26 agosto 2011

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taça de portugal

FSC joga domingo

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Tribuna das Ilhas

dIreCtOr: mANuel CrIstIANO Bem 4 NÚmerO: 481

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Sai àS SextaS-FeiraS

1 euro

FAiAl exAltA mAnuel de ArriAgA

CArlOs PINheIrO

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POrtO PIm de OurO PÁGINA O3

Aeroporto comemora 40 anos PÁGINA 08


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Em dEsTAquE

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EdiTOriAL

CiClo FeStivo g Encerrado há dias o programa da Semana do Mar, que de 7 a 14 do corrente mês encheu de actividades, no mar e em terra, a cidade da Horta e já estando em curso, nas Lajes do Pico, a Semana dos Baleeiros, aproxima-se o fim do ciclo das festas de Verão nos Açores, pelo menos neste grupo de ilhas. Mas não é só nas nossas ilhas que este ciclo se realiza e repete de ano a ano. Também no continente português e por essa Europa fora – diremos mesmo por todo o mundo cristão – estes festejos têm lugar, ligados a tradições populares e a celebrações religiosas, em cumprimento de devoções das comunidades aos santos e padroeiros das igrejas locais. E que valor social pode ser atribuído a estas festas de Verão? Em nossa opinião, elas são, à partida, uma realização colectiva em que se empenha boa parte ou a totalidade da população, resultando daí uma congregação de esforços e uma eficiente colaboração a favor de um objectivo comum. Depois, elas representam dias de distracção e até de aquisição directa de conhecimentos, perante realidades normalmente distantes, através dos concertos musicais e das exposições no campo das artes e do artesanato, revestindo-se, assim, de importância cultural e educacional. Finalmente porque despertam a visita de forasteiros e turistas com consequências económicas benéficas para o comércio e outras actividades das terras onde se efectuam e facilitam o encontro com familiares e amigos daquelas pessoas que emigraram ou se deslocaram para outras paragens, por motivos profissionais, e que gostam de rever o espaço que lhes foi berço nos dias de festa. Passando agora às festas propriamente ditas e numa apreciação baseada em impressões colhidas, com o passar das edições há sempre correcções e inovações a introduzir nos programas, muitas das quais procedem de uma opinião pública consciente e construtiva. Por outro lado, talvez fosse justo dar mais uma certa atenção aos amadores locais com reconhecida qualidade nas artes e mesmo nos espectáculos, porquanto até acontece que certos “artistas”, vindos do exterior, ficam por vezes muito aquém do nível que o respectivo “cachet” exigia. Outro caso a considerar é o da chamada Feira do Livro, que as editoras e distribuidoras nacionais vêm aos Açores realizar, aproveitando as festas maiores. Os livros, aos milhares, são de autores portugueses e estrangeiros, aceitando a organização vender também as publicações de autores açorianos e do meio local. contudo, ao contrário dos primeiros, os autores desta e das outras ilhas, não têm “dia dedicado” na agenda da Feira – facto contestado todos os anos sem resposta. É que o ciclo festivo do tempo de Verão, nos Açores, é também para os açorianos…

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EfEméridE

presidência da república associa-se à comemoração do centenário da eleição de arriaga na Horta A 24 de Agosto de 2011, cerca de dez meses após a implantação da república em Portugal, a Assembleia Nacional Constituinte elegia o primeiro Chefe de estado do novo regime. Com 121 votos (contra 86 de Bernardino machado, seu adversário mais directo), o faialense manuel de Arriaga tornava-se o primeiro presidente eleito da república portuguesa, sucedendo na chefia do estado ao Governo Provisório do micaelense teófilo Braga. Na passada quarta-feira assinalou-se o centenário deste momento da história de Portugal. A efeméride foi celebrada com uma sessão Comemorativa organizada pela Associação dos Antigos Alunos do liceu da horta (AAAlh), na Biblioteca Pública, que contou com o alto patrocínio da Presidência da república, e foi presidida pelo representante da república na região, o embaixador Pedro Catarino.

marla Pinheiro Foto: Carlos Pinheiro g De acordo com Henrique Barreiros, da AAALH, esta sessão comemorativa foi mais um esforço dos Antigos Alunos para preservar a memória de Manuel de Arriaga. De facto, aquela associação tem sido a defensora mais acérrima da lembrança do primeiro presidente eleito da República Portuguesa, através de várias iniciativas ao longo dos últimos anos, com destaque para o esforço encetado na publicação de vários livros sobre Arriaga e na reedição de algumas obras do autor, como é o caso de Harmonias Sociais. Nesse sentido, Henrique Barreiros anunciou para breve a reedição anotada do rela-

[SOBE]

AudItÓrIO rePletO A comemoração do centenário da eleição de Arriaga juntou muitas pessoas na Biblioteca da horta

tório de Arriaga sobre o seu mandato na presidência, com notas de Joana Gaspar de Freitas e Luís Bigotte Chorão. Barreiros recordou também o esforço desenvolvido pelos Antigos Alunos para que Manuel de Arriaga fosse agraciado com honras de Panteão, esforço esse que culminou com a sua transladação para o Panteão Nacional em 2004. Destaque ainda para a luta da AAALH a favor da recuperação da casa onde nasceu Manuel de Arriaga, na Matriz, para aí ser criada a Casa Memória, cuja construção se encontra em fase de conclusão. Na ocasião, Henrique Barreiros garantiu que o esforço dos Antigos Alunos na preservação da memória de Arriaga não cessará após as comemorações do centenário da República, até porque há várias facetas da vida do ilustra faialense que carecem de estudo e divulgação. Um exemplo é o seu desempenho enquanto primeiro Reitor da República na

Universidade de Coimbra. Os oradores da noite foram a faialense Magda Costa Carvalho, da Universidade dos Açores, que abordou as convicções e o pensamento do primeiro Presidente eleito da República, e Luís Bigotte Chorão, da Universidade de Coimbra, que dissertou acerca das movimentações políticas aquando da eleição de Arriaga. ArrIAGA mereCe “O NOssO CArINhO e resPeItO” As palavras são do Representante da República nos Açores, o Embaixador Pedro Catarino, que teve nesta ocasião a sua primeira visita oficial à ilha do Faial. Pedro Catarino felicitou a AAALH “por tão louvável iniciativa”, e destacou a importância da análise do contributo de Arriaga para a história do país, assim como de outros tantos notáveis açorianos que se destacaram fora do arquipélago. Sobre o primeiro presidente eleito da República portuguesa, Pedro

&

Catarino destacou-lhe o papel de “lutador tenaz e irreversível” dos ideais republicanos, a “integridade das suas posições” e o “alto nível intelectual e moral”, factores que levaram a que o seu nome tivesse sido proposto para a presidência da República. Para o representante da República nos Açores, é preciso não esquecer o período conturbado em que Arriaga exerceu o seu mandato, graças à instabilidade social e política que assolava o país, e à fragmentação do próprio partido republicano, o que se traduzia na sucessão de governos efémeros, incapazes de conferir a Portugal a estabilidade necessária ao progresso. Referindo-se a Arriaga como um “democrata defensor do povo e amante da pátria”, Catarino recordoulhe o espírito abnegado, numa altura em que o salário do presidente da República era modesto e o staff reduzido, e não existiam viaturas oficiais.

[DEScE]

BOA NOtÍCIA

mOINhOs de veNtO

g Por notícia que publicámos, parece estar em marcha no Faial

g

um projecto agrícola com a diversificação das produções nas áreas da horticultura e da floricultura. Ao fim e ao cabo, sabe-se que muitos faialenses ligados ao sector estão interessados em fazer da agricultura uma fonte de rentabilidade económica, utilizando os meios e as técnicas que actualmente estão à sua disposição. Quanto mais e melhor se produzir nesta área mais lucrará a própria ilha e os Açores, a juntar aos valores de uma exportação de bons produtos. Força à agricultura, que a terra é fértil!

cá estamos nós outra vez com o tema dos moinhos de vento que se deixaram perder no Faial e Pico e que constituíam um dos mais interessantes e atractivos valores patrimoniais a enfeitar a paisagem destas ilhas. Hoje, porém, queremos salientar a atitude esclarecida das entidades que salvaram e beneficiaram os dois exemplares recuperados no cimo da Lomba do Pilar, dominando, lá do alto, a cidade da Horta. Mas, ali bem próximo, há ainda um moinho, em estado de degradação, que era importante e urgente também salvar. Uma nódoa junto aos outros dois…


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Professores só serão colocados a partir de 30 Agosto g As listas dos docentes colocados através do concurso de afectação por prioridade só serão conhecidas a partir de 30 de Agosto, ao contrário do que é habitual. O adiamento da divulgação das listas prende-se com o facto de apenas ter terminado hoje o prazo para o pessoal docente dos quadros das unidades orgânicas do sistema educativo regional da Ilha Terceira, solicitarem, nos termos do n.º 2 do artigo 4.º do Decreto Regulamentar Regional n.º 19/2011/A, de 11 de Agosto, a transição para a recém-criada Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond.

Quercus destaca qualidade da água da praia de porto pim Na Praia de Porto Pim já não é apenas a areia que é dourada. segundo a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, a qualidade da água também. A associação atribuiu este ano o galardão Praia de Ouro àquela zona balnear faialense, que veio assim juntar-se à Bandeira Azul, ali hasteada em 2011 pela primeira vez.

marla Pinheiro Foto: maria José silva g Este ano, foram identificadas pela Quercus 286 zonas balneares com qualidade de ouro em Portugal, mais 17 que em 2010. Dessas, 41 estão situadas no arquipélago dos Açores. O Faial conta com quatro galardões de praia com qualidade de ouro, atribuídos às zonas do Almoxarife, da Conceição, do Varadouro e de Porto Pim. Nesta última, gerida pelo Parque Natural do Faial, a bandeira foi hasteada na tarde de segunda-feira, juntando-se assim à Bandeira Azul, outra conquista especial de Porto Pim no presente ano. De acordo com o director regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos, a certificação da qualidade da água de Porto Pim pela Quercus é mais um motivo de orgulho para aquele espaço. Para Cardigos, em Porto Pim - como em todas as restantes zonas balneares a que este galardão foi atribuído - a manutenção da qualidade ambiental da área envolvente foi um factor decisivo. O director regional destacou também o facto deste galardão atestar a qualidade da água das zonas balneares ao longo de vários anos, uma vez que, de acordo com a Quercus, as praias com qualidade de ouro apresentam ao longo de cinco anos e de forma sistemática uma

boa qualidade da água. Cardigos elogiou também o trabalho desenvolvido pelas entidades gestoras na manutenção da qualidade da água, que são, na sua maioria, as autarquias das diversas ilhas. Como lembrou o director regional, este ano a excelência das praias açorianas conta com um grande reconhecimento. Para além das 41 praias com qualidade de ouro reconhecida pela Quercus, das cerca de 50 zonas balneares listadas no arquipélago 31 têm Bandeira Azul, e 14 contam com o galardão Praia Acessível. Este último é atribuído às zonas balneares que reúnam todas as condições para serem frequentadas por pessoas de mobilidade reduzida, e em 2011 foi atribuído em número recorde nos Açores. Frederico Cardigos está optimista em que, em 2012, a praia de Porto Pim possa juntar o galardão Praia Acessível às restantes distinções que já ostenta. As mais de cem zonas balneares da Região são definidas, em termos legais, pelos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC). Trata-se de um número que não é definitivo, uma vez

que os POOC das ilhas Faial e Pico ainda não estão concluídos. Destas zonas balneares, cerca de 50 incluem a “Lista das Águas Balneares Identificadas”. Para que uma zona balnear inclua esta lista, é necessário que uma entidade se responsabilize pela sua gestão. O Governo Regional dá anualmente conta desta lista à Comissão Europeia. As zonas balneares listadas podem depois candidatar-se ao galardão Bandeira Azul. Para tal, têm de comprovar que cumprem 32 critérios (28 dos quais imperativos), nas áreas da qualidade, educação ambiental, segurança e serviços conexos. Um histórico de qualidade de água impecável, nadadores salvadores e actividades de educação ambiental são alguns dos critérios essenciais para que uma praia possa ter hasteada a Bandeira Azul. Se, para além de todas as características necessárias a este galardão, a zona balnear em questão possuir condições de acessibilidade e serviços específicos para cidadãos portadores de deficiência pode também candidatar-se ao galardão “Praia Acessível – Praia para Todos”.

[aconteceu] rOtArACt CluB dA hOrtA AJudA FAmÍlIA CAreNCIAdA g O Rotaract club da Horta entregou, na passada semana, um conjunto de bens essenciais a uma pessoa carenciada que chegou ao Faial, vítima de violência doméstica. O clube rotaractista do Faial deu um conjunto de lençóis, cobertores e um carrinho de bebé, preservando a identidade da pessoa em questão. No momento da entrega, Hugo Oliveira, presidente do Rotaract club da Horta, afirmou que “este clube fez a boa acção do dia ao ajudar quem mais necessita”. Para o presidente daquela organização, “momentos como este justificam a existência de organizações como o Rotaract”, concretizando o “objectivo de ajudar a comunidade”. BICO dOCe lANçA PãO "NAveGANte" g A padaria “Bico Doce” lançou, ainda no decorrer da Semana do Mar, um novo produto, denominado de “Pão Navegante”. O “Pão Navegante”, de acordo com os empresários, foi desenvolvido a partir do pão que antigamente se fazia em casa, pão este que serviu os antigos baleeiros, actividade que já foi uma forma de sobrevivência. Actualmente este pão tem um rigoroso processo de fabrico de forma a garantir a sua frescura por mais tempo que o habitual pão. Este produto é único na nossa Região, pois as suas características também o são. Sendo a marina da Horta ancoramento obrigatório na travessia transatlântica, este é o local ideal para preparar uma nova jornada de navegação.

Corrigenda Na edição da última sexta-feira, dia 19 de Agosto, a foto que ilustra o artigo do nosso colaborador José Arlindo Armas Trigueiro, é incorrecta. Assim sendo, a foto correcta a utilizar seria esta que hoje aqui reproduzimos, com a legenda: Esta é a igreja da Fajã Grande onde a filarmónica de Santa cruz das Flores, referida na história idealizada pelo escritor faialense Ernesto Rebello, foi abrilhantar a festa de Reis. Pelo lapso pedimos desculpa ao visado e aos nossos leitores.

PrOduçãO de leIte AumeNtA O,7% Até JuNhO g A produção de leite nos Açores aumentou 0,7% no primeiro semestre deste ano, face ao período homólogo de 2010, apesar das quebras registadas em Janeiro e Fevereiro. Dados do Serviço Regional de Estatística indicam que de Janeiro a Junho os produtores açorianos entregaram para transformação cerca de 293 milhões de litros de leite, mais cerca de dois milhões do que na primeira metade do ano passado.

