FuTEbOl
FAYAL ataca Série Açores com prata da casa PÁGINA 11
Tribuna das Ilhas
DIRECTOR: MANUEL CRISTIANO BEM 4 NÚMERO: 477
29.JuLho.2o11
SAi àS SextAS-FeirAS
1 euro
SIMAS SANTOS EM ENTREVISTA AO TRIbuNA dAS IlhAS
PR ODUTO TRI âNg UlO TeM gRANDeS POTeNCIAlIDADeS g Numa altura em que o sector turístico procura novas
formas de fazer face aos desafios da actual conjuntura económica, TribuNa das ilhas conversou com antónio simas santos, presidente da Tryangle, agência de promoção das ilhas do Triângulo. Para simas santos, este produto dentro da marca açores tem grandes potencialidades, mas há ainda muito a fazer para dele obter os melhores rendimentos possíveis no que diz respeito à dinamização do turismo na região. PÁGINAS O8/O9
ATlANTIC TROPhee
lUÍS MOTA FAZ BAlANÇO POSITIVO DA PARTICIPAÇÃO DO AIR MAIl PÁGINA O4
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EM dESTAquE
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EdITORIAl
eStAtíSticA irreAL… g causou grande surpresa nos meios turísticos locais a estatística recentemente publicada sobre o número de dormidas registado nas diversas ilhas dos açores, nos primeiros cinco meses do corrente ano, ou seja de Janeiro a Maio inclusive. E causou surpresa porquanto, para descidas que já se previam de apenas um dígito nas dormidas em relação ao mesmo período de 2010, o Faial apareceu com uma “quebra” de 19 por cento, que ninguém esperava, pois não se haviam notado, nesses meses iniciais do ano em curso, desfasamentos no movimento turístico que indiciassem tal anormalidade, nunca vista anteriormente e, ainda por cima, desgarrada dos números referentes às outras ilhas. isto levou-nos a solicitar uma razão do facto junto da hotelaria local, sobretudo à unidade de maior capacidade desta ilha – o Faial hotel resort, com 133 quartos (266 camas) – cujos responsáveis nos deram, de bom grado, a explicação seguinte: No mês de Maio de 2010, o hotel teve uma óptima ocupação – excepcional para o que era hábito nos anos anteriores – devido à presença de um bom número de clientes, turistas e outros forasteiros em visita por razões profissionais, em paralelo com um numeroso grupo de pessoas participantes de um congresso relativo à área do ambiente. Para além dessa situação, aconteceu que as cinzas do vulcão islandês lançaram o caos nas ligações aéreas para lisboa e Europa central, com muitos cancelamentos que obrigaram grande parte desses hóspedes a prolongamentos de estadias no hotel, até às circunstâncias permitirem a normalização dos voos, para a saída de toda a gente retida na ilha e concretamente no resort faialense. assim, se em Maio do ano de 2010 o hotel teve uma elevadíssima ocupação, por motivos meramente ocasionais, este ano, com esse mês numa situação de completa normalidade e tendo em conta as estatísticas em termos de percentagens comparativas com o período do ano transacto em que o mesmo mês se incluiu, a descida do movimento hoteleiro, em dormidas, tinha de surgir de uma maneira acentuada. E como prova real, basta subtrair a Maio de 2010, o quantitativo de dormidas acima do que era habitual nos anos anteriores, para que as percentagens de 2011 fiquem ao mesmo nível das anunciadas para as diversas ilhas. Este caso demonstra que os números nem sempre traduzem a realidade das situações, pois não exprimem certas componentes que a sua “frieza” esconde. desta vez a comparação das percentagens das dormidas na hotelaria faialense, nos 5 meses iniciais de 2011, com as do mesmo espaço de tempo de 2010, resultou numa estatística irreal. No fundo, a tal “quebra” turística não teve, nem tem qualquer significado…
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REcONSTRuçãO E REESTRuTuRAçãO dA SEguRANçA SOcIAl
PSD/Faial reitera veracidade das suas afirmações Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia
LUÍS GARCIA E COSTA PEREIRA Os deputados do PSD repudiam declarações do Executivo Regional que os acusam de faltar à verdade
g Os deputados regionais do PSD eleitos pelo Faial condenam a atitude do Governo Regional, que desmentiu as denúncias social-democratas acerca do processo de reconstrução do Sismo de 1998 e da reestruturação da Segurança Social. Na manhã de ontem, Jorge Costa Pereira e Luís Garcia convocaram a comunicação social para condenar o que consideram ser a “forma detestável” de fazer política do Executivo Socialista, que veio a público acusar os social-democratas de faltarem à verdade, quando os factos enunciados pelos mesmos eram “comprováveis”. Costa Pereira e Garcia decidiram, por isso, convocar os jornalistas para “fornecer informação factual e que comprova que os deputados do PSD respeitaram escrupulosamente a verdade” no que à reconstrução e a reestruturação da segurança social diz respeito. SOCIAL-DEMOCRATAS qUEREM ExPLICAçõES SOBRE DECLARAçõES DO DIRECTOR REGIONAL DA HABITAçãO ACERCA DA RECONSTRUçãO Em relação ao processo de reconstrução, os deputados do PSD denunciaram recentemente que muitos dos sinistrados proprietários não têm ainda qualquer documento que ateste o seu direito de propriedade sobre o terreno e o imóvel que habitam. Nessa ocasião, os social-democratas citaram a resposta do Governo a um requerimento enviado por Costa Pereira e Luís Garcia. Na referida resposta, o Executivo referia que a Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social se encontrava “empenhada na célere resolução dos casos detectados” e que previa ter a situação resolvida “no final do ano de 2010”. Depois do PSD ter denunciado que, seis meses após esta data, a situação continuava por resolver, o director regional da Habitação disse, à RTP/A, que as declarações dos social-democratas não eram verdade, e que não existia nenhum atraso de seis meses. Estas declarações motivaram um requerimento do PSD ao
Governo, no qual os social-democratas confrontam o Executivo com a resposta fornecida ao anterior requerimento laranja sobre este assunto, e querem saber “com que fundamento” é que o director regional os acusa de faltar à verdade. O PSD pretende também saber se a secretária regional do Trabalho e da Solidariedade Social “subscreve as declarações públicas do director regional da Habitação”. LUÍS GARCIA: “AINDA ESTAMOS A TEMPO DE RECUAR” NA FORMA COMO ESTÁ A SER FEITA A REESTRUTURAçãO DA SEGURANçA SOCIAL Em relação às críticas laranja sobre a reestruturação da Segurança Social na Região, o esclarecimento surgiu da parte da directora regional da Solidariedade e Segurança Social, que contestou a atitude do PSD ao afirmar que a referida reestruturação estava “misturada com nomeações de clara aparência política”, e negou que tivessem existido concursos interrompidos. A este respeito, Luís Garcia recorda que um mês depois da restruturação ser aprovada na Assembleia Regional foi aberto con-
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curso para chefe de divisão da Acção Social da Horta. O deputado refere que “as pessoas concorreram, foram avaliadas e entretanto o concurso foi cancelado”. Luís Garcia refere também que, para ocupar o lugar que estava a concurso, o Governo nomeou, em regime de substituição, uma técnica superior proveniente da Câmara Municipal da Horta, “com claras e públicas ligações ao PS no Faial”. Em relação à centralização de serviços e ao esvaziamento do Faial que o PSD considera estar a acontecer com este modelo, Luís Garcia acusa a tutela de jogar com as palavras, quando afirma que não existe centralização porque o Faial fica dotado de um Centro de Competências. O parlamentar lembra que o Faial mantém a já existente Divisão de Acção Social, e recebe uma das Divisões do Departamento de Contribuições e Prestações, precisamente aquela que, para os social-democratas, “gera menor volume de trabalho”: fazendo as contas, Garcia explica que o referido departamento alberga para já 112 funcionários, dos quais apenas sete correspondem à Divisão sedeada no Faial.
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Garcia recorda também que o Faial perde o Centro de Prestações Pecuniárias para receber uma Unidade de Atendimento, à qual são atribuídas menos competências do que acontecia no anterior modelo. O esclarecimento do Governo sobre a reestruturação da Segurança Social referia também que, aquando da discussão do diploma na Assembleia Regional, o PSD concordou com o seu teor. Ora, Garcia condena vivamente estas afirmações, recordando que os social-democratas se abstiveram na votação, precisamente por, apesar de concordarem com alguns dos pressupostos avançados para a reestruturação, considerarem que os efeitos da proposta ficavam dependentes de “um elevadíssimo grau de discricionariedade”, ficando demasiadas coisas “em aberto nas mãos do Governo”, deixandolhe precisamente a hipótese de criar uma “centralização dos serviços”. Em relação à restruturação da Segurança Social, Luís Garcia promete um acompanhamento “ilha a ilha” da parte do PSD, já que considera que ainda há tempo de recuar na aplicação deste modelo, que entende ser “de centralização”.
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NAVIO-ESCOLA “SAGRES”
MOÍNHOS DE VENTO
como foi noticiado, o navio-escola “sagres”, da armada Nacional, estará no porto da horta alguns dias durante a semana do Mar 2011. a presença, na baía faialense, daquela unidade de formação do pessoal da marinha portuguesa é uma honra para esta cidade-mar no período das suas grandes festas, dedicadas às actividades marítimas e à vida deste porto com uma história intimamente ligada às navegações atlânticas. Navegações que se desenvolveram através dos séculos, após se estabelecerem aqui os primeiros povoadores. Presença de sentido histórico…
g Este tema tem sido lembrado aqui repetidamente. Mesmo
g
assim, não vamos desistir de o trazer a esta secção, uma vez que se trata de um património na sua grande parte perdido, em consequência do abandono a que foi votado. ainda foi sorte terem sido salvos da completa destruição, pelas intempéries, os dois exemplares existentes ao cimo da lomba sobranceira à cidade. Por isso se interessaram diversas entidades e instituições. Mas, pelo meio dos campos verdes do Faial e do Pico, quantas ruínas de moinhos são nódoa negra na paisagem? É triste!
