COrteS NOS APOIOS
Fayal SPOrT Club POde abandOnar Série açOreS PÁGINA O2
Tribuna das Ilhas
DIreCtOr: MANUeL CrIStIANO BeM 4 NÚMerO: 492
11.Novembro.2o11 Sai àS SextaS-feiraS
Professor Mário ruivo eM entrevista ao tribuna
1 euro
das i lhas
O nosso Mar
g Portugal tem vindo a fazer consideráveis progressos no conhecimento científico e na
prospecção dos espaços marítimos nacionais. Todavia, e ainda, de acordo com Mário Ruivo, face à actual crise económica/financeira e às medidas excepcionais adoptadas, haverá que salvaguardar a capacidade de investigação básica e aplicada conseguida, como garante da sustentabilidade de exploração e conservação ambiental dos recursos e espaços marinhos nacionais e a sua valorização, como património determinante para o futuro PÁGINAS O8/O9 desenvolvimento do País. Leia a entrevista.
3 milhões de dívidas da
CMH podem encerrar Teatro Faialense e Piscina Municipal
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editorial
orgaNizar… g Sem organização, sem planificação e sem boas colaborações de entidades e instituições num determinado projecto ou trabalho de interesse colectivo, corre-se o risco de um fracasso. Actualmente, tudo aquilo que se faz no âmbito da comunidade em que se vive tem de ser preparado nas suas linhas gerais e até mesmo nos seus detalhes. Ora, vêm estas considerações – aliás retiradas da experiência da vida – a propósito da atribuição ao Faial, no âmbito das iniciativas da União Europeia, da honrosa qualificação de “destino EDEN de excelência”, pelo nível e características do seu Parque Natural. E a avaliar pela propaganda que já começou a ser feita à volta dessa qualificação, na comunicação social do país, é de crer que já nesta época baixa do movimento turístico, mas principalmente nos meses médios e altos do próximo ano, já se façam sentir os reais efeitos de tão importante conquista para esta ilha, para o Triângulo e para os Açores, nessa área do turismo ambiental que está a ser incentivada com as melhores perspectivas. Mas…Há sempre um “mas”neste caso a pedir uma organização que, a nosso ver, poderia envolver a colaboração de entidades e instituições locais, encabeçadas pelos Serviços do Parque Natural, Ambiente e Turismo. Sendo previsível, sobretudo a partir do próximo ano, o aparecimento entre nós de sucessivos grupos de turistas, nacionais e estrangeiros, dirigidos a este “destino EDEN”, é indispensável – pensamos – que para além das recepções dos hotéis, haja uma coordenação e uma orientação para as visitas aos diversos pontos do Parque Natural. E outros aspectos seriam de ter em conta como o dos transportes, o da existência de guias locais com uma adequada formação específica, além da edição de desdobráveis e publicações complementares, com informações detalhadas sobre o Parque e, em certa medida, sobre a história da ilha, os vulcões, as actividades tradicionais, o turismo náutico, a observação de baleias, etc.. E para aqueles visitantes que desejassem, dentro do tempo disponível, ir ao Pico ou a São Jorge, era natural que houvesse excursões organizadas localmente, de maior ou menor duração e custos, como acontece em toda a parte do mundo. Por tudo isto, que não é pouco, seria indispensável um trabalho preparatório que conjugasse entidades e organismos oficiais e privados – com ligação à actividade turística e ambiental - repetimos de modo a criar um clima de boa organização e de óptima recepção aos visitantes, a condizer com o elevado nível natural deste “destino EDEN de excelência”. Só assim se pode manter e fazer crescer esta extraordinária maisvalia que o Faial e os Açores arrecadaram e que tem de ser transformada num futuro de progresso.
eM destaque
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Câmara da Horta não assegura verbas previstas para a participação do fayal Sport Club na Série açores g A participação das equipas de futebol de 11 e futsal do Fayal Sport Club na Série Açores pode estar em risco. Em causa está a redução em cerca de 80% do financiamento esperado por parte da Câmara Municipal da Horta. De acordo com o regulamento dos apoios ao desporto do município, “aos clubes que participem em quadros competitivos oficiais de regularidade anual de deslocações, nos desportos colectivos e no escalão de seniores ou designações similares” as comparticipações financeiras que podem ser atribuídas ao último nível competitivo – caso da Série Açores – ascendem aos 25 mil euros. Tendo em conta este regulamento, o Fayal Sport Club preparou o seu orçamento para a presente época desportiva a contar com este apoio para as suas equipas seniores de futebol de 11 e de futsal, ambas a actuar na Série Açores, como referiu ao TribunA DAS ilHAS Celestino lourenço, presidente do clube. Ora, recentemente, uma reunião entre o clube e a autarquia trouxe as más notícias: dos 25 mil euros com que o Fayal contava, a Câmara Municipal pode apenas suportar 5 mil. De acordo com Celestino lourenço, um corte destas dimensões implica reequacionar os planos do clube para esta época, e pode mesmo culminar com a não participação da equipa de futsal na Série Açores, que arranca em Janeiro, ou com a desistência da equipa de futebol de 11, que neste momento já actua na terceira divisão. Face a esta situação inesperada, a “batata quente” passa a estar do lado dos jogadores: é que, de acordo com o presidente do clube, a única forma de lidar com esta redução de verbas é reduzindo também os prémios de treino e de jogo dos atletas. Se estes concordarem, a participação das equipas na Série Açores poderá manter-se, ainda que isso continue a implicar uma grande ginástica financeira para o clube. lourenço não esconde o desânimo em relação a esta situação, principal-
[SOBE]
CeLeStINO LOUreNçO O presidente do Fayal Sport Club refere que a participação das equipas de futebol 11 e futsal na Série Açores podem estar comprometidas devido ao corte dos apoios por parte da autarquia faialense
mente pela altura em que a autarquia decidiu comunicar ao clube a impossibilidade do financiamento previsto no regulamento. É que, como explica, a prioridade inicial do clube eram as obras de remodelação do pavilhão. no entanto, com a possibilidade de participar na Série Açores, esse projecto foi adiado em prol da substituição do sintético. Se o Fayal tivesse tido conhecimento deste corte tão substancial no financiamento camarário para a participação na Série Açores, a subida de divisão tinha sido preterida e a obra do pavilhão passaria a ser a prioridade do clube. Celestino lourenço explica que já não existem condições mínimas para garantir jogos naquele espaço. De momento, estão a ser realizadas intervenções “para garantir as condições mínimas” para que se possam disputar jogos de basquetebol. mP
CMH NãO FOI CONSULtADA NeM PrOMeteU verBA “A Câmara Municipal da Horta não foi consultada nem prometeu a verba que o Fayal Sport refere”. A declaração é de Filipe Menezes, vereador municipal com a pasta do desporto, a propósito das declarações vindas a lume sobre a suspensão da participação na Série Açores do FSC. Menezes adiantou ainda que “antes do início da época desportiva, nos meses de Maio/Junho, a CMH reuniu com o Fayal Sport e alertaram para o facto das verbas sofrerem uma redução, pelo que não entendo como um clube elabora o seu plano e orçamento sem consultar a CMH sobre as verbas disponíveis”. O vereador esclareceu ainda que o regulamento a que o FSC se refere data de 2009 com impacto no orçamento da CMH de 2010. neste momento o regulamento em vigor, que foi sujeito a discussão pública,
&
determina, no seu artigo 13, sobre o apoio à actividade competitiva de âmbito regional e Série Açores, ponto 4, alínea b que “aos clubes que participam em campeonatos regionais ou série Açores com regularidade de deslocações inter-ilhas e disputados no sistema de todos contra todos, os montantes a atribuir são os para os campeonato com 9 a 10 equipas: 10.000 euros”. Filipe Menezes salientou ainda que “o apoio que a autarquia disponibiliza ao Fayal Sport não pode ser tido só como o apoio para a Série Açores. Ainda no ano passado demos apoios para a construção dos balneários e colocação do relvado, aliás, a CMH tem colaborado com todas as instituições desportivas da ilha, dentro das suas possibilidades.” Para 2012 a autarquia vai reduzir os seus apoios aos clubes e associações culturais e filantrópias em 50%. mJS
[DEScE]
APADIF
AINDA AS LIStAS…
g A Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha
g Há umas semanas atrás trouxemos a esta página o facto
do Faial (APADIF) está a celebrar os seus 18 anos de existência em cumprimento da sua complexa mas louvável missão de solidariedade e de apoio efectivo aos nossos semelhantes, de idades diversas, mas que são portadores de deficiências que diminuem a vivência plena das suas vidas. É uma missão difícil mas moral e civicamente valiosa – uma missão de um organismo que honra a comunidade faialense. Pela passagem deste aniversário da APADIF o nosso vivo aplauso a essa instituição.
imperdoável de nas novas listas telefónicas dos Açores para os anos 2011-2012, se verificarem muitas omissões de números de telefone, que confirmámos existirem e que por “artes do demónio” desapareceram. Agora ao consultarmos as novas listas para a cidade de Lisboa chegámos à mesma conclusão. Mas noutro aspecto as novas listas telefónicas de Lisboa e dos Açores estão no mesmo plano negativo com a utilização de um tipo de letra diminuído que se torna quase ilegível. Isto é uma vergonha !!!
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Técnica do Mosaico e sabonetes Tem lugar nos próximos sábados, dias 12, 19 e 26 de Novembro, das 10 às12h, no Museu da Horta, um atelier de técnica de mosaico e sabonetes. Esta iniciativa destina-se a crianças dos 5 aos 8 anos e desenvolver-se-á em 3 sessões com continuidade entre si e será orientado por Vera Goulart Castro. As inscrições podem ser feitas na recepção do Museu. g
Parque Natural do faial abre portas aos faialenses
g O Parque natural do Faial, promove mais uma vez o projecto “Parque Aberto 2011/2012. Assim, neste inverno, será promovido um leque diversificado de actividades gratuitas que se iniciam no próximo dia 12 de novembro e terminará no dia 4 de Fevereiro de 2012. Assim, no dia 12 de Fevereiro, o Parque natural do Faial comemora o dia de São Martinho no Jardim botânico do Faial, e, à semelhança do ano anterior, este ano tem programada a realização de três trilhos pedestres com acompanhamento de respectivo guia; os centros interpretativos do par-
que irão estar abertos de forma gratuita, e não irá faltar a campanha de natal para os produtos do Parque. realça-se, ainda, que este programa contempla outras actividades não menos atractivas, como um workshop de botânica integrado na comemoração dos 20 anos da Azorica, uma visita guiada ao Jardim botânico de Pedro Miguel, plantação de endémicas nos Charcos de Pedro Miguel e uma actividade especialmente dirigida para crianças, que se irá desenvolver no Centro de interpretação do Vulcão dos Capelinhos – “Os Guardiões do Vulcão”.