[vai acontecer] PAsseIO Pedestre 27 de AGOstO - rOtArACt / AzOrICA g O Rotaract club da Horta, em parceria com a Azorica, está a promover um passeio pedestre ao perímetro da caldeira, que decorrerá amanhã 27 de Agosto de 2011. A concentração de todos os interessados será pelas 10h00 em frente à Escola Básica e Integrada da Horta, sendo o transporte da responsabilidade de cada um. Os participantes devem levar consigo o equipamento apropriado para a realização desta actividade (sapatilhas e água). O percurso do perímetro da caldeira apresenta uma extensão de aproximadamente sete quilómetros e um grau de dificuldade médio, sendo o início efectuado junto ao miradouro da caldeira. eleCtrICIdAde mAIs CArA NOs AçOres em setemBrO g A partir de Setembro a electricidade nos Açores vai estar sujeita a uma taxa de IVA de 16%. O aumento do IVA sobre a electricidade é uma das exigências da Troika. Actualmente com uma taxa de 4%, a electricidade passará a partir de Setembro a estar sujeita a uma taxa de IVA de 16% nos Açores, enquanto no continente, o IVA sobre a electricidade sobe de 6 para 23%. FAIAl FIlms Fest 2011 g Estão abertas as inscrições para o Faial Fims Fest 2011. O FAIAL FILMES FEST – Festival de cinema dos Açores, destina-se a filmes nos formatos de 35mm, 16mm, Mini DV, DVcam, Betacam SP e DVD, estando aberto à participação de todos os realizadores nascidos ou a residir em Portugal continental e nas ilhas da Macaronésia (Açores, Madeira, canárias e cabo Verde) e de todos os países que integram a cPLP Os filmes admitidos poderão ser a cores ou preto e branco, nos géneros de ficção, animação, experimental ou documentário. As cópias DVD dos filmes, o boletim de inscrição, assim como todo o material requerido, deverão ser enviados até 31 de Agosto de 2011 para o cineclube da Horta.


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rEpOrTAgEm

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diA dA frEguEsiA dA fETEirA

eduardo pereira pede à CMH que mantenha verbas transferidas para as Juntas de Freguesia marla Pinheiro

sEssãO sOLEnE

Foto: maria José silva g Na passada segunda-feira a Feteira assinalou pelo quarto ano consecutivo o Dia da Freguesia. Na sessão solene, que decorreu na igreja da freguesia, o presidente daquela autarquia faialense aproveitou a ocasião para reflectir sobre a realidade das Juntas de Freguesia no actual cenário de crise económica. Eduardo Pereira considera que os cortes nos apoios às Juntas de Freguesia, tanto da parte da Câmara Municipal como do Governo, “têm vindo a aumentar de forma preocupante”. O autarca social-democrata lembra que a principal resposta de proximidade às populações é dada pelas Juntas de Freguesia, por isso considera que o próximo orçamento da Câmara Municipal da Horta deve manter as verbas das delegações de competências. “Caso contrário, vejo com muita dificuldade a manutenção dos actuais serviços prestados pelas Juntas ao mesmo tempo que estarão também em causa diversos postos de trabalho”, alertou. Actualmente com 1905 habitantes – mais cerca de 300 que há dez anos -, a diminuição de verbas disponíveis acontece “em contra ciclo” com o crescimento da freguesia, o que torna mais difícil fazer a sua gestão. Apesar disso, Eduardo Pereira congratulou-se com a “vitalidade” da Feteira, reflectida pelo número de instituições que a freguesia alberga, desde o Grupo Folclórico à Filarmónica, passando pelo Grupo Desportivo e pelos Escuteiros, entre outras. Segundo o presidente da Junta os principais problemas de algumas destas instituições passam pela falta de instalações, situação que ficaria resolvida com a construção do polivalente da freguesia. Com o vice-presidente da Câmara Municipal a ouvir com atenção, Eduardo Pereira aproveitou para deixar o recado: o projecto do polivalente “já tem barbas”, os feteirenses estão cansados de esperar, e, para a Junta de Freguesia, é “fundamental” que a Câmara da Horta assuma a liderança do projecto. Por

Os hOmEnAgEAdOs

isso, Eduardo pediu a José Leonardo Silva que levasse o assunto à reunião plenária do executivo camarário. Em resposta, o vice-presidente da Câmara Municipal reiterou a vontade da autarquia em manter as verbas da delegação de competências, no entanto, face aos “tempos difíceis” que actualmente se vivem, não garantiu que o orçamento do próximo ano vá, à semelhança do que aconteceu em 2011, fazer face a essa vontade das Juntas de Freguesia. Em relação ao polivalente, José Leonardo assumiu a responsabilidade da Câmara Municipal no projecto, no entanto entende que esta não pode ser exclusivamente do município, mas antes dividida com a Freguesia da Feteira. O vice-presidente frisou também o que considera ser a vontade do município em apoiar as instituições feteirenses. Prova disso será o protocolo a assinar em Outubro próximo com a Filarmónica, com vista à aquisição de um terreno contíguo à actual sede, para que esta possa ser ampliada. Também o presidente da Assembleia Municipal da Horta se mostrou preocupado com a actual crise económica, que traz “desafios radicais” e “importantes incógnitas” sobre a viabilidade do funcionamento do país nos moldes actuais. Jorge Costa Pereira referiu que agora, mais do que nunca, as decisões de investimento público devem privilegiar actividades geradoras de emprego e catalisadoras da economia. Na Região, devem também obedecer a um princípio de “desenvolvimento harmonioso e

pOçA dA rAinhA

integral” do arquipélago, princípio este que, para Costa Pereira, deve servir também para o investimento a nível local, de forma a integrar todas as freguesias e evitar as tendências de esvaziamento populacional que algumas enfrentam. PrOFessOrAs uNIversItÁrIAs NAsCIdAs NA FeteIrA hOmeNAGeAdAs Como é habitual, a Sessão Solene do Dia da Freguesia da Feteira serviu também para homenagear filhos da terra que de algum modo se destacaram dentro e fora de portas. Este ano, as homenageadas foram Magda Eugénia Pinheiro Brandão da Costa Carvalho e Maria João Maciel Jorge Dodman, duas professoras universitárias, a primeira a leccionar na Universidade dos Açores e a segunda na Universidade de York, no Canadá. INAuGurAdA OBrA dO esPAçO de lAzer dA POçA dA rAINhA Antes da Sessão Solene, as comemorações do Dia da Freguesia

da Feteira arrancaram com a inauguração das obras no espaço de lazer da Poça da Rainha. Tratou-se de um investimento de cerca de 10 mil euros, financiado pela Junta de Freguesia e pela Câmara Municipal, ao abrigo do protocolo de delegação de competências. Nesta intervenção foram contemplados o acesso ao mar e à poça, vestiários, duche, zona de solário e acessos ao local. De acordo com Eduardo Pereira, agora o objectivo da autarquia feteirense é dotar o espaço de uma instalação sanitária ambulante e efectuar a remoção da pedra que está no meio da poça, assim como aumentar a sua dimensão. A Junta pretende também criar dois circuitos de visita na freguesia: um que contemploe o miradouro e o parque de lazer da Ponta Furada, a zona da Lajinha e da Poça da Rainha, o porto, o poço de maré e o nicho de metralhadoras, e outro que englobe a Serra da Feteira e o Farrobim. Na ocasião, Eduardo Pereira aproveitou para frisar o que considera ser o bom trabalho de coope-

ração entre a autarquia a que preside e a Delegação do Faial da Secretaria Regional da Ciência Tecnologia e Equipamentos: “tem sido um trabalho conjunto onde a Junta de Freguesia sempre se sentiu valorizada nas suas opiniões”, referiu. Ainda a respeito das obras realizadas na freguesia, Eduardo Pereira aproveitou o momento para anunciar a aprovação na Câmara Municipal da Horta de um projecto para a zona do Algar, que contempla a criação de um parque infantil. sItuAçãO FINANCeIrA dA IGreJA dA FeteIrA PreOCuPA JuNtA de FreGuesIA No dia da freguesia da Feteira, o presidente da Junta alertou também para a situação financeira da Igreja da freguesia. De acordo com Eduardo Pereira, a Igreja não está a ser capaz de fazer face ao pagamento trimestral de cerca de 8 mil euros à banca, e, se não conseguir gerar receitas, corre o risco de perder o passal. Tendo isto em conta, o autarca apelou à união da freguesia em torno deste problema.


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Formalizada fusão das administrações portuárias açorianas

g As quatro empresas responsáveis pela administração dos portos da Região foram formalmente fundidas numa única empresa na passada terça-feira, através de um decreto legislativo regional publicado em Jornal Oficial. Assim, a Portos dos Açores, S.A. resulta da incorporação, por fusão, das sociedades Administração dos Portos das Ilhas de São Miguel e Santa Maria, S.S., Administração dos Portos da Terceira e Graciosa, S.A., e Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental, S.A.. A nova empresa fica sedeada na Horta, e administrará os portos de Ponta Delgada (São Miguel), de Vila do Porto (Santa Maria), da Praia da Vitória e Pipas (Terceira), da Praia (Graciosa), da Horta (Faial), de São Roque, da Madalena e das Lajes (Pico), de Velas e da Calheta (São Jorge), de Lajes e de Santa Cruz (Flores) e da Casa (Corvo). Os trabalhadores do quadro de pessoal das extintas sociedades de administração portuária regionais são automaticamente integrados na Portos dos Açores, S. A., e mantêm a mesma situação jurídico-profissional. Com um capital social de cerca de 40 milhões de euros, a totalidade das acções da Portos dos Açores, S.A, pertence à Região. Recorde-se que esta reforma na administração portuária surgiu por iniciativa do Governo Regional, que estima assim poupar cerca de 2,2 milhões de euros por ano. Assim, em vez dos 11 administradores, repartidos pelas quatro

empresas agora extintas, passam a existir apenas três. Cada um dos membros do Conselho de Administração, incluindo o presidente, exercerá as funções de director-geral numa das três direcçõesgerais criadas. São elas a DirecçãoGeral dos Portos de São Miguel e Santa Maria, a Direcção-Geral dos Portos da Terceira e Graciosa e a Direcção-Geral dos Portos do Triângulo e Grupo Ocidental. Aguarda-se agora a realização de uma Assembleia-geral da qual sairão os nomes do presidente e restantes membros do Conselho de Administração. Com a sede da Portos dos Açores estabelecida na Horta, as expectativas vão no sentido de que o presidente do conselho de administração da extinta Administração dos Portos do Triângulo e grupo Ocidental (APTO), Fernando Nascimento, assuma a liderança da nova Porta dos Açores. De acordo com nota publicada no site do Gabinete e Apoio à Comunicação Social do Executivo açoriano, o secretário regional da Economia justifica esta reforma com o “estado de maturação” do sistema até agora em vigor. Para Vasco Cordeiro, esta medida traduz-se na “implementação de uma solução institucional mais simples e mais flexível”. Cordeiro garante também que, apesar da fusão administrativa, fica garantida “a autonomia operacional de cada um dos portos”. O diploma agora publicado em Jornal Oficial distribui ainda os portos da Região por cinco classes.

Os portos das classes A, B e C ficam sob a responsabilidade da Portos dos Açores, S.A., enquanto os restantes ficam sob tutela do departamento do Governo Regional com competência em matéria de pescas (os da classe D) e de administração do domínio público marítimo (os da classe E). De acordo com o diploma, integram a Classe A os portos com funções de entreposto comercial, com fundos de cota mínima de - 7,00 ZH e cais acostável de pelo menos 400 m. Da Classe B fazem parte os portos com funções comerciais, suportando a actividade económica da ilha onde se situam, cujos fundos tenham a cota mínima de – 4,00 ZH e com cais acostável de pelo menos 160 m. Quanto à Classe C, esta é atribuída aos portos com funções mistas de pequeno comércio, transporte de passageiros e apoio às pescas. A Classe D diz respeito aos portos exclusivamente destinados ao apoio às pescas, e a Classe E aos pequenos portos sem qualquer das funções específicas previstas nas restantes classes, em geral designados por “portinhos”. O Porto da Casa (Corvo) integra excepcionalmente a classe B, apesar de não possuir as características referenciadas. Antes desta fusão já tinha ocorrido, em 2003, uma reorganização do modelo de gestão portuária regional, com a extinção das juntas autónomas portuárias herdadas das bases da exploração portuária de 1949 e do Estatuto das Juntas Autónomas dos Portos de 1950. M.p.

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ViziTAzOrEs cOm VOO incLuídO

Ângelo duarte na liderança da Câmara do Comércio dos açores g Ângelo Duarte já assumiu a liderança da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA). Numa primeira iniciativa, Ângelo Duarte, defendeu o relançamento na época baixa do programa “VizitAzores com voo incluído”, que inclui viagem e estadia, contestado por alguns operadores turísticos nacionais. “Estamos a organizar o programa para relançar a ideia este ano”, afirmou Ângelo Duarte em declarações à Lusa, acrescentando que a CCIA já iniciou conversações com as empresas açorianas que participaram na iniciativa para avaliar a adesão para este ano. Esta campanha promocional do destino Açores, lançada pela primeira vez no ano passado, oferecia o preço da viagem aérea a quem visitasse os Açores durante alguns dias. A iniciativa não gerou o número de visitantes que os promotores pretendiam e, na sequência da polémica em torno deste programa, alguns operadores nacionais que não estavam envolvidos recusaram vender o destino Açores por esta forma. Ângelo Duarte, que é também presidente da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, frisou que “é preciso potenciar o turismo nos

Açores na época baixa”, já que, durante o verão, a procura pelo destino Açores é sempre mais elevada, “apesar de algumas oscilações”. Relativamente ao comércio tradicional, o novo presidente da CCIA admitiu que há empresários a passar por “sérias dificuldades” devido à crise financeira nacional, mas adiantou que estão a ser pensadas novas campanhas promocionais a partir de Setembro. Ângelo Duarte também salientou já ter apresentado uma proposta ao Governo Regional para apoio às acções de promoção do comércio tradicional e de ajuda aos empresários regionais.

apreendidas 2.660 doses de cannabis na Horta g A PSP/Açores anunciou terçafeira a apreensão de uma quantidade de ‘cannabis’ suficiente para 2.660 doses individuais em duas operações realizadas na Horta, Faial, tendo ainda detido um suspeito de cultivo para consumo de estupefacientes. O homem, de 34 anos, foi detido na freguesia da Conceição, tendolhe sido apreendidas duas plantas

de cannabis, além de diversas folhas já secas, numa quantidade suficiente para a preparação de 1.260 doses individuais. Na freguesia de Pedro Miguel, as forças policiais apreenderam mais quatro plantas de cannabis, que permitiriam preparar 1.400 doses individuais. A PSP ainda não identificou os responsáveis por esta plantação.

vende-Se prédio (antigoS MatoS do dr. SantoS) constituído por 332 alqueires de terrenos situados nos lugares do cabouco e canada Velha, Feteira. O prédio compreende ainda, em estado degradado, uma casa de moradia, um estábulo, um silo e diversos bebedouros. Recebem-se propostas por escrito, com reserva do direito da respectiva aceitação, até 21 de Setembro do ano corrente, para José Victor Alves, Alameda Barão de Roches, n.º 18, 9900-104 Horta. Para mais informações contactar o próprio.


