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Ano IV - Edição N. 54 - Belo Horizonte, 2ª Quinzena de março a 1ª Quinzena de abril de 2012
Opinião Obras públicas em Belo Horizonte a conta‐gotas...........................................................................................Página 2
SALA DE VISITAS A personagem da edição é Sônia Fabris, diretora da associação comunitária Ação Social da Cidade Nova. Simples, dinâmica e atuante, Sônia batalha para melhorar as relações sociais da comunidade, vale ressaltar seu empenho na implantação da Rede de Vizinhos protegidos, em parceria com a Polícia Militar. Página 5
Beleza em foco
Praça República do Iraque em estado de pós-guerra
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o dia 16 de julho de 1981, através do decreto 3.982 foi criada a Praça República do Iraque, no auge das relações comerciais do Brasil com aquele país do oriente médio. Localizada em área nobre na divisa dos bairros Sagrada Família Cidade Nova, na con-
fluência das rua Conselheiro Lafaiete e Avenida José Cândido da Silveira, ao longo dos anos o espaço reservado ao lazer da população, se tornou uma área abandonada, sem a merecida conservação. Hoje a Praça do Iraque é pouco frequentada pela comunidade local, pois se tornou abrigo e
moradia para desocupados. Mas não é somente esta praça que se encontra em estado deplorável e até desrespeitoso na região. Vários são os lugares públicos, destinados ao lazer e descanso da comunidade, que merecem a devida atenção do poder público. Página 3 Arquivo TCN
Fotos:Arquivo TCN
Anderson Alves é desta- que em nossa região e referência de bom gosto. Sempre atento e inovador, trouxe para o bairro Renascença uma moderna estrutura, oferecendo um completo Instituto de Beleza e ainda espaço re- servado ao Dia da Noiva.
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94 anos do Batista Mineiro doenças respiratórias, influenciou a vinda do casal de missionários batistas Otis P. Maddox e Efigênia Maddox, para a melhoria de saúde da filha Catarina Maddox. Assim, em 1º de Março de 1918, o casal Maddox fundou, associado a outros missionários, a “Escola Baptista”, optando, desde o princípio da A fama que Belo Hori- sua fundação pelo que se zonte adquiriu devido aos convencionou chamar coseus “bons ares”, junto às educação. pessoas em tratamento por Página 9
Praça do Iraque: cenas de destruição
Secretário quer ouvir toda a comunidade da região Sinep‐MG no GEduc 2012 O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), sob a presidência do professor Emiro Barbini, está atento aos “Novos Rumos para a Gestão Educacional”. No “X GEduc”, realizado em São Paulo, a diretoria do Sinep mineiro debateu este tema rico em conteúdo e conhecimentos, dando sequência à sua missão de ções de ensino possam se desenvolver gestores para destacar no mercado. o sucesso e práticas de êxito para que as institui- Página 11
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ambientalista Jorge Espeschit está há pouco tempo à frente da Regional Nordeste da Prefeitura de Belo Horizonte. Experiente em gestão ambiental foi diretor do Parque das Mangabeiras, secretário municipal de Meio Ambiente, diretor do Jardim Botânico da Fundação Zôo Botânica e diretor de Planejamento e Monitoramento da Fundação de Parques Municipais. É, ainda, secretário-geral do Partido Popular Socialista (PPS) de BH. Espeschit, com muita simplicidade, diz que pretende administrar uma das mais expressivas
administrações regionais da Capital, com dedicação como quer o prefeito Márcio Lacerda. Atento aos acontecimentos em toda a região tem mantido diálogo aberto e direto com os moradores, tanto é que, prontamente, atendeu o pedido do Tribuna da Cidade Nova para debater questões importantes para a comunidade. Mesmo respeitando e levando em conta sua recém-chegada à direção da Regional Nordeste de BH, o TCN acredita que alguns questionamentos ainda são necessários. Entrevista nas páginas 6 e 7
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BH avança por soluços
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quantidade de obras públicas em Belo Horizonte, particularmente na Avenida Cristiano Machado, desperta duas certezas: a região vai ganhar mais mobilidade urbana, melhorando a circulação de veículos e pedestres. Mas, depois das conclusões das obras do BRT, ou Transporte Rápido por Ônibus, virão outras obras, tão longas e estressantes como a atual. A Prefeitura já anunciou a implantação do novo Terminal Rodoviário no São Gabriel; a implantação da Via 710, uma via expressa ligando as avenidas Andradas e Cristiano Machado e o Centro de Convenções. Desde o final de 2005, com a implantação da chamada Linha Verde, a avenida vem sofrendo intervenções consecutivas que parecem não ter fim. Moradores, trabalhadores e empresários da região andam com os nervos à flor da pele, devido ao trânsito constantemente engarrafado, à poeira e à poluição sonora e visual. Pode-se acrescentar alguns sentimentos: parece faltar planejamento no longo prazo para os agentes públicos, tal o grau de improviso. Não tem metrô? Importa-se um sistema similar por ônibus – método de transportes usado nos grandes centros urbanos mundiais apenas como complementares. As promessas são que as atuais intervenções devem ficar prontas antes da Copa do Mundo de 2014. Muito se questiona o que deixou de ser feito nos governos anteriores, para pontuar que tal demanda por transporte de massa poderia estar resolvida há tempos. O Metrô de Belo Horizonte é um exemplo acabado de como a letargia burocrática e a falta de visão prejudicam a sociedade. O Trem Metropolitano de Belo Horizonte começou a ser implantado em 1981. Nesses 33 anos,
PEDIDO DE AJUDA DE MORADORA INDIGNADA! Nunca me senti tão desrespeitada e invadida... A Praça Guimarães Rosa, no bairro Cidade Nova, virou uma vergonha! Caso de saúde pública e de polícia. Sou simplesmente uma cidadã que pago meus impostos em dia, com muita luta. Demorei anos para ter minha casa própria. Estudei com crédito estudantil, batalhei e batalho muito, mas me vejo hoje totalmente sem direitos. O direito é do cara que é drogado, viciado, ladrão, pois a lei protege esse cidadão que invade a minha casa, até na educação da minha filha quando alto falam palavrões, coisa que digo a minha menina de três anos que é errado, Ela retruca, mãe os “moços” da praça tão falando palavrão...
