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Tribuna das Ilhas 21.abril.2O11

DIRECTOR: MANUEL CRISTIANO BEM 4 NÚMERO: 463

Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

viagens temáticas marcam operação atlânticoline 2o11

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Desporto

Horta-camerata evoca páscoa com concerto sinfónico

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FORMAçãO DO SCH COM éPOCA EM GRANDE g Depois do título de Iniciados, o Sporting Clube da Horta sagrou-se campeão regional em Juvenis e Juniores. TRIBUNA DAS ILHAS conversou com Rui Alves, treinador de ambos os escalões do clube. PÁGINA 1O

Faial recebe campeonato nacional de corridas de aventura PÁGINA 11


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eM DestAque

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eDitoriAl

PáSCOa 2011 g O calendário litúrgico da Igreja católica assinala, no próximo domingo, a celebração da Páscoa, que ocorre em todo o mundo ocidental em que estamos inseridos e que corresponde a uma festividade das mais marcantes – e talvez a mais significativa – de quantas o nosso povo preserva, com certos valores tradicionais, na sua prática cristã ao longo de cada ano. E se o Natal é a festa da família, dos encontros de parentes e, mais modernamente, das rodas de amizades e dos grupos profissionais – estando também transformado em época comercial, em prejuízo das tradições do presépio, da “missa do galo” e da sua faceta mais íntima no aconchego dos lares – a verdade é que a Páscoa é uma manifestação comemorativa do júbilo da cristandade pela Ressurreição de Jesus, o que acontece num ambiente primaveril, em paralelo com o despertar da natureza em ramagens e flores e com o acordar das novas aves nos ninhos. Infelizmente, esta Páscoa de 2011 decorre no nosso país com graves dificuldades para grande parte da população, sobretudo para os sectores sociais em que o desemprego, o aumento do custo de vida, o baixo nível das pensões para elevada percentagem de idosos e reformados e para os abonos destinados a crianças das famílias numerosas. E tudo isso e muito mais corresponde a uma situação que terá de ser resolvida, o mais brevemente possível, com a boa vontade, a colaboração aberta e franca de todos os agentes políticos do país, numa cruzada de espírito nacional que se sobreponha a todos os interesses exclusivamente individuais ou de grupo. Esperamos, pois, que na Páscoa de 2012 a problemática económica e financeira, que hoje afecta esta nação com mais de oito séculos de história, esteja no caminho de uma sólida recuperação nessas importantes áreas da vida e do prestígio internacional e que, em cada português, nasça uma luz de esperança que ajude a eliminar o desânimo e o pessimismo. E quanto aos Açores, é de esperar que este conjunto de ilhas dispersas pelo mar, com problemas específicos resultantes de uma natural insularidade, seja atendido nas suas carências, obras e serviços – dependentes dos poderes políticos e organismos centrais – com a atenção e a justiça merecidas e não como “peça” de um antigo regime colonial em que as legítimas aspirações eram muitas vezes relegadas para o final da lista de investimentos. Para todos os nossos irmãos açorianos abraçados por este mar que nos rodeia e para os portugueses como nós, filhos da mesma pátria, os votos de uma Páscoa 2011 vivida com a alegria possível, com saúde, paz… e um lampejo de esperança!

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De 25 De Abril A 1 De MAio

Comemorações do Dia Mundial da Dança põem faial a dançar

George Balanchine dizia que a dança mais não era que a música tornada visível, e que os dançarinos eram verdadeiros “poetas do gesto”. O famoso coreógrafo russo, que faleceu a 30 de Abril de 1983, foi uma das figuras que melhor soube descrever a Dança enquanto uma das mais belas artes exploradas pela humanidade. No Faial, não falta quem goste da dançar, nas variadas formas que a dança pode adoptar, desde o ballet clássico ao hip hop, passando pelas danças de salão ou pelo folclore, entre outras manifestações. Prova desta aptidão dos faialenses para dar um pezinho de dança foi o sucesso que a comemoração do Dia Mundial da Dança alcançou em 2010, arrastando centenas ao Pavilhão da Horta. Reconhecendo este bom resultado, a autarquia e a empresa municipal Hortaludus decidiram reforçar a aposta nesta comemoração, e organizam em 2011 a Semana da Dança, que arranca na próxima segunda-feira, 25 de Abril, e se prolonga até 1 de Maio. A apresentação do evento decorreu na manhã de segunda-feira, no Teatro Faialense.

Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g A Semana da Dança inicia-se na próxima segunda-feira, integrada nas comemorações do 25 de Abril. Assim, na Praça da República, a partir das 17h00, haverá a Dança dos Cravos. Depois, as comemorações prolongam-se nos dias 26, 27 e 28, com um trabalho junto das escolas de toda a ilha. Nestes dias, instrutores de vários grupos ligados à dança no Faial vão mostrar um pouco do seu trabalho aos mais novos, como adiantou o vereador da Câmara Municipal da Horta com o pelouro da cultura durante a apresentação desta Semana da Dança. Filipe Menezes prometeu ainda um evento

[SOBE]

surpresa integrado nestas comemorações. O final da Semana da Dança fica marcado por uma aliança entre o bailado e a sétima arte, com a exibição do filme O Cisne Negro, nos dias 30 de Abril e 1 de Maio, no Teatro Faialense. No entanto, o ponto alto da semana será a celebração do Dia Mundial da Dança que, à semelhança do ano passado, será assinalado com um espectáculo no Pavilhão da Horta. O evento tem início pelas 21h00, e conta com a exibição de vários grupos de dança da ilha, com ritmos e movimentos para todos os gostos e todas as idades. Para colocar este espectáculo de pé, a autarquia contou com a colaboração de Paula Sousa, Lisa Medeiros, Aline Després, dos

ginásios VerdeMar e CorpuSeven, do Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel e do grupo AJA Baile, da Escola Básica e Integrada da Horta que, em conjunto com o Serviço de Desporto do Faial, é parceira da Câmara Municipal da Horta e da Hortaludus nesta organização. Assim, passarão pelo pavilhão diversas vertentes da dança, desde o ballet às danças de salão e à tradicional cadência da chamarrita, passando pelos ritmos do hip hop. Aeróbica, Combat e Aerodance também marcarão presença. Este ano, a autarquia decidiu introduzir entradas pagas para este evento. Os ingressos irão custar 2 euros e, segundo explicou Filipe Menezes, reverterão a favor dos vários grupos que colaboram

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na organização do evento. O autarca frisou que este tipo de espectáculo já é pago por outras paragens, e mostrou-se optimista em que os faialenses aceitem de bom grado pagar esta “quantia simbólica” que ficará depois ao serviço dos grupos envolvidos no projecto. Para Filipe Menezes, o trabalho que tem sido desenvolvido no Faial na área da Dança merece muito reconhecimento, e o vereador espera que os seus principais obreiros continuem a trabalhar com afinco. Para motivar essa vontade de trabalhar, a autarquia integrou nesta Semana da Dança a presença no Faial de um instrutor de dança vindo do continente, que irá conduzir um workshop destinado precisamente aos formadores ligados à dança a trabalhar no Faial.

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GRUPO CORAL DA HORTA

BATER EM FERRO FRIO

g Já conta 28 anos de existência o Grupo coral da Horta, uma instituição prestigiada pelo seu “curriculum” na divulgação de música ligeira mas também, em grande parte, dos trechos clássicos dos mais conceituados compositores. Este Grupo de música coral é hoje justamente considerado como um dos melhores dos Açores – e há quem assegura que se equipara aos melhores do país – mercê da sua competente direcção artística. Por isso e dentro do nosso critério de destacar tudo o que nesta terra tem valor e é feito por “amor à arte”, aqui vai mais uma vez o nosso aplauso com vivas felicitações…

g Já temos criticado aqui a Radiodifusão Portuguesa que, nos

seus blocos de notícias da manhã, enquanto dá a previsão do tempo com as temperaturas calculadas para todas as cidades do continente, limita-se a dizer que nos Açores os termómetros marcarão X graus em Ponta Delgada. Ora isto, que continua a ser um critério exclusivo da Estação de Rádio oficial, paga também pelos açorianos na conta da electricidade, é além do mais um tipo de informação deficiente, sabendo-se que numa região insular com nove ilhas, esses elementos são mais divergentes. Mas, afinal, isto é bater em ferro frio…


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Freguesia dos Flamengos assinala 25 de Abril com sardinhada A Junta de Freguesia dos Flamengos vai assinalar o dia 25 de Abril com uma sardinhada na Rua do Lameiro Grande. As comemorações têm início pelas 18H00 e serão preenchidas com muita música, folclore e chamarritas. Os festejos contam ainda com a actuação da Filarmónica Nova Artistas Flamenguense, e da Tuna e Grupo Folclórico dos Flamengos. g

[aconteceu]

sAlão, FlAMengos, peDro Miguel e ribeirinhA continuAM seM teMplo

reconstrução das igrejas avançará ao ritmo de uma de cada

IGREJA DE PEDRO MIGUEL A freguesia é uma das que aguarda a construção do novo templo

Marla Pinheiro g No final da última visita de D. António de Sousa Braga ao Faial, o bispo de Angra esteve reunido com as paróquias faialenses que ainda não viram a sua Igreja reconstruída depois do sismo de 1998. A acompanhar este encontro esteve o ecónomo da Diocese de Angra, Adriano Borges, que referiu que, face à actual conjuntura económica e tendo em conta os exemplos das Igrejas já reconstruídas, as obras dos templos nas freguesias

do Salão, Flamengos, Pedro Miguel e Ribeirinha deverão fazer-se uma de cada vez. “Há que estabelecer critérios rigorosos, porque já temos alguns problemas com Igrejas que foram reconstruídas e que estão com dificuldades em pagar as suas prestações. Para que isto não aconteça no futuro, temos de aprender com o presente”, disse. Mais de 12 anos depois do sismo, a espera pela reconstrução dos templos começa a deixar a população impaciente. Além disso, essa reconstrução

[vai acontecer]

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representa também um grande esforço económico para as paróquias, uma vez que têm de arcar com 25% do financiamento das obras, ao passo que os restantes 75% ficam a cargo do Governo Regional. Adriano Borges não adiantou, no entanto, que freguesia será a primeira a ser dotada de uma nova Igreja. Segundo o ecónomo, essa decisão só será tomada após a assinatura de um novo protocolo com o Governo Regional, que se espera para dentro de poucos meses.

PREçO DOS COMBUSTívEIS AUMENTOU NOS AçORES g O preço máximo de venda dos combustíveis nos Açores foi actualizado às 00h00 da passada terça-feira. Este aumento deveu-se às alterações verificadas no preço do petróleo nas últimas semanas nos mercados internacionais com excepção dos gasóleos agrícolas e da pesca. O preço foi actualizado em dois cêntimos por litro para as gasolinas 95 e 98, para o gasóleo rodoviário e para o fuel, e de dois cêntimos por quilo para o gás doméstico. No caso das gasolinas 95 e 98, a diferença dos preços máximos praticados nos Açores para o mercado nacional foi de menos 12,8% e menos 12,6% respectivamente. No caso do gasóleo rodoviário, essa diferença foi de menos 13,1 %. Em relação ao gás doméstico, a diferença entre os preços máximos praticados nos Açores e os preços praticados no continente será de menos 32,2 %. No caso do fuel a diferença de preço entre os Açores e o continente será de menos 24,6 %.

PICO RECEBE ORqUESTRA DE CORDAS CAMERATA ALMA MATER g A orquestra de cordas camarata Alma Mater vai estar em digressão pelos Açores onde vai realizar quatro concertos, no âmbito da Temporada de Música 2011. Este ano a orquestra regressa à Região com obras de E. Grieg e A. Schoenberg e inclui a realização de dois concertos pedagógicos, um em S. Miguel, no dia 26 (Auditório Luís de camões), e outro no Pico, no dia 29 (Escola Básica e Secundária de São Roque, às 14 horas). Para além destes concertos, considerados da maior importância para a formação e captação de novos públicos e para o incremento do ensino da música nos Açores, serão ainda realizados três workshops orientados pelos professores Aníbal Lima (violino), Paulo Gaio Lima (violoncelo) e Jorge Alves (viola d’arco) para os alunos do conservatório Regional de Ponta Delgada. A camerata Alma Mater fará ainda outros dois concertos, um no dia 27, na Igreja do colégio, em Ponta Delgada, e outro no dia 28, na Igreja Matriz de Santa Maria Madalena, no Pico, ambos às 21:30 horas e com entrada livre. A Temporada de Música 2011 é uma iniciativa da Presidência do Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional da cultura. Tem como director artístico Emanuel Frazão e é produzida pela Mala, cooperativa cultural com sede em Ponta Delgada.


