Legislativas Regionais
Vasco Cordeiro sucede a Carlos César no PS
PÁGINA O9
Tribuna das Ilhas
dIRecTOR: MANUel cRIsTIANO beM 4 NÚMeRO: 488
14.OutubRO.2O11
Sai àS SextaS-feiRaS
cUIdAdOs INTeNsIvOs
“antES DE FECHaR uM SERviço É PRECiSo EStuDaR oS CuStoS” g A afirmação é de Rui Suzano, responsável do serviço de cuidados intensivos do Hospital da Horta que considera ainda que os 500 mil euros anuais que a UCI do Faial gasta são “aceitáveis” quando ponderadas todas os princípios a esta subjacentes. Um dado importante é ainda o facto da taxa de mortalidade na UCI da Horta ser 13% inferior à taxa de mortalidade esperada. O médico falou com TRIbUnA dAS IlHAS no âmbito do Seminário de Políticas de Saúde e PÁGINA O2 Cuidados Paliativos organizado pelo PSd/Açores, que decorreu no Faial.
Rui GoulaRt lança livRo na HoRta
g Uma viagem entre imagens e palavras que o escritor experiencia e empresta ao leitor. É esta a premissa do livro Identidade do Olhar, que o jornalista Rui Goulart lança na Horta, no próximo dia 20. TRIbUNA dAs IlHAs conversou com o autor. PÁGINA O8
1 euro
O2
14 de OUTUbRO de 2O11
EDITORIAL
tRanSPORteS maRítimOS
g de acordo com uma notícia há dias divulgada, a Atlanticoline retomou o projecto de construção de dois novos navios destinados ao transporte marítimo de passageiros e viaturas entre as ilhas do Triângulo. Pelo teor dessa informação, seguir-se-á para já o concurso público relativo a essa obra, com os elementos e documentos que constituem o habitual caderno de encargos, a apreciar pelas empresas de construção naval interessadas. O prazo de entrega dos dois navios, se não houver alterações de projecto pelo meio, está previsto para Agosto e Outubro de 2013. Ao trazermos aqui este tema dos transportes marítimos inter-ilhas, a nossa primeira palavra traduz-se num voto, que aliás está no espírito de muita gente destas ilhas do Triângulo: o voto de que, desta vez, afastados problemas e complicações, a construção dos novos barcos chegue ao fim a contento geral e que essas duas unidades tenham, de facto, todas as condições requeridas, não só de comodidade para os utentes, mas também de navegabilidade e segurança neste nosso mar em tempo de inverno. E quando dizemos que isto está no espírito das gentes do Triângulo – especialmente das do Pico e Faial – exprimimos a grande verdade de que estes transportes fazem parte da história destas ilhas, que sempre os utilizaram e deles dependeram, século a século, numa comunhão de vida económica e social permanente. Por isso, o facto de na actual conjuntura ter sido dada prioridade à construção dos “ferris” para o serviço deste “conjunto triangular” parece-nos correcto, realista e de acordo com uma estratégia clarividente. lembramo-nos bem dos tempos das ligações Faial-Pico com as chamadas “lanchas dos lourenços”, propriedade de uma conhecida família da cidade da Horta. depois, foi o “reinado” das lanchas da E.l.P. com embarcações maiores, de outro formato, dotadas de melhores motores e mais rápidas nos trajectos. A partir daí surgiram os “Cruzeiros”, construídos de acordo com o género de serviço a prestar, muitas vezes num mar agitado pelo inverno nos canais que unem as três ilhas do Triângulo, especificamente no do Pico-Faial, operando em alguns portos que então não ofereciam adequadas condições de funcionalidade. E os “Cruzeiros” – ainda hoje a “tábua de salvação”das ligações FaialPico – impuseram-se como bons barcos em termos de navegabilidade e de manobra, quer nos portos quer em mar aberto e com tempo desfavorável. Foi isso que sempre ouvimos a “mestres” que os conduziram, a diversos entendidos nesta área e da parte da opinião pública. Por fim, uma justa referência à memória de um homem, que a morte já levou, mas que ao projecto dos “Cruzeiros” deu um valioso e esclarecido contributo, talvez a base do seu sucesso operacional: Tomaz Garcia duarte Júnior.
Em DEsTAquE
Tribuna das Ilhas
Mortalidade na uCi da Horta é 13% inferior à esperada Maria José silva Foto: susana Garcia g Rui Suzano, médico e responsável clínico pelo serviço de Cuidados Intensivos do Hospital da Horta, foi um dos oradores do Seminário sobre políticas de saúde e cuidados paliativos, que se realizou segunda-feira, na cidade da Horta. Enquanto profissional da área, considera o sistema de saúde regional, comparativamente com o Continente, bastante bom. “Importa saber se, efectivamente, para aquilo que as pessoas estão dispostas ou podem pagar, é um sistema sustentável. A questão que se coloca hoje em dia prende-se, essencialmente, com a sustentabilidade do sistema” – referiu o médico ao TRIbunA dAS IlHAS. no que ao Hospital da Horta diz respeito, Rui Suzano afirma ser um hospital que, de uma maneira geral, funciona bem e acrescentou que “podia funcionar melhor em termos de eficiência mas os médicos não estão vocacionados para o problema de rentabilização de recursos.” Sobre a hipótese de se encerrarem os serviços de cuidados intensivos da unidade hospitalar do Faial, Rui Suzano refere que “se não houver dinheiro alguma coisa tem de ser feita… Antes de fechar um serviço é preciso estudar os custos, ou seja, “empurrar o lixo para o quarto do vizinho não limpa a casa”, isto porque, quando se fecha um serviço não se despedem pessoas, continuam-se a pagar salários… As únicas coisas em que eventualmente se poupa são nas horas extraordinárias porque, vejamos, o material clínico, se não for gasto cá é gasto em qualquer outra unidade e ainda temos o custo dos transportes para as evacuações.” A uCI do Hospital da Horta gasta em média 500 mil euros por ano, sendo alguns dos gastos imputáveis a outros serviços, valor que Rui Suzano considera bastante aceitável tendo em conta que os médicos da uCI prestam assistência a outros serviços do Hospital, que os enfermeiros são os mesmos do serviço de urgência e que o valor gasto em horas extras é bastante diminuto. “Somos extremamente cautelosos no consumo de material clínico e medicamentos, bem como no que diz respeito
[SObE]
aos critérios de internamento e alta” – acrescenta. Em 2010 os internamentos neste serviço foram superiores em 10% aos de 2009. Quanto à taxa de mortalidade nesta uCI, em 2010, para uma mortalidade esperada de 53%, a observada foi somente de 40%, ou seja 13% menos. de acordo com Rui Suzano, “os doentes, quando são internados, têm um índice de gravidade, calculado através de vários parâmetros, ao qual corresponde uma mortalidade estimada”. “A escala internacional que utilizamos para esse cálculo chama-se APACHE II e é a mais difundida entre as várias uCIs, permitindo assim a comparação entre serviços.”, explica. O médico refere que “a mortalidade observada tem sido sempre menor que a esperada ao longo de oito anos de existência da unidade”. Além disto, “a percentagem de complicações não mortais ocorridas durante os internamentos é extremamente baixa e os custos por doente tratado reduzidos, a única interpretação possível das minhas afirmações é que, comparativamente a outros hospitais, o serviço prestado não tem uma qualidade inferior nem um custo mais elevado”, considera.
Psd ORGANIzA seMINÁRIO sObRe POlíTIcAs de sAÚde e cUIdAdOs PAlIATIvOs O grupo parlamentar do PSd/Açores organizou segunda-feira um seminário sobre políticas de saúde e cuidados paliativos, integrado nas jornadas parlamentares do partido, que se realizaram na Horta. O evento foi presidido pela líder do PSd/Açores, berta Cabral, e teve como oradores os médicos Teresa Flor de lima, especialista em anestesiologia e medicina da dor, e Rui Suzano, especialista em medicina interna e responsável do serviço de Cuidados Intensivos do Hospital da Horta, A líder do PSd/Açores afirmou, na ocasião, que o Serviço Regional de Saúde (SRS) pode melhorar os cuidados prestados aos utentes “gastando melhor” os recursos de que dispõe e garantiu que a primeira “grande tarefa” de um governo social-democrata é “sanear financeiramente” o sector. “A primeira grande tarefa é sanear financeiramente o SRS, garantindo uma eficiente utilização dos recursos disponíveis e uma rigorosa contenção de gastos, combatendo a ineficiência e o despesismo descontrolado, promovendo a efectiva responsabilização dos gestores das unidades de saúde pelos seus orçamentos e
&
HOsPITAl dA HORTA g Já estão em andamento as obras de construção do bloco C do Hospital da Horta, um empreendimento de grande importância para aquele estabelecimento de saúde, não só por promover a ampliação geral da instalação, mas por permitir também a melhoria de funcionamento de uma série de serviços. durante a cerimónia de lançamento, há dias, da primeira pedra do novo bloco, o Secretário Regional da Saúde afirmou que aquela obra se destinava a consolidar todas as valências e capacidades do HH e a melhoria dos cuidados de saúde a prestar aos cidadãos. Obra de 11 milhões.
assegurando transparência, certeza e previsibilidade na relação financeira da Região com as unidades de saúde”, afirmou berta Cabral realçando que, este seminário se integra num vasto trabalho de périplo pelos vários sectores económicos e sociais da Região que permitirá elaborar o Manifesto Eleitoral às Regionais do próximo ano. berta Cabral referiu que outros dos objectivos do partido é “aumentar a cobertura” dos cuidados primários de saúde para que todos os açorianos tenham médico de família, o que será alcançado através de uma “nova contratualização” com os médicos de clínica geral e familiar do sector público “que aceitem aumentar as suas listas de utentes” ou do sector privado que “aceitem utentes do SRS, mediante um preço de consulta convencionado”. berta Cabral revelou que outra das tarefas de um governo social-democrata no sector é “humanizar a prestação dos cuidados de saúde”, garantindo que as pessoas sejam “tratadas com dignidade e estimulando um maior protagonismo dos cidadãos na utilização dos serviços de saúde, permitindo a liberdade de escolha, no quadro de novas regras de acesso a definir, do médico de família ou do centro de saúde ou do hospital”.
[dESCE] dIA dA MÚsIcA
g O dia Internacional da Música, que ocorreu a semana passa-
da, foi comemorado na Horta com um concerto de canto realizado no auditório da biblioteca Pública e Arquivo Regional cujo programa foi dedicado a autores clássicos italianos. Esta comemoração veio lembrar-nos a série de memoráveis concertos que se efectuaram nesta cidade, em variadas circunstâncias, organizados com nível pelo cantor lírico Kurt Spanier com a sua Horta Camerata e pelo Conservatório local. Agora, com a falta de apoios e a”volta” dada ao Conservatório, voltámos muitos anos atrás, com os artistas de fora…
Tribuna das Ilhas
LOcAL
14 de OUTUbRO de 2O11
O3
Maestro Mário Abreu assinala 30 anos de carreira g Amanhã, dia 15 de Outubro, a Sociedade Filarmónica Nova Artista Flamenguense assinala o 30.º aniversário de regente do
seu maestro, Mário Abreu. Para comemorar a data, haverá missa cantada pela Filarmónica no Centro de Culto, a partir das 18h30, seguindo-se, às 20h30, actuação da Orquestra Ligeira da Nova Artista Flamenguense, no polivalente da freguesia. A finalizar a noite, haverá um concerto da Sociedade Filarmónica. Na sua próxima edição, que estará na rua no dia 21 de Outubro, TribuNA dAS iLhAS publica uma entrevista com o Maestro Mário Abreu, sobre estes 30 anos nas funções de regente e sobre a sua ligação à música.
Horta vai criar primeiro banco local de voluntários dos açores
Maria José silva Foto: Marla Pinheiro g A medida foi anunciada na manhã de
terça-feira pelo vice-presidente da Câmara Municipal da Horta, José leonardo Silva, no decorrer do fórum “Voluntariado e Cidadania Activa”, inserido no projecto municipal “Faial Solidário”. Segundo José leonardo Silva, o banco local de voluntariado “identifica todas as pessoas que já exercem voluntariado organizado na área social do nosso concelho e cruza a oferta com a procura, no sentido de irmos mais longe no apoio que é hoje prestado aos mais desfavorecidos, às nossas crianças, aos nossos idosos e a todos quantos necessitam de uma resposta social urgente e eficaz”. O banco está já a ser potenciado em conjunto com o Conselho nacional de Promoção do Voluntariado e nasce no contexto do projecto “Faial Solidário”, no âmbito do qual se promoveu este fórum tendo em vista a formação de técnicos, voluntários e instituições sociais. na sessão de abertura, José leonardo Silva reconheceu o trabalho “impagável” que vem sendo realizado nas instituições sociais da ilha do Faial nas mais variadas áreas e frisou a importância do projecto “Faial Solidário” enquanto resposta para “social urgente e eficaz” no combate à pobreza e à exclusão social e no apoio aos “mais desfavorecidos”. “Sabemos quo projecto Faial Solidário não traz respostas para todos os problemas mas será certamente um contributo importante para todos aqueles que beneficiam e dependem, diariamente nas suas vidas, da acção de voluntários”, salientou o autarca.
