TREVL 17 — Inverno 2018 (amostra)

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4,50€ (Continente) IVA Inc.

LifeUnloaded

Tea2Wine

Las Americas

Aida e as gentes

Zé Duarte

Paulo Marques

África • América central • madeira • Transnístria

1


Destinos

África

3 9 África do Sul Angola Argélia 3 Botsuana Congo (R. D.) Egipto Etiópia Gâmbia Malaui 6 10 14 10 13 Marrocos 1 2 14 Mauritânia 4 9 Moçambique 3 4 Namíbia Quénia Ruanda Sahara Ocidental 1 14 São Tomé e Príncipe 2 Senegal (Dakar) Sudão Sri Lanka Tanzânia 3 4 Zâmbia

15 17 4 9 1 15 17 9 10 9 9 9 17 4 15 16 17 9 17 15 17 15 17 4 9 9 10 9 17 5 9 17 2 9 10 9 15 15 17

Ásia

Arménia Azerbeijão Burma (Myanmar) Camboja China Geórgia 3 Índia Indonésia Irão Iraque Japão Laos Malásia Mongólia Nepal Paquistão Quirguistão Tailândia Tajiquistão Timor-Leste Turquemenistão Usbequistão Vietname

Oceânia Austrália

América

Conheça aqui quais os destinos de viagem de moto sobre os quais já publicámos, tanto na TREVL, como na REV.

Nesta edição

Os destinos incluídos nesta edição estão destacados com um fundo amarelo.

Edições passadas

Cada entrada nas tabelas seguintes tem a indicação de qual o número onde foi publicada (a amarelo na TREVL, a azul na REV).

Interactivo

Para uma experiência mais interactiva com visualização sobre o mapa-mundo, sugerimos visitar o nosso site na secção «TREVL no Mundo».

98

«Alasca» (EUA) Argentina 4 6 13 Belize Bolívia 4 Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica El Salvador Equador 6 EUA Guatemala México Nicarágua Panamá Paraguai 6 Peru 6 Uruguai Venezuela

7 8 15 16 6 7 9 11 9 12 15 16 7 8 9 11

5 7 8 4 7 8 9 8 9 14 15 9 9 9 7

8 8 9 13 7 17 14 17 14 9 9 13 9 11 11 9 11 9 9 16 11 11 13

7

5 11 7 10 11 12 17 5 4 11 7 11 12 6 7 8 16 17 5 4 10 11 12 17 4 5 7 8 5 8 17 5 8 17 4 7 17 5 7 12 15 16 2 5 8 17 12 16 17 5 8 17 5 8 17 6 11 5 4 7 11 12 4 7 10 11 17 4 8

Europa

7 Albânia Alpes 3 Balcãs Bielorússia Bósnia e Herzegovina Bulgária Córsega Croácia Dinamarca 1 Espanha 1 Escócia Eslovénia Gales Grécia Georgia Inglaterra Irlanda Islândia Itália Letónia Kosovo Moldávia Montenegro 1 Noruega Pirenéus Polónia Roménia 3 7 Rússia Sérvia Suécia 2 7 8 11 Turquia

Portugal

10 11 15 1 2 17 7 15 17 9 7 15 7 1 7 8 14 4 5 7 5 6 12 7 2 7 11 17 2 6 2 1 3 5 7 9 2 7 15 17 7 15 8 13 14 1 5 7 9 14 16 17 8 11 14 2 7 15 14 12 14 17

Açores Alto Alentejo Alta Estremadura Alto Douro Beira Baixa Madeira (ilha da) Serra Algarvia Serra da Arrábida S. de Aires e Candeeiros Tejo dos Castelinhos