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entrevistA

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cArlos reis, presiDente DA AtlAnticoline Maria José Silva Foto: Susana Garcia g A Atlânticoline apresentou recentemente a operação de transporte marítimo de passageiros entre as ilhas dos Açores para este ano, que decorre entre 17 de Maio e 2 de Outubro, com uma aposta nos fins-de-semana e viagens temáticas. Para esta operação, Carlos Reis, presidente da empresa, em visita ao TRIBuNA DAS ILHAS, afirmou que “não há intenção de aumentar os preços”, apesar de admitir que poderão ocorrer “alguns ajustamentos” no tarifário, que ainda não está decidido em definitivo. A operação deste ano volta a ser feita com os navios Express Santorini (17 de Maio a 2 de Outubro) e Hellenic Wind (9 de Junho a 10 de Setembro), apresentando, entre outras novidades, a preocupação de permitir a passagem de fins-de-semana inteiros em várias ilhas. Este é o caso entre S. Miguel e Santa Maria ou entre a Graciosa e a Terceira, mas também entre as ilhas dos grupos Central e Oriental, permitindo os horários deste ano sair na sexta-feira ao final do dia e regressar apenas no domingo à noite. Novidade é também o facto de não se realizarem viagens entre as ilhas aos sábados e às terças-feiras, depois dos estudos realizados pela empresa concluírem que não se justificam as viagens nestes dois dias. Os horários serão especialmente ajustados às principais festas de cada ilha e o Porto da Praia da Vitória funcionará como “placa giratória para todos os transbordos que forem necessários”. A Atlânticoline vai fazer este ano uma aposta especial na ilha das Flores, que é a viagem mais longa da operação, com cerca de oito horas de viagem a separar o Faial das Flores, sendo esta uma das viagens temáticas que vai organizar. Esta viagem temática, denominada ‘Paraíso Ocidental’, prevê a saída de Ponta Delgada à sexta-feira com destino às Flores, de onde o navio sairá no domingo à noite de regresso a S. Miguel. Outra viagem temática é denominada ‘Açores a Pedalar’ e vai decorrer entre 1 e 5 de Setembro, prevendo “cinco dias, cinco ilhas, cinco percursos”. A ‘Escapadinha a Santa Maria’, que se realiza a 9 e 23 de Julho e a 13 e 27 de Agosto, é outra das sugestões temáticas, permitindo sair de manhã de Ponta Delgada e regressar à noite.A quinta viagem temática é a ‘Peregrinação ao Senhor Santo Cristo’ e decorre a 27 de Maio, permitindo condições especiais para quem pretende participar nesta grande festa religiosa de S. Miguel.

5% 7 é io At po A de

express Santorini e Hellenic Wind vão assegurar viagens inter-ilhas tribuna DaS ilHaS - agora que já são conhecidos os novos horários da atlanticoline, quais as perspectivas que a empresa tem para a operação nos açores? Carlos reis - Aquando da elaboração dos nossos horários para 2011 tivemos em consideração vários factores de forma a que os nossos passageiros possam movimentar-se entre as ilhas comodamente. Aproveitando a boa base dos horários praticados nos anos anteriores, fizemos algumas adaptações para permitir que os passageiros de Santa Maria possam passar o fim-de-semana em São Miguel e viceversa; e que os passageiros do grupo central também possam passar o fim-desemana no grupo Oriental e o inverso também seja possível. Vamos ainda assegurar os fins-de-semana entre as ilhas Terceira e Graciosa. Assim sendo esperamos ter uma boa operação melhorando os níveis de qualidade dos anos anteriores. frequentemente tem sido apontadas criticas aos horários, este ano houve um contacto mais directo com os responsáveis políticos de cada ilha, isso demonstra uma preocupação na optimização dos serviços? um dos nossos maiores desafios é conjugar os interesses das diversas ilhas e autarquias e as respectivas festividades. A nossa operação tem uma determinada rotina que em Julho e Agosto é em boa parte subvertida. Ou seja, temos como principio proporcionar aos nossos passageiros a oportunidade de visitar outras ilhas durante o fim-de-semana e aquando das festividades essa rotina é mais difícil de garantir. Isto porque na altura das festividades os navios têm de ser redireccionados, quer em termos de rota, como de horário, para que as pessoas possam chegar atempadamente à festa e regressar à ilha de origem assim que esta terminar. nos anos passados foram registados alguns incidentes no sistema de transporte, nomeadamente na manobralidade de alguns navios. O que foi feito para colmatar esses incidentes? Importa realçar que não obstante alguns percalços no passado, a nossa operação de transporte de passageiros em 2010 decorreu em completa estabilidade e com com-

pleta fiabilidade dos nossos serviços. O único incidente a registar, ocorreu na Graciosa a 23 de Agosto de 2007, o navio “Ilha Azul” fretado pela Atlânticoline embateu num baixio. Vão apostar na construção de novos barcos? Até agora só, está prevista a construção de 2 navios de 37 metros, destinados a operar nas Ilhas do Triângulo, cujo concurso no valor total de 18 milhões de euros está a decorrer. Além de assegurar as ligações nas Ilhas do Triângulo, a construção dos novos navios tem como objectivo assegurar o transporte de passageiros com maior comodidade, permitir o transporte de viaturas e reforçar a capacidade de transporte de doentes de ambulância ou de maca. após apresentação do estudo elaborado pela empresa bMt transport Solutions, o que mudou? O estudo apurou factos de extrema relevância para a melhoria do desempenho e rentabilidade da nossa operação. No entanto, alguns dos aspectos sugeridos nas conclusões do estudo, infelizmente não são susceptíveis de alteração/adaptação imediata, pelo que numa fase mais imediata foram tidos em conta os aspectos relacionados com a optimização dos horários numa óptica de maior rentabilidade. No que diz respeito aos navios de 37 metros que se encontram em concurso, estes já tiveram na base da sua concepção as soluções e recomendações apresentadas pela BMT nomeadamente no que diz respeito aos processos de desembarque e embarque Qual a vossa grande aposta para a época que se avizinha? uma nova dinâmica comercial que se inicia na atitude, na atenção ao cliente e na prestação de um melhor serviço. Comercialmente programámos, em parceria com algumas empresas e entidades regionais, quatro viagens temáticas. A primeira a acontecer é a “Peregrinação ao Senhor Santo Cristo dos Milagres” que começa, no dia 27 de Maio, no Faial percorrendo de seguida as restantes ilhas do grupo Central com destino a São Miguel. Esta viagem tem como objectivo propor-

cionar uma viagem diferente, àqueles que planeiam estar presentes na maior festa religiosa da ilha, visto que os aderentes terão várias vantagens. Outra viagem temática já programada é o “Açores a Pedalar” que tem como objectivo proporcionar aos amantes do cicloturismo a oportunidade de experimentar cinco percursos distintos, em cinco ilhas diferentes. Esta viagem irá realizar-se de 1 a 5 de Setembro. A “Escapadinha a Santa Maria” vai permitir, aos nossos passageiros de S.Miguel, passar um dia completo na ilha Amarela, sem ter que lá pernoitar. O “Paraíso Ocidental” tem como objectivo permitir que os passageiros desfrutem de um fim-de-semana completo na ilha das Flores. Vamos ainda proporcionar aos nossos clientes a possibilidade de adquirirem em terra, antes de efectuarem a viagem, todos os produtos que pretendam consumir a bordo, especialmente na área de restauração/bar e também a nossa gama de produtos de merchandising. Finalmente, e não menos importante, a última das grandes novidades da

Atlânticoline é a nossa mascote – o Kiko. Este tem como inspiração o mar e irá estar presente a bordo dos nossos navios transmitindo o lema “Não faças ao mar aquilo que não gostavas que te fizessem a ti” e proporcionando aos passageiros uma viagem ainda mais agradável, na sua companhia. Sendo um gerador de emprego, diga nos quantas pessoas tem a atlanticoline nos seus quadros? Nos meses de operação, a Atlânticoline tem a seu cargo cerca de 55 pessoas. Quando não estamos a operar, este número reduz para cerca de 30. Quais os meios e suas especificidades, que têm ao seu dispor? uma equipa de pessoas competentes, empenhadas e motivadas. um crescente capital de confiança na nossa operação, tanto de clientes, como de entidades oficiais e público em geral. Dois navios já conhecidos pelos Açorianos e que nos vão permitir garantir uma operação competente e fiável.

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políticA

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Vereadores do PSD preocupados com a "grave descapitalização g O PSD está preocupado com a situação económica da Câmara Municipal da Horta, acusando mesmo a actual vereação socialista de ter “descapitalizado fortemente as contas do município”. Num comunicado enviado às redacções, os vereadores social-democratas revelam que “não aprovam o relatório e contas da autarquia 2010” e manifestam a sua preocupação “pela situação económica e financeira” da autarquia, já que entendem que o documento revela “resultados de exploração fortemente, e sucessivamente negativa”. De acordo com a vereação laranja, para além de ter gerado toda esta situação económica a actual vereação socialista “demonstra-se incapaz para resolver os seus problemas financeiros”.

Para justificar a sua preocupação, o PSD elenca alguns exemplos: “os resultados líquidos de exercício que, desde 2007, apresentam valores negativos de um milhão e 827 mil euros (2007); dois milhões 387 mil euros (2008); dois milhões 318 mil euros (2009) e, em 2010, 2 milhões 105 mil euros, sempre negativos, acumulando resultados transitados de anos anteriores -15 603 191 euros - e resultando na diminuição anual dos fundos próprios do município”. Os vereadores social-democratas referem ainda, que na sequência do relatório das finanças locais de 2009, da vice-presidência do Governo Regional, conclui-se “que a Câmara da Horta apresentou o segundo maior resultado negativo de todas as autarquias dos Açores”.

De acordo com o vereador Fernando Guerra, “os resultados negativos continuados e acumulados são insustentáveis e apenas provam a má gestão tantas vezes denunciada”. “As dívidas directas à banca e a fornecedores atingiram, a 31 de Dezembro do ano passado, mais 9 milhões e 400 mil euros”, acrescenta. De acordo com o vereador, se a estes números forem somadas as dívidas das empresas municipais, estamos a falar de valores que “ultrapassam os 11 milhões e 500 mil euros em falta”. Perante estas contas, os vereadores laranja concluem que “esta Câmara Socialista está a descapitalizar fortemente as contas do município demonstrando-se incapaz para resolver os seus problemas financeiros”.

Grupo Parlamentar do PS cria grupo de trabalho para analisar o sector das pescas g Tendo por objectivo fazer uma avaliação pormenorizada de todo o sector das pescas na Região, o Grupo Parlamentar do PS/Açores criou um grupo de trabalho interno composto por sete deputados de várias áreas que será coordenado pelo deputado José Gaspar Lima, porta-voz da bancada socialista para este sector. Este grupo pretende elaborar, nos próximos meses, uma “radiografia” de toda a fileira das Pescas que culminará com a apresentação de um “relatório sobre matéria de interesse regional” à Assembleia Legislativa. Para tal, serão desenvolvidos contactos com as várias associações representativas do sector, com a indústria, entidades oficiais de fiscalização, representantes de departamentos científicos e entidades regionais, nacionais e europeias, com vista a assinalar os pontos fracos e fortes das Pescas nos Açores, a fim de se poderem determinar even-

aSSeMbleia Geral 1ª COnVOCatÓria De acordo com o preceituado nos artigos 27º e 29º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da Sociedade “ Amor da Pátria “, para uma reunião ordinária, a realizar na sua sede pelas 21 horas do dia 29 de Abril de 2011, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciação do relatório e contas; 2. Eleição dos corpos gerentes; 3. Outros Assuntos de interesse para a Sociedade. NOTA: Nos termos do nº. 1 do art. 29º. dos Estatutos, a A.G. só pode funcionar, em 1ª. Convocatória, com a presença de metade dos sócios efectivos. De acordo com o nº. 2 do art. 29º. dos Estatutos, a A.G., caso não se realize na 1ª Convocatória, fica agendada, em 2ª Convocatória, para as 21 horas do dia 06 de Maio de 2011, com a mesma ordem de trabalhos, podendo funcionar com a presença de qualquer número de sócios efectivos. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral fernando Manuel Machado Menezes

aGraDeCiMentO

Filomena Ávila Leal

tuais linhas orientadoras para o futuro deste importante sector económico e social do arquipélago.