[aconteceu]
Dr
O Parque natural do Faial, recentemente distinguido como o primeiro destino Europeu de Excelência no programa “EDEn - European Destinations of Excellence ” surgiu com o intuito de realizar uma correta gestão das áreas ambientais protegidas da ilha, constituindo, desta forma, a unidade de gestão das áreas protegidas. Esta estrutura permite a gestão do território, orientada para a conservação da biodiversidade e geodiversidade, bem como a utilização sustentável dos recursos naturais, de forma a potenciar o turismo e o bem-estar dos residentes. mJS
faial recebe Jornadas florestais insulares da macaronésia em 2012 Dr
g O Governo dos Açores vai organizar, em Maio de 2012, as Vi Jornadas Florestais insulares da Macaronésia, nas ilhas do Faial e Pico, onde irão participar técnicos dos Açores, Madeira, Canárias, Cabo Verde e do continente português. O anúncio foi feito pela Directora regional dos recursos Florestais,
Anabela isidoro, na 3ª reunião do Comité de seguimento do Projecto Foresmac, que se realizou na ilha de Tenerife a par das jornadas de trabalho submetidas ao tema “Experiência na Macaronésia sobre recuperação de áreas florestais após catástrofes: vendavais, incêndios e inundações”. Estas Jornadas foram uma oportuni-
dade para os técnicos dos Açores, Madeira e Canárias, debaterem e trocarem experiências sobre temas comuns aos três arquipélagos, com visitas de campo para observação de trabalhos de restauração de habitats, correção hidrológica e de manutenção da rede viária florestal. Entre as conclusões dos três dias de trabalhos destaca-se a importância do investimento em investigação e prevenção para fazer face às recentes alterações climatéricas. As Vi Jornadas Florestais insulares, que se realizam em 2012, serão o momento próprio para divulgar a floresta açoriana, natural e cultivada, os resultados atingidos com o Programa de Melhoramento Florestal da região, o trabalho desenvolvido ao nível da produção de plantas em viveiro e ao nível da gestão dos recursos florestais e ainda as potencialidades da madeira de criptoméria dos Açores, produzida de forma sustentável. mJS Com gaCS
veNDAS De vIAtUrAS NOvAS COM qUeBrA De 22,5 % g A venda de viaturas novas nos Açores caiu 22,5 % nos primeiros nove meses deste ano, reflectindo uma continuada quebra de procura que se acentuou no terceiro trimestre, revelou o Serviço Regional de Estatística. Entre Janeiro e Setembro foram comercializados no arquipélago 2.462 veículos novos, menos 716 do que nos primeiros nove meses de 2010. A quebra de procura registada no período afectou sobretudo o sector de ligeiros, que acusou uma quebra de vendas de 2.550 para 1.935 viaturas. rOtArACt CLUB DA HOrtA PrOMOve vOLUNtArIADO NO PArLAMeNtO eUrOPeU g O Rotaract club da Horta (RcH) esteve de visita ao Parlamento Europeu sob o tema “Jovens Voluntários dos Açores”, no âmbito do Ano Europeu do Voluntariado. Ao longo dos últimos dez anos da sua existência, o RcH tem estimulado o “Ideal de Servir” junto da sociedade, através de actividades nas mais diversas áreas, tais como: Saúde, Ambiente, Mar, Educação, Emprego, Social e Juventude. No ano em que o lema que orienta o Rotaract é “conheça a Si Mesmo para Envolver a Humanidade”, o clube faialense tem vindo a prestar serviços humanitários com o objectivo de fomentar um elevado padrão de ética em toda a sociedade. MAU teMPO LevA AO CANCeLAMeNtO De SeIS vOOS g O mau tempo que se fez sentir nos últimos dias levou ao cancelamento de seis voos entre as ilhas dos Açores. O porta-voz da empresa, José Gamboa, disse que a SATA Internacional, que assegura as ligações para fora do arquipélago, está a realizar todos os voos. Devido ao mau tempo nas Flores, dois voos (entre o Faial e as Flores) deixaram de realizar-se, afectando 27 passageiros com destino a esta ilha e 17 que tentavam partir. AçOreS COM 14 MOrteS eM ACIDeNteS De vIAçãO g Os Açores verificaram, em Setembro, um decréscimo de 17 % em acidentes de viação face ao mesmo período do ano passado. Segundo dados policiais, o Serviço Regional de Estatísticas registou no Arquipélago 2.287 acidentes de viação, entre Janeiro e Setembro. Verificou-se nos primeiros nove meses deste ano uma queda de 17%, quando comparado com o período homólogo do ano passado, tendo, todavia, as mortes nas estradas açorianas aumentado de dez para catorze. Dos respectivos acidentes rodoviários registados resultaram ainda 72 feridos graves e 519 ligeiros.
[vai acontecer] CONFerêNCIA SOBre ArqUIteCtUrA e UrBANISMO NA BIBLIOteCA DA HOrtA g Na próxima quinta-feira, dia 17 de Novembro, a Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça acolhe a conferência “Horta – arquitecturas, urbanismos e histórias”. O palestrante será o arquitecto Tomás correia. A conferência tem início às 21h00, no auditório da biblioteca faialense. MÚSICOS CeLeBrAM PADrOeIrA g Este fim-de-semana os músicos faialenses celebram a sua padroeira, Santa cecília. Amanhã, dia 12, na Igreja Matriz do Santíssimo Salvador da Horta, terá lugar o lançamento da obra Sentir o canto Litúrgico, da autoria do padre Marco Luciano. O evento tem início às 20h30, e será seguido de um concerto de música sacra. No domingo, dia 13, a partir das 11h15, as filarmónicas desfilarão pelas ruas da cidade, seguindo-se, às 12h00, missa solene em honra de Santa cecília na Igreja Matriz, com a participação das filarmónicas e das capelas da ilha do Faial. Integrado nestas celebrações, realizase no próximo fim-de-semana, nos dias 18 e 19, um festival de bandas filarmónicas organizado pela União Faialense na sua sede. O festival tem início no dia 18, às 20h30, com a actuação da banda anfitriã. Seguem-se-lhe a Lira campesina cedrense e a Artista Faialense. No domingo, dia 19, o festival inicia-se às 20h00, com a Sociedade Filarmónica Nova Artista Flamenguense, seguindo-se a Euterpe de castelo Branco e a Lira e Progresso Feteirense. BOMBeIrOS FAIALeNSeS eM BrUxeLAS g Uma comitiva da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Faialenses, composta por cerca de duas dezenas de pessoas, está desde a passada quarta-feira de visita a Bruxelas, a convite do eurodeputado Luís Paulo Alves. Ontem, os soldados da paz faialense visitaram um quartel de bombeiros na cidade belga, onde assistiram a uma palestra sobre a protecção civil e o papel dos bombeiros nas sociedades actuais. Nesta palestra estava prevista a participação do Intendente Paulo de Almeida Pereira, representante de Portugal junto da União Europeia para a cooperação policial, protecção civil e aspectos civis da gestão de crises. Desta visita dos bombeiros faialenses a Bruxelas fazia também parte um encontro no Parlamento Europeu com o e\urodeputado Luís Paulo Alves. A comitiva regressa à Horta no domingo. TRIBUNA DAS ILHAS acompanha esta visita, e traz-lhe a reportagem na próxima edição.
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Cidade da Horta com centro comercial renovado Maria José Silva Fotos: Susana Garcia g A crise pode ser uma oportunidade sobretudo para os produtores locais. Foi esta a ideia que quer administração da Sonae e bensaúde, quer os governantes locais e regionais expressaram na tarde de quarta-feira aquando a inauguração do Centro Comercial Continente da Horta, agora remodelado, 13 anos após a instauração da grande superfície no Faial. A insco insular Supermercados S.A. procedeu à remodelação e consolidação da sua área comercial na cidade da Horta, passando a contar com as lojas Continente, Modalfa, Worten, Sportzone, Well´s, bom bocado e a book.it. num investimento de mais de 5 milhões de euros, o novo Continente Horta, desenhado pelo gabinete do arquitecto António Pardal, conta com 166 colaboradores. José Fortunato, administrador da Sonae frisou na ocasião que “a inauguração deste espaço marca uma nova fase na parceria que a Sonae tem estabelecido com empresas açorianas, nomeadamente com a bensaúde.” Desde 1991 que este grupo económico está nos Açores e, ao que foi revelado, renovou a parceria por mais 15 anos. “Acreditamos no potencial da região e vamos continuar a investir para criar espaços de referência” – frisou o administrador. Vítor Cruz, administrador da ben-
saúde, salientou no momento, a importância que esta inauguração tem no panorama do mercado de trabalho local e na dinamização dos produtores regionais. Ainda nesse âmbito disse Vítor Cruz que é pretensão da administração promover o “Clube de Produtores”, um projecto que visa dinamizar a economia regional. Em linhas gerais o “Clube de Produtores” terá acompanhamento técnico para que possa haver um planeamento da produção e escoamento adequado. Declarar guerra à crise é o objectivo da inSCO, pelo que, para tal tem feito, de acordo com Vítor Cruz, uma grande aposta na formação dos seus colaboradores.
AçOreS OFereCeM CONDIçõeS ÚNICAS PArA OS INveStIDOreS Carlos César disse, na ocasião, que há na região condições únicas de atractividade para os investidores privados, não só pelas medidas de apoio em vigor, como pelo facto de ser menor a carga fiscal. "Se a pressão fiscal será agora aumentada - passando o diferencial de trinta para vinte por cento a menos da fiscalidade praticada no país - a verdade é que o que deve ser relevado não é que vamos ter mais dez por cento de pressão fiscal, mas sim que temos menos vinte por cento do que a pressão fiscal nacional” – sublinhou o presidente do Executivo.
O governante considerou mesmo que compete aos líderes empresariais e aos representantes do empresariado "puxar pelos factores de discriminação positiva que existem nos Açores", a exemplo do
CmH entrega Livro de vereações do Sec ixx à biblioteca da Horta Maria José Silva Fotos: Susana Garcia g A Câmara entregou para depósito da biblioteca Pública e Arquivo regional da Horta do “livro de vereações da Câmara Municipal da Horta de 4 de Maio de 1857 a 1 de Junho de 1859”. O documento histórico passou assim a estar integrado no fundo documental da Câmara Municipal da Horta, existente na biblioteca que já contempla 84 volumes. no momento da entrega João Castro, Presidente da autarquia, sublinhou que este livro estava nos arquivos da CMH e fazia falta no acervo da biblioteca. É um obra do século iXX que agora vai para a câmara de expurgo para que, daqui por quatro semanas fique disponível ao público. “O ideal seria digitalizar todo o acervo histórico, mas neste momento a biblioteca não tem recursos humanos para tal”, refere luis San bento, director da biblioteca pública que acrescentou ainda que “em formato digital e já disponíveis on line, estão os registos paroquiais do Corvo, Flores e algumas zonas do Pico. Em breve estarão os os registos paroquiais do Faial”. O presidente da CMH, João Castro, frisou na ocasião que a “é uma preocupação da autarquia reabilitar e recuperar os acervos e o espólio documental da ilha, atendendo à importância histórica dos mes-
que, "aliás, tem feito o Governo". Falando na cerimónia de inauguração da loja Continente na cidade da Horta, Carlos César disse acreditar que "aqueles que, apesar das dificuldades, agora
agricultores da Praia do almoxarife já têm casa da balança Maria José Silva Fotos: Susana Garcia g no âmbito do i Dia do Agricultor foi inaugurada na tarde de quarta-feira, a Manga e Casa de balança no Chão Frio, na Praia do Almoxarife. Este investimento, no valor de 7500 euros, foi protagonizado pela Junta de Freguesia da Praia do Almoxarife em colaboração com a Secretaria regional da Agricultura e Florestas e CMH e que vai contemplar cerca de uma dezena de agricultores. lúcio rodrigues, presidente da junta de freguesia disse aos presentes
mos e à contribuição que fornecem no conhecimento da própria história dos nossos antepassados”. Curiosamente, este livro contempla relatos da visita de D. luís, filho de D. Maria uma das ilhas de D. Pedro iV à ilha do Faial. recorde-se que foi D. luís, quando ascendeu a Príncipe, que atribuiu
o título de “Mui leal Cidade” à cidade da Horta, titulo que ainda hoje faz parte do brasão municipal. na ocasião foi revelado também que o instituto Gaspar Frutuoso já fez o levantamento dos livros dos Tabeliães do Faial, que, assim que haja disponibilidade financeira, devem ser editados.
podem e têm margem para investir, e que o fazem, estarão na linha da frente e serão remunerados com antecipação e com vantagens quando a situação se inverter."
que o “sector da agricultura é um sector que está revitalizado na Praia do Almoxarife, sendo também um sector preponderante, quer para a freguesia, quer para a ilha”. O Governo dos Açores quer continuar a criar condições para que as agro-indústrias, que transformam os produtos agrícolas e que os colocam no mercado, tenham cada vez mais competência, conhecimento e recursos para intervirem nas cadeias de valor. Quem o disse foi noé rodrigues, Secretário regional da Agricultura e Florestas que presidiu esta inauguração.
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entregue candidatura do geoparque açores à rede europeia de geoparques Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g A candidatura do Geoparque Açores à rede Europeia de Geoparques foi entregue na passada terça-feira ao embaixador da unESCO em Portugal. O documento foi entregue por José leonardo Silva, presidente da Adeliaçor e, simultaneamente, da Associação Geoparque Açores. Antes de partir para lisboa, José leonardo entregou a candidatura na Horta ao secretário regional do Ambiente e do Mar. Para Álamo Meneses, a entrega da candidatura à unESCO prova que, para além do valor geológico existente no arquipélago, já está consolidada uma estrutura que o organiza e permite explorar a sua potencialidade na região. De acordo com o governante, a consolidação do Geoparque Açores ainda decorre. Foram já elaboradas as cartas de geo-sítios de algumas ilhas, estando outras, como é o caso da do Faial, em fase de elaboração. Estas são elaboradas através de uma parceria entre a associação Geoparque Açores e a universidade dos Açores, e, entre outras coisas, irão g A campanha SOS Cagarro, que decorre todos os anos nesta época para ajudar os juvenis que saem dos ninhos pela primeira vez, já permitiu salvar cerca de 2000 aves marinhas desta espécie em apenas 15 dias. O arquipélago dos Açores acolhe nesta altura do ano cerca de 60 % da população mundial de cagarros que nidifica nas zonas costeiras, mas muitos indivíduos desta espécie morrem nos primeiros meses de vida vítimas de gatos e ratos, mas também atropelados nas estradas, onde caem depois de serem encadeados pela iluminação pública e pelos faróis das viaturas.
