FUTEBOL
FAyAL SPORT vENCE SUPERTAçA FARIA DE CASTRO PÁGINA 11
Tribuna das Ilhas
DIRECTOR: MANUEL CRISTIANO BEM 4 NÚMERO: 467
20.Maio.2o11
Sai àS SextaS-feiraS
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PSD QUER RESPOSTAS DO GOvERNO REGIONAL EM RELAçÃO ÀS FUTURAS INTERvENçÕES ASSOCIADAS À OBRA DO PORTO DA HORTA
g Na reunião plenária de Maio da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, Jorge Costa Pereira pediu satisfações ao Governo Regional sobre o futuro das intervenções na frente marítima da Horta. O futuro do molhe de Pesca e a ampliação da Marina e da sede do Clube Naval foram algumas das questões levantadas pelo deputado social-democrata. PÁGINA O9
Boss AC no PUnKADA!Fest g A segunda edição do PUNKADA!FEST realiza-se a 8 e 9 de Julho, na Quinta de São Lourenço. A apresentação do cartaz, do qual se destaca a presença de Boss AC decorreu esta semana, na Horta. PÁGINA O7
Ps/Açores - Vera Lacerda em “reconhecimento do terreno” no Faial g PsD/Açores - Lídia Bulcão inicia campanha na ilha ao lado de Passos Coelho g CDs-PP/Açores - no Faial, Artur Lima garante PÁGINAS O8/ O9 que se for eleito vai para Lisboa g
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turiSMo De cruzeiro g Sempre acreditámos – e até o confessámos em escritos jornalísticos – que o falado turismo de cruzeiro, ou seja, aquele que se realiza por mar em grandes navios, com escalas sucessivas pelos portos das ilhas ou do litoral dos continentes, era uma modalidade do sector que tinha considerável interesse, na medida em que, mesmo numa “visita relâmpago” às terras do percurso, sempre trazia algum dinheiro às estruturas dos transportes ou por via das pequenas despesas dos turistas nos “cafés”, nas esplanadas ou nas lojas de souvenirs. Por conseguinte, nunca desvalorizámos esse tipo de turismo de passagem nos Açores, sobretudo na época alta de Verão, com escalas tradicionais dos grandes transatlânticos pelos portos da Horta e Ponta Delgada. Isto não quer dizer que esse turismo de cruzeiro marítimo tenha um valor económico de certo modo compensador, embora estejamos numa região insular, sensivelmente a meio de um grande Oceano como é o Atlântico e em ilhas que oferecem, na generalidade, as mais belas imagens de uma natureza verdejante para quem a observa do lado do mar e para quem, após o desembarque, percorre os seus interiores com grande diversidade de atractivos. Há, porém, um aspecto em que os “cruzeiros turísticos” – como vulgarmente são designados – têm os seus reflexos positivos. É que há certos casos, do nosso conhecimento, aliás, em que alguns turistas dos navios que há décadas atrás passaram no Faial, voltaram anos depois a esta ilha, para uma estadia de férias, motivada pelas óptimas impressões colhidas da primeira e rápida visita efectuada por via marítima. Diremos, portanto, que este turismo de cruzeiro tem algumas virtualidades, embora passe nos Açores em dois curtos períodos do ano que correspondem às travessias atlânticas dos gigantescos navios que se deslocam entre a costaAmericana/Antilhas e o Norte da Europa – numa viagem que se processa um pouco à margem dos esquemas mais utilizados, devido à extensão oceânica, os quais se traduzem por uma noite de navegação a intercalar dois dias em terra. De resto, toda a gente sabe que, nos actuais cruzeiros, tudo está pago antecipadamente pelo turista para na futura viagem usufruir dos serviços de bordo: refeições, bar, diversões e ainda transportes e guias nos portos de escala… com tudo isto se prova que o turismo de cruzeiro, embora com aspectos de interesse, não deve ser sobrevalorizado. E no caso específico dos Açores tem ainda o inconveniente das irregularidades climáticas que afectam estas ilhas mesmo nos meses da chamada época alta ou média-alta. Um inconveniente que se verificou na última semana, com chuva e nevoeiro, para natural arrelia dos consignatários dos navios que no porto da Horta estiveram de passagem com excursões.
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AssembleiA RegionAl – sessão PlenáRiA de mAio
PSD leva preocupações relacionadas com a obra do Porto da Horta ao plenário Marla Pinheiro g Um dos temas em destaque na reunião plenária de Maio da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, que decorre esta semana na Horta, foi a obra do Porto da Horta, trazida ao debate numa intervenção política da responsabilidade do PSD, na manhã de terça-feira. De acordo com o parlamentar socialdemocrata Jorge Costa Pereira, responsável pela intervenção, são muitas as incertezas e as incógnitas em relação ao futuro da obra do Porto. As dúvidas do PSD não são de agora, e motivaram mesmo um requerimento ao Governo Regional, enviado há um ano, do qual os social-democratas nunca obtiveram resposta, apesar do prazo regimentalmente estipulada para tal ser de 60 dias. No mesmo dia em que a proximidade das bodas de prata da Marina da Horta foi evocada em plenário, Costa Pereira frisou a necessidade de ampliação daquele espaço, bem como da sede do Clube Naval da Horta. O deputado salientou ainda que “a gare marítima do Cais de Santa Cruz já há muitos anos que não tem as condições mínimas para satisfazer um tráfego anual de mais de 400 mil passageiros que circulam no Canal”, e lembrou a “necessidade de se reformular a área do cais de pescas no Porto da Horta e melhorar as condições do mar na actual zona do saco do Porto”. Além disso, as mudanças inerentes a todas estas intervenções no litoral da ilha impõem “uma necessidade óbvia: intervir na Frente de Mar da cidade, especialmente na sua Marginal”. Todas estas reivindicações estão associadas aos próximos passos na obra do Porto da Horta, daí que, para o PSD, o futuro deste investimento tenha de ser clarificado. Em relação à intervenção em curso na Conceição, Costa Pereira lembrou que, quando o projecto foi anunciado, em 2007, previase “um cais para cruzeiros com cerca de 400 metros de comprimento e à profundidade de 12 metros”. No entanto, mais tarde o comprimento do molhe passou de 400 para 293 metros, e a profundidade do interior do novo porto foi reduzida para metade. Costa Pereira lembrou a contestação pública que se fez sentir no Faial em relação a esta alteração do volume de dragagem, e recordou que o actual detentor da pasta da Economia na Região, Vasco Cordeiro, defendeu na altura que a profundidade de 6 metros era suficiente, tendo, pouco tempo depois, autorizado “o
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rebaixamento da cota de fundação do novo porto para menos 8 metros”. Para Costa Pereira, “todos estes factos comprovam uma enorme e inexplicada errância nas opções” do Executivo para este investimento no Faial, e há muitas dúvidas a serem respondidas. O deputado social-democrata levantou uma série de questões, com destaque para a aplicação do aumento do volume de dragagem recentemente autorizado por Cordeiro, no sentido de saber se os 8 metros de cota se aplicam apenas às fundações do molhe do porto ou a todo o interior do novo molhe. Costa Pereira pediu também clarificações em relação ao planeamento das próximas fases da obra, com o intuito de saber em que ponto do processo são esperadas as intervenções na Marina, no porto de pescas, na sede do CNH e na frente marítima. Em resposta, Vasco Cordeiro manifestouse em relação à alteração da cota para menos 8 metros, dizendo que a decisão de mandar rebaixar as fundações do molhe resultou de uma “reanálise” do projecto, e que o objectivo é que “toda a bacia permita receber navios que trabalhem com cotas de menos 8 metros”. Sobre as próximas fases da obra, o secretário regional disse apenas que a segunda fase deverá avançar logo após a conclusão da primeira, que se prevê no primeiro semestre de 2012. O debate sobre este assunto prosseguiu ontem, com o deputado socialista Lúcio Rodrigues a intervir para destacar as intervenções previstas no projecto da segunda fase da obra, que está na sua fase final, como sejam a criação de um parqueamento em terra para embarcações, a intervenção no núcleo de pescas e no largo Manuel de Arriaga, a construção de infra-estruturas de apoio às actividades marítimo-turísticas, a ampliação da Marina e a construção de pontões para mega iates. Rodrigues salientou ainda a “vontade” conjunta da Câmara Municipal da Horta e do Governo de avançar para a requalificação da Avenida Marginal. O socialista louvou a “coragem” do Executivo em prosseguir neste investimento, apesar da actual conjuntura, e acusou os social-democratas de tentarem “denegrir” a imagem do PS no Faial Luís Garcia, do PSD, insistiu na ampliação da Marina, que disse estar prometida desde 2002. “Os investimentos anunciam-se, ‘reanunciam-se’, mas não avançam”, considerou. Por sua vez, Costa Pereira quis saber onde é que o Porto da Horta passará a receber os
navios de cruzeiro, condenando o facto do Governo ter apresentado uma maqueta da obra na Semana do Mar com um cais para cruzeiros de 400 metros. Para Costa Pereira, é lamentável que, para justificar o cais de cruzeiros em São Miguel, o argumento tenha sido a necessidade de separar a recepção aos turistas do movimento de cargas, mas que, para o Faial, seja exactamente essa a solução: “aqui na Horta, passageiros e palha podem estar juntos. Eu lamento isso”, referiu. PLENÁRIO FERvILHA COM PROxIMIDADE DAS LEGISLATIvAS DE 5 DE JUNHO “O PS é uma autêntica fábrica de boatos sobre o programa eleitoral do PSD”. A frase é do líder da bancada social-democrata no Parlamento Regional, Duarte Freitas, que acusou os socialistas de apontarem constantemente “críticas sem sentido” ao programa do PSD acerca do Estado Social. Em vésperas de eleições, a reunião do plenário ficou marcada por uma “troca de balas” especialmente acesa entre bancadas. Duarte Freitas acusou o PS de “colocar a austeridade do lado das pessoas, favorecendo a máquina do Estado”, e de “aumentar os desperdícios”, e garantiu que o objectivo dos social-democratas é “inverter a situação”. A diminuição do diferencial fiscal entre a Região e o Continente de 30% para 20%, negociada com o FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, também mereceu palavras do líder laranja: “cada família açoriana vai pagar mais 400 euros de impostos, por via do aumento do IVA, do IRC e do IRS”, disse. O líder da bancada social-democrata considerou ainda uma “desfaçatez” do Governo socialista de Carlos César a aplicação de taxas moderadoras na saúde na Região,
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depois de, durante anos, ter “jurado a pés juntos” que nunca o faria. Também Aníbal Pires, do PCP, criticou a introdução de taxas moderadoras nos Açores. Para o parlamentar, “a governação do PS não é socialista, é social-democrata e marcadamente liberal, muito próximo daquilo que o PSD defende. Era bom que o PSD clarificasse de uma vez por todas o que pensam fazer relativamente à saúde, à educação e à segurança social”. O esbatimento das diferenças entre PS e PSD também foi referenciado por Artur Lima, para quem tanto social-democratas como socialistas “cultivam a subsidiodependência”. Lima criticou acesamente a introdução de taxas moderadores no Serviço Regional de Saúde, “quando o PS fazia bandeira” com o facto da Região estar isenta dessa medida. Para o popular, trata-se do “primeiro sinal da fraqueza das finanças públicas açorianas”. Da bancada do Governo, levantou-se Sérgio Ávila para garantir que o Executivo açoriano foi sempre “contra” o ajustamento da diferenciação fiscal entre os Açores e o Continente, no entanto, face à posição da Troika, de que não deveria haver qualquer diferenciação fiscal, o vice-presidente considera que conseguir a manutenção dessa realidade, apesar do corte de 10% na diferenciação, foi uma “conquista”. Berto Messias, líder do grupo parlamentar socialista, acusou o PSD de “propostas confusas, desmentidos sucessivos e explicações mal dadas”. “Estamos perante um PSD que acha que Portugal deve ser um campo de experimentalismos”. “Num dia apresenta o seu programa eleitoral, passados poucos dias já admite alterar propostas. Resta-nos aguardar pela errata do programa eleitoral do PSD”, disse.
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GRUPO “ILHA AZUL”
MAUS HÁBITOS
g O Grupo de cantares “Ilha Azul” acaba de comemorar os
g No nosso meio há pessoas com filhos de tenra idade que, nos dias de bom tempo, os levam a passear e brincar nos jardins e espaços ajardinados da cidade. Isso é natural. O que já não é natural é que, segundo queixas que tivemos, esses espaços se apresentem por vezes sujos de excrementos de cães que por ali andaram, a passeio, com os seus donos. Em algumas cidades do país há posturas camarárias que obrigam à limpeza desses dejectos pelos donos dos animais, em sacos de plástico, logo lançados nas caixas do lixo. Um problema, afinal, fácil de eliminar.
quinze anos de actividade. E é sempre agradável ouvi-lo – e bem assim a outros do mesmo género – com a sua música tradicional, plena de ritmo e alegria, a dar animação às festas populares principalmente durante a época de Verão. conjuntos como o “Ilha Azul” representam, pois, um grande valor para a preservação do património musical do povo que somos, merecendo toda a nossa consideração porque a sua existência é fruto da dedicação e “amor à arte “dos seus elementos. Parabéns… !
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Combustíveis baixaram nos Açores As alterações registadas no preço do petróleo, durante as últimas semanas, nos mercados internacionais, levaram a uma actualização do preço máximo de venda dos combustíveis na Região Autónoma dos Açores. Esta actualização consiste na diminuição de um cêntimo por litro no preço máximo de venda ao público do gasóleo rodoviário, e entrou em vigor às 00h00 de ontem. g
10.º Dia Municipal do Bombeiro Texto e foto
Maria José Silva g Comemorou-se na passada segundafeira o 10.º Dia Municipal do Bombeiro e o 99.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Faial. Como é apanágio neste dia, não faltou a formatura oficial, o desfile das viaturas pelas ruas da cidade e as homenagens aos soldados da paz. Ainda durante esta sessão comemorativa foram assinados dois protocolos., o primeiro com a Clínica Dentária Viva Sorridente e o outro com a APTO, SA. A sessão solene comemorativa ficou marcada pelo facto de ter presente um representante dos Bombeiros do Dafundo, uma das seis Associações (Pombal, Vila do Conde, Ourém, Dafundo, Carnaxide e Horta) que recentemente assinou um protocolo de geminação a propósito de todas elas comemorarem, em 2012, o seu centenário. Hélio Pamplona, presidente da direcção dos bombeiros do Faial, afirmou aos presentes que “este aniversário marca o fim de um ciclo e o início de outro, rumo ao centenário”. Na sessão solene comemorativa, o VicePresidente da Câmara recordou os vários apoios do Município ao trabalho realizado pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Faial, que tornam a autarquia uma das que mais tem investido na segurança, nos Açores, e que vai desde o apoio na realização dos estudos geotécnicos ao terreno onde se localizará o futuro quartel da Associação, à construção das camaratas femininas, passando pelo pagamento dos seguros de viaturas, pela vedação e cedência do terreno para centro de exercícios e formação da Boavista, em Pedro Miguel, e pelo protocolo anual para realização de acções de prevenção e exercício ao nível da Protecção Civil e do Conselho Municipal de Segurança.
De acordo com José Leonardo Silva, o Plano Municipal de Emergência do concelho da Horta está em fase de reestruturação. Para o autarca, este é um documento estruturante para a operacionalidade da Protecção Civil a nível local, factor determinante para o processo de revisão que agora teve início, no âmbito do Centro Municipal de Operações de Emergência e Protecção Civil. O Plano Municipal de Emergência é o documento que estabelece os princípios e as normas de actuação que devem orientar todos os organismos, departamentos, instituições e outros que, pelas suas potencialidades, possam desempenhar funções vitais na prevenção e na minimização dos prejuízos decorrentes de eventuais acidentes graves ou catástrofes que afectem directa ou indirectamente o concelho da Horta.