PCP aÇOreS apresenta projecto para aumentar o salário mínimo regional

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A família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer, aos médicos do Hospital da Horta, nomeadamente à Dr.ª Fátima Pinto e à Dr.ª Isabel Mesquita, a todo o pessoal de saúde, enfermeiros e auxiliares, a atenção e cuidados prestados a sua ente querida. Agradece também à Direcção Administrativa da Santa Casa da Misericórdia da Horta, assim como aos médicos, enfermeiros e todo o pessoal auxiliar que durante os 14 anos da sua doença lhe prestaram todos os cuidados e apoiaram a família. Por fim manifesta também a sua gratidão a todos os familiares, amigos e a todas as pessoas que enviaram e-mails, mensagens, flores ou telefonaram, que de algum modo manifestaram o seu pesar, assistiram à missa de corpo presente, acompanharam o funeral e estiveram presentes na missa do 7.º dia. A todos o nosso sincero obrigado

ESPAçO DE PROXIMIDADE A POLíCIA AO SERvIçO DOS CIDADãOS

operação policia sempre presente páscoa em segurança – 2011

P P O O L L í í • Em época festiva das comemorações da Páscoa e Ressurreição do Senhor, à qual estão associadas as C C férias escolares, que contribuem em muito para a alteração das movimentações de pessoas e bens. A P.S.P. I I uma vez mais, através da utilização dos seus recursos humanos, direcciona e intensifica a sua presença para A A as áreas de maior circulação de pessoas, elegendo uma postura preventiva e dissuasora através de um policiamento de visibilidade e proximidade. No que se refere à circulação automóvel, a actividade policial incidirá

g A representação parlamentar do PCP Açores apresentou na passada semana um Projecto de Decreto Legislativo Regional com vista a aumentar o Acréscimo Regional à Retribuição Mínima Mensal Garantida de 5% para 7,5%. Em nota enviada à nossa redacção, os comunistas explicam que esta medida visa “repor a justiça salarial em relação ao continente e contribuir para proteger as camadas mais frágeis”, e compensar os trabalhadores com salários mais baixos pelos “graves impactos sociais” das medidas que têm vindo a ser impostas pelo Governo da República. De acordo com o PCP, o Governo da República não está a cumprir o

acordado com os parceiros sociais no que diz respeito ao aumento do salário mínimo. Segundo Aníbal Pires, deputado que representa o PCP na Assembleia Regional, os trabalhadores açorianos recebem salários mais baixos do que no continente e a percentagem dos que são abrangidos pelo salário mínimo é também mais elevada. Para o PCP existem no arquipélago muitos trabalhadores que vivem em situação de pobreza em função dos baixos salários. De acordo com a nota enviada às redacções, esta proposta será proximamente discutida no Parlamento Regional.

D D primordialmente nas vertentes da detecção do excesso de velocidade, consumo excessivo de bebidas alcoóliE E cas e substâncias psicotrópicas, utilização dos acessórios de segurança e no cometimento de manobras S S E E G G U U R R A A N N ç ç A A P P Ú Ú B B L L I I C C A A

perigosas.

• Assim há semelhança do contexto nacional, é objectivo da Divisão Policial da P.S.P. da Horta, desenvolver em toda a área da sua jurisdição que compreende as Ilhas do Faial, Pico e Flores, as já mencionadas acções de fiscalização com as necessárias adaptações • No âmbito Rodoviário é objectivo promover a nível regional e em simultâneo em todas as Divisões, pelo menos uma operação específica de fiscalização do consumo do álcool durante a condução, para promoção da campanha “100%cool” nos acessos ou imediações de estabelecimentos de diversão nocturna, no período das 23H00 de 22 ABR 2011 às 02H00 de 23 ABR 2011. Esta operação consiste na distribuição de um folheto a todos os jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos, que sejam interceptados em veículo automóvel onde viajem pelo menos duas pessoas e que quando submetidos ao teste de alcoolemia na qualidade de condutores, apresentem uma TAS de 0,00G/L. • Todos os folhetos têm aposto um código alfanumérico, que após registo no site WWW.100porcentocool.pt, confere sempre ao portador o direito a receber um determinado prémio.

A P.S.P. DESEJA à POPULAçãO EM GERAL UMA “SANTA PÁSCOA”COM MODERAçãO E SEGURANçA PROGRAMA INTEGRADO DE POLICIAMENTO DE PROXIMIDADE


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navios de Cruzeiro escalam POrtO Da HOrta Marla Pinheiro Fotos: Marla Pinheiro g No passado domingo, dia 17 de Abril, o porto da Horta foi escalado pelo primeiro navio de cruzeiro a passar pelo Faial este ano. O Discovery saiu de Barbados com destino à Inglaterra, e na sua passagem pelos Açores visitou a Horta e Ponta Delgada. Trata-se de um navio construído em 1972, que já pertenceu a diferentes operadoras, tendo assumido várias designações, como Island Princess, ao serviço da Princess Cruises, tendo sido com esse nome que se tornou num dos navios de cruzeiros mais conhecidos das décadas de 80/90, uma vez que, em conjunto com o gémeo Pacific Princess, assumiu protagonismo na famosa série televisiva The Love Boat. O agora Discovery tem 168 metros de comprimento, 25 metros de largura, 7,7 metros de calado e capacidade máxima para 796 passageiros e 350 tripulantes. O Faial foi também escalado pelo Sea Cloud II, num cruzeiro pela Região se se iniciou em São Miguel, e deverá passar por todas as ilhas, à excepção de São Jorge. Este cruzeiro termina no dia 24, em São Miguel. O Sea Cloud II volta ao Faial no dia 25 de Abril, num novo cruzeiro que se inicia em Ponta Delgada, e que passará também por Santa Maria. O Sea Cloud II chegou ao Faial na tarde do dia 18, no entanto teve de aguardar pela melhoria do tempo para poder aportar à Horta, o que só aconteceu já na terça-feira.

DISCOvERy O navio de cruzeiro foi o primeiro a chegar ao Faial

SEA CLOUD II Trata-se de um veleiro de luxo

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concerto sinFónico De páscoA 2011 GEOCRUSOE

Sinfonia incompleta dá o mote… Maria José Silva g Como já vem sendo tradição a Horta-Camerata vai levar a cabo, no próximo dia 24 de Abril, o Concerto Sinfónico de Páscoa. A Igreja de São Francisco foi novamente o templo escolhido para acolher este concerto com características ímpares, conforme nos referiu o Director Artístico da Horta-Camerata, Kurt Spanier. Sob a direcção musical e artística do

maestro Kurt Spanier e a participação do solista açoriano João Miguel Andrade (violino), a Horta-Camerata vai executar obras de Schubert e Beethoven. O maestro austríaco, em declarações ao TRIBuNA DAS ILHAS, revelou que este concerto vai contar com a participação de cerca de 40 músicos, de entre eles consagrados nomes da Orquestra Nacional do Porto e da Orquestra universitária de Viena. O concerto começa com um

“Entreacte de Rosamunde” de Schubert. Segue-se a interpretação do “Romanze em sol e em fá para violino e orquestra”, de Beethoven, e a “Sinfonia em estilo italiano”, de Schubert. Depois do intervalo, escutaremos a “Sinfonia Nr. VII”, mais conhecida como a “Sinfonia incompleta”, também de Schubert. O concerto, destinado a maiores de 8 anos de idade, está marcado para as 21h00. Com entradas gratuitas, este concer-

to é uma organização da Câmara Municipal e da Câmara do Comércio e

seMinário orgAnizADo pelA ccih Marla Pinheiro g Na No passado sábado, o auditório da Escola Profissional da Horta acolheu um seminário destinado a reflectir sobre a importância dos eventos culturais no contexto da animação turística. Tratou-se de uma iniciativa da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, que surgiu na sequência da realização no Faial do recital Die Schoene Muellerin (A Bela Moleira), com 20 canções de Schubert, organizado pela Horta Camerata. “HOJE O FAIAL TEM UMA DINâMICA CULTURAL CLARAMENTE ACIMA DA MéDIA” Quem o diz é João Castro, presidente da Câmara Municipal da Horta, a quem esteva a cargo a primeira intervenção do seminário. Para o autarca, há que desenvolver uma reflexão sobre o valor cultural que as ilhas dispõem, e perceber como estruturá-lo para “criar rentabilidade”. Destacando o elevado número de instituições de cariz cultural que a ilha apresenta, desde grupos folclóricos a bandas filarmónicas passando pelos grupos de teatro e pelos grupos corais, entre outros, João Castro lembrou que a autarquia investe cerca de meio milhão de euros na cultural, com destaque para os apoios directos às associações, que ascendem a quase metade dessa verba. Para o edil, o trabalho feito na criação de públicos no Faial fez com que a realidade actual fosse bem diferente daquilo que há uma década acontecia. No entanto, não descarta que ainda há um longo caminho a

Pensar a importância dos eventos culturais no contexto da animação turística trilhar: “há que melhorar também na antecipação dos eventos culturais, para que se possam mobilizar mais pessoas à sua volta”, considerou. Segundo João Castro, o actual cenário de crise faz com que também na cultura os investimentos se devem reger pelas máximas da sustentabilidade e da rentabilidade. “O MELHOR qUE OS AçORES TêM SãO OS AçORIANOS” A principal intervenção da noite esteve a cargo de Victor Rui Dores, homem ligado à cultura em várias das suas vertentes. Apelando à importância de, na Região, se desenvolver um turismo sustentável de qualidade em vez do turismo massificado, Rui Dores destacou o que considera ser a importância vita da cultura para a actividade turística: “dá-me a impressão de que não há verdadeiro turismo sem uma componente cultural”, disse, alertando para o facto dos turistas procurarem não apenas as belezas naturais e a tranquilidade associadas a estas ilhas mas, sobretudo, a “diferença” que marca este arquipélago e que está principalmente na cultura das suas gentes. Evocando o conceito de “açorianeidade”, criado pelo escritor terceirense Vitorino Nemésio, Rui Dores destacou a forma como o meio geográfico influenciou os açorianos, conferindo-lhes uma “maneira de ser, estar, pensar e agir”, muito pró-

pria, que se reflecte nas manifestações culturais que ocorrem nas ilhas e que agrada aqueles que nos visitam. “O melhor que os Açores têm são os açorianos”, considerou, frisando que, de facto, “existe um povo açoriano, com história, cultura e identidade próprias”. Para Rui Dores, a música tradicional açoriana é um aspecto cultural que tem de ser oferecido a quem nos visita. Lembrando que 15% da população açoriana toca e canta em público, nas filarmónicas, nos grupos folclóricos, nos grupos corais, entre outros, o escritor não duvida de que é preciso cada vez mais pôr os turistas a escutar a nossa música e a bailar com os açorianos. Também Luís Botelho, em representação do director regional do Turismo, participou neste seminário, reconhecendo como

“evidente” a importância da divulgação cultural. Para Botelho, a oferta da cultura açoriana aos turistas pode ser um contributo valioso para o aumento da estadia média, um dos objectivos que actualmente norteiam o trabalho desenvolvido na dinamização do sector turístico nas ilhas. O seminário contou também com um espaço de debate, onde se notou uma unanimidade no tom de defesa da aliança entre cultura e turismo. No entanto, o que também se constatou neste debate foi o facto de que, por muito apetecíveis que a natureza e a cultura açorianas sejam, a verdade é que os preços das passagens aéreas são um factor a ter em conta quando se trata de escolher um destino de férias, e, nesse aspecto, os Açores continuam a ter sérias dificuldades em sobrepor-se a outros destinos, com preços bem mais atractivos.

Indústria da Horta, apresentado, como já foi referido, pela Horta-Camerata.

O que aconteceria se a música portuguesa gostasse dela própria? g É com esta ideia no pensamento que a recentemente criada Associação Cultural Música Vadia, formada no Faial com o intuito de promover, produzir e dar formação na área da música popular e ligeira, está a colaborar com o realizador Tiago Pereira no seu novo trabalho. O realizador está no Faial para efectuar recolhas em vídeo de tocadores e cantadores da música popular e ligeira que se produziu e produz na ilha. Hoje, dia 21 de Abril, vai apresentar o seu trabalho "Significado Se a música Portuguesa gostasse dela própria", que estruturou no âmbito das comemorações dos 15 anos da "d'Orfeu", Associação cultural de Águeda. O evento decorre na Fábrica da Baleia, pelas 18h00, e será organizado pela Associação Cultural Música Vadia e pelo Fazendo, contando com o apoio do Observatório do Mar dos Açores. Tiago Pereira venceu o prémio Megafone/João Aguardela, para a categoria Missão.


