na Appstore para smartphones com sistema operativo Android e iOS. Esta aplicação permite consultar rapidamente todos os horários, paragens e percursos da rede da Mafrense, empresa que faz parte da Barraqueiro Transportes, e chegará brevemente às restantes áreas operacionais da empresa. “Este é um procedimento vanguardista no que concerne à adoção das novas tecnologias da informação tendo em conta o facto de esta aplicação ser, por si só, algo muito recente e útil no nosso dia a dia”, refere a empresa. Outra das novidades é a criação de um Call Center para as zonas operacionais, Barraqueiro Oeste, Boa Viagem, Mafrense e Ribatejana. Através do número 42

de contacto 707 201 371, os clientes da empresa poderão obter informações e esclarecimentos sobre horários, percursos, tarifas, entre outras questões. O site da Barraqueiro Transportes também apresenta mudanças radicais ao nível da imagem, da facilidade de acesso a novos conteúdos, renovados e diferenciados da concorrência. A história da empresa, apresentação de serviços, pedidos de declarações, consulta rápida de horários, formulários e as mais diversas informações úteis estão agora disponíveis num novo espaço, mais jovem dinâmico, interativo e fácil de usar. Para a empresa, “com estes novos serviços a Barraqueiro Transportes está hoje na vanguarda da inovação, projetada para o futuro e altamente colocada para responder de uma forma inovadora e diferenciada às novas exigências da Globalização. Cumpre assim o seu objetivo de proporcionar melhores condições e soluções de transporte para os seus clientes”.

Garantir maior satisfação dos clientes Para o responsável da Barraqueiro Transportes, Martinho Santos Costa, estas inovações são fundamentais para garantir uma maior satisfação dos clientes, dando o exemplo da introdução do Wi-Fi em algumas das carreiras da empresa: www.transportesemrevista.com

«tem existido uma grande procura que até a nós nos tem surpreendido. Aliás, segundo os nossos dados, os índices de utilização são superiores aos registados, por exemplo, na Rede Expressos. Estamos, inclusive, a pensar alargar este serviço a outro tipo de carreiras, com perfil mais suburbano, uma vez que os clientes já o estão a “exigir”». Em relação às APP para smartphones, Martinho Santos Costa revela à Transportes em Revista que «já era tempo de dar às carreiras de serviço público alguns serviços que funcionem como fatores de diferenciação. Já tínhamos alguns bons exemplos em empresas ligadas ao grupo, como a Rede Expressos, e depois de verificarmos o perfil médio dos nossos clientes decidimos apostar nesta aplicação que será, posteriormente, alargada a todas as outras zonas operacionais da Barraqueiro Transportes». Para 2014 a empresa do Grupo Barraqueiro pretende consolidar estas inovações e aprofundar o desenvolvimento de uma nova ferramenta de gestão operacional que recentemente foi implementada, o sistema de rastreamento de viaturas, que possibilita efetuar o controlo, monitorização e comportamento dos autocarros em tempo real. TR 130 DEZEMBRO 2013


ATUALIDADES rodoviárias pesadas

Transportes urbanos

Câmara de Ponta Delgada condenada a pagar indemnização à UTC O Tribunal Central Administrativo Sul de Lisboa (TCAS) proferiu um Acórdão em que condenou a Câmara Municipal de Ponta Delgada a indemnizar a Empresa de Transportes UTC – União de Transportes dos Carvalhos. Em causa está a exclusão da empresa de transportes do concurso público para a concessão dos transportes urbanos de Ponta Delgada. Em 2011, a Câmara lançou um concurso cujo único fator de adjudicação seria o preço, mas acabou por excluir a UTC, “não obstante esta ser a que apresentava o mais baixo preço a concurso e que portanto melhor servia o interesse público”, refere a empresa. O vencedor acabou por ser uma empresa local, cujo preço era superior em cerca de dois milhões de euros ao valor oferecido pela UTC. O Acórdão do TCAS revela “que o procedimento adjudicatório apresenta elementos que não são claros, o

que vem a consubstanciar um desrespeito a princípio da transparência”, adiantando que ”…a exclusão da proposta que apresentava o preço mais baixo, ao arrepio dos princípios e previsões legais em matéria de contratação pública, veio prejudicar o bom

resultado financeiro deste procedimento”. Apesar da decisão, a Câmara Municipal de Ponta Delgada já veio a público afirmar que irá apresentar recurso junto do Supremo Tribunal de Justiça, uma decisão que a UTC questiona face à decisão e argumentos do TCAS. Segundo aquela entidade, “do procedimento concursal resulta manifesta uma perseguição com vista á exclusão do concorrente nº1 (UTC), tendo a entidade adjudicante tentado por 3 vezes excluir concorrente nº1 sempre com recurso a diferentes argumentos e sem nunca se pronunciar, uma vez que fosse, sobre a proposta do concorrente nº3”. Diz ainda o TCAS que “os factos referidos nas conclusões antecedentes são reveladores da desigualdade de tratamento com que a entidade adjudicante tratou os concorrentes e da parcialidade da mesma”.

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ATUALIDADES estacionamento

EOS Parking da Empark

Pagamento por telemóvel vai ser alargado a dez cidades em 2014 O sistema EOS Parking, desenvolvido pela Empark, irá estar disponível em dez cidades portuguesas até final do primeiro semestre de 2014. Atualmente já está em operação em quatro localidades: Gaia, Sesimbra, Portimão e Vila Real. Brevemente também ser introduzido em Lisboa, permitindo o estacionamento nas três zonas tarifárias da capital (vermelha, amarela e verde). O sistema EOS Parking possibilita o pagamento do estacionamento através de um ‘smartphone’ com sistema Android ou iOS (iPhone) ou ‘webmobile’ sem recurso a moedas ou pré-carregamentos, pois trata-se de um sistema pós-pago. O primeiro passo para aceder ao EOS Parking é descarregar uma aplicação gratuita e associar-lhe um cartão de crédito. A informação fica guardada na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e os procedimentos são feitos pela SIBS. A Empark não tem acesso a essa informação. O utilizador só terá de pagar pelos estacionamentos (pessoais ou da empresa) realizados através do sistema e, em algumas cidades aderentes, poderá ser acrescida uma taxa de serviço sobre o tarifário regulado de estacionamento, mas o utilizador será previamente informado pela aplicação, caso essa taxa se aplique. No sistema podem ser definidos os dados do utilizador para

faturação, sendo também possível consultar o histórico de pagamentos e estacionamentos, entre outras funcionalidades. Uma das inovações do do sistema EOS Parking é o de permitir ao utilizador iniciar, prolongar ou interromper o estacionamento do seu veículo, pagando unicamente o tempo utilizado. O EOS Parking é também um sistema aberto a outros operadores de pagamento móveis, pois é uma solução integradora e que suporta todos os tipos de matrícula e a mesma matrícula pode estar registada por dois ou mais utilizadores.

No valor de 385 milhões de euros

Empark refinanciou dívida no mercado de Londres A Empark concluiu em Londres uma operação de refinanciamento da dívida corporativa no valor de 385 milhões de euros, através da emissão de obrigações quotadas de elevado rendimento a seis anos. A dívida da Empark é constituída por duas partes, uma de 235 milhões de euros à taxa de 6,75% e a outra de 150 milhões de euros à taxa de 5,5% + a Euribor a seis meses. Após a colocação, confirmada pela agência norte-americana de ‘rating’ Standard & Poors com uma notação de risco de crédi-

to ‘BB-’ e uma perspetiva estável, a Empark reforçou o posicionamento como empresa europeia relevante no setor das concessões de parques de estacionamento. A Standard & Poor’s avaliou a capacidade demonstrada pela Empark para manter os níveis de EBITDA (lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciações), durante os últimos quatro anos, apesar do forte cenário de crise económica que atravessou. A empresa portuguesa, uma das quatro primeiras a atuar no mercado europeu, registou

uma procura forte por parte dos investidores internacionais. A Empark ganhou, entre outros, alguns dos principais contratos de gestão de estacionamento licitados nos últimos meses em Espanha, como o contrato integral de mobilidade da cidade de Madrid (mais de 80 mil lugares à superfície) ou o contrato de gestão do estacionamento de 18 aeroportos espanhóis de AENA. Com estas últimas adjudicações, a empresa Empark supera, assim, a barreira da gestão de 500 mil lugares de estacionamento.