Equipamentos. As Ambulâncias de SIV garantem cuidados de saúde diferenciados, como a administração de medicamentos e entubação. O equipamento das SIV permite a transmissão de electrocardiograma e sinais vitais. A tripulação é composta por um enfermeiro e um técnico de ambulância de Emergência e visa a melhoria dos cuidados prestados em ambiente pré hospitalar à população. As novas valências para emergência médica terrestre entram em vigor já no próximo mês com os Desfribilhadores Automáticos Externos (DAE) nas ambulâncias. “Conseguimos, assim, fazer triagens mais qualificadas e seguras, administrar medicamentos ou outros actos médicos, que vão aumentar a segurança e o socorro às nossas populações”, referiu José Contente. No contexto económico actual, José Contente relembra a divisa dos Bombeiros “A Segurança é um dever de todos”, e defende que não pode ser só o Governo Regional a assumir as responsabilidades das 17 corporações de bombeiros. Contente referiu que o Executivo tem feito um investimento “sem precedentes” na Protecção Civil açoriana, considerando os bombeiros a linha avançada dessa protecção civil.
[aconteceu] SEIS JOvENS DETIDOS POR EMBRIAGUEZ g Foi uma denúncia popular que esteve na origem da detenção de seis jovens, quatro do sexo masculino e dois do sexo feminino, na zona protegida do Monte da Guia, na passada segunda-feira. De acordo com fonte policial, quatro dos jovens detidos são menores e outros dois já têm 16 anos de idade. A mesma fonte policial disse ao TRIBUNA DAS IlHAS, que entretanto assistiu a todas as movimentações junto ao edifício da Divisão Policial da Horta, que os jovem resolveram comemorar o Dia da Escola Manuel de Arriaga com o consumo de bebidas alcoólicas, o que levou a que dois deles, um rapaz e uma rapariga, tivessem mesmo que ser conduzidos pela ambulância ao Hospital, para receberem tratamento. A PSP procedeu à identificação dos indivíduos em causa e reencaminhou-os para junto dos seus familiares. Uma situação pontual, dado que nenhum dos jovens apresenta antecedentes criminais, mas que deve servir de exemplo e alerta quer para os outros jovens como para os pais, no sentido de evitarem situações desta natureza.
Sucesso da primeira feira da Saúde põe organização a pensar na segunda edição
CASO “OCEAN FREGATTA” NA BARRA DO TRIBUNAL DA HORTA g O Tribunal da Horta começou esta semana a julgar dois suspeitos de terem transportado mais de meia tonelada de cocaína a bordo de um iate apreendido pelas autoridades no Faial. Os dois homens, um norte-americano e outro francês, foram detidos no Porto da Horta em Outubro de 2009. A operação, realizada em colaboração com a GNR e a Alfândega da Horta, permitiu descobrir 553 quilos de cocaína em estado puro escondida na estrutura de duas lanchas de apoio que se encontravam no convés do iate “Ocean Fregatta”. O iate era proveniente da Vene-zuela e tinha como destino o continente europeu, mas a operação de tráfico acabou por ser interceptada durante uma inspecção de rotina no Porto da Horta.
g Foram muitos os faialenses que, no passado fim-de-semana, acorreram à Biblioteca Pública para visitar a primeira edição da Feira da Saúde, uma iniciativa organizada conjuntamente pela Junta de Freguesia da Matriz e pela Delegação do Faial da Cruz Vermelha Portuguesa, que contou com a participação de muitas empresas locais com actividade na área da saúde e do bem-estar. As filas para os rastreios eram longas, já que muitos dos visitantes aproveitaram a ocasião para medir a tensão arterial e os níveis de glicemia, fazer testes ópticos e de audiologia ou até calcular a sua idade metabólica, entre outros testes disponibilizados no local. A par dos rastreios e da divulgação da oferta empresarial local na
“PONTA DO SOL” COM ROMBO NO CASCO g O navio de transporte de carga “Ponta do Sol” da empresa Transinsular, sofreu na passada semana um rombo no casco, resultado de um choque violento contra o cais comercial do Porto da Horta. O acidente ocorreu durante a manobra de atracagem do navio, que era proveniente do Porto de Velas e que pretendia descarregar mercadoria na Horta. Na ocasião, Jorge chixaro, capitão do Porto da Horta disse aos jornalistas que vai ser feita uma vistoria para confirmar se o navio tem condições de navegabilidade e será aberto um inquérito para apurar as causas do acidente, que admite pode ter sido originado por uma falha de motor.
AMBULâNCIAS SIv E DESFIBRILHADORES MELHORAM SOCORRO AOS AçORIANOS As ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV), que têm por missão garantir cuidados de saúde diferenciados, tais como manobras de reanimação, chegarão às corporações dos Bombeiros dos Açores até ao final deste ano, anunciou na ocasião o secretário regional da Ciência, Tecnologia e
área da saúde, realizaram-se conferências e várias outras actividades, como demonstrações de dança, na tarde de sábado. No final, fazendo um balanço do evento, os organizadores não podiam estar mais
satisfeitos. De acordo com Regina Santos, da Cruz Vermelha Portuguesa, a grande afluência do público confirmou as expectativas da organização, que fica assim ainda mais convicta de que valerá a pena fazer desta Feira da Saúde um evento anual. M.P.
[vai acontecer] “SAÚDE AUDITIvA” EM SEMINÁRIO NA HORTA g A Widex centros Auditivos, em parceria com a Universidade Sénior do Faial, vai realizar um Seminário sobre “Saúde Auditiva” no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça no próximo dia 25 de Maio pelas 17h00. xI JORNADAS DE PNEUMOLOGIA EM MEDICINA FAMILIAR DOS AçORES E CONTINENTE EM JULHO g O Faial vai acolher, nos dias 8 e 9 de Julho, a nona edição das Jornadas de Pneumologia em Medicina Familiar dos Açores e continente. O programa das jornadas ainda não é conhecido, mas ao que conseguimos apurar vai ser levada a cabo uma homenagem ao Dr. António Sachicumbi, director do Serviço de Pneumologia do Hospital da Horta. I CIRCUITO REGIONAL DE GOLFE RÚSTICO DOS AçORES g Tem início a 27 de Maio o I circuito Regional de Golfe Rústico dos Açores, com um torneio em São Miguel, Graciosa, Terceira, Pico, e Faial. A organização é da casa d’Ávilas, com o apoio da Direcção Regional de Turismo, das autarquias com provas neste circuito, e de outras entidades, como a Hortacetáceos. Modalidade em desenvolvimento nos Açores nestes últimos anos, o Golfe Rústico é uma variante do golfe adequada a espaços rurais, não necessitando de campo próprio exclusivamente dedicado. Entre prova e actividades paralelas a etapa inaugural do circuito, em São Miguel, decorrerá entre 27 e 29 de Maio. No Faial a prova será de 6 a 9 de Outubro. Em relação aos prémios, serão atribuídos ao 1º, 2º e 3º lugar , para masculino e feminino, sendo o 1º prémio será uma semana de alojamento para duas pessoas na casa da Torre, ilha do Pico, com uma passagem incluída. O 2º prémio será um fim de semana na Estalagem dos clérigos, ilha de São Miguel, uma oferta dos Hotéis Bensaúde, e o 3º prémio será um pack “A Vida é Bela”, oferecido pela ART. MJS
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consenso volta ao conselho de ilha do faial Depois dos tempos conturbados que marcaram o Conselho de Ilha do Faial durante a presidência de ângelo Duarte, a unanimidade voltou àquele órgão consultivo, e foi mesmo a bitola por onde afinaram todos os seus membros durante a primeira reunião sob o mandato de Guilherme Pinto. O Conselho reuniu na passada segunda-feira para emitir um parecer sobre a criação do Parque Marinho dos Açores, no entanto fica também marcada pela elaboração de uma elencagem dos investimentos que os conselheiros consideram estruturalmente importantes para o Faial, que será remetida ao Governo Regional, de modo a ser tida em análise na elaboração do Plano e Orçamento para 2012.
Marla Pinheiro g A primeira reunião do Conselho de Ilha (CI) presidida pela Mesa de Guilherme Pinto trouxe indícios de bonança para o funcionamento daquele órgão, que viveu tempos de grande tensão sob a presidência de Ângelo Duarte. A unanimidade voltou a reinar entre os conselheiros, que se mostraram bastante satisfeitos com os métodos de trabalho introduzidos pela nova Mesa. Esta reunião fica marcada pela ausên-
cia do anterior presidente, Ângelo Duarte, que integra o CI na qualidade de presidente da Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH). Segundo Guilherme Pinto, Duarte passará a fazer-se representar no CI por Evaristo Brum, que também integra a direcção da CCIH. O CI reuniu com o intuito de imitir um parecer sobre a criação do Parque Marinho dos Açores, e a Mesa optou por preparar um documento de trabalho, onde apresentou sumariamente a proposta do Governo Regional aos conselheiros, bem como uma apreciação prévia, que colocou à discussão. Para a Mesa, o Parque Marinho dos Açores será uma mais-valia para o Faial “já que terá aqui a sua sede, o que pode estabilizar algum emprego e ser o palco preferencial para a recepção de equipas científicas”. No entanto, a Mesa do Conselho de Ilha lembrou que a criação do Parque Marinho trará condicionantes aos pescadores da Região, e propôs que a Assembleia Regional auscultasse representantes do sector antes de votar o documento, uma vez que no Conselho de Ilha não está representada nenhuma associação da pesca, o que, de resto, foi já proposto. A apreciação previamente elaborada pela Mesa agradou ao Conselho, que sugeriu apenas que se acrescentasse uma ressalva à importância da fiscalização. A sugestão partiu do conselheiro Jorge Costa Pereira, que referiu que “não vale a pena criar áreas de protecção se não houver depois a respectiva fiscalização”, lembrando que a actividade fiscalizadora do Mar dos Açores não depende da Região.
Agradecimento
carLoS ViVeiroS
CONSELHO DE ILHA DO FAIAL ENvIA LISTA DE OBRAS PRIORITÁRIAS AO GOvERNO REGIONAL Nesta reunião do CI, Guilherme Pinto sugeriu aos conselheiros que se elaborasse uma elencagem das obras estruturantes para o Faial que não estão em vias de ser concretizadas, de modo a constituir um documento para enviar ao Governo Regional, para que este o tenha em conta no processo de elaboração da proposta de Plano e Orçamento da Região para 2012. Os conselheiros acolheram com bons olhos esta iniciativa da Mesa, que trouxe aos trabalhos um documento previamente preparado onde apresentava uma lista de reivindicações para a ilha do Faial, documento esse que foi elaborado com base nas anteriores actas do CI. A ampliação da pista do aeroporto da Horta, a segunda fase da Variante, a construção do Campo de Golfe e do Estádio Mário Lino são algumas das obras que figuram na lista, bem como a Reabilitação de algumas estradas regionais, a construção da Pousada da Juventude, a recuperação das igrejas do Carmo e de São Francisco, as Termas do Varadouro, o Matadouro do Faial e a continuação da reabilitação da frente marítima da cidade. Os conselheiros foram unânimes em reconhecer a pertinência destas reivindicações. O presidente da Câmara Municipal da Horta, João Castro, propôs a inclusão nesta lista da construção do novo Quartel dos Bombeiros. Já Luís Garcia, deputado regional eleito pelo PSD/Faial, mostrou-se preocupado com o futuro da produção agrícola na ilha, sector estruturante para a economia local. Garcia lembrou que “uma obra não acaba com a sua inauguração”,
ResTAuRAnTe e snAck-bAR AReeiRo • cAPelo • Telf. 292 945 204 • Tlm. 969 075 947
EMENTA PARA DOMINGO
A família de Carlos Manuel Quadros Viveiros, vem por este meio agradecer a todos os que acompanharam em São Miguel, no funeral e assistiram às missas e que de alguma forma manifestaram o seu pesar, enviando flores, cartões, mensagens ou telefonaram aquando do seu falecimento. A todos o nosso sincero agradecimento.
MiSSa 30.º Dia A família informa que manda celebrar, no próximo dia 21 de Maio, pelas 18h30, na Igreja de Santa Catarina em Castelo Branco, uma missa sufragando a alma do seu saudoso extinto. Desde já agradece a todos quantos queiram comparecer em tão piedoso acto.
POLvO À REGIONAL BICUDA FRITA OU GRELHADA ESPETADAS CARNE PORCO AceitAm-se ReseRvAs SERvIMOS REFEIçÕES PARA FORA
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GUILHERME PINTO O novo presidente da Mesa do Conselho de Ilha do Faial parece ter conseguido com que os conselheiros enterrassem o machado de guerra
referindo-se à fábrica de lacticínios, que se vê a braços com a falta de produção de matéria-prima. O conselheiro destacou ainda a importância de apostar na diversificação agrícola. Assim, mediante a proposta de Luís Garcia, a necessidade de aumentar e diversificar a produção agrícola no Faial passou também a incluir a lista de preocupações que o CI do Faial vai remeter ao Governo. Garcia mostrou-se também preocupado com o Hospital da Horta, uma vez que, e apesar da anunciada construção do Bloco C, o novo hospital de Angra do Heroísmo
tem dado aso a muitas especulações, com algumas vozes a sugerirem que aquela nova valência poderá servir as sete ilhas dos Grupos Central e Ocidental. O deputado regional aproveitou ainda a ocasião para pedir ao CI uma “reflexão sobre a verdadeira situação social do Faial”, face aos tempos de crise que o país e a região atravessam, com Guilherme Pinto a sugerir essa reflexão para a ordem do dia de uma das próximas reuniões. O CI do Faial deverá voltar a reunir a título ordinário no próximo mês de Outubro.
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Ps/AçoRes PRomove ciclo de confeRênciAs “um novo ciclo, PARA venceR novos desAfios”
faial recebeu 1.ª conferência, sob o tema “Mar dos açores, um novo potencial de desenvolvimento” O Faial recebeu a primeira conferência do ciclo “Um novo ciclo, para vencer novos desafios”, uma iniciativa do PS/Açores que vai percorrer todas as ilhas do arquipélago durante 12 meses. No Faial, a conferência abordarou o tema “O Mar dos Açores, um Novo Potencial de Desenvolvimento” Susana Garcia Foto: Maria José Silva g Durante os próximos 12 meses vai decorrer o Ciclo de Conferências “Um novo ciclo, para vencer novos desafios”, organizado pelo PS/Açores. Este ciclo pretende ser o “catalisador de novas ideias e soluções que permitam aos Açores entrar num novo patamar do seu desenvolvimento”, através da participação de “personalidades com um percurso que constitua uma soma à reflexão, que aponte soluções práticas, exequíveis e, acima de tudo, que acrescentem valor à Região”. O Ciclo de Conferências foi apresentado na terça-feira de hoje, na cidade da Horta, por Sérgio Ávila, Vice-Presidente do PS/Açores. Segundo explicou Sérgio Ávila, pretende-se com a iniciativa “constituir um fórum de debate livre sobre os Açores, recolhendo contributos e solicitando a participação activa não só de todos os açorianos mas de todas as instituições que queiram connosco reflectir o futuro da nossa Região e particularmente identificar os principais desafios que se colocam no nosso processo de desenvolvimento”.
