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VITóRIA é O VENCEdOR dO TORNEIO dE AbERTuRA dE FuTEbOl dA AFH PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

DIRECTOR: MANUEL CRISTIANO BEM 4 NÚMERO: 489

GEOCACHING

21.OutubrO.2O11

Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

Quem disse que caçar tesouros é uma brincadeira de crianças? PÁGINA O4

“VERbAS dO IRS dEVEM VIR dA REpúblICA”

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MÁRIO AbREu

MAESTRO HÁ 30 ANOS

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editoriAl

DeStiNO “eDeN”…

g No passado dia 27 de Setembro, numa cerimónia solene realizada em Bruxelas, sob os auspícios da União Europeia e para assinalar a celebração do Dia Mundial do Turismo, foi entregue ao Parque Natural do Faial (PNF) o prémio “EDEN – Destino Europeu de Excelência”, uma qualificação de topo pela primeira vez atribuída ao nosso país, premiando a candidatura apresentada ao concurso organizado pelas instâncias comunitárias. Trata-se portanto de um prémio de relevância internacional que, por intermédio do Parque Natural do Faial, pretende criar e consolidar a imagem de um especial destino para o Turismo, plenamente enquadrado no Ambiente e a constituir uma oferta sustentável. Assim, o Parque Natural do Faial passa a fazer parte da Rede Europeia de Destinos Turísticos Sustentáveis de Excelência, o que para a terra faialense e para a Região Açores se traduz numa honrosa posição no âmbito do restrito grupo de “Destinos EDEN” já atribuídos por esta organização da UE ao nível europeu. Neste mesmo concurso merece também referência o facto do Parque Natural da ilha do Pico ter sido o segundo classificado à escala nacional – mais um motivo de satisfação para a nossa Região e muito particularmente para o Triângulo que, em termos turístico-ambientais, se eleva deste modo a um plano de grande visibilidade e publicidade nos países e regiões da Europa comunitária. Mas mais do que isso… É que, na própria sessão de entrega deste prémio, em Bruxelas, ao director do PNF e aos representantes do Turismo de Portugal e do Governo dos Açores, estando presentes os outros galardoados dos “Destinos EDEN”, além de numerosos jornalistas europeus, foi apresentado um site publicado na Internet pela comissão Europeia, com variadas informações e um pequeno filme sobre a ilha do Faial e o seu Parque Natural. Por outro lado, no mesmo dia, nesse espaço de actividades comunitárias teve lugar um outro grande evento de carácter turístico envolvendo agentes e operadores de tão importante sector da vida económica europeia, os quais certamente tomaram conhecimento sobre os novos destinos recomendados para viagens de férias dos seus clientes. Depois de tudo o que aqui fica dito e apreciado, tanto mais no âmbito de uma iniciativa da comissão Europeia, é de esperar que resulte em cheio a grande promoção que começou a ser feita e que este turismo de base ambiental obtenha o maior sucesso com amplos benefícios para o Faial, para as ilhas do Triângulo e para os Açores em geral. E em presença destes motivos geradores de confiança no futuro, ficou-nos a ideia de que o Faial e as outras ilhas destas bandas são melhor apreciadas e atendidas por aqueles que as visitam e descobrem os seus valores.

em destAque

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Plenário de outubro

Autonomia, promedia e Estatuto do Aluno em destaque A sessão plenária de Outubro teve início na manhã de segunda-feira, na cidade da Horta, com uma interpelação ao Governo, pelo PPM, sobre a estratégia de defesa e progresso do processo autonómico açoriano no contexto da actual crise económica nacional e internacional, e que mereceu a unanimidade das bancadas parlamentares. Da agenda do mês de Outubro fazia parte a discussão do novo diploma do PROMEDIA II bem como o Estatuto do Aluno do ensino básico e secundário. Declarações políticas, votos de saudação, pesar e recomendação fizeram alterar as ordens do dia, e a discussão que estava prevista acontecer na segunda-feira não tinha acontecido até à data de fecho da edição do TRIBUNA DAS ILHAS.

Maria José Silva Foto: Marla Pinheiro g Os problemas que resultam para as autonomias regionais estiveram em destaque pela maioria dos partidos com assento parlamentar, que divergiram, no entanto, na forma de combater as políticas "centralistas". Paulo Estêvão, do PPM, que propôs a interpelação ao Governo sobre a estratégia de defesa e progresso do processo autonómico açoriano no contexto da actual crise económica nacional e internacional, defendeu que a Lei das Finanças Regionais seja "blindada", para evitar eventuais cortes. Zuraida Soares, do BE, salientou ser necessária uma Lei das Finanças Regionais própria para os Açores e outra diferente para a Madeira.: “os Açores têm cumprido os compromissos estabelecidos com a República e a lei a que estão obrigados, nomeadamente os limites de endividamento. A Madeira não tem. Estas duas regiões não podem ser tratadas da mesma maneira", sublinhou. Também Artur Lima, do CDS/PP, considerou que "não se pode meter no mesmo saco os Açores e a Madeira, em circunstân-

[SOBE]

cia nenhuma, quer pela sua geografia, quer também pela condução política dos arquipélagos nos últimos anos. Não é comparável a governação da Madeira à dos Açores". Berto Messias, líder parlamentar do PS, afirmou que a culpa deste cenário é do governo liderado por Pedro Passos Coelho, que decidiu aplicar mais medidas de austeridade do que as que a troika impunha. Segundo disse, em matéria de defesa dos Açores, o PSD/Açores tem uma especial responsabilidade, por ser o maior partido da oposição, mas deve rapidamente “passar das palavras aos actos”. Para João Costa, do PSD, a melhor forma de combater os ataques à autonomia é mostrar uma "boa governação", algo que os Açores, no seu entender, não podem mostrar. "O que encontramos nos Açores como resultado da aplicação de 25 mil milhões de euros nos últimos 15 anos, são 18 mil açorianos que dependem do rendimento social de inserção, são 12 mil açorianos que estão no desemprego e são 30 mil famílias que estão no limiar da pobreza", frisou. Para Aníbal Pires, do PCP, as culpas são partilhadas entre PS, PSD e CDS/PP, que "mentiram aos portugueses e, como tal, não têm qualquer legitimidade para impor os sacrifícios que pretendem". Pires considera que a Autonomia açoriana está numa encruzilhada e “ou aceitamos cabisbaixos, como no passado de má memória, os ditames do centralismo troikista e nos resumimos, mais uma vez, ao triste estatuto de ilhas adjacentes; ou afirmamos a nossa razão e defendemos o nosso direito ao auto-governo e utilizamos todos os meios que a nossa Autonomia ainda nos dá, para protegermos os açorianos dos piores efeitos desta crise.” Aníbal Pires defende que só utilizando as prerrogativas autonómicas poderemos combater a recessão, fazer recuar o desemprego, dinamizar o mercado interno eapoiar o sector produtivo e a vida das famílias açorianas. André Bradford, secretário regional da Presidência, afirmou, neste âmbito, que “a actual crise financeira nacional e internacional não favorece os interesses dos Açores e da Madeira e pode mesmo colocar em causa as autonomias regionais”. O governante reiterou que a acção do Governo dos Açores na defesa dos princípios e das prerrogativas da autonomia é “permanente” e não resulta de “estratégias

conjunturais nem de impulsos ou interpelações”. André Bradford considerou também que, pelo seu conteúdo e pela sua forma, a interpelação hoje apresentada pelo PPM deveria ser dirigida ao PSD/A e não ao Governo Regional. De acordo com o governante, uma interpelação que se inspira nas medidas tomadas pelo actual Governo da República e nos receios que o mesmo possa “cercear a actividade” dos órgãos de Governo próprio da Região deve ter como “destinatário principal” aqueles que o suportam nos Açores. O secretário regional da Presidência acusou ainda o PSD/A de “prescindir de ser um partido regional sempre que as actuações do Governo da República possam constituir aquilo que se vislumbre como um problema para o Governo Regional”.

PROMEDIA II ALTERADO Os trabalhos da sessão plenária incluíram na agenda uma proposta de decreto legislativo que altera o Promedia II – programa de apoio à comunicação social privada na Região. A proposta foi apresentada por André Bradford e, após o debate, acabou por ser aprovada com os votos contra do Grupo Parlamentar do PSD que reclamou, na voz de Clélio Menezes, mais apoio para os media, nomeadamente no que aos custos com papel diz respeito. O apoio especial à produção agora aprovado consiste na comparticipação mensal dos custos relativos ao consumo de energia eléctrica da responsabilidade das publicações periódicas e dos emissores e retransmissores das estações de radiodifusão e das comunicações telefónicas em serviço exclusivo da redacção, até ao máximo de duas instalações telefónicas por redacção. Assim, os órgãos de comunicação social privados das ilhas de São Miguel, Terceira, Pico e Faial passam a beneficiar de uma

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comparticipação mensal de 20% daqueles custos. O PSD, conforme referimos, chumbou esta medida. A este propósito afirmou no hemiciclo Clélio Menezes: “infelizmente, em 2006, o PSD tinha razão. Hoje os órgãos de comunicação social que ainda existem estão pior do que estavam em 2006. São os próprios que referem que hoje a sua situação financeira e económica é pior”. O parlamentar do PSD/Açores salientou que a alteração que o governo regional agora efectuou no Promedia constitui apenas um “passo muito pequeno” relativamente às reivindicações apresentadas no início deste ano pela comunicação social privada e pelos social-democratas. “A gravidade da situação da comunicação social açoriana não se resolve com pequenos passos ou com medidas que dão a ideia que resolvem, mas não resolvem nada”, disse. Segundo Clélio Meneses, “perdeu-se uma oportunidade de apresentar medidas concretas que ajudassem os órgãos de comunicação social a sair do problema em que vivem”. O grupo parlamentar do CDS/PP Açores afirmou pretender que os apoios existentes fossem alargados aos factores de produção e à expedição postal. Os populares apresentaram uma proposta de alteração à iniciativa do Executivo que previa o alargamento dos apoios, respectivamente aos jornais, para fazer face aos custos com os factores de produção gráfica, designadamente papel, película fotográfica, chapas offset e produtos químicos necessários, bem como à expedição dos títulos via CTT. Segundo Artur Lima, líder da bancada Parlamentar, “este seria um grande contributo às micro e pequenas empresas proprietárias de títulos” que se somariam aos apoios existentes nas contribuições ao pagamento de despesas relativas aos consumos telefónicos e de energia eléctrica que agora se alargaram a todas as ilhas.

[DEScE]

FESTIVAL DE CINEMA

FUTURO NEGATIVO… !

Mais uma vez trazemos a esta secção o Faial Filmes Fest, porque esse registo é bem merecido pelo cineclube da Horta cujos membros, movidos apenas por “amor à arte”, têm vindo a desenvolver uma notável acção cultural nesta pequena cidade açoriana, onde alguns “naturais” acham que “não se faz nada” e outros, de fora, dizem que “parou no tempo”. Esta é a 7ª. edição do FFF, agora aberto a longas metragens – afinal o único Festival de cinema dos Açores. E as gentes de nome nesta arte, que têm vindo de visita a esta terra…? Aplausos para o cineclube faialense.

g Um amigo de longa data, faialense de “rija têmpera”, dizia-

g

nos há dias em conversa pelo telefone: “Vamos ter eleições regionais em 2012. Será que esta ilha, com governo da mesma ou outra cor, vai continuar a ser adiada enquanto noutras tudo “cai do céu”? Vamos ter mais “jogos” de promessas quanto ao Aeroporto, apesar das obras faraónicas feitas e dos gastos escandalosos em Beja? Vamos precisar de “tirar a ferros “novo aumento da marina, já cheia de barcos, enquanto outras são só para garajaus? Não seria de exigir aos que vão a eleições resposta a esse futuro para já negativo?!”


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locAl

21 DE OUTUBRO DE 2O11

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Seminário "Parto e Nascimento: Estamos no fundo do poço?" Decorre no próximo dia 3 de Outubro, no Auditório da Biblioteca Pública do Faial, entre as 10h e as 13h, o Seminário "Parto e Nascimento: Estamos no fundo do poço?". Este seminário, organizado pelo Núcleo SOS Amamentação do Faial será presidido por Michel Odent. Michel Odent é um dos obstetras mais respeitados no mundo. É reconhecido internacionalmente como o fundador do Primal Health Research Centre de Londres e o precursor do home-birth (parto domiciliar), das salas de parto à semelhança dos lares e da introdução das piscinas aquecidas nas maternidades. É autor de 12 livros publicados em mais de 20 idiomas e de mais de 50 artigos científicos na área, entre os quais o primeiro artigo científico sobre o uso das piscinas de parto, em 1993, e do primeiro artigo recomendando a lactação na primeira hora do nascimento. g

Proposta de Orçamento de estado para 2012 agrada ao executivo açoriano SéRGIO ÁVILA O vice-presidente do Governo está ciente de que a República vai alterar o artigo 202 respeitante às transferências do IRS para as autarquias

Maria José Silva Foto: Susana Garcia g Foi em conferência de imprensa realizada na passada quarta-feira, na cidade da Horta que o Governo Regional dos Açores manifestou o seu agrado perante a proposta de Orçamento de Estado para 2012. O vice-presidente do Governo assegurou aos jornalistas que o Governo da República cumpre com a Lei de Finanças Regionais para os Açores na proposta de Orçamento de Estado para 2012. Sérgio Ávila revelou ainda que merece a “discordância absoluta do Governo Regional” o artigo da proposta de Orçamento de Estado (202.º) que prevê que o Governo da República transfira directamente para as autarquias dos Açores os 5% de IRS com recurso às receitas próprias da Região. Para Sérgio Ávila, esta matéria é um problema entre o Governo da República e as autarquias e não pode nem deve ser resolvido com recurso às receitas próprias da Região. Nesse sentido, considerou que se trata de “um erro tão óbvio que terá

que ser corrigido em sede de especialidade”, acrescentando que, se isso não acontecer, estará a ser violado o Estatuto Político-Administrativo dos Açores e a Constituição da República. De acordo com o governante, a proposta de Orçamento de Estado, que prevê a transferência para a Região de 333,6 milhões de euros, concretiza também os objectivos que haviam sido definidos pelo Governo Regional sobre esta matéria. O documento “corresponde exactamente àquilo que tinha sido o acordo estabelecido” entre os dois Governos e “assegura também o financiamento das necessidades previstas” na anteproposta do Plano de Investimentos da Região, o que permitirá ao executivo açoriano executar em 2012 “a proposta de investimentos que tinha previamente previsto” – salientou Sérgio Ávila. No entender do vice-presidente do executivo açoriano, com esta proposta de Orçamento de Estado, os Açores passem a ser “a única entidade pública” e “o único nível de administração” que mantem em vigor as regras de financiamento

que estavam estabelecidas numa lei específica. “A Lei de Finanças Regionais, apenas para os Açores, é a única lei de financiamento que não foi suspensa, na medida em que as verbas transferidas para a Madeira não correspondem ao valor que tinham previsto na lei”, adiantou. O documento da República contém todavia algumas normas que, de acordo com Sérgio Ávila, carecem de aperfeiçoamento em sede de especialidade, referindo-se aos artigos 38.º e 61.º, uma vez que o Orçamento de Estado “não prevê, como não podia prever, a autorização prévia do Ministro das Finanças para qualquer contratação pública na Região”. No próximo dia 31 de Outubro será entregue na Assembleia Legislativa Regional dos Açores o Plano e Orçamento da Região para 2012. Sérgio Ávila não quis adiantar muito a esse respeito mas frisou que em linha de conta serão tidas medidas que permitam apoiar as famílias açorianas a fazer face a esta conjuntura de crise e restrições que o país atravessa.

