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sPorting da Horta Joga na Madeira PÁGINA 11
Tribuna das Ilhas
DIRECTOR: MANUEL CRISTIANO bEM 4 NÚMERO: 493
18.Novembro.2o11 Sai àS SextaS-feiraS
1 euro
PROJECTO ANSIADO PELOS FAIALENSES GANHA FINALMENTE VIDA
Casa Manuel de arriaga inaugurada aManHã
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Potenciais do Mar Profundo em debate na Horta
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EDiTorial
aS PerceNtageNS… g Na vida económica e financeira dos países e regiões sempre se utilizaram as percentagens e então hoje, com a avalanche dos documentos mais variados da administração pública – a todos os níveis – e da actividade das empresas, não faltam percentagens de progressos e retrocessos, de ganhos e prejuízos, de avaliações de planos e projectos… enfim uma enfiada de números, por vezes confusa, que não dá ao leitor ou ao consultor uma dimensão completa e rigorosa da informação. E maior é essa falta de rigor naqueles casos em que os valores base do cálculo das percentagens não são mencionados, o que as transforma em elementos numéricos sem significado, desligados, portanto, daquela realidade que se pretende conhecer. Há quem diga – e pessoas entendidas na matéria dos números – que muitas vezes se referem percentagens a torto e a direito, só com a intenção de esconder os valores reais do que se pretende exprimir, tornar público em discurso ou utilizar como argumento de discussão. E dizem que isso é frequente na actividade política. Será mesmo?! Vejamos um exemplo da fragilidade informativa das percentagens sem menção da base numérica em que foram calculadas. Vamos supor que em duas das nossas ilhas houve, num determinado ano, um aumento do número de turistas, em igual percentagem de 5%. Se numa delas o quantitativo de visitantes no ano anterior – base do cálculo – tiver sido de 500 e na outra de 1000, os valores reais do acréscimo são respectivamente de 25 e 50. As mesmas percentagens… mas, só por si, sem corresponderem à realidade…
APOSTA DE JOVENS Eles existem mesmo nesta ilha do Faial… O TRIBUNA descobriu-os e trouxe-os a público, numa extensa reportagem recheada com os seus pensamentos positivos perante a vida, os seus projectos, os seus sonhos… São jovens que têm a plena consciência de que o futuro se define e conquista fundamentalmente com trabalho, um trabalho programado com inteligência, com esforço pessoal e se necessário com algum sacrifício. Jovens empreendedores que também esperam poder valorizar, profissional e até socialmente a terra onde nasceram ou se radicaram, activando o seu sector empresarial, embora com unidades de pequena dimensão. Mauro Ferreira, Emanuel Freitas e Lisa Medeiros são os elementos desta nova geração juvenil que o nosso jornal apresentou e distinguiu, pelo espírito e vontade forte que demonstram na construção de um “amanhã” sustentável que possa permitir a sua realização como membros válidos da comunidade local. Por isso, aqui ficam também os seus nomes, com o nosso aplauso pelo exemplo em que se traduz a sua aposta e com os votos do maior sucesso para os respectivos projectos.
EM DEsTaquE
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Dia NacioNal Do Mar
Prospecção aos minerais no mar dos açores poderá ser uma realidade Maria José Silva Foto: Susana Garcia g Assinalou-se esta quarta-feira o Dia Nacional do Mar, data introduzida pela ONU em 1994. Em Portugal, a data foi marcada com várias actividades no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, e pelo anúncio do Governo da aquisição de um novo navio de investigação oceanográfica. Nos Açores as actividades comemorativas centraram-se no Faial, com um conjunto de palestras inseridas ainda na iniciativa “Open Days” da Comissão Europeia. O objectivo principal destas comemorações passou por transmitir um conjunto de informações e de oportunidades sobre o Mar dos Açores. Steve Scott, da University of Toronto, e Pierre-Marie Sarradin, do IFREMER, foram os cientistas convidados, numa conferência em que foi especialmente debatido o papel da geologia como base do valor e da biologia do mar profundo no futuro da ciência e economia dos Açores. Como complemento a esta sessão foram ainda apresentados os dados finais da Campanha SOS Cagarro 2011, a maior campanha participativa para a salvaguarda de uma espécie de ave marinha em Portugal. Frederico Cardigos, director regional dos Assuntos do Mar, afirmou que é absolutamente determinante a utilização sustentável do mar dos Açores, acrescentando que as autoridades açorianas conhecem perfeitamente o enquadramento de algumas actividades que são realizadas, que têm níveis de sustentabilidade adequados, mas admitiu que são necessários mais dados para questões relacionadas com a prospecção do mar profundo. O director regional dos Assuntos do Mar adiantou ainda que a observação de cetáceos nos Açores já rende anualmente algumas dezenas de milhões de euros, apesar daquela actividade ainda não estar explorada em todas as ilhas. Frederico Cardigos sublinhou, porém, que o estender daquela actividade a todas as ilhas talvez nem seja a melhor opção, uma vez que há “bons resultados” na especialização geográfica encetada por exemplo em Santa Maria, onde quatro
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empresas se dedicam aos tubarões-baleia e às jamantas. Fazendo uma “viagem pelo mundo das oportunidades do mundo marinho dos Açores”, o director regional considerou também que o mergulho subaquático “tem todas as condições para se tornar uma das soluções turísticas de excelência” no arquipélago. Para Frederico Cardigos, o mergulho com tubarões, uma actividade que está a nascer no Faial e no Pico, e o mergulho técnico, que parece querer literalmente submergir nas costas Sul de São Miguel e Oeste da Graciosa, são exemplos de novas actividades que constituem “as cerejas no topo deste extraordinário bolo para escafandristas europeus e norte-americanos”. Cardigos defendeu também a necessidade de rentabilizar o vasto património baleeiro actualmente existente no arquipélago, questionando-se por que razão “quem nos visita não tem acesso fácil a um passeio de bote baleeiro”, por exemplo. Quanto às águas balneares dos Açores, de reconhecida qualidade, o director regional dos Assuntos do Mar advogou ser tempo “dos privados fazerem contas e avançarem, propondo a exploração de algumas dessas áreas”, já que, em sua opinião, “ninguém melhor do que os privados para libertarem a administração desta responsabilidade e transformá-la numa acção totalmente lucrativa”. Frederico Cardigos chamou também a atenção para o facto de se vislumbrar no
horizonte “a obrigação de utilização do gás natural como o meio energético para a navegação marítima planetária associada ao transporte de carga”. Quanto às pescas, o director regional reafirmou a ideia de que “as pescarias açorianas, respeitando os princípios emanados na Política Comum de Pescas, deveriam ser geridas pelos Açores”, já que apenas assim é possível garantir “um esforço de pesca adequado às singularidades ambientais do nosso território e respeitando a equitatividade que todos entendem como adequada”. A finalizar, destacou os passos dados pela investigação científica no conhecimento do Mar dos Açores, muito graças aos esforços desenvolvidos pelos Departamentos de Oceanografia e Pescas e de Geociências da academia açoriana. Já quanto ao mar profundo, Frederico Cardigos reconheceu que precisamos “de mais informação e enquadramento”, adiantando que se há “uma certa unanimidade em relação ao potencial existente”, a verdade é que “ninguém ainda sabe com total clareza qual é esse potencial e como poderá ser utilizado”. PROSPECçãO SUbAqUÁTICA NO MAR DOS AçORES De acordo com Ricardo Serrão Santos “três países foram autorizados a realizar trabalhos de prospecção subaquática no mar dos Açores, tendo em vista procurar minerais preciosos, como o cobre”. O pró-reitor da Universidade dos Açores e responsável pelo Departamento
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de Oceanografia e Pescas explicou na palestra sobre “Uso Sustentável do Mar”, que a Rússia, a China e a Alemanha são os países que já terão recebido autorização para efectuar prospecção subaquática no mar do arquipélago, junto às ilhas e à Dorsal Média Atlântica, situada a sul dos Açores. “Estamos a acompanhar este processo com planos de conservação”, afirmou o investigador, destacando que se tratam de processos que exigem grandes cuidados. “Há um grande interesse neste momento pela exploração comercial do fundo do mar, mesmo em locais de grandes profundidades, como acontece ao largo do arquipélago, onde estão situadas as fontes hidrotermais Lucky Strike, Menez Gwen e Raibow” – adiantou Serrão Santos. De acordo com a sua palestra, a que TRIbUNA DAS ILHAS assistiu, a exploração de cobre no mar profundo “é, neste momento, rentável em zonas como o Oceano Pacífico, onde estão instaladas empresas a efectuar exploração mineral a cerca de mil metros de profundidade.” Registe-se que esta actividade rende, anualmente, mais de 120 milhões de euros. O investigador recordou que a procura de cobre é tão grande, mesmo em Portugal, que quase todos os dias surgem notícias dando conta de roubos de cabos para comercializar o cobre. A eventual prospecção mineral no mar dos Açores continua a gerar, no entanto, muitas dúvidas entre os cientistas e investigadores ligados ao sector, mas também no executivo regional.
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DESTINO “EDEN”
DECISÕES NEGATIVAS
g Há dias, no canal de notícias da SIc – o de maior audiência
g Através dos grandes órgãos da comunicação social chegou-
daquela sociedade de informação televisiva – passou várias vezes em rodapé a seguinte informação: “O Parque Natural da ilha do Faial foi considerado destino de excelência”. Embora já fosse esperado este anúncio após a entrega do respectivo galardão atribuído pela União Europeia, a notícia agora divulgada a nível nacional e internacional pelos grandes órgãos da comunicação social, dá-nos a ideia da enorme repercussão que este facto poderá ter na promoção turística e no futuro, não só desta ilha mas também do Triângulo e da Região Açores em geral.
nos a notícia de que um município do continente – não o identificamos por pudor, tão insólito é o caso – tinha deliberado fazer no próximo Natal uma iluminação das ruas da sede do concelho, a qual iria custar uns bons milhares de euros. E isso levou-nos a pensar que alguma câmara dos Açores poderia sentir-se motivada a seguir o exemplo, acrescido com fogos de artifício para o Novo Ano. Ora, face à grave crise que o país vive, consideramos tais manifestações fora de tempo e quanto ao foguetório a festejar 2012, é mesmo extremamente negativo.
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Exposição de arranjos florais Está patente ao público até segunda-feira, 21 de Novembro, na sede do INATEL na Horta, uma mostra de arranjos florais. Esta mostra resulta de um curso de valorização pessoal promovido pelo INATEL no âmbito das “Oficinas dos Tempos Livres” que decorreu na Horta de 14 a 19 de Novembro. Este curso foi ministrado por Maria do Rosário Rodrigues, florista. g
casa manuel de arriaga inaugurada amanhã
[aconteceu]
ARqUIVO TI
g Depois dos sucessivos atrasos que marcaram a execução da obra, a Casa Manuel de Arriaga será inaugurada amanhã, dia 19 de Novembro, a partir das 14h30. A casa onde nasceu o primeiro presidente eleito da República Portuguesa, na Travessa de São Francisco, foi recuperada e transformada num museu dedicado à República e ao ilustre faialense Manuel de Arriaga. Graças a um forte empenho da sociedade civil, principalmente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta, o Executivo Regional empreendeu o investimento, que surge também como uma forma de celebrar o centenário da República Portuguesa, assinalado em 2010. No âmbito da inauguração da Casa
CASA MANUEL DE ARRIAGA Os andaimes já desapareceram e a casa está pronta a abrir ao público
Manuel de Arriaga, será também proferida a conferência “Manuel de Arriaga: um intelectual político entre o sonho e a realidade”, por António Reis. A confe-
rência tem lugar no também no dia 19, às 21h00, no auditório da biblioteca Pública e Arquivo Regional da Horta. mP
oficina de Natal para crianças na escola Profissional da Horta SUSANA GARCIA
RITA bRAGA A formadora vai orientar esta oficina
g No início de Dezembro a Escola Profissional da Horta acolhe uma ofici-
na de Natal para crianças, orientada por Ana Rita braga.
De acordo com a organizadora, “as crianças terão a oportunidade de desfrutar de um tempo livre de qualidade com muita diversão, criatividade e aprendizagem”. Em nota enviada às redacções, explica que esta se trata de uma actividade “educativa e enriquecedora”: “vamos escutar histórias, fazer muitas perguntas e tentar dar respostas, vamos descobrir, inventar e criar”, refere. A oficina decorre nos dias 3 e 10 de Dezembro, entre as 09h30 e as 12h30, e destina-se a crianças dos 5 aos 11 anos. As inscrições devem ser enviadas para o e-mail aritabraga@gmail.com ou cirurgiao.amarelo@gmail.com, e para o contacto telefónico 962335462 até dia 2 de Dezembro. mP
abóbora com 30 quilos MJS
g Foi nas plantações de Lucas da Silva que cresceu esta abóbora de 30 quilos. Apesar do terreno ficar situado no Norte Pequeno, localidade não muito produtiva, Lucas da Silva diz que “tratando com muito amor e carinho as coisas crescem com vigor”. Já no ano passado este produtor colheu maçãs com 500 gramas cada. Recorde-se que nos EUA foi colhida uma abóbora de 782,4 quilos, recorde do Guiness. mJS
DIA MUNDIAL DA DIAbETES ASSINALADO NO FAIAL g No passado dia 14 de Novembro celebrou-se o Dia Mundial da Diabetes. A ilha do Faial também se associou à efeméride, com o Hospital e o centro de Saúde da Horta a unirem esforços e a organizar uma manhã dedicada a esta temática, na sala polivalente da freguesia dos Flamengos. Medição de glicemia, ensinos sobre diabetes e um pé de dança com chamarritas não faltaram neste evento, que contou com apoios do Novo Nordisk, Life Scan e casa do Povo dos Flamengos. AçORES DISTINGUIDOS EM LAGOS COM GALARDãO qUALITyCOAST PARA 2011 g No passado fim-de-semana os Açores receberam em Lagos, no Algarve, o galardão Qualitycoast referente a 2011, pela qualidade ambiental costeira para um turismo sustentável. A Região atingiu o patamar de nível dourado, que em Portugal partilha apenas com Torres Vedras. Desde a sua implementação em 2007, os prémios Quality coast foram atribuídos a 35 zonas costeiras de 13 países europeus. O galardão é atribuído por um júri independente, nomeado pela coastal & Marine Union, associação que conta com mais de 2.700 membros, oriundos de 40 países e que reúne especialistas das várias áreas científicas que contribuem para o planeamento e sustentabilidade das zonas do litoral. Trata-se de um programa financiado pela comissão Europeia. O galardão foi recebido pelo director regional do Turismo, Miguel cymbron, para quem “este é um momento particularmente importante para os Açores, já que vêem reconhecidos os mais elevados padrões de qualidade ambiental associados ao nosso turismo e de uma forma comparativa com toda a Europa". DIA MUNDIAL DO NãO FUMADOR ASSINALADO NOS AçORES g A Direcção Regional da Prevenção e combate às Dependências assinalou ontem, dia 17 de Novembro, o Dia Mundial do Não Fumador. A data foi celebrada com a distribuição de um pin com a inscrição “Sou Não Fumador”, aos jovens não fumadores, pelas equipas de intervenção nos espaços recreativos nocturnos. No Faial, a tarefa ficou a cargo do projecto Trilhos Saudáveis. Foram também distribuídos pins a gabinetes de Saúde Escolar das escolas do 2º e 3º ciclos e Secundárias de toda a Região. com esta acção a Direcção Regional da Prevenção e combate às Dependências quis destacar os benefícios de uma opção de vida mais saudável, sem os riscos associados ao tabagismo.