TRIBUNA DA CIDADE NOVA EDIÇÃO N. 54 Editores: Lucas Martins Reg. Prof. MG 02485 JP Eugênio Oliveira Reg. Prof. MG 03478 JP Fotografia: Santos Filho Colaboradores: Guilherme Avelar, Luciana Sampaio, Ro-
POLÍTICA & OPINIÃO
Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
as obras avançaram a conta-gotas, com pedaços de linhas ligando as estações entre o Eldorado, em Contagem, à Venda Nova, na região norte da capital mineira. Em três décadas apenas 19 estações em 28 quilômetros de um único trecho de superfície, utilizado por 25 ultrapassados trens. Mesmo assim, vale ressaltar que, apesar da precariedade, em 15 de dezembro de 2011 foram transportados mais de 228 mil passageiros. Mas, a nota triste é que este volume significa apenas 10 por cento da demanda diária da cidade, estimada em dois milhões de passageiros/dia. Ou seja, se tivéssemos mais linhas metropolitanas, provavelmente teríamos menos ônibus nas ruas, melhorando a fluidez do trânsito. Muitos políticos já ‘subiram no tijolinho’ – principalmente às vésperas de eleições municipais - para reclamar da falta de planejamento em relação ao transporte de massa na cidade, mas muito pouco se fez para reverter a situação. Com a escolha da cidade como uma das sedes da Copa do Mundo FIFA-2014, os dirigentes, ainda que por soluços, tentam sair da letargia burocrática. Em setembro de 2011, a presidente Dilma esteve na cidade e com pompas e fogos de artifícios anunciou a liberação de mais de R$ 3 bilhões para a implantação das Linhas 2 e 3 do Metrô, dentro do chamado PAC Mobilidade. Entretanto, tal iniciativa ainda não saiu do papel por causa da burocracia. O lado bom é que pela primeira vez o município, o Estado e a União juntam forças para tentar resolver este gargalo da capital mineira. O que a comunidade mais deseja é que haja planejamento e agilidade, para que se possa ter, de fato, o livre direito de ir e vir, sem quaisquer obstáculos.
À noite o cheiro de urina, maconha e sei lá o que, pois nunca tive contato com drogas ilícitas, é insuportável, neste caso a policia não pode fazer nada, isto é o que ouvimos deles todos os dias, nas diversas chamadas realizadas. A tão falada Guarda Municipal? Não sei, nunca ouvi falar... Estou desesperada, querendo colocar meu apartamento a venda. Estes ditos “humanos” são verdadeiros “animais”, no meu entendimento, fazem suas necessidades fisiológicas, na praça, mais propriamente dito, nos brinquedos das crianças. Gritam, xingam, dançam, brigam a noite toda, pela manhã sonham com os anjos, contraditório não é? Levanto cedo para trabalhar e me sustentar, contribuindo assim com a sociedade, e não posso dormir um sono tranquilo. Diante disto sabe o que a Prefeitura diz? – ‘Não podemos tirálos, a praça é pública, eles tem direitos, somente saem por vontade própria’. Então, vem o povo do direito humano e oferece abrigo, trabalho, tratamento. Pergunto: Eles querem? Lógico que não! Na rua, fazem o que desejam: sexo de madrugada, comida
drigo Denúbila. Redação: Rua Irmãos Kennedy, 114/06 Cidade Nova - Belo Horizonte - Minas Gerais - 31170-130 Telefax: (31) 3484 0480 e (31) 9955 8447. Email Redação: tribunabh@gmail.com Site: www.tribunabh.com.br
fresca na hora, depredam o patrimônio e a imagem da praça... Sem ter que se sujeitar a nenhuma regra de convivência. Adriana de Miranda Moradora da Cidade Nova
SEGURANÇA: UNIÃO QUER REDE DE VIZINHOS DA PM Senhores jornalistas, Gostaria que divulgassem a importância do cidadão participar da vida coletiva exercendo sua cidadania. Como o bairro União não tem associação efetiva, alguns moradores formaram uma comissão aclamada em Assembleia de Moradores: Comissão Participativa do Bairro União, e fizeram uma parceria com a Polícia Militar. No dia 13 de abril, às 20 horas acontecerá a solenidade de implantação do projeto no bairro, acompanhada da orquestra da Polícia Militar, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Rua Francisca Leão Correa e conclamamos a participação dos moradores do União. Reni Tiago – Contatos: (31) 3484 3707 ou (31) 9756 6258.
Edição Digital: www.issuu.com/tribucity O Tribuna da Cidade Nova é uma publicação da Logos Editora Ltda. – Registrado no Cartório Jero Oliva, documentação arquivada naquela Serventia em 12/09/2007, no Registro nº 1.143, no Livro A. Logos Editora Ltda. Regis-
Política empoeirada Arquivo/TCN
Por Guilherme Nunes Avelar Advogado
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utubro começa a se aproximar e, com isso, as definições vão se impondo. A que mais atenção atraiu da imprensa foi a de José Serra, que resolveu (sem qualquer surpresa mais consistente) disputar uma vez mais a chefia do Executivo paulistano. Seja por sentir que a cúpula de seu partido começava a se inclinar muito fortemente para direção distinta da dele para o futuro pleito presidencial, de daqui três anos; seja mesmo pela necessidade de reafirmar sua liderança, um tanto quanto desgastada pela derrota de 2010 e, mais ainda, pela firmeza bissexta de suas posições ideológicas; seja, por fim, pelo temor real de assistir ao principal adversário assumir a maior cidade de país: seja lá por qual ou quais desses motivos, o fato é que uma vez mais o partido tucano aparentemente irá sob o mesmo e insistente figurino. Contra Serra, deverá mesmo disputar pela hoste petista o escolhido pelo “dedaço” do cacique Lula, em reedição de idêntica postura centralizadora adotada na sucessão presidencial próximo passada; em uma e outra oportunidade, viu-se esfumar a tão propalada e tantas vezes ignorada democracia interna, que só vale, agora como antes, quando inexiste um preferido do todo poderoso e unilateralista líder pernambucano-paulista. Aliás, essas ocorrências somente apontam para uma identidade cada vez maior entre esses dois partidos que de certa forma vêm monopolizando a atenção política brasileira: nos métodos, nas escolhas conceituais e até nos meandros de ação governativa eles se tornam cada vez mais iguais, relevando a disputa sangrenta que protagonizam apenas para o campo do personalismo, tal qual nos antigos tempos dos siameses UDN e PSD. A aproximar ainda mais os dois, ambos invariavelmente abraçam, tal como afogados, a parceiros temerários; inclusive, não é demais lembrar,
trada na JUCEMG sob o nº 3120431497 CNPJ 25.712.977/0001-62. Inscrição Estadcual nº 62.881.449.00-81. Circulação: O jornal é distribuído de casa em casa, na Paróquia de Santa Luzia, na Feira dos Produtores da Cidade Nova, ban-
invariavelmente se irmanam ao PMDB em suas múltiplas faces e desfaçatezes; mais sintomático ainda, os dois – PT e PSDB –, ignoram e ignoraram a parcela mais sadia do velho e heróico partido, aquela parte capitaneada pelo intimorato Pedro Simon. Ao contrário, ambos se engraçaram por Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e tantos outros de mesmo calibre; aqui entre nós, foi curioso - ainda que não espantoso, diante da vida pregressa que se revelou forte e insuperável desde que sentiu o cheiro do poder - ver personalidades admiráveis do PT, como Patrus, andar sem qualquer pudor de braços dados com Newton Cardoso e Hélio Costa. E que não nos enganemos: se estas foram, nas últimas eleições, as companhias dos petistas, muito provavelmente foi com inveja que tucanos de alta plumagem os viram distanciar-se de si! Isso só revela o quanto o quadro político brasileiro cheira a mofo, sem nenhuma novidade real, ofertando ao povo apenas mudanças de nome, sem nada ou muito pouco de diferença conceitual, procedimental, valorativa. A eleição paulistana, um microcosmo do cenário nacional - decorrente não só do fato de se tratar da megalópole que é, mas por envolver personagens que estiveram no centro das disputas nacionais recentes -, serve exatamente para essa constatação: lastimavelmente estão nos impondo repetidas vezes a mesma disputa, sob os mesmos discursos enfadonhos, e com idênticas e promíscuas trocas de parceiros. Que pena! Que pena!