integrar os guias dos Parques naturais. Por sua vez, José leonardo Silva lembrou que o objectivo desta associação é unir todas as ilhas da região num único geoparque. Sob o lema “nove ilhas, um geoparque”, o presidente da associação Geoparque Açores está optimista no sucesso da candidatura açoriana, que terá uma avaliação em Junho e Julho de 2012, com a visita à região dos responsáveis pela rede europeia. José leonardo salientou a importância da organização do valor geológico dos Açores como um produto turístico, uma vez que permite “alavancar” esta actividade tão importante para a região em relação a um nicho temático muito específico mas com muito potencial. neste momento, existem já referenciados 120 geo-sítios em todas as ilhas da região, desde os fósseis de Santa Maria até ao Caldeirão, no Corvo. Além disso, a riqueza geológica dos Açores não se resume ao território terrestre, havendo muitos geo-sítios marinhos. O Geoparque Açores é da responsabilidade das associações de desenvolvimento local da região, sendo neste momento presidido pela Adeliaçor. Estas trabalham de perto com o
ÁLAMO MeNeSeS e JOSÉ LeONArDO O secretário regional do Ambiente e Mar recebeu das mãos do presidente da associação Geoparque Açores uma cópia da candidatura
Governo regional na concretização deste projecto. A rede europeia e global integra neste momento 98 geoparques, dos quais dois são portugueses.
recorde-se que, em Junho passado, esteve de visita à região o coordenador da rede europeia de Geoparques, nickolas Zouros. na ocasião, o responsável referiu que “os Açores parecem
ser um excelente território para ser reconhecido pela unESCO enquanto Geoparque Global”, e mostrou-se “ansioso” pela candidatura açoriana, que foi agora entregue.
dois mil cagarros salvos em 15 dias Dr
O período mais complicado ocorre, de acordo com os especialistas, entre 15 de Outubro e 15 de novembro, altura em que as aves mais novas saem pela primeira vez dos ninhos, o que levou o executivo regional a promover todos os anos a campanha SOS Cagarro. A campanha arrancou há 20 anos na ilha do Corvo, a mais pequena dos Açores, quando a autarquia local, por sugestão do investigador luís Monteiro, do Departamento de Oceanografia e Pescas da
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universidade dos Açores, decidiu apagar as luzes da iluminação pública para evitar encadear os jovens cagarros na primeira saída dos ninhos. A campanha SOS Cagarro envolve cerca de uma centena de instituições, incluindo os serviços do governo, autarquias, escolas, associações não-governamentais, bombeiros e escuteiros, mas também Gnr, PSP, Polícia Marítima, Força Aérea e muitas empresas públicas e privadas. mJS
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PPm vota contra orçamento da região
cMh coM 3 Milhões de dívida a fornecedores
Piscina municipal e teatro faialense podem fechar
Maria José Silva Dr
g infraestruturas como Piscina Municipal, Teatro Faialense, Espaço TiC e serviços como Cemitério podem fechar para ajudar a fazer face á dívida de quase 3 milhões de euros que a CMH tem neste momento a fornecedores. Em declarações à Agência lusa, João Fernando Castro, garantiu que apesar da difícil situação financeira do município, “estão reunidas as condições para salvaguardar a questão dos salários”. neste momento a autarquia está preocupada com as dívidas aos fornecedores, que estão a causar graves dificuldades de tesouraria ao município. “Hoje, a dívida aos fornecedores está na ordem dos três milhões de euros, mas é uma situação que está estancada desde o segundo semestre deste ano”, afirmou João Fernando Castro, acrescentando que o problema se traduz num “aumento dos prazos de paga-
Fotos: Susana Garcia g O Partido Popular Monárquico vai votar contra o Orçamento apresentado pelo Governo regional. Em conferência de imprensa realizada na manhã de quinta-feira na cidade da Horta, Paulo Estêvão justifica esta decisão com o facto de “não constatar qualquer abertura em relação ao eventual pagamento, na região, dos subsídios de férias e natal de 2012”. Estevão disse aos jornalistas estranhar esta posição do executivo porque não é consentânea com a posição do PS a nível nacional. Afirmou ainda estranhar “a forte suspeita de inconstitucionalidade do corte dos subsídios e a posição tomada o ano passado em relação à remuneração compensatória.”
mento e da dívida a terceiros e às empresas locais”. Para o edil esta situação acontece não só devido à actual conjuntura mas também devido ao facto de ainda não
Assim, o PPM vai apresentar uma proposta de alteração ao documento visando a criação de um mecanismo que garanta o pagamento dos subsídios em causa até porque, de acordo com o monárquico, se isso não acontecer levanta-se a questão: a situação económica da região não é tão boa como o Governo apregoa? na proposta a apresentar o PPM inclui ainda uma rubrica relacionada com os rendimentos sociais de inserção que passa por integrar todos os beneficiários desse rendimento em tarefas e acções comunitárias por um período de 4 horas diárias. Estêvão denunciou ainda o facto de, em nenhuma parte do Orçamento para 2012 haver referencia às remunerações compensatórias, o que levanta a dúvida sobre a sua execução ou não.
terem sido transferidas para a autarquia as verbas relativas ao irS que representam uma receita não recebida superior a um milhão de euros. mJS com LuSa
vereadores do PSd acusam CmH de falta de ética democrática Maria José Silva Fotos: Susana Garcia g Os vereadores da Câmara Municipal da Horta eleitos pelo Partido Socialdemocrata acusaram o Executivo camarário de falta de ética democrática. Em conferência de imprensa realizada na manhã de quinta-feira, Paulo Oliveira, Fernando Guerra e rosa Dart afirmaram não concordar com as práticas que classificam de “arrogantes e autocráticas de quem detém o poder na Câmara da Horta. Perante a lei todos os membros dos executivos camarários, têm igual legitimidade em conhecer e participar nas principais decisões do Município mas, segundo Fernando Guerra, “isso na Câmara Municipal da Horta não tem acontecido, não acontece, e entendemos que, volvidos dois anos desde o início do nosso mandato, temos o dever de dar aos Faialenses conhecimento desse facto.” De acordo com os vereadores da oposi-
ção, “a maioria da Câmara Municipal da Horta não promove a participação plena de todos os vereadores nas decisões e não respeita a oposição nem cumpre os deveres que estão legalmente estabelecidos no Estatuto da Oposição.” Afirmaram ainda aos jornalistas que “a maioria da Câmara Municipal da Horta esvazia de conteúdo as reuniões do executivo que transformou em meros actos formais e de fachada, quase completamente ocupadas a tratar de assuntos irrelevantes.” Os vereadores adiantaram ainda que nas reuniões “discute-se e decide-se isenções de taxas para festividades e dá-se conhecimento de ofícios recebidos das mais diversas entidades. Tudo o que é importante para a vida do Município e para a vida de todos nós não é nas reuniões da Câmara que é discutido nem decidido.” Guerra explicou também que os vereadores do PSD só têm conhecimento das
decisões da maioria pela comunicação social e exemplo disso foi, conforme expuseram, a cedência à Câmara Municipal da Horta terrenos afectos às Termas do Varadouro, o projecto designado por “Faial solidário”, o novo modelo e novos cortes nas delegações de competências da Câmara nas Juntas de Freguesia e o financiamento do fogo-deartifício de fim de ano. Apesar de não ser uma postura ilegal, o PSD reclama pela ética democrática que devia estar subjacente a uma governação autárquica e que afirmam não existir. Questionados sobre a possibilidade de adopção de medidas mais drásticas caso esta situação não se inverta, os vereadores laranja são unânimes em dizer que vão cumprir o mandato até ao fim, porque para isso foram eleitos, mas, conforme disse Paulo Oliveira, “há uma réstia de esperança de que a vereação da maioria socialista mude a sua postura, a bem dos faialenses”.
misericórdias vão ter Preço fixo por utente g A Secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social reuniu com a Santa Casa da Misericórdia da Horta, a segunda maior empregadora do Faial. Ana Paula Marques salientou, após a visita aquela instituição que a Santa Casa da Misericórdia da Horta apresenta actualmente custos mensais por utente próximos dos valores de referência, estando, por isso, no âmbito da reformulação do sistema de comparticipação financeira às instituições Particulares de Solidariedade Social e Miseri-córdias, em condições para integrar, no próximo ano, o leque de instituições que gerem bem os seus recursos. Segundo acrescentou, o executivo já avançou com um programa de apoio à qualificação da gestão de cerca de 20 instituições com valências sociais, as quais apresentam os mais elevados custos mensais por utente. Assim sendo, é pretensão do executivo açoriano lançar o projecto “Modelo de Preço Fixo por utente” que pretende fazer convergir estas instituições para os valores médios de referência e por
conseguinte para o novo “Modelo de Preço Fixo por utente”. O novo sistema visa a adopção, por parte das instituições, de forma progressiva, de um preço fixo para cada tipo de serviço social, independentemente da instituição que o presta, sendo que o pagamento será repartido entre o utente, de acordo com a sua condição financeira, e subsidiariamente pela Segurança Social na parte remanescente. O “Modelo de Preço Fixo por utente” tem, entre outras, finalidades, rentabilizar os recursos existentes, corrigir assimetrias, agilizar os procedimentos, privilegiar as instituições mais eficientes e os serviços de qualidade, assim como permitir um maior controlo orçamental e qualidade dos serviços prestados. Com capacidade para 644 utentes, a Santa Casa da Misericórdia da Horta possui muitas respostas sociais ligadas às áreas dos idosos, da deficiência e dos cuidados continuados e gere, anualmente, mais de 1,2 milhões de euros. mJS Com gaCS
cultura
Tribuna das Ilhas
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faial filMes fest 2011 chegou ao fiM no sábado
João CaNiJo consagrado no festival de Cinema dos açores Chegou ao fim no passado sábado a sétima edição do Faial Filmes Fest. Ao longo de uma semana passaram pelo teatro Faialense dezenas de filmes a concurso, divididos por 11 sessões competitivas, nesta que foi a primeira edição com competição aberta às longas-metragens do Faial Filmes Fest (FFF). No final, o júri consagrou Sangue do meu sangue, de João Canijo, como o melhor filme da noite. A Matança, de André Laranjinha, foi a curta-metragem distinguida como melhor filme açoriano. Destaque também para a homenagem do Cineclube da Horta, entidade organizadora do festival, ao realizador António Macedo.
Marla Pinheiro Foto: Carlos Pinheiro g “um marginal tão marginal que é rejeitado pelos próprios clubes de marginais”. Foi com esta citação que a apresentadora da sessão de encerramento da sétima edição do Faial Filmes Fest, lia Goulart, descreveu o grande homenageado do Festival de Cinema dos Açores em 2011. António Macedo, um dos mais activos realizadores do chamado Cinema novo português, é hoje desconhecido de muitos, apesar do contributo ímpar que prestou ao desenvolvimento cinematográfico em Portugal. Foi por isso com
um “prazer muito grande” que luís Pereira, director do FFF, dedicou esta edição do festival ao cineasta. António Macedo não esteve no Faial para receber na primeira pessoa esta distinção, no entanto luís Pereira entregou-a à sua filha, a também realizadora Susana Sousa Dias, que agradeceu em nome do pai e desejou “longa vida” ao FFF. Apesar de não ter estado fisicamente no Teatro Faialense, António Macedo não deixou de marcar presença, através de um vídeo em que deliciou o público com a história do seu primeiro encontro com Almada negreiros, para preparar o documentário Almada Negreiros vivo, hoje, que realizou em 1970, e que foi projectado pelo Cineclube da Horta no âmbito desta homenagem ao cineasta. Depois da homenagem a António Macedo, foi tempo de conhecer o palmarés da sétima edição do FFF. Os primeiros vencedores a serem conhecidos foram os do Prémio rTP – Onda Curta. O prémio foi atribuído às curtas-metragens Vicky and Sam, de nuno rocha, e North Atlantic, do madeirense bernardo nascimento. De seguida, foi conhecido o Prémio Don Quijote, atribuído pela Federação internacional de Cineclubes, pela primeira vez nesta edição. O júri decidiu galardoar o filme Viagem a Portugal, de Sérgio Tréfaut, no entanto atribuiu também três menções especiais: Estrada de Palha, de rodrigo Areia, pela fotografia; O barão, de Edgar Pêra, pela montagem; e Sangue do meu Sangue, de João Canijo, pela realização. na área das curtas-metragens, o filme Matança, de André laran-
jinha, levou para casa o prémio de melhor filme açoriano. Dirty Friday, de Adrián Delgado e Tenesor Cruz, vindo das Canárias, arrecadou o prémio para melhor filme das ilhas, e também o prémio do público para melhor curtametragem. Como melhor filme açoriano, o público elegeu Corre Emanuel, corre, de Emanuel Macedo e bruno Correia. O prémio para melhor filme – escolas foi atribuído a Dia do Desassossego, de ricardo Feio. O filme Viagem a Cabo Verde, de José ribeiro, levou para casa o prémio de melhor animação. Este realizador foi ainda galardoado com o prémio para melhor curtíssima, pelo filme Dodu – O rapaz de cartão. Ainda nas curtas, o filme Hibernando, de David Pantaleón, foi considerado o melhor documentário a concurso, enquanto que o filme cabo-verdiano Das Rauchen des Meeres, de Ana Fernandes e Torsten Truscheit, venceu na categoria de melhor ficção. nas longa-metragens, a escolha do júri não terá sido tarefa fácil, pela “qualidade excelente” dos filmes a concurso. nesta secção, o filme O Céu sobre os ombros, do brasileiro Sérgio borges, venceu na categoria de melhor documentário, enquanto que, na categoria de melhor ficção, a escolha do júri recaiu sobre Sangue do meu sangue, do João Canijo. O filme, protagonizado por rita blanco, Cleia Almeida, Anabela Moreira e rafael Morais, tem sido destacado frequentemente como uma das melhores produções nacionais de 2011, tendo inclusive sido distinguido com uma menção honrosa e com o prémio da crítica internacional no
HOMeNAGeM A ANtÓNIO MACeDO A filha do cineasta agradeceu ao Faial Filmes Fest em nome do pai
Festival de San Sebastian. Canijo, que devia ter vindo à Horta apresentar o seu filme ao público do Faial Filmes Fest, não conseguiu, no entanto, chegar à ilha, devido às condições meteorológicas adversas. Ainda no que diz respeito às longas-metragens, o júri decidiu atribuir uma menção especial ao filme Estrada de Palha, de rodrigo Areia. Ao receber o prémio, o jovem cineasta destacou o ano “anormalmente positivo” na produção cinematográfica nacional, infelizmente contrabalançado com poucos resultados da bilheteira. A encerrar esta sétima edição do FFF foi exibido o filme Aurora, do cineasta alemão Murnau, com a banda sonora interpretada ao vivo pelos músicos nuno Costa e Óscar Graça.