[vai acontecer] FORMAçãO COMUNICAR A CIÊNCIA g Vai decorrer hoje e amanhã, na Fábrica da Baleia, uma acção de formação denominada “comunicar a ciência”. Esta sessão está inserida no programa Oceanoscópio Training, em parceria com a Associação Viver a ciência e o projecto nacional comunicar ciência. A realização da formação antevê as comemorações da Semana da ciência e Tecnologia (21 a 27 de Novembro) e do Dia Nacional da cultura científica (24 de Novembro). Assim sendo, biólogos marinhos, investigadores, estudantes das áreas das ciências do mar e jornalistas estarão juntos a analisar e debater a comunicação da ciência. A formação vai ser ministrada por carla Gomes, Ana Godinho, Malcolm Love. AbERTAS INSCRIçÕES PARA O FAIAL FASHION 2011 g Depois da primeira edição, em Novembro de 2010, o Faial Fashion está de volta em 2011. Produzido pela IslandSounds Agency, este ano o evento tem lugar no dia 10 de Dezembro, no Hotel do canal. O objectivo, recorde-se, é criar uma “gala de vertente jovem”, que visa sensibilizar os noctívagos faialenses para uma “cultura fashion e glamorosa” na hora de sair à noite. O Faial Fashion 2011 promete música, dança e animação e, principalmente, muito glamour, já que o ponto alto da noite será o desfile dos candidatos, em traje casual e traje de noite, sendo depois feitas as respectivas avaliações por um júri. Em 2010 o Faial Fashion contou com 15 participantes de ambos os sexos, tendo sido Lara Medeiros a grande vencedora. Em 2011, existem 600 euros em prémios para distribuir pelas três melhores produções. Os interessados têm apenas de escolher um visual “caprichado” e desfilar, depois de terem feito a inscrição. Esta pode ser feita até ao próximo dia 24 de Novembro, no Hotel do canal. CARLOS PINHEIRO
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luís Paulo alvEs
“a europa não pode deixar ninguém para trás” Em bruxelas, o eurodeputado Luís Paulo Alves falou ao TRIbUNA DAS ILHAS sobre as grandes questões que se debatem na Europa e afectam de forma especial os Açores. Pescas, agricultura e aproveitamento dos fundos estruturais foram alguns dos temas abordados, bem como a forma como o velho continente deve encarar a crise que está a deixar de rastos alguns dos estados-membros, como Portugal. Para o socialista, a solução para esta situação passa apenas por uma Europa unida. Texto e Foto
Marla Pinheiro g Quando o faialense Luís Paulo Alves chegou ao Parlamento Europeu, há três anos, a Europa já estava doente. Agora, todos os dias chegam notícias que provam que o modelo europeu está em dificuldades. Depois da Irlanda, da Grécia e de Portugal, as dificuldades da Itália – uma das economias mais influentes do velho continente – mostram que o desequilíbrio entre Estados está a prejudicar a Europa. Luís Paulo Alves reconhece a “falta de competitividade” do modelo europeu em relação aos Estados Unidos ou a economias emergentes como a China ou a Índia. Além disso, a volatilidade dos mercados agudiza as dificuldades. “Temos uma moeda única mas não temos tido condições para manter a união entre os países”, explica. Para o socialista essa união é, no entanto, fundamental, e enquanto a Europa não a encontrar estará “a correr atrás do tempo”.
A atrasar a solução, entende Luís Paulo Alves, estão as visões nacionalistas que começam a surgir: “a Europa não tem possibilidades de sobreviver sem união. Nem a duas velocidades, nem cada um por si. A única hipótese que temos é a de, em conjunto, encontrar uma saída que possibilite manter a posição europeia no século XXI”, defende. Depois do Tratado de Lisboa ter fortalecido a potencialidade de união entre os estados membros ao conferir mais força ao Parlamento Europeu, surgem notícias de que a Alemanha de Merkel e a França de Sarkozy querem negociar com os países do benelux (bélgica, Holanda e Luxemburgo) uma espécie de “Europa a duas velocidades”. No entanto, Luís Paulo Alves entende que no comboio europeu não é sensato deixar carruagens para trás. O eurodeputado lembra que, se no século XX a Europa partilhava com os EUA a preponderância no desenvolvimento económico mundial e nas relações internacionais, no século XXI e com apenas 8% da população mundial – cerca de 500 milhões de habitantes –, será impossível a uma Europa fragmentada competir com as economias emergentes. “Não é possível neste momento deixar ninguém para trás: quer do ponto de vista financeiro quer do ponto de vista estratégico, os países estão ligados. Não temos nenhuma solução de futuro se nos desagregarmos”, frisa.
PESCAS O sector das pescas é um dos mais caros à Região, e merece especial atenção dos eurodeputados açorianos. Para Alves, os Açores, com “muita água e pouco peixe”, têm, acima de tudo, de assegurar a sustentabilidade do sector. Os recursos são escassos, por isso deles devem usufruir primeiro as populações locais, e é precisamente a “articulação entre a sustentabilidade dos recursos e a sustentabilidade das
pessoas que deles dependem” que deve preocupar os responsáveis políticos tanto na Região como na Europa. Outro problema que se coloca aos pescadores açorianos é a disparidade entre os preços a que o pescado sai em lota e a que chega ao consumidor final: “não só na pesca como noutros sectores primários, como a agricultura, existe má distribuição do valor gerado ao longo da cadeia alimentar. Isso advém de uma competição e de um abuso e desequilíbrio de posições nessa cadeia”, reconhece. Para Alves, “os poderes europeus podem legislar para que essas práticas abusivas deixem de poder ser executadas. Depois, podem reforçar o poder das associações de produtores, fortalecendo a sua organização e colocando-as numa situação de maior equilíbrio negocial; dando mais transparência aos termos de troca em cada fase da cadeia de valor”.
AGRICULTURA A agricultura detém 40% do Orçamento da União Europeia, e é um sector estruturante da economia açoriana. Alves é suplente na Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural. Sobre este sector, entende que nos Açores é preciso trabalhar para substituir as importações, uma vez que a Região não tem dimensão para produzir com vista à exportação. O sector dos lacticínios deve, para Alves, continuar a ser encarado como uma grande força açoriana: “produzimos 30% do produto a nível nacional, quando temos 2.5% da população do país”, frisa. Tendo isto em conta, a possível abolição do regime de quotas leiteiras é um tema do debate europeu que interessa aos Açores. Apesar do fim das quotas ser cada vez mais provável, Alves garante que ainda não chegou a hora de deitar a toalha ao chão. No entanto, do ponto de vista interno, lembra que é melhor prevenir que
remediar, e os Açores devem continuar a “fortalecer a capacidade de resiliência” das explorações leiteiras. Nesse sentido, a Europa deve continuar a apoiar os investimentos dos agricultores, e estes devem apostar no aumento das explorações, da produtividade dos seus animais e da sua própria formação. Já do ponto de vista externo, o eurodeputado entende que o trabalho a fazer no Parlamento Europeu passa por insistir na necessidade de avaliar com atenção o impacto de decisões como a abolição das quotas nas Regiões Ultra Periféricas. Além disso, caso o regime seja abolido, Alves defende a luta por outros mecanismos de regulação. Para o socialista, a crise na Europa prova que os mercados precisam de ser regulados, e o sector da alimentação em especial. O eurodeputado defende que, com ou sem quotas, os Açores têm de ser compensados pela distância a que se encontram do centro europeu. “Se os Açores se situassem no coração da União Europeia, junto aos mercados, não teríamos qualquer problema, dadas as nossas excelentes condições” no que à qualidade do produto diz respeito. Ora, “nos não estamos no centro dos mercados; estamos no centro do Oceano Atlântico,
logo o nosso problema é a distância”.
FUNDOS ESTRUTURAIS Os fundos estruturais absorvem cerca de 40% do Orçamento da União Europeia. Enquanto membro permanente da Comissão de Desenvolvimento Regional, Luís Paulo Alves dedica especial atenção a esta questão em particular. Sobre os Açores, o eurodeputado congratula-se com o aproveitamento que a Região faz destes apoios europeus, e assegura que tem escutado vários elogios em bruxelas pela capacidade de utilização destes fundos da parte dos açorianos. “No caso da agricultura, temos a utilização de fundos do POSEI e do PRORURAL em níveis excelentes que contrastam com muitas regiões da União Europeia”, explica, acrescentando que a prova de que a Região tem feito um bom uso dos dinheiros comunitários é a convergência do PIb açoriano para a média europeia: “em 1995 tínhamos 59% da média europeia de PIb e hoje temos 77%. Apesar de sermos uma Região Ultra Periférica temos vindo a crescer mais que a média europeia o que significa que temos feito boa utilização dos fundos e boas escolhas políticas na sua canalização”, diz.
i Jornadas de agricultura biológica - Produtores biológicos ainda são poucos nos açores apesar dos incentivos
CARLOS PINHEIRO
g As Jornadas de Agricultura biológica que decorreram na ilha do Faial, constituíram uma "iniciativa meritória" no sentido de "divulgar e sensibilizar os agricultores para a produção de modo biológico". A opinião é do secretário regional da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues, e foi avançada na freguesia da Praia do Norte, numa declaração à margem daquelas jornadas. Segundo sublinhou o governante, esta iniciativa é igualmente meritória porque, a exemplo que outras acções que o Governo já desenvolveu na ilha do Faial, procura "caracterizar a agricultura faialense como uma agricultura baseada em processos ambientalmente sustentáveis". O número de produtores que se dedica à agricultura biológica nos Açores mais do que duplicou em menos de cinco anos, mas continua a ter uma expressão reduzida no arquipélago, existindo actualmente apenas 46 produtores certificados esta foi uma das conclusões que resultou das
I Jornadas de Agricultura biológica numa organização da Junta de Freguesia da Praia do Norte e da Associação de Agricultores da Ilha do Faial e contaram com o apoio da Adeliaçor, através do programa PRORURAL. A maioria dos produtores, segundo dados divulgados nas Jornadas de Agricultura biológica, encontra-se em S. Miguel (23), seguindo-se S. Jorge (10), Terceira (7) e Faial (6), num total de 263,73 hectares de área cultivada. Em 2006 o número de produtores biológicos nos Açores era de apenas 20, distribuídos por S. Miguel, Terceira e S. Jorge, abrangendo uma área total de 66,5 hectares. Na intervenção que proferiu nestas jornadas, o secretário regional da Agricultura, Noé Rodrigues, recordou a existência de apoios financeiros para incentivar o aparecimento de mais produtores nesta área. “Existe um conjunto de incentivos para
os agricultores biológicos, no sentido de se organizarem, conquistarem mercados e valorizarem a agricultura biológica”, frisou. Por seu lado, o euro deputado socialista Luís Paulo Alves também salientou que a União Europeia reserva, no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), um lote de apoios à produção biológica, dirigidos à comercialização, produção e certificação. Incentivar a produção biológica é também o objectivo das Jornadas de Agricultura biológica, que decorreram no Faial, como sublinhou o presidente da Junta de Freguesia da Praia do Norte, Estêvão Gomes, promotor do encontro. O autarca salientou que as jornadas são úteis para os agricultores que querem “apresentar um produto de qualidade e diferenciado”, mas também para o “cidadão comum, que tem uma horta e ambiciona produzir de uma forma mais ecológica”. “Os Açores possuem condições naturais ímpares, nomeadamente o clima e o
terreno, que são excepcionais para a produção agrícola de forma biológica e que é indispensável aproveitar”, afirmou. A agricultura biológica distingue-se pela forma de produção, que exclui quase todos os produtos químicos e recorre às rotações de culturais, a estrume animal e a resíduos orgânicos da exploração. No ano passado, em Portugal, as vendas
de alimentos produzidos em regime biológico ascenderam a 25 milhões de euros, num mercado que cresce, a nível europeu, entre 10 e 15 % ao ano. mJS com gacS
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rEsTauraNTE E sNack-bar
EMPrEsa faialENsE abrE Nova loja EM PoNTa DElgaDa já No DoMiNgo Em 1980 Elzira Veríssimo abria no Faial a primeira Zimodas. O sucesso da boutique foi imediato, e mais tarde expandiu-se para o Pico (mercado ande actuou durante cerca de duas décadas) e, já na década de 90, abriu uma segunda loja na ilha do Faial. Ao longo destes últimos 30 anos, a Zimodas foi-se afirmando como uma das referências do comércio tradicional da cidade da Horta no que ao vestuário diz respeito. Produtos de qualidade e um atendimento personalizado e centrado no interesse e bemestar do cliente são, para Elzira, o segredo do sucesso. Agora, numa altura em que a crise leva alguns empresários a contraírem a sua actividade ou mesmo a fechar portas, Elzira faz-se valer da veia empreendedora que a fez começar do zero há 30 anos no Faial, e lança-se a um mercado mais competitivo. Este domingo, a Zimodas abre a sua primeira loja em São Miguel. Texto e Foto
Marla Pinheiro g Em vésperas de inauguração, Elzira Veríssimo e a sua equipa não param em ramo verde para tratar dos últimos detalhes antes do grande dia. Com Guido Simas - o seu “braço direito”, como lhe chama – em Ponta Delgada a ultimar as montras da nova loja, Elzira divide o tempo e a atenção entre o Faial e o novo espaço em São Miguel. No escritório da
g As dívidas da Saudaçor e dos três hospitais dos Açores ascendem a 635 milhões de euros. Os números, divulgados pelo Governo, foram conhecidos na passada semana, em resposta a um requerimento apresentado pelo PSD/Açores na Assembleia Regional. O valor da dívida da Saúde a 31 de Dezembro de 2010 representa um aumento de 11,5% em relação a 2009. No que diz respeito especificamente à dívida da sociedade de capitais públicos que gere a saúde na Região, o passivo é de quase 283 milhões de euros. O secretário regional da Saúde já veio no entanto alertar para o que considera ser uma interpretação errada dos números da Saúde. Miguel Correia frisa que estes números “apresentam valores que não devem ser considerados como passivo”, como é o caso de rubricas como diferimentos e provisões ou dívidas entre uni-
Zimodas chega a São miguel loja da Conselheiro Medeiros, entre papéis, cabides, roupas e manequins, explica ao TRIbUNA DAS ILHAS como é que, em tempos de crise, se decidiu aventurar a abrir uma loja na maior ilha do arquipélago: “muitas pessoas de São Miguel que passam aqui compram artigos. Eu ficava admirada, precisamente por virem de uma ilha maior, mas elas diziam-me sempre que gostavam muito dos artigos da Zimodas, e que eu devia abrir uma loja em Ponta Delgada. Foi essa motivação dos clientes que me levou a fazê-lo”, conta. A nova loja, com seis montras e um espaço amplo, é uma grande aposta que Elzira não se coibiu de fazer apesar da crise: “o espaço fica no centro da cidade, na antiga Cinderela”, conta, visivelmente entusiasmada. Neste projecto, da ideia à acção foi um saltinho. A empresária conta que no dia 5 de Outubro foi a São Miguel observar a actividade comercial na ilha, e a decisão ficou tomada: “cheguei à conclusão de que haveria espaço para o meu artigo”, explica. Depois de escolhido o espaço, iniciaram-se as obras, foi necessário voltar ao continente, a Paris e Madrid para escolher artigos e, pouco mais de um mês depois, a loja está pronta para abrir ao público. A festa de inauguração da Zimodas em Ponta Delgada está agendada para a noite de amanhã, no Ateneu Comercial de Ponta Delgada, espaço que fica na proximidade da nova loja. A palavra de ordem para descrever o evento é glamour, ou não fosse este da responsabilidade de Elzira e Guido. Jovens vestidas com trajes da loja, violinos na banda sonora e champanhe para celebrar a nova etapa na vida da empresa prometem mostrar aos micaelen-
arEEiro • caPElo • TElf. 292 945 204 • TlM. 969 075 947
ELZIRA VERÍSSIMO A proprietária da Zimodas não tem medo da crise
POLVO à REGIONAL ses a imagem de marca da Zimodas. Quanto ao futuro, Elzira não quer pensar na crise: “sou uma mulher de fé, e estou muito feliz com o que estou a fazer. Já sinto a crise, é certo, mas mesmo assim levantei a cabeça e vou abrir esta loja. E a crise vai passar!”, diz, optimista. Além disso, Elzira está convicta de que mesmo em tempos de crise, o artigo certo, com qualidade e adequado ao gosto do cliente tem procura. Aos jovens empresários que estão a arrancar a sua actividade no Faial, esta “veterana” deixa alguns conselhos: “tenham muito cuidado nesta altura, é certo, mas não baixem os braços! Pensem que, se tiverem a certeza daquilo que querem fazer, devem avançar cautelosamente, com muita dedicação e trabalho, e sempre atentos ao que se passa à nossa volta”. A Elzira que se prepara para abrir uma loja em São Miguel é bem diferente da Elzira que, com 10 anos, teve de deixar os estudos para ir trabalhar de modista na cidade da Horta. A empresária confessa que ainda hoje não perde o gosto pela costura, e orgulha-se do seu talento para esta área de negócio, que em parte se deve pre-
Passivo da Saúde na região soma 635 milhões DR
dades de saúde. Segundo o secretário da Saúde, a dívida do sector é, sim, de 597 milhões de euros. O governante frisa também que entre
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2009 e 2010 se verificou uma desaceleração da dívida do sector, uma vez que em 2009 se tinha verificado um aumento de 16%, ao passo que em 2010 esse crescimento foi de 11%. mP
cisamente à sua formação de costureira. A procura pela novidade leva-a às grandes cidades europeias para escolher as suas colecções. Elzira reconhece que o isolamento do Faial torna a sua actividade mais difícil, mas não se imagina a fechar a loja na ilha azul e a partir para outras paragens: “gosto de viver no campo e encontrar as pessoas mais velhas, que ainda se lembram dos meus tempos de moça, e que se despedem de mim com um ‘haja saúde’. Gosto muito mais de ouvir um ‘haja saúde’ que um ‘tchau’”, confidencia com uma gargalhada. Além disso, os clientes faialenses são especiais: “tenho clientes que são verdadeiros queridos meus. Em algumas famílias que já atendi pais e filhos, vendi a roupa para ocasiões especiais, como casamentos, comunhões…”, conta. Por tudo isto a marca Zimodas vai passar agora a estar com um pé na Horta e outro em Ponta Delgada, e Elzira promete que vai continuar a organizar eventos de moda no Faial. O próximo desafio é o Dia das Montras, onde a Zimodas promete marcar a diferença tanto no Faial como em São Miguel.