[aconteceu] MESTRE DO CRUzEIRO DAS ILHAS DETIDO PELA POLíCIA MARíTIMA g Um dos mestres do navio cruzeiro das Ilhas, que faz a ligação de passageiros entre as ilhas do Faial, Pico e S. Jorge, foi detido pela Polícia Marítima, por alegada tentativa de agressão aos agentes da autoridade. A detenção ocorreu no passado domingo e foi confirmada por Jorge chícharo, capitão do Porto da Horta, que sa-lientou que o mestre terá tentado "agredir os agentes" da Polícia Marítima no Porto da Madalena do Pico, quando es-tes o abordaram na sequência de queixas dos passageiros, relativamente ao tipo de navegação utilizada na viagem entre Velas e Horta. Os passageiros queixaram-se do andamento "brusco" da embarcação, questionando se o mestre estaria sob o efeito de bebidas alcoólicas, suspeitas que os agentes da autoridade procuraram indagar à chegada à Madalena do Pico, mas sem sucesso. A Polícia Marítima decidiu instaurar um "processo sumário", detendo o mestre do cruzeiro das Ilhas. 6º ENCONTRO DE UTILIzADORES ESRI PORTUGAL – AçORES g Decorreu n Horta, na passada terçafeira, o 6º Encontro de Utilizadores ESRI Portugal – Açores. O Encontro de Utilizadores da ESRI Portugal representa o mais importante evento nacional de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e constitui o local por excelência de partilha de experiências e conhecimento na área dos SIG, possibilitando um momento único para conhecer os projectos mais inovadores da actualidade. com várias dezenas de participantes inscritos, a Horta foi a primeira cidade açoriana a receber os utilizadores de tecnologia ESRi neste sexto encontro. HOSPITAL DA HORTA ASSINALOU DIA NACIONAL DA LUTA CONTRA A DOR g Para assinalar o Dia Nacional da Luta contra a Dor, o Hospital da Horta promoveu uma exposição no átrio, alusiva a esta temática. A exposição teve como objectivo alertar os açorianos para o problema da dor crónica. A dor crónica é um estado de dor persistente, que afecta mais de 30% da população portuguesa. A osteoporose, lombalgia crónica e artrite reumatóide são as causas mais frequentes de dor crónica. Se a dor não for adequadamente tratada, a qualidade de vida da pessoa poderá ser gravemente afectada, podendo até levar à incapacidade para trabalhar.

[vai acontecer] FEIRA DAS OPORTUNIDADES g Realiza-se amanhã, sábado, das 14h30 às 19h00, na Quinta do Lomelino, mais uma feira das oportunidades. De acordo com carla Silva, da organização, esta Feira das Oportunidades é um evento a realizar de quinze em quinze dias, com o intuito de chamar todas aquelas pessoas que queiram vender a sua arte, música, imagem, empresa, produtos novos e/ou usados, entre outros. O objectivo da feira é criar um espaço de comércio e divertimento, onde as pessoas possam vender as suas "tralhas" e comprar a preços realmente baixos. O mais importante é passar uma tarde agradável à volta de um belo jardim. AçORES PROMOVEM-SE NO CONTINENTE COM TARIFAS DE 88,50 EUROS g Voar para os Açores vai ficar mais barato a partir do próximo domingo. Para captar mais turistas do continente, o Governo Regional prepara-se para lançar uma campanha de promoção para a época baixa, com base em tarifas aéreas de 88,50 euros do continente para os Açores. O anúncio foi feito no passado dia 14 pelo secretário regional da Economia, Vasco cordeiro na abertura da III Bienal de Turismo Subaquático. As acções promocionais da região autónoma não se cingem ao continente, tendo sido há dias assinada uma campanha em 11 mercados prioritários, no valor de 7 milhões de euros. MOTORES EM ALTA NA PRAIA DO ALMOxARIFE g Na tarde deste domingo, dia 23 de Outubro, a Praia do Almoxarife recebe a iniciativa Praia Arranques 2011. Do programa constam exposições de carros “tuning” e de carros de rally, bem como de motas dos motards "Os Amigos". Destaque para a prova de arranques, para a qual os interessados deverão inscrever-se amanhã, dia 22, entre as 16h00 e as 19h00 junto ao Parque de campismo da Praia do Almoxarife.


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rePortAGem

21 DE OUTUBRO DE 2O11

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GeocAchinG GAnhA cAdA vez mAis AdePtos nA reGião O Sistema de Posicionamento Global, ou GPS, foi criado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, e tem a função de identificar a localização na Terra de um receptor que capte os sinais emitidos pelos seus satélites. Apesar de ter sido declarado completamente operacional apenas em 1995, hoje é uma ferramenta generalizada, útil em muitas situações e imprescindível para muitas pessoas. Nos telemóveis ou nos automóveis, o GPS é um meio de orientação cuja utilização é cada vez mais banal. No entanto, há quem vá para além da sua utilidade na rotina diária, e utilize o GPS para reexplorar uma das mais populares brincadeiras de crianças: graças ao GPS generalizou-se por todo o mundo a prática do geocaching. Considerado um desporto por alguns, e por outros uma simples actividade de lazer, o geocaching é, na verdade, uma verdadeira “caça ao tesouro” para adultos, onde os mapas são fornecidos pelo GPS. Esta prática tem ganho cada vez mais adeptos em todo o mundo, e os Açores não são excepção. TRIBUNA DAS ILHAS foi saber mais sobre esta actividade, e acompanhou Nilzo Fialho, um dos pioneiros na prática do geocaching na ilha, dura.nte uma das suas “caçadas”.

Caça ao tesouro para gente crescida NILzO FIALHO O geocacher levou o Tribuna das Ilhas numa das suas “caçadas”

CACHE Os contentores estão escondidos de forma a passarem despercebidos

LOG BOOk Os geocachers registam em cada cache a sua descoberta

Marla Pinheiro g Neste jogo, o “tesouro” são as caches, contentores estanques que os geocachers têm de descobrir usando apenas as coordenadas do GPS. Existem vários tipos de caches: podem ser simples caixas, com dimensões bastante variáveis. Existem caches quase tão pequenas como uma unha: as “nanocaches”. É nas caches que estão escondidos os “log books”, uma espécie de livro de registos, onde o geocacher deixa uma mensagem e regista o facto de ter descoberto aquela cache. Nas caches cujas dimensões o permitam, é possível encontrar uma série de objectos, deixados por outros geocachers. O objectivo é retirarmos um deles, para depois colocarmos noutra cache. Podem encontrar-se porta-chaves, canetas, pins, pequenos bonecos, entre muitas outras coisas. Alguns destes objectos têm um número único, registado no site www.geocaching. com, que agrega toda a actividade a nível mundial, e é possível manter-lhes o rasto, enquanto viajam pelo mundo. É o caso das geocoins e dos travel bugs. Depois de se registarem, de forma

gratuita, em www.geocaching.com, os geocachers têm acesso às coordenadas de todas as caches registadas no mundo. Qualquer geocacher pode também fazer a sua própria cache, registála no site, e ver a quantidade e a diversidade de pessoas que por ela vão passar. Esta caça ao tesouro sem piratas, na era das novas tecnologias e feita por gente crescida está a ganhar cada vez mais adeptos em todo o mundo. Existem mais de um milhão de caches espalhadas por centenas de países à volta do globo. E podem estar em qualquer lugar: escondidas em sinais de trânsito nas grandes cidades, em monumentos, mas também em locais de pleno contacto com a natureza, como algumas das mais altas montanhas do mundo ou o deserto. Algumas são fáceis de descobrir, outras bem mais difíceis. Em Portugal, existem quase 13 mil caches registadas, de norte a sul do país, passando pelas ilhas. Nos Açores, existem 342 caches. A prática de geocaching na Região é relativamente recente: em 2001 existia uma única

cache no arquipélago. A partir de então a actividade foi crescendo, ainda que timidamente, mas a partir de 2008 deuse um verdadeiro “boom” na sua prática nas ilhas. No Faial, existem até agora 31 caches, escondidas um pouco por toda a ilha, que cada vez mais pessoas tentam encontrar. Este número não pára de crescer: na semana passada, por exemplo, existiam apenas 28. Nilzo Fialho é um aficionado do geocaching, e já se dedicou a estas caçadas especiais – ou deveríamos antes chamar-lhes “cachadas”? - em vários países da Europa. A tarefa é divertida, assegura, mas nada fácil: “apesar de termos as coordenadas do GPS, isso não significa que encontremos a cache de imediato; o engraçado é que todos os GPS têm uma margem de erro, logo, quando chegamos ao local, sabemos que a chace poderá estar num raio de cerca de 10 metros, e às vezes é difícil encontrá-la”, conta. Um dos objectivos das caches é, efectivamente, estarem bem disfarçadas, de modo a não dar nas vistas. Nilzo explica a situação fazendo uma

analogia com o mundo mágico de que J.K.Rowling fala nos famosos livros da saga Harry Potter: da mesma forma que os feiticeiros procuravam esconder a sua magia dos olhos dos Muggles (as pessoas sem poderes mágicos), também os geocachers procuram disfarçar muito bem os seus “tesouros” de modo a que estes sejam detectáveis pelos restantes geocachers, mas passem despercebidos ao resto do mundo. Infelizmente, algumas caches acabam destruídas ou perdidas. As caches de maiores dimensões têm geralmente um texto explicativo do geocaching, para elucidar um hipotético “muggle” que acidentalmente dê de caras com uma delas. Apesar destes cuidados, por vezes as caches acabam mesmo por desaparecer, e o Faial não é excepção a esta situação. Para Nilzo, o geocaching é uma forma bastante especial de conhecer determinado país ou região: “com o geocaching vamos a sítios onde, por outra razão, não iríamos”, entende. Este geocacher reconhece que considerar o geocaching um desporto será um tanto ou quanto exagerado, no

entanto não duvida de que é uma actividade divertida e até viciante: “para mim, o geocaching é uma caça ao tesouro, onde os adultos se divertem como crianças”, resume. O GEOCACHING E A NATUREzA Uma das particularidades do geocaching é o facto da actividade ter sempre em vista a consciencialização ambiental dos praticantes. Tirar nada a não ser fotografias, e deixar nada a não ser pegadas, é uma das máximas que regula a actividade. Os geocachers devem também remover o lixo que encontrarem durante as suas caçadas, como explica Nilzo. Na Região, é comum encontrarem-se caches no decorrer dos percursos pedestres e nas paisagens naturais das ilhas, e a actividade está bastante associada à preservação da natureza. Na ilha, os amantes do ciclismo e do todo-o-terreno são algumas das pessoas que praticam geocaching, até porque a filosofia desta actividade passa muito por conhecer novos locais, de uma forma pouco convencional.


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21 DE OUTUBRO DE 2O11

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conselho de ilhA reuniu PArA AnAlisAr AnteProPostA do PlAno dA reGião PArA 2012 Em 2012 o Faial vai contar com cerca de 9,1% dos investimentos previstos no Orçamento da Região. São 66 milhões de euros, de um total regional de cerca de 722 milhões, que fazem com que à ilha azul caiba a terceira maior fatia do “bolo” orçamental. No entanto, os sinais da crise também se notam na proposta de Plano e Orçamento que o Governo açoriano esboçou para 2012, e o Faial recebe menos cerca de 1900 mil euros que no ano passado. No total regional, as únicas ilhas que viram aumentar as suas verbas foram São Miguel e o Corvo. Na passada segunda-feira, o Conselho de Ilha do Faial reuniu para apreciar a proposta do Executivo. Satisfeitos com a inclusão do projecto da segunda fase da Variante e com a continuidade de outro investimentos estruturantes, os conselheiros não gostaram no entanto de algumas omissões, com destaque para a ampliação da pista do Aeroporto da Horta, que volta a não estar incluída no documento.

Marla Pinheiro g A base de trabalho para esta reunião do Conselho de Ilha (CI) assentou num documento compilado pelos conselheiros em Maio passado, por sugestão do actual presidente, Guilherme Pinto, e que consistia numa elencagem dos investimentos considerados estruturalmente importantes para o Faial, que foi na altura remetida ao Governo Regional, de modo a ser tida em análise na elaboração deste Plano e Orçamento. Assim, a Mesa do CI destacou como aspectos positivos do documento proposto pelo Governo dos Açores o facto deste contemplar o projecto da segunda fase da Variante, com 48500 euros, bem como a reabilitação da estrada regional entre o Vulcão e a Praia do Norte. O plano prevê também uma verba de 95

66 milhões para o faial em 2012 mil euros para as Termas do Varadouro e a elaboração de projecto para um novo Matadouro. O CI congratulou-se também com a dotação de quase 5 milhões de euros para a recuperação e ampliação da Escola Básica Integrada (EBI) da Horta e com a construção do bloco C do Hospital, para a qual está prevista uma verba de cerca de 7 milhões. A continuação da obra do Porto da Horta, no âmbito da qual o Executivo prevê investir quase 11 milhões de euros em 2012, e a conclusão da Casa Manuel de Arriaga são outros aspectos positivos realçados neste CI, bem como a construção do Centro de Processamento de Resíduos. A esta elencagem de aspectos positivos contidos no Plano, o presidente da Câmara Municipal da Horta acrescentou outros aspectos, como sejam a construção do novo parque eólico, que irá permitir uma produção anual de energia “muito superior” à actual, e o protocolo entre o Governo Regional e a Diocese de Angra, com vista à Reconstrução das igrejas após o sismo de 1998. João Castro destacou também a referência ao início da segunda fase da obra de requalificação da frente marítima da Horta que, apesar de não ter nenhuma verba agregada, consta já do Plano para 2012. FILHOS E ENTEADOS Ora, apesar de considerarem estes projectos de extrema importância para a ilha, os conselheiros mostraram-se incomodados com algumas omissões. A mais flagrante será a ampliação da pista do Aeroporto da Horta, que em 2010 ainda vinha contemplada no plano, mas em 2011 “caiu”, e agora volta a não estar referida. A ausência de qualquer referência ao Campo de Golfe, à Pousada da Juventude e ao Quartel dos Bombeiros são outras lacunas que os conselheiros faialenses gostariam de ver colmatadas. Para alguns conselheiros, este Plano reflecte de forma flagrante as assimetrias entre as várias ilhas no que ao investimento público diz respeito. Por proposta de Jorge Costa Pereira, foi mesmo decidido redigir uma nota introdutória ao parecer do CI faialense, onde se destaca precisamente a preocupação