Marla Pinheiro g A Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) assinalou no passado domingo, dia 15 de Maio, mais um Dia da Escola. A data foi comemorada na segunda-feira, com várias actividades para a comunidade escolar. O destaque foi para a inauguração do Museu da ESMA, que foi instalado numa das salas do recinto escolar e visa albergar algumas peças e documentos importantes que fizeram parte daquela instituição ao longo dos seus 159 anos de história. O Museu será também um espaço propício para a instalação de exposições temporárias. De acordo com Victor Rui Dores, que, com Carlos Lobão e Maria de Jesus Silva, integrou a Comissão Instaladora deste Museu, o objectivo passa por realizar pelo menos uma exposição por período lectivonaquele espaço. Entre os vários elementos que integram o Museu, destaque para um Mapa de
Com estes debates, o vice-presidente do PS quer “incentivar e promover o pensamento aberto, a opinião livre e criar um espírito de reflexão” que contribua para a elaboração das linhas directrizes do partido nas próximas eleições regionais. Para o número dois socialista, nestes debates pretende-se “ouvir os melhores”, sejam eles açorianos ou convidados nacionais ou internacionais. No final, o partido pretende criar um documento que inclua todas as reflexões feitas pelos açorianos e que vá ao encontro das soluções exequíveis e credíveis que possam ser um valor acrescentado para o projecto e para o desenvolvimento da Região. A finalizar a sua apresentação, Sérgio Ávila anunciou o tema da primeira conferência deste ciclo: “O Mar dos Açores um novo potencial de desenvolvimento” que decorreu ontem no Faial. Os restantes temas, já calendarizados, irão ser abordados nos próximos dois meses por todas as ilhas e irão incidir essencialmente sobre temáticas que partido considera “fundamentais para o desenvolvimento da nossa região”. “Melhor Qualidade Educativa, Rumo à Excelência”, “Aumentar a Competitividade das Exportações para Criar Novos Mercados”, “Dinamizar a Criação de Emprego para uma Geração Qualificada” e “Assegurar a sustentabilidade do Serviço Público de Saúde Melhorando a Qualidade e a Acessibilidade” são outras temáticas a serem abordadas neste ciclo de conferências. CICLO DE CONFERêNCIAS NA ONDA DAS NOvAS TECNOLOGIAS Este projecto segue a onda das novas tecnologias, e pode ser consultado no s i t e http://www.vencernovosdesafios.com. Os debates podem ser acompanhados em directo através do youtube, facebook
APRESENTAçÃO O ciclo de conferências foi dado a conhecer aos jornalistas por Sérgio Ávila, Francisco César e Frederico Cardigos
e twitter. “A palavra-chave para este projecto é a interactividade”, como refere Francisco César, que teve a responsabilidade de apresentar o site e explicar como vai ser posta em prática a ideia de fazer esta iniciativa “crescer de dentro para fora, chegando, gradualmente, ao maior número possível de açorianos, enquanto destinatários das reflexões e das soluções apontadas”. Francisco César explica que “o objectivo “é permitir em apresentar os temas a discussão, e que esses temas tenham, na Internet, a evolução da própria discussão, assim como receber da parte de quem estiver atento ao debate o seu contributo”. Para que isso aconteça, o responsável explica que foram utilizadas três plataformas de comunicação: o site vencer novos desafios.com, o facebook e o twitter. “Estas três plataformas estarão interligadas e terão em tempo real a actualização dos debates”, refere Francisco César, acrescentado que “ à medida que a conferência está a acontecer, há sempre alguém que vai actualizando as ideias bases dos conferencistas, bem como de quem está a fazer as per-
guntas, ao mesmo tempo que iremos transmitir todas as conferências, quer no site, quer no facebook, em directo”. Isto vai permitir à população comentar em directo o que está a acontecer. A toda esta informação directa junta-se também a informação tradicional, através de uma newsletter. Francisco César destaca que tudo isto sai da plataforma do site do PS/Açores, para possibilitar que qualquer cidadão, independentemente da cor partidária, contribua e participe neste ciclo de debates. ORADORES DE PESO NO PRIMEIRO CICLO DE CONFERêNCIAS DEDICADO AO MAR DOS AçORES Presente nesta sessão de apresentação esteve também Frederico Cardigos, na qualidade de biólogo/investigador, responsável pela organização do primeiro debate, que aceitou este desafio por considerar esta reflexão importante para o desenvolvimento da região. “Nos últimos tempos muito se tem falado da economia do mar, da exploração do mar profundo, de extensão da plataforma continental, novas oportuni-
dades marítimas, regresso ao mar, tecnologia azul etc…”, refere Cardigos, dizendo que foram precisamente estes temas que permitiram lançar o desafio aos conferencistas, tentando “aliar a experiência à irreverência, o conhecimento à juventude, o empreendedorismo estruturado ao desafio arriscado”. O resultado foi a conferência “Mar dos Açores, um Novo Potencial de Desenvolvimento”, que decorreu ontem no Hotel Faial. Na opinião do biólogo, o tema justifica-se pela importância do mar dos Açores para o desenvolvimento da Região, por isso “é importante saber como utilizar de forma saudável esse recurso”. Marcaram presença nesta conferência cTony Pitcher (Investigador da Universidade British Columbia na área das Pescas), Ana Brito e Melo (Investigadora Centro de Energia das Ondas, IST Lisboa), Raúl Bettencourt (Investigador Universidade dos Açores) e Rick Rosenthal (produtor premiado de documentários do mundo subaquático). O debate foi moderado pela jornalista Marla Pinheiro.
Secundária Manuel de arriaga assinala Dia da escola com inauguração de Museu Portugal em relevo, restaurado por duas professoras da ESMA, que, segundo referiu Rui Dores na cerimónia de inauguração, faz parte de um grupo de muito poucos que ainda hoje existem no país. Para além da abertura do Museu, o Dia da ESMA fica marcado pela inauguração de uma Estação Meteorológica, que, de acordo com Graça Gonçalves, professora de Geografia daquele estabelecimento de ensino, tem por objectivo diversificar os métodos de ensino e aprendizagem, proporcionando aos alunos novas experiências nas ciências aplicadas. Com este novo equipamento, o Grupo de Geografia da ESMA pretende criar um Clube de Meteorologia já no próximo ano lectivo.
O dia serviu ainda para que os alunos pudessem experimentar a nova caixa de saltos em comprimento, que brevemente passará a integrar a oferta desportiva do Complexo Manuel de Arriaga. De acordo com o presidente do Conselho Executivo da ESMA, Eugénio Leal, tratou-se de um investimento financiado pela Direcção Regional do Desporto, com a colaboração da Delegação do Faial da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, responsável pela execução da obra. Como já vem sendo tradição, o Dia da Escola fica também marcado pelas actividades do Clube de Filatelia “O Ilhéu”. Este ano, o clube prestou homenagem ao filatelista Manuel Vieira Gaspar, com a apresentação de um selo, um carimbo e um subscri-
to. “O Ilhéu” procedeu ainda ao lançamento da quarta edição do livro Baleia à Vista!. A tudo isto juntaram-se diversas actividades desenvolvidas pelos alunos, como uma Feira Gastronómica onde era possível experimentar petiscos dos vários países cuja lín-
gua é ensinada na ESMA. O dia ficou marcado também pela actuação do Grupo de Teatro da ESMA, Sortes à Ventura, que apresentou à comunidade escolar a peça Navegações e Outras Tormentas.
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viii congResso RegionAl do cds-PP Decorreu no passado fim-de-semana, na ilha de São Jorge, o oitavo congresso regional do CDS-PP, na ilha de São Jorge. O evento ficou marcado pela reeleição unânime de Artur Lima na liderança do partido nos Açores, e pela presença do líder nacional dos populares, Paulo Portas. Com as legislativas nacionais à porta, Artur Lima deixou, no entanto, promessas já para as eleições regionais do próximo ano: o CDS-PP não quer coligações pré-eleitorais.
Marla Pinheiro g Terminou no passado domingo a oitava reunião magna dos centristas açorianos, que decorreu na ilha de São Jorge. Artur Lima, reeleito por estrondosa maioria para mais um mandato aos comandos do CDS-PP/Açores, teceu duras acusações a Carlos César, acusan-
artur Lima com liderança reforçada DR
do o presidente do Governo Regional de aceitar da "troika" que negociou a ajuda externa a Portugal "um mau acordo para a região". Na apresentação da moção de estratégia global, Lima criticou a redução do diferencial fiscal entre a Região e o Continente, e defendeu a compra dos submarinos pelo líder nacional do partido, Paulo Portas, quando era ministro da Defesa: “com a enorme zona económica exclusiva e o alargamento dos domínios marítimos com a plataforma continental não há outros meios de o país defender e preservar os valiosos recursos que ali se encontram", disse. No domingo, após a sua reeleição, o líder dos populares açorianos falou com as eleições regionais de 2012 no horizonte, e deixou uma certeza: "o partido quer crescer para vencer mas não nos deixaremos iludir com eventuais propostas para entendimentos pré-eleitorais e vamos a eleições com candidatos e listas próprias”. Artur Lima dá um con-
victo “não” a coligações, e considera que o partido pode acabar com a “clientelar maioria absoluta do PS”, bem como ser “a alternativa ao PSD no futuro governo dos Açores". Para Artur Lima, a chave para sair da crise passa por dinamizar o sector agropecuário, de modo a diminuir as importações e aumentar as exportações. Para
os populares, há que trabalhar em parceria com os agricultores, e incentivá-los a destinar parte das suas produções ao cultivo de hortofrutícolas, como complemento à produção leiteira. O candidato criticou ainda o que tem sido feito nas áreas dos transportes, saúde e turismo, a garantiu, em alternativa, “uma política assente no realismo e na verda-
de, ao serviço dos outros e superior a qualquer vaidade pessoal". Lima apontou o dedo à RTP/Açores, por não ter transmitido em directo a sessão de encerramento do congresso, “à imagem do que fez com outras forças partidárias da região”. Esta semana, no parlamento, o líder dos populares levou o seu descontentamento em relação ao serviço público regional de televisão ao plenário, onde teceu duras críticas ao responsável pela RTP/Açores, Pedro Bicudo. Quem também marcou presença no congresso do CDS-PP/Açores foi o líder nacional do partido. Paulo Portas mostrou as suas convicções de que será possível eleger Artur Lima para a Assembleia da República no próximo dia 5 de Junho: "estamos muito perto, faltam poucos votos, é agora ou nunca porque o candidato Artur Lima arriscou ir a votos e se for eleito é o PS/Açores que vai perder um deputado", disse.
centros de convívio da comitiva vinda de New conceição e dos flamengos Bedford no faial à procura em funcionamento no Verão de turismo cultural Maria José Silva Foto: Susana Garcia g A ilha do Faial vai passar a contar, já a partir do próximo verão, com duas novas respostas sociais na área do apoio os idosos. Trata-se do Centro de Dia da Conceição e do Centro de Noite dos Flamengos, dois equipamentos, em fase final de construção, que no início desta semana foram visitados pela Secretária Regional do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Paula Marques e pela Directora Regional da tutela, Paula Ramos. Em declarações aos jornalistas, a Directora Regional da Solidariedade e Segurança Social explicou que a visita teve como objectivo fazer um “ponto de situação” daqueles dois empreendimentos e acompanhar os investimentos que estão a ser feitos pelo Governo. Paula Costa destacou ainda o facto do novo Centro de Convívio
da Conceição constituir uma resposta que não existia naquela freguesia citadina, e, reportando-se ao Centro de Noite dos Flamengos, considerou que aquela vai ser, cada vez mais, a solução a adoptar nas nossas comunidades, face ao crescente envelhecimento da população. No entender da responsável estes centros são “uma resposta necessária para com os idosos cuja lista de espera de acesso a estes equipamentos é grande”. Com capacidade para 60 utentes, o Centro de Convívio da Conceição, cuja construção foi adjudicada por cerca de 255.000 euros, acrescidos de IVA à taxa legal, deverá ficar concluído já em Junho. A Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial é o dono desta obra, financiada na sua quase totalidade pelo Governo dos Açores. A Câmara Municipal da Horta cedeu o terreno e financia o
empreendimento em 7% do valor total da obra. O Centro de Noite dos Flamengos representa um investimento governamental da ordem dos 322.000 euros e deverá ser inaugurado na segunda semana de Setembro, no âmbito das comemorações do Dia da Freguesia. Este equipamento social terá capacidade para oito utentes e destina-se a acolher pessoas idosas com autonomia mas que necessitem de suporte de acompanhamento durante a noite. O Centro de Noite dos Flamengos constitui o primeiro dos vários passos que o Centro Comunitário do Divino Espírito Santo projecta levar a cabo no sentido de dotar aquela freguesia faialense de um verdadeiro “centro intergeracional”. Para uma próxima fase, está também prevista a instalação de uma creche e de um serviço de apoio domiciliário a idosos.
Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g Na passada semana marcou presença na ilha do Faial uma comitiva vinda da cidade-irmã de New Bedford, nos Estados Unidos da América, através do Museu do Baleeiro. A comitiva, constituída por 22 elementos, integrou directores do Museu de New Bedford, investidores, artistas e personalidades ligas à Universidade de Harvard. Desta forma, estas pessoas procuraram aproveitar a época baixa para visitar os Açores, numa lógica de turismo cultural que, entre outras coisas, passou pela visita a locais ligados às raízes da família Dabney no Faial. A comitiva foi recebida nos Paços do Concelho pelo presidente da Câmara Municipal da
Horta. Na ocasião, João Castro congratulou-se com a presença destes visitantes na ilha, lembrando a estreita relação de amizade que une a cidade faialense a New Bedford. Além do simbolismo que advém da cidade de origem da comitiva, o edil frisou a importância o facto destas pessoas estarem no Faial numa lógica de turismo cultural. Segundo João Castro, este é um bom exemplo de que se pode fazer turismo cultural de qualidade no Faial. No Salão Nobre dos Paços do Concelho, o presidente da autarquia falou aos visitantes da importância ímpar da família Dabney para a Horta, principalmente pelo facto de ter sido ela o ponto de partida para a ligação entre os baleeiros de New Bedford e o arquipélago dos Açores.
Por sua vez, Gurdon B. Wattles, um dos directores do Museu do Baleeiro que integrava a comitiva, agradeceu a calorosa recepção da autarquia faialense, e visitantes e anfitriões trocaram lembranças. Depois, a comitiva seguiu para o Cemitério do Carmo, para visitar o talhão dos Dabney, onde estão 14 campas daquela família, pertencentes a três gerações. A riqueza da história das ilhas, das suas tradições e do seu património são alguns indicadores que os Açores têm bastante potencial para ser aproveitado numa lógica de turismo cultural. Esta componente da actividade turística traz algumas vantagens, principalmente pelo facto de poder ser uma boa oportunidade para rentabilizar os períodos de época baixa no que a turismo convencional diz respeito.