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miSSa 7.º Dia A família de emília Da coNceição PiNto De lacerDa, na impossibilidade de o fazer pessoalmente vem por este meio informar que mandou celebrar uma missa, no próximo sábado, dia 19 de Novembro, pelas 18H00 na Igreja do Santissimo Salvador da Matriz da Horta, por alma desta sua ente querida. Agradece desde já a todos aqueles que queiram assistir a este piedoso acto.
aviSa-Se A pessoa que levou a panela de pressão da Rua da Portela 21 na Feteira, que o dono vai deixar a válvula no mesmo sítio para que possam lá ir buscá-la porque não lhe faz falta sem a panela. obrigado
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Texto e Foto
Susana Garcia g “A JS/Faial entende que os assuntos da Câmara devem ser tratados na Câmara”. A afirmação é do secretário coordenador da JS/Faial, Cliff Silva, na conferência de imprensa que esta organização partidária realizou ao início da tarde da passada sexta-feira, em resposta às declarações públicas proferidas pelos vereadores do PSD na Câmara Municipal da Horta. A juventude socialista mostrou-se indignada com as acusações dos vereadores do PSD, que acusaram a maioria da autarquia de, “por sistema”, “esvaziar de conteúdos as reuniões do executivo”. Para a JS/Faial, estas acusações “não têm qualquer fundamento”. Cliff Silva vai mais longe ao referir que a JS/Faial considera “estas declarações muito graves e completamente inadmissíveis por parte de alguém que foi eleito para representar ao mais alto nível esta autarquia”. “O que depreendemos dessas palavras é que se trata de mais uma postura de alguém que ao fim de dois anos ainda não percebeu o que é um órgão colegial e o que é um órgão democraticamente eleito”, acrescenta. O secretário coordenador da JS/Faial acusa os vereadores laranja de quererem tratar os assuntos da Câmara Municipal na “praça pública” em vez de os tratar nas reuniões de Câmara. “Os senhores vereadores do PSD ou de qualquer outra força política que tenham preocupações
Tribuna das Ilhas
JS/faial acusa vereadores do PSD de “política de bota abaixo” ou gostariam de ver discutidos alguns assuntos, poderiam e deveriam solicitar o seu agendamento em reunião de Câmara”, entende. Cliff Silva salienta ainda que, ao que a JS/Faial apurou, todos os assuntos apresentados pelas diferentes cores políticas foram agendados e levados a reunião de Câmara. “Até hoje os assuntos colocados foram devidamente esclarecidos em reunião de Câmara, como, aliás, nós testemunhámos, e se alguma dúvida persistir sobre esta questão poderão ser solicitadas as actas das reuniões de Câmara que são públicas e estão colocadas online”. O jovem socialista acusou também os vereadores laranja de contradição, quando dizem não concordar “com as práticas arrogantes e autocráticas que ofendem a normalidade democrática”. Cliff frisa a este respeito que, “no sentido de dar mais celeridade aos processos, a Câmara Municipal deliberou delegar competências suas não só no presidente mas também na vereação e esta deliberação foi tomada por unanimidade”. O coordenador da juventude rosa reforça ainda que a posição dos vereadores do PSD “é de nunca votar a favor, visto serem da opinião de que os assuntos que estão delegados devem ser decididos por quem tem delegação e não devem
ser levados a reunião de Câmara”. “Nós não entendemos esta contradição”, salienta. Para Cliff Silva, o propósito da intervenção dos social-democratas visou apenas o aproveitamento da cobertura mediática que daí adveio. DÍVIDA DA CâMARA PREOCUPA JUVENTUDE SOCIALISTA Se a JS/Faial tem uma palavra a dizer sobre a postura dos vereadores municipais laranja, o mesmo não se pode dizer em relação às contas da autarquia.
No final da conferência e questionado pelos jornalistas sobre as recentes declarações públicas do presidente da Câmara sobre os 3 milhões de dívidas da autarquia a fornecedores e a possibilidade do encerramento de alguns serviços como o Teatro Faialense e a piscina municipal, Cliff Silva afirmou estar “sensível” às questões, mas não quis tecer comentários uma vez que não integra o elenco camarário. O líder da juventude rosa no Faial considera no entanto que as verbas em falta por parte do Governo da República
para a Câmara da Horta no âmbito das verbas do IRS – cerca de 1 milhão de euros – seriam muito importantes para ajudar a pagar aos fornecedores. Relativamente à possibilidade de encerrar serviços como o Teatro e a piscina Municipal, Cliff Silva voltou a empurrar a questão para o presidente da Câmara: “é claro que nós não gostaríamos que tudo isto estivesse a acontecer e que de futuro esses serviços tivessem que encerrar, mas tendo em conta a actual dificuldade penso que é algo que o presidente deverá explicar”.
PSD/faial condena gestão socialista pelas contas da câmara municipal da Horta g A notícia de que a Câmara da Horta deve cerca de 3 milhões de euros a fornecedores e de que poderá ter de encerrar alguns serviços municipais motivou uma dura reacção por parte da Comissão Política faialense do PSD/Açores. Em comunicado enviado esta segunda-feira às redacções, Luís Garcia garante que “é com muita preocupação que o PSD acompanha o evoluir da situação financeira da Câmara Municipal da Horta”, que considera ser “o resultado de anos e anos de opções e políticas erradas”. Para o líder laranja no Faial, a gestão socialista da autarquia faialense tem privilegiado “gastos e gastos de dinheiro no acessório, em festa e em folclore político”. Agora, chegou a altura de pagar, e Garcia lamenta que tenham de ser os munícipes e as empresas locais a sofrer as consequências desta situação: “pagam os munícipes com a possível redução dos serviços prestados pela Câmara e pagam as empresas às quais a Câmara deve muito dinheiro”, explica. “Estamos a chegar à versão faialense da gestão socrática que afundou o país!”, alerta o social-
democrata, que não tem dúvidas na hora de apontar o dedo aos culpados: “os responsáveis por esta situação financeira são as sucessivas maiorias absolutas do PS que geriram a Câmara da Horta nos últimos 22 anos”, entende o PSD/Faial, que acusa em especial o actual presidente da Câmara, João Castro, “que pertenceu a diversos elencos” e “não pode querer passar por vítima desta situação”. Luís Garcia entende que o presidente da Câmara quer atribuir esta situação delicada da autarquia apenas à falta de transferência das verbas do IRS pelo Governo da República que, recorde-se, é de cerca de 1 milhão de euros. No entanto, o social-democrata não deixa de condenar o facto dessa transferência não se realizar. Luís Garcia lembra as críticas tecidas ao anterior Governo da República por não realizar a transferência e garante que irá continuar a exigi-la, apesar de, neste momento, isso implicar apontar culpas ao Governo do PSD. “O que é lamentável é a postura do Presidente da Câmara neste processo. Quando o Governo da República era do seu camarada Sócrates esteve
calado e a dizer que o assunto ia ser resolvido nos tribunais. Agora que o Governo da República é da responsabilidade do PSD e CDS-PP grita contra o Governo da República e diz que os tribunais já não servem para resolver o problema. Estas cumplicidades socialistas também são responsáveis pelo desastre financeiro a que chegámos”, frisa Garcia. Os social-democratas entendem que “o processo de descapitalização vem-se agravando há anos, os resultados líquidos negativos do exercício do Município são contínuos e de ano para ano sempre mais graves, os desequilíbrios na estrutura da despesa são antigos e não têm sido remediados, a imprudência na previsão das receitas tem levado a execuções financeiras reduzidas” e terá sido toda esta conjuntura crónica que, a par de “opções de investimento não reprodutivo e gastos desnecessários”, levou “à situação aflitiva por que passa a Câmara Municipal da Horta”. “A falta das receitas do IRS apenas precipitou algo que iria acontecer mais dia, menos dia”, entende o PSD. mP
FERNANDO MENEZES ADVOGADO
JOSé MENEZES ADVOGADO Estagº
Rua Conselheiro Terra Pinheiro, 22 - Horta
Tlm. 960080363/964217691 Email – fernandomenezes@live.com.pt josemenezes@live.com
culTura
Tribuna das Ilhas
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Livro póstumo de Mário Machado Fraião lançado hoje Antes que o sol acabasse, livro póstumo de Mário Machado Fraião (1952-2010) é lançado hoje, sexta-feira, a partir das 21h00, no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional da Horta. A obra, que o autor deixou concluída antes de falecer, será apresentada por Victor Rui Dores. Após a apresentação haverá também momentos poéticos e musicais. g
Safira, De Sara Porto Victor Rui Dores “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” Saint-exupéry, o Principezinho
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aio, com doçura enternecida, da leitura desta narrativa. Não há dúvida: a escrita infantil tem iluminado a vida de Sara Porto, ela que acredita nos sonhos que transformam o mundo e, por isso, vive sob o signo da utopia. As suas sensações são a única realidade que lhe resta, numa altura em que, como escreveu o genial Charlie Chaplin, “we think too much, feel too little”. (“Pensamos de mais, sentimos de menos”). Esta jovem autora, depois de ter dado à estampa Finalmente Árvore (APADIF, 2010), uma incursão no uni-
verso prodigioso da fábula, regressa agora com Safira (APADIF, 2011), uma história tocante que nos fala de Universo, um velho que tem 108 anos, de uma menina, Safira, que desperta para o conhecimento das coisas do mundo ouvindo as sábias palavra do velho, e de Samuel, “um menino que não podia ver com os olhos” e a quem Safira explica a beleza que há num arco-íris… Contrariamente ao que muitos julgam, a literatura infantil não é um género menor. Autores insuspeitos como Afonso Lopes Vieira, João de barros, António Sérgio, Jaime Cortesão, Raul brandão, Aquilino Ribeiro, Adolfo Simões Müller e Sophia de Mello breyner Andresen demonstraram a vitalidade da literatura destinada aos mais novos. Autores contemporâneos como Matilde Rosa Araújo, José Jorge Letria, Maria Alberta Menéres, Alice Vieira, Luísa
Dacosta, Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada entre outros, continuam a reivindicar uma maior atenção à literatura infantil e juvenil. Ora, escrever histórias, contar histórias constitui um factor decisivo tanto na educação estética da criança, como na ampliação e no enquadramento dos inúmeros apelos do seu imaginário. E chamaria aqui a atenção dos pais para a transmissão do gosto pelas palavras. Numa altura em que, nas nossas escolas, assistimos ao fim das Humanidades e à desvalorização da Cultura Literária, é fundamental que os pais contem histórias aos seus filhos. Porque ouvir e ler histórias infantis é entrar num mundo encantador, cheio de mistérios e surpresas – é algo que diverte e ensina as crianças. A fantasia e a imaginação são fundamentais no crescimento dos petizes. Escreveu Einstein: “Se queres que o teu filho seja esperto, conta-lhe histórias de
Harry Potter e os talismãs da morte – Parte 2
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DANIEL RADCLIFFE, RUPERT GRINT E EMMA WATSON Os jovens actores encarnam há dez anos as personagens de Harry, Ron e Hermione
sua demanda por encontrar e destruir os Horcruxes de Voldemort que o tornam imortal ao mesmo tempo que têm de escapar às garras dos implacáveis Devoradores da Morte e ainda manter os elos que os unem. Enquanto is so, a luta entre as forças do bem e do Mal dá origem a uma batalha sem precedentes no mundo mágico que culminará num último duelo entre Lord
zontes e de se ir mais além. Leia-se o Prefácio da autoria de Vanda Ângelo, que também não vê com os olhos mas vê de muitas outras maneiras por certo, e perceba-se a citação em epígrafe que tomei de empréstimo a Saint-Exupéry. Num tempo marcado por muitos ruídos e dissonâncias, há que buscar uma harmonia, uma plenitude e uma transcendência. Ler histórias como esta Safira, que revelam o lado humano das emoções, dos afectos e dos sentimentos, pode ajudar-nos a encontrar um novo paradigma para as nossas vidas. Vou continuar atento ao percurso de escrita de Sara Porto, à sua sensibilidade artística, à sua imaginação criadora, à sua bondade, à sua inocência e ao seu estado de graça. Sim, esta faialense vive “em estado geral de graça” (olá, Herberto Hélder!). O que é uma forma de viver intensamente o presente para preparar o futuro.
“uma vida de emoções” apresentado na Horta
ciNEMa No TEaTro faialENsE
(Dia 19 às 21h30/ Dia 20 às 17h00 e às 21h30; >12) g Depois de anos a apaixonar toda uma geração, a saga Harry Potter chega ao fim no grande ecrã, com o oitavo e último filme sobre as aventuras do jovem feiticeiro criado pela escritora JK Rowling. A Warner brothers fez “render o peixe” e dividiu o sétimo livro da saga em dois filmes. Em 2011, dez anos depois de ser lançado o primeiro filme, fecha-se o ciclo protagonizado por Daniel Radcliffe, que, ao longo das várias sequelas, contou com a participação de actores como Alan Rickman (O Amor Acontece); Gary Oldman (Batman – O Início); Ralph Fiennes (O Paciente Inglês), Helena bonham-Carter (Clube de Combate) ou Robert Pattinson (Crepúsculo). Neste último capítulo, Harry, Ron e Hermione (Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson) prosseguem a
fadas; mas se queres que ele seja inteligente, conta-lhe mais histórias de fadas”. Ao escrever Safira, Sara Porto realizou um trabalho em que precisamente a fantasia e a imaginação têm um papel determinante. Trata-se de uma criação artística, capaz de provocar em nós as mais variadas emoções. Com design gráfico de Nuno brito e Cunha, este livro é ilustrado por utentes do Projecto Moviment´arte, da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF) que dão sentido, estética e autenticidade à narrativa. Há, nos desenhos do livro, uma beleza plástica, um fascínio encantatório que é de saudar. Acoplado ao livro, vem um CD com a narração da história (“audio book”). Esta obra remete-nos para as potencialidades do sonho. Samuel encontra a felicidade quando Safira lhe aponta precisamente os caminhos do sonho e do esforço como forma de rasgar hori-
Voldemort (Fiennes) e Harry Potter. Segundo a profecia, nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver e será agora, na batalha mais negra da sua vida, que o jovem feiticeiro que sobreviveu à maldição da morte terá de fazer o sacrifício final em troca da salvação do mundo. Este é o quarto filme da saga realizado por David Yates.