CONSELHO DE ILHA A próxima reunião ordinária está agendada para Janeiro de 2012

deste órgão pelo facto de algumas ilhas verem cortadas as verbas destinadas ao investimento, enquanto que outras vêem essas verbas aumentar. Para Costa Pereira, o caso mais flagrante é o São Miguel, onde em 2012 serão investidos mais 10 milhões de euros que em 2011. Também Luís Garcia se mostrou inconformado com o que considera serem as “pouquíssimas actividades” previstas para o Faial. O deputado regional do PSD lembrou congratulouse com a verba atribuída à remodelação da EBI da Horta, no entanto quis recordar aos restantes conselheiros que este investimento “serviu de argumento para o cancelamento do Estádio Mário Lino” e, apesar disso, esteve dois anos sem avançar. Garcia mostrou-se também preocupado com o sector agro-pecuário na ilha. O conselheiro considera que “é preciso dinamizar a produção leiteira no Faial, para aumentar o rendimento dos produtores” e da fábrica de lacticínios. Na iminência de um novo resgate leiteiro, Garcia quer que sejam resguardadas as especificidades de cada ilha. O deputado regional alerta também para a necessidade de recuperar os caminhos agrícolas e, à semelhança do que referiu José Agostinho, receia que o novo matadouro não fique concluído antes de 2015, o que considera lamentável, tendo em conta que se trata de uma

Dirigente do SiNtaP denuncia “medo de protesto” nos açores g Jorge Nobre dos Santos, secretário-geral do SINTAP (Sindicato de Trabalhadores da Administração Pública), denunciou segunda-feira haver "medo" dos trabalhadores regionais em reivindicarem os seus direitos. "O que nos disseram foi que aqui nos Açores as pessoas têm medo de se manifestarem, porque isso acaba por ser cobrado na avaliação de desempenho e na maneira como as

pessoas são vistas no local de trabalho", refere o comunicado enviado à comunicação social após a conferência de imprensa que se realizou em Ponta Delgada. "Há determinados administradores da Função Pública que ameaçam os trabalhadores com avaliações negativas se fizerem greve", exemplificou Nobre dos Santos, abstendo-se de dar mais detalhes por dizer que há receio da parte dos

queixosos em formalizarem as denúncias. O secretário-geral frisou no entanto que esta prática não é generalizada e que deve haver distinção entre os dirigentes regionais. "Há maçãs podres em todo o lado e nós temos que estirpar as maçãs podres, esse conjunto de pessoas que existem na Administração Pública e que se estão a portar mal", aludiu. MJS

necessidade urgente para os produtores de carne na ilha. O conselheiro lamenta também o facto deste Plano não contemplar a construção de uma nova creche na cidade da Horta, o que acontecia no plano para 2011. Para o deputado, trata-se de outra “grave lacuna”, já que é notória a necessidade que a ilha tem nessa matéria. Também em relação às estradas, Luís Garcia entende que há muito mais a fazer no Faial, e considera que essa é uma das áreas onde mais se nota a assimetria entre as ilhas. O conselheiro mostrou-se indignado com o facto do Executivo ir gastar cerca de 22 milhões de euros para a renda anual das SCUT em São Miguel, verba superior à destinada a financiar o serviço público de transporte aéreo de passageiros na Região, e ter “adiado ano após ano” o projecto da segunda fase da Variante. Em relação às Termas do Varadouro, Garcia considera “ridícula” a verba de 95 mil euros prevista no Plano, e lembra que em São Miguel e na Terceira o Governo foi responsável pela totalidade do empreendimento, enquanto que no Faial aguarda o aparecimento de investidores privados. O conselheiro entende também que o Faial se deve continuar a bater por um Parque Tecnológico ligado ao mar. Garcia mostrou-se ainda preocupado

com o Polivalente de Pedro Miguel, obra actualmente em execução mas sem financiamento garantido. No final da reunião foi decidido compilar os contributos de todos os conselheiros com o documento previamente preparado pela mesa para criar o parecer do CI do Faial, que deveria dar entrada na Assembleia Regional até ao final do dia de hoje, sexta-feira. MERCADORIAS qUE NECESSITEM DE FRIO SEM CONDIçõES PARA CIRCULAR NO TRIâNGULO O alerta foi deixado por José Agostinho durante a última reunião do CI. De acordo com o presidente da CALF, os barcos que fazem o transporte dos lacticínios no Triângulo não oferecem as condições de conservação em frio exigidas. Agostinho referiu que a Lactaçor irá mesmo fazer um investimento em contentores de frio para fazer o transporte em condições, de modo a que não continue a ser penalizada por esta situação. Luís Garcia também se mostrou preocupado com este problema, e salientou que o transporte de mercadorias com exigências específicas em termos de refrigeração também deve ser equacionado quando se fala da problemática dos transportes marítimos na Região.


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notíciAs

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Tribuna das Ilhas breves

AeroPortos dos Açores

Mês de Setembro com menos tráfego de passageiros em relação a 2010 DR

g De acordo com dados divulgados pela ANA – Aeroportos de Portugal, no passado mês de Setembro foram movimentados 126.147 passageiros nos aeroportos açorianos, o que representa um decréscimo de 1455 passageiros em relação a igual período de 2010. No entanto, entre Janeiro e Setembro de 2011 o tráfego nos aeroportos da Região ascendeu a cerca de 1 milhão e 36 mil passageiros, enquanto que no período entre Janeiro e Setembro de 2010 esse valor era

Detenções por roubo e violência

inferior (1 milhão e 11 mil passageiros). Assim, nos primeiros 9 meses de 2011 assistiu-se a um crescimento de 2,5% nos aeroportos açorianos. Comparando o crescimento do tráfego aéreo dos Açores com o dos restantes aeroportos do país, é possível constatar que a Região foi quem menos cresceu em 2011. O Aeroporto de Lisboa assistiu a um crescimento de 6,2%, enquanto que no Porto o aumento foi de 17,4%. O Aeroporto de Faro cresceu 6,7% comparativamente a 2010. MP

Dormidas no faial caem 5% de Janeiro a agosto de 2011

Nuno Sá distinguido pela Projecto "escola sua foto de um tubarão Segura - instruções azul ao largo do faial Gerais de Segurança" @NUNO SÁ

já arrancou

RACING BLUE A foto premiada foi tirada ao largo do Faial

g O fotógrafo português Nuno Sá voltou a arrecadar, este mês e pela segunda vez, uma distinção na competição Wildlife Photographer of the Year, considerada como os Óscares da fotografia da natureza. Recentemente, o fotógrafo foi também premiado no maior concurso de fotografia de Natureza dos Estados Unidos. Com uma foto de um tubarão azul, ao largo da ilha do Faial, o fotógrafo

arrecadou um "alto louvor" na categoria Mundo Subaquático naquele que é o mais importante concurso internacional de fotografia da natureza, promovido pela Veolia Environnement Wildlife. A fotografia "Racing Blue" fica assim entre as 108 imagens escolhidas criteriosamente por um júri de especialistas reconhecidos na indústria de um grupo de quase 41.000 participações recebidas de 95 países. MJS

g Teve início segunda-feira o projecto "Escola Segura - Instruções Gerais de Segurança", uma iniciativa do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores e a Direcção Regional da Educação e Formação. A iniciativa, inserida no programa de sensibilização pública, pretende canalizar, como necessidade prioritária, para o público infantil as acções a desencadear nos próximos anos. Este projecto vai abranger as 11.500 crianças que se encontram a frequentar o 1.º ciclo, nas 155 escolas dos Açores e chegará ainda este mês às ilhas de São Miguel, Santa Maria e Faial. Em Novembro vai ser estendido ao Pico, São Jorge, Graciosa, Flores e Corvo. A conclusão desta acção de sensibilização está agendada para o dia 16 de Novembro. A sua operacionalização conta com a participação de técnicos do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores que, acompanhados pelos corpos de bombeiros, visitam as escolas da Região, aquan-

do da distribuição dos recursos pedagógicos, um momento que alia o lúdico ao essencial dos objectivos que norteiam esta iniciativa. A abordagem das temáticas de segurança, a educação para a prevenção e minimização de riscos, estando previstas nos programas das diferentes disciplinas, têm um enquadramento natural no âmbito de actividades de enriquecimento curricular, contribuindo para a aquisição de competências específicas no quadro da protecção civil, pelos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico. O projecto “Escola Segura – Instruções Gerais de Segurança” é considerado uma oportunidade de agregar acções dos diferentes agentes de protecção civil, educando para a segurança através da prevenção e da responsabilização, sendo composto por recursos pedagógicos destinados ao professor (apresentação) e alunos (guia de instruções gerais de segurança e fichas pedagógicas) que permitem a consolidação das competências a desenvolver. MJS com GaCS

Combustíveis mais caros na região desde ontem g Desde a meia-noite de ontem, quinta-feira, que o preço máximo dos combustíveis na Região aumentou em um cêntimo por litro, excepção feita ao gás doméstico, cujo preçose mantém inalterado. Apesar deste aumento, continua a ser assegurada a diferença mínima para os preços em vigor no continente português. Assim, no caso das gasolinas 95 e 98, a diferença nos preços máximos por litro praticados nos Açores em relação ao mercado nacional será de menos 12% e 11%,

respectivamente. No caso do gasóleo rodoviário, essa diferença será de menos 12%. Por sua vez, os gasóleos agrícola e pescas terão um preço máximo por litro, nos Açores, inferior em 23% e 22%, respectivamente, ao registado no continente. No que respeita ao gás doméstico, a diferença entre os preços máximos por quilo praticados nos Açores e os preços praticados no continente é de menos 31% enquanto que para o fuel essa diferença é de menos 24%. MP com GaCS

g As autoridades policiais detiveram, este fim-de-semana, vários indivíduos nos Açores, suspeitos de crimes de diversas tipologias. Na ilha do Pico, e na sequência de investigações policiais relacionadas com a prática de furtos ocorridos na madrugada do dia 14 do corrente mês, nos concelhos de Madalena e Lajes do Pico, foram identificados dois homens de 21 e 29 anos de idade, tendo sido recuperado e apreendido material informático, áudio, géneros alimentícios e ferramentas de construção civil.

DR

g O número de dormidas nas unidades hoteleiras dos Açores registou um aumento de 1,4% em Agosto, comparativamente ao mês homólogo de 2010. A informação, adiantada pelo Serviço Regional de Estatística (SREA), indica ainda que, apesar dos proveitos com aposentos terem recuado 0,9%, as receitas totais dos hotéis, residenciais e pousadas do arquipélago cresceram 1,2 % em Agosto, para 8,3 milhões de euros. Entre Janeiro e Agosto, o total das dormidas nos hotéis, residenciais e pousadas da ilha de S. Miguel caiu 0,4 %, enquanto no Faial a redução foi de 5 % e em Santa Maria de 3,6%.

Governo apoia a publicação de artigos científicos g Está aberto o concurso para a apresentação de candidaturas ao apoio à edição de publicações científicas, cujo prazo termina às 24h00 de 26 de Outubro de 2011. A medida destina-se a comparticipar a edição de publicações científicas, tendo como objectivo projectar, no quadro do Espaço Europeu de Investigação, a investigação científica que se desenvolve na Região Autónoma dos Açores, através da disseminação de publicações em suporte papel e em suporte electrónico Pretende-se também promover a divulgação, ao nível nacional e internacional, dos resultados da investigação científica regional, através da edição de publicações científicas de qualidade reconhecida, bem como fomentar a publicação de trabalhos em revistas científicas da especialidade. O regulamento, edital e formulários de candidatura desta medida estão disponíveis através do site http://www.azores.gov.pt/gra/sctr.


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FestivAl JAzzores

John blum no teatro faialense g A edição de 2011 do Festival Jazzores dá um salto ao Faial, com um concerto de John Blum no Teatro Faialense, que acontece este sábado, dia 22, a partir das 21h30. Nascido em Nova Iorque, em

Victor Rui Dores “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia.” tOlStO

M

antendo o seu habitual low profile, autor humanista que olha o mundo com insaciável curiosidade, Humberto Moura, 77 anos de idade, continua a aguentar o rumo da escrita, num percurso literário cujo universo temático consubstancia à sua volta a distância e a ausência, a solidão e o tempo, o amor e o sonho, a vida e a morte no registo mais sentido de uma escrita pessoalíssima e profundamente humana. Neste seu último romance, Sinais de Infinito (edição de autor, 2011, com uma muito apetecível capa do onírico e do fantástico da autoria de Paulo Moura), o escritor escreve sobre a natureza da condição humana, suas contradições e perplexidades, harmonias e dissonâncias. Trata-se de uma séria reflexão sobre o desconcerto do mundo e sobre o futuro da Humanidade, numa época marcada pela falência das ideologias e pela derrocada dos sistemas políticos, num tempo em que a volúpia consumista veio substituir a busca dos sonhos e das utopias, e numa era em que, por todo o lado, nascem novas formas de totalitarismo e barbárie. Retractando o presente, ancorando-se no passado e projectando-se para o futuro, o livro lança “sinais” que nos dão conta do caos, da corrupção e da injustiça resultantes de um capitalismo desenfreado e de um neo-liberalismo feroz com nefastos resultados: crises económicas e financeiras que assolam muitos países. Porque esta é uma obra de discutidas ideias e interpretação das mesmas, este é uma espécie de romance tese que evoca e questiona as mitologias do século XX e princípios do século XXI, desmistificando aspectos ligados às civilizações, religiões, culturas, ciências, políticas, poderes, filosofias… Aqui se denunciam os “alcatruzes escorregadios do poder” (pág. 15), os “predadores sociais do universo” e os “sinistros coveiros do ambiente” (pág. 42), a ganância e a arrogância dos ditadores. É “o século da loucura” (pág. 421), com os fantasmas de Hitler, Mussolini e Salazar a pairar e a rondar por perto. “O homem é ainda o grande mistério deste mundo. E a vida a grande justificação para ele ainda por cá continuar”, lêse na página 82. Acima de tudo esta obra é atravessada por uma reflexão sobre a globalização e sobre o destino humano. Porque, afinal de contas, o homem é o grande predador de si próprio e do Universo – esta a grande

1968, o pianista John Blum teve como mestres Bill Dixon, Milford Graves, Borah Bergman e Cecil Taylor. Na Europa, trabalhou com nomes como Han Bennink, António Grippi, Demian

Richardson e Tristan Honsinger. Em 1998, John juntou-se a António Grippi, no saxofone, William Parker, no contrabaixo, e Denis Charles, na bateria, e formaram o Astrogeny Quartet, que acabou por

editar um trabalho discográfico, em 2005. O seu último álbum a solo, Who Begat Eye, título retirado do poema de Ted Hughes, foi editado em 2009.