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Romeu e Julieta no Teatro Faialense g Amanhã, sábado, a partir das 21h30, o Palco do Teatro Faialense recebe a peça intemporal Romeu e Julieta, de William
Shakespeare. Trata-se de uma encenação, adaptação e interpretação de Luís Carvalho, do Grupo de Teatro Experimental. No Faial, este espectáculo conta com produção do Teatro de Giz. A tragédia Romeu e Julieta terá sido escrita entre 1591 e 1595, ou seja, no início da carreira literária de Shakespeare. É uma das peças mais emblemáticas do dramaturgo inglês, que já inspirou inúmeros cineastas, escritores e dramaturgos. PunkAdA!fesT
ii edição a 8 e 9 de Julho no faial
Texto e foto
Maria José Silva g Depois de em 2010 ter provocado grande animação da Quinta de São Lourenço, o Punkada!Fest volta em 2011 para uma segunda edição. O festival decorre novamente naquele espaço, nos dias 8 e 9 de Julho próximo, num programa que foi apresentado na noite de quarta-feira no Café Internacional, na Horta. Coube a Hélio Vieira, director-geral da Azor Waves, apresentar o PUNKADA!FEST que este ano conta com “um cartaz de luxo”. No Faial estarão, para além dos anfitriões, claro, Desbunda +1; Boss Ac, Caim; Poeta Urbano, Silver Star, DJ Double Gee; DJ FBO e DJ Diogo Vieira. Em 2010, o 10.º aniversário da banda faialense Punkada foi o mote para a realização deste festival de música. Para celebrar a data, a banda contou com a colaboração da autarquia faialense e da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, entre outros apoios, para pôr de pé um festival onde par-
ticiparam várias bandas, produzido pela empresa Azor Waves. Este ano a parceria com CCIH e CMH mantém-se. Na conferência de imprensa, organização e parceiros foram unânimes em reafirmar a pertinência do Festival, “este festival foi criado para preencher uma lacuna de que, pensamos nós, o Faial padece. É uma iniciativa para a juventude, que reúne as camadas mais
jovens em são convívio, partilhando sonoridades diferentes, mas cujo fundamento é o rock nas suas várias vertentes.” Filipe Menezes, vereador da CHM que tem a Juventude como pelouro, disse, na ocasião, que “este evento mobiliza muita gente e que, apresenta um grande cartaz.” Sendo este um festival que mobiliza muita gente, quer local, quer de fora, sobre-
tudo jovens, a autarquia está a equacionar a hipótese de garantir transporte, quer do parque de campismo da Praia do Almoxarife, quer de zonas estratégicas da cidade para, o recinto da festa. De acordo com Menezes, também se coloca a possibilidade de disponibilizar espaços, na zona de São Lourenço, para os visitantes poderem pernoitar. Este ano as entradas no Punkada!Fest serão pagas. Desta forma, a pulseira para um dia tem o custo simbólico de 2 euros, e quem comprar para os dois dias pagará 3 euros. Instado a pronunciar-se se esta será uma medida a adoptar em eventos futuros organizados pela CMH, nomeadamente a Semana do Mar, o Vereador Filipe Menezes diz que “a CMH resolveu adoptar esta estratégia de cobrar uma entrada simbólica como forma de fazer face à crise que o país
atravessa. Também porque consideramos que os faialenses têm que se habituar a pagar para ter bons espectáculos. A Semana do Mar também já foi discutida mas este ano provavelmente não teremos entradas pagas, mas nada inviabiliza que, em 2012, à semelhança do que acontece em outros locais, os espectáculos do Palco Principal não sejam pagos” – revelou. A organização deste festival está orçada em cerca de 15 mil euros. PROGRAMA: SExTA-FEIRA, 8 DE JULHO 22h00 – Desbunda +1 23h30 – Boss Ac 01h00 – Poeta Urbano + Silver Star (Terceira) 03h00 – Dj Double Gee (Faial) SÁBADO, 9 DE JULHO 22h00 - caim 23h30 – Punkada 01h00 – DJ FBO (Terceira) 03h00 – DJ Diogo Vieira (Faial)
Dia internacional dos cinemA no TeATRo fAiAlense Museus assinalado Agentes do Destino por toda a região g No passado dia 18 assinalou-se o Dia Internacional dos Museus. Para celebrar a efeméride, desenvolveram-se várias actividades pelos vários espaços museológicos da Região. Em 2011, o Dia Internacional dos Museus teve por mote o tema “Museu e Memória: os objectos contam a vossa História”. De acordo com nota enviada às redacções, as actividades dinamizadas pela Direcção Regional da Cultura visam aproveitar esta efeméride para “incenti-
var os visitantes a redescobrir a memória colectiva e individual”, através das peças albergadas pelos museus dos Açores. No Museu da Horta, o Dia Internacional dos Museus assinalou-se com a inauguração de uma exposição de pintura de Eugénia Rufino, patente ao público na Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, e que pode ser vista no horário normal de funcionamento daquele espaço.
(Hortaludus; dia 22, 21h30; >12) g Protagonizado por Matt Damon (Invictus) e pela bela Emily Blunt (O Diabo Veste Prada), Agentes do Destino é a primeira longa-metragem realizada pelo afamado argumentista George Nolfi, um dos responsáveis pelo argumento da saga de Jason Bourne, protagonizada por Matt Damon . Nolfi é, de resto, o responsável pelo argumento deste filme, inspirado no conto Adjustement Team, do escritor americano Philip Kindred Dick,
cujas obras têm sido um manancial de contributos para a indústria cinematográfica, adaptadas, entre outros, por Ridley Scott (Blade Runner) e Steven Spielberg (Relatório Minoritário). Neste thriller, Damon é David, é um promissor deputado norteamericano que, na noite em que perde as eleições para senador, conhece a bailarina Elise (Blunt). Os dois vivem uma noite perfeita e David apaixona-se por ela. Porém, no dia seguinte, esbarra com um grupo de homens misteriosos com conhecimentos e poderes sobre-
DR
DAMON E BLUNT Os dois actores são o par romântico deste thriller
humanos, que o informam que a sua relação com Elise não faz parte do seu destino e que, por isso, terá de a esquecer ou ambos sofrerão as consequências. Decidido a
ignorar os seus avisos, David terá de encontrar coragem para sair do destino que lhe foi escrito e conquistar o direito a viver aquele amor...
volTA Aos AçoRes em liTeRATuRA Maria José Silva g Uma inovadora “volta aos Açores em literatura” vai decorre já a partir deste mês nas nove ilhas do arquipélago, numa maratona de escrita que culminará em Janeiro de 2012 com um romance da autoria de nove açorianos. "O nosso objectivo é ligar os Açores através da escrita e ter no final um produto único, um romance escrito a nove mãos", afirmou Patrícia Carreiro, coordenadora desta iniciativa do EscreViver nos Açores ao TRIBUNA DAS ILHAS. A "maratona de escrita" começou a 14 de Maio em Ponta Delgada e percorrerá as res-
com nove mãos se escreve… um romance tantes ilhas do arquipélago, culminando em Janeiro na ilha das Flores, onde será escrito o último capítulo do livro. Em declarações a este semanário Patricia Carreiro explica como surgiu a ideia de levar a cabo este “romance a nove mãos”: “O EscreVIVER (n) os Açores surgiu há quase um ano. Eu e o meu colega e mentor deste projecto, o Pedro Chagas Freitas, chegámos à conclusão de que queríamos algo realmente interessante para assinalar este aniversário. Assim sendo, tivemos esta ideia
brilhante: e verdadeiramente inovadora”. O objectivo do evento é “levar a escrita e o gosto pelo Português aos açorianos. É ligar as pessoas pela escrita, para escrita”, explicou a jornalista, dizendo ainda que “queremos incutir a criatividade nos açorianos. Têm-nos dito que em tempos de crise este tipo de iniciativas são algo realmente importante e nós pensamos que assim. Sentimos, e sabemos, que a criatividade tem de voltar à vida das pessoas, que temos de incuti-la nos açorianos e através da escrita
parece-nos ser a melhor forma.” A receptividade da população tem sido muito positiva, conforme nos relata a organizadora deste projecto, mas, somente nos dias das sessões se verá ao certo quem se vai aventurar nesta iniciativa. No mês de Junho o texto vencedor da sessão de Maio segue para a próxima ilha, na qual os concorrentes terão de seguir o rumo da história e assim sucessivamente. O evento chega a todas as ilhas no segundo sábado de cada mês, entre as 14h00 e as
18h00, nas bibliotecas locais. Em suma, esta iniciativa é uma “maratona de escrita, daquelas incansáveis, daquelas fascinantes.” O júri será composto por Pedro Chagas Freitas, mentor do Projecto EscreVIVER, por Patrícia Carreiro, coordenadora local do EscreVIVER (n) os Açores, e por Cláudia Carreiro, professora. Os nove vencedores terão a possibilidade de ver lançado este livro por uma editora açoriana.
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Vera Lacerda considera prioritária a remodelação da cadeia MP
Depois das questões relacionadas com o Mar, a candidata do PS/Açores à Assembleia da República vera Lacerda direccionou as suas atenções, para a segurança, com visitas à PSP da Horta, ao Estabelecimento Prisional e à GNR. A degradação das instalações da cadeia da Horta não passou despercebida à candidata, que reconheceu serem prioritários os esforços para sensibilizar os responsáveis na República para a urgência da beneficiação do imóvel. Lacerda visitou também o Lar das Criancinhas e reuniu ainda com a CCIH. g A terceira candidata do PS/Açores à Assembleia da República esteve na passada sexta-feira, no Estabelecimento Prisional da Horta, onde ficou a conhecer as instalações, cujo estado de degradação tem vindo a agravar-se a olhos vistos. Para a advogada, esta visita era imperativa, uma vez se trata de um sector “na dependência directa do Governo da República, nomeadamente do Ministério da Justiça”, referiu. No final da visita, a candidata fez referência à construção, em curso, de novas instalações para o Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo, do qual depende a cadeia faialense. “Acreditamos que isto trará melhorias ao estabelecimento prisional da Horta, uma vez que um dos seus principais problemas é a sobrelotação”, considerou. A construção de um novo estabelecimento prisional na Terceira, aliada ao elevado grau de degradação da cadeia da Horta, fazem com que a possibilidade do estabelecimento prisional do Faial ser encerrado e os reclusos serem transferidos para Angra seja uma questão pertinente. A este respeito, Vera Lacerda refere que “havia uma rúbrica prevista no PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) para o investimento no estabelecimento prisional da Horta. Com a queda do Governo, isso ficou num impasse. A oposição uniu-se para derrubar o Governo, por isso esse investimento ficou numa situação de stand-by”. No entanto, para a candidata, a necessidade da manter o estabelecimento prisional no Faial é óbvia, bem como a urgência da sua reparação: “da parte dos deputados eleitos pelo PS/Açores à Assembleia da República haverá sempre um esforço para este estabelecimento se manter aberto, e para uma melhoria das suas condições”, assegurou, acrescentando que, face à gritante degradação do edifício, essa deverá ser uma das prioridades dos deputados açorianos em São Bento: “estas condições não dignificam nem os guardas prisionais nem os reclusos, tem de haver investimento nesta cadeia, e vamos fazer o possível para que tal aconteça, tendo sempre em atenção, no entanto, a crise financeira, que neste momento está presente em todo o lado”, disse. M.P.
vERA LACERDA SATISFEITA COM ALTERAçÃO AO MODELO DE AFECTAçÃO DAS MULTAS E COIMAS Na tarde de quinta-feira, Vera Lacerda visitou as instalações da PSP da Horta, onde se inteirou de várias informações relacionadas com a actividade desta força de segurança na ilha. Em declarações à comunicação social no final do encontro com o comandante, a candidata reforçou a importância do contacto dos candidatos a deputados na Assembleia da República e com as forças de segurança, uma vez que as mesmas estão sob a alçada da República. “O esforço no combate ao crime empreendido pela PSP tem sido muito importante, e, como o senhor comandante nos disse, os índices de criminalidade baixaram bastante. Achamos que devemos trabalhar sempre para diminuir esses índices”, referiu a candidata, que quis ainda salientar pela positiva a política de proximidade da PSP, exemplificando com o programa Escola Segura. A falta de meios das forças de segurança tem sido unanimemente reconhecida, e o aniversário do Comando Regional dos Açores, recentemente comemorado na Horta, voltou a trazer o assunto à ordem do dia, com o comandante regional a reconhecer mais uma vez a falta de recursos, quer humanos, quer materiais. A este respeito, Vera Lacerda reconheceu as dificuldades, no entanto frisou que, no que à esquadra da Horta diz respeito “não há falta de efectivos”. “O mais importante é que a segurança está assegurada”, entende a candidata. Em relação a esta questão, Vera Lacerda fez referência ao diploma recentemente aprovado na Assembleia Regional, que determina que o produto das multas e coimas cobradas na Região seja concedido às forças de segurança açorianas: “será mais fácil para as forças de segurança terem meios financeiros disponíveis para aplicar em equipamentos e no que seja necessário”, considera. M.P. PS SATISFEITO COM GNR NO FAIAL Foi na manhã de quarta-feira, que Vera Lacerda, candidata socialista à Assembleia da República visitou o Posto da Guarda Nacional Republicana na Horta. Incluída no ciclo de visitas que o PS está a levar a efeito por todas as forças de segurança da região da responsabilidade da República, esta acabou por ser, como afirmou a candidata aos jornalistas no final da reunião, “a visita mais satisfatória, porque, a verdade é que a GNR está de boa saúde e recomenda-se. De acordo com o Comandante do Posto, a GNR tem tido um papel muito preponderante na prevenção da criminalidade no Faial, o que nos deixa deveras satisfeitos”. O Governo da República tem investido na melhoria das condições de operacionalidade da GNR nos Açores, nomeadamente com a inserção de uma rubrica de 3 milhões e 700 mil euros para as forças de segurança em
MP
CADEIA DA HORTA vera Lacerda reconheceu a necessidade imperativa de beneficiar as instalações
geral. No que à GNR diz respeito, e de acordo com dados revelados por Vera Lacerda, o investimento é na ordem dos 1 milhão e meio de euros. “O PS veio aqui constatar que tem havido uma aposta na melhoria das condições de segurança. Tendo em
aqui visitamos são importantíssimos para as famílias modernas na medida em que permitem que cresçam e se desenvolvam da melhor forma. Esta visita pretende ainda enfatizar as diferenças que existem entre a nossa candidatura e a SG
LAR DAS CRIANCINHAS A candidata visitou as instalações
conta que o número de efectivos e as condições, quer do edifício, quer dos equipamentos são boas, não nos foi transmitida qualquer reivindicação. Resta-nos continuar a defender os interesses dos Açores acima de tudo” – finalizou. M.J.S. vERA LACERDA DEFENDE UM ESTADO SOCIAL Prosseguindo a ronda de reuniões e visitas a instituições e entidades da ilha do Faial, Vera Lacerda, candidata do Partido Socialista à Assembleia da República esteve, segunda-feira, no Lar das Criancinhas da Horta. A instituição particular de solidariedade social acolhe diariamente mais de duzentas crianças desde a creche ao jardim-de-infância e ainda ATL. A a falta de espaço e capacidade para dar resposta às longas listas de espera são as maiores preocupações dos seus dirigentes. A terceira candidata do PS/Açores à Assembleia da República justificou a visita àquela instituição alegando uma defesa imperiosa de um “Estado Social”. A esse propósito disse ainda que “os equipamentos como este que
candidatura do PSD. O PS defende uma segurança social para todos, enquanto o PSD pretende privatiza-la. Isso representaria um prejuízo de 60 milhões de euros.” Como intervenção directa na República para fazer face aos problemas que lhe foram apresentados, Vera Lacerda diz que, caso seja eleita, vai tentar promover mais protocolos que garantam os financiamentos que o Governo da República já estabelece para estas situações, nomeadamente para a Rede de Amas. Uma possível alteração da Lei das
Finanças Regionais, é algo com que Vera Lacerda não considera sequer ter que lidar, “neste momento esta lei beneficia os Açores e não podemos passar por uma situação de alteração”. PS vISITA CâMARA DO COMéRCIO E INDÚSTRIA DA HORTA Também os comerciantes estiveram na senda da candidata socialista à Assembleia da República nas eleições legislativas que se avizinham. Vera Lacerda esteve, na manhã de terça-feira, reunida com a direcção da Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH), para, conforme disse aos jornalistas no final da reunião, “se inteirar de como estão os comerciantes a reagir e a lidar com a crise que o país atravessa”. Motivo de regozijo para a candidata é a melhoria das acessibilidades a nível marítimo e aéreo, “foram feitos grandes investimentos a nível de transportes, quer marítimos quer aéreos que contribuem para o incentivo da economia local”. Em cima da mesa de trabalho durante esta reunião estiveram ainda as questões relacionadas com o empreendedorismo. A esse respeito diz a candidata rosa que “o PS defende o empreendedorismo enquanto elemento catalisador de novos postos de trabalho, ao contrário do PSD que apresentou uma série de medidas que promovem uma clara precariedade laboral.” Vera Lacerda adiantou também que o papel da República aos empresários poderá passar por mais incentivos e investimento na Região, “vamos manifestar a nossa inteira disponibilidade no sentido de defender os interesses dos faialenses” – conclui. M.J.S. SG
CCIH A candidata falou sobre empreendedorismo com os representantes dos empresários locais
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20 DE MAIO DE 2O11
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artur Lima: “No cDS não há candidatos iGP” DR
Marla Pinheiro g Artur Lima escolheu o monumento da autonomia, na Avenida 25 de Abril, para localização simbólica da sua primeira conferência no âmbito da pré-campanha para as Legislativas do próximo dia 5 de Junho. O cabeça de lista do CDS-PP na Região falou aos jornalistas ao início da tarde de terça-feira, criticando vivamente a redução do diferencial fiscal entre os Açores e o resto do país. Para Artur Lima, a diminuição da redução da taxa de IVA em relação ao continente de 30% para 20% não é aceitável: “os açorianos vão ser os portugueses mais penalizados com o aumento brutal de impostos que a ‘Quadroika’ nacional – porque à Troika junta-se José Sócrates – impôs aos Açores. O Governo Regional capitulou perante essa imposição de Sócrates. Os socialistas de cá, e os
de lá, são responsáveis, e aceitaram as mesmas condições impostas à Madeira e aos Açores, quando os Açores deviam ser tratados de maneira diferente, porque somos nove ilhas e temos ultraperiferia cá dentro”, defendeu o popular. Segundo o candidato, a Região já participa devidamente no esforço nacional para o equilíbrio das contas, nomeadamente através da redução em 20 milhões de euros na Lei das Finanças Regionais. O aumento dos impostos nos Açores, desta forma, é, para Lima, um “contributo excessivo”, e não equitativo, como deveria ser. Para o popular, as medidas até agora tomadas têm privilegiado o aumento da receita, e não a diminuição da despesa, que Lima entende ser o caminho a seguir. Para tal, a palavra-chave é “mudança”: “esperamos uma mudança de Governo em Portugal, e que o CDS seja um contributo nessa mudança”, refe-
riu. Quanto à hipótese de ser eleito deputado à Assembleia da República pelos Açores e, consequentemente, ter de dei-
xar o hemiciclo regional, onde é líder de bancada, Artur Lima entende que “os açorianos precisam cada vez mais de uma voz activa em Lisboa”. O candidato
assegurou, no entanto, que, se for eleito deputado à Assembleia da República, continuará a ser presidente do CDSPP/Açores, e a acompanhar os trabalhos parlamentares na Região. Lima reforçou também a sua confiança no resto da equipa do CDS-PP/Açores, considerando ter “excelentes substitutos” para a Assembleia Regional. Em relação às listas à Assembleia da República, Artur Lima garante que “no CDS não há candidatos de Indicação Geográfica Protegida (IGP), nem há lugares cativos”. “Escolhemos os melhores para as situações que precisamos”, independentemente da ilha de origem. Lima apontou baterias ao PS, criticando o facto do número dois da lista do partido pelos Açores viver fora da Região: “dizem que representa a ilha Terceira, pese embora viva fora há 33 anos”, referiu.