g Humberto Neves regressou à sua terra natal, o Faial, para apresentar a sua obra “Uma vida de emoções”. Um livro de poesia que retrata “um pouco da minha vida quando deixei os Açores em 1998. Conta um pouco do sismo que vivemos em 1998 e fala da vida nos Açores”. “Uma vida de emoções” é um livro todo escrito em quadras, com excepção da descrição que faz do terramoto. À nossa reportagem o escritor diz que “escrever quadras surgiu por acaso… quando fui viver para o Continente encontrei na escrita uma forma de matar as saudades da terra da família… foi algo que aconteceu.” Esta obra é uma edição do próprio autor que contou ainda que já
o lançou no Porto e a receptividade tem sido muito boa. “Este era um sonho antigo, que
se tornou real, com o apoio da esposa, família e amigos. Uma percentagem da venda, reverte
para uma instituição de solidariedade social, de Vila Nova de Gaia” – explicou. O próximo livro de Humberto Neves já está a ser ultimado. O escritor, sem querer desvendar muito, avançou que “o livro será em quadras novamente e vai abordar temáticas ligadas aos Açores e às minhas viagens”. mJS
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REPORTAGEM
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EuroDEPuTaDo luís Paulo alvEs lEva boMbEiros faialENsEs a
“a imagem mais forte que tenho de Na passada semana, uma comitiva de 23 elementos da Associação Humanitária de bombeiros Voluntários do Faial (AHbVF) esteve em bruxelas a convite do eurodeputado Luís Paulo Alves. Uma passagem pelo Parlamento Europeu, onde ficaram a saber mais sobre o funcionamento das instituições europeias e sobre as políticas da União Europeia que mais influenciam os Açores, bem como uma visita ao quartel dos bombeiros de bruxelas, marcaram esta viagem. Para o anfitrião, esta foi a melhor forma possível de assinalar o Ano Europeu do Voluntariado, que se celebra em 2011. Texto e Fotos
Marla Pinheiro g A noite fria de bruxelas, o avançado da hora e o cansaço da viagem desde a Horta convidam os bombeiros faialenses a descansar no quarto após a chegada à bélgica, a convite do eurodeputado açoriano Luís Paulo Alves. No entanto, já madrugada, os soldados da paz, fardados, aguardam à porta do hotel. Ninguém vai dormir sem antes receber o anfitrião, que também faz questão de dar as boas vindas aos seus convidados. Em bruxelas há cerca de dois anos, o faialense ainda não conhece bem a cidade - à excepção do Parlamento Europeu, onde passa os seus dias -, e demora um pouco mais a encontrar o hotel. Ao chegar, não esconde a surpresa e a comoção ao encontrar os seus conterrâneos fardados à sua espera. As palavras custam a sair, enquanto cumprimenta os bombeiros um por um. No dia seguinte, durante um encontro com os bombeiros faialenses no Parlamento Europeu, Luís Paulo Alves confessa aos seus convidados que se emocionou com a recepção. “E uma enorme alegria, honra e orgulho para mim recebêlos aqui”, refere. Alguns deles são conhecidos do eurodeputado, que em criança cresceu junto do quartel dos bombeiros. Neste Ano Europeu do Voluntariado, prestes a terminar, o faialense quis prestar homenagem aos homens que, ao toque da sirene, largavam tudo e corriam até ao quartel para ajudar quem quer que precisasse do seu auxílio. Num discurso emocionado, Luís Paulo Alves recordou alguns fogos memoráveis no Faial nos tempos da sua infância, e alguns soldados da paz com quem convivia, e que via frequentemente em correrias desalmadas pelas ruas da cidade: “sempre vos vi correr o mais depressa possível para ajudar os outros”, refere. Aos jornalistas, o eurodeputado confessa que a imagem mais forte de voluntaria-
qUARTEL DE bRUXELAS Os bombeiros faialenses seguiram com muita atenção a visita guiada
do é, para si, a dos bombeiros, por isso quis trazer até bruxelas os soldados da paz faialenses. Tratou-se de uma forma de celebrar o Ano Europeu do Voluntariado e, simultaneamente, homenagear os homens que dão tanto de si a troco de nada. “Os bombeiros merecem neste Ano Europeu do Voluntariado uma distinção pelo trabalho que fazem, colocando a segurança das pessoas e dos seus bens em primeiro lugar face à sua própria segurança, e nos dias que correm, onde o individualismo é tão grande, haver um conjunto de pessoas que faz isso, e que o fez ao longo de cem anos, como é o caso dos bombeiros do Faial, é fantástico”. “Não vi melhor forma de fazer essa homenagem a todos os bombeiros da Europa do que através da AHbVF”, referiu. No final do encontro com Luís Paulo Alves, a AHbVF agradeceu o convite, e aproveitou para retribuí-lo, convidado o eurodeputado a integrar a Comissão de Honra do Centenário daquela associação, que se celebra a 16 de Maio do próximo ano, convite a que o faialense acedeu de imediato.
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oMbEiros faialENsEs visiTaM quarTEl EM bruxElas
Para os faialenses, a visita aos bombeiros de bruxelas, na manhã de quintafeira, foi o ponto alto da viagem. Com um efectivo de cerca de 1000 bombeiros, apoiados por 200 funcionários civis, a corporação belga é profissional e assiste uma população de cerca de 1,4 milhões de pessoas, numa área bastante reduzida – 176 quilómetros quadrados -, mas com uma densidade populacional muito eleva-
da. Trata-se de uma realidade bem diferente da que vive diariamente a AHbVF. Os bombeiros faialenses visitaram o maior serviço de luta contra incêndios da bélgica, e puderam ver de perto infraestruturas e equipamentos considerados dos mais avançados da Europa Ocidental. Na qualidade de cidade sede do Parlamento Europeu, bruxelas dá especial relevo às questões da segurança, e por essa razão os bombeiros da cidade contam com equipamento bastante avançado, de fabrico alemão, como explicaram os guias da visita, dois bombeiros da corporação chefiada pelo coronel Charles Schneider. Os bombeiros sapadores de bruxelas contam com um serviço de incêndios com 200 veículos, com a particularidade destes serem adaptados, conservados e reparados por mecânicos do próprio quartel. Contam também com equipas cinotécnicas, equipas de mergulhadores, entre outras. Apesar das grandes diferenças entre os bombeiros faialenses e os belgas, foi possível também encontrar algumas afinidades. Os soldados da paz do Faial encontraram alguns equipamentos semelhantes àqueles que utilizam na Horta, apesar de muito mais avançados, e ficaram a saber que, à semelhança do que acontece na ilha, também no grande quartel belga a maior parte dos serviços está relacionada com o transporte em ambulância. Os bombeiros faialenses tiveram ainda a oportunidade de assistir a um dos exercícios que incluem o treino dos novos bombeiros no quartel belga e viram também um vídeo sobre a rotina dos soldados da paz de bruxelas. O agradecimento aos bombeiros belgas pela recepção esteve a cargo de Hélio Pamplona. O presidente da AHbVF deu a conhecer os bombeiros faialenses, lem-
brando, entre outras coisas, o trabalho por estes desenvolvido na articulação das quatro ilhas servidas pelo Hospital da Horta, e também o facto desta associação contar com elementos que já participaram em missões internacionais. Após a visita guiada e a visualização do filme, os bombeiros faialenses puderam saber mais sobre a abordagem europeia às questões da protecção civil, graças a uma palestra proferida pelo Intendente Paulo de Almeida Pereira, representante de Portugal junto da União Europeia para a cooperação policial, protecção civil e aspectos civis na gestão de crises. De acordo com Luís Paulo Alves, que acompanhou a visita ao quartel, a intervenção das instâncias europeias nas questões da protecção civil é cada vez mais importante, e por isso o eurodeputado quis que os bombeiros deixassem bruxelas mais informados sobre o funcionamento da cooperação na União Europeia no que a estas questões diz respeito. Paulo Pereira falou das competências do Parlamento, da Comissão e do Conselho Europeu no âmbito da protecção civil, e explicou como funcionam os mecanismos da União Europeia para resposta a catástrofes. De acordo com o Intendente, os mecanismos europeus mais visíveis nessa área são um centro de acompanhamento e um centro de monitorização. Estes são accionados quando um estado-membro enfrenta uma catástrofe natural e pede ajuda. Aí, os países com disponibilidade de fornecer os recursos de que o país afectado necessita oferecem a sua colaboração. Esta colaboração extravasa as fronteiras da Europa. Portugal, por exemplo, já colaborou no rescaldo de catástrofes como o tsunami asiático ou o sismo no Haiti.
Actualmente, discutem-se algumas formas de melhorar os mecanismos europeus de actuação no âmbito da protecção civil, não apenas em caso de catástrofes mas também de ajuda humanitária. Os apoios psico-sociais tanto às vítimas como aos agentes que intervêm, o reforço da segurança nuclear e a abordagem à forma de comunicar com o público durante situações de catástrofe são algumas arestas que, segundo Paulo Pereira, estão neste momento a ser limadas. Outra das grandes preocupações da União Europeia é a criação de uma resposta mais abrangente em caso de catástrofe, não apenas humanitária mas também ao nível dos recursos militares e da garantia da segurança das populações. As instâncias europeias tentam também que tudo esteja coordenado de forma a que o apoio às populações possa ser accionado o mais rapidamente possível. No caso do sismo do Haiti, em 2010, passadas apenas 14 horas do sucedido, chegaram ao local equipas belgas e luxemburguesas para auxiliar os sinistrados. O Intendente chamou a atenção dos soldados da paz faialenses para o trabalho feito pela União Europeia em prol desta resposta rápida, trabalho esse que “no terreno não é perceptível”. Esta resposta, salienta, só é no entanto possível com “o valor e a dedicação” das pessoas que, como os bombeiros do Faial, trabalham para garantir o apoio às populações. Por sua vez, Luís Paulo Alves lembrou que os Açores, pelas suas características físicas, necessitam de forma especial de uma protecção civil eficaz. As ilhas, localizadas na Crista Média Atlântica, são uma região sísmica, e caracterizam-se pela enorme distância que as separa do continente europeu, que lhes confere um isolamento que pode dificultar a chegada de apoio em caso de catástrofe.
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Tribuna das Ilhas
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voluntariado é a dos bombeiros”
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Para Luís Paulo Alves, o intercâmbio entre a Região e bruxelas, coração do Parlamento Europeu, é muito importante, especialmente pelo facto dos Açores serem uma região ultraperiférica em relação à Europa. Nesse sentido, entende que os eurodeputados açorianos têm um papel primordial na ligação da Região ao velho continente: “o meu papel é aproximar os cidadãos da Europa”, explica, lembrando que por diversas vezes tem levado comitivas da Região a bruxelas. “Os europeus que vivem nos Açores estão mais distantes os que vivem em bruxelas, Paris ou Londres”, e, nesse aspecto, a ponte entre as duas realidades deve ser feita “com maior intensidade”. “Isso obriga-nos a andar muitas vezes para cá e para lá, não só trazendo cá pessoas mas também levando pessoas da Comissão Europeia e de outras regiões da Europa aos Açores, para que conheçam as nossas realidades e para que na Região se possam debater alguns dos assuntos que são aqui debatidos”, explica.
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A visita ao quartel belga é algo que os bombeiros faialenses que integraram a comitiva não irão certamente esquecer. Atentos às explicações sobre o funcionamento dos bombeiros de bruxelas, os faialenses observaram todos os pormenores com especial atenção e não se coibiram de colocar questões aos responsáveis belgas, graças à ajuda de uma tradutora. Carlos Oliveira, ou chefe Carlos, é bombeiro há mais de 30 anos. Para ele “a visita foi muito produtiva”, e permitiu ver uma corporação totalmente diferente: “têm condições únicas, mas também estão numa cidade grande, com muito movimento, e edifícios muito altos e muito perto um dos outros, o que torna o trabalho muito complicado”, nota. Para o chefe, foi positivo ver que os bombeiros belgas têm algum equipamento semelhante ao que existe na Horta, como o material de desencarceramento. A passagem pelo
LUÍS PAULO ALVES E ÁLVARO MELO O eurodeputado e o comandante dos bombeiros faialenses trocaram algumas ideias durante a visita
Parlamento Europeu foi outro aspecto da viagem que marcou este bombeiro, que faz votos de que os colegas que ficaram no Faial a assegurar o funcionamento do quartel possam também desfrutar de uma experiência semelhante noutra ocasião. Jorge, irmão mais novo de Carlos, é outro dos bombeiros que integrou esta comitiva. Em 2012, quando a AHbVF estiver a celebrar o seu centenário, Jorge estará a comemorar 30 anos ao serviço dos bombeiros. Sobre as razões que o levaram a ingressar na corporação, explica que foi algo que nasceu com ele: “fui criado perto dos bombeiros, o meu irmão era bombeiro… Quando fiz 14 anos meti o requerimento e entrei”, diz. Para além de ser bombeiro voluntário, Jorge integra também as equipas de ambulância profissionais. Fazer da actividade de bombeiro um modo de vida só faz sentido, segundo diz, quando existe vocação: “é algo que nasce com a pessoa, e se não tivermos vocação nem gostarmos do que fazemos nunca vamos ser bons bombeiros”, defende. Também para Carlos Sequeira ser bombeiro é quase uma questão de genética. Com 31 nos, há 7 que ingressou na AHbVF, influenciado pela família: “o meu avô foi segundo comandante, o meu pai foi comandante, os meus irmãos são bombeiros… Viver ao pé do quartel também mexeu sempre comigo e acabei por entrar”, explica. Carlos é bombeiro profissional e trabalha no Aeroporto da Horta. O voluntariado vem depois, e é algo de
PALESTRA SObRE PROTECçãO CIVIL Os soldados da paz ficaram a conhecer os mecanismos da União Europeia para as questões da protecção civil
que não abdica: “quem corre por gosto não cansa e eu tenho muito gosto em ser bombeiro voluntário”, frisa. Conciliar a actividade voluntaria com a vida profissional é fácil. Já com a vida pessoal, a conversa é outra. Para este soldado da paz, é importante equilibrar as águas: há que sacrificar a vida pessoal em função do voluntariado, mas por vezes é preciso também não abdicar do tempo reservado para a família: “quando toca a sirene o instinto é sempre correr. Nas emergências, nas equipas de ambulância, vamos sempre, como é óbvio, mas existem serviços voluntários onde temos de equilibrar a compreensão da família e a compreensão do comando”, refere. A adrenalina que o toque da sirene provoca é algo com que este bombeiro lida desde criança: “quando era miúdo lembro-me da sirene tocar e ver os meus irmãos saírem disparados a correr, e eu também corria para ver sair os carros”, recorda. Hoje, no entanto, confessa que tenta sempre refrear a vontade de acorrer a todo o custo ao quartel: “às vezes esquecemo-nos de alguma responsabilidade. Quando vamos de carro queremos é chegar rápido mas convém não esquecer que estamos a conduzir e é preciso cuidado”, lembra. Ao chegar ao quartel, a confusão instalada, o grito da sirene que ainda toca e a pressa para “apanhar um carro e ir para o local” impedem muitas vezes os bombeiros de pensar, no entanto Carlos frisa que, no caminho para o local, “é tempo de reflectir e pensar naquilo que vamos PARLAMENTO EUROPEU Os bombeiros do Faial visitaram as instalações e reuniram com Luís Paulo Alves
encontrar”. Sobre a visita ao quartel belga, o bombeiro considera que “é sempre proveitoso conhecer realidades diferentes”. Para o comandante dos bombeiros faialenses, a visita ao quartel permitiu conhecer uma “realidade de proporções muito maiores” que o Faial, mas também perceber que na Horta se trabalha bem. “Encontrei algumas semelhanças, por exemplo, na forma de trabalhar das equipas de salvamento e em algum material”, explica Álvaro Melo, que gostaria que os bombeiros faialenses também dispusessem de uma equipa de mergulhadores. O comandante salienta que “o Faial tem bom material e bons operacionais”. “Para mim os meus bombeiros são os melhores de todos”, considera, apelando no entanto a um maior espírito de voluntariado por parte dos efectivos da corporação. Álvaro Melo lamenta o facto de, por vezes, os faialenses “não reconhecerem a importância dos bombeiros”. “No transporte de ambulância as pessoas acham que os bombeiros têm de estar prontos ao minuto e isso infelizmente não pode acontecer. Por vezes vamos buscar o senhor que tem a dor na barriga, a dor de dentes ou a unha encravada, e, em certas situações, para atender a esses pedidos, muitas vezes feitos pelo 112, não podemos atender a situações que até são mais urgentes. No Faial faz-se um uso muito abusivo do 112 e do serviço de ambulâncias”, lamenta.
