18 fevereiro 2011 1

Page 1

sérIE AçorEs

FAyAl sPort só sobE sE sINtétIco dA AlAGoA For AdAPtAdo PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

dIrEctor : MANUEl crIstIANo bEM 4 NÚMEro : 454

O pi n iãO PÁGINA o9

armaNdo amaral

oPINANdo objEctIVAMENtE tóPIcos: 1- PrEsIdENcIAIs 2 FAzENdo 3 - AEroPorto 4 – bANdEIrA PÁGINA 14

Berto messias

Mais competitividade = Mais Emprego PÁGINA o9

FerNaNdo guerra

A visita régia PÁGINA o9

geNuíNo madruga

MAr AçorIANo Velhas/Novas PÁGINA 14

José armas trigueiro

F Acto H IstórIco os Náufragos do navio Americano “robert Fulton” estiveram nas Flores e na Horta (1830) PÁGINA o9

m. Patrão NeVes

o ' NoN

PAPEr ' PÁGINA 12

raul de amaral-marques

Alimentação anti-hipertensão!

PÁGINA 12

Victor rui dores

Não posso ensinar a quem não quer aprender

18 .fevereirO.2o11 Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

AtletisMo

Faialense Sofia Ávila estreia-se no Campeonato Nacional de Corta Mato

PÁGINA 1o

José Henrique Azevedo

NeptuNo Na Horta é “a fotografia da minha vida” PÁGINA o4


o2

18 dE FEVErEIro dE 2o11

editoriAl

BOmBeirOS vOLuntáriOS g desde os recuados tempos que a nossa memória consegue alcançar, estas associações de Bombeiros, criadas no seio das comunidades para protecção e defesa de pessoas e bens, eram formadas por elementos de um corpo activo designados popularmente por “soldados da paz” – uma expressão a que hoje em dia poderíamos acrescentar outros termos de sentido humanitário e referentes aos múltiplos serviços que prestam, para além da extinção dos incêndios que antigamente constituía a sua missão quase exclusiva. de facto, actualmente os Bombeiros, mesmo em regime de voluntariado, são chamados a actuar em variadas ocasiões de calamidade – terramotos, inundações, tempestades, acidentes no mar e em terra, desastres nas estradas e ferrovias, em tudo, afinal em que esteja em perigo a vida humana. sob o lema secular de “vida por vida”, eles continuam a ser os homens a toda a hora disponíveis para socorrer os seus semelhantes nos momentos de aflição, a requerer auxílio e solidariedade. Por isso, os Bombeiros merecem, em geral, a admiração e o carinho das populações que estão à sua guarda. Vem esta introdução a propósito da celebração, no próximo ano de 2012, do centenário da associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Faial, que nos últimos anos tem vindo a reivindicar a construção de um novo quartel que venha substituir as ultrapassadas instalações frente à Praça da república, na Horta. a construção de um imóvel de raiz, numa zona periférica da cidade – mais precisamente, nas imediações do cruzamento de acesso à actual e à futura variante em santa Bárbara – constitui, pois, o grande projecto da corporação faialense. e é esse projecto que a direcção e os elementos activos da aHBVF já puseram em marcha, preparando trabalhos que mais tarde serão úteis para uma mais fácil e rápida concretização da obra. claro que tudo isto representa uma enorme dedicação dos Bom-beiros desta ilha à sua associação e bem assim uma prova de amor à terra e de consideração pelo bem-estar das suas gentes. e estas virtudes dos nossos “soldados da paz” e dos dirigentes e colaboradores da organização humanitária que servem, merecem, efectivamente, todo o reconhecimento e apoio das comunidades da ilha. entretanto, perante essa circunstância da falta de uma sede que permita uma instalação suficientemente ampla para as necessidades actuais da associação, com efeitos, por certo, na sua operacionalidade, cabe ao governo regional, com a participação das autarquias, resolver o problema o mais breve possível, sobretudo ao nível do necessário investimento. aliás, à semelhança do que tem sido feito noutras ilhas, com edifícios espaçosos e dotados de todos os requisitos. a aHBVF e a população desta ilha consideram esta pretensão muito justa e urgente…

eM destAque

Tribuna das Ilhas

BolsAs de Mérito dA universidAde dos Açores

LuiS Serpa e rita pinheirO, dois faialenses premiados Rita Pinheiro, natural de Pedro Miguel, está neste momento a frequentar o 3ºano do Curso de Educação básica. A bolsa é referente a todo o percurso universitário até agora. A sua média é de 17.51. A jovem disse ao TRibUnA DAS iLHAS que dos seus projectos para o futuro faz parte fazer o Mestrado em Educação básica, que a habilitará para ser educadora-de-infância e ainda docente do 1º Ciclo do Ensino básico. Confessa no entanto, que a sua

Maria josé silva g Realiza-se hoje, no Auditório do Complexo Pedagógico do campus de Angra do Heroísmo, a cerimónia de entrega das bolsas de estudo por mérito aos estudantes da Universidade dos Açores que tiveram um aproveitamento escolar excepcional no ano lectivo 2009/2010. A bolsa de estudo por mérito é uma prestação pecuniária de valor fixo, para comparticipação nos encargos com a frequência de um dos cursos de licenciatura, mestrado ou especialização tecnológica, ministrado pela Universidade dos Açores, destinando-se a estudantes que tenham mostrado aproveitamento escolar excepcional no curso que frequentam, sendo suportada integralmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

preferência recai sobre a educação-de-infância: “embora goste de toda a área da Educação, sinto-me mais vocacionada para trabalhar com crianças mais pequenas ou com necessidades Educativas Especiais. Por isso, gostaria de fazer também uma pós-graduação em necessidades Educativas Especiais”. “Posteriormente, o meu desejo é exercer a minha profissão na minha ilha, na esperança de poder contribuir para o desenvolvimento desta área”, acrescenta .

Dos oito alunos vencedores desta bolsa, dois são faialenses : Rita Pinheiro e Luís Serpa. Luis Serpa está actualmente no terceiro ano do curso de Energias Renováveis e o prémio diz respeito às excelentes notas que obteve no primeiro ano. 16.6 foi a média que lhe valeu a atribuição desta bolsa. Este faialense escolheu este curso porque era um curso novo relacionado com áreas alternativas e que hoje em dia estão em voga. TRibUnA DAS iLHAS conversou com Luís Serpa, que nos disse que o futuro a Deus pertence. Pondera fazer um mestrado, pós graduação e doutoramento e, quem sabe, exercer no Faial. Sobre a bolsa que vai receber diz-se muito feliz e sente que todo o seu trabalho e esforço foi recompensado.

[soBe]

&

crUz VErMElHA PortUGUEsA g aqui está mais uma instituição, fundada há muito longo

tempo mas que tem mantido a sua vitalidade a favor das boas causas. uma instituição que funciona com base no voluntariado das pessoas que a ela aderem, dispostas a ajudar os seus semelhantes e consequentemente a servir as comunidades onde está inserida. é isso que temos observado pelas notícias que vão saindo a público sobre a actividade e iniciativas da delegação no Faial da cVP e das quais normalmente fazemos eco. e, como sempre, cá estaremos a dar a nossa colaboração a todas essas acções muito positivas…

[desce] lIstAs tElEFóNIcAs

g continuam a chegar-nos queixas das muitas falhas existen-

tes na última edição da lista telefónica do açores em que desapareceram nomes de assinantes que figuravam na edição anterior e foram puramente omitidos. e o pior é que quando se precisa de um número de telefone e ele não está na lista, o único recurso é pedi-lo às informações, só que com o pagamento da taxa respectiva. moral da história: a entidade responsável dos erros cometidos ainda é que fica a ganhar e o utente do serviço telefónico a pagar. ao fim e ao cabo isto não é moral, mas uma completa imoralidade…!


Tribuna das Ilhas

locAl

18 dE FEVErEIro dE 2o11

o3

Graça Bettencourt é a voz da Marcha da Semana do Mar 2011 g "Viva a Semana do Mar" é o título da marcha da Semana do Mar 2011. O trabalho presente a concurso tem voz de Graça Bettencourt, música de Luis Pedro Fonseca e letra de Eugénia Ramos. A marcha vencedora enaltece a Semana do Mar com seus "Dias e noites de esplendor/ Que leva longe este lugar/ Cheio de luz e de sabor". "Já são décadas de festa/ Escrita a fogo no céu/ Não há ilha como esta, ó não/ Faial, nome do meu ilhéu", lê-se no refrão do trabalho vencedor. A intérprete da marcha é natural da freguesia da Praia do Almoxarife e está há vários anos ligada à música, quer através do Grupo Coral da Horta, quer através do grupo coral daquela localidade. Por sua vez a autora da letra, Eugénia Ramos, é faialense, mas encontra-se a residir em Lisboa, assim como o autor da música, Luis Pedro Fonseca. O trabalho vencedor foi seleccionado pela organização da Semana do Mar, num universo de três propostas apresentadas.

pSD/açores quer campo sintético na zona norte

lUÍs GArcIA o deputado defende uma melhor distribuição dos campos sintéticos na ilha

g Os deputados regionais socialdemocratas eleitos pelo Faial denunciaram esta semana as carências “evidentes” do lado norte da ilha em termos desportivos, defendendo que os

campos sintéticos que possam vir a ser construídos na ilha deverão situarse na zona norte, e no espaço onde se previa construir o estádio Mário Lino, obra entretanto adiada.

Depois de um encontro com os dirigentes dos grupos desportivos Cedrense e do Salão, Luís Garcia frisou a importância que “muitas crianças e jovens praticam desporto em condições inaceitáveis para os dias de hoje”, pelo que é necessário que as freguesias do lado norte sejam dotadas de um sintético. Para o deputado, os sintéticos devem ser construídos para servir determinadas áreas geográficas, “e não apenas para um ou outro clube”. Além disso, o parlamentar defende que o campo sintético e a pista de atletismo do Estádio Mário Lino devem avançar agora, podendo as restantes estruturas previstas para o estádio ser “reavaliadas e redimensionadas, ou remetidas para uma fase posterior”. O sintético e a pista de atletismo são, para Luís Garcia, de extrema importância, na medida em que poderão “servir a população escolar da Manuel de Arriaga, as selecções da Associação de Futebol da Horta e os clubes desportivos que lhe ficam mais próximos”.

OutLet no faial de 24 a 27 de fevereiro g Já está confirmada a realização de um Outlet na ilha do Faial, no final do corrente mês de Fevereiro. Este evento destina-se aos empresários do Comércio Tradicional, e vem ao encontro das reivindicações de alguns comerciantes, que pediram o apoio da Câmara do Comércio e indústria da Horta (CCiH), no sentido de criar um evento que viesse dar um novo fôlego ao negócio, nesta altura de crise, e que auxiliasse o comércio local a escoar stocks. Ao TRibUnA DAS iLHAS, o presidente da CCiH adiantou que o Outlet vai efectivamente realizar-se entre os dias 24 e 27 de Fevereiro, na Avenida 25 de Abril, como, de resto, tinha sido solicitado pelos empresários promotores da iniciativa. De acordo com Ângelo Duarte, será montado um espaço com cerca de 500 m2, no Parque de Estacionamento ao lado do Jackpote, que a CCiH espera que fique repleto com a participação do empresariado local.

O patrão dos empresários adiantou que a adesão dos comerciantes está a ser positiva. Desta feita, a feira Outlet não contará com apoios comunitários, como adiantou Ângelo Duarte, o que faz com que o

contributo monetário das empresas participantes tenha de ser ligeiramente superior aos anos anteriores, como explicou o presidente da CCiH. Para além da CCiH, o evento conta com o apoio da autarquia faialense.

[aconteceu] WorksHoP coNdor 2011 g decorreu nos dias 16 e 17 de Fevereiro, na Horta, o workshop final do projecto coNdor. o workshop reuniu os participantes do projecto, do departamento da oceanografia e Pescas da universidade dos açores, do instituto de investigação das Pescas e do mar de lisboa e do instituto da investigação marinha da Noruega. trIbUNAl dA HortA coNdENA AlEMão A 8 ANos dE PrIsão Por trÁFIco dE EstUPEFAcIENtE

g o tribunal da Horta condenou ontem um cidadão alemão a oito anos de prisão, pelo crime de tráfico de estupefacientes agravado, por ter transportado num iate cerca de 200 quilos de cocaína. a apreensão do iate que transportava a droga foi feita na marina da Horta, em abril de 2010, quando a embarcação fazia escala no Faial. a moldura penal para estes crimes pode chegar aos 15 anos, no entanto a confissão do arguido e a colaboração com a justiça terão servido de atenuantes perante o colectivo de juízes. cArrEIrA docENtE jUNtoU à MEsMA MEsA srEF E sINdIcAtos g esta semana, a secretária regional da educação e Formação reuniu-se na terceira com os sindicatos de professores, em encontros onde foram analisadas propostas relativas à estrutura da carreira docente, índices remuneratórios e progressão na carreira. tratou-se da primeira ronda negocial protagonizada pela actual titular da pasta, cláudia cardoso, que felicitou a abertura dos sindicatos à negociação, e enunciou algumas prioridades do executivo, com destaque para a “igualdade à estrutura da carreira nacional”, para não impedir a mobilidade dos docentes.