cas de revistas, padarias, postos de combustíveis, lojas e empresas dos bairros Cidade Nova, Silveira, Nova Floresta, e partes da Renascença, Ipiranga, União e adjacências, e na versão digital na web. Periodicidade: 2ª Quinzena, Março a 1ª Quinzena, Abril,2012.
• Este jornal foi editado seguindo a Nova Ortografia da Língua Portuguesa èèè Os artigos assinados não espelham, necessariamente, a opinião do jornal, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.
CIDADANIA
Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
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Comunidade longe das praças
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descaso para com o meio ambiente não é de hoje, remonta a diversas administrações municipais. Muitas promessas de campanha em época eleitoral, discursos inflamados e o que se vê até hoje é simplesmente excesso de burocracia e descaso com a comunidade. Quantas vezes você já ouviu falar em “conseguimos verba para o desassoreamento da Pampulha?” Tem ideia do quanto já foi gasto ali? Já notou que o espelho d’água está todo tomado por aguapés e água fétida? Onde estão projetos e as obras para recuperar de vez o nosso maior cartão postal? Esta é apenas uma simples e triste constatação. Tudo isso para mostrar que se com a Pampulha o tratamento é este, imagine o que podemos esperar de nossas pequenas praças e parques dos bairros? Podese destacar alguns casos que já passaram da hora de se adotar medidas práticas e eficientes em benefício da comunidade que paga seus im-
Fotos: Arquivo TCN
postos em dia. Exemplos: Praça República do Iraque, sob a responsabilidade da Regional Leste, localizada entre os bairros Sagrada Família e Cidade Nova, na confluência da Rua Conselheiro Lafaiete e Av. José Cândido da Silveira; a Praça Guimarães Rosa, na Cidade Nova e a Praça Madre Paulina, localizada na Rua Carlos Turner, no bairro Silveira. Todas têm em comum a falta de manutenção, servindo hoje como abrigo para desocupados, o que inibe a presença da comunidade no local, principalmente idosos e crianças, pois se transformaram em áreas de risco. A Praça República do Iraque, poderia fazer parte de um cenário de pós-guerra, tal o abandono. A Praça Madre Paulina merece destaque especial. Além de mal cuidada, tem população fixa de desocupados. Seu estado é mais triste ainda, pois agride e desrespeita uma Santa, Santa Paulina, cuja imagem está pichada há vários anos, um verdadeiro descaso.
Praça Santa Paulina, descaso e falta de respeito
Praça República do Iraque, sob a responsabilidade da Regional Leste, sinônimo de abandono
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Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
Cinema no Rio
CULTURA
Beagá era assim
Um rio de conhecimentos
Andre Fossati
Por Luiz Góes
O Projeto Cinema no Rio promove intercâmbio cultural ao levar a sétima arte às populações ribeirinhas do São Francisco
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Projeto Cinema no Rio São Francisco completa em 2012 sete anos de difusão da sétima arte. Em abril, para comemorar a data, a equipe parte para mais uma expedição. Dessa vez, o Cinema no Rio vai percorrer 13 cidades de Minas Gerais ao longo do rio da integração nacional com o objetivo de democratizar o acesso à cultura exibindo filmes para as comunidades ribeirinhas. O projeto comemora, também, os 510 anos do Velho Chico, esse caudaloso rio anteriormente conhecido como opará, algo como “rio-mar”. Foi descoberto por Américo Vespúcio no dia 4 de outubro de 1501, dia de São Francisco. Desde então, fez parte de importantes momentos históricos do país. O Cinema no Rio realiza uma série de atividades com o objetivo de promover o intercâmbio com as comunidades que vivem as margens do rio São Francisco. A principal é a exibição gratuita de filmes. Crianças, adultos, idosos e até pessoas que nunca viram um filme na
vida enchem as praças das cidades. A equipe do projeto é responsável pela produção e veiculação de um documentário local sobre a cidade e seus habitantes. “Nos outros anos a população era mostrada nos filmes. Dessa vez, ela também vai fazer parte da produção de curtas-metragens”, adianta o diretor da CineAr Produções e responsável pela execução do projeto, Inácio Neves. Depois da exibição dos documentários é hora dos filmes, todos nacionais. Este ano, o projeto conta com oito curtas e seis longas-metragens, entre eles os recentes O Palhaço, com direção de Selton Mello, e Hotxuá, com direção de Letícia Sabatella e Gringo Cardia. O premiado Girimunho, com direção de Clarissa Campolina e Helvécio Marins Jr, também faz parte da lista. Depois de ser exibido em festivais nacionais e internacionais, o filme finalmente será mostrado à cidade de São Romão, aonde foi gravado. “O Girimunho nasceu no projeto Cinema no Rio e agora vai
ser visto pelos habitantes que me ajudaram a produzi-lo. É o local onde eu mais tenho vontade de passar o filme”, conta Helvécio Marins Jr, diretor do longa metragem. As comunidades também ganham conhecimento com a oficina de fotografia Imagem em movimento, direcionada a crianças de 12 a 16 anos. Os oficineiros vão conversar sobre o assunto, ensinar as regras básicas e os deixar saírem pela cidade fotografando tudo que for interessante. “É o olhar deles sobre o espaço em que vivem”, explica Inácio. Cada participante também será fotografado. O material será então editado e exibido na telona antes dos filmes. Todo esse sucesso é fruto do entendimento do cinema como uma forma de manifestação cultural. “É também uma forma de conhecer as outras manifestações culturais regionais. A proposta não é só proporcionar que eles tenham contato com o cinema, mas que tenham contato com suas próprias manifestações”, afirma Inácio.