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29 DE JULHO DE 2O11
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Festa do Chicharro no Salão Amanhã, dia 30, o Parque de Campismo do Salão recebe a Festa do Chicharro. A animação arranca às 20h00, com distribuição gratuita de chicharros e bolo de milho. A partir das 23h00 haverá baile, com o grupo Onda Jovem. A Festa do Chicharro é organizada pela Junta de Freguesia salonense. g
PATRIMóNIO dOS cAbOS SubMARINOS
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Antigos Alunos abrem debate sobre projecto museológico à comunidade faialense Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g Decorre amanhã, dia 30 de Julho, a partir das 17h00, no Faial Resort Hotel, a III Conferência “O Tempo dos Cabos Submarinos”, organizada pela Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta (AAALH). Na ocasião, será formalmente lançado o Grupo de Amigos do Museu do Cabo Submarino, cuja constituição já reuniu centenas de assinaturas junto da comunidade faialense e da diáspora. A AAALH irá também apresentar ao debate da comunidade faialense uma proposta para a constituição de um espaço museológico dos Cabos Submarinos no Faial. O projecto já delineado inclui não apenas um museu – a instalar na “Trinity House”, edifício da rua Cônsul Dabney que actualmente inclui as instalações da Escola Básica Integrada -, mas também a classificação de lugares de grande valor patrimonial, um roteiro cultural, entre outras coisas, com vista à progressiva constituição de uma rede internacional. O objectivo dos organizadores da conferência é que os faialenses possam ter voz activa na constitui-
CABOS SUBMARINOS Os antigos cabo telegrafistas já efectuaram um trabalho de inventariariação deste património
ção de um projecto museológico de grande interesse para a comunidade local, que será depois apresentado ao Executivo Regional. Para os Antigos Alunos, trata-se de “uma proposta barata, que dará futuro ao passado de grande alcance internacional da Horta dos Cabos Submarinos”. Esta conferência servirá também para evocar a acção do Padre Júlio da Rosa enquanto director do Museu da Horta, um dos percursores desta vontade de salvaguardar o património do tempo dos cabos submarinos.
O movimento para a recuperação do património dos Cabos Submarinos surgiu em força no ano de 2009, pela mão dos antigos cabotelegrafistas. A inventariação e recuperação do património arrancou, e começaram a ser organizadas conferências e exposições sobre o tema. Começou também a ser esboçado um projecto museológico consistente. Já este ano foi editada a obra O Tempo dos Cabos Submarinos, num trabalho conjunto da AAALH e do Museu da Horta, sobre o colóquio e a exposição realizados em 2010.
INTEgRAçãO dO cONSERVATóRIO NA EScOlA báSIcA
câmara da horta defende adiamento do processo mas Governo quer integração já no próximo ano lectivo g Na última reunião de Câmara a maioria socialista apresentou um voto onde recomenda ao Governo dos Açores que adie a integração do Conservatório Regional da Horta na Escola Básica Integrada, pelo menos até às obras de remodelação daquele estabelecimento de ensino. Os autarcas socialistas lembram que o Conservatório foi obrigado a mudar de casa recentemente, para que o anterior edifício passasse a servir a Assembleia Regional, e consideram que as “alterações sucessivas em nada contribuem” para o sucesso escolar dos alunos daquele pólo de ensino artístico. Tendo em conta que neste momento o Conservatório Regional da Horta possui condições para funcionar no espaço e nos moldes em que até agora funcionou, bem como a proximidade das obras de remodelação da Escola Básica António José de Ávila, o executivo camarário solicita ao
Governo Regional que adie a decisão da integração até “que estejam reunidas as condições físicas adequadas para o efeito”. Os autarcas socialistas lembram também que a integração do Conservatório de Angra no ensino regular só se deu após a criação de condições físicas adequadas para o efeito, sendo também esse o critério a utilizar em Ponta Delgada, onde a integração aguarda a construção da nova escola básica integrada, por isso pedem igualdade de critérios em relação à Horta. No entanto, a directora regional da Educação e Formação já fez saber que a integração acontecerá já no próximo ano lectivo. Ao TRIBUNA DAS ILHAS, Graça Teixeira explicou que é precisamente o avanço do projecto de remodelação da Escola Básica Integrada uma das razões que leva a que a integração avance já. É que, segundo a directora regional, será criada uma Comissão Executiva Instaladora
para acompanhar as obras de beneficiação das instalações da Escola Básica Integrada, comissão essa que deve reunir representantes tanto do ensino artístico como do ensino regular. Em relação às recomendações da autarquia faialense, à data em que foi contactada pelo TRIBUNA DAS ILHAS Graça Teixeira não tinha ainda conhecimento formal das mesmas, no entanto garante que o processo de acordo com o qual está a ser conduzida a integração do Conservatório Regional da Horta na Escola Básica Integrada é em tudo idêntico ao que aconteceu na Terceira, com a integração do Conservatório de Angra na Escola Tomás de Borba. A directora regional explica que o que se pretende é apenas garantir uma gestão única das duas escolas, que já partilham o mesmo espaço físico. A especificidade pedagógica do ensino artístico continua, segundo Graça Teixeira, assegurada. M.P.
MUSEU DA HORTA RECEBE ExPOSIçãO DE PINTURA CONTEMPORâNEA g Está patente ao público desde a passada terça-feira no Museu da horta uma exposição de pintura contemporânea da autoria de Gina Frazão intitulada simplesmente uma expressão de vida, esta mostra é composta por 22 obras a óleo, acrílico e carvão sobre tela e xilogravura sobre madeira e pode ser visitada até 30 de agosto próximo. Nesta exposição, Gina Frazão, “ao figurar o mundo visível, está a reunir com ele, em simultâneo, o mundo edílico. a sua narrativa desagua num leito desmedido de fantasias, que são uma consequência viva de sentimentos, muitas vezes intangíveis”. licenciada em Pintura pela Escola superior de belas-artes de lisboa, a autora conta no seu currículo com mais de cinquenta exposições individuais e colectivas de pintura em Portugal e no estrangeiro, sendo também ainda autora de diversas peças de escultura em bronze e pintura sobre azulejo. arrecadou ainda a Menção honrosa e 2.º Prémio da Galeria aberta Museu Jorge Vieira (beja 2007 e 2009). ExPEDIçãO CIENTÍFICA àS FONTES HIDROTERMAIS DESCOBRE NOVOS ORGANISMOS g Os cientistas de uma expedição científica realizada pelo navio de investigação francês Pourquoi Pas? descobriram novos sítios e organismos nas fontes hidrotermais de profundidade situadas ao largo dos açores. ana colaço, bióloga do departamento de Oceanografia e Pescas (dOP) da universidade dos açores, uma das investigadoras que participou nesta missão científica MOMarsaT que terminou no passado fim-de-semana revelou que a mesma permitiu descobrir uma nova zona no campo hidrotermal lucky strike, a 1.700 metros de profundidade, que foi baptizada com o nome de Pinheirinhos. a bióloga acrescentou que este novo local contém difusores e construções hidrotermais horizontais que se assemelham a “pinheiros de Natal, cobertos de neve”. Por outro lado, os cientistas portugueses e estrangeiros que participaram nesta expedição descobriram, pela primeira vez, corais vivos no campo hidrotermal lucky strike. TRÁFEGO DE PASSAGEIROS CRESCE NO MêS DE JUNHO g Os aeroportos da aNa nos açores registaram um crescimento no tráfego de passageiros de cerca de 6,2%, ao registar mais 7.314 passageiros que em igual período do ano transacto. No total, o tráfego de passageiros nos aeroportos aNa, no mês de Junho de 2011, revela um crescimento de 8,8% em relação ao período homólogo de 2011. até Junho de 2011 os aeroportos da aNados açores receberam 125.052 passageiros tendo no mesmo período de 2010 registado apenas 117.738 passageiros.
[vai acontecer] FESTAS DE VERãO DA CONCEIçãO g Este fim-de-semana a freguesia da conceição recebe as já tradicionais festas de Verão. O programa arranca hoje, dia 29, ao final da tarde, com a abertura das tasquinhas e animação infantil. a partir das 20h00, haverá a actuação de Mrs bock, seguida do grupo de chamarritas das angústias. Às 21h30 haverá baile com o Onda Jovem, seguindo-se pela noite dentro a actuação do dj double Gee. amanhã, destaque para o 443.º aniversário da freguesia da conceição, que será assinalado com uma sessão solene na sede daquela autarquia. a partir das 22h00 haverá apresentação de cocktails do curso de barman, nível 1, junto ao bar da Piscina. segue-se um concerto com a banda d’aki, após o qual haverá baile com o grupo alma lusa. No domingo, haverá missa campal pela manhã, às 10h00. Às 12h00 haverá uma sardinhada na tasquinha do Fsc, oferecida pela JFc. a tarde prossegue com animação infantil e um jogo de basquetebol. a partir das 18h00 actua o Grupo de cantares dos idosos da Feteira, com a participação dos idosos da freguesia anfitriã. seguem-se os utentes da aPadiF, com várias actividades ligadas à música e à dança. a noite termina com a actuação de hugo duarte e rui rodrigues, a partir das 22h00. SãO ROqUE DO PICO EM FESTA g O concelho de são roque do Pico recebe desde quarta-feira e até este domingo o cais de agosto. hoje, sexta-feira, estão agendadas as actuações das filarmónicas união artista de s. roque e lira de Nossa senhora da Oliveira, no palco do cais Velho. No mesmo local actua às 21h45 o grupo conexão hip hop, seguido da Tuna Masculina da universidade dos açores. No palco da Praceta dos baleeiros decorre a partir das 23h00 o musical com o grupo Virá lomba, seguindo-se, às 00h00, a actuação dos Expensive soul. a noite continua com os dj’, andré N e diego Miranda. No sábado, o dia começa com uma visita guiada à rota do Vinho, organizada pela adeliaçor. a partir das 14h00 a baía do cais do Pico anima-se com as regatas de botes baleeiros, enquanto em terra decorre o passeio de viaturas clássicas pelo concelho. a partir das 20h15 o palco do cais Velho recebe os grupos folclóricos de santa luzia e de salreu – Estarreja. Às 21h30 inicia- se o desfile de marchas, e as 23h30 a Praceta dos baleeiros recebe o musical com arké. No mesmo local, a partir das 00h30, sobem ao palco os bryan adams Experience, banda de tributo ao cantor canadiano. seguem-se-lhe os dj’s rui Z e andré N. No domingo, destaque para o desfile de motociclos, seguido do desfile de carros alegóricos. Às 21h30 actuam no palco do cais Velho os grupos vencedores do Festival Juveroque, e às 22h30 o palco da Praceta dos baleeiros recebe a banda a Gosto. a festa termina com fogo-de-artifício.