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políticA

21 DE ABRIL DE 2O11

Tribuna das Ilhas

legislAtivAs 2011

berta Cabral diz “sim” a Mota amaral para encabeçar a lista do PSD pelos açores Texto e Foto

Susana Garcia g Na continuidade da notícia avançada na edição impressa do TRIBuNA DAS ILHAS da passada semana, Berta Cabral disse “sim” ao nome de Mota Amaral para encabeçar a lista do PSD pelo círculo dos Açores nas próximas eleições legislativas à Assembleia da República. O anúncio foi feito na manhã da passada sexta-feira pela líder do PSD/Açores, numa conferência de imprensa que decorreu na cidade da Horta, onde foi apresentada a lista completa dos candidatos do Partido Social Democrata pelos Açores à Assembleia da República. Esta decisão foi tomada no decorrer da reunião da Comissão Política Regional do PSD/Açores, que decorreu na passada quinta-feira, também nesta cidade, que contou com a participação das Comissões Políticas de Ilha e das organizações autónomas da JSD e dos TSD. Para Berta Cabral a escolha de João Bosco Mota Amaral, para encabeçar a lista do PSD Açores, vem no seu entender, “devolver credibilidade e seriedade

à política nacional”, considerando mesmo ser o “melhor contributo dado a Portugal” pelo PSD/Açores. Em segundo lugar na lista surge o nome de Joaquim Ponte, de 54 anos de idade, farmacêutico. Na opinião da líder social democrata, estes dois recandidatos “têm provas dadas” no que diz respeito à defesa dos interesses dos Açores e considera ser necessário “aproveitar a sua experiência, a sua influência, a sua disponibilidade”, tendo em conta a actual situação política e económica do país. Da restante lista fazem ainda parte Lídia Bulcão, Jornalista, Cláudio Lopes, Engenheiro Agrónomo, Graça Rodrigues, Farmacêutica, Susana Ávila, Escriturária, Sérgio Ávila, Biólogo, Celina Cunha, Engenheira Civil, Ricardo Sousa, Técnico Aeronáutico e Francisca Toledo, Advogada. Nas palavras da líder laranja, esta é uma lista que em que mais da metade dos nomes se candidatam pela primeira e “concilia a experiência e a renovação”.

SITUAçãO POLíTICA DO PAíS Na reunião da Comissão Política

Regional do PSD/Açores, foi também analisada a actual situação política nacional no âmbito das eleições de 5 de Junho à AR. Para Berta Cabral “o que está verdadeiramente em causa” nesta eleições é a escolha do novo Governo, por isso considera que a “novidade está do lado do PSD”. No seu discurso a líder partidária social democrata afirma que “os portugueses são chamados a escolher entre dois projectos e dois estilos distintos liderados pelo Dr. Passos Coelho ou pelo Eng. José Sócrates”, em que o primeiro é de “mudança”, e o segundo é de “continuidade”. Berta Cabral acusou o governo de Sócrates de ser o “primeiro responsável” pela crise económica que o país vive, acusando de andar a “enganar os portugueses com a ilusão de que as dificuldades dos outros não passariam por aqui”. A finalizar a sua intervenção Berta Cabral, deixa um apelo aos portugueses para que não se “deixem enganar pelas encenações de um primeiro-ministro mentiroso” e apela o voto à candidatura de Pedro Passos Coelho, “uma candida-

tura de esperança, uma conduta de credibilidade, um projecto de confiança”, reforçando a ideia de “Portugal precisa de uma alternativa forte que só o PSD está em condições de assegurar”, e que

os “votos da mudança, para serem úteis, devem se concentrados no único partido verdadeiramente capaz de liderar essa mudança” assegurou a líder partidária laranja.

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opinião

Tribuna das Ilhas

CriSe e POuPanÇa!

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unca um aforismo teve tanto cabimento no tempo que corre, como este:- uma imagem vale mais que mil palavras. Generalizou-se por todo o País e não só, o nosso estado social. Apelidaram-no de crise, e para suavizar a situação, énos afirmado que a mesma é motivada pelo que se passa no Mundo inteiro. Então, vai daí, tenta-se “tapar o Sol com a peneira”, convencendo o nosso povo que o Estado da Nação se encontra em franca recuperação. No entanto, a esse povo, vão-se pedindo sacrifícios de tal monta que, se a maré encher, a maioria morrerá afogada! cada vez mais se fecham empresas, aumentando, infelizmente, o desemprego. Os estudantes que completam os seus cursos e, embora com o “canudo”, não conseguem trabalho compatível com as suas habilitações. As empresas detentoras dos “monopólios”, como não querem ver diminuídos os seus exorbitantes lucros, sobem os preços dos seus produtos. Veja-se os casos das petrolíferas, das eletricidades, etc., etc. E a banca, que, igualmente, não pretende ver diminuído os seus lucros!?. Resultado: aumentam os juros e outras coisas mais! O mais “agressivo” são ordenados chorudos de muitos “inocentes administradores”, sustentados pelos parcos recursos de um povo à beira da falência, o que constitui um atentado à moral e ao bom senso. E a propaganda televisiva!? Realizada por quem se transfere de “cá para lá”, como se tratasse de mera mercadoria, sujeita à lei da oferta e da procura, com vencimentos que rondam os 40 e 50 mil euros? A palavra certa é escândalo, quando a miséria grassa por esse País, onde o desemprego avança assustadoramente, e pouco ou nada se faz. E, então, nada melhor para se vender um produto, do que propagandeá-lo por quem ganha milhares e, sorridente, nos convida a poupar! São imagens “simpáticas” que francamente nos revoltam! Enfim, não é este o País que temos?

Haja Saúde!

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25 de abril (des)respeitado!

De quando em vez…

Santos Madruga

21 DE ABRIL DE 2O11

Paulo Oliveira

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a próxima 2ª feira, comemora-se o 37º aniversário da Revolução dos Cravos, que restituiu a liberdade e a democracia a Portugal. Lembro-me do dia 25 de Abril de 1974 como se fosse hoje, em que, à tardinha, à saída das aulas do meu 6º ano, já se falava à boca cheia da revolução..., e dos dias, semanas e meses que se lhe seguiram, com manifestações, sessões de esclarecimento, RGA (Reunião Geral de Alunos), as primeiras greves... Portugal deixou de ser um pais fascista e excluído da diplomacia internacional, para passar a fazer parte da... Europa! Portugal passou a ser um pais respeitado, com constituição, onde os direitos do homem e da criança passaram a fazer parte da nossa cultura, da igualdade de género, e muitas conquistas foram sendo adquiridas, num processo gradual e onde as instituições democráticas foram sendo criadas e ajustadas, ao longo dos vários e sucessivos actos eleitorais. Portugal consolidava a sua democracia, e superava os altos e baixos, próprios de uma criança que dava os primeiros passos, apesar das várias rasteiras que foram surgindo, fruto daqueles que sempre pensaram e agiram em função do seu bolso, e não do bem comum. Com o passar dos anos, o espírito revolucionário passou à história, ao rol dos esquecidos, pelo menos para aqueles que conduziram, mais uma vez (sim, porque esta já é a terceira vez... ) o país à bancarrota, necessitando novamente de ajuda externa. Curiosamente, todas as vezes que o FMI veio a Portugal foi na sequência de falsas e

insustentáveis politicas de esquerda, competindo às força de centro-direita voltarem a encher os cofres do estado. No Governo há 6 anos, o Partido Socialista ignorou todos os sinais de alerta e os gritos de revolta que foram emitidos pelos mais variados quadrantes da sociedade portuguesa. qUE PARvA qUE SOU... Os Deolinda apresentam a canção “Que parva que sou”, um primeiro alerta para a frustração de milhares de jovens que foram incentivados a licenciarem-se, mas para os quais não foram criadas as necessárias oportunidades de trabalho. COELHO AO POLEIRO José Manuel Coelho candidatou-se à Presidência da República, e obteve alguma simpatia do povo português, que se identificou com a sua candidatura, que teve como carro de apoio um carro funerário. A 23 de Janeiro de 2011 obteve 187 836 votos - 4.52% dos votos expressos, que representou um “não voto” e uma forma de chacota para com os candidatos oficiais apoiados pelos partidos políticos, a exemplo do “Palhaço Tiririca” eleito deputado federal no Brasil com mais de um milhão de votos, cujo lema da campanha foi apenas “Pior que tá não fica”. Trata-se de uma clara intenção de voto do povo que, desencantado com o desempenho dos “políticos partidários”, e na impossibilidade de lutar contra a sua contínua mentira, corrupção e enriquecimento ilícito, apoiam o candidato mais básico, mais cómico, e mais incómodo para com aqueles que insistem em ignorar o sentido de voto do povo. EUROvISãO Os Homens da Luta venceram a 47ª edição do Festival da Canção com “A Luta é Alegria”

perante a estupefacção geral do júri e dos espectadores presentes, que viram o seu “trabalho sério” ir por água abaixo, perante a votação popular, que mais uma vez privilegiou o cómico e o absurdo, em detrimento da qualidade e seriedade, contra tudo e contra todos. Ir a DusseIldorf, na Alemana de Merkel, representar Portugal com este “espectáculo”, que, queiramos quer não, representa a escolha livre e democrática do povo português será um “incómodo”, cuja (in)digestão ainda se está para ver... ABSTENçãO O Apelo à Abstenção tem vindo a crescer, quer nas redes sociais, quer por algumas figuras públicas nacionais. Agora, é o próprio Bastonário da Ordem dos Advogados – o controverso Marinho Pinho, que apela à “Greve à Democracia”, apelando à abstenção nas próximas eleições Legislativas de 5 de Junho, como forma de “envergonhar” os políticos portugueses, punindo-os face à sua mediocridade, oportunismo e incompetência. ASSOCIAçãO 25 DE ABRIL Otelo Saraiva de Carvalho, um dos capitães de Abril, que afirma que, se soubesse o que sabe hoje, não teria feito o 25 de Abril, e teria emigrado ou, seguido o conselho de um tio que lhe disse: “Ó pá, tu sai mas é da tropa, e abre uma loja de ferragens”. Apressadamente, o Presidente da Associação 25 de Abril – Vasco Lourenço contra-atacou e acusou Otelo de “confundir efectivamente” as motivações e os objectivos da revolução. FOME Alexandre Soares dos Santos, líder do Grupo Jerónimo Martins, teme uma convulsão social, consequência da fome que se verifica

em Portugal e para a qual o actual Governo revela uma grande insensibilidade. Lamenta que exista hoje uma geração de políticos para a qual a irresponsabilidade, a incúria e a mentira são os principais elementos, e que estão a dar cabo de um maravilhoso pais que era o nosso pais. CARDEAL PATRIARCA Face ao estado em que o pais se encontra, com uma crescente crise de valores, com a crescente desigualdade social, com a fome e a miséria que se vive em Portugal, D. José Policarpo manifestou desencanto pela incapacidade dos políticos portugueses com responsabilidades governativas em conduzirem Portugal para uma vida melhor e mais justa. DES(RESPEITO) Os exemplos são fartos, daqueles que desrespeitam o espírito de Abril, todos os dias. Foram e continuam a ser inúmeros os sinais de alerta e de contestação, ignorados pelo Governo Demissionário de Portugal, que da desgraça portuguesa fez a festa de um Congresso que virou Comício Eleitoral, à boa maneira dos Talk Shows das televisões. Saiba o povo português distinguir o trigo do joio, a mentira da verdade. Saiba o povo português reinventar o 25 de Abril, e defender os princípios e os objectivos que estiveram na génese da Revolução dos Cravos. Saiba o povo português escolher aqueles que governam e não se governam, aqueles que lutam e defendem uma sociedade mais justa para todos... e não só para alguns. E então..., voltaremos a ter condições de respeitar e comemorar o 25 de Abril de 1974. Viva Portugal! Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt

Considerações sobre o alargamento da escolaridade obrigatória

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Jorge Costa Pereira

A Lei nº85/2009, de 27 de Agosto, alterou o regime da escolaridade obrigatória para as crianças e jovens que se encontram em idade escolar, alargando-a para os limites compreendidos entre os 6 e os 18 anos. Ficou, assim, determinado que a educação pré-escolar é universal para todas as crianças a partir do ano em que atinjam os 5 anos de idade e que a escolaridade obrigatória cessa no momento do ano escolar em que o aluno perfaça 18 anos. A aplicação desta Lei ao primeiro conjunto de alunos terá lugar no ano lectivo de 2012-2013, ano em que a maioria dos alunos do 9º ano terá de obrigatoriamente prosseguir estudos até aos 18 anos ou até completar o 12.º ano ou equivalente. Esta Lei foi aprovada por unanimidade na Assembleia da República e isso expressou um consenso em torno do facto de que qualquer formato de escolaridade que possa dotar os jovens de mais recursos pessoais, culturais ou profissionais que os ajudem a enfrentar a vida e o mercado de trabalho, é sempre bem-vindo. O alargamento da escolaridade obrigatória terá um impacto físico e financeiro, que importa determinar, nomeadamente: a) estimar o número de jovens que prolongará a sua permanência na escola; b) avaliar o seu impacto em termos de capacidade de resposta das instalações escolares actualmente exis-