centro da cidade, o movimento de pessoas, comércio e vida cultural e política girava em torno do Bar do Ponto, situado na esquina de ruas da Bahia, Tupis e Avenida Afonso Pena. Durante longo tempo, entre 1910 e 1940, na Rua da Bahia, esquina de Afonso Pena, e que havia efervescência social e política. Naquela famosa esquina as pessoas se encontravam no Bar do Ponto, no Cine Pathé, alguns arriscavam uma “fezinha” na Casa Giacomo, e aguardava o bonde do seu bairro no Abrigo de Bondes, que era final das linhas para toda a cidade. Com a inauguração do Abrigo de Bondes na Praça Sete, em 1937, aquele local passou a ser o centro monopolizador do movimento da cidade e recebia todas as linhas de bonde. Entretanto, o abrigo de bondes foi demolido, em 1950, e cada região da cidade passou a ter seu próprio abrigo. Do que restou daquela última etapa dos bondes é o atual Mercado de Flores, situado na esquina de Avenida Afonso Pena com Rua Tamoios, que foi o abrigo de Bondes Santa Tereza. Para finalizar, os bondes pararam de circular na cidade no final do mês de julho de 1963. Assim terminou os “Anos dourados” na Capital mineira.
Inauguração do Bonde Elétrico de BH em 1902
No início do séc. XX andar de bonde era evento social
Bondes circulando pela Praça Sete e Av. Afonso Pena, ainda com árvores especiais no canteiro central
SALA DE VISITAS
Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
5 Arquivo TCN
Sônia Fabris
Identidade com a Cidade Nova
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ônia Fabris é uma reconhecida e destacada liderança em nossa comunidade. Ela reside na Cidade Nova há vários anos e aqui deu início a seus estudos no então Colégio Madre Paulina, hoje Colégio Magnum Agostiniano. É casada com o Prof. José Domingos Fabris, tem duas filhas, nasceu em Belo Horizonte. Para acompanhar seu marido morou na cidade de Viçosa, por seis anos, e em
Sete Lagoas, por 10 anos, depois voltou para a capital diretamente para a Cidade Nova, de onde não pretende sair. Sônia diz que morar na Cidade Nova e conviver com tanta gente boa é um privilégio. “Sou suspeita para falar, gosto demais daqui. Tenho uma identificação muito grande com a região. Foi na minha infância que fiz grandes amigas. São amizades sólidas, duram até hoje”.
Muito simples, dinâmica e atuante, Sônia integra a diretoria da Ação Social da Cidade Nova e, dentre outras atividades junto à nossa comunidade, vale ressaltar seu empenho na implantação da Rede de Vizinhos protegidos, em parceria com a Polícia Militar. Ela acredita que os objetivos da Ação Social são bem elaborados, pois reúne e agrupa a comunidade na conscientização e interação nas buscas de
NOTÍCIAS DO ROTARY CLUB BH – CIDADE NOVA Projetos em parceria com a Sociedade São Vicente de Paulo – Cidade Ozanan: *Confecção de roupinhas para crianças carentes de 0 a 6 anos – grupo de voluntárias da cidade nova - aceitamos doação de tecidos *Bazar de roupas novas e seminovas e acessórios – início de maio (projeto dia
das mães) *Busca de voluntários para atender crianças e adolescentes (de 6 a 14 anos) do projeto: aulas de dança, esportes, informática, reforço escolar. Programa de intercâmbio de jovens do Rotary Internacional *Aceitamos inscrições para a prova de
suas necessidades. “A comunidade da Cidade Nova procura sempre o diálogo e aproximação junto às autoridades. Trabalhamos para melhorar o trânsito, a segurança pública e a saúde. Nossa campanha ferrenha atual é conseguir um médico de família para atender aos moradores do bairro. Não podemos ficar parados, precisamos cadastrar junto ao Posto de Saúde o maior número possível de moradores para então cobrarmos nosso direito à equipe de atendimento domiciliar. Atualmente já contamos com dois médicos para atendimento da comunidade cinovense no Posto de Saúde.
Sônia Fabris
seleção de candidatos até 12/04 Data da seleção: 14/04/2012 Requisitos: jovens com idade de 15 a 17 anos, com bom rendimento escolar. Duração do intercâmbio: 11 meses Destino: mais de 15 países Informações: acesse www.ryep4520.com.br Tel.: (31) 3224 3541 (Júlia) ou (31) 9808 9809 (Ângela – Rotary Cidade Nova) O Rotary Club BH - Cidade Nova reúne-se • Venha conhecer e participar de nos- às segundas-feiras às 19h, no Restaurante sos projetos sociais. do Porto, à Rua Conselheiro Lafaiete, 2099
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ENTREVISTA
Jorge Espeschit Compromisso com a Regional Nordeste Foto: Ascom-Nordeste
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á poucos meses a Regional Nordeste da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte conta com um novo Secretário de Administração Municipal. Trata-se de Jorge Espeschit, Natural de Belo Horizonte, 50 anos, ambientalista, casado com a assistente social Maria José (Deka) Brant e pai de Luiza, estudante de Arquitetura da UFMG. Experiente em gestão ambiental foi diretor do Parque das Mangabeiras, secretário Municipal de Meio Ambiente, chefe de gabinete da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), diretor do Jardim Botânico da Fundação Zôo Botânica de Belo Horizonte e diretor de Planejamento e Monitoramento da Fundação de Parques Municipais. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente e foi conselheiro, no Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município – CDPCM e no Conselho Municipal de T u r i s m o . Dirigente nacional do Partido Popular Socialista (PPS) e secretário-geral do partido em Belo Horizonte, Espeschit, com muita simplicidade, já está dando mostras para o que veio, administrando de fato, como quer o prefeito Márcio Lacerda, uma das mais expressivas regionais da Capital mineira. Atento aos acontecimentos em toda a região tem mantido diálogo aberto e direto com a comunidade, tanto é que, prontamente, atendeu o pedido do Tribuna da Cidade Nova para debater questões importantes para a comunidade. Mesmo respeitando e levando em conta sua recém-chegada à direção da Regional Nordeste de Belo Horizonte, O TCN acredita que alguns questionamentos já se fazem necessários e urgentes. Tribuna – Poucos são os pedestres que se arriscam a andar nos bairros da Região Nordeste de BH depois das 20h. A iluminação pública é fraca e falta maior efetivo policial. Há locais quase às escuras. Existe algum plano de se trocar a iluminação da região, que ainda apresenta lâmpadas instaladas