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Já passaram dois anos desde que maria do Céu Patrão Neves foi eleita deputada ao Parlamento europeu. Para assinalar a data, à semelhança do que aconteceu aquando da passagem do primeiro ano de mandato, Patrão Neves fez um balanço do trabalho e publicou uma Newsletter, a qual se deverá vir a tornar regular.

maria José silva g Quais as suas principais realizações no sector das pescas? Nas Pescas destaco três realizações importantes: o relatório, de que fui responsável, sobre o “Livro Verde” da Política Comum das Pescas”, o qual estabelece as orientações fundamentais para o novo quadro legislativo para o sector, no pós-2013; o relatório, de que sou actualmente responsável, sobre Política Marítima Integrada, essencial para um país e uma região que têm mais mar do que terra, e o qual visa promover o desenvolvimento articulado de todas as actividades que decorrem no mar; e a primeira e até agora única visita de uma delegação oficial do Parlamento Europeu a Portugal através da qual se espera ter proporcionado conhecimento e suscitado sensibilidade entre os deputados europeus de outros Estadosmembros para as necessidades decorrentes da nossa especificidade. Sendo a agricultura um sector de especial impacto para os açorianos, que medidas tentou concretizar? Na Agricultura são quatro os temas que destaco. Primeiramente, a indicação de uma série de iniciativas que organizei no âmbito do sector do leite, chegando até à apresentação dos conteúdos essenciais do “Pacote do Leite”, documento actualmente em debate no

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patrão neves faz balanço de 2 anos de mandato na europa Parlamento Europeu e francamente frustrante na apresentação de alternativas de regulação do mercado no período pós-quotas. De seguida, uma síntese geral do que foi o Roteiro pelos Produtos Regionais de Qualidade, através do qual se tornou evidente que todas as ilhas têm potencialidades por explorar a nível de produções locais em que importava investir como complemento da produção preponderante do leite e da carne. A Política Agrícola Comum, também em discussão no Parlamento Europeu, de importância vital para nós uma vez que estabelecerá um novo quadro para a actividade agrícola na Europa no pós-2013. Por fim, foco o tema do Posei, o programa de apoio específico à agricultura nas Regiões Ultra-periféricas, a partir do qual teremos que obter o máximo de benefícios ao abrigo de uma discriminação positiva. O evento mais frustrante nestes últimos meses prendeu-se com a defesa das quotas leiteiras. Com efeito, depois de, por iniciativa minha junto do grupo socialista, termos assegurado uma acção conjunta dos eurodeputados portugueses em prol das quotas leiteiras, fui surpreendida por uma acção difamatória dos mesmos deputados socialistas que visava o meu descrédito ao afirmarem que, afinal, eu não estaria envolvida em todas as acções em defesa do sector do leite que afirmava. Enviei-lhes os documentos oficiais do Parlamento Europeu que os contradiziam e me apoiavam e encerrei a polémica forjada. os últimos tempos ficaram marcados pela palavra

EurOpA patrão neves tem pautado o seu trabalho com especial enfoque para as quotas leiteiras

voluntariado… Nestes últimos meses, a actividade mais gratificante foi a desenvolvida no âmbito do Ano Europeu do Voluntariado. Organizei um Roteiro pelas 9 ilhas para promover o voluntariado, uma reunião de trabalho em Bruxelas com representantes do voluntariado das 9 ilhas e os responsáveis nacional e europeu pelas acções neste ano e criei e financiei o prémio Mais Voluntário. Ora, à medida que estas acções se iam desenvolvendo começaram a surgir outras, algumas iguais, promovidas pelo governo, autarquias, partidos políticos e também pelo meu colega eurodeputado. Foi, de facto, gratificante, marcar agenda num domí-

novas regras no apoio a transporte marítimo de resíduos g Os Açores contam com novas regras no sistema de apoio ao transporte marítimo de resíduos originários no arquipélago. Criado por portaria do Secretário Regional do Ambiente e do Mar, o sistema visa apoiar financeiramente o transporte de resíduos inter-ilhas e/ou dos Açores para um “destino adequado” fora do território regional. A primeira novidade é a percentagem do apoio, que assume agora a forma de subvenção a fundo perdido e oscila entre os 15 e os 70 por cento dos custos elegíveis. Metais, papel/cartão não embalagem, plásticos não embalagem, veículos em fim de vida (VFV), baterias e componentes de VFV, resíduos químicos, resíduos de embalagens e resíduos hospitalares são alguns dos materiais cujo transporte pode ser comparticipado pelo Governo.

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De fora destes apoios - outra novidade - ficam os resíduos inertes, os resíduos orgânicos (com excepção dos óleos alimentares usados) e os resíduos que estejam abrangidos por um sistema individual ou por um sistema integrado gerido por uma entidade de gestão de fluxos específicos de resíduos que assente na cobrança de uma taxa do tipo ecovalor.

Também excluídos ficam os resíduos para os quais exista um operador licenciado para a valorização ou eliminação ou um centro de processamento de resíduos que os possa receber na ilha de produção. Todavia, este sistema de apoio abrange o transporte inter-ilhas de “resíduos de Embalagens”, com excepção das fileiras do vidro e da madeira, destinados a unidades de triagem sitas nos Açores, desde que na ilha de produção não exista um sistema de triagem que os possa receber. A portaria de 10 de Agosto vai vigorar apenas durante seis meses porque, segundo Hugo Pacheco, presidente do conselho de administração da ERSARA, «assim é possível responder, num curto espaço de tempo, às variações do mercado, aumentando ou diminuindo esse apoio, conforme a necessidade dos operadores».

nio social tão meritório. Quais os desafios que tem pela frente? Neste momento os grandes desafios nos próximos largos meses radicam nas reformas da Política Comum de Pescas e da Política Agrícola Comum, no âmbito das Comissões em que trabalho, num contexto de grandes dificuldades económico-financeiras da União Europeia que ameaçam o próprio euro e, assim, a integridade da União e a prossecução do projecto europeu. São tempos difíceis em que importa mantermo-nos unidos por um mesmo objectivo: o da recuperação da independência financeira de Portugal no fortaleci-

mento da solidariedade e do progresso europeus. Que temas são focados na newsletter? A Newsletter atribui particular destaque às Comissões das Pescas e da Agricultura e tem também uma extensa secção dedicada às iniciativas de interacção com os cidadãos, nomeadamente a organização de grupos de visitantes e critérios de selecção destes, prémios que a eurodeputada estabeleceu e outro tipo de acções como sejam as que desenvolveu no Ano Europeu do Voluntariado ou a celebração, no Parlamento Europeu, da distinção “Açores, Região Europeia 2010”.


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mOsTrA

Baleação em exposição na Biblioteca pública da Horta g Foi inaugurada ontem, na Sala Polivalente da Biblioteca Pública e Arquivo Regional da Horta, uma exposição sobre baleação, vinda do New Bedford Whaling Museum, nos Estados Unidos da América. O New Bedford Whaling Museum, através das suas colecções e exposições, interpreta a interacção histórica dos homens com as baleias em todo o mundo, bem como a história da Costa Sul de Massachusetts, centro da indústria baleeira do século XIX. A colecção do museu ascende a quase 750 mil objectos. É, por isso, o maior museu da baleação do mundo. Encontram-se expostos no Museu quatro esqueletos de baleia em tamanho natural: um Cachalote, uma Baleia-deBossa, uma Baleia Azul e uma Baleia Franca do Atlântico Norte. Também em exposição encontra-se um modelo, com escala reduzida para metade, do barco baleeiro “Lagoda”, constituindo o maior modelo de navio do mundo. As exposições abordam questões históricas, sociais, técnicas e biológicas relativas às baleias e à baleação. As relações históricas com diversas culturas – a nativo-americana, a portuguesa, a cabo-verdeana, a açoriana, e outras – resultantes das viagens dos baleeiros pelo mundo fora são também exploradas.

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pintura e Cerâmica no Centro de Cultura e exposições da Horta g A partir da próxima sextafeira, dia 2 de Setembro, o Centro de Cultura e Exposições da Horta, nas antigas instalações do Banco de Portugal, recebe uma exposição de Pintura e Cerâmica, da responsabilidade da artista Teresa Cortez. No âmbito desta exposição, está a ser programado um workshop de pintura e cerâmica, que será ministrado nos dias 3 e 4 de

Setembro, entre as 09h30 e as 12h30. As inscrições para este workshop deverão ser efectuadas nos serviços centrais da Hortaludus, até ao dia 31 de Agosto. Esta iniciativa é organizada pela Câmara Municipal da Horta e pela empresa municipal Hortaludus, em parceria com o Museu Jorge Vieira.

roteiro vitorino nemésio na terceira

NeW BedFOrd WhAlING museum O museu americano tem uma ala dedicada à baleação açoriana

g O escritor terceirense Vitorino Nemésio – um dos maiores vultos da literatura açoriana – é desde o início do mês de Agosto a figura central de mais um Roteiro Cultural, editado pela Direcção Regional da Cultura. O “Roteiro Cultural dos Açores: Vitorino Nemésio” inclui uma resenha histórica sobre o escritor e sugere um percurso pelas ruas e edifícios das cidades de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, nomeadamente a casa onde nasceu e os lugares por onde passou. O livro está disponível em inglês e português, e pode ser adquirido nas Bibliotecas Públicas e Arquivos Regionais, Museus, Lojas de Cultura, Livrarias, Postos de Turismo ou através da Direcção Regional da Cultura.

Este é o segundo roteiro do projecto “Roteiros Culturais dos Açores – Personalidades”, que se destina à publicação de roteiros respeitantes a personalidades açorianas que se destacaram na vida cultural. Em Maio passado ano foi editado o “Roteiro Cultural: Antero de Quental”. Neste momento está em fase de preparação o roteiro referente ao faialense Manuel de Arriaga, primeiro presidente eleito da República Portuguesa, cujo centenário da eleição foi comemorado na passada quarta-feira. De acordo com a Direcção Regional da Cultura, o roteiro respeitante a Arriaga será lançado ainda antes de 2011. Estão também a ser preparados roteiros sobre Francisco de Lacerda, Dias de Melo, João Correia Rebelo e Ernesto do Canto, entre outros.

punkada! no angra rock g Os faialenses Punkada! preparam-se para encerrar o Verão em grande, com uma actuação no Angra Rock, na ilha Terceira, no próximo dia 2 de Setembro. Nesta 11.ª edição do festival os faialenses partilham o palco com os GNR, e também com os Bodyrox, Noidz, Caim, Poeta Urbano & Silver Star, Eyes for the Blind, Crossfaith e Nomdella, assim como com os três projectos premiados no concurso Angra Rock 2011. Também na Terceira, os Punkada! vão estar nas Festas de São Carlos, no final de Setembro, e, ainda antes do final da “época”, por assim dizer, esperam poder participar no Festival de Bandas de Metal dos Açores, que decorrerá no Teatro Micaelense, em São Miguel. De acordo com Pedro Correia, baterista da banda, 2011 foi um ano bastante positivo, que permitiu aos Punkada! crescer: “temos aprendido, estamos mais maduros e crescemos como banda”.

PuNKAdA!Fest em 2011 o festival que comemora o aniversário da banda teve ainda mais adesão que em 2010, aquando da sua primeira edição

Quanto ao Punkada!Fest, festival no qual a banda é anfitriã, e que contou este ano com a sua

segunda edição, Pedro conta que o balanço não podia ser melhor, uma vez que em 2011 a participação do

público superou a do ano anterior e excedeu as expectativas. Por isso, a banda espera voltar a reunir

apoios suficientes para que em 2012 o Punkada!Fest possa voltar ao palco, e se torne uma referência do arranque do Verão na ilha do Faial. Com um repertório dominado por Rammstein, onde cabem três originais da banda e alguns temas e Nine Inch Nails, os Punkada! têm noção de que o tipo de música que fazem não se destina a todo o tipo de público, por isso estão satisfeitos com a forma como conseguiram crescer nos Açores. No entanto, Pedro confessa que os sonhos da banda passam por voos mais altos. Tocar fora da Região é algo que ambicionam, e esperam que os próximos anos lhes tragam essa oportunidade. Por agora, vão fazendo o périplo por alguns dos festivais mais sonantes da Região, e divulgando a banda. A aposta mais recente foi a inclusão nas redes sociais, com a criação de uma página no Facebook, na esperança que isso possa também contribuir para que se tornem conhecidos fora de portas. M.p.