Passos coelho no faial Lídia Bulcão revela que PSD quer uma “Loja do agricultor” Texto e fotos
Maria José Silva
g Eram as 14h15 de sábado quando a bordo do Cruzeiro do Canal chegou à ilha do Faial o presidente do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho. A seu lado vinham Berta Cabral, Presidente do PSD Açores, Mota Amaral, cabeça de lista do Partido às eleições da Assembleia da República bem como Lídia Bulcão, número 3 da lista laranja e anfitriã, uma vez que o Faial é, como se sabe a sua terra natal. A comitiva do Partido Social Democrata almoçou no Peter Café Sport, com cerca de meia centena de militantes e dirigentes locais. Seguiu-se uma visita ao Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, altura em que Passos Coelho falou aos jornalistas. O líder laranja considerou a visita ao DOP “extremamente instrutiva” e adiantou que “há muitos anos que ouvimos dizer que o mar tem uma potencialidade muito grande, mas muitas vezes ignora-se como a investigação científica já está evoluída e internacionalmente reconhecida. Por outro lado, muitas vezes olha-
Texto e fotos
Maria José Silva
mos para as dívidas imensas que foram geradas por coisas que não têm qual valor ou utilidade e que nos custam a pagar, ficamos chocados com o valor que ainda hoje investimos na investigação de uma matéria que pode ser tão relevante para a nossa riqueza futura e para o nosso desenvolvimento como é o DOP”. Pedro Passos Coelho sublinhou ainda que é importante revalorizar todo o esforço que tem vindo a ser feito a par do alargamento da plataforma continental “esse sim um investimento muito reprodutivo para o nosso futuro, nas ciências do mar e no reconhecimento do mar grande que temos”.
Passos Coelho esteve também no Pico onde visitou a Casa de Montanha, que serve de apoio a todos os que pretendem subir ao ponto mais alto de Portugal, uma das principais atracções turísticas da ilha, mas também do arquipélago. No Pico, aos jornalistas, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, desvalorizou as sondagens, que "há para todos os gostos", defendendo que o mais importante é que os portugueses "percebam o que está em jogo" nas legislativas de 05 de Junho. "Esta é a derradeira oportunidade para tirar Portugal deste ciclo de pobreza. É preciso que os portugueses pensem bem e não desperdicem votos. Se desejam mudança, não esqueçam que o PSD é o único partido que pode liderar a mudança", afirmou o líder social-democrata. A líder do PSD/Açores afirmou sábado que Pedro Passos Coelho é o primeiro-ministro que “Portugal precisa” e que a Região “merece”, considerando que é um político que “prefere resolver os problemas” do país em vez de “vender ilusões aos eleitores”.
g “É como que uma espécie de Loja do Cidadão mas dedicada exclusivamente aos agricultores, onde possam tratar de tudo relacionado com a agricultura sem que tenham que se deslocar a vários sítios” – é assim que a candidata do laranja à Assembleia da República descreve uma medida que o PSD quer implementar na próxima legislatura. Lídia Bulcão esteve, na tarde da passada terça-feira, numa exploração agrícola na freguesia dos Flamengos, naquela que foi a sua primeira acção oficial de précampanha. No final da visita às estufas de hidroponia de João Sequeira, a candidata social-democrata justificou a visita com a actual situação económica do País, “agricultura é um dos sectores que nestes últimos anos tem sido mais desprezado pelo governo socialista.
O PSD, por sua vez, está decidido em apostar na agricultura. Temos dois grandes objectivos para este sector: aumentar a produção e dinamizar as pequenas empresas do sector”. Uma das principais conclusões retiradas da visita prende-se com a dificuldade que os agricultores têm no que ao que financiamentos diz respeito. De acordo com Lídia Bulcão “o líder do Partido Socialista tem
dito muitas coisas e apontado muitas criticas ao programa do PSD por coisas que não estão lá. O aumento dos impostos resultante do memorando da Troika é, no entender da número três da lista do PSD Açores à República, “a prova de que os interesses dos açorianos não foram correctamente salvaguardados pelo governo socialista e que vai custar cerca de 400 euros anuais às famílias açorianas”.
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OPINIÃO
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Tribuna das Ilhas
Quinta de São Lourenço
T
Paulo Oliveira
ive o privilégio de conhecer a Quinta de São Lourenço nos seus tempos áureos, designadamente nas décadas de 70 e 80. É verdade que na altura não havia muita coisa na ilha, mas também é sabido que a então Estação Agrária da Junta Geral, e mais tarde os Serviços Agrícolas da Secretaria Regional da Agricultura e Pescas tudo faziam para experimentar novas técnicas que fizessem sair da terra maiores e melhores produções agro-frutícolas. Os então Regentes Agrícolas, rodeados de vastas equipas de trabalhadores agrícolas, ensaiavam nos vários campos experimentais, quer na planície da Feteira, quer nos matos da Caldeira, várias culturas, da batata aos cereais (milho e trigo), das culturas industriais (tabaco, chicória e beterraba) às frutícolas e hortícolas, na ânsia conseguida da ilha ser praticamente auto-sustentável. Essa verdadeira diversificação agrícola contava ainda com os campos experimentais de Santo Amaro, onde se forneciam plantios de hortícolas, e onde se vendiam os excessos de produção. Exportava-se plantio para as ilhas do Pico, São Jorge, Terceiro a São Miguel. Não esqueçamos que vivíamos em tempos sem internet, sem ligações aéreas a Lisboa, e onde o saber chegava dos livros e dos poucos “canudos” existentes na ilha, ou nos navios (carga e passageiros) que aportavam ao nosso porto.
Visitar a Quinta de São Lourenço era uma lufada de ar fresco, tal era a forma ajardinada que apresentava, em atractivos viveiros delimitados por sebes vivas floridas (bardos de camélias). Visitavam-se os animais domésticos, com os melhores reprodutores da ilha – bovinos, caprinos, suínos e equinos, não esquecendo as inúmeras aves de capoeira. Recordo duas curiosidades relativamente a reprodutores: um burro “Primavera” que chegou a ir às ilhas do Pico e das Flores “cobrir” as burras, e os bois reprodutores que percorriam as freguesias rurais do Faial para “cobrirem” as vacas... Assim se fazia, ao natural, o melhoramente genético. Visitavam-se os viveiros, os diversos campos experimentais, onde as espécies mais invulgares poderiam ser observadas, não só como curiosidade, mas como forma de demonstrar e convencer os agricultores a optarem pelas melhores e mais produtivas espécies. Visitava-se o Solar com o seu lago e a sua Ermida, onde se realizaram inúmeros casamentos, tal era o ambiente agradável que aqui se desfrutava. Mas ainda se visitava a mata com uma agradável zona de merendas, onde inúmeras famílias passavam os fins de semana e feriados, podendo ainda fazer um circuito de manutenção em redor da cratera (vulgo cova), circundada por espécies arbóreas diversificadas, e gostosamente tratadas e apresentadas. Tenho saudades desse passado, onde fui muito feliz.
A DESTRUIçÃO A Região apostou tudo no desenvolvimento da agro-pecuária, seguindo-se o ciclo da carne e do leite, e bem..., não fosse o então Secretário Regional um veterinário. Fundiram-se os Serviços Agrícolas com os Serviços Veterinários, nascendo os Serviços de Desenvolvimento Agrário, liderados por veterinários, pelo que a Agricultura passou a ser o parente pobre e desinteressante deste serviço. Os Regentes Agrícolas viraram Engenheiros Técnicos Agrários, uns faleceram, outros reformaram-se, e os restantes, desmotivados, transferiram-se para a privada, deixando os Serviços Oficiais desprovidos de técnicos da terra... Desapareceram as Brigadas de Desinfecção, que iam de freguesia em freguesia, de quintal em quintal, fazer a poda e a “sulfatar”, cuja receita chegou a cobrir uma parte significativa dos custos. Perderam-se as campanhas de combate à mosca da fruta, e as culturas do pessegueiro, do kiwi e do... café. Tudo foi abandonado a favor da vaca. A solução estava na vaca e na subsídio-dependência. Os campos foram abandonados, transformados em pastagens, os viveiros foram retalhados, primeiro para a construção da Feira Açores, depois para o Jardim Botânico, depois para o Hipismo e até para um Pavilhão de Lata, dito Multi-Usos, e para vacaria. Tudo o que fez foi importante, mas será que era preciso destruir o trabalho e o saber de décadas? Será que não havia outros terrenos onde
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se pudessem edificar as novas valências, sem sacrificar o passado? Será que para construir o Jardim Botânico, agora em fase de ampliação, teve que se deixar a mato os viveiros em altitude, existentes em Pedro Miguel?
O ABANDONO Visitei há duas semanas o Solar, a Ermida, a mata e a cova... Caiu-me o coração aos pés!... Está ao abandono. O Solar está vandalizado, embora algumas rãs ainda sobrevivam no lago. A Ermida está muito degradada. A mata está abandonada, com os ramos caídos, embora ainda corra água no chafariz. A cratera está a mato, com “figueiras do diabo” com mais de 5 metros, onde jazem os obstáculos da pista de hipismo, onde as espécies arbóreas raras tentam sobreviver sob a infestação da “trepadeira de flor roxa” que tudo mata... Todo aquele património arquitectónico e ambiental está moribundo, e constitui uma nódoa para quem o visita... Dizem que aguarda o Campo de Golfe... Nada nem ninguém pode justificar tamanha barbaridade!... O que se verifica é que destruir é fácil, e que os actuais “donos” da Quinta de São Lourenço não são dignos do passado que receberam, e que não souberam respeitar, honrar e transmitir às gerações vindouras.
diversificação agrícola. Agora, depois de ter ignorado durante duas décadas a produção agrícola, onde todos os apoios foram maioritariamente direccionados para as fileiras da carne e do leite. Agora, depois de ter perdido os quadros de pessoal que tinham o know-how da terra, e da experiência adaptada à nossa ilha. Agora, que as famílias deixaram de ter o hábito de cultivar a terra, de terem fora da porta o complemento para a sua economia doméstica. Agora, que não somos capazes de ser auto-sustentáveis, quer na Região, quer no pais, onde importamos mais do que produzimos Agora, que o FMI veio dizer aquilo que todos nós já sabíamos: que o nosso modo de vida não é sustentável... Agora, talvez seja tarde demais, e talvez já não se vá a tempo. Lamento que tenhamos sido governados por “gente” com tamanha insensibilidade! Mas a vida é assim, constituída por ciclos. Das cinzas se pode renascer, desde que tenhamos melhores dirigentes, com maior sensibilidade, e, acima de tudo, com politicas mais sustentáveis e inteligentes! Tal opção, só depende de nós! Tenhamos nós a coragem de nos incomodarmos, e ir colocar na urna o nosso voto, a nossa arma de combate ao despesismo, na defesa do nosso futuro. (*) Dedico este artigo a meu pai, e aos seus colegas, Regentes Agrícolas já falecidos Mário Ávila, Raul Xavier e Abel Freitas.
DIvERSIFICAçÃO
Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt
Agora, o Governo Regional apela à
a 5 de Junho queremos mais do mesmo?
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Jorge Costa Pereira
Não é caso único o que se verifica no Portugal político dos dias de hoje. Não é infelizmente caso único que em vésperas de eleições cresça o ambiente de oposição e crispação entre as várias forças político-partidárias. Não é infelizmente caso único que em períodos como o que vivemos se cometam alguns excessos de linguagem e até se prometam fazer coisas que os próprios autores sabem antecipadamente como difíceis de concretizar. A tudo isso os portugueses já se habituaram. A tudo isso até os cidadãos reagem com bonomia, apesar de ser uma prática descredibilizadora da classe política e reveladora de que, para muitos, verdade e política não se casam.