rEsiDENTE Da aHbvf PEDE sócios
Para Hélio Pamplona, a visita dos bombeiros faialenses a bruxelas não poderia ter sido mais produtiva. O presidente da AHbVF ficou satisfeito por ver que os métodos utilizados pelos belgas são semelhantes, em alguns aspectos, aos dos faialenses: “esta visita mostrou-nos que a metodologia de trabalho dos bombeiros de bruxelas é um pouco semelhante ao que fazemos no Faial, em relação à formação, a forma de trabalho, ao manuseamento das viaturas de emergência e apoio a incêndio…”. “Nos Açores, no que diz respeito aos bombeiros, está-se a trabalhar bem”, considera. No quartel belga, em 1000 efectivos, apenas seis são mulheres. Neste campo, Pamplona congratula-se com a realidade bem diferente do Faial, onde em 52 bombeiros existem quatro do sexo feminino. Tendo em conta que a recruta feminina é muito recente no Faial, o presidente da AHbVF considera-a uma aposta ganha na abertura da corporação à comunidade. À beira de celebrar o seu primeiro centenário, a AHbVF precisa de mais sócios. Hélio Pamplona não se cansa de pedir mais envolvimento aos faialenses, lembrando que, se estes contribuírem financeiramente, ainda que com uma quantia irrisória, para a associação, esta poderá ter uma saúde financeira que lhe permita ser mais autónoma e eficiente na resposta a situações de emergência. O presidente fez questão de salientar o que considera ser a qualidade dos profissionais do serviço de ambulâncias, e de todos os bombeiros da corporação. Esta qualidade compensa em certa forma aquele que é o principal problema da AHbVF: a falta de condições do quartel. “Quando é que se considera necessidade de um quartel digno para o Faial?”, questiona Pamplona, que afirma que a exiguidade do actual quartel é a “preocupação número um” dos bombeiros faialenses. “Quando nos acontecem desgraças como é que os nossos bombeiros, os primeiros a serem solicitados, serão capazes de sair se o interior da cidade estiver bloqueado?”, alerta. Hélio Pamplona frisa ainda que o trabalho dos bombeiros faialenses não se restringe ao Faial, mas pressupõe uma articulação com as ilhas do Pico, Flores e Corvo. “No Pico, por exemplo, a colaboração ocorre várias vezes por dia, quer em termos ambulatórios quer em sistema de emergência”, explica, salientando que esta é a principal razão pela qual se pode afirmar que a AHbVF tem uma “realidade completamente diferente” da das restantes 16 associações de bombeiros voluntários dos Açores. Para o presidente da AHbVF, a viagem a bruxelas foi uma “prenda antecipada” pelos 100 anos da associação: “foi o reconhecer de tudo o que a AHbVF faz; daqueles que iniciaram a associação e daqueles que actualmente nela trabalham, dando um pouco de si em prol dos outros”.
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OPINIãO
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aiNDa HÁ ParaíSoS Herberto Dart
o PlaNo Para 2012: o último de carloS céSar mento e no crescimento, veja as suas verbas reforçadas, enquanto os maiores e mais profundos cortes atingem precisamente as chamadas "ilhas da coesão".
A
propósito do artigo promocional inserto no semanário “Expresso”, pag.18, de 1 de Outubro passado, dedicado ao “Parque Natural do Faial”, como novo destino “EDEN”, recentemente eleito pela Comissão Europeia, afigura-seme tratar-se de um excelente trabalho para a divulgação da nossa ilha. Muito bem concebido, com uma notável foto aérea acompanhada de acertadas e interessantes considerações de personalidades ligadas ao sector. Apreciámos a forma simples e directa como é abordado o tema e registamos o entusiasmo que transparece nas declarações, provenientes de quem conhece e admira as nossas potencialidades.
N
ão foram referidos, na gastronomia, outros produtos do mar além do atum, os quais mereciam também referência especial, não só pela nossa condição de ilha, mas por se tratar de produtos de elevada e impar qualidade. No que se refere às hortênsias (Hydrangea Macrophylla), um grande aplauso para o Director do Parque, pelo bom senso demonstrado em erradicar esta belíssima atracção turística apenas das áreas do Parque. Reparei que não foram referidos, na gastronomia, outros produtos do mar além do atum, os quais mereciam também referência especial, não só pela nossa condição de ilha, mas por se tratar de produtos de elevada e impar qualidade. No que se refere às hortênsias (Hydrangea Macrophylla), um grande aplauso para o Director do Parque, pelo bom senso demonstrado em erradicar esta belíssima atracção turística apenas das áreas do Parque. Na minha opinião de leigo na matéria, trata-se de um produto tão importante para os faialenses, como o milho, a batata doce ou a criptoméria, tendo significativo valor comercial e de imagem, até mesmo quando seca, como se comprova pela sistemática e prematura apanha, nas nossas estradas. Assim, ficam anuladas algumas pretensões radicais que tem surgido ultimamente. Seria muito mais útil e conveniente erradicar definitivamente da ilha os “bom Dia “ (Ipomofa Purpúrea), pois essas sim, são invasoras, infestantes e destruidoras da vegetação endémica. De boa qualidade prática e pormenorizada descrição, a edição, em brochura de divulgação e guia do “Parque Natural do Faial”, complementando eficazmente a promoção jornalística. Horta, 3.11.2011
Tribuna das Ilhas
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Jorge Costa Pereira
O Plano do governo regional para 2012 rondará os 738 milhões de euros, o que significa uma redução de 8% por comparação com o Plano de 2011, que atingia os cerca de 802 milhões de euros. São menos cerca de 64 milhões de euros, o que não deixa de ter significado e importância.
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A expressão dessa redução, no Plano para 2012, por cada uma das 9 ilhas dos Açores é muito díspar: 7 ilhas vêem as verbas que lhe estão distribuídas diminuírem, em comparação com o corrente ano, entre 1,1% (Faial) e 20,7% (S. Jorge); 2 ilhas vêem as suas verbas aumentarem: Corvo (31%) e S. Miguel (4,6%).
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Num cenário de redução significativa das verbas públicas destinadas ao Plano, a expectativa natural de qualquer cidadão era ver essa diminuição expressa de forma muito semelhante em cada uma das 9 ilhas dos Açores, ou, quando muito, de ver as ilhas menos desenvolvidas (eufemísticamente apelidadas pelo governo de "ilhas da coesão") mais poupadas aos cortes. Mas não: os cortes não são para todos. Se exceptuarmos o caso do Corvo, cujo reforço de verba será aceitável no quadro referido, não é compreensível que a ilha dos Açores que mais à frente vai no desenvolvi-
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Cai assim, definitivamente, a máscara e a hipocrisia de um governo cuja prioridade política nunca foi o desenvolvimento harmonioso e integral dos Açores, mas tão só investir em função do potencial número de votos! O Plano para 2012 cavará mais fundo a divergência no crescimento entre as ilhas dos Açores, acelerando o desenvolvimento e potenciando as oportunidades para aquelas que já estão mais à frente, e condenando fortemente à estagnação e ao retrocesso aquelas que mais dificuldades sentem.
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Como já se referiu, as verbas destinadas ao Faial no Plano para 2012 têm uma redução pouco significativa (1,1%) por comparação com 2011. Os investimentos mais generosamente contemplados são a obra do Porto da Horta (11 milhões de euros), o bloco C do Hospital (7,3 milhões) e a reparação da EbI da Horta (5,2 milhões). Complementarmente, refira-se a verba de 1,3 milhões de euros previstos para a única intervenção significativa anunciada nas estradas do Faial: a reabilitação da estrada entre o Vulcão e a Praia do Norte, incluindo o ramal da Fajã.
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Já aqui nestas páginas chamei a atenção para o relativo logro que é focalizarmos excessivamente a nossa atenção nos Planos do Governo, esquecendo outros dados, esses sim muito
mais significativos e reais. É que o Plano do Governo é uma previsão e uma manifestação de intenções. Se os Planos fossem executados, se as verbas previstas para cada ilha fossem nelas efectivamente investidas, estaríamos no registo certo e os Planos mereceriam máxima credibilidade. O problema é que anualmente, por esta altura, vamonos todos entretendo com esta calculada gestão de expectativas e poucos se debruçam sobre os relatórios anuais de execução dos planos, onde, aí sim, se avalia se aquilo que foi inscrito em cada ilha e na Região, foi ou não efectivamente executado, gasto e, desse modo, cumprida ou não, a intenção que estava no Plano desse ano. Ora, compulsando aqueles documentos, rapidamente se conclui quão longe estamos das promessas inscritas nos Planos. Se analisarmos os últimos 5 anos de que já são conhecidos os respectivos relatórios de execução, rapidamente verificamos que, entre 2006 e 2010, as verbas efectivamente executadas, isto é gastas, investidas, representam, naqueles anos, entre 53% e 58% das que estavam inscritas nos respectivos Planos. Estas baixas execuções dos Planos, penalizam fortemente o Faial. basta verificarmos que entre os anos de 2006 e 2010 (os últimos cinco de que se conhecem os relatórios de execução) o governo regional aprovou e inscreveu nos planos daqueles anos para a ilha do Faial um total de cerca de 238 milhões de euros. Mas, na realidade, as verbas efectivamente investidas e gastas nesse conjunto de anos chegaram apenas aos cerca de 129 milhões de euros. Isto é,
responsabilidade Frederico Cardigos
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ezam os pergaminhos ecologistas que, a par de uma sociedade democrática, deve-se assentar o progresso no desenvolvimento sustentável. Isso significa, segundo está estabelecido, que os aspectos ambientais, sociais e económicos devem estar a par e não são hierarquizáveis. Ou seja, não é possível sacrificar o ambiente a favor de um maior rendimento (economia) ou de um maior índice de emprego (sociedade) ou vice-versa. Segundo este modelo, são as instituições que devem garantir a sua aplicação. Invariavelmente, tentar corromper um destes pilares acarreta uma factura a pagar no futuro. Há diversos exemplos de como se entra num clima de estabilidade quando é respeitado o desenvolvimento sustentável e, por outro lado, como as sociedades regridem, declinam ou mesmo se auto-aniquilam quando tentam favorecer um dos pilares. Desde o momento em que foram aprovados para uso planetário, o que aconteceu na Cimeira do Rio em 1992, os pilares do desenvolvimento sustentável têm sofrido algumas adaptações conforme o
interesse ou a abordagem, mas, passado pouco tempo, volta-se à sua fórmula fundamental. É difícil, de facto, chegar a um novo conceito tão simples e tão eficiente como o do desenvolvimento sustentável na sua versão original. Para mais, é um conceito que ganhou aceitação global. Recentemente, numa Cimeira organizada em Lisboa, chegou-se ao entendimento que era essencial criar um novo pilar relacionado com a Cultura. A Cultura está, por enquanto, inserida no pilar Social, mas, defendeu-se e com razão, que os aspectos culturais são demasiado importantes para que não tenham uma ênfase particular. Apesar de entender e ser solidário, tenho dúvidas que se alcance um novo entendimento que seja tão abrangente e consequente como aconteceu na fórmula original, dado o seu enorme sucesso. Independentemente das consequências, é importante destacar os aspectos culturais como prioritários, principalmente num planeta em conformação, formatação e uniformização galopantes. Um dos melhores atributos que a humanidade tem e que lhe deu uma enorme capacidade de adaptação é a diversidade. Com a imposição do inglês como língua franca, duas ou três religiões dominantes e duas unidades
monetárias (dólar e euro), torna-se difícil manter a diversidade. Na Cimeira de Joanesburgo, tentou-se aperfeiçoar a componente da responsabilidade e às Instituições, vistas no sentido governativo, acrescentaram-se os cidadãos e as empresas. Com este interessante passo, tentou-se expressar a importância das grandes empresas em relação à situação global. O resultado é interessante e, caso tenhamos esse trabalho, verificaremos que hoje em dia, qualquer grande empresa tem um gabinete ou serviço dedicado a esta extensão. Fiz o teste e reparei que a maior empresa do mundo em bebidas com cola, logo na entrada do seu ecrã principal na internet, faz um apelo ao salvamento dos ursos polares. No site de uma enorme empresa de telemóveis havia uma ligação para o Ambiente em que, de uma forma brilhante e intuitiva, eram demonstradas as preocupações ambientais daquela empresa. No caso de uma companhia de pastas de dentes, para além de uma ligação ambiental, também havia um código de conduta que expressava as preocupações da empresa a nível ambiental e social. Ou seja, parece-me que as preocupações com o desenvolvimento sustentável a nível institucional e empresarial estão a
em 5 anos, o Faial viu esfumarem-se 109 milhões de euros, entre as promessas dos Planos e a sua efectiva execução e concretização! Convenhamos que é muito dinheiro!!!
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O Plano de 2012 encerra o ciclo político da governação de Carlos César nos Açores. Ao fim de 16 anos e ao fim de mais de 5,7 mil milhões de euros que teve à sua disposição nos Planos, Carlos César deixa o governo dos Açores naturalmente com obras feitas em todas as ilhas, e com investimentos importantes e estruturais realizados, mais numas do que noutras. Mas, principalmente, Carlos César (e as suas equipas de secretários regionais, onde avulta o "herdeiro" Vasco Cordeiro, que já tutelou 3 áreas) deixa a quem o suceder à frente do governo dos Açores, uma região menos coesa, onde as fracturas do desenvolvimento estão mais expostas, onde o desafio demográfico está a ser perdido e onde o futuro é mais difícil e sombrio. A marca indelével que Carlos César deixará nos Açores será a de ter contribuído como ninguém, numa época de dinheiro fácil e em abundância, para acentuar as discrepâncias no desenvolvimento entre as ilhas, promovendo investimentos desligados de um planeamento que suportasse uma verdadeira política de coesão e de harmonia no crescimento dos Açores. E quem com ele colaborou neste indesejável resultado, não é solução para o futuro de mudança que se espera e deseja! 14.11.2011
ter consequência. No caso das empresas, parece-me ainda estar demasiado orientado para a promoção das próprias empresas, mas pode ser uma impressão minha. Agora, mais importante ainda, e com um longo patamar de evolução está o envolvimento individual. De facto, a nossa responsabilização para com o desenvolvimento sustentável ainda tem um longo percurso pela frente. Estas palavras, apesar de estarem a ser repetidas por mim e com total solidariedade, foram ditas há poucos dias pelo Presidente do Clube de Roma, Dr. Ricardo Diez-Hochleitner, com enorme emoção. Segundo ele, “é impensável estarmos perante um momento em que sabemos quais são os problemas, temos as soluções tecnológicas, temos dinheiro para os investimentos e não os fazemos apenas porque estamos demasiado confortáveis a não pensar nesses assuntos”. Não podia dizer melhor. É tempo de, enquanto cidadãos, exigirmos e empenharmo-nos para que sejam dadas respostas que invertam o aquecimento global, a perda de espécies, o incremento das bio-invasões, a fome que grassa por grande parte do planeta, a diminuição radical da mortalidade infantil, etc., etc… Se falharmos, falhamos todos, portanto, o empenho tem que ser de cada um. Temos tudo para ser felizes, basta apenas que haja empenho e que este seja global!