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29 DE JULHO DE 2O11
Tribuna das Ilhas
ATlANTIc TROPhEE
Luís Mota faz balanço positivo da participação do Air Mail na regata Organizada pelo Atlantic Yatch Club, a Atlantic Trophee realiza-se pela primeira vez este ano, ligando a cidade francesa de Douarnenez à Horta, numa prova destinada apenas a barcos clássicos. Os veleiros participantes já concluíram a primeira etapa, e estão agora no Faial, de onde zarpam de volta a Douarnenez no próximo dia 5. Entre os 14 barcos que participaram nesta primeira perna, há um especial: o veleiro faialense Air Mail, do skipper Luís Decq Mota, foi o representante açoriano na prova, e não deixou os seus créditos por mãos alheias: contou com um arranque auspicioso, e espreitou o pódio, onde poderia ter chegado, não fosse um problema técnico o ter obrigado a refrear o ritmo competitivo a partir do terceiro dia de regata, tendo levado à sua desistência, já perto da meta. Apesar disso, Luís Mota faz um balanço positivo desta participação.
Susana Garcia Foto: Marla Pinheiro g Na Marina da Horta, ancorado no pontão C, o Air Mail salta à vista pela beleza das suas linhas e pelo contraste do casco branco e brilhante nas águas cintilantes e azuis. Quem assim o visse, não diria que trazia “cicatrizes de guerra” de uma viagem de 2620 milhas, de ida e volta, entre o Faial e a cidade francesa de Douarnenez. A regata Atlantic Trophee destina-se a barcos clássicos, construídos antes de 1975. Luís Mota tomou conhecimento da prova através de Armando Castro, que, como nos conta, o espicaçou a participar: “o Armando dizia-me que era uma óptima oportunidade de testar o Air Mail, fazer uma viagem maior... A ideia foi ficando, e no Verão passado surgiu a altura de tomar uma decisão”. Construído em 1973, o Air Mail, companheiro de longa data de Luís Mota, reunia as condições ideais para integrar a regata, e em Setembro de 2010 o skipper iniciou os preparativos para a viagem, até porque havia muita coisa a fazer: “foi necessário fazer algumas modificações no barco, principalmente na parte electrónica. Tudo isto era muito velho, e já estava muito ultrapassado. Também precisava de umas velas novas, porque não podemos fazer uma viagem destas com apenas um jogo de velas”, conta. Entretanto, os organizadores da regata estiveram no Faial e fizeram uma visita ao Air Mail, manifestando ao seu skipper a importância de ter um barco açoriano a marcar presença na primeira edição da regata. Luís embrenhou-se mais na preparação do veleiro para a travessia, o que, como nos refere, não foi tarefa fácil: apesar do destaque que a vela de cruzeiro
assume no Faial, a verdade é que, quando se fala de assistência técnica às embarcações, há determinados aspectos em que a ilha não dá resposta às necessidades dos skippers. Luís Mota sentiu isso na pele em relação às reparações electrónicas, que lhe deram algumas dores de cabeça. O piloto automático do Air Mail, por exemplo, tem uma avaria que o seu skipper não consegue ver resolvida, o que obrigou a dificuldades acrescidas para a tripulação do Air Mail durante a participação na Atlantic Trophee. Assim que decidiu participar na regata, Luís Mota decidiu também os moldes em que essa participação se faria: o Air Mail viajou até França, e integrou a primeira etapa da prova, fazendo o percurso entre Douarnenez e a Horta. Mais que uma prova de competição, esta regata foi uma viagem de família. As saídas do Air Mail para o mar fazem-se em família, como nos conta Luís Mota, e esta viagem não foi excepção. O skipper não poupa elogios às aptidões náuticas dos restantes seis tripulantes do Air Mail nesta viagem: “são todos bons marinheiros, cada um com as suas características próprias. O meu irmão João, por exemplo, foi o nosso especialista de cozinha. Acabarmos um turno de mau tempo, às quatro da manhã, todos molhados, e sabermos que vamos ter chá e café quentinhos, com bolachas e sandes à nossa espera é muito agradável. Dá logo um ânimo diferente, pois com a barriga cheia ficamos logo mais satisfeitos”, conta. Para o “homem do leme” desta viagem, mais do que um teste às capacidades de navegação dos tripulantes, esta viagem é, acima de tudo, um teste à capacidade de
interacção do ser humano: “éramos sete indivíduos, fechados durante um mês dentro do barco, a conviver diariamente. Nestas circunstâncias, habituamo-nos a perceber que não estamos sozinhos no mundo, que o nosso espaço interfere com o espaço dos outros e que temos de ter essas coisas em atenção”. A Atlantic Trophee zarpou da França no dia 14 de Julho, e o Air Mail brilhou no arranque da prova: “fizemos uma boa largada, e o primeiro dia foi magnífico. Tivemos uma noite espectacular, de mar chão”, conta. Nestas circunstâncias, o Air Mail portou-se bem e velejou no grupo dos mais rápidos. No entanto, nem tudo foram rosas na viagem, que ao terceiro dia trouxe um percalço, à saída do Golfo da Biscaia: “o vento e o mar foram crescendo, e no sábado apanhámos ventos de 30, 35 nós, e mar de 5, 6 metros, muito desencontrado”, lembra Luís Mota. Segundo o skipper, terá sido num batimento de uma vaga especialmente duro para o Air Mail que o apoio de um dos brandais (cabos que fixam o mastro) cedeu, o que obrigou a tripulação a refrear o andamento: “passámos a andar com pouco pano, mas mesmo assim vínhamos a andar bem, a 5, 6 nós”, conta. O percalço obrigou os velejadores a tomar precauções acrescidas: “viemos para sul para nos abrigar do mau tempo e para ficar mais perto de um eventual porto de abrigo a que tivéssemos de recorrer, como Corunha, Vigo ou Viana do Castelo”. Luís Mota confessa que essa seria apenas uma medida de último recurso, já que arribar a outro porto que não o da Horta poderia significar para o Air Mail longos meses longe de casa: “eu sabia que quando parasse num porto não
poderia pôr o barco a andar, e ele teria de ficar aí parado durante o Inverno, para reparação, por isso fiz um esforço para chegar aqui”, diz. Quando o vento faltou, no entanto, foi preciso tomar uma decisão: “sem vento, para manter o barco a andar teríamos de subir o spi, o que iria puxar muito pelo brandal danificado”, conta. A bordo do Air Mail, o regime é democrático, por isso a decisão de ligar o motor foi a referendo, apesar da palavra final ser a do skipper. Como confessa, o espírito competitivo de Luís Mota não lhe é inato, mas faz-lhe umas visitas ocasionais: “depois de estarmos a competir não gostamos de perder!”, adianta, com boa disposição. De facto, depois do bom arranque do Air Mail, o facto de ter sido necessário ligar o motor a menos de duas centenas da meta foi uma desilusão. Agora, o Air Mail está à espera de um check up completo. Para além do brandal, há algumas outras reparações a fazer, por isso Luís Mota pensa que o barco não voltará a velejar tão cedo. Para o skipper, será particularmente penoso ver o Air Mail na Marina durante as provas náuticas da Semana do Mar e, acima de tudo, durante a Atlantis Cup, que zarpa na segundafeira. É que o Air Mail é um histórico da Regata da Autonomia, sendo mesmo o barco que por mais vezes participou nesta regata. Apesar de tudo, Luís Mota não hesita em fazer um balanço extremamente positivo da Atlantic Trophee, e realça principalmente o apoio que encontrou no Faial para a sua participação nesta regata. O skipper destaca o apoio do Clube Naval da Horta, da empresa Dutras, do Espaço X e da Mútua dos Pescadores. Além disso, esta foi uma oportunidade de apetrechar o Air Mail, e tirar a prova dos nove sobre as suas condições de navegação. Nesta área, o velho amigo de Luís Mota passou com distinção. É que, estando a Atlantic Trophee dentro do calendário da Federação Francesa de Vela, as condições para participar são particularmente exigentes. Nas três vistorias de segurança feitas o Air Mail, ficou provado que o barco reúne condições para navegar, de acordo
com os padrões mais exigentes do mundo do desporto náutico. Esta não foi a primeira grande viagem do Air Mail com Luís Mota aos comandos. O skipper recorda, por exemplo, que em 1998, seis anos após ter adquirido o veleiro, foi até Lisboa, por altura da Expo. Essa foi, de resto, uma viagem marcante, pois foi então que decidiu repará-lo e investir nele, ao invés de o vender. Luís Mota não esconde a devoção ao seu companheiro de viagem, e reconhece que é preciso um gosto especial para manter um barco como o Air Mail: “este barco, por ser clássico, merece ser bem tratado, e faço o possível para continuar a mante-lo em boas condições para navegar. Ele aguenta-se nas regatas, e mantém-se a navegar muito bem!”, adianta, com orgulho. Luís Mota confessa que a manutenção do Air Mail requer algum investimento: “a minha mulher costuma dizer que é uma amante muito cara”, brinca. No entanto, a verdade é que Graça Mota, que foi, de resto, uma das “marinheiras” desta tripulação, já será tão aficionada como o marido, e o facto do Air Mail poder ser desfrutado em família é outra das coisas que faz dele um barco especial. Graça conhece bem os cantos à casa no Air Mail, e sabe como ninguém tratá-lo com devem ser tratados os lares: “Ela tem a mania das limpezas”, resmunga Luís Mota, enquanto a esposa nos explica como funcionam as rotinas quotidianas a bordo. O skipper do Air Mail já pensa em novas aventuras, até porque agora o barco está comprovadamente preparado para navegações ambiciosas: “Um dos meus sobrinhos diz-me: ‘tio, agora que tens o barco bem aparelhado não podes ficar parado, tens de aproveitar’”, conta, e confessa que é isso quer fazer, provavelmente no próximo Verão, numa viagem até às Canárias. Em relação à Atlantic Trophee, e à possibilidade de, numa próxima edição da regata, voltar a rumar a Douarnenez para participar, Luís responde com um sorriso: “havemos de pensar nisso, mas dessa vez iremos com os brandais todos reforçados”.