Desde 1999 que o Festival Jazzores reúne nos Açores músicos consagrados do jazz nacional e internacional. Este ano, o festival passa por São Miguel, pelo Faial, pelo Pico e pela Graciosa. MP

Da condição humana, ou a necessidade de escrever para questionar o mundo linha de força deste romance marcado pela ironia, metonímia e sinédoque, e caracterizado por uma boa fluência narrativa numa articulação feliz entre os discursos directo e indirecto, a descrição, o diálogo e o monólogo interior. Humberto Moura trata bem a língua portuguesa e nele é recorrente a utilização de verbos pouco utilizados por outros escritores: urissitar e rorejar, por exemplo. Voz independente e cujo estilo não mimetiza seja quem for, Humberto Moura lança olhares críticos sobre o que somos e o que fazemos. E isto numa altura em que Portugal, com quase nove séculos de existência, sabe de onde vem, mas não sabe para onde vai… Estamos a viver uma das piores crises da nossa História e nunca como agora sentimos a necessidade de nos reinventarmos e de buscar um novo paradigma para as nossas vidas. Sinais de Infinito dá-nos, acima de tudo, um espantoso retracto psicológico de uma mulher jovem – Harriet Terra Simpson –, jornalista inglesa ao serviço da BBC que, dentro e fora do Faial, procura reconstituir a vida de Alberto Quevedo Silveira Neiva Brum da Terra, seu avô faialense e protagonista de Sismo na Madrugada (edição de autor, 2003), anterior romance de Humberto Moura. Quevedo que outrora conhecera, como jornalista e escritor, fama e glória e pelo mundo andara repartido, viria a falecer na cidade da Horta aos 79 anos de idade, vítima do sismo que em 1998 devastou a ilha do Faial, tendo deixado escrito um diário… Transitam daquele para este livro várias outras personagens, com especial destaque para o velho João Maria, farmacêutico, mordaz e irónico, guardador de memórias e dado a esoterismos, e para o jovem médico e homem de ciência Humberto Santos Silva, ambos em busca de um deus ex-machina. Junta-se a estes, na presente obra, uma personagem notável porque contrastante: o padre Ezequias Barbosa. Muitas das ideias partilhadas no romance passam por estas três personagens que, ligadas por laços de amizade, mantêm diferentes ideologias, mas respeitando as convicções de cada um. Na tertúlia da Drogaria Hortense (onde noutros tempos pontificavam Nabais e Sampaio, personagens incontornáveis de Sismo na Madrugada), ou à mesa de um bom refogado feito pela serviçal Rosa, este triunvirato (João Maria, padre Ezequias e dr. Silva) não se coíbe de discutir e questionar, abundantemente, religião, política, cultura, comunicação social, amor, velhice, vida e morte. Porque se morre? Porque se nasce?

Porque se envelhece? Humberto Moura vai longe e vai fundo quando explora a precariedade da existência humana. E, ao fazê-lo, ecoam nos gonzos da sua memória, de uma forma directa ou indirecta, as lições colhidas junto de John dos Passos, Hemingway, Steinbeck, Saint-Éxupéry, Malraux, entre outros. A arquitectura narrativa de Sinais de Infinito é bastante diferente daquela que apresenta Sismo na Madrugada, e isto porque este último é um livro de personagens e acção, enquanto aquele é atravessado por ideias e interrogações. Em ambos os romances existe um denominador comum: o primado da condição humana. Tal como acontecera a Quevedo, algumas personagens de Sinais de Infinito viajam para fora da ilha como forma de perseguir a felicidade e o sonho e para questionar o mundo: para fazer a reportagem da Guerra do Iraque, Harriet sai da Horta para Bassorá, sendo raptada, juntamente com o seu operador de câmara, por um grupo terrorista, e posteriormente libertados pela intervenção dos governos norte-americano e britânico. O dr. Silva deixa o Faial para integrar uma missão humanitária no Médio Oriente. O bibliotecário Pedro de Oliveira (personagem riquíssima e uma espécie de alter-ego do poeta e ensaísta Pedro da Silveira) deixa a ilha das Flores para em Lisboa se dedicar aos livros e ao conhecimento da cultura açoriana. Até porque, convirá não esquecê-lo, os Açores possuem uma História que faz parte da História do mundo. Mas este é também um livro de regressos. Harriet regressará à Horta para prosseguir a pesquisa sobre o avô. Recebe honras da edilidade faialense (por ter feito um documentário que coloca o Faial no mapa do mundo) e protagonizará aquela que é a mais admirável “cena” do romance: banhando-se eroticamente nas tranquilas águas da praia Porto Pim, e perseguindo uma felicidade idealizada, a inglesa despe-se e seduz o velho João Maria sem que a cópula se chegue a consumar, naquele que considero um dos mais imprevistos e imprevisíveis desfechos literários que tenho lido nos últimos tempos. O acto amoroso não se concretiza porque João Maria vive a angústia de uma inquietação moral: poderá um velho entregar-se à “concupiscência” e ter a veleidade de querer amar a filha de Quevedo, o seu melhor amigo? Curiosamente o romance inicia-se no Cemitério do Carmo, com o funeral de Quevedo (morte), e termina na mítica praia Porto Pim, com Harriet banhando-

se no mar (vida). Aliás, na linguagem popular faialense, “cemitério dos navios” era, figuradamente, a baía do Porto Pim, onde encalhavam e descavilhavam os grandes veleiros de longo curso que ali aportavam com irreparáveis avarias. O narrador de Sinais de Infinito lembra a nau “Nossa Senhora da Luz” que, em tempos, derramou mais de duzentos cadáveres nos fundos arenosos da calma e serena baía… Ali poderá estar a redenção da vida – o Graal. Romance sobre a mundividência açoriana e sua carga simbólica, Sinais de Infinito é, por conseguinte, uma narrativa de cunho documental e de realidade ficcionada a partir da ilha do Faial (“terra da coisa rara”), mas com rotas que foram traçadas a pensar em espaços universais. A coerência do livro está na unidade que consegue extravasar as fronteiras do local, fixando ânsias e incertezas que rompem um mundo fechado e de horizontes cerrados. Por isso, o mistério e o divino, a par do ateísmo, do ocultismo, da maçonaria e do cepticismo acompanham toda a trama do romance. Porque há aqui uma clara intenção do narrador em apontar caminhos de esperança para o futuro

da Humanidade. Tal como em anteriores livros deste autor, há, nesta obra, uma outra vida: a vida animal, sendo que canídeos e felinos estão no mesmo patamar de importância e gozam da mesma atenção em relação aos humanos. Podemos aqui ler páginas magistrais sobre o cão “Juiz” ou a gata “Mona Lisa”. Curiosamente o autor despende mais tempo a falar da morte do “Juiz” (descrição comovente e arrasadora!) do que a narrar a morte da cozinheira Rosa. A morte do cão tem, aliás, uma carga simbólica fortíssima, pois que nos remete para a ingratidão humana. Livro psicológico e reflexivo, a realidade é, em Sinais de Infinito, bem observada e a observação bem exprimida. Isto é, clareza na escrita e transparência nas ideias. À boa maneira queirosiana. Sob uma aparente (e enganosa) leveza, Humberto Moura transporta o leitor para as complexas profundidades do coração humano. Por isso este livro é um monumento de 422 páginas, um belo romance para quem o souber ler. E também por isso Humberto Moura é um autor que se lê com prazer, surpresa e paixão.


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21 DE OUTUBRO DE 2O11

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Tribuna das Ilhas

mAestro mário Abreu celebrou 30 Anos nA reGênciA dA novA ArtistA FlAmenGuense

“Gasta-se muito no desporto e pouco na cultura” DR

No passado fim-de-semana, a freguesia dos Flamengos esteve em festa, para celebrar a passagem dos 30 anos do maestro Mário Abreu na regência da filarmónica da casa. TRIBUNA DAS ILHAS conversou com Mário Abreu sobre a sua vida ligada à música e à Nova Artista Flamenguense e sobre a realidade das filarmónicas no Faial. O maestro assegura que a sua disposição é exactamente a mesma com que iniciou as suas funções, há 30 anos, e que irá continuar a trabalhar com o mesmo empenho enquanto se sentir útil. Lembra que as filarmónicas são uma das maiores manifestações da cultura açoriana, e pede mais atenção a quem de direito.

Marla Pinheiro g Natural dos Flamengos, a história de vida de Mário Abreu confunde-se com a própria história da Nova Artista Flamenguense, ou não tivesse já dedicado à banda da sua freguesia mais de metade da sua existência. O maestro recorda que sempre gostou de música, e, com 15 anos, ingressou na banda, para tocar clarinete. Depois, chegou a tocar saxofone alto e, seis anos depois, após cumprir o serviço militar, chegou o desafio de assumir a regência da banda. “Inicialmente era mais difícil, eu era muito jovem e a maior parte dos tocadores eram mais velhos que eu. Levantaram-se muitas interrogações, sobre se eu seria capaz de assumir a regência”, recorda. Mário Abreu encontrou uma Nova Artista Flamenguense em grande nível, cheia de orgulho por ter acabado de celebrar o seu centenário, o que elevava ainda mais a fasquia da responsabilidade. A prova foi superada e, 30 anos depois, o maestro continua a orientar a Flamenguense. Entretanto a sua ligação à música ganhou outras ramificações (foi membro fundador da Orquestra Ligeira da Câmara Municipal da Horta, e orienta também há já vários anos a Capela na Igreja dos flamengos), mas é à Flamenguense que dedica longas horas do seu dia. Para Mário Abreu, o segredo para esta ligação de décadas à banda é o gosto pela música: “sempre gostei de música, e sempre vou gostar. É um vício”, confessa.

30 ANOS DE CARREIRA O maestro Mário Abreu assumiu a regência da Flamenguense com 21 anos e hoje continua a ser o maestro da banda

“Então ainda o iremos ver a celebrar as bodas de ouro enquanto maestro da Flamenguense?” perguntamos, à laia de desafio. A resposta é pronta: “nunca se sabe, o que é certo é que a disposição que sinto agora é a mesma que sentia quando comecei. Tenho sempre a mesma vontade, o mesmo querer, e vejo que as pessoas ainda me querem. Quando sentir que está na altura de abandonar e que já não sou útil serei o primeiro a reconhecê-lo”, refere. Mário Abreu confessa-se satisfeito com o caminho que tem ajudado a Flamenguense a trilhar: “estamos no bom caminho, e a trabalhar bem”, refere, destacando principalmente a qualidade a que a banda chegou nos últimos 10 anos. A juventude injectada na filarmónica – dos 55 elementos grande parte são jovens – bem como o destaque dado à formação são, para o maestro, a receita do sucesso. “Hoje os jovens têm muita formação. Alguns frequentam o conservatório, outros iniciam-se nas aulas de música da filarmónica, e a partir daí vão ganhando qualidade”, refere. Mário Abreu salienta também o papel das filarmónicas enquanto “escolas de virtudes”, que “encaminham os jovens para a vida”. No entanto, o facto de ser uma banda rejuvenescida é, para a Nova Artista Flamenguense, um pau de dois bicos. É que, como acontece a tantas instituições e colectividades na ilha, quando os jovens concluem o secundário deixam o Faial para irem estudar. É em grande parte para

colmatar esta situação que a banda dos Flamengos aposta em força na sua escola de música: “a escola de música tem sido o grande suporte da banda. Temos de a ter em actividade todos os anos, e tentamos ter sempre pelo menos 10 alunos, para colmatar a saída daqueles que vão estudar. É bom referir que muitos desses jovens músicos não perdem a ligação à banda, e quando regressam de férias no Verão actuam connosco. Penso que, não só na Flamenguense mas na maior parte das bandas, o nível de qualidade sobe durante o Verão, graças à presença desses jovens músicos”, considera. Com dois ensaios semanais, complementados com ensaios por naipes, é frequente que a Flamenguense tenha actividade de segunda a sexta-feira. Mário Abreu congratula-se com o facto de poder contar já com um importante ajudante, saído do seio da banda, para orientar toda esta actividade musical. É que à banda e à escola de música acresce ainda a Orquestra Ligeira. Para o maestro, esta é muito importante, uma vez que “ajuda a desenvolver os músicos”. O maestro reconhece que estas três décadas dedicadas à Flamenguense implicam por vezes muitos sacrifícios da vida pessoal, no entanto considera que “é gratificante quando vemos que o trabalho é compensado, e que conseguimos trazer algo cá para fora”. Uma das funções do maestro é a escolha do repertório. Mário Abreu explica

que, quanto à selecção das músicas que a banda vai interpretar, há que ter em conta duas realidades distintas: “temos muitas actuações ao ar livre, e isso obriga-nos a um repertório mais ligeiro, que agrade mais às pessoas. Dentro de casa, principalmente no Inverno, gosto de usar música clássica, e peças em que os solistas possam sobressair mais. É sempre importante ter um bom repertório para concertos dentro de casa e um mais leve, para os arraiais durante o Verão”. Olhando para o percurso da filarmonia na ilha, Mário Abreu recorda tempos complicados, em que o futuro de algumas bandas estava algo comprometido. No entanto, considera que se deu uma “reviravolta”, a partir do momento em que as filarmónicas começaram a apostar na formação e nas escolas de música. Para o maestro, outro aspecto importante para o crescimento da qualidade das bandas está relacionado com os intercâmbios: “o contacto que os músicos têm uns com os outros permite-lhes evoluir. Mas é evidente que os intercâmbios nem sempre são possíveis, pois acarretam muitas despesas e as verbas não abundam”, refere. Mário Abreu lamenta que os apoios públicos privilegiem o desporto em detrimento da cultura, quando esta tem um papel tão importante na sociedade açoriana “gasta-se muito no Desporto e pouco na Cultura. Seria bom que as pessoas que estão à frente da Cultura olhassem para o número de pessoas envolvidas nas nossas

bandas. Somos mais de cem filarmónicas nos Açores; é muita gente envolvida na Cultura, e esta contribui para enriquecer o meio social”, entende. No entanto, para o maestro, há que contornar esta realidade: “não podemos apenas ficar a chorar sobre o facto da Cultura ser pouco apoiada. Temos de trabalhar para compensar essa realidade”. Nesse aspecto, Mário Abreu congratula-se com a postura da banda que orienta: “a Flamenguense não fica à espera que as coisas caiam do céu. Quando é preciso vamos para o terreno trabalhar, organizar eventos para angariar fundos, e até aqui temos sido sempre bem sucedidos. Sabemos que as coisas vão ficar mais difíceis mas queremos continuar a trabalhar, a fazer intercâmbios, todos os anos, ou ano sim ano não, para incentivar os nossos jovens, que precisam de ser motivados”, refere, acrescentando que uma das tarefas dos maestro é, precisamente, “motivar as pessoas para estarem nas instituições”. E jeito de conclusão, Mário Abreu confessa que não vê a passagem do seu 30.º aniversário enquanto maestro da Flamenguense como algo extraordinário, mas sim como algo normal”. “Estou lá por gosto, e sinto que as pessoas gostam de mim. Enquanto eu vir que as pessoas sentem que o meu trabalho é válido e me sentir com forças e condições vou continuar. As direcções têm-me dado sempre todas as condições para trabalhar”, remata.

temporada de Música açores 2011 - Recital de Clarinete e Piano g No âmbito da Temporada de Música Açores 2011, organizada pela Direcção Regional da Cultura, o Teatro Faialense recebe na

próxima quinta-feira, dia 28, a partir das 21h30, um recital de clarinete e piano. Em palco estarão Carlos Alves (clarinete) e Caio Pagano (piano), que interpretarão obras de Poulenc, Debussy, Brahms e Berg. Depois da passagem pelo Faial, este recital passa também pelo Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, na Terceira, e pelo Teatro Ribeiragrandense, em São Miguel. MP


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Tribuna das Ilhas

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Mirateca arts quer levar artistas açorianos para eua e Canadá Com uma vida ligada à encenação, produção e promoção de eventos, Terry Costa veio do Canadá para os Açores com um projecto na manga. Trata-se do Mirateca Arts, um projecto de índole cultural que pretende, acima de tudo, e de forma profissional, levar valores culturais açorianos além-mar.