Espanha

Deserto de Bardenas Galiza Picos de Europa Ruta de la Plata Sierra Norte

12 7 13 3 2 10 13 17 1 1 7 10 1

5 12 1 5 4 7 7


Editorial

A Escola

F

oi na escola que fizemos os nossos primeiros grandes amigos, que conhecemos aqueles que ainda hoje estão a nosso lado. Nela, coleccionámos alegrias, frustrações e amores, até. Estreámo-nos a resolver desafios, a ultrapassar obstáculos e a encontrar soluções. Por vezes, fizemo-lo pela mão de gente mais experiente sem problemas em partilhar a sabedoria que os anos e a vida lhes deu. Houve alturas em que os desafios foram vencidos, sozinhos, connosco próprios. Mas foi em equipa que vibrámos mais com as conquistas, pois quando se partilham os sucessos, estes parecem melhor perdurar no tempo, quando recordados em volta de uma mesa com amigos, numa esplanada ao sol, a planear as próximas aventuras. Viajar é isto tudo — estão lá todas estas semelhanças. Viajar é uma escola. Talvez por isso, o artigo de Aida — a mais recente TREVLer — não pudesse vir mais a propósito. Ela fala sobre como a sua viagem se tem tornado mais rica e marcante pelas pessoas e amigos que foi conhecendo. Não o planeou. Aconteceu. Uma, outra e outra vez, sem que a anterior seja a última. E, em cada uma dessas linhas de vida que se cruzaram, desses encontros, a viajante cresce, ri-se e solta lágrimas em cada «Até já» que vai oferecendo. Alguns ensinaram-lhe técnicas de pilotagem, outros inspiraram-lhe confiança, ao passo que muitos trouxeram consigo determinação e uma nova perspectiva. Nesta edição da TREVL, a escola é feita de um programa rico para um novo ano lectivo. Em Geografia, aprendemos que há locais com nomes de fantasia — Transnístria, Gaugázia, Yogyakarta. Em Mecânica compreendemos o que uma falha no alternador pode causar. Em Termodinâmica testemunhamos o efeito da altitude dos Andes na desenvoltura com que as motos sobem as portelas de montanha. Em Sociologia estreitámos os laços com culturas distantes na Guiné-Bissau, Namíbia, Suazilândia e Indonésia, percebendo melhor da matéria boa da qual é realmente feito o mundo. Em Trabalhos Oficinais, vemos a Madeira moldar-se aos sonhos dos motociclistas viajantes, esculpida nas curvas das levadas e do Pico do Arieiro. Estudamos as páginas de cada TREVL para melhorarmos os resultados no teste da vida. Este ensino não é, mas devia ser, obrigatório. Cabe-te a ti — viajante, sonhador, humano — escolher as cadeiras que farás

José Bragança Pinheiro Director — jbpinheiro@trevl.pt

Capa A montada da Aida respira os ares campestres da América. Foto Aida Valenti («LifeUnloadedRTW»)

3


página

Director e Revisão José Bragança Pinheiro jbpinheiro@trevl.pt

Viajantes e colaboradores Aida Valenti* Bruno Ribeiro Carlos Martins Paulo Marques Paulo Sadio* Pedro Lourenço Pedro Grilo Tiago Garrido Zé Duarte * TREVLers

O Carlos e a Carla rumam à GuinéBissau com muitas histórias para contar. Guiné-Bissau

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72

O Bruno Ribeiro confia numa «scooter» 150 cc para percorrer algumas das ilhas indonésias. Indonésia

90

40

Editor Geral Hugo Ramos Arte Rita Pereira José Bragança Pinheiro Publicidade António Albuquerque

A Aida Valenti na sua volta ao mundo de moto, regressa às nossas páginas, falando sobre as gentes e amigos que fazem na estrada. América Central («LifeUnloaded RTW»)

O Pedro Lourenço percorre as estradas alpinas, um dos cenários mais procurados pelos motociclistas europeus. Alpes

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O Zé Duarte partilha os momentos iniciais da sua viagem Tea2Wine. Turquia e Georgia («Tea2Wine»)

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30

antonio.albuquerque@fast-lane.pt

Telefone: (+351) 939 551 559 Assinaturas: assinaturas@trevl.pt

18

O TREVLer Paulo Sadio regressa ao Sul de África para percorrer a Namíbia e África do Sul. Sul de África

O Tiago Garrido revela-nos que algures na Europa há países dentro de países, nações do imaginário. Transnístria, Moldávia

O Pedro GriLO escreve-nos as histórias numa ilha perto de nós. Madeira

Proprietário e editor

FAST LANE - Media e Eventos, Lda.

Administração, Redacção e Publicidade: Av. Infante D. Henrique, Ed. Beira Rio, Fracção T 1950-408 Lisboa Telefone: (+351) 218 650 244

Depósito Legal: 357231/13 ISSN: 2182-8911

50

O Paulo Marques e o grupo de amigos «Las Americas» percorrem a América do Sul. América do Sul

BMW F800 GS

por Zé Duarte 36 12

Impressão e acabamento: LGS Impressores, Lda Rua Alfredo da Silva, 12 2600-016 Alfragide

Distribuição:

Suzuki DR 650

@EUA e México, por Aida Valenti («LifeUnloaded RTW»)

VASP – Distribuidora de Publicações, Lda. Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém

Periodicidade Trimestral (4x por ano) Todos os direitos reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países. Estatuto Editorial TREVL é uma revista lúdica e informativa sobre a temática do motociclismo nas suas vertentes de lazer, mobilidade e transporte, desportiva, cultural e, especialmente, turística. TREVL dará especial relevo ao rigor da escrita e à componente artística do desenho gráfico e da fotografia. TREVL empenhar-se-á num jornalismo apaixonado e comprometido com a temática que é seu objecto. TREVL é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão. TREVL defende e respeita o pluralismo de opinião sem prejuízo de assumir as suas próprias posições. TREVL assumirá uma postura formativa. TREVL respeita os direitos e deveres constitucionais da liberdade de expressão e de informação e cumpre a Lei de Imprensa.

por Hugo Ramos

72

30

BMW R1200 GS Adventure

BMW R1250 GS

BMW R 850 GS por Tiago Garrido

58

por Carlos Martins

40 82

BMW R1200 GS

por Paulo Marques

Honda «Africa Twin»

por Paulo Sadio, Pedro Lourenço

50

8

Triumph 1200 «Scrambler» por Hugo Ramos


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«Sozinha?»