[vai acontecer] ModElo dE PrEço FIxo Por UtENtE AVANçA EM jUNHo g o governo regional vai testar em Junho o novo modelo de comparticipação financeira por utente nas instituições com valências sociais na região, denominado por “modelo de Preço Fixo por utente”. segundo a secretária regional do trabalho e da solidariedade social, ana Paula marques, a alteração visa a adopção progressiva de um preço fixo para cada tipo de serviço social, independentemente da instituição que o presta, sendo que o pagamento será repartido entre o utente, de acordo com a condição financeira, e a segurança social. Numa primeira fase, o novo modelo abrangerá cerca de 20 instituições “mais gastadoras”, que serão acompanhadas diariamente por técnicos especializados. Prevê-se que, dentro de 5 anos, o novo modelo esteja alargado a todas as instituições da região. o objectivo do governo regional passa, assim, por harmonizar o presente sistema. a actual rede de suporte social custa cerca de 60 milhões de euros e conta com cerca de 700 acordos de cooperação e 30 mil utentes. sos AMAMENtAção g o grupo de apoio ao aleitamento materno, sos amamentação, tem agendada a sua reunião habitual para o proximo dia 26 de Fevereiro. o encontro tem lugar pelas 15H00, no Hospital da Horta. esta reunião destina-se a grávidas, mães a amamentar e seus filhos, e seus familiares e a todos os interessados em aleitamento materno. esta iniciatica é organizada pelo cantinho da amamentação da unidade de obstetrícia do Hospital da Horta, com o apoio da iNiceF, cNi - Hospitais amigos dos Bebés e ajuda de mãe. crIAdA coMIssão dE coNtrolo dE PrAGAs E roEdorEs g o executivo açoriano anunciou esta semana a criação da comissão de controlo de Pragas de roedores, “no quadro das medidas de prevenção, controlo e redução da presença de roedores na região”. o anúncio surgiu na sequência do conselho de governo que decorreu em Ponta delgada. esta unidade “agrega as entidades com responsabilidade na matéria aos níveis governamental e autárquico”, e tem por missão “organizar um manual de boas práticas relativo ao combate aos roedores, bem como a definição dos requisitos técnicos a que deverão obedecer os planos de controlo de pragas de roedores”.


o4

18 dE FEVErEIro dE 2o11

entrevistA

Tribuna das Ilhas

neptuno nA HortA

exposição assinala Bodas de prata da fotografia Maria josé silva g no dia 15 de Fevereiro de 1986, sábado, entre as 12H e as 16H, inesperadamente aconteceu a maior tempestade de que há memória no século XX e a maior até à data nos Açores, em que o vento atingiu velocidades de 250 km/h. no Faial várias calamidades foram registadas. A euracaia que estava em frente à Matriz do Santíssimo Salvador da Horta caiu. O Largo do infante ficou irreconhecível, vários barcos viraram na Doca, e José Henrique Azevedo conseguiu um feito notável: fotografou neptuno, o rei dos mares, na rebentação de uma onda no Sul do Monte da Guia. Agora, 25 anos passados, José Henrique, proprietário do Café Sport, diz que “neptuno na Horta” é, sem dúvida, a fotografia da sua vida. Para assinalar a data o Peter Café Sport promoveu uma exposição com os registos fotográficos, meteorológicos e noticiosos da época. TRibUnA DAS iLHAS visitou a exposição e, no cenário idílico do Museu de Schrimshaw do Peter Café Sport conversou com José Henrique Azevedo que nos contou como tudo aconteceu. numa autêntica viagem de regresso ao passado, conversámos com este empresário, amante convicto da arte de fotografar e que classifica esta foto como “a foto da sua vida”. passam 25 anos que a sua objectiva captou o “neptuno na horta”. recorda-se como tudo se passou? Perfeitamente… nesse dia vim trabalhar para o café no turno das 12h às 16h00. O dia amanheceu sombrio mas nada fazia antever o temporal que se abateria sobre o Faial. Durante a manhã o vento começou a levantar e na hora de almoço já soprava forte. Sai pela primeira vez do Café para ir fotografar uma árvore que caiu junto à igreja Matriz. Era uma euracaia centenária que toda a gente gostava porque no natal era iluminada e dava um outro colorido à cidade. Ao longo de toda a tarde fui fotografando, da janela da casa dos meus pais, o porto. Foram inúmeros os barcos que reviraram e foram atirados para fora da doca. Depois das 16h00 sai com dois amigos meus, o Emanuel e o Carlos para tentar ver como estavam as coisas. Fomos até ao monte da Guia mas não conseguimos passar porque a estrada estava fechada devido à queda de algumas árvores. Fomos até Porto Pim de onde tirei algumas fotos e também no Pasteleiro. Depois disso resolvi ir até ao Cabeço das Moças e do Posto Meteorológico fiz imensas fotografias. no verão seguinte mostrei as imagens aqui fora do Café em formato de slide. Quando descobriu que tinha fotografado o rei dos mares? Só dois anos depois consegui por 2 das fotos do temporal em formato papel. Era muito caro fazê-lo, aliás, nem sequer o faziam cá no Faial, então foi um amigo meu que levou para a Suiça. no dia em que as recebi chamei um casal de iatistas que estava sentado na mesa 1 do café e mostrei-lhes. na altura passava por detrás deles, a cerca

de dois metros, José Machado, um funcionário surdo-mudo e que descobriu a figura. no dia seguinte quando fui a discoteca encontrei um amigo meu fotografo e que na altura da tempestade me chamou de doido e não quis ir. Disse-lhe e continuo a dizer que foi a fotografia da minha vida. Como foi a reacção das pessoas? A fotografia do neptuno na Horta tem tido uma enorme receptividade junto das pessoas, quer dos locais, quer dos que nos visitam. É curioso ver a reacção das pessoas quando vêm ao Museu e eu lhes explico a história. As pessoas ainda batem palmas e ficam arrepiadas, quer isto dizer que 25 anos depois, esta imagem ainda continua a causar impacto. Mandei fazer postais, posters e t-shirts que têm percorrido o mundo todo. Para além disso, anos mais tarde passei a papel o resto as fotos da tempestade e tenho num álbum que mostro a todos os que passam pelo café. O merchandising que se criou em torno desta fotografia, com os posters, postais, tshirts, canecas, entre outros produtos, tornam esta fotografia imortal… porquê então a necessidade de fazer esta exposição? 25 anos é um quarto de século. É uma data memorável e eu não podia deixar em branco. não sei se daqui a 25 anos vou estar cá, mas se estiver garanto que torno a repetir a exposição. Em causa está também a tempestade que assolou o arquipélago e foi notícia na comunicação social de toda a região. a imagem podia ter tido outro nome qualquer… porquê neptuno? Realmente podia ter sido chamada de Adamastor ou Poseidon, porque o Deus é sempre o mesmo. Trata-se do Deus do Mar... é isso que simboliza. Foi, involuntariamente, uma homenagem ao mar que tem pautado o desenvolvimento do Café Sport ao longo dos anos.

“NeptuNo Na Horta

Horta uma associação de apoio à juventude que desenvolvia imensas actividades e entre elas um curso de fotografia. na altura aprendi a fotografar a preto e branco e a revelar as minhas fotografias. Tive também a sorte de poder expor as minhas fotos aqui no café e isso dava-me um certo gozo porque, sobretudo os visitantes, apreciavam imenso.

ainda usa as máquinas analógicas ou já aderiu às digitais? Tentei resistir durante muitos anos às novas máquinas digitais porque a minha analógica era muito boa e porque tinha muita pena de deixar perder, mas a verdade é que tive que me render às novas tecnologias. Durante muitos anos senti um peso na consciência ao fazer fotografia analógica porque era muito caro fazer a revelação. Hoje em dia, com o digital os custos são muito mais reduzidos e a qualidade também é controlada. para além da vertente empresarial o Café Sport tem promovido várias iniciativas que vão de encontro à comunidade. regatas, triatlo, festival de papagaios, entre outros… dentro desta área tem algum projecto futuro que vá ser desenvolvido a curto prazo? O Peter Café Sport não tem eventos marcados a curto prazo. A realização do Triatlo já não é anual porque os tempos que correm não estão fáceis para todos, inclusive os nossos principais patrocinadores. Temos dado apoio a algumas regatas que acontecem cá e a outras que vêm das Caraíbas.

foi a fotografia da minha vida” José Henrique azevedo

essa altura. O Café Sport alargou-se e fixou-se um pouco pelo nosso país… A expansão do Peter para além do Faial já é da minha responsabilidade. Algumas iniciativas foram planeadas, outras foram simplesmente acontecendo… podíamos ter ficado limitados ao Faial mas acabámos por ir para a Expo em 1998 e as coisas correram tão bem que acabámos por ficar. Quando começámos a ver que as nossas t-shirts estavam a ser copiadas nas outras ilhas arriscámos a abrir em São Miguel, depois na Terceira e por fim em Vilamoura. Abrimos também alguns bares, em Oeiras e na Ribeira do Porto. Como tem sido recebido pelas pessoas dessas localidades? há quem diga que vir ao faial e não ir ao peter é, passe a analogia, como ir a roma e não ver o papa. O mesmo se passa em Oeiras, em Lisboa ou no porto? O sentido é completamente diferente… o bar da Horta é diferente de todos os outros, é especial. Estar por outras paragens é uma forma de divulgar a nossa terra, sem dúvida, mas a sensação é muito diferente. Entre todos os bares existem pormenores idênticos porque tentamos manter uma imagem de marca, mas a própria envolvência é distinta…

tem sido reconhecido pelo mundo todo… esse reconhecimento, agora que o seu pai não está cá tem um significado especial? vai continuar a prosseguir o objectivo com que o seu pai e avô criaram esta casa? Sim concerteza. Aliás, esse é o meu objectivo desde que, em 1978 me dediquei a tempo inteiro ao Café Sport. O meu propósito é dar continuidade ao trabalho que De onde surgiu o gosto pela fotografa? foi desenvolvido pelo meu pai e pelo meu José henrique tem três filhos cujas caras O gosto pela fotografia surgiu muito cedo. avô. já são conhecidas de quem vem ao peter Quando tinha 15 anos foi criada aqui na Certo é que muita coisa mudou desde de verão porque estão cá a ajudar. acha

que eles vão seguir o seu projecto de vida? Gostava que isso acontecesse? Para mim, o principal é que sejam felizes. Gostava que algum deles, e porque não todos eles, continuassem com este trabalho, com este projecto de 3 gerações, mas se isso não acontecer, também tenho presente que tudo tem um fim. não é fácil manter um negócio desta envergadura. Exige muito do nosso tempo e muito sacrifício sobretudo por parte da família mais directa, por isso, se os meus filhos quiserem continuar ficarei muito feliz, mas se não quiserem também compreenderei. O peter também emprega a muita gente. neste momento quantos funcionários têm? De inverno trabalham para nós 60 funcionários e durante o verão atingimos os 130. Gerir uma máquina destas só é possível com bons colaboradores.

Sei que grande parte das ideias mesmo para os trabalhos gráficos da marca peter surge da sua cabeça. Sente que as pessoas o olham como sonhador quando expõe os seus pensamentos? Uns como sonhador mas a maioria como maluco. Mas de doido todos temos um pouco e para inovar é preciso arriscar. Dáme imenso prazer dar azo á minha veia criativa porque esta organização não é só bebidas, é tudo o resto.


notíciAs

Tribuna das Ilhas

vasco Cordeiro garante que não havia acordo com os estaleiros navais de peniche quanto à construção dos navios para o Grupo Central Marla Pinheiro g O secretário regional da Economia, Vasco Cordeiro, foi ouvido na passada terça-feira pela Comissão de Economia da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, a pedido do PSD, para explicar a não concretização do negócio entre os Estaleiros navais de Peniche e os estaleiros da Madalena, detidos pela naval Canal. Os estaleiros de Peniche desistiram de investir cerca de 6 milhões de euros na Madalena, alegadamente porque viram cair por terra a possibilidade de construir os novos ferries para operar no Grupo Central. De acordo com Vasco Cordeiro, “não existiu qualquer acordo com os Estaleiros navais de Peniche que fizesse depender a sua participação no capital social da empresa naval Canal do resultado do concurso para a construção de dois navios” destinados ao transporte marítimo de passageiros no Grupo Central. O governante pôs em evidência o facto dos Estaleiros de Peniche terem assinado o memorando com a APTO (proprietária da naval Canal) 15 dias depois de ser conhecido o caderno de encargos para a construção dos navios: “se existisse algum acordo que fizesse depender desse concurso o projecto de reabilitação dos estaleiros da Madalena, então não faria sentido que os Estaleiros navais de Peniche assinassem o acordo com a APTO cerca de 15 dias depois de ser conhecido o caderno de encargos para a construção dos navios”, referiu. Para Cordeiro, esta reunião demonstrou “a inexistência de qualquer postura menos clara, ou menos regular, da parte do Governo neste processo”. nas repostas aos deputados da Comissão de Economia, o governante garantiu ainda que o Governo dos Açores sempre transmitiu aos Estaleiros navais de Peniche que “não existiria qualquer ligação entre os dois processos, nem qualquer disponibilidade para proceder a qualquer alteração do caderno de encargos para a construção dos dois navios”, tendo sido sempre afirmado pelos Estaleiros navais de Peniche “que essa posição não seria impeditiva para a concretização do acordo com a APTO”. Cordeiro reafirmou também que o Governo Regional acredita “no potencial da reabilitação da construção naval nos Estaleiros da Madalena”, e adiantou que foram já dadas orientações à Agência para a Promoção do investimento dos Açores

EsPAço dE ProxIMIdAdE A PolÍcIA Ao sErVIço dos cIdAdãos PortArIA Nº 1307/2010 dE 23dEz

P o l Í c I A d E

NoVos NAVIos PArA o GrUPo cENtrAl os Estaleiros de Peniche terão recuado no investimento da Madalena por não terem podido participar no concurso para a construção dos barcos