Aeroportos da Madeira

Soltráfego fornece sistemas de estacionamento à ANAM A ANAM - Aeroportos da Madeira, escolheu a Soltráfego para proceder à instalação do novo sistema de controlo e gestão dos 14 parques de estacionamento dos aeroportos do Funchal e Porto Santo. O projeto incluiu a instalação de 30 máquinas de entrada e saída e nove máquinas de pagamento, com integração de reconhecimento de matrículas e painéis de informação de lugares vagos. Para otimização da operação e do nível de serviço, todos os parques estão dotados com software de gestão integrada de estacionamento, telegestão e telemanutenção. Segundo Carlos Oliveira, presidente da Soltráfego, este projeto “reforça a notoriedade da nossa empresa no setor do estacionamento, onde a inovação é um elemento diferenciador e gerador de mais-valias”. 44

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DESTAQUE

Importância e realidade

A valorização económica da bicicleta em Portugal 46

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DESTAQUE

José Carlos Mota e Frederico Moura Sá (docentes e investigadores do DCSPTU-UA)

O tema da bicicleta e da mobilidade ciclável tem ganho, nos últimos tempos, um crescente interesse e atenção, seja pela crescente visibilidade nos media, pelo número de utilizadores, seja ainda pelo facto de estar alinhado com um conjunto de preocupações da sociedade contemporânea, de natureza global, sobretudo ligada a questões ambientais e energéticas (relacionadas com a dependência dos combustíveis fósseis, a poluição e as alterações climáticas) e de natureza individual, relacionadas com o bem-estar e a saúde, tendo-se transformando numa espécie de novo «zeitgeist», um novo espírito do tempo. DEZEMBRO 2013

TR 130

Em Portugal, as autoridades públicas locais olham para esta questão como uma oportunidade para mudar o paradigma de mobilidade e também para promover ambientes urbanos mais amigáveis, capazes de assegurar maior sociabilização, e têm vindo a produzir investimento sobretudo na melhoria da infraestrutura ciclável, maioritariamente associada a frentes de água e a percursos lúdicos, em alguns casos, sacrificando o espaço pedonal, e um menos evidente esforço em equipamentos de apoio (estacionamento e duches). Paralelamente, e de forma mais tímida, têm vindo a implementar sistemas coletivos de uso de bicicleta – “Bikesharing” – associadas à qualificação do ambiente urbano ou à melhoria da oferta turística, casos de Torres Vedras ou Águeda e Murtosa ou Vilamoura, respetivamente. Alguns municípios e empresas têm vindo a trabalhar com organizações do Sistema Científico-tecnológico (SCT), desenvolvendo projetos de investigação e de desenvolvimento centrados na bicicleta com preocupações de articular o conhecimento ligado à tecnologia, ciência, design e materiais e a valorização social e económica do território. Mas, apesar dos resultados (caso do BikeEmotion, por exemplo), a capacidade de replicação das aprendizagens noutros contextos mais alargados ainda não é evidente. Ao nível das políticas públicas nacionais, o desenvolvimento do Plano de Promoção da Bicicleta e Outros Modos Suaves 2013-2020 pelo IMTT foi um exercício oportuno mas, apesar do conjunto relevante de propostas que produziu, ainda não teve consequências ou resultados visíveis. Destaque-se, no entanto, a recente alteração legislativa ao Código da Estrada, que promoveu uma maior proteção e defesa dos ciclistas, seja pelos direitos que lhes são diretamente atribuídos, seja pela clara intenção de promover no espaço urbano menores diferenciais de velocidade entre utilizadores (com destaque para a criação das Zonas 30). Porventura a mais relevante modificação do contexto de promoção do uso da bicicleta está associado ao aparecimento de movimentos cívicos que se organizam em torno da promoção da utilização da bicicleta (entre os quais emergiram a MUBI e outras organizações associadas ao movimento Massa Crítica) com iniciativa relevante de estímulo da utiliwww.transportesemrevista.com

zação em meio urbano e de reflexão crítica sobre políticas e propostas com impacto na mobilidade suave. Da análise aos projetos e iniciativas que têm sido produzidas nos últimos anos é possível produzir duas leituras distintas: uma primeira, centrada na procura de mudar e qualificar padrões de deslocação, assentando para o efeito na criação/melhoria de infraestrutura e na alteração do quadro legal em vigor (assegurando uma maior proteção dos ciclistas). E uma segunda, menos evidente, associada à valorização económica da bicicleta e da mobilidade suave, quer através do estímulo à produção industrial e consequente incorporação do valor associado ao design e materiais, quer da promoção de mobilidade ligada ao lazer e turismo. No entanto, existe a consciência de que a “realidade ciclável” em Portugal é muito mais vasta e complexa, envolvendo um número crescente de utilizadores com motivações distintas - de deslocação do dia a dia, desporto, lazer ou turismo - cujas necessidades e motivações se desconhecem e cujos efeitos estão por analisar.

Utilizadores da bicicleta em Portugal Um primeiro esforço de conhecimento da realidade pode ser produzido a partir dos dados publicados pelos Censos 2011. Essa informação permite perceber, em primeiro lugar, o aumento do peso do transporte individual (62 por cento em 2011 contra 46 por cento em 2001; ainda assim o valor atual é relativamente próximo da média europeia) em detrimento do transporte coletivo (redução de 21 por cento para 15 por cento em igual período) e dos modos suaves (a pé, de 25 por cento para 17 por cento em 2011; e bicicleta e motorizada de 3,2 por cento para 1,7 por cento em 2011). Não havendo dados para perceber a evolução do modo ciclável, o seu peso na repartição modal atual é cerca de 0,5 por cento, representando cerca de 31 mil utilizadores regulares, um valor muito abaixo da média na Europa, cerca de 7,4 por cento em 2010 (Eurobarómetro sobre Política de Transportes, 2010). Numa análise mais fina ao território nacional, é possível perceber que em Portugal é a Sub-Região do Baixo Vouga aquela onde mais pessoas andam regularmente de bicicleta – um valor oito vezes superior à média nacional – 3,9 por cento contra 0,5 por cento (INE, 2011). De notar que é nesta região que está 47


DESTAQUE

Peso da bicicleta na repartição modal de transportes por região

o concelho com maior número de utilizadores em termos relativos, a Murtosa com 17 por cento, e os cinco concelhos com maior valor em termos absolutos: Ílhavo, Aveiro, Estarreja, Ovar e Murtosa, com 2.160, 1.351, 996, 935 e 893 utilizadores da bicicleta, respetivamente. Para além dos utilizadores regulares, existem cerca de cem mil pessoas envolvidas em atividades desportivas ligadas à bicicleta, das quais apenas dez por cento estão federadas, segundo informação fornecida recentemente pela Federação Portuguesa de Ciclismo. O crescimento tem sido homogéneo no território nacional, ainda assim com alguma particular relevância no Norte do país, sendo espelho dessa dinâmica a quantidade de eventos nas mais variadas modalidades - cross-country, maratonas, endurance, downhill, ciclo-cross, pista, com mais de 300 eventos/ano.

#2 5.761

utilizadores

Total de Bicicletas 0,3%

2.051.031 utilizadores

#1 15.858

utilizadores

1.246.318

Total de Bicicletas

utilizadores

1,3%

Valor económico da bicicleta Não existem em Portugal estudos conhecidos sobre o valor económico da bicicleta e da mobilidade ciclável nas suas diferentes vertentes. Relativamente ao valor ligado à produção

#3 0,2% Total de Bicicletas

3.531

utilizadores

1.673.592 utilizadores

#4 3.203

utilizadores

394.235

utilizadores

Total de Bicicletas 0,8%

#5 1,0% Total de Bicicletas

2.525

utilizadores

249.912

utilizadores

Peso da bicicleta na repartição modal de transportes por sub-região

#1 #2 #3 #4 #5 48

Baixo Vouga

8.640

224.238

3,9%

Algarve

2.525

249.912

Grande Porto Pinhal Litoral Baixo Mondego

2.389

Grande Lisboa

1.818

1.224.331

0,1%

1%

#6 #7

Setúbal

1.713

449.261

0,4%

736.344

0,3%

#8

Lezíria do Tejo

1.556

133.447

1,2%

2.051

150.180

1,4%

#9

Oeste

1.320

203.592

0,6%

1.952

1.224.331

1,2%

#10

Cávado

939

243.126

0,4%

utilizadores

utilizadores

Peso da Bicicleta

utilizadores

utilizadores

Peso da Bicicleta

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DESTAQUE

industrial de bicicletas, os dados disponíveis mostram que ele representava em 2006 cerca de 71 milhões de euros, com um peso significativo relacionado com a exportação (PNPB, 2012). Dados mais recentes apontam para um volume de vendas próximo dos 200 milhões de euros (ABIMOTA, 2013). Existe a perceção empírica de que têm vindo a surgir um conjunto de novas atividades económicas relacionadas com a bicicleta, nomeadamente a organização de eventos turísticos e de lazer, a abertura de novas lojas de bicicletas e oficinas, componentes para bicicletas e vestuário/moda. Sem prejuízo de uma análise mais aprofundada, é possível concluir que a grande maioria dos negócios são recentes, têm uma estrutura de custos fixos baixa, um leque alargado de serviços prestados com uma relação de militância com a atividade, o que explica, em parte, a sua capacidade de resiliência neste período de crise. Existem dois segmentos de negócio emergentes que valerá a pena acompanhar. Um rela-

cionado com a produção e comercialização de bicicletas elétricas pelo seu potencial em territórios menos planos e em deslocações de média distância. Outro ligado com o turismo e lazer ciclável, uma atividade que mobiliza vi-

sitantes/turistas que se deslocam de bicicleta, em férias ou em lazer, de forma independente ou fazendo parte de viagens organizadas, que pode incluir o uso de outros transportes e recorrer a alojamento formal ou informal

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DESTAQUE

10 concelhos com mais utilizadores de bicicleta (em termos relativos)

#1 #2

16,9%

Murtosa

Baixo Vouga

5.275

893

9,7%

Ílhavo

Baixo Vouga

22.357

2160

#3

6,8%

Estarreja

Baixo Vouga

14.677

996

#4

6,7%

Golegã

Lezíria do Tejo

2.879

192

#5

5,9%

Mira

Baixo Mondego

6.032

355

#6 #7 #8

4,7%

Vagos

Baixo Vouga

12.865

669

3,9%

Vila Real de Stº António

Algarve

9.924

390

3,4%

Marinha Grande

Pinhal Litoral

22.013

745

#9 #10

3,1%

Anadia

Baixo Vouga

15.778

488

2,9%

Ovar

Baixo Vouga

32.325

935

Peso da Bicicleta

Municípios DSG

NUTS DSG

utilizadores

utilizadores

(Lumsdon, 2003). Sobre o segmento da bicicleta elétrica, alguns estudos mostram ser um dos ligados às duas rodas que mais está a crescer na Europa, podendo vir a representar em Portugal “um volume de negócio na casa dos 80 milhões de euros” (Paulo Rodrigues, ABIMOTA, JN 2013-11-21). No que concerne ao turismo ciclável, estudos recentes produzidos pelo Parlamento Europeu (DGIP, 2009) mostram que a atividade representa 2,8 mil milhões de viagens na Europa (26 milhões dos quais correspondem a viagens de turismo) e um valor aproximadamente de 54 mil milhões de euros (DGIP 2009), sendo fundamental para o seu desenvolvimento a criação de uma rede europeia de ciclovias (EuroVelo) que totaliza mais de 66 mil Km (75 por cento dos quais já construídos), que atinge 12,5 milhões de viajantes e um impacto económico de cerca de 4,4 mil milhões de euros. Curiosamente, esta rede só inclui um pequeno troço nacional, no sul do país.