DEsPorTo
Tribuna das Ilhas
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fuTEbol – sériE açorEs
aNDEbol – caMPEoNaTo NacioNal
Sporting da Horta vai à madeira fayal recebe ideal DR
g Na última jornada da primeira divisão do Campeonato Nacional de Andebol as coisas voltaram a não correr bem ao Sporting da Horta. A tarefa dos faialenses não era fácil, já que consistia numa deslocação a casa do líder. Os pupilos de Filipe Duque bateram-se mas não foram capazes de contrariar a supremacia do Águas Santas, e acabaram por perder o jogo por 30-26. O Águas manteve assim a liderança, enquanto o Sporting da Horta segue na
oitava posição da tabela, com 19 pontos. Nos outros jogos da jornada, destaque para o clássico Sporting/benfica, com os leões a vencerem por 26-17. Com esta vitória o Sporting ascendeu ao segundo lugar da tabela classificativa, com 29 pontos – a 1 do líder -, enquanto os encarnados se ficam pela quarta posição, com 28. O belenenses venceu o São bernardo por 35-20, e o Xico Andebol
caiu em casa frente ao AbC (28-36). A turma do Restelo é sétima, com 22 pontos, o São bernardo é nono, com 17, o Xico segue em último com 14 e os bracarenses ocupam a quinta posição, com 25. O Porto bateu o Fafe no Dragão (4318), e segue em terceiro lugar, com os mesmos pontos do Sporting. O Fafe é penúltimo, com 14 pontos. O Madeira SAD venceu o ISMAI na Maia por 2124. Os madeirenses ocupam a sétima posição da tabela, com 23 pontos, e o ISMAI é décimo, com 14. Na próxima jornada o Sporting da Horta defronta o Madeira SAD. O jogo está agendado para amanhã, sábado, a partir das 16h00 (hora dos Açores), na Madeira. O belenenses recebe o ISMAI e o Xico Andebol defronta o São bernardo. O benfica ruma ao norte para defrontar o Porto, e o Sporting recebe o AbC. O líder Águas Santas recebe o Fafe. mP
fuTEbol – caMPEoNaTo afH
ObOTE-bLOGSPOT.COM
GRUPO DESPORTIVO DO SALãO A equipa da Restinga prova a sua força a cada jornada
12 pontos, seguido do Vitória e do Flamengos, ambos com 7. Cedrense e Feteira somam 4 pontos, enquanto
g Amanhã, a partir das 16h00, o novo piso sintético da Alagoa recebe o seu primeiro jogo. Trata-se de uma partida em atraso da sétima jornada da Série Açores, que opõe o Fayal Sport ao Sporting Ideal. Os Verdes da Alagoa vão assim jogar em casa pela primeira vez esta época, e estrar um campo com as medidas oficiais exigidas para as competições nacionais. O Fayal Sport ocupa neste momento o penúltimo lugar da tabela classificativa, com 5 pontos, enquanto que os micaelenses estão na sétima posição, e somam 7 pontos. Na última jornada, os Verdes foram à Terceira defrontar o líder Lusitânia, e saíram derrotados por 2-0. Nos outros jogos da jornada, o Prainha venceu o Guadalupe por 2-1, o boavista caiu em casa frente ao
Praiense (0-3), o Santiago venceu o Ideal por 2-1 e o União Micaelense celebrou a sua primeira vitória ao derrotar o Águia por 3-0. O Lusitânia é líder isolado com 22 pontos, seguido do Praiense, com 16, do Santiago, com 14, e do Guadalupe, com 11. O Prainha é quinto, com 10 pontos, seguido do boavista de São Mateus, com 9, do Sporting Ideal, com 7 e do União Micaelense, com 6. Como já foi referido, o Fayal ocupa a penúltima posição, com 5 pontos, seguido do Águia, com 2. De notar que Fayal, Ideal, boavista e Guadalupe têm menos um jogo. Este fim-de-semana, para além do jogo que opõe os faialenses ao Ideal, joga-se na Graciosa o Guadalupe/São Mateus. mP
fuTsal – TorNEio DE abErTura afH
Salão imparável é cada vez mais líder g No passado fim-de-semana jogou-se a quarta jornada do Campeonato da Associação de Futebol da Horta, em seniores masculinos. O jogo grande da semana opunha o Desportivo do Salão ao Vitória do Pico, primeiros classificados na competição. A jogar em casa, os salonenses mostraram mais uma vez o excelente momento da equipa, e venceram os picoenses com 2 golos sem resposta, isolando-se no comando do campeonato. Nos outros jogos da jornada, o Flamengos foi ao Pico vencer o Lajense com um golo sem resposta, e colou-se ao Vitória na classificação. Nas Canadinhas, Feteira e Cedrense empataram sem golos. Nas contas da tabela o Salão soma
no jogo inaugural do novo sintético
que o Lajense é último, com 1 ponto. Este fim-de-semana há pausa no campeonato. mP
oitava jornada joga-se este fim-de-semana g No passado sábado jogou-se a sétima jornada do Torneio de Abertura de Futsal da Associação de Futebol da Horta, seniores masculinos. A equipa A do Fayal Sport Club goleou o Recreio e Fraternidade de Castelo branco por 11-1, enquanto que o Fayal b perdeu frente ao Flamengos por 1-2. O Fayal A continua a somar apenas vitórias na competição e conta já com 21 pontos. Segue-se-lhe a equipa b e o Flamengos, ambas com 9 pontos. O Recreio e Fraternidade soma 3 pontos.
Este sábado o Fayal A enfrenta o Flamengos e o Recreio e Fraternidade joga com o Fayal b. mP DR
kiNg
carlos vilela assume a liderança g Manuel Campos foi o líder da 26.º jornada do Torneio de King 2011 - Império bonança-Grémio Literário Artista Faialense que se disputou no serão da passada segunda-feira, dia 14 de Novembro. Nesta jornada Luís Cardoso ocupou a segunda posição do pódio e empurrou José Leitão para o terceiro lugar da tabela. Contas feitas e depois de uma grande luta entre os dois primeiros classificados da geral, Carlos Vilela e António Sousa, Vilela não deixou os seus créditos fugirem por mãos alheias e venceu por 342,4 pontos mais 1,7 que António Sousa, o segundo
DR
classificado da geral. A terceira posição foi ocupada por Ruben de Oliveira, posição esta que mantém desde a última jornada. A próxima e última jornada joga-se na segunda-feira, 21 de Novembro.
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oPiNião
Tribuna das Ilhas
rETalHos Da Nossa HisTória - cx
a criação do distrito da Horta e a incompetência do primeiro governador
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Fernando Faria
ircunscrição administrativa do reino e ilhas adjacentes, o distrito foi criado pela lei de 25 de Abril de 1835, no reinado de D. Maria II (1834-1853), na sequência da revisão da célebre reforma de Mousinho da Silveira, de 1832. O País foi então dividido em dezassete distritos administrativos, que agrupavam um certo número de concelhos e tinham a chefiá-los um magistrado de nomeação régia que se denominaria governador civil. Contrariando as justas expectativas das gentes das ilhas de Faial, Pico, Flores e Corvo, aquele diploma de 1835 apenas estabelecia duas divisões administrativas nos Açores, sucedâneas das províncias criadas por Mouzinho da Silveira: a Oriental, com sede em Ponta Delgada e que abrangia as ilhas de São Miguel e Santa Maria e a Ocidental, com capital em Angra e que integrava as outras sete. Não esmoreceram, porém, os habitantes daquelas quatro ilhas nos seus propósitos de se libertarem definitivamente da asfixiante tutela de Angra que – importa recordá-lo – remontava a 1766, quando lá fora sedeada a Capitania Geral e que, em conformidade com as directrizes centralistas do Marquês de Pombal seu instituidor, se teoricamente unificava o arquipélago, na prática beneficiava a Terceira em detrimento das outras par-
celas açorianas. Era este, desde há muito, o argumento que aglutinava as forças vivas das zonas abrangidas pelas cidades de Ponta Delgada e Horta. Foi, portanto, em resultado desse constante porfiar que, finalmente, foi publicado o decreto de 28 de Março de 1836, estabelecendo três distritos administrativos nos Açores. Documento com apenas três artigos, tem interesse transcrevê-lo, até como homenagem a quem nunca desistiu nem se submeteu:
D
. Maria por graça de Deus rainha de Portugal e dos Algarves (…) Fazemos saber a todos os nossos súbditos que as Cortes Gerais decretaram e nós queremos a lei seguinte: Artigo 1.º - O arquipélago dos Açores é dividido em três distritos administrativos e fiscais: Distrito de Ponta Delgada, composto das ilhas de São Miguel e Santa Maria, tendo por capital a cidade de Ponta Delgada; Distrito de Angra, composto das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, tendo por capital a cidade de Angra; e distrito d Horta, composto das ilhas Faial, Pico, Flores e Corvo, tendo por capital a cidade da Horta. Artigo 2.º - Cada um destes distritos, para o facto da eleição dos deputados constituirá uma província: o distrito de Ponta Delgada conservará o nome de província oriental dos Açores; o distrito de Angra será denominado província central dos Açores; e o distrito da Horta o de província ocidental dos Açores. Artigo 3.º - Fica revogada toda a legislação em contrário. Mandamos, portanto, a todas as
autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e guardem e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém. O Secretário de Estado dos Negócio do Reino a faça imprimir, publicar e correr. Dada no palácio das Necessidades em 28 de Março de 1836 Rainha com rubrica e guarda. – Luís da Silva Mousinho de Albuquerque
C
ontemporâneo deste acontecimento, o faialense Silveira Macedo regista ter chegado “finalmente a grata notícia de estar a ilha elevada a capital do distrito ocidental dos Açores”, o que deu azo a grandes festejos com destaque para a celebração na Matriz de “uma solene missa e Te Deum, a que concorreu imenso povo, além das autoridades e funcionários públicos”, e “no fim deram as descargas do estilo o regimento de infantaria e uma companhia de voluntários”1. Também coevo da criação do Governo Civil do Distrito da Horta, José Curry da Câmara Cabral – político, proprietário e capitalista – em carta de 16 de Abril de 1836 dirigida ao deputado António José de Ávila (futuro duque de Ávila e bolama) testemunha a grande satisfação que aquele facto lhe causou. Diz ele, a certo passo: Com o maior prazer vi afinal decidida na Câmara Electiva [Câmara dos Deputados] a nossa Independência, sentindo que na parte Eclesiástica ainda ficasse suspenso, porquanto eliminado o Bispado de Angra, muito poupava a Nação, sendo-nos suficiente Ouvidores com mais amplas autorida-
des e podendo ir os Ordenandos a Lisboa, o que lhes não será mais penoso que ir a Angra, ao mesmo passo que indo ver a Capital, sempre e só nisso ganham mais alguns conhecimentos e ao menos podem fazer uma ajustada ideia do que é o Mundo”. E, mais adiante, escreve Curry Cabral: Sabemos mais que passou a mesma medida na Câmara dos Pares e que já subiu para receber a sanção. Assim reputamos definitivamente decidida a nossa sorte e mil louvores dou a V. Ex.ª por seus assíduos trabalhos para o seu vencimento (…) 2. Obtida que estava a libertação de Angra, impunha-se que a máxima autoridade distrital soubesse estar à altura das pretensões dos povos que vinha administrar. Saíram, porém, goradas essas naturais expectativas. É que o primeiro governador civil do distrito da Horta, António José Joaquim de Miranda, revelou-se um perfeito desastre. Seria um “cavalheiro ilustrado, mas de génio irascível e precipitado”, que logo entrou em litígio com o administrador do Concelho, “a quem suspendeu” e, decorridos poucos dias, “mandou prender o secretário da Recebedoria Geral que no dia imediato o juiz mandou soltar”, incorrendo aquele “no desagrado geral”3. Conferindo com este registo de Silveira Macedo, está a descrição que dele faz Curry Cabral, em carta de 15 de Agosto de 1836, ao seu amigo deputado António José de Ávila, ao tempo também governador civil de Évora:
A
qui temos um governador civil que não sabe às quantas anda; vai-se divertindo com o jogo das cabeçadas,
tendo-se por ora escapado aos galos que quase sempre é a consequência. Nenhuma experiência tem daquilo para que veio e todo ele é cálculo em círculo confuso. Obriga os mestres dos navios na chegada a se lhe apresentarem com um requerimento para dizerem que chegaram. Resiste-se-lhe, mas teima. (…) Em todos os seus actos se tem mostrado um perfeito ignorante em matéria administrativa, um arrebatado, um louco”. E, como um mal nunca vem só, também o Governo acaba de nos mandar para aqui um Delegado de Procurador Régio em prémio da péssima conduta que no mesmo lugar teve na Ribeira Grande. Já aqui começou a dar provas do seu génio e estultícia. Parece, adiantava Curry Cabral, que o Governo os escolhe a dedo para desgosto e opressão dos povos. O Miranda deu-se mal em Setúbal (…) e para cá veio governador civil. O tal Delegado foi péssimo no primeiro lugar; houveram conta dele e cá o temos. Tenha ou não sido por influência de Ávila – a quem Curry Cabral impetrara que em “abono da sua pátria” fizesse alguma coisa “para que este doido daqui se nos tire”4 – certo é que pouco depois da Revolução de Setembro de 1836, António José Joaquim de Miranda foi demitido, sendo nomeado governador civil do distrito da Horta o conselheiro António Mariano de Lacerda. 1 Macedo, A.L. da Silveira – História das Quatro Ilhas, II vol. pp. 148-149 2 ANTT, APAB, antiga cx. 2, n.º 5 3 Macedo, A. L. da Silveira, ob. cit. p. 149 4 ANTT, APAB, antiga cx. 2, n.º 5
coNHEcEr o caNcro
um Dia Pela viDa Gonçalo Forjaz*
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assadas quase três décadas da heróica caminhada de 24 horas do cirurgião norte-americano Gordy Klatt, mentor da iniciativa, eis que chegou aos Açores, mais concretamente à pujante freguesia da Ribeirinha, na ilha Terceira, o movimento “Um Dia Pela Vida”, apoiado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro. Em 1985, Klatt estava longe de imaginar que a sua ideia de angariar fundos para a luta contra o cancro se viria a tornar num movimento global, actualmente presente em 21 países, espalhado por mais de 600 comunidades. Só nos Estados Unidos, a American Cancer Society, detentora dos direitos do programa, movimenta anualmente 4 milhões de participantes em cerca de 5000 comunidades. Até à data, estima-
se que cerca de 3 biliões de dólares já foram angariados a partir das actividades inerentes ao movimento. Actualmente, a “Relay For Life” (no original inglês) mantém o objectivo de angariação de dinheiro para a luta contra o cancro, sobretudo no apoio ao doente oncológico e no apoio à investigação científica. Contudo, dado o elevado número de pessoas envolvidas, o movimento acabou também por se transformar numa colossal homenagem aos sobreviventes por cancro e aos que actualmente lutam contra ele, sem nunca, obviamente, deixar de prestar memória aos que já morreram, vítimas da doença. O cancro atinge, de facto, transversalmente, toda a sociedade: atinge pobres e ricos, atinge novos e velhos e atinge homens e mulheres. É provável, por isso, que não haja participante
algum n’ “Um Dia Pela Vida” que não tenha contactado, directa ou indirectamente, com a realidade da doença oncológica, seja nos pais ou nos filhos, nos tios ou nos irmãos, nos avós ou nos amigos. Talvez por isso, o movimento tenha a força que tem e não haja sinais de abrandamento, bem pelo contrário. Na nossa Região, os objectivos de “Um Dia Pela Vida” foram e são os mesmos que norteiam o programa internacional. Neste caso falamos da angariação de fundos para o Núcleo Regional dos Açores da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Para se ter uma ideia, o Núcleo apoia actualmente 71 açorianos com cancro e, em 2010, gastou cerca de 21 mil euros em despesas relacionadas com o apoio à alimentação e à medicação. Dadas as perspectivas, realistas por sinal, do aumento de cancro nas próximas déca-
das, é expectável que muitos mais doentes oncológicos venham a solicitar o apoio ao Núcleo. Daí a nossa preocupação presente de angariação de fundos, de que “Um Dia Pela Vida” é um grande exemplo. Contudo, é fundamental também o apoio aos jovens açorianos que se dedicam à investigação na área oncológica. A este nível, o Núcleo abre todos os anos a candidatura à bolsa D. Maria do Livramento de Abreu Forjaz, no valor de 1500 euros, para fins de apoio à investigação. É um valor modesto, bem sabemos, mas que já apoiou 4 bolseiros desde que, em 2006, foi criada. Para que o futuro desta bolsa também fique garantido, precisamos, mais uma vez, de começar a trabalhar já por ele. A Festa de Encerramento d’ “Um Dia Pela Vida 2011” decorreu no passado dia 8 de Outubro na já referida fre-
guesia da Ribeirinha. Com as actividades deste projecto, que se iniciaram 4 meses antes e culminaram nesta festa de encerramento, conseguiu-se angariar a extraordinária quantia de 16 000 euros! É um grande, grande exemplo do sentido de solidariedade do povo açoriano, mesmo em tempos de grande austeridade. Sonhámos, um dia, trazer até nós este grande empreendimento que é “Um Dia Pela Vida”. Realizámos já parte desse sonho. Falta agora estendêlo às outras 8 ilhas do Arquipélago para que, do sonho, nasça uma homenagem à vida dos que, actualmente, lutam e dos que, outrora, venceram, bem como uma lembrança aos que já partiram. * Vogal da Direcção Núcleo Regional dos Açores Liga Portuguesa Contra o Cancro
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Tribuna das Ilhas
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governo dos açores preocupado com conclusões do grupo de trabalho para a definição do serviço público de comunicação social g As notícias vindas a lume sobre as conclusões do grupo de trabalho para a definição do serviço público de comunicação social nomeado pelo Governo da República estão a preocupar o Governo Regional. Para o secretário regional, “mais do que um grupo de trabalho, estamos perante uma comissão liquidatária do serviço público de rádio e televisão no país e, em particular, na região autónoma dos Açores”. André bradford considera que o relatório que tem vindo a ser divulgado pela agência Lusa “parece um documento sem valia, sem interesse e demasiado politizado”. O governante entende que o grupo de trabalho faz mais do que uma apreciação técnica, e envereda mesmo por uma “análise política, na sequência da qual decide que a Autonomia da rádio e da Televisão já cumpriu a sua missão”. Recorde-se que o relatório do grupo de trabalho nomeado pelo ministro Miguel Relvas dá a “missão histórica” da RTP/Açores e da RTP/Madeira por terminada, e considera que nas Regiões Autónomas, tal como no continente, existe "a tendência do poder político para tornar cativos os canais". bradford entende que a conclusão a que chega o grupo de trabalho é “inaceitável”, até porque “a lei determina a existência de um serviço público específico para as Regiões Autónomas” pelo facto destas terem “características específicas que estão reconhecidas no sistema autonómico, consagrado constitucionalmente”. “Não é um grupo de trabalho,