(APiA) “para procurar um parceiro que possa continuar a trabalhar numa solução para este projecto por se entender que ele constitui uma grande mais-valia, quer para a ilha do Pico, quer para os Açores”. jorGE MAcEdo: “EM tUdo o qUE MEtE bArcos E ÁGUA sAlGAdA, o GoVErNo rEGIoNAl Não AcErtA UMA” Os social-democratas reconhecem que as datas em causa “ilibam o Governo Regional de qualquer entendimento” no sentido de assinar primeiro o memorando de entendimento e só depois lançar o caderno de encargos para a construção dos navios. Para o deputado laranja Jorge Macedo, os quinze dias que separam o lançamento do caderno de encargos da assinatura do memorando permitiam obviamente aos Estaleiros conhecer o referido caderno de encargos antes de assinar qualquer entendimento entendimento. no entanto, para o PSD, a sucessão de acontecimentos revela que houve “ingenuidade” por parte do Executivo Regional no tratamento de todo este processo: “o Governo acreditou demasiado cedo no sucesso daquele investimento e lançou os foguetes antes da festa. Aliás, tem sido um hábito recorrente da Secretaria Regional da Economia lançar foguetes quando se assina um entendimento com a APiA para qual-

quer tipo de investimento, sendo que depois eles não têm concretização prática, infelizmente para os Açores. Esse insucesso repetido tem um problema: retira confiança aos agentes económicos e retira confiança aos açorianos”, frisou Jorge Macedo. O responsável pelos Estaleiros navais de Peniche será também ouvido pela Comissão de Economia, por iniciativa dos social-democratas, em data ainda a definir.”Queremos ouvir dos Estaleiros de Peniche as verdadeiras razões que os levaram a querer investir na Madalena e o que os fez mudar de ideias em tão pouco espaço de tempo”, adiantou o parlamentar. Os Estaleiros de Peniche alegam quebra de confiança para rescindir o contrato. Para o PSD, há que aguardar pela audição do responsável pelos Estaleiros para tirar as conclusões finais sobre este assunto. no entanto, Jorge Macedo tem, para já, uma certeza: “os Estaleiros de Peniche queriam investir na Madalena do Pico com o objectivo de poder construir os navios de 37 metros que o Governo lançou a concurso”. Para o parlamentar social-democrata, esta situação representa mais um desaire do Executivo Regional no que diz respeito à política de transportes marítimos na Região: “em tudo o que mete barcos e água salgada, o Governo não acerta uma”, entende.

o5

18 dE FEVErEIro dE 2o11

s E G U r A N ç A P Ú b l I c A

o decreto-lei nº 87/2005 de 23mai, que define o regime aplicável por força da caducidade de alvarás e licenças dos estabelecimentos de fabrico e armazenagem de produtos explosivos, estipula o pagamento de taxas por actos relativos à organização e andamento do processo, bem como pelos procedimentos previstos no decreto-lei nº 139/2002 de 17mai. os valores das taxas previstos na tabela anexa à presente portaria são actualizados automaticamente, em 1 de março de cada ano, em função da variação (.....) . artº 2ª ANExo III (a que se refere o nº 1) tabela relativa às taxas para o Fundo de Fiscalização de Explosivos e Armamento Montante da taxa (em euros)

Incidência

título I Explosivos a) Por quilograma de explosivo industrial, saído das fábricas ou importado, para consumo ou revenda no território nacional b) Por cada milhar de cápsulas detonadoras saído das fábricas ou importado, para consumo ou revenda no território nacional. c) autorizações para compra e emprego de explosivos nos termos do n.º 1 do artigo 19.º: até 100 kg com as correspondentes cápsulas detonadoras. além dos 100 kg, por cada 100 kg ou fracção e respectiva cápsulas detonadoras d) autorizações para compra de emprego de explosivos nostermos do n.º 1 do artigo 21.º, até 10 kg Por cada 10 kg adicionais ou fracção.

0,10 10 5 10 5

título II Pólvoras Por quilograma de pólvora, saído das fábricas ou importado, para consumo ou revenda no território nacional

0,10

título III outras substâncias explosivas, compreendendo os cloratos, percloratos, ácido pícrico e picratos a) Por 100 kg, saídos das fábricas ou importados, para consumo ou revenda no território nacional b) autorizações de compra de cloratos e seus derivados, em estanqueiro habilitado, nos termos do artigo 22.º, até 100 kg. . . Por cada 100 kg adicionais ou fracção. c) licenças para lançamento de fogo-de-artifício [alínea i) do artigo 9.º do rFPe, aprovado pelo decreto-lei n.º 376/84, de 30 de

título IV rastilhos Por cada 20 000 m ou fracção importados. título V Exportação Por cada autorização de exportação de produtos previstos napresente tabela, independentemente da quantidade .

5

10 5 100

10

10

A presente Portaria entrou em vigor no dia 03 de janeiro do ano 2011 – Artº 4º esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.s.P. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt

contactos: telefone – 292208510 – Fax - 292208511 ProGrAMA INtEGrAdo dE PolIcIAMENto


o6

notíciAs

18 dE FEVErEIro dE 2o11

Tribuna das Ilhas

turisMo Marla Pinheiro g Arranca na próxima semana a 23.ª edição da bolsa de Turismo de Lisboa (bTL). Esta feira internacional é a maior realizada em Portugal, e uma oportunidade única para os agentes do sector turístico fazerem negócio. Sendo uma Região onde o turismo tem um papel preponderante no desenvolvimento económico, este certame é uma oportunidade onde os Açores estão sempre representados em força, através do Executivo Regional, de entidades oficiais e de muitos empresários que marcam presença no certame. A Associação Regional de Turismo (ART) e a Associação de Turismo dos Açores (ATA) serão algumas das presenças de destaque, além da Tryangle, agência criada para a promoção das ilhas do Triângulo, que participa pela primeira vez na bTL. A Associação para o Desenvolvimento de ilhas dos Açores (Adeliaçor) também marcará presença, destacando-se a apresentação de um filme promocional das rotas turísticas temáticas criadas nas ilhas Faial, Pico, São Jorge, Flores e Corvo. O Município da Horta também marcará presença, com destaque para a apresentação da Semana do Mar, a par das restantes festas concelhias do Grupo Central, assim como a Câmara do Comércio e indústria local. Durante esta edição da bTL, será ainda apresentado o novo site www.azores.com, o projecto da Atlanticoline para 2011 e as publicações da ART, entre outras coisas. À

açores apostam na feira internacional de turismo de Lisboa semelhança do ano passado, o ex-internacional português Pedro Pauleta será uma das personalidades em destaque na Feira, na qualidade de embaixador do Turismo da Região. Em 2010, a Feira contou com mais de 70 mil visitantes, que percorreram os cerca de 980 expositores. Quanto aos sectores de actividade representados, a maior parte das presenças no certame diz respeito a entidades oficiais nacionais ou internacionais. Seguem-se os sectores da distribuição e do alojamento e a gastronomia. FIlIPE ÁVIlA: A APostA dEVE sEr No FActor qUAlIdAdE E Não No PrEço A empresa faialense Casa d’Ávilas será uma das representações da ilha azul na bTL, como de resto tem acontecido nos últimos anos. Há quatro anos a trabalhar na área do turismo, mais concretamente no turismo de natureza, a Casa d’Ávilas tem já uma projecção bastante considerável fora de portas. Para tal, Filipe Ávila entende que a participação neste tipo de eventos é crucial: “como se costuma dizer, quem não é visto não é lembrado”, refere. Recentemente, a empresa esteve na nauticampo, em Lisboa, e os responsáveis trouxeram resultados práticos na

bagagem, como adiantou Filipe à nossa reportagem. A bTL é outro certame importante, que até agora pecava pelo facto de decorrer num espaço temporal muito próximo da Feira internacional de Turismo de Madrid. Este ano, a distância temporal entre as duas feiras é maior, e Filipe Ávila acredita que a bTL irá beneficiar desse facto. Para a Casa d’Ávilas, uma bTL bem participada é importante por várias razões, uma das quais o facto de Portugal Continental ser um mercado importantíssimo para o turismo faialense. Em relação às participações anteriores na feira, o empresário faz um balanço positivo: “as pessoas têm muita curiosidade em relação a algumas das nossas actividades, como o kart cross e o golfe rústico”, refere. “O cliente que nos procura está interessado no turismo de contacto com a natureza; de aventura”, explicita Filipe, que considera que a aposta neste tipo de produtos turísticos não poderia ter sido mais acertada. Apesar da crise, a Casa d’Ávilas conta já com muitas reservas para a época alta, o que é um sinal de saúde para o negócio. Para Filipe, parte deste sucesso devese ao facto da empresa preferir oferecer qualidade, ao invés de apostar em pre-

d.r.

ços baixos. O jovem empresário entende que o caminho não é a aposta no turismo de massas, mas em públicosalvo com poder de compra, que procurem serviços de qualidade e que estejam dispostos a pagar um pouco mais para desfrutar de tudo o que os Açores têm para oferecer. “Temos de dar primazia à qualidade; tirar partido da nossa cultura, da nossa gastronomia, da nossa natureza, para criar produtos turísticos apelativos”, entende. Filipe reconhece que, com este posicionamento, o sector turístico fica menos

susceptível de sofrer o impacto dos elevados preços das passagens aéreas para a Região. Presente no Faial e no Pico, a Casa d’Ávilas conhece bem as potencialidades das sinergias entre as ilhas do Canal: “é muito frequente os clientes que nos contactam desejarem um programa de articulação entre as duas ilhas”, refere. Tendo em conta a sua experiência, Filipe entende que há que tirar partido das potencialidades associadas à proximidade geográfica das ilhas do Triângulo.

estruturação do parque marinho dos açores vai avançar g O Executivo açoriano deliberou no último Conselho de Governo, que decorreu em Ponta Delgada no início da semana, avançar com a estruturação do Parque Marinho dos Açores. De acordo com o comunicado do Conselho de Governo, o objectivo desta medida é “assegurar a protecção e a boa gestão das áreas marinhas protegidas por razões ambientais, que se localizem no mar dos

Açores e cuja gestão caiba aos órgãos de governo próprio da Região”. O Parque Marinho dos Açores vai integrar todas as áreas oceânicas protegidas que pertençam à Rede natura 2000 e à rede de áreas marinhas protegidas no âmbito da Convenção OSPAR, bem como todas as zonas importantes para as aves marinhas no âmbito de projectos comunitários, ou quaisquer áreas com interesse para a conservação

GrémiO LiteráriO artiSta faiaLenSe fundado em 01/01/1878 ...Foram no passado dia 21JAn2011 eleitos em Assembleia Geral os novos Corpos Gerentes desta Sociedade Cultural, os quais se dão aqui a conhecer a todos os sócios à população em geral: aSSemBLeia GeraL preSiDente = Jaime Adelino Tomás viCe-preSiDente = Manuel Jorge de Sousa SeCretáriOS = Carlos Alberto da Silva Machado isabel Cristina Fraga S. Garcia COnSeLhO fiSCaL preSiDente = Eugénio Manuel Pereira Leal SeCretáriO = Gabriel Jacinto Faria Ribeiro

Relator= Manuel Carmelino de Faria

DireCçãO preSiDente = Ruben Lemos Oliveira viCe-preSiDente = João Avelino Garcia Victor Manuel P. Jorge teSOureira = Cecília Maria Andrade Dias SeCretáriO = Paulo Augusto Lopes Pires vOGaiS = António José Aguiar da Silva Renato Carlos Duarte Capaz

... Pretende este elenco directivo agora eleito, dinamizar a vida activa do Grémio Literário, com várias acções culturais e de convívio, sendo que para isso acontecer é imprescindível que todos os seus sócios comecem a frequentar mais a sua Sede Social e paticipem em todas as actividades, já que a razão desta Sociedade Cultural existir é precisamente todos os seus sócios (em particular) e simpatizantes (em geral); ... Futuramente e semanalmente se darão, aqui neste espaço, informações importantes da vida da Sociedade e das actividades culturais a realizarem-se;

Patrocinador oficial da Semana: JHn - José Henrique nunes A Direcção

da natureza ou da biodiversidade situadas fora do mar territorial. O Parque Marinho dos Açores pode ainda integrar áreas marinhas que sejam cruciais para a preservação de tartarugas, aves marinhas, cetáceos e outras espécies relevantes, que obedecerão a regimes específicos, visando a gestão das áreas e corredores de passagem com importância para a migração, alimentação e reprodução das espécies ali incluídas.


culturA

Tribuna das Ilhas

18 dE FEVErEIro dE 2o11

o7

Sociedade Filarmónica Artista Faialense assinala 153 anos g Na próxima terça-feira, dia 22 de Fevereiro, a Sociedade Filarmónica Artista Faialense assinala o seu 153.º aniversário.

