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Crónicas Insulares na perspectiva de M.ª das Mercês Coelho PÁGINA O7

Tribuna das Ilhas

dIrECtOr : MANUEl CrIstIANO BEM 4 NÚMErO : 450

O pi n iãO PÁGINA 14

BeRto Messias

As perguntas do dia 23 PÁGINA 1O

FeRnando gueRRa

Administração Pública – Posicionamento do faial PÁGINA 12

genuíno MadRuga M Ar A çOrIANO

295.772 € PÁGINA 1O

Joice duaRte

21 .JaneirO.2O11

Sai àS SextaS-feiraS

hOlANdA rENdIdA às flOrEs dO fAIAl

Próteas preciosas

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José aRMas tRigueiRo EfEMérIdE

O assalto ao navio “santa Maria” foi há 50 anos Lucas da siLva

OceanEye

Outros olhos para olhar o Mar dos Açores

Os Medos

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1 euro

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Norte Pequeno PÁGINA 12

Rita LaceRda e costa CArtA

AO dIrECtOr

Viaturas abandonadas e contentores abandonados na via pública

CONhEçA As CArAs dA COrrIdA A BEléM

PÁGINAs O8/O9


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Em DEsTAquE

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EDITORIAL

eleiçõeS PreSidenciaiS g no próximo domingo, 23 de Janeiro, realizar-se-ão em todo o país as eleições presidenciais, cujos resultados vão indicar qual dos candidatos vai ocupar, durante os cinco anos que se seguem, o Palácio de Belém, investido no alto cargo de Presidente da República Portuguesa. é mais que evidente que a eleição do Presidente da República tem total reflexo nos açores que, sendo uma região insular, situada em pleno atlântico e dotada de uma autonomia constitucional na vertente político-administrativa, é parte integrante da nação Portuguesa. o Presidente da República, além de supremo Magistrado da nação, é também o garante dessa autonomia inscrita na constituição – o documento fundamental que encerra os princípios básicos pelos quais se orienta o estado independente que nós somos no conjunto dos países da europa e do Mundo. nesta nota e dentro dos princípios de pluralismo e de independência de forças partidárias que este jornal tem seguido – de acordo, aliás, com as normas do seu estatuto editorial – não nos vamos perder em considerações e muito menos em apreciações sobre os candidatos à eleição presidencial. as grandes campanhas ocorridas a longa distância destas terras atlânticas, não nos têm motivado para uma acção mais efectiva na área da informação, do comentário e da entrevista neste período de promoção dos concorrentes ao acto eleitoral e do conhecimento das suas intenções. Por um lado, pelo que temos presenciado nas televisões, o que se tem passado com as andanças dos candidatos pelo país, ou foi pobremente esclarecedor – até em presença da grave crise que o país atravessa – ou descambou para um patamar impróprio de acusações. Por outro lado, estamos mais despertos para os problemas da nossa Região e particularmente desta terra em que vivemos, alguns dos quais, como o caso do aeroporto, dependentes de organismos com sede em Lisboa e, acima deles, dos órgãos do poder central, em que se inclui a Presidência da República, que nunca tiveram a justa e merecida solução. voltando às eleições de domingo e porque vivemos em democracia, esperamos que o acto decorra em todo o país com plena serenidade e civismo e que à volta de quem for escolhido no sufrágio, se juntem os partidos e as organizações sindicais e patronais para vencer pacificamente a difícil situação do país, a bem do seu povo e para honrar a sua história. e que a personalidade ocupante do Palácio de Belém, após estas eleições de 2011, se lembre, durante o seu mandato, que a meio do atlântico há ilhas portuguesas que têm problemas estruturais a resolver em Lisboa – como aquele que mencionámos – e que talvez uma palavra sua poderá desbloquear essas situações, velhas de muitos anos…

Tribuna das Ilhas

Oceaneye aposta num novo conceito de actividade marítimo turística Maria José silva g Seis jovens, quatro deles naturais do Faial, resolveram arregaçar mangas e combater a crise à sua maneira. À sua maneira, mas de uma forma sustentada e inteligente. Apostaram na actividade marítimo-turística mas, literalmente, de um ponto de vista diferente. Se as questões legais e burocráticas não se arrastarem, no próximo mês de Março. este projecto decerá iniciar a actividade. São eles: Rui Guedes Rosa, Irma Cascão, Alexandra Guedes Rosa, Marco Santos, Pedro Guedes Rosa e Ana Pereira. Os seis têm formação superior, maioritariamente em áreas ligadas ao mar, e forte experiência no sector marítimoturístico. Juntos, fundaram a OceanEye. “A nossa empresa assenta numa estrutura de gestão familiar, o que facilita o acompanhamento de toda a actividade. Com quatro biólogos marinhos, a nossa equipa está preparada para promover passeios lúdico educativos” – explica ao TRIbunA dAS IlhAS o biólogo Rui Guedes Rosa, um dos sócios. A OceanEye é uma empresa marítimoturística que irá proporcionar observação subaquática nas costas das ilhas do Faial e Pico desvendando alguns segredos da valiosa vida subaquática do mar açoriano. de acordo com Rui Guedes, a missão da OceanEye assenta em três princípios fundamentais: proporcionar o acesso generalizado, a todas as faixas etárias, ao mundo subaquático; dar a conhecer os valores naturais submersos dos Açores, bem como promover a difusão de atitudes e comportamentos respeitadores do meio ambiente através da valorização/conservação da natureza e sua utilização de forma consciente e responsável. Então, a principal actividade da empresa passa por proporcionar a visualização da fauna e flora no seu habitat natural com uma embarcação singular, “que em conjugação com a grande experiência da nossa equipa possibilita momentos únicos de proximidade com a vida marinha selvagem, sempre respeitando o ambiente” – explica. A IdEIA A ideia de fazer algo inovador na área marítimo-turística surgiu em 2008. “Inicialmente começámos por estudar a estratégia dos Açores para o Turismo e

percebemos que, de facto, a nossa Região tem de promover um Turismo de qualidade e não de quantidade, explorando toda a sua beleza natural, fauna, flora, paisagem, vulcanismo, entre outros. Por outro lado, reunimos uma série de dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores, de forma a perceber o perfil dos nossos visitantes – as pessoas que nos visitam são pessoas informadas que procuram o turismo responsável e que, acima de tudo, valorizam a beleza, a natureza, e a autenticidade da nossa Região. Por último analisámos a oferta existente no sector - apesar de neste momento se oferecerem produtos/serviços de qualidade e que tão bem têm promovido os Açores, para uma região cuja estratégia para o Turismo passa pelo mar/habitat marinho, a actividade é pouco diversificada” – revela o sócio gerente da OceanEye, que acrescenta ainda que “acabámos por perceber que poderíamos fazer algo inovador, que conduzisse a uma maior diversificação da oferta e assim surgiu a OceanEye. É fundamental dinamizar a procura pelos mares dos Açores e mostrar o que de melhor estes têm para oferecer.” Rui Guedes Rosa diz ainda que, após analisados os dados do Serviço Regional de Estatística, concluiu que quem nos visita é o turista da classe média alta, que tem alguma cultura ambiental já incutida e que vem à procura do exotismo natural

[soBe]

das ilhas. Este projecto tem o apoio do incentivo Empreende Jovem. A EMBArCAçãO A embarcação tem um design inovador e futurista que acaba por despertar a curiosidade e a vontade de experimentar. As suas características fazem com que seja a melhor opção na exploração desta actividade nos Açores. Caracteriza-se por ter um fundo côncavo em acrílico modificado (reduzindo a distorção da imagem) com uma área de observação de cerca de 5 m2 que permite a observação subaquática diurna e nocturna. Possui um espaço amplo com duas zonas de observação: uma interior para fazer observação subaquática e uma exterior onde se poderá visualizar a paisagem circundante e ao mesmo tempo o fundo do mar. É extremamente confortável apresentando a comodidade de uma embarcação de lazer. É dotada de uma tecnologia inovadora, navegando sobre um hydrofoil o que a torna extremamente versátil em operação. Esta tecnologia permite-lhe também ser mais rápida que uma embarcação de fundo de vidro convencional, tornando os passeios muito mais emocionantes e dinâmicos. O barco tem capacidade para 20 pessoas, mas a lotação só será determinada após a certificação pelas entidades portuguesas.

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Foi construída na Rússia, e tem tido uma grande aceitação em outros países como México, Palau, ou Grécia. A OceanEye estabeleceu contacto com operadores que trabalham com estes barcos e o feedback é muito positivo e animador. O barco, que já está no Faial, mas ainda não está baptizado, tem duas zonas de observação, seis ventiladores e uma zona exterior onde as pessoas podem estar. As VIAGENs de acordo com os responsáveis pela empresa, ao longo das viagens serão abordados aspectos biológicos e ecológicos, dar algumas noções de conservação e também a geologia da Região, que apesar de extremamente rica é por vezes um pouco esquecida”. Embora o principal público-alvo sejam os visitantes, a OceanEye pretende estimular a ligação dos faialenses e picoenses ao mar, através da criação de programas com Escolas, universidade Sénior, Associações, entre outros. As zonas privilegiadas para as visitas serão as baixas do Canal Faial-Pico, as costas do Faial e do Pico, áreas de reserva, como o Monte da Guia que tem uma fauna e flora diferente de tudo o que é visto em mar aberto, e também sítios de interesse comunitário, como o Morro de Castelo branco ou a zona dos Capelinhos.

[desce]

VAlOrIZAçãO CUltUrAl

PAtrIMÓNIO PErdIdO

g como já noticiámos, a Biblioteca Pública da Horta e arquivo

g o livro sempre foi e continua a ser um veículo de divulga-

Regional João José da graça acaba de adquirir um conjunto de 60 obras de géneros diversos, cujos títulos ficarão, a partir de agora, a fazer parte do seu ficheiro de livros à disposição do público. Por seu turno e como também foi divulgado, o Museu da Horta adquiriu o valioso espólio do antigo fotógrafo faialense thiago Romão de sousa. se a isto juntarmos a obra de ampliação, em curso, do Jardim Botânico do Faial, concluímos que no campo cultural esta cidade e esta ilha vão avançando. e isso já é sinal positivo…

ção cultural, embora hoje, através das mais modernas tecnologias, possamos andar por essas ruas com uma pequena “caixa” no bolso contendo o conteúdo de uma longa série de livros, prontos a abrir e a ler. Mas sobre este tema dos livros, que abre a nota do lado, surgiu-nos a seguinte pergunta: - Quantos livros se terão perdido nesta terra, ao longo do tempo, com as limpezas de arrecadações e sótãos? só de uma vez um amigo nosso salvou umas dezenas deles, que iam em direcção à antiga lixeira. Que Património perdido...!


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LOCAL

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Cruz Vermelha do Faial celebra novos protocolos g A Delegação do Faial da Cruz Vermelha Portuguesa iniciou o novo ano com a celebração de novos protocolos e parcerias. De acordo com uma nota enviada à nossa redacção, os protocolos estabelecidos traduzem-se na estipulação de descontos para os sócios da Delegação do Faial da Cruz Vermelha. Em contrapartida, a Delegação compromete-se com a divulgação e publicitação dos produtos e serviços vendidos nos estabelecimentos juntos dos seus sócios e população em geral através das mais diversas estratégias de comunicação levadas a cabo. Segundo a Presidente da Delegação do Faial da Cruz Vermelha Portuguesa “cada vez mais as empresas têm vindo a estar sensibilizadas para este tipo de iniciativas reconhecendo a sua importância, tanto para eles como para nós”. Na semana passada a Delegação do Faial, esteve presente na cerimónia realizada pela empresa Dutras, Lda que teve como objectivo renovar os protocolos já existentes e proceder à assinatura de novos. A Delegação do Faial foi a primeira Entidade a estabelecer protocolo com a Dutras, Lda há cerca de 2 anos.

[aconteceu]

CAmpO DE gOLfE DO fAIAL

PSd exige esclarecimentos do governo dR

g O PSd/Açores interrogou na passada semana a tutela sobre “os mecanismos accionados pelo governo face ao incumprimento do grupo económico responsável pela construção do campo de golfe na ilha do Faial”, lembrando que “a construção do referido empreendimento deveria ter sido concluída até 20 de Janeiro de 2010”, avançam. lembrando a alienação – em Janeiro de 2006 – da participação governamental na empresa “VerdeGolf, SA, “então entregue à SIRAM Turismo e à Oceânico luso-Irlandês – Investimentos Imobiliários e Turismo”, o grupo parlamentar social-democrata enviou um requerimento à Assembleia legislativa para saber “das sanções aplicadas àquele grupo, e qual o seu montante total”, questiona o deputado Jorge Pereira. “Para assegurar o cumprimento das obrigações ficaram estabelecidas algumas sanções, entre mil a 5 mil euros diários, no caso de eventuais incumprimentos, pelo que exigimos saber como estão a ser salvaguardados os interesses da região face às faltas ao contrato por parte do Grupo SIRAM”, acrescentam. O requerimento social-democrata lembra também que “foi face às dificuldades daquele grupo que o governo assumiu a gestão dos campos de golfe nos Açores, sendo que em Setembro de 2009, o presidente do executivo garantiu em plenário que arranjara uma solução para o campo de golfe do Faial e que se ia concretizar o projecto”, diz Costa Pereira. “nessa altura enviamos um requeri-

mento ao governo perguntando pela solução referida por Carlos César e pelo ponto da situação na cedência de terrenos ao grupo económico em questão. Até hoje não houve resposta a esse requerimento”, recorda. “durante Julho passado levantámos novamente o assunto em plenário, procurando os esclarecimentos a que os açorianos e os faialenses têm direito, mas nessa altura o vice-presidente do governo também não avançou a solução encontrada, referindo apenas que quando o prazo de cumprimento das obrigações fosse excedido haveria uma intervenção”, explica o deputado do PSd “Referiu ainda que o prazo para a construção não seria o mencionado no contrato inicial - Janeiro de 2010 -, tendo se lhe associar o que não decorreu da empresa, dada a alteração do PdM para permitir a aprovação do projecto, sendo que referiu também estar a

preparar o processo para um incumprimento decorrente do contrato”, lembra. “Ora, segundo o vice-presidente, o prazo para o Grupo SIRAM construir o campo de golfe do Faial terminou no final de 2010”, concluem os socialdemocratas, que querem ver revelada “a solução encontrada pelo executivo para a construção do campo e qual o calendário da sua execução. Qual é afinal a solução?”, pergunta mesmo o deputado do PSd. no mesmo requerimento, os parlamentares laranja questionam “as medidas com que o governo acautelou os efeitos de se ter ultrapassado a data de denúncia do incumprimento”, já que “a partir do passado dia 3 deixou de estar disponível um mecanismo dissuasor a aplicar em caso de incumprimento imputável ao co-contratante, conforme alertou o Tribunal de Contas no seu parecer sobre a Conta da região de 2006”, refere Costa Pereira

agricultores vão receber apoio para combater efeitos do mau tempo g O Governo dos Açores vai avançar com a atribuição de um auxílio extraordinário destinado ao restabelecimento do potencial de produção agrícola e/ou à compensação por perdas relevantes na produção das explorações afectadas pelas intempéries e condições climáticas adversas verificadas no decorrer do ano agrícola 2009/2010. A concessão desse auxílio extraordinário é justificada pelo Executivo açoriano com o facto de algumas produções agrícolas regionais e/ou estruturas produtivas terem sido penalizadas pelas “condições climáticas ocorridas na Região Autónoma dos Açores, que se verificaram de forma

persistente desde dezembro de 2009, pontual e localizadamente com características de intempéries”. nos termos de uma portaria da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas, publicada em Jornal Oficial, os apoios a conceder englobam as despesas destinadas a repor e/ou compensar os prejuízos com a perda ou destruição, parcial ou total, de sementeiras, culturas, plantações agrícolas e/ou colheitas, bem como com a reposição de muros de pedra e/ou vedações. O apoio governamental abrange igualmente os prejuízos que os agricultores tenham tido com a perda de solo e/ou

remoção de entulho e com as perdas de equipamentos e infra-estruturas associados ao aparelho produtivo agrícola e pecuário. A mesma portaria determina ainda que os apoios serão concedidos sob a forma de subsídio não reembolsável, de acordo com os prejuízos elegíveis, no montante de 75% do valor dos danos ocorridos no potencial produtivo das explorações e de 50% das perdas directas de produção. A apresentação da candidatura e respectivo pedido de pagamento deverá ser efectuada, nos próximos 30 dias, junto dos Serviços de desenvolvimento Agrário de ilha, os quais disponibilizarão os respectivos formulários.