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29 DE JULHO DE 2O11
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Movimento contra encerramento da escola do Salão não esmorece Desde o anúncio, pela secretária regional da Educação, do encerramento da Escola Básica/Jardim de Infância do Salão, no passado dia 8 de Julho, que a contestação a tal decisão da tutela se tem vindo a manifestar de forma cada vez mais vincada. O movimento contra o encerramento foi despoletado pelos pais das cerca de 24 crianças matriculadas naquela escola para o próximo ano lectivo, mas rapidamente se estendeu à restante comunidade salonense, que contou com o apoio da Junta de Freguesia. Depois de reuniões com os deputados regionais eleitos pelo Faial e com a própria directora regional da Educação e Formação, na passada semana, os pais não desistem da luta. Entretanto os vereadores social-democratas na Câmara Municipal da Horta apresentaram um voto de recomendação para que o Executivo reavaliasse esta decisão, chumbado no entanto pela maioria socialista. Também os deputados regionais do PSD eleitos pelo Faial vieram a público marcar publicamente a sua posição contra este encerramento. Durante esta semana foi também entregue na Assembleia Regional uma petição pública contra o encerramento da escola.
Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g Na manhã da passada segunda-feira os deputados regionais do PSD eleitos pelo Faial juntaram-se aos vereadores do partido na Câmara Municipal da Horta para, junto da Escola do Salão, manifestar a sua total discordância em relação ao anunciado encerramento daquele estabelecimento de ensino. Na ocasião, Jorge Costa Pereira frisou que a escola “possui alunos suficientes para continuar aberta à actividade lectiva”. “O Regulamento de Gestão Administrativa e Pedagógica dos Alunos impõe que apenas as escolas com menos de 10 alunos no 1.º ciclo do ensino básico e menos de 10 alunos no pré-escolar tenham obrigatoriamente de fechar”, refere. Uma vez que a Escola do Salão já tinha inscritas para o próximo ano lectivo 12 crianças no 1.º ciclo e 14 no préescolar, Costa Pereira entende que “a decisão de encerrar a escola não tem qualquer cobertura legal ou regulamentar”. Para os social-democratas, a decisão foi “apressada” e irreflectida, razão pela qual deve ser reavaliada. Costa Pereira evoca a cronologia dos acontecimentos para fundamentar esta posição: “no dia 7 de Julho os pais matricularam os seus filhos para o próximo ano lectivo, para frequentarem a escola do Salão. No dia seguinte, a secretária regional da Educação anunciou um conjunto de
cerca de 30 escolas dos Açores que iriam encerrar no próximo ano lectivo, entre elas a do Salão. Se este processo tivesse sido reflectido, amadurecido e pensado nunca uma escola que iria fechar a partir do dia 8 ia no dia 7 autorizar matrículas para os seus alunos”, reforça. O parlamentar lembra também que a apresentação de escolas alternativas aos pais salonenses se tem feito de forma ambígua. Costa Pereira lembra que a Escola dos Cedros foi opção num primeiro momento para logo depois deixar de o ser e, mais tarde, voltar acima da mesa. Quanto às “razões pedagógicas” evocadas pela tutela, Costa Pereira denuncia a “elasticidade” da argumentação: “a argumentação inicial é de que não é bom que um professor leccione simultaneamente quatro anos de escolaridade. Na última semana a directora regional foi confrontada com o facto da Escola do Salão ter apenas duas classes: a segunda e a terceira. Aí a fundamentação pedagógica já é diferente: é uma vontade do Governo Regional de que haja um professor por ano de escolaridade”, refere. Para o PSD, as verdadeiras razões para o encerramento da escola do Salão são de orientação política: “o objectivo do Governo é encerrar as escolas das freguesias e desenvolver um processo progressivo de transferência desses alunos para as grandes escolas das cidades”, denuncia. Na óptica dos parlamentares laranja, há uma alternativa: “defendemos
ESCOLA DO SALãO Os saloneneses contam com o apoio do PSD e do BE na luta pela manutenção da escola aberta
que devem ser criadas escolas de proximidade, em que os alunos possam agrupar-se de maneira a que se cumpra o interesse pedagógico mas ao mesmo tempo se garanta a proximidade dos alunos às famílias”, explica Costa Pereira. O grupo parlamentar do PSD apresentou já um requerimento ao Executivo Regional sobre os critérios que levaram ao encerramento das escolas, e pretende agora apresentar outro, “para que sejam esclarecidas todas estas contradições e deficientes explicações que foram dadas e que conduziram a este lamentável processo de encerramento da escola do Salão, que nos parece exemplo de uma má política que se está a fazer nos Açores”. Na ocasião, Costa Pereira desafiou os deputados regionais faialenses eleitos pelo PS a apresentarem publicamente a sua posição sobre este assunto. VEREAçãO DIVIDIDA Na Câmara Municipal da Horta, as opiniões dividem-se sobre este assunto. Na última reunião, os vereadores do PSD apresentaram um voto de recomendação, onde defendiam que a autarquia deveria recomendar à Secretaria Regional da Educação e Formação que reavaliasse a sua decisão, no sentido de manter aberta a escola. Aos jornalistas, Paulo Oliveira explicou que, para além das razões já conhecidas que fundamentam esta onda de contestação, com destaque para o facto
de não ter existido diálogo com a comunidade escolar e com as autarquias envolvidas, os vereadores do PSD na Câmara Municipal da Horta contestam o encerramento da escola, por uma questão de coerência com a campanha no âmbito da candidatura Mais Faial, que Oliveira encabeçou nas últimas autárquicas: o vereador lembra que, na ocasião, foi feita a defesa das freguesias pequenas e rurais, distantes da cidade, e carentes de políticas que incentivem a fixação de pessoas. Ora, o anunciado encerramento da escola do Salão contraria este tipo de políticas: “o que temos vindo a constatar é que os serviços vão sendo sucessivamente encerrados e centralizados”, entende. “A opinião dos pais para nós tem muita importância. Todos os pais, independentemente do seu grau de ensino ou do seu poder económico, querem sem dúvida o melhor para as suas crianças, e os pais do Salão estiveram unidos nessa luta, e queriam o melhor para as suas crianças, que era continuarem na freguesia”, acrescenta. No entanto, o voto de recomendação do PSD não reuniu a aprovação da facção socialista na autarquia. A maioria rosa apresentou, ao invés, um documento onde diz compreender a decisão da Secretaria Regional da Educação de encerrar escola, e alerta para “as preocupações manifestadas pelos Pais e Encarregados de Educação, nomeadamente com as distâncias a percorrer, bem como com as condições de transporte das
crianças, em especial das do pré-escolar”. Nesse sentido, os autarcas socialistas recomendam ao Executivo que se “desenvolvam todos os esforços” para que a escola dos Cedros seja “uma alternativa de matrícula dos alunos” do Salão, e que os mesmos possam ser matriculados na escola do Concelho que melhor se adeqúe às necessidades dos pais. BLOCO DE ESqUERDA SOLIDÁRIO COM OS PAIS Também o BE/Faial se mostra solidário com os encarregados de educação do Salão, e defende a manutenção da escola aberta. A Comissão Coordenadora do BE na ilha aponta o dedo ao Governo Regional nesta matéria, acusando-o de “incompetência, arrogância e insensibilidade”. Os bloquistas condenam o facto da decisão ter sido tomada sem qualquer diálogo prévio com os pais dos alunos”, nem com a Câmara Municipal ou a Junta de Freguesia. Para o BE, é lamentável que o Governo tenha reunido com os pais apenas na passada semana, e “já com a decisão tomada”. Para o Bloco, esta decisão da tutela “contraria o combate à desertificação rural e o desenvolvimento harmonioso de toda a Região”. O BE alerta ainda para o facto da maior parte dos pais destes alunos se dedicar a actividades agropecuárias na sua zona de residência, realidade que, entendem, não foi tida em conta na hora de decidir fechar a escola.
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NOTícIAS
29 DE JULHO DE 2O11
Festa do emigrante nas Flores FOTO DE HéLIO SILVA E DA CâMARA MUNICIPAL
J. Arlindo A.Trigueiro g Durante os dias 15, 16, 17 e 18 de Julho realizou-se em Lajes das Flores a XXVI Festa do Emigrante. Com um programa menos dispendioso do que aquele que vinha a ser habitual noutros anos (sem fogo de artifício e sem artistas caros) a Festa teve animação cultural e recreativa. O bom tempo ajudou e o navio das viagens de passageiros das nossas ilhas voltou este ano a colaborar na Festa. Quem voltou a não valorizar a Festa e a não cumprir as suas obrigações para os contribuintes florentinos foi a RTP/Açores. Logo no primeiro dia, pelas 21 horas, depois de uma curta saudação proferida pelo Vereador da Cultura, Armando Meireles, em representação do Presidente da Câmara Municipal, a Prof. Dr.ª Filomena Fontes proferiu uma bem elaborada conferência, que teve como tema “Entre os Limites da Ilha e a Vastidão do Mar e do Mundo”. A oradora, que viveu a sua juventude na ilha das Flores, onde iniciou os estudos, fez uma excelente conferência, enriquecida com referências, a propósito, de diversos pensadores, tendo citado, sobretudo, poemas dos florentinos Pedro da Silveira e Roberto Mesquita. Seguidamente foram lançados quatro livros essencialmente de autores Florentinos: “Abraço de Mar Entre Ilhas e Continentes”, de Aida Baptista e Gabriela Silva; “Ilha das Flores”, de Gabriela Silva; “O Silêncio da Saudade”, de Nuno Cabral; “Monsenhor Dr. Caetano Tomás ao Serviço de Deus e dos Homens”, de José Arlindo Armas Trigueiro. O Salão nobre da Edilidade encontrava-se cheio, e os apresentadores proferiram excelentes discursos. Simultaneamente, actuaram outros artistas convidados, com destaque para “Guigui da Bahia e a sua Banda”, e DJ “Tania Pascoal”. Para além de outras actividades culturais e recreativas para crianças e adultos, interessa salientar as abertu-
Tribuna das Ilhas
cORRIgIdENdA g Na notícia publicada na nossa edição da passada semana com o titulo “Delegação da Cruz Vemelha Portuguesa - Serviço de Teleassistência já está disponível no Pico” referimos erradamente que este serviço foi instalado na Câmara Municipal da Madalena. A Autarquia da Madalena apenas cedeu as suas instalação para a realização da acção de divulgação sobre o serviço que já se encontra em funcionamento naquela Ilha e que foi levada a cabo pela Delegação do Faial da Cruz Vermelha
Portuguesa com o apoio da Santa Casa da Misericórdia das Lajes do Pico. A central telefónica (Call Center) do serviço de Teleassistência da Cruz Vermelha Portuguesa localiza-se sim nas instalações da Sede Nacional em Lisboa e, é a esse Call Center que chegam as chamadas de emergência activadas através do botão vermelho dos equipamentos de Teleassistência. Pelo lapso pedimos desculpa aos nossos leitores bem como às instituições lesadas.