Para comemorar a data, haverá uma missa de aniversário na Igreja da Conceição, a partir das 19h00, em sufrágio dos músicos e sócios já falecidos, seguida de uma sessão solene na sede da banda, após a qual haverá um concerto comemorativo do aniversário. A filarmónica da freguesia da Conceição é a mais antiga da ilha do Faial. Foi considerada instituição de utilidade pública em 1996, e desde 1999 que pertence à Federação de Bandas Filarmónicas dos Açores.

horta recebe palestra sobre a república g no âmbito das comemorações do centenário da República portuguesa, que decorrem até Outubro, a direcção regional da Cultura promove um pouco por toda a Região um ciclo de conferências intitulado “Açores: 100 anos de República”. na Horta, o auditório da biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça recebe no próximo dia 25 de Fevereiro, a partir das

21h00, a palestra “5 de Outubro – os homens e as ideias”, que será proferida por António Lopes. Este ciclo de conferências teve início em Janeiro. no passado fim-de-semana, passou pelas ilhas de São Jorge e da Terceira, com a conferência “Uma República sem Padres: a Lei de Separação de 1911 nos Açores”, proferida por Susana Goulart Costa.

dr

Biblioteca pública da horta tem mais livros g A biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça dispõe de novos títulos para empréstimo. São 80 novas obras, com temas bastante diversificados. Deste novo lote de títulos fazem parte autores como Thomas Moore (O self original),

Pascal Picq (Nova História do Homem), Carmen Posadas (A Fita Vermelha) ou Philippe Capelle (Cartas a Deus), e ainda a auto-biografia de Tony blair, a obra Fidel, do antigo embaixador português em Havana, José Fernandes Fafe, entre outras. dr

MANUEl dE ArrIAGA o faialense foi um dos rostos da implantação da república dr

Discurso do Rei arrasa nos Bafta g Foram conhecidos no passado fim-de-semana os vencedores dos bafta, os prémios britânicos do cinema. O Discurso do Rei, cada vez mais favorito para a noite dos Óscares, foi o grande vencedor, arrecadando sete estatuetas: melhor filme, melhor filme britânico, melhor actor (para Colin Firth), melhor actor secundário (para Geoffrey Rush), melhor actriz secundária (para Helena bonham Carter),

melhor argumento original e melhor música. Realizado por Tom Hooper, este filme retrata os problemas de gaguez do rei Jorge Vi de inglaterra, e a forma como trabalhou para os ultrapassar, com um auxílio de um terapeuta da fala pouco convencional, numa altura em que a Europa vivia sob a ameaça de Hitler, e ao monarca inglês esperava um reinado difícil. O espinho no mar de rosas

que foi o desempenho de O discurso do rei nos bafta foi a distinção para melhor realizador, que Tom Hooper perdeu para David Fincher (A Rede Social). O filme de Fincher arrecadou ainda o bafta para melhor argumento adaptado. O bafta para melhor actriz foi para natalie Portman, pela sua prestação em O Cisne Negro. Toy Story venceu na categoria reservada aos filmes de animação.

colIN FIrtH A unanimidade em torno da excelência do actor neste filme faz com que o discurso do rei fique na história como um dos melhores desempenhos da sua carreira

cineMA no teAtro FAiAlense dr

a tempo e a horas (Hortaludus; dias 19 e 20, 21h30; >12) Realizado por Todd g Phillips, responsável pela comédia A Ressaca, um megasucesso que arrecadou o Globo de Ouro para melhor filme de comédia em 2010, este A tempo e horas junta como dupla de protagonistas Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) e Zach Galifianakis (A Ressaca). nesta comédia, Downey Jr. é Peter, um homem prestes a ser pai, que tem de atravessar o país para chegar a casa a tempo do parto. Depois de uma série de infelizes incidentes, Peter

A tEMPo E HorAs robert downey jr e zach Galfianakis são os protagonistas desta comédia

vê-se obrigado a viajar de carro com Ethan (Galifianakis), um megalomaníaco que lhe põe os nervos em franja. Começa então uma viagem alucinante,

cheia de peripécias, onde duas pessoas diferentes acabam por desenvolver uma estranha e improvável amizade.

(Hortaludus; dia 20, 17h00; >6) g Realizado por Pierre Coffin e Chris Renaud, Gru – O mal disposto é o primeiro filme produzido pelo estúdio de animação illumination Entertainment, e esteve nomeado para o Globo de Ouro e para o bafta de melhor filme de animação, tendo perdido para o Toy Story 3, da Disney/Pixar, em ambos os casos. Gru é um vilão sem escrúpulos numa fase menos boa da sua "carreira" de malfeitoria e, agora que já não é assim tão jovem, começa a ser ultrapassado nas suas perversidades. Por isso, resolve cometer o maior crime da História da Humanidade: ir ao espaço e roubar a Lua. Rodeado de um grupo de minúsculas criaturas de nome Mínimos, ele vai ter de vencer Vector, o seu mais recente adver-

Gru – O mal disposto

dr

GrU Acompanhado pelos Mínimos, Gru quer roubar a lua

sário. Mas a sua vida fica virada do avesso quando se cruza com Margo, Edith e Agnes, três pequenas órfãs que vendem bolinhos ao domicílio. Se, aos olhos dele, elas são a solução para vencer Vector, para elas ele é a encarnação daquilo que mais desejam na vida: uma família. Assim, Gru vai ter de ir

buscar os seus mais profundos instintos de malvadez para não se deixar cativar com a doçura das três meninas. Mas será ele capaz de tal façanha? na versão portuguesa, nicolau breyner empresta a voz ao vilão Gru, enquanto David Fonseca é Vector.


o8

18 dE FEVErEIro dE 2o11

notíciAs

Tribuna das Ilhas

faial e pico com escalão intermédio no SiDer Marla Pinheiro Foto: susana Garcia g A reestruturação do sistema de incentivos do Governo Regional ao investimento privado passa pela criação de um escalão intermédio de taxas de comparticipação para ilhas do Faial e do Pico. O anúncio foi deixado pelo secretário regional da Economia, Vasco Cordeiro, no final de uma reunião com a direcção da Câmara do Comércio e indústria da Horta, na tarde da passada sexta-feira, onde o governante veio precisamente apresentar as propostas do Executivo para a revisão do SiDER. Até agora, Faial e Pico beneficiavam das mesmas taxas que São Miguel e Terceira, de valores inferiores às taxas disponibilizadas para as ilhas da coesão (Santa Maria, São Jorge, Graciosa, Flores e Corvo). De acordo com Vasco Cordeiro, a actual conjuntura económica levou a que o Executivo Regional decidisse criar um escalão intermédio para o Faial e Pico, cujas taxas irão assim sofrer

majorações que podem ir dos 5% aos 20%, consoante o subsistema de incentivos em causa. Um dos subsistemas que comportará um maior reforço das taxas é o destinado à qualidade e inovação, que, no âmbito do escalão intermédio, passará de 40% para 60% de comparticipação. O subsistema para o desenvolvimento do sector turístico será majorado em 15%, passando de 40 para 55%, ao passo que o subsistema para o desenvolvimento local será reforçado em 5%, passando a ter uma comparticipação de 45%. Segundo o secretário regional da tutela, estas alterações ao SiDER visam “criar melhores condições para as empresas açorianas, para que estas possam afirmar a sua competitividade e capacidade de criar e manter emprego”. Além disso, os objectivos deste sistema de incentivos passam também por “reforçar a capacidade exportadora da Região ao mesmo tempo que se diminui a necessidade de importações”. Para Cordeiro, tendo em conta que

VAsco cordEIro o secretário regional da Economia apresentou as novidades do sIdEr à ccIH

a conjuntura actual é bem diferente daquela que se vivia aquando da criação do SiDER, esta reestruturação é muito importante. ÂNGElo dUArtE sAtIsFEIto coM tAxA INtErMédIA

paulo Gomes nomeado inspector regional de Saúde d.r

g Optimizar o Serviço Regional de Saúde para que cada vez mais sirva os cidadãos com qualidade e transparência é o objectivo da inspecção Regional de Saúde, cujo responsável tomou posse no início da semana. Este organismo tem como atribuição garantir o cumprimento das normas e dos regulamentos vigentes em matéria de saúde tendo em vista, sobretudo, a qualidade dos serviços, a satisfação dos direitos dos utentes e a salvaguarda do interesse público. Paulo Jorge Gomes agora empossado como inspector Regional da Saúde licenciou-se pela faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e é mestre em Direito intelectual, tendo apresentado como tese um trabalho sobre a partilha de ficheiros na internet e o Direito de Autor, trabalho que viria a ser premiado. Foi Assessor Jurídico do conselho de Administração da Saudaçor, em representação da qual participou em diversos grupos de trabalho, nomeadamente na instalação do novo hospital de Angra do Heroísmo e na reformulação do regime

tante que a reestruturação do SiDER fique disponível “o quanto antes”, de modo a que a CCiH possa divulgá-la não apenas junto dos seus associados e dos empresários das ilhas mas também junto dos investidores que tem procurado trazer à Região.

Duarte freitas é o novo líder do grupo parlamentar do pSD/a g Duarte Freitas foi eleito na passada semana líder do grupo parlamentar do PSD/Açores, nas jornadas parlamentares do partido, que decorreram em Ponta Delgada. O parlamentar picoense sucede assim a António Marinho na liderança da bancada. Este passa a ocupar as funções de vice-presidente, assim como Clélio Meneses.

Com as regionais de 2012 no horizonte, o novo líder laranja na Assembleia Regional salientou que os próximos tempos “serão de afirmação do PSD e de desagregação do PS”. “O PSD tem uma liderança, tem propostas e um caminho alternativo marcado e trabalhado. O PS tem problemas de liderança e de projecto”, referiu. d.r

PAUlo GoMEs Pela primeira vez nos Açores vai existir um inspector regional para a área da saúde

jurídico do transporte de doentes nos Açores. Foi inspector na inspecção Administrativa Regional e exerceu funções de dirigente no Centro de Gestão Financeira da Segurança Social. Como docente universitário na

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi cooperante na Faculdade de Direito de bissau, tendo assumido a qualidade de investigador do Centro de Estudos e Reformas Legislativas e designado Coordenador das Disciplinas Jurídico-Privadas.

isenção das taxas de licenciamento de operações de deposição de resíduos g O Governo dos Açores decidiu alargar, até 30 de Junho deste ano, a isenção do pagamento das taxas de licenciamento de operações de deposição de resíduos. Em causa está um conjunto de taxas, cujo valor máximo atinge os 20.000

Para o presidente da Câmara do Comércio e indústria da Horta, a criação desta taxa intermédia é uma mais-valia para os empresários do Faial e do Pico. “investir nestas ilhas está bastante apetecível”, entende Ângelo Duarte, para quem é impor-

euros, que a entidade licenciadora cobra pelos actos praticados no âmbito do procedimento de licenciamento da operação de deposição de resíduos em aterro. nos termos de um Despacho conjunto da Vice-Presidência do Governo e da

Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, hoje publicado em Jornal Oficial, a isenção, por um período transitório, das taxas previstas no n.º 1 do artigo 43.º do Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de Agosto, “constitui um incentivo à instalação daquelas infra-estruturas”.


opinião

Tribuna das Ilhas

18 dE FEVErEIro dE 2o11

o9

O 'non tÓpiCOS: 1- presidênciais paper' 2 - fazendo 3 - aeroporto 4 - Bandeira opinAndo oBJectivAMente

E

M. Patrão Neves

is uma entidade estranha que por vezes emerge, circula, domina e orienta os espaços onde se trava a política europeia: o ‘non paper’. A tradução retira-lhe parte do mistério que acompanha a expressão inglesa, mas nada da perplexidade que suscita: o ‘não documento’!? O 'não documento' é um documento que não existe! Ou melhor, trata-se de um documento que existe fisicamente mas que todos negam a sua existência, ou porque enjeitam a paternidade, ou porque negam conhecê-lo ou porque recusam aceitá-lo. E, não obstante, o 'não documento' é produzido por uma entidade com autoridade na matéria, difundido com generosidade pela maioria daqueles que têm de tomar posição sobre o assunto e rapidamente se torna num best seller entre os políticos. Porque não existe no plano da discussão mas apenas no da ocultação, o 'não documento' assume a aparência de um troféu, transmitindo uma sensação de poder a quem o possui, apesar de não passar de uma manha, visando reforçar o poder de quem o produz e o divulga. O 'não documento' não é apenas um caso de má-fé na política; é o recurso à má-fé como estratégica política. De todos os documentos que estiveram presentes nestes últimos dias nos trabalhos das instituições europeias o mais decisivo foi definitivamente o que nunca existiu, um ‘não documento’ em que a Alemanha e a França estabelecem o que pode ser designado como um de "pacto de competitividade" para reforço da convergência económica da competitividade da zona euro. De facto, a Alemanha e a França traçam nada mais, nada menos do que as formas de actuação futura dos restantes países da União Europeia, em particular os da zona euro. Este ‘não-documento’ sistematiza as condições a impor aos outros Estados Membros para que a própria Alemanha e França aceitem um reforço do fundo de regaste europeu (fundo europeu de estabilidade financeira, FEEF), entre as quais se destacam: uma proposta de harmonização das políticas fiscais, a abolição da indexação salarial à inflação, o aumento da idade de reforma, a constitucionalização de um travão para as dívidas nacionais. E o patético, para não dizer trágico, é que o aspecto mais dramático nem é o conjunto das graves medidas pré-estabelecidas, mas a absoluta dependência que Portugal, entre outros países, está de todas as contrapartidas que lhe impuserem a troco do financiamento mínimo indispensável para continuar a funcionar. E o patético, para não dizer trágico, é que o aspecto mais dramático nem é a abdicação de mais um pouco da nossa soberania nacional, mas a crescente força com que o directório franco-alemão se tem vindo ultimamente a impor ao abrigo da urgência da governação económica da Europa. Sem pudor democrático, Alemanha e França vêm decidindo entre si, nos bastidores da política europeia, as normas a ditar aos restantes EstadosMembros como à Comissão Europeia. E estes, nem conhecendo, muito menos aceitando o que afinal é um 'não documento', lá vão paulatinamente cumprindo as 'não imposições' na esperança de, no fim, obterem um 'sim reforço'. Melhor fora que este 'não pacto' a dois não fosse um 'pacto'. 11.02.2011

1

Armando Amaral

Votei em Cavaco Silva e, fazendo parte como veterano da representação democratacristã, também estive no almoço realizado em Angra aquando da sua vinda aos Açores, embora não compreendendo o motivo que o terá levado a não se deslocar à Horta, sede do Parlamento Regional. Para os católicos, seu primeiro mandato terá sido sobretudo ensombrado por não ter vetado os decretos socialistas contra a vida e sobre o ajuntamento de homossexuais , mesmo correndo o risco de os ver depois reaprovados na Assembleia da República, dominada pelas esquerdas, mais ou menos radicais, e ainda por alguns que julgam que a tolerância não tem, como tudo, seus limites. É que, ao fim e ao cabo, não tinha qualquer dúvida que se tratava, de longe, do candidato que, além de prestigiado político, era o que reunia melhores condições para o

desempenho do cargo de Presidente de Portugal. natural, pois, sua indiscutível vitória, apesar de uma significativa abstenção e uma campanha para esquecer, mas a fazer pensar os políticos que, afinal, a democracia ainda não atingiu o apregoado amadurecimento, não sendo coisa assim como a luz eléctrica que se acende com um simples interruptor...