@Volta ao Mundo, por Aida Valenti (LifeUnloadedRTW)

«Assim, enquanto Paul e Claire se despiam, eu continuei a tirar fotos. «Olhem», apontava Claire para baixo, «vêm ali umas ovelhas a subir a encosta». E, de facto, vinham. Claire continuava a posar enquanto eu ia disparando.» Baja California

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«Las Américas»

@América do Sul, por Paulo Marques

«Com o Sol a pino estávamos prontos para explorar a Paris da América do Sul — Buenos Aires. Aqui, na cidade porteña, a noite termina-se a jantar em San Telmo enquanto o tango enche as ruas.»

ac

Panamá

ordo

82

escrita Revista uguês. t em por ÃO foi , o g Lo N acordo do o adopta ráfico. or tog

«Alpes»

@Alpes, por Pedro Lourenço («O Escape Mais Rouco»)

«Mas que raio vem a ser isso da "Route des Grandes Alpes"? Invenção humana, é um itinerário turístico composto por diversas estradas ou trechos de estradas.»

«Estrada para a Madeira»

@Madeira, por Pedro Grilo 18

«O topo da Bica da Cana foi, por momentos, o topo do mundo.»

Funchal

58

«Going South»

@Guiné-Bissau, por Carlos Martins

«Quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu.» Fernando Pessoa

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«Africa Twin Adventure»

@Sul de África, por Paulo Sadio

«Com dificuldade regres­s amos a Graskop, onde resolvemos inspec­cionar a cablagem eléctrica. Notamos alguns fios e conectores em mau estado, que foram substituídos, e tentamos limpar o sistema de carburação.»

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«Sol, Surf e Pouca Cilindrada» @Indonésia, por Bruno Ribeiro

«Na muçulmana terra das mil e uma ilhas, os motores nascem pequenos, mas as motos são grandes nas vidas de cada um dos indonésios. Esta foi a lição que Bruno aprendeu e, mais importante, viveu.» Maputo

Cidade do Cabo

«Trans-Quê?»

@Roménia, por Tiago Garrido 30 «Depois de exasperante espera num balcão em forma de cabine telefónica recebemos finalmente os rublos da Transnístria, moedas coloridas de compósito que nos remeteram para os jogos de ’Monopólio’ de infância.»

«Tea2Wine»

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Índice de Destinos

98

@Turquia e Georgia, por Zé Duarte

Belgrado

Bucareste

5 página


Em viagem

A estrada para a

Madeira Pedro Grilo

Tiago Ribeiro

A abertura da ligação por ferry para a Madeira foi o interruptor que levou quatro amigos a marcarem a rota da sua viagem para a «Pérola do Atlântico».

N

o fundo, no seu entender estava aberta uma «estrada» para a ilha da Madeira o que permitia ir de moto de Lisboa ao Funchal. Assim nasceu a aventura Road to Madeira, uma viagem que deu muito mais do que o esperado e em que cada estrada foi uma experiência diferente com um encanto único. Um conjunto de «bons rapazes» fizeram uma despreocupada viagem no ano passado na zona centro do país que correu tão bem que de imediato começaram logo a magicar nova aventura, um pouco mais pensada e organizada e em conversa com um deles, Francisco Menezes, ficámos a saber os detalhes desta nova jornada. As sugestões foram muitas, mas quando souberam do regresso de uma ligação por ferry para a ilha da Madeira a decisão ficou tomada. Se «abriu uma estrada» para a Madeira é esse o itinerário. É certo que andar de moto na Madeira não é novidade, mas andar lá com a nossa moto é totalmente diferente. Com isto em mente os quatro amigos — o Francisco, o Tiago Ribeiro, o Isaac Gens e o Duarte Domingos — pegaram nas suas montadas e fizeram-se à estrada. Duas Kawasaki W650, uma Triumph Street Scrambler e uma BMW R90 GS partiram de Lisboa com destino a Portimão para apanhar o ferry para o Funchal. Logo aí alguns clichés da cultura das duas rodas vieram à mente. Motos num ferry relembram logo as caravanas do Paris-Dakar ou as imagens das viagens de muito aventureiros por todos os recantos do mundo. Estava dado o mote — ia ser uma aventura «à grande». Foi um dia passado no oceano Atlântico que não foi particularmente amigo, revelando-se muito agitado durante quase toda a

18


Ilha da Madeira

19


Em viagem

Trans quê? Transalpina, Transilvânia, Transfagaransan, Transnístria... Já não é mau se reconheceres 3 em 4. Terminado o artigo, saberás todas.