ESPAçO DE PROxIMIDADE A POLÍCIA AO SERVIçO DOS CIDADãOS
MARCHA DA JUVENTUDE Esta será certamente de futuro a marcha oficial da Festa do Emigrante
ras de exposições de pintura e de outras artes produzidas sobretudo por artistas florentinos, designadamente artes diversas e artesanato. No dia seguinte, Sábado, salientam-se actividades desportivas, o desfile e actuação dos grupos folclóricos da “Associação Cultural Lajense”, de “Ponta Delgada das Flores” e de “São João da Talha” e o desfile das Marchas, da “Juventude Lajense, da “Ilha do Corvo”, do “Raminho da Terceira” e da “Festa do Emigrante”. Este programa foi um dos momentos altos da Festa, pela atracção que sempre desperta na população. No fim Armando Meireles actuou, já um pouco tarde devido a alguma deficiência na organização dos desfiles, com um excelente programa de fados. No Domingo, a festa teve um programa diferente do habitual: Depois da “Solene Celebração Eucarística”, seguiu-se o desfile do “Cortejo do Divino Espírito Santo” e o “Bodo de Leite”. Na ocasião actuaram a Filarmónica Nossa Senhora dos Remédios e a Tuna do Grupo de Escuteiros de Santa Cruz das Flores. Nesse dia ainda actuou a conhecida banda “Y Not Band”.
Na 2.ª Feira, desfilaram a “Marcha da Juventude” e a “Marcha Oficial da Festa do Emigrante” de 2011, e actuaram a banda brasileira “Chapa” e a artista Rita Red Shoes. Contrariamente ao que se verifica noutras ilhas, em que as festas populares se repetem com muita frequência, na ilha das Flores estas são raras, mesmo muito raras, o mesmo acontecendo com os eventos culturais. A falta de convívio das pessoas é frequente e notório. Assim, nas poucas festas que ali se realizam, vêem-se cumprimentos ou abraços, acompanhados da observação de que “já há anos que não te vejo”, mesmo junto dos florentinos residentes. Graças aos convívios que as referidas festas propiciaram, estas foram momentos muito agradáveis para quem as frequentou. Face ao estado precário financeiro em que o País se encontra, todos aceitaram, patrioticamente, a contenção de custo que a Câmara Municipal das Lajes das Flores este ano imprimiu na Festa, eliminando nela alguns eventos habituais. As crianças e os jovens não deixaram de se divertir nos programas que lhe estavam especialmente destinados.
P P O O L L Í Í C C I I A A D D E E S S E E G G U U R R A A N N ç ç A A P P Ú Ú B B L L I I C C A A
SEMANA dO MAR 2011 De 07 a 14 de Agosto, realizar-se-á mais uma edição da Semana do Mar, cujos festejos decorrerão com especial incidência no troço compreendido entre o Largo do Infante e o Edifício das Finanças da Horta (antiga P.S.P.) Por força da implantação da estrutura física de suporte e apoio a restaurantes e quiosques, a circulação e estacionamento automóvel uma vez mais sofrerá alterações significativas. Assim, para conhecimento da população, abaixo elencam-se algumas dessas alterações a reter pelos condutores durante o período supra. Criação de um eixo principal de circulação em sentido único de marcha, SulNorte, com especial incidência entre as traseiras do antigo Banco de Portugal e o entroncamento existente nas traseiras da antiga P.S.P Criação de um eixo principal em sentido único de marcha, Norte-Sul a partir da Travessa da Boa Viagem, Rua Serpa Pinto, Largo Duque D,Àvila e Bolama, Rua Walter Bensaúde, Rua Concelheiro Medeiros e Largo do Infante. Circulação automóvel nos dois sentidos na Rua Médico Avelar no troço compreendido entre as Ruas Comendador Macedo e Dr. Neves, sendo inter-
dito o estacionamento em toda a extensão abrangida pelas alterações produzidas. Estacionamento interdito nos dois percursos descritos com as seguintes excepções: bolsa de estacionamento nas traseira do Banco Millenium, traseiras do edifício das Finanças, Rua Serpa Pinto entre o Banco Totta e os CTT, bolsa de estacionamento defronte do estabelecimento comercial “Travaq”e defronte da Farmácia Lecoq ATENÇÃO: Durante o período festivo a circulação de animais equídeos (Cavalos) é expressamente Proibida em todas as vias constantes no Edital Camarário. A P.S.P., incentiva/alerta os automobilistas a praticarem uma condução responsável e a manterem uma conduta cívica que ajude a minimizar os inconvenientes decorrentes destas alterações cumprindo escrupulosamente as indicações dadas pelos Agentes desta corporação e pela sinalização existente. Esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.S.P. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt contactos: telefone 292208510 Fax - 292208511
PROGRAMA INTEGRADO DE POLICIAMENTO DE PROxIMIDADE
circuito Do Monte DA GuiA Parque Natural do Faial
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Paisagem Protegida do Monte da Guia foi em 1980, objecto de regulamentação através do Decreto Regional n.º 1/80/A de 31 de Janeiro, tornando-se uma das primeiras áreas ambientais classificadas dos Açores. A notabilidade deste espaço deve-se à sua rara beleza natural, à concentração de importantes espécies botânicas e à sua extraordinária paisagem que do cimo do seu monte se pode desfrutar sobre a cidade da Horta e sobre a baia do Porto Pim. Recentemente esta área foi integrada no Parque Natural de Ilha do Faial, com a classificação de Área de Paisagem Protegida do Monte da Guia e, ainda, Reserva Natural das Caldeirinhas. É nesta área protegida que se integra o circuito pedestre designado por Circuito do Monte da Guia. Este circuito é, igualmente, um trilho, do Parque Natural do Faial, interessante de se realizar não só pela sua riqueza faunística e florística,
como, também pela presença de património arquitectónico de extrema importância para a preservação da história da cidade da Horta. Este circuito inicia-se na Casa do Parque Natural, na qual também se pode adquirir o Guia do Parque Natural para um melhor aprofundamento do conhecimento deste e de outros trilhos do Parque. Aqui é, também, possível assistir a um pequeno briefing sobre o Parque Natural do Faial e obter informações sobre os locais a visitar. O circuito do Monte da Guia tem uma duração estimada de 1h30m ao longo de um percurso de 1,8 km, e de dificuldade baixa. Se o pedestrianista efectuar o circuito durante as estações da Primavera e do Verão, podem ser daqui observadas algumas espécies da avifauna marinha, como o tão afamado cagarro (Calonectris diomedea borealis), cujo canto é facilmente reconhecível, à noite, e o garajau-comum (Sterna hirundo), pois é nesta época que estas aves migram para o arquipélago dos
Açores a fim de nidificarem. À medida que se inicia a subida, chegando a uma curva apertada, encontram-se dois locais de interesse, um ponto geológico e, mais adiante, as ruínas de um Forte, designado por Forte da Greta, que, outrora, defendia as populações de ataques de corsários. Continuando a subida, deparamo-nos com um pequeno miradouro, do qual se obtém uma vista panorâmica sobre a baía de Porto Pim. Aí, do outro lado da praia, encontramos um complexo de fortificações que datam dos séculos XV a XVII, do período filipino, ligadas por um muro de suporte e outrora destinadas à interdição desta baía. No topo deste circuito encontra-se a Ermida da Nossa Senhora da Guia e o que resta das crateras submarinas deste vulcão, as Caldeirinhas, igualmente, conhecidas por Caldeiras do Inferno. A vegetação terrestre desta área apresenta vários elementos endémicos, como a urze (Erica azorica), e autóctones dos Açores como a faia (Myrica faya). As Caldeirinhas são
uma importante zona de maternidade de espécies piscícolas, como meros (Epinephelus marginatus) e os cabozes (Fam. Blennidae). Este aparelho vulcânico enquadra-se no sistema fissural que originou a Plataforma da Horta (Formação do Almoxarife) há cerca de 11 mil anos. Uma vez no cimo do Monte da Guia, é necessário recuar em direcção ao “atalho do bacalhau”, assim chamado por outrora ter sido o local onde se ensaiou a seca-
gem do bacalhau. Ao longo deste pode-se observar urzes e faias. Realçase, que o percurso deste troço requer cuidado devido à sua inclinação. Este atalho cruza-se com outro que efectua a ligação ao Miradouro dos Dabney. Já perto do final do circuito surge um antigo silo de armazenamento de cereais (milho e trigo). O circuito termina na antiga fábrica baleeira, na qual é retratada a história da baleação nas ilhas do Faial e Pico.