O vice-presidente da Câmara recordou ainda os inúmeros projectos e parcerias que o Município tem desenvolvido na área social, dos quais se destacam a criação do Centro de Emergência Social da Horta, em parceria com o Instituto de desenvolvimento Social dos Açores, e o serviço de Teleassistência, em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa. Para além disso, referiu que o Município está já a avançar com a implementação do projecto “novos desafios”, nas freguesias de Feteira e Flamengos, no sentido de potenciar não só o voluntariado nas instituições, mas também promover novas competências a cidadãos mais desfavorecidos. “no período em que vivemos é cada vez mais urgente combater a crise sabendo estar ao lado das pessoas”, salientou o governante, acrescentando que é necessário continuar a potenciar políticas que “contribuam para minimizar os dramas com que muitos se confrontam no seu dia-a-dia”. O primeiro painel contou com a presença de Elza Chambel, presidente do Conselho nacional para a Promoção do Voluntariado” que interveio sobre o Ano Europeu dedicado às actividades voluntárias, seus desafios e oportunidades, tendo ainda Pedro Telhado Pereira, da universidade da Madeira, abordado a componente de desenvolvimento e de bem-estar social, perante uma plateia constituída também por alunos do ensino profissional. no painel da tarde, para além da apresentação de testemunhos de voluntários em instituições sociais da ilha do Faial, Elisa borges, coordenadora-técnica do Conselho nacional para a Promoção do Voluntariado explorou o tema da “identidade do voluntário”, assim como as suas responsabilidades e
das organizações. Em declarações ao TRIbunA dAS IlHAS, Elza Chambel referiu que a ilha do Faial tem trabalhos solidários muito grandes. “Estive no Faial pela primeira vez 15 dias após o sismo de 9 de Julho de 2008 e em parceria com diversas entidades conseguimos colocar em marcha um projecto que ajudou muita gente”, contou . Sobre o banco de voluntariado, Elza Chambel diz que “vai permitir que se conjuguem esforços e sinergias da sociedade civil individual, de cada pessoa per si, conjuntamente com as instituições, para que consigam promover cada vez mais acções de voluntariado.” Elza Chambel sublinhou ainda a importância que existe em distinguir solidariedade de voluntariado: “as acções solidárias podem ser feitas um dia, num momento, conforme a sua apetência, a sua disponibilidade, a sua vontade… O voluntariado subentende um compromisso. O voluntário cumpre as suas horas e faz o bem bem feito.” “O voluntariado tem que ser qualificado tal qual qualquer acção social, a diferença é que é gratuito, complementa as acções profissionais” – remata. A intervenção de Elza Chambel neste fórum tinha como palavras-chave “um desafio e uma oportunidade”, e explica porquê: “o voluntariado é um desafio ao que de melhor há nas pessoas – darem-se, e é a oportunidade de se comprometerem a dar no concreto”. no final da conversa com TRIbunA dAS IlHAS Elza Chambel deixou um “recado” aos mais novos “os jovens têm que acordar para o voluntariado… Quem tem muito que fazer é quem melhor se consegue organizar para o voluntariado, portanto o voluntariado tem que ser encarado como um enriquecimento da e para a sociedade”.
[aconteceu] FeTeIRA eM ObRAs PARA MelHORAR seGURANçA g A Junta de Freguesia da Feteira procedeu a novos trabalhos na Rua da Granja. de acordo com a Junta, "os trabalhos foram realizados no seguimento da intervenção anteriormente realizada na rua, onde foi demolido e reconstruído um paredão que oferecia perigo de derrocada sobre os transeuntes.” À semelhança da obra realizada no Cimo da Granja, foram colocadas numa das bermas protecções metálicas numa extensão de 50 metros. Trata-se de uma obra orçada em cerca de 2.000,00€, que pretende “contribuir para a melhoria da segurança dos habitantes e de todos aqueles que por ali transitam”. MelHORAdA A sINAlIzAçÃO TOPONíMIcA e TURísTIcA g num investimento que ronda os 3.000.00€, a J. F. da Feteira concluiu mais uma fase de instalação de placas e painéis toponímicos, com a colocação de 18 painéis em azulejo de cerâmica da lagoa. As ruas da freguesia estão melhor sinalizadas, faltando colocar apenas mais 10 placas/painéis dos cerca de 60 locais iniciais com que se partiu para este projeto. Paralelamente a Junta de Freguesia instalou três placas informativas com a denominação “Poço de Maré”, no largo da Engenharia e Ponte da R. da Igreja, para sinalizar o Poço de Maré existente na R.da Igreja PsP INAUGURA PRIMeIRA cAsA de PAssANTes NA HORTA g Foi inaugurada na passada terça-feira a primeira casa de passantes da Polícia de Segurança Pública na Horta. Trata-se da segunda casa do género na Região, tendo a primeira sido inaugurada em Ponta delgada. de acordo com o Comissário Eduardo Alberto, responsável pela área social dos Serviços Sociais da PSP, já existem várias casas deste tipo um pouco por todo o país, que servem para albergar provisoriamente agentes e familiares, por motivos de saúde, trabalho ou lazer. Segundo o responsável, esta é uma forma de conferir utilidade a algumas casas que progressivamente vão sendo deixadas vagas por agentes da PSP, e que desta forma são preparadas para albergar agentes que se desloquem para fora da sua área de residência, por um período provisório de tempo. A prioridade vai para as deslocações por motivos de saúde, seguindo-se as viagens em serviço e, finalmente, viagens de turismo e lazer. Eduardo Alberto explica que os objectivos da PSP no que diz respeito aos serviços sociais passam por alargar estas valências a outras ilhas do arquipélago.
[vai acontecer] AdJUdIcAdO PROJecTO PARA seGUNdA FAse dA vARIANTe à cIdAde dA HORTA g A Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos adjudicou o projecto de execução da empreitada da segunda fase da Variante à cidade da Horta à empresa Gabinete 118- Gestão de Obras e Projectos, lda. O novo traçado da empreitada da segunda fase da Variante à estrada regional 1-1ª, que está de acordo com o respectivo Plano de Urbanização da Cidade da Horta, terá uma extensão de cerca de 1 700 metros, entre a rotunda de Santa bárbara e a futura rotunda situada no entroncamento das ruas 5 de Outubro, Ministro Ávila, Vista Alegre, Manuel Joaquim dias e ladeira de Santo. António, e vem completar a variante à cidade da Horta, entretanto já concluída. Além do traçado, o projecto integra, entre outros, a execução de terraplanagens, drenagem, pavimentação e iluminação pública. NAvIO de cRUzeIRO bReMeN NO FAIAl de 16 e 17 de OUTUbRO g Em cada Ilha um Paraíso é a designação do cruzeiro temático aos Açores que a conhecida operadora alemã Hapag lloyd Cruises vai realizar na segunda semana de Outubro e que visitará a Horta nos dias 16 e 17. Este itinerário de 12 dias é de grande interesse para os Açores em virtude de potenciar a nossa Região como destino para o importante nicho de mercado alemão e não apenas ponto de paragem em roteiros transatlânticos. Inaugurado em novembro de 1990, foi construído nos estaleiros Mitsubishi Heavy Industries, no Japão, então com a designação Frontier Spirit. Mede 111m de comprimento, 17m de largura, 4,8m de calado, desloca 6,752 toneladas de arqueação bruta a uma velocidade de 15 nós e tem capacidade máxima para 180 passageiros com 107 tripulantes. FesTA de NOssA seNHORA dO PIlAR g no próximo domingo, dia 16 de Outubro, a Ermida do Pilar recebe uma missa de festa, em honra da sua titular; nossa Senhora do Pilar. Esta missa solene terá início às 15h00, e será presidida pelo Ouvidor da Horta, Padre Marco luciano Carvalho. A ocasião servirá para benzer o templo, após as recentes obras de restauro de que foi alvo. À missa seguir-se-á a procissão com a imagem da Senhora do Pilar, após a qual haverá arrematações e oferendas. Após vários anos de interregno, esta missa marca a reabertura da Ermida do Pilar, um dos ex-libris da cidade da Horta.
O4
14 de OUTUbRO de 2O11
NOTícIAs
Tribuna das Ilhas
Paulo estêvão contra encerramento Luís Paulo alves de serviço de finanças do Corvo propõe aumento de 10% nas comparticipações comunitárias AçOREs E mADEIRA
Texto e foto
Maria José silva
g O deputado regional do Partido Popular Monárquico convocou os jornalistas para uma conferência de imprensa onde manifestou o seu descontentamento e preocupação face ao encerramento do serviço de finanças do Corvo. A medida, anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos após reunião com o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e da Administração Pública, surge no seguimento de uma redução executada no âmbito do Memorando da Troika, que determina que 9 dos 19 serviços de finanças dos Açores fechem portas. Estêvão considera esta medida “inaceitável” uma vez que “representa uma enorme desvantagem económica e cívica” para a ilha do Corvo. no entender do parlamentar, “a população passa a somar mais uma desvantagem de monta na ilha: a deserção de uma administração fiscal que manterá todas as exigências e que não prestará nenhum serviço.”
de acordo com o Governo da República, a redução eliminará a lógica da existência de uma repartição de finanças por concelho substituíndo pela presença de um só serviço por ilha. As únicas excepções a esta regra dizem respeito às ilhas de São Miguel e do Corvo. no primeiro caso manterse-ão abertas três repartições e no Corvo será encerrado o único serviço existente devido à proximidade do serviço da ilha das Flores.
A este propósito Paulo Estêvão acusa o Governo de “desconhecer a enorme dificuldade que existe no âmbito das ligações marítimas ou aéreas entre as duas ilhas, bem como os custos a isso inerentes”. O monárquico adiantou ainda que vai apresentar um projecto de resolução na AlRAA no sentido de anular esta medida. Vai ainda pedir uma audiência ao presidente da República e ao Ministro das Finanças.
g O euro deputado luís Paulo Alves defendeu o aumento da majoração de 10% na comparticipação comunitária dos fundos estruturais e do Fundo de Coesão para os Açores e para a Madeira, enquanto Portugal se encontrar na situação de país sob assistência económica externa. A intervenção do eurodeputado socialista aconteceu no âmbito das Jornadas do "Open days 2011". na ocasião luís Paulo Alves, referiu que "a Politica de Coesão e os seus instrumentos financeiros são absolutamente fundamentais para que, neste quadro de crise dificílima, onde os Estados Membros e a banca se debatem com enorme insuficiência de meios para financiar o investimento, os Fundos Estruturais e os Fundo de Coesão assu-
mam um papel decisivo fornecendo os meios para a promoção desse investimento e a criação do emprego e do crescimento que se torna urgente levar a cabo para contrariar os profundos efeitos recessivos que a política de estabilização e a austeridade está a impor". O euro-deputado açoriano manifestou-se também contra o corte nos Fundos Estruturais por incumprimento dos critérios de estabilidade e crescimento, referindo que "as Regiões não devem ser penalizadas devido ao incumprimento dos Estados-Membros. Isso seria incompreensível justamente quando esses apoios mais são necessários e seria também de uma injustiça enorme, porque estariam a ser penalizadas por erros fora da sua responsabilidade directa". mJS
CDS-PP quer saber sobre dívidas e custos da Saudaçor g na passada terça-feira o presidente do grupo parlamentar do CdSPP/Açores enviou um requerimento à Assembleia Regional, para que o Governo dos Açores esclareça algumas dúvidas dos populares sobre a Saudaçor. Artur lima quer ser esclarecido sobre os custos de funcionamento, os vencimentos e regalias do Conselho de Administração e as dívidas de curto, médio e longo prazo da sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos gestora de recursos e equipamentos da Saúde dos Açoresr. O deputado lembra, citando o Executivo Regional, que a Saudaçor foi criada tendo como “principais objectivos a necessidade do ‘desenvolvimento de um modelo inovador de
gestão, no sentido de satisfazer com qualidade e eficiência as necessidades dos cidadãos, de dar resposta às particulares exigências de permanente actualização e melhoria dos meios e estruturas disponíveis, e de resolver o passivo acumulado’”. Tendo isso em conta, Artur lima quer saber “qual o vencimento discriminado, incluíndo despesas de representação e ajudas de custo, dos membros do Conselho de Administra-ção da Saudaçor.”, bem como qualo currículo de cada um deles. lima quer ainda ser esclarecido sobre “o quadro de pessoal afecto à Saudaçor, S.A, discriminado por categorias e respectivos vencimentos”, bem como “quais as despesas globais de funcionamento” daquela sociedade anónima, o valor da sua dívida, o prazo
médio de pagamento a fornecedores e as fontes da receita. Entretanto, o secretário regional da Saúde já veio a público reagir a este requerimento apresentado pelos populares. Miguel Correia garantiu que as questões serão respondidas “em devido tempo”, no entanto estranha o momento do requerimento, uma vez que vem colocar questões que, segundo o governante, foram recentemente respondidas e estão esclarecidas. “A nossa reacção é de surpresa e de alguma estupefacção”, referiu Miguel Correia, recordando as críticas do CdS-PP/A sobre “os vencimentos principescos dos administradores da Saudaçor”, “sobre a sua falta de competência”, ou “sobre as dívidas da Saudaçor”. Para o secretário regional,
ARTUR lIMA O lider dos populares açorianos quer saber da sáude da saudaçor
o surgimento deste requerimento neste momento significa que os populares
fizeram as anteriores acusações sem fundamento . mP com GaCS
Vi encontro de 20 anos a salvar cagarros nos açores enfermagem da Raa e da Ordem dos enfermeiros g Está a decorrer na Horta o VI Encontro de Enfermagem da SRRAA, subordinada ao tema – Melhor Enfermagem, Mais Saúde. neste Encontro, durante dois dias, foram apresentados diversos projectos de enfermagem em desenvolvimento na Região e reflectiu-se sobre temáticas como o Modelo de desenvolvimento Profissional, prescrição por enfermeiros e as dotações seguras. na sessão de abertura deste encontro,
a directora Regional da Prevenção e Combate às dependências salientou que os enfermeiros “constituem pedra de toque essencial na garantia do acesso da população a cuidados de saúde” e na qualificação da prestação deste serviço em prol do desenvolvimento dos Açores. Paula Costa considerou que é “crucial e urgente a valorização dos cuidados de enfermagem no sentido de se poder afirmar que os ganhos de saúde derivam de tais cuidados”. mJS
g no dia 13 de Outubro de 2011, completam-se vinte anos de envolvimento institucional na defesa dos cagarros no arquipélago dos Açores. Em reunião da Câmara Municipal do Corvo ocorrida a 3 de Outubro de 1991, por sugestão de luís Rocha Monteiro, investigador do departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores, tinha sido decidido que a partir de dia 13 e a até meados do mês seguinte as luzes de iluminação pública seriam apagadas na Vila por forma a que as jovens aves não ficassem encandeadas durante a sua primeira saída dos ninhos. Este acto, com o passar do tempo e uma intensa adesão por parte do Governo Regional, dos Amigos dos Açores
e da população dos Açores, transformou-se na mais emblemática actividade ambiental dos Açores . A partir do momento que os cagarros começam a partir, mais de um milhar de pessoas, em todas as ilhas, integram as chamadas brigadas nocturnas de Salvamento da operação “SOS Cagarro”. EAlgumas centenas destas aves salvas são anilhadas e, entre estas, algumas já voltaram aos Açores para nidificar. Joel bried, investigador do departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores, afirmou recentemente que, “sem a Campanha “SOS Cagarro” os céus nocturnos do arquipélago poderiam perder o exótico grasnar destas aves em poucos anos”.