fOrMAçãO EM dIrEItO E lEGIslAçãO dO AMBIENtE NO fAIAl g decorreu na passada semana, na Horta, uma formação sobre direito e Legislação do ambiente. esta formação foi ministrada pela inspecção Regional do ambiente, e teve como destinatários as forças policiais de segurança pública na Região, com competências em matéria de fiscalização ambiental. ao longo dos três dias destinados a esta formação foram analisadas temáticas como conservação da natureza, Recursos Hídricos, Ruído, Resíduos e a Lei das contra ordenações ambientais. de acordo com nota enviada as redacções, os objectivos da formação “visam proporcionar aos agentes que se deparam no terreno com infracções ambientais melhores conhecimentos a nível do manuseamento da legislação, o seu enquadramento e aplicação na Região, ficando assim melhor preparados para as situações de infracção ambiental que possam vir a ocorrer”. sIArAM.COM dIsPONIBIlIZA NOVOs CONtEÚdOs g o site siaRaM – sentir e interpretar o ambiente dos açores, ferramenta de divulgação e de fácil acesso ao público em geral, cujo público-alvo a comunidade escolar disponibiliza novos conteúdos multimédia, vídeo, áudio e fotografias. de acordo com informação remetida à comunicação social, o siaRaM é uma plataforma multimédia, disponível online, e em actualização contínua, que permite a visualização, pesquisa e download livre dos seus conteúdos, desde que para fins educativos e não comerciais. nesta actualização passa a estar disponível informação sobre o Jardim Botânico do Faial, entre outros. tElEMEtrIA dE GrANdEs BAlEIAs EM dEstAqUE NO POrtAl NAtUrlINk g o programa de telemetria por satélite de grandes baleias está esta semana em destaque no portal de informação ambiental naturlink. o trabalho desenvolvido com recurso àquela técnica pelos biólogos do grupo de investigação de cetáceos do iMaR/doP uaç é abordado num artigo em que são explicadas a metodologia, objectivos e resultados já obtidos numa linguagem acessível. o artigo é ainda ilustrado com diversas imagens alusivas ao trabalho e uma filmagem que demonstra como os animais são instrumentados com os transmissores de satélite.

[vai acontecer] 7.º WOrkshOP INtErNAtIONAl dE BIOErOsãO g em setembro próximo a Horta vai acolher o 7º Workshop internacional de Bioerosão . este workshop está a ser co-organizado pelo iMaR/doP e pelo depar-tamento de Biologia da universidade dos açores. o encontro decorrerá de 18 a 21 de setembro no anfiteatro do doP, e terá como tema principal “Bioerosion as indicator of marine ecosystem health”. os trabalhos apresentados neste workshop estão relacionados com o estudo da erosão biológica ou bioerosão de substratos duros (rochas, conchas, corais, ossos) que são relevantes nas disciplinas da biologia, paleobiologia, e geologia. Para além da divulgação da investigação ciêntifica, este workshop tem também como objectivo a análise de amostras em colaboração com outros participantes da reunião. NOVO BArCO dE MErCAdOrIAs PArA OPErAr NAs IlhAs dO trIâNGUlO g o novo barco para transporte de mercadorias que vai operar entre as ilhas do Faial, Pico e s. Jorge deve chegar aos açores na próxima semana. o barco que já se encontra em Lisboa e deve estar a zarpar com destino aos açores vem trabalhar para a empresa cristiano, que há décadas transporta carga geral entre as ilhas do Faial e do Pico. é uma nova etapa para o comércio entre as duas ilhas segundo o proprietário, Manuel cristiano. o novo barco, de 383 toneladas e quarenta metros de comprimento, chama-se cecília a. a embarcação foi adquirida na noruega. o cecília a juntase ao Lusitânia, o outro navio que integra a frota desta empresa regional. EsPUMANtEs dOs AçOrEs sãO PrOdUtOs dE dENOMINAçãO dE OrIGEM g os vinhos espumantes vão passar a ser considerados como produtos de denominação de origem ou de indicação geográfica nos açores anúnciou o secretário Regional da Presidência que explicou que a decisão resulta da alteração do regime jurídico que regula o sector vitivinícola na Região, aprovada em reunião do conselho do governo. o governo justifica esta alteração legislativa com as “mudanças verificadas nos últimos tempos no sector da produção vinícola regional, que levaram ao aparecimento de produtos de grande potencial e que merecem, por isso, uma certificação e um processo de controlo reconhecido e protegido”.


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REpORTAgEm

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Próteas o “ouro” dos açores Maria José silva fotos: Marla Pinheiro g As próteas afiguram-se como uma oportunidade de negócio de futuro, podendo mesmo ser consideradas como o próximo “ouro” dos Açores. Quem o defende é Jaap Stelder, representante da empresa OZ, da holanda, que esteve de visita ao arquipélago para contactar directamente com os produtores. O director comercial da empresa holandesa, que importa meio milhão de pés de próteas só dos Açores, refere que o preço do transporte aéreo é um problema ao negócio e, em entrevista ao TRIbunA dAS IlhAS, revelou que os operadores estudam as condições de transporte marítimo e a optimização logística que permita colocar as flores açorianas no norte da Europa para a sua reexportação mundial. Os produtores açorianos queixam-se da falta de apoio à exportação internacional. Para a empresa, criada há 14 anos, que tem relações comerciais com os Açores há cerca de cinco anos, com negócios estendidos a vários continentes, o interesse não é só comercial: “a nossa empresa não está só interessada em comprar algo que está para venda; queremos também estimular os produtores a criar algo em que acreditamos que é atractivo”. “O nível de qualidade dos produtos açorianos é bom. Está conforme as nossas expectativas. É por isso que estamos concentrados, não só em produzir na África do Sul, ou na América do Sul, mas também para importar da Europa para fazer uso da procura do mercado actualmente”. As condições climáticas insulares, ressalva, são importantes: “o clima moderado dos Açores torna o produto muito apelativo”. Tudo isto e muito mais foi transmitido a um grupo de produtores de próteas no Faial, na passada semana, durante uma palestra organizada pela Associação de Agricultores da Ilha do Faial. Instado a pronunciar-se sobre a importância dos Açores no contexto global da exportação de flores em geral e das próteas em particular, o holandês explicou que a sua empresa importa flores de todo o mundo mas os Açores têm um papel muito importante no seu negócio, porque se inserem numa “janela de produção natural” que lhos interessa muito, porque “preenche a lacuna que temos

dos processos de contentorização, transporte e embalamento. O objectivo passa por optimizar as condições logísticas de um produto que querem que tenha, com algumas variações, uma vida comercialmente útil entre os 10 a 14 dias até ao seu consumo final. de acordo com Jaap Stelder, para ter uma flor pronta para exportar demora em média três anos. neste momento exportar as próteas tem um custo de 1,47€/kg mais taxas, pelo que se torna um negócio muito oneroso, daí que seja necessário promover estudos, no sentido de tentar encontrar alternativas mais baratas, como seja a contentorização. Jaap Stelder é da opinião que o negócio das próteas nos Açores tem “pernas para andar” quando comparados com o negócio a partir da África do Sul, onde as condições são idênticas, “o que temos que fazer agora é descobrir quais as variedades mais adequadas às condições que os Açores englobam”. 22 milhões de próteas é quanto a empresa para a qual Jaap Stelder trabalha importa anualmente. no ano passado, cerca de 5mil próteas foram oriundas da ilha Terceira. Perante estes valores, o holandês sublinha ser pertinente que se unam esforços no sentido de explorar as capacidades de exportação em conjunto.

JAAP stEldEr O holandês entende que a floricultura pode ser um negócio lucrativo para os Açores

ao nível das próteas produzidas na África do Sul.” no Faial existem, neste momento, 16 produtores de próteas e o cenário indica que vão aumentar. no ano passado a holanda recebeu três carregamentos de próteas oriundas da nossa ilha e é pretensão, quer dos empresários holandeses, quer dos produtores faialenses, aumentar esse número. Importa ainda sublinhar que esses carregamentos equivaleram a 36 mil hastes de flores. APOstAr NA INVEstIGAçãO Actualmente a empresa está a investir cerca de 160 mil euros em estudos e investigações para optimizar uma melhor logística para este produto: “estamos a investir muito dinheiro em investigar para identificar os melhores tratamento póscolheita e condicionamento para podermos encaminhar as flores da melhor forma para a Europa”, expli-

ca. Além dos Açores, esta é uma investigação, conta o empresário, que é feita no Sul de África, em Israel e no hawai: “é um estudo global financiado pela empresa holandesa”. A Associação Internacional de Próteas está a investir milhares de euros na investigação no sentido de apurar que factores influenciam o tempo de vida das flores, para que possa aplicar esse conhecimento e melhorar a qualidade do produto. éPOCA AltA dE flOrEs no último ano, a OZ-Import comprou à Fruter cerca de 400 a 500 mil pés de próteas a um preço de 45/50 cêntimos cada. um valor que tem de ter em atenção, adianta, todas as variantes que afectam o mercado: “agora precisamos de nos actualizar, em termos de tendências de mercado. É preciso

plantar novas variedades de plantas. Temos de olhar para os primeiros resultados dos estudos sobre estas novas variedade para aperfeiçoarmos as condições de transporte em contentores marítimos”. Jaap Stelder explica que esta é uma altura crucial para o mercado florícola internacional, que tem a sua época alta de dezembro a Abril/Maio. “Sabemos que agora, nesta janela de maior procura, temos um mercado forte, o que torna num grande desafio transportar as flores para a holanda”. daqui, conta, cerca de 95% a 98% das importações da empresa são reexportadas para mercados tão distantes como Europa de leste, Médio Oriente, sudeste asiático, ou Escandinávia. OPtIMIZAr Para o empresário holandês é também importante investir nos tratamentos pós-colheita das flores, além

CUrIOsIdAdEs Para além de Portugal continental, Espanha, França e holanda são alguns dos países para onde se exportam próteas, cuja cultura foi introduzida na Região há dez anos a esta parte. Para que o cultivo de próteas tenha sucesso, é necessário respeitar uma série de procedimentos. Os terrenos, explica o produtor, têm de ter um bom sistema de drenagem, ou seja, sem o arejamento adequado, as raízes têm tendência a desaparecer, criando-se assim condições propícias ao desenvolvimento de doenças provocadas por fungos do solo. O terreno tem de ser ácido, isto é, as espécies com interesse comercial desenvolvem-se melhor neste tipo de solo. As próteas necessitam de ar em movimento. As plantas não suportam ventos muito fortes, pelo que é necessário criar abrigos plantando árvores à volta dos terrenos de cultivo. A prótea só pode ser colhida três anos após o início da sua cultura e é uma flor de Inverno.


NOTíCIAs

Tribuna das Ilhas Os presidentes das Juntas de freguesia da Ilha do faial assinaram com a Câmara Municipal da horta os protocolos de delegação de Competências, que este ano ascendem a um valor global de

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autarquia assina protocolos com Juntas de freguesia

708.900 euros.