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Mas o que vem acontecendo em Portugal nas últimas semanas é bem pior do que aquilo que os Portugueses estavam habituados a lidar. Instalou-se, a soldo do Governo e de José Sócrates, uma poderosa e inusitada máquina de propaganda que rapidamente faz passar meias verdades, divulga mentiras, amplia equívocos, falseia as ideias dos adversários e transforma uma frase e
um pormenor no centro das discussões. Desta forma, em vez da campanha eleitoral se centrar na avaliação daquilo que fez José Sócrates e daquilo que foram os resultados da sua governação, fala-se antes daqueles que não estiveram no Governo. Em vez da campanha eleitoral esclarecer com profundidade as propostas de cada um para o futuro, ela vive de casos, boatos, mentiras, desmentidos e pormenores perfeitamente acessórios. Esta é a estratégia de José Sócrates e do PS. E a vitória desta estratégia só está a ser possível com uma comunicação social maioritária e ideologicamente encostada à esquerda, que amplia de forma acéfala aquilo que a máquina de propaganda do PS fomenta e quer. Como escrevia, há dias, Henrique Raposo, no seu blogue do Expresso, "tal como em 2009, os media estão a fazer o jogo de Sócrates, ou seja, não estamos a discutir os problemas do país". Mais: " com a complacência dos jornalistas, (...) José Sócrates anda por aí a rir e a saltar. Nas redacções há algum cartaz a dizer 'cuidado, não se pode encostar o PS à parede' "?
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Por outro lado, o povo português parece que não quer saber da verdade. Parece que não quer acreditar em quem lhe fala das dificuldades que todos vamos sentir. Parece que não quer enfrentar a dura realidade que vamos todos ter pela frente. Insolitamente mui-
tos parecem preferir agarrar-se às ilusões que José Sócrates vende com a mesma desfaçatez que prometia não aumentar os impostos ou que com ele não havia FMI em Portugal. Só isso explica que o causador da crise em que vivemos, da bancarrota em que mergulhámos e da humilhação nacional a que fomos sujeitos não tenha já nas sondagens a penalização eleitoral que merece.
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Como escreveu o insuspeito Prof. Carlos Fiolhais, no jornal Público, "foi o actual primeiro-ministro o responsável número um pelo grau zero da política. Foi ele que se rodeou de gente incompetente (com poucas honrosas excepções), que impavidamente deixou o país deslizar para o fundo. Não, não se trata só da sua incapacidade de percepção das consequências gravosas das suas políticas. Eles criaram uma campanha propagandística que nos iludiu sobre o estado da nação, dificultando a nossa percepção. Eles são os responsáveis pelo planeamento de parcerias público-privadas ruinosas para o erário público, por exemplo para a construção de auto-estradas inúteis. São também responsáveis pela nacionalização de bancos privados, que se transformaram num pesadíssimo ónus para todos nós. E são ainda responsáveis pelo regabofe no gasto de dinheiros públicos, com manutenção de instituições arcaicas como os governos civis e algumas
direcções regionais, que pouco mais servem do que para dar emprego a correligionários políticos, para já não falar de organismos públicos e fundações de utilidade duvidosa. Enganaram-nos através dos sucessivos PEC, sobre a sua capacidade de gerir o Orçamento de Estado. Enganaram-nos, ansiosos, por manter o poder nas últimas eleições, com o aumento dos salários dos funcionários públicos e a promessa da não subida de impostos. E enganaram-nos com miríficas esperanças como a das energias renováveis, que, ao contrário do que reza a publicidade oficial, são caras e pouco eficientes, não passando por isso de uma flor na lapela de um casaco roto." E conclui " Se a escolha em Portugal fosse, por hipótese, entre o actual primeiro-ministro e o rato Mickey, eu não hesitaria em votar no boneco da Disney."
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A escolha essencial nas próximas eleições é, pois, muito simples: queremos continuar a viver na ilusão, na mentira, no faz de conta, até que os credores nos ponham a pão e água e hipotequemos o nosso futuro? Para isso, o caminho é o PS de José Sócrates. Ou queremos quem fala a verdade, quem é sincero e não nos esconde as dificuldades que teremos de vencer e que nos traz a esperança de, no fim da provação, termos um país melhor e mais justo? Para escolhermos este caminho a única opção que garante a
mudança é o PSD de Passos Coelho.
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Também para os eleitores do Faial a escolha nas próximas eleições é simples. Nestes últimos anos, temos tido um deputado na Assembleia da República, eleito nas listas do Partido Socialista. Deram os Faialenses pelo seu trabalho? Usaram eles alguma vez da palavra para levar ao Parlamento nacional os problemas da nossa ilha ou destas nossas ilhas? Fizeram alguma coisa que se saiba pela ampliação da pista do Aeroporto da Horta? Ou tomaram posição contra o encerramento da Estação da Radionaval da Horta? Ou denunciaram as condições de funcionamento do Estabelecimento Prisional da Horta? É que não basta antes das eleições fazer o estafado e sempre repetido percurso por estas instituições, deixar ditas meia dúzia de generalidades e, depois de eleitos, pura e simplesmente esquecer a terra e as gentes que os elegeram. Queremos no Faial continuar assim? Ou queremos efectivamente mudar e ter quem leve os nossos anseios à Assembleia da República? Sei que se elegermos Lídia Bulcão, candidata do Faial na lista do PSD, com ela, estaremos efectivamente presentes na Assembleia da República. Com competência, com empenho e com o renovado dinamismo de quem está liberto de dependências partidárias! 17.05.2011
desPoRTo
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TAçA TeRmofAiAl Xc
Jf ribeirinha/Jomare sagra-se vencedora absoluta g O trilho oficial de BTT do Parque Natural da Ilha do Faial, situado no parque Florestal do Capelo recebeu no passado domingo a última prova da Taça TERMOFAIAL XC, que contou com um novo recorde de participantes, com 58 ciclistas, sendo 15 da ilha da Terceira. O número de equipas presentes na prova de BTT, também foi acima do habitual, apresentando nove equipas à partida, três do Faial (Café Silva/Angústias Atlético Clube, Junta de Freguesia da Ribeirinha, Team Moto Horta) e quatro da Terceira (Altares Activos, Fontainhas Activa, Barreiro e Total Bike). A manhã iniciou-se com a prova dos escalões de formação, que percorreram um percurso especialmente desenhado à volta do campo de futebol do Capelo. Às onze horas iniciou-se a primeira prova oficial no trilho de BTT do
A CLASSIFICAçÃO FINAL DA PROvA
Parque Natural da Ilha do Faial, com os 50 ciclistas, num percurso variado com descidas rápidas, subidas longas e um percurso em single track (percurso estreito onde só passa um bicicleta) que requeria bom domínio da bicicleta. Os ciclistas terceirenses levaram consigo cinco primeiros lugares, Juvenis femininos, Cadetes masculinos, Sub-23 masculinos, Elites e Veteranos A, mostrando um bom andamento, mas diga-se
em abono da verdade que o ciclistas faialenses, que estavam noutra “guerra” não se preocuparam com os ciclistas terceirenses, que não entravam nas contas da Taça TERMOFAIAL XC, estando sim a controlar os seus adversários faialenses. Após está última prova os vencedores nos diversos escalões terão acesso ao Campeonato Regional de XC que se irá disputar na ilha de São Miguel.
Andebol – cAmPeonATo nAcionAl iniciAdos
Infantis Masculinos 1.º - Daniel Marques 2.º - Iuri Bettencourt 3.º - Fábio craveiro Iniciados masculinos 1.º - Tiago Brasil 2.º - André Oliveira 3.º - cristóvão Ribeiro Iniciados Femininos 1.º - Isabel Moniz Benjamins Femininos 1.º - Teresa castro Benjamins Masculinos 1.º - Gonçalo Vargas 2.º - Miguel carvalho 3.º - Guilherme Vargas EQUIPAS 1.º - JF Ribeirinha/Jomare 2.º - AAc/café Silva –
Sportzone 3.º - Moto Horta Promoção femininos 1.º - Sandra costa 2.º - Dina Freitas Promoção Masculinos 1.º - Nuno Fialho 2.º - Marco Escobar 3.º - Nilzo Fialho veteranos C 1.º - Ivo correia 2.º - Roberto Ponte veteranos B 1.º - João cardoso 2.º - Inácio Russo 3.º- Hélder Medeiros veteranos A 1.º - césar Furtado 2.º- Hélder Pereira 3.º - António Dutra
Elites +23 1.º - Pedro Mendonça 2.º - Paulo Andrade Sub 23 1.º - Bruno Brasil 2.º - Tiago Bessa Juniores femininos 1.º- Dina Freitas 2.º - Joana Dias Juniores Masculinos 1.º- Fábio Moura 2.º - Sandro Garcia Cadetes Masculinos 1.º - Miguel Nunes 2.º - Bruno Freitas Juvenis Masculinos 1.º - leandro Escobar 2.º - Diogo Mendonça 3.º - Miguel Moniz Infantis Femininos 1.º - Helena Bettencourt
king
Sporting da Horta fica pelo caminho Mário Dutra continua na liderança g Os jogadores de Iniciados do Sporting da Horta classificaramse em último lugar na terceira fase do Campeonato Nacional de Andebol, no passado fim-desemana, o que faz com que a competição tenha terminado para os faialenses. De acordo com o técnico Mário Bettencourt, os atletas começaram bem, frente ao Académico do Funchal. Estiveram em vantagem mas, ao cair do pano, os madeirenses marcaram e venceram o encontro pela margem mínima, e
os atletas do SCH ressentiram-se. Perderam o segundo jogo por uma margem de 9 golos, frente ao Ginásio Sul, de Almada, e no último jogo enfrentaram o Estarreja, que, a jogar em casa, contou com um pavilhão cheio de apoiantes. Ainda assim os faialenses estiveram na liderança do marcador durante algum tempo, mas acabaram por perder com 2 golos de diferença. Para Mário Bettencourt, frustração era a palavra que melhor descrevia o ânimo dos seus atletas
no rescaldo da competição. O técnico confessa que as ambições da equipa eram passar à próxima fase, no entanto destaca o equilíbrio com que os seus jogadores se bateram frente a equipas com um ritmo competitivo mais acentuado. De acordo com o técnico, agora há que preparar a próxima época. Cerca de uma dezena dos atletas que constituem o plantel de Iniciados do SCH prepara-se para ingressar no escalão acima, Juvenis, na próxima época.
g Decorreu na passada segunda-feira mais uma jornada do Campeonato de King 2011. Desta feita, António João foi o vencedor da noite, partilhando o pódio com José Leitão, em segundo lugar, e Mário Serpa, em terceiro. Nas contas da classificação geral, Mário Dutra é o líder, seguido de Ruben Oliveira e Carlos Vilela. A próxima jornada joga-se no dia 6 de Junho.
Andebol – cAmPeonATo nAcionAl senioRes
Última jornada joga-se amanhã g Este fim-de-semana chega ao fim o Campeonato Nacional de Andebol. O Sporting da Horta parte para a última jornada na liderança do Grupo B, após ter
vencido o Académica de São Mamede no Pavilhão da Horta por 40-29, no passado fim-desemana. Na última jornada, os faialenses
jogam fora, frente ao Xico Andebol. O Belenenses, actualmente em segundo lugar, joga com o São Mamede.
fuTebol
fayal Sport vence Supertaça Manuel faria de castro CARLOS PINHEIRO
g Os Verdes da Alagoa foram superiores ao Flamengos, no encontro que, na tarde do passado domingo, opôs as duas formações, na disputa pela Supertaça da Associação de Futebol da Horta, que homenageia o antigo presidente da instituição, Manuel Faria de Castro. Na primeira edição da Supertaça Manuel Faria de Castro, o Fayal Sport puxou dos galões de campeão e venceu os
Turma do rodeio dia 4 de Junho no Grémio
jogadores do Vale por 2-0. O Fayal Sport soma assim esta época a conquista do campeonato
da AFH e da Supertaça. O Flamengos, recorde-se, sagrou-se vencedor da Taça da AFH.