Integram a campanha “SOS Cagarro” cerca de uma centena de instituições incluindo os serviços do Governo Regional, Autarquias, Escolas, universidade, Associações nãoGovernamentais para o Ambiente, Órgãos de Comunicação Social, Associações de bombeiros, Escuteiros, Pescadores, Associações de Jovens e Patrimoniais, Forças da Ordem Pública (brigada SEPnA da GnR, PSP e Polícia Marítima), Autoridade Marítima (por causa dos faróis), Força Aérea Portuguesa, Portos dos Açores, Aeroportos, gestores de monumentos e estádios (por causa da iluminação), vários Párocos e diversas Empresas Privadas.
Tribuna das Ilhas
LOcAL
14 de OUTUbRO de 2O11
O5
Os cOmuNIsTAs vIsITARAm A ILhA DO FAIAL EsTA sEmANA
PCP/açores preocupado com impacto da retenção das verbas do iRS nas autarquias locais O Partido comunista Português concluiu na passada quarta-feira uma visita oficial ao Faial, no âmbito da qual reuniu com a câmara Municipal da Horta, a União de sindicatos e a Administração do hospital faialense. destas reuniões resultaram um conjunto de preocupações que Aníbal Pires, representante dos comunistas na Assembleia Regional, promete transformar em propostas.
Marla Pinheiro Fotos: susana Garcia g uma das principais preocupações do PCP com a autarquia faialense é comum a todas as autarquias da Região, e prende-se com a retenção, por parte do Governo Central, das verbas do IRS. Aníbal Pires recorda que a lei das Finanças Regionais determina que 5% das verbas do IRS devem ser transferidas para as autarquias açorianas. José decq Mota, que acompanhou Aníbal Pires nesta visita, considera que a atribuição destas verbas à autarquia está “determinada constitucionalmente”. bem consciente da realidade autárquica faialense, já que exerceu as funções de vereador na Câmara Municipal da Horta no mandato anterior ao actual, decq Mota salienta que esta deverá chegar ao final do ano “com um prejuízo de 1 milhão de euros”, pela falta das verbas referidas. Aníbal Pires considera que esta realidade, comum ao todo regional, está “a estrangular a capacidade de investimento das câmaras municipais e a aumentar as dívidas a fornecedores o que, num contexto de retracção do consumo, vem
acrescentar dificuldades à já debilitada economia local”. Congratulando-se com as obras em curso na ilha, como o bloco C do Hospital ou o novo Porto, o deputado do PCP lembra no entanto que há outras há muito prometidas que também precisam de sair do papel, dando como exemplo o Centro de Adictologia ou a segunda fase da Variante à cidade da Horta. sANeAMeNTO bÁsIcO eNROlAdO NA bUROcRAcIA Entre as obras que precisam de arrancar no Faial, Aníbal Pires destaca o Saneamento básico, cuja “incompreensível demora burocrática” merece a preocupação dos comunistas. O parlamentar recordou que, para que o saneamento básico possa avançar na Horta, é necessário um visto do Tribunal de Contas, visto esse que, por sua vez, aguarda a garantia da vice-presidência do Governo Regional de que as verbas comunitárias destinadas à obra serão desbloqueadas. RedUçÃO dO NÚMeRO de FReGUesIAs NÃO cONTRIbUI PARA A ResOlUçÃO dOs PRObleMAs A ideia foi deixada por Aníbal Pires, que considera que a reforma administrativa proposta pelo Governo da República, e que prevê “a redução do número de freguesias e a transferência de competências entre os diferentes níveis de poder local”, “nada contribui” para solucionar os problemas económico-financeiros do país. Para os comunistas, essa reforma servirá apenas para motivar “menor participação das populações na vida pública local. sAlvAGUARdAR O dIReITO dOs TRAbAlHAdORes A salvaguarda dos direitos dos traba-
PcP/AçORes O balanço da visita à Horta foi feito numa conferência de imprensa, na manhã de quarta-feira
lhadores foi um dos pontos em análise na reunião com a união de Sindicatos da Horta, num cenário em que o desemprego e o agravamento da situação social são cada vez mais preocupantes. Para o PCP, há que “garantir e actualizar as compensações ao rendimento dos trabalhadores açorianos”, através não só do aumento do salário mínimo e da remuneração complementar, mas também por via fiscal. Aníbal Pires lembra que “os trabalhadores açorianos continuam a auferir um salário médio inferior em cerca de 100 euros aos trabalhadores do continente”, e que a diferenciação salarial se justifica pelos chamados “custos da insularidade”. ANíbAl PIRes deFeNde MAIs FlexIbIlIdAde NA deslOcAçÃO de dOeNTes As políticas públicas para a saúde foram um dos temas que mais atenção mereceu nesta visita do PCP ao Faial. Aníbal Pires entende que o sector da saúde sofre de um “sub-financiamento
crónico” na Região, situação que se reflecte no Hospital da Horta, penalizado financeiramente pela “falta de uma classificação que tenha em conta os serviços diferenciados, como sejam a hemodiálise, a oncologia e os cuidados intensivos”. Congratulando-se com a obra de ampliação da unidade hospitalar faialense, o parlamentar defendeu no entanto a ampliação do serviço de internamento e a instalação do serviço de infecciologia. Aníbal Pires lembra também que, na Horta, o corpo médico tem uma elevada média etária, além de existirem algumas especialidades com apenas um médico. Por isso, aconselha que “a administração regional de saúde promova o recrutamento de novos médicos, antecipando rupturas na prestação de cuidados de saúde aos utentes”. Para rentabilizar os recursos na saúde, o deputado defende que seja “introduzida uma cultura de flexibilidade nas ‘fronteiras’ da área de influência dos
hospitais”. Exemplificando, Aníbal Pires refere que o que se pretende é que um doente de São Jorge que precise de ser atendido em determinada especialidade em que a lista de espera seja menor no Hospital do Faial do que no da Terceira seja deslocado para essa ilha, para que o seu problema possa ser solucionado mais rapidamente. Para o parlamentar, esta lógica deve aplicar-se aos três hospitais da Região. Em relação à especificidade das ilhas do Triângulo, Aníbal Pires aproveitou ainda a ocasião para chamar a atenção para necessidade urgente de “políticas públicas que fomentem a complementaridade” entre elas, e delas com o resto da Região. nesse sentido, apelou a “um novo olhar do poder executivo” sobre as políticas de coesão, que dê uma nova tónica ao sector dos transportes, para que este passe a ter um “papel potenciador” da economia regional e não seja ao invés “um forte constrangimento ao desenvolvimento e à coesão”, como actualmente acontece.
Líder do PSD/açores apreensiva com situação financeira dos hospitais da Região Marla Pinheiro Fotos: susana Garcia g no início da semana, a líder do PSd/Açores esteve reunida com o Conselho de Administração do Hospital da Horta. berta Cabral veio ao Faial para presidir ao seminário sobre políticas de saúde e cuidados paliativos organizado pelo PSd, no âmbito das jornadas parlamentares do partido, e aproveitou a ocasião para visitar a unidade hospitalar faialense. À saída, a líder social-democrata destacou o que considera ser “o bom trabalho” desenvolvido pelo corpo clínico do Hospital da
Horta, no entanto mostrou-se apreensiva em relação ao futuro dos hospitais na Região. berta Cabral salientou as dificuldades financeiras que o Hospital da Horta atravessa, comuns às restantes unidades de saúde nos Açores: “os recursos financeiros são escassos, e esta situação financeira muito delicada carece de grande atenção, e é motivo de grande preocupação para os seus gestores”, referiu. berta Cabral considera que “efectivamente, neste momento a banca tem muita dificuldade na concessão de crédito, e os hospitais têm vivido do financiamento bancário, e de outros mecanismos de financiamento, através da Saudaçor”,
situação que, na óptica socialdemocrata, precisa de ser reequacionada. Para a líder do PSd/Açores, é importante também salvaguardar o papel do Hospital da Horta no contexto regional, garantindo “a manutenção de um conjunto de valências essenciais para a prestação de bons cuidados de saúde às pessoas que residem na sua área de influência”, disse. Em Junho passado, altura em que a situação financeira do Hospital da Horta se tornou um dos temas em análise na campanha para as legislativas nacionais, o passivo financeiro daquela unidade hospitalar era de cerca de 40 milhões de euros.
O6
14 de OUTUbRO de 2O11
cuLTuRA
Tribuna das Ilhas
sOcIAL-DEmOcRATAs REuNIRAm-sE NO FAIAL Em jORNADAs pARLAmENTAREs
PSD/açores promete trabalhar em projecto para produções agrícolas de proximidade na Região
dR
Marla Pinheiro g Os social-democratas açorianos estiveram esta semana no Faial, em jornadas parlamentares. dos vários aspectos abordados durante esta passagem pela ilha, destaca-se o relevo dado às questões relacionadas com a agricultura, sector ao qual os parlamentares laranja dedicaram a manhã de quarta-feira, com uma visita a várias explorações agrícolas e à Cooperativa Agrícola de lacticínios do Faial (CAlF). Para o PSd/Açores, a estratégia regional no sector agrícola deve passar por uma aposta clara nas produções de proximidade. Para duarte Freitas, as pequenas explorações agrícolas locais podem e devem ser entendidas como um complemento importante aos sectores da carne e do leite, até porque têm um papel importante na diminuição das exportações. O parlamentar lembra que a Região produz muito leite e carne, no entanto depende do exterior no que diz respeito a outros produtos agrícolas. num cenário como o que actualmente se vive, onde a diminuição das importações é vital para alavancar a economia, os social-democratas entendem que as produções agrícolas de proximidade são uma das estratégias a seguir, porque podem também ser geradoras e emprego, ao mesmo tempo que permitem desenvolver o mercado interno. duarte Freitas refere que viu no Faial “bons exemplos” daquilo que pode ser feito nesta área, no entanto entende que é preciso haver uma estruturação nesta área, e, mais importante do que apoios financeiros, uma rede de apoio para que os produtores se sintam acompanhados. Tendo isso em conta, e com as eleições legislativas de 2012 em mente, o líder parlamentar laranja revela que algumas das propostas eleitorais do
seu partido passarão pela produção agrícola de proximidade: “queremos apresentar um projecto que possa garantir uma estratégia para estas produções”, originando “capacidade para diminuir as importações e aumentar o emprego”, sem no entanto deixar de valorizar a carne e o leite, sectores fundamentais da agricultura açoriana. FAlTA de leITe POde HIPOTecAR cONdIções dA cAlF PARA lAbORAR A visita dos social-democratas à fábrica da CAlF fez-se precisamente no dia em que esta não labora. A falta de matéria-prima impõe que a fábrica só funcione quatro dias por semana, situação que, de acordo com duarte Freitas, é deveras preocupante. O líder parlamentar do PSd/A lembra que a fábrica faialense “foi construída para laborar até 18 milhões de litros de leite, numa altura em que a quota no Faial eram 14 milhões”. “neste momento a quota anda a volta dos 13 milhões, ou seja, construiu-se a fábrica com uma margem de crescimento mas o que sucedeu foi um decréscimo da produção”, constata. Com a quantidade de despesas fixas que uma infra-estrutura como esta possui, duarte Freitas receia que, se a quantidade de leite disponível continuar a diminuir, possam haver implicações graves na vida da fábrica. Para o parlamentar, a CAlF é um exemplo de que o investimento por si só não basta: deve ser planeado e estratégico, de forma a ser consequente. Por isso, o social-democrata defende que, a haver um novo resgate leiteiro este deve ser feito de forma a garantir que ilhas como o Faial, “com estruturas de transformação e condições naturais para a produção leiteira, não acabem por ver aumentadas as suas dificuldades”. Para aumentar a produção leiteira no Faial, duarte Freitas entende que é
JORNAdAs PARlAMeNTARes dO Psd Os social-democratas dedicaram a passada quartafeira ao sector agrícola faialense
preciso criar capacidade “para pagar melhor o produto” e, ao mesmo tempo, incentivar as explorações a produzir mais, e atrair novos produtores para as fileiras do leite. Psd/AçORes qUeR MAIs ATeNçÃO POlíTIcA AO secTOR dA AGRIcUlTURA bIOlóGIcA Os social-democratas açorianos defendem que a agricultura biológica deve tornar-se “um subsector estratégico na Região, que se posicione como uma oferta ao surgimento de novos postos de trabalho, com todos os contributos ambientais e de qualidade alimentar que proporciona”. num requerimento enviado à Assembleia Regional pelo deputado António Ventura, o PSd considera que a agricultura biológica “é ainda
incipiente nos Açores, pois tem sido mais a propaganda do Governo Regional do que a efectivação de um necessário impulso político nesta área”. Ventura defende a criação de uma “estratégia agrícola a longo prazo, uma vez que este modo de produção agrícola premeia uma diversificação durável e viável”, para além de ser “um catalisador para a integração de jovens agricultores”. O parlamentar laranja lembra que “os Açores apresentam um conjunto de atributos naturais que podem sustentar a existência de agriculturas muito naturais, existindo sistemas produtivos que estão muito próximos das exigências da agricultura biológica”. no entanto, para Ventura as condições favoráveis não são suficientes para fazer avançar o subsector: “é preciso von-
tade política para criar uma atitude de actuação que fomente o estudo, a investigação, a formação, a informação e o marketing das vantagens da agricultura biológica, já que só assim se tornará aquele subsector como uma alternativa ou um complemento de vantagem social e económica na região”, refere. no requerimento agora apresentado, os social-democratas querem saber “quais as produções e áreas em modo de produção biológico que se registam na região”, assim como dados relativos ao número de produtos e à sua evolução nos últimos anos, e uma relação das medidas previstas para incentivar a produção da agricultura biológica, dos dados de entrada daquele tipo de produtos na região, e quantidade de pesticidas comercializados no arquipélago.