A assinatura decorreu na passada sexta-feira, na sede da sociedade filarmónica lira e Progresso feteirense. texto e foto

susana Garcia g Para João Fernando Castro, presidente da Câmara Municipal da horta, a assinatura dos protocolos de delegação de competências com as Juntas de Freguesia tem muito significado, na medida em que “pretende ser um processo de descentralização e de rentabilidade da aplicação dos recursos públicos municipais, que apela e suscita um trabalho de parceria”, revelou. na prática, estes protocolos permitem a descentralização das actividades e investimentos, ou seja, a cada Junta de Freguesia é atribuída uma verba que será aplicada na realização de investimentos constantes das opções do plano

e do orçamento municipais. O protocolo prevê a transferência de verbas na ordem dos 708.900 euros, verba esta que, para o edil, representa um empenho significativo do municí-

pio. João Castro quis salientar o facto de este ano ter havido “uma valorização das verbas atribuídas à delegação de Competências”, o que, para o autarca, representa “um forte esforço” da

Srcte reúne com Junta da feteira g O delegado de Ilha da Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, Frederico Soares, esteve reunido com o executivo da Freguesia da Feteira. Em cima da mesa estiveram várias problemáticas e projectos que a Junta pretende realizar. A reunião foi seguida de uma visita a vários lugares da localidade que precisam de intervenção, nomeadamente ao largo da Engenharia, à lajinha, entre outros. neste encontro e no âmbito das competências daquele departamento, foram relatadas todas as carências registadas nesta freguesia. TRIbunA dAS IlhAS falou com Eduardo Pereira após a reunião, que frisou que “estes encontros são deveras positivos pois conseguimos assim ter um contacto mais directo com o responsável pelas obras públicas do Faial e mostrar-lhe in loco as nossas aspirações”. “Teremos a plena consciência que nem todos os projectos poderão ser realizados, atendendo à difícil conjuntura económico-financeira que atinge a

autarquia. no entanto, Castro referiu ser quase impossível manter estas verbas no próximo ano: “a persistir este cenário, não será possível manter as verbas em 2012 nem nos próximos

anos, mas eu diria que este ano era necessário fazer efectivamente um esforço no sentido de concretizar o objectivo de manter as verbas delegadas em todas as nossas freguesias”, considerou. A terminar a sua intervenção, o presidente mostrou-se orgulhoso pelo facto da Câmara da horta ter sido pioneira no processo de delegação de Competências no contexto nacional e de ainda hoje ser das autarquias que mais delega nas Juntas de Freguesia. no final, João Castro deixou um desafio aos autarcas locais para a necessidade de se redefinirem estratégias para o futuro: “os próximos tempos trarão outro tipo de desafios e de dificuldade que as nossas populações poderão efectivamente sentir, portanto aos autarcas e às autarquias é exigida capacidade de perceber estes novos problemas e capacidade de reinventar recursos. É preciso redefinir prioridades e estratégias de acção, no sentido de conseguirmos ter uma linha condutora que resolva os problemas que nos forem mais urgentes”, terminou.

lic. Maria dO cÉU PrietO da rOcHa PeixOtO decQ MOta

cartÓriO nOtarial rua da conceição, nº 8 r/c - 9900-080 Horta tel 292292719 fax 292292813

certidãO narrativa

todos, no entanto aguardamos que a maioria dos trabalhos propostos consigam ficar concluídos” – referiu o presidente da Junta da Feteira.. A breve trecho vão ser colocados sinais de trânsito que o Executivo solicitou e, a longo prazo, de acordo com Frederico Soares, a Secretaria disponibilizou-se para fazer o projecto de requalificação do largo da Engenharia. Aliás, já foi entregue à Junta uma primeira ver-

são e cabe agora à autarquia discutir com as instituições da freguesia qual a melhor solução para o local. O delegado adiantou ainda que a Secretaria vai assumir a requalificação da zona de lazer da lajinha. Em análise esteve já um rascunho do projecto que vai ter de ser reformulado e adequado à realidade actual. A obra, segundo adiantou o delegado, vai avançar antes do início do Verão.

encontro regional de freguesias g O futuro do poder local, confrontado com uma redução significativa de verbas, estará em análise no I Encontro Regional de Freguesias, que decorre a 11 e 12 de Março, na Terceira, com autarcas de todas as freguesias dos Açores. “Esta reunião justifica-se agora ainda mais perante o contexto actual,

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daí a pertinência de tentar reunir mais de 200 autarcas das 154 juntas de freguesia do arquipélago", afirmou à comunicação social o delegado da Associação nacional de Freguesias (AnAFRE) nos Açores. O I Encontro Regional das Freguesias dos Açores é uma iniciativa da AnAFRE, em colaboração

com o Governo Regional dos Açores. António Alves salientou que o encontro pretende promover "um debate profundo sobre temas actuais" do poder local, nomeadamente "a redução significativa de 8,6 por cento no fundo de financiamento das freguesias".

Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada aos catorze de Janeiro de dois mil e onze, exarada duas e seguintes, do livro de notas para Escrituras diversas número noventa e dois - E, do Cartório notarial, a cargo da notária licenciada Maria do Céu Prieto da Rocha Peixoto decq Mota, com Cartório na Rua da Conceição, nº 8 r/c, cidade da horta se encontra exarada uma escritura de JUStificaçãO nOtarial na qual antónio Gilberto Mendonça fontes nIF 105 936 936 e mulher Maria teresinha de freitas fontes nIF 164 174 621, casados na comunhão geral, naturais da freguesia da Ribeirinha, deste concelho e na mesma residentes, na Estrada Regional, n.º74, declaram: Que são actualmente e com exclusão de outrém, donos e legítimos possuidores do seguinte prédio, situado na referida freguesia da Ribeirinha: rústico, no lugar de Taboleiro, de relva com a área de quatro ares e oitenta e quatro centiares, a confinar a norte com José Silveira baires, sul José da Rosa Fialho, leste Filomena Augusta no artigo 436, com o valor patrimonial tributário de 4,90 € e atribuído de cinquenta euros, descrito na Conservatória do Registo Predial da horta sob o número oitocentos e vinte e sete/Ribeirinha com registo de aquisição a favor de herdeiros de Mateus Goulart Pascoal a saber: Felisberto Vieira de Sousa e cônjuge Maria Georgina Goulart Pascoal Sousa, casados na comunhão geral, José Goulart Pascoal casado com Maria bettencourt de Sousa Pascoal na comunhão de adquiridos, Maria Albertina, viúva, Maria lídia Goulart Pascoal Pinto casada com Rui Fernando da Silva Pinto na comunhão de adquiriidos, todos ausentes nos Estados unidos da América e helder Manuel Goulart Pascoal casado com Marília berta Silva Pinto Pascoal na comunhão de adquiridos pela apresentação cinco de dezanove de Maio de mil novecentos e noventa e dois. Que adquiriram este prédio por compra feita há mais de vinte anos aos titulares inscritos, sem no entanto terem outorgado a respectiva escritura de compra e venda Que desde essa altura até hoje estão na posse deste prédio, sem a menor oposição de ninguém; posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário, tendo-o ocupado, feito sementeiras e colheitas, procedido ao seu arranjo e limpeza, pago contribuições, deles retirando todas as utilidades normais, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública. Adquiriram assim o referido prédio por usucapião e, dado o modo de aquisição, não possuem título, estando impossibilitados de comprovar esta aquisição pelos meios normais. É certidão-narrativa que fiz extrair e vai conforme o original. horta, catorze de Janeiro de dois mil e onze.

(filomena teresinha Pereira Serpa)


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NOTíCIAs

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Tribuna das Ilhas

assinado protocolo Bandeira ilha azul Marla Pinheiro foto: Maria José silva g decorreu na passada terça-feira, no Centro do Mar, a assinatura do protocolo de cooperação “Programa bandeira Azul 2011”, entre a Região e a Associação bandeira Azul da Europa. na ocasião, Frederico Cardigos, director regional do Ambiente e do Mar, salientou a importância deste galardão para os Açores, uma vez que o mesmo confere “visibilidade e prestígio” à Região, sendo um alerta da qualidade das suas águas para os visitantes. neste momento, a Região possui 25 galardões em zonas balneares, e outros cinco em marinas, todos distribuídos por São Miguel, Terceira, Faial e Santa Maria. Cardigos considera que existem condições para aumentar este número, até porque nas ilhas do Pico, São Jorge e Graciosa já foram envidados esforços com vista a uma candidatura. O protocolo agora assinado define as obrigações de ambas as partes, associadas ao Programa. O nível de exigência para com as zonas que aspiram ao galardão é bastante elevado: as zonas balneares devem cumprir 27 critérios,

AssINAtUrA dO PrOtOCOlO O director regional dos Assuntos do Mar e a representante da Associação Bandeira Azul da Europa assinaram o documento

23 dos quais são imperativos para a atribuição do galardão. Quanto às marinas, são tidos em conta 22 crité-

rios, 18 dos quais de cumprimento indispensável. Fazer face a estas exigências nem sempre é fácil, e requer

determinados recursos financeiros. A ausência de nadadores salvadores, por exemplo, é um obstáculo à obtenção do

galardão. no entanto, Frederico Cardigos entende que as entidades gestoras das zonas balneares e marinas já perceberam que a bandeira Azul traz vantagens que se repercutem em retorno financeiro. A Campanha da bandeira Azul iniciou-se a nível europeu em 1987, altura em que se comemorou o Ano Europeu do Ambiente. Tem por objectivo consciencializar os cidadãos para a necessidade de proteger o ambiente marinho e costeiro e incentivar à resolução dos problemas aí existentes. A bandeira Azul é um certificado de qualidade ambiental que distingue o esforço de diversas entidades no sentido da melhoria do ambiente marinho, costeiro, fluvial e lacustre, sendo atribuída anualmente às zonas balneares e marinas que cumpram um conjunto critérios nas áreas de educação ambiental e informação, gestão e segurança, qualidade da água e meio costeiro. Em Portugal, a organização deste programa cabe à Associação bandeira Azul da Europa. na Região, onde o programa foi implementado em 1988, este é coordenado pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.

concurso ecofreguesia sobe o nível de exigência em 2011 texto e foto

Marla Pinheiro g Em 2010, a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM) implementou o concurso “EcoFreguesia: Freguesia limpa”. As Juntas de Freguesia da Região aderiram em força, com 112 inscrições, tendo sido atribuídos 71 prémios. Para a SRAM, tratou-se de um sinal positivo, que levou à reedição da iniciativa durante o ano de 2011. no entanto, a fasquia subiu, como explicou aos jornalistas o director regional do Ambiente, João bettencourt, durante a apresentação do EcoFreguesia 2011, que decorreu na horta, na passada semana. uma das novidades passa pela obrigatoriedade da apresentação das guias de transporte dos resíduos, de forma a que a SRAM possa confirmar que os mesmos foram devidamente entregues a um operador licenciado, bem como fazer a sua contabilização.

Além disso, e com o intuito de homogeneizar os critérios que determinam a escolha das freguesias premiadas, foi criado um júri de âmbito regional, constituído por representantes da SRAM. Este júri analisará os relatórios dos diversos júris locais, constituídos, como em 2010, por um representante local da SRAM, da autarquia de cada ilha e de uma associação local. Os objectivos do concurso mantêmse, e passam por reconhecer e premiar os esforços das Juntas de Freguesia e dos cidadãos na limpeza do espaço público das suas localidades. no entanto, em 2011 será dado especial ênfase à sensibilização das populações para a iniciativa. O objectivo é evitar que os locais limpos sejam novamente sujos, como aconteceu em algumas situações no ano que passou. Assim, ao esforço de limpeza junta-se o esforço de sensibilização nos critérios de avaliação do concurso. As freguesias que passarem no “exame” poderão ostentar o galar-

dão EcoFreguesia durante o ano de 2012. Este ano, todas as 13 freguesias do Faial já contam com o galardão, relativo ao bom desempenho no concurso em 2010. As Juntas de Freguesia da Região podem inscrever-se a partir de dia 14 de Janeiro e até 12 de Fevereiro próximo. João bettencourt confessa que, face à adesão do ano passado, para 2011 as expectativas são elevadas, esperando mesmo a inscrição de todas as freguesias dos Açores. Para tal, o director regional aposta num contacto próximo com as autarquias locais. Segundo bettencourt, este é um “projecto fundamental para a limpeza das nossas ilhas”. O director regional frisa que, sendo as Juntas de Freguesia os órgãos políticos mais próximos dos cidadãos e mais conhecedores dos locais problemáticos em termos de resíduos, estas são as melhores parceiras que a SRAM poderia ter encontrado para este esforço.

JOãO BEttENCOUrt O director regional do Ambiente espera ainda mais sucesso para a segunda edição do Ecofreguesia

aquicultura vai ter quadro legal nos açores AqUICUltUrA A primeira experiência da da seaExpert foi com cracas

g O quadro legal da aquicultura açoriana foi aprovado pelo Governo dos Açores, aplicando-se a todas as entidades que exerçam a actividade da cultura de espécies aquáticas de água doce, salobra ou salgada na Região. Segundo revelou o secretário regional da Presidência, ao apresentar o comunicado da última reunião do Conselho do Governo, a proposta de diploma agora aprovada “estabelece os requisitos e condições relativas ao licenciamento, instala-

ção e exploração de estabelecimentos de aquicultura para fins comerciais, assim como as condições da sua transmissão e cessação no território terrestre ou marítimo dos Açores”. A aquicultura, enquanto actividade económica de futuro, “poderá ajudar a dar resposta à crescente procura de consumo de espécies haliêuticas, complementando a actividade da pesca com produtos do mar, que sejam típicos das águas açorianas, de forma a potenciar e

diversificar uma economia marítima sustentável, que traga mais riqueza para a Região e que, simultaneamente, contribua para a preservação dos stocks naturais”. A fileira da aquicultura pode também contribuir para a criação de novos nichos de mercado de produtos aquícolas, proporcionando oportunidades de desenvolvimento social e de emprego. no Faial já existe uma empresa dedicada à aquacultura, a SeaExpert, de henrique Ramos.


CuLTuRA

Tribuna das Ilhas Maria das Mercês Coelho

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ictor Rui dores, passageiro errático por diversos espaços onde bebeu influências, habituado às docências e à comunicação (in)formativa, artífice de palavras, conseguiu pintar com imaginação e estética as suas crónicas para o dI, que foi escrevendo “com comovida nostalgia, emoções, sentimentos, opiniões, ideias e estados de alma”. São evocações de memórias fluidas e afectivas, onde nos passeamos como personagens e nos sentimos comover, as 33 crónicas que compõem o agora livro Crónicas Insulares, que convocam lugares do regaço perdido - Graciosa e Terceira - onde estão as suas raízes, já não mergulhadas na terramater, mas que sobrevivem limpas e esvoaçantes. Abre-se o livro com uma viagem fantástica no tempo e no espaço. Mais que as memórias do tempo exclusivamente dos barcos – no caso, do iate “Santo Amaro” ou do navio “lima” da Insulana - que minoravam os nossos isolamentos nos finais da década de 60, e nos levavam da ilha ou nos traziam de volta, e o mundo entrava, nos factos e nas notícias, o menino de dez anos que então era o autor, com toda a família, despede-se do ninho da casa, levando a inocência para outras descobertas, outras aventuras, novas ambições e responsabilidades. Essa partida é uma partilha, porque simboliza a viagem que todos os ilhéus já fizeram e continuam a fazer, que se alimenta com a esperança de alcançar a felicidade ou a libertação da estreiteza da terra, mergulhando no desconhecido. Viagens agora fisicamente menos penosas, mas não menos dolorosas do que a narrada pelo homem feito, que é já Victor Rui. Viagem feita ou por cumprir, ele próprio o sustenta quando afirma que “no Pátio de Alfândega éramos todos sonhadores de viagens”. É esta a representação do rasgo para lá da linha do horizonte do nosso inconsciente, sentindo as sinestesias das ondulações cavas do mar largo ou dos enjoos do temor, através do qual fazemos caminho para fora