Aústria

Mar Adriático

Tiago Garrido

A

s viagens com dias contados começam sempre do mesmo modo — o primeiro dia é dedicado a despertar a mota e a avaliar os estragos que uma longa pausa de Inverno causou. Desde que no final do Verão passado estacionei a BMW R 850 GS em Belgrado, sabia que seria necessário trocar a bateria e os pneus. Não sendo permitido transportar baterias em voos comerciais, o problema ficou adiado para Belgrado. Quanto aos pneus, um misto de preguiça e a pouca vontade de viajar com dois hula-hoops gigantes à volta do pescoço fez com que também a resolução deste problema fosse adiada para a chegada à capital sérvia. No entanto, o que não antecipei foi a dificuldade que tive em comprar uma bateria a uma sexta-feira. De repente, o dia dedicado a solucionar problemas e a preparar o início da viagem ameaçava transformar-se num longo fim-de-semana. Várias oficinas, lojas e toda a zona industrial de Belgrado depois — um labirinto para quem não lê cirílico — e já com os minutos contados para a hora de fecho, o meu esforço foi finalmente compensado. Quanto aos pneus, mais uma vez, uma boa dose de preguiça aliada a um optimismo desmesurado, fizeram-me seguir viagem sem os mudar. Será que ainda se iria revelar um erro? Sem perder mais tempo, com a bateria nova montada, parti rumo à primeira paragem, a quase 500 km de distância, na estação de comboios de Craiova onde a Joana me esperaria na manhã seguinte — tinha-lhe prometido que íamos passar o seu dia de anos num país que não existe. Segui por estradas nacionais acompanhando o rio Danúbio até o cansaço vencer e pernoitar

30

em Bela Crkva, uma tranquila cidade perto da fronteira entre a Sérvia e a Roménia. Um hotel-restaurante gasto pelo tempo, com pátio para estacionar a mota e um reconfortante goulash servido por um sérvio de bigode farto, inevitavelmente remetendo para o Manuel da série da BBC, Fawlty Towers. Porém, o compromisso do dia seguinte obrigou a uma estadia mais curta do que o desejado e a viagem continuou na manhã seguinte. A entrada na Roménia fez-se por uma estrada verdejante e a primeira impressão foi muito positiva — pequenas vilas de ruas em terra batida, bem compostas de casas pequenas com jardins floridos e tratados, excelente estrada nacional, com muitas curvas e, ainda, o Danúbio, qual companheiro fiel. Craiova representa a porta de entrada para as estradas míticas. Em primeiro lugar, a Transalpina, um emaranhado de curvas que nos leva até à Transilvânia, na zona central da Roménia. Esta região montanhosa dos Cárpatos é famosa pelos seus vampiros e o Conde Dracúl, mas o que achei verdadeiramente interessante foi a sua história e as muitas vilas medievais com as suas monumentais igrejas fortificadas — Património da Humanidade da UNESCO — onde, contra todos os esforços do ditador Nicolai Ceausescu, ainda se sente uma forte influência alemã. O nosso percurso continuou sempre pela montanha, em estradas curvilíneas e ladeadas de pinheiros altos e algo sombrios, onde o ar que respirávamos era agradavelmente fresco, contrastando com o calor agressivo da cidade. Em toda esta região maioritariamente rural, era tão frequente ver cavalos a puxarem carroças carregadas de feno, fruta ou legumes, como Dacias igualmente carregados de feno, fruta ou

Itália


Eslováquia

3 Um pneu nos «arames», uma estrada enlameada, a noite a cair — o que podia correr mal neste cenário?

1 Aústria Hungria

Ucrânia Moldávia Iasi

Voltar a trazer a moto à vida em condições para a viagem foi o primeiro desafio.

Roménia Sighisoara

Eslovénia

Tiráspol

Bicaz Chisinau

3

Odessa

Besalma Gagauzia

Zagrebe

Timisoara

Transfagaransan

Backi Jarak

Croácia

Brasov

Ucrânia

Bela Crkva Bósnia e Herzegovina

1

Belgrado 2

Sarajevo

Split

Mar Adriático

Montenegro (Kosovo) Podgorica Pristina

Sófia

2

Mar Negro

Escópia Macedónia

Tirana

Varna

Bulgária

Joana junta-se depois de uma ligação de comboio.