Tribuna das Ilhas
culTuRA
29 DE JULHO DE 2O11
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Grupo de cantares Sons do vale actuou em São Miguel Arthur
cINEMA NO TEATRO FAIAlENSE
g O Grupo de Cantares Sons do Vale, da freguesia dos Flamengos, esteve entre os dias 20 e 24 de Julho na ilha de São Miguel. De acordo com nota enviada às redacções, a passagem do grupo faialense por São Miguel resultou de um convite da Junta de Freguesia da Maia. O Sons do Vale deslocou-se assim àquela freguesia do concelho da Ribeira Grande para participar nas comemorações do seu 500.º aniversário. Os faialenses exibiram-se por duas vezes naquela freguesia, uma das quais com o propósito de animar uma eucaristia dedicada aos emigrantes, que contou com mais de 500 participantes. Actuaram ainda na freguesia de Água de Pau, a convite da Câmara Municipal
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GRUPO DE CANTARES SONS DO VALE Os flamenguenses estiveram nas comemorações do 500.º aniversário da freguesia da Maia
da Lagoa. A comitiva flamenguense, composta por 24 elementos, entre os quais o presidente da Casa do Povo dos Flamengos,
mostrou.se satisfeita com a forma como correu esta deslocação, que lhes permitiu representar a freguesia e a ilha fora de portas.
câmara Municipal da Figueira da Foz cede espólio para a casa Manuel de Arriaga g A Direcção Regional da Cultura assinou um protocolo de cooperação com a Câmara Municipal da Figueira da Foz, no Âmbito do qual serão cedidas algumas peças de valor museológico para integrar o espólio da Casa Manuel de Arriaga. O protocolo, outorgado pelo director regional da Cultura, Jorge Bruno, e pelo presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Albino Ataíde das Neves,
tem por objectivo o depósito de objectos museológicos, propriedade do Museu Municipal Santos Rocha, da Figueira da Foz, na Casa Manuel de Arriaga, cuja obra está em fase de conclusão, que será um espaço de evocação da memória do seu patrono e dos ideais e valores da República. Entre as peças que serão cedidas, destaca-se a máscara mortuária de Manuel de Arriaga, da autoria de António Augusto da Costa
Mota (Tio), em gesso, datada de 1917. Esta terá sido usada como matriz para a produção do busto de Manuel de Arriaga de Simões de Almeida, que já se encontra em depósito no futuro equipamento cultural da cidade da Horta. Constam também da lista duas medalhas com o retrato de Manuel de Arriaga, uma da autoria de Romão Júnior, de 1912, em barro, e outra de Baltazar, em bronze.
(Dias 30 e 31; 21h30; >12) g Protagonizado por Russell Brand (É muito rock, meu!), esta comédia é a primeira longametragem do realizador Jason Winer, associado a projectos televisivos de sucesso, como é o caso da série Uma Família Muito Moderna. A Brand juntam-se no elenco a veterana Helen Mirren (A Rainha) e Jennifer Garner (A Vingadora). Neste filme, Brand é Arthur Bach é um bilionário ingénuo e de bom coração que passa os dias a divertir-se. Um dia, esta sua fama junto da opinião pública começa a prejudicar a imagem da fundação da sua família, Bach Worldwide, e a mãe fazlhe um ultimato: ou casa com uma ambiciosa empresária que o vai manter na linha (Garner)
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ARTHUR O excêntrico milionário é interpretado por Russell Brand
ou fica sem a sua fortuna. Arthur escolhe a segunda opção, até porque se apaixona por Naomi, interpretada pela actriz Greta Gerwig (Greenberg). Arthur terá de defender aquilo que quer, e enfrentar as consequências. Para tal conta com a ajuda da sua ama, Hobson (Mirren), a
única pessoa que sempre acreditou nele. Nesta comédia, Winer procurou reinventar o filme <, realizado por Steve Gordon, em 1981, protagonizado por Dudley Moore (tendo-lhe valido uma nomeação ao Óscar) e com Liza Minnelli no elenco
MunicíPio DA hortA AviSo
Plano de emergência externo para a Sociedade Açoreana de Armazenamento de Gás (SAAGA) – Parque de GPL da horta João Fernando Brum de Azevedo e Castro, Presidente da Câmara Municipal da Horta, faz saber que: 1 – Em cumprimento do disposto nos nos 8 e 9 do artigo 4.º da Resolução n.º 25/2008, de 30 de Junho, da Comissão Nacional de Protecção Civil e em conformidade com o Aviso n.º 14555/2011, de 20 de Julho, publicado na 2.º Série do Diário da República, procede-se à publicitação do período de consulta pública da proposta do Plano de Emergência Externo para a Sociedade Açoreana de Armazenamento de Gás (SAAGA) – Parque de GPL da Horta. 2 – O período de consulta pública terá a duração de 30 dias, com início a 27 de Julho de 2011. 3 – A proposta do Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil da Horta poderá ser consultada na Câmara Municipal da Horta, todos os dias úteis das 09H00 às 12H30 e das 13H30 às 17H00, bem como no site da internet em www.cmhorta.pt. 4 – Durante o período de consulta pública, todos os interessados poderão apresentar, por escrito, as suas reclamações, sugestões ou observações. 20 de Julho de 2011 O Presidente de Câmara, João Fernando Brum de Azevedo e castro.
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ENTREVISTA
29 DE JULHO DE 2O11
OS gRANdES TEMAS dA AcTuAlIdAdE
- SIMAS SANTOS EM ENTREVISTA AO
As potencialidades do “triângulo” – um Fernando Melo g António Carrilho Simas Santos nasceu em Angola. Seu pai era natural da ilha do Pico e sua mãe da cidade de Braga. Licenciado em Medicina pela Universidade do Porto, é titular da Competência de Acupunctura pela Ordem dos Médicos. Radicado na ilha do Pico desde 1973, tem ali exercido funções como médico de Clínica Geral e Medicina Familiar. Foi director do Hospital concelhio das Lajes do Pico e coordenador do Internato de Clínica Geral dos Açores. No plano político, exerceu funções de vereador da Câmara Municipal das Lajes do Pico e também foi deputado, quer à Assembleia da República quer à Assembleia Regional dos Açores. Actualmente é empresário turístico nas áreas da hotelaria e restauração e preside à Assembleia Geral da ACIP (Associação Comercial e Industrial do Pico). Fundador da Agência “Tryangle” é presidente daquela organização de promoção e incremento do turismo nas ilhas do Triângulo. A designação de “o triângulo”, dada ao conjunto das ilhas do Pico, Faial e São Jorge, pela sua proximidade e disposição triangular na “fronteira” oeste do Grupo central dos Açores, surgiu muito tempo antes da revolução de Abril de 1974, ainda na vigência dos chamados distritos autónomos insulares – uma expressão que foi adquirindo, pouco a pouco, a atenção popular. com a subsequente instituição da Democracia no país, atribuindo à região, no seu todo, um estatuto de Autonomia constitucional, a ideia de grupo dessas três parcelas tomou maior consistência, ditada pela beleza paisagística muito variada, mas complementar, de grande interesse para o turismo. Quais as suas perspectivas gerais sobre o produto turístico que o triângulo oferece? Para além dos aspectos que já mencionou – proximidade e variedade paisagística – o produto Triângulo tem dois argumentos de venda cruciais: o facto de ser o único sítio da Região onde se vive, no dia-a-dia, uma ambiência de arquipélago e em que é possível visitar três ilhas apenas com uma viagem aérea. Não importa se o visitante entra pelo Faial, Pico ou São Jorge uma vez que pode sempre visitar as outras duas terras com ligações marítimas curtas, económicas e, sobretudo, deslumbrantes. Com sorte poderá mesmo usufruir da companhia de golfinhos! Pode portanto dizer-se que o Faial, Pico e São Jorge oferecem um destino turístico natural que é facilmente apreciado sem cansar o visitante, pela variação constante dos panoramas e imagens que se abrem aos seus olhos? e que valor atribui à presença do mar nos diferentes ângulos do conjunto ou como experiência de viagem nas tra-
vessias marítimas entre as ilhas? O turismo é hoje, crescentemente, sentido como uma oportunidade para novas experiências e emoções. O turista procura valor acrescentado nas viagens que faz sendo evidente o decréscimo dos grandes grupos. Um exemplo emblemático do que acabo de dizer é a observação de cetáceos e, ainda mais, a experiência de nadar com os golfinhos. Uma actividade que se tornou âncora para o sector nestas três ilhas e que gera, por si só, fluxos muito significativos. Mas a beleza natural e a qualidade ambiental são oportunidades únicas, ainda há pouco confirmadas pelo reconhecimento nacional dos parques naturais do Faial e do Pico. Não esquecendo referências únicas como a Baía da Horta, a Montanha do Pico e as Fajãs de São Jorge. Ou experiências como o Centro de Interpretação dos Capelinhos, a Gruta das Torres ou as Arribas de São Jorge, sendo preciosa, neste contexto, a constante presença do mar que aqui assume contrastes e recortes só possíveis pela proximidade das três ilhas. Para além da paisagem e dos atractivos naturais que as três ilhas mostram, que outros motivos podem ser recomendados para manter ou suscitar o interesse do turista nas áreas da cultura popular, costumes e tradições mais relevantes? Desde logo a gastronomia onde avultam dois produtos da maior importância: o vinho e o queijo. Quando o Governo decidiu instalar no Pico o Laboratório Regional de Enologia foi, com certeza, a pensar na importância e potencial do sector vitivinícola nesta área da região sendo o vinho, como é sabido, um atractivo indispensável em gastronomia. Por outro lado, o Queijo de São Jorge é um produto certificado e com créditos bem firmados e o Queijo do Pico é um queijo de excelente qualidade mas que precisa, urgentemente, de ser devidamente certificado. Mas a gastronomia encontra, também, parceiros fundamentais no nosso peixe e carne que sendo produtos de grande qualidade potenciam janelas de oportunidade muito relevantes. Mas aqui penso que há muito a fazer já que a nossa restauração tem de ser objecto de um grande esforço para a levar para patamares de nível bem mais elevados. Não poderemos ficar dependentes apenas de meia dúzia de pratos tradicionais. Temos que pensar em casos como o Alentejo que, não tendo as nossas potencialidades, transformou uma cozinha pobre e de subsistência numa gastronomia de referência a nível nacional. Ao nível dos usos e dos costumes há, também, muito a fazer. As três ilhas tem tradições muito interessantes mas que, na minha opinião, não estão a ser inteiramente aproveitadas e sobretudo não estão a ser comercializadas de modo a trazerem dividendos significativos. O artesanato, por exemplo, pode ir bem mais longe, bem como a exploração dos usos e costumes antigos, que poderiam ser objecto de enquadramen-
SIMAS SANTOS O Presidente da Tryangle destaca as potencialidades das ilhas do Faial, Pico e São Jorge