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tentes; c) avaliar as necessidades acrescidas em termos de recursos humanos a afectar às escolas; d) estimar os custos directos com os benefícios da acção social escolar resultantes de um prolongamento de mais 3 anos na escola para o número estimado de alunos abrangidos. Neste contexto, revela-se de particular importância conhecer os resultados do estudo que o Governo Regional encomendou à universidade de Coimbra exactamente para avaliar os impactos do alargamento da escolaridade obrigatória nos Açores. Esse estudo, de acordo com as declarações da titular da pasta na altura, ficaria concluído no final do mês de Abril de 2009, mas, de acordo com a actual responsável da Educação nos Açores, ele, afinal, ainda não está concluído. Este facto não prenuncia nada de positivo e revela bem como estamos nesta Região ainda às escuras sobre os impactos de uma alteração que vai ocorrer já no ano lectivo 2012-2013. Esta decisão assumiu um risco: alargouse a escolaridade obrigatória para 12 anos, quando o actual ensino obrigatório de 9 anos ainda revela claras dificuldades, sobretudo visíveis na diminuição da qualidade das aprendizagens e no facilitismo que se associou ao anterior alargamento para 9 anos. Por outro lado, a estrutura do actual ensino secundário não está adaptada aos alunos

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que tradicionalmente não chegam aquele nível de ensino. É preciso, por isso, reavaliar a oferta formativa, sobretudo na vertente profissionalizante. E, nesta perspectiva, importa também reforçar as complementaridades entre a escola pública e as escolas profissionais, institucionalizando parcerias e desenvolvendo sinergias. Mas o maior problema e a maior dificuldade com que a escola pública vai estar confrontada neste alargamento da escolaridade obrigatória é o de lidar com os alunos que não querem estudar. Obrigar a estar na escola alunos até aos 15 anos alunos que não querem nem gostam de estudar, já tem sido crescentemente difícil e problemático. Diferente e potencialmente bem mais difícil será fazê-lo com jovens desses até aos 18 anos! O alargamento da escolaridade obrigatória mal aplicado e implementado sem adequada preparação, implica riscos: a) de se alastrar os problemas já existentes ligados à violência escolar ou à indisciplina; b) de se alargar a burocracia asfixiante ao ensino secundário, submergindo docentes em planos e papéis que na prática pouco adiantam; c) de se impor o sucesso escolar por via administrativa, que foi a marca do actual alargamento para 9 anos de escolaridade. Apesar dos riscos e apesar dos problemas que se antevêem, sobretudo se não forem devidamente avaliados e estudados, não deixo de pensar que, à partida e em tese, a

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decisão do alargamento da escolaridade obrigatória é um desafio que merece a pena ser assumido. É, desde logo, um desafio às orientações da política educativa, no sentido de reforçar a autonomia das escolas e a sua capacidade de gestão e de liderança, que lhes permitirá individualizar soluções, agilizar os instrumentos de ensino, melhorar e diversificar as ofertas formativas e as estratégias pedagógicas. Mas é também um desafio às orientações da política educativa no sentido de privilegiar a qualidade das aprendizagens dos alunos e o prestígio e a excelência do ensino, generalizando-se a aplicação de testes internacionais e de provas de aferição que, articuladas com uma efectiva avaliação externa, permitam às escolas reflectir sobre os seus próprios resultados e responsabilizarem-se, como instituição, pelos resultados dos seus alunos. Em síntese, esta decisão de alargar a escolaridade obrigatória até aos 18 anos confronta-nos sobretudo com o desafio de a fazer bem feita, diversificando as ofertas educativas, incluindo os alunos e desligando-a do facilitismo e do sucesso administrativo que marcaram o anterior alargamento da escolaridade obrigatória. Saibam também as comunidades e as famílias ser capazes de se desempenharem bem deste novo desafio, sob o risco de se hipotecar ainda mais a educação das gerações vindouras! 18.04.2011


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DESPORTO

21 DE ABRIL DE 2O11

Tribuna das Ilhas

AnDebol Marla Pinheiro g No início de Abril, a equipa de juniores masculinos do SCH arrecadou o título regional em Santa Maria, sob a orientação do técnico Rui Alves. uma semana depois, no passado domingo, também a equipa de juvenis selou no Pavilhão da Horta o título de campeã regional, depois de empatar um jogo e vencer outro, frente ao CD Marienses. Em relação ao escalão de Juniores, a equipa faialense revalidou desta forma o título, que já tinha alcançado na última época. Para Rui Alves, trata-se de uma conquista gratificante, até porque estamos a falar de um escalão onde os atletas não abundam: “é uma idade complicada porque os miúdos quando saem dos juvenis estão a ir para a universidade”, explica. O aparecimento da equipa de seniores do Fayal Sport e do Clube Desportivo Escolar de São Roque foi muito importante para conferir aos Juniores do SCH mais ritmo competitivo, como refere Rui Alves. Neste momento, uma das preocupações do SCH passa por criar condições para que os seus atletas que saem da ilha para a universidade possam continuar a competir. Nesse sentido são desenvolvidos contactos para integrar os atletas faialenses noutros clubes, o que nem sempre tem sido fácil, como refere Rui. No entanto, o técnico entende que há que motivar os jogadores para a importância de continuarem a trabalhar nos anos da universidade, para depois, caso o desejarem, poderem voltar a integrar a equipa. um exemplo de sucesso nestas circunstâncias é o atleta Francisco Menezes, que actualmente integra o plantel sénior.

Época em grande para os Juvenis e Juniores do Sporting da Horta JUvENIS PREPARAM-SE PARA O NACIONAL O título de campeã dos Açores deu à equipa de Juvenis do SCH a possibilidade de disputar a terceira fase do Campeonato Nacional - II Divisão, que dá acesso à Fase Final, que por sua vez decide a subida de divisão. O jogo só chega em Junho, e o SCH ainda não conhece os adversários, por isso Rui Alves apela a um pensamento realista na altura de fazer previsões: “estamos a falar de equipas com outro ritmo, outra competitividade, outras bases… Nós queremos sair dessa fase com a sensação de que, se eles nos ganharem, é porque são melhores que nós. Não queremos correr o risco de ficar com a frustração de termos sido vencidos não porque os adversários eram melhores mas porque ficámos aquém daquilo que podíamos fazer. Isso é a última coisa que queremos”, reitera. Rui Alves entende que realidade desportiva é muito diferente quando se compara uma região arquipelágica como os Açores ao continente português. Em qualquer modalidade, os atletas dos escalões de formação no continente têm mais facilidade em criar ritmos competitivos, já que as deslocações das equipas não comportam tantos custos, e por isso estas podem disputar mais jogos.

SUSANA GARCIA

FORMAçãO DE LUXO Campeão regional em iniciados, juvenis e juniores, o SCH vê a sua formação brilhar em força. Rui Alves faz questão de reforçar que estes resultados não são fruto do acaso, mas sim de muito trabalho desenvolvido nos últimos anos. Para o técnico, a chegada de Rui Santos para coordenar a formação também foi um passo importante para melhorar ainda mais os resultados do clube: “o coordenador acompanha todos os escalões, e faz a ponte entre eles”, refere, elogiando também o que considera ser o esforço da direcção do clube para dar aos atletas da formação as melhores condições de trabalho possíveis. “Penso que o futuro está a ser muito bem preparado. Os tempos que vêm aí

tiro

equitAção - DressAge

Continuam provas qualificativas para taça e Campeonato regional g No passado fim-de-semana, o Centro Hípico do Capelo acolheu mais duas provas qualificativas para a Taça Açores e para o Campeonato Regional de Dressage. Quanto ao Campeonato Regional, Ana Cebola, montando Vitória classificou-se em primeiro lugar do escalão de iniciados nas duas provas. Em Seniores, Paulo

não são bons, principalmente a nível financeiro, e a solução está na formação. Tem de se trabalhar os atletas desde a base”, entende. Recrutar atletas para a formação do SCH não tem sido tarefa fácil, como reconhece o treinador. Numa ilha com 15 mil habitantes, a multiplicidade de modalidades desportivas oferecidas aos jovens, a par de uma série de outras ocupações pelas quais eles podem optar, faz com que estes se dispersem. O facto do SCH ter uma equipa sénior actuar na principal divisão nacional é um factor motivador dos jovens atletas: “alguns juvenis e juniores treinam regularmente com os seniores; trabalham directamente com os seus ídolos, que actuam ao mais alto nível”, lembra Rui,

para quem o trabalho feito pela Associação de Andebol da Ilha do Faial mas escolas, com o mini-andebol, também é muito importante para desenvolver o gosto pela modalidade. “O andebol é o expoente máximo do desporto faialense. É a oportunidade de ver um Porto, um Benfica ou um Sporting na ilha. Mas tem de haver ainda mais envolvência da população.”, considera o técnico. Neste aspecto, é com orgulho e felicidade que Rui vê a assistência dos jogos da formação aumentar. Segundo o treinador, os atletas agradecem o carinho do público, e galvanizam-se: “nos jogos decisivos de juvenis o facto de termos um pavilhão composto foi uma importante ajuda”, frisa. Agora, a prova de fogo para a formação é o jogo do Nacional. Rui promete total entrega dos seus jogadores, mas não arrisca fazer previsões desmedidas, até porque esta é a primeira vez que estes atletas vão competir fora da Região, o que deixa antever uma “grande carga emocional”. “Estes miúdos têm bastante qualidade, mas precisam de ritmo; precisam de jogar; precisam de competir; precisam de errar cada vez mais, porque a errar também se aprende, para poderem evoluir. Os atletas estão motivados, e vamos disputar jogo a jogo”, refere. Para o técnico, independentemente do que possa acontecer, uma coisa é certa: “tudo faremos para prestigiar o nosso clube e representar bem os Açores”.

Castro também foi o primeiro classificado nas duas provas, montando Espoir Fravanca. Diogo Quadrado, que apenas disputou a sexta prova, foi o vencedor em Juvenis, montando o Ondulado. Na Taça Açores, em que o apuramento se faz com base na idade dos cavalos, nos cavalos de 4 anos venceu Rita Serpa, no

Futebol – tAçA AFh

Jornada de golos g No passado fim-de-semana houve golos com fartura, nos dois jogos da sétima jornada da Taça da Associação de Futebol da Horta. Na Alagoa, o Fayal recebeu e venceu o Lajense por 4-3, enquanto que o Flamengos foi aos Cedros vencer a equipa da casa por 1-4, segurando desta forma a liderança da tabela classificativa, com 12 pontos. Fayal e Lajense continuam na disputa do primeiro lugar, ambas as equipas com 10 pontos, e o Cedrense e o Feteira ocupam os últimos lugares da tabela. A próxima jornada joga-se na segunda-feira, 25 de Abril. O Lajense recebe o Cedrense enquanto o Feteira joga na Alagoa com o Fayal.

Capelo. Já nos cavalos de 5 anos, Carolina Medeiros, no Be Wonder, foi a primeira classificada. Nos cavalos com 7 anos + C2, Viviana Rosa, na Valerian, classificou-se em primeiro, enquanto que, nos cavalos com 7 anos + Intermediária Paulo Castro foi primeiro, montando Espoir Fravanca. Todos os cavaleiros repetiram a vitória na sexta prova.

leonel teixeira apurado para o Campeonato nacional do inatel g No passado dia 13 decorreu mais uma prova de tiro com carabina de pressão de ar, desta feita a contar para o Campeonato de Agência da Fundação Inatel. Em carabina de pressão de ar de cano articulado, Leonel Teixeira classificouse em primeiro lugar, e apurou-se para o

king

AtletisMo

atleta do Ciaia na Maratona de Paris g Octávio Melo, atleta do Clube Independente de Atletismo Ilha Azul (CIAIA), participou na 35.ª edição da Maratona de Paris, em representação do clube faialense. A prova contou com 40 mil atletas, e foi dominada pela elite africana. Ao TRIBuNA DAS ILHAS, o atleta disse ter cumprido os

Campeonato Nacional, que decorre em Junho, na Guarda. Em segundo lugar ficou Emanuel Melo, seguido de Carlos Fortuna. No tiro com carabina de ar comprimido, Leonel Teixeira repetiu a vitória, ficando Fernando Teixeira em segundo lugar e Rui Cabral em terceiro.

seus objectivos, que passavam pela conclusão da prova e pela melhoria do seu tempo final. Octávio concluiu o percurso em 4h18m, classificando-se em 15975º da geral e em 7054º do seu escalão. Esta é a terceira maratona que o atleta realiza em 5 meses. Antes já havia corrido no Porto e em Lisboa.