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AErOpOrTO dA hOrTA

40 anos depois... ampliação da pista continua uma miragem maria José silva g O Aeroporto da Horta assinalou

AErOpOrTO dA hOrTA Aerogare vista da pista

quarta-feira, dia 24 de Agosto, o seu 40.º aniversário. Localizado na freguesia de Castelo Branco, a infraestrutura aeroportuária do Faial foi inaugurada em 24 de Agosto de 1971 pelo então Presidente da República, Almirante Américo Thomaz. Desde a sua abertura ao tráfego, o aeroporto tem vindo a constituir uma cada vez mais importante infraestrutura de transporte, tendo atingido em 2010 o valor de 190 mil passageiros transitados, conforme nota de imprensa remetida às redacções pela ANA. hIstÓrIA O início oficial das obras, adjudicadas à empresa TECNIL, ocorreu a 1 de Maio de 1968, numa cerimónia simbólica em que o Governador Freitas Pimentel, manobrando uma escavadeira mecânica, efectuou o primeiro movimento de terras. A 1 de Abril de 1971 registou-se a primeira aterragem na pista recémconstituída de 1500 metros do Aeroporto, efectuada por um “Dakota” em missão da Direcção Geral de Aeronáutica Civil. A 27 de Julho, o mais moderno avião da SATA - o “AVRO HS 748” - pousa na pista de Castelo Branco transportando a primeira excursão a viajar por via aérea, constituída por um grupo de turistas luso-americanos oriundos da Califórnia, uma organização da Agência de Viagens “Marcella’s”. Em Setembro de1971 intensificase um período de realização de voos fretados a partir do Aeroporto da Horta pela Agência de Viagens Bensaúde. A 15 de Janeiro de 1972 dá-se o início dos voos regulares da SATA, sendo que nesta altura os números já eram significativos: 578 voos comerciais, 13 193 passageiros, 10 364 quilos de carga diversa e 18 542 quilos de mala aérea. Em 1978 o Aeroporto da Horta passou a ser gerido pela ANAAeroportos e Navegação Aérea, EP, e, a partir de Dezembro de 1998, pela ANA-Aeroportos de Portugal, SA, situação que se mantém até hoje. Desde o início da década de 80 registou-se uma expansão do tráfego, culminando na decisão de iniciar a rota Lisboa – Horta – Lisboa. Assim, a 4 de Julho de 1985 efectua-se o primeiro voo comercial a partir da capital, operado pela TAP Portugal, com recurso a um Boeing 737-200 com capacidade para 118 passageiros, numa primeira fase com escala intermédia em Ponta Delgada, por razões económicas e técnicas da empresa, prevendo-se a

tomada de lugares em São Miguel nas vagas idas da Horta. A 30 de Julho de 1993 aterrou o primeiro voo “charter” da “Air columbus” entre Providence, EUA e a Horta com um “Boeing 757” transportando 198 passageiros. Actualmente as companhias aéreas que operam neste aeroporto fazendo ligações regulares são: a SATA Air Açores, a SATA Internacional e TAP Portugal. O aeroporto da Horta é o mais movimentado do Triângulo do Arquipélago sendo um importante pólo dinamizador da economia de todo o grupo insular, sendo também utilizado para escalas técnicas por pequenas aeronaves que cruzam o Atlântico Norte. No período compreendido entre 24 de Agosto de 1971 a 31 de Julho de 2011, o Aeroporto da Horta registou um total de 128 814 movimentos de aviões (chegadas e partidas), entre os quais 326 foram voos internacionais comerciais. Registou-se igualmente um movimento total de 4 523 633 passageiros, sendo 3 158 877 passageiros inter-ilhas e 1 364 756 passageiros de e para Lisboa. Ao longo das décadas, face à necessidade de crescimento, assim como de algumas preocupações acrescidas com as condições de operacionalidade e segurança dos aviões tornou-se imprescindível renovar e ampliar zonas fundamentais no aeroporto. As primeiras alterações surgem na década de 90, com a ampliação da pista de 1 500 para 1 700 metros, assim como a construção dum novo caminho de circulação, ampliação da plataforma para 4 posições de estacionamento de aeronaves em simultâneo e recarga dos pavimentos. A comemoração do 30º Aniversário do Aeroporto da Horta, em 24 de Agosto de 2001 teve como ponto alto a inauguração oficial da renovada, requalificada e Ampliada Aerogare, cuja área coberta dupli-

cou, equilibrando a capacidade de processamento horário do Lado Ar e do Lado Terra para 260 passageiros. Também foi construído de raiz um Quartel de Socorros, adquiridas novas viaturas especializadas, repavimentada a pista e ampliado o Terminal de Cargas. “A ANA-Aeroportos de Portugal tem vindo investir no reforço da operacionalidade da pista (designadamente em situações de precipitação intensa, através da melhoria da drenagem), aquisição de vários equipamentos relacionados com a segurança, e inclusão do Aeroporto da Horta nos diversos domínios de certificação da Empresa: Gestão da Qualidade, Ambiente, Higiene e Segurança, Responsabilidade Social e Sustentabilidade, Inovação e Desenvolvimento” – sublinha a empresa em comunicado. reIvINdICAções Em altura de aniversário convém recordar as inúmeras reivindicações que têm sido feitas sobretudo em relação à ampliação da Pista do Aeroporto da Horta. A inércia relativamente à ampliação da pista do Aeroporto da Horta levou a CCIH a tomar a iniciativa de apresentar um estudo prévio sobre o projecto, com duas soluções para o aumento da pista. O estudo já foi apresentado ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) e à Associação Nacional de Pilotos. Estávamos em Março de 2009. António Pimentel, responsável pelo estudo, explicou ao TRIBUNA DAS ILHAS as suas conclusões e falou da mais aconselhável, como na altura escreveu a jornalista Marla Pinheiro: “A reorientação da pista, para 08 - 26, permitirá que o aumento se faça inteiramente sobre terreno natural, o que, por si só, oferece mais segurança à obra. Além disso, esta opção permite reduzir significativamente a dimensão do aterro no mar, que passa a necessitar de apenas um milhão e meio de metros

cúbicos de rocha. A esta vantagem acresce o facto da reorientação permitir a completa eliminação das penalizações patentes na Carta de Obstáculos, que deixam assim de constar, nos AIPs (publicação de informação aeronáutica) como obstáculos nas áreas de aproximação e descolagem das aeronaves. Com reorientação da pista, será também possível instalar o equipamento de ILS em terra. Esta reorientação implicaria, para além da óbvia necessidade de expropriação de terrenos (também necessário na primeira solução) a necessidade também de expropriar algumas habitações. Apesar disso, os custos desta opção seriam bem menores que os custos da primeira solução, em muito agravados pelas dimensões do aterro e pelas dificuldades de instalação do ILS.” Durante o período de campanha eleitoral para as legislativas 2011 muitas vozes vieram a terreiro expressar-se sobre a ampliação da Pista do Aeroporto. Lídia Bulcão, actual deputada na Assembleia da República pelo PSD Açores, classificou a situação do Aeroporto da Horta “muito pior” do que há seis anos atrás, e justificou esta afirmação dizendo que “em 2005 havia um compromisso por parte do Governo Regional de que, caso a privatização da ANA não avançasse, o Executivo se responsabilizaria pela ampliação da pista. Chegaram a existir, inclusivamente, verbas destinadas a esse fim no QREN. Neste momento não existe nada e assiste-se a um “jogo do empurra” entre Governo Regional e ANA.” Para a social-democrata, a “gestão dos aeroportos açorianos devia passar para a Região, acompanhada pelo respectivo pacote financeiro. Estamos em crer que seria uma forma de simplificar e acelerar todos os processos pendentes”, disse então. O PS Açores defendeu contudo

que a ampliação da Pista do Aeroporto passasse a fazer parte do caderno de encargos da privatização da ANA. Ricardo Rodrigues, também deputado na República, esteve no Faial onde explicou que “o PS defende que o processo deve integrar todos os aeroportos, incluindo os açorianos. Para Ricardo Rodrigues, há investimentos que precisam de ser feitos nos Aeroportos da Região, com destaque para a ampliação da pista do Aeroporto da Horta, e essa responsabilidade caberá sempre à ANA, da parte de quem há “um compromisso antigo” em relação à obra tão ansiada para o aeroporto faialense: “no PS, queremos que esses investimentos fiquem incluídos no caderno de encargos da privatização”, refere Rodrigues, lembrando que, se os aeroportos passarem para a tutela da Região, custarão aos açorianos “10 milhões de euros anuais”, acrescidos dos custos inerentes aos investimentos em falta, como a obra de ampliação da pista. José Decq Mota, comunista, também em período de campanha eleitoral manifestou-se contra a privatização da ANA. Além disso, reiterou o carácter “urgente” da necessidade de ampliação da pista, há muito reivindicada pelos faialenses. Sobre esta questão, o então candidato apontou o dedo aos responsáveis políticos da Região, dizendo que estes tentaram criar a ilusão de que a execução da obra teria de estar de algum modo associada à privatização da ANA. Também em reunião de Conselho de Ilha, já em 2011, este assunto esteve em cima da mesa como uma das “obras estruturantes para o Faial que não estão em vias de ser concretizadas” a sugerir ao Governo Regional aquando a preparação da proposta de Plano e Orçamento da Região para 2012. A 4 de Julho de 2011, por ocasião da passagem dos 178 anos da cidade da Horta, João Castro, presidente da Câmara Municipal deixou do recado ao Governo Regional: “a gestão da notoriedade do Faial reforça a necessidade de ver ampliada a Pista do Aeroporto da Horta”. Datada de 15 de Fevereiro de 2011, é uma petição on line relativa a esta temática. Tendo como primeiro signatário Gerson Silva, a petição refere que “temos de comprimento de cerca de 1.700metros o que obriga os Airbus da TAP e da SATA a terem que sofrer posteriormente penalizações técnicas e de alguns Pilotos sentirem algum "medo" por aterrar cá na Horta, pondo assim a vida de muitos passageiros em risco, enquanto que o comprimento em média recomendado para um Airbus A320 ronda os 2000metros,


OpiniãO

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Jorge Costa Pereira

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. Acaba de ser publicado o Decreto Regulamentar Regional nº18/2011/A, de 10 de Agosto, através do qual o Governo Regional concretiza a integração do Conservatório Regional da Horta na Escola Básica Integrada da Horta. Porque se toma esta decisão? Porque, no dizer do Governo, "com esta agregação prossegue-se o fim de promover uma crescente e eficaz articulação entre níveis e graus de educação e ensino como motor da qualidade educativa que se pretende alcançar." E faz-se agora esta integração porque, "para além das melhorias de natureza pedagógica almejadas, é garantida a rentabilização e a racionalização dos recursos humanos disponíveis." Sobre os fundamentos que na óptica do Governo justificam esta integração e que acabo de reproduzir na essência, direi que eles se agrupam fundamentalmente em dois: "razões pedagógicas" (que são sempre as mesmas, que servem para tudo e que são tão elásticas e abrangentes que justificam tanto o correcto como o inaceitável! - e, por isso, nem sequer as discutirei) e "razões economicistas" (que têm a ver com a necessidade de rentabilizar e racionalizar os recursos existentes e estou em crer que foi esta a verda-

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Mais uma excepção nos açores: o caso do Conservatório regional da Horta deira e fundamental razão que motivou esta medida de integrar já o Conservatório da Horta na EBI da Horta!).

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O problema é que com este Governo Regional até nisto há sempre dois pesos e duas medidas. No mesmo dia em que decidiu integrar o Conservatório Regional da Horta na EBI da Horta, o mesmo Governo decidiu adiar a integração do Conservatório Regional de Ponta Delgada "que só terá lugar quando for construída a Escola Básica Integrada Natália Correia, o que não acontecerá na presente legislatura".

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Com efeito, no processo de integração dos Conservatórios dos Açores resulta clara a sua ligação à construção de novas instalações para os mesmos. Veja-se o que aconteceu com a integração do Conservatório Regional de Angra do Heroísmo, que só se concretizou quando abriu a nova escola Tomás de Borba. Veja-se inclusive o adiamento da integração do Conservatório Regional de Ponta Delgada, que só se concretizará quando a nova escola Natália Correia estiver construída. Só no Faial se faz a integração do Conservatório Regional da Horta,

desligando-a das obras de remodelação e ampliação da EBI da Horta que, apesar de há muito prometidas (e de inclusivamente terem servido desde há quase três anos para cancelar investimentos no Faial) ainda nem foram postas a concurso!

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Por outro lado, o Governo Regional insiste na decisão de integrar conservatórios sem primeiro avaliar os efeitos e os resultados daquilo que está em curso por comparação com o modelo anterior, como é, por exemplo, o caso da escola Tomás de Borba na Terceira. Para além de ser uma opção pouco prudente, é sobretudo bem reveladora do dogmatismo que impera na política educativa açoriana.

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É bem perceptível que com este X Governo Regional a Educação nos Açores entrou numa absoluta deriva e no improviso constante. E esta questão da integração do Conservatório da Horta é disso mais um cabal exemplo. Não seria no mínimo exigível que estas decisões tivessem sido tomadas em diálogo prévio com os órgãos e os funcionários das instituições visadas? Não seria no mínimo expectável que este processo de integração tivesse sido preparado com antecedência?

Então como se compreende que em Junho passado tenha havido eleições para os órgãos de gestão do Conservatório da Horta? É em menos de dois meses que se tomam decisões desta índole e com estas consequências, sem se falar com os órgãos de gestão das instituições, sem envolvê-los nas decisões, deixando desenvolver-se um processo eleitoral e elegerem-se novos órgãos de gestão para afinal tudo ser anulado? A arrogância é tanta que a Secretaria Regional até hoje nem resposta deu ao ofício que comunicava o resultado das eleições para os órgãos de gestão do Conservatório da Horta para efeitos de homologação! E é eticamente correcto que titulares de órgãos de uma instituição saibam à última hora por terceiros que a mesma vai ser integrada noutra? Isto só prova o improviso e a falta de concertação e diálogo com que tudo agora é feito na Secretaria da Educação. E como não se consegue impor a autoridade suportandoa na racionalidade dos argumentos e na razoabilidade das decisões, faz-se o que já foi visto no encerramento da escola do Salão: usa-se a prepotência e decide-se tudo nas costas das pessoas, recorrendo-se à política do facto consumado!

economia paralela E

Paulo Oliveira

sta semana foi divulgado que, na Região Autónoma dos Açores, a economia paralela representa actualmente cerca de 25 a 27% da nossa produção. Este é um flagelo que atinge não só Portugal, mas, e em especial, todos os países europeus mediterrânicos, em ritmo crescente de Portugal para Espanha, e da Itália para a Grécia. Claro que, pelo mundo fora, existem situações ainda bem piores, da Ásia à América do Sul, não esquecendo o continente africano, onde a corrupção é o “pão nosso de cada dia”... Em Portugal, e nos Açores, se houvesse mais cidadania e mais civismo por parte daqueles que fogem às contabilidades organizadas e aos impostos, todos nós, os legais, pagaríamos menos 30% de impostos. Dói pagar mais, para compensar aqueles que nada pagam, que nada declaram. E, com a crise, dói ainda mais pagar mais, vendo a margem de lucro desaparecer, para que alguns metam tudo ao bolso, sem facturas, sem declarações, sem garantias, sem responsabilidade pelos serviços prestados e/ou produtos vendidos. CONstruçãO CIvIl Os biscateiros continuam a desenrascar as fugas e entupimentos domésticos, e, de canil em retrete, de garagem em marquise, vão construindo um “mundo novo” que descarac-