tos cénicos susceptíveis de recriar experiências dos tempos do povoamento. uma das vertentes do movimento turístico que está a receber uma especial atenção nos nossos dias é aquela que se relaciona com a saúde, principalmente no que respeita às estâncias termais. como encara esse sector no âmbito do triângulo? O Turismo de Saúde e Bem Estar é um segmento em grande crescimento, a nível mundial, sobretudo tendo em atenção os níveis de stress que se vivem nos grandes centros urbanos, sendo verdade quer para a Europa quer para os Estados Unidos, o que nos dá oportunidade de “cavar” nos dois lados do oceano, situação que nos diferencia dos nossos mais directos concorrentes. Este é um segmento que, entre nós, está na infância mas para o qual temos condições ímpares: qualidade ambiental, beleza natural, silêncio, segurança e baixa demografia. No ponto de vista termal temos poucos recursos pelo que as antigas Termas do Varadouro tem um valor precioso para nós. Tenho informações de que existe interesse privado na sua exploração e vontade política, condições indispensáveis para as transformar no projecto ganhador que puder ser. Existe no Pico uma intenção de investimento num Spa com talassoterapia que, a concretizar-se, poderá ser um produto âncora para combater o grande flagelo
do nosso turismo que é a sazonalidade. A Tryangle tem um objectivo central que consiste em tornar o Triângulo no destino de excelência de Saúde e Bem Estar nos Açores. Sendo certo que todas as nossas ilhas têm muitas potencialidades neste domínio, a verdade é que o Triângulo, mais uma vez, tem possibilidade de usufruto em proximidade daquilo que se preconiza venha a ser uma rede triangular. Para além do Varadouro e do projecto do Pico, temos as fajãs de São Jorge que poderão proporcionar, por exemplo, um eco resort de qualidade única. Apesar das excepcionais potencialidades do triângulo para o turismo como sub-destino dentro dos Açores, apesar do seu enquadramento numa Associação de municípios que infelizmente se mostrou inoperante, apesar de certos entraves postos à sua promoção no exterior, este grupo açoriano de três ilhas apareceu este ano, em grande plano promocional, na capital portuguesa, durante a BtL 2011, através da organização “tryangle”. Pode dizer-nos o que é esta organização e descrever-nos os passos da jornada ocorrida em Lisboa? A Tryangle surgiu como resposta empresarial aos desafios de crescimento e consolidação do sector turístico nesta área geográfica tendo como objectivo central a criação, consolidação e promo-
ção do produto Triângulo debaixo da nossa marca umbrella que são os Açores. Em primeiro lugar, e sempre, somos Açores mas dentro desta grande marca temos uma oferta muito sui generis que permite a concretização de um produto de características muito próprias pelas razões que já foram adiantadas nesta entrevista e que nos levou a pensar em criar e registar a marca Triângulo dos Açores. Como é óbvio, não estamos contra ninguém mas simplesmente a favor, de modo muito pró-activo, desta área da Região que, por seu turno, só irá lucrar com ofertas diferenciadas e diferenciadoras que lhe virão dar valor acrescentado. Para além das associações empresariais que nos deram origem (às quais se vai juntar em breve a Câmara de Comércio e Indústria da Horta) temos como parceiros, desde a primeira hora, as seis Câmaras Municipais das três ilhas que reiteradamente nos têm demonstrado apoio. Os nossos objectivos são vastos mas, para além da consolidação da marca, pretendemos fomentar a sua promoção, tendo elegido como mercado prioritário, sem esquecer os mercados emissores tradicionais, a Nova Inglaterra (a que poderemos acrescentar Nova Iorque e Pensilvânia) já que podemos contar com uma ferramenta preciosa que são os voos directos para os
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sub-destino turístico dentro dos Açores res e agentes que sendo importantes podem ser uma faca de dois gumes. Como foi o caso dos suecos que não representando uma conquista de mercado mas apenas de um operador, se tornou num bom exemplo daquilo que se deve evitar. Operadores e agentes de viagens sim, mas mercados sempre e em primeira linha. Só assim não ficaremos reféns de quem quer que seja.
Açores a partir de Boston. Estamos a falar de um mercado de cerca de 50 milhões de pessoas mas que gera cerca de 25% do PIB americano! A nossa presença na BTL deste ano, que foi muito bem acolhida, teve como objectivo principal a apresentação nacional da Agência Tryangle e da marca Triângulo dos Açores, dando, também, uma oportunidade para falarmos dos nossos objectivos estratégicos. Tivemos uma boa assistência e a presença do Senhor director regional de Turismo, em representação do senhor presidente do Governo Regional. Penso que os nossos objectivos foram conseguidos, pois estivemos presentes, de forma diferenciada, no stand dos Açores. Fomos dizer ao que vínhamos e julgo que fomos compreendidos como não sendo mais do mesmo mas antes uma alavanca que só virá dar mais riqueza à Região que, pela sua dispersão territorial, tem de ser divulgada de uma forma multifacetada mas, simultaneamente, apreensível. Promover nove ilhas é um desafio que só poderá ter sucesso se forem tidas em linha de conta e bem explicadas as diferenças que nos marcam mas que, também, nos enriquecem. entrando agora num plano prático em relação ao futuro, pensamos que o espaço do chamado “circuito açoriano”, promovido no mercado continental, deveria ser ajustado para além do esquema existente, com uma segunda versão para estadias mais prolongadas em cada uma das três ilhas. isto como primeira questão. num outro plano, gostaríamos que nos falasse da hipótese de lançar para o triângulo um projecto turístico sustentável a partir das comunidades da costa leste dos estados unidos da América. Julgo que o tradicional produto “circuito açoriano” está de saída. Tendo sido, durante décadas, um produto de muito sucesso, tem vindo a perder impacto já que se trata de uma viagem extremamente cansativa e que, por via disso, não permite usufruir em plenitude da experiência Açores. Acho que o produto Açores é para degustação, para ser devidamente apreciado com o tempo necessário. Desse ponto de vista e tendo em atenção, como já disse, o facto do turismo se ter tornado num produto de experiências e emoções, penso ser fundamental propor aos mercados várias formas de visitar a Região. E uma delas será certamente a experiência Triângulo e o mesmo é dizer o usufruto, numa só viagem, do Faial, Pico e São Jorge. Experiência que dificilmente se poderá fazer bem em menos de uma semana. Quem nos visita sabe pouco sobre nós. Compete-nos, por conseguinte, sugerir e trabalhar formas de nos visitar que realcem a nossa diversidade e que sejam susceptíveis de “criar o bichinho” pelos Açores e incitar a novas visitas que sejam novas experiências. Os Açores têm de ser vendidos devagarinho
Que importância atribui aos transportes aéreos de ligação do triângulo com o exterior, bem como ao esquema de viagens por mar, a estabelecer entre as três ilhas? Nesse particular há tanto a fazer que justificaria, só por si, uma nova entrevista! Telegraficamente: voos low cost não, viagens com boas ligações e a preço justo, sim. O que passaria pela criação de um (no máximo dois) hub/s aéreo/s nos Açores com uma distribuição em estrela e eficaz para as restantes ilhas. Precisamos, fundamentalmente, de boas
acessibilidades e preços competitivos. Há muitos passos a dar na política aérea. No que diz respeito a ligações marítimas, são imprescindíveis duas ligações diárias com São Jorge todo o ano e maior agilização entre Faial e Pico. Os novos navios ferry encomendados pelo Governo irão, certamente, colmatar muitas lacunas. tirando, de preferência, apenas um véu de cada vez! Na nossa opinião, como já disse, o mercado da Nova Inglaterra deverá ser prioritário. Não apoiado nas nossas comunidades que nos merecem todo o respeito e carinho mas na conquista, pura e dura, do mercado americano propriamente dito. Só desse modo será possível fazer crescer um mercado que tem para nós um valor residual mas que poderia ser, talvez, o nosso mercado mais forte. Temos tudo para isso: voos directos, somos Europa, e usufruímos de um clima moderado e um anti-clímax para o louco ritmo de vida americana. Para o que terá de haver uma comunicação adequada, dada a gritante falta de notoriedade dos Açores nos Estados
Unidos apesar da existência das nossas comunidades. É sabido que a criação e manutenção de um “destino turístico” depende, para além de uma continuada e atractiva promoção, da actividade de operadores e agentes de viagens conceituados e bem conhecidos nos meios e nas zonas onde se desenvolve a sua acção. Já existem algumas iniciativas ou contactos nesse sentido? Concordo consigo mas nesse particular ainda estamos numa fase preliminar que passa por conseguir os indispensáveis meios financeiros. Mas gostaria de salientar que a nossa preocupação se centra nos mercados que temos que conquistar independentemente dos operado-
também se sabe que é fundamental o bom acolhimento dos turistas por parte das unidades hoteleiras existentes nas ilhas a visitar, às quais se exige uma boa qualidade de serviço e a criação de um ambiente em que eles se sintam como na sua própria terra. não seria isto um motivo para a realização, pelos serviços oficiais, de uma breve formação do pessoal hoteleiro e de outras áreas ligadas ao sector? Breve formação é muito pouco. A falta de recursos humanos qualificados é outro dos nossos calcanhares de Aquiles mas será sempre difícil qualificar recursos para uma actividade tão exigente e simultaneamente tão sazonal como o turismo. Para termos bons recursos de forma sustentável, teremos que
dar muito boas condições salariais que tornem a actividade atractiva mas para isso teremos que ter um sector que ganhe escala e sustentabilidade. Da forma presente são 3 meses a pagar por uma exploração de 12, o que torna os profissionais (empresários e funcionários) do turismo em semi-heróis. Só um combate sem tréguas à sazonalidade poderá alterar este estado de coisas e isto só se poderá fazer mediante a criação de produtos âncora para a época baixa. A Saúde e Bem Estar será certamente o principal mas há também o golfe que seria uma boa aposta. A estes juntar-se-iam produtos satélites como o pedestrianismo, o mergulho, a gastronomia, a observação de aves e todos os outros que a nossa imaginação permitir. A sazonalidade é o veneno da galinha de ouro que é (seria) o turismo nos Açores. Será nesse combate que teremos de pôr todos os nossos recursos, quer ao nível da promoção quer ao nível dos conceitos e das estruturas de animação.