TI

Vitória no feminino g Lúcia Serpa foi a vencedora da jornada do campeonato de King 2011 disputada na passada segunda-feira. Seguiram-se-lhe António João e Isabel Fraga, em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Nas contas da geral, Mário Dutra segue na liderança, com Carlos Vilela em segundo lugar e Ruben Oliveira em terceiro. A próxima jornada joga-se a 2 de Maio


Desporto

Tribuna das Ilhas

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rAiD ilhA Azul reAlizA-se eM Junho

Nos dias 25 e 26 de Junho próximo, o Faial vai acolher o Campeonato Nacional de Corridas de Aventura, naquela que é a primeira vez que a prova se realiza fora do continente português. O Raid Ilha Azul – assim se designa a prova – vai comportar uma série de modalidades, desde o BTT à canoagem passando pela corrida, e trará ao Faial as melhores equipas portuguesas praticantes desta disciplina de orientação, como explicou ao TRIBUNA DAS ILHAS Joaquim Baltazar, um dos membros da organização, na passada semana, altura em que foram feitos os reconhecimentos de terreno para a organização da prova.

Marla Pinheiro g Os participantes no Raid Ilha Azul arrancam no sábado bem cedo, “pela fresquinha”, como se diz, para uma volta à ilha em várias etapas, que decorre até domingo. Vão ter a oportunidade de explorar as belezas naturais do Faial numa aventura que promete muita adrenalina, já que prevê BTT, corrida, canoagem, entre outras coisas, sempre com recurso a orientação. Joaquim Baltazar explicou à nossa reportagem que esta competição se disputa em equipas, e está aberta a três escalões diferentes: “há o escalão de elite, em que as equipas têm de ter os três elementos sempre em prova. Depois, há a aventura, onde há a possibilidade de trocar um elemento, e ainda a promoção, onde as equipas podem trocar sempre que desejarem”, diz. Trata-se, portanto, de uma prova aberta a todos os que nela desejem participar. A ideia de realizar uma Corrida de Aventura no Faial surgiu de Esmeralda Câmara,

faial recebe Campeonato nacional de Corridas de aventura

TI

ACçãO DE FORMAçãO Alguns participantes aprenderam várias técnicas de orientação, que depois puseram em prática no terreno

JOAqUIM BALTAzAR O responsável esteve no Faial a preparar a prova

directora da prova e praticante da modalidade. Casada com um faialense, nas suas visitas à ilha em férias foi começando a aperceber-se das potencialidades do Faial para a prática da modalidade. A ideia de fazer uma prova na ilha foi ganhando vida, surgiram os primeiros contactos e o Raid Ilha Azul acabou por tornar-se realidade, com uma particularidade muito especial: é que, como salienta Joaquim, esta prova será o Campeonato Nacional de Corridas de Aventura 2011. Trata-se da primeira vez que a prova se realiza fora do continente português. “Podemos esperar as melhores equipas portuguesas”, garante. A organização esteve no Faial na passada semana, a fazer o reconhecimento do terreno para desenhar as várias etapas da prova. Para Joaquim, as expectativas são elevadas: “o terreno é óptimo, as condições são excelentes para a prova, e creio que os participantes vão gostar muito”, refere. As inscrições deverão ser abertas em

breve, e podem ser feitas através do site www.raidilhaazul.com. Para além do formulário de inscrição, o site apresenta várias informações sobre a prova, os regulamentos ou os contactos da organização. Apesar das inscrições ainda não se encontrarem abertas, a organização espera cerca de 150 participantes. No passado fim-de-semana, os organizadores da prova organizaram uma acção de formação de orientação no Faial, como forma de preparação para o Raid. Assim, na tarde de sábado, no anfiteatro do Teatro Faialense, cerca de 25 pessoas estiveram a aprender mais sobre leitura de mapas e técnicas de navegação. No domingo, foi tempo de partir para o terreno e pôr os conceitos aprendidos em prática. A promotora do Raid Ilha Azul é a Associação Regional de Turismo, e a prova conta com apoios do Município e da Câmara do Comércio e Indústria da Horta. A direcção técnica da prova está a cabo do Clube

DESPORTO DE ORIENTAçãO g De acordo com o sítio da Internet da Federação Portuguesa de Orientação, a Orientação enquanto desporto organizado terá nascido na Noruega, em 1897, altura em que se organizou a primeira actividade desportiva de Orientação. Os países nórdicos são aqueles onde a modalidade tem maior implantação, sendo a Orientação um dos cinco desportos mais praticados na Escandinávia. A maior prova do mundo realiza-se na Suécia, e chega a contar com cerca de 25 mil participantes. Em Portugal, surgiu há relativamente pouco tempo, mas tem ganho muitos adeptos. A competição concilia-se com o lazer, e proporciona um permanente contacto com a Natureza. Na partida, cada praticante recebe um mapa onde estão marcados pontos de controlo, materializados no terreno pelas "balizas", que estão acompanhadas de uma estação electrónica (e/ou um pequeno picotador). Introduzindo o seu identificador (ou picotando o seu cartão de controlo) o praticante comprova a passagem por cada ponto. A escolha do itinerário entre cada ponto de controlo é uma opção do próprio praticante. A velocidade de movimento tem de ser acompanhada pela velocidade de raciocínio para ler o mapa e interpretar a relação deste com o terreno, bem como ponderar sobre as várias opções de itinerário. Segundo a Federação, em Portugal a Orientação é praticada nas disciplinas de Orientação Pedestre, Orientação em BTT, corridas de Aventura e Trail Orienteering, este último prioritariamente para deficientes motores. Todavia, para além destas disciplinas com quadros competitivos nacionais e internacionais, são também organizadas provas de Orientação a cavalo, em canoa, entre outras.


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opinião

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Tribuna das Ilhas

retAlhos DA nossA históriA – Xcv

no Centenário da república Portuguesa (30) Fernando Faria

35. GOvERNADOR PAIS ALMEIDA

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om o deferimento do pedido de demissão do governador Fernando da Costa, ausente da Horta há cinco meses por motivo de doença, o cargo de Chefe do Distrito voltou, novamente, a ser assumido por um continental, precisamente o jovem delegado do Procurador da República em Porto de Mós, Dr. Augusto Pais de Almeida e Silva. A posse ocorreu a 5 de Agosto de 1931 no Ministério do Interior e foi-lhe conferida pelo titular da pasta, coronel Lopes Mateus, que teve palavras elogiosas para o novo governador civil, o mesmo fazendo o tenente Assis Gonçalves, secretário do Ministro das Finanças Oliveira Salazar, e o capitão David Neto, amigos íntimos e companheiros da universidade de Coimbra do novo governador. Este, ao agradecer, disse que, apesar de não conhecer os Açores, partia “animado das melhores intenções de fazer uma administração profícua no distrito da Horta para bem servir a Ditadura à roda da qual esperava poder congregar os melhores elementos”1 daquelas ilhas. Estas intenções de unicidade – sinceras ou apenas veladas – assentavam na circunstância de que não fora pacífica a escolha de Pais Almeida para o cargo de governador. um concorrente de peso, preterido à última hora, era o Dr. Manuel Jacinto Raposo de Oliveira, governador civil substituto em exercício que contava com o apoio das estruturas distritais da nascente união Nacional – de cuja comissão era presidente – e que tivera papel activo na derrota dos militares revoltosos que em Abril de 1931, com o apoio dos deportados políticos, terão pretendido tomar o poder no distrito, à semelhança do que acontecera na Madeira e, depois, em São Miguel, Terceira, Graciosa e São Jorge. No Faial, o governador em exercício - alertado em 5 de Abril pelo Ministro do Interior para a revolta contra a

Ditadura - em constante ligação com as chefias militares locais e com o Governo Central terá obstado ao surgimento de uma projectada Junta Revolucionaria da Horta. E para que isso fosse possível pediu e obteve autorização do Ministro do Interior para que os deportados políticos que estavam residindo na Horta fossem transferidos na canhoneira “Damão” para a ilha das Flores. No dia 10 de Abril, já com todos os deportados a bordo, só faltando embarcar o general Sá Cardoso, o comandante militar da Horta, tenentecoronel Álvaro Soares de Melo, acompanhado dos comandantes da Polícia (tenente Gastão de Melo Furtado) e da Guarda Fiscal (tenente Alfredo Sampaio) “foi ao gabinete do Governador comunicar que a Guarnição Militar da Horta julgava desnecessário o embarque dos deportados e que queria que eles desembarcassem da canhoneira; disse, ainda que, por seu intermédio, a Guarnição já tinha enviado ao senhor Ministro da Guerra” um telegrama em que afirmava “a sua lealdade ao Governo da Ditadura”, garantia a manutenção da “ordem pública” e julgava “desnecessário o embarque dos deportados, por não recear a sua acção”2. Esta verdadeira imposição dos oficiais da Guarnição Militar da Horta, apesar de ser considerada ostensivamente desprestigiante para o governador em exercício, obrigou-o a ceder e, no dia imediato, Raposo de Oliveira entregou o poder civil ao comandante militar por ordem do Delegado Especial do Governo, coronel Fernando Borges, que ao comando das Forças Expedicionárias se deslocou aos Açores para debelar a rebelião. A fazer fé nos factos constantes do relatório por ele elaborado em 15 de Maio de 1931 e dirigido ao Ministro do Interior, ter-se-ão acentuado, com os acontecimentos revoltosos de Abril, as clivagens entre os militares – alguns deles republicanos e conservadores liberais que, embora de uma forma genérica, gravitavam na órbita do “partido dos Peixotos” liderado pelo Dr. Manuel José da Silva – e os antigos regionalistas, agora pretensos arautos da nova ordem que a recente união Nacional consubstanciava, de que era chefe incontestado o Dr. Neves e que tinha no Dr. Raposo de Oliveira um elemento preponderante. Foi, portanto, nesta situação complexa que se deu a nomeação do governador Pais Almeida.

Os partidários do Dr. Neves bem se esforçaram para que o Dr. Raposo fosse o escolhido pelo Ministro Lopes Mateus, mas os militares impuseram a sua força e o Governo aquiesceu. uma das provas do que se passava, está nos telegramas trocados entre Humberto Cunha Correia, vicepresidente da comissão distrital da união Nacional e presidente da Câmara da Horta, e o Ministro do Interior. Rogavalhe o primeiro a 19 de Julho de 1931: “Câmaras Municipais, Juntas de Freguesias, Comissões União Nacional distrito Horta pedem V. Ex.ª nomeação doutor Raposo Oliveira, presidente Comissão Distrital União Nacional e actual governador civil substituto para governador civil efectivo distrito Horta atentas qualidades patriotismo, dedicação Ditadura demonstrados cabalmente durante período revolucionário ilhas”3. Resposta negativa do Ministro do Interior, a 6 de Agosto: “Embora muita consideração V. Ex.ª membros da União Nacional e doutor Raposo a quem tenho dado provas maior confiança, Governo julgou conveniente por enquanto nomear governador doutor Augusto Pais Almeida”4. uma natural consequência de tudo isto foi o Dr. Raposo ter pedido a exoneração de governador substituto ao Ministro do Interior que, surpreendentemente, lhe respondeu com este telegrama de 15 de Agosto: “Meu nome e Governo solicito sua continuação cargo que tanto tem nobilitado” 5. No dia seguinte a esta mensagem do coronel Lopes Mateus, chegou ao Faial o novo governador. Como era usual, a imprensa destacou o acontecimento, mas fê-lo de modo diverso. O entusiasmo de O Telégrafo, agora dominado pelos antinevistas com o tenente João Costa à cabeça, contrastava com a contenção do Correio da Horta. O desembarque no Cais de Santa Cruz, a menção das autoridades civis e militares, funcionários públicos e oficiais do Exército, representantes de colectividades e da imprensa, são mencionados nos dois jornais faialenses, bem como a recepção no Governo Civil, os tópicos dos discursos e os respectivos oradores. Tudo, aparentemente, estava a decorrer sem quaisquer atritos, apesar de O Telégrafo se ter assumido, desde que se soubera da nomeação do governador,