CONSeLHO NACIONAL De CINeCLUBeS BrASILeIrOS qUer FILMeS POrtUGUeSeS e AçOrIANOS A SereM DIFUNDIDOS NO BrASIL A forte delegação brasileira que marcou presença nesta sétima edição do FFF é sinal do reforço da colaboração entre o Cineclube da Horta e o Conselho nacional de Cineclubes brasileiros (CnCb). Para Saskia Sá, vice-presidente do CnCb, o intercâmbio pode ser ainda maior, e por isso a responsável convidou todos os participantes no FFF a verem os seus filmes difundidos no brasil através do CnCb. Também a curadora brasileira Carla Osório destacou a qualidade do FFF, e salientou a importância de levar filmes dos Açores ao brasil e trazer filmes brasileiros para serem divulgados na região.
cineMa no teatro faialense Dr
velocidade furiosa 5 Carros 2 (Dias 12 e 13; 21h30; >12) g realizado por Justin lin, responsável pelos dois anteriores filmes da saga Velocidade Furiosa, esta sequela volta a juntar Paul Walker e Vin Disel, a dupla do primeiro filme, realizado em 2001. A ambos juntam-se Jordana brewster (Massacre no Texas), Dwayne Johnson (O Rei Escorpião), Tyrese Gibson, parceiro de Walker em Velocidade + Furiosa, e ludacris, que volta a ser o mecânico Tej Parker. O destaque, no entanto, vai para a participação do português Joaquim de Almeida neste filme, rodado no brasil. Após terem sido cúmplices na libertação de Dominic Toretto (Diesel), a sua irmã Mia (brewster) e o ex-polícia brian O''Conner (Walker) são também procurados pela polícia. Agora, a viver no anonimato no rio de Janeiro, os três tentam um último golpe para reconquistar a liberdade. Contudo, mesmo longe do seu país, acabam perse-
guidos pelo agente do Fbi luke Hobbs (Johnson), um homem determinado a fazer cumprir a lei a qualquer custo. Mas chegado ao brasil, Hobbs percebe que a lei nem sempre está do lado da justiça e que, neste caso, terá de confiar na sua intuição se quiser encontrar os verdadeiros criminosos. Dr
JOAqUIM De ALMeIDA O português interpreta um vilão neste filme
(Dia 13; 17h00; >6) g Depois do sucesso de Carros, em 2006, a Disney/Pixar lança em 2011 uma segunda aventura de Faísca McQueen. Carros 2 volta a ser realizado por John Alan lassater, um dos autores do primeiro filme, que nesta sequela trabalha com brad lewis, que entre outras coisas, produziu ratatui. nesta nova aventura, Faísca McQueen, o carro de corridas famoso pela sua coragem, e o seu simpático amigo Mate viajam até ao Japão onde Faísca vai competir num campeonato mun-
ANIMAçãO Carros foi um dos maiores sucessos da parceria Disney/Pixar
dial que pretende distinguir o carro mais rápido do planeta. Mas o caminho para o campeonato complica-se quando Mate, ao salvar a vida do agente especial Finn
McMissile, se vê envolvido num esquema de espionagem internacional que os levará pelas estradas de itália, França, Alemanha e inglaterra.
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os grandes teMas da actualidade
- Prof. Mário ruivo eM entrevista
O Mar dos açores e a plataforma submarina: Fernando Melo
portuguesas e de outros países.
g O Professor Mário Ruivo formou-se em Biologia na Universidade de Lisboa em 1950 e é hoje Doutor Honoris Causa pela Universidade dos Açores. Após um período de especialização em Oceanografia Biológica e Gestão de Recursos Vivos, participou em mergulhos nas águas profundas portuguesas e desenvolveu uma activa investigação na costa do nosso país, no Mediterrâneo e no Atlântico Noroeste sobre recursos vivos, numa perspectiva ecológica e de gestão racional dos “stocks” pesqueiros, pelo que, como perito, foi designado para a função de delegado português em organizações internacionais. Foi Director da Divisão de Recursos Aquáticos e do Ambiente no Departamento de Pescas da FAO (Roma) e Secretário Executivo e Vice-Presidente da COI/UNESCO (Paris). Além disso foi ainda Conselheiro Científico da EXPO 98, Coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos, Membro da Comissão Estratégica dos Oceanos e, inclusivamente, Professor Catedrático Convidado da Universidade do Porto. Mário Ruivo é actualmente Presidente da Comissão Oceanográfica Intersectorial do MCTES, do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável e do Fórum Permanente para os Assuntos do Mar. É autor de numerosas publicações científicas nas áreas da Oceanografia Biológica, Ecologia e Gestão de Recursos Pesqueiros, bem como de variados estudos, ensaios e artigos relativos à Política e Governação do Oceano e sobre a Cooperação Internacional em Assuntos do Oceano, do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, da Ciência, da Sociedade e Ética. O Prof. Mário Ruivo foi agraciado com condecorações respeitantes a Ordens Honoríficas nacionais e estrangeiras, tendo-lhe sido atribuídas várias distinções e prémios por parte de instituições
O mar é o elemento natural que envolve a nossa região arquipelágica. Mar, na sua grande dimensão oceânica, que marcou toda a história do povo que aqui se fixou e que ainda hoje continua a manter uma forte influência na vida das gentes dispersas pelos nove pedaços de terra que o fogo dos abismos conseguiu trazer à superfície azul. O mar, este nosso mar, ao longo dos séculos de povoamento e ocupação das ilhas, foi o único meio de comunicação entre elas e a fonte – então inesgotável – de abastecimento alimentar das comunidades, a par dos produtos extraídos de um solo fértil e propício ao pastoreio. E neste contexto com um extenso percurso no tempo, surgiu um enorme interesse pelo conhecimento dos actuais valores marinhos para a ciência e para a economia. Assim, propusemo-nos entrevistar o Professor Mário ruivo – laureada figura da investigação nacional e internacional nesta área – que de bom grado acedeu ao nosso pedido. E como ponto inicial e mais abrangente do tema lançámos a seguinte questão: em face dos seus amplos estudos sobre o oceano que nos cerca e partindo da sua fase histórica no desenvolvimento das regiões insulares, pode descrever-nos a longa caminhada científica que hoje permite determinar outras potencialidades do mar? Portugal tem vindo a fazer consideráveis progressos no conhecimento científico e na prospecção dos espaços marítimos nacionais. Esta evolução foi marcada pelo estímulo resultante da EXPO98, sob o tema “Oceano nosso Futuro”que conduziu à adopção, pela Assembleia-geral das nações unidas, de 1998 como Ano internacional dos Oceanos, para além de outras iniciativas internacionais.
MÁrIO rUIvO O biólogo especializou-se em Oceanografia Biológica e Gestão de recursos vivos
Foi neste contexto que o Ministério da Ciência e da Tecnologia lançou o Programa Dinamizador das Ciências e Tecnologias do Mar (PDCTM) e constituiu a Comissão Oceanográfica intersectorial; estas acções foram consideradas fundamentais na Estratégia nacional do Mar, ulteriormente adoptada. Com efeito, o Programa Dinamizador permitiu o reforço e a consolidação da capacidade em Ciências do Mar, nomeadamente no âmbito das universidades e laboratórios de Estado. Embora de forma
N/I ArqUIPÉLAGO A embarcação está no limite da sua utilização operacional pelo que deveria fazer-se um esforço para a sua substituição
incipiente, beneficiou-se também de um esforço de coordenação que permitiu optimizar os meios e recursos humanos disponíveis. Foi assim possível responder a objectivos prioritários a nível nacional e estreitar a cooperação internacional, nomeadamente europeia. Apesar das dificuldades inerentes a um processo desta natureza, o balanço final foi claramente positivo, tendo contribuído para sensibilizar o Governo e partes interessadas da sociedade civil para o estado dos recursos e do ambiente marinho bem como para os potenciais do Oceano e a necessidade de uma gestão efectiva para fins de um desenvolvimento sustentável em termos económico, social e ambiental. neste contexto, é de notar o esforço realizado com vista a adquirir informações e dados essenciais para a proposta submetida às nações unidas com vista ao alargamento da plataforma continental portuguesa Face à actual crise económica/financeira e às medidas excepcionais adoptadas, haverá que salvaguardar a capacidade de investigação básica e aplicada conseguida, como garante da sustentabilidade de exploração e conservação ambiental dos recursos e espaços marinhos nacionais e a sua valorização, como património determinante para o futuro desenvolvimento do País. Pode dar-nos uma noção geral do desenvolvimento dos estudos científicos nas zonas costeiras das ilhas dos açores e de Portugal continental, bem como em relação aos ecossistemas oceânicos, incluindo os de grandes profundida-
des? e que importância atribui aos montes submarinos e campos hidrotermais, estruturas oceânicas onde, ao que se diz, existem compostos químicos e microrganismos que podem trazer grandes benefícios à humanidade? O progresso realizado nas últimas décadas na região Autónoma dos Açores teve a significativa contribuição da universidade (uAç), nomeadamente através das actividades do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), inicialmente centrada nas zonas costeiras e apoio às pescas, incluindo o estabelecimento de zonas especiais de conservação no âmbito da rede natura 2000. Os estudos realizados a bordo do navio “Arquipélago” vieram alargar o campo de investigação aos fundos marinhos, de particular relevância científica e prática quer para Portugal quer a nível internacional. A par deste processo haverá, consequentemente, que assegurar a adopção de eficazes medidas de conservação, reconhecendo que muitos dos recursos haliêuticos se encontram em estado de sobrepesca. De realçar a actualidade conferida aos Açores ao contribuir para a legislação europeia que regulamenta as pescas de arrasto profundo, tendo em conta a protecção e conservação nos montes e outros habitats submarinos, dado o reconhecido impacto sobre os ecossistemas, como está amplamente demonstrado em estudos recentes. Esta situação foi analisada em grande detalhe pelos investigadores do DOP em colaboração com uma plêiade de cientistas de outros países, dando origem à publicação, em 2007, de uma monografia sobre
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Tribuna das Ilhas
ao tribuna
das
ilhas
valor científico e económico a