Plataforma para a valorização económica da bicicleta Como já foi referido, a região de Aveiro é de longe a que possui maior número de utilizadores regulares de bicicleta e é também aquela onde o tema tem adquirido centralidade em termos das políticas públicas locais. Estes 50

0,5%

Média Nacional

Murtosa: sucesso com raízes na tradição De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, 17 por cento da população ativa da Murtosa – um concelho com 10.575 habitantes – utiliza a bicicleta como meio de transporte nas deslocações de casa para o trabalho, sendo este o valor mais elevado no nosso País. Esse valor até pode pecar por defeito, porque não contabiliza os estudantes e os reformados. A página de Internet ‘Murtosa Ciclável’ refere que mais de metade dos residentes utilizam a bicicleta com regularidade e cerca de 90 por cento da população escolar desloca-se neste meio de transporte. No passado, as pessoas utilizavam a bicicleta porque a alternativa era andar a pé. A morfologia do concelho também ajudava à mobilidade ciclável e pedonal, uma vez que a diferença de cota máxima é inferior a 1,20 metros. A maior elevação foi construída pelo homem, uma ponte que atravessa a ria de Aveiro na estrada até à praia e que no ponto mais alto se encontra cinco metros acima da água. Aproveitando a tradição histórica da bicicleta no concelho, a Câmara Municipal da Murtosa apresentou, em 2007, o projeto de mobilidade sustentável, numa parceria com a Universidade de Aveiro e a Agência Portuguesa do Ambiente. A iniciativa tinha como objetivo a utilização da bicicleta nas deslocações do dia a dia, como meio de transporte suave, amigo da saúde e do ambiente e o seu uso como meio privilegiado de descoberta e fruição do riquíssimo património natural e cultural local. O projeto permitiu a construção de mais de 40 quilómetros de vias cicláveis, entre troços específicos e partilhados. A estrada para a Torreira foi alargada e passou a dispor de ciclovias protegidas dos carros. Uma das preocupações da autarquia consistiu no planeamento e no desenho urbano para proporcionar condições mais favoráveis aos utilizadores de bicicleta. Para além dos residentes, a Murtosa também oferece condições aos turistas para a conhecerem de bicicleta. Os hotéis e as pensões receberam bicicletas, disponibilizando-as aos hóspedes, que as podem levantar e deixar nos locais assinalados. A segunda vertente do projeto ‘Murtosa Ciclável’ traduziu-se na implementação do Percurso Visitável da Natureza – NaturRia, que disponibiliza percursos cicláveis para conhecer a ria.

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DESTAQUE

factos não podem ser dissociados do facto de aí estar instalado o setor nacional de produção das duas rodas e sediada a sua associação nacional (ABIMOTA) e também do papel da I&D produzida na Universidade de Aveiro (UA) sobre esta matéria. Estas circunstâncias e o reconhecimento do enorme potencial instalado conduziram ao estabelecimento de um protocolo de colaboração entre a ABIMOTA e a UA que visou a promoção da bicicleta na sua dimensão social, económica e territorial (https://www.facebook.com/ValorEconomicodaBicicleta). Organizaram, nesse âmbito, em setembro do ano passado, um primeiro evento onde procuraram refletir sobre a oportunidade de promover o valor económico da bicicleta, enquadrado nas competências do SCT, e em particular da UA, e nas oportunidades de I&D do novo quadro financeiro europeu 2014-2020. A primeira conclusão que se retirou desse evento foi que o tema tem vindo a ganhar um crescente interesse enquanto objeto de I&D, medido pelo número de projetos relacionados com a mobilidade ciclável, nomeadamente na conceção de bicicletas com adaptação a utentes com necessidades especiais, a utilização de novos materiais e equipamentos (elétricos, por ex.) e a inovação em processos de fabrico, a conceção de pavimentos e redes de infraestruturas, o planeamento do território e a gestão da mobilidade, para além de investigação relacionada com temas complementares, nomeadamente com a saúde, o ambiente, o turismo e as TICE. A segunda conclusão foi a necessidade de desenhar um quadro tipológico de atividades associadas à fileira da bicicleta e que resultou na identificação dos seguintes domínios: > INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS DE APOIO – produção de novos materiais para pavimentos; organização, produção e gestão de sistemas de infraestruturas cicláveis; produção e comercialização de mobiliário urbano, sinalética e equipamentos apoio (oficinas, balneários, cacifos, estacionamentos); produção e comercialização de equipamentos de gestão de sistemas coletivos de bicicletas; > BICICLETA – produção de componentes e quadros, com novos materiais, design e mecânica; montagem de bicicletas; produção e/ou adaptação de acessórios e baterias elétricas; produção bicicletas adaptadas para utilizadores com necessidades especiais de mobilidade; comercialização e DEZEMBRO 2013

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aluguer de bicicletas; ensaios laboratoriais; produção de sistemas de montagem e gestão de stocks; > PRODUTOS – produção e comercialização de roupa (diário, desporto, lazer e turismo) e acessórios (capacetes); produção de Gadgets e TICE > SERVIÇOS PARA FINS MÚLTIPLOS – DIÁRIO, DESPORTO, LAZER E TURISMO – Transporte intermodal; Mecânica; Formação; Organização de eventos e atividades complementares (cultura, lazer, saúde); assistência (segurança e apoio médico); Alojamento e restauração ‘bike-friendly’; Edição de Guias e mapas; Num segundo evento, organizado em novembro, o 1.º WORKING-DAY «PLATAFORMA PELA VALORIZAÇÃO ECONÓMICA DA BICICLETA», procurou-se lançar as bases de um esforço colaborativo de mobilização de vontades e competências das várias universidades, associações do setor, empresas, autarquias e organizações de cidadãos pela promoção da bicicleta e das atividades que em torno dela se podem desenvolver, tendo sido convidadas personalidades que fazem negócios, produzem políticas, organizam eventos e promovem o uso da bicicleta em Portugal e que têm tido um papel relevante, visando ajudar a refletir sobre o «estado da arte» e começar a desenhar um plano de ação futuro, perspetivando o quadro europeu de financiamento 2014-2020. www.transportesemrevista.com

O futuro A criação de condições favoráveis ao uso da bicicleta e modos suaves nas cidades pode propiciar uma ambiência favorável ao desenvolvimento económico (gerar novas atividades com impacto na economia local), à melhoria do ambiente (redução da dependência do uso do transporte individual), ao fortalecimento das relações interpessoais (maior inclusão), com re51


DESTAQUE

Helena Dias – Ubiwhere «Algumas empresas nacionais estão ao nível de países como a Alemanha ou os Estados Unidos» Além do desenvolvimento e produção de bicicletas, desenho e planeamento urbano, comércio e reparação, o setor da bicicleta também constitui uma oportunidade para empresas de tecnologias de informação. Uma delas é a Ubiwhere, que se dedica ao fornecimento de serviços de consultoria e desenvolvimento de software para Redes Heterogéneas e Redes de Próxima Geração. As suas atividades envolvem ainda a investigação na área da Computação Úbiqua e a criação de serviços inovadores para dispositivos móveis. Especial ênfase é dado à área do Turismo, através de aplicações baseadas na localização dos utilizadores e que lhes enriqueça a experiência, caso do bikeemotion – o sistema de quarta geração de partilha de bicicletas. Segundo a responsável de Marketing e Comunicação da Ubiwhere, Helena Dias, «a inovação e a especialização têm trazido o necessário valor acrescentado ao setor em Portugal, permitindo o crescimento e aumento de competitividade internacional do setor», adiantando que as «dificuldades económicas e sociais que o País atravessa, e em que determinadas opções se têm tornado insustentáveis, levam a que o aumento da percentagem de utilização de meios de transporte mais sustentáveis seja uma medida a tomar com caráter de urgência». No entanto, salienta que é «importante o reforço da capacidade de desenvolvimento de novos produtos, integração de novos materiais e melhoria do design das bicicletas e seus componentes». Para Helena Dias, em Portugal existem “experties” para o desenvolvimento e produção de bicicletas, peças, equipamentos e acessórios, afirmando que um dos sinais é o valor das exportações, que indica que o setor «vale cerca de 200 milhões de euros, sendo o saldo comercial de bicicletas muito positivo». O aumento dos preços do petróleo e dos transportes públicos, assim como a redução do poder de compra dos portugueses têm conduzido muitas pessoas a mudanças de hábitos e a adotar a bicicleta para as suas deslocações. Estes dois fatores têm ainda levado a que haja um maior esforço de modernização das empresas produtoras de bicicletas, que têm vindo a investir para produzir produtos com alta qualidade. «No distrito de Aveiro é onde se concentra a indústria ligada à bicicleta e algumas das empresas chegam mesmo a estar ao nível dos países mais competitivos do Mundo, como os EUA e a Alemanha».