2

Velho amigo teve a atenção de me oferecer um exemplar da quinquagésima edição de “Fazendo”, aliás dignamente assinalada. E mais grato fiquei por só agora ter oportunidade de saber da existência dessa publicação gratuita e virada para a vida cultural faialense. Quer a sugestiva primeira página a recordar as 49 anteriores, quer o que vimos e lemos nas interiores e última, deixam real e boa ideia da jovem saga por gente nova encetada, a enriquecer e a honrar, e de que maneira, a Horta. Esta pequena/grande cidade que, mesmo no tempo dos Distritos, sempre acompanhou as outras duas capitais, a justificar sua posição no

contexto açoriano o que, por vezes, parece não ser entendido ou conhecido pelos actuais governantes. É que “Fazendo” é bom exemplo de que os Homens não se medem aos palmos. E com modesto mas justo Parabém pela edição 50, faço votos que, como lemos, os olhos continuem fixos nos 100, na certeza de que tal número será apenas mais uma etapa de “Fazendo”.

3

Ao ser, não sei já por quantas vezes, posto perante as câmaras da TV sobre o Aeroporto da Horta, ou melhor relativamente ao desejado e necessário aumento da Pista, Carlos Cesar disse agora: “o projecto está a ser considerado e reconsiderado”. Voltou mesmo a insistir na estafada tecla, ultimamente tão batida, reafirmando que “a questão continua, no entanto, a estar presa na indefinição do processo da privatização da AnA”. E, acrescentou: “até vermos completamente esgotada essa possibilidade, o Governo Regional não tem de avançar as obras num aeroporto que é da responsabilidade da

AnA”. Só o que avança, e em bom ritmo, é a “scut” do nordeste, empreendimento orçado em quase 400 milhões de euros, quiçá a pedir meças aos túneis, auto-estradas e pontes de João Jardim, enquanto a nossa Pista já nem tem solas de tanto marcar passo...

4

Em anterior tópico, referimos uma estranha promessa relacionada com as toiradas à corda na Terceira. A mesma fonte, já bem conhecida do leitor, proporcionou-nos outro caso assaz curioso, também há cem anos passado. Ei-lo: “Sabemos que algumas lojas hai na cidade (Angra), onde se vende vinho, teem a nova bandeira da Pátria à porta, como reclame ao estabelecimento”. E não se trata, porém, de qualquer humor negro, antes de um grande elogio ao nascente símbolo republicano, já que ainda hoje o vinho (de cheiro) é o preferido da gente terceirense, especialmente nas funções do Espírito Santo, nos dois Domingos do bodo, isto é o da Festa e o da Trindade.

a visita régia Fernando Guerra

U

ma ilha como o Faial, que já teve poder, já teve desenvolvimento, já teve políticos de renome a vários níveis e que, agora, neste governo menor, está decapitada, via na visita do magnífico staff dos mais aptos a governar o Faial à Câmara Municipal da Horta um marco a assinalar, qual visita régia de elevado valor. Esperava-se, assim, muito de um governo que não tem faialenses e é criticado por despovoar economicamente e duma forma continuada esta ilha, que viesse com malas cheias de estratégias de convergência, com medidas que implementassem o crescimento do nosso emprego, com medidas de crescimento económico. Ora, esperançados de boas novas, que impulsionassem a economia, que incentivassem os privados, que, na atual conjuntura de dificuldades, houvesse algumas centelhas que iluminassem o caminho, a desilusão não poderia ser maior. na área da saúde, foi escrito no portal do governo regional “Carlos César anuncia investimentos vultuosos na saúde da ilha do Faial (13 a 14 milhões de euros)” quando horas antes havia estado na Terceira, nas

obras do hospital novo, que se pretende ser central para sete ilhas (incluindo o Faial), num investimento discreto de 73 milhões de euros, isto torna o investimento na Horta vultuoso apenas na cabeça de quem o disse, pois na nossa cabeça debatem-se questões nucleares sobre o pilar do estado social – a saúde – nesta ilha. Como será no futuro? Que sustentabilidade é garantida para a Horta? Continua a pairar a ameaça de que a Horta será um satélite de algo central na Região. Missão incumprida. Uma novidade a aplaudir foi a sediação do VTS do sistema costeiro dos Açores. Faltou dizer que foi fruto de sacrifício duma Estação Rádio naval que cá estava há mais de 80 anos, e foi consequência de toda a sociedade faialense se ter debatido sobre este assunto. É um exemplo de atitude cívica que a Horta tem que repetir, pois o resultado positivo aparece. É pena que os dirigentes locais nunca refiram este facto, como se fossem donos únicos das ideias para o nosso desenvolvimento. Depois, seguiu-se um emaranhado de confusões, uma relativa ao centro de resíduos que, na verdade, não se percebe qual o problema para arrancar. Se se tem de esperar por alguma plataforma logística centralizando o

nosso lixo, até neste ponto estamos mal. Outra confusão prende-se com o “alindamento”. Este termo empregue por um político, referindo-se à nossa avenida marginal, quando ganhou as eleições de 2008, carece de tudo, de explicação do que se trata, de quando será feito e se os faialenses terão alguma coisa a ver com este investimento. Pois duvido que no seu discurso à Região na Assembleia Regional dos Açores, quando proferiu a palavra “alindamento”, pensasse que a avenida marginal, que tem 60 anos e uma frente marítima com mais duas marinas, que se pretende moderna, apelativa e de qualidade a vários níveis (pedonal, automóvel e de actividades económicas ligadas ao lazer), enquanto primeira linha duma cidade mar, seria depois transformada numa obra camarária de apoio aos cachorros (leia-se hot dogs)!! Ou seja, tivemos uma visita régia que, de grandes anúncios, ficou vazia; os incrementos qualitativos no crescimento económico serão nulos, e apenas se cumpriu as regras mínimas. Falou-se em matadouro que, sendo necessário, vem tarde e não é mais do que um compromisso básico ,e da nova escola, que já deveria estar

feita. E ambos os investimentos são de substituição, isto é, importantes para manter a qualidade, mas no que se refere ao crescimento, ao emprego e à riqueza, não passam, mais uma vez, dos serviços ao mesmo nível dos actuais. Saliente-se que, nesta visita, o governo não falou no parque de estacionamento da poça da Rainha, com que os responsáveis políticos locais em funções encheram a boca há poucos dias, sendo sinónimo de serviço mínimo, apenas. Mais, ficamos com a sensação de que o nosso edil esteve a aquecer a cadeira, pois de reivindicações de autoria própria conhecidas que tenham sido colocadas não reza qualquer história, estando assim a Horta acéfala no governo e nas posturas municipais de reivindicações. Por último, ressalta como grande conclusão deste texto no sítio do governo as brancas, brancas graves, muito graves. não se fala do aeroporto da Horta, não se fala do novo quartel de bombeiros, não se fala em Pousada da Juventude, não se fala em muitas outras coisas que iriam, sim, gerar emprego e crescimento económico. frgvg@hotmail.com


1o

18 dE FEVErEIro dE 2o11

dEsPorto

Tribuna das Ilhas

AtletisMo Marla Pinheiro Foto: susana Garcia g A atleta faialense Sofia Ávila, do Castelo branco Sport Clube, ruma este fim-de-semana a Felgueiras, para disputar o Campeonato nacional de Corta-Mato. Com 17 anos, este é o primeiro ano da jovem atleta no escalão de Juniores. Antes, já havia competido dois anos em iniciados e outros dois em Juvenis. A vitória no Campeonato Regional, que decorreu na Horta no passado dia 6 de Fevereiro, garantiu-lhe a presença no nacional. Sofia confessa que o resultado no Regional foi uma surpresa, uma vez que as provas de resistência não são a sua especialidade: “o meu treino está neste momento focalizado para as provas de velocidade, até 800 metros”, explica. no entanto, a verdade é que Sofia foi a mais rápida a percorrer os 6 quilómetros da prova do Campeonato Regional de CortaMato, feito que a leva pela primeira vez a um nacional de Corta-Mato. A sua quali-

atleta faialense participa este fim-de-semana no Campeonato nacional de Corta-mato dade de estreante faz com que esteja algo ansiosa em relação à prova: “nunca participei numa prova deste género, mas vou dar o meu melhor e espero sair-me bem”, garante. Amante das provas de velocidade, Sofia treina na pista do Fayal Sport Club, cerca de duas horas diárias, cinco vezes por semana. Actualmente a frequentar o 11.º ano de escolaridade, a atleta admite que, por vezes, é necessário fazer alguma ginástica para conciliar os estudos com a prática desportiva. no entanto, garante que, com empenho, é possível. O gosto pela modalidade e a força de vontade são, de resto, características que definem Sofia enquanto atleta, e que a ajudam a ter a disciplina necessária para realizar os treinos, uma vez que não conta com a presença física do treinador: “o meu treinador está em São

Miguel, e eu treino com base nas suas orientações, através dos planos de treino que ele me envia, onde especifica tudo o que devo fazer em cada dia”, explica. Sofia tem perfil de campeã, e tem 63 medalhas em casa que o comprovam. nas provas de velocidade, já conquistou vários títulos regionais, que a levaram por várias vezes a provas nacionais. Este ano, o apuramento para as competições regionais e nacionais no que diz respeito às provas de velocidade apresenta novidades. Pela primeira vez, o apuramento faz-se mediante o cumprimento de tempos mínimos. Os tempos de Sofia já lhe garantiram a presença no Regional, em Julho próximo, e está a escassos milésimos de segundos de assegurar os tempos necessários à participação no nacional, nas provas de 200 e 400 metros.

esgriMA – espAdA FeMininA cAdetes individuAis

5.º king

Daniela pinheiro conquista 3º Lugar no Campeonato nacional Cadetes g O Campeonato nacional Cadetes em Espada Masculina e Feminina - individuais, decorreu no último fim de semana na Anadia, no Centro de Alto Rendimento da Anadia. Os atiradores do SCH, participaram neste evento que constitui

o patamar mais elevado da Esgrima dirigido a estes escalões etários. As provas decorreram no sábado 12, pelas 16.00, tendo participado em Espada Masculina Cadetes o iniciado Helder Catarina e em Espada Feminina,

as Cadetes, Cláudia Sousa e a recém chegada a este escalão, exvice campeã nacional de iniciados em 2009/10, Daniela Pinheiro. na série de poulles, destinada ao escalão Masculino, Helder Catarina, numa poulle de sete não

conseguiu mais do que 3 vitórias, tendo passado às finais directas em 12º onde venceu a primeira entrando no quadro de 16. na segunda eliminatória e voltando a acusar imensa lentidão acabou por perder, ficando em 12º lugar. na série de poulles, destinada

ao escalão Feminino, Cláudia Sousa, não conseguiu nenhuma vitória. nas finais directas perdeu acabando por ficar em 16º lugar. Daniela Pinheiro, na poulle de seis, vence quatro das cinco concorrentes, passando às finais directas em 3º lugar.

tiro

g Paulo Taveira foi o grande vencedor da quinta prova de king organizada pelo Grémio Literário Artista Faialense, com o apoio de império bonança e que se disputou no passado dia 14 de Fevereiro . António Pedro foi segundo classificado e Manuel Campos ficou em terceiro lugar. A próxima jornada disputa-se no próximo dia 28 de Fevereiro.