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oPinião
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ReTAlhos dA nossA hisTóRiA – Xcvii
No centenário da república Portuguesa (32) Fernando Faria
37. GOvERNADOR LUCIANO MACHADO SOARES
C
om o definitivo regresso do Dr. Malheiro Cardoso a Lisboa em 15 de Janeiro de 1935, o Governo Civil da Horta ficou entregue a um funcionário administrativo, uma vez que o ministro do Interior havia demitido, por telegrama de 11 de Dezembro de 1934, o governador substituto que era o sempre presente Dr. Manuel Francisco Neves Júnior. Interessa sublinhar que à frente do Ministério do Interior estava agora o tenente-coronel Henrique Linhares de Lima, natural de São Roque do Pico, que era um protector privilegiado daqueles que no distrito se opunham aos seguidores do Dr. Neves. Ocupara, ainda nos tempos da Ditadura (1929-1932) a pasta da Agricultura, fora presidente da Câmara Municipal de Lisboa e exercia elevado cargo na Comissão Executiva da União Nacional. Portanto, sendo ministro do Interior, era certo e seguro que, numa singular e curiosa alternância que se desenrolava no seio da desavinda União Nacional, decidisse que regressassem ao poder os que, em 1931-32, haviam apoiado o governador Pais Almeida. Tendo assumido funções em 23 de Outubro de 1934 logo foi determinando mudanças que abrangeram, não só a autoridade superior do distrito, mas também as câmaras municipais, as juntas de freguesia, os regedores e, até, as instituições de assistência pública, designadamente a Santa Casa da Misericórdia da Horta e os Asilos de Infância e de Mendicidade. As primeiras alterações foram ainda efectuadas no tempo de Malheiro Cardoso, merecendo realce a demissão do governador substituto (11.12.1934), a exoneração do delegado dos Serviços de Censura à Imprensa (14.12.1934) – com o tenente Alfredo Sampaio a ceder o lugar ao tenente Joaquim Monteiro de Freitas – a demissão
da comissão distrital da União Nacional, com a saída do Dr. Neves e ascensão de elementos da facção contrária, em especial do Coronel Álvaro Soares de Melo e dos médicos Dr. Alberto Campos de Medeiros, Dr. José Estêvão da Silva Azevedo e Dr. António de Freitas Pimentel. Foram estes que, apoiados no ministro Linhares de Lima, conseguiram partilhar com apoiantes do Dr. Neves – sobretudo os médicos Dr. António da Terra e Dr. Humberto Santos Freitas - posições de destaque na estrutura distrital e local da União Nacional ao mesmo tempo que minavam a já frágil magistratura do Dr. Malheiro Cardoso. Para mais, no mês de Dezembro em que se deram todos estes acontecimentos, decorreram as eleições dos 90 deputados que iriam constituir a primeira Assembleia Nacional do Estado Novo. Ora, um dos candidatos a deputado era precisamente o ministro Linhares de Lima e, embora houvesse um só círculo eleitoral em todo o País, aqueles mencionados opositores da linha do Dr. Neves fizeram crer que Linhares de Lima seria a voz do distrito da Horta no futuro parlamento e que a sua candidatura a eles exclusivamente se devia. Tanto assim era que em vésperas das eleições realizadas a 16 de Dezembro foram distribuídos nas quatro ilhas muitos exemplares de um panfleto por eles subscrito e intitulado “aos eleitores do distrito da Horta”. Claro que, oficialmente, a União Nacional também apelou ao voto nos seus candidatos, o que, sem adversários concorrentes, seria perfeitamente redundante e desnecessário se no distrito da Horta ela não estivesse tão desunida! Assim, o coronel Melo e os três médicos subscritores do manifesto não só vitoriavam, em patrióticos vivas, a “Pátria, o Estado Novo, a União Nacional, o Venerando Chefe de Estado, Salazar e Linhares de Lima” mas também apelavam, “a todos os eleitores deste abandonado distrito para que concorressem com o seu voto “como portugueses e filhos deste torrão abençoado” dando assim “uma prova insofismável” de patriotismo e de contributo para “o final da grandiosa obra de Ressurgimento Nacional” levada a cabo por Salazar, esse “grande português” que, pela sua obra, já conquistara “um lugar de merecido relevo no coração de todos os honestos portugueses”1 . Realizado o acto eleitoral, a Assembleia Nacional reuniu pela primeira vez em 11 de
Janeiro de 1935 e o ministro – e agora também deputado – Linhares de Lima não perdeu tempo. Procedeu à nomeação do governador civil da Horta para ocupar o lugar do Dr. Malheiro Cardoso que, recorde-se, saíra para Lisboa a 15 de Janeiro. Como o diploma da sua exoneração ainda não fora publicado (só o seria em 15 de Março), o ministro decidiu-se pela nomeação de um governador substituto, recaindo a escolha no Dr. Luciano Machado Soares, advogado, natural de São Roque do Pico, vila onde nascera em 1902 e onde casara com Ester Linhares de Andrade (23.9.1934), sobrinha do ministro Linhares de Lima. Formado em Direito, Machado Soares tomou posse a 14 de Fevereiro de 1935, assistindo à cerimónia – “que foi bastante concorrida”2 - a comissão administrativa da Câmara Municipal, militares, médicos, funcionários públicos e vários amigos, tendo discursado alguns deles, nomeadamente o coronel Álvaro Melo e o tenente João Costa. O primeiro, que era comandante militar, garantiu o seu apoio ao novo governador e prometeu-lhe “a maior lealdade em todos os assuntos que tenham em vista defender os princípios do Estado Novo e os interesses do distrito”. O tenente João Costa, que fora secretário do governador Pais Almeida, e era activista da facção oposta à do Dr. Neves que impiedosamente combatia no jornal O Telégrafo, manifestou as “suas esperanças num melhor futuro para o nosso distrito, afirmando que é tempo de acabarem grupos” e de se tratar do “merecido progresso destas ilhas”, elogiando o empossado e o ministro do Interior pela “acertada escolha que, no momento presente, não poderia recair em quem melhor desempenhasse o difícil cargo de governador civil”. O Dr. Luciano Machado Soares agradeceu as referências elogiosas, que considerou excessivas, prometeu ouvir as reclamações de toda a gente e asseverou que as procuraria resolver com justiça, afirmando, surpreendentemente, “não ser a pessoa indicada para o lugar” que só aceitara pela muita consideração que lhe merecia o ministro do Interior, a quem o ligavam “laços de família e amizade”3 . Mais do que a relação das presenças neste acto de posse, são mais significativas as ausências. A não comparência dos dirigentes da União Nacional provava más relações com o ministro Linhares de Lima, o qual, por seu lado, ansiava por substituir
os seus principais responsáveis. É isso que explica o pedido de demissão apresentado logo no mês de Março pelo presidente da Comissão Distrital que, entretanto ficou a aguardar substituto. Várias diligências privadas e confidenciais se fizeram para as desejadas mudanças que só acontecerem no segundo semestre de 1935, já o Dr. Luciano Machado Soares fora há muito empossado como governador civil efectivo do distrito da Horta (22.5.1935) e fora “introduzindo, de acordo com as directrizes do ministro do Interior, novos elementos nas comissões administrativas, não sem grande relutância e resistência passiva do grupo” chefiado pelo Dr. Neves “que queria continuar com o monopólio do mando”4 . Tanto nos cargos da administração pública distrital e local, como nas comissões da União Nacional houve uma distribuição mais ou menos equitativa de elementos das duas facções na procura de uma integração de todos os que se reivindicavam de nacionalistas e de servidores do Estado Novo. Essas duas facções tinham novas lideranças, não obstante cada uma delas continuar acantonada num jornal local e manter o apoio dos chefes tradicionais. Este ofício, de 10 de Novembro de 1935, dirigido ao governador Machado Soares pelo presidente da comissão distrital da União Nacional é um eloquente testemunho do que se afirma: Tenho a honra de comunicar a V. Ex.ª que a comissão distrital da União Nacional reunida para apreciar o pedido por V. Ex.ª formulado, resolveu propor pelo grupo antigo, e aprovado por unanimidade, o Dr. António Terra, e, pelo grupo moderno, o Dr. António de Freitas Pimentel, aprovado por maioria5 . Nota-se, portanto, que tentavam coexistir na comissão distrital da União Nacional as duas facções que há muito se combatiam. E não foi por haverem dividido os lugares de mando – António Terra era presidente da Comissão Distrital da União Nacional e foi nomeado presidente da Câmara Municipal da Horta em Dezembro de 1935, ao passo que Freitas Pimentel assumiu a vice-presidência daquela Comissão da U. N. e também no mesmo mês e ano foi nomeado governador civil substituto do distrito da Horta – não foi por isso que acabaram as acções persecutórias, as calúnias e as desavenças. Aliás, iriam atingir, nos anos subsequentes e já com outros chefes do distrito maiores propor-
ções. Numa brevíssima apreciação do mandato do governador Machado Soares deve referir-se, além dos equilíbrios que procurou manter – apesar de claramente preferir o grupo moderno – que o maior de todos os problemas que teve de enfrentar foi o dos sinistrados do terramoto de 31de Agosto de 1926 que, dez anos passados, sofriam para poderem pagar os empréstimos que haviam contraído. O regime cerealífero, os problemas moageiros e a aquisição do trigo aos lavradores, bem como a realização de obras públicas sob a competente direcção do Engenheiro Ângelo Corbal (vias de comunicação, protecção da orla marítima e obras em pequenos portos) e o auxílio à pobreza que assolava as ilhas do distrito, sobretudo a cidade da Horta, são assuntos que merecem destaque. Em 18 de Janeiro de 1936 houve remodelação governamental e o ministro do Interior passou a ser o Dr. Mário Pais de Sousa. Sem o apoio do coronel Linhares de Lima, o governador Machado Soares logo se deslocou a Lisboa (saiu da Horta a 1 de Fevereiro) para, segundo a imprensa local, conferenciar com o novo ministro e tratar de assuntos de interesse distrital. Assumiu a chefia do distrito o Dr. Freitas Pimentel que a exerceu até 25 de Maio, dia em que o Dr. Machado Soares retomou funções, mas apenas por um curto período, já que em 1 de Julho seria oficialmente exonerado. Desempenhou depois vários cargos, sendo sucessivamente conservador do Registo Predial em Santa Cruz das Flores, Vila Franca do Campo, Ribeira Grande e Ponta Delgada, findando a sua carreira profissional - que acumulou sempre com o exercício da advocacia - como conservador do Registo de Automóveis de Lisboa. Elemento destacado da União Nacional e da Legião Portuguesa, foi presidente da Câmara Municipal de São Roque e da Ribeira Grande, governador do distrito da Horta (1935-36) e do distrito de Ponta Delgada (1968-70) e deputado à Assembleia Nacional eleito pelo círculo de Ponta Delgada em 1965, tendo falecido na capital micaelense em 15 de Dezembro de 1977. 1 Melo, coronel Álvaro Soares e outros, Aos eleitores do distrito da Horta. Horta, Dezembro de 1934 2 O Telégrafo, 16 Fevereiro 1935, p. 4 3 Idem, 15 Fevereiro 1935, p.1 4 AGcH, of.º n.º 18, de 4.10.1935, da Delegação dos Serviços de censura à Imprensa da Horta 5 Idem, caixa de correspondência recebida, ano 1935
conveRsAs Ao AcAso -11 Santos Madruga
A
proveitando a tarde de sábado, fui até à Avenida Marginal olhar o mar, que se mostrava calmo e sereno, e apreciar, além canal, a ilha em frente. Ali encontrei o senhor João, que de imediato me cumprimentou e me convidou a sentar-me num dos novos bancos colocados, na véspera, entre os salgueiros e voltados para a ilha da outra banda. Sente-se aqui, disse-me ele - por que estes, ainda estão fresquinhos. Após o convite, comentei: Agora já se pode apreciar, calmamente, a baía, o canal e o Pico. É verdade, afirmou o senhor João, e con-
Miradouro do Monte carneiro tinuou: sempre chegou o dia de colocarem estes bancos aqui, mas para o miradouro, com a vista mais bonita do Faial, e até dos Açores, não há vontade de ali se fazer nada. Olhando para ele, perguntei: Mas qual miradouro? Resposta pronta: o do Monte Carneiro! Como o amigo sabe, a minha vida profissional foi, na maioria das vezes, “andar” com turistas e lhes mostrar os lugares mais bonitos da ilha. Às vezes, quando os levava ao Monte Carneiro, ia com o coração nas mãos sem saber o que iria encontrar. Aquilo metia dó, pelo abandono
que tinha sido votado. E hoje!? Observava - nada foi melhorado. Queremos turistas, como eles dizem para aí, mas verificamos que tudo continua na mesma. Amigo e senhor João – atalhei - qualquer dia o seu sonho vai realizar-se. Vão fazer daquele espaço, um miradouro digno desse nome, pois a vista panorâmica que dali se desfruta é sensacional: - a cidade aos nossos pés, a baia do Porto Pim, dum lado, a Espalamaca de outro, a Feteira, o vale dos Flamengos, o Cabeço Gordo e a Caldeira, e, ainda, as ilhas do Pico, S. Jorge e
Graciosa. Isso é verdade, respondeu. E continuei: Aquela vista não deixa de ser um espectáculo soberbo, sobretudo quando o Sol se vai e nos fica um lindo entardecer. O senhor João fez uma pausa, e virandose para mim, com aquela expressão peculiar dos homens de fé, disse-me: que Deus o oiça! E com esta, levantei-me, despedi-me e continuei o meu passeio. No entanto, fui pensando no assunto e nas razões que pudessem obstar a realiza-
ção de quaisquer obras naquele miradouro. Não poderia ser por ali existir um marco geodésico, porque em Vila do Rei existe um marco que assinala o centro do País e os arranjos envolventes fazem daquele espaço um bonito miradouro! Que este desejo do senhor João, que será, igualmente, o de muitos faialenses, não caia no esquecimento das entidades responsáveis, visto que os benefícios que daí advêm, não serão só uma mais valia para todos nós, mas também para os turistas que nos visitam. Haja Saúde! Tarde de Maio 2011
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Tribuna das Ilhas
aViSo
coNceSSão coMerciaL De BeBiDaS Da SeMaNa Do Mar 2011 A Câmara Municipal da Horta informa que se encontra aberto o concurso público para a Concessão Comercial de Bebidas da Semana do Mar, cujo regulamento poderá ser solicitado na recepção da Câmara Municipal da Horta ou, em alternativa, consultado no portal da Autarquia em www.cmhorta.pt. As propostas submetidas ao concurso deverão ser remetidas à Câmara Municipal da Horta ou entregues na recepção da CÂmara até às 15H00 de 30 de Maio de 2011, sendo as propostas abertas em sessão pública, no mesmo dia, pelas 16H00 na sala de sessões dos Paços do Município. Paços do Município, 16 de Maio de 2011 O Presidente da Câmara Municipal da Horta João fernando Brum de azevedo e castro
ViDeNte - MeDiuM- curaNDeiro eSPeciaLiSta eM ProBLeMaS De aMor telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * fax: 291 232 001
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20 DE MAIO DE 2O11
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oPinião
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Tribuna das Ilhas
oPinAndo objecTivAmenTe
tÓPicoS: 1 - unidade 2 - ilusões
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Armando Amaral
Pela entrevista do novo Ecónomo ao Jornal diocesano, ficámos a saber que nem vinte por cento dos católicos dá seu contributo anual, o que nos causou natural estranheza, o mesmo não sucedendo quanto a São Miguel ser “onde o culto está mais organizado, onde a religiosidade é vivida de forma mais intensa”. Porventura sem atingir o óptimo, será assaz suficiente para dispensar a exis-
tência dum Vigário Geral, qual Bispo Auxiliar, como é sugerido. Quiçá primeiro passo para tão “desejada” segunda Diocese, achando mesmo o ilustrado sacerdote micaelense que os Açores “não perderiam nada com isso”, e, prosseguindo, lembra haver arquipélagos com mais de uma “e onde as coisas funcionam”. Duma coisa estamos certos, é que seria grave golpe na nossa Unidade que, no caso açoriano, tem uma particularidade muito específica, pois, segundo o Senhor D. António, nasce com a própria Diocese de Angra, e se tem mantido diremos graças à grande devoção ao Divino Espírito Santo. Tornou-se até inquebrantável elo na
a gratidão e a Juventude Alzira Silva
V
olto ao tema das listas que se apresentam às próximas eleições legislativas nacionais porque me parece de primordial importância reflectir antes de votar. Já sublinhei o interesse da renovação que o Partido Socialista introduziu na sua lista. Porém, permito-me clarificar que tal renovação, saudável em democracia, está assente, como sempre deve estar, nos relevantes serviços prestados pelos deputados que agora terminam a sua missão. Sim, disse bem: missão. É tempo de o eleitor compreender que a política é uma missão – nobre – ao serviço do bem colectivo. Há por aí muita confusão (lançada propositadamente) para denegrir a política e os seus protagonistas e para apresentá-los como indigentes intelectuais, inactivos no exercício das suas funções, oportunistas sem princípios. Nada mais distante da realidade. A maior parte do trabalho de deputado, cuja visibilidade não é exuberante, pauta-se pela actuação discreta, pelo silêncio reservado que alguns assuntos merecem, pela tenacidade e pela resiliência, e é sempre (as excepções só confirmam a regra!) orientado por princípios éticos e morais de serviço à causa pública. Mas a este assunto voltarei noutra oportunidade. O que gostaria de salientar hoje é a honrosa colaboração que os deputados que cessam funções, Luís Fagundes Duarte e Luísa Santos, deram à democracia e à Região. O exercício rigoroso, digno e enriquecedor como deputado e como presidente da Comissão de Educação de Fagundes Duarte (longo ainda noutras funções de director regional da Cultura) e as suas qualidades de docente, de investigador e de intelectual conhecidas e reconhecidas não apenas no meio académico e na área da comunicação
social, mas no país literário e no eleitorado atento, merecem de nós hoje um testemunho de apreço e um justo tributo ao seu inestimável contributo para a dignidade do nosso país. A nossa deputada Luísa Santos, cujo tempo parlamentar não lhe permitiu revelar todas as suas capacidades de intervenção, mas que os Açores bem conhecem pela acção pioneira, convicta e tenaz desenvolvida no desporto e na docência (perguntem às gerações dos vinte e dos trinta quem não a conhece) merece também o nosso reconhecimento publicamente expresso pela seriedade, extraordinária dedicação e fecundo desempenho com que assumiu as suas funções na Assembleia da República. A este registo de gratidão por terem desempenhado como devem ser desempenhadas as nobres funções da política e que contraria uma tese incorrecta mas com um número considerável de adeptos de que em política só há ingratidão, junto o registo com que iniciei esta breve reflexão fundada na renovação das listas. No último artigo destaquei alguns elementos curriculares que me pareceram mais salientes na biografia de Carlos Enes. Neste, permito-me salientar as qualidades da candidata Vera Lacerda, cujos trinta anos não permitem ainda um longo percurso de actividade, mas prometem grande criatividade, inovação, competência, capacidade de trabalho, entrega e dignificação das funções parlamentares. Vera Lacerda é juventude. E já todos percebemos que é inútil andar a falar da esperança que a juventude representa para os Açores se não lhe dermos oportunidades e responsabilidades. Vera Lacerda é a lufada de ar fresco que a Assembleia da República precisa neste exacto momento, mas é também uma trabalhadora de mérito e uma cumpridora exímia das funções que lhe são cometidas – quaisquer que sejam. Temos, pois, razões, para confiar e para votar. alziraserpasilva@gmail.com
3-
Unidade, agora também política com o ambicionado sistema autonómico.