Dubrovnik

Itália

Bucareste

Sérvia

Sveti Stefan

Bari

Craiova

Burgas

Turquia

Albânia

Istambul

Grécia

Turquia

Mar Egeu

Mar Jónico

legumes (curiosidade: «Dacias» não é apenas a marca automóvel mais comum da região, mas também como este povo é conhecido). Na Transilvânia é também onde fica a Transfagarasan, a estrada mais mítica da Roménia, a qual atravessa a região montanhosa do sul dos Cárpatos chamada Fagaras. Foi construída por Ceausescu como uma rota de fuga a uma eventual invasão russa, mas também como uma prova de que o regime era capaz de vencer até os maiores obstáculos geográficos. Na altura em que a visitámos grande parte da estrada ainda estava fechada pela neve, mas foi possível percorrer

o passo mais famoso da Roménia e acabar a descongelar os pés e as mãos num café no alto da montanha com vista para um lago... congelado. Daqui continuamos pela Transilvânia para visitar as turísticas, e muito bonitas, Sighisoara e Brasov. Além das estradas e vilas históricas, há muitas razões para visitar a Roménia e com preços acessíveis aos euros portugueses. A Bucovina, na zona nordeste e já próxima da Ucrânia, é bem menos explorada, mas conta igualmente com excelentes estradas, pouco trânsito e atracções muito especiais, em particular os mosteiros ortodoxos feitos de madeira e coloridos à mão. Vistos

ao longe, estes belíssimos mosteiros parecem verdadeiras bandas desenhadas.

Bicaz

Foi a caminho de Bucovina que tivemos o primeiro erro de percurso. Feitas as contas e após uma descuidada consulta ao Google Maps, escolhemos Bicaz para pernoitar essa noite. Ficava a meio caminho e, talvez pela sonoridade do nome, achamos que seria uma boa ideia. Contrariando os sábios conselhos da Google, decidi que o caminho mais curto entre dois pontos era uma recta, ignorando os avisos que nos mandavam fazer uns 40 km adicionais seguindo por um Transnístria

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Honda «Africa Twin» XRV 750 ‘1997

Etiópia A preto, a rota seguida pelo Paulo na segunda tirada. A cinzento marcamos o percurso da primeira parte.

Somália Quénia

Uganda

Nairóbi Ruanda Ngorongoro

Burundi

Moshi

Tanzânia Dar Es Salam R. D. Congo Mtwara

Livingstonia Parque Nacional South Luangwa Malawi

Angola Zâmbia

Parque nacional da Gorongoza

Harare Maun

Zimbabué

Pemba Ilha de Moçambique

Beira

Namíbia

Moçambique Swakopmund

Windhoek

Sesriem

Tzaneen

Botswana

Maputo Suazilândia Lesoto África do Sul

Cidade do Cabo

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Durban

Porto Elizabeth Cabo Agulhas («das Tormentas»)

Madagáscar


Em viagem

Twin África Paulo Sadio

E

m Outubro de 2018 tinha planeado viajar cerca de 10 mil km por África do Sul, Zimbabué, Botsuana, Namibia, Lesoto e Suazilândia, com partida e chegada a Maputo, Moçambique. A minha Honda Africa Twin manteve-se à guarda do Frederico Carvalho que iria também ser o meu companheiro de viagem nesta aventura por aqueles países da África do Sul, aos comandos da sua KTM 990 Adventure. Mantinha assim o espírito da Africa Twin Adventure, duas pessoas em duas motos bicilíndricas viajando por países africanos. No dia 1 de Outubro aterrei em Maputo, onde me esperava o Frederico, e pelas 15h00 arrancámos. Durante a viagem até à fronteira tivemos um pequeno percalço que poderia ser um grande problema. A protecção de carter da KTM do Fred perdeu os parafusos da frente e foi durante bastantes metros a raspar no alcatrão. Após a passagem da fronteira, a minha moto que até aí tinha sido um relógio a funcionar começou a falhar aleatoriamente, tralhando por uns minutos e depois ficava sem energia. Resolvi parar num posto de abastecimento poucos quilómetros depois da fronteira e tentar perceber o que se estava a passar. A moto recomeçou a trabalhar normalmente e seguimos mais cerca de 100 km até Nelspruit onde nos esperava o Gualter Silvestre, primo do Fred e que nos iria alojar em sua casa nesta primeira noite. Jantámos na companhia do Gualter e sua companheira Ana, que também conhecia bastante a área norte da África do Sul e nos indicou alguns pontos de interesse a visitar.