Comissão europeia (2007) incluíu o DOP entre as dez instituições de excelência da europa, em Ciências e tecnologias do Mar esta matéria (Seamounts: Ecology, Fisheries & Conservation) que constitui um panorama fundamentado do estado dos conhecimentos, incluindo sobre impactos de origem antropogénica que afectam a biodiversidade marinha. Este protagonismo, liderado pelo Professor ricardo Serrão Santos, foi aliás reconhecido pela Comissão Europeia (2007), que incluiu o DOP entre as dez instituições de excelência europeia em Ciências e Tecnologias do Mar. De notar que os fundos marinhos satisfatoriamente estudados correspondem a cerca de 1% da sua vastíssima dimensão. É pois evidente que urge reforçar a capacidade das instituições nacionais, no sentido de mobilizar meios e competências requeridos para a realização de objectivos nacionais e internacionais. Face ao crescente interesse económico pelos fundos marinhos, agora com especial atenção aos microrganismos e outras espécies com património genético de interesse biotecnológico, importa que Portugal disponha de conhecimentos que permitam um desenvolvimento sustentável desses recursos e a defesa dos interesses nacionais nesta matéria. A criação recente de oito áreas marinhas protegidas no âmbito da rede OSPAr, uma das quais fora da ZEE (denominada “raminbow”), permitirá no futuro a implementação de planos de gestão para as fontes hidrotermais nelas existentes. recordo que, no 35º. Aniversário da universidade dos Açores, no início deste ano, o reitor, Professor Avelino Freitas de Menezes, colocou em evidência a insubstituível contribuição do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) que demonstra desempenhos de excelência e
MAr está na ordem do dia a estruturação de uma rede de Observatórios do Oceano
uma elevada internacionalização. neste contexto é de recordar a intervenção, na mesma data, do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que, face ao potencial da região e à colaboração mantida com o Governo regional, em boa hora anunciou um Programa específico para a investigação do mar profundo, aberto e competitivo “para atrair investigadores de todo o mundo”. De certo modo, esta iniciativa, quando implementada, virá consolidar os progressos adquiridos no âmbito do PDCTM e relançar projectos com o devido apoio e continuidade. Se, tradicionalmente, se diz “Quem vai ao mar perde o lugar”, conviria actualizar este provérbio, face ao risco que decorre da carência de plataformas e navios de investigação acessíveis à nossa comunidade científica. Como tem sido referido em vários contextos, neste espírito, é de reconhecer quanto o navio de investigação
INveStIGAçãO Os fundos marinhos satisfatoriamente estudados, correspondem a 1% da sua vastíssima dimensão
“Arquipélago”, no limite da sua utilização operacional, contribuiu para a acção desenvolvida pelo DOP. Como tenho tido ocasião de assinalar, um esforço especial deverá ser levado a cabo para atribuição de um novo navio de investigação, apesar das reconhecidas dificuldades actuais de financiamento, como instrumento fundamental para um melhor conhecimento dos espaços marítimos da região e do desenvolvimento de uma economia do mar no quadro de uma estratégia nacional. nesta perspectiva, o ditado que citei deverá agora ser reformulado, para o ajustar à situação actual: “Quem não vai ao mar perde o lugar”! dispondo Portugal da mais vasta zona económica exclusiva (zee) e, bem assim, de uma “Plataforma Conti-nental”em vias de alargamento, como se explica que essas mais valias já não tenham sido aproveitadas, face ao avan-
ço dos conhecimentos científicos e tecnológicos? É preciso ter em conta, nesta fase do relacionamento entre as sociedades humanas e o mar, que está em curso a ocupação tridimensional do Oceano, com base no conhecimento científico e tecnologias de ponta. Podemos dizer que Portugal tem procurado inserir-se neste processo. Deverá, porém, ter-se em conta que a contribuição dos espaços marítimos para o desenvolvimento económico só marginalmente tem sido acompanhada de medidas concretas, para além de declarações de boas intenções. Se, no respeitante à Zona Costeira, o estado dos conhecimentos é razoável, na ZEE é ainda restrito a zonas pontuais, pelo que uma gestão integrada deste espaço marítimo continua a revelar fragilidades, nomeadamente quanto à monitorização ambiental em zonas sensíveis. A situação é, porém, consideravelmente diferente e agravada à Plataforma Continental, devido ao conhecimento ainda muito incipiente dos processos naturais que nela ocorrem e da carência de dados e informação sobre os ecossistemas profundos e seus recursos naturais, indispensável a uma exploração com vista a um desenvolvimento sustentável, reforçando e apoiando uma governação compatível com a conservação do meio marinho. não nos esqueçamos que, quando nos referimos a Mar profundo estamos a falar do laboratório natural mais complexo do Planeta, pelo que é tempo de assegurar um sistema de observação e monitorização adequados. Está na ordem do dia a estruturação de uma rede de Observatórios do Oceano, incluindo projectos-piloto para áreas particularmente significativas do mar profundo, incluindo a Dorsal Médio-Atlântica. neste contexto, o DOP tem vindo a tomar iniciativas para a instalação de um Observatório de mar profundo nos Açores, em articulação com institutos europeus de investigação. Trata-se de uma acção a médio prazo, que merece ser assumida na Estratégia nacional para o Mar. Neste contexto, o Prof. mário ruivo já tem manifestado grande interesse num projecto mais ambicioso que consistiria
DOP O Departamento tem vindo a tomar iniciativas para a instalação de um Observatório de mar profundo nos Açores
em instalar na Horta, com base nas estruturas do doP, um instituto europeu de estudos avançados em mar profundo, a par de um observatório internacional, no sentido de valorizar as actividades realizadas e redes já estabelecidas. Pode explicar, de um modo mais alargado, esta pretensão de âmbito científico? não se trata porém de uma pretensão exclusivamente de âmbito científico. Trata-se, sim, de criar condições para que o conhecimento científico assim adquirido, seja efectivamente integrado na realização de um desenvolvimento sustentável dos espaços marítimos nacionais. Ou seja, fornecendo bases adequadas para uma governação que inclua as componentes económicas, sociais, ambientais e institucionais. recentes avaliações põem em evidência que a gestão das componentes sectoriais dos assuntos do mar, inicialmente
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ontinua a revestir-se de grande interesse a instalação na Horta, com base nas estruturas do DOP, de um instituto europeu de estudos avançados em mar profundo, a par de um observatório internacional
estabelecidas numa perspectiva acentuadamente marcada pela experiência e modelos institucionais terrestres, está obsoleta e incapaz de responder satisfatoriamente a novos desafios. no âmbito do actual Governo estão em curso ajustes institucionais, tendo sido criada a Secretaria de Estado do Mar, cujas implicações para a futura governação dos Assuntos do Mar não são ainda possíveis de avaliar. uma vez que o mar é considerado um dos principais activos nacionais, sobretudo pelos potenciais que apresenta, seria desejável um amplo debate público envolvendo todas as partes interessadas. Seria desejável que a Assembleia da república, que agora dispõe de uma Comissão Parlamentar “Agricultura e Mar” se debruçasse sobre esta matéria. Cabe aqui um papel relevante ao Governo regional dos Açores, tendo em conta que a introdução à Estratégia nacional para o Mar reconhece que: “As regiões Autónomas da Madeira e dos Açores assumem (…) um papel de destaque pelo seu posicionamento central nos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional”.
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OPINIãO
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Neste Natal faça muito com pouco – seja solidário
o mundo mudou e os planos?
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“
neste natal faça muito com pouco – seja solidário” é uma iniciativa integrada no projecto “Faial Solidário” e que resultou de uma parceria entre a Câmara Municipal da Horta, o instituto para o Desenvolvimento Social, iPrA – Divisão de Acção Social do Faial e a Câmara do Comércio e indústria da Horta. Esta iniciativa de cariz solidário teve por base a tomada de consciência do agravamento das condições económicas do País e consequentemente as suas repercussões na vida das famílias. O desencadeamento desta acção colectiva de solidariedade, que se pretende concertada no seio da comunidade faialense e que decorrerá a partir do próximo dia 14 de novembro até ao dia 20 de Dezembro terá como actividades: a Árvore Solidária que tem por objectivo a recolha de produtos alimentares, vestuário, material escolar, farmacêutico e de higiene pessoal. Assim qualquer pessoa poderá aderir à campanha de solidariedade adquirindo um bem nas lojas aderentes mas também poderá doar os produtos a cima mencionados e deixá-los nas Árvores Solidárias que estarão também disponíveis na Câmara Municipal da Horta e no Centro de recursos de Apoio à Emergência Social do Faial (antigas instalações do banco de Portugal). A Feira das boas Vontades realizar-se-á no próximo dia 8 de Dezembro e procurará tornar visível o trabalho realizado pelas diferentes associações e instituições na sua missão e acção nas diferentes áreas da vida faialense. nas antigas instalações do banco de Portugal será disponibilizada às associações e instituições aderentes ao projecto, um espaço onde poderão expor os seus trabalhos e eventualmente vende-los ou simplesmente dar a conhecer as suas acções ou actividades. Paralelamente foram contactadas várias entidades para que se mobilize o maior número de intervenientes possíveis pois o trabalho de todos é maior do que a soma das partes, além de que, desta forma se encontram novas ideias e novas hipóteses para que se desenvolva um projecto com sucesso. Com o produto resultante da actividade Árvore Solidária pretende-se por um lado e após o dia 20 de Dezembro, distribuir por famílias/indivíduos carenciadas(os) parte dos bens obtidos e por outro lado, criar uma reserva de alimentos / roupas para suprir necessidades que possam surgir ao longo do ano de 2012. no final do projecto será produzido um relatório de avaliação onde constará o produto da recolha, a relação dos bens distribuído na época de natalícia e o que ficou em armazenado. Pretende este relatório de avaliação demonstrar a transparência das acções realizadas, esclarecer as entidades aderentes ao projecto e todos os que nele tenham interesse. Presentemente a iniciativa aqui apresentada conta já com as parcerias das seguintes instituições: Casa do Povo da Praia do Almoxarife; Casa do Povo dos Flamengos; Centro Comunitário do Divino Espírito Santo; Centro Social da Paróquia de nossa Senhora das Angústias; u.M.A.r; lar das Criancinhas da Horta; Santa Casa da Misericórdia; HElPO; Cruz Vermelha Portuguesa; Casa de infância de Santo António; Corpo nacional de Escutas de Pedro Miguel; Gráfica Telegrapho; Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel; Connect Designs. É fundamental não esquecer a importância da cooperação dos órgãos de comunicação social no seu papel de divulgação, despertando e motivando para a solidariedade. É também de referir que as Juntas de Freguesia assumem um papel essencial na divulgação e sensibilização desta acção solidária, pois são elas que resolvem muitas situações aos seus concidadãos. Por fim, apela-se à solidariedade e à partilha “neste natal faça muito com pouco – seja solidário”.