no século passado? Jorge Espeschit – O jornal traz duas questões importantes, ligadas diretamente à Cemig e a Polícia Militar. A Regional Nordeste mantém fóruns permanentes junto a estes dois órgãos, durante os quais demandas como estas são transmitidas e priorizadas. O sentimento de insegurança da população é um tema extremamente complexo, e deve ser enfrentado por todas as esferas do Poder Público, com participação inclusive da própria sociedade. Na Regional Nordeste, temos um caso recente de como essa parceria pode funcionar. A obra vencedora do Orçamento Participativo Digital 2011 foi justamente a instalação de 190 câ- Secretário Regional Jorge Speschit – à esquerda prefeito Márcio Lacerda –, promete novas intermeras em pontos estraté- do venções para a Região Nordeste de Belo Horizonte gicos da região, iniciativa que vem se mostrando Arquivo TCN
19h30 - Não bastassem o barulho e a sujeira, a escuridão coloca em risco a vida de todos que se encontram no ponto de ônibus debaixo do Viaduto Henriqueta Lisboa da Av. Cristiano Machado, próximo ao Hotel Ouro Minas
eficiente principalmente na prevenção de crimes. A Cidade Nova receberá nos próximos meses a instalação destes equipamentos, que serão monitorados tanto pela Prefeitura, através da Guarda Municipal, quanto pela Polícia Militar. Tribuna – A Regional merece aplausos pelo plantio de centenas de mudas de árvores em toda a extensão do Parque Linear da Av. José Cândido da Silveira. Existe plano para se expandir o plantio para ruas da região, principalmente aquelas que tiveram, nos últimos anos, árvores podadas, restando em seu lugar apenas tocos? Espeschit – A Regional Nordeste vem passando por grandes transformações em sua estrutura viária. A Ave-
nida Cristiano Machado seja talvez o maior exemplo disso. Depois da construção da Linha Verde, a via passa agora por um novo período de obras para que seja implantado
o sistema de BRT. Em decorrência disso, foi necessário que se executasse a supressão de cerca de 500 árvores, algumas delas na altura do bairro Cidade Nova. A
Prefeitura agiu rápido e já tomou medidas para que estas árvores sejam substituídas e que novas árvores sejam plantadas. A expectativa é de que até o final de 2014 a região Nordeste receba o plantio de seis mil árvores, e a Cidade Nova terá papel fundamental neste aspecto, na condição de um dos bairros mais arborizados da região, mérito este principalmente de seus moradores. Tribuna – A comunidade, que paga seus impostos regularmente reclama que as praças da região estão tomadas por moradores de rua e drogados. O direito de ir e vir é constitucional e sagrado, mas pessoas têm direito de fazer
suas moradias nas praças públicas? Por que se permitir que as praças sejam transformadas em latrinas, motéis e depósito de imundices? Espeschit – Este é outro tema polêmico. Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que a Prefeitura não possui atribuição legal para impedir que qualquer cidadão circule com absoluta liberdade pelas praças e vias públicas da cidade. Ainda que seja oferecida aos moradores em situação de rua uma série de serviços, entre eles a cessão de vagas em abrigos públicos, a Prefeitura não pode obrigá-los a deixar as ruas. O que acontece em muitos casos é que a própria população e Santos Filho
O Parque Linear da Avenida José Cândido da Silveira finalmente recebeu 170 mudas de árvores para recompor o espaço degradado
ENTREVISTA
Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
7 Foto: Vera Diniz
A passarela de pedestres da Feira dos Produtores já passou da hora de ter a devida atenção. Equipamento que deveria facilitar a vida do cidadão, hoje é um exemplo prático do descaso com a coisa pública. Está inacabada, parcialmente desmontada e registrando constantes assaltos Santos Filho
Moradores estão à beira de um ataque de nervos com a situação na Praça Guimarães Rosa, no coração da Cidade Nova, permanentemente invadida por desocupados, que fazem lá o que bem querem
incentiva a permanência destas pessoas em ruas e praças, oferecendo a eles comida, colchões, cobertores e objetos de higiene pessoal. A Regional Nordeste atua de forma permanente, através de sua equipe de abordagem de rua, no sentido de identificar e orientar estas pessoas, a maioria delas vindas de outras cidades e sem qualquer vínculo estabelecido em Belo Horizonte. Ao mesmo tempo, a prática de qualquer crime cometido por moradores em situação de rua deve ser denunciada à Polícia Militar. Cada cidadão tem preservado o direito de dormir na rua se assim o decidir, mas a partir do momento em que comete qualquer delito passa a responder a processo criminal como prevê a legislação, tornando-se então passível da punição atribuída a infração cometida.
