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Olhando para trás e volvido quase um ano, fica o sentimento de que só comecei a encontrar o que procurava quando entrei na Rússia. Aí deparei-me, pela primeira vez, com a barreira linguística e um abismo cultural. Dito isto, o caminho até este ponto foi marcado igualmente por estradas desafiantes, paisagens deslumbrantes e pessoas fantásticas. Já na Rússia, pouco tempo depois de ter passado a fronteira, encontro um carro onde viajava um pai com dois filhos que me acenam do banco traseiro, tentando chamar a minha atenção. Distraído, acabo por os ultrapassar e parar um pouco mais à frente na estrada. Mas esta família pára propositadamente para me abordar com curiosidade, e através de gestos e desenhos consegui explicar que vinha de Portugal
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— a reacção foi obviamente um entusiasmado «Cristiano Ronaldo!»… rio-me, claro. Recuso o convite para almoçar, pois pretendia chegar a Moscovo ainda nesse dia. Amantes de motas, levavam o motor para a mota que o filho mais novo iria construir, e fizeram questão de partilhar comigo alguma da comida que tinham. Foi neste momento que o meu parecer sobre o povo russo começou a mudar, quebrando-me os estereótipos que por cá temos, demonstrando-me serem pessoas extremamente amáveis e acolhedoras. Um outro episódio — o qual cimentou esta noção — foi nos arredores de Moscovo, depois de uma noite bem passada numa pensão à moda da antiga era comunista e de um acolhimento exemplar por parte dos funcionários. Meto-me ao caminho com o combustível já na reserva,