Tribuna das Ilhas
Fernando Guerra
ivemos tempos novos, os nossos consumos são diferentes do que eram antigamente, as necessidades para o nosso bem estar são cada vez mais exigentes, tendo sido necessário haver mais investimento para atingir esses patamares. Esta chamada evolução tem como consequência não se querer voltar ao antigamente, não se querer baixar a qualidade de vida. Os investimentos para atingir a qualidade de vida foram pessoais e familiares, como por exemplo a aquisição de habitação, maior escolaridade, a introdução das novas tecnologias nas nossas vidas. Já ao nível do investimento público, com os nossos impostos e com a integração na união Europeia, muitas áreas foram desenvolvidas. Tanto as famílias, como as empresas e o estado fizeram investimentos intensivos de capital para ir pagando ao longo do tempo, parecendo legítimo querer antecipar a tão desejada qualidade de vida através do pagamento
de prestações. Contudo, quando a prosperidade abranda, originando uma situação de crise económica, a escassez financeira coloca todo o modelo em questão. nesta situação de dificuldade temos as famílias e as empresas não só a pagar as suas prestações como impostos crescentes, para que o Estado, que somos todos nós, consiga pagar as suas (nossas) prestações. Quer o orçamento do Estado, quer o plano e orçamento da região devem ter denominadores comuns como a promoção do desenvolvimento económico e social e a geração de um ambiente de prosperidade e emprego que permita ao Estado arrecadar receita para as suas despesas correntes e de investimento de capital, no entanto a equação de equilíbrio entre estas requer emergência de actuação. Houve um presidente da república portuguesa que disse que havia vida para além do deficit. O resultado está à vista, pois foram os governos que agiram em conformidade que conduziram o país a à actual situação próxima da banca rota. Há uma dura verdade: o Estado que podemos pagar tem de ser forçosamente mais pequeno que o que temos! Há que reequacio-
nar as áreas de atuação por excelência do Estado e as que possam ser pagas. Existe um para-Estado, isto é, um conjunto de institutos, fundações e empresas públicas dos quais muitos necessitam de reformas profundas ou a pura extinção. A determinação dos atuais dirigentes políticos poderá levá-los a cometer erros, mas parecem ter consciência da missão a desenvolver e este plano é o primeiro passo. Ao nível regional, este orçamento de Estado retira uma percentagem das transferências ao abrigo da lei das finanças regionais, mas a região sai beneficiada, pois o não pagamento dos subsídios de férias e natal dá folga ao orçamento regional, mas assunção da verdadeira autonomia irá absorver esta folga. Mesmo estando em fim de mandato, a verdade é que vivemos no mesmo mundo, pelo que seria necessário que os planos e orçamentos regionais fossem igualmente dinâmicos e que tivessem medidas que incrementassem a circulação de moeda na região e a criação de riqueza local, mas infelizmente a tónica é outra. Temos um plano que é mais do mesmo, com acréscimo de dotação para a maior ilha dos Açores
(a cheirar a eleições) e o aumento de medidas que consistem em dar o peixe em vez de ensinar a pescar… Como deve encarar o Faial este plano regional? infelizmente, da mesma maneira que todos os outros, pois os governos, ao longo destes anos, fazem quase sempre as mesmas coisas. Sim, melhora-se escolas e reconstróise no Hospital da Horta, mas são investimentos ou de substituição ou de modernização nos mesmos sectores alvo de intervenção dos governos anteriores, verificandose a ausência de investimentos de expansão. isto é, não há nada de novo, nada que vejamos que o Faial possa ser diferenciador e inovador, não há uma alavanca de riqueza, o Faial com este plano é apenas mais uma destas ilhas de baixo, que continua à espera da modernidade que tarda em chegar. A nova modernidade passa pela ciência e tecnologia, mas nada relevante está previsto para o Faial; relativamente às acessibilidades aos centros de maior dimensão, nada é feito. Sim, o mundo mudou, mas os planos para o Faial não… frgvg@hotmail.com
as diferentes formas de renovação
O
vera Lacerda
actual Presidente do Governo regional não se recandidatará às próximas eleições regionais de 2012. não posso deixar de realçar a grande ética demonstrada por esta decisão que, de resto, já tinha sido anunciada no seu discurso de vitória nas últimas eleições, em 2008. Mais ainda quando todos sabemos que, muito provavelmente, tinha assegurada nova eleição. Carlos César deu o seu melhor em prol dos Açores e isso é inegável. A nossa região é hoje completamente diferente do que era em 1996, quando tomou posse. no entanto, e no mais completo respeito por todos os princípios democráticos, está na altura da renovação. E a renovação far-se-á na pessoa de Vasco Cordeiro que traduz uma nova geração de políticos disposta a lutar pelos Açores. Tal como Carlos César, é mais um apaixonado pela nossa terra que, não duvido, fará o melhor pelos Açores. O facto de Vasco Cordeiro ter sido apontado por unanimidade dentro dos órgãos do Partido Socialista, apenas demonstra que o
Partido estava unido até agora, e que, continuará unido daqui para a frente. As sucessões nos partidos tendem a gerar lutas internas. E era por isso que aguardava o PSDAçores. A sucessão de Carlos César foi pacífica e contou com o forte apoio dos outros possíveis candidatos, o que deixou a oposição nervosa. Esta notícia gerou alguns comentários como "não basta mudar as caras, nem rodar de cadeiras, é preciso mudar de pessoas, de políticos e de políticas", e que um "novo ciclo político" se está a iniciar na região. isto vindo de alguém que está na vida política activa ininterruptamente desde 1980, que em 1996, quando Carlos César tomou posse, fazia parte do Governo de Mota Amaral (tendo estado 16 anos no poder) e que é ainda, a líder do maior partido da oposição em 2011! Ou seja, berta Cabral já andava nestas andanças políticas quando Vasco Cordeiro ainda era estudante! É este Partido sem a mínima capacidade renovação que queremos para governar os Açores? Tão ou mais importante do que termos uma nova geração de políticos a governar, é continuarmos a ter governantes que, como Carlos César, coloquem os Açores sempre como principal preocupação das suas decisões, independentemente
do Partido que esteja no poder na república. E neste campo berta Cabral já deixou claro, com variados exemplos, que presta vassalagem ao partido a nível nacional. O caso mais recente foi a rTPAçores. Ao Plano de Sustentabilidade Económica e Financeira da rTP, berta Cabral acena com satisfação! Como pode estar satisfeita? Se a emissão é reduzida a uma janela de 4 horas diárias e são definidos cortes na despesa, que se traduzirão em despedimentos de trabalhadores? Quando um Governo atenta contra a nossa Autonomia, nomeadamente o Ministro Miguel relvas, refere que "As audições das regiões Autónomas são um mau hábito que tem de acabar”, berta Cabral demonstra o seu contentamento. Esquece-se o Sr. Ministro que o dever de audição das regiões autónomas, relativamente às questões respeitantes a essas mesmas regiões, está constitucionalmente consagrado. Por seu lado, e em prol da defesa dos nossos interesses, o governo regional vai avançar, em conjunto com um grupo de cidadãos, com uma providência cautelar em tribunal visando suspender as medidas anunciadas pelo Ministro Miguel relvas. E na senda da defesa dos interesses dos Açorianos, recentemente o Governo regional apresentou
a proposta de Orçamento da região para 2012, orçamento esse que tenta minimizar os constrangimentos da situação difícil que atravessamos, no sentido de combater algumas das medidas draconianas do Governo PSD na república. A despesa pública é reduzida e são canalizados apoios para as empresas e famílias açorianas. Há uma redução de 5,3% nas despesas de investimento no Plano para 2012, sendo que o Faial é a terceira ilha com mais investimento. Estão alocados 11,1 milhões de euros para o plano de apoio às famílias e 13 milhões de euros para apoios às empresas. São ainda reforçadas em 22 milhões de euros as transferências para o Serviço regional de Saúde, enquanto que no Continente é esta a área mais fustigada pelo governo de Passos Coelho. numa altura de crise como a que vivemos a aposta nas famílias e empresas é essencial! A aposta na nossa terra é sempre essencial. Os Açores não podem ser vistos como um custo para o País, como pretende este Governo, com o apoio da líder do PSD-Açores, que se coloca do lado do Partido a nível nacional, em todas as decisões, mesmo que prejudiquem os Açorianos. www.arquipelagica.blogspot.com Horta, 08 de Novembro de 2011
desPorto
Tribuna das Ilhas
11 De NOveMBrO De 2O11
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futebol – caMPeonato afh
futebol – série açores
fayal joga em casa do líder Lusitânia Salão não desarma g no passado fim-de-semana jogou-se a sétima jornada da Série Açores. no entanto, para os jogadores do Fayal Sport Club, foi tempo de descanso já que o jogo que se deveria ter realizado na Alagoa frente ao Sporting ideal foi adiado para o dia 19 de novembro, de modo a poder fazer-se já no novo piso sintético, que está a ser instalado no campo dos Verdes. À semelhança do Fayal/ideal, também o encontro entre
Guadalupe e o boavista de São Mateus foi adiado. nos jogos que se disputaram, destaque para o Águia dos Arrifes que, em São Miguel, pregou um valente susto ao líder lusitânia. Os micaelenses estiveram a vencer, no entanto a equipa da Terceira conseguiu dar a volta e levar os três pontos, fixando o marcador em 1-2 no final da partida. Praiense e união Micaelense empataram sem golos, e o Santiago goleou
com 11 pontos, mas no entanto com menos um jogo, joga no Pico com o Prainha, sétimo classificado. Os dois últimos classificados, união Micaelense e Águia, defrontam-se no campo do Micaelense, e o Santiago recebe o ideal, sexto classificado, que também tem menos um jogo. Também o boavista, quinto classificado, conta com menos um jogo. Os picoenses recebem o Praiense. mP
King
andebol
Sporting da Horta vence em fafe g O Sporting da Horta venceu terçafeira em Fafe por 3332, em jogo em atraso da segunda jornada da liga de andebol. A equipa açoriana soma agora 17 pontos no oitavo lugar, enquanto o Fafe segura a lanterna vermelha com 12 pontos, em igualdade com Maia-ismai e Xico Andebol.
o Prainha por 5-1. na próxima jornada, que se joga este domingo, o Fayal não tem a tarefa nada facilitada. Os pupilos de Eugénio botelho vão à Terceira defrontar o lusitânia, que neste momento é líder isolado com 19 pontos, mais 6 que o Praiense, segundo classificado. Os Verdes estão no oitavo lugar, com 5 pontos e menos um jogo. O Guadalupe, que partilha o terceiro lugar com o Santiago,
CLASSIFICAçãO: 1. Benfica, 24 2. Águas Santas, 24 3. Sporting, 23 4. FC Porto, 23 5. ABC, 19 6. Madeira SAD, 19 7. Belenenses, 18 8. Sp. Horta, 17 9. S. Bernardo, 13 10. Maia-ISMAI, 12 11. x. Andebol, 12 12. Fafe, 12
g O Desportivo do Salão continua imbatível no Campeonato da Associação de Futebol da Horta, seniores masculinos. no passado fim-de-semana, os salonenses foram às Canadinhas vencer o Feteira por 1-3, e seguem isolados na liderança da tabela classificativa, com 9 pontos. A equipa da Feteira é penúltima, com 3 pontos somados. nos outros jogos da jornada, o Vitória do Pico bateu o lajense por 3-2, enquanto que o Flamengos cedeu na lajinha, e
perdeu com o Cedrense por 21. O Vitória segue em segundo no campeonato, a 2 pontos do Salão. O Flamengos é terceiro, com quatro pontos, seguido do Cedrense, com 3. O lajense segue em último, com 1 ponto. na próxima jornada, que se joga este domingo, há embate entre os líderes da tabela, com o Salão a receber o Vitória na restinga. O Flamengos vai às lajes do Pico defrontar a equipa local e Feteira e Cedrense encontram-se nas Canadinhas. mP
futsal – torneio de abertura
antónio Sousa na liderança fayal a soma Dr
g Disputou-se na passada segunda-feira a 25.ª jornada do campeonato de King 2011. Desta feita Jorge Oliveira sagrou-se vencedor, partilhando o pódio com José leitão e luís Cardoso, em segundo e terceiro lugar, respectivamente. nas contas da classificação geral, António Sousa lidera a tabela. Carlos Vilela é o segundo classificado, seguido de ruben Oliveira, em terceiro lugar.
apenas vitórias
A próxima jornada jogase na segunda-feira, 14 de
novembro, no Grémio literário Artista Faialense.
g Jogou-se no passado fimde-semana a sexta jornada do Torneio de Abertura da AFH em futsal, seniores masculinos. A equipa A do Fayal Sport Club venceu a b por 6-2, enquanto que o recreio e Fraternidade conseguiu os primeiros 3 pontos da época ao vencer o Flamengos por 8-4. A equipa dos Verdes parte
para a sétima jornada em primeiro lugar, somando apenas vitórias. A equipa b é segunda, com 9 pontos, seguida do Flamengos, com 6. O recreio e Fraternidade soma 3 pontos. Este sábado, o recreio e Fraternidade defronta o Fayal A, enquanto que o outro jogo da jornada opõe Flamengos e Fayal b. mP
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oPinião
Tribuna das Ilhas
oPinando objectivaMente
eLeiÇÕeS & tabuS
S
Armando Amaral
E mancheias de semanas não conseguirão tapar o buraco no jardim do João, sem igual do Portugal insular, espero também que os assuntos em título continuem ainda na ordem do dia politico. na verdade, nunca a Madeira foi durante semanas a fio abertura nos telejornais televisivos nacionais, mesmo antes da campanha a sério para uma eleição transformada em pseudo plebiscito que afinal apenas terminou em negra noite para o carismático dono do típico chapéu de palha, a suspirar de alívio mas somente ao saber da maioria à rasquinha conseguida. Aliás as rosadas bochechas a lembrar as de Mário Soares, mal disfarçando o caricato episódio da falta dos óculos e o sorriso mais amarelo que alaranjado, evidenciavam a inquieta-
ção do controverso governante. Mesmo assim, não deixou de botar das suas, como que a avisar que não embarcará calado, mesmo que seja para as Desertas... Assaz satisfeito, estava, porém, José Manuel rodrigues, líder dos democrata-cristãos madeirenses que passaram folgadamente a segunda força partidária, ultrapassando os socialistas. Assim, para nada serviu a "corajosa" ida ao Funchal de Seguro quiçá achando que lhe bastaria pôr apressadamente o já tradicional chapéu de palha (desta feita qual barrete) para obrigar Jardim a curvar-se, coisa que ele nunca fez a ninguém e jamais o fará, mesmo estando, como está, com a corda ao pescoço. E quanto à restante Oposição, uma referência merece o já afamado Coelho que, sem esperar, viu aumentada a toca na quinta das bananeiras, e com filhota a mostrar não ter também papas, se bem que em língua mais
fina. Em último e sem deputado, louçã deixa de ter palco para mandar partir louça...