Tribuna – Recentemente a Cidade Nova foi invadida por uma horda de jovens, convocados por redes sociais, que tomaram as ruas no entorno da Igreja de Santa Luzia com carros de som barulhentos, bebidas alcoólicas e total falta de respeito para com os moradores, que foram cerceados em seus mais comezinhos direitos. Quem autorizou este evento no bairro? O que pode ser feito para se evitar esse tipo de agressão contra a coletividade? Espeschit – A população de Belo Horizonte vem enfrentando uma série de problemas relacionados a este tipo de prática. Vivemos na era da informação, e as redes sociais se tornaram um ator fundamental desta nova etapa da contemporaneidade. No entanto, ao
mesmo tempo em que são utilizadas para encurtar distâncias e tornar mais ágil a comunicação, as redes sociais também podem proporcionar a organização de eventos de massa sem as mínimas condições adequadas, como aconteceu recentemente com o “Cidade Love”. Em primeiro lugar, a Regional Nordeste esclarece que não autorizou a realização do evento, o que não impediu que milhares de jovens se reunissem no bairro e causassem inúmeros constrangimentos para a população. Encerrado o episódio, a Regional procurou os responsáveis pelo evento para proceder as punições estabelecidas pela legislação. A partir daí, assumimos como diretriz fundamental de nossa atuação, em conjunto com a Polícia Militar, agir com especial
atenção na fiscalização e no acompanhamento de cada evento organizado na região, com o objetivo primordial não de punir com maior ou menor rigor situações semelhantes, mas sim de evitar que elas ocorram em locais e horários absolutamente impróprios e danosos para a população. Tribuna – Alguma novidade a respeito da histórica invasão de terreno defronte ao SERPRO, na Avenida José Cândido da Silveira? E os estacionamentos irregulares ao longo e nas vias laterais da Rua Ilacir Pereira Lima, bem como nas estreitas ruas dos bairros Silveira e Nova Floresta? Alguma medida efetiva em curto prazo? Espeschit – Esta pergunta é fundamental, já que nos últimos anos a Regional Nordeste teve poucas oportunidades privilegiadas como esta de se dirigir abertamente a população da Cidade Nova a este respeito. O aspecto mais importante neste caso é esclarecer que aquele lote é de propriedade privada, e que a Prefeitura não possui atribuição legal para retirar à força as pessoas que o invadiram. Essa obrigação cabe ao proprietário do terreno. Em segundo lugar, a Regional Nordeste tem atuado de maneira incessante nestes últimos anos para conseguir junto ao
Ministério Público autorização para demolir a construção inacabada sob a qual estão vivendo aquelas pessoas. Situações como o incêndio que aconteceu recentemente no local apenas reforçam a necessidade de que esta demolição seja executada, até em defesa da vida daquelas pessoas. O caso vem sendo estudado pelo Ministério Público e a Regional se prontifica a cumprir em caráter de urgência a decisão que for tomada com o respaldo judicial necessário. Sobre os estacionamentos irregulares, a Regional Nordeste encomendou recentemente a
BHTrans um amplo estudo sobre o tráfego de veículos em diversos bairros da região, entre eles o Cidade Nova, Silveira e Nova Floresta. O objetivo principal é evitar ações pontuais cuja resolução repercutiria apenas em curto prazo, e priorizar a estipulação de um conjunto de iniciativas coordenadas que solucionem problemas antigos da região. Tais ações serão implantadas após a conclusão não apenas de avaliações técnicas, mas também de reuniões com moradores e comerciantes que vivem e trabalham na regiãow Arquivo TCN
Conforme noticiado desde 2007 pelo TCN é de se lamentar que a invasão na JCS já foi inserida na cena urbana da região
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ARTE & BELEZA EM FOCO
Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
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Anderson Alves Inovando e fazendo a diferença no ramo da beleza com o Instituto de Beleza Dia da Noiva
Anderson e parte de sua competente equipe, Marlon, Jaqueline, Helen e Fabiana
jovem e talentoso Anderson Alves há mais de 25 anos atua no ramo da beleza. Sempre atento e inovando, ele trouxe para o bairro
O
Renascença uma ampla e moderna estrutura com mais de 180 metros quadrados de sofisticação, modernidade e conforto, divididos em dois andares, oferecendo um com-
pleto Instituto de Beleza e ainda espaço reservado ao Dia da Noiva. Profissional altamente reconhecido e qualificado, Anderson é um dos destaques em
seu segmento.Atencioso e educado, preza pelo conforto e bem estar dos seus clientes. “O Instituto de Beleza dia da noiva foi cuidadosamente criado para que nossos clientes e amigos sejam bem recebidos”, afirma. Para se adequar a todos os gostos, o Instituto está sempre se modernizando acom-
panhando todas as tendências, e por isso conta com uma grande equipe de profissionais capacitados, que primam pela qualidade no bom atendimento, procurando atender às expectativas de um público exigente e de bom gosto. O Instituto de Beleza Dia da Noiva Anderson Alves sem
dúvida alguma é um destaque em nossa região e referência de bom gosto. Vale a pena conferir e se sentir de bem com a vida. O salão está instalado na Rua Macapá, 29 no bairro Renascença. Os contatos poderão ser feitos pelo telefone (31) 3444 0903 e email: arte.cabelo@ig.com.br
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EDUCAÇÃO Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
Batista Mineiro: 94 anos de história
Fotos: Divulgação
A
escolha de Belo Horizonte como localidade para abrigar a sede da nova capital de Minas levou em consideração, dentre outros fatores, as condições de solo e subsolo, as condições atmosféricas e a raridade de moléstias contagiosas, refletindo o pensamento higienista predominante na época. Naturalmente a fama que a Capital adquiriu devido aos seus “bons ares”, sobretudo para as pessoas que estavam em tratamento por doenças respiratórias, influenciou a vinda do casal de missionários batistas Otis P. Maddox e Efigênia Maddox, para a melhoria de saúde da filha Catarina Maddox.Eram gigantescos os problemas naqueles tempos de gênese, acentuadamente agravados pelos graves sintomas bélicos e o acelerado inicio o século XX. A ação missionária batista em Belo Horizonte sempre esteve ligada à prática educativa. A culminância desta prática se deu em 1º de Março de 1918, quando o casal Otis P. Maddox e Efigênia Maddox fundou, associado a outros missionários, a “Escola Baptista em Bello Horizonte”, na já então adolescente Belo Horizonte. Os fundadores tiveram uma visão ampla do poder da educação como um processo mais eficaz na mudança e perspectiva do homem. A partir de uma ideia inicial de fundação de uma Escola para os filhos dos batistas, a Ata de Abertura anteveio a abertura de uma escola para aqueles que, concordando com os princípios da fé cristã, quisessem matricular seus filhos nesta Instituição. A situação pouco confortável de não possuir sede própria durou por apenas dois anos. Em 1920, em um leilão público, o Colégio Batista, através da doação da Junta de Missões Estrangeiras de Richmond, dos Estados Unidos, adquire uma vasta propriedade, de 225.109 metros, que havia pertencido ao senador Sabino Barroso. O bairro Floresta se desenvolveu a partir da instalação de chácaras, que abrigavam famí-