Dia 2

No dia 2 de Outubro, continuamos viagem para norte, na «Panorama Route», na

província de Mpumalanga, que é uma zona de montanhas e desfiladeiros, donde se destaca o Blyde River Canyon, o maior da República da África do Sul e um dos maiores do mundo, com uma média de mais de 600 m de altura e um ponto a 1393 m de altura entre o rio e as suas elevadas margens. Cerca de 100 km após Nelspruit, a moto do Fred deixou de pegar. Colocámos o motor da KTM em marcha com um booster e depois seguimos para uma oficina, onde verificamos que o alternador não estava a carregar a bateria por ter um fio desligado. Continuamos mais uns quilómetros até Graskop, com o almoço comido, saímos para ir visitar um ponto turístico, God´s View. Este local tem uma maravilhosa panorâmica sobre o Rio Blyde, com uma encosta com mais de 1000 m acima do seu leito. Ao sairmos de Graskop, a minha Honda começou a trabalhar aleatoriamente, e só a muito custo conseguiu progredir os 20 km até God´s View. Resolvi substituir a bomba de gasolina, limpar os filtros, inclusive o de ar. Os resultados foram negativos, o motor continuava a apresentar funcionamento aleatório. Com dificuldade regressamos a Graskop, onde resolvemos inspeccionar a cablagem eléctrica. Notamos alguns fios e conectores em mau estado, que foram substituídos, e tentamos limpar o sistema de carburação. Pensei ter o problema resolvido. Bebemos umas cervejas, arranjamos local para dormir e para jantar, e assim se passou o segundo dia de viagem, onde só fizemos cerca de 150 km.

Dia 3

Dia 3 de Outubro, saímos logo ao amanhecer convictos de que conseguiríamos fazer cerca de 800 km até a fronteira com o Zimbabwe, e em cerca de 2 horas progredimos cerca de 150 km, ainda pela parte montanhosa Sul de África («Africa Twin Adventure»)

41


58


Em viagem

Going

South Ainda mal o ano de 2018 tinha começado quando eu e a Carla começámos a pensar onde seria a nossa próxima viagem. Europa foi rapidamente descartada, decidimos que iríamos para sul. Carla & Carlos

T

ínhamos um mês, o período de férias da Carla. Breve consulta do Google Maps e pareceu-me o tempo necessário para viajar até à Guiné Bissau. África tem para nós um apelo muito especial. Ficou decidido que seria em Novembro, ainda faltava quase um ano. Naquela altura não me pareceu uma coisa a sério, era mais um sonho, uma vontade. Afinal, num ano muita coisa podia acontecer. O tempo foi passando e pouco ou nada falámos da viagem. Foi só lá para Julho, quando toda a gente começou a viajar, que começámos a pensar não faltava muito para Novembro. Dois meses antes, em Setembro decidimos que íamos mesmo, acontecesse o que acontecesse. A Carla é uma excelente motociclista mas, como eu lhe chamo, é a rainha do asfalto, — fora de estrada não é com ela, tem mesmo pavor, então rodar em areia nem falar. Depois de analisar o percurso até Bissau percebi que esse seria o grande desafio desta viagem. Os três primeiros dias foram um dejá vu, tantas foram as vezes que fizemos este trajecto.

Tan-Tan, après Hergé

Não fossem as rectas infindáveis e o dia de hoje teria sido perfeito. Entrámos no Sahara Ocidental. Enquanto nos dias anteriores o objectivo

era «devorar» quilómetros hoje a história foi outra. Saímos do petit hotel avec un petit chambre em Tan-Tan eram 8h45m. Entrámos em Tarfaya com a incerteza se conseguiríamos ver o Museu de Antoine de Saint-Exupéry. Mas este estava aberto, ainda estávamos em cima das motos e já éramos convidados pelo cuidador a entrar. O meu interesse por tudo o que diz respeito ao autor do Petit Prince fizeram com que desejasse muito fazer esta visita e não me decepcionei. Embora pequeno, tem peças muito interessantes e respira-se uma atmosfera que nos transporta aos tempos do Aéropostale. De novo na estrada, a ideia era ir almoçar a Laayoune. A meio caminho conhecemos o Dave Baskind, um australiano de 37 anos que começou a viagem em Londres com a sua KTM e conta ir até à Africa do Sul. Acabámos de jantar com ele aqui em Boujdour, onde trocámos histórias de viagens e falámos sobretudo nesta, do que já fizemos e do que vamos fazer.