cuLTuRA
Tribuna das Ilhas g O velejador Genuíno Madruga partiu na passada terça-feira para os Estados unidos da América, onde está a promover o seu livro, O Mundo que Eu Vi, onde relata as suas viagens de circumnavegação em solitário. Antes de embarcar, Genuíno falou ao TRIbunA dAS IlHAS sobre as suas expectativas para a divulgação da sua obra junto da comunidade emigrante açoriana: “tenho a certeza que vai correr tudo muito bem. Tenho recebido muitas mensagens de várias pessoas, e por isso sei que os nossos companheiros que estão nos Estados unidos vão aderir às várias iniciativas”, disse. Genuíno estará nos Estados unidos cerca de duas semanas, das várias iniciativas previstas durante a sua passagem pelo continente americano, destaca-se a apresentação do livro no Museu da baleia de new bedford, a cargo de Toni Cabral, que decorreu ontem, dia 13. Amanhã, sábado, Genuíno estará a apresentar o seu livro nos Amigos da Terceira, em Pawtucket. A apresentação
14 de OUTUbRO de 2O11
Genuíno madruga apresenta livro nos estados unidos estará a cargo de Adelino Ferreira. no domingo, 16, é a vez do Centro Português de Hudson, onde a obra será apresentada por José Figueiredo. Já no Canadá, no Centro Português de Mississauga, está agendada para os dias 21 e 22 de Outubro uma Gala Açoriana, onde Genuíno é presença de destaque a par de Sidónio bettencourt (que também irá apresentar a sua obra Já nãO VEM nInGuéM) e da banda Starlight. neste evento haverá um jantar de homenagem ao velejador, após o qual Sidónio betten-court apresentará O Mundo que eu vi. depois do seu regresso do continente americano, Genuíno Madruga irá lançar a sua obra na Praia da Vitória, no âmbito da iniciativa Outono Vivo, promovida por aquela autarquia terceirense. mP
GeNUíNO MAdRUGA O velejador tem feito várias apresentações do seu livro
Humberto moura lança novo livro dR
g Hoje, dia 14 de Outubro, será lançado no auditório da biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, na Horta, a partir das 21h00, o mais recente livro do escritor Humberto Moura. Sinais do infinito – realidades e Mitos do nosso tempo, assim se designa a obra, que o autor classifica como “uma narrativa de cunho documental e realidade ficcionada, apoiando-se na história e na memória, com rotas traçadas a pensar no universal, mas tendo sempre presente como Centro, as ilhas dos Açores e as suas gentes”. A obra é prefaciada por Victor Rui dores. Humberto Moura nasceu a 26 de Agosto de 1934, em São Miguel. Frequentou a então Escola de Aplicação Anexa à do Magistério Primário, e o Curso Complementar de Comércio e a Secção Preparatória aos Institutos. Foi empregado de escritório e guarda-livros, até que, com 19 anos, se candidatou à Força Aérea, como voluntário. Entre 1955 e 1957 fez o serviço militar obrigatório, dividido entre Tavira e são Miguel. Com 24 anos ingressou nos Correios
faial filmes fest 2011 homenageia antónio de macedo dR
HUMbeRTO MOURA O escritor apresenta o seu novo livro na biblioteca da Horta
e Telecomunicações (Estação Telegráfica), como Operador de Reserva. Pouco mais tarde transferiu-se para o Faial, onde casou, e onde reside desde então. durante largos anos chefiou a Estação Telegráfica da Horta, aposentando-se em 1989.
Tem colaborado por largos anos com a imprensa diária faialense, publicando crónicas e poesia. São exemplos de obras da sua autoria Errâncias de Pedra e de Sal e Sismo na Madrugada. mP
Volta aos açores em Literatura passa no faial g depois de ter arrancado em São Miguel, em Maio passado, o projecto “Volta aos Açores em Literatura” vai estar no Faial no próximo mês de novembro. Esta maratona de escrita tem por objectivo escrever um romance a nove mãos, através das ilhas dos Açores, ficando cerca de um mês em cada ilha. A sua conclusão está prevista para a ilha das Flores, em Janeiro de 2012. de acordo com nota enviada às redacções, cada ilha
O7
deverá continuar a história deixada pela ilha anterior. A “Volta aos Açores em Literatura” é recebida nas bibliotecas de cada ilha, cabendo a um embaixador supervisionar o trabalho em cada uma delas. Os participantes deverão enviar o resultado final para o projecto EscreVIVER (n)os Açores, responsável por esta iniciativa. Será seleccionado apenas um trabalho, que funcionará como um capítulo do livro final.
As inscrições são gratuitas, e os interessados deverão enviar um email para escreviveracores@hotmail.com, para pedir a ficha de inscrição. Os trabalhos serão analisados e seleccionados por um júri, composto por Pedro Chagas Freitas, mentor do projecto EscreVIVER, por Patrícia Carreiro, coordenadora local do EscreVIVER (n) os Açores, e por Cláudia Carreiro, professora. mP
g O programa da sétima edição do Faial Filmes Fest, que decorre entre 30 de Outubro e 5 de novembro, na Horta, já começa a desenhar-se. Este ano, o principal homenageado do maior festival de cinema da Região será o realizador António de Macedo. Classificado como um dos cineastas mais activos do cinema novo português, o realizador é responsável por obras como domingo à Tarde, a sua primeira longa-metragem, lançada em 1966, e ANTóNIO de MAcedO O realizador é o estrelada por Ruy de grande homenageado do sétimo Faial Carvalho, Isabel de Filmes Fest Castro e Isabel Ruth. Actualmente com 80 anos, António de Macedo deixou de dedicar-se ao cinema de forma activa na década de 90. A sua última longa-metragem, Chá forte com limão, data de 1993, altura em que, por se sentir marginalizado no cenário da sétima arte em Portugal, Macedo passa a dedicar-se essencialmente à escrita. Para além de 11 longas-metragens, o realizador foi ainda responsável por dezenas de curtas-metragens, e por várias séries de televisão. de acordo com o director do festival, luís Pereira, em declarações à Agência lusa, esta homenagem será uma oportunidade de fazer “o devido reconhecimento público e dar a conhecer a vasta obra" de António Macedo. Recorde-se que a principal novidade que esta edição traz ao Festival de Cinema dos Açores é a abertura da competição a longas-metragens, o que acontece pela primeira vez. Em 2011 o Faial filmes Fest – Festival de Cinema dos Açores conta com cerca de 200 curtas a concurso, e mais de 30 filmes de longa duração, nas categorias de ficção, animação, documentário e cinema experimental. A selecção oficial ainda não foi divulgada, no entanto deverá ser conhecida brevemente. Assumindo-se como um evento de celebração não apenas do cinema e da cultura mas também da lusofonia, este festival abre as portas a realizadores de todos os países lusófonos. O Faial Filmes Fest contempla também uma secção reservada às ilhas da Macaronésia, onde aos trabalhos de realizadores açorianos, madeirenses e cabo-verdianos se juntam obras vindas das Canárias. mP
O8
14 de OUTUbRO de 2O11
cuLTuRA
Tribuna das Ilhas
Núcleo Cultural da Horta lança boletim de 2011 g Amanhã, sábado, a partir das 21h00, na biblioteca Pública e Arquivo regional João José da Graça, será lançado o boletim de 2011 do Núcleo Cultural da horta (NCh). Nesta edição, o tema central é o Ano Europeu do Voluntariado, que se assinala precisamente em 2011. Em nota enviada às redacções, o editor do boletim, ricardo Madruga da Costa, explica que o objectivo do NCh é contribuir “para uma reflexão sobre a relevância social do voluntariado, na convicção de que, da sua vitalidade, amplos benefícios advirão para as nossas comunidades num tempo em que as responsabilidades não podem reduzir-se ao papel do Estado e, cada vez mais, têm de ser partilhadas por todos”. Nesta edição, destaque também para as comunicações apresentadas no colóquio “Mark Twain – um viajante inocente?” no Centenário da morte do escritor, que decorreu no Faial, em Outubro de 2010. Na sessão de lançamento do boletim, será apresentada a conferência “A Primavera Árabe: uma mudança de paradigma?”, pela investigadora Ana Pinto. A noite encerrará com a actuação da Tuna da Sociedade Filarmónica unânime Praiense.
RuI GOuLART LANçA IDENTIDADE DO OLhAR NO FAIAL
“a poesia é uma fotografia da alma, e uma fotografia um poema do olhar” Identidade do Olhar, assim se chama a obra do jornalista Rui Goulart, que será lançada no auditório do Teatro Faialense, na próxima quinta-feira, 20 de Outubro, a partir das 21h00. Numa articulação entre a poesia e a fotografia, o jornalista picoense solta as amarras formais que formatam o rigor jornalístico e mostra o seu olhar pessoal sobre as emoções. Tribuna das Ilhas esteve à conversa com o autor, que nos falou sobre a sua paixão pela poesia e pela fotografia. Picoense de coração, apesar de viver em são Miguel, Rui Goulart recorda a sua ligação à ilha montanha, e também ao Faial, “porto de abrigo” da sua identidade. Nestas ilhas irmãs separadas pelo canal imortalizado por Nemésio, o jornalista feito escritor não encontra rivalidade. O futuro da comunicação social na Região foi outro dos temas abordados.
Marla Pinheiro O Rui prepara-se para vir ao faial lançar o seu livro, identidade do Olhar. a que se deve este título? é o meu olhar sobre as emoções, rasgando a racionalidade. nós vemos muito, vivemos na sociedade da imagem, mas olhamos pouco para as coisas. Acontece, por vezes, passarmos por algo todos os dias, mas raramente observamos. O livro tem uma componente de poesia e de fotografia e, como tal, reflecte o meu olhar sobre o mundo interior e exterior. é um olhar pessoal. Afinal, a poesia é uma fotografia da alma e uma fotografia um poema do olhar. a que se deve o seu gosto pela poesia? O que é que o levou a escrever neste género literário? desde a adolescência que escrevo,
dR
mas sem ligar muito a formas. Mas, talvez pelas aulas de Português, descobri na poesia uma forma de liberdade, um caminho em que a emoção prevalecia sobre a razão. nomes como Antero, Pessoa, entre outros, prenderam a minha atenção. Com o tempo, a espaços, libertava-me um pouco através de poemas livres, desligados de qualquer forma ou modelo. A poesia é uma maneira de estar sozinho, de me reencontrar e voltar a sorrir. Sinto-me livre, sem estar preso às regras e à forma de escrita do jornalismo. Sem estar preso a qualquer moral. Como nasce o seu gosto pela fotografia? durante algum tempo tive um blogue. Escrevia sobre música, cinema, livros e algumas questões mais pessoais, como poemas, textos livres ou simples frases. Para ilustrar esses fragmentos recorria a fotografias retiradas da Internet. um dia pensei: por que razão não sou eu a tirar as fotos? Parti na busca desse objectivo, com muita leitura, conselhos e, sobretudo, muitas horas de campo, experimentando. Sou um simples amador, contudo, a fotografia revela um pouco a minha forma de olhar o mundo. De que forma encontra articulação entre a fotografia e a poesia? não há uma ligação directa entre a fotografia e o poema, ou seja, não é uma legenda. Mas há uma relação quase escondida entre o texto e a imagem. São dois processos criados separadamente, com sentimentos diferentes, mas que depois se cruzam. é como se fosse um puzzle. O que podem os leitores esperar desta obra? Esta obra é, sobretudo, uma partilha que começou na rede social Facebook e depois passou para uma exposição, “Zenografias”. Todavia, as fotos e os textos são quase todos novos em relação à exposição e há um conceito diferente na sua composição. é uma viagem entre imagens e palavras, em que apenas indico um caminho e depois ausento-me. A viagem deixa de ser minha e passa a ser do leitor. Quais são as diferenças entre o Rui
Goulart jornalista e o Rui Goulart escritor? Algumas, como jornalista coloco a razão e a objectividade a funcionar, procurando sempre o mais importante para informar, com o máximo de rigor, embora possa haver falhas. A linguagem é directa, objectiva e sem adjectivação. neste livro sou livre no pensamento e no olhar, procuro dentro de mim outras formas de paz e de liberdade. Solto palavras com emoção, sem regras ou formas. O seu percurso na área da Comunicação Social na Região não poderia ser mais abrangente: desde as pequenas rádios locais, como a nossa antena 9, até aos meios de abrangência regional, como a RtP/a. tendo isso em conta, quais são, para si, os desafios da comunicação social açoriana hoje em dia? Felizmente tive a sorte de trabalhar em rádios locais como a Antena 9 ou a Rádio Pico. Foram escolas, havia polivalência, a descoberta, uma entrega profunda a uma causa, a uma paixão… a rádio. Mais tarde conheci outras realidades como a Renascença/RFM. Mas sem as experiências anteriores não teria sido possível. A Comunicação Social açoriana atravessa um momento que considero
preocupante. As empresas, devido às dificuldades, restringem a pesquisa, a investigação, a formação dos seus elementos. Há uma informação demasiado ligada à agenda. Mas defendo sempre uma aposta na Comunicação Social privada, local. A proximidade é um elemento importante num mundo cada vez mais global. Sentir o olhar de quem está perto de nós. O Rui vive em São miguel, mas nasceu no Pico e estudou no
faial. De que forma é que estas duas ilhas marcaram a sua vivência? Hoje, como descreveria a sua ligação com ambas? O Pico foi o meu berço, embalou a minha infância e a adolescência, continua a ser a minha casa, até porque os meus pais vivem lá. Contudo, gostei muito de estudar no Faial, foi o primeiro ano “fora de casa.”. Foram tempos fantásticos, fiz grandes amizades e fui muito bem recebido. O Faial é um porto de abrigo na minha identidade. nunca senti essa rivalidade que alguns tentam fomentar. Julgo que, devido à proximidade, é fundamental que as duas ilhas tenham o melhor entendimento possível. Hoje mais do que nunca devido às dificuldades que o país atravessa.