Maria José Silva Foto: Susana Garcia g Ter uma temporada inteira em que artistas açorianos sejam os protagonistas é o objectivo que Terry Costa, encenador, produtor e criador de eventos pretende alcançar ao trazer para a sua terra natal – os Açores – a Mirateca Arts. Terry Costa nasceu em Oakville, Canadá mas cresceu na ilha do Pico, onde frequentou o Externado da Madalena por vários anos. Voltou ao Canadá na sua adolescência e frequentou o Liceu Inglês. Depois de terminar os cursos profissionais de Teatro e Drama no

Colégio Sheridan e a sua formação na Universidade de Toronto iniciou carreira como encenador, produtor e criador de eventos ao vivo desde o teatro, dança, música e eventos especiais como concursos e festivais. Costa encenou espectáculos originais como An Evening of Fado, Circus Musicale, Latin Vox, e, mais recentemente Madonna in My Mind. O seu próprio teatro solo, 69 Moments of Life esteve em digressão por 22 cidades norte americanas. Criou ainda concurso e espectáculo Gay Top Model, um fenómeno apresentado durante quatro temporadas em Vancouver. Já há vários anos que iniciou protocolos com festivais e apresentou artistas como Sara Tavares, Yamandu Costa, Sara Marreiros, ou Quarteto Helena Lavouras e participou nas apresentações oficiais de Mariza, Seu Jorge, Cesária Évora, Ana Moura e muitos mais. Em 2002, Costa fundou a companhia Mirateca Arts, que já apresentou mais de 700 projectos de entretenimento e cultura no Canadá e EUA. A companhia produz, apresenta e encena vários projectos, Costa também lidera workshops no mundo

artístico e na diáspora portuguesa. Um dos principais objectivos de Terry Costa é, conforme já referimos, levar uma temporada de artistas da cultura açoriana para salas importantes em todos os cantos do planeta. “Não se trata de um intercâmbio, como muitos que acontecem com filarmónicas e grupos de cantares, por exemplo, trata-se sim de organizar todo um roteiro que inclua espectáculos por várias cidades durante um determinado período de tempo para que, mesmo sem ser português, quem do lado de lá recebe estes espectáculos, possa sentir a cultura portuguesa” – explica Terry Costa ao TRIBUNA DAS ILHAS. Terry Costa contou também a este semanário que ainda não tem nem artistas nem datas programadas para que este projecto se concretize, uma vez que os apoios financeiros estão escassos. “Neste momento estou a encetar contactos com o objectivo de angariar fundos para levar por diante este projecto. Mostrar aos responsáveis governamentais que a cultura é também uma óptima forma de projectar os Açores no mundo”, remata

VeNDe-Se Casa na Horteco, com torre e anexo. Rua Ilha da Ventura Bloco C n.º6 (Junto ao Moinho)

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TERRy COSTA Após mais de 20 anos emigrado, este picoense regressou aos Açores para promover novos valores culturais


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OPINIãO

21 DE SETEMBRO DE 2O11

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Murro no estômago?

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Jorge Costa Pereira

A apresentação do Orçamento do Estado para 2012 e a comunicação do Primeiro-ministro ao país na passada semana permitiram aos portugueses conhecer novas e draconianas medidas, que a todos atingem de forma directa. Alguns até usaram a imagem de que havíamos na passada semana sofrido um forte “murro no estômago”, tal a radicalidade das medidas apresentadas. E a verdade é só uma: vamos todos viver tempos muito difíceis; vamos ser confrontados com uma drástica redução das condições de vida que tínhamos e vamos ter de viver apenas com a riqueza que formos capazes de produzir.

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Os avisos, que se acumularam nos últimos anos, de que a trajectória da despesa do Estado português nos conduziria ao precipício, não foram atempadamente tidos em conta. Muitos daqueles que fizeram esses avisos foram publicamente ridicularizados pelo poder da altura e apelidados de pessimistas

militantes. E aqueles que contribuíram activamente para a nossa actual falência como país lançaram-se agora numa cruzada de dúvidas sobre os números da dívida de Portugal e sobre a real necessidade de fortes medidas de redução da despesa. O que eles não falam e não respondem é à pergunta primordial: como chegou Portugal a este ponto, onde, se não fosse a “troyka”, já nem para pagar ordenados tínhamos dinheiro? Portugal chegou à actual situação de ruptura por obra e graça de quem? Como judiciosamente escreveu Alexandre Homem Cristo, “onde estão aqueles (…) que, em 2009, defendiam que Portugal não podia viver sem um TGV que obrigasse a uma terceira ponte sobre o Tejo? Que sem novas estradas seria impossível o crescimento económico? Que um novo aeroporto iria colocar Portugal no centro do mundo dos transportes aéreos, e que isso não tinha preço? Que o futuro da educação não estava nas salas de aula mas em termos os melhores edifícios escolares que o

mundo já viu, independentemente dos custos?”

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Por responsabilidade grave e directa de sucessivos governos de Portugal, e muito especialmente dos últimos, estamos, portanto, imersos em mais uma profunda e grave crise da nossa História. Para melhor ajudar a combatê-la exige-se do actual Governo da República, como dos governos regionais, opções claras e inequívocas pelo investimento reprodutivo no emprego e na economia, como forma de, por essa via, ajudar a dinamizar a economia das empresas e das famílias.

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Por isso, é com espanto que assistimos à teimosia do Governo Regional em avançar com um Cais de Cruzeiros em Angra do Heroísmo, uma obra não desejada por muitos terceirenses e, claramente, um investimento não reprodutivo para o qual até já se conhece o exemplo desastroso das Portas do Mar, em Ponta Delgada, cujos milhões lá gastos nem em duas gerações serão viabilizados.

É com espanto que sabemos dos esconsos meandros onde se desenrolam novelescas negociações do governo com as empresas detentoras do futuro Casino de Ponta Delgada, propriedade da ASTA. Sobretudo se soubermos, como se sabe, que esta empresa já recebeu do Governo Regional, para a construção dos hotéis “Príncipe de Mónaco – Casino” e “Furnas SPA”, desde 2006, apoios superiores a 11 milhões de euros, mas cujos resultados são estes: o “Casino” está por acabar e jaz em monte de betão na Calheta de Pêro de Teive, em Ponta Delgada; o “Furnas SPA” repousa, pronto, equipado e de camas feitas há anos, mas fechado ao público. É com espanto e incredulidade que sabemos dos truques financeiros que rodeiam as dívidas da Sociedade de Promoção e Reabilitação de Habitação e Infraestruturas (SPRHI – SA). É que não é nada normal estar agora o Governo a fazer sair no Jornal Oficial despachos, com data de Dezembro de 2010, que empurram para os próximos anos os pagamentos que o próprio Governo se comprometeu a fazer àque-

la empresa e não os fez. Não é normal, nem bom sinal, dez meses depois, estar agora o Governo a empurrar o cumprimento desses compromissos para diante, alguns deles prologando-os até 2021. E não é nada normal o governo estar a fazer isto com uma sociedade anónima de capitais públicos, cuja dívida de longo prazo ascende já a 127 milhões de euros e a de curto prazo atinge os 49 milhões de euros. E estes são só alguns exemplos muito recentes deste gasto desvairado de dinheiros públicos em megalomanias que consomem sem retorno visível o dinheiro de todos nós, nos obriga como Região ao recurso crescente ao endividamento e compromete o futuro dos nossos filhos, cujas gerações ficarão privadas de fatia significativa das suas receitas, cativas e comprometidas pela irresponsabilidade presente. E são estes mesmos governantes que nos conduziram a este estado, que, agora, já só preocupados com as eleições do próximo ano, nos querem convencer que tem sido gestores exemplares dos dinheiros públicos! Isto, sim, é que é um verdadeiro murro…mas na nossa inteligência! 18.10.2011

Observando tubarões nos açores a lição de Carlos César Frederico Cardigos

Q

uis o destino que fosse à Graciosa para participar na “III Bienal de Turismo Subaquático”. Nos dias em que lá estive, como seria expectável, tive a oportunidade de rever muitos amigos, discutir novas e velhas ideias e aprender. Todas as apresentações tiveram o seu valor e, algumas delas foram profusamente ilustradas com as melhores imagens que podem ser produzidas no mundo subaquático. Curiosamente, as melhores das melhores eram portuguesas e com sotaque açoriano. De facto, os Açores, com destinos como o Corvo, particularmente a Reserva Voluntária do Caneiro dos Meros, o Complexo das Formigas e Dollabarat e o Banco Condor, com os seus tubarões-azuis, dominaram as emoções e encheram os olhos de quem gosta do profundo azul. Um dos temas que me levou à Ilha Branca foi apresentar e dinamizar a discussão sobre o Código de Conduta Voluntário para Observar Tubarões. Este Código foi solicitado por quatro empresas de turismo subaquático do Faial e do Pico e, desde então, também em conjunto com a Universidade dos Açores, a as Direcções Regionais do Turismo e dos Assuntos do Mar todos

se têm empenhado no afinar deste documento. No final do Inverno passado, já tínhamos o Código praticamente pronto. No entanto, com o iniciar dos trabalhos da época alta, as empresas envolvidas começaram a notar que algumas das regras propostas não eram as melhores para a actividade. Digamos que foi um saber que também resultou da experiência feita. Ficou então estabelecido que o Código seria melhorado durante toda a época e, depois então, aprovado. Aproveitando esse balanço, propusemos, e foi por todos aceite, apresentar o Código na “Azores Ocean Tour”, que decorreu na ilha do Pico, e na Bienal, a tal da Graciosa. Aliás, reforçando e em jeito de aparte, não estranho a atitude aberta e disponível destas quatro empresas, a CW Azores, a Dive Azores, a Norberto Diver e a PicoSport, até porque todo o processo tem sido de uma enorme franqueza e partilha. Imaginese que as empresas até enviaram imagens próprias de comportamentos que consideraram negativos, sugerindo que fossem partilhados para que os erros não se repitam! Como não será de admirar, nos dois eventos foram dadas inúmeras sugestões que recolhemos e que agora serão alvo de um maturado processo de decisão. Muitas e boas ideias que merecerão atenção e reflexão cuidadas. Um dos temas que mais paixões levantou foi a alimentação de tubarões. Para uma larga maioria, é impensável

alimentar tubarões para os manter perto dos mergulhadores porque, essencialmente, eles poderão passar a associar a presença de humanos à comida. Imagine-se o que essa confusão poderia gerar no momento em que houvesse humanos e não houvesse a comida… Digamos que isso já aconteceu noutros locais e o resultado não foi nada agradável… para os humanos! Os mais puristas defendem que nem para atrair tubarões se deve utilizar engodo. Mas, um outro grupo, ainda mais minoritário, considera que nem sequer se deve entrar dentro de água, porque isso já pode condicionar os magníficos esqualos do azul. Tenho a certeza que as melhores soluções emergirão nos próximos dias, mas ficamos com uma panóplia de pontos de vista, de hipóteses e de “certezas absolutas”. Na realidade, olhando em retrospectiva, é nestes momentos de partilha apaixonada de gente que ama muito a sua actividade predilecta, que me sinto bem em ser humano. Quanto aos tubarões, muito pior do que jamais eles serão para nós, somos nós próprios que os colocamos em perigo, principalmente pela utilização de cegas artes de pesca e pelo medo que os filmes norte-americanos nos incutiram. Felizmente, no Faial, no Pico e no Recife Dollabarat há uma nova geração de empreendedores que lucra e estima estes magníficos animais na versão vivos e ao vivo. Quanto a mim, fazem muitíssimo bem!

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Alzira Silva

A

s qualidades de liderança de Carlos César, a sua perspicácia política e a sua extraordinária capacidade de trabalho bem como a sua excepcional exigência consigo próprio e com os que o rodeiam - são reconhecidas até pelos seus opositores. O povo também as confirma e, por essa razão, depois de uma maioria relativa, em 1996, deu ao Partido Socialista amplas e merecidas maiorias absolutas, distinguindo sempre as eleições regionais das eleições nacionais e europeias. Creio não haver dúvidas a este respeito. A grande maioria dos votos que o PS tem alcançado na nossa Região são, sobretudo, resultado da obra de Carlos César. É ele a dinâmica dos seus Governos, é ele o garante de que os Açores e os açorianos estão sempre primeiro e as equipas que o têm acompanhado ao longo dos seus quatro mandatos, com ele aprenderam quase tudo do que sabem. A sua visão abrangente, a sua coragem de defender os interesses dos Açores e do povo açoriano acima de tudo e de todos, a sua verticalidade firme, o exercício consistente e equilibrado da sua presidência contribuíram para a sua imagem íntegra e forte, não deixando de ser sensível e próxima dos cidadãos. Os partidos políticos viviam suspensos da sua decisão de se candidatar de novo à Presidência do Governo em 2012. Havia quem a desejasse e tentasse influenciar a sua opção; havia quem a temesse a

ponto de espalhar cartazes enormes (mas ainda menores do que os receios) nas ruas a lembrar as suas palavras de não recandidatura. Havia quem pressagiasse que depois dele seria o caos no PS, com os candidatáveis em luta pelo almejado primeiro plano no Governo; havia quem predissesse que o povo jamais lhe perdoaria o abandono do seu lugar - como não perdoou a Mota Amaral e ao PSD. Afinal, enganaram-se uns e outros. Carlos César permanece nas ilhas que todos amamos. Preserva as suas convicções e a estabilidade da nossa terra e da nossa gente, mesmo em tempos difíceis como os que aí estão. Cumpre a sua palavra e dá lugar, na candidatura à presidência do Governo, à nova geração. Não abandona a sua actividade política e continuará a dignificar e a projectar os Açores e as açorianas e os açorianos. José Contente e Sérgio Ávila propõem Vasco Cordeiro para a sucessão. Não existem hiatos. Vasco Cordeiro é acolhido com grande entusiasmo. O presidente do Governo dá o exemplo do seu apoio e as decisões encadeiam-se, harmoniosamente, sem despedidas e sem chegadas inusitadas. Carlos César calou o medo exibido nos cartazes e nos rostos dos seus adversários políticos. Por pouco tempo. Agora a oposição tem dupla razão para continuar a temer: a solidez de Carlos César e a bravura de Vasco Cordeiro. Carlos César demonstrou - de novo! - a sua inteligência, a sua sabedoria, a sua elevação e a sua elegância políticas. Uma lição histórica para os PS, para os Açores e para o País. alziraserpasilva@gmail.com


desPorto

Tribuna das Ilhas

21 DE OUTUBRO DE 2O11

Andebol

velA liGeirA

Sporting Clube da Horta vence xico andebol

estágio em Cádiz

g 31-28 foi quanto o marcador assinalou no jogo do passado sábado no Pavilhão da Horta. Frente a frente o Sporting da Horta e o Xico Andebol, num jogo a contar para a 8.ª jornada do Campeonato Nacional de Andebol. O SCH entrou em campo confiante e apesar de ter inaugurado o marcador aos primeiros segundos de jogo por Barreto, a equipa de Filipe Duque não conseguiu agarrar o jogo e liderar a partida, chegando ao intervalo a perder o jogo por 4 bolas (13-17).