como o “único diário independente do distrito e legítimo intérprete do sentir da maioria da população”, e o Correio da Horta reivindicar a condição de “jornal absolutamente afecto à Ditadura desde o seu primeiro número”. Mas, também aqui, as palavras não tinham correspondência com a realidade. O governador Pais Almeida, antes de chegar à Horta, já escolhera quais seriam os seus aliados e os seus adversários. Ainda terá tentado inicialmente agradar aos dois lados, mas isso não passou de um epifenómeno. O que efectivamente aconteceu foi o governador civil tentar neutralizar os homens do Dr. Neves e estes a reagirem, habituados, como estavam, ao poder e às suas prebendas. Os campos foram-se extremando e, num período de pouco mais de um ano, o chefe do distrito tinha do seu lado os articulistas de O Telégrafo, a maioria dos oficiais da Guarnição Militar (existia então no Faial o R. I. 22), as autoridades autárquicas e das instituições que havia nomeado e, claro está, alguns republicanos que a Ditadura havia desiludido. Como adversários estavam os nacionalistas e o seu líder incontestado e o jornal Correio da Horta que, ironia das ironias, embora afecto à Situação, foi encerrado por três vezes por ordem do governador, tendo os seus proprietários de recorrer ao estratagema de o substituírem pelo Jornal da Horta e pelo Eco Cedrense, não se livrando também estes da sanha persecutória do Chefe do Distrito. Entretanto, as duas facções continuavam informando o Governo dos seus sucessos e dos seus azares. Os partidários do governador telegrafavam ao ministro do Interior, já então o Dr. Albino dos Reis, confessando-se reconhecidos e gratos pela “protecção dispensada governador Pais Almeida iniciador honesta administração Distrito”6 ou “paladino moralização reconstituição Distrito” . Também no segundo semestre de 1932, os adversários do governador, assumindo-se como verdadeira comissão distrital da união Nacional dirigiam ao Presidente do Ministério, Dr. Oliveira Salazar, um telegrama em que se dizendo intérpretes de milhares de adeptos manifestavam “discordância acção governador civil Pais culminando sindicância promoveu GuardaMor Saúde [que era o Dr. Neves] grande amigo Ditadura, pedem demissão Pais só apoiado desafectos Ditadura únicos con-

vém sua permanência” e solicitavam nomeação “novo governador dignifique obra Ditadura pacificando família distrito”7. Salazar despachou “à consideração do Ministro do Interior”. A luta era tão renhida que, logo de seguida, a facção contrária, defensora do governador que já se encontrava em Lisboa a algum tempo e de onde já não regressou, fez chegar ao secretário-geral do Governo Civil uma mensagem de protesto contra aquele telegrama que, “além de ser abusivo, não representava veracidade factos”8. Era assinada, entre outros, pelos presidentes da Junta Geral, Câmara Municipal, Santa Casa da Misericórdia, Liga Nacional 28 de Maio e jornal O Telégrafo, respectivamente, Florêncio José Terra, tenente Manuel José Cardoso de Simas, Domingos Machado Soares, Manuel Saldanha e Manuel Emídio Gonçalves. Telegrafada esta mensagem ao Ministro do Interior, tomou conhecimento e mandou arquivar em 2 de Dezembro de 1932. O governador Pais Almeida seguira para Lisboa em 2 de Novembro e com ele foram a esposa Maria Helena Meunier de Almeida e Silva e a sua primeira filha, Lídia Fernanda Carmo de Nazaré Meunier de Almeida e Silva, nascida na Matriz da Horta em16 de Julho de 1932. O decreto que o exonerou do cargo de governador civil foi publicado no Diário do Governo em 20 de Janeiro de 1933. Nascido em Vagos a 2 de Janeiro de 1902, tinha origem aristocrática e o seu nome completo era Augusto António de Paula da Nazaré Baptista Nolasco Pais da Graça de Almeida e Silva. Estudante da universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito, foi um desportista de mérito, capitão da equipa de futebol da Associação Académica e excelente praticante de atletismo. Além de episódicas funções políticas, enveredou pela magistratura chegando a Juiz da Relação. 1 correio da Horta, 18 de Agosto 1931, p.4 2 Oliveira, Manuel Jacinto Raposo, “Notas para um relatório sobre a acção do governador civil substituto do distrito da Horta no período que vai de 5 a 11 de Abril de 1931”, p. 5 3 ANTT, Ministério do Interior, Gabinete do Ministro, maço 453, pasta 16/3 4 correio da Horta, de 6 de Agosto de 1931, p. 1 5 ANTT, Idem, Ibidem, maço 453, pasta 16/4

6 ANTT, Idem, Ibidem, maço 456, pasta 8/42

7 ANTT, Idem, Ibidem, maço 456, pasta 8/43 8 ANTT, Idem ,Ibidem


Tribuna das Ilhas

publiciDADe

Lar das Criancinhas da Horta instituição Particular de Solidariedade Social

COnCurSO externO

anÚnCiO PretenDe aDMitir:

aJuDante De eDuCaÇãO reQuiSitOS: - Possuir o Curso Técnico de Auxiliar de Infância. - Possuir robustez física e o perfil psíquico indispensável ao exercício da função e ter cumprido as leis de vacinação obrigatórias - Comprovativo de registo criminal actualizado - Ter entre 18 e 30 anos completos PrOVaS De SeleCÇãO: As provas de selecção do(a) candidato(a) a admitir constarão de: - Avaliação curricular - Entrevista As funções a desempenhar, o horário de trabalho e a remuneração serão de acordo com o contrato colectivo de trabalho para as IPSS´S. Os interessados deverão apresentar requerimento dirigido ao Presidente da Direcção do Lar das Criancinhas da Horta, Rua Cônsul Dabney, 9900-014 HORTA, acompanhado do currículo pessoal até às 17:30 horas do dia 26/04/2011. Para mais informações contactar a secretaria desta Instituição. O Presidente da Direcção bruno frias leonardo

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opinião

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Tribuna das Ilhas

Mons. Cónego José Garcia

O

Pe. Júlio da Rosa

Pe. José Garcia, natural do Salão, Faial, ordenou-se em Angra e iniciou a sua corrida de estafeta pelo Curato de Santa Rita enjeitado ao lado do campo de aviação das Lajes da ilha Terceira. Foi uma autêntica corrida por 16 paróquias dos Açores. Homem dinâmico e insatisfeito foi um autêntico pastor, sem saco, nem moedas. Nem tinha duas túnicas. um báculo; a palavra e a acção. Correu sem parar nem ligar a afectos, a ninguém entregou o coração. A alma sim. Amou as suas ovelhas e, por vezes, exigente barafustava sem atender às classes sociais, aos postos de comando, quer da Igreja quer do Estado. Mas, cordial e respeitador para com todos, tinha um certo condão de se relacionar com todos e obter atenções e apoios de todos. Em todas as igrejas onde chegou tomou a vassoura, limpou as teias de aranha e iniciou obras. Tinha um programa de pastoral, que executava escrupulosamente em cada paróquia; depois, passava a outra. Insatisfeito foi um homem exigente primeiro para consigo, depois para com os outros que desejava ver responsáveis. Ocupou as paróquias mais distintas. Em Angra: a igreja da Conceição, depois a Sé. Aqui sofreu um dos maiores desgostos da sua vida com o incêndio da Sé, caso que os Terceirenses nunca quiseram rever o processo-

- O Homem, o Padre, o bom Pastor crime. A ele se ficou a dever a guarda do valiosíssimo património de pratas e imagens da Sé, que guardava, mesmo em sua casa, durante as obras de restauro do velho Templo filipino. Foi incansável em recuperar o possível da arte e grandeza da Catedral. Passou pela Horta, nas paróquias da Conceição e Praia do Almoxarife. Na Conceição colocou os vitrais, ofertas particulares, e o tecto interior, ao sabor do século VXII com o alindamento de toda a Capela-mor. Daqui passou para a riquíssima Matriz da cidade da Ribeira Grande; e de lá desceu à cidade de Ponta Delgada, à maior paróquia das Ilhas dos Açores, São José, onde fez obras extraordinárias, como só ele o conseguia fazer: recuperou e restaurou móveis e a monumental custódia de prata, arrumada porque com necessidade de conserto. Pediu auxílio pessoal ao Dr. João Bosco Mota Amaral, que lho ofereceu da sua generosidade. Levantou no Lagedo a igreja de Nossa Senhora de Fátima, a que ele chamou a sua Catedral. Apoiou-se em D. Berta Cabral, e os dois destemidos e esforçados trabalhadores, ergueram o monumental edifício. Agora Monsenhor José Garcia estava velho, pobre e doente. Tinha a doença nos pés, que eram de barro, mas a estatura era de ferro. Recolheu-se à Clínica do Bom Jesus, sem nada de seu. Tão pobre

viveu e de modesto trajar, sempre com o seu colarinho de padre, que o bispo, D. Manuel Afonso de Carvalho lhe ofereceu um fato preto. Andava em Angra como em Ponta Delgada sempre com o mesmo fato, não tinha outro. Era um homem culto e sempre actualizado nas ordens e leis da Igreja como do Estado. Comprava jornais e revistas de informação e informava o seu povo no seu Boletim Paroquial, que não tinha mais que um quarto de página, era desdobrável e todo redigido pela sua mão. Era uma carta amiga, confidencial e afectiva que mandava, semanalmente, aos seus paroquianos. Recebia notícias de Roma, como do Patriarcado de Lisboa, onde tinha o tio, o Dr. Cónego Isaias da Rosa, catedrático e com grande soma de obras, que escreveu; e o informava de tudo. Foi o confessor de D. Manuel Afonso de Carvalho, por quem nutria certo afecto e o nomeou Cónego da Sé de Angra. Foi com certo receio que nos comunicaram a sua morte. Pois foi com muita alegria e santa inveja que recebemos a notícia da sua morte. Foi um autêntico padre e pastor, que se entregou totalmente às suas ovelhas. Agora ouviu a voz do Senhor: - Vem Bendito de meu Pai para o repouso que te está preparado ...

resiliência

P

Frederico Cardigos

enso que muitos de nós, como eu, consideramos a capacidade de recuperação um dos fenómenos mais interessantes do mundo natural. Os cientistas, com essa enorme tendência para tudo quantificarem, classificam também os diferentes sistemas (áreas, populações, espécies, etc.) de acordo com a sua capacidade de regeneração e dão-lhe o nome de “resiliência”. uma área muito resiliente consegue recuperar facilmente de uma agressão e outra, que não seja tão resiliente, terá maiores dificuldades. Por exemplo, a Praia do Norte na Ilha do Faial demonstrou ser muito resiliente porque, pouco tempo depois da remoção do navio “CP Valour”, já está ambientalmente recuperada. Por outro lado, a população de lobos-marinhos dos Açores não era suficientemente resiliente já que, depois da agressão de que foi alvo no início da colonização, não resistiu à extinção local, ao contrário do que aconteceu à população da Madeira, que ainda persiste. Ambas eram pouco resistentes, mas a da Madeira revelou-se suficientemente resiliente e recuperou; a população dos Açores não o era. Continuando a aplicar ao meio marinho, existem diversas técnicas para aumentar a resiliência de um determinado habitat. uma destas técnicas inclui a criação de áreas marinhas protegidas. Propositadamente, não utilizei o termo reserva já que este, muitas vezes, é utilizado como sinónimo de zona em que são excluídas todas as actividades. Habitualmente, não é a exclusão de todas as actividades que é determinante para o aumento da resiliên-

cia de uma determinada área. É importante, sim, que todas as actividades sejam aí equacionadas tendo como prioridade absoluta o bom funcionamento do ecossistema, já que será isso que lhe trará a maior parte da sua resiliência. Nalgumas situações, são mesmo equacionadas áreas marinhas protegidas para funcionar como elemento do aumento de resiliência em áreas limítrofes. Aproveitando o efeito positivo destas áreas protegidas (chamado pelos cientistas de “efeito de reserva”), as áreas limítrofes são bafejadas pela entrada dos organismos oriundos das zonas com utilização limitada. É este efeito de reserva que se pretende obter com a grande maioria das áreas marinhas protegidas de média e de grande dimensão. Ou seja, com as limitações impostas numa determinada área, iremos aumentar a resistência e, acima de tudo, a resiliência das áreas exploradas. Aplicando à Baía da Praia do Norte na Ilha do Faial, depois da agressão que sofreu com a presença do navio “CP Valour”, conseguiu recuperar rapidamente também porque está inserida numa enorme área marinha protegida. Para quem estranhe esta última afirmação, relembro que não se podem utilizar as artes de pesca por palangre até três milhas da costa, as artes com rede de arrasto estão banidas dentro de toda a Zona Económica Exclusiva, a Praia está limitada por duas áreas de interdição à captura de lapas e, pouco tempo depois do acidente, foi decretada uma zona de exclusão às actividades marítimas. Tive o privilégio de assistir à recuperação da Baía da Praia do Norte. Foi um caso clássico de um processo bem sucedido. É evidente, como