Crónicas Insulares, de victor rui dores do aconchego da ilha berço, na constante ondulação da vida, que sobe a vaga de prumo, à asfixia, para em seguida se desfazer em espuma e tudo se repetir. Ao longo das crónicas, o escritor cruza as memórias de menino com a imagética do adulto, (re)construindo emoções antigas de deslumbramentos e de inquietações fazendo-as, presente. Convida-nos a entrar na intimidade da casa que foi dele, para o ver nas brincadeiras de menino travesso e irreverente, que dizia missas em latim, vestido a preceito; escutamos o tic-tac do relógio que marcava as horas e os compassos do solfejo das meninas, que aprendiam piano com sua mãe e lhe despertavam a adolescência, fazendo-o “viver em transgressão com os ditames da ordem estabelecida”; revemos as tias solteiras, que lhe davam colo e com quem ele “partilhava os seus mundos amarelecidos de pétalas e suspiros, de solidão e de apelos, de cortinados e pó de arroz”; confessa os seus primeiros amores que o impulsionaram a fazer o 1º livro, “Poemas de fogo e mar” no prelo em 1978; ao longo das crónicas descreve pormenorizadamente os desejos de toda a química juvenil, o roteiro do seu imaginário sentimental, potenciado ao ritmo do consentido nos tempos de separação de sexos no ensino liceal, então exacerbada nos bailes do liceu onde “buscávamos na dança amores e arrebatamentos, momentos de esperança e ternura”. E Victor Rui dores arruma as saudades das ausências provocadas por outras partidas a “escrever o tempo perdido e irrecuperável da minha adolescência terceirense”, e confessa que “um dia saí de Angra, mas Angra não saiu de mim”. É dos temas com o epicentro na cidade de Angra que nos saem, pois, retratos mais cimentados e amadurecidos, num recorte vivo e apelativo na referenciação de factos e lugares já perdidos na memória colectiva. neles a descrição duma vida social que

convergia para o Pátio de Alfândega, coração que batia ao ritmo das gentes da cidade ou de fora dela, marinheiros, marginais, num fervilhar de animação e algazarra. E no âmbito dos convívios em tempos fechados à televisão e Internet, ele transporta-nos para algo perdido nas memórias curtas do tempo, com as “matinés Regina”, onde se despertavam animações quando “a ilha era a nossa concha onde nos fechavam em festas religiosas e profanas. A vergonha tolhia a nossa acção. O Carnaval era tempo de pôr ou tirar a máscara, conforme as conveniências”. noutras páginas, visita o cinema, que era a máquina de ilusões, fala na mágica do circo com os artistas que nos chegavam “luzidios e etéreos”. Entra no “Chá barrosa”, um café que era paragem para tertúlias obrigatórias e pausas sociais onde se saboreavam relaxes. Vindo do exterior, em tempos de magreza de recursos económicos, revive a acção do apoio americano através do programa “people to people” o qual levava às escolas, ofertas em caixinhas coloridas onde brilhavam os lápis de cera, que faziam a alegria da criançada privada desses luxos. Sempre em Angra, o autor, revisita factos e feitos da história recente, como a vinda do avião Concorde que batia três vezes a velocidade do som e aterrou na base das lajes para o encontro dos Presidentes Pompidou e nixon, que formalizariam um acordo sobre a crise monetária do tempo e puseram os Açores no centro do mundo. Esse tom de história, também pressente na revisitação do jardim de Angra, do monumento da Memória, onde mescla as emoções com a narrativa de episódios, curiosidades, despertando a indiferença dos olhares habituados às rotinas dos lugares, sem questionar das origens. E não evita falar das festas, como aquelas que são um must popular: as touradas e as matanças. Mas a parte nobre do livro, a cereja no

A Rede Social brilha nos Globos de Ouro g O filme de david Fincher sobre os fundadores do Facebook fez furor na 68.ª edição dos Globos de Ouro, que decorreu no passado domingo. A Rede Social levou para casa quatro globos, tendo sido distinguido como melhor filme (drama), melhor realizador, melhor argumento e melhor canção original. Este sucesso nos Globos vem juntar-se a um sem número e premiações pré-Óscar que o filme tem arrecadado, o que faz com seja cada vez mais favorito na corrida às estatuetas douradas mais cobiçadas do mundo da sétima arte, cujos nomeados serão conhecidos na próxima terça-feira. Quanto às interpretações, na categoria de drama natalie Portman foi distinguida pelo seu desempenho em Cisne Negro, ao passo que Colin Firth arrecadou o Globo para melhor actor por O Discurso do Rei. Annette bening, protagonista de Os Miúdos estão Bem, levou para casa a distinção de melhor actriz em comédia, tendo o filme sido considerado o melhor neste registo. do lado dos senhores, Paul Giamatti ganhou o Globo pelo seu papel em Barney's Version. não foi desta que Johnny depp, nomeado por dois filmes, viu o seu trabalho reconhecido com o Globo.

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cimo do bolo, no meu entender, ganhando contornos de seriedade e duma saudável saudade, por vezes alimentada com fina ironia, é conseguida aquando salienta a acção de diversas personalidades, que deixaram o seu timbre na sociedade e com as quais o próprio privou. neste contexto o autor desafia silêncios do esquecimento das memórias breves e arquitecta uma homenagem. destaco para uma leitura mais atenta os capítulos sobre os notáveis distinguidos, a saber, o senhor Gervásio lima, o TenenteCoronel José Agostinho, o senhor Padre Coelho, o poeta Emanuel Félix, este sobretudo muito bem estudado à dimensão dum trabalho do relato em crónica. Ainda sob o

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título “tertúlias vadias”, incluiu “dois jornalistas, cultos e informados que escrevem a inquietação da hora que passa”, cujos corações não resistiram muito às turbulências da vida. Finalmente, e porque é nosso, alguém que nunca quis ser pertença das coisas prosaicas da vida, Victor Rui dores destaca o carácter rebelde e inconformado que foi o José berto, “um nobre vagabundo, desbocado e desprendido dos bens materiais, dilemático e dialéctico, boémio e insolente”. de escrita luminosa feita na primeira pessoa, o livro Crónicas Insulares é um registo impressivo, documentário e documental que nos desperta a busca do achamento dum tempo perdido.

CINEmA NO TEATRO fAIALENsE

red – Perigosos (hortaludus; dias 21 e 22, 21h30; >12) g Realizado por Robert Schwentke (Pânico a Bordo), este filme alia acção e comédia, e junta veteranos de peso do grande ecrã como bruce Willis (Die Hard), John Malkovich (O Libertino), Morgan Freeman (Million Dollar Baby) ou helen Mirren (A Rainha). Frank (Willis), Joe (Freeman), Marvin (Malkovich) e Victoria (Mirren) eram os principais agentes da

CIA, mas os segredos que possuem tornaram-nos nos principais alvos da Agência. Agora procurados por assassinato, têm de usar toda a sua experiência, astúcia e trabalho de equipa para se manterem um passo à frente dos seus perseguidores e permanecerem vivos. A equipa, com a civil Sarah a reboque, embarca numa missão impossível pelo país para invadir a sede secreta da CIA, onde vai descobrir uma das maiores conspirações e segredos da história do governo. dR

GlEE A equipa da série fez a festa nos 68.º Globos de Ouro

tElEVIsãO nesta categoria, Glee voltou a fazer jus ao nome: Para além de vencer na categoria de melhor série de comédia ou musical, o actor Chris Colfer venceu o Globo de Ouro de melhor actor secundário numa série de comédia ou musical e a actriz Jane lynch foi considerada a melhor actriz secundária na mesma categoria. Jim Parsons arrecadou o Globo de melhor actor pelo seu desempenho da personagem Sheldon Cooper em The Big Bang Theory, tendo laura linney sido distin-

guida com o prémio de melhor actriz pelo seu desempenho em The Big C. nas categorias dramáticas, a série de época sobre gangsters Boardwalk Empire, da hbO, venceu o Globo e deu o prémio de melhor actor a Steve buscemi. Katey Sagal venceu na categoria de melhor actriz pela sua participação em Sons of Anarchy. A grande surpresa veio do prémio de melhor mini-série, atribuído à produção francesa Carlos, que derrotou as aclamadas The Pacific e You Don't Know Jack.

MAlkOVICh, frEEMAN E WIllIs Em red os três actores foram uma equipa de peso


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ElEIçõEs PrEsIdENCIAIs 2011

Portugal vota domingo Marla Pinheiro g no próximo domingo, dia 23 de Janeiro, os portugueses vão às urnas escolher o próximo Presidente da República. numa altura em que o país se debate com uma grave crise económica, que augura grandes dificuldades para os próximos anos, as medidas impostas pelo Governo trazem mil e uma dores de cabeça às famílias. O aumento dos impostos, os cortes sociais e a previsível subida dos números do desemprego são apenas algumas das razões que fazem com que os portugueses coloquem as dúvidas sobre o próximo chefe de Estado no final da sua lista de preocupações. Juntando a este facto o desencanto generalizado para com a classe política, bem como as estatísticas dos últimos actos eleitorais, é fácil prever que a abstenção parte como candidato favorito nesta corrida. As últimas eleições presidenciais decorreram em Janeiro de 2006. na altura, tratava-se de escolher o sucessor de Jorge Sampaio, que se despedia da Presidência depois de dois mandatos consecutivos. Cavaco Silva entra na corrida, depois de, em 1996, ter perdido belém para Sampaio. desta feita, beneficia da divisão à esquerda: o PS apoia Mário Soares, e pelo bE e PCP concorrem Francisco louçã e Jerónimo de Sousa, respectivamente. A divisão intensifica-se com o surgimento da candidatura independente de Manuel Alegre. A vitória de Cavaco surge sem surpresas: a grande surpresa de 2006 foi, no entanto, a candidatura de Alegre que, sem o apoio formal do PS, reuniu a simpatia de muitos portugueses e suplantou Soares, acabando por ser o principal adversário de Cavaco. A segunda volta esteve iminente, no entanto o candidato apoiado pelo PSd e pelo CdS-PP acabou por reunir 50,54% dos votos. Alegre ficou-se pelos 20,74%, enquanto que Soares não foi além dos 14,31%, revelando-se o principal derrotado do acto eleitoral. Jerónimo de Sousa reuniu 8,64% dos votos, Francisco louçã 5,32% e Garcia Pereira 0,44%. nos Açores, no entanto, o cenário foi um pouco diferente: a vitória de Cavaco foi mais expressiva (55, 67%), e Soares levou a melhor sobre Alegre, reunindo 19,73% da votação, enquanto que o independente se ficou pelos 16,55%. na Região, ao contrário do que aconteceu a nível nacional, louçã suplantou Jerónimo nas intenções de voto. no Faial, o cenário foi semelhante ao resto da Região, com excepção da votação dos candidatos do bE e do PCP: na ilha Azul, Jerónimo foi ligeiramente mais forte que louçã. Cavaco venceu em todas as freguesias da ilha, e Soares foi segundo em 10. Apenas nas freguesias da Matriz, Praia do norte e Ribeirinha Manuel Alegre conseguiu mais votos do que o candidato presidencial então apoiado pelos socialistas. Em 2006, a abstenção a nível nacional ficou-se pelos 37,4%. na Região, no entanto, o abstencionismo foi maior, atingindo os 56,96%. Quanto à ilha do Faial, a abstenção foi ligeiramente inferior ao todo regional, ficando-se pelos 50,46%.

no próximo domingo, a escolha faz-se entre seis candidatos: o actual Presidente da República, Cavaco Silva, concorre a um segundo mandato, apoiado pelo PSd e pelo CdS-PP. O seu grande adversário é Manuel Alegre, que desta feita reúne parte da esquerda, com o apoio do PS, do bE e do PdA. O PCP avança com Francisco lopes, enquanto da sociedade civil surge a candidatura de Fernando nobre. A estes, juntam-se defensor Moura, independente, e José Manuel Coelho, apoiado pelo Pnd. Para garantir a eleição à primeira volta, o candidato mais votado terá de deter mais de 50% dos votos. Caso isso não aconteça, os dois candidatos mais votados partem para uma segunda volta, agendada para 13 de Fevereiro. Esta campanha fica marcada por duras trocas de acusações, principalmente entre Alegre e Cavaco, despoletadas sobretudo pelo caso bPn.

quem são os candidatos à Presidência da república? ANíBAl CAVACO sIlVA

O actual Presidente a República nasceu em 1939, em boliqueime, Algarve. Terminado o liceu, foi para lisboa, onde estudou no Instituto Comercial. Em 1964, licenciou-se em Finanças. Cumpriu serviço militar em Moçambique, tendo depois regressado a Portugal, onde começa a leccionar como professor assistente no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, onde se tinha licenciado. Em 1971, tem direito a uma bolsa da Gulbenkian, que o leva para a universidade de York, na Inglaterra, onde faz o doutoramento em Economia. Volta ao ISCEF, desta feita como professor auxiliar, e passa ainda pela universidade Católica e pela nova de lisboa. Foi também director do Gabinete de Estudos do banco de Portugal. depois do 25 de Abril, adere ao PPd de Francisco Sá Carneiro, por quem nutria admiração. E foi no Governo de Sá Carneiro que ocupou pela primeira vez um lugar de destaque a nível político: a pasta das Finanças, em 1980. depois da morte de Sá Carneiro, no entanto, deixou o cargo, ocupando as funções de deputado. Em 1985 assume a liderança do PSd, e põe fim ao bloco Central, onde o partido estava coligado com o PS. Em eleições antecipadas, vence com uma maioria relativa e forma Governo. Ao fim de dois

anos, o Executivo de Cavaco cai, devido a uma moção de censura. Cavaco vai novamente a votos e conquista a primeira maioria absoluta pós-Abril. Quatro anos depois repete a façanha. Pouco antes das eleições de 1995 deixa a liderança do PSd. Em 1996 concorre pela primeira vez à Presidência da República, perdendo para Jorge Sampaio. dez anos depois, torna-se chefe do Estado português. Enquanto primeiro-ministro, ficou conhecido pelas reformas estruturais na administração pública e na direcção económica do país e pela reabilitação viária, entre outras coisas. O crescimento económico de Portugal, acima da média europeia, granjeou-lhe popularidade. A entrada de Portugal na Comunidade Económica, em 1986, foi um importante adjuvante na execução de alguns dos seus projectos e reformas mais marcantes. no final do seu segundo mandato, no entanto, o abrandamento do crescimento económico despoletou algumas críticas da oposição. Chega à Presidência da República depois de alguns anos de alheamento da vida política. das suas preocupações nessa altura destacam-se o combate ao desemprego e a credibilização do sistema político. A sua recandidatura esteve envolta em algum tabu, tardando a ser anunciada. Entre outras coisas, o seu mandato fica marcado pelo veto ao Estatuto PolíticoAdministrativo dos Açores.

nasceu em Viana do Castelo, em 1946, onde frequentou a escola primária e o liceu. Com 18 anos emigrou para Angola, onde fez o curso de Controlo de Tráfego Aéreo. Em 1968 vem para lisboa, para estudar na Faculdade de Medicina. Volta a Angola como médico militar, e vive de perto os conflitos armados entre os movimentos angolanos. Mais tarde, regressado a Portugal, retoma a intervenção cívica e política dos seus tempos de estudante. Em 1985 integra as listas do Partido Renovador democrático à Assembleia da República e à Assembleia Municipal da Viana do Castelo. É na sua terra natal que faz o seu mais considerável percurso político, tendo sido eleito presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo por quatro mandatos consecutivos. nas últimas autárquicas decidiu não concorrer, tendo ao invés sido eleito deputado à Assembleia da República pelo círculo de Viana. É o vice-presidente da Comissão Parlamentar de negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas e membro efectivo da Comissão de Saúde. É presidente e fundador da Assembleia Intermunicipal da Rede Portuguesa das Cidades Saudáveis, e fundador da Associação Portuguesa de dadores benévolos de Sangue.