A responsável de Comunicação e Marketing da Ubiwhere é da opinião que as universidades estão atentas a esta oportunidade, apontando como exemplo a Universidade de Aveiro. «Além de trabalhar em parceria com a ABIMOTA (Associação Nacional dos Industriais de Bicicletas, Ciclomotores, Motociclos e Acessórios) para promover o valor económico, social e ambiental da bicicleta, é um dos nossos parceiros, a par da Ponto.C e da Micro I/O, no projeto bikeemotion – o sistema de 4ª Geração de partilha de bicicletas». As entidades governamentais estão igualmente sensibilizadas para esta temática, existindo iniciativas como o Plano de Promoção da Bicicleta e Outros Modos Suaves 2013-2020 (ciclAndo) e a possibilidade de transporte de bicicletas nos comboios. Ao nível municipal, existem também algumas iniciativas, como os sistemas de partilha de bicicleta como a Buga, em Aveiro, e a BiCas, em Cascais. Helena Dias acredita que existem condições para que as várias atividades ligadas à bicicleta se possam transformar num ‘cluster’.«Apesar de muitas entidades e os próprios portugueses estarem cada vez mais sensibilizados para o uso da bicicleta como meio de transporte, um cluster nacional ou internacional iria permitir estimular e orientar o crescimento do setor em termos de aumento da capacidade de I&DT, volume de negócios, exportações e emprego qualificado. Para que isso aconteça será necessário que haja articulação entre inovação, novas tecnologias, sistemas de informação e os demais componentes da mobilidade e, consequentemente, das diversas entidades públicas e privadas do setor». Para a economia nacional, uma das vantagens da constituição de um ‘cluster’ para o setor «reside na sua forma diferenciada de organizar a cadeia de valor que irá estimular o relacionamento e a difusão de informação entre empresas», afirma Helena Dias, salientando que «aspetos relacionados com a confiança e a transparência, assim como a transferência de conhecimento/ tecnologia entre as empresas do mesmo cluster aumentarão a competitividade face a intervenientes não agrupados e que atuam individualmente. Tal competitividade manifesta-se ao aumentar a produtividade, ao potenciar a inovação e ao estimular a formação de novos negócios».

percussões positivas na qualidade dos territórios e comunidades. Aproveitando o momento privilegiado de arranque de Ano Novo, deixa-se um conjunto de sugestões de reflexão e ação futura. Primeiro, procurar começar por perceber quem são os diferentes utilizadores da bicicleta (desporto, dia a dia, lazer e turismo, atividades radicais) e os contextos territoriais onde são usados (urbanos e rurais). Segundo, criar ou aperfeiçoar as plataformas de diálogo entre os diferentes atores que produzem políticas, fazem negócios, organizam eventos e promovem o uso da bicicleta, com o objectivo de influenciar a agenda da po52

lítica pública, as opções dos agentes económicos e os comportamentos individuais. Terceiro, apostar na criação de valor na fileira das atividades ligadas à bicicleta, em particular ligando-a à ciência e tecnologia, às artes e design, ao território e às comunidades, aproveitando o novo quadro europeu de apoios (2014-2020), cujos princípios orientadores ligados ao crescimento inteligente, sustentável e inclusivo estão próximos das preocupações e anseios dos atores envolvidos nesta temática. Por último, fica um desafio para aderirem a este esforço coletivo pela promoção do valor económico da bicicleta (valoreconomicodabicicleta@gmail.com). www.transportesemrevista.com

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ATUALIDADES fluviais e marítimas

Porto de Lisboa

Concurso para terminal de cruzeiros adjudicado ao único candidato

O porto de Lisboa adjudicou a concessão de serviço público do novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa ao único consórcio que entregou proposta. Constituído pela Global Liman Isletmeleri, Grupo Sousa, Investimentos, Royal Caribbean Cruises, e Creuers del Port de Barcelona, resultou da fusão dos três consórcios que, em agosto, se mostraram disponíveis para avançar. Pedro Costa Pereira

pedro.pereira@transportesemrevista.com

Depois de muitas negociações e algumas desistências, a APL – Administração do Porto de Lisboa, recebeu apenas uma proposta para a construção e concessão do novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, um projeto que irá representar um investimento de cerca de 22 milhões de euros. Na fase inicial, candidataram-se três consórcios: a Creuers, empresa catalã que gere atualmente cinco terminais em Barcelona e dois em Málaga e que já garantiu a concessão do terminal de cruzeiros de Singapura por um período mínimo de dez anos; o consórcio formado pela empresa turca Global Liman Isletmeleri (que gere os terminais de passageiros de Antalya, Bodrum e Kusadasi) e os portugueses da Mota-Engil; e o agrupamento de empresas que integrava a Royal Caribbean, Somague, SETH, Grupo Sousa e Pioneiros do Rio. Com a desistência da Mota-Engil e da Somague, as três propostas fundiram-se em DEZEMBRO 2013

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apenas uma, que envolve a Creuers, Global Liman, Royal Caribbean e Grupo Sousa. A Administração do Porto de Lisboa deliberou adjudicar a concessão do Terminal de Cruzeiros a este consórcio, depois de analisado o relatório final do júri do concurso internacional criado para o efeito, que considerou, por unanimidade, que a proposta se enquadra nos critérios estipulados nos termos do procedimento. A assinatura do contrato de concessão, que vigorará por 35 anos, ocorrerá depois do envio da respetiva minuta para o Tribunal de Contas e da pronúncia da Autoridade da Concorrência. O futuro concessionário propõe-se pagar à APL 300 mil euros por ano de taxa fixa e 0,22 euros por passageiro de taxa variável. A APL receberá, ainda, a contrapartida pelos serviços prestados (pilotagem e outros), que no ano de 2013 ascendeu a cerca de 2,5 milhões de euros. A proposta prevê o investimento de construção da nova gare de passageiros, um valor que a APL estima em cerca de 22,7 milhões www.transportesemrevista.com

de euros. O projeto da nova gare e envolvente é da autoria do arquiteto português João Carrilho da Graça e que participou na 13.ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza. Edifício pequeno e simples irá permitir a entrada e saída de passageiros de vários navios em simultâneo. Terá ainda um restaurante na cobertura, uma cafetaria, uma pequena zona comercial para serviços como correios e farmácias e espaços verdes. Importa também referir que o futuro concessionário do serviço público no Terminal de Cruzeiros de Lisboa congrega a experiência e as competências que advêm da gestão de vários terminais de passageiros no mundo inteiro, e do facto de incluir um dos maiores armadores do mundo e um armador português. A Global Liman Isletmeleri detém 40 por cento do consórcio, o Grupo Sousa, Investimentos tem 30 por cento, a Royal Caribbean Cruises tem uma participação de 20 por cento e a Creuers del Port de Barcelona participa com dez por cento. De acordo com o porto de Lisboa, a nova infraestrutura tem como principal objetivo “revitalizar a zona de Santa Apolónia, Alfama e Jardim do Tabaco, impulsionando as operações desta indústria neste espaço, trazendo mais turistas para a cidade e conseguindo assim dar benefícios para a economia”. O porto de Lisboa, com estas novidades, espera duplicar nos próximos 10 anos o tráfego atual, que conta com mais de 500 mil passageiros. 53


ATUALIDADES aéreas

A partir de França

Europe Airpost lança novos voos para o Porto

Fernando Pinto

TAP irá continuar a crescer em 2014 O presidente da TAP, Fernando Pinto, assumiu que 2014 “será uma nova etapa no crescimento da empresa”. Numa entrevista ao jornal da TAP, Fernando Pinto referiu que “o nosso tráfego tem crescido em 2013 na faixa dos cinco por cento. Vamos contar com seis novos aviões (dois para o longo curso e quatro para o médio curso) e iniciaremos a operação para dez novos destinos na Europa e América do Sul. Como temos obtido bons resultados nos novos desafios que temos enfrentado e há sinais positivos de que as economias - portuguesa e europeia – estão em recuperação, estamos confiantes de que 2014 será um excelente ano”. Segundo o presidente da TAP, o plano de negócios da empresa para 2016 aponta para o crescimento, mesmo sem privatização: “a TAP é estratégica para Portugal, temos registado fortes crescimentos em passageiros, assim como resultados positivos nos últimos sete anos, com exceção de 2008. Somos uma das empresas europeias que mais tem crescido. Isto mostra que a empresa tem conseguido ser competitiva e eficiente. Sei que temos, todos nós, a capacidade para nos mantermos nesta trajetória”.

Angola

Inavic assina acordo de cooperação com a Emirates

O Instituto Nacional da Aviação Civil de Angola (Inavic) assinou um acordo com a companhia aérea Emirates para uma cooperação ao nível da operação, formação, serviço de passageiros e carga e programa de passageiro frequente. Numa primeira fase, o acordo prevê que a TAAG e a Emirates trabalhem em conjunto ao nível dos serviços operacionais e comerciais de modo a posicionar a companhia angolana como líder na modernização do transporte aéreo no continente africano. Posteriormente, a Emirates irá ajudar a TAAG a estabelecer um novo modelo de enquadramento empresarial.

A Europe Airpost vai lançar, no verão de 2014, novos voos regulares para o aeroporto de Brest Bretagne (Bretanha) e Brive- Vallée (Aquitânia). Todas as sextas-feiras, entre 4 de julho e 29 de agosto de 2014, a Europe Airpost assegurará voos regulares que ligarão a cidade Invicta aos dois aeroportos franceses, por meio de um Boeing 737-300, com capacidade para 147 lugares. Os bilhetes serão vendidos a partir de 99 euros para voos simples. O valor inclui todas as taxas aeroportuárias e bagagem (até à franquia permitida). Segundo Jean-François Dominiak, diretor geral da Europe Airpost, “a nossa companhia sempre considerou a ligação das Regiões um eixo prioritário para o respetivo desenvolvimento. Com a abertura de uma linha que liga o Porto às duas regiões francesas que têm uma relação especial com Portugal, a Europe Airpost reforça a sua imagem de marca: os aviões ao serviço do Homem”. Já o responsável pelo aero­ porto do Porto, Fernando Vieira, destacou que “estas ligações aproximam os portugueses que vivem em França das respetivas famílias e contribuem para o desenvolvimento turístico destas regiões. Ao longo dos últimos anos, o mercado francês do Porto demonstrou a sua força e tornou-se atrativo para as companhias aéreas. Além disto, este mercado oferece, também, um potencial de crescimento”.