A segunda parte obrigou a uma mudança de atitude da equipa da casa o que acabou por se revelar uma mais valia pois contrariou a tendência inicial aos 45 minutos de jogo. A vitória do Delta Belenenses, em Fafe, foi a excepção ao domínio das equipas que jogaram em casa. Este domingo, o Águas Santas venceu o Sporting. O jogo Madeira-FC Porto foi adiado para o dia 19 de Outubro devido à presença da formação insular na EHF Cup onde depois de

vitória no Funchal, garantiu a passagem à terceira eliminatória da competição. MJS RESULTADOS ABC de Braga, 40 São Bernardo, 23 A.C.Fafe, 31 Delta Belenenses, 33 S.L. Benfica, 41 Maia ISMAI, 27 Sp. Horta, 31 xico Andebol, 28 Águas Santas, 27 Sporting CP, 23

g O velejador do Clube Naval da Horta, Rui Silveira, realizou em Cádiz um estágio de preparação incluído no projecto Londres 2012. De acordo com o Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta, este estágio teve a duração de 18 dias. "Terminámos hoje o estágio aqui em Cádiz, terra de boas recordações para a vela olímpica portuguesa foram cerca de 18 dias de treino intenso com todo o tipo de vento num excelente plano de água, muito bom para a prática da vela. Muitas conclusões importantes positivas e negativas possíveis de tirar quando se navega numa intensidade altíssima com velejadores de topo, tendo de haver algu-

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mas mudanças rápidas para se evoluir rápido e bem. Agora segue os treinos em Oeiras até ao final do mês e depois um estagio no Brasil antes do mundial na Austrália” – afirmou o velejador. MJS com CNH DR:CNH

Futebol – torneio de AberturA AFh

Vitória do Pico garante primeiro troféu da época g Jogou-se no passado fim-desemana a última e decisiva jornada do Torneio de Abertura da Associação de Futebol da Horta, em seniores masculinos. As atenções estavam colocadas na Restinga, onde o Salão recebia o Vitória do Pico, num encontro cujo resultado ditaria o vencedor do primeiro troféu da temporada. Com apenas um ponto a menos que os picoenses, os salonenses sabiam que a vitória lhes garantiria o troféu e entraram bem no jogo. Ao intervalo, a equipa da casa ganhava por 1-0. No entanto, no

regresso dos balneários, o Vitória virou o jogo e acabou por marcar por duas vezes, sagrando-se vencedor do torneio, com 12 pontos. O Desportivo do Salão acabou por classificar-se em segundo lugar, com 8 pontos, apesar da derrota, já que nas Canadinhas o favorito Cedrense foi surpreendido pelo Feteira. Os jogadores da casa venceram a partida por 4-0, e negaram à turma dos Cedros o ponto que lhes daria vantagem sobre o Salão. Com 7 pontos, o Cedrense classifica-se em terceiro lugar.

No outro jogo da jornada, Flamengos e Lajense empataram no Pico sem golos. A equipa das Lajes garantiu o quarto lugar, com 6 pontos, enquanto Flamengos e Feteira, com 4 pontos, se classificaram nos últimos lugares. No balanço deste torneio de abertura, nota positiva para a turma da Restinga, que confirma a boa forma no regresso ao escalão sénior, depois de seis anos de ausência. Já para o Futebol Clube dos Flamengos, o arranque da temporada não podia ter sido menos auspicioso. Recorde-se

que na época passada os jogadores do Vale foram vice-campeões faialenses, e sagraram-se vencedores da Taça da AFH. CAMPEONATO DE ILHA ARRANCA DOMINGO Na tarde deste domingo arranca o Campeonato da AFH. O Desportivo do Salão recebe o Lajense na Restinga, e o Flamengos vai às Canadinhas defrontar o Feteira. O Vitória recebe o Cedresne no Pico. MP

Futebol – série Açores

FutsAl – torneio de AberturA AFh

fayal defronta Águia dos arrifes em São Miguel

fayal a na frente

g Depois da pausa do último fim-de-semana, a Série Açores volta este domingo. Para o Fayal Sport Club, depois de duas derrotas consecutivas na prova, a deslocação a São Miguel é a oportunidade de marcar um ponto de viragem na prestação da equipa. Após jogos complicados com Guadalupe e Praiense, no primeiro e terceiro lugar da tabela, respectivamente, os pupilos de Eugénio

Botelho têm pela frente o Águia dos Arrifes que, como os Verdes, soma dois pontos em quatro jornadas disputadas. Nos outros jogos da quinta jornada, destaque para o embate entre os líderes Guadalupe e Lusitânia, na Graciosa. O Praiense recebe o Sporting Ideal, e o União Micaelense vem ao Pico defrontar o Prainha. O Santiago recebe o Boavista de São Mateus. MP

KinG

24.º prova ganha por João Garcia g Disputou-se segunda-feira, 17 de Outubro a 24.ª prova do Campeonato de King da Imperio Bonanca e Grémio Literário Artista Faialense. Desta feita João Garcia foi o vencedor, seguido de Carlos Vilela e Domenico

Bettani. A próxima prova será disputada somente a 7 de Novembro, sendo que o pódio da classificação geral é composto por António Sousa, Carlos Vilela e Ruben Oliveira. MJS

g Jogou-se no passado sábado a terceira jornada do Torneio de Abertura da Associação de Futebol da Horta, em futsal, seniores masculinos. A equipa A do Fayal Sport Club goleou por 8-1 a equipa B. No outro jogo da jornada, o Flamengos venceu o Recreio e Fraternidade por 5-1. Na tabela classificativa, o Fayal A lidera, somando apenas vitórias. Seguem-se o Flamen-

gos, com duas vitórias e uma derrota, e o Fayal B, com uma vitória e duas derrotas. Os albicastrenses do Recreio e Fraternidade ainda não conseguiram pontuar. Na próxima jornada, que se joga amanhã, sábado, o Fayal A defronta o Recreio e Fraternidade, enquanto que a equipa B dos Verdes joga com o Flamengos. MP


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oPinião

Tribuna das Ilhas

retAlhos dA nossA históriA - cviii

O incêndio na Câmara do Corvo e a frustrada reforma administrativa de 1867

D

Fernando Faria

atada de 26 de Junho de 1867, a lei da reforma administrativa do ministro do Reino Martens Ferrão, que previa uma acentuada diminuição de concelhos e de freguesias – cujo mapa indicativo só seria publicado a 10 de Dezembro – acabou por não ter aplicação. Face a uma generalizada contestação popular, o Governo de Joaquim António de Aguiar demitiu-se em Janeiro de 1868, sendo substituído por um Ministério chefiado pelo faialense António José de Ávila que, de imediato, revogou as difíceis medidas promulgadas pelo seu antecessor. Sendo certo que assim se evitaram maiores distúrbios, não deixa de ser um facto que a não aplicação daquele código administrativo fez com que até hoje não se tenha feito alteração ao mapa autárquico português. A última reforma realizouse em 1855 que, no respeitante aos Açores, extinguiu definitivamente os concelhos de Capelas, Água de Pau (São Miguel), São Sebastião (Terceira), Praia (Graciosa) e Topo (São Jorge). Actualmente existem em Portugal 308 concelhos e 4.260 freguesias. Mais de um terço dos concelhos tem menos de 10 mil habitantes e mais de metade das freguesias não atinge os mil residentes. A redução significativa do número de concelhos e freguesias até meados de 2012 a que Portugal se vinculou nos acordos assinados com as instituições internacionais que o auxiliaram na gravíssima crise financeira actual, não vai ser tarefa fácil.

Parque Natural do Faial

C

om a separação do último Supercontinente existente, o Pangea, há cerca de 200 milhões de anos, deu-se o início da abertura do Atlântico, com o afastamento do continente americano do Euroasiático e do Africano, começa a formação da Crista Médio-Atlântica (CMA) ou Rift. O arquipélago dos Açores localiza-se numa situação geotectónica designada Junção Tripla. Nesta região encontramse três das cerca de 15 placas tectónicas em que a camada superficial da Terra se encontra dividida: as placas norte-americana, eurasiática e africana. Ao longo deste Rift, as placas afastam-se havendo movimentos divergentes por vezes de velocidades diferentes em alguns sectores, levando à formação de novas falhas transversais da CMA. Ao mesmo tempo, entre a placa euroasiática e africana, com migração para Este, e estendendo-se até ao limite da CMA, existe uma falha transformante: a falha Açores-Gibraltar, que no seu sector aço-

Assim foi também no passado. Por isso, não vingaram as reformas anteriores. A que estava decretada no código de Martens Ferrão – uma extensíssima lei com oito capítulos e 483 artigos – estabelecia que “cada concelho terá pelo menos três mil fogos” (art.º 5). As especificidades açorianas não permitiram – como assinalei em artigo anterior – que aquele preceito pudesse ser integralmente observado. Mesmo assim, no caso das ilhas Flores e Corvo, eram extintos os concelhos de Lajes e do Corvo, anexados que ficavam ao de Santa Cruz, o único que se mantinha.

P

ara o que aqui e agora interessa, a maioria da população corvina concordou com aquela medida. É que a existência do concelho implicava uma Câmara Municipal de sete vereadores, um administrador e respectivos funcionários administrativos. Ora, tudo isso se traduzia em gastos incomportáveis para os depauperados cofres municipais, o que, em última instância, significava aumento de impostos que os já muito sacrificados habitantes da mais pequena e abandonada ilha dos Açores teriam de suportar. Efectivamente, preceituava aquela lei que os administradores do concelho teriam o vencimento anual que lhes fosse “votado pelas respectivas câmaras e que nunca poderá ser inferior a 300 mil reis”, constituindo ele e o de “outros empregos administrativos das repartições centrais dos concelhos”, encargo municipal (art.º 485). Alertados para esta eminente e pesada obrigação financeira, os corvinos (em grande maioria) não terão hesitado em prescindir do concelho que lhes fora generosamente atribuído em 1832. Se usaram ou não de meios violentos para fazerem aceitar a sua decisão, é assunto que não

consegui apurar. A primeira notícia do que teria acontecido na ilha do Corvo, no Verão de 1867, foi expedida de Santa Cruz das Flores pelo correspondente do semanário “O Fayalense”e é dubitativa: “Dizem-nos que uma baleeira entrada ontem no nosso porto, dera a notícia de que na ilha do Corvo tinham deitado fogo à casa que serve de sessões da Câmara e que para ali tinham partido os srs. administrador do concelho, delegado do procurador régio e juiz substituto da vila de Santa Cruz, para tomarem conhecimento deste facto”. O informador tem o cuidado de acentuar não ter conseguido confirmar “a veracidade da notícia”1 .

P

assada apenas uma semana comunicava que “o Corvo revolucionouse!”. Segundo cartas que de lá recebera, a Câmara Municipal reunira-se no dia 28 de Agosto para “responder a um ofício do Governo Civil sobre divisão do território”. O povo, foi alertado pelo “padre vigário, depois da missa”, para saber o que iria responder a Câmara, pois lhe constara que, a manter-se o concelho, “o administrador ia ter 300 mil reis, o escrivão 250 mil reis e quem pagava era o povo”. Então, este “alvorotou-se e correu em massa à Casa da Câmara”, exigindo que lhe mostrasse a resposta, “a qual era desgraçadamente favorável à conservação do concelho”. Perante isto, “fez rasgar o ofício e responder que não queria concelho nem paróquia civil, porque não tinha com que pagar”. Mais do que tudo isto, “na noite de 29 para 30 apareceu a Casa da Câmara queimada, destruindose toda a correspondência oficial, legislação e os utensílios da escola, que se achava colocada ali” 2.

O

governador do distrito da Horta, ao tomar conhecimento “extra-oficial-

mente de ter ardido a Casa da Câmara do concelho e ilha do Corvo” apressou-se a dar conta do sucedido ao Ministério do Reino, através do ofício n.º 53, de 23 Setembro de 1867. A sua narrativa dos acontecimentos de 28 de Agosto confere com as notícias publicadas em O Fayalense – confirmando que recebera já “informação da Câmara pela supressão do concelho”, depois de a tal ser obrigada pelo povo – e sobre o incêndio assinala a coincidência e informa que “logo que tiver a participação oficial deste acontecimento” a transmitirá de imediato, mas não deixa de “asseverar que este é um negócio sem a menor consequência para a alteração da ordem pública”, sendo-lhe difícil “acreditar que o fogo à Casa da Câmara fosse lançado de propósito por aquela mansa, pequena e humilíssima população” 3. No mês de Outubro, foram transmitidos, directamente do Corvo ao governador Vieira Santa Rita, dois relatos dos acontecimentos, sendo um do administrador do Concelho, António Pedro de Freitas, e o outro de nove habitantes daquela ilha, entre os quais o vigário Manuel Teixeira Machado e os membros da Câmara Municipal, Inácio Marcelino, Jorge José Lourenço, Manuel do Nascimento, Manuel Nunes, António José de Fraga, Manuel O. de Fraga, Manuel Francisco Mendes e Francisco Inácio de Avelar - que assinalam estarem quase no termo dos respectivos mandatos (“o tempo dos nossos encargos está a completar-se”). Apesar da semelhança nas descrições dos eventos, há nelas uma diferença fundamental.