REpORTAGEm
Tribuna das Ilhas
14 de OUTUbRO de 2O11
O9
LEGIsLATIvAs REGIONAIs 2012 O passado fim-de-semana fica marcado por aquele que será, muito provavelmente, o mais importante acontecimento político na Região antes das eleições legislativas regionais que se realizam daqui a um ano. depois de ter prolongado o tabu por muito tempo, o actual presidente do Governo Regional dos Açores, que cumpre agora o seu quarto mandato, desvendou finalmente o segredo mais bem guardado do reduto socialista nos últimos tempos: na sexta-feira, carlos césar chamou a comunicação social para dizer que não se recandidatará à presidência do Governo Regional em 2012. se a questão da recandidatura de césar se tornou num verdadeiro tabu, o mesmo não se poderá dizer da divulgação do seu sucessor: um dia depois, no sábado, o Ps/Açores avança o nome do seu candidato para 2012. de entre os prováveis, surgiu o mais provável de todos: recai sobre vasco cordeiro, actual secretário regional da economia, a tarefa de comandar os socialistas açorianos na luta pelo quinto mandato consecutivo aos comandos do Governo Regional.
Marla Pinheiro Fotos: carlos Pinheiro g A ligação de Carlos César aos ideais socialistas parece vir-lhe do berço, assim como o seu “Adn político”, herdado, entre outros, do seu tioavô Manuel Augusto, activista dos tempos da primeira República. no liceu Antero de Quental, em São Miguel, sua ilha natal, Carlos César foi membro da Cooperativa Cultural "SEXTAnTE", que se destacou pelas acções de oposição ao regime de Salazar e Caetano, que a mandou encerrar. A sua juventude fez-se no período conturbado que antecedeu o 25 de Abril, e César cresce marcado por figuras de referência da oposição ao Regime, muitas das quais passaram, como ele, pelo liceu Antero de Quental. São exemplos Jaime Gama, Mário Mesquita ou Medeiros Ferreira. A ligação de Carlos César ao PS formaliza-se um mês após a Revolução dos Cravos, quando funda a Juventude Socialista dos Açores. Em todas as cores políticas as “jotas” afiguram-se como os viveiros dos grandes líderes, e com Carlos César acontece o mesmo: o seu percurso começa a desenhar-se na juventude partidária rosa, onde ocupou cargos de âmbito nacional. Ingressou a Faculdade de direito de lisboa em 1975, no entanto regressou aos Açores antes de concluir a licenciatura, e iniciou um auspicioso per-
o FiM Da ERa DE CÉSaR curso político: Em 1981, com 26 anos, ocupa pela primeira vez o lugar de deputado na Assembleia Regional, numa altura em que vigorava uma forte maioria social-democrata e Mota Amaral chefiava o Governo. dessa época, recorda-se a sua aversão às gravatas e a irreverência e juventude que injectou no hemiciclo. Pouco tempo depois integra a direcção do grupo parlamentar do PS e várias comissões parlamentares. Mais tarde é eleito vice-presidente da Assembleia Regional. Entre 1983 e 1985 assume pela primeira vez a liderança do partido na Região. Em 1988, fruto das suas boas relações com António Guterres, ocupa o lugar de deputado na Assembleia da República. Com Guterres na presidência do grupo parlamentar, César integra a direcção do mesmo, e várias comissões. A 30 de Outubro de 1994, no dia do seu 38.º aniversário, é eleito presidente do PS/Açores, com 92% dos votos. Começa então a obrar-se o momento de viragem no cenário político regional. dois anos depois, com Carlos César aos comandos, o PS anula a diferença de mais de 20% para o PSd, vencendo com 46% dos votos, e César torna-se presidente do Governo Regional. Quatro anos depois, o PS, cada vez mais de César, volta a ganhar nos Açores, desta feita com a primeira maioria absoluta socialista da história de Portugal. desde então, e até 2008, altura em que se realizaram eleições para a actual mandato legislativo na Região, Carlos César liderou o partido e o Governo Regional, reunindo à sua volta um apoio sólido e unânime. Ora, se as grandes lideranças, como tem sido a de César, trazem coesão e estabilidade aos partidos, também é verdade que trazem igualmente grandes dores de cabeça na altura de mudar. Quando, por força do próprio César, foi incluída no Estatuto político-administrativo dos Açores a limitação de mandatos sucessivos, e o presidente do Governo anunciou que, depois de 2008, não se voltaria a recandidatar, houve com certeza muitos socialistas que passaram noites sem dormir. E foi então que se começou a desenhar o tabu: iria César manter-se fiel à sua palavra, ou iria retroceder e avançar para uma quinta candidatura em 2012? Sem um claro líder a emergir do seio socialista para suceder ao presidente do partido na Região, o tabu adensou-se. O controlo desta situação coube ao próprio César e a menos de uma mão cheia de figuras do PS/A. Quando este anunciou a sua decisão, o sucessor estava escolhido, e, no sábado, 24 horas depois de se saber que o mais carismático líder rosa na Região não se recandidataria em 2012, Vasco Cordeiro foi anunciado como o sucessor, sem polémicas, sem vozes dissonantes dentro do partido, com a unanimidade que caracterizou o percurso de César.
cARlOs cÉsAR O actual presidente do Governo Regional não se recandidata em 2012
O MAIs PROvÁvel eNTRe Os PROvÁveIs depois de se conhecer a decisão de César, o nome do seu sucessor não foi propriamente uma surpresa. As hipóteses eram poucas, e de entre elas Cordeiro era a mais provável. dois dos outros homens fortes do PS, José Contente e Sérgio ávila, eram hipóteses discutidas, mas facilmente descartáveis. Contente, peça importante da máquina partidária, tem aproximadamente a mesma idade de César, e o factor “renovação” perdia-se nessa escolha. depois deste argumento “etário”, um “geográfico” para descartar Sérgio ávila: o vice-presidente do Governo Regional é o grande responsável pelas finanças da Região, aptidão importante num cenário de dificuldades como o que actualmente se atravessa, no entanto é terceirense, o que pode prejudicar uma boa votação em São Miguel, principalmente se tivermos em conta que a candidata do PSd, berta Cabral, poderá beneficiar de grande simpatia entre os micaelenses. é então que surge Vasco Cordeiro: com 38 anos, o micaelense é jovem, com um percurso sólido no partido, e um claro seguidor de Carlos César. Assegura-se a ideia de renovação, ao mesmo tempo que se garante que o legado do líder será continuado. Eleito deputado em 1996, foi presidente do grupo parlamentar rosa entre 2000 e 2003, altura que se torna secretário regional da Agricultura e Pescas. Em 2004 assume a secretaria regional da Presidência, e, na actual legislatura, sucede a duarte Ponte na Economia. Pasta difícil e que lhe tem trazido alguns dissabores, será por força da responsabilidade inerente às suas actuais funções que a sua imagem tem sido algo desgastada: as questões rela-
cionadas com o sector dos transportes, principalmente os imbróglios com os navios para transporte de passageiros na Região, têm-no deixado algo fragilizado em termos políticos. Apesar disso, na escala da responsabilidade o salto não poderia agora ser maior. Há quem diga que os grandes líderes são insubstituíveis, e César, independentemente da cor política que veste, é um indiscutível grande líder. A Cordeiro, cabe seguir-lhe as pisadas, e dar a cara pelo objectivo socialista para 2012: voltar a vencer as eleições. Agora, a estratégia socialista deverá centrar atenções no sucessor, preparálo para que os açorianos o vejam como um líder capaz de merecer o seu voto. A um ano das legislativas regionais, o tempo urge. beRTA cAbRAl NÃO cOMeNTA cANdIdATURA de vAscO cORdeIRO às PRóxIMAs leGIslATIvAs ReGIONAIs depois do líder parlamentar do PSd/Açores, duarte Freitas, se ter escusado a comentar junto dos órgãos de comunicação social da Região a escolha de Vasco Cordeiro para suceder a Carlos César nas próximas eleições, também berta Cabral preferiu não tecer comentários à decisão do PS/Açores. À margem da visita que efectuou esta semana ao Hospital da Horta, a líder do PSd/Açores não quis deixar qualquer comentário sobre aquele que será o seu adversário directo nas eleições de Outubro de 2012. Para berta Cabral, o PSd/A deve concentrar-se na sua própria estratégia, para garantir uma mudança no cenário político regional: “estamos empenhados numa alternância de Governo; numa mudança de políticas no arquipélago. Está à
vista que há políticas que têm de ser alteradas: é preciso dar sustentabilidade à nossa economia, criar emprego e mais actividade económica. Esse é o nosso caminho. Quanto ao caminho dos outros partidos, cada um escolhe o seu”, disse. Instada a pronunciar-se sobre a possibilidade de Cordeiro ser um adversário mais fácil de defrontar do que Carlos César, berta Cabral considera que “essa questão não se põe”. Em vez de se pronunciar sobre a aposta socialista nas próximas eleições, berta Cabral preferiu reforçar o optimismo social-democrata em relação a 2012: “as pessoas já perceberam que é necessário uma alternância nos Açores. Foi assim em 1996 e será assim em 2012. Estamos cientes disso, e estamos a trabalhar para termos uma alternativa que dê confiança aos açorianos”. Para Cabral, o próprio PS está a dar sinal de que é preciso mudar, com a anunciada candidatura de Vasco Cordeiro. no entanto, a social-democrata considera que não basta “rodar as cadeiras”: “é preciso mudar de políticos e de políticas”, frisa. vAscO cORdeIRO ResPONde A beRTA Ora, o candidato socialista à presidência do Governo Regional não perde tempo, e é já ele que contraataca após as declarações da líder social-democrata. Cordeiro referiu que o PSd “não consegue mudar de políticas nem de políticos”. O actual secretário regional da Economia considera que a sua candidatura “significa que uma nova geração de açorianas e de açorianos responde presente e avança para a linha da frente deste formidável combate pelos Açores”.
1O
OPINIÃO
14 de seTeMbRO de 2O11
Tribuna das Ilhas
OpINANDO ObjEcTIvAmENTE
Armando Amaral
1
Em 7 de Setembro fez 64 anos que uma cruz de nuvens se formou no cimo do Pico pequeno, ou do Piquinho como tenho ouvido ultimamente. não passaria, porém, de mais uma dessas mancheias de combinações sem conto que vem surgindo no alto da montanha, se não tivesse ocorrido na véspera da Coroação da Imagem de Santa Maria Madalena. Por sinal, o extraordinário fenómeno foi assaz visível da Horta, tendo sido mesmo registado em foto que a imprensa faialense deu grande divulgação. nessa manhã, encontrando-se no quartel do Carmo, o Alferes miliciano Mário Salsa, apaixonado pela fotografia, por feliz acaso notou no cimo do Pico algo estranho a darlhe a ideia de erupção vulcânica, e com a máquina à mão nem duas vezes pensou... Mas depois, ao par do acontecido, observou melhor a sua fotografia, concluindo tratar-se do mesmo fenómeno, só que a cruz ainda estava em formação, mas com as hastes horizontais (braços) já bem nítidos.
tÓPiCOS: 1 - Cruz 2 - escola 3 - Companhia 4 – Desopilando Pois é a dita foto que, não correndo mundo como a outra, ilustra este tópico memorativo, a recordar a Cruz que, em 1947, foi vista nitidamente na ponta do Pico.
2
Três freguesias marcaram a minha infância: Praia do Almoxarife, popularmente conhecida de Santo Cristo quando, em 1920, vim a este mundo; Cedros onde vivi quase uma dezena de anos - comunhão, escola e brincadeiras com amigos alguns não esquecidos, e Salão por meu pai ter sido ali professor até ser nomeado Inspector Escolar após a revolução de 26. Morávamos então à Praça, indo de bicicleta para a Escola que funcionava em bonito edifício no centro da freguesia; mantenho ainda bem viva lembrança da festa nocturna por ele promovida. Por sinal, pela vida fora, algo fez com que mantivéssemos contacto com as ditas a que não foi alheio a intensa actividade da Maria João na Acção Católica e nas Escolas Comunitárias e também a nossa
(dos dois) participação na política local através do Partido democratacristão. natural pois a nossa decepção pelo encerramento da Escola do Salão, ainda por cima contra a vontade do povo que acabou por se curvar ao tudo posso e mando... Aliás, um povo que muito tem contribuído para o desenvolvimento da sua Ilha, muito particularmente no campo cultural, a merecer, portanto, da maior atenção.