2
Da comunicação aos Portugueses, para anunciar o pedido de demissão do 1º. Ministro, e das várias recomendações de Cavaco Silva resultantes da grave situação que Portugal atravessa, salientamos: “Não é tempo de vender ilusões com falsas utopias”. Oxalá que os políticos mais responsáveis com o que está a acontecer, não tentem sacudir a água do capote, afirmando amanhã em campanha, se já não o fizeram, que não é nada com eles, mas sim com o parceiro ao lado, isto é, com aquele com quem tem vindo a alternar no poder....
fMi 4 - Desopilando
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No primeiro de “Grandes debates”, em iniciativa do Presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, participaram Mário Soares e Freitas do Amaral, dois políticos assaz conhecidos que dispensam adjectivos. Pena foi que o único canal televisivo presente tivesse feito a transmissão apenas a conta gotas. Mesmo assim, registámos as seguintes afirmações: Mário Soares: “Não há razões para temermos a ajuda externa do FMI. Por duas vezes (como 1º.Ministro) tive que a ele recorrer, e ambas com êxito”. Freitas do Amaral: “A Senhora Merkel não é dona da quinta”. Referia-se naturalmente à Chanceler germânica que, acolitada pelo
Presidente francês, vem sentenciando a torto e a direito com o amen dos parceiros europeus e com a beijoca agradecida do 1º. Ministro lusitano.
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Na discussão em São Bento da moção de censura apresentada pelos Bloquistas, desnecessariamente chumbada, o 1º. Ministro disse que, em Bruxelas o PSD havia tirado o tapete ao Governo. Resposta do líder parlamentar laranja: Ora, se nem tapete tem, já que o pôs no prego! Por sua vez, Paulo Portas, não querendo ficar atrás, esclareceu: Não é uma moção de censura, mas sim de “ternura” para com Sócrates...
Vamos a banhos! Frederico Cardigos
C
om o aproximar do Verão, começa a haver movimentações tendentes a seleccionar os locais de descanso e, de preferência, que permitam também algumas actividades de lazer, como sejam os banhos. Vivendo numa sociedade tendencialmente bem informada, tentamos conscientemente escolher locais que nos dêem segurança e garantias de qualidade. Por isso, procuramos sinais que certifiquem as posturas e a organização que rodeia cada área balnear. Entre os símbolos mais significativos, encontra-se a Bandeira Azul. Mas há outros… Infelizmente, muita confusão tem sido gerada ultimamente à volta das zonas balneares dos Açores. Há muita informação de má qualidade a circular e, portanto, convém fazer um ponto de situação. O fundamental é entender que, à partida, os locais adequados para zona balnear nos Açores foram escolhidos pelo seu próprio uso. Ou seja, quando começámos a elaborar os Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), que definem legalmente quais são as “Zonas Balneares”, recorreu-se ao conhecimento sobre o uso tradicional e da sua capacidade de carga, entre outros aspectos. Por estas razões, por exemplo, alguns portinhos têm hoje uma função essencialmente balnear. Neste momento, nos Açores há mais de uma centena de locais classificados como zonas balneares. No entanto, o número não está fechado porque os POOC do Pico e do Faial ainda não estão publicados em jornal oficial. O Governo monitoriza com frequências diferentes de acordo com a respectiva tipologia, as águas associadas a cada zona balnear. De entre as águas balneares dos Açores, há mais de meia centena que fazem parte da “Lista das Águas Balneares Identificadas”. Para constar desta Lista é necessário que haja uma proposta por parte de uma entidade que, com legitimidade, se responsabilize
pela gestão (incluindo a promoção de infra-estruturas de apoio) e ter garantido um percurso histórico em termos de qualidade da água. Esta Lista é comunicada anualmente à Comissão Europeia e pretende-se que seja razoavelmente estável, permitindo o alicerçar de investimentos estruturantes da sua utilização sustentável. Alguns destes locais listados poderão, caso a entidade gestora assim o entenda, candidatar-se ao galardão “Bandeira Azul”. Para serem admissíveis, terão de provar, em dois momentos, que cumprem 27 critérios (dentro dos quais, 23 são imperativos) agrupáveis em qualidade, educação ambiental, segurança e serviços conexos. Num primeiro momento, as áreas são galardoadas - este ano, 33 zonas foram classificadas nos Açores - e, num segundo momento, as bandeiras são hasteadas. Dado o período de tempo que passa entre a proposta da zona e o início da época balnear, é necessário aferir que as condições se mantêm antes de hastear a bandeira. Esta última vistoria, antes de ser hasteada a bandeira, tem a presença de diversos técnicos do Governo Regional e representantes da Autoridade Marítima e da entidade gestora. Já aconteceu nos Açores, uma zona balnear ser galardoada e, nesta última vistoria, ter sido decidido não hastear a bandeira. O certo é que não poderá existir uma zona balnear com Bandeira Azul hasteada que não tenha um histórico de qualidade de água impecável e sem grandes ameaças previsíveis, nadadores salvadores e actividades de educação ambiental. Em caso de anomalia, a bandeira terá de ser imediatamente arreada. No entanto, uma zona balnear pode ser ainda mais exigente. Se os gestores da zona em causa, para além de todas as características referidas anteriormente, tiverem especial cuidado com as acessibilidades e com os serviços específicos para os cidadãos portadores de deficiência, poderão candidatar-se ao galardão “Praia Acessível – Praia para Todos”. Nos Açores, em 2010, havia nove zonas
balneares com esta classificação e está para breve o anúncio das zonas vencedoras em 2011… Independentemente de outras classificações mais genéricas (como o QualityCoast, o TOP 50 dos destinos no Sul da Europa ou os títulos dados pela National Geographic Traveller) ou os mais específicos (como as praias com qualidade de Ouro da Quercus), saber e utilizar as certificações dadas pelos diferentes organismos permite uma decisão cuidada e informada. Felizmente, a certificação crescente de zonas balneares nos Açores permite-nos ter confiança no turismo cá dentro e uma motivação acrescida para quem nos visita. Saibamos utilizá-la. Este ano, a Praia de Porto Pim também terá o seu galardão bandeira-azul. É uma mais-valia para a ilha e, em particular, para a Paisagem Protegida do Monte da Guia. É preciso garantir que esta visibilidade acrescida tem consequências na componente económica e social, mas, para isso, é necessário que apareçam corajosos empreendedores e que avancem responsáveis activistas. Com tenacidade e especialmente num período de escassez, saibamos aproveitar as oportunidades que despontam!
De entre as águas balneares dos Açores, há mais de meia centena que fazem parte da “Lista das Águas Balneares Identificadas”. Para constar desta Lista é necessário que haja uma proposta por parte de uma entidade que, com legitimidade, se responsabilize pela gestão (incluindo a promoção de infra-estruturas de apoio) e ter garantido um percurso histórico em termos de qualidade da água.
infoRmAção
Tribuna das Ilhas
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20 DE MAIO DE 2O11
AGENDA CINEMA
Câmara Municipal da Horta
DOMINGO 21H30- Filme - “Agentes do Destino” no Teatro Faialense. Organização Hortaludus UTILIDADES FARMÁCIAS
HOJE E AMANHÃ Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749 DE 22 A 28 DE MAIO Farmácia lecoq 292 200 054 EMERGêNCIAS -FAIAL
Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 ~ Protecção civil - 295401400/01 m linha de Saúde Pública 808211311 i centro de Saúde da Horta 292 207 200
i h p o
eDitaL João ferNaNDo BruM De azeVeDo e caStro, PreSiDeNte Da cÂMara MuNiciPaL Da Horta: torNa PÚBLico, que Nos termos do artigo n.º 74 do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, na redacção que lhe foi conferida pela Lei n.º 26/2010, de 30 de Março, é emitido o alvará de licenciamento de loteamento n.º 1/2011, resultando do processo n.º 03/1/2010, em nome de urbhorta – construção, Gestão e exploração de Projectos de Desenvolvimento empresarial, eM, portador do número de contribuinte 512090084, e auto-reparações Goulart e construções, unipessoal Lda, portador do número de contribuinte 512075239, que titula a aprovação da operação de loteamento e respectivas obras de urbanização que incidem sobre o prédio sito na zona industrial de Santa Bárbara, da freguesia das angústias, descrito na Conservatória do Registo Predial da Horta sob os seguintes números: 1029/19990304, e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 591 da freguesia das Angústias, 1006/19980917, e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 266 da freguesia das Angústias, 1394/20081202, e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 267 da freguesia das Angústias, 1538/20101111, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2126-P da freguesia das Angústias. A operação de loteamento aprovada por despacho de 21 de Dezembro de 2010, respeita o disposto no Plano de Pormenor da Zona Industrial de Santa Bárbara (D. R. R. n.º 35/2006/A, de 14 de Dezembro) e apresenta, as seguintes características: Quadro Geral do Prédio inicial: Área do prédio a lotear
Volume total da construção
9.244,00 m2
27.732 m3
22.391,19 m2 Quadro dos parâmetros lote a lote: Lote Lote PP1 1 2 3
TRANSPORTES - FAIAL
jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380
Área total de construção
118 117 116
Área
a.i.2
uso
3.587,5 m2 Comércio/Serviços/Indústria 1575 3.586,0 m2 Comércio/Serviços/Indústria 1640 3.417,0 m2 Comércio/Serviços/Indústria 1407
a.c.3
N.P.4
3150 3280 2814
2 2 2
NPacS5 NPacS6 2 2 2
0 0 0
cércea7 9 m* 9 m* 9 m*
* - Salvo o disposto na parte final da alínea a) do n.º 5 do artigo 8º do Regulamento do Plano de Pormenor da Zona Industrial de Santa Bárbara (D. R. R. n.º 35/2006/A, de 14 de Dezembro) condicionamentos da aprovação: Lote 1 2 3
Lote PP8
a.L.e.9
118 117 116
7,68 m 11,29 m 14,38 m
a.L.D.10 7,58 m 11,99 m 11,36 m
a.f.11
a.t.12
c.S.13
9,12 m 9,00 m 9,00 m
15,41 m 4,54 m 4,80 m
60,00 m 66,00 m 70,30 m
1Numeração
do lote correspondente à constante no Plano de Pormenor da Zona Industrial de Santa Bárbara Área máxima de implantação 3 Área máxima de construção 4 Número máximo de pisos 5 Número máximo de pisos acima da cota da soleira 6 Numero máximo de pisos abaixo da cota da soleira 7 cércea máxima 8 Numeração do lote correspondente à constante no Plano de Pormenor da Zona Industrial de Santa Bárbara 9 Afastamento lateral esquerdo mínimo 10 Afastamento lateral direito mínimo 11 Afastamento da edificação à frente do lote 12 Afastamento a Tardoz 13 cota de Soleira 2
Os lotes 116 e 117 são propriedade da URBHORTA – Construção, Gestão e Exploração de Projectos de Desenvolvimento Empresarial, EM. O lote 118 é propriedade da Auto-Reparações Goulart e Construções, Unipessoal, Lda. Condicionalismos da aprovação: Em todo o omisso deverá ser respeitado o disposto no Regulamento do Plano de Pormenor da Zona Industrial de Santa Bárbara. São cedidos à Câmara Municipal, para integração no domínio municipal 11.800,69 m2, sendo 3.330,99 m2 de terreno destinados a vias de circulação, passeio e estacionamento, 136 m2 destinados a via pedonal, e 8.333,7 m2 destinados a espaços verdes de utilização colectiva. A execução das obras de urbanização é da responsabilidade da Câmara Municipal da Horta e foi objecto de celebração de contrato de urbanização. Dado e passado para que sirva de titulo ao requerente e para todos os efeitos prescritos no Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, na redacção que lhe foi conferida pela Lei n.º 60/2007, de 04 de Setembro. Registado na Câmara Municipal da Horta, pasta 1 em 29 de Abril de 2011. O PRESIDENTE DA CÂMARA, (João fernando Brum de azevedo e castro) FICHA
Tribuna das Ilhas DIRECTOR: cristiano Bem EDITOR: Fernando Melo CHEFE DE REDACçÃO: Maria José Silva REDACçÃO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOTOGRAFIA: carlos Pinheiro
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FUNDADO 19 DE ABRIL DE 2002
Tribuna das Ilhas SExTA-FEIRA 4 20 DE MAIO DE 2O11
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a importância dos Métodos e técnicas de estudo
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Joice Duarte*
ada vez mais o interesse dos educadores/professores pelos hábitos e métodos de estudo é maior, pois cada vez mais é a noção de que um bom acompanhamento no processo de aprendizagem é revelador de sucesso escolar, o aluno deve se abarcar de um conjunto de instrumentos para se construir num bom formando. Existem estratégias orientadoras e procedimentos que depois de mecanizados ajudam em muito o educando no seu processo de estudo, de modo a tornar este mais eficaz.
A motivação para o estudo é um dos componentes mais importantes em todo o processo de aprendizagem, deste modo torna-se imprescindível que o aluno possua motivação para aprender. É muito importante que o aluno tenha plena noção dos seus objectivos enquanto estudante e reflicta sobre as atitudes e comportamentos que pretende adoptar enquanto educando, equacionando o mais adequado para manter-se motivado a fim de alcançar os seus objectivos. Existe todo um conjunto de estratégias que auxiliam o aluno diariamente, a planificação diária do seu estudo, gestão do tempo e local onde estuda, elaboração de um horário de estudo, organização do estudo através de: apontamentos, a importância da elaboração de bons apontamentos; resu-
mação, exploração de conteúdos que alarga o conhecimento. Todas estas estratégias, adaptadas às características de cada aluno, são indispensáveis para a obtenção de sucesso escolar. O acompanhamento de pais e professores é essencial em todo o percurso escolar e faz toda a diferença, a disponibilidade dos educadores/professores tem um papel facilitador no estudar para aprender. É ainda de realçar a importância da inter-relação dos contextos família-escola-comunidade como promoção do potencial do desenvolvimento de cada aluno. mos, transformação de textos extensos num mais reduzido que contenha as ideias principais; esquemas, vanta-
ESPAçO DE PROxIMIDADE A POLÍCIA AO SERvIçO DOS CIDADÃOS P P O O L L
PERDIDOS E ACHADOS Portaria 1513/2007 de 29 NOv
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Estabelece os procedimentos a adoptar pelas Forças de Segurança I I em relação a objectos perdidos e achados e determina a criação do A A Sistema Integrado de Informação sobre Perdidos e Achados C C
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Durante o período de um ano, os objectos depositados e não reclamados pelos proprietários são guardados. Findo o prazo, procedese a leilão ou ao encaminhamento dos documentos para as respectivas entidades emissoras.
Em caso algum, o achador ficará fiel depositário de documenR R tos pessoais e intransmissíveis perA A tencentes a outrem.
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N N ç ç A A P P Ú Ú B B L L
A DIvISÃO POLICIAL DA POLICIA DE SEGURANçA PÚBLICA DA HORTA, informa os possíveis interessados e a população em geral que irá proceder a um LEILÃO no próximo dia 08JUNHO2011 pelas 14H00 nas suas instalações, sitas à Avenida Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Angústias – 9 900 – 062 – Horta, O LEILÃO será composto por artigos achados que reúnem os preceitos legais previstos na presente portaria, dos quais se designam alguns, tais como telemóveis, vestuário, portachaves, entre outros. Mais se informa que os pagamentos só serão aceites em moeda corrente (euro) e que no acto da aquisição, a P.S.P. emitirá a correspondente guia de pagamento Eventuais esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.S.P. da Horta, por correio electrónico: cphorta@psp.pt, ou pelos Contactos: Telefone - 292208510 Fax - 292208511
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PROGRAMA INTEGRADO DE POLICIAMENTO DE PROxIMIDADE
gens na sua utilização que muitas vezes ajudam numa compreensão melhor dos textos e pesquisa de infor-
Psicóloga* E-mail: caapsi@sapo.pt Telem. 96 3489511 Http://caapsicologia.blogspot.com