Hotel Barbas

Acordámos cedo como sempre. Em viagem o segredo é sair bem cedo, de preferência ao nascer do Sol. O problema é que muitos hóteis só servem o pequeno-almoço a partir das 8h00 e quando o orçamento é apertado não se pode desperdiçar uma refeição que já está incluída no preço do quarto. Tínhamos Dackla no nosso plano África Ocidental («Lisboa—Bissau»)

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Lake Louise

água, juntou-se a nós um jovem casal canadiano. Os donos das KTM revelavam-se, apresentando-se — Greg e Jenny, de Vancouver, Canadá. Greg é um jovem atlético e bem-parecido, com um uso tão colorido da expressão francesa «putain» quanto eu da palavra inglesa de quatro letras que rima com «luck». Jenny — alta, elegante e linda — assume o papel de investigadora da dupla, nunca arriscando ficar ou comer algures sem um trabalho aturado prévio de pesquisa. Também eles se encontravam na viagem de aventura das suas vidas, desde a Columbia Britânica até Ushuaia. E, como nós, estariam a bordo do ferry de Sábado próximo que nos deixaria do outro lado do golfo da Califórnia.

Vancouver Tofino

Spokane, WA

Crater Lake Cape Perpetua, OR

Reno, NV

Oceano Pacífico Los Angeles Ensenada Baja California «Coco’s Corner»

Pedro

Há muitas formas de apoiar a viagem da Aida e Paul à volta do mundo. Esta que sugerimos é apenas uma delas. Seguir a página de «Facebook» e manter o contacto, encorajando-os é outra. Encontra a tua.

Jenny, Greg... e Trip

Não decorreram mais de dois dias para que reencontrássemos Jenny e Greg perto de Tepic, em mais um agradável encontro em bombas de gasolina. Passámos a

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P. N. Yosemite

São Francisco

Com alguns dias para ocupar, Marco acompanhou-nos até ao cabo Pulmo para uma pausa com snorkeling nas águas cristalinas. Algures nessas mesmas águas, o casal canadiano entretinha-se em mergulhos com garrafa. Encontrar-nos-íamos todos no ferry, despedindo-nos na manhã seguinte quando atracámos em Mazatlán. Os diferentes ritmos e planos ditaram que os nossos caminhos se separassem, deixando entrever a possibilidade de atravessarmos a Guatemala juntos — algo na linha de «A união faz a força».

Seguir a viagem

White Salmon, OR

Cape Meares, OR

Mais tarde nessa noite, conhecemos os donos das demais três motos, quem na verdade já havíamos conhecido em Mariposa, Califórnia no evento Horizons Unlimited Expo. Seguiam também na ligação marítima, mas numa data posterior. Ainda assim, foi bom reencontrá-los e ter a oportunidade de lhes desejar boa viagem.

O nosso encontro com Pedro, um motociclista mexicano, foi breve, mas digno de nota. Tínhamos passado por ele, parado na berma da estrada. Uma troca de «polegares para cima» tranquilizou-nos pelo que seguimos caminho, adivinhando uma paragem fisiológica. Ao abastecermos, damos pela sua moto chegar junto de nós. Apresentações feitas, seguidas de uma conversa breve, suficiente para decidirmos rodarmos juntos nos dois dias seguintes. O mais memorável em Pedro — alto e matulão — era a forma como pilotava a sua BMW F800 GS carregada como se fora uma Honda CRF 250, não permitindo atraso algum ao trânsito cerrado. Pela esquerda, pela direita, pelo meio e em algumas ocasiões mesmo a voar pela polícia, a qual ainda respondeu tentando atirá-lo estrada fora — sim, literalmente. Dada a oportunidade, Pedro parecia ser capaz de passar por cima dos carros, honestamente. Ainda hoje, sempre que nos queremos referir a rodar entre o trânsito usamos a expressão «Pedro»... Apesar de imprimir um ritmo elevado, atravessámos em segurança a região de Michoacan. Pedro mostrou-nos a estrada panorâmica e retorcida do Paseo Mil Cumbres (Mexico 15), a qual recomendo vivamente a quem passeie nesta região.

Whistler Victoria

1 Mil Cumbres «Mil Cumbres» (identificada como a estrada Mexico 15 entre Morelia e Toluca) é uma estrada panorâmica que bordeja um desfiladeiro nas montanhas altas de Michoacan e das terras baixas de Tierra Caliente, onde não faltam as vistas amplas sobre os vales e algumas cascatas durante a época de chuvas. Uma das características deste trajecto é vermos na estrada uma floresta de coníferas, mas um deserto no vale, coloridos de forma bem distinta e rica nos finais de dia. O ponto mais alto atinge os 2930 m de altitude perto de San José de la Cumbre, e o mais baixo nos 980 m em Paso Ancho.