não testámos a hipótese alternativa, não podemos afirmar como seria se não houvesse uma tão boa gestão dos recursos marinhos no arquipélago, mas, diz-me o bom senso, não seria uma recuperação tão expedita nem tão completa. Infelizmente, esta resiliência está em perigo. As nossas águas estiveram durante vários anos abertas à pesca pelo nocivo arrasto de fundo porque a Comissão Europeia se tinha esquecido de impor essa limitação aquando da abertura até às cem milhas e, imagine-se, tivemos que aumentar o esforço de pesca local para garantir que não era dada permissão à entrada de outras frotas nas nossas águas. No entanto, o mais louco no meio de tudo isto é que se tentarmos gerir os nossos mananciais de acordo com as melhores indicações científicas e reagindo ao dinâmico preço do pescado nos mercados, optando, por exemplo, por pescar menos, podemos perder a quota, ou seja, o direito de voltar a pescar quando for sensato ou conveniente… É por estas razões que fico verdadeiramente assustado quando oiço responsáveis de nível europeu afirmarem que não há razões científicas que apoiem a recuperação da exclusividade da zona marinha para os Estados ou Regiões ribeirinhas até às 200 milhas. Evidentemente, quando estas não sabem gerir, isso justifica-se. Não é o caso dos Açores. Algo está mal nas decisões centrais no que diz respeito às Pescas e os Açores estão a ser, por isso, penalizados. A nossa resiliência está ameaçada por decisões centrais que, em vez de serem invertidas, estão a ser fortalecidas com capítulos infelizes dos diferentes Tratados Europeus, incluindo o de Lisboa.

um “Desconhecido”

L

Alzira Silva

istas conhecidas para as próximas eleições legislativas e os partidos políticos vão lançando, directa ou indirectamente, as suas farpas nas listas dos adversários. A nível nacional, assistimos a uma atitude tão inédita quanto absurda em democracia: o PSD convidou um candidato para a Presidência da Assembleia da República, subvertendo as regras democráticas. O candidato já disse que não seria deputado, seria Presidente, mas depois arrepiou caminho porque a sua falta de humildade contradisse de modo chocante o seu discurso de serviço do país. Agora admite ser o que for útil… mas já não convence ninguém. Com um passado honroso como profissional, Fernando Nobre perdeu toda a credibilidade política ao brincar a salta-pocinhas com Mário Soares, BE, PSD… e perdeu credibilidade pessoal ao confessar desconhecer o programa com que o PSD se vai apresentar a eleições! Alguém aceita o que ignora? Sem outros comentários… Passos Coelho não acerta uma. Os disparates falam por ele. Desmentiu-se quanto ao telefonema que afinal foi um encontro com o Primeiro-ministro antes do anúncio do último PEC; desmentiu-se nas medidas do PEC que reprovou por serem demasiado austeras – disse-o aos portugueses – e demasiado brandas – escreveu-o na carta para os europeus. Em pouco mais de um mês já vence as contradições de seis anos de Sócrates… Por cá, as listas também dão que falar. Mesmo quem não se deu ao trabalho de procurar outros candidatos, e quer dar mais do mesmo, preocupa-se em denegrir as novidades da lista do partido maioritário, afirman-

do que o PS apresentava desconhecidos nos primeiros lugares das suas listas! Ninguém ensinou que na política, tal como na vida, quando não há nada a dizer, o silêncio é de ouro? Alguém que se movimente na área da cultura, da história, do associativismo e da imprensa desconhece o Dr. Carlos Enes? Não terei tempo de enunciar aqui, ainda que muito sumariamente, o curriculum de quem aceitou, para honra do Partido Socialista, integrar em segundo lugar a lista candidata à Assembleia da República. São mais de uma dezena de livros publicados (entre os quais um romance), dois opúsculos, dezenas de artigos em Revistas como História e Sociedade, Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Ler História, Actas de Colóquios Internacionais, Atlântida, Boletim do Núcleo Cultural da Horta, Instituto Açoriano de Cultura, Actas do Fórum Roosevelt (uma edição da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento), quarenta conferências, quinhentas entradas na Enciclopédia Açoriana, várias exposições de que foi Comissário… tratando todas estas publicações uma boa diversidade de temas históricos, culturais, económicos, políticos, passando pelas artes modernas do cinema e da fotografia, e também pela pesquisa na área da comunicação. Carlos Enes tem uma notável e relevante participação intelectual nos Açores e no Continente, um Mestrado em História dos séculos XIX e XX e na docência já passou por duas universidades para além do Ensino Secundário. Saliento talvez o capítulo da sua autoria nos dois volumes da História dos Açores organizados pela universidade e uma curiosidade de somenos importância: uma das conferências foi a convite da Câmara Municipal de Ponta Delgada! Mais haveria a dizer quanto ao “desconhecimento”, mas o espaço é limitado. Outras oportunidades virão! Feliz Páscoa. alziraserpasilva@gmail.com


inForMAção

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NOSSA GENTE

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elmano alves, lda.

PARTIRAM

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l No passado dia 1 de Abril, faleceu no Hospital da Horta, com 61 anos de idade, José cândido Sousa, natural da freguesia de castelo Branco e residente na freguesia das Angústias. O extinto deixa viúva, Maria Teresa Mendonça. Deixa ainda de luto Maria de Lurdes Goulart, com quem o casal residia. l No Hospital da Horta com a provecta idade de 90 anos, faleceu no passado dia 6 de Abril, Filomena ávila Leal, viúva de Joaquim Garcia correia, natural da freguesia de castelo Branco e residente na freguesia das Angústias. Após estar internada 18 dias naquela unidade hospitalar por doença, a extinta veio a falecer deixando de luto seus filhos Joaquim Humberto Leal correia, casado com Maria Otília cabral correia, com quem residia e Maria da conceição Leal correia Azevedo, casada com Vitor José Azevedo. A extinta deixa ainda seis netos e sete bisnetos. l Faleceu no Hospital da Horta com a provecta idade de noventa anos de idade, Manuel correia Viúvo de Maria Alice era natural da Freguesia de castelo Branco onde residia. O extinto deixa de luto também Manuel Bettencourt e Aida Bettencourt com quem residia.

AGENDA EvENTOS ATé 29 DE ABRIL DE 2011 09h00 às 17h00 - Exposição - “Açores 1917/1918. crónica de um ano americano” na Biblioteca Pública A. R. J. J. G.. Organização da Direcção Regional da cultura ATé 30 DE ABRIL DE 2011 Exposição - Evolução Resposta a um Planeta em Mudança no centro de Interpretação do Vulcão dos capelinhos. Organização do Governo dos Açores e da Junta e Freguesia do capelo AMANHã 14h00 às 19h00 - Feira das Oportunidades na Quinta do Lomelino. Música, Artesanato, Pintura, Vestuário, Antiguidades, Artigos usados, Diversão para crianças. Organização da Insulândia e cartoon Store DOMINGO 21h00 - concerto Sinfónico de Páscoa na Igreja de São Francisco da responsabilidade da Horta-camerata com direcção artística de Kurt Spanier. Organização da câmara Municipal da Horta com o apoio da câmara do comércio e Indústria da Horta e Horta-camerata DIA 25 DE ABRIL – SEGUNDAFEIRA COMEMORAçõES DO 25 DE ABRIL - DIA DA LIBERDADE 09h00 - Alvorada (Ruas da cidade) 11h00 - Marcha pela Liberdade (Avenida Marginal) Org.: ADIF 15h30 - Abertura do Mercado Municipal 15h30 - Abertura da Exposição “Histórias do 25 de Abril” (Mercado Municipal – Peixaria) 15h30 - Feira de Artigos usados/ Bazar de Rua (Praça da República) Org.: Raizes na Terra - Associaçao cultural 16h00 - Teatro de Rua

16h00 - “conto da Liberdade” e Jogos Tradicionais (Praça da República) 17h00 - “Dança dos cravos” (No âmbito da “Semana da Dança 2011” comemorações do Dia Mundial da Dança (Praça da República). Org.: Hortaludus e cMH com Patrocinio dos cravos: Ortins e Duarte 17h30 - Actuação do Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel (Praça da República) 18h30 - Intervenções de Abril (Mercado Municipal – Peixaria) 19h30 - Actuação de Grupo “Ecos do Fado” (Praça da República) Organização da câmara Municipal da Horta DE 25 DE ABRIL A 1 DE MAIO DE 2011 SEMANA DA DANçA 2011 26 Abril - Divulgação da dança pelas Escolas do concelho 27 Abril - Divulgação da dança pelas Escolas do concelho 28 Abril - Divulgação da dança pelas Escolas do concelho 29 Abril 21h00 - comemoração do Dia Mundial da Dança (Pavilhão Desportivo da Horta) - Actuação de vários grupos de dança: Paula Sousa; Lisa Medeiros; Ginásio VerdeMar; Ginásio corpuSeven; Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel; AJA Baile 30 ABRIL E 01 MAIO 21h30 - Projecção de filme alusivo à dança “cisne Negro” (Teatro Faialense). Organização da cMH e Hortaludus com a parceria de SD Faial e EBI com o apoios de Paula Sousa, Lisa Medeiros, Ginásio VerdeMar, Ginásio corpuSeven, Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel e AJA Baile

DIRECTOR: cristiano Bem EDITOR: Fernando Melo CHEFE DE REDACçãO: Maria José Silva REDACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro

EMERGêNCIAS -FAIAL i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000

COLABORADORES PERMANENTES:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, victor Dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, Ruben Simas, Fernando Guerra, Raul Marques, Genuíno Madruga, Berto Messias COLABORADORES EvENTUAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, Santos Madruga, Lucas da Silva

MarCa / MODelO fOrD fieSta techno 1.25 – 3 Portas, ano: 2002 Gasolina; C/Ar Condicionado, D. Assistida, Vidros Eléctricos, Fecho Central Portas, Auto-Rádio com Leitor Cassete fOrD fieSta techno 1.25 3 Portas, ano: 2002 Gasolina; C/Ar Condicionado, D. Assistida, Vidros Eléctricos, Fecho Central Portas, AutoRádio com Leitor Cassete fOrD fieSta GHia 5 P, ano: 2004 Gasolina; C/Ar Condicionado, D. Assistida, Vidros Eléctricos, Fecho Central Portas, AutoRádio com Leitor CD OPel COrSa 5P, ano: 2004 Gasolina; D. Assistida, Vidros Eléctricos, Fecho Central Portas, Auto-Rádio com Leitor CD

TRANSPORTES - FAIAL jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

CitrOen JuMPY 2.0HDi , ano: 2002 9 lugares; Gasóleo; C/Ar Condicionado, D. Assistida, Vidros Eléctricos, Fecho Central Portas, Auto Rádio com Leitor CD

grémio literário artista Faialense Jornal do Grémio todas as semanas grandes sucessos! - vamos eleger o Rei e a Rainha do karaoke

dia 24 de abril baile da páscoa com a

turma do rodeo

(Abertas inscrições no Grémio até ao dia 25 de Abril)

qUINTAS-FEIRAS 21H00 aprenda a

Em breve no Grémio anedotas com prémios

- a partir das

BAILAR A

noite

das

A Magia e o Teatro fazem parte do nosso programa de actividades

CHAMARRITA (por ser Sexta-feira Santa, esta semana não havera a ahbitual noite de Karaoke)

O GRéMIO APROvEITA PARA DESEJAR A TODOS OS SóCIOS E POPULAçãO EM GERAL UMA SANTA PÁSCOA SALA DISPONívEL PARA FESTAS DE FAMíLIA 292 700 309/961 630 988 PatrOCinaDOr OfiCial Da SeMana Direcção

Missa do 6.º Aniversário A família de Diniz MAriAno Dos sAntos, participa que manda celebrar uma missa pelo seu ente querido, no próximo sábado, dia 23 de Abril, pelo 6.º aniversário do seu falecimento, na Igreja do Santissimo Salvador da Horta, pelas 18H00 e agradece desde já a todas as pessoas que queiram participar nesta celebração eucarística. FICHA

Tribuna das Ilhas

FOTOGRAFIA: carlos Pinheiro

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21 DE ABRIL DE 2O11

PROJECTO GRÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia REDACçãO ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONTACTOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

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Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada



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