O

administrador acentua a violência dos manifestantes, que depois de forçarem a autarquia a alterar o ofício sobre a divisão territorial, andaram “voci-

ferando contra a Câmara e seus empregados e na noite imediata de 29 para 30 apareceu incendiada a Casa do Município”, estando ele convencido de que “o fogo foi deitado de propósito”4 , embora não indique ao chefe do distrito de quem suspeita. Desagravar a sua consciência e honra, desfazer as atoardas e desmistificar os caluniadores é o propósito dos subscritores do outro ofício que, em síntese, afirma que tudo se decidiu em paz e concórdia, tendo apenas como único objectivo o interesse “dos povos deste lugar que se queixavam publicamente das muitas contribuições com que já não podiam, que as décimas, o dinheiro dos recrutas, as fintas da Câmara lhe eram de resto”, pelo que todos, “unanimemente, concordaram que se não podia com a Câmara neste lugar, que não havia quem a regesse, que queriam de bom grado ficar sujeitos à de Santa Cruz”. Quanto ao incêndio da Casa da Câmara, “como foi não o sabemos”! 5 Neste desconhecimento também queria ficar o governador do distrito, que seriamente duvidava de que alguém, daquela mansa e humilde população, pudesse praticar semelhante crime. Mas se o fizera é porque, finalizava o conselheiro Santa Rita o seu ofício de 7 de Outubro de 1867 ao Ministro do Reino, “pensou com isso livrar o povo de um grande vexame, qual era efectivamente a conservação do seu concelho, sendo o povo obrigado a pagar ao administrador o ordenado marcado pela lei de 26 de Junho último” 6. 1 O Fayalense, 8.9.1867, p.4 2 Idem, 15.9.1867 3 A.G.c.H. Livro n.º 104 (provisório), fls. 282-v a 283-v 4 Idem, Ibidem, fls. 287 a 287-v 5 cf. O Fayalense, 10.11.1867, pp. 2 e 3 6 A.G.c.H. Livro n.º 104, fls. 287-v a 288

a formação Geológica da ilha do faial DR:PARqUE NATURAL DO FAIAL

riano manifesta-se por uma componente de abertura ou desligamento, permitindo a ascensão magmática e posterior vulcanismo. As ilhas do arquipélago dos Açores, são exatamente o resultado da acumulação de material vulcânico no fundo do mar ao longo de 30 milhões de anos e que acabou por chegar à superfície. A ilha do Faial emergiu devido a uma destas falhas de orientação ONO-ESSE, ao longo da qual está também instalada a ilha do Pico, chamada fractura FaialPico. A ilha desenvolveu-se até ao presente em várias fases: o sector Este da ilha do Faial foi o primeiro a emergir. O antigo vulcão da Ribeirinha, já bastante erodido pelos agentes externos e internos, com idade superior a 800 mil anos, inicia no Faial um processo comum nas ilhas situadas a Este da CMA, o seu crescimento no sentido Este-Oeste. Há cerca de 450 mil anos, inicia-se o período de formação da Caldeira. Este apare-

lho vulcânico, o maior e mais importante da ilha, entrou há cerca de 10 mil anos na sua fase mais explosiva com o abatimento da sua parte mais alta. Este colapso que se deu em várias fases, foi acompanhado de uma violenta fase pliniana, cobrindo mais de 50% da superfície da ilha com material piroclástico e destruindo a maior parte da cobertura vegetal. A sua última erupção foi apenas há volta de mil anos atrás, o que atesta bem a sua recente atividade. Entre 20 a 25 mil anos, inicia-se a formação da península do Capelo, cuja última actividade foi apenas há 54 anos, o vulcão dos Capelinhos. Desde que o Faial é habitado, já foram registadas duas erupções: a do Cabeço-do-Fogo em 1672-1673, e do vulcão dos Capelinhos em 1957-1958. Vários foram os sismos sentidos e registados desde o início do povoamento, sendo que o de 1998 está ainda bem gravado na memória dos faialenses.

Todos estes fenómenos endógenos bem recentes, provam que a evolução do arquipélago, assim como a do Faial, está longe de ter terminado. Quem sabe se num futuro próximo teremos um vulcão a fazer companhia aos Capelinhos ou a tão almejada “autoestrada” de ligação para o Pico? 7 de Setembro de 2011


Tribuna das Ilhas

notíciAs

21 DE OUTUBRO DE 2O11

22 e 23 de outubro DR

Peditório anual da g Vai decorrer na Horta nos dias 22 e 23 de Outubro o Peditório Anual da AMI – Assistência Médica Internacional, integrado nas comemorações do Ano Europeu do Voluntariado. Assim sendo, os voluntários estarão no Hiper Continente, das 10h às 17h, a recolher os donativos. No domingo, dia 23, os voluntários em conjunto com um grupo de crianças estarão no Hiper após a missa das 12h00. A AMI é uma Organização Não Governamental portuguesa, privada, independente, apolítica e sem fins lucrativos. Desde a sua fundação, a 5 de Dezembro de 1984, pelo médico

cirurgião urologista Fernando Nobre, a AMI assumiu-se como uma organização humanitária inovadora em Portugal, destinada a intervir rapidamente em situações de crise e emergência e a combater o subdesenvolvimento, a fome, a pobreza, a exclusão social e as sequelas de guerra em qualquer parte do Mundo. Com o Homem no centro de todas as suas preocupações, a AMI criou 12 equipamentos sociais em Portugal e já actuou em dezenas de países de todo o mundo, para onde enviou toneladas de ajuda (medicamentos e equipamento médico, alimentos, roupas, viaturas, geradores,

16 dias de activismo contra a Violência sobre as Mulheres g A Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres (UMAR) anunciou a realização, a partir de Novembro, no Faial, de uma iniciativa para alertar contra a violência sobre as mulheres. Esta iniciativa vai ainda estender-se às ilhas de São Miguel e Terceira. A iniciativa “16 dias de Activismo contra a Violência sobre as Mulheres”' vai decorrer entre 25 de Novembro e 10 de Dezembro, incluindo debates, encontros, artigos de opinião e teatro, pretendendo alertar a sociedade para diferentes aspectos desta problemática. “Nos Açores, o problema da violência sobre as mulheres, particularmente no espaço doméstico, continua a existir”, afirmou Clarisse Cunha, da UMAR/Açores, admitindo que "têm aparecido mais denúncias" sobre este tipo de situações, "o que não significa que existam mais casos".

"A percepção que temos é que não aumentou o número de casos, mas existe uma maior visibilidade", frisou, defendendo a necessidade de um "estudo específico, sistemático e comparativo" sobre esta matéria. Nesse sentido, recordou um estudo de 2008 sobre a violência de género na Região, que "identificou os Açores como sendo uma Região onde este tipo de violência existe com maior peso, comparando com o continente", acrescentando que "não existe mais nenhum outro que permita uma comparação". Relativamente aos 16 dias de activismo contra a violência sobre a mulher, Clarisse Cunha disse que o programa ainda está a ser definido, mas adiantou que se pretende que todos os dias sejam preenchidos com várias actividades, em espaços fechados ou na rua. MJS com GaCS

etc.) e centenas de voluntários. Esta organização conta já com mais de 20 anos de experiência no combate à intolerância e à indiferença, continuando a transmitir ao Mundo a sua mensagem de solidariedade e humanismo, sobretudo através das suas missões. Se, de uma forma tangível, nas missões que leva a cabo no terreno, tenta minimizar os efeitos dos fenómenos já descritos, de uma forma mais discreta, mas igualmente necessária, envida esforços no sentido de mudar mentalidades e alertar para as questões relacionadas com a

violação dos Direitos do Homem, dignificando-o, esteja ele onde estiver, sem distinção de raça, credo religioso ou ideologia política. O reconhecimento que a AMI obteve, tanto a nível nacional como internacional, traduz-se num aumento crescente de responsabilidades. Assim, e cada vez mais, a Fundação AMI alerta o Estado Português e a Opinião Pública em geral, com particular relevo para o mundo empresarial da importância e necessidade de uma maior participação de Portugal na ajuda humanitária no Mundo. MJS

Menos 4,7% de transferências para os açores em 2012 g A Região Autónoma dos Açoresnão passa ao lado dos cortes e a verba que recebe do Orçamento do Estado será 17 milhões de euros inferior à deste ano. Na Madeira, o corte é de 18 milhões, mas a verba total não irá ser transferida. O arquipélago dos Açores recebeu, este ano, pouco mais de 350 milhões de euros provenientes do Orçamento do Estado. No próximo, o total não vai ultrapassar os 333,6 milhões, um corte de 16,6 milhões de euros, ou 4,7%. Para o valor global contribuem duas parcelas distintas: uma relativa às transferências previstas na Lei das Finanças Regionais (277,9 milhões) e uma outra relativa ao Fundo de Coesão (55,6 milhões de euros). Nas duas regista-se uma redução face a este ano. No total, considerando as verbas

inscritas no Orçamento do Estado, as Regiões perdem 34,2 milhões de euros face ao que receberam este ano, ou 5,7%. A Madeira, por outro lado, deverá perder os 182 milhões a que teria direito. A Troika impôs uma redução de 175 milhões para as Regiões e autarquias, um valor que, considerando o corte aplicado a ambas, é ligeiramente ultrapassado, ficando nos 179,2 milhões de euros. MJS DR

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região retira 6 milhões de euros previstos para a reabilitação habitacional g O Governo dos Açores publicou esta semana no Jornal Oficial nove despachos, todos datados de 20 de Dezembro de 2010, que reduzem em seis milhões de euros as transferências para financiamento de obras da SPRHI no ano passado. Em dois dos despachos é determinada uma redução substancial das transferências inicialmente previstas para a Sociedade de Promoção e Reabilitação de Habitação e Infra-estruturas (SPRHI) em 2010, enquanto nos restantes sete é determinado que não se efectuem as transferências previstas para o ano passado nos contratos-programa a que se referem. No quadro destes nove contractos programa, as transferências da Região em 2010 para esta sociedade de capitais públicos regionais deveriam totalizar 6,2 milhões de euros, mas apenas foram transferidos 306 mil euros, sendo a verba em falta integrada no restante prazo previsto para o cumprimento do contrato.

MJS


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21 DE OUTUBRO DE 2O11

oPinião

Tribuna das Ilhas

um Hiper... às avessas!... L

Paulo Oliveira

onge vai o tempo em que (quase) todos os faialenses ambicionavam ter um Hiper... Recente vai o tempo em que todos os faialenses ambicionam ter... um segundo Hiper! Enquanto não havia hipóteses de termos mais um Hiper ou Super... tivemos o Hiper que nos quiseram dar, com a disponibilidade, a qualidade e os preços que nos quiseram dar. Mais recentemente, com a crise, com a queda nas vendas e com a ameaça de alguma possível, eventual e próxima concorrência, como que por magia... com pós de perlimpimpim, e com a máxima urgência... para ontem, de repente tudo muda, tudo se encaixa, tudo se força para que o Faial venha a ter a melhor oferta, que há tanto reclamava, e que afinal, tinha direito. Mas será realmente assim? Lá rápida e recheada de atropelos foi, é e continua a ser a obra, para que os consumidores não fiquem prejudicados (?) e para que o desempenho (lucro) de uma das melhores lojas do país, não saia beliscado. Quanto à qualidade há muito esperada, terá sido adiada, e provavelmente ficará à espera do próximo, futuro e eventual segundo Hiper. O Pronto-a-Vestir encolheu para dar lugar a um Desporto, recheado das cores, dos tamanhos e dos modelos que são menos preferidos lá por fora, mas que, por aqui, assentam muito bem, mesmo que a cor não seja a que preferimos, que o tamanho não seja o certo, ou que o modelo não seja da última moda... Não interessa..., o que interessa é que se limpe o stock, e que assim o Faial contribua para a diminuição dos monos que já têm um reduzido interesse comercial, por outras bandas

bem mais evoluídas do que a nossa triste praça. Mas, em alturas de crise, o que interessa mesmo é a barriga, de preferência a nossa própria barriga, pelo que a alimentação é o que está a dar. E aí a expectativa era grande, e continua a ser, até porque as obras ainda não acabaram!... Maior espaço, há, pelo menos no interior da loja, para que a área de exposição seja maior..., o mesmo já não se poderá dizer da área de armazenagem, muito menos do estacionamento, em que diminui drasticamente o número de estacionamentos disponíveis por metro quadrado de loja. O mesmo se poderá dizer das caixas, em que diminuem em número e em espaço disponível entre elas onde passar o carrinho entre a nossa caixa e a cadeira e a operadora da caixa seguinte é uma operação de condução que exige algum perícia, para não provocar um acidente... laboral. A organização dos produtos na loja é um autêntico labirinto, não só porque mudaram de sítio, mas porque mudam de prateleira frequentemente, porque coexistem em espaços sobrepostos e impensáveis, sem que tenha sido acautelada uma informação adicional e atempada, física e humana, face às novas opções de exposição, de difícil percepção. Mas tudo isto se suporta, até com alguma ironia e riso... de nós próprios, em percursos pedonais desmultiplicados, tal é o número de quilómetros que fazemos a mais dentro da loja, pela nossa saúde, o que até parece um contra-censo, face à nova oferta dentro da área básica da... saúde! Mas será mesmo assim? Estariam dispostos a que uma nova loja de saúde ficasse... às moscas? Ou melhor, aos pardais, que continuam teimosamente a descobrir o caminho certo e mais curto para esta loja, que até dei-

xou de ser.... modelo! Nada mais fácil de resolver, e dar uma ajudinha ao negócio, baixando exageradamente a temperatura do ar condicionado, para que, neste Outono quente, se antecipem as constipações, e fiquemos todos a combater o “pingo” do nariz. Ainda se fosse o esperado e ambicionado Pingo Doce, seria muito bem vindo, e ninguém se importaria de dar um espirro extra, de satisfação... Mas não, por cá o pingo continua irritante, e, de doce... não tem nada! Com menos caixas, e com menos espaço, nada de mais acertivo do que sobrecarregá-las com o peso dos frescos (quando o são), das frutas e legumes. Se lá fora funciona, porque não aqui? Porque aqui não funcionou o cêntimo pedido pelo saco numa padaria, durante um pequeníssimo, curto e irreversível período, em que os clientes outro pão experimentaram..., e gostaram, até hoje! Porque aqui também não funciona o self-service duma estação de abastecimento de combustíveis, face à comodidade do cliente em não sujar as mãos com o cheiro do precioso líquido. Como por aqui também não funciona, quando nos saldos e/ou promoções, algum Comércio Tradicional se recusa a aceitar as trocas, o cartão de crédito, ou a embalar para oferta. Como também não funciona ter os estabelecimentos protegidos com um “guarda-vento”, pois o cliente, pura e simplesmente, não abre a porta para entrar, seja pelo incómodo, seja pela timidez... Porquê? Não sei. Mas que não funciona, não funciona, e não é por sermos melhores do que os outros, é pura e simplesmente por sermos nós, por sermos faialenses, ou por sermos...