Até abril de 2014

TUIfly Nordic vai trazer dez mil nórdicos para Madeira A companhia aérea TUIfly vai transportar dez mil turistas escandinavos para a Madeira, entre 28 de novembro e abril de 2014. A companhia, que voou para a Madeira até 2006, regressa neste Inverno IATA de 2013/14 com uma operação direta da Escandinávia. Os voos com origem em Oslo e Estocolmo serão operados pela TUIfly Nordic, com equipamen54

to Boeing 737-800, com capacidade de 187 lugares. Os voos daquela operação tiveram início no dia 28 de novembro. Por sua vez, as ligações com origem em Copenhaga e Helsínquia arrancam a 6 e 13 de fevereiro, respetivamente, e serão operadas pela companhia ‘charter’ Jet time, com equipamento Boeing 737-300, com capacidade para 148 lugares. www.transportesemrevista.com

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ATUALIDADES aéreas

Em todos os voos dentro dos EUA

United Airlines permite utilização de aparelhos eletrónicos... Os clientes da United Airlines vão poder utilizar os seus dispositivos eletrónicos nos voos da companhia aérea americana desde o embarque no avião até à sua saída. A Uni-

ted está a disponibilizar cabines “electronics-friendly” em todos os voos das rotas principais dentro dos Estados Unidos da América, depois de ter recebido aprovação por parte da Federal Aviation Administration (FAA) para começar a permitir que os passageiros usem os seus dispositivos eletrónicos portáteis em todas as fa-

ses do voo. “Com esta alteração, os clientes da United podem usar, de forma segura, os seus portáteis e dispositivos eletrónicos mais leves – como tablets, e-readers, jogos e smartphones – em modo de “não-transmissão”, do início ao fim, salvo indicação contrária dos membros da tripulação”, refere a companhia.

...e termina 2013 com várias distinções da indústria A United Airlines, que lançou este ano a sua campanha de marca ‘flyer-friendly’, focada em criar experiências de viagem ‘user-friendly’ para os clientes, termina 2013 com vários prémios. Estas distinções reconhecem a companhia aérea pelos seus investimentos no seu programa de fidelidade MileagePlus e nos serviços de apoio ao cliente, bem como pelos Boeing 787 Dreamliner e os resultados a nível de responsabilidade ambiental: pelo 10.º ano consecutivo, os leitores da Global Traveler nomearam o MileagePlus como melhor programa de passageiro frequente. A United recebeu um tributo “Hall of Fame” pela

sua década de vitórias nesta categoria dos prémios “GT Tested Reader Survey”. Outras categorias em que a United foi reconhecida incluem: “Best Frequent-Flyer Bonus Program”; “Best Credit Card” e “Best Credit Card Rewards Program”, com o United MileagePlus Club Card da Chase; “Best Frequent-Flyer Affinity Credit Card Redemptions”, pelo United MileagePlus Explorer Card da Chase. Os leitores da Business Traveler também distinguiram o MileagePlus como “Best Frequent-Flyer Program” e reconheceram a United Airlines como “Best Airline for North American Travel”. Por sua vez, os leitores da Premier

13ª Dubai Airshow

A partir de 8 de maio

Airbus conquista 160 novas encomendas

Transavia vai ligar Porto e Funchal a Lyon

Durante a 13ª edição do Dubai Airshow, a Airbus conquistou um total de 160 novas encomendas e compromissos, sendo que estes negócios estão avaliados em cerca de 32,7 mil milhões de euros. Foram encomendados 50 aviões A380; 40 aviões A350-900; 10 aviões A350-1000; 26 aviões A321neo; 10 aviões A320neo; e 6 aviões A330-200F, refere a companhia europeia em comunicado. Em números, a Etihad Airways firmou a maior encomenda de aviões à Airbus no Dubai Airshow com a encomenda de 87 aeronaves; já a Emirates encomendou os 50 A380, num negócio de cerca de 15 mil milhões de euros. A Qatar Airways, Air Algérie e Lybian Wings foram algumas das várias empresas que fizeram negócio com a Airbus durante este evento. John Leahy, Chief Operating Officer Customers da Airbus, referiu que “com uma posição central do ponto de vista geográfico, com o seu forte crescimento económico e aglomerados de população a apenas um voo de distância, as operadoras do Médio Oriente estão a colher os benefícios do crescimento do tráfego. A conquista de encomendas no Dubai Airshow, o melhor de sempre para nós em termos de valor, é uma evidência clara de que a região do Médio Oriente está a investir nas aeronaves mais modernas e eficientes para capturar esse crescimento”. DEZEMBRO 2013

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Traveler selecionaram o MileagePlus como “Best Domestic Frequent-Flyer Program” e distinguiram a United pelo “Best 787 Layout”. No ano passado, o MileagePlus ganhou o prémio da revista para “Best Frequent-Flyer Program”. A Revista Air Transport World distinguiu a United como “Gold Eco-Airline of the Year”, em reconhecimento do compromisso da companhia aérea com a responsabilidade social, através do seu programa Eco-Skies. Pelo nono ano consecutivo, a United venceu na categoria de “Best American Airline serving China”, nos prémios de 2013 da Business Traveller na China.

A transavia.com tem já disponível para reserva as novas rotas Porto – Lyon e Funchal – Lyon, que serão inauguradas no dia 8 de maio. A ligação Porto – Lyon irá contar com dois voos semanais em ambos os sentidos (quintas-feiras e domingos), com preços a partir de 35 euros (em cada trajeto). A rota Funchal – Lyon terá igualmente dois voos semanais (também às quintas-feiras e domingos), com preços a partir de 80 euros na ida e de 70 euros na volta.

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INDÚSTRIA ferroviária

Otimização de recursos humanos

Siscog fornece sistema para caminhos de ferro holandeses...

Modelo Avenio T1

Siemens apresenta novos elétricos de Munique A Siemens apresentou ao público o primeiro dos oito novos elétricos construídos com base na plataforma Avenio que se destinam à cidade alemã de Munique. Os novos veículos foram adjudicados pelo concelho municipal de Munique para a empresa de transportes públicos de Munique (MVG) e representaram um investimento de 29 milhões de euros. Os novos elétricos vêm reforçar a frota deste tipo de veículos do operador e oferecem cerca de 220 lugares sentados. O Avenio constitui a nova plataforma de elétricos, que oferece um piso totalmente rebaixado e sem degraus de acesso. O interior é amplo e claro. Por uma questão de reforço da perceção de segurança, os passageiros têm uma visibilidade total de todo o veículo. A baixa carga sobre os eixos do Avenio permite-lhe circular em todas as linhas, mesmo aquelas mais antigas, minimizando o desgaste no elétrico e no carril, além de dimnuir o consumo de energia. Os engenheiros da Siemens também conseguiram reduzir substancialmente o ruído do elétrico em circulação e nas frenagens, um benefício não só para os passageiros, como também para os transeuntes e os residentes.

Os Caminhos de Ferro da Holanda (NS - Nederlandse Spoorwegen) escolheram a empresa portuguesa Siscog para implementar um sistema baseado num protótipo que otimiza a atribuição de trabalho diário ao pessoal de serviço e segurança do operador ferroviário. Segundo a Sicog, “o projeto abordou a criação de tarefas e turnos do pessoal de “Serviço & Segurança” num cenário em que claramente o número de trabalhadores não é suficiente para todas as tarefas. Um dos desafios foi escolher a melhor atribuição de trabalho, ou seja, o trabalho a atribuir que minimizasse o risco de incidentes, tais como a falta de segurança ou evasão ao pagamento de bilhetes”. O pessoal de S&S incluído no estudo pertence a um conjunto de 700 pessoas espalhadas por 13 regiões na Holanda. Este grupo trabalha 24 horas por dia, 7 dias por semana, em equipas de duas ou mais pessoas, e o seu trabalho consiste em patrulhar e fiscalizar as estações e comboios da NS, garantido a segurança dos passageiros e do seu próprio pessoal. Nas horas de ponta também prestam informação e assistência aos passageiros. Ernesto Morgado, admi­nistrador da Siscog, declarou que “não poderíamos estar mais satisfeitos com o excelente desempenho obtido neste projeto com a NS. Atingir o objetivo a que nos propusemos, a otimização deste tipo de turnos tão específicos, é deveras gratificante. É também sempre com grande satisfação que trabalhamos com a NS, nossa parceira de longa data, extremamente profissional, fidedigna e orientada para resultados”.

...e foi distinguida nos Prémios PME Inovação A SISCOG recebeu uma Menção Honrosa na categoria PME Inovadora durante o 10º Encontro Nacional de Inovação COTEC. A tecnológica portuguesa especializada em soluções de ‘soft­ ware’ para planeamento e gestão otimizada de recursos de operadores de transporte foi distinguida no evento organizado pela COTEC Portugal (Associação Empresarial para a Inovação) para promover empresas que, em váriores setores de atividade, se destacam por uma cultura e prática de inovação, contribuindo para um tecido empresarial mais dinâmico. “É uma grande honra receber esta distinção, uma vez que representa o reconhecimento do desempenho da equipa SISCOG”, salienta João Pavão Martins, CEO da SISCOG. “A expansão e prosperidade do nosso negócio são motivadas em grande parte pelas características valorizadas pela COTEC, nomeadamente espírito inovador e abertura à mudança”, adianta. Membro da rede PME Inovação COTEC desde 2006, este é o segundo prémio que a SISCOG recebe, tendo, em 2010, sido galardoada na categoria de “Produto Inovação” com o CREWS Real-time Dispatcher, ferramenta usada em diversos caminhos de ferro internacionais e que permite de forma rápida resolver problemas de despacho de pessoal no dia da operação.