FutsAl – cAMpeonAto dA AFH

provas do Clube Desportivo de Caça e Golfe e do inatel g Realizou-se no passado dia 29 de Janeiro a segunda prova organizada pelo Clube Desportivo de Caça e Golfe do Faial. no tiro com carabina de pressão de ar de cano articulado, Hélio Correia e Henrique Garcia foram quem mais pontuou, ambos com 371 pontos. na terceira posição classificou-se Leonel Teixeira, com 360 pontos.

paulo taveira destaca-se

no tiro com carabina de ar comprimido, modalidade olímpica, Leonel Teixeira classificou-se em primeiro lugar, com 543 pontos, seguido de Hélio Correia, com 528, e Henrique Silva, com 510. no dia 27 de Janeiro, a agência da Horta da Fundação inATEL também organizou uma prova. no tiro com carabina de pressão

de ar de cano articulado Hélio Correia venceu, com 278 pontos, seguindo-se-lhe Leonel Teixeira, com 276, e Carlos Fortuna, com 267. na modalidade de tiro com carabina de ar comprimido, o vencedor foi Leonel Teixeira, com 264 pontos, seguido de Hélio Correia, com 258, e de Fernando Teixeira, com 219.

fayal lidera g no passado fim-de-semana Este sábado, o Fayal defronta o Fayal Sport Club venceu o o Flamengos. Atlético por 3-1, em jogo da terceira jornada do Campeonato de futsal da Associação de Futebol da Horta. Os Verdes lideram assim a competição, com seis pontos, seguidos do Flamengos, com três. O Atlético, campeão em título, ainda não pontuou.


desporto

Tribuna das Ilhas

18 dE FEVErEIro dE 2o1o

11

FuteBol – cAMpeonAto dA AFH

fayal sagra-se campeão a duas jornadas do final dr

entrega e na forma como trabalharam”, referiu.

g no passado fim-de-semana, o Fayal Sport Club fez finalmente a festa do título. Os Verdes venceram nos Cedros com dois golos sem resposta da equipa da casa. O Flamengos caiu no Pico frente ao Lajense, com uma derrota por 5-2, e permitiu ao decano dos clubes açorianos comemorar o 22.º título de campeão do Faial. Os Verdes igualam assim o Atlético, que também levantou por 22 vezes a taça de Campeão da Associação de Futebol da Horta ao longo da sua história. Este fim-de-semana, os Verdes recebem o Lajense enquanto que o Cedrense vai à Lajinha defrontar o Desportivo da Feteira.

sérIE AçorEs só coM AUMENto do cAMPo O Fayal Sport Club sucede assim ao Prainha, campeão da época passada, e tem garantida a subida à Série Açores. no entanto, há a hipótese dos Verdes não competirem na 3.ª divisão do campeonato nacional. neste momento, o campo da Alagoa não possui as medidas mínimas exigidas pela UEFA para jogos de competições nacionais. Com o actual cenário, o Fayal Sport teria de deslocar-se à vizinha ilha do Pico para jogar, uma vez que nenhum dos campos da ilha do Faial possui as medidas exigidas. Para Celestino Lourenço, presidente da direcção do

FSC, tal está fora de questão, sendo preferível prescindir da subida de divisão. Adaptar o campo actual às exigências da UEFA significa crescer 2,5 metros em comprimento para cada lado. não parece muito, mas trata-se de acrescentar o piso sintético, mudar a colocação das balizas, voltar a riscar o campo… Contas feitas, e tendo em conta algum trabalho de pesquisa que a direcção do clube já fez, são precisos cerca de 80 mil euros para fazer a remodelação. na recente deslocação dos Juvenis ao continente, Celestino Lourenço conversou com a empresa responsável pelo piso do Estádio do bessa. “Disseram-nos que a melhor solução é fazer de novo. Este sintético já tem 1/3 do seu tempo de vida,

e a parte acrescentada ficará muito diferente do restante tapete”, referiu. no entanto, a instalação de um novo tapete poderia ascender aos 400 mil euros. O facto do campo da Alagoa já ter por baixo um tapete de alcatrão seria um importante factor na descida do orçamento, mas, independentemente da solução encontrada, as despesas envolvidas serão sempre superiores àquilo que o orçamento do clube pode suportar. Celestino Lourenço mostra-se optimista quanto à resolução do problema, uma vez que o director regional do Desporto já mostrou abertura para colaborar, assim como a autarquia. no entanto, como lembrou o presidente, já não há muito tempo para procurar

soluções, uma vez que a próxima época começa a meados de Julho próximo, e a obra de remodelação do sintético deverá demorar entre 2 e 3 meses. “Penso que nem a autarquia nem a Região vão deixar que uma equipa que subiu à Série Açores por mérito próprio não jogue na competição devido às medidas do campo”, referiu Celestino Lourenço. Em relação à conquista do título, o presidente do clube não esconde o orgulho na equipa sénior dos Verdes da Alagoa: “quando iniciámos a época o nosso objectivo era sermos campeões. Os jogadores e a equipa técnica foram excelentes. não pagámos um escudo a nenhum atleta, e todos foram exemplares na

FAyAl sPort AtrAVEssA FAsE dE EstAbIlIdAdE Falando do período que o clube atravessa, Celestino Lourenço salienta os bons resultados, não apenas no escalão de seniores, e não apenas na modalidade futebol. A participação dos juvenis no Campeonato nacional, a prestação da equipa sénior feminina no campeonato regional de basquetebol e o bom desempenho da equipa de futsal no campeonato da AFH são alguns resultados que o presidente do FSC faz questão de destacar. Ao bom desempenho a nível desportivo junta-se uma fase de estabilidade a nível directivo e financeiro, que se afigurava difícil de conseguir. Celestino Lourenço reconhece que esta estabilidade actual exigiu muito trabalho da actual direcção. Para o presidente, valeu a pena o esforço, uma vez que o passivo do clube está regularizado, e este pode neste momento trabalhar na melhoria do seu património. nesse sentido, estão quase concluídas as obras dos balneários. Agora, as preocupações estão centradas na adaptação do campo sintético. Depois disso, Celestino Lourenço entente que é tempo de encarar um novo desafio, que passa pelas obras na sede social do Fayal Sport.

FuteBol – cAMp. nAcionAl de Juvenis

AndeBol – cAMpeonAto nAcionAl

fayaL SpOrt joga no porto

Sporting da horta não desiste do sexto lugar

g A aventura dos jogadores juvenis do Fayal Sport no campeonato nacional não tem corrido da melhor forma. Depois da derrota no Faial frente ao Porto, campeão em título, os faialenses rumaram ao continente para defrontar o Guimarães e o Vizela. O Fayal não foi capaz de fazer face à superioridade dos vimaranenses e saiu derrotado por 8-0.

Frente ao Vizela, os campeões açorianos bateram-se com garra, e chegaram ao intervalo com um empate a um golo. no entanto, no segundo tempo os faialenses começaram a dar sinais de desgaste e acabaram por perder por 8-1. Este fim-de-semana os faialenses voltam a defrontar o Futebol Clube do Porto.

g no passado fim-desemana o Sporting Clube da Horta recebeu no Faial o AbC braga. Com a derrota do Águas Santas no Dragão, os faialenses tinham uma oportunidade importante de se aproximarem no grupo dos seis primeiros. no entanto, os bracarenses puxaram dos galões próprios de quem

se passeia pelos lugares cimeiros da tabela e deram luta aos pupilos de Filipe Duque, que conseguiram um suado empate (22-22). neste momento o SCH ocupa a sétima posição, a 2 pontos do sexto lugar, ocupado pelo Águas Santas. Os faialenses voltam a jogar no próximo dia 26, com a recepção ao

São bernardo. rEGIoNAl dE INIcIAdos MAscUlINos Este fim-de-semana os atletas do Sporting Clube da Horta vão a Santa Maria defrontar Os Marienses, em jogo da terceira fase do Regional de iniciados Masculinos.

voleiBol – cAMpeonAto regionAl de iniciAdos FeMininos

Castelo Branco Sport Clube passa à próxima fase g Decorreu no passado fim-de-semana, no Complexo Desportivo Manuel de Arriaga, a 2.ª fase do Campeonato Regional de Voleibol – iniciados Femininos, Fase ii/Série ii. O Castelo branco Sport Clube (CbSC) classificou-se tranquilamente em primeiro lugar, vencendo todos os seis jogos. na segunda posição ficou o Santa Cruz Sport Clube, com quatro vitórias e duas derrotas, enquanto que o Clube Desportivo Escolar de Santa Maria se

MAscUlINos – boMbEIros sEGUEM PArA A PróxIMA FAsE A equipa de iniciados masculinos da Associação Desportiva e Cultural dos bombeiros Voluntários da Horta classificou-se em segundo lugar na segunda fase do Regional, que se realizou na ilha Terceira. Esta classificação garantiu aos faialenses a participação na terceira fase do Campeonato Regional, que se realiza na Horta, nos próximos dias 25, 26 e INIcIAdos 27 de Fevereiro.

classificou em terceiro lugar, com uma vitória e cinco derrotas, as mesmas que a Associação Desportiva e Cultural dos bombeiros da Horta, que ocupou a quarta posição. Contas feitas, as atletas albi-castrenses passam à próxima fase da competição, assim como o clube da Graciosa. A terceira fase realiza-se de 18 a 20 de Março próximo. rEGIoNAl

dE

rEGIoNAl dE jUVENIs FEMININos NA EsMA Arrancou ontem, no Complexo Desportivo da Escola Manuel de Arriaga, a segunda fase do Campeonato Regional de Juvenis Femininos – Série i. na competição participam as jogadoras da Associação Desportiva e Cultural dos bombeiros da Horta, assim como o Clube Ana de Santa Maria, o Clube Desportivo Escolar das Flores e o Clube Desportivo da irmandade de n.S. do Livramento, da Terceira.


12

18 dE FEVErEIro dE 2o11

opinião

Tribuna das Ilhas

mais Competitividade = mais emprego n

berto Messias

o âmbito da reflexão recente que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista fez nas suas Jornadas Parlamentares sobre Emprego e Competitividade, é fundamental realçar a importância da competitividade do nosso tecido empresarial privado. Empresas competitivas e fortes no mercado têm um impacto importante na criação de mais e melhores postos de trabalho. Maior competitividade terá de ser sempre sinónimo de mais emprego. Em circunstância alguma o aumento da competitividade das empresas pode ser feito à custa dos direitos dos trabalhadores. E se os promotores de tendências de direita neoliberais pretendem imple-

mentar um modelo do género, terão fortíssima discordância do Partido Socialista. Aliás, é justo referir que o Governo Regional tem conseguido implementar uma estratégia de apoio às empresas e de incentivos à iniciativa privada e, paralelamente, uma política de referência na defesa dos trabalhadores açorianos, o que confere ao Partido Socialista o papel de grande guardião dos direitos dos trabalhadores açorianos e um garante do respeito pelas regras laborais. Por exemplo, hoje, uma das grandes exigências das centrais sindicais nacionais e de alguns partidos de esquerda é que o salário mínimo nacional atinja os 500€ mensais. Alegam, e cito dirigentes sindicais, que “a estratégia tem de passar pelo aumento real dos salários, desde logo do Salário Mínimo nacional para 500€, a partir de agora, para melhorar o poder de compra das famílias, dinamizar a economia, escoar os produtos das empresas, assegurar a

manutenção e criação de mais e melhor emprego.”. nos Açores, conseguimos que o salário mínimo regional se fixe nos 509,25€. Ou seja, será compreensível a satisfação desses movimentos partidários de esquerda, em coerência com o que defendem a nível nacional. Para que isto seja uma realidade e para que os nossos rendimentos médios continuem a aumentar o factor competitividade é crucial. Essa estratégia deve assentar numa aposta na inovação, no desenvolvimento tecnológico, nas áreas organizacionais, na formação e qualificação dos nossos recursos mais valiosos como as pessoas e numa mentalidade ambiciosa que queira evoluir positivamente na cadeia de valor empresarial e na busca de valor acrescentado dos seus produtos. E note-se que, quando refiro estes eixos, não defendo apenas a criação de novas empresas nas áreas tecnológicas ou de inovação. Sendo estas importantes, é tão ou mais importante que as

empresas já existentes em sectores “clássicos” e com ainda grande margem de progressão, se adaptem à evolução dos tempos e implementem novos métodos e novas visões de futuro. inovar não é apenas fazer coisas novas, é também melhorar e potenciar mais o que já existe. Tendo consciência das necessidades futuras, o Governo tem tomado várias medidas que garantam melhores condições e melhores instrumentos aos empresários para aumentarem a sua competitividade, quer de âmbito estrutural e estratégico através da política de incentivos ao investimento, essencialmente consubstanciada no Sistema de incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores (SiDER), ou noutros programas como o Empreende Jovem, o Sidart e do recentemente anunciado Fundo Regional de Capital de Risco de fomento ao empreendedorismo. Mas mais. não descurou a adopção

de medidas de âmbito conjuntural, para ajudar as empresas a ultrapassar as dificuldades no momento difícil que o mundo atravessa, materializadas através da linha de crédito bonificado, Linha de Crédito Açores investe, e a criação de uma linha de apoio à reestruturação de dívida bancária das empresas dos Açores, medidas com o objectivo de injectar rapidamente liquidez nas empresas e estabilizar a situação financeira das mesmas para que, assim, se possam preparar para as necessárias reestruturações e investimentos conducentes à melhoria da sua competitividade. Competitividade terá, assim, de ser o grande desígnio da economia dos Açores nos próximos anos. O Governo Regional e muitos empresários açorianos já perceberam que não há outro caminho. não estamos num tempo de regressar ao passado. Para isso, já temos o maior partido da oposição.

MAr AçoriAno

pelA suA sAúde

velhas/novas pescarias ii

alimentação anti-hipertensão!