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teriza a arquitectura açoreana, mas que contribuem para a felicidade daqueles que privilegiam os novos “cómodos”, à medida que as famílias vão crescendo... Aos legais, exigem-se mil e um projectos, alvarás, seguros, higiene e segurança, responsabilidades, cauções e garantias... rAmO AutOmÓvel Todos nós conhecemos alguém que vende uns carros em segunda mão que vêm não se sabe muito bem de onde, quer nacionais, quer internacionais, mais conhecidos pelo lixo europeu... poluente e em fim de vida, e que agora já não se conseguem identificar pelas matrículas K... Também, quando avariam ou se acidentam, o que não falta são barracões e telheiros onde se dão uns toques, se mudam uns óleos e se metem a martelo umas peças da candonga, a troco de umas notas que se metem no bolso, recebendo como agradecimento umas palmadinhas nas costas, com um: “até à próxima...” Os legais vêm-se a braços com inspecções e fiscalizações, que tudo exigem, em claro cumprimento das boas e nobres normas europeias. turIsmO Não há gato sapato que não se orgulhe de ter um “comodozinho”, no sotão, na cave ou no quintal, onde cabe sempre mais um, seja turista, professor ou engenheiro... Com ou sem janela, com ou sem vista, com ou sem serventia de cozinha, mas sem-

pre incluindo água quente com esquentador e bilha de gás dentro de casa..., o que não faltam são centenas de camas que se vendem, alugam ou simplesmente se “dão”, a troco de pagamentos por baixo da mesa... Esta é alguma da imagem que uma grande parte dos turistas leva..., até porque esses buracos são indicados e recomendados por quem recebe em troca umas gratificaçõezitas, desde umas garrafas pelo Natal, até umas jantaradas, como franco e sincero sinal de agradecimento e amizade... mútua. Os licenciamentos oscilam entre o Turismo e a Câmara, ou quando não existem, tirando partido do vazio entre as duas entidades..., acabando todos na internet, onde tudo se vende num mundo global “offshore” bem cá dentro de portas... Claro que as unidades hoteleiras no Verão não sentem a falta, mas no Inverno vêem as poucas moscas que arribam à ilha voarem para a “garagem da vizinha”, jeitosa e formosinha!... dIversOs As vendas por correspondência, as amigáveis reuniões das senhoras das caixas plásticas e dos cosméticos, das bugigangas ao ouro, dos biquínis brasileiros aos soutiens chineses, tudo se vende à esquina, no trabalho, dentro do carro, ou ao domicílio... Trocas, não há, garantias muito menos, e para oferta... embrulham-se nos sacos ou papéis do comércio tradicional, onde depois vão os aniversariantes trocar... passando por aquela vergonha embaraçosa de constatarem

que afinal não foram comprados na loja que os seus “amigos” haviam dito!?!?!? Triste mundo cão, este! FIsCAlIzAçãO Numa ilha com 15 mil habitantes, onde a volta à ilha são 54 quilómetros, e onde toda a gente se conhece, não seria difícil detectar estes marginais que se governam à grande e à francesa, já que tudo o que recebem é... Lucro fácil! Sim, porque aos legais, são retirados os impostos que, só em IVA, IRS e Segurança Social facilmente ultrapassam os 50%.... Sim, porque para quem trabalha legal, o Estado leva, retira ou subtrai (como preferirem...) mais de metade das receitas, só em impostos directos e obrigatórios. A fiscalização, de um modo geral, entretém-se a fiscalizar os amigos, conhecidos, os legais e/ou os que estão mais à mão, e que dão menos trabalho... Não vemos fiscalização de horários de estabelecimentos, que continuam a trabalhar pela noite dentro, domingos e feriados..., sem pagarem as respectivas taxas; Não vemos fiscalização da lei laboral, contratos e horários de trabalho, descontos para a segurança social, seguros de acidentes de trabalho, etc.; Não vemos fiscalização da mercadoria que viaja sem documentos / facturas, e que é comprada e transaccionada à vista (malas de dinheiro...); Não vemos fiscalização em profissões que indicam como valor tributável apenas e só

É neste autoritarismo serôdio que se transformou a política educativa nos Açores! Até que os Faialenses e os Açorianos queiram!

Porque se toma esta decisão? Porque, no dizer do Governo, "com esta agregação prossegue-se o fim de promover uma crescente e eficaz articulação entre níveis e graus de educação e ensino como motor da qualidade educativa que se pretende alcançar." e faz-se agora esta integração porque, "para além das melhorias de natureza pedagógica almejadas, é garantida a rentabilização e a racionalização dos recursos humanos disponíveis."

uma miséria, se comparada com o volume real de facturação dessas actividades “flutuantes”; Não vemos nenhum empenho em combater o crime, organizado ou não, que prolifera aos olhos de todos... Vemos, isso sim, aplicarem pequenas multas a micro infracções daqueles que estão legais, ou por faltar um papel, ou por terem fugido um minuto ou um centímetro, caem nas malhas dos agentes / inspectores... Sim, porque é mais fácil apanhar o legal, do que correr atrás do ladrão... Chega-se ao cúmulo de serem precisas brigadas exteriores para virem fazer cumprir a lei... porque cá, há sempre um agente que é primo, amigo ou conhecido do infractor... o que é constrangedor, e acaba sempre por criar mau ambiente... no grupo! A crise aí está, e continuará a agravar-se nos próximos tempos. Se a fiscalização continuar a apertar os legais, que dão trabalho / emprego e pagam os impostos, qualquer dia... passamos todos para a clandestinidade. Haja moral e respeito, para que possamos respeitar o Estado / Região de direito em que vivemos, para que a concorrência seja leal e saudável. O Estado e a Região são duplamente roubados, por aqueles que não legalizam e não pagam os seus impostos e obrigações, e por aqueles que recebem um vencimento com subsídio de risco (?) para fazer cumprir a lei...e simplesmente, assobiam par ao lado! Oxalá a troika também sirva para limpar a sociedade destes... pesos mortos!... Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt


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NOtÍCIAs

Bandeira azul Cláudia Garcia g A Bandeira Azul é um certificado de qualidade ambiental que tem como objectivo aumentar o grau de consciencialização dos cidadãos quanto aos problemas do litoral e para a necessidade de se proteger o ambiente marinho e costeiro, incentivando-se a realização de acções com vista à resolução dos problemas aí existentes. A qualidade ambiental das praias tem vindo a adquirir uma importância crescente entre os critérios de escolha de destino turístico. Apesar de nos últimos anos a legislação ter evoluído no sentido do ordenamento da zona costeira e do tratamento de águas residuais, o único indicador da qualidade relacionado com a saúde pública que pode permitir aos utentes uma escolha orientada é a qualidade da água balnear. A Bandeira Azul é atribuída às praias e portos de recreio que cumpram um conjunto de critérios que envolvem a educação ambiental, a qualidade da água balnear, a gestão da zona balnear, serviços e segurança. Este galardão é válido somente durante uma época balnear e é voluntário, ou seja, cabe às entidades locais apresentarem ou não a sua candidatura. O Programa Bandeira Azul, anteriormente designado de Campanha Bandeira Azul, teve início em França, em 1985. Mais tarde, em 1987, integrado no programa do Ano Europeu do Ambiente, foi alargado à Europa e é desenvolvido pela Fundação para a Educação Ambiental (FEE), uma organização não governamental e sem fins lucrativos. Em Portugal, o Operador Nacional é a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) – secção portuguesa da FEE. A par-

tir de 2001 o Programa foi alargado a outros continentes. Este galardão internacional (ecolabel) exige um padrão mínimo de qualidade de água. As análises devem ser realizadas com um intervalo máximo de 28 dias, durante a época balnear. O Programa Bandeira Azul obriga a que sejam efectuadas no mínimo cinco amostragens e as correspondentes análises, realizadas uniformemente durante a época balnear. A primeira análise deverá ser efectuada no período imediatamente anterior ao início oficial da época balnear ou da data de hasteamento da Bandeira Azul. Actualmente a qualidade das areias da praia é um critério que não é contemplado para a atribuição da Bandeira Azul. As areias podem constituir um reservatório de agentes de infecção, sobretudo em zonas balneares onde a utilização da areia apresenta maior relevância. Para que seja possível reduzir a contaminação a que a areia está sujeita e o consequente efeito na saúde humana, é necessária uma monitorização planeada e orientada no sentido de garantir informação fiável ao utente, permitiu-lhe proceder a uma escolha consciente. Seria importante a introdução da monitorização da qualidade das areias, à semelhança da qualidade da água, como critério na atribuição do galardão Bandeira Azul. Para assegurar o cumprimento dos requisitos que estiveram na base da atribuição do galardão Bandeira Azul, a ABAE desenvolve o Programa Nacional de Vigilância da Bandeira Azul (PNVBA). Este projecto consiste na verificação de um determinado grupo de aspectos (Envolvente, Apoios de

Praia/Equipamentos, Areal e Inforrmação/Educação Ambiental). Deste programa de vigilância obtém-se informação com prontidão que, no caso de ocorrências anómalas, permite um rápido solucionamento dos problemas detectados. Na eventualidade de uma zona balnear ter sido galardoada com a Bandeira Azul e apresentar incumprimento dos critérios, a Bandeira poderá ser arriada temporariamente ou definitivamente de acordo com o grau de incumprimento. A informação sobre as causas do não cumprimento e arreamento da Bandeira deve estar afixada na praia. Tem-se verificado uma evolução positiva na qualidade das praias, o que se traduz fundamentalmente em investimentos direcionados para a resolução das causas da poluição das águas balneares, numa maior rede de vigilância da qualidade das águas de banho, numa melhoria dos acessos e infraestruturas, na segurança e limpeza das praias e na informação e sensibilização dos utentes. Apesar das questões relativas à informação e educação ambiental terem estado sempre presentes no Programa Bandeira Azul, só a partir de 1990 se tornou obrigatória a realização de pelo menos cinco actividades distintas de educação ambiental, implementadas pelo município ou pela comunidade local. A educação ambiental revelase indispensável para que sejam alcançados os objectivos de consciencialização e melhoria da qualidade do ambiente. Esta tem vindo a assumir um peso crescente neste projecto, constituindo presentemente um dos seus principais pilares.

Tribuna das Ilhas

governo resolve últimos casos de pré-fabricados no Faial

g O Governo dos Açores garante que vai resolver, ainda este ano, 10 casos de pré-fabricados, no âmbito do processo de reconstrução do sismo de 1998, no Faial, estando ainda a ultimar o processo relativo às permutas 60 habitações, cujas famílias já têm, no entanto, o seu problema habitacional resolvido. Destes 60 casos, 30 dizem respeito a processos mais morosos, necessitando ainda de alvará de loteamento. O anúncio foi feito na passada semana pela secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Paula Marques, após uma reunião com a presidente do Conselho de Administração da SPRHI, SA para uma avaliação dos últimos casos de reconstrução dos sismo de 1998. Para Ana Paula Marques, a actual situação do processo de reconstrução “é um problema diminuto” face ao da reconstrução do sismo de 80 que assolou a ilha Terceira, onde ainda existem mais de duas centenas de famílias alojadas em situa-

ções precárias, criadas pelos governos do PSD/Açores, e que agora estão a ser resolvidas, referindo-se concretamente ao Bairro da TerraChã e ao Bairro Joaquim Alves. O PSD/Açores, que já tinha denunciado a problemática dos préfabricados, congratulou-se com as declarações da secretária regional. Jorge Costa Pereira, deputado com assento parlamentar, frisou que “face às palavras da senhora secretária, temos de manifestar o nosso regozijo, pois não fossem as denúncias que os deputados do PSD do Faial fizeram, estariam por resolver os casos dos sinistrados que ainda vivem em pré-fabricados e dos proprietários que não têm ainda os terrenos registados em seu nome”, avançou o parlamentar, lembrando que Ana Paula Marques “veio assim negar as declarações de um director regional que, como à altura alertámos, não estava inteirado do problema e muito menos da solução”, afirmou. MJS

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dEspOrTO

Tribuna das Ilhas

bOTEs bALEEirOs

ClAssIFICAçãO FINAl: velA 1.º - Senhora da Guia - Feteira 2.º - Senhora do Socorro - Salão

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TOrnEiO dOs iLhéus

regata de homenagem a nossa Senhora de lurdes g Realizou-se no passado fimde-semana mais uma regata de botes baleeiros, desta feita alusiva a Nossa Senhora de Lurdes, padroeira da freguesia da Feteira. Na competição à vela a supremacia pertenceu aos homens da casa, sendo que o bote Senhora da Guia, ficou em primeiro lugar. Em segundo classificou-se o Senhora do Socorro, da freguesia do Salão. Na terceira posição ficou o Senhora das Angústias. No remo só participaram dois botes. A vitória foi para o bote Capelinhos, da freguesia do Capelo e em segundo ficou o São José, também do Capelo.

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3.º - Senhora das Angústias Angústias 4.º - Capelinhos - Capelo 5.º - Castelo Branco - Castelo Branco 6.º - Maria da Conceição - Clube

Fayal em último g Com o jogo da primeira eliminatória da Taça de Portugal à porta, o Fayal Sport continua a preparação para a próxima época desportiva. No passado fim-de-semana, os Verdes disputaram na Madalena a sétima edição do Torneio dos Ilhéus, onde se classificaram em último lugar. No primeiro jogo, o Madalena levou a melhor sobre o Boavista de São Mateus, vencendo por 1-0. Depois, os anfitriões do torneio defrontaram o Fayal. A igualdade sem golos perdurou no marcador até ao final da partida. Nas grandes penalidades os Verdes levaram a melhor (4-5). No entanto, frente ao

Naval da Horta 7.º - São José - Capelo

esPAçO de PrOXImIdAde

remO 1.º - Capelinhos 2.º - São José P P O O

notário liC. Maria do Céu prieto da roCHa peixoto deCQ Mota CartÓrio rua da Conceição, n.º8 r/C – 9900-080 Horta

CertidÃo narrativa Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada aos vinte e quatro de Agosto de dois mil e onze, de folhas setenta e sete a setenta e oito verso, do Livro de Notas para escrituras Diversas número Noventa e Seis- E, do Cartório Notarial, da Licenciada Maria do Céu Prieto da Rocha Peixoto Decq Mota, Notária, sito na Rua da Conceição n.º 8 r/c, na Horta, se encontra exarada uma escritura de JuStiFiCaçÃo notarial na qual Manuel Humberto rosa, NIF 183581474 e mulher otilia idalina de Sousa pereira da rosa, NIF 21582390, casados na comunhão geral, ambos naturais da freguesia do Capelo, Concelho da Horta, residentes na Rua da Igreja, declaram: Que são actualmente e com exclusão de outrém, donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, situado na referida freguesia do Capelo: primeiro: - Rústico, no lugar de Vale da Areia – Abaixo do Caminho, de terra lavradia e vinha com uma casa de recolha, com a área de dezasseis ares e noventa e quatro centiares, a confinar a norte com proprietário, sul barrocas do mar, leste Manuel Silveira Moitoso e outros e oeste José Silveira do Souto e outros, inscrito na matriz no artigo 589, com o valor patrimonial tributário de 19,99€; Segundo – Rústico, no lugar de Vale de Areia – Abaixo do Caminho, de terra lavradia, com a área de dezasseis ares e noventa e quatro centiares, a confinar a norte e oeste com Tomás Maria da Silveira, sul proprietário e leste João Dutra de Morais, inscrito na matriz no artigo 590, com o valor patrimonial tributário de 26,27€.

l l Í Í C C I I A A d d e e

Nenhum dos prédios se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial. Que adquiriram este prédio por partilha da herança de Manuel Silveira da Rosa e cônjuge Teresa de Jesus Pereira, por volta de mil novecentos e noventa, tendo feito a partilha verbalmente com os restantes herdeiros sem terem outorgado a respectiva escritura de partilha. Que desde essa altura até hoje estão na posse destes prédios, sem a menor oposição de ninguém; posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário, tendo ocupado o prédio, feito sementeiras, tendo retirando sempre dele todas as utilidades normais, com ânimo de quem exercita direito próprio sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública. Adquiriram assim os prédios por usucapião e, dado o modo de aquisição, não possuem título, estando impossibilitado de comprovar esta aquisição pelos meios normais. É certidão-narrativa que fiz extrair e vai conforme o original. Cartório Notarial, vinte e quatro de Agosto de dois mil e onze. notária, Maria do Céu prieto da rocha peixoto decq Mota