Escola Industrial Marquês de Pombal, possuindo o curso industrial de montador electricista. Com 18 anos, tornou-se activista do Movimento democrático e membro da união dos Estudantes Comunistas. Aos 24 anos era já membro do Comité Central do PCP, partido onde foi desenvolvendo um percurso político ascendente. Em 1990 torna-se membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central, dedicando-se essencialmente ao movimento operário e as questões sindicais e laborais. Chega à Assembleia da República em 2005, eleito por Setúbal, sendo reeleito nas legislativas seguintes. Enquanto deputado, mantém uma estreita ligação com os trabalhadores e os sindicatos, tendo surgido já em 2010 como o homem forte do PCP na corrida a belém. A candidatura de lopes elege como grande adversário Cavaco Silva, uma vez que os comunistas não duvidam de que a sua manutenção na Presidência da República contribuirá para a continuação da subserviência aos grupos económicos e para a degradação das condições de vida dos portugueses. JOsé MANUEl COElhO

frANCIsCO lOPEs

dEfENsOr MOUrA

natural de Arganil, onde nasceu em 1955, Francisco lopes frequentou a

Conhecido como “Tiririca da Madeira”, pelo estilo jocoso com que tem abordado a campanha, José Manuel Coelho nasceu em 1952, em Santa Cruz, na Madeira, onde fez a Instrução


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Tribuna das Ilhas

Primária. Só voltou a estudar depois de cumprir o serviço militar. Assim, nos anos 80, fez o ciclo preparatório em regime nocturno, seguindo-se o ensino secundário em unidades capitalizáveis. Esteve em Angola, e depois do 25 de Abril, influenciado pelo espírito da revolução, associou-se ao PCP. Mais tarde foi desvinculado do partido, apesar de afirmar continuar a defender os seus ideais. Chega ao parlamento madeirense em 2008, pelo Pnd, para substituir outro deputado eleito pelo partido. Os seus métodos pouco ortodoxos fizeram dele uma figura conhecida, sendo mesmo apontado como o político madeirense com mais notoriedade a seguir a Alberto João Jardim. Certa vez, por exemplo, decidiu ostentar no hemiciclo uma bandeira nazi, que pretendia oferecer ao líder parlamentar do PSd/Madeira. A sua candidatura a belém tem o apoio do Pnd, e tem sido marcada pelo seu estilo irreverente e provocatório: a campanha de angariação de apoiantes fez-se ao volante de um carro funerário e já esta semana distribuiu sacos azuis com batatas nas ruas de Gondomar, para alertar para a necessidade de livrar o país da corrupção.

As suas relações com o PS nem sempre foram as melhores: em 2004 candidatou-se à liderança do partido, no entanto José Sócrates levou a melhor. Em 2006 candidata-se pela primeira vez à Presidência da República, quando o partido apoiava Mário Soares. A sua candidatura independente foi encarada por muitos como um acto de rebeldia, enquanto que outros tantos entendiam que Soares dava sinais de teimosice, querendo avançar com uma candidatura quando já não era o seu tempo. Alegre suplantou Soares, tendo sido o segundo candidato mais votado, esteve mesmo perto de forçar Cavaco a uma segunda volta. Para além da política, está indelevelmente associado à cultura, sendo um dos principais poetas portugueses. Alguns dos seus poemas tornaram-se ícones da luta contra a ditadura, como é o caso da “Trova do Vento que Passa”, cantado por várias vozes portuguesas, com destaque para Amália Rodrigues. fErNANdO NOBrE

comissão de Honra de alegre nos açores apresentada no faial g decorreu no passado sábado, no Faial, a apresentação da Comissão de honra dos Açores de Manuel Alegre, candidato às eleições presidenciais de domingo. Presente na ocasião esteve Tomaz borba Vieira, Mandatário Regional da Candidatura de Alegre, assim como diversos apoiantes do candidato, na sua maioria pessoas ligadas ao PS. borba Vieira iniciou o seu discurso prestando homenagem ao primeiro presidente eleito da República Portuguesa, o faialense Manuel de Arriaga. de seguida, enalteceu a candidatura de Alegre à Presidência da República, destacando o carácter humanista e patriota do candidato, características que considera fundamentais num Presidente da República, para que seja possível “inverter o processo” que permitiu que a corrupção e a injustiça se instalassem em Portugal.

Classificando a candidatura de Alegre como “patriótica, jovem e independente”, o mandatário lembrou que o candidato conta na Região com o apoio não só do PS mas também do bE e do PdA. Além disso, para borba Vieira Alegre é o Presidente que sairá “em defesa do Constituição”, e que poderá ser um “chefe de Estado activo”. Referindo-se a Cavaco Silva, actual Presidente da República e principal adversário de Alegre nestas eleições, borba Vieira frisou que o candidato que apoia “não tem a arrogância de proclamar que nunca se engana”, destacando ainda o que considera ser a boa relação de Alegre com as autonomias regionais. Também Fernando Menezes, um dos mais de 120 integrantes da Comissão de honra de Alegre nos Açores, interveio para enaltecer o carácter do candidato. destacando-lhe os tempos de luta contra

a ditadura, Menezes salientou o facto de Alegre ser um homem das letras e da cultura: “voto Alegre com o pensamento na mais bonita revolução do mundo, que nasceu com música, poesia e cravos vermelhos”, referiu, citando alguns versos da obra poética do candidato. Antes de Menezes, coube a Mário Moniz, representante do bloco de Esquerda nesta apresentação, explicar as razões do apoio dos bloquistas a Alegre: para o deputado regional, o país precisa de um presidente “que perceba que há vida para além do Orçamento do Estado” e que “defenda a democracia e o Estado Social”. A abrir e a encerrar esta sessão esteve João Castro, responsável pelo Secretariado de Ilha do PS no Faial e presidente da Câmara Municipal da horta, que se referiu a Alegre como “o Presidente que respeita os Açores”. MP

Mandatário regional de francisco lopes em campanha na Horta

MANUEl AlEGrE

nasceu em 1936, em Águeda, e bebeu da família o gosto pela política e pelo desporto. O pai jogou na Académica e foi campeão de atletismo, e Alegre seguiu-lhe os passos, tendo sido campeão nacional de natação. Como acontecia com o pai, a “briosa” foi sempre o clube do seu coração. O seu percurso escolar foi repartido por vários locais, tendo concluído o liceu no Porto. Em 1956 vai estudar direito em Coimbra, tornando-se bastante activo no meio estudantil. Entre outras coisas, foi director do jornal A Briosa. A sua posição contra a ditadura fez com que estivesse preso em 1962, em Angola. Com a PIdE “à perna” no regresso a Portugal, acabou por partir para o exílio em 1964. Foi eleito para a direcção da Frente Patriótica de libertação nacional, então presidida por humberto delgado. Tendo escolhido Paris para destino do seu exílio, ainda em 1964 parte para Argel, onde se tornou locutor da rádio clandestina Voz da Liberdade. nesta altura, tinha já escrito os seus primeiros livros, proibidos pela censura, que circulavam no país clandestinamente. Em 1974 regressa a Portugal e ingressa no PS, partido pelo qual é eleito deputado, cargo que ocupou por 34 anos. Foi um dos secretários de Estado do primeiro Governo de Soares. Entre outros cargos, chegou a ser vice-presidente do Grupo Parlamentar socialista e vice-presidente da Assembleia da República.

nobre nasceu em Angola, em 1951. Com 12 anos, a família muda-se para o Zaire, República democrática do Congo. Quatro anos depois, vai para a bélgica, onde se licenciou e doutorou em Medicina. Em bruxelas, trabalhou no hospital universitário e foi professor assistente na universidade. Em Portugal, destaca-se a sua dedicação ao ensino da Medicina (é professor catedrático na Faculdade de Medicina da universidade de lisboa, e dos cursos do Mestrado e Pós-Graduação na universidade Autónoma de lisboa e no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna). no final dos anos 70, depois de se especializar em cirurgia, parte para trabalhar em missões humanitárias dos Médicos sem Fronteiras. Em 1984 forma a Assistência Médica Interna-cional (AMI). Esta organização não-governamental, a que preside, levou nobre a cerca de 250 missões humanitárias, em cenários de guerra ou no rescaldo de catástrofes naturais, em sítios como darfur, Somália, Ruanda Afeganistão ou haiti. Entre outras coisas, nobre é também um dos fundadores do Fórum para a Paz. A nobre não se conhece filiação em nenhum partido político. Já participou como orador independente numa convenção social-democrata, apoiou a candidatura presidencial de Soares em 2006, foi mandatário nacional do bloco de Esquerda nas últimas europeias e apoiou a candidatura do social-democrata António Capucho à Câmara de Cascais nas últimas autárquicas. Assume-se candidato à Presidência da República por entender que o país precisa de um chefe de Estado independente, que venha da sociedade civil.

g na passada terça-feira, Vítor Silva, mandatário nos Açores da candidatura de Francisco lopes à Presidência da República, esteve na ilha do Faial a dar a conhecer o candidato apoiado pelo PCP às eleições de domingo. O mandatário esteve no Mercado Municipal, onde aproveitou para contactar com a população faialense. Ao TRIbunA dAS IlhAS, Vítor Silva fez um balanço positivo da campanha de Francisco lopes pelos Açores: “temos conseguido passar a nossa mensagem”, entende, considerando que a grande diferença entre a candidatura apoiada pelo PCP e as restantes é o facto de Francisco lopes apresentar uma total “ruptura” com as políticas até aqui seguidas. “Até agora, a política tem estado ao serviço dos interesses económicos, e o que nós pretende-

mos é exactamente o contrário, ou seja, a economia tem de estar ao serviço da política, que por sua vez tem de ser utilizada para beneficiar as pessoas”, frisa. Para o mandatário regional de lopes, é notório o descontentamento das pessoas para com as políticas seguidas, no entanto, alerta para a importância do voto para a alteração da situação: “temos verificado a alternância política entre duas forças: PS e PSd, com ou sem a ajuda do CdS-PP. Só votando em pessoas diferentes a situação se poderá alterar”, entende. Para os apoiantes de Francisco lopes, o pior resultado destas presidenciais seria a reeleição de Cavaco Silva. Segundo Vítor Silva, o actual Presidente da República já esteve no poder durante muitos anos, tendo a situação do país assistido a uma gradual deterioração. Com

Cavaco, alerta o mandatário, os portugueses correm dois riscos graves: por um lado, a possível alteração da Constituição da República, “para algo pior do que o que temos actualmente”, e por outro, a aprovação de leis laborais demasiado duras para os trabalhadores. “Com este Presidente da República não tenho dúvidas de que passará a haver despedimentos sem justa causa e será retirado o 13.º mês aos portugueses”, entende. Outra das preocupações do PCP é a abstenção: “será um dos nossos maiores inimigos nestas eleições”, reconhece Vítor Silva. “Temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance no sentido de informar, sensibilizar e mobilizar os portugueses a votar. Além de ser um direito cívico, é fundamental para o futuro do país”, alerta. MP

Berta cabral: cavaco é único candidato que assegura credibilidade externa g A líder do PSd/Açores, berta Cabral, esteve na noite de quartafeira no Faial para reunir com os militantes do Partido. Em cima da mesa, para além de uma abordagem à actual situação política regional e nacional, estiveram também as presidenciais. Falando à margem da reunião, que decorreu à porta fechada, berta Cabral disse aos jornalistas vir “deixar um apelo para que domingo todos vão às urnas, porque ninguém se pode demitir de ser parte da escolha do nosso futuro. São eleições determinantes e decisivas, porque o nosso país está a viver uma situação muito complicada ao atravessar a maior crise económica dos últimos 35 anos. neste momento é preciso que Portugal tenha referências, tenha valores, tenha credibilidade nos mercados externos, porque é essencial

conseguir financiamento para a nossa economia”. no entender da líder laranja, “em Portugal só há um político capaz de colocar Portugal na senda da credibilidade externa e esse candidato é Cavaco Silva.” berta Cabral defendeu que a Região necessita de um novo modelo de desenvolvimento, de forma a combater o crescimento do desemprego, bem como para ultrapassar a crise nos sectores da construção civil e do turismo. A presidente do PSd/Açores acrescentou que, devido à situação “difícil” do país e da Região, as eleições presidenciais são “determinantes e decisivas”. “ninguém se pode demitir dessa grande responsabilidade que é votar e emitir a sua opinião, sendo parte da escolha do nosso futuro”, disse berta

Cabral. Também a mandatária para os Açores, Maria do Céu Patrão neves, apelou o voto em Cavaco Silva: “ele é o único candidato com conhecimento profundo de todo o país, incluindo as nossas nove ilhas, e com ampla experiência política, com 30 anos de trabalho público em diversas funções, como Ministro das Finanças, Primeiro-Ministro e Presidente da República, sempre com provas dadas de competência e seriedade.” “A gravidade da situação do país não nos permite dar ao luxo de embarcarmos em aventuras com amadorismos ou ensaios; o tempo de actuação é hoje, com uma liderança firme, apoiada no conhecimento e na experiência, e que garanta um rumo de sobrevivência ao país” – acrescentou Patrão neves. MJS


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OPINIãO

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CITAçõEs

no Faial a inconsciência da nossa realidade é a mesma, economicamente estamos cada vez mais frágeis e João castro nega tudo. contudo, até o governo de césar deliberou este ano que os investimentos no Faial, também no Pico, passem a ser apoiados como nas ilhas de coesão, um reconhecimento de que esta terra passou para o pelotão de trás, abandonou o de s. Miguel e terceira. apesar desta deliberação governamental, não se adjudicaram os equipamentos do concurso para o aquário virtual, uma obra iniciada e depois interrompida, com a desculpa do preço desta obra na Horta. Carlos faria Incentivo

o ministro das Finanças, esse, anda num virote - vai ao Qatar, vem a Bruxelas, parte no mesmo dia para o abu dhabi para voltar a Lisboa logo a seguir. ao ritmo a que tem viajado e a que tem sido criticado, teixeira dos santos já ganhou o título de campeão do mundo de resistência. a coisa não está nada fácil e arranjar investimentos (em dívida soberana ou em empresas) dá uma trabalheira para quem tem a desdita de estar à frente das Finanças nesta altura. os portugueses até já dizem que se vivia melhor no tempo de salazar. não vivia, claro que não vivia. Havia era mais certezas e a certeza de que não havia más notícias nos jornais. Mas essa ideia, que está no chamado Projecto Farol mostra como as pessoas têm necessidade de acreditar nos seus políticos e em perceberem qual é o rumo que eles definiram. e mais do que a crise, é de falta de rumo que os portugueses sentem mais falta. Editorial Jornal I

Tribuna das Ilhas

adMiniStraçãO PúBlica – Posicionamento do faial

h

fernando Guerra

á consenso relativamente ao facto de que ter uma administração pública dinâmica numa ilha tem efeitos muito positivos no seu desenvolvimento económico e social, porque, ao nível da organização e amplitude de serviços, vem dotá-la de quadros profissionais que, para além do nível remuneratório acima da média geral dos vencimentos, na sua maioria têm que ter uma visão arquipelágica e nacional, saindo das suas fronteiras de ilhéu. Estes quadros são, assim, agentes que, devido à sua modernidade, impõem uma presença de liderança na sociedade, servindo em muitos casos de modelo profissional a seguir. Em suma, ter altos quadros da administração regional numa ilha como o Faial supostamente terá um efeito positivo na restante sociedade.