Genuíno Madruga

T

al como vimos anteriormente, os Açores, fruto da situação geográfica, gozam de privilégio relativamente a outras paragens. Por um lado encontramo-nos na rota dos tunídeos migradores e por outro as águas límpidas que nos banham, bem como as correntes marítimas, fizeram com que estas ilhas (mesmo sem plataforma) e alguns montes submarinos adjacentes, naturalmente fossem ricas em algumas espécies de peixes de óptima qualidade (Cherne, Goraz, Pargo, imperador, Abrotéa, boca negra, etc). A partir dos anos 80, com importantes apoios do Governo Regional e da República, começaram a chegar à Região uma série de embarcações bem equipadas que vieram substituir, em parte, as pequenas lanchas e barcos artesanais de boca aberta. Os pescadores aumentaram substancialmente o esforço de pesca, devido a grande abundância de algumas espécies demersais. O poder político de então não tinha como objetivo a sustentabilidade do futuro das pescas destas ilhas (quem viesse atrás que fechasse a porta); as leis que deveriam ter como primazia a salvaguarda dos nossos recursos, em quase nada contribuiram para tal. Desde então, na pesca do Atum continua-se a apostar

na quantidade em detrimento da qualidade. nas últimas décadas em nada se evoluiu e, por incrível que pareça, nos Açores pesca-se aquilo em que os outros não estão interessados, e de menor valor comercial – o bonito. na pesca artesanal, os pescadores, com o uso dos mais modernos meios de ajuda à navegação e de detecção, conjugados com as técnicas de pesca herdadas do passado, foram-se adaptando e hoje estas pequenas empresas, com tripulações que variam entre os dois e os cinco “companheiros”, utilizando linhas de mão, são quase exclusivamente as únicas economicamente viáveis. Mesmo herdada do passado, esta é, sem dúvida, uma nova pescaria rentável e de futuro. As traineiras e tripulações que pescam Atum terão também que se adaptar a outro tipo de pesca altamente rentável, que não o bonito. Para tal, serão necessárias algumas modificações e, acima de tudo, os transportes (no caso aéreo) terão que estar ao serviço das novas exigências, ou seja, “tem que ser o avião a esperar pelo peixe e não o peixe pelo avião”. A qualidade de apresentação ao comprador nos mercados de destino é fundamental, e só com qualidade se consegue preços da ordem dos 1.000€ o quilo pelos grandes Atuns, que ano após ano em suas migrações o nosso mar nos oferece. Assim, a indústria da pesca, desde que bem gerida, tenderá a ser cada vez mais um dos pilares fundamentais da economia açoriana. genuino@genuinomadruga.com

raul de Amaral-Marques*

A

Hipertensão Arterial é um estado patológico que predispõe ao aparecimento ou agravamento de doenças cardiovasculares. Embora existam medicamentos anti-hipertensores, a adopção de um regime alimentar adequado pode, por si só, fazer baixar a tensão arterial evitando, assim, o recurso aos medicamentos. bAsEs dA AlIMENtAção ANtIHIPErtENsão • Os grandes princípios da alimentação anti-hipertensão • As outras regras de vida em caso de hipertensão MENos sAl O consumo de sal (cloreto de sódio) deve ser limitado a menos de 6 g/dia. Deve-se evitar salgar, em excesso, os alimentos. Mas a maior parte do nosso consumo de sal provém dos alimentos preparados de forma industrial, por isso devem ser evitados ou reduzido o seu consumo e deve ser promovido o consumo de alimentos preparados em casa, que é a única maneira de controlar a quantidade de sal. MAIs FrUtos E lEGUMEs na alimentação moderna, a parte dos vegetais é muito fraca, quando deveria representar uma quantidade estimada entre 70 a 80% das nossas entradas diá-

rias. A refeição deverá assentar primeiramente em legumes (ou cereais) e não ser preparada a partir da carne. A fruta à sobremesa deve ser um hábito. Por outras palavras, os legumes devem ser o componente principal da refeição e não um mero acompanhamento. no caso dos cereais devem privilegiar-se os completos. MENos GordUrAs sAtUrAdAs (dE orIGEM ANIMAl) Deve diminuir-se a parte das carnes gordas e das carnes vermelhas e aumentar o consumo de carnes magras, como a das aves. Os produtos de charcutaria e os fritos devem ser evitados, assim como os queijos gordos. Do lado dos produtos lácteos, devem preferir-se os produtos magros, assim como se deve preferir o azeite em lugar da manteiga. Também se devem evitar os molhos que, além do mais, são frequentemente salgados. MAIs óMEGA-3 Para aumentar a quantidade de ómega-3 recomenda-se comer peixe, pelo menos, duas vezes por semana. Chama-se a atenção para o facto de que alguns peixes grandes poderem acumular metais pesados, pelo que é preferível

escolher peixes de pequeno tamanho. lIMItAr o Álcool E o cAFé O consumo de álcool deve limitar-se a três copos de vinho por dia, ou o equivalente, no casos dos homens; e a dois copos, no caso das mulheres. O café deve limitar-se igualmente porque o excesso de cafeína aumenta o risco cardíaco e agrava a hipertensão. As oUtrAs rEGrAs dE VIdA EM cAso dE HIPErtENsão • Lutar contra o excesso de peso, a fim de manter um Índice de Massa Corporal inferior a 25 Kg/m2. Se tal não for possível, perder peso (baixa de 10% do peso inicial). • Praticar uma actividade física regular, adaptada ao estado de saúde, pelo menos 30 minutos três vezes por semana. • Parar toda a forma de tabagismo . Vale verdadeiramente a pena integrar estes conselhos nos hábitos de vida. Deste modo podem evitar-se os medicamentos anti-hipertensão. *Médico E-mail: amaralmarques@gmail.com blog: https://amaral-marques@blogspot.com


locAl

Tribuna das Ilhas

a vinha volta ao miradouro da Liratemáticas MoNtE dA GUIA o miradouro da lira é uma das referências da paisagem

g A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar encontra-se a proceder à recuperação do complexo infra-estrutural do Monte da Guia, nomeadamente do antigo património arquitectónico da família Dabney, no qual se enquadra o Miradouro da Lira. A construção original terá sido realizada entre 1820 e 1850, por iniciativa da família Dabney. Vindos dos Estados Unidos da

América, os Dabney chegaram ao Faial em 1804, atraídos pelas oportunidades de comércio que John bass Dabney vislumbrara aquando de uma primeira visita à ilha, em 1795. Depois de ter sido nomeado i Cônsul Geral dos Estados Unidos para os Açores, em 1806, John bass Dabney acabaria por se instalar em definitivo na ilha com a família, marcando profundamente

MIrAdoUro dA lIrA Uma viagem ao passado

o tecido social e económico do Faial. A prosperidade da família deu lugar à construção na cidade da Horta, de elegantes moradias e casas senhoriais como a "bagatelle", e a "Fredónia", e de veraneio, como a "Casa e Adega de Porto Pim", esta, enriquecida com o "Miradouro" agora restaurado. Este miradouro, implantado na encosta norte do Monte da Guia, encontrava-se envolvido por terrenos de vinha, protegidos dos ventos de Sudoeste, por currais em pedra de tufo. Para proceder a uma recuperação de acordo com o original, o Parque natural do Faial, com o apoio do Serviço de Desenvolvimento Agrário do Pico, procedeu à reinstalação da vinha neste mesmo miradouro, o qual é composto por dois patamares de forma elíptica, sendo o mais alto enriquecido com bancos e mesa de forma elíptica em pedra de tufo, encostados à parede de suporte a Sul. O miradouro tem o seu eixo menor orientado a norte.

18 dE FEVErEIro dE 2o11

13


14

18 dE FEVErEIro dE 2o11

oPINIão

Tribuna das Ilhas

FActo HistÓrico

Os náufragos do navio americano “robert fulton” estiveram nas flores e na horta (1830) josé Armas trigueiro

A

independência dos Estados Unidos da América, obtida na sequência da Constituição de 1787, deu origem a uma sequência de guerras e de boicotes comerciais feitos pela “mãe pátria” – a inglaterra. Possuidora de uma larga vastidão de colónias, custava-lhe a perder um território tão rico e importante como eram os diversos Estados daquele extenso país. Essas lutas mantiveramse durante grande parte do século XiX. Lembra-se que um dos maiores ataques desses conflitos se registou em Setembro de 1814 na baia do porto da Horta, junto do Castelo de Santa Cruz, entre quatro ou cinco navios de guerra ingleses e o navio corsário americano “General Armstrong”, ali a tomar água e mantimentos. nesse combate faleceram mais de 120 pessoas, na sua maioria inglesas (1). Em carta de 14 de novembro de 1830, escrita da ilha das Flores a Charles W. Dabney, então Cônsul Geral dos Estados Unidos da América nos Açores, sedeado na cidade da Horta, John britton, Capitão do navio americano “Robert Fulton”, escrevia a seguinte informação (2): «Caro Senhor, - É com sentimento de profunda mágoa que vos informo

da perda total do navio “Robert Fulton”, propriedade dos Srs. Abraham Bell & Co, de Nova Iorque. Na manhã do dia 18 de Outubro fomos infelizmente perseguidos por uma barca britânica e sofremos danos tão importantes que foi um caso miraculoso conseguirmos chegar aqui. [Às Flores]. Tínhamos, infelizmente, cento e catorze pessoas a bordo (destinadas a Liverpool) que nos puseram numa situação ainda mais difícil. Alguns dias depois da desafortunada ocorrência cruzámo-nos com o navio britânico “Mary Catherine” de Liverpool, em rota para Charleston, Carolina do Sul [EUA]. Pedimos ao Capitão que nos tomasse a bordo, coisa que ele recusou fazer com excepção de três passageiros de cabina [camarote?]. Não tenho dúvidas de que, quando eles chegarem, as notícias da precária situação em que nos deixaram chegarão aos ouvidos dos meus amigos em Nova Iorque e receio que isso lhes cause dolorosa agitação». «Se se oferecer alguma oportunidade para qualquer dos E. U. antes de eu chegar ao Faial, ficarei imensamente agradecido se puderdes ter a bondade de enviar algumas linhas da A. Bell & Co, informando-os da minha situação actual. Do vice-cônsul, Sr. Borges, recebi todas as marcas de atenção e bondade, pelas quais me sentirei para sempre grato. Esperando ter em breve o prazer, etc., etc., sou… John Britton» A seguir à transcrição desta carta, a

autora dos “Anais da Família Dabney no Faial”, Roxana Daney, escreve que «O Capitão Britton, com sua tripulação e os passageiros, conseguiram encaminhar-se para o Faial…» Embora não saibamos como e onde se instalaram na ilha das Flores os 114 passageiros e tripulantes do navio “Robert Fulton”, nem durante quanto tempo eles ali terão permanecido, sabe-se que o vice-cônsul americano nessa ilha Sr. borges lhes prestou a melhor hospitalidade possível. Em 27 de novembro já todos estavam na Horta e o referido Sr. borges deve ter seguido com eles para essa cidade. E isto porque aí foi cordialmente convidado para jantar com o cônsul americano Charles W. Dabney, na companhia do Capitão britton e do escritor inglês Sr. Fawler. Aquela autora escreveu a seguir a impressão que o passageiro do navio “Robert Fulton”, Sr. Fawler, expressou em livro que publicou em inglaterra no ano seguinte sobre a sua viagem a nova iorque (3). Trata-se de algumas páginas da sua passagem pela Horta, onde se elogiam vários elementos da família Dabney, as suas amplas habitações (bagatelle e Fredónia) e os respectivos jardins, bem como os passeios que ele fez na ilha do Faial. Por ela sabe-se também que o Sr. borges faleceu na ilha de S. Miguel durante o ano seguinte e que acabou por não receber o exemplar daquele livro que, entretanto, o Sr. Fowler lhe remeteu de inglaterra, acompanhado

do exemplar e da carta (de 22 de Setembro de 1831) para Charles W. Dabney. Aquele exemplar foi, contudo, por este enviado para as Flores pelo irmão, mas já não chegou às mãos do referido vice-cônsul americano nas Flores, por este ter falecido em S. Miguel (4). Segundo o dito cônsul americano, «A causa próxima da morte dele [do Sr. borges] foi, penso eu, a tensão a que esteve exposto por tratar dos problemas do [navio] “Robert Fulton”»… e acrescentava que ele se havia queixado «de uma opressão e de tosse que aumentara gradualmente e o destruíram». Recorda-se que o Capitão desse navio refere que «Do vice-cônsul, Sr. Bulton, recebi todas as marcas de atenção e bondade, pelas quais me sentirei sempre grato». Assim, julgamos que a partir do falecimento do referido Sr. borges, que possivelmente era florentino, os Estados Unidos da América terão deixado de possuir nas Flores um vicecônsul, já que pouco tempo depois o

escocês Dr. James Mackay – primeiro médico da ilha, ali chegado em 1828 – passou a ter a seu cargo a delegação do consulado americano e era tido como amigo de Charles W. Dabney. A propósito, esclarece-se que o nome do navio “Robert Fulton”, era uma homenagem ao engenheiro norte-americano Robert Fulton (1765-1815) que se distinguiu como cientista na invenção, em 1803, da embarcação a vapor, bem como no desenvolvimento de submarinos e torpedos navais. (1). roxana dabney, “anais da Família dabney no Faial”, Vol. 1, (2004), pp. 63 a 79, edição do iac instituto açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (2). roxana dabney, “anais da Família dabney no Faial”, Vol. 1, (2004), p. 289, edição do iac instituto açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (3). o livro intitulava-se “excursão de Fowler no estado de Nova iorque e Naufrágio nas ilhas ocidentais” (4). roxana dabney, “anais da Família dabney no Faial”, Vol. 1, (2004), p. 294, edição do iac instituto açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta.