Boavista, os faialenses sofreram uma derrota por 3-0. Neste cenário, valeu ao Madalena o resultado em grandes penalidades frente ao Boavista (5-4). Contas feitas, o anfitrião do torneio classificou-se em primeiro lugar, com 5 pontos. Seguiu-se-lhe o Boavista, com 3, e o Fayal, com 2. Este domingo os Verdes enfrentam a sua primeira prova de fogo, em São Miguel, frente ao Sporting Ideal, jogo da primeira eliminatória da Taça de Portugal. A partida joga-se no Municipal da Ribeira Grande a partir das 15h00.

s s e e G G u u r r A A N N ç ç A A P P Ú Ú B B l l I I C C A A

A POlÍCIA AO servIçO dOs CIdAdãOs

A Policia de Segurança Pública e a Protecção do Ambiente – Parte I A defesa do ambiente tem sido uma das maiores preocupações dos Estados nos últimos anos. Neste âmbito, também Portugal, e essencialmente desde 1976 – anos da qual data e actual constituição da República Portuguesa (cRP), se têm desenvolvido esforços com o intuito de, por um lado, se proteger o ambiente de actividades, acções ou omissões que lhe sejam prejudiciais e, por outro, se promover a sua qualidade e, como consequência, promover-se também a qualidade de vida dos cidadãos. No entanto, a defesa do ambiente não é unicamente responsabilidade do Estado e dos órgãos que o compõem, pois se, como é referido no nº 1 do artigo 66º - Ambiente e qualidade de vida – da cRP, “todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado” não é menos verdade que, como se lê no final da mesma disposição, todos têm também “o dever de o defender” incumbindo-se portanto todo e qualquer cidadão da prossecução deste desígnio constitucional. Por tais factos, cabe também à Policia de Segurança Pública (PSP), em geral e às Brigadas de Protecção Ambiental (BriPA), em particular (sempre em cooperação com as demais entidades públicas e privadas e em colaboração com os cidadãos), um papel importante nesta matéria, até porque, pela alínea n) do nº 2 do Artigo 3º da Lei Orgânica da P.S.P. – Lei 53/2007, de 30 de Agosto – lhe compete “assegurar o cumprimento das disposições legais e regulares à protecção do ambiente, bem como prevenir e investigar os respectivos ilícitos”. Neste sentido, e também em conformidade com uma Polícia que se quer moderna e adaptada à realidade social dos nossos dias, privilegiaremos, primeiramente, uma actuação pedagógica e só posteriormente, actuaremos em âmbito inspectivo/repressivo.

A Policia de segurança Pública ao serviço dos Cidadãos e na defesa e Promoção do Ambiente PrOGrAmA INteGrAdO de POlICIAmeNtO de PrOXImIdAde


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OpiniãO

Tribuna das Ilhas

rETALhOs dA nOssA hisTóriA

no Centenário da república portuguesa (36) 44.

governador antÓnio SanCHeS da Silva

Fernando Faria

E

m 25 de Maio de 1973 o ministro do Interior, Dr. Gonçalves Rapazote, conferiu posse nas elevadas funções de governador do distrito autónomo da Horta ao Dr. António Sanches da Silva Branco, subdirector do Gabinete de Estudos da Direcção Geral das Alfândegas.

Chegou ao Faial no dia 6 de Junho e, como era habitual, teve uma protocolar e bem preparada recepção no aeroporto, onde se encontrava – assim o noticiam os jornais locais – “uma enorme multidão” que lhe dispensou uma “prolongada e quente ovação”. Depois de receber os cumprimentos do governador cessante Dr. António Freitas Pimentel e de outras autoridades distritais e locais, ele e a esposa, Maria Rafaela Pacheco Vieira Branco, foram obsequiados com “numerosos ramos de flores” entregues pelas crianças das escolas e da Casa do Gaiato, e cumprimentados e pelas filarmónicas Euterpe de Castelo Branco e Recreio Ribeirinhense que executaram os seus hinos sociais. De seguida, organizou-se um “longo cortejo automóvel, rumo à cidade, sendo o senhor governador muito aplaudido durante o trajecto”. Outra “multidão entusiástica” aguardava, nos Paços do Concelho, o novo chefe do distrito que presidiu a uma sessão solene, “tendo a ladeá-lo os senhores governador aposentado, governador substituto, presidente da Junta Geral e presidente da Câmara”. Em breves e encomiásticos discursos, estes dois políticos saudaram o governador Sanches Branco, cujas qualidades exalta-

ram e a quem prometeram leal colaboração no difícil exercício do cargo que vinha exercer, até porque lhe competia substituir “um homem a quem o distrito muito quer e a quem o distrito muito ficou a dever”. Obviamente referiam-se ao Dr. Freitas Pimentel, também distinguido pelo novo governador que lhe “prestou franca homenagem, enaltecendo a obra por ele realizada em 20 nos na chefia do Distrito”. Sentindo-se “deveras emocionado” pela recepção, confessou que “hesitara bastante, antes de aceitar o cargo que vinha desempenhar, porquanto ele obrigava-o a pôr de parte problemas familiares e, mesmo, materiais”.Todavia, “tantas foram as provas de amizade e consideração que haviam partido desta ilha, que chegara à conclusão de que não devia recusar”. Esperava “poder saldar essa dívida com amizade e dedicação para com a população do distrito”, apelando “para que todos colaborassem a bem do progresso das quatro ilhas” e ainda – o que revelava uma visão esclarecida, aliás em consonância com as Comissões de Desenvolvimento Regional – “para uma unidade açoriana, que conviria cimentar de forma a caminhar-se para um desenvolvimento global do arquipélago” . (sublinhado meu) Bem acolhido pelas forças vivas locais – com destaque para as gentilezas que lhe prodigalizou o seu antecessor Freitas Pimentel o governador Sanches Branco, conhecia bem as aspirações e carências do povo das quatro ilhas, e era bastante conhecido pela comunidade distrital que, em boa parte, cativara quando, de 19.8.1968 até 12.12.1969, exercera o cargo de director da Alfândega da Horta. Foi, como se sabe, o último governador civil do distrito da Horta do Estado Novo, exonerado pelo decreto-lei 170/74, de 25 de Abril. Por uma estranha ironia do destino, o Dr. Sanches Branco também havia sido o último director da Alfândega da Horta, extin-

ta em fins de 1969. Apesar de breve, o seu mandato ficou marcado por várias iniciativas e ocorrências, sendo a crise sísmica do Outono de 1973 a mais significativa, a qual culminaria no dia 23 de Novembro com um abalo de terra de extraordinária violência que provocou elevados prejuízos nas ilhas do Pico e do Faial. Nesta, os maiores estragos ocorreram nas freguesias da Conceição e Flamengos, ao passo que no Pico as zonas mais atingidas foram São Mateus, Bandeiras, Santa Luzia, Santo António, São Roque e São Miguel Arcanjo. O número de casas destruídas ou bastante danificadas foi deveras impressionante e várias centenas de pessoas ficaram desalojadas, sendo várias as que se viram forçadas a abandonar as suas localidades. A acção do governador Sanches Branco revelou-se notável e incansável, tomando e coordenando as medidas de emergência e providenciando pela subsistência e realojamento dos sinistrados. Quem viveu esses dramáticos tempos e sofreu as suas consequências, não esquece a filantropia, o empenho e o dinamismo do chefe do distrito. Revelou também estes atributos na persistência demonstrada em diversas áreas, como sejam a defesa das ligações aéreas Faial/Flores, a construção do Hospital da Horta, da Cadeia e do Palácio de Justiça, a instalação de postos de Telescola, os apoios aos externatos do Pico e Flores ou a constituição da União das Cooperativas de Lacticínios da ilha das Flores. O movimento revolucionário de 25 de Abril de 1974, ao pôr termo ao regime ditatorial do Estado Novo, implicou a demissão de todos os altos dirigentes que estavam ao seu serviço, a começar pelos que desempenhavam funções políticas. É, portanto, neste quadro que se verifica a exoneração do governador Sanches Branco. Apesar do período agitado então vivido – que permitiu

o livre exercício da liberdade mas que também trouxe à luz do dia muitos oportunismos e não poucas cobardias – o demitido chefe do distrito mostrou, ao regressar a Lisboa, dignidade e reconhecimento, fazendo inserir nos jornais locais esta despedida: “ANTÓNIO SANCHES DA SILVA BRANCO: No momento da sua partida manifesta a toda a população amiga das ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo o seu profundo agradecimento pelas inúmeras atenções que tiveram a gentileza de lhe dispensar, bem como a sua mulher, formulando a todos votos sinceros de felicidades pessoais, e expressando, ao mesmo tempo, o seu melhor desejo de engrandecimento para o distrito da Horta” . A chegada apoteótica e triunfal do governador Sanches Branco em 6 de Junho de 1973 – que atrás se resumiu – não teve igual correspondência com a despedida que os seus verdadeiros amigos lhe tributaram no dia 1 de Maio de 1974. E para que a história o registasse, tanto Rogério Gonçalves nas suas “Maneiras de Ver”, como Armando Amaral em “Veio para servir”, assinalaram, com coragem e elevação, a partida do exgovernador civil nos diários faialenses O Telégrafo e Correio da Horta, de 28 e 29 de Abril de 1974, respectivamente, realçando a sua incansável actuação à frente dos destinos do distrito da Horta. O Dr. Sanches Branco nasceu em Alcobaça a 10 de Agosto de 1918 e lá faleceu, com a provecta idade de 88 anos incompletos, em 12 de Julho de 2006. Licenciado em Ciências EconómicoFinanceiras no ano de 1947, cumpriu o serviço militar entre Agosto de 1939 e Março de 1946, tendo passado à disponibilidade como tenente miliciano. Seguiu carreira na Direcção Geral das Alfândegas, sendo colocado na Alfândega de Ponta Delgada em 1948 e onde se manteve até 1953. Promovido a Verificador do

Quadro Técnico das Alfândegas em 1968, foi nomeado director da Alfândega do Distrito da Horta até 12 de Dezembro de 1969, altura em que foi extinta. Atingiu a categoria de assessor na Direcção Geral das Alfândegas, passando à situação de aposentado em 1988. Além de competente profissional, desenvolveu notável actividade em colectividades socioculturais da sua terra natal, revelando-se um verdadeiro filantropo, ligado a causas como a Santa Casa da Misericórdia, o Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça (CEERIA) à Banda de Alcobaça, ao Ginásio Clube, aos Bombeiros Voluntários e integrando ainda os quadros sociais de outras colectividades. Em 2004 os seus concidadãos promoveram-lhe um almoço de homenagem, contando-se entre as centenas de pessoas presentes, o presidente da Câmara, Gonçalves Sapinho, vereadores, membros da Junta de Freguesia, o historiador Joaquim Veríssimo Serrão, a intérprete da canção Alcobaça Maria de Lurdes Resende, tendo actuado a Banda de Alcobaça dirigida pelo maestro Rui Carreira – instituição da qual o homenageado era presidente da Assembleia Geral – e o coro da paróquia de Alcobaça regido pela Prof. Maria do Céu Baptista. O Dr. Sanches Branco, que “arrastado pelo coração” voltou ao Faial e ao Pico em Agosto de 1998 visitando as zonas sinistradas pelo sismo de 9 de Julho desse ano, faleceu a 12 de Julho de 2006 e na tarde do dia seguinte, “antes da urna descer à terra, João Raposo de Magalhães considerou-o “a maior figura do século XX em Alcobaça”, porque “sem se encontrar ligado a interesses políticos ou económicos, exerceu uma enorme influência no progresso da comunidade e na vida de muitos conterrâneos” .

mover a excelência em matéria de turismo. Recentemente, mais precisamente em Setembro de 2010, o Centro de Interpretação foi seleccionado como um dos 150 melhores projectos que ilustram o sucesso da aplicação dos co-financiamentos do Fundo para o Desenvolvimento Regional Europeu e dos Fundos de Coesão. Esta nomeação foi apresentada na publicação “Investing in our Regions – 150 examples of projects co-funded by european regional policy”, encontrando-se classificado na área do ambiente, a par de outras 14 estruturas dispersas, principal-

mente pelo Leste Europeu. Já em 2011, o Centro de Interpretação foi o único participante seleccionado em Portugal para participar no concurso Regio Stars Awards, o qual acabou por ganhar. Foi também nomeado em 2009 para o prémio de Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe, o mais importante na Europa, e mereceu atenção especial na revista italiana de arquitectura de referência mundial “Casabella” n.º 799 de Março de 2011.