O Faial teve e tem uma administração pública considerável, tendo em conta a sua população. Só a título de exemplo, possui muitos mais cargos públicos do que a ilha do Pico, que possui a mesma população, encontrandose justificação em factores históricos de geopolítica económica. A visão de distrito e a dispersão territorial das ilhas dos Açores dotou o Faial de infra-estruturas públicas que permitiram que se gerasse um status de desenvolvimento social e económico acima do que seria esperado para a dimensão da ilha, daí que se tenha tido ao nível de massa crítica, quer pública, quer privada, alguma importância ao nível regional e nacional. Após o 25 de Abril e com os governos autonómicos, houve numa primeira fase a manutenção desta geopolítica de descentralizar as infra-estruturas da administração pública regional, o mesmo acontecendo ao nível do executivo governativo, tendo dado ao Faial, mais uma vez, e talvez sem grande esforço, uma importância e desenvolvimento acima da média. Mas os tempos mudaram, as realida-

norte Pequeno lucas da silva

F

im do mundo? Talvez, porque ainda existe solidariedade humana; Talvez, porque os escassos 60 habitantes, respeitam-se mutuamente; Talvez, porque nos quatro dias de Pentecostes, juntam-se e oferecem comida a todos em geral; Talvez, porque são trabalhadores honestos e senhores das suas casas:

Talvez, porque distribuem pão durante todo o ano, por várias intenções, mas principalmente pela alma dos seus mortos; Talvez, porque têm orgulho da sua Igreja e da festa a nossa Senhora da Esperança: Talvez, porque trabalham as terras com carinho e respeito, tirando grande parte do seu sustento: Talvez, porque têm dois parques, um para merendas e outro infantil; Talvez, porque têm a maior quinta de fruteiras do Faial, no terreno mais pobre da Ilha. Se é por tudo isto, então quero viver no fim do mundo.

des são outras, os gestores políticos de hoje são pressionados com outras questões, a de vencer eleições para os seus partidos, de controlar o deficit das contas públicas, de modernizar a administração pública, entre outros. Para um gestor político que observa que a ilha do Faial está com um nível de administração pública acima da média, a tendência será a de nivelá-lo para a média, reduzindo. Ao nível da eficácia da administração regional, a centralidade de serviços tem efeitos muito positivos e geradores de sinergias; o actual governo irá construir no parque tecnológico de São Miguel infra-estruturas governamentais, centralizando e racionalizando a sua máquina. Ao nível dos gestores políticos de topo, o Faial já levou o correctivo, pois é o mais fácil de atualizar. Assim, o Faial, que por razões de força geopolítica teve desenvolvimento económico e social, agora vê-se privado e ameaçado no seu status, com as consequências negativas que daí advêm. Esta posição de fragilidade requer que a ilha do Faial se reencontre ao

nível das políticas e estratégias para corrigir esta ameaça presente, pois está à vista de todos que poderíamos estar a desenvolver-nos mais do que estamos. Para que tal aconteça, existe apenas um caminho, que consiste na união e na reivindicação e em jogar sabiamente com esta adversidade. Mas não é fácil, com os agentes políticos que temos, pois os eleitos têm como primeira preocupação serviremse e frequentemente não assumem o cargo para que foram eleitos se o seu índice de remuneração (em muitos casos obtidos graças ao partido do poder) é mais vantajoso do que os cargos populares que iriam ocupar. Assim, sem visão regional nesta matéria, sem a percepção de que o mundo e a Região estão a mudar e de que o Faial precisa de defesa e renovação neste contexto; com a obediência cega ao poder central (leia-se, a São Miguel e à Terceira), comprada a troco de uns euros, a preocupação de que a administração pública local está ameaçada é, infelizmente, uma realidade. frgvg@hotmail.com

filarmonia - as nossas filarmónicas J. Arlindo Armas trigueiro g “Filarmonia” é o nome do Programa da RdP/Açores com que Jorge Santos e Marcos Torres percorrem, de ilha em ilha, e de Filarmónica em Filarmónica o arquipélago dos Açores. É uma excelente iniciativa dos seus responsáveis e da nossa Rádio. Trata-se de um programa que, com exibições e entrevistas aos principais responsáveis por essas instituições culturais, serve para demonstrar, essencialmente, o que em cada uma delas se está a fazer. São retransmitidas pequenas árias, dando uma ideia do trabalho meritório do ensino da música, passandose pelas dificuldades que cada uma enfrenta e demonstrando o ensino que é transmitido à juventude açoriana que as frequenta. O Programa é transmitido, geralmente, aos domingos a partir das 9h30 e, segundo se depreende, tem um número elevado de ouvintes, que apreciam a sua excelente qualidade instrutiva e incentiva o ensino musical. Efectivamente, os ensinamentos que as escolas de música dão aos jovens, vão muito para além do ensinamento da música. Com elas a juventude é afastada de outras atracções que lhes estragam a saúde e a vida – e são imensas as que existem nesse sentido. Geralmente nessas escolas o ensino é entregue a pessoas bem formadas e competentes,

quer para o ensino da música, quer para o aconselhamento formativo e humano da juventude. Para além disso, o programa permite incentivar em cada Filarmónica a qualidade, seja a boa escolha do repertório, seja a melhoria da execução musical, qualidade essa que só se consegue com brio e trabalho. Aliás, esses atributos são os objectivos pretendidos e conseguidos pelos responsáveis do Programa “Filarmonia” que, contando com a compreensão preciosa dos responsáveis pela RdP/Açores, têm levado aos ouvintes dessa rádio um programa que cada vez tem maior número de ouvintes e de admiradores. Mas, para além de levar aos seus ouvintes o que cada Filarmónica está a fazer a fim de se prepararem para uma eficiente representação pública, incluindo as dificuldades que cada uma enfrenta, neste ou naquele sector. O Programa tem incentivado e transmitido a realização de concursos entre bandas, servindo para incentivar a qualidade de cada uma dessas instituições culturais. bem hajam os responsáveis pelos programas da Rádio “Filarmonia” pelo elevado contributo que os mesmos estão a dar às Filarmónicas e a todos os que, como nós, se interessam pelo seu elevado nível musical. bem hajam todos os que se dedicam à valorização das “nossas Filarmónicas”. A todos eles os nossos maiores elogios.


DEspORTO

Tribuna das Ilhas

21 dE JANEIrO dE 2O1O

fuTEbOL - CAmpEONATO NACIONAL DE JuNIOREs b

bREvEs

fayal Sport recebe Porto na jornada inaugural g depois da vitória no Campeonato Regional, os jogadores do escalão de Juniores b (juvenis) do Fayal Sport Club preparam-se para a estreia no Campeonato nacional, que decorre no próximo dia 30 de Janeiro. O sorteio ditou que os Verdes arranquem a jogar em casa, frente ao Futebol Clube do Porto. Ao Fayal e ao Porto juntam-se na Zona

2 o Vitória de Guimarães e o Vizela, clubes que os pupilos de Sandro Silva defrontarão a seguir. Os jogos no continente, com o Vitória, com o Vizela e com o Porto, estão agendados para os dias 6, 13 e 20 de Fevereiro, respectivamente. A 6 de Março, os Verdes recebem o Guimarães na Alagoa, e na semana seguinte o Vizela.

fuTEbOL – CAmpEONATO AfH

g no passado fim-de-semana, o Fayal Sport Club, líder do Campeonato da AFh, caiu no Pico frente ao lajense. Os Verdes trouxeram na bagagem quatro golos, aos quais não conseguiram dar resposta.

no outro jogo da jornada, o Cedrense venceu o Feteira nos Cedros, por 3-0. Este domingo, o Fayal recebe o Flamengos, segundo classificado, enquanto que o Feteira recebe o lajense.

g A secção de pesca desportiva do Clube naval da horta esteve reunida no passado dia 7 de Janeiro para definir e calendarizar as provas para 2011. Assim sendo, e após a reunião, ficou calendarizado o Campeonato de Pesca desportiva de barco. Composto por quatro provas de fundo e quatro provas de corrico, este campeonato começa a

6 de Fevereiro e termina a 10 de Julho. Em Agosto vai disputar-se um Troféu relativo à Semana do Mar, composto por duas provas, uma de fundo e outra de corrico. Para Setembro estão, também, marcadas duas provas, uma em cada modalidade, para comemorar o aniversário do Clube.

2.ª prova de Mini veleiros

Selecção aBifP de Sub14 femininos g A Associação de basquetebol das Ilhas do Faial e Pico divulgou em comunicado oficial as jogadoras convocadas para as primeiras sessões de treino de preparação da Selecção de Sub14 femininos. Foram convocadas as seguintes jogadoras: beatriz Machado, Carolina Abrantes, Carolina Salvador, Cláudia Teixeira, daniela Silva, Joana Fontes, linda Silva, leila Furtado, Raquel brasil, Raquel Silveira, Rita Silva, Sofia Rosa do Fayal Sport Club e Alexia Silva, beatriz Riscado, Inês Rosário, Maria João Goulart, Patrícia Silveira e Vanessa Soeiro

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calendário de provas de pesca de barco já é conhecido

fayal quer voltar às vitórias depois de desaire no Pico

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dR

ii convívio de Minibasquete da aBifP g Realiza-se amanhã, dia 22 de Janeiro, o II Convívio de Mini-basquete da Associação de basquetebol das ilhas do Faial e do Pico. O convívio esta marcado para as 10h00 no Pavilhão da Escola Secundária Manuel de Arriaga e destina-se a todos os atletas dos clubes e Escolinhas do desporto.

andebol - Juniores do ScH vencem 2ª fase do campeonato regional g Os Juniores do SCh finalizaram na passada semana a sua participação na 2ª Fase do Campeonato Regional, com uma vitória sobre o Gd biscoitos por 38 - 29. Com esta vitória e o empate entre o Cd Marienses - GdCP Arrifes a 30, o SCh conquistou o 1º lugar nesta fase do Campeonato Regional.

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do Angustias Atlético Clube. A primeira sessão de treino realizou-se no dia 15 de Janeiro pelas 11h00, no Pavilhão do Fayal Sport, sob a responsabilidade da Seleccionadora Ana Marisa Goulart. dR

g Está agendada para domingo, dia 23 de Janeiro, a segunda prova do troféu de início de época de mini-veleiros. A prova tem início marcado para as 15h00, em frente ao Cais de

Controlo da Marina da horta. depois da forte adesão na primeira prova, as expectativas do clube são de que se aumentem o número de participantes.

EMENtA PArA dOMINGO

CAçOIlA dE POrCO BIfEs dE AlBACOrA CArNE E PEIxE VArIAdOs

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José Serpa vence segunda jornada

AceitAm-se ReseRvAs sErVIMOs rEfEIçõEs PArA fOrA NO sNACk BAr sErVIMOs

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g decorreu na passada segundafevereiro – 7, 14, 21 feira mais uma jornada do recenteMarço – 14, 21 28 mente iniciado Campeonato de King Abril – 4, 11, 18 2011. desta feita, José Serpa sagrouMaio – 2, 9, 16 se vencedor, partilhando o pódio com Junho – 6, 20, 27 setembro – 5, 12, 19 José Rosa e António Sousa. Outubro – 3, 10, 17 nas contas da classificação geral, Novembro – 7, 14, 21 Carlos Vilela parte para a terceira jor26 de Novembro nada na liderança. Manuel Vieira é segundo classificado, ao passo que – torneio dos Mestres, Extra e jantar convívio e entrega de João luís ocupa a terceira posição. troféus CAlENdÁrIO PArA 2011 Os jogos realizam-se às Janeiro – 10, 17, 24 20h00.