t
Abu será uma das criações desta 3ª. república, já que na 1ª. as constantes revoluções e consequentes mudanças de governo não davam para em nada mais pensar, uma excepção para a igreja Católica, enquanto na 2ª., no limbo colocada pelo "pai" da democracia, a ordem do Estado novo era trabalhar sem bufar... E como tudo, bom ou mau, os tabus vieram também com as Autonomias, mais para os Açores, uma vez que, na Madeira, João Jardim agarrou logo o poder quiçá pensando bater o record de Salazar. Mota Amaral ainda terá tentado imitar o folgazão correligionário, chegando mesmo a experimentar chapéu de palhinha "made in Flores'', mas soube sair a tempo, sem recorrer a tabus,
foi sol de pouca dura Maria Patrão Neves
Q
uando, na madrugada do passado dia 27 de Outubro, os chefes de governo da zona euro alcançaram um acordo para combater a já longa e muito grave crise do euro e das dívidas soberanas, respirou-se um alívio generalizado. A confiança regressou não só aos 17 Estados Membros da zona euro, mas a todos os 27 que constituem a união, assim como aos grandes blocos financeiros e económicos mundiais, como a América do norte e a Ásia. no mundo globalizado em que hoje vivemos, todos dependemos de todos. O sentimento que então se gerou chegou mesmo a ser de euforia, o que a subsequente reacção muito positiva dos mercados mundiais contribuiu para alimentar. É verdade que, entretanto, pouco a pouco, os analistas políticos e financeiros, iam apontando algumas das dificuldades subjacentes ao acordo e os receios daí advenientes. Mas a esperança de vivermos o princípio do fim da crise prevalecia. um comentador televisivo estrangeiro, numa apreciação que reputei de bastante realista, resumia a sua análise afirmando que estávamos perante um doente que havia sofrido uma cirurgia a coração aberto, bem sucedida, mas que faltava ainda acompanhar o período de recuperação e de convalescença o qual, neste tipo de intervenção, comportava
sérios riscos. Os mais optimistas, porém, viam já neste acordo a recuperação da estabilidade da zona euro há tanto almejada; os mais críticos, invocando o slogan bem europeu de que o “diabo está nos detalhes”, apontavam que as medidas acordadas eram vagas, incompletas e complexas, manifestando preocupações sobre a operacionalidade do projecto. O que ninguém, mas mesmo ninguém podia supor era que em poucos dias o acordo seria abrupta, desleal e irresponsavelmente posto em causa e exactamente pelo maior beneficiário: a Grécia com o surpreendente anúncio do seu PrimeiroMinistro de um referendo sobre o acordo. Esta singela notícia mergulhou a Europa num caos financeiro que contagiou as grandes economias mundiais e, ainda mais grave, se é possível, aniquilou toda a esperança de saída desta crise tendo-a aprofundado até um nível de consequências hoje imprevisíveis. É que, quer o referendo se venha a realizar ou não e, realizando-se, quer o acordo venha a ser votado favoravelmente ou não, a mais ousada intervenção na crise do euro tornou-se inexoravelmente ineficaz, a insegurança na Europa e no Mundo agravou-se, o espectro da recessão intensificou-se e qualquer boa-fé em negociar com a Grécia, por parte dos Estados europeus como de outros financiadores, desapareceu por completo. Alguns poderiam dizer que o referendo é um procedimento democrático emblemático e que até devia ser mais comum numa democracia popular efectiva. não nos deixemos enganar. O referendo poderia justificar-se antes de a Grécia ter recebido
a primeira tranche de ajuda no valor de 110 mil milhões de euros, em Maio de 2010, ou até antes do segundo pacote de ajuda no valor de 100 mil milhões de euros ter sido aprovado. Porém, depois de largas, intensas e dolorosas semanas de negociações aos mais diferentes níveis, e do sucesso de um acordo que prevê o perdão de 50% da dívida grega e aprovação de uma terceira tranche no valor de 130 mil milhões de euros, o referendo que Papandreou propôs não passa de um ignóbil acto de desresponsabilização partidária na assunção de um caminho sem alternativa que não passe pela exclusão da Grécia da zona euro; é também uma injusta chantagem para com o povo grego que dificilmente votará a favor da continuação da austeridade e a quem não lhe é dada a prerrogativa de optar assumidamente pela saída do país da zona euro, a que equivale o anunciado referendo, e o que, em todo o caso, atiraria a Grécia para um isolamento de dificuldades inimagináveis; é, por fim, uma tentativa egoísta de sobrevivência política de uma pessoa contra uma nação (a grega), contra um projecto (o europeu), contra a estabilização dos mercados e a perspectiva de recuperação económica de muitas nações, comunidades e milhões de pessoas. não sei se no dia em que esta minha crónica for publicada a proposta de um referendo se consolidou ou desvaneceu, se o governo grego caiu e arrastou com ele o referendo, mas já não poderemos regressar à madrugada do dia 27. Foi sol de pouca dura… 4.11.2011
nem deixando herdeiro, embora se falasse em certo delfim. não tanto a tempo irá, porém, sair Carlos César já que não seria assim tão certa, quiçá até duvidosa, mais uma reeleição, atendendo à tamanha derrota dos socialistas açorianos na recente eleição à Assembleia da república. De atender ainda a eleição para a presidência do Parlamento da Horta, vai para quatro anos, com a inesperada saída da toca do Coelho terceirense para ocupar cargo já prometido a faialense, a compensar a incompreensível substituição do ilustrado político Fernando Meneses após prestigiados mandatos. Mas Calos César que, no Partido, já se evidenciara como político inteligente e astuto, aproveitando sucessivas oportunidades a facilitarem desejados objectivos, achou ter chegado agora a altura de ter também o seu tabu, aliás bem guardado pelos colaboradores mais próximos, como se
estivem em cofre de lagostas. Foi meio ano em que politicamente não se falou noutra coisa, mantendo a Oposição, sobretudo a que, mais ou menos, paciente, vem aguardando possível regresso ao poder. Finalmente, para alegria de uns e tristeza de outros, o anúncio oficial de que não se recandidatará, assaz divulgado pela comunicação social. E, sem estarmos em monarquia, deixa até sucessor: o micaelense Vasco Cordeiro, muito embora o Estatuto Autonómico não obrigue que o Presidente do Governo regional seja nascido na maior ilha dos Açores. Contudo, à euforia, uma outra dúvida surge e com ela um segundo tabu: continuará na chefia do PS-Açores, passando, qual treinador/jogador, a observar do banco (camarote) o rendimento da equipa, pronto a saltar para o relvado se em risco estiver a vitória? Ou deixa a presidência do Partido, como fez Mota Amaral.?
de quando eM vez
moduS viveNdi! Santos Madruga
C
om a rápida evolução dos meios técnicos, o homem achou por bem entrar na roda do progresso, esquecendo os mais elementares valores cívicos e morais. Assim acompanhou e foi assimilando o bom e o menos bom que o mundo lhe oferecia. Desse modo, depressa entrou em êxtase, abstraindo-se das dificuldades que poderia encontrar na nova forma de vida. De imediato apareceram os “oportunistas” com promessas tentadoras, e o homem, como ser frágil que é, aceitouas como uma dádiva da providência. Abandonaram-se os centros, e a periferia passou a ser o lugar privilegiado para se viver. Construíram-se novas habitações, cujos encargos, ao tempo, eram tentadores, e, como instrumento de trabalho necessário para as deslocações, foram sendo adquiridos os indispensáveis meios pessoais de transporte. Os anos foram sendo só de facilidades, mas, paulatinamente, com o seu decorrer, a vida foi-se tornando madrasta. Até que o reverso passou a ser outro. E hoje, esses “fáceis”, de então, são insuportáveis. Entretanto, desde a cúpula até à base, tudo se desmoronou e, a felicidade fictícia que até aí fora vivida em grande, foise invertendo, chegando aos nossos dias, frágil e depauperada. O Mundo, repentinamente, alterou-se. Os avisos eram constantes mas, os responsáveis, continuaram a ignora-los. numa noite triste e sem lua, o povo acordou e tomou contato
“
O Mundo, repentinamente, alterou-se. Os avisos eram constantes mas, os responsáveis, continuaram a ignora-los. Numa noite triste e sem lua, o povo acordou e tomou contato com a realidade. A eSSA reALIDADe CHAMArAM-LHe CrISe! ela chegou, instalou-se, e embora ninguém a queira aceitar, a situação complicou-se e já é de díficil retorno. com a realidade. A essa realidade chamaram-lhe crise! Ela chegou, instalou-se, e embora ninguém a queira aceitar, a situação complicou-se e já é de díficil retorno. Como se pode pedir contenção a quem nunca teve necessidade de a fazer? Quão doloroso é perder privilégios alcançados, ainda mais, suportando enormes sacrifícios!? É muito difícil para quem, inconscientemente, foi perdendo a noção da complicada e real situação presente. no entanto, está nas nossas mãos, reagir a muitas dessas frustrações. E hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente, embora difícil, esquecer o nosso orgulho, e lutar, conscientemente, para ultrapassar o nosso atual “modo de viver”. Dum spiro, spero! Haja Saúde!
Tribuna das Ilhas
notícias
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Padre marco Luciano lança manual para grupos corais
MArCO MArtINHO
g O Padre Marco luciano Carvalho, Pároco da Matriz da Horta e Ouvidor Eclesiástico da Horta, na ilha do Faial, lançou o livro “Sentir o Canto litúrgico”, uma edição do Santuário Diocesano do bom Jesus do Pico. Trata-se de um manual para grupos corais paroquiais que reúne textos do autor publicados no jornal “a união” entre os anos 1993-2002 aquando a sua residência na ilha Terceira. Após a ilha do Pico, o Pároco da Matriz
da Horta e Ouvidor Eclesiástico da Horta, prepara-se para apresentar o livro no Faial, no dia 12 de novembro, seguindo-se, em princípio, no próximo ano, as ilhas Terceira e São Miguel. “Trata-se de um género de manual de formação orientado para os grupos corais paroquiais. Contém tabelas de ajuda aos organistas para registo dos órgãos litúrgicos consoante os vários tempos de celebração”, explica o Padre Marco luciano Carvalho. mJS
ATENÇÃO Novamente ao seu dispor!!
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11 De NOveMBrO De 2O11
oPinião
Tribuna das Ilhas
a faialense que se tornou Princesa (iv)
José Armas trigueiro
Chamava-se Carolina Street Curry da Câmara Cabral
ArqUIvOS: FOtO JOvIAL
CASAMeNtO OrtODOxO A BOrDO DA FrAGAtA rUSSA e O FIM DA HIStÓrIA Continuação [Na capela da fragata russa (11)] Por causa do véu e das rosas, a coroa não pôde ser posta na cabeça de modo que o príncipe Gagarin e dois outros oficiais se revezaram a segurar a coroa por cima da cabeça de Carolina. Depois de algumas preces e cânticos, o padre, seguido pelo casal e este, por seu turno, seguido por dois oficiais que seguravam as coroas, deu três vezes a volta ao altar, tendo todos de dobrar-se por o tecto ser baixo e por a cauda do vestido de Carolina ser comprida, os oficiais tiveram muita dificuldade em manter-se perto dela. Depois disto as coroas foram retiradas, foi trazida uma pequena tigela com vinho sacramental e o padre levou-a aos lábios de um e em seguida do outro, e isto três vezes até ter sido consumida a última gota. Havia um grande homem de cabelos claros que salmodiava numa voz profunda peculiar, lendo de um grande livro. A seguir a isto o barão Maidell segredou-nos que eu tinha de ir com ele para o Kajute. ‘Que mais haverá ?´ pensei, não me lembrando nesse instante que Kajute era a palavra alemã para camarote. Mary e o Dr. seguiram-nos. Em cima da mesa estava um prato redondo com um grande pão preto e um saleiro de vidro em cima. O barão disse-me que eu devia segurá-lo nas minhas mãos e fazer o sinal da cruz. Ele segurava na mesma imagem dourada. Ficámos de pé em cima do tapete e então o par de noivos veio e ajoelhou diante de nós e desempenhámos os nossos papéis e depois beijámos cada um deles. O príncipe inclinou a cabeça até ao chão diante do comandante. Depois os outros ‘padrinhos’ fizeram a mesma coisa, seguindo-se uma grande quantidade de beijos e de apertos de mão. O príncipe beijou cada um dos oficiais seus camaradas. Uns ‘smacks’, como disse George, que pareciam realmente arrancados. Em seguida veio o champanhe e foram feitas saúdes, e depois fomos levados a visitar o navio. Após voltarmos para terra [em pequena embarcação] alguns de nós desceram a cumprimentar as senhoras que estavam no hotel e só encontraram a Sr.ª Richardson. A banda russa veio a terra às quatro [horas] e tocou no Jardim Público. Fomos quase todos e estava lá quase toda a cidade. A banda dos Artistas [Artista Faialense] estava lá também e sentia-se um forte espírito de emulação». As despedidas dos russos do Faial iniciara-se no dia 13 de Maio (1866) com a maior cordialidade e já com bastante saudade. O príncipe Mershersky e Carolina foram despedir-se a casa dos Dabney. «A pobre Carolina estava muito emocionada e pediu para ver todos os criados», segundo escreveu roxana Dabney. Esta descreve que «O camarote de