não posso ensinar a quem não quer aprender

O

Victor rui dores

governo de um país não é mais que a imagem e o reflexo dos cidadãos que o com-

põem. Temos, em Portugal, o sistema que, colectivamente, fomos capazes de gerar. Para o melhor e para o pior, este é o país que fizemos, esta é a sociedade que construímos. Os partidos políticos e os políticos que temos foram criados à nossa imagem e semelhança, fomos nós que os concebemos, somos nós que os sustentamos. Se os governos que deles emanam são maus governos é exactamente pela necessidade de um nivelamento geral. isto é, são maus governos pela força da mesma evidência em virtude da qual somos maus funcionários, maus operários, maus comerciantes, maus jornalistas, maus juízes, maus engenheiros,

maus arquitectos ou maus professores. Se queremos um governo sábio e competente o que há a fazer é investir na Educação como sector prioritário. infelizmente não é isto o que está acontecer entre nós. Sou professor do 3º ciclo e ensino secundário vai para 30 anos. Sempre gostei da minha profissão e sempre achei que, mais do que transmitir conhecimentos, o que é preciso é preparar os alunos para uma cidadania activa, desenvolvendo neles o sentido da responsabilidade, criando hábitos de trabalho, tolerância, cordialidade, independência e criatividade. A minha experiência lectiva levame, cada vez mais, a concluir que os alunos aprendem quando, em primeiro lugar, estão concentrados e motivados; depois aprendem quando se sentem reconhecidos e quando aquilo que fazem os realiza e serve a sua afirmação. Por via da democratização e da universalização da escolaridade, a qualidade das aprendizagens tem

vindo, nos últimos tempos, a diminuir nas escolas públicas. O sistema continua a receber alunos que manifestamente não querem aprender. E não me refiro apenas a alunos do ensino não regular (cursos de novas Oportunidades ou PROFiJ, por exemplo). Ora, eu não posso ensinar um aluno que não quer aprender. E não atirem as culpas para cima da Escola e dos professores. A educação é excessivamente importante para ser deixada apenas a cargo destes. Hoje sei (todos sabemos) que o insucesso da Escola é também o insucesso da família. Hoje sei (todos sabemos) que a educação começa em casa (“Casa de pais, escola de filhos”, diz o ditado). Se o menino é mal educado em casa, por que carga de água é que haveria de ser um santo na Escola?... Esta apenas reflecte a sociedade que somos. Por favor, não exijam à Escola aquilo que ela não pode dar. É certo que a Escola deve tornarse permeável à comunidade, dinamizando projectos culturais, científicos

e recreativos. Mais do que conferir diplomas, ela deverá ser responsável pelo desenvolvimento cultural, psicológico e afectivo dos alunos. Mas os professores nada farão sem a ajuda de pais e encarregados de educação. infelizmente há quem se demita dos seus deveres de educador, não procurando os directores de turma, não ajudando os professores no conhecimento e compreensão dos seus filhos. E o cenário vai fatalmente piorar, porque vem aí o 12º ano de escolaridade obrigatória e os alunos vão, obrigatoriamente, permanecer na Escola até aos 18 anos de idade… Hoje sei (todos sabemos) que o insucesso do actual sistema educativo é, em última instância, o insucesso de Portugal. E, em matéria de Educação, estamos conversados: em 37 anos de democracia neste país, tivemos 29 Ministros da Educação, sendo que, destes, apenas três concluíram as suas legislaturas: Roberto Carneiro, Marçal Grilo e Lurdes Rodrigues. É óbvio que sem políticas educativas estáveis e sustentá-

veis não se vai a lugar nenhum e as mudanças serão sempre do mesmo para o mesmo… Como se isto não bastasse, por via da famigerada crise que se abateu sobre nós, os cortes na Educação ascendem aos 803 milhões de Euros. A “dívida soberana” paira sobre as nossas cabeças qual outra espada de Dâmocles. Mas essa crise não é só uma crise económica e financeira – é também uma crise de valores humanos. A crise, caros leitores, é a crise de cada um de nós. Vivemos excessivamente dependentes do Estado, marcados que estamos por uma manifesta inflação legislativa. Temos leis a mais quando seria preferível termos menos leis e melhores leis. bem vistas as coisas, não precisamos de mais reformas políticas – precisamos, sim, de uma renovação intelectual e de um forte estímulo para uma cultura de trabalho, rigor e exigência. Porém, preferimos o triste contentamento das bem-aventuranças do FMi. Ah, nação valente e imortal!


inForMAção

Tribuna das Ilhas

18 dE FEVErEIro dE 2o11

NossA GENtE

UtIlIdAdEs

PArtIrAM

FArMÁcIAs

l No passado dia 8 de Fevereiro, faleceu no Hospital da Horta, com 87 anos de idade maria de lurdes Pinheiro da silva, natural da Freguesia da Feteira e residente que foi na matriz e na freguesia de castelo Branco. Viúva de manuel dutra da silva, a extinta era mãe de marta maria Pinheiro da silva e avó de ana Filipa da silva machado, de alexandra da silva goulart e de Joana da silva goulart.

AGENdA cINEMA

sÁbAdo E doMINGo 21H30- Filme “A tempo e a Horas” no teatro Faia-lense Hortaludus doMINGo 17H00 - Filme “Gru – o Mal disposto” no teatro Faia-lense - Hortaludus

restAurAnte e snAck-BAr Areeiro • cApelo • telF. 292 945 204 • tlM. 969 075 947

HojE E AMANHã Farmácia correa 292 292 968 dE 20 A 26 dE FEVErEIro

l No passado dia 8 de Fevereiro, faleceu manuel mendonça goulart, de 68 anos de idade, natural e residente na freguesia da Feteira. o extinto era solteiro e faleceu no centro de geriatria do lar de são Francisco da santa casa da misericórdia da Horta. era irmão de maria teresinha mendonça goulart da silva, casada com João martins da silva, de maria alice mendonça goulart Naia, viúva de alberto oliveira Naia, de urbano mendonça goulart, casado com maria Natália da silva goulart. o extinto deixa ainda vários sobrinhos.

15

Farmácia ayres Pinheiro 292 292 749

EMErGêNcIAs -FAIAl

i h p o ~ m i i

Número Nacional de socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PsP - 292 208 510 Polícia marítima 292 208 015 telemóvel: 96 323 18 12 Protecção civil - 295401400/01 linha de saúde Pública 808211311 centro de saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 trANsPortEs - FAIAl

jsata - 292 202 310 - 292 292 290 loja jtaP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de taxistas da ilha do Faial 292 391 300/ 500 otransmaçor - 292 200 380

EMENtA PArA doMINGo

cAbrIto AssAdo No ForNo bIFEs dE AlbAcórA EsPEtAdAs dE cArNE dE Porco AceitAm-se ReseRvAs sErVIMos rEFEIçõEs PArA ForA

MEtEoroloGIA

N o s NAck

bAr sErVIMos

rEFEIçõEs lIGEIrAs

EVENtos

E PrAto do dIA

Até 30 dE AbrIl ExPosIção EVolUção rEsPostA A UM PlANEtA EM MUdANçA - centro de interpretação do Vulcão dos capelinhos - organização: governo dos açores e Junta e Freguesia do capelo Até 20 dE FEVErEIro – doMINGo PAdc - Projecto de Animação desportiva e cultural - PAdc semana da Freguesia da ribeirinha HojE 19h30 -torneio de Bilro – Fase Final (Pavilhão dos espalhafatos) AMANHã 14h00 - corrida de carros esferas 19h30 - assinatura de Protocolos entre a Junta e as entidades da freguesia (sociedade) 20h00 - Peça de teatro - a menina dos Fósforos do cao, da santa casa da misericórdia da Horta (sociedade) 20h30 - espectáculo de Variedades da aPadiF (sociedade) 22h00 Noite de chamarritas (sociedade) doMINGo 10h00 - ciclismo 1º Prova de Xc campeonato de ilha 15h00 - gincana de Bicicletas, no campo (sociedade) 18h30 - entrega de Prémios aos participantes (Polivalente) 19h30 - Beberete e convívio entre os participantes organização: Junta de Freguesia da ribeirinha com o apoio da câmara municipal da Horta

Até 20 dE FEVErEIro - doMINGo Voleibol - campeonato regional de Juvenis Femininos - 2.ª Fase com a participação de equipas das ilhas santa maria, Flores, Faial e terceira no complexo desportivo manuel de arriaga/ Pavilhão desportivo da Horta organização: associação de desportos da ilha do Faial com o apoio da drd dE 21 A 27 dE FEVErEIro PAdc - Projecto de Animação desportiva e cultural - PAdc semana da Freguesia do salão dIA 21 dE FEVErEIro – sEGUNdAFEIrA 20h00 - Finais: cassina (Polidesportivo); Badminton (Polivalente) dIA 22 dE FEVErEIro – tErçAFEIrA 20h00 - Finais: dominó (Polidesportivo); tenis de mesa (Polivalente) dIA 23 dE FEVErEIro – qUArtAFEIrA 20h00 - Finais: sueca (Polidesportivo); matraquilhos e snooker (Polivalente) dia 24 de Fevereiro – quinta-feira 20h00 - Finais: truque (Polidesportivo); tiro e setas (Polivalente) organização: Junta de Freguesia do salão com o apoio da câmara municipal da Horta dIA 22 dE FEVErEIro – tErçAFEIrA comemorações do 153.º aniversário da Filarmónica artista Faialense - sociedade Filarmónica artista Faialense organização: Filarmónica artista Faialense

EdItor: Fernando melo cHEFE dE rEdAcção: maria José silva rEdAcção: susana garcia e marla Pinheiro FotoGrAFIA: carlos Pinheiro

GrUPo cENtrAl HojE Períodos de céu muito nublado com abertas, tornando-se encoberto. aguaceiros. Vento oeste muito fresco (40/50 km/h), rodando para sudoeste e tornando-se Forte (50/65 km/h) com rajadas até 80 km/h. mar grosso a alteroso. ondas oeste de 6 metros.

AMANHã céu muito nublado, com abertas a partir da tarde. Períodos de chuva, passando a aguaceiros. nVento sudoeste Forte (50/65 km/h) com rajadas até 80 km/h, tornando-se muito fresco (40/50 km/h) e rodando para oeste. mar alteroso, tornando-se grosso. ondas oeste de 6 metros.

colAborAdorEs PErMANENtEs:costa Pereira, Fernando Faria, Frederico cardigos, josé trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, Victor dores, Alzira silva, Paulo oliveira, ruben simas, Fernando Guerra, raul Marques, Genuíno Madruga, berto Messias colAborAdorEs EVENtUAIs: Machado oliveira, Francisco césar, cláudio Almeida, Paulo Mendes, zuraida soares, Gonçalo Forjaz, roberto Faria, santos Madruga, lucas da silva

doMINGo Períodos de céu muito nublado com abertas. aguaceiros. Vento oeste muito fresco (40/50 km/h) com rajadas até 65 km/h, tornando-se fresco (30/40 km/h) e rodando para sudoeste.

teMoS SeMpre boM peixe Venha almoçar ou petiscar no Snack Bar e faça uma visita à JJ Moda e decoração Pronto a vestir

viDente - meDium- CuranDeirO eSpeCiaLiSta em prOBLemaS De amOr telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * fax: 291 232 001

COntaCte O Dr. CaSSama Astrólogo espiritualista e Cientista obtém resultados rápidos. Conhecido pela sua competência, eficácia e precisão em tudo o que faz relativamente à Astrologia. Com poderes absolutos e rápidos ajuda a resolver todos os seus problemas, por mais difíceis, ele tem o poder de elucidar e como prever um futuro, recuperação imediata e definitiva do seu amor perdido, protecção, sorte e negócio. Consulta à distância por telefone e carta, etc.

faCiLiDaDeS De paGamentO estrada Dr. João abel de freitas, 38 B 9050-012 FIcHA

Tribuna das Ilhas dIrEctor: cristiano Bem

descanso semanal: terçA-FeirA

ProjEcto GrÁFIco: iaic - informação, animação e intercâmbio cultural, crl PAGINAção: susana garcia rEdAcção AssINAtUrAs E PUblIcIdAdE: rua conselheiro miguel da silveira, nº12, cv/a-c - 9900 -114 Horta coNtActos: telefone/Fax: 292 292 145 e-mail: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

técNIcA

sEcrEtArIAdo: Fátima machado IMPrEssão:

rua manuel inácio 9900-152 - Horta

de sousa, 25

dIstrIbUIção: ctt tIrAGEM: 1000 exemplares rEGIsto: nº 123 974 do instituto de comunicação social

EdItor E ProPrIEtÁrIo:

iaic - informação, animação e intercâmbio cultural, crl NiPc: 512064652 rEGIsto coMErcIAl: 00015/011017 (Horta) - Porte subsidiado GoVErNo rEGIoNAl dos AçorEs

esta publicação é apoiada pelo Promedia - Programa regional de apoio à comunicação social Privada


FUNdAdo 19 dE AbrIl dE 2002

Tribuna das Ilhas sExtA-FEIrA 4 11 dE FEVErEIro dE 2o11

www.tribunadasilhas.pt

Dificuldades de atenção/Concentração

E

joice duarte*

sta é uma das maiores preocupações dos professores/educadores. São cada vez mais as crianças que revelam dificuldades em focar a sua atenção, quer em casa quer na sala de aula. Sabemos que na maioria, senão sempre, os problemas de atenção aparecem associados às dificuldades de aprendizagem ou aos distúrbios emocionais, sendo o seu tratamento uma tarefa que exige grande empenhamento. A intervenção reeducativa é de extrema importância e o papel do professor fundamental. neste sentido existem alguns procedimentos indispensáveis. As rotinas educativas, de organização, ajudam em muito a criança, faça listas de tarefas, horários das actividades, o facto de a criança ter descrito aquilo que deve fazer, ajuda-a a estruturar aquilo que ela é incapaz de estruturar sozinha. no que concerne à componente emocional, é fundamental ter atenção às emoções envolvidas no processo ensino-aprendizagem, estas crianças precisam de contrariar a tendência para o insucesso e para a frustração, estimulação em vez de tédio ou medo. É fundamental o estabelecimento de regras, tenha-as

escritas ao seu alcance, transmite segurança à criança. Repita-as sempre que necessário. As crianças com esta problemática carecem que lhe digam as coisas várias vezes. Procure dar-lhe tarefas que primam pela qualidade e não pela quantidade. Dê feedback, estas crianças precisam de ser informadas daquilo que esperamos delas e se estão a atingir os objectivos estipulados. Explore e valorize o sucesso o mais possível, o elogio é muito importante. Divida as tarefas mais complexas em pequenos passos, esta é uma das técnicas cruciais, deste modo não manifestam uma atitude desmotivante e sim uma emoção positiva de sucesso. Faça perguntas que ajudem a desenvolver a sua auto-observação. Permita-lhe actividades de aprendizagem mais oral do que escrita. Encoraje para a leitura em voz alta e sempre que possível realize exercícios divertidos, estimulam e ajudam a focar a atenção.

aCariCie, eStimuLe, aprOve, enCOraJe , com es-

forço e dedicação a sua ajuda será uma mais valia para o bom rendimento e sucesso da criança. *Psicóloga E-mail: caapsi@sapo.pt Telem. 96 3489511 Http://caapsicologia.blogspot.com dr


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.