Modelo Regio 2N

SNCF adjudicam 30 comboios regionais à Bombardier A SNCF adjudicou mais 30 comboios elétricos regionais de piso duplo ‘Regio 2N’ à Bombardier Transportation. A encomenda, que corresponde a um investimento de 277 milhões de euros, foi efetuada ao abrigo de uma opção de compra que estava prevista no contrato assinado por ambas as partes em 2010, elevando para 159 o número total de unidades deste modelo adjudicadas pelo operador ferroviário estatal francês. A entrega destes comboios deverá ocorrer entre junho de 2016 e abril de 2017. O comboio elétrico de piso duplo ‘Regio 2N’ está a ser produzido pela Bombardier Transportation na fábrica de Crespin, no norte de França. 56

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INDÚSTRIA rodoviária pesada

Na Europa

Otokar entregou primeiros autocarros Euro 6 O concessionário da Otokar do estado alemão da Baviera entregou seis autocarros midi Vectio C Euro 6 à empresa Meidenbauer Stadtbus, que opera no munícipio de Lauf. Aquela companhia é a principal cliente do fabricante turco na Alemanha e possui uma frota de 40 autocarros, que fazem serviços nas cidades de Lauf e Hersbruck, na região de Nuremberga.

Os seis Vectio C foram os primeiros autocarros entregues na Europa com motores Euro 6. A Otokar recorre a propulsores MAN D0836 LOH, de seis cilindros em linha e 6,87 litros, que desenvolvem uma potência de 250 cv. A transmissão está a cargo de uma caixa de velocidades automática Voith DIWA. Cada um destes veículos apresenta um comprimento de 9,3 metros e possui piso semirrebaixado (low entry). A sua estrutura autoportante com suspensão dianteira independente contribui para proporcionar um elevado nível de conforto e fácil manobrabilidade. Os autocarros entregues à empresa Meidenbauer Stadtbus possuem uma capacidade para 62 passageiros, incluindo 25 sentados, 32 de pé, lugar para cadeira de rodas e motorista.

Em autocarros de turismo

Follow-me Tours e Top Evasion apostam na Mercedes Os operadores de turismo Top Evasion e Follow-me Tours apostaram em autocarros Mercedes-Benz para equiparem as suas frotas. A Top Evasion, de Leiria, encomendou um veículo com 13 metros de comprimento e 53 lugares para reforçar a resposta às solicitações do turismo nacional e consolidar a qualidade do serviço da carreira internacional para Paris. O novo autocarro Mercedes-Benz Tourismo iniciará operações no início de 2014 e estará equipado com motor Euro 5 de 408 cv, caixa de velocidades automatizada Mercedes-Benz GO 240-8 PowerShift. O veículo terá bancos Travel Star Xtra em estofos Lux­ line, ar condicionado, cama de motorista, leitor de CD e DVD com ligação USB, Wi-fi, monitores LCD. Por sua vez, a Follow-me Tours, de Faro, adjudicou o fornecimento de um chassis Mercedes-Benz OC 500 RF, equipado com motor Euro 5 de 428 cv, caixa de velocidades automatizada, controlo de tração, travão contínuo, intarder integrado, tempomat, suspensão independente à frente, jantes em liga de alumínio e outros atributos orientados para a maior segurança e conforto, estando preparado para o carroçamento especializado.

Com motores Euro 6

VDL fornece autocarros articulados a Amesterdão O operador de transportes públicos de Amesterdão, GVB, encomendou 23 autocarros articulados de piso baixo Citea SLFA à VDL Bus & Coach, que deverão ser entregues até ao final de fevereiro de 2014. Aqueles autocarros de transporte público serão os primeiros Euro 6 que o fabricante irá colocar em operação na Holanda. A opção da GVB recaiu na variante de 18 metros do Citea SLFA, com três portas, sendo a primeira de folha simples e as outras duas de folha dupla. Na fase de desenho do Citea SLFA foi dada uma atenção especial ao fluxo de passageiros entre a porta de entrada e as portas de saída. Os autocarros Citea SLFA receberam motores Cursor 9 Euro 6, de origem FPT (Fiat Powertrain Technologies), que desenvolvem uma potência de 310 cv. A transmissão é assegurada por uma caixa de velocidades ZF EcoLife. Os autocarros para a GVB dispõem de 46 lugares sentados (mais seis e mais um) e 77 lugares em pé. A utilização de materiais mais leves permitiu reduzir a tara do Citea, o que se traduz num consumo de combustível inferior e baixas emissões de gases com efeito de estufa. o fabricante para assegurar as necessidades de manutenção e reparação. A previsibilidade do valor dos custos de manutenção e um bom consumo de combustível foram os principais motivos que levaram a BVG a optar pela Scania. Esta é a segunda encomenda signficativa que a Scania conquista na área dos autocarros na Alemanha num curto período de tempo. Em maio deste ano, a ADAC Postbus adjudicou mais de 60 autocarros para serviço expresso que terão de ser entregues ao início de 2014. A maioria daqueles veículos já foram colocados ao serviço em 30 cidades alemãs.

Berlim encomenda 156 articulados à Scania A BVG (operador de transportes públicos de Berlim) encomendou um total de 156 autocarros urbanos articulados à Scania, que deverão ser entregues entre 2014 e 2017. Os veículos do modelo Citywide irão ser equipados com motores Euro 6 e caixas de velocidades automatizadas. O contrato prevê ainda uma colaboração estreita entre o operador e DEZEMBRO 2013 TR 130

Contrato com GVB

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INDÚSTRIA rodoviária pesada

Com 190 autocarros

Volvo fornece sistema BRT de San Salvador A Volvo Buses Latin America ganhou um contrato para o fornecimento de 190 chassis de autocarro para o Sistema Integrado de Transportes de San Salvador, a capital de El Salvador. Os veículos serão carroçados pela Marcopolo e serão operados em corredores de via dedicada (BRT). A encomenda inclui 60 autocarros articulados e 130 ‘standard’. Quase todos os veículos serão equipado com o sistema de gestão de frotas da Volvo Buses, que auxilia os operadores a melhorarem

a eficiência energética. Os autocarros foram adquiridos por um consórcio constituído pelas empresas Sipago e Subes. As primeiras 40 unidades serão entregues ainda este mês e as restantes na primavera de 2014. Os 60 autocarros articulados são do modelo Volvo B340M, com 21 metros de comprimento e uma capacidade para 180 passageiros. Os 130 veículos ‘standard’ são do modelo Volvo B290R, que pode transportar 90 passageiros. Os autocarros articulados

Incluindo 125 tróleis

77 autocarros

Solaris vai entregar 300 autocarros na Letónia

Scania entrega primeira frota Euro 6 na Austrália

A Solaris Bus & Coach ganhou um concurso para o fornecimento de 300 autocarros para o operador de transportes públicos da capital da Letónia, Rigas Satiksme, que serão entregues entre 2014 e 2018. O contrato prevê o fornecimento de 175 autocarros diesel – 115 articulados Urbino 18 e 60 standard Urbino 12 – e 125 tróleis articulados, que serão produzidos pela Solaris em cooperação com a Skoda Electric. Os contratos têm uma cláusula para um aumento das encomendas até 30 por cento. A Solaris já entregou 253 autocarros na Letónia, incluindo 223 que foram adquiridos pelo operador de transportes públicos de Riga. Aquele número abrange autocarros e tróleis. Além da capital, os veículos da Solaris também estão em operação em Daugavpils.

Em 470 autocarros

Alsa adota FleetBoard para gerir frota

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virão equipados com ‘Alcolock’, (que funciona como alcoolímetro), travões de discos com sistema ABS/EBS, controlo eletrónico de tração, suspensão eletrónica e caixa de velocidades automática. Quase todos os veículos terão instalado o sistema de gestão de frotas da Volvo Buses, que disponibiliza ao operador dados relativos ao consumo de combustível, emissões de poluentes, horas de operação e velocidade média de cada veículo na frota e também de cada motorista. Ao acompanhar a posição de cada autocarro em tempo real é possível identificar atrasos, problemas ou desvios nas carreiras, além de gerar um histórico de posição geográfica.

O governo do Território da Capital da Austrália adjudicou à Scania o fornecimento de 77 autocarros urbanos Euro 6. A ACTION (Australian Capital Territory Internal Omnibus Network) é a primeira empresa de transportes públicos da Austrália a adotar a tecnologia Euro 6. “A ACTION decidiu assumir a liderança na introdução da tecnologia de emissões Euro 6 nas frotas de autocarros na Austrália”, afirma Trevor O’Brien, responsável pela área de negócio de autocarros da Scania Austrália. A primeira parte da encomenda de 77 autocarros urbanos de dois eixos, equipados com motores de nove litros, irá decorrer até ao final de junho de 2014. A ACTION recebeu recentemente 33 autocarros articulados novos Scania que se vieram juntar aos 26 autocarros de 14,5 metros e aos 54 autocarros a gás natural também fornecidos pelo fabricante sueco. Os novos autocarros urbanos de 12,5 metros serão carroçados pela empresa australiana Custom. Os veículos terão 48 lugares sentados e 18 de pé.