3
Antes só que mal acompanhado é ditado muito antigo, mas que nem sempre dá razão à sabedoria popular. O caso de Manuel de Arriaga que foi primeiro Presidente da República, naturalmente sozinho, tendo, porém, como boa companhia Teófilo braga no movimento republicano. E se a morte os separou, o centenário voltou a uni-los, mormente na ilha maior, não tendo havido evento oficial em que não fossem juntamente homenageados. Com certeza por ambos serem
considerados figuras salientes da Revolução. Cremos, assim, ter sido o motivo que levou o micaelense Tomaz borba Vieira, ao ser escolhido por Carlos César para pintar os quadros dos políticos em apreço, a manifestar o desejo, próprio de artista, no sentido de ficarem lado a lado, uma vez que a obra iria reflectir a ligação dos ditos em ideal comum. O que agora aconteceu, com a colocação dos quadros em sala do
Palácio de Sant`Ana, residência oficial do Presidente do Governo dos Açores. desta feita, a boa companhia serviu mesmo…
4
no programa "benfica TV', ouvimos a um Vice-Presidente dos encarnados: A minha filha e o meu sogro são do F.C.do Porto, e tudo corre sem problemas! é caso para dizer: Tem sorte de a sogra não entrar no jogo...
indicador: Construção
P
Fernando Guerra
ara uma tomada de decisão de um investidor ou de um gestor público, as fontes estatísticas são a sua ferramenta base, as quais, sendo fidedignas, permitem organizar, planear, legislar, dar orientação de futuro com a frieza dos números. Estes números devem igualmente servir de comparação. Haverá determinados indicadores de que, por exemplo, o Faial esteja melhor do que determinadas ilhas e do que a média regional; nesse caso, o procedimento a adotar consiste em determinar quais as ações que se deve continuar a desenvolver para manter ou aumentar essa prestação honrosa. Esta acção também se deve refletir pelo lado contrário; caso haja indicadores estatísticos de que estejamos abaixo da média regional, deve-se procurar saber o seu porquê e quais as medidas necessárias para inverter tal situação menos positiva. Hoje trago um indicador que costumo consultar no sítio do Serviço Regional de Estatística dos Açores – a construção – e dentro deste, o da venda de cimento por ilha e o dos edifícios licenciados, pois são indicadores que dão a pulsação económica duma região, mas centro obviamente a atenção na ilha do Faial, comparando-a com outras
A cidade da Horta tem mais de 100 imóveis muito degradados (porque não direccionar as políticas de habitação para a cidade?), ainda não temos zona industrial em expansão (apesar de já ter servido para várias campanhas), não temos saneamento básico (que será para os de fora!?), não temos variante à cidade (com oportunidades de edificação, como se verificou, por exemplo, em s. Gonçalo, em Ponta delgada), muitas freguesias não criaram o seu centro (estão iguais), ainda há necessidade de habitação social… ilhas. Sim, podem alguns não gostar da construção, nem do cimento e do betão, mas o desenvolvimento de uma economia está intimamente ligado à construção civil e a estes indicadores, ou seja, quanto maior o consumo de cimento, mais saudável está a economia dessa ilha e quanto maior o número de licenças de habitação, mais atrativo é o território onde se encontram. Ora, estes dois indicadores estão muito abaixo do desejável há alguns anos, principalmente após a reconstrução, tão baixos que, comparativamente, a ilha do Pico, com menos 1000 habitantes que o Faial, tem maior número de licenças de habitação e consome mais cimento. Fazendo uma breve análise, podíamos assobiar para o lado e
dizer que depois da reconstrução o Faial ficou com um parque habitacional renovado, justificando assim esta situação. nada mais errado! Estes números quase insignificantes são muito preocupantes para a economia da ilha do Faial que, como se sabe, não tem muitas oportunidades de gerar valor acrescentado bruto, quase diria que se compararmos a economia ao corpo humano, a construção representa o pulmão, isto é, um órgão que oxigena muitos outros. A construção é uma actividade económica que utiliza meios inertes produzidos na ilha, utiliza meios de transporte que são consumidores de partes, combustíveis e serviços, dinamiza o comércio de materiais, mas principalmente é empregadora de centenas de postos de trabalho
que, com este cenário de pouco consumo, estão verdadeiramente ameaçados. Ainda há muito para fazer, muitas oportunidades que têm de ser desbloqueadas, há que ter a noção de que a construção é o setor em que se aposta em conjunturas de dificuldade, com exemplos conhecidos a nível mundial. A cidade da Horta tem mais de 100 imóveis muito degradados (porque não direccionar as políticas de habitação para a cidade?), ainda não temos zona industrial em expansão (apesar de já ter servido para várias campanhas), não temos saneamento básico (que será para os de fora!?), não temos variante à cidade (com oportunidades de edificação, como se verificou, por exemplo, em S. Gonçalo, em Ponta
delgada), muitas freguesias não criaram o seu centro (estão iguais), ainda há necessidade de habitação social… Os eleitos executivos locais não podem arranjar desculpas, pois nas mesmas condições há quem, em termos comparativos, tenha maior consumo de cimento e maior número de licenças. Assim, em vez de respostas para desculpar a sua incompetência, têm é que arranjar soluções e rapidamente, senão esta ilha vai continuar a definhar. Estes indicadores são um cheque mate ao plano director municipal, ao plano de urbanização e restante burocracia do licenciamento, que é desmotivadora do investimento. Em resumo, fazendo um pequeno diagnóstico a estes preciosos indicadores no contexto económico da ilha do Faial, chega-se à conclusão que o setor vive momentos difíceis, que as oportunidades de investir estão bloqueadas, que os políticos executivos eleitos criaram entraves ao desenvolvimento do setor e, consequentemente da ilha, e não são pró-activos, com tomadas de medidas para inverter a situação, limitando-se a arranjar desculpas para encobrir a sua incompetência e, por último, que o povo faialense, infelizmente, é um povo brando com estes políticos… frgvg@hotmail.com
DEspORTO
Tribuna das Ilhas
14 de OUTUbRO de 2O11
11
FuTEbOL – TORNEIO DE AbERTuRA AFh
FuTEbOL – séRIE AçOREs
fayal Sport no fundo da tabela tudo em aberto para a última jornada sUsANA GARcIA
g O regresso à Série Açores não está a ser fácil para o Fayal Sport Club. depois de dois empates no arranque da prova, os pupilos de Eugénio botelho somaram no passado domingo a sua segunda derrota consecutiva, frente ao Praiense. O Fayal jogou novamente em “casa emprestada”, desta feita no campo do boavista, situação que se irá manter enquanto não acontece a substituição do sintético da Alagoa. Os terceirenses foram mais fortes e marcaram três golos, sem que os Verdes conseguissem dar resposta. nos restantes jogos da jornada, o Guadalupe perdeu os primeiros pontos na Série Açores, ao empatar frente ao Sporting Ideal. O lusitânia, que também tinha somado apenas vitórias até agora, cedeu um empate ao Prainha. O boavista venceu o união em São Miguel, e o águia empatou frente ao Santiago.
FAYAl sPORT clUb Os verdes somam 2 pontos em quatro jornadas
g disputou-se no passado fim-desemana a penúltima jornada do Torneio de Abertura da Associação de Futebol da Horta, em seniores masculinos. O desportivo do Salão voltou a comprovar que o seu regresso à competição sénior está a correr de feição, e foi ao Vale derrotar o Flamengos por 1-3. O Cedrense recebeu e venceu o lajense por 3-1, enquanto que o desportivo da Feteira foi ao Pico defrontar o líder Vitória, que venceu a partida por 3-1. Contas feitas, tudo em aberto para a última jornada: o Vitória é líder, com
9 pontos, seguido do Salão, com 8, e do Cedrense, com 7. O lajense soma 4 pontos, mais um que o Flamengos. O Feteira conta apenas com 1 ponto na competição. na última jornada, que se joga este domingo, destaque para o jogo grande na Restinga, onde o Salão recebe o Vitória. Aos picoenses basta o empate para garantir a taça, no entanto os salonenses prometem não deixar os seus créditos por mãos alheias. Já o Cedrense parece ter a tarefa mais facilitada, já que defronta nas Canadinhas o último classificado. O Flamengos vai ao Pico defrontar o lajense. mP ObOTe.blOGsPOT.cOM
Com sete pontos, lusitânia e Guadalupe continuam na liderança da competição, seguidos do Praiense, com 6, e do boavista, com 5. Prainha, sporting Ideal e Santiago
somam 4 pontos, e Fayal e águia 2. O união Micaelense soma apenas 1 ponto. A próxima jornada realiza-se apenas a 23 de Outubro. mP
FlAMeNGOs vs sAlÃO No vale, os salonenses confrimaram a boa forma no arranque da época 2011/2012
ANDEbOL
SCH vacila com belenenses g O Sporting da Horta deslocouse este fim-de-semana ao pavilhão Acácio Rosa para defrontar o belenenses num jogo a contar para a sétima jornada da primeira divisão de andebol, seniores masculinos.
Os homens da equipa da Horta não foram felizes no reduto adversário e perderam por 31-27. Este sábado, os faialenses recebem no Pavilhão da Horta o Xico-Andebol, pelas 21H00. mJS
ResUlTAdOs
Sporting CP, 26 -FC Porto, 24 Maia ISMAI, 23 – AC Fafe, 26 Xico Andebol, 29 - Á. Santas, 31 São bernardo, 16 – Sl benfica, 28 delta belenenses, 31 - Sporting da Horta, 27
KING
Vitória do feminino na 23.ª jornada g decorreu na passada segunda-feira a 23.ª jornada do Campeonato de King 2011. desta feita, a vitória fez-se no feminino, com lúcia Serpa a levar a melhor sobre os restantes jogadores. António Sousa classificou-se em segundo lugar, e João Garcia foi terceiro. nas contas da classificação geral a competição promete ser renhida até ao final, já que os jogadores que lideram a
tabela estão separados por diferenças pontuais muito pequenas. António Sousa segue em primeiro, e neste momento partilha o pódio com Carlos Vilela, segundo classificado, e Ruben Oliveira, terceiro. lúcia Serpa ocupa a quarta posição, seguida de Mário dutra. A próxima jornada disputa-se no dia17 de Outubro.
Daniela Pinheiro convocada para prova internacional de 21 a 23 de Outubro. Com esta convocatória a atleta contará ainda com um pequeno estágio em lisboa, sob orientação do Mestre bruno Carvalho, de 17 a 21 de Outubro, donde partirá para Espanha. Como já antes noticiamos, daniela Pinheiro foi n.º 1 do Ranking nacional de Iniciados na época 20092010.
fayal destaca-se na competição g decorreu no passado fim-desemana a segunda jornada do Torneio de Abertura de futsal da Associação de Futebol da Horta, em seniores masculinos. A equipa A do Fayal Sport Club venceu o Flamengos por 6-2, enquanto que a equipa dos Verdes bateu o Recreio e Fraternidade por 4-0.
Com duas vitórias, o Fayal A lidera, seguido Fayal b e do Flamengos, que somam 3 pontos na competição. Os albi-castrenses ainda não pontuaram. na próxima jornada, que se realiza este sábado, as duas formações do Fayal encontram-se, enquanto que o Flamengos defronta o Recreio e Fraternidade. mP
vELA
EsGRImA
g daniela Pinheiro, atleta do Sporting Club da Horta, que detém já no princípio da época o 2º lugar do Ranking nacional em Espada Femininos no escalão Cadetes, foi convocada pela Federação Portuguesa de Esgrima a integrar a Selecção nacional de Cadetes em Espada Feminina no Torneio de Amposta em Espanha que se realizará em Espanha
FuTsAL – TORNEIO DE AbERTuRA AFh
na esgrima como na maioria dos desportos Individuais, a Classificação mais dignificante é a posição no Ranking que premeia a regularidade competitiva do atleta. O Campeonato nacional constitui uma das provas do Circuito do respectivo escalão. um atleta poderá ser campeão nacional e não ser convocado para a Selecção nacional. mJS
aRVa organiza formação na Horta g A Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA) organiza este fim-de-semana, na Horta, uma formação para dirigentes desportivos, de nível II. Esta formação arranca hoje, dia 14, e prolonga-se até domingo, dia 16 de Outubro. de acordo com nota enviada às redacções, esta iniciativa tem por objectivos “facultar a informação importante ao funcionamento organizacional do sistema da vela
na Região e no País”, bem como “ o fornecimento de instrumentos e mecanismos ágeis que permitam facilitar o acompanhamento diário do funcionamento dos clubes, da Associação e da Federação”. Esta formação abordará áreas como Contabilidade e Fiscalidade, Estrutura Organizacional, Sistema de Organizações da Vela Mundial, Marketing e Abandono de Prática, e tem uma duração total de 17 horas. mP
12
OpINIãO
14 de OUTUbRO de 2O11
Tribuna das Ilhas
O “estado da união” Maria Patrão Neves
A
união Europeia vive uma situação de crise sem precedentes desde a II Guerra Mundial, a qual motivou remotamente a constituição do que hoje designamos por união Europeia. Trata-se de uma crise financeira, económica, que degenerou numa crise social e que se tem vindo a alastrar a diferentes Estados-membros. Intensificando-se à medida que se expande, esta crise ameaça hoje não só a coesão da união mas a sua própria constituição: a miragem de coesão foi estilhaçada por interesses nacionais e mesmo político-partidários e a sua constituição, supostamente consolidada pela instituição do euro, arrisca-se a desmoronar com o inegável insucesso da política monetária e a possibilidade de insolvência de Estados-membros e sua exclusão da zona euro. Foi neste ambiente adverso, ansioso, impaciente, crispado que o
Presidente da Comissão Europeia, durão barroso, se pronunciou, há uma semana, sobre o “Estado da união”. Relembro ainda o primeiro discurso sobre o “Estado da união”, em 2010, em que durão barroso proferiu uma frase que claramente se destacou pela sua evidência, oportunidade, força e dinâmica prospectiva: a de que os Estados Membros ou se salvam todos, conjuntamente, ou soçobram um a um. A afirmação, que todos devíamos reconhecer hoje como um presságio perspicaz, primou pela sua evidência, dado o carácter óbvio de que se revistia mesmo para os leigos da política; foi também particularmente oportuna, não apenas por ter sido proferida no discurso maior do Presidente da Comissão Europeia, mas sobretudo porque foi elaborado já numa situação assumida de crise, se bem que ainda sem os agravamentos significativos e constantes a que o ano de 2011 foi assistindo; foi ainda uma frase forte, quer pelo conteúdo quer pelo tom, sintonizados a despertar e
mobilizar os mais passivos e sobretudo a dissipar ilusões que alguns políticos forjam para proveito próprio. Em suma, foi uma frase de um presente inalterável e principalmente virada para o futuro que, com ainda mais propriedade, poderia ter sido repetida no segundo discurso sobre o “Estado da união”. Há um ano comentei-a apontando que também para os países maiores contribuintes não há regresso de um projecto europeu em que investiram, em termos de alargamento, integração e unidade, e que a alternativa seria a do próprio fracasso do projecto, que não pode encolher, ser amputado e sobreviver. Por isso, durão barroso voltou a insistir que a resposta à crise actual continua a ser a de reforçar a Europa. é verdade que a resposta da união Europeia a esta prolongada e profunda crise tem hesitante, lenta, débil, e pouco eficaz: hesitante, porque os interesses nacionais, sempre plurais, se têm sobreposto sistematicamente às necessidades da união e esta tem estado sujeita aos equilíbrios e dese-
Como evitar as é gripes
Jorge diniz
Humberto Matos
C
omo sabemos os meses mais frescos são a época forte para este tipo de patologia. Se tivermos certos cuidados podemos muito bem aproveitar estas estações do ano sem termos que ficar doentes. A regra chave para evitar as gripes passa por manter um sistema imunitário forte. Por isso mesmo temos que ter um pouco mais de responsabilidade em manter as nossas defesas equilibradas. Para manter o sistema imunitário equilibrado temos que ter atenção às horas de sono. dormir pouco e “fora” de horas pode desequilibrar o sistema, o que nas manhãs seguintes leva ao consumo excessivo de estimulantes tais como o café, açucares, bebidas energéticas o que enfraquece o sistema. A nossa alimentação também tem grande importância pelo que se devem evitar refeições grandes a noite, evitar o excesso de álcool, carnes, lacticínios e alimentos refinados.