lias tradicionais do início do século e relembravam as condições de vida do interior do Estado. O valor da propriedade adquirida pelo Colégio não era muito alto, visto a sua localização na área suburbana de Belo Horizonte. “O collegio está situado ao norte de Bello Horizonte, na divisão chamada Floresta, que é o bairro mais alto, saudável e desejável da cidade”. “Accessível pelo ‘‘Bond Floresta’, é de fácil e rápida comunicação com o centro commercial. Sendo esta uma das mais bellas e opulentas metrópoles do Brasil, com uma população de umas 55 mil almas, centro educacional, commercial e de indústria, não é de admirar que a tenhamos preferido para localização da nossa instituição.” (Prospecto do Collegio Baptista Americano Mineiro. Anno de 1924. p.11) Desde o princípio da sua fundação, o Colégio Batista optou pelo que se convencionou chamar coeducação, ou seja, meninos e meninas eram recebidos e educados sob os mesmos princípios e privilégios. Algumas modificações foram necessárias ao Palacete Sabino Barroso para que ele se transformasse em escola e também em internato masculino, aceitando alunos a partir de 12 anos. Já o Internato Feminino, até 1927, funcionava na Rua Pouso Alegre, 911, na Chácara Negrão de Lima. Em 1927 o Colégio constrói o prédio anexo ao Palacete Sabino Barroso, e o Internato Feminino passa a funcionar no segundo pavimento. Em 1935, o Colégio inaugura o prédio que marca o início da ocupação do que ficou conhecido com “alto Colégio Batista”, posteriormente Bairro Colégio Batista. Este prédio foi inicialmente utilizado como Internato Masculino. De acordo com o relatório anexado ao pedido de inspeção definitiva pretendida pelo Colégio,em 1935, a respeito do Internato Masculino: “Instalações para o Internato: O edifício destinado ao internato do Collegio, documento nº III, á Rua Ponte Nova,
Os prédios das séries iniciais (acima) e finais (abaixo) marcam a presença do Batista na região
é o mais perfeito que se pode exigir no momento, deve-se mesmo dizer que é moderníssimo, obedecendo a todas a s exiggencias regulamentares, nem só pelo ponto de vista escolar como também pelo lado hyigienico e esthetico” Neste período, o Colégio Batista Mineiro ainda não se mantinha por sua renda de ensino e os recursos provinham da venda de parte do terreno adquirido em 1920. A chamada “mudança histórica” se efetivou no Colégio Batista Mineiro no início dos anos 40. Como coroação do trabalho educacional do Colégio, este crescia a passos largos e necessitava com urgência de um prédio de aulas para melhor abrigar os alunos e também receber a inspeção definitiva do governo. Dr. Alberto Mazoni, diretor, apresentou então a planta para a construção do prédio de aulas. Foi o impulso que o Colégio necessitava para crescer e se firmar enquanto importante instituição de ensino em Belo Horizonte. Para fazer frente à construção do prédio de aulas da Rua Plombagina, o Colégio precisou colocar à venda parte do seu terreno, adquirido em 1920, se consolidando assim enquanto
um importante agente de produção do espaço do que viria a ser o bairro Colégio Batista. Em tempos difíceis de guerra, para valorizar seus terrenos, a Escola passou a reivindicar junto ao poder público a aparelhagem urbana necessária para a formação de um bairro com características predominantemente residenciais. Na década de 60, como de praxe, o Colégio se deparou com o desafio de adaptar as antigas instalações do Internato
Feminino para abrigar o curso primário, que funcionava, em horários alternados, no mesmo prédio do curso Ginasial, na Rua Plombagina. No segundo semestre de 1968 o primário ganhou sede própria.Em 1971, para se adaptar a lei 5692/71, que tornava obrigatória a criação dos cursos profissionalizantes, o Colégio rapidamente se moveu e criou vários destes cursos, formando grande parcela da população da Capital e do seu entorno.
GERAL
Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
EDUCAÇÃO
SINEP/MG: Gestores eficientes, administração de resultados Arquivo TCN As ações do SINEP/MG tem sido referência no cenário educacional nacional presidente do SINEP/MG, Emiro Barbini, e membros da diretoria executiva estão em São Paulo participando da décima edição do GEduc, Congresso Brasileiro de Gestão Educacional. Junto a grandes nomes da esfera da educação internacional, compartilhando conhecimentos e novidades do segmento, o GEduc 2012 dará sequência à sua missão
O
Mesa de bar virtual Por Manoel de Oliveira* Arquivo TCN
será o principal tema em debate, prometendo um evento rico em conteúdo e um público altamente qualificado: mantenedores, reitores, presidentes e dirigentes de instituições de ensino de todo o Brasil, oferecendo uma oportunidade ímpar de agregar novos conhecimentos, e apresentando debates dos principais pensadores e agentes do management contemporâneo.
Emiro Barbini, presidente do Sinep-MG
pregabilidade e Carreira do Aluno. Um grande momento de celebração: no decorrer do GEduc 2012, serão divulgados os vencedores do PNGE 2012 – Prêmio Naciode desenvolver gestores para o sucesso, apresentando modernas ferramentas, estratégias e práticas de êxito para que as instituições de ensino possam se destacar no mercado. Neste ano, os “Novos Rumos para a Gestão Educacional”
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nal de Gestão Educacional e Prêmio Gestor Educacional do Ano. O evento conta com a presença de boa parte dos membros da diretoria e com o apoio do SINEP-MG. Fotos: Divulgação
Dentro da Programação também ocorrerá o II Congresso Internacional de Gestão Educacional, a VIII Jornada de Marketing Educacional, o V Fórum de Gestão de Pessoas e quatro Workshops Setoriais. Como novidade da edição, o I Fórum de Em-
A utilização das redes sociais na internet na campanha eleitoral que se aproxima deverá ser ampliada em relação aos anos anteriores. Prova disso é a preocupação do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) que proibiu, no último dia 15 de março, a realização de campanhas extemporâneas, ou seja, antes do dia seis de julho, utilizando os recursos da rede, sob pena de punição dos infratores. Nos dias atuais é impensável que um candidato se proponha a disputar uma eleição e não considere no seu planejamento de comunicação a utilização dessas ferramentas como forma de aproximação e interação com o eleitor. No entanto, a simples criação de uma conta no twitter e perfis no facebook, no Orkut ou em qualquer outra rede social não garantem ao candidato o sucesso nas eleições. Antes de qualquer coisa, é preciso ter estratégias bem formuladas, um planejamento bem elaborado e, sobretudo, profissionais que conheçam bem essas novas ferramentas e que
tenham condições de utilizá-las da maneira correta. Na eleição passada, o que vimos, foi um festival de acusações entre os candidatos, que perderam mais tempo se justificando e se defendendo do que propondo debates e apresentando propostas, perdendo assim um precioso espaço para interagir com os eleitores. A internet e as redes sociais se transformaram no novo espaço público, onde se debate a vida, fazem-se promessas e até derrubam-se governos. Como bem frisou a ministra e futura presidente do TSE, Carmem Lúcia, as redes sociais são mesas de bares virtuais. (*) Manoel é Jornalista, Professor Universitário e especialista em Gestão Estratégica da Comunicação
Centro de Orientação e Formação à Família Por Sérgio Costa Percebendo a necessidade diária da construção da família e da falta de equipamentos para a promoção da mesma, iniciamos no início do ano de 2010, no bairro Paulo VI O Centro de Orientação e Formação à Família (CEOFF). O CEOFF nasceu com o objetivo de orientar e formar à família, levando-a ao conhecimento de leis, costumes, historicidade cultural, política, relacionamento familiar...