O operador espanhol de transporte rodoviário de passageiros Alsa instalou o sistema de gestão de frotas FleetBoard em 470 autocarros das marcas Mercedes-Benz e Setra para reforçar a segurança e a qualidade da sua frota. Entre as vantagens deste sistema, destaque para uma redução no consumo de combustível em aproximadamente sete por cento, com a consequente diminuição nas emissões, que permite à empresa cumprir o seu compromisso com a sustentabilidade ambiental. “Menor consumo, maior rendibilidade”, refere o diretor geral de manutenção e compras da Alsa, Victor López. “Oferecemos um serviço seguro e eficiente aos nossos passageiros”, afirma o responsável. “Isso só é possível com uma aposta na tecnologia e na inovação”. O sistema FleetBoard também www.transportesemrevista.com

possibilita a otimização dos processos através da descarga remota dos dados dos tacógrafos, além de disponibilizar alertas para manutenção ou a manutenção à distância. O sistema FleetBoard, desenvolvido pela Daimler, oferece, entre outras funcionalidades, a localização de cada veí­culo da frota por satélite (GPS), a troca de dados entre os veículos e a central da empresa por sistema GPRS, assim como toda a gestão da informação através de um portal de acesso reservado na Internet. A Alsa transporta anualmente mais de 240 milhões de passageiros e a sua frota de 2.500 autocarros percorre mais de 320 milhões de quilómetros. Cerca de 90 por cento da frota desta empresa espanhola, detida pelos britânicos da National Express, é constituída por autocarros Mercedes-Benz e Setra. TR 130 DEZEMBRO 2013


INDÚSTRIA rodoviária pesada

Para a Suécia

VDL fornece primeiros autocarros Futura FMD2 A VDL Bus & Coach assinou um contrato com o operador sueco Byberg & Nordin para o fornecimento de 44 autocarros, incluindo 27 unidades do Futura FMD2, além de quatro unidades do Futura FHD2, oito do Citea LLE e cinco do MidEuro. Todos os autocarros serão equipados com motores Euro 6, estando as entregas previstas para meados de 2014 para utilização em serviços de transportes públicos. Para a VDL, esta foi a primeira encomenda importante da versão FMD2 da gama Futura. As unidades adjudicadas pela Byberg & Nordin possuem 12,9 metros de comprimento, motor Euro 6 DAF MX-11 240, com 330 cv, caixa de velocidades totalmente automática da ZF e podem transportar 49 passageiros. Estes autocarros serão utilizados em linhas regionais, podendo também operar em serviços ocasionais ou interurbanos. A altura do piso de 1,25 metros facilita a entrada no autocarro e o avanço no seu interior. Tal como o FHD2, o FMD2 possui piso plano sem áreas sobre-elevadas. Em termos de custo de operação, a tara baixa, o baixo consumo de combustível, a elevada lotação, o espaço generoso para bagagens e os baixos custos de utilização tornam o FMD2 num investimento rentável.

Segundo contrato na capital russa

Scania e Grupo GAZ entregam 120 autocarros a Moscovo A Scania e o grupo russo VAZ vão fornecer 120 autocarros à empresa Mosgortrans, que irão ser colocados em operação na cidade de Moscovo. Este é o segundo grande contrato para a entrega de autocarros urbanos para o sistema de transportes públicos de Moscovo. Recentemente, a Scania e o Grupo VAZ entregaram 709 autocarros à empresa Mostransavto, que entraram ao serviço na região de Moscovo e em Soichi. Os autocarros para a Mosgortrans são idênticos aos do fornecimento anterior e correspondem ao modelo Golaz Voyage. Os veículos assentam em chassis Scania de dois eixos equipados com motores Euro 4 SCR. Todos os autocarros possuem caixa de velocidades automatizada Scania Opticruise. Além disso, 50 autocarros serão dotados com plataformas para passageiros de mobilidade reduzida. A Mosgortrans é uma empresa estatal e um dos maiores operadores de transportes públicos da Europa. A empresa opera as redes de autocarros, troleicarros e elétricos da capital russa e transporta diariamente mais de 5,5 milhões de pessoas. A frota atual é superior a 5.300 autocarros.

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indústria rodoviária pesada

Para turismo, interurbano e transporte escolar

CaetanoBus lançou miniautocarro iTrabus S30 iTrasbus S30 é o novo miniautocarro da CaetanoBus que foi desenvolvido para transporte interurbano, turismo e escolar. Carroçado com base em chassis Iveco Daily, apresenta um comprimento de 8,4 metros e encontra-se disponível em versões que oferecem 29 e 31 lugares sentados. 60

Carlos Moura Pedro

carlos.moura@transportesemrevista.com

Fotos: Augusto C. Silva

A CaetanoBus apresentou o novo miniautocarro iTrabus S30 num evento onde foi assinado um acordo de cooperação entre o principal fabricante português de carroçarias de autocarros e a PortoeNorte, entidade responsável pela promoção do Turismo do Porto e Norte de Portugal. Acrónimo de Iberian Transport Bus (iTrabus), o novo minibus da CaetanoBus foi desenvolvido para transporte interurbano, turismo e escolar, estando disponível em www.transportesemrevista.com

versões que oferecem entre 29 e 31 lugares (mais guia e motorista). O novo modelo vem substituir o lendário Optimo, cujo motor diesel Toyota não está preparado para cumprir a norma de emissões Euro 6. O iTrabus S30 assenta em chassis Iveco Daily 70C21, equipado com motor turbodiesel de 3,0 litros de origem FPT (Fiat Powertrain), que desenvolve uma potência de 205 cv. Para garantir um elevado grau de segurança aos passageiros, o veículo conta com sistema de antibloqueio das rodas (ABS), distribuição eletrónica da força de travagem (EBD), programa eletrónico de esTR 130 DEZEMBRO 2013


indústria rodoviária pesada tabilidade (ESP) e controlo de tração (ASR). Com o objetivo de assegurar uma maior comodidade, a suspensão traseira é pneumática. Com um comprimento exterior de 8,4 metros, uma largura de 2,47 metros e uma altura de 3,25 metros, é o primeiro autocarro da CaetanoBus com carroçaria em longarinas estampadas nalgumas áreas em lugar de uma estrutura tubular. Aquela solução, segundo o CEO da empresa, Jorge Pinto, permite uma «diminuição do peso e aumento da resistência», possibilitando igualmente a disponibilização de mais dois lugares por veículo do que a média do segmento em veículos desta categoria. «Em termos de carroçaria é o primeiro grande exercício em termos de competitividade a nível europeu, uma vez que procuramos encontrar fornecedores em toda a Europa. Saímos um pouco da nossa cadeia de abastecimento tradicional para oferecer ao mercado um produto com um preço muito competitivo». A estrutura da carroçaria, em aço inox, cumpre o Regulamento CE 66.02 e foi construída segundo a diretiva 2001/85. Em termos de imagerm exterior apresenta linhas fluídas e um design aerodinâmico que contribui para uma maior eficiência energética e para uma maior estabilidade do veículo. A generosa grelha frontal constitui um elemento distintivo da identidade da marca Caetano. Os vidros são duplos e escuros. A configuração interior, por sua vez, foi pensada no conforto do motorista e dos passageiros. A entrada é ampla e o espaço entre bancos é generoso, facilitando a circulação das pessoas. Os bancos são duplos e possuem encosto ajustável, além de deslocamento lateral. Os bancos do passageiros – Voegel Eco 10 Deluxe – são de

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dois ou três pontos de fixação. Cada lugar é reclinável e dispõe de saída de luz e ar. O soalho é tipo madeira, enquanto o corredor recebeu um sistema de iluminação através de luzes LED’s. Para transporte de bagagens, o iTrabus S30 conta com uma compartimento traseiro que oferece um volume útil até 3 m3, além de bagageiras laterais. A primeira versão do iTrabus S30 a ser apresentada foi a de turismo, que oferece uma lotação para 29 lugares sentados (mais guia e motorista), e em janeiro de 2014 irá começar a ser produzida a variante para transporte escolar, menos luxuosa e com vidros simples em vez de duplos, que possui uma capacidade para 31 lugares sentados (mais guia e motorista) e divisória atrás do condutor. No que se refere à manutenção, a CaetanoBus refere que a qualidade dos materiais utilizados garante uma maior longevidade da carroçaria e um melhor retorno sobre o investimento. Em caso de necessidade, os principais componentes são de fácil acesso para facilitar as operações de reparação ou substituição. Além disso, a fábrica disponibiliza o portal Extranet Caetano para assistência direta de após-venda.

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Equipamento Série: ar condicionado, aquecimento por convetores, rádio CD, microfone para guia e motorista, espelhos retrovisores elétricos com desembaciador, pára-brisas com resistência de aquecimento integrada, travão elétrico Telma. Opcional: pré-aquecimento Webasto, arca frigorífica, vidros simples, sensores de estacionamento, câmara traseira, rádio com leitor DVD, sistema de navegação, ar condicionado com saídas independentes para motorista e compartimento dos passageiros, banco do motorista com aquecimento, bancos em pele, indicador eletrónico frontal de destino, engate para reboque, rampa para passageiros de mobilidade reduzida na porta traseira, divisória atrás do motorista (transporte escolar).