um pouco de exercício físico também ajuda a manter o sistema em “check”. uma caminhada por dia ajuda a desgastar os excessos que temos e ajuda ao corpo a relaxar. Outra coisa que enfraquece o nosso corpo é o excesso de stress, que é também, de acordo com alguns autores, factor de desequilíbrios vários no organismo. Para tonificar o sistema imunitário, aconselha-se a beber chá de gengibre fresco com mel cru. uma chávena deste chá por dia mantém a circulação de energia e de sangue o que previne os resfriados. A equinácea também é conhecida por tonificar as nossas defesas. deve ainda consumir entre litro a litro e meio de água por dia. Terapias como massagem, acupunctura, yoga, meditação, terapia do riso etc são outras técnicas que ajudam na prevenção das gripes. Em suma, basta modificar um pouco o nosso estilo de vida para ter melhor qualidade de vida. dR
verdade! Obra-se na estrada nova que nos leva para norte da ilha ou que de lá nos traz. é claro que obrar agora, próximo de chuvas e ventanias, não seria a melhor altura, mas, obrar, por vezes é mesmo assim, é quando a necessidade obriga! Contudo, ainda bem que se obra e que se obre bem, para que não aconteçam aquelas "obstipações" que as invernias têm trazido nos últimos anos àquela via. bom seria que tivesse havido a preocupação de obrar primeiro nos escassos metros do degradado pavimento da via alternativa, velha porta de entrada e saída da cidade, de seu nome, ladeira da Fernandega, para que agora se pudesse, com segurança
quilíbrios de jogos de força nacionais que não domina, nem controla, mas que a condicionam nas suas opções; lenta, porque totalmente desfasada da dinâmica dos mercados que não só actuam em tempo real mas provocam o futuro próximo, enquanto a união se enreda em querelas antes de actuar; débil porque, sem exprimir a determinação de uma unidade, só consegue implementar acordos minimalistas inexoravelmente insuficientes; por tudo isto, a resposta da união Europeia tem sido pouco eficaz, o que se confirma pelos fracos resultados a que assistimos para controlar a crise financeira e económica que é já hoje também uma crise social em muitos países. As responsabilidades desta situação que hoje vivemos, deste tipo de resposta que a união Europeia tem desenvolvido são múltiplas: são vários os Estados Membros que subordinam os seus interesses nacionais e mesmo político-partidários às necessidades urgentes da união; simultaneamente, o sistema de actuação da Comissão é, por nature-
7.10.2011
estão a Obrar
e conforto, melhor aliviar o trânsito por ela, já de si meio empedernida! Os cidadãos merecem melhor!
O OMA pretende contratar dois técnicos superiores, por um período de 1 ano, renovável, no âmbito do protocolo de cooperação estabelecido entre a Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos (SRCTE) e o OMA, que integra esta associação na Rede de Centros de Ciência dos Açores. áreas de actuação: divulgação e educação científica e tecnológica e educação ambiental, com ênfase em temáticas relacionadas com o meio marinho. Para mais www.oma.pt
za, pesado e moroso, não dispondo de recursos para responder adequadamente à urgência da actual situação; ao mesmo tempo há que sublinhar a indisciplina e irresponsabilidade de vários Estados Membros que não adoptam e/ou não implementam as medidas necessárias para a recuperação, a sua e a da união. A resposta, porém, tem de ser unitária e determinada na evolução para aquisição de mecanismos que permitam intervir rápida e eficazmente neste tipo de situação que hoje vivemos. neste sentido urgem transformações institucionais que capacitem a união com os meios de intervenção necessários, não deixando de garantir a salvaguarda dos interesses específicos das nações. A posição assumida por durão barroso foi positiva; agora importa ver o seu impacto nos diferentes Estados membros e a sua tradução em medidas concretas e eficazes que consigam a proeza de antecipar e prevenir a ditadura dos mercados.
informações
visitar
o
site:
boas Obras! da banda do norte, 07 de Outubro de 2011
NOTícIAs
Tribuna das Ilhas
sEmINáRIO INTERNAcIONAL
a Sustentabilidade do mar através do diálogo: o papel do stakeholders g um dos principais desafios para a sustentabilidade dos oceanos é conseguir que os cidadãos sejam agentes activos e comprometidos com a defesa, preservação e gestão destes recursos. é este o mote do seminário internacional “Sustentabilidade no século XXI: o poder do diálogo”, que decorre a 13 e 14 de Outubro, na Fundação lusoAmericana (FlAd), com o objectivo de encontrar novas formas de motivar e envolver a comunidade, gerando mais e melhores resultados. A liderar o debate estará um conjunto de especialistas nacionais e internacionais, como Mário Ruivo, que exerceu inúmeros cargos e funções relacionadas com o Mar, incluindo ser membro da Comissão Estratégica dos Oceanos, Ricardo Serrão Santos, director do departamento de Oceanografia e Pescas e presidente do IMAR, Stephen
Olsen, director do Centro de Recursos Costeiros da universidade de Rhode Island, e Karl bruckmeier, da Gothenburg university, School of Global Studies, Suécia, que vão também abordar questões incontornáveis ligadas ao futuro e à gestão dos oceanos, e à importância do diálogo entre os agentes internacionais. Como gerar o envolvimento das partes? Como motivar o compromisso e potenciar sinergias? Como assegurar a continuidade de parcerias e potenciar os seus resultados? no decorrer do seminário serão igualmente apresentados os resultados e experiências desenvolvidas pelo programa MARGov, no âmbito da promoção, mobilização e capacitação das várias partes interessadas da área Marinha Protegida luiz Saldanha, ao longo dos últimos três anos. mJS dR
iii bienal de turismo Subaquático dR
g nos dias 14, 15 e 16 de Outubro terá lugar em Santa Cruz da Graciosa, Açores, a III bienal de Turismo Subaquático dos Açores (IIIbTSA) numa parceria entre a Associação Regional de Turismo e a AGRAPROME, Associação Graciosense de Promoção de Eventos. Esta terceira edição vem dar continuidade aos objectivos deste evento em contribuir para a afirmação da RAA dos Açores como destino de mergulho e como palco central para discussão da temática do mergulho quer a nível regional quer a nível nacional. no total haverá oito sessões divididas pelos dois dias de trabalhos abordando as seguintes temáticas: Turismo e
Mergulho, Empreendedorismo associado ao Turismo e Produto; Mergulho como Actividade Sustentável e Ambientes; Saúde e Segurança no Mergulho e, por fim, Aspectos Técnicos do Mergulho. mJS
14 de OUTUbRO de 2O11
13
14
14 de OUTUbRO de 2O11
OpINIãO
Tribuna das Ilhas
A FAIALENsE quE sE TORNOu pRINcEsA (II)
José Armas Trigueiro
O NAMORO Teve A dURAçÃO de TRês ANOs de INceRTezAs Continuação or volta de Maio de 1864 os dabney propiciaram um passeio de Carolina à cidade de bóston, EuA. Ela foi na companhia de Roxana dabney, que afirmaria que fizeram «uma viagem muito agradável, uma viagem deliciosa para Carolina que foi recebida por todos os nossos amigos com a maior cordialidade, o que não era surpreendente, porque ela era um pessoa muito atraente, graciosa e simpática». Em Agosto já tinham regressado à cidade da Horta e cada vez se estreitavam mais as relações entre as famílias dabney e Curry (5). Em Abril do ano de 1865 aquela fragata russa, “dimitri donskoy”, estava outra vez de regresso ao porto da Horta, trazendo novamente o Príncipe Mershersky. Em face desse regresso, Roxana escreveu: «de manhã fui vistitar os Curry. Pobre Carolina, os seus problemas não têm fim, deseja que o ‘dimitri donskoy’ se vá embora. O Príncipe Mershersky parece completamente desesperado, não pode falar com ela por ela não falar francês nem ele inglês» (6). Terá sido durante essa permanência na Horta que o barão Maidell, comandante da fragata, fez aos Curry o pedido de casamento de Carolina para o Príncipe Mershersky. Roxana dabney escreve que Carolina tinha o carácter mais ingénuo e franco que ela já vira. O seu principal conselheiro era o Cônsul Charles W. dabney, a quem ela confiava os mais íntimos sentimentos da sua juventude. Assim, em Junho de 1865 escreveu-lhe em inglês a seguinte carta (7): «Sr. dabney: Caro Senhor. — A bondade e amizade que sempre me mostrou cria em mim o desejo de lhe dar a conhecer a súbita mudança que ocorreu
Chamava-se Carolina Street Curry da Câmara Cabral ARqUIvOs: FOTO JOvIAl
P
O JARdIM dA “bAGATelle” esta é a baía da Horta, ainda antes de ter a doca, semelhante à que existia no tempo em que a fragata russa escalou o porto da Horta na década de 1866.
na minha vida. Roxie [Roxana] deve ter-lhe contado, mas penso que devo ser eu própria a dizer-lhe, que dentro em breve, o Sr. Mershersky regressará ao Faial. Parecerá estranho, a si e a toda a gente, pensar que decidi o meu futuro num tão curto período de tempo. Parecerá um passo muito irreflectido mas fique o Sr. dabney certo de que não o é, os nossos corações são misteriosos e difíceis de entender. A minha decisão de aceitar as propostas que me foram feitas terá diferentes interpretações, menos a única verdadeira. Gostaria de desfrutar da simpatia de todos mas pretendo apenas mostrar os meus sentimentos aos meus amigos e assim devo dizer-lhe, com sinceridade, que só o meu coração é que decidiu esta importante questão, só o meu coração, fique certo disto. Reconheço o risco e sei que posso estar sujeita a muitos contratempos mas estou feliz com o presente e deixo o futuro a deus, em quem sempre depositei a minha confiança. é muito duro deixar o meu país, a minha família e os meus amigos e abrir mão da minha própria língua! Sem dúvida que acredi-
tará que os meus sentimentos são suficientemente fortes para me levarem a abandonar todos os que conheci e amei até ao presente. não pode acreditar, tenho a certeza, de que o fiz por capricho ou por desejo de alcançar uma posição independente ou melhor, só o amor pode obrigar alguém a fazer sacrifícios destes. Que lhe posso dizer mais? Apenas que preciso de conhecer a sua opinião para ser inteiramente feliz. Com muito respeito sou sempre Amiga grata e muito sincera CAROlInA STREET CuRRY» A seguir se transcreve a resposta de Charles W. dabney à carta de Carolina: «Cara menina Curry: Ao regressar [da casa] do Monte Carneiro ontem ao meio-dia encontrei o seu bilhete de ontem, cujo conteúdo me proporciona a prova muito gratificante de que tem consciência dos sentimentos que nutro por si e os aprecia. é verdade que Roxie, sabendo quanto me interessa a sua felicidade, me deu a conhecer as circunstâncias principais que ocorreram neste notável caso. A princípio, confesso, senti-me alarmado no que respeita à sua
felicidade, mas a reflexão levou-me às seguintes conclusões. não é um caso para ser julgado pelas regras comuns de prudência. Os caminhos da Providência não são para ser penetrados pelos conhecimentos dos mortais, pois uma correcta apreciação da nossa insignificância proíbe a presunção de sermos sujeitos da interposição divina. Mas, por outro lado, há alguém que duvide da omnisciência do “Todo-poderoso”? O seu caso é tão extraordinário que é fortemente sugestivo de uma orientação superior e, como exprimiu um desejo de saber quais são os meus sentimentos em relação a ele (desejo esse que aprecio inteiramente), isso permite-me a gratificação de declarar que, tendo a mais perfeita fé na bondade do “Todo-poderoso”, eu teria agido como agiu. Renovando-lhe a certeza &ec… &ec…sou C. W. d.» no dia 24 de novembro de 1865, viajando num vapor que chegou de lisboa, o príncipe Mershersky chegou à Horta, certamente viajando no navio português da carreira. nesse dia os dabney visitaram os Curry e maravilharam-se com a
felicidade que lá encontraram (8). Embora não se saiba, imaginamos que o príncipe tenha passado algum tempo na cidade da Horta. O príncipe deverá ter entrado de férias ou passado à disponibilidade certamente para vir ao Faial casar com a sua amada Carolina. não sabemos quanto tempo permaneceu nesta cidade da Horta dessa vez, mas, ao que sabemos é pouco provável que tenha deixado a ilha durante os meses que se seguiram. na véspera do casamento (14-31866), Carolina escreveu a Charles W. dabney o seguinte bilhete: «Prezado Senhor, - Certa da sua bondade e simpatia que sempre mostrou ter por mim, espero que não me negue o prazer de ser um dos dois padrinhos que quero que participem na minha boda, amanhã à tarde às cinco horas - CAROlInA CuRRY». A resposta por escrito do Cônsul Americano foi imediata: - «Minha querida menina Carolina Curry, dado que confessou de uma maneira tão lisonjeira que tem consciência da minha simpatia, pode imaginar o apreço com que recebi a alta distinção que me conferiu. Fique certa, minha querida menina Curry, da sinceridade com que me subscrevo. Sou amigo obrigado - CHARlES W. dAbnEY» (8). (Continua) bibl: Roxana dabney, 1806-1871, “Anais da Família dabney no Faial”, Volume 3, (2006), co-edição do IAC-Instituto Açoriano de Cultura e do núcleo Cultural da Horta; lima, Marcelino, “Famílias Faialenses”, (1922), pp. 241-245, Minerva Insulana; leite, José Guilherme Reis, “Enciclopédia Açoriana”, Internet, Centro de Conhecimentos dos Açores, ed. da Universidade Católica Portuguesa e do Governo Regional dos Açores; Forjaz, Jorge, e Mendes, António Ornelas, “Genealogias das Quatro Ilhas: Faial, Pico, Flores e Corvo”, (2009), Vol. 1.º, p. 725, e Vol. 4.º, p. 2659, ed. dislivro Histórica. (5). dabney, Roxana, 1806-1871 ,“Anais da Família dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), pp. 200 e 203, ed. do IAC-Instituto Açoriano de Cultura e do núcleo Cultural da Horta. (6). dabney, Roxana, 1806-1871 ,“Anais da Família dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), pp. 218 e 218, ed. do IAC-Instituto Açoriano de Cultura e do núcleo Cultural da Horta. (7). dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), pp. 224 e 225, ed. do IAC-Instituto Açoriano de Cultura e do núcleo Cultural da Horta. (8). dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), pp. 243, e 261, ed. do IAC-Instituto Açoriano de Cultura e do núcleo Cultural da Horta.