O Telégrafo, 7 de Junho 1973, pp. 1 e 4 Idem, 1 de Maio 1974, p.1 cf. cristina Silveira, Tribuna das Ilhas, 29 de Setembro 2006, p. 5

Centro de interpretação do vulcão dos Capelinhos O Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, estrutura da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar inaugurado em Agosto de 2008, foi concebido de modo a preservar a paisagem existente na área afectada pela erupção do Vulcão dos Capelinhos em 1957/58, na ponta mais a oeste da ilha do Faial. Assim, o edifício, da autoria do arquitecto Nuno Ribeiro Lopes, encontra-se submerso nas areias vulcânicas, enterrado até à cota do terreno antes da erupção, fazendo parte do antigo Farol dos Capelinhos. Neste espaço, é possível fazer uma viagem muitas vezes virtual e interactiva que, passo a passo, descreve o fenómeno, abrindo-se uma importante página na compreensão científica dos vulcões submarinos. A visita tem início na visualização de um filme que conta a história dos Açores num contexto universal. Os Faróis dos Açores e, principalmente, o Farol dos

Capelinhos são os anfitriões da exposição permanente. O holograma mostra as diferentes fases da erupção, que são caracterizadas na sala subsequente, através de maquetas dinâmicas dos três tipos de actividade que ocorreram. Os principais vulcões do mundo, como os Vulcões do Havai, da Itália, dos Estados Unidos ou da Islândia não são esquecidos num centro como este, dedicado à vulcanologia. Mas é com as ilhas dos Açores que terminamos a visita. A geologia, as paisagens geológicas, as amostras de rocha, o nascimento do arquipélago e a erupção do Vulcão dos Capelinhos, são os temas abordados nas duas últimas salas desta exposição. Este percurso termina com uma subida ao farol onde é possível observar a paisagem vulcânica circundante e dar largas à imaginação A proximidade de uma paisagem única associada a uma das erupções mais recentes do arquipélago, são factores que inte-

gram um turismo ambiental e de natureza como também um turismo de cultura e de ciência. Através de diversas ferramentas expositivas e interpretativas, o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos constitui um veículo difusor do conhecimento científico, podendo ser reconhecido como Centro de Ciência e como espaço de excelência para a atracção turística. Assim, tem como missão o desenvolvimento de acções que proporcionam actividades de exploração que enriqueçam as vivências daqueles que o visitam, fomentando a cultura científica e a preservação ambiental. Em 2010, o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos foi integrado no Parque Natural do Faial, organismo que gere todas as áreas protegidas da ilha. Este Parque Natural foi recentemente galardoado como primeiro destino português a ganhar o Concurso Europeu de Destinos de Excelência (EDEN), destinado a pro-

parque natural do Faial


OpiniAO

Tribuna das Ilhas

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vera lacerda

o final do passado mês de Julho os faialenses receberam, via correio, um boletim informativo, o tal colorido a laranja, em papel de alta qualidade, e com uma tiragem de 6.000 exemplares, da responsabilidade do PSD-Faial, o que parece evidenciar uma capacidade financeira acima da média para a altura de dificuldade que todos experienciamos. Pelos vistos o proliferar de ataques políticos nos jornais locais (uma das razões que me fez aceitar o convite de aqui escrever), a utilização das redes sociais e o sucessivo uso da rádio e televisão não eram suficientes. No entanto, o bolso de cada a cada um diz respeito, pelo que passemos ao conteúdo. A política vive da capacidade de cada um fazer singrar as suas concepções e de conseguir passá-las para o lado do eleitorado. E nesse combate político cada um luta da melhor forma que sabe, e com o melhor que tem. Ultimamente a forma que o PSDFaial utiliza para o fazer é do mais populista que há, numa sede de

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o início de Dezembro de 2010, a freguesia da Fajãzinha, na ilha das Flores, foi fustigada por um violento temporal seguido de um assustador deslizamento de terras. Toda a área da povoação ficou coberta por um enorme lamaçal. Algumas casas ficaram inabitáveis, os espaços comuns deteriorados e as estradas destruídas. Apesar das perdas e do sobressalto, por sorte, este drama não atingiu proporções tão elevadas que colocasse em perigo vidas humanas. Ainda durante a tempestade e logo que se determinou a magnitude do que estava em causa, diversas instituições fizeram o seu melhor para amenizar aquele que já se julgava ser um Natal perdido. Para além do Governo, das autarquias e das instituições ligadas à protecção civil, alguns grupos de privados puseram mãos à obra. Na primeira linha, os vizinhos detentores da Aldeia da Cuada, a Sra. Teotónia e o Sr. Carlos Silva, abriram as portas da sua unidade hoteleira para receberem quem necessitasse. E necessitavam… Ainda na ilha das Flores, uma associação informal de donos de moto 4, conhecida como Kanadas & Kaminhos, ofereceu-se para transportar o que fosse necessário para a Fajãzinha. E era necessário. Chamo a

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Formas de fazer política…ou a arte de disfarçar a ausência de ideias! poder injustificável. Onde estão as ideias? Onde estão as pessoas? Pessoas novas que defendam as vossas ideias. Que isto de serem sempre os mesmos há mais de uma década diz muito da capacidade de renovação de um partido, da sua capacidade de agregar gente nova, com novas ideias, e que queira lutar por um futuro melhor para a nossa terra. Onde estão as propostas? Neste boletim, conseguimos ler uma palavra positiva para o Parque Natural de Ilha do Faial. Ao menos aí conseguem reconhecer o excelente trabalho que está a ser desenvolvido pelos seus responsáveis, e que levou a que o nosso Parque Natural fosse galardoado, a nível europeu, com o prémio Éden, que designa anualmente os Destinos Europeus de Excelência, sendo o nosso Parque Natural o primeiro ‘Destino de Excelência da Europa' em Portugal. O que é necessário e fundamental para a credibilidade de um partido é que haja, acima de tudo, coerência. Não faz sentido nos Açores exigir ao Governo Regional a continuação em funcionamento de cer-

tas escolas, quando no Continente, o Governo de Passos Coelho anunciou recentemente que serão encerradas 297 escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico, no próximo ano lectivo. O que dirá o PSD-Faial sobre isso? Provavelmente, nada! Tal como não disseram nada quando os deputados eleitos pelo PSDAçores à Assembleia da República votaram a favor da receita do imposto extraordinário cobrado nos Açores ir para o Continente, o que ademais levanta sérias dúvidas de inconstitucionalidade. Não disseram nada porque não há como justificar que os deputados eleitos por um partido para um órgão de soberania nacional, na primeira oportunidade, contrariem o seu próprio partido na Região. Relembro os caros leitores, que a Comissão Permanente da Assembleia Legislativa Regional, onde estão representados todos os partidos com assento parlamentar, aprovou, por unanimidade, uma deliberação defendendo que a receita do imposto extraordinário cobrado nos Açores fique, obviamente, na Região. O que se verifica nesta matéria é

Solidariedade ocidental Frederico Cardigos

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Quase um ano depois, pude apertar a mão do meu amigo marco e dizer-lhe nos olhos, “tu fizeste uma coisa bonita e eles não esqueceram”. atenção para estes dois privados porque não eram obrigados a oferecer os seus préstimos, mas, mesmo assim, avançaram e ajudaram quem necessitava de ajuda. Na vizinha ilha do Corvo, um jovem chamado Marco Silva, ao perceber que poderia ajudar, colocou mãos à obra. Primeiro sozinho, depois com a Associação de Jovens da Ilha do Corvo, dinamizou uma página do Facebook que rapidamente angariou, entre abnegados leilões ou simples dádivas, vários milhares de euros que foram transferidos para a conta da Junta de Freguesia da Fajãzinha. Este dinheiro foi convertido em bens necessários e, pensou-se, teria ajudado. Vem isto a propósito de há duas semanas ter decorrido na Ilha do Corvo a sua festa anual de maior importância, a Festa de Nossa Senhora dos Milagres (onde se inclui o Festival dos Moinhos). A convite da organização, juntou-se à festa a Banda Filarmónica da Fajãzinha. Quando já estavam no Corvo, em cima do palco, confessaram que tinham acabado de tocar ao final da tarde na ilha vizinha, no Lajido, e que teriam de regressar novamente logo ao início da manhã, portanto, uma autêntica visita de médico efectuada

por meia centena de pessoas. No entanto, adiantou o maestro, jamais poderiam dizer não a quem tanto os tinha “ajudado num momento de necessidade”. A resposta ali estava! Eles tinham necessitado, os corvinos e seus amigos tinham ajudado e isso estava, precisamente ali, a ser reconhecido em cima de um palco, na mais importante festividade do Corvo e para todos ouvirem. Quase um ano depois, pude apertar a mão do meu amigo Marco e dizer-lhe nos olhos, “tu fizeste uma coisa bonita e eles não esqueceram”. Ele respondeu com a modéstia que o caracteriza, mas para a história ficará que os corvinos ajudaram quem necessitava e quem necessitava não esqueceu. Mouzinho da Silveira foi um dos mais importantes estadistas do século XIX de Portugal. Com enorme deferência, sobre os habitantes da mais pequena ilha dos Açores, mencionou no seu testamento que gostaria “de estar cercado, quando morto, de gente que na minha vida se atreveu a ser agradecida”. Apesar da crise de valores em que vivemos e que, por vezes, nos faz perder a esperança de ultrapassar as menores dificuldades, que excepcional exemplo nos chega dos herdeiros do Grupo Ocidental!

uma total descoordenação e incapacidade do PSD Regional em influenciar o PSD da República. Nem sequer consegue que os seus deputados, eleitos pelos Açores, defendam a Região e votem em nosso favor, contrariando o que andaram a dizer ainda recentemente em campanha eleitoral. Quem não consegue gerir a sua casa numa questão aparentemente tão simples, pode criticar ou mesmo ter a veleidade de achar que está minimamente preparado para gerir a Região e defender os Açorianos? Mais uma vez o PSD Açores e o PSD Faial assobiam para o lado, como se nada tivessem a ver com o assunto. Quem lê este boletim fica com a ideia de que tudo está mal no Faial. Com toda a certeza, nem tudo está bem. Mas, numa época como a que atravessamos, de forte constrangimento e medidas de austeridade, ainda são feitos grandes investimentos na nossa ilha, como a obra do Porto da Horta, orçado em 32 milhões de euros, ou as obras do novo Bloco C do Hospital, que terão agora o seu início, e cujo investimento será de 11 milhões de

euros. Por outro lado, não posso deixar de sublinhar que, ao contrário do que pretende fazer passar reiteradamente o PSD-Açores, a Troika, na última reunião que teve com os Governos Regionais, veio confirmar o bom desempenho financeiro da nossa Região. Afinal as contas públicas açorianas estão de boa saúde, ao contrário das da Madeira, cujo buraco financeiro conta já com um défice de 277 milhões de euros (um dos principais responsáveis pelo "desvio" agora detectado que vamos pagar com um "colossal" imposto sobre o subsídio de Natal). Afinal a Região Autónoma dos Açores, conforme foi constatado pela Troika, contribui para equilibrar as contas públicas nacionais, enquanto que outras Regiões cooperam no resvalar das contas do país. Afinal, a situação financeira dos Açores está controlada e devemos todos continuar a trilhar este caminho, e tentar sempre fazer mais e melhor, pelos Açores e por todos nós!

voluntariado na apadiF A APADIF, Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial, é uma associação de direito privado sem fins lucrativos. A sua principal finalidade é a prevenção e a erradicação de situações de pobreza, disfunção social, marginalização e exclusão social e dirige-se, sobretudo, a grupos de cidadãos mais vulneráveis (crianças, jovens, pessoas com deficiência e idosos). O voluntariado na APADIF, bem como em qualquer instituição, trata-se de um conjunto de acções de interesse que sejam realizadas de forma desinteressada e integrada no âmbito de projectos e outras formas de intervenção ao serviço das pessoas e da comunidade, sem qualquer fim lucrativo (Lei n.º 71/98, de 3/11). Deste modo, o voluntário é, pois, toda a pessoa que de forma livre, isenta e responsável se compromete, de acordo com as suas competências próprias e com o seu tempo disponível, a realizar acções de voluntariado no âmbito de uma instituição que o promova (Lei n.º 71/98, de 3/11). Por conseguinte, a APADIF abrange diversos projectos disponíveis a acolher voluntários, sendo estes: o ATL Arco-Íris, o Projecto Trilhos Saudáveis e o Projecto Moviment´arte. A acção do ATL Arco-Íris prende-se com o trabalho com as crianças e este oferece aos voluntários a oportunidade de ajudar nos transportes das mesmas, acompanhar as actividades preparadas pela Educadora e auxiliar a observar as crianças, no tempo que estas permanecem no ATL. No que diz respeito ao Projecto Trilhos Saudáveis, este tem como público-alvo jovens, entre os 13 e os 29 anos. Este

Projecto tem como objectivos: prevenir o mau uso e abuso de substâncias psicoactivas; promover o desenvolvimento de padrões de vida funcionais e ajustado; promover a inclusão dos jovens em situações de risco e abandono escolar e também promover a inclusão profissional. Quanto à oferta para voluntariado este projecto necessita de monitores para a área do desporto. O Moviment`arte por sua vez, é uma resposta psicossocial, destinada a todos os cidadãos que possuem limitações físicas, sensoriais, intelectuais e/ou emocionais. Este projecto na sua actuação tem como principais objectivos: proporcionar o treino de actividades socialmente úteis que potenciam a valorização pessoal do utente, no sentido da sua autonomia; promover o desenvolvimento pessoal, social e das competências sóciocognitivas dos utentes e fomentar o reconhecimento da pessoa com deficiência como cidadão pleno de direito. Relativamente às necessidades do Moviment´arte, em questões de voluntariado, pautuam-se por monitores nas áreas de horticultura, jardinagem, educação, teatro e trabalhos manuais. Assim sendo, a APADIF como instituição dinâmica, criativa e acolhedora dispõe-se a receber voluntários que ambicionem colaborar com esta associação nos diversos projectos apresentados, com a finalidade de proporcionar experiências de vida que enriqueçam o voluntário tanto a nível pessoal como profissional.


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OpiniãO

nos momentos de crise... como superar as dificuldades renée F. Amaral*

P

ara superar ou ultrapassar momentos de crise sejam eles de índole, pessoal e profissional, a nossa parte psicológica tem um poder fulcral na cura ajudando mesmo a ultrapassar fases conturbadas. Os problemas que nos batem à porta nos dias de hoje são muito repetitivos em vários lares portugueses. O estar doente, perder o emprego, os impostos que sobem, o ter que vender a casa, não saber como pagar o colégio dos filhos, como sustentar o filho que está na universidade … etc... etc… etc... Nunca se ouviu tanto a frase… “viver um dia de cada vez”. Mas não podemos cruzar os braços, e pensar que as soluções caiem do céu, é importante reagir às circunstâncias pessoais com optimismo e mesmo que elas não sejam as melhores tentar tirar partido delas. É a psicologia positiva a evidenciar-se, mais do que focar a atenção para as dificuldades, é necessário direccionar toda a nossa energia para a força, é nesta que está a matéria-prima para dar a volta por cima. Aspecto fundamental da sociologia comteana é a distinção entre a estática e a dinâmica sociais. A primeira estudaria as condições constantes da sociedade; a segunda investigaria as leis de seu progressivo desenvolvimento. A ideia fundamental da estática é a ordem; a da dinâmica, o progresso. Para Comte, a dinâmica social subordina-se à estática, pois o progresso provém da ordem e aperfeiçoa os elementos permanentes de qualquer sociedade: religião, família, propriedade, linguagem, acordo entre poder espiritual e temporal, etc. Quando Auguste Comte (17981857) e Émile Durkheim (1858-1917) procuram formular as leis que regem a organização social, a especulação filosófica sobre a sociedade transforma-se em sociologia, ciência que pode ser sumariamente definida como o estudo da sociedade humana e das suas instituições. Podemos, assim, verificar que a sociologia nasce mesmo é como consequência das profundas transformações geradas pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial. É a formação da sociedade capitalista "que impulsiona uma reflexão sobre a sociedade, sobre suas transformações, suas crises, seus antagonismos de classe". Ou seja: na Europa, duas condições precedem o aparecimento do pensamento sociológico: uma secularização de atitudes e dos modos de compreender a natureza humana, a origem e o fundamento das instituições e um processo de racionalização que projecta na esfera da acção colectiva a ambição