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indústria rodoviária ligeira

Renault Kangoo Extrem

Questão de imagem e equipamento

Generoso espaço para bagagens e passageiros são os principais atributos do Renault Kangoo de cinco lugares, que recebeu a nova motorização 1.5 dCi Energy, de 90 cv, que inclui sistema de ‘Start & Stop’. A gama foi alargada com uma nova versão denominada Extrem, que oferece um nível de equipamento equiparado ao automóvel e uma imagem mais requintada. Carlos Moura Pedro

carlos.moura@transportesemrevista.com

Assumindo-se como o topo da gama Kangoo, o Extrem adota todas as alterações estéticas introduzidas pela marca neste modelo, designadamente a nova grelha frontal, que é facilmente identificável pelo logotipo maior e em posição mais vertical, a barra escura com friso cromado e os grupos óticos revistos. Além disso, conta com algumas diferenças específicas desta versão, que têm como objetivo criar uma distinção mais acentuada entre 62

as variantes de passageiros e de mercadorias. Assim, o Kangoo Extrem apresenta um pára-choques bicolor – preto brilhante e cromado –, jantes especiais de 15 polegadas, vidros traseiros escurecidos, barras no teto e decorações laterais que transmitem um aspeto mais desportivo. Os espelhos laterais e os grupos óticos traseiros também foram redesenhados. O habitáculo mantém as caraterísticas conhecidas da gama Kangoo. Apesar de os plásticos serem rijos, o tablier denota uma razoável qualidade de construção, sendo agradável à vista. A consola central foi redesenhada e www.transportesemrevista.com

aloja os comandos da ventilação, ar condicionado, rádio e também a alavanca da caixa de velocidades. A coluna de direção, oriunda dos modelos do segmento C da Renault, é idêntica à do Scénic, sendo ajustável em altura e possui comandos satélite para o rádio. O interior do Kangoo Extrem oferece uma lotação para cinco passageiros, dois à frente e três atrás. O acesso aos lugares traseiros é efetuado através de duas portas laterais deslizantes, que são de série. Tanto na dianteira como na traseira, o espaço é mais do que generoso para os utilizadores, sendo este um TR 130 DEZEMBRO 2013


indústria rodoviária ligeira dos grandes argumentos deste modelo. Os bancos traseiros dispõem igualmente de fixações Isofix para cadeiras de criança. Os painéis das portas possuem revestimento que tapam quase por completo a chapa do veículo. Espaço para arrumações também não falta, desde as tradicionais bolsas nas portas, passando pela prateleira por cima do pára-brisas, o porta-luvas fechado ou o compartimento

com tampa entre os bancos dianteiros. Por sua vez, os passageiros dos bancos de trás também têm ao dispor uma prateleira de arrumação sob o tejadilho com portas tipo avião. O compartimento das bagagens oferece um volume útil de 0,66 m3, com os bancos traseiros em posição normal, podendo ser ampliado até aos 2,6 m3, caso sejam todos retirados. As diferentes possibilidades de rebatimento dos bancos traseiros permitem uma modularidade praticamente à medida. Será de referir que o acesso à bagageira se efetua através da abertura de um portão basculante. Este compartimento dispõe de um tapa-bagagens. Como versão de topo da gama Kangoo, o Extrem conta com um nível de equipamento significativo, que inclui, de série, ar condicionado com comando manual, autorrádio com leitor de CD, ligação MP3 e Bluetooth, airbag duplo, computador de bordo, fecho central de portas com telecomando, vidros e espeDEZEMBRO 2013 TR 130

lhos com comandos elétricos, faróis automáticos. A gama pode ser dotada com outros equipamentos propostos como opcionais, caso do programa eletrónico de estabilidade (ESP), que inclui o controlo de tração e o auxiliar de arranque em subida, e dos sensores de estacionamento traseiros. O Renault Kangoo passou a dispor de uma nova geração de motores turbodiesel, denominados Energy dCi, que foram construídos com base tecnologia desenvolvida na Fórmula 1. Com uma cilindrada de 1.461 cc, desenvolve uma potência de 90 cv às 4.000 rpm e um binário de 200 Nm às 1.750 rpm. Com o objetivo de reduzir o consumo em aproximadamente um litro por cada cem quilómetros relativamente ao seu antecessor, incorpora sistemas como o ‘Start & Stop’ (que desliga o motor sempre que o veículo está parado em ‘ponto-morto’) e a recuperação de energia na travagem e desaceleração. Ainda para poupar combustível, o Kangoo recebeu um indicador de mudança de velocidade (que consiste numa luz verde que se acende no painel de instrumentos) e a função Eco Mode, a qual ajusta o binário do motor entre as 1.500 e as 2.500 rpm, faz acender o testemunho do indicador de mudança de velocidade e o curso do pedal do acelerador. No que se refere ao consumo de combustível médio – para uma utilização em condições reais num misto de cidade, extra-urbano e autoestrada, o computador de bordo indicou um valor de 5,5 l/100 km, que é superior aos 4,3 l/100 km anunciado pela marca, mas a unidade ensaiada tinha pouco mais de mil quilómetros. Outro ponto forte deste motor em termos de custos de utilização consiste num intervalo de manutenção alargado de 30.000 para 40.000 km. Para assegurar uma melhor condução em condições de estrada mais difíceis, existe um botão no lado esquerdo do condutor que aciona a função ‘Extended Grip’, a qual otimiza o controlo de tração para facilitar o arranque ou a condução a baixas velocidades nessas situações. Com um preço de venda ao público de 24.580 euros, o Kangoo Extrem consiste numa solução interessante para frotistas, autarquias, organismos estatais e também particulares, uma vez que oferece um amplo espaço disponível para cinco ocupantes e bagagens, uma imagem requintada e desportiva, um equipamento alargado, um baixo consumo de combustível e intervalos de manutenção ampliados. www.transportesemrevista.com

FICHA TÉCNICA

Motor/Chassis cilindrada 1.461 cc cilindros/posição 4/em linha combustível Gasóleo potência (cv/rpm) 90/4.000 binário (Nm/rpm) 200/1.750 tração Dianteira velocidades Manual/5 travões fr/tr discos ventilados/discos susp. Dianteira Independente, do tipo pseudo McPherson susp. Traseira Eixo rígido de torção

Carroçaria comp/larg/alt. (mm) dist. entre eixos (mm) peso bruto (kg) tara (kg) nº lugares

4.321/1.829/1.810 2,697 1,950 1,320 5

Performance e consumos vel. Máxima (km/h) capacidade depósito (l) consumo médio (l/100 km)

160 60 4.3

Equipamento de série airbag duplo, ar condicionado manual, autorrádio com leitor com RDS, Leitor CD e ligação Bluetooth, controlo eletrónico de travagem, fecho portas centralizado com telecomando, computador de bordo, direção assistida, faróis automáticos, vidros elétricos dianteiros, espelhos reguláveis eletricamente e aquecidos, prateleira de arrumação superior com portas tipo avião

Opções ESP, controlo de tração, auxílio ao arranque em subida, sensores estacionamento traseiros, pintura metalizada, jantes 15”

Preço Preço base Preço versão ensaiada

24580 euros 25630 euros

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indústria rodoviária ligeira

Mercedes-Benz Sprinter 4x4

Quando as condições se degradam...

A Mercedes-Benz passou a disponibilizar uma versão do modelo Sprinter com tração integral que se destina a garantir a mobilidade quando as condições de piso são mais severas. Carlos Moura Pedro

carlos.moura@transportesemrevista.com

Na sequência de condições climatéricas adversas que ocorrem durante o inverno, que se traduzem em pisos com neve, gelo ou lama, a Mercedes-Benz dezenvolveu uma nova variante com tração integral do modelo Sprinter, que garante mobilidade em situações mais complicadas. O novo Mercedes-Benz Sprinter 4x4 é o único modelo com peso bruto até cinco toneladas que vem equipado de fábrica com programa eletrónico de estabilidade (ESP), disponibilizando tração adicional em condições de piso mais exigentes. Como furgão de passageiros (combi) ou miniautocarro, o Sprinter 4x4 pode transportar passageiros entre os hoteis e as estâncias de esqui. No período do verão pode efetuar percursos turísticos fora de estrada, em locais onde os veículos tradicionais não conseguem aceder. O Mercedes-Benz Sprinter 4x4 dispõe de um sistema de tração integral que é ativado através de um simples botão, passando o binário a ser distribuído numa relação de 35:65 entre o eixo dianteiro e o traseiro. Nesta situação, o sistema eletrónico de tração 4ETS passa a assumir o co64

mando da tração; o condutor necessita apenas de dosear cuidadosamente o pedal do acelerador e o volante, enquanto a tecnologia toma conta do resto. O sistema ESP adaptativo está sempre ativo, mesmo quando a tração integral está engrenada. Esta combinação de tração integral e segurança ativa só está disponível neste segmento no Sprinter. Em opção, o Sprinter 4x4 pode ser equipado com um sistema de redutoras que permite uma progressão ainda mais tranquila em terrenos mais difíceis. Quando o condutor seleciona as ‘baixas’, a relação de diferencial é mais curta em 42 por cento. Outra opção é o novo sistema DSR (Downhill Speed Regulation), que mantém constante a velocidade pré-selecionada durante uma descida. Apesar de o Sprinter 4x4 não ser um veículo de todo-o-terreno, a carroçaria foi elevada em 11 centímetros na dianteira e em oito centímetros na traseira com o objetivo de otimizar as capacidades em fora de estrada. Em função da motorização, o ângulo de ataque do Sprinter 4x4 é 20 por cento superior relativamente ao Sprinter convencional com tração traseira. Além disso, o sistema de tração integral representa apenas um acréscimo de 120 quilogramas na tara do veículo. www.transportesemrevista.com

O consumo de combustível também não é muito superior ao do Sprinter convencional. A marca alemã refere um acréscimo entre 0,4 e 0,8 l/100 km. Por exemplo, o consumo médio anunciado do Sprinter 313 BlueTec 4x4 é de 8,3 l/100 km. O novo Sprinter 4x4 recebeu uma nova gama de motores que permite respeitar a futura norma de emissões Euro 6. Está disponível um motor diesel de quatro cilindros em linha de 2,15 litros que é proposto em níveis de potência de 129 e 163 cv, e um propulsor diesel de 3,0 litros com 190 cv. O novo Sprinter 4x4 não é só mais potente e amigo do ambiente, como também é um dos mais seguros do segmento graças aos cinco novos sistemas de assistência: assistente de ângulo morto, assistente de vento lateral, assistente de faixa de rodagem, assistente de máximos e Collision Prevention Assist (avisa visual e acusticamente se o condutor se aproximar demasiado de um veículo ou obstáculo, ajudando-o no caso de uma travagem de emergência). TR 130 DEZEMBRO 2013




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