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21 dE JANEIrO dE 2O11

OpINIãO

Tribuna das Ilhas

Os Medos M

Joice duarte *

uitas das crianças, senão mesmo a sua maioria, passam por uma fase de MEdOS, medo do escuro, medo de dormir sozinhas, medo do “velho”, medo do papão, medo de animais. Por vezes alguns destes medos podem tomar proporções realmente exageradas mas habitualmente permanecem em níveis controláveis e tendem a desaparecer com a idade. Mesmo assim, este é um problema que aflige muitos pais e a dúvida da maioria é como esses medos aparecem e o que se pode fazer para ajudar as crianças a superá-los. na generalidade o medo está directamente ligado ao sentimento de insegurança, é nestas situações que as crianças se revelam com mais pavores, pois não conseguem controlar os próprios pensamentos na situação. Como já referido, a maioria dos

medos das crianças tende a desaparecer com o tempo, podendo os pais ajudar nesse processo ao tentar deixar a criança segura diante de situações que lhe causem medo. Identificar a origem do medo infantil exige dedicação, é preciso estar atento aos sinais demonstrados pela criança e saber conversar com ela sobre o que lhe causa pavor, não desvalorizando o que a criança diz. não existe problema em dar objectos para a criança se sentir mais segura, principalmente na hora de dormir sozinha. São os chamados objectos de transição, reduzem a ansiedade da criança durante a passagem da vida desperta para o sono, tal como o famoso ursinho. O importante é que ela tenha algo familiar à mão para enfrentar os receios na hora de dormir. A compreensão dos pais é fundamental. É importante explicar à criança que existem “medos amigos”(reais) e "medos inimigos”(irreais), faz toda a

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diferença a criança saber diferenciálos, para que desse modo construa noções de perigo, ex: ela tem de saber que escadas, piscinas e animais presos representam riscos. Mas faça isso sem aterrorizá-la. “A falta de medo expõe a criança ao risco e o excesso dele faz com que ela se resguarde emocionalmente”. brinque com seu filho e entre na fantasia dele, as experiências lúdicas ajudam as crianças a lidar com a ansiedade. Os brinquedos treinam a criança para a vida, e é comum repre-

sentar em brincadeiras o sentimento de medo frente a uma situação real, como a ida a um hospital. nUnca USe O MedO da criança cOMO inStrUMentO de POder, iSSO irÁ refOrçar a inSeGUrança na criança. *Psicóloga E-mail: caapsi@sapo.pt Telem. 96 3489511 Http://caapsicologia.blogspot.com

CARTA AO DIRECTOR

viaturas abandonadas e contentores abandonados na via pública rita lacerda e Costa

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imos por este meio, manifestar o meu descontentamento, relativamente a uma situação que tenho vivido e que passarei a relatar de forma sucinta. Sou proprietária do imóvel situado no n.º 3 da Canada da Santa Rita, na freguesia da Conceição, na cidade da horta. Tendo constatado no primeiro semestre do corrente ano, que na Canada onde se situa o meu imóvel se encontravam a ser depositados carros abandonados, solicitei a intervenção da Junta de Freguesia da Conceição, que de imediato no dia 19 de Maio, enviou uma notificação para o Presidente da Câmara Municipal da horta, com o conhecimento da PSP da cidade. na referida notificação, foi feita referência a três viaturas e a um contentor ferrugento. no que se refere às viaturas elas já lá se encontravam depositadas há uns meses, tendo sido objecto de utilização para fins menos próprios e constituindo um factor atractivo ao depósito de mais lixo. Relativamente ao contentor, importa referir, que já lá se encontra há anos, constituindo um obstáculo às manobras dos veículos e

representando uma degradação do espaço público, numa ilha que se quer "amiga do ambiente" e apelativa ao turismo. Em Agosto, quando estive na minha casa, constatei que já tinha sido depositada mais uma viatura, tendo desenvolvido as seguintes acções: a) dirigi-me à PsP da Horta, que me informou que tinha tomado conta da ocorrência, mas que nada podia fazer, pois era a câmara Municipal que deveria publicar um edital, a solicitar que os proprietários das viaturas os recolhessem. Mais me informaram,

que caso os proprietários nada fizessem, a câmara Municipal é que tinha competência para os recolher; b) de imediato, contactei a funcionária da câmara Municipal, que se encontra responsável pelo processo, sra. d. andreia silva e que me prometeu tratar o caso com a máxima celeridade; c) alertámos também a secretaria Regional do ambiente e do Mar, através do portal da "na Minha ilha", para o perigo ambiental que a situação constituía. a referida secretaria, indicou-nos ter tomado conhecimento da situação.

Ao longo do segundo semestre do corrente ano, tenho contactado telefonicamente com a funcionária da Câmara Municipal, em cima citada, que me tem informado que embora o edital tenha sido publicado e o prazo sido expirado, apenas dois veículos foram retirados. de acordo com a informação transmitida pela referida funcionária, terá sido alargado o prazo a pedido de um dos proprietários. desconhecemos se esse alargamento do prazo é permitido por lei, ou se terá sido um favor concedido a um conhecido. Já passou quase um ano e o assunto continua por resolver, para prejuízo da ilha e de todos os que dela gostam. Mantenho-me ao vosso dispor, para vos prestar as informações adicionais que entenderem necessárias. Cumprimentos,

C

erto. 295.772 € foi quanto pagaram os donos do Kyubey e Itamae Sushi por um atum Rabilo com 342 Kg, no dia 05 de Janeiro de 2011, no mercado de Tóquio. Este atum gigante foi pescado na Costa norte do Japão e encontrava-se entre os 538 vendidos tambem por altos preços neste grande mercado Asiático, pescados a volta do mundo pela frota japonesa e outras. Claro que o atum Rabilo e alguns outros atuns de grande porte valem preços astronomicos porque desde a captura, transporte e apresentação para venda são tratados de modo a garantirem qualidade excepcional. Alguns são vendidos em fresco, outros congelados a bordo, com meios que garantem também óptima qualidade, aliás, só com qualidade se consegue valores destes! A pesca do atum nos Açores tem-se caracterizado ao longo dos anos pela aposta na quantidade em detrimento da qualidade. Pesca-se tudo de qualquer maneira, o que interessa é a quantidade e quanto mais kilos mais dinheiro, uma vez que o destino é a fábrica de conservas ou o entreposto da lotaçor, que num caso ou no outro pagam a preços irrisórios (mais ou menos 1€/kilo). no nosso Mar para além dos bonitos, espécie mais abundante, mas tambem com menor valor comercial, unicamente destinado a ser transformado em conserva, há também rabilos e algumas outras espécies de grande valor que se fossem devidamente exploradas podiam efectivamente contribuir para a riqueza e desenvolvimento destas nossas lindas Ilhas. Já imaginaram umas centenas destes tunídeos vendidos a preço de ouro? Quanta riqueza! Se não forem os pescadores açorianos com os apoios comunitários nacionais e regionais a tirarem proveito desta importante riqueza que o mar dos Açores oferece, outros virão. nos Açores explora-se o ferro e deixa-se o ouro para os de fora, e não é por falta de conhecimento! fonte: tokyo fish Market genuino@genuinomadruga.com


Tribuna das Ilhas

NOTíCIAs

14 dE JANEIrO dE 2O11

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açores na feira eda vai aplicar cortes salariais BOOt em düsseldorf g As Câmaras Municipais do Grupo Central e Ocidental farse-ão representar pela ART na feira bOOT 2011 em düsseldorf, Alemanha, com um stand de 18m2 entre os dias 22 e 30 de Janeiro. Esta participação visa dar seguimento à aposta que tem sido feita na promoção dos produtos turísticos da RAA, sendo neste caso em particular com enfoque na vertente do mergulho. Com o intuito de reforçar a sua presença, haverá ainda lugar para duas apresentações sobre “As potencialidades dos

Açores como destino de Mergulho”. Estas apresentações contam com informações gerais sobre o arquipélago, informação sobre questões de segurança – Câmaras hiperbáricas, spots de mergulho, bem como suporte de imagens subaquáticas, entre outras informações necessárias ao planeamento de uma viagem de mergulho. A ART visa no decorrer do certame a promoção e divulgação dos serviços de animação turística através da distribuição de material promocional, visualização de imagens e vídeos

subaquáticos no stand, uso do sítio de Internet da Associação e fornecimento de informação sobre a oferta de serviços na região através dos nossos técnicos de turismo. A imagem do stand terá como mote “diving in Azores is”… apelando à diversidade dos tipos de mergulho existentes nos mares dos Açores. O stand estará igualmente disponível a todas as empresas marítimo-turísticas e centros de mergulho dos Açores para a realização de reuniões de modo a potenciar a criação de novos parceiros comerciais.

cagarro eleito ave do ano 2011

g A Comissão Executiva do Grupo EdA decidiu aplicar os cortes salariais previstos no Orçamento de Estado para 2011 aos administradores e funcionários da empresa que recebem mais de 1500 euros mensais. A decisão, divulgada na passada segunda-feira, consta de uma deliberação aprovada numa reunião realizada a 13 de Janeiro, na qual, além da redução de vencimentos, foi determinada uma alteração dos regimes de subsídio

de almoço, ajudas de custo e de transporte e do trabalho extraordinário e nocturno O documento refere que estas medidas deverão ser aplicadas nas folhas de vencimento de Fevereiro, com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro, “salvo medidas de excepção que possam vir a ser introduzidas por legislação regional”. Os cortes salariais agora anunciados variam entre 3,5 por cento, para vencimentos superiores a

1500 euros e inferiores a 2000 euros mensais, e 10 por cento, para vencimentos superiores a 4.165 euros mensais. de acordo com uma fonte da Comissão de Trabalhadores da EdA, esta medida irá afectar mais de 50 por cento dos cerca de 660 funcionários da empresa, dos quais cerca de 75 por cento estão nos quadros há mais de 20 anos, acabando por ser “penalizados não devido ao vencimento base, mas pelas diuturnidades".

A hortaludus EEM informa todos os interessados que estão abertas inscrições para a actividade de Equitação de bebés, com idades compreendidas entre os 1 e 3 anos, iniciando-se a 08 de Fevereiro de 2011 no Centro hípico do Capelo, decorrendo todos os Sábados de cada mês e administradas preferencialmente pela Instrutora de Equitação birgit brandstatter. horta, 21 de Janeiro de 2011 O Presidente do Conselho de Administração João luís da rosa Morais

g Em 2011, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) elegeu o Cagarro como Ave do Ano 2011 e pretende alertar para a sua situação associada à conservação dos oceanos. Sendo uma espécie muito sensível a alterações do seu meio ambiente, o Cagarro é considerado pelos investigado-

res um excelente indicador da qualidade dos oceanos, e nessa medida o decréscimo do número destas aves demonstra bem a grave situação do nosso mar. A poluição marinha derivada dos combustíveis fósseis, a captura acidental pela pesca, a iluminação urbana, a degradação e destruição do habitat de nidificação e o aumento de predado-

res nas zonas de nidificação são ameaças sérias que têm vindo a comprometer o futuro da espécie. Estão previstas acções de observação de aves marinhas, a produção de merchandising cujos lucros revertem para projectos de conservação, a construção de ninhos artificiais entre outras acções estratégicas.

clUBe de tÉniS dO faial aSSeMBleia Geral cOnvOcatÓria nos termos do artigo 39 e 40 do Regulamento Interno convoco a Assembleia-Geral para uma reunião no dia 27 de Janeiro de 2011, quinta-feira, pelas 17h30, na sede do Clube, sita à Rua Príncipe Alberto do Mónaco, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 – Apreciação do Relatório e Conta de Gerência 2 – Eleições de Corpos Gerentes para 2011 3 – Outros assuntos de interesse para o Clube de acordo com o artigo 41, a Assembleia Geral reunirá em 2.ª convocatória, meia hora mais tarde, com qualquer número de sócios, caso não haja quórum à hora marcada para o início. horta, 19 de Janeiro de 2011 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral carlos Silveira


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21 dE JANEIrO dE 2O11

OPINIãO

Tribuna das Ilhas

EfEméRIDE

O assalto ao navio “Santa Maria” foi há 50 anos Foto (PostaL) : Lito. nacionaL -PoRto.

José Armas trigueiro

n

o início de 1961, o navio “Santa Maria” era um dos dois maiores e melhores paquetes portugueses, propriedade da “Companhia Colonial de navegação”, conjuntamente com o seu “irmão”, o navio “Vera Cruz”. Os paquetes “Infante dom henrique” e “Príncipe Perfeito”, seriam inaugurados nesse mesmo ano. O “Santa Maria” havia sido construído em 1952 e comportava 1242 passageiros. navegava, geralmente, para as Américas do Sul, Central e do norte. Mais tarde chegou a transportar tropas para as guerras que Portugal mantinha desde 1961 nas antigas Colónias Portuguesas de África. Assim, foi com imensa surpresa que o Mundo tomou conhecimento de que, na sua viagem de Janeiro desse ano, o navio fora assaltado, no dia 22 de Janeiro de 1961, por um grupo armado de 23 homens, quase todos estrangeiros, comandados pelo Capitão henrique Galvão, dissidente do regime português. O luxuoso paquete “Santa Maria” navegava nos mares das bahamas, na América Central, sob o comando do Capitão Mário Simões Maia, e havia passado por diversos portos da América do Sul. Mas quem era o Capitão henrique Galvão e o que pretendia ele? Figura quase desconhecida do “grande público português”, o Capitão henrique Costa Mata Galvão (1895-1970), havia sido um fiel servidor do Estado novo, onde, para além de ter sido deputado, fora Governador de huíla, Angola, director da Exposição Colonial do Porto e director da Emissora nacional. Anteriormente, ainda como cadete, em dezembro de 1917 participara na revolta que levou Sidónio Pais ao poder, durante a 1.ª República e aderira ao Golpe de Estado do 28 de Maio de 1926. Como militar da confiança do regime instituído, ocupou outros altos cargos,

tendo sido, contudo, punido, em 1952, com 18 anos de prisão — donde se evadiu em 15-1-1959. Escrevera um relatório no qual denunciava haver “escravatura” nas Colónias Portuguesas. Era defensor de uma política de liberalização dos territórios ultramarinos que Portugal recusava. Refugiado na América do Sul, terá sido na Venezuela que Galvão organizou, com outros dissidentes portugueses e estrangeiros, a “Operação dulcineia” de assalto ao “Santa Maria”. Sabendo que as diversas situações das Colónias Portuguesas estavam numa fase de explosão — como aliás veio a acontecer com os grupos de guerrilhas nacionalistas a organizar-se há alguns anos — diz-se que Galvão, que já tinha 66 anos, só pretendia protagonismo contra o regime de Salazar, de quem era um dos mais importantes dissidentes. diz-se que se odiavam um ao outro. Adriano Moreira (1922-….), que foi Ministro do ultramar de Oliveira Salazar (1889-1970), viria a afirmar que Galvão era “talvez o português da sua geração mais conhecedor dos territórios e povos” dessas colónias. Os assaltantes tomaram conta do navio e dominavam-no totalmente. Embora o Presidente Americano, John F. Kennedy, que havia sido empossado 2 dias antes, estivesse contra a política colonial portuguesa, foram os aviões e navios da marinha de guerra americana que descobriram o “Santa Maria” e o escoltaram até ao porto do Recife, no brasil, onde o navio desembarcou os passageiros em 2 de Fevereiro. Estes seguiram viagem no “Vera Cruz”, da mesma Companhia, a fim de completarem a sua viagem. Os assaltantes receberam asilo político no brasil. naquele assalto foi atingido mortalmente, por ter resistido, o 3.º piloto João José do nascimento Costa. Ainda o navio não tinha encostado ao cais do Recife, já o General humberto delgado, o mais importante dissidente de então ao regime de Salazar, entrava no navio onde esteve a dialogar com o Capitão henrique Galvão. delgado pretendia dar a imagem política de que é que

estava por detrás do assalto ao “Santa Maria”. nas eleições presidenciais de 1958, o General humberto delgado havia-se apresentado como candidato da oposição, havendo quem dissesse que havia vencido se as eleições não tivessem sido falsificadas, como era habitual. Tinha como opositor o candidato do regime, o ContraAlmirante Américo deus Rodrigues Thomaz. depois dessas eleições, delgado haviase refugiado na Embaixada do brasil, país onde passou a residir por aí ter recebido asilo político. E o engraçado é que eu, como estava de passagem em lisboa, vi o carro dele, que era perseguido por outros carros (que nem pareciam ser da polícia), entrar rapidamente na Embaixada do brasil, sem parar junto do guarda que vigiava a entrada. Eu ia ali passando a pé e só no dia seguinte, através da imprensa, soube que se tratara do General humberto delgado. Quando se deu o referido assalto ao “Santa Maria”, as autoridades da horta receberam ordens confidenciais do Governo de lisboa para estarem atentas e comunicarem quaisquer resultados com urgência, já que os serviços secretos calculavam que aquele General pretenderia instalar nos Açores um Governo Provisório. A ilha mais provável para o efeito era a do Faial, já que seria a mais fácil de ocupar e onde havia material de guerra que poderia ser utilizado para sua defesa imediata, dizia-se à “boca fechada” por causa da censura. Assim, o Governador Civil da horta, dr. António de Freitas Pimentel (19011981), reuniu as principais autoridades do distrito para deliberarem sobre as medidas adequadas a tomar, face a tal situação. nessa reunião, onde estavam os principais comandos dos serviços militares e militarizados, o Comandante do Porto da horta, Capitão-tenente Costa Santos, terá pedido a palavra para informar que, se as forças que viessem a desembarcar na horta fossem da oposição ao regime, se recusaria a tomar qualquer posição de força contra