tradicionais. O que tem funcionado por cá, e muito bem, por sinal, é o esforço em contornar as promoções nacionais, fazendo recolher ao armazém os produtos que todos procuram, mas que não se quer vender a preços reduzidos..., ou simplesmente, para nos obrigarem a comprar aqueles que não queremos... O mais curioso é que, terminada a promoção, os produtos logo reaparecem... a preço normal, mesmo sem ter havido nenhum barco de carga que os trouxesse... Curiosa, sem dúvida, esta forma, doméstica e perversa, de fazer marketing, do baixo e barato que conheço!... Mas voltemos ao peso das frutas e legumes do Hiper. Tal medida, inovadora e muito moderna, está a trazer transtornos e prejuízos aos clientes, em várias frentes, umas conscientes, outras nem tanto. Primeiro, o tempo que se perde nas caixas, com as meninas à procura dos códigos, é grande e desconfortável... até que temos que dar uma ajudinha, tal é a dimensão da tarefa que foi imposta a estas operadores de caixa. Porque não são especializadas nessa tarefa, e, como tal, não têm a mesma experiência e agilidade das anteriores operadoras das balanças, no local próprio, que só faziam aquelas pesagens, de manhã à noite. Um trabalho simples, mas eficaz, fiável e rápido. Serei eu avesso à mudança? Nem por isso, desde que seja para melhor, e que o consumidor saia, de preferência, beneficiado. Quando o consumidor sai enganado, aí sim, protesto, e ninguém me cala, porque do lado da minha voz está a razão e a verdade, que afecta o meu bolso. Em segundo lugar, não serão uma horas de formação que transformarão uma operadora de caixa, numa eximia

operadora de balança, não pela tarefa em si, que aparentemente é simples, mas pela razão básica que não conhecem nem sabem distinguir as frutas e os legumes que pesam. Numa única venda, é inaceitável errarem 3 (três) vezes: banana importada com banana regional, uva Red Globe com uva preta, e couve branca com couve lombarda, em claro prejuízo da bolsa do cliente. Mais caricato ainda, é quando as operadoras de caixa não conseguem distinguir os diversos citrinos, as couves brancas dos repolhos, as courgettes dos pepinos, entre muitas outras variedades!!!... Em terceiro lugar, deixámos de ter o talão, fresco a fresco, que vinha colado no saco, e que nos permitia conferir a descrição, o peso, o preço e o total pago... Economias prejudiciais à informação ao consumidor, e à rapidez e transparência daquilo que compramos. Esta situação é verídica, factual e frequente. De nada servirá seleccionarmos o produto da nossa preferência, ou o melhor preço, porque quando chegarmos à caixa, o risco de pagarmos “lebre por gato” é muito alto. Esta é uma situação insustentável, e que urge resolver, até porque a época que atravessamos não é para graças nem equívocos, quando é o nosso bolso que está em causa. Até que o Hiper consiga resolver esta fraude, resta-nos ficar alerta, e registar bem todos os produtos que colocamos no carrinho, e voltar a conferir na caixa o “Preço Certo”. Dará trabalho, mas será a única forma de pagarmos o que compramos. A crise assim o exige! Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt

O execrável Orçamento de estado para 2012

O

Vera Lacerda

Primeiro-Ministro apresentou ao país o mais gravoso Orçamento de Estado de que há memória desde o 25 de Abril! O mais agressivo para as famílias e empresas, o mais oneroso para os funcionários públicos, o mais ofensivo para os reformados. Um Orçamento que, segundo as contas do Governo, irá provocar níveis recorde de recessão e desemprego no ano de 2012. De entre as medidas anunciadas, muitas delas com um forte cariz neoliberal, destacamos o fim do subsídio de Natal e de férias para a função pública e pensionistas (no mínimo durante dois anos), o aumento do IVA de grande parte dos produtos da taxa média para a taxa máxima, o aumento do horário de trabalho no sector privado para mais 30 minutos por dia,

limites para as deduções de despesas de saúde e de habitação em sede de IRS, reduções drásticas no orçamento dos sectores da Saúde e Educação, privatizações ao desbarato e ainda subidas de quase todos os impostos. Aqueles que agora impõem estas medidas são os mesmos que fizeram cair o Governo anterior, referindo que os portugueses não suportavam mais cortes nos seus salários e pensões. Em Maio de 2011, antes das eleições nacionais, perguntava Passos Coelho ao país, "Como é possível manter um Governo em que um Primeiro-Ministro mente?" Durante a campanha eleitoral ouvimos Passos Coelho defender que não se podia aumentar a receita, aumentando mais impostos, que o Estado tinha de dar o exemplo, que eram sempre as famílias e as empresas as mais penalizadas, ou então, os funcionários públicos, aqueles que não têm como fugir aos cortes. Dizia ainda que os sacrifícios eram geridos sem justiça e equidade, que o reequilíbrio orçamental não deveria ser atingido à

custa da receita fiscal, que com um Governo PSD não haveria mais ataques à classe média. Afirmava que não bastava um plano de austeridade que cortasse cegamente, que acabar com o 13.º mês era um disparate e garantia que um ajustamento fiscal incidiria sempre nos impostos sobre o consumo e nunca agravaria os impostos sobre o rendimento. Declarou mesmo “Comprometo-me perante os Portugueses a não cortar mais salários”. Querem mais exemplos? Ou estes chegam para atestar e avivar o conceito de mentira? O denominado "buraco colossal" agora encontrado nas contas de 2011 e que está a ser utilizado como desculpa para o Orçamento de 2012 tem de ser explicado. O Primeiro Ministro acena com a ideia de que as medidas de austeridade do Orçamento de 2012 são suas, mas que apenas serão impostas devido ao défice já existente, fazendo passar a ideia que o desvio agora encontrado é da responsabilidade do

Governo anterior. No entanto, a própria Comissão Europeia veio já desmentir o Primeiro Ministro, afirmando que o desvio das contas em 2011 se deve aos acontecimentos na Madeira e a um contexto de travão na actividade na Europa que, afecta, naturalmente, a economia portuguesa. As medidas de austeridade introduzidas pelo Orçamento de Estado para 2012 vão muito para além do acordo firmado com o Troika. As medidas constantes desse acordo eram suficientes para compensar as dívidas dos governos anteriores. Tal como advertiu a Comissão Europeia, é efectivamente necessário aplicar medidas de austeridade, mas de uma forma inteligente e que não prejudiquem o crescimento. Exactamente o oposto do que se vê neste Orçamento de Estado. Já todos sentimos no nosso dia-adia os efeitos da austeridade. Mas tenho uma sensação de dejá-vu, perante a realidade. Onde é que já vimos isto? Tanta austeridade que

levou ao completo colapso da economia? Queremos que Portugal seja uma segunda Grécia? Onde estão as medidas para a revitalização económica? A saída deste buraco faz-se através de um crescimento económico, que tem de passar necessariamente por uma reforma estrutural, consolidando as contas públicas e introduzindo medidas geradoras de emprego. Todos sabemos que é difícil, era óbvio que nada disto se ultrapassaria sem mais medidas de austeridade, mas nunca esperaríamos que fosse apresentado um Orçamento de Estado tão castrador e sem se dizer uma palavra quanto ao crescimento económico! "Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos", dizia o Presidente da República em Março de 2011. Nesta, e apenas nesta, concordo com Cavaco Silva! www.arquipelagica.blogspot.com Horta, 18 de Outubro de 2011


inFormAção

Tribuna das Ilhas

14 DE OUTUBRO DE 2O11

AGENDA

UTILIDADES

CINEMA

FARMÁCIAS

HOJE E DOMINGO 21H30 - Filme "Super 8" no Teatro Faialense Hortaludus EVENTOS ATé 29 DE OUTUBRO DE 2011 ExPOSIçãO "A REPÚBLICA E A CIêNCIA" no âmbito das comemorações Regionais do I centenário da República Portuguesa evocando os cientistas açorianos José curry da câmara cabral (1844-1920, Alfredo Bensaúde (1856-1941), Francisco Afonso chaves (1857-1926), Eugénio Vaz Pacheco do canto e castro (1863-1911), Aníbal Bettencourt (18681930), Manuel Soares de Melo e Simas (1870-1934), Ruy Telles Palhinha (1871-1957), Nicolau Anastácio de Bettencourt (1872-1941), José Agostinho (1888-1978) e Aurélio Pereira da Silva Quintanilha (1892-1987), na Biblioteca Pública A. R. J. J. G. Organização da Presidência do Governo e da Direcção Regional da cultura ATé 31 DE OUTUBRO DE 2011 Das 10H00 às 18H00 - ExPOSIçãO "HISTóRIAS qUE VêM DO MAR" NA FÁBRICA DA BALEIA - centro do Mar. Organização do cHAM, OMA e Museu da Horta

restAurAnte e snAcK-bAr Areeiro • cAPelo • telF. 292 945 204 • tlm. 969 075 947

HOJE E AMANHã Farmácia Lecoq 292 200 054 DE 23 A 29 DE OUTUBRO Farmácia correa 292 292 968 EMERGêNCIAS -FAIAL i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000

LULAS GUISADAS

ESPETADAS DE CARNE DE PORCO ENTRECOSTO COM INHAMES VÁRIOS PEIxES

TRANSPORTES - FAIAL jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

AceitAm-se ReseRvAs

E mEnta Variada todos os d ias VENDEMOS REFEIçõES PARA FORA

METEOROLOGIA

NO SNACk

BAR SERVIMOS

Das 10H00 às 18H00 – ExPOSIçãO "A BALEAçãO NO FAIAL- FASE INDUSTRIAL 1940-1984" na Sala das Farinhas da Fábrica da Baleia - centro do Mar. Organização do OMA, Reis e Martins

REFEIçõES LIGEIRAS

ATé 22 DE NOVEMBRO 2011 De terça-Feira a Domingo das 16H00 às 20H00 ExPOSIçãO AO SOL, DE ROMãO PERES no centro de cultura e Exposições da Horta. Organização da Hortaludus e cMH em parceria com Museu Jorge Vieira

TEMOS SEMpRE bOM pEIxE

AMANHã 21H30 - FESTIVAL JAzzORES 2011 - JOHN BLUM no Teatro Faialense. Organização da Associação Jazzores e Hortaludus DOMINGO MONITORIzAçãO DA ORLA COSTEIRA. Mais informações em: www.azorica.org. Organização da Azorica

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E PRATO DO DIA descanso semanal: terçA-FeirA

GRUPO CENTRAL HOJE Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros fracos. Vento leste fraco a bonançoso (05/20 km/h) rodando para noroeste e tornando-se moderado (20/30 km/h). Mar encrespado a de pequena vaga, tornando-se cavado. Ondas norte de 3 metros, diminuindo para 2 metros.

Venha almoçar ou Jantar num ambiente romântico e faça uma visita à JJ Moda e decoração Pronto a vestir

AMANHã Períodos de céu muito nublado, tornando-se encoberto. Períodos de chuva a partir do fim da tarde. Vento oeste moderado (20/30 km/h), tornando-se muito fresco (40/50 km/h) com rajadas até 65 km/h. Mar cavado, tornando-se grosso. Ondas norte de 2 metros, aumentando para 3 metros e passando a oeste.

ViDeNte-MeDiuM CuraNDeirO eSPeCialiSta eM PrObleMaS De aMOr telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * fax: 291 232 001

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Tribuna das Ilhas DIRECTOR: cristiano Bem EDITOR: Fernando Melo CHEFE DE REDACçãO: Maria José Silva REDACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOTOGRAFIA: carlos Pinheiro

COLABORADORES PERMANENTES:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, Victor Dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, Ruben Simas, Fernando Guerra, Raul Marques, Genuíno Madruga, Berto Messias COLABORADORES EVENTUAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, Santos Madruga, Lucas da Silva

PROJECTO GRÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia REDACçãO ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONTACTOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

TéCNICA

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de Sousa, 25

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Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


FUNDADO 19 DE ABRIL DE 2002

Tribuna das Ilhas SExTA-FEIRA 4 21 DE OUTUBRO DE 2O11

www.tribunadasilhas.pt

united For GlobAl chAnGe cheGou à hortA Texto e fotos

Marla Pinheiro g A manifestação que no passado sábado, dia 15 de Outubro, reuniu milhões de pessoas em cidades por todo o mundo também chegou ao Faial. O movimento “United for Global Change” mobilizou cerca de três dezenas de manifestantes na Horta, que decidiram expressar a sua indignação de uma forma bastante original: “armados” de tintas e pincéis, marcharam até à Marina da Horta onde pintaram um “muro das lamentações” contra o actual estado da nação e em prol de uma mudança global e de uma democracia mais participativa. As mundialmente famosas pinturas da marina da Horta têm a finalidade de atrair bons ventos nas viagens dos navegantes que aportam ao Faial. Para os manifestantes, esta foi uma forma original de dizer à crise mundial que está na hora de “zarpar”.

“indignados” faialenses pintam muro das lamentações na Marina

ESPAçO DE PROxIMIDADE A POLíCIA AO SERVIçO DOS CIDADãOS P P O O L L í í C C I I A A D D E E S S E E G G U U R R

A P.S.P. alerta e informa os cidadãos do seguinte:

CANNABIS (PARTE – II) • Em média há cerca de sete a oito horas/dia no Verão de incidência solar. A chuva é uma presença mais ou menos constante durante todo o ano, facto esse que se torna propício ao cultivo da planta de cANNABIS SATIVA L; • Esta actividade é levada a cabo pelo mais diverso tipo de pessoas, desde jovens a adultos, predominantemente na primavera/ início do Verão e até às primeiras chuvas mais acentuadas, ou seja, no início do Outono.

• O cultivo, venda e consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas, para além de ilícito, é um flagelo que atinge a nossa sociedade e destrói famílias. NãO DEIxE qUE A SUA FAMíLIA SEJA MAIS UMA DELAS AJUDE-SE AJUDANDO-NOS

A A

• Estes indivíduos utilizam por norma N N terrenos abandonados, normalmente ç ç propriedade de outras pessoas, pelo que sempre que verifique movimentaA A ções de pessoas que sejam estranhas ao local, ou sempre que tome conheP P cimento dessas práticas, recomendaÚ Ú se que desse facto seja dado conheciB B mento à P.S.P., através dos contactos habituais ou pelo contacto com qualL L quer Agente da Autoridade. I I C C A A

Esclarecimentos adicionais poderão ser solicitados à P.S.P. da sua área de residência ou por correio electrónico, através do endereço cphorta@psp.pt CONTACTOS Divisão Policial da Horta: Telefone – 292208510 Fax - 292208511

PROGRAMA INTEGRADO DE POLICIAMENTO DE PROxIMIDADE


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