DE quANDO Em vEz santos Madruga
Q
uando imaginávamos que o outono tinha chegado, eis que o tempo “nos troca as voltas”, e nos oferece um São Martinho antecipado. no entanto, nesta ou naquela ilha, para não fugir à regra, desabam chuvas que conseguem assustar as pessoas, fazendo prejuízos de monta. O mar, por vezes, lá vai pregando as suas partidinhas, destruindo aqui e ali, parte da obra do novo porto. Mas como as vagas eram superiores a tres metros, os trabalhos recomeçam sem prejuízos, dado que a seguradora resolverá. A nossa baia foi aceite no Clube das Mais belas baias do Mundo, e, segundo
a PROPOSitO De…. consta, pela sua elevada qualidade. Fica situada entre o Monte da Guia e o promontório da Espalamaca, e agora, dentro da doca principal, possui mais três pontões: duas marinas e um novo porto. Era, na realidade, uma bela baia…praia por toda a cidade… Talvez se fosse hoje, com tanto “ambiente”, a nossa avenida seria outra! Agora, diz-se que em terra se fazem monstros de cimento armado, e daqui a algum tempo, o que dirão, do que se faz no mar!? é que esta obra está orçada em 32+2 milhões de contos e parece que no “saco
da doca” se vão gastar ainda mais milhões, num total de 55. O novo porto será utilizado pelos barcos que prestam serviço inter-ilhas em cinco meses do ano, e, em todo o ano, pelos que fazem as viagens do canal Faial/Pico e S.Jorge. não haveria, sem mais conquistas ao mar, outra solução económica e eficaz, tendo, igualmente em conta, o bem-estar dos utentes? Julgo que este investimento não nos trará, nem aumento de passageiros, nem mais turismo. Virá aumentar o transito em toda a cida-
de com todas as consequências que daí advem. Provavelmente será retirado o estacionamento de um dos lados da avenida para facilitar a circulação que o aumento do transito trará. E onde serão estacionados os carros que dali sairão? Irão ser criados novos parques? Aonde? Se até hoje nada se fez? Agora o que sei é que 10% destes gastos dariam para se fazerem os campos de golfe e os respetivos “Clubes Houses”, do Faial e do Pico, onde aí sim, gerariam um fluxo turístico que constituiria, sem dúvi-
da, uma mais e importante valia para estas ilhas. não queremos turismo de “qualidade”!? Então, vamos restaurar as termas do Varadouro, fazer o campo tão prometido, e prepararmo-nos para oferecermos serviços diferenciados, com profissionalismo e requinte. não seria este o melhor caminho? “Chover no molhado” não adianta. Temos é que aproveitar os ventos de feição e embora com diferentes bordos, mantermos a esperança de atingirmos a meta que nos é imposta: - Colocar a ilha do Faial, no contexto açoriano, no lugar que merece e já esteve. Haja Saúde!
INFORmAçãO
Tribuna das Ilhas
14 de OUTUbRO de 2O11
REsTAuRANTE E sNAcK-bAR
UTIlIdAdes
NOssA GeNTe PARTIRAM
FARMÁcIAs
l no passado domingo dia 9 de Outubro faleceu no lar de São Francisco da Santa Casa da Misericórdia da Horta, com 93 anos de idade Rosa Morais Garcia, natural do lugar da Ribeira Funda, freguesia dos Cedros. Viúva de José Silveira Garcia a extinta deixa de luto sua filha Maria Garcia Rosa, casada com domingos Pereira da Rosa e os seus dois netos, o david Rosa e a Marlene Rosa. deixa ainda quatro bisnetos: a Kaya Rosa, a Kamryn Rosa, o Zack Rosa e a Júlia bouza.
AGeNdA cINeMA
AMANHÃ e dOMINGO 21H30 - Filme "Transformers 3" no Teatro Faialense - Hortaludus dOMINGO 17H00 - Filme "zé colmeia" no Teatro Faialense - Hortaludus
AREEIRO • cApELO • TELF. 292 945 204 • TLm. 969 075 947
HOJe e AMANHÃ Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749 de 16 A 22 de OUTUbRO Farmácia lecoq 292 200 054 eMeRGêNcIAs -FAIAl i h p o ~ m i i
número nacional de Socorro 112 bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção Civil - 295401400/01 linha de Saúde Pública 808211311 Centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000
cAbRITO NO FORNO bIFes de lOMbO de PORcO esPAdARTe FRITO OU GRelHAdO
TRANsPORTes - FAIAl jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380
AceitAm-se ReseRvAs
E mEnta Variada todos os d ias
MeTeOROlOGIA
veNdeMOs ReFeIções PARA FORA
eveNTOs
NO sNAck ATÉ 29 OUTUbRO de 2011 exposição "A RePÚblIcA e A cIêNcIA" integrada nas Comemorações Regionais do I Centenário da República Portuguesa e onde são evocados cientistas açorianos desde José Curry da Câmara Cabral (1844-1920, Alfredo bensaúde (1856-1941), Francisco Afonso Chaves (1857-1926), Eugénio Vaz Pacheco do Canto e Castro (1863-1911), Aníbal bettencourt (1868-1930), Manuel Soares de Melo e Simas (1870-1934), Ruy Telles Palhinha (18711957), nicolau Anastácio de bettencourt (1872-1941), José Agostinho (1888-1978) e Aurélio Pereira da Silva Quintanilha (1892-1987) biblioteca Pública A. R. J. J. G.. Organização: Presidência do Governo - direcção Regional da Cultura ATÉ 31 de OUTUbRO de 2011 das 10H00 às 18H00 – exposição "HIsTóRIAs qUe vêM dO MAR" na Fábrica da baleia - Centro do Mar. Organização da CHAM, OMA e Museu da Horta exPOsIçÃO 10H00 às 18H00 - "A bAleAçÃO NO FAIAl- FAse INdUsTRIAl 1940-1984" na Sala das Farinhas da Fábrica da baleia - Centro do Mar. Organização do OMA, Reis e Martins
15
bAR seRvIMOs
ReFeIções lIGeIRAs e PRATO dO dIA
Descanso semanal: TERçA-FEIRA
tEMoS SEMPRE boM PEixE
GRUPO ceNTRAl HOJe Céu geralmente muito nublado. Períodos de chuva especialmente a partir da tarde. Vento sul moderado a fresco (20/40 km/h) com rajadas até 55 km/h. ESTAdO dO MAR: Mar cavado. Ondas sudoeste de 2 metros.
Venha almoçar ou Jantar num ambiente romântico e faça uma visita à JJ Moda e decoração Pronto a vestir
AMANHÃ Períodos de céu muito nublado. Aguaceiros fracos. Vento nordeste moderado a fresco (20/40 km/h) com rajadas até 50 km/h. Mar de pequena vaga a cavado. Ondas norte de 2 metros. dOMINGO Períodos de céu muito nublado. Aguaceiros fracos. Vento nordeste moderado a fresco.Mar de pequena vaga a cavado. Ondas norte de 2 metros.
ViDente-meDium CuRanDeiRO eSPeCiaLiSta em PRObLemaS De amOR telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * fax: 291 232 001
COntaCte O DR. CaSSama Astrólogo espiritualista e Cientista obtém resultados rápidos. Conhecido pela sua competência, eficácia e precisão em tudo o que faz relativamente à Astrologia. Com poderes absolutos e rápidos ajuda a resolver todos os seus problemas, por mais difíceis, ele tem o poder de elucidar e como prever um futuro, recuperação imediata e definitiva do seu amor perdido, protecção, sorte e negócio. Consulta à distância por telefone e carta, etc.
faCiLiDaDeS De PaGamentO estrada Dr. João abel de freitas, 38 b 9050-012 FIcHA
Tribuna das Ilhas dIRecTOR: Cristiano bem edITOR: Fernando Melo cHeFe de RedAcçÃO: Maria José Silva RedAcçÃO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOTOGRAFIA: Carlos Pinheiro
cOlAbORAdORes PeRMANeNTes:costa Pereira, Fernando Faria, Frederico cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, victor dores, Alzira silva, Paulo Oliveira, Ruben simas, Fernando Guerra, Raul Marques, Genuíno Madruga, berto Messias cOlAbORAdORes eveNTUAIs: Machado Oliveira, Francisco césar, cláudio Almeida, Paulo Mendes, zuraida soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, santos Madruga, lucas da silva
PROJecTO GRÁFIcO: IAIC - Informação, Animação e Intercâmbio Cultural, CRl PAGINAçÃO: Susana Garcia RedAcçÃO AssINATURAs e PUblIcIdAde: Rua Conselheiro Miguel da Silveira, nº12, Cv/A-C - 9900 -114 Horta cONTAcTOs: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIl: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com
TÉcNIcA
IMPRessÃO:
Rua Manuel Inácio 9900-152 - Horta
edITOR e PROPRIeTÁRIO:
de Sousa, 25
dIsTRIbUIçÃO: CTT TIRAGeM: 1000 exemplares ReGIsTO: nº 123 974 do Instituto de Comunicação Social
IAIC - Informação, Animação e Intercâmbio Cultural, CRl nIPC: 512064652 ReGIsTO cOMeRcIAl: 00015/011017 (Horta) - Porte Subsidiado GOveRNO ReGIONAl dOs AçORes
Esta publicação é apoiada pelo PROMEdIA - Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada
FUNdAdO 19 de AbRIl de 2002
Tribuna das Ilhas sexTA-FeIRA 4 14 de OUTUbRO de 2O11
www.tribunadasilhas.pt
mOTOcROss
marco Garcia é campeão regional pela 13.ª vez Maria José silva Fotos: carlos Pinheiro g Pela 13.ª vez Marco Garcia conquistou o título de campeão regional de motocross. Garcia validou o primeiro lugar durante a penúltima prova do campeonato, realizada este fim-de-semana na ilha do Faial, prova que pontuou também para o nacional de iniciados e consagrou, diogo Graça, como o novo campeão de Portugal. Face à ausência de Jorge Maricato e Ricardo Freire nesta jornada de encerramento do Campeonato de Iniciados, antes de entrar em pista diogo Graça já tinha a certeza de ser campeão. O piloto celebrou o feito exercendo claro domínio nas duas mangas, nas quais foi destacado vencedor.
na pista do Cedros, alinharam 13 pilotos Iniciados. Além dos triunfos de Graça, na primeira corrida Gonçalo Gil alcançou o 2.º posto, diante de Joana Gonçalves, do açoriano melhor classificado, João Ponte, de André Martins e Henrique benevides. A segunda manga trouxe novidades, porque André Martins chegou ao 2.º posto após despique com Gonçalo Gil. A concorrente feminina, Joana Gonçalves, desta vez foi 4.ª classificada, enquanto no duelo entre pilotos locais, João Ponte ultrapassou Henrique benevides na penúltima volta, para terminar na 5.ª posição. Em acção estiveram igualmente 11 pilotos seniores, na penúltima prova do Campeonato Regional dos Açores. O norte-americano Michael Picone ganhou folgadamente as duas corridas,
secundadas por Marco Garcia, que antecipadamente garantiu aqui a conquista de mais um título insular. nelson Ventura bisou no 3.º lugar, seguido nas duas ocasiões por Manuel Martins e Eusébio Silveira. nesta prova esteve igualmente Hugo Santos, que falhou a primeira manga por não ter colocado a moto no pré-parque no prazo previsto. Já na restante corrida ocupava o 2.º posto, quando desistiu a três voltas do fim com o banco partido. Marco Garcia procurava o seu 13º título de campeão regional, para isso bastava terminar as duas mangas à frente do micaelense nelson Ventura. Com as contas decididas no nacional de Iniciados e no Regional de Elite, a temporada 2011 de Motocrosse termina na ilha de São Miguel no mês de novembro.
esPAçO de PROxIMIdAde A POlícIA AO seRvIçO dOs cIdAdÃOs P P O O
A P.s.P. alerta e informa os cidadãos do seguinte:
l l
• cANNAbIs sATIvA l
í í
vulgarmente denominada de “lIAMbA” (PARTe – I)
c c I I A A d d e e s s
• Cannabis é o género botânico de algumas plantas, das quais a mais famosa é a Cannabis sativa. • A forma herbácea desta droga consiste de flores femininas maturas e nas folhas das plantas femininas.
e e G G U U R R A A
• O cultivo e consumo da Cannabis sativa – folhas e sumidades floridas ou futrificadas da planta - é ilegal em quase todo o mundo, inclusive em Portugal.
N N • A cannabis produz efeitos psicoactiç ç vos e fisiológicos quando consumida, A A sendo os mais comuns de curto prazo, os efeitos físicos e neurológicos, que incluem aumento da frequência carP P díaca, diminuição da pressão do sanÚ Ú gue, diminuição da coordenação psib b comotora, e perda de memória. Os l l efeitos a longo prazo são menos claros. I I c c A A
• A OMS (Organização Mundial de Saúde) atesta ainda que o uso da cannabis comprovadamente prejudica o desenvolvimento cognitivo (capacidade de aprendizagem), incluindo processos associativos, a capacidade de recordar itens previamente escolhidos, o desempenho psicomotor em uma grande variedade de tarefas tais como coordenação motora, atenção dividida e tarefas operativas de vários tipos (como desempenho em máquinas complexas). O uso prolongado de cannabis pode causar prejuízos nas capacidades cognitivas (raciocínio, aprendizagem e resolução de problemas) permanentemente.
Esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.S.P. da sua área de residência ou por correio electrónico: contactos: Telefone - 292208510 Fax - 292208511
PROGRAMA INTeGRAdO de POlIcIAMeNTO de PROxIMIdAde