nomeado por um ministro, que vai dizer quando é que a Autonomia acaba”, contesta o secretário regional. bradford questiona a legitimidade deste grupo de trabalho uma vez que considera que as conclusões dele retiradas já estavam à partida definidas: “o ministro primeiro decidiu a orientação, o que era para fazer, e depois nomeou as pessoas que estivessem disponíveis para compor o que se pretendia”, disse, recordando a demissão de três membros do grupo de trabalho “que concluíram não existir condições para levar a cabo uma tarefa isenta, rigorosa, científica e tecnicamente abalizada”. “O Governo dos Açores tentou por todos os meios integrar este grupo de trabalho”, diz André bradford, acusando relvas de inviabilizar essa integração. Segundo o governante, o Executivo açoriano tentou também ser ouvido pelo grupo, o que não aconteceu. bradford considera ainda que a RTP/Açores deve ser, sim, melhorada, mas através de “uma reestruturação interna com base em critérios de eficácia, poupança e racionalização de meios, mas mantendo o essencial da sua missão que é servir os açorianos e a autonomia”. PPM qUER DEbATER FUTURO DA RTP/A NO PRóXIMO PLENÁRIO Em reacção às conclusões do grupo de trabalho, também o líder do PPM se mostrou preocupado com o futuro da televisão açoriana. Para Paulo
Estevão, fica claro que “o futuro da RTP/A está agora a ser equacionado no estreito limite de sobrevivência que se encontra entre a janela de quatro horas que propôs o Ministro Miguel Relvas e a futura extinção que propõe o grupo de trabalho”. Considerando que “a RTP/A é um instrumento vital para a manutenção da coesão regional e de afirmação do modelo autonómico em contraponto às tensões separatistas”, Estevão acusa tanto o Governo da República como o da Região de irresponsabilidade nesta matéria, e promete voltar a provocar o debate parlamentar sobre a RTP/A já na próxima reunião plenária da Assembleia Regional, que decorre na última semana de Novembro, na Horta. Em conferência de imprensa na manhã de terça-feira, Estevão anunciou que o PPM vai apresentar uma proposta de alteração ao Orçamento da Região para o próximo ano, de modo a criar um modelo de tutela partilhada da RTP/A, entre o Estado e a Região. O líder dos monárquicos aponta também o dedo ao actual director da RTP/A. Para Estevão, Pedro bicudo “não reúne as condições necessárias para enfrentar a situação”, e a sua saída é “fundamental” para que se possa iniciar um novo projecto para a RTP/A. CDS-PP DIZ qUE RELATóRIO “RESSUSCITA FANTASMAS INDEPENDENTISTAS” Para o CDS-PP/A, o relatório do grupo de trabalho dá mostras de uma
grande “brutalidade”, e “ressuscita fantasmas independentistas”. Em reacção às notícias trazidas a lume, Artur Lima entende que as conclusões do grupo de trabalho vão ao encontro das pretensões de Miguel Relvas. O líder dos populares açorianos dizse, no entanto, “esperançado” de que o Governo da República possa “arrepiar caminho e respeitar as Autonomias”, mantendo em funcionamento a Televisão Pública Regional, da mesma forma que tem intenção de manter em funcionamento a RTP/Informação, canal que o Grupo de Trabalho recomenda que seja encerrado, mas que o Governo da República diz fazer falta. CDU REJEITA CONCLUSÕES DO GRUPO DE TRAbALHO Também o PCP/Açores condena vivamente as conclusões a chegou o grupo de trabalho para a definição do serviço público de comunicação social. Em nota enviada às redacções, Aníbal Pires entende que o estudo “não tem credibilidade”, e mais não é que “uma peça de propaganda governamental feita com o único objectivo de legitimar as opções políticas do Governo PSD/CDS-PP, na sua obsessão ideológica de destruição da rádio e da televisão públicas”. “Ao contrário do que defende este estudo, a RTP e RDP Açores têm uma missão para cumprir e um importante e insubstituível papel de serviço público ao serviço às populações. Só uma gritante ignorância, uma leviana superficialidade e uma inqualificável
má-fé poderiam permitir afirmar que a sua missão está terminada”, considera. O líder dos comunistas açorianos apela ainda a que as forças políticas regionais tomem uma posição clara sobre esta matéria. PSD/A CLASSIFICA DE “PERFEITO DISPARATE” CONCLUSÕES DO GRUPO DE TRAbALHO Também o PSD/Açores não ficou satisfeito com o resultado a que chegou o grupo de trabalho nomeado pelo ministro social-democrata. O líder parlamentar do PSD/Açores entende que, ao contrário do que conclui o grupo de trabalho, a existência da RTP/Açores faz “cada vez mais sentido”. Para Duarte Freitas, “o que importa é que não se degrade mais” o serviço público que é prestado nos Açores, alegando que a RTP/Açores “tem de ser reconstruída a bem dos açorianos”. Para Freitas, o serviço público de rádio e televisão nos Açores tem sido nos últimos anos conduzido à “letargia” e ao “desastre”, e importa retirálo dessa realidade. O deputado lembrou ainda a proposta apresentada em Agosto pela presidente do partido, berta Cabral, para a televisão pública nos Açores, que passa pela criação de uma empresa autónoma com capitais nacionais e regionais, frisando que as posições do governo da República e da administração da RTP “vão cada vez mais” nesse sentido. mP com gacS
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oPiNião
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igualdade nas Diferenças e nas Diferenças igualdade
A
Alzira Silva
s críticas relativas ao Plano e Orçamento 2012 para a Região Autónoma dos Açores começaram mal os documentos foram distribuidos. Pensei que, em tempo de crise, com todas as medidas de austeridade que o Governo da República tem introduzido – umas previsíveis, outras não – os partidos que o apoiam (ao Governo da República) no Continente, compreendessem, seguindo o mesmo princípio, algumas das reavaliações feitas nos Açores, umas tantas repriorizações, um novo sentido do crescimento económico, apostado essencialmen-
te na sustentabilidade social e em medidas para minimizar o seu impacto junto dos cidadãos mais afectados pela crise. Enganei-me. As mesmas pessoas/partidos que afirmam ter o Governo da República de eliminar os subsídios de férias e o de Natal em 2012 e proceder a outros cortes imediatos e continuados que afectam o tecido social, vão retrair a economia e colocam aquela sombra de desesperança no rosto de tantos portugueses, essas mesmas pessoas/partidos quando olham para o Plano e Orçamento para 2012 elaborado pelo Governo Regional sustentam de imediato que devíamos ter mais investimentos e que faltam um campo de golfe, um estádio Mário Lino, um novo quartel dos bombeiros, e mais meia dúzia de investimentos, qual deles o mais reprodutivo, só para o Faial.
As medidas troikanamente justificadas são apenas as do Governo da República. O Governo Regional deve também cumprir, não isolar a Madeira, pagar solidariamente a dívida da outra Região Autónoma e a do Continente, não questionar o tratamento e as atitudes como o não pagamento às Casas do Povo, o estrangulamento da RTP Açores e outros que tais, e ainda... - aqui é que reside o meu assombro! - investir mais em obras não absolutamente indispensáveis no momento actual. É evidente que todos lutamos pela nossa terra e é saudável ambicionar mais para o Faial e para os faialenses. Tem sido esse o caminho socialista, embora não dê tanto nas vistas como outros que se autopublicitam e se afirmam como os únicos paladinos do Faial. Atenção! A Autonomia não deve viver da guer-
rilha entre as ilhas ou a sua essência começa a estiolar e a perecer. E que na comparação entre os Açores e o Continente ou a Madeira, a visão partidária não cegue a ponto de verem na igualdade diferenças e nas diferenças igualdade. Tudo o que há a fazer é ter um pouco de bom senso no meio desta crise mundial. É certo que ela nos constrange profundamente, mas para a sua eclosão contribuimos muito pouco aqui nos Açores. Não sou eu quem o afirma, é o estado das nossas finanças, é a credibilidade granjeada com um esforço que tem alcançado um notável equilíbrio entre o investimento reprodutivo ou necessário, a coesão e a solidariedade social, a preservação ambiental, a qualificação da nossa gente, o desenvolvimento que nunca colocou em causa a estabilidade.
Felizmente os açorianos têm governantes à altura das circuntâncias, que tanto disseram não a Sócrates e a Catroga como dizem a Passos Coelho, a Miguel Relvas ou a quem quer que venha querer ferir a Constituição, o Estatuto PolíticoAdministrativo, a Autonomia, em suma: os Açores. Como diz o Presidente César, em primeiro lugar os Açores e os açorianos, em segundo lugar os Açores e em terceiro ainda os Açores. Não temos dois pesos e duas medidas para avaliar o Governo da República e o Governo dos Açores. E não confundimos o amor à nossa terra nem à nossa gente com o aplauso ao Governo da República e a exigência sem fronteiras ao Governo dos Açores. Em cumprir essa tarefa, compraz-se, ao que parece, o maior partido da oposição. alziraserpasilva@gmail.com
Já estamos a arder... Srs. Presidentes! Paulo Oliveira
A
crise avança, a passos largos, e, medida a medida, vão-se tapando os incontáveis buracos que nos deixaram..., e que ainda hoje aparecem, à medida que se limpam os cantos à casa, fazendo vir ao de cima a verdade, e o quanto esbanjaram... nas nossas costas! Longe ainda está o tempo onde se possa estancar de vez essa corrente de compromissos assumidos, e que nos trouxeram à presente situação económica, que nos envergonha lá fora... pelos menos aos portugueses dos quatro costados. Pena que ainda há muito boa gente que não encarou a realidade, e ainda continua nas nuvens... pensando que ainda vivem no tempo das vacas gordas, e que a sua cadeira de boy & girl ainda é facto consumado e vitalício. É bom acordarem para a dura e triste realidade que os seus pares nos deixaram, até porque eles próprios contribuíram, e ainda contribuem para o agravamento desta crise económica, que primeiro era global, depois europeia... e agora, à medida que se vai levantando a carpete, é que se descobre e vê “o muito lixo varrido para debaixo do tapete”, durante os últimos anos de governação socialista, e que afinal, é genuinamente português. Já foi suficientemente mau e doloroso, assistir à derrocada de um país democrático, onde a força de uma maioria, legal e sufragada, ignorou os avisos daqueles que tinham os pés bem assentes na terra. Insistir e prolongar esse esbanjamento do erário público, consciente e persistentemente, já configura
crime público. À medida que a crise toca o bolso de cada um, cresce, e bem, a onda de revolta, e a vontade de ver julgados os verdadeiros responsáveis, que, com sorrisos e mentiras, nos conduziram ao fundo do poço. CMH Após 22 (vinte e dois) anos de governação socialista (com uma mãozinha da CDU), vem a “nossa” Câmara gritar “Aqui del rey”, que não temos dinheiro... Ai que temos que fechar serviços... Ai que não nos pagam... sendo certo que, mesmo com o que têm para receber, muito devem ainda... e não é de agora! Mais grave! A gestão socialista do nosso Município deve milhões, sem ter obra feita... Então, onde gastou o que deve? Num imenso estado social, crivado de sorrisos e apertos de mãos, entre beijocas e danças, ao som de Vangelis. De nada valem fazer-se Orçamentos anuais, que, mês a mês se alteram e desvirtuam, para transferir verbas das rubricas essências ao desenvolvimento económico do Município, para o supérfluo e acessório, só porque dá votos, porque ficam bem na fotografia, que, daí a uns meses, entrará pelas nossas casas dentro... todas, com a imagem do Sr. Presidente (agora até mais do VicePresidente, já em campanha de estágio para a próxima eleição, antevendo-se já o “esperado e justo descanso” do actual líder lá para os lados da Marcelino Lina – o nosso parlamento regional. E até para não desgastar a sua forte imagem... não se hesita em “usar” as crianças e jovens, para virem à praça publica, falarem do que não sabem nem sonham... apenas, e porque é desde pequenino é que se torce o pepino... na convicta esperança da
descoberta de novos “talentos”, que assegurem esta triste e pesada herança. Mas algo não percebemos de toda esta lamentação, ficando-nos a dúvida se existe ou não dinheiro. Ou se não existe dinheiro para algumas coisas, mas para outras... nunca falta! Admite-se que possam encerrar alguns serviços como o teatro e as piscinas, ou reduzir os horários da recolha de resíduos ou da visita ao nosso Cemitério. E ao mesmo tempo, disponibilizam-se 7.500 euros para o fogo de artifício da passagem de ano, se... se... a Câmara do Comercio e Indústria da Horta avançar com os restantes 7.500 euros. Em resumo: os vencimentos estão assegurados, encerram-se ou reduzem-se alguns serviços, mas dinheiro para queimar... é o que não falta! Será caso para dizer que já chegámos ao tempo de cortar os dedos, para se salvarem os anéis! Lamentável, e inacreditável! CCIH Assim, fica a parceira - Câmara do Comercio com o encargo de 50% do fogo de artifício para o nosso Réveillon...., bem regado a champagne... se houver dinheiro para o de 2011-12!!! Mas também nesta Câmara de gestão (a)politica, o dinheiro não abunda..., ou melhor, as dívidas acumulam-se de evento para evento... e os dias são cada vez mais difíceis. Então, como fazer? Como sair desta situação embaraçosa, em que, por incrível que pareça, a sua parceira privilegiada – a CMH a colocou... inadvertidamente? Dinheiro vivo não há, certamente por falta de pagamentos das inúmeras candidaturas aprovadas(?). Aqui, como na CMH a culpa é sempre dos outros, daqueles que não
pagam, seja o Governo da República, seja o Governo Regional, mesmo quando esses governos não sabem que devem!? Mais uma vez não há dinheiro para alguns eventos, mas há sempre para outros, por cá ou pela Galícia, para a Arte Floral ou para a Pastelaria, para Rallies ou Motards, para bom, mas como fazer, como chutar a bola, como passar esta “batata quente”, e a quem? Nada de mais nobre, do que “convidar” os empresários...., “dar-lhes a honra e a oportunidade” de participarem nestes “festejos loucos de cegos surdos”, para que possam ficar para a história como aqueles que contribuíram de forma altruísta e desinteressada em “tão nobre e mui leal” serviço à cidade da Horta. EMPRESÁRIOS Em tempos assumidamente difíceis, eis a oportunidade por que tanto esperavam: queimar dinheiro! Esta seria uma justa recompensa, depois de todo o esforço que o Estado, a Região e o Concelho têm desenvolvido para apoiarem a sua actividade... em extinção. No Comércio Tradicional, não existe regulamentação do mercado, porque não é legal(?), mas já é legal definir-se quantas farmácias existem e a que distância, quantas camas e hotéis existem por ilha / concelho, ou pagarem-se indemnizações para o abate de licenças... dos taxistas às cotas leiteiras. O Centro Histórico aguarda há décadas pela Reabilitação Urbana, que poderia contribuir e muito para a sua maior atracção, desde o alindamento ao estacionamento, das esplanadas à vida nocturna... A centralização das compras dos Organismos Oficiais, em mega centrais de compras, onde tudo se compra incluindo aquilo que não se pre-
cisa, onde se compra demais aquilo que não se consegue gastar, e o onde se compra mais barato mas depois nem serve os objectivos previstos. Os prazos de pagamento ultrapassam tudo o que é razoável, incluindo os próprios limites legais que se impuseram... para cidadã ver, mas que não se cumprem. Pior ainda estão aqueles que, já tendo fornecido bens e serviços, estão impedidos de os facturar (contra a lei fiscal...), porque pura e simplesmente estão impedidos de o fazer pelas entidades contratantes, que avançaram com a despesa, sem a necessária autorização legal / cabimento orçamental. Estes são só alguns dos aspectos genéricos que definem a selva que nos rodeia, e onde o salve-se quem puder, consentido e até incentivado por diversas entidades oficiais, tem vindo a conduzir os empresários, e o comércio tradicional em particular, às presentes dificuldades... Para além destas, “convidar” os empresários em dificuldades a “contribuírem” para 50% do fogo do artifício, é uma falsa oportunidade, um presente envenenado, uma vez que, não tendo a necessária disponibilidade financeira para o fazer, estão impedidos de o fazer... e ainda correm o risco de ficar com o ónus da sua não realização. Obrigado, mas oportunidades destas, devem ser reencaminhadas às Grandes Centrais de Compras, às Grandes Superfícies, e àqueles que contribuem para a desregulação do nosso mercado, criando assimetrias regionais e locais. Mas mesmo sem fogo, os empresários já há muito estão a arder..., Senhores Presidentes! Ou será que estão demasiado ocupados, e ainda não deram por isso? Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt
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AMANHã E DOMINGO 17h00/21H30 - Filme - “Harry
l No passado dia 1 de Novembro no Hospital da Horta faleceu com 72 anos de idade Manuel Fernando da Silva natural da freguesia de Pedro Miguel, onde residia. O extinto deixa de luto sua esposa Maria Albertina Gomes da Silva. Era pai de Fernando Manuel da Silva, casado com Gilberta Maria da Silveira e de Maria Alvarina da Silva Rosa, casada com Dioclécio Manuel Silva da Rosa. Deixa ainda três netos: o Hugo Miguel da Silva, a Sofia Patrícia da Silva e o Daniel Silva da Rosa. l Maria Teresa Avelar Bressane de Leite Pery Nava de 82 anos, faleceu no passado dia 2 de Novembro no Hospital da Horta. A extinta era natural da freguesia da Matriz onde residia. l No centro de cuidados continuados da Santa casa da Misericórdia da Horta faleceu com 84 anos Ermelinda de Medeiros Jerónimo, natural dos Arrifes em São Miguel e residente na freguesia de castelo Branco. Viúva de Manuel Ferreira Borges era mãe de Isaura Rodrigues, casada com José Manuel Rodrigues, de Aniceto Ferreira, já falecido, casado com Elsa Ferreira, de césar Borges, casado com Graça Borges, de Hélia Furtado, casada com Florival Furtado, de Lígia Borges e de Isilda Ricardo, casada com José Ricardo. A extinta deixa ainda, 17 netos e 8 bisnetos. l No Hospital da Horta, faleceu no passado dia 11 de Novembro, com 68 anos de idade Manuel Silva Dutra, natural do Salão e residente nos Espalhafatos- Ribeirinha. Deixa viúva Ângela Dutra e era irmão de Fernando Dutra. O extinto deixa ainda quatro sobrinhos. l com a provecta idade de 89 anos, faleceu no Hospital da Horta no passado dia 12 de Novembro Emília da conceição Pinto de Lacerda, viúva de Alexandre cunha de Lacerda, natural da freguesia da Matriz e residente na freguesia das Angústias. Era mãe de Alexandre Pinto de Lacerda, casado com Sara coutinho de Lacerda, de José Manuel Pinto de Lacerda, casado com Alda Bettencourt Lacerda e de Maria Emília Pinto Lacerda. Era avó de carla Alexandra Lacerda Franja, casada com carlos Franja, de Alexandre Bettencourt de Lacerda, casado com cristina de Lacerda e de Susana Bettencourt Lacerda. Deixa ainda um bisneto e uma bisneta.