CArOLINA MerSHerSky e CONStANtIN MerSHerSky OS retratos dos príncipes estão conforme publicação do Dr. António Ourique Mendes no Boletim Cultural da Horta, volume Ix 1989-90, cujos originais lhe foram facultados pelo eng.º José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, 3.º sobrinho neto de D. Carolina, residente em Lisboa, com a devida deferência e sem qualquer interesse monetário, visando apenas levar aos leitores uma história romântica e verdadeira
Carolina tinha um aspecto muito agradável, com uma linda rede. Mary e o príncipe fizeram a cama. A primeira coisa que o príncipe fez foi espetar um prego num canto e pendurar o ícone com uma lamparina por baixo. (Vim a compreender mais tarde como era sincera a sua fé)». Depois de cerca de três anos da fragata “Dimitri Donskoy” entrar no porto da Horta pela primeira vez, e dois meses depois do casamento de Carolina, essa fragata deixou a ilha do Faial em 15 de Maio de 1866. Despedida cheia de tristeza, com tempo sombrio, apesar da banda estar a tocar. Com todos os oficiais de pé no tombadilho da popa acenando com os lenços, ao mesmo tempo que os canhões disparavam uma saudação, os príncipes Mershersky acenavam da janela do camarote (12). O jornal “O Fayalense”, de 20 de Maio de 1866, escreve que a fragata de guerra russa “Dimitri Donskoy”, sob o comando de Maidell, saiu no dia 15 do porto da Horta com destino a Plymouth, inglaterra, transportando 678 tripulantes e 2 passageiros. A primeira carta de Carolina, depois da sua saída, chegou à Horta em Agosto desse ano de 1866. Era dirigida aos pais, proveniente de S. Petersburgo. Carolina ainda estava muito cansada da viagem, porque tinha viajado de Moscovo até lá numa horrível carruagem sem molas. Havia sido muito cordialmente recebida em casa do pai do príncipe, pela família e pelos amigos. Essa carta, bem como a recebida dias depois, em Setembro, foi lida em casa dos Dabney e talvez por
outros amigos de Carolina. (13) imagina-se que a menina Carolina, então pouco viajada, deverá ter sofrido imenso ao deixar tão longe a família, os amigos e o ambiente que desfrutava na ilha do Faial, onde todos se conheciam e a admiravam… Pretendentes não lhe faltavam conforme afirmava roxana Dabney. Em Setembro (em 10 e 22), Carolina escreveu uma extensa carta ao Padrinho – richard W. Dabney – narrando pormenores da sua vida em Tula, Kaverino, rússia, localidade onde os Mershersky viviam. Ficava próxima de S. Petersburgo para onde o príncipe Mershersky convidava o sr. Charles W. Dabney a visitar a rússia. E, a terminar, Carolina escreveu: «Confio em Deus, como desejou que eu fizesse e como sempre faço. Espero que Ele nos ajudará e nos concederá o prazer de vê-lo dentro de dois ou três anos, pois planeamos visitar mais uma vez o Faial. Receba saudades da sua “afilhada” que o respeita e é a sua mais afeiçoada. CArOlinA MErSHErSKY»(14). O pai de Carolina, José Curry da Câmara Cabral falecia em 13 de Janeiro de 1868 com grande pesar da família e dos amigos (15). Embora já tivesse 79 anos, a morte do pai de Carolina deve ter contribuído para aumentar as suas saudades da família e da ilha do Faial. Assim, em 21 de Maio desse ano, quando os Dabney foram ao cais da cidade à espera de outros amigos, roxana e a família verificaram que vinham no navio de lisboa Carolina Mershersky e seu o príncipe Constantino Mershersky. roxana escreveu ainda que «Mary Curry e o
irmão, Miguel, tinham saído ao encontro deles». E acrescenta a seguir que «O príncipe Mershersky, à boa maneira russa, beijou-me a mão mas eu não lhe beijei a testa, como frequentemente se faz na rússia» (16). Era notória a falta que Carolina sentia do pai, recentemente falecido, acompanhada da saudade dos amigos faialenses. A estada dos príncipes Mershersky na cidade da Horta prolongou-se por vários meses, sempre em interessantes convívios com a família e com os amigos, designadamente com a família Dabney. Em 28 de novembro de 1869 Carolina deu à luz na cidade da Horta o seu primeiro filho, «um pequeno príncipe (Sacha)», no dizer de Charles W. Dabney (17). O casal viria a ter dois filhos: Alexandre Mershersky, que nasceu em 28-11-1896, foi Tenente da Marinha imperial russa e veio a ser fuzilado em Yalta, na Crimeia, em 9-6-1927, e Waldemar Mershersky, de quem nada mais sabemos. Do príncipe Alexandre Mershersky sabe-se que casou duas vezes e teve dois filhos: o príncipe Constantin Alexandrovitch Mershersky e Vladimir Alexandrovitch que também terá sido assassinado em Yalta, mas em 1918. Como se sabe, a rússia em 1917 foi objecto de uma feroz revolução comunista ditatorial, cujo regime se manteve até 1989. Quanto à princesa Carolina Mershersky, que terá estado em lisboa em 1889, onde tinha alguns familiares, sabe-se que veio a falecer em S. Petersbougo, rússia, em 2 de Maio de 1904. Do marido, príncipe Constantin Mershersky, pouco mais se sabe, salvo que nasceu em Ogerewevo,
Kascira, Tula, rússia (18). Esta é a história que me apraz deixar registada da faialense que se tornou princesa. (Fim) Bibl: Roxana Dabney, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), co-edição do IAcInstituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta; Lima, Marcelino, “Famílias Faialenses”, (1922), pp. 241-245, Minerva Insulana; Leite, José Guilherme Reis, “Enciclopédia Açoriana”, Internet, centro de conhecimentos dos Açores, ed. da Universidade católica Portuguesa e do Governo Regional dos Açores; Mendes, Dr. António Ourique, Boletim do Núcleo cultural da Horta, Volume IX 1989-90, Horta (reprodução das fotografias facultadas pelo Eng. José Filipe de Mendonça Athayde de carvalhosa, com a devida deferência); Forjaz, Jorge, e Mendes, António Ornelas,“Genealogias das Quatro Ilhas: Faial, Pico, Flores e corvo”, (2009), Vol. 1.º, p. 725, e Vol. 4.º, p. 2659, ed. Dislivro Histórica. (11) Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), pp. 269 e 270, ed. do IAc-Instituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (12) Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), pp. 272 e 273, ed. do IAc-Instituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (13) Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), p. 296, ed. do IAcInstituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (14) Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), pp. 298 e 299, ed. do IAc-Instituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (15) Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), p. 360, ed. do IAcInstituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (16) Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), p. 382, ed. do IAcInstituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (17) Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), p. 481, ed. do IAcInstituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (18) Lima, Marcelino, “Famílias Faialenses”, (1922), pp. 241-245, Minerva Insulana; Forjaz, Jorge e Mendes, António Ornelas, “Genealogias das Quatro Ilhas: Faial, Pico, Flores e corvo”,(2009), Vol. 1.º, p. 725, e Vol. 4.º, p. 2659, ed. Dislivro Histórica.
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11 De NOveMBrO De 2O11
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AMANHã e DOMINGO 21H30 - Filme - “velocidade Furiosa 5” - Teatro Faialense Hortaludus DOMINGO 17h00 - cinema - “CArrOS 2 Teatro Faialense - Hortaludus eveNtOS AtÉ 22 De NOveMBrO De 2011 De terça a Domingo das 16H00 às 20H00 – exPOSIçãO “AO SOL”, de Romão Peres composta por um conjunto de obras cuja temática predominante é o mundo da pesca em especial as formas e cores que os artefactos e o pescado adquirem durante o processo de secagem ao sol, no centro de cultura e Exposições da Horta. Organização da Hortaludus e cMH em parceria com Museu Jorge Vieira rANCHOS De NAtAL com o objectivo de promover a cultura local associada a época natalícia e com vista a proporcionar momentos de animação aquando da realização do Mercado de Natal e integrado nas festividades do Município com a designação de "Dezembro em Festa", a ADELIAÇOR e a cMH promovem um encontro de "Ranchos de Natal", no dia 08 de Dezembro, pelas 20h30 no palco do Largo da República cujas inscrições podem ser feitas até ao dia 25 de Novembro através do email adeliacor@sapo.pt , ou entregue em mão na sede da ADELIAÇOR (Rua do Pasteleiro S/n 9900 – 069 Horta). consultar Regulamento em: www.adeliacor.org FeStIvAL De SOPAS DO MerCADO MUNICIPAL considerando a gastronomia local enquanto elemento fundamental da identidade de uma comunidade e a importância da valorização dos produtos locais, como forma de promoção e desenvolvimento económico dos territórios rurais, a ADELIAÇOR, e a cMH, e no âmbito do projecto Promoção de Produtos Locais das Ilhas de São Jorge, Pico e Faial – Mercado de Natal e integrado no "Dezembro em Festa" promovem o 1º Festival de Sopas do Mercado que se realiza no dia 08 de Dezembro de 2011, das 18h00 às 20h00, no Mercado Municipal da Horta. As inscrições podem ser efectuadas até ao dia 25 de Novembro através do email adeliacor@sapo.pt, ou entregue em mão na sede da ADELIAÇOR (Rua do Pasteleiro S/n 9900 – 069 Horta). consultar Regulamento em: www.adeliacor.org
restaurante e snacK-bar areeiro • caPelo • telf. 292 945 204 • tlM. 969 075 947
HOJe e AMANHã Farmácia Lecoq 292 200 054 De 13 A 19 De NOveMBrO Farmácia correa 292 292 968 eMerGêNCIAS -FAIAL i h p o ~ m i i
Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 trANSPOrteS - FAIAL
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eStAMOS eNCerrADOS AtÉ AO DIA 18 De NOveMBrO, DIA eM qUe ABrIMOS NAS CONDIçõeS NOrMAIS AceitAm-se ReseRvAs
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AtÉ 30 De NOveMBrO De 2011 De terça a Domingo das 16H00 às 20H00 - eSCULtUrA - PreSÉPIOS eM BASALtO no centro de cultura e Exposições da Horta. Organização da Hortaludus, cMH e Faialentejo HOJe 21H30 - reCItAL De PIANO com Obras de F. Liszt da responsabilidade de Joana Gama, piano e Alexandre Delgado, comentador na Biblioteca Pública A. R. J. J. G.. Organização da Direcção Regional da cultura
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HOJe céu muito nublado, com abertas a partir da tarde. Períodos de chuva durante a madrugada e manhã, passando a aguaceiros. Vento oeste moderado (20/30 km/h) rodando para noroeste e tornando-se fresco (30/40 km/h) com rajadas até 60 km/h. Mar cavado. Ondas noroeste de 4metros. AMANHã Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros. Vento do quadrante norte fresco a muito fresco (30/50 km/h) com rajadas até 65 km/h. Mar grosso. Ondas noroeste de 4 a 5 metros.u
AMANHã 15H00 - Reunião do Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno “SOS AMAMeNtAçãO” DO CANtINHO DA AMAMeNtAçãO, Unidade de Obstetrícia - Hospital da Horta. Organização do Núcleo do SOS Amamentação do Faial com o apoio da UNIcEF, cNI - Hospitais Amigos dos Bebés e Ajuda de Mãe 21H00 - Andebol - SPOrtING CLUBe DA HOrtA vS FC POrtO no Pavilhão Desportivo da Horta. Organização da Federação Portuguesa de Andebol DOMINGO Descida da Rocha da Fajã (Praia do Norte) - Mais informações em: www.azorica.org. Organização da Azorica DIA 17 De NOveMBrO - qUINtA-FeIrA 21H00 - HOrtA - ArqUIteCtUrAS, UrBANISMOS e HIStÓrIAS conferência com o Arq. Tomás correia FICHA
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borges vence rali do Faial e ganha a 1ª Taça do Canal
g João borges venceu o rali do Faial bem como a Taça de ralis do Canal Além Mar. Em segundo lugar, num rali que ficou marcado pelo mau tempo, ficou Paulo nóbrega enquanto que o terceiro lugar do pódio foi ocupado por José Paula da ilha do Pico. João borges foi o mais rápido na dupla passagem pela super especial traçada no centro da cidade da Horta. João borges e Sandro Sousa conseguiram os dois melhores tempos da noite e lideram com 9,9s de vantagem sobre os picoenses José Paula e Miguel ribeiro. Paulo nóbrega e Miguel Ângelo, que melhoraram quase 10s de uma passagem para a outra, são terceiros com mais 3,3s que José Paula. na classe ii, Tomás Duarte/Paulo ramos foi a dupla mais rápida, seguida de Mário nunes/Carlos rodrigues que contabilizaram pelas menos 2 décimas do que o primeiro
classificado. O casal Marco e Tânia Silva, em Saxo Cup venceu o primeiro lugar da classe iii. na classe iV destaque para outro casal, desta feita, Carlos e Tânia Oliveira, em Seat ibiza. Em segundo, em viatura idêntica, ficaram Tiago Silva e Carlos Miguel e em terceiro o Mitsubishi lancer GTi de Emanuel Costa e Fábio Silva. Esta prova ficou marcada pelas desistências de Paulo neves, Hugo Goulart, Emanuel Silva, Vanderley Ferraz, Hirondino rosa, Paulo neves,
José Oliveira, luís Fialho e Filipe Marques. mJS A cLASSIFIcAÇãO GERAL FINAL FIcOU ASSIM ORDENADA: 1.º - João Borges/Sandro Sousa 2.º - Paulo Nóbrega/Miguel Ângelo 3.º - José Paula/Miguel Ribeiro 4.º - Marco Silva/Tânia Silva 5.º - José Silva/Elio Medeiros 6.º - Paulo costa/Pedro capela 7.º - carlos Oliveira/Tânia Oliveira 8.º - Tomás Duarte/Paulo Ramos 9.º - Mário Nunes/carlos Rodrigues 10.º - Tiago Silva/carlos Miguel 11.º - Emanuel costa/Fábio Silva 12.º - Nuno Freitas/Pedro Freitas 13.º - Sérgio Rosa/Emanuel Luís 14.º - Félio Goulart/Hélio Goulart
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