de conhecer, explicar e dirigir os acontecimentos e a vida social. Sempre que temos uma entrevista de emprego, uma apresentação na faculdade ou qualquer outro problema a ser resolvido, escutamos o conselho vindo de pessoas próximas: Pensamento positivo… Então, seguimos rumo ao nosso compromisso dizendo a nós mesmos: Eu vou conseguir! Hei de vencer! Hoje será o melhor dia da minha vida! Uma pesquisa canadense feita com universitários comprovou que afirmações positivas podem dar resultado mas para pessoas que já apresentam auto-estima elevada. Áquelas com a auto-estima reduzida e que necessitam de uma forcinha, tendem a agarrar-se com mais força ainda às suas convicções originais. “A baixa auto-estima é um problema crescente hoje", e o estudo canadense "evidencia a inexistência de soluções mágicas e mostra as limitações da auto-ajuda". Conforme o psicólogo Alexandre Bortoletto, especialista em neurolinguística, "só pensar não resolve". O estímulo deve vir acompanhado de treinamento. “Se eu falo que estou feliz, mas minha voz mostra desanimo, os factores não verbais não combinam. Há uma incongruência. Penso que é de grande importância ressalvar alguns pontos fundamentais, para poder encarar a insegurança que se vive nos dias de hoje e fazer com que isso seja pontos a nosso favor, ora vejamos: É necessário transformar a nossa realidade, concretizando os nosso sonhos, muitos de nós formulamos desejos e ficamos à espera que estes se realizem, engana-se…nós somos os maiores opositores aos nossos próprios sonhos, se tiver vontade em concretizá-los de certeza que estes acontecem. Os objectivos na nossa vida! - Se você não parar para pensar o que quer, o que deseja da sua vida, tanto na área profissional como pessoal, como poderá dar o passo seguinte? Nunca. Sem ter desejos e sonhos, a nossa “luta” deixa de fazer sentido, os nossos esforços seriam dispersos e sem resultados. As pessoas sentem-se infelizes, porque não tem objectivos a atingir. É determinante estabelecer limites ou prazos para atingir os seus objectivos. É imperioso transformar os desejos num plano de acção, tendo sempre presente de que recursos preciso, o que está ao meu alcance, o que preciso fazer já hoje? E amanhã? E depois?.... Tirar tempo para festejar as pequenas vitórias, sempre que atingir um objectivo, celebre vivamente esse pequeno passo, isso dar-lhe-á energia para dar um passo maior que o anterior. No fim do dia, faça um balanço do seu dia, focando a sua atenção nas emoções positivas, porque só assim irá reforçar a sua confiança, para pros-

seguir na direcção a que se propôs. Achei interessante o que disse à pouco tempo a psicóloga Joana Ribeiro, relativamente aos passos a ter em atenção para ultrapassar as fases menos boas da vida: -Terá que haver mais auto-estima, sendo necessário haver mais automotivação. -Saber enfrentar os ventos de mudança que o nosso País atravessa, é um acto de inteligência, a insegurança nesta fase, o medo do que possa vir a acontecer, a revolta e o ressentimento são padrões culturais que suscitam comportamentos desviantes do nosso bem estar psico-físico. -Saber aceitar e não resignar, ou seja não adianta lutar contra os factos ou recusar as suas emoções, se não aceitar, não há forma de o pensamento positivo funcionar. A base de qualquer transformação é a aceitação, resignação é ficar parado - aceitação é o primeiro passo no caminho da construção. -Mais do pensar positivo, é necessário um plano de acção massivo no sentido da mudança na nossa vida, nada se vai alterar. -A importância da meditação, a meditação é cada vez mais procurada na sociedade ocidental, é umas das excelentes técnicas de relaxamento e eficaz na diminuição de ansiedade que se têm instalado nas nossas sociedades, faz-nos adquirir maior consciência de nós próprios e do que nos rodeia, a relaxar e gerir os nossos pensamentos. Terminava este artigo porque já se torna extenso, dando um exemplo um tanto ou quanto caricato de Denis Hope – o “dono da lua” – este homem deu a volta à sua vida quando tudo lhe parecia acabado, como virou o jogo em vez de baixar os braços perante as adversidades da vida, um dia olhou para a Lua e pensou: “ Se eu tiver propriedades e vender a alguém, poderei fazer dinheiro, na lua existe muito terreno…” Socorrido do Tratado Espacial da Organização das Nações Unidas, que proíbe a apropriação dos sistema solar por nações, mas é omissa quanto a indivíduos, testou a sua teoria…foi a um Cartório e apresentou a sua pretensão de adquirir a Lua, usando como modelo o Homestead Act, que atribuía as terras desocupadas aos cidadãos que as reclamassem, assim o fez registou a Lua em seu nome, pagando dez dólares, logo na primeira semana vendeu mais de 600 propriedades, rendendo-lhe muitos milhões de euros. Esta é a prova mais que concreta que o positivismo e a vontade de vencer é das armas mais fortes que o ser humano possuiu para ultrapassar as adversidades da vida…não cruza os braços…vá à luta…os nossos antepassados já passaram por grandes dificuldades e por guerras que nós não conseguimos ter a percepção porque não as sentimos e conseguiram ultrapassar…nós também vamos conseguir…. ENERGIA POSITIVA * Licenciada em Ciências Sociais

Tribuna das Ilhas

dE quAndO Em VEz…

Semana dos Baleeiros santos madruga

A

festa em honra de Nossa Senhora de Lourdes realizavase, na Vila das Lajes do Pico, no último fim-de-semana do mês de Agosto. Durante a semana, com a colocação dos postos e bandeiras, a feitura dos arcos enfeitados com verduras e a respetiva iluminação nas ruas da Vila, começava para a rapaziada, a festa de Lourdes. No sábado, chegavam as filarmónicas e, geralmente, a primeira a chegar era a que vinha do Faial. Aos primeiros acordes do passo doble, miúdos e graúdos juntavam-se e logo seguiam, acompanhando-a nos cumprimentos às entidades locais, as quais eram saudades com o hino da Sociedade. O momento alto, deste dia, eram as regatas que animavam toda a gente, sobretudo, pela rivalidade, nestas provas, entre vilas, ribeiras e calhetas. No final da tarde, realizava-se uma partida de futebol, entre os locais e um grupo que vinha do Faial, chamado de “Estudantes”. Mais tarde, e durante alguns anos, este encontro passou a ser com uma equipa das Velas de S. Jorge. O campo enchia-se e a animação era enorme. À noite, com duas tribunas montadas, tinham lugar os concertos das Filarmónicas, apreciados por toda a gente que, no Largo do Cruzeiro, aplaudiam calorosamente as interpretações dos executantes. O Domingo era dedicado à festa religiosa. Após a missa da tarde, saía a procissão que dava a volta à vila, parando em frente da rampa da Lagoa, onde havia sermão alusivo e os baleeiros prestavam a sua homenagem à Virgem Mãe, sob a invocação de Nossa Senhora de Lourdes. Aqui, os botes em fila, com as velas levantadas e com os seus trancadores à proa, à medida que o andor chegava, estes passavam em redor dos pés da Virgem, a corda que, presa ao arpão, servia para caçar a baleia.

Depois desta cerimónia, o andor era virado para o mar e do Caneiro, eram lançados foguetes e bombas, como manifestação de fé à Virgem, a quem nas horas de aflição, estes homens do mar recorriam. À noite, na esplanada da Filarmónica Liberdade Lajense, realizava-se o tradicional baile de Lourdes, como era conhecido, com uma afluência tal, que, por vezes, o recinto não comportava. Na 2.ª feira, a festa era dedicada aos locais: natação, com a tradicional travessia da Lagoa de Cima até ao Caneiro; gincana no campo de futebol, e “Rally Paper” nas ruas da Vila. Eram estas as festas da nossa juventude. Hoje tudo é diferente. A sua duração alargou-se, e passou-se a chamar Semana dos Baleeiros, tendo como atracão principal, os grupos de renome, contratados para o efeito. Agora, consideramo-la, como a semana da juventude. Criou-se por isso um Parque de Campismo, que se enche, e cuja afluência, depende dos artistas convidados. Das Filarmónicas, só o desfile pela rua principal, antes da procissão, porque os concertos foram relegados para segundo plano, como se tem constatado, tanto pelo espaço oferecido, como pela afluência aos mesmos. E é pena! Resta-nos a grandiosidade da procissão que continua com a mesma fé e a recordar-nos a presença da Virgem de Massabiel, a olhar aquele mar, onde tantas vezes foi invocada para proteger e a salvar aqueles que, nas horas de maior aflição, a Ela recorriam. É que a Senhora de Lourdes continua a ser Mãe e a proteger com o seu manto, tanto os seus filhos, que na terra trabalham, como os que do mar retiram o seu sustento. Senhora de Lourdes, que tantas vezes foste invocada como Madrinha de muitos batizados, continua, hoje e sempre, a olhar e a derramar as tuas Bênçãos de Misericórdia, sobre todos os que a Ti recorrem, especialmente, aos teus queridos filhos, desta tua e nossa terra. Haja Saúde!


infOrmAçãO

Tribuna das Ilhas

eveNtOs Até 31 de AGOstO de 2011 Inscrições Workshop de Pintura em cerâmica por Teresa cortez no centro de cultura e Exposições da Horta dIA 4 de setemBrO [9h30 – 12h30] - Pintura em azulejo ou objectos em cerâmica. [Organização da cMH e Hortaludus] dIA 3 de setemBrO [9h30 – 12h30] - Breve explicação sobre a técnica da pintura sobre azulejo - Pintura em azulejo Até 31 de AGOstO Exposição do concurso "Parada de Árvores" no centro de ultura e Exposições da Horta. Organização do Governo Regional, SRAF, DRRF, Serviço Florestal do Faial | com o apoio da Hortaludus

FArmÁCIAs

ArEEirO • cApELO • TELf. 292 945 204 • TLm. 969 075 947

hOJe e AmANhã Farmácia correa 292 292 968 de 28 AGOstO A 4 setemBrO Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749 emerGêNCIAs -FAIAl i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 trANsPOrtes - FAIAl

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

emeNtA PArA dOmINGO

BACAlhAu à BrÁs ABrÓteA FrItA eNChAréu GrelhAdO FeBrAs GrelhAdAs AceitAm-se ReseRvAs

E mEnta Variada todos os d ias

meteOrOlOGIA

veNdemOs reFeIções PArA FOrA descanso semanal: TErçA-fEirA

Até 28 de AGOstO de 2011 Exposição colectiva de Pintura- centro de cultura e Exposições da Horta FestA de NOssA seNhOrA de lOurdes - FeteIrA hOJe 19h30 – concentração dos carros de oferendas junto ao império de S. Pedro, de onde seguirão pela Rua de S. Pedro, Estrada Regional e Rua da Igreja. De salientar que na Estrada Regional estarão à espera a Marcha da Feteira e carros alegóricos que se vão juntar, desfilando até à Igreja Paroquial; 20h30 – Abertura de exposições de Artesanato; 21h00 – Actuação do Grupo Folclórico da Feteira, com chamarritas para todos; 22h30 – Actuação da Filarmónica Lira e Progresso Feteirense; 24h00 – Baile abrilhantado pelo conjunto “Turma do Rodeio”.

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rEsTAurAnTE E snAck-bAr

utIlIdAdes

PArtIrAm l Emília de Medeiros Andrade faleceu com 80 anos, no dia 20 de Agosto. Era natural da freguesia da Praia do Norte e residente na Matriz e casada com João Dutra de Andrade. Deixa os filhos: João Luís Medeiros Dutra de Andrade, casado com Filomena Maria Flores Matos Andrade e Luís Paulo Medeiros Dutra de Andrade casado com Elisabete Maria Marques Garcia de Andrade. Era avó de Ana carolina Matos Dutra de Andrade; João Tiago Matos Dutra de Andrade; João Filipe Garcia Dutra de Andrade; José Miguel Garcia Dutra de Andrade; Rita Garcia Dutra de Andrade.

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NO sNACK

BAr servImOs

reFeIções lIGeIrAs e PrAtO dO dIA

GruPO CeNtrAl hOJe Períodos de céu muito nublado com abertas. Vento nordeste bonançoso (10/20 km/h), tornando-se moderado (20/30 km/h). Mar de pequena vaga, tornando-se cavado. Ondas norte de 1 metro. AmANhã Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros fracos. Vento nordeste moderado (20/30 km/h). Mar cavado. Ondas norte de 1 metro. dOmINGO Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros fracos. Vento nordeste moderado (20/30 km/h).

temos sempre bom peixe Venha almoçar ou Jantar num ambiente romântico e faça uma visita à JJ Moda e decoração Pronto a vestir

27 AGOstO 19h00 – Missa; 20h00 – Abertura de exposições; 21h00 – Arraial com Filarmónica “Nova Artista Flamenguense”; 23h00 – Actuação da banda “Unânime Dixie Band”; 00h30 – Baile abrilhantado pelo conjunto “Onda Jovem”. 28 AGOstO: 16h30 – Missa Solene em honra de Nossa Senhora de Lourdes, seguindo-se a procissão; 19h00 – Abertura de exposições; 20h00 – Actuação do Grupo de cantares do centro de convívio de Idosos da casa do Povo da Feteira e da APADIF; 21h00 – Actuação da Filarmónica “Euterpe”; 23h00 – Actuação do Agrupamento Musical “Jc Band”; 24h00 – Encerramento da festa com fogo-de-artíficio.

FIChA

Tribuna das Ilhas dIreCtOr: cristiano Bem edItOr: Fernando Melo CheFe de redACçãO: Maria José Silva redACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOtOGrAFIA: carlos Pinheiro

COlABOrAdOres PermANeNtes:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José trigueiros, mário Frayão, Armando Amaral, victor dores, Alzira silva, Paulo Oliveira, ruben simas, Fernando Guerra, raul marques, Genuíno madruga, Berto messias COlABOrAdOres eveNtuAIs: machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo mendes, zuraida soares, Gonçalo Forjaz, roberto Faria, santos madruga, lucas da silva

PrOJeCtO GrÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia redACçãO AssINAturAs e PuBlICIdAde: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONtACtOs: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

téCNICA

ImPressãO:

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Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


FuNdAdO 19 de ABrIl de 2002 www.tribunadasilhas.pt

Tribuna das Ilhas seXtA-FeIrA 4 26 de AGOstO de 2O11

fOTOLEgEndA

Mesas roubadas Na estrada regional 32 de acesso ao lugar da Fajã, existe o Parque do Cedro, que possui um grelhador, estacionamento e mesas. de acordo com informação da Junta de Freguesia da Praia do Norte, nos últimos meses esse parque tem sido alvo de vandalismo. As mesas do parque têm sido roubadas. elas são de madeira aparafusadas ao chão, “mas este facto não tem sido impeditivo de durante este ano de 2011 já nos terem tirado 2 mesas” – frisou estevão Gomes.

graFiteS...

Quem vem na estrada regional no final da freguesia da Feteira - vale da vinha - tem como cartaz de boas-vindas este grafite “Ps Faial criados s. miguel”. Que expressem opiniões é de respeitar, mas sem destruir.


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