Canadá

Black Hills

Salt Lake City Montanhas Rochosas

Long Island, NY

Denver, CO Cincinatti, OH

Moab, UT

Goblin Valley

EUA

Tecate, CA M

Oceano Atlântico

San Ignacio México

M K

La Paz

El Soldado Mazatlán

M K

Cabo Pulmo La Gloria Tolantongo

Tequila

M

Cuba

1 Guadalajara República Dominicana

Michoacan P

Cidade do México

San Cristobál de las Casas

Cuauhtémoc

Oceano Pacífico

Jamaica Belize

Antigua

Guatemala K

J

C

I

Honduras San Salvador

El Salvador

Nicarágua

Ilha de Ometepe

T

Costa Rica San Jose Marco M («Honda Africa Twin») K

Greg e Jenny («KTM 1090»)

P Pedro («BMW F800 GS») J

Jonanthan («Suzuki DR650»)

Claire C («Honda Tornado 250») I

Isaac («Suzuki DR650»)

T Tim («BMW R1200 GSA») F

Haiti

Praia de Esterillos

Cartagena de las Indias Colon Panama City Panamá Colômbia F

«Fips» & «Mike» («Honda Transalp 700») Volta ao mundo («LifeUnloadedRTW»)

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Em viagem

Pela “Route des

Grandes Alpes” Pedro Soares Lourenço («O Escape Mais Rouco»)

A «Route des Grandes Alpes» é um deslumbrante itinerário turístico composto por 720 quilómetros que riscam os Alpes franceses de norte a sul, oferece uma viagem memorável.

R

eligião é cultura. Está ai, opõem-se à natureza que nos é dada. A religião é produto dos Homens. É um sistema ou conjunto de sistemas. De crenças. De visões do mundo. Estabelece símbolos. A religião tem comportamentos organizados. Os Alpes estão lá, na natureza, foram-nos dados. Nos Alpes os Homens construíram e mantêm estradas. Estradas belas como a Natureza mas produto do labor humano. São Cultura. Como cultura é abraçar aquelas estradas com máquinas de duas rodas. É isso mesmo que fazem todos os Verões milhares de motociclistas que de todo o mundo ali acorrem. É um comportamento mais ou menos organizado. Os Homens são naturalmente hedonistas, buscam o prazer. Neste caso o prazer daqueles, é circular naquelas estradas. As estradas transformam-se assim em templos. As estradas como locais de uma prática religiosa. De uma visão do mundo, recordamos. O Mototurismo (visão do mundo) enquanto comportamento organizado, assume ali uma natureza

próxima da prática religiosa. E as estradas alpinas são os locais de tais práticas. Ou seja, encontramos nas estradas alpinas os templos perfeitos para a prática da religião pagã do mototurismo. Deus é a máquina que conduzimos. A crença é no prazer. E o templo assume, como escrevi em tempos nutro local a forma de descomunal Disneylândia. Foi em Agosto de 2016. Quando vi e comprei a excelente revista francesa Road Trip (#37) – «Les Carnets de Voyage Motos». O «antes» começou a desenhar-se com cerca de um ano de antecedência. Descobrir e percorrer a «Route des Grandes Alpes». Parte dela já conhecida, outra parte novidade. Tudo seria olhando com outros olhos, percorrido com outros sorrisos. O asfalto a ser «surfado» por outras borrachas, propulsionadas por cavalos diferentes dos da última vez.

La Route Mas que raio vem a ser isso da «Route des Grandes Alpes»? Invenção humana, é um itinerário turístico composto por diversas estradas ou trechos de estradas. Cerca de 720 quilómetros que riscam os Alpes franceses de norte a sul. Lá pelo

«Route des Grandes Alpes»

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Em viagem

Sol, surf

pouca cilindrada Na muçulmana terra das mil e uma ilhas, os motores nascem pequenos, mas as motos são grandes nas vidas de cada um dos indonésios. Esta foi a lição que Bruno aprendeu e, mais importante, viveu. Bruno Ribeiro

N

os últimos anos o turismo na Indonésia cresceu de forma exponencial, sendo considerado aexcessivo por alguns. Sempre que um amigo regressa deste país, são comuns afirmações como «por mim ficava lá», «aquele povo é maravilhoso», «a energia daquele lugar é especial».Isto torna a Indonésia um destino muito procurado, seja para os amantes de surf ou da natureza, seja para os viajantes que querem conhecer novas culturas. A diversidade deste país é enorme e, quando iniciámos o planeamento da viagem, tentámos cobrir o máximo possível. A vontade

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de absorver todas as experiências possíveis era imensa. Entre as várias recomendações que fomos recebendo, optámos por construir um roteiro de raiz com 24 dias para conhecer esta realidade. Jacarta, Yogyakarta, Bali, ilhas Nusa, preencheram o nosso roteiro, tendo sempre em paralelo o objectivo de conhecer a cultura motociclista Indonésia.

Choque com a realidade

Cerca de vinte e uma horas separam Portugal da capital indonésia, Jacarta. Roteiro impresso, mochilas às costas e lá vamos nós, eu e a Ana, com chegada agendada para dez da noite, hora local, sete horas de diferença.


IndonĂŠsia

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