FORAM ELEITOS
SOCIEDADE ARTISTA FAIALENSE l Na Assembleia-geral realizada no passado mês de Outubro foram eleitos os novos corpos Gerentes da Sociedade Filarmónica Artista Faialense para o próximo Biénio que ficou assim constituída: ASSEMbLEIA-GERAL Presidente: Hélio dos Santos Teles Pamplona Vice-Presidente: Vítor José Fontes Reis Secretário: Margarida Maria Gomes caldeira DIRECçãO Presidente: Elisa de Fátima Azevedo da Silva correia Vice-Presidente – Sofia catarina Medeiros caldeira Vice-Presidente – cláudia Maria Duarte da Silva Vice- Presidente – Gilberto Manuel Rodrigues correia 1 .º Secretário – Vítor José Serpa Machado 2.º Secretário – Adérito da Rosa Gomes Tesoureiro: José Felisberto Pereira 1.º Vogal: cátia Sofia Silveira da Silva 2-º Vogal – Ana Sofia Espírito Santo Machado CONSELHO FISCAL Presidente: Isabel cristina Martins Azevedo Secretário: Maria José de Melo Simões Relator: José Martins Azevedo da Silva
EVENTOS ATé 22 DE NOVEMbRO DE 2011 l De Terça a Domingo das 16H00 às 20H00 – EXPOSIçãO “AO SOL”, de Romão Peres composta por um conjunto de obras cuja temática predominante é o mundo da pesca em especial as formas e cores que os artefactos e o pescado adquirem durante o processo de secagem ao sol, no centro de cultura e Exposições da Horta. Organização da Hortaludus e cMH em parceria com Museu Jorge Vieira RANCHOS DE NATAL l com o objectivo de promover a cultura local associada a época natalícia e com vista a proporcionar momentos de animação aquando da realização do Mercado de Natal e integrado nas festividades do Município com a designação de "Dezembro em Festa", a ADELIAÇOR e a cMH promovem um encontro de "Ranchos de Natal", no dia 08 de Dezembro, pelas 20h30 no palco do Largo da República cujas inscrições podem ser feitas até ao dia 25 de Novembro através do email adeliacor@sapo.pt , ou entregue em mão na sede da ADELIAÇOR (Rua do Pasteleiro S/n 9900 – 069 Horta). consultar Regulamento em: www.adeliacor.org
DIRECTOR: cristiano Bem EDITOR: Fernando Melo CHEFE DE REDACçãO: Maria José Silva REDACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro
EMERGÊNCIAS -FAIAL Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000
i h p o ~ m i i
TRANSPORTES - FAIAL jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380
METEOROLOGIA
GRUPO CENTRAL
FESTIVAL DE SOPAS DO MERCADO MUNICIPAL l considerando a gastronomia local enquanto elemento fundamental da identidade de uma comunidade e a importância da valorização dos produtos locais, como forma de promoção e desenvolvimento económico dos territórios rurais, a ADELIAÇOR, e a cMH, e no âmbito do projecto Promoção de Produtos Locais das Ilhas de São Jorge, Pico e Faial – Mercado de Natal e integrado no "Dezembro em Festa" promovem o 1º Festival de Sopas do Mercado que se realiza no dia 08 de Dezembro de 2011, das 18h00 às 20h00, no Mercado Municipal da Horta. As inscrições podem ser efectuadas até ao dia 25 de Novembro através do email adeliacor@sapo.pt, ou entregue em mão na sede da ADELIAÇOR (Rua do Pasteleiro S/n 9900 – 069 Horta). consultar Regulamento em: www.adeliacor.org ATé 30 DE NOVEMbRO DE 2011 l De Terça a Domingo das 16H00 às 20H00 ESCULTURA - PRESéPIOS EM bASALTO no centro de cultura e Exposições da Horta. Organização da Hortaludus, cMH e Faialentejo HOJE 21H00 - Lançamento do livro “ANTES qUE O SOL ACAbASSE” edição póstuma de Mário Machado Fraião. Biblioteca Pública A. R. J. J. G.. Organização da Biblioteca Pública ARJJG AMANHã 09H30 - 1.ª PROVA REGIONAL – ESPADA ESGRIMA – SCH - Pavilhão Desportivo da Horta. Organização da FPE e Esgrima do ScH com o apoio da câmara Municipal da Horta HOJE 11H00 - HORTA - ARqUITECTURAS, URbANISMOS E HISTóRIAS visita guiada com o Arq. Tomás correia na Biblioteca Pública A. R. J. J. G.. Organização da Biblioteca Pública ARJJG. FICHA
COLAbORADORES PERMANENTES:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, Victor Dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, Ruben Simas, Fernando Guerra, Raul Marques, Genuíno Madruga, berto Messias, Vera Lacerda COLAbORADORES EVENTUAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, Zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, Santos Madruga, Lucas da Silva
PROJECTO GRÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia REDACçãO ASSINATURAS E PUbLICIDADE: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONTACTOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com
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HOJE E AMANHã Farmácia Lecoq 292 200 054 DE 20 A 26 DE NOVEMbRO Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749
Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2 ” - Teatro Faialense -Hortaludus
Tribuna das Ilhas
FOTOGRAFIA: carlos Pinheiro
18 DE NOVEMbRO DE 2O11
HOJE Períodos de céu muito nublado com abertas. Vento noroeste fresco a muito fresco (30/50 km/h) com rajadas até 60 km/h, tornando-se moderado (20/30 km/h) e rodando para norte. ESTADO DO MAR: Mar cavado a grosso, tornando-se de pequena vaga. Ondas noroeste de 4 metros, aumentando para 5 metros. Temperaturas previstas para a Horta: Mínima 15ºc Máxima 19ºc Água do mar 18ºc . AMANHã Períodos de céu muito nublado com boas abertas. Vento norte bonançoso a moderado (10/30 km/h), rodando para oeste. Mar de pequena vaga a cavado. Ondas noroeste de 5 metros, diminuindo para 4 metros DOMINGO Períodos de céu muito nublado com abertas, tornando-se encoberto. Períodos de chuva fraca durante a manhã passando a aguaceiros fracos. Vento oeste moderado a fresco (20/40 km/h) com rajadas até 50 km/h, rodando para norte. Mar cavado. Ondas noroeste de 3 a 4 metros.
TéCNICA
IMPRESSãO:
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EDITOR E PROPRIETÁRIO:
de Sousa, 25
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FUNDADO 19 DE AbRIL DE 2002
Tribuna das Ilhas SEXTA-FEIRA 4 18 DE NOVEMbRO DE 2O11
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Parque Natural do Faial
N
o âmbito do PRESAA (Plano Regional de Educação e Sensibilização Ambiental dos Açores), várias são as iniciativas que se irão realizar nesta semana para lembrar a todos que os resíduos não podem ser esquecidos e que todos nós temos responsabilidades na sua correcta gestão. Quando terminamos um pacote de sumo a embalagem é considerada inútil, os sacos de plástico do supermercado depois de cumprirem a sua função de transporte são embrulhados muitas vezes e remetidos para o balde do lixo. Os resíduos de nossas casas são materiais que se devidamente reutilizados ou separados podem ser convertidos em novos materiais com a vantagem de se pouparem diversos recursos naturais. Em pleno século XXI deitar resíduos para as ribeiras ou abandoná-los é um crime para o Ambiente e para os nossos filhos e netos. Face ao problema de abandono de resíduos verificado na Região, o Governo Regional dos Açores, através dos seus Parques Naturais tem implementado diversas acções ao logo do ano, dando-se destaque à campanha Eco-freguesia – freguesia limpa, que reconhece e distingue os esforços das freguesias que em colaboração com as populações removam os resíduos incorretamente depositados na sua freguesia e os encaminhe a destino final adequado. Falta pouco para se saber quais serão as freguesias premiadas no Faial e nas restantes ilhas. A Semana dos Resíduos é outra iniciativa para nos relembrar de boas prá-
seMana dos resíduos – Faial - 19 de novembro a 26 de novembro ticas a adotar, não só a separação dos resíduos em casa/trabalho mas outras ainda mais equilibradas ambientalmente como o sejam a reutilização de resíduos. O workshop de origamis a realizar dia 26 de Novembro será uma dessas iniciativas, permitindo aos inscritos aprenderem, através desta arte de dobragem de papel japonesa, várias possibilidades de construção de objectos para enfeitar a sua casa neste Natal. Outras das iniciativas será a realização, em colaboração com a Câmara Municipal da Horta e com a Escola Secundária Manuel de Arriaga, de visitas à central de triagem com várias turmas daquela escola. Ficam algumas ideias do Parque Natural do Faial para melhorar o seu desempenho ambiental, diminuindo a produção de resíduos: 1) Leve os seus sacos quando vai às compras, reduzindo o número de sacos plásticos a trazer para casa 2) Reutilize com doce/compostas ou pickles os seus frascos 3) Utilize as folhas de papel de ambos os lados, podendo criar blocos de notas originais 4) Utilize guardanapos de panos em vez dos de papel 5) Consuma garrafas com tara retornável 6) Prefira pratos de papel e tralheres de madeira aos de plástico
7) Opte por panos na cozinha em vez das toalhas de papel 8) Fertilize o seu jardim com composto feito com os restos da sua cozinha (a autarquia fornece gratuitamente compositores e cursos de compostagem) 9) Não utilize produtos descartáveis, são mais baratos para si mas mais caros para o ambiente 10) Opte por produtos locais, produzem menos embalagens e favorecem a economia local Depende também de si!
ESPAçO DE PROXIMIDADE P P O O L L Í Í C C I I A A D D E E S S E E G G U U R R A A N N ç ç A A P P Ú Ú b b L L I I C C A A
A POLÍCIA AO SERVIçO DOS CIDADãOS
DERRAMES NA VIA PÚbLICA - I • Ano após ano, com maior preocupação e incidência na época de início das chuvas (Outono), a Polícia de Segurança Pública vê-se assiduamente confrontada com ocorrências relacionadas com derrames de combustíveis ou outras substâncias gordurosas (óleos) na via pública, sejam eles provenientes dos veículos em circulação ou de depósitos autónomos de transporte vulgarmente conhecidas por cisternas. • Por muita celeridade e eficácia que a P.S.P. tenha, através da tomada de medidas preventivas (sinalização e isolamento das vias afectadas) na resolução de situações do género, lamentavelmente os sinistros automóveis continuam a surgir, tendo como causa directa esses mesmos derrames, que podem em certas circunstâncias originar perdas irreparáveis. A SAbER:
ARTIGO 290.º Atentado à segurança de transporte rodoviário 1 - Quem atentar contra a segurança de transporte rodoviário: a) Destruindo, suprimindo, danificando ou tornando não utilizável via de comunicação, material circulante, obra de arte, instalação ou sinalização; b) colocando obstáculo ao funcionamento ou à circulação;
c) Dando falso aviso ou sinal; ou d) Praticando acto do qual possa resultar desastre; é punido com pena de prisão de um a cinco anos. 2 - Se, através da conduta referida no número anterior, o agente criar perigo para a vida ou para a integridade física de outrém, ou para bens patrimoniais alheios de valor elevado, é punido com pena de prisão de dois a oito anos. 3 - Se o perigo referido no número anterior for criado por negligência, o agente é punido com pena de prisão de um a cinco anos. 4 - Se a conduta referida no n.º 1 for praticada por negligência, o agente é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa.
A SEGURANçA RODOVIÁRIA DEPENDE DE TODOS COLAbORE VERIFICANDO ASSIDUAMENTE O ESTADO DO SEU VEÍCULO Esclarecimentos adicionais poderão ser solicitados à P.S.P. da sua área de residência ou por correio electrónico, através do endereço cphorta@psp.pt CONTACTOS Divisão Policial da Horta: Telefone – 292208510 Fax - 292208511
PROGRAMA INTEGRADO DE POLICIAMENTO DE PROXIMIDADE