PAqUEtE “sANtA MArIA” um dos maiores navios portugueses do seu tempo

elas. Então o Governador disse-lhe que era sua obrigação comunicar essa posição ao Ministério do Interior. Assim, Costa Santos, dias depois, deixava a horta e regressava a lisboa, onde consta que terá passado à situação de aposentado. Sei que depois do “25 de Abril de 1974”, viria a ocupar importante cargo no Porto de lisboa, salvo erro, de Comandante do Porto de lisboa. Como eu no tempo pertencia aos quadros dos guardas da PSP - Polícia de Segurança Pública da horta, fui escalado, com outros colegas, para subir aos montes mais altos da ilha do Faial, sobretudo durante a noite, a fim descobrirmos qualquer navio que se aproximasse da ilha. Andávamos dois a dois a vigiar esses locais, assistidas periodicamente por graduados. Os Serviços de Justiça da PSP tinham uma motorizada, guiada pelo subchefe Terra, que todas as noites dava a volta à ilha. Soube mais tarde que todos os serviços de segurança das ilhas do distrito receberam ordens nesse sentido, extensivas aos vigias das baleias que, confidencialmente, deviam informar as Capitanias ou delegações Marítimas de qualquer navio “estranho” que vissem no mar a aproximar-se. de qualquer forma, em 7 de Fevereiro o paquete “Santa Maria” dava entrada no porto de lisboa, onde se concentrou elevada quantidade de portugueses, comovidos com o ocorrido, tendo ido recebê-lo a

bordo o próprio Presidente do Conselho, Prof. dr. Oliveira Salazar. Terminava assim uma viagem que ficou célebre em todo o Mundo. dias depois daquela aventura, a vigilância na horta terminou, quando os boatos davam Angola como provável para o referido desembarque de humberto delgado. Com aquele “assalto” dava-se início a uma série de acontecimentos que jamais deixou que Portugal fosse um País sem problemas políticos graves, que só terminaram com a queda do regime pelo “Golpe de Estado do 25 de Abril de 1974”. Assim, o ano de 1961 viria a ser um dos piores anos por que Salazar passou: em Janeiro foi o referido assalto; em Março, as guerrilhas nacionalistas africanas iniciavam em Angola as suas acções armadas contra Portugal que vieram a resultar nas independências das respectivas Colónias; em Abril, deu-se o “Golpe de Estado” frustrado do General botelho Moniz; em dezembro Portugal perdia ingloriamente as colónias de Goa, damão e diu, com a vergonhosa invasão da união Indiana. O assalto ao “Santa Maria” foi o início do desmoronar do “salazarismo” e do ultrapassado império. Bibl: antunes, José Freire antunes, “Kennedy e salazar - o leão e a raposa”, edição do círculo de Leitores; “o grande Livro dos Portugueses” (1991), pp. 121-144 e 240-241, edição do círculo de Leitores; correia, Luís Miguel “Paquetes Portugueses”, (1992), pp. 214 e 215, edição inapa.

as perguntas do dia 23 A

Berto Messias

pergunta que cada um de nós deve fazer, no dia 23 de Janeiro, quando for votar, é simples: o que é que Cavaco Silva fez de bom pelos Açores durante os muitos anos em que foi Primeiro-Ministro e Presidente da República? depois de cada um de nós responder a essa pergunta, deve fazer outra: devem os açorianos ter o ónus de se justificarem sempre perante as reservas de quem, à priori, olha com desconfiança para tudo o que nasce nos Açores? Só respondendo a cada uma das questões é que cada açoriano pode votar em consciência para eleger o Presidente da República, por uma razão muito simples, o comportamento de Cavaco Silva, em

relação aos Açores, foi sempre sinónimo de conflito e de questiúnculas políticas e autonómicas. A questão não é partidária. Antes fosse. É bem mais grave do que isso. As reservas mentais de Cavaco Silva sobre os Açores e a Autonomia foram bem evidentes quando o social-democrata Mota Amaral foi Presidente do Governo Regional dos Açores. E são, também, bem claras agora, com Carlos César à frente do Governo. Cavaco Silva não se sente confortável com a Autonomia e ponto final. Está no seu direito, assim como estamos no nosso de o considerar o Presidente da República que mais prejudicou a imagem da unidade nacional, ao denegrir o projecto autonómico consagrado na Constituição, que tem o dever de cumprir e fazer cumprir. E pior do que isso, insiste em criar instabili-

dades e desconfianças sobre os Açores, mas é conivente com os atropelos institucionais, éticos e democráticos todos os dias promovidos pelo Governo Regional da Madeira. Cavaco Silva desconfiou de tudo. Suspeitou da nossa lei eleitoral, que reforçou o pluralismo partidário na Assembleia, conjecturou sobre o nosso Estatuto, que consagrou competências que aspiramos durante décadas, prognosticou inconstitucionalidades na remuneração compensatória, mesmo antes de a conhecer em concreto. São três dos exemplos mais evidentes da sua actuação enquanto Presidente da República. Por isso é que a campanha de Cavaco Silva nos Açores mais não faz do que tentar provar, sem sucesso, que o candidato até gosta da nossa Região, que toda a gente está errada na percepção que faz das

suas declarações públicas sobre os temas relacionados com os Açores. Aliás, Cavaco Silva tem passado os dias a dizer que ninguém entendeu o que ele disse ou a dizer que não diz nada a ninguém sobre o que se passa. Por isso é que sentiu necessidade de vir aos Açores defender uma “Autonomia dinâmica”, como se isso dependesse dele. A “Autonomia dinâmica” depende, sim, dos açorianos que querem usar esse enquadramento constitucional como forma de resolver melhor os nossos problemas e de desenvolver, cada vez mais, a nossa Terra. O nosso dinamismo em prol da defesa da Autonomia é na devida proporção das desconfianças que Cavaco Silva tem desta mesma Autonomia. nestas eleições presidenciais, vários candidatos já mostraram que valorizam a

Autonomia Regional. Manuel Alegre destaca-se entre eles. Apresentou a sua candidatura em Ponta delgada, visitou depois as ilhas do Faial e Terceira e, mais recentemente, São Miguel. Ou seja, veio três vezes aos Açores nos últimos meses. não será pelos votos, já que o número de eleitores nos Açores, no cômputo nacional, é diminuto, mas sim por respeito e grande afinidade com a nossa terra. Temos, por isso, de fazer uma terceira pergunta na altura de votar: Quem respeita mais os Açores, Alegre ou Cavaco? num momento de crise e de austeridade nacional, caso Cavaco seja reeleito, não hesitará em fazer todos os esforços para impedir qualquer medida para amenizar os efeitos desta austeridade. Será que os açorianos querem a repetição da história?


INfORmAçãO

Tribuna das Ilhas

NOssA GENtE

UtIlIdAdEs

fOrAM ElEItOs

fArMÁCIAs

dIrECçãO: PrEsIdENtE - José silveira Ávila tEsOUrEIrO - Mário venâncio costa sECrEtÁrIO - Felipe Ferreira Ávila VOGAIs - Paul albert Luna - Luís Paulo nunes da silva CONsElhO fIsCAl PrEsIdENtE - danny Pinto alberto - Jorge vieira caetano - guida almeida Pereira

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jsata - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jtaP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de taxistas da ilha do Faial 292 391 300/ 500 otransmaçor - 292 200 380 MEtEOrOlOGIA

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21 dE JANEIrO dE 2O11

hOJE

Períodos de céu muito nublado com boas abertas. aguaceiros fracos, diminuindo de frequência ao longo dia. vento norte muito fresco (40/50 km/h) com rajadas até 60 km/h, tornando-se bonançoso (10/20 km/h). Mar grosso tornando-se de pequena vaga. ondas norte de 4 metros, diminuindo para 3 metros.

AMANhã Períodos de céu muito nublado com abertas. aguaceiros fracos e pouco frequentes. vento do quadrante norte moderado (20/30 km/h). Mar de pequena vaga a cavado. ondas noroeste de 2 a 3 metros.

dOMINGO Períodos de céu muito nublado com

abertas.

aguaceiros fracos. vento nor-

facilidadeS de PaGaMentO

deste moderado

estrada dr. João abel de freitas, 38 B 9050-012

(20/30 km/h).

AMANhã E dOMINGO Formação - “ensinar (com) criatividade” - a formação será ministrada pelo jornalista e escritor Pedro chagas Freitas –na escola Básica da Horta. organização: Projecto escreviveR (n) os açores - escrita criativa, associação ilhas em Movimento. apoio: câmara Municipal da Horta dOMINGO comemorações do 130.º aniversário da sociedade Filarmónica nova artista Flamenguense, no Polivalente dos Flamengos. organização: sociedade Filarmónica nova artista Flamenguense com o apoio da Junta de Freguesia dos Flamengos e casa do Povo dos Flamengos fIChA

Tribuna das Ilhas dIrECtOr: cristiano Bem EdItOr: Fernando Melo ChEfE dE rEdACçãO: Maria José silva rEdACçãO: susana garcia e Marla Pinheiro fOtOGrAfIA: carlos Pinheiro

COlABOrAdOrEs PErMANENtEs:Costa Pereira, decq Mota, fernando faria, frederico Cardigos, José trigueiros, Mário frayão, Armando Amaral, Victor dores, Alzira silva, Paulo Oliveira, ruben simas, fernando Guerra, raul Marques, Genuíno Madruga, Berto Messias COlABOrAdOrEs EVENtUAIs: Machado Oliveira, francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, Zuraida soares, Gonçalo forjaz, roberto faria, santos Madruga, lucas da silva

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téCNICA

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esta publicação é apoiada pelo PRoMedia - Programa Regional de apoio à comunicação social Privada


fUNdAdO 19 dE ABrIl dE 2002

Tribuna das Ilhas

www.tribunadasilhas.pt

Maria José silva g A 4 de Setembro de 1998, “Emilie

e Emily” escreveu uma carta, meteu-a numa garrafa e enviou-a à deriva pelo Atlântico. Parece cena de filme mas não é, aconteceu mesmo, e a carta saiu de Ocean City para ser resgatada, sete anos mais tarde, a norte da ilha do Faial. Estávamos a 18 de Junho de 2005 quando Manuel Carvalho Fernandes, biólogo marinho, saiu para uma viagem de observação de cetáceos e

sExtA-fEIrA 4 21 dE JANEIrO dE 2O11

“You’ve got mail”

encontrou a garrafa. “Quando se está no mar, à procura de animais, os nossos olhos estão constantemente à procura e é um facto que presto muita atenção a qualquer garrafa flutuante” – conta. Quando Fernandes abriu a garrafa, leu a carta, que dizia: “hi. This is

from Emilie & Emily. We put this bottle in the ocean at Ocean City, Maryland— 124th Street. If you find it, please send us a note and tell us when & where you found it. 196 William dr. Chillicothe, Ohio 45601 or 6853 Four Seasons drive Westerville, Oh 43082-8518.

Thanks!” "Olá, esta carta é de Emilie e Emily. nós colocamos esta garrafa no oceano em Ocean City. Se a encontrou por favor envie-nos uma mensagem, a dizer quando e onde”. O biólogo tentou entrar em contacto com as remetentes mas não teve

sucesso, uma vez que a carta foi devolvida. Entretanto, tempos mais tarde conseguiu entrar em contacto com Emilie e Emily. disse ao TRIbunA dAS IlhAS que tem tentado entrar em contacto com os autores da carta porque também ele já enviou várias mensagens em garrafas e adorava receber resposta se alguém as recebesse. O biólogo marinho está actualmente na nova Zelândia a frequentar um doutoramento na área dos cachalotes. Quando questionado sobre o porquê desta vontade de encontrar garrafas e entrar em contacto com os remetentes, Manuel Carvalho Fernandes diz que “quando consegui entrar em contacto com as pessoas que enviaram a carta foi algo muito especial. Encontrámo-nos e trocamos muitas impressões”.

EsPAçO dE PrOxIMIdAdE A POlíCIA AO sErVIçO dOs CIdAdãOs P P O O l l í í C C I I A A d d E E s s E E G G U U r r A A N N ç ç A A P P Ú Ú B B l l I I C C A A

Cães Perigosos e Potencialmente Perigosos Parte - II • entende-se por aniMaL PeRigoso qualquer animal que se encontre numa das seguintes condições:  tenha mordido, atacado ou ofendido o corpo ou saúde de uma pessoa;  tenha ferido gravemente ou morto um outro animal fora da sua propriedade de detentor  tenha sido declarado voluntariamente pelo seu detentor, à Junta de Freguesia da sua área de residência, que tem um carácter e um comportamento agressivo;  tenha sido considerado pela autoridade competente como um risco para a segurança de pessoas ou animais, devido ao seu comportamento agressivo ou especificidade fisiológica; ANIMAl POtENCIAlMENtE PErIGOsO  Qualquer animal que, devido às suas características da espécie, comportamento agressivo, o tamanho ou potência de mandíbula, possa causar lesões ou morte a pessoas ou outros animais,

lEMBrE-sE qUE: a criação, reprodução e comercialização de cães potencialmente perigosos, bem como dos cruzamentos destes entre si, é proibida ou condicionada nos termos fixados por Lei; os treinos só podem ser realizados em escolas de treino ou terrenos privados próprios, ministrados por treinadores certificados para o efeito; em caso de agressão, o animal que tenha causado ofensa ao corpo ou à saúde de uma pessoa é oBRigatoRiaMente recolhido pela autoridade competente, para o centro de recolha oficial, a expensas do detentor; o incumprimento de cada norma legal específica no dec.Lei 315/2009 de 29out, constitui contra-ordenação punível com coima cujo montante mínimo é de 500€ esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.s.P. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt Contactos: telefone – 292208510 fax - 292208511

PrOGrAMA INtEGrAdO dE POlICIAMENtO dE PrOxIMIdAdE


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