Visando transformação no seu núcleo familiar e na sociedade. Para isto, o CEOFF oferece oficinas diversas, cursos para adolescentes, adultos e idosos, Curso de Formação à Família, orientação jurídica, orientação sobre emprego, consulta à biblioteca e etc., com o apoio de psicólogos, advogados, pedagogos, professores, padres, pastores, líderes comunitários dentre outros. O CEOFF é um programa sem fins lucrativos, dependendo inteiramente do apoio e trabalho da sociedade e
sua sede encontra-se na Rua Beira Linha, n° 06, Paulo VI, Belo Horizonte, MG. Com o objetivo de ajudar a promover mais famílias, o CEOFF realizará 05 Cursos de Formação à Família na regional Nordeste de Belo Horizonte, nos meses de abril, maio e junho deste ano. Os locais e palestras estão sendo elaborados, porém já está definido o cronograma de ações para o CEOFF e esperamos contar com você e sua família para esta realização. Porque, acima de tudo, espera-
mos formar cidadãos e pessoas cada dia mais cocientes de seus plenos direitos e deveres. - 14 de Abril - Nazaré -28 de Abril - Concórdia -05 de Maio – Ipiranga - 19 de Maio – Goiânia -02 de junho – Bairro São Paulo Para mais informações ligue: (31) 9629 7247 Ou envie e-mail para: bibliotecareconciliacao@gmail.com (*) Sérgio Costa é diretor do CEOFF e Conselheiro Tutelar da região Nordeste de Belo Horizonte.
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OPORTUNIDADE Belo Horizonte, 2ª Quinzena, março a 1ª Quinzena, abril, 2012 - Edição N. 54
Consórcio Chery visa a nova classe média Multimarcas se une a Assochery e cria a ConChery para comercializar através de consórcio os carros da gigante chienesa
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esde o dia 26 de março, a Multimarcas, maior administradora de consórcios de Minas Gerais, está administrando o consórcio dos concessionários da montadora chinesa Chery no Brasil, que finaliza fábrica em Jacareí, interior de São Paulo. A Multimarcas Consórcio surgiu da cisão da extinta Cobrasa e foi uma das maiores Revendedoras Fiat do País. Da união entre a Assochery – rede de concessionárias Chery – e a empresa mineira surgiu a ConChery. Através dessa nova marca pretende-se atingir a nova
classe média brasileira. A ideia é oferecer o compacto popular Chery QQ em 80 meses ao custo de R$ 348,00 mensais iniciais, com a primeira assembleia marcada para o dia 15 de maio de 2012. Segundo o presidente da Multimarcas, Fabiano Lopes Ferreira, o consórcio estará vigente em 11 estados, envolvendo, num primeiro momento, 50 concessionárias Chery. “Este era um sonho antigo nosso. Atuar em todo o território nacional”, completa Fabiano Ferreira. A escolha da empresa mineira ocorreu devido ao seu portfólio e
método de trabalho. “Temos uma administração enxuta e transparente e priorizamos o atendimento aos consorciados”, diz o presidente da Multimarcas. No caso do ConChery, as concessionárias vão dividir as despesas e somar receitas. De acordo com Fabiano, nos dias atuais quem sustenta uma concessionária é o consórcio, uma invenção econômica nacional. O sistema consórcios existe há 50 anos e tem uma carteira com mais de 1.5 milhão de consorciados. “O ConChery chega em um momento de grande demanda por parte do consumidor brasileiro”, acrescenta Fabiano Ferreira. Tal demanda é forte principalmente entre as pessoas das classes C e D, que estão em ascensão no Brasil, e buscam bem de
Fabiano Ferreira, presidente da Multimarcas
consumo durável como o carro. A Multimarcas será a responsável pela organização e administração dos grupos de consórcios exclusivos com veículos Chery. Mas esta é
uma tarefa tranquila. Para exemplificar o potencial desse mercado, basta dizer que somente a Multimarcas possui mais de 14 mil consorciados ativos. Para Belo Horizonte a união da
Fotos:Reprodução
Festa da Cerveja-2012, a maior festa de Divinópolis 21ª edição da Fenacer já está movimentando a cidade de Divinópolis. O evento que é considerado o maior da região já tem data e hora marcada para começar. Nos dias 20 e 21 de abril o público presente acompanhará os shows de todos os gostos. A festa realizada pela Bezerro.com traz este ano os shows de Ivete Sangalo, O Rappa, Charlie Brown Jr, Jota Quest e a atração internacional Chris
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Willis. Christopher Willis é um cantor, compositor e produtor musical e embora tenha iniciado a carreira na música gospel, tornou-se mundialmente conhecido como vocalista em canções do DJ francês David Guetta. A canção “Love Is Gone”, é a atual música de trabalho e está fazendo sucesso nas principais paradas musicais do mundo. A Festa da Cerveja em Divinópolis atrai
todos os anos mineiros e turistas de todo o país. Este ano não vai ser diferente, a organização espera receber um público de mais de 35 mil pessoas. Nesta edição a grandiosidade da festa não fica só por conta das atrações, pois a estrutura que está sendo preparada também prometa dar um show à parte. O Setor Park permite ao público ficar bem próximo ao palco, perto dos artistas. O espaço e amplo para garantir a festa de todos com praça de alimentação, banheiros, posto policial e posto médico. Já o Camarote Divina Light terá uma estrutura para 600 pessoas. Um ambiente bem familiar com open
Multimarcas com o maior fabricante de veículos da China poderá significar geração de centenas de empregos e maior visibilidade no cenário econômico nacional.
food e open bar de água e refrigerante. Além disso, o camarote terá vista privilegiada para o palco e um Espaço Lounge com uma área especial climatizada, com massagistas
e salão de beleza. O Camarote Divina Folia é um dos espaços mais bonitos e o mais procurado da festa da cerveja. Com open bar de cerveja, vodka, run, refrigerante e água o camarote terá um acesso exclusivo a lateral esquerda do palco principal. Além disso, o espaço contará com a presença de Dj’s a noite toda, em estrutura ampla e planejada. O Camarote Kuringa é um espaço VIP com uma vista privilegiada durante os shows e um acesso ao lado direito do palco, colado no artista, totalmente open bar com cerveja, vodka, refrigerante, água, uísque,
energético e também open food, com um Buffet de comida japonesa. Tudo isso para trazer um maior conforto para o público curtir a maior festa de Minas Gerais. Além disso, o camarote ainda conta com um espaço com massagistas, cabeleireiros e salão de beleza a disposição. Nos intervalos o espaço recebera os melhores DJ´s das noites de Belo Horizonte. Agora é só escolher o seu espaço e começar a contagem regressiva para as duas noites de festa com o melhor do axé, pop rock nacional e o da música internacional.