Quanto aos guias turísticos que agora, com formação adequada, poderão constituir uma classe profissional, não seria interessante que alguns deles acompanhassem os passeios marítimos ao longo das costas das ilhas e nas saídas para o mar destinadas à observação de baleias? Claro, há um mundo de hipóteses. O mar é possivelmente o nosso maior trunfo em termos de atractividade em época alta. Só por si torna uma visita aos Açores numa experiência inesquecível. Por fim uma pergunta muito simples mas concludente: - está convencido de que o triângulo, se todos quisermos, tem as melhores condições para ser, no futuro, um dos dois mais importantes pólos de turismo dos Açores? Isso está escrito nos astros e em todo o lado. Só nos falta o engenho e a arte, depois de banidos todos os resquícios que ainda possam subsistir de rivalidades serôdias e miopias empresariais incompreensíveis em pleno século XXI.
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OPINIãO
29 DE JULHO DE 2O11
Tribuna das Ilhas
encerramento de escolas: o caso do Salão
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Jorge Costa Pereira
Encerrar uma escola deve de ser sempre uma decisão partilhada e concertada entre a tutela educativa, os órgãos de gestão das escolas, os pais, a comunidade e as autarquias envolvidas. É que nesta matéria lida-se com crianças, com famílias, com projectos de vida e, por isso, não há regras iguais e imutáveis, impondo-se ter em conta a individualidade e as condições concretas de cada comunidade. E lida-se também – e em muito – com o futuro das freguesias e com a sua capacidade de manter equilíbrios populacionais e força atractiva para novos habitantes que nelas se queiram fixar. De nada vale dizer que é preciso envolver os pais e as famílias na escola e na educação dos filhos e depois num assunto desta natureza e importância deixá-los à margem, confrontados com factos consumados e dizer-lhes que o governo é que sabe o que é que é melhor para os seus filhos. De nada vale defender e criar políticas de coesão e depois esvaziar as freguesias e criar as condições para que elas sejam cada menos capazes de atrair população jovem.
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A decisão de encerramento de escolas não pode ser ditada nem por razões meramente economicistas, nem apenas pela ditadura dos fundamentos pedagógicos. No caso do anunciado encerramento da escola do Salão, a Secretaria Regional da Educação e Formação defendeu-se essencialmente com os “fundamentos pedagógicos”. Mas até neles, a deriva foi visível: a 8 de Julho a Secretária Regional dizia que era preciso evitar que as escolas de lugar único se mantivessem em funcionamento devido às dificuldades inerentes ao facto de um único professor ser “obrigado a ministrar em simultâneo quatro anos de escolaridade”. Mas depois, a 20 de Julho, sabendo que, afinal no Salão poderia apenas haver dois anos de escolaridade, e, portanto, haveria uma professora para esses dois anos, situação usual em muitas escolas, a Directora Regional da Educação já afirmava que “o que pretendemos é oferecer às crianças um professor por ano de escolaridade” e, por isso, a Escola será fechada. Em conclusão, a elasticidade dos “fundamentos pedagógicos” sobrepõem-se a tudo e vai sempre servir para justificar o encerramento da escola do Salão, qualquer que seja a realidade concreta. Esquecem-se as pessoas, as comunidades, a realidade e as próprias crianças e tudo se
submete à visão ideológica e ditatorial deste Governo em que a pedagogia vale e é apresentada como um fim em si mesma!
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No passado dia 13 de Julho, a Secretária Regional da Educação e Formação afirmou que este processo de encerramento de escolas foi um “processo longo e maturado, reflectido”. Ora, no caso do anunciado encerramento da escola do Salão isso não aconteceu. E para o provar, basta recorrer à cronologia dos factos: a 7 de Julho passado os Pais e Encarregados de Educação da escola do Salão inscreveram os seus filhos para frequentarem aquela escola no próximo ano lectivo. No dia seguinte, a 8 de Julho, a Secretária Regional da Educação e Formação, anunciou o encerramento de escolas nos Açores, entre elas a do Salão. Nesse dia foi ainda referido que os alunos da escola do Salão iriam ser transferidos para a escola dos Cedros e para escola António José d’Ávila, na Horta. Mas no dia 15 de Julho, o destino dos alunos do Salão era já diferente: os do Pré-escolar podiam escolher entre Pedro Miguel e Horta; os do 1º Ciclo iriam para a Horta. E no dia 20 de Julho, já alguns alunos poderiam também ir para os Cedros. Em conclusão: como é que num processo longo, maturado, reflectido, se permite,
na véspera, matrículas para a frequência de uma escola que no dia seguinte se anuncia que vai fechar? Como é que num processo longo, maturado, reflectido, as escolas para onde os alunos podem ir, variam a cada momento? Não houve, portanto, como se prova, nenhuma preparação desta decisão. O anunciado encerramento da escola do Salão é o exemplo do mais completo improviso da política educativa deste governo, que se procura esconder no autoritarismo e na arrogância das medidas impostas sem auscultação nem conversação prévia com ninguém!
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Finalmente, a questão do número de alunos. Também por isso, não se impunha fechar a escola do Salão. Com efeito, como estabelece o artº 4º do Regulamento de Gestão Administrativa e Pedagógica dos Alunos, as escolas de lugar único com menos de 10 alunos no 1º Ciclo e menos de 10 alunos no Pré-escolar devem obrigatoriamente encerrar. Ora, se a escola do Salão, quer no 1º Ciclo, quer no Pré-escolar, possui mais de 10 alunos, não se impunha pela via regulamentar e legal o seu encerramento. Então, a escola do Salão fecha porquê? Só consigo divisar uma razão: a escola fechará para se cumprir uma orientação da
Paliativos!...
P
Paulo Oliveira
ara quem chega à ilha do Faial, e se procurar bem, consegue descobrir as oito diferenças da praxe, desde a última vez que cá esteve. São mais valias que são introduzidas a conta gotas, num percurso muito, muito lento, da nossa evolução, rumo a um futuro melhor ainda muito distante. Se estiver menos atento, poderá pensar que são a ponta de um iceberg de uma política estruturada de desenvolvimento do Faial, que, infelizmente, não existe. Se estiver mais atento, facilmente chegará à conclusão que, de um modo geral, são operações de cosmética, as chamadas “omeletas sem ovos”... sim, porque os grandes ovos teimam em não aparecer por estas bandas! Senão, vejamos alguns dessas acções, que, na maior parte dos casos, não passam de paliativos, de rebuçados, para irmos chupando, enquanto não chega a hora da nossa... refeição principal. AMBIENTE A praia de Porto Pim foi galardoada com a Bandeira Azul..., fruto do trabalho anterior desenvolvido pela Junta de Freguesia, conforme consentido nos discursos oficiais (?) Sem comentários. O que é certo é que a Bandeia Azul por lá flutua, o que nos apraz registar, facto este que há muito já poderia ter acontecido, se tivesse havido o necessário empenho da tutela nesse sentido... Recorde-se que tempos houve em que até o próprio Director Regional do Ambiente desconhecia que tutelava aquela “zona de lazer”... Hoje, felizmente, já se evoluiu nessa matéria.
Contudo, continuamos sem equipamento adequado na nossa melhor praia, a animação é diminuta, e o aquário continua... virtual.
OBRAS PÚBLICAS A Avenida Marginal finalmente recebeu bancos e papeleiras, em betão tipo “basalto fingido”, uma forma fácil e barata de vender “gato por lebre”, como se todos nós não soubéssemos distinguir a diferença entre a napa plástica e o verdadeiro couro... opções da gerência! Concordamos que é muito mais agradável contemplar o mar, do que estar de costas voltadas e olhar o esforçado arranjo que a UrbHorta fez na nossa “frente mar”..., que oxalá resista à próxima Semana do Mar, como afirmou o seu anterior Presidente! Claro que dá mais nas vistas fazer o fácil, com miradouros e parques de merendas espalhados pela ilha, para que o povo se delicie em alegres churrascos, para esquecer as amarguras da vida. Muito mais difícil é, sem dúvida, e muito mais caro, reabilitar as antigas Estradas Regionais do interior da ilha (vulgo estradas do mato), que passaram de asfalto a terra, para que possamos ter o melhor Rallye dos Açores... Boa contrapartida, sem dúvida!... Muito mais difícil seria dar continuidade à meia variante que para ali ficou esquecida, à espera de melhores dias, e que, sem ela, o novo Quartel dos Bombeiros também nunca poderá ver a luz do dia... Entretanto, fiquemos entretidos com uma sardinhada bem regada, e a ver as ondas do mar, de costas voltadas para os nossos maiores problemas!
TRANSMAçOR Os horários da Transmaçor foram
alargados e agora reflectem melhor a auscultação há muito feita ao mercado, e a oferta de ligações vai de encontro à procura, o que é, sem dúvida, um passo em frente, dado por pessoas desta terra... O horário de Inverno já é conhecido, o que também é uma evolução se considerarmos o improviso do passado recente.... e espera-se que já em Setembro se divulgue o horário do próximo Verão, altura em que os operadores turísticos nos visitam e constituem os seus pacotes para promoção e venda. Por outro lado, é preciso ter consciência que uma nova politica de transportes, ligações e horários, leva 3 a 5 anos a consolidar-se e a dar frutos, motivo pelo qual é preciso manter-se este rumo, com persistência, para que consigamos alcançar uma maior maturidade turística neste Triângulo de Ouro. Contudo, convém não esquecer que a construção dos novos Cruzeiros está suspensa até que o Governo Regional esclareça as dúvidas colocadas pelo construtor..., por forma a não se comprometer a sua entrega no prazo contratual. Em pior onda, estão os navios regionais para a AtlanticoLine, que, de estudo em estudo, aguardam as próximas... eleições.
CâMARA MUNICIPAL A Baía da Horta passou a integrar o Clube das Mais Belas Baías do Mundo, neste primeiro ano em que decorrerá o processo de consagração, e que firmará este galardão. É um bom caminho para promover a ilha, que poderá conduzir a bons frutos..., mas para tal é preciso que se semeie e plante, que se promova e venda este destino turístico, por forma a que a nossa economia venha a absorver novos fluxos... e aqui é que reside a incapacida-
de do município em apoiar e desenvolver a nossa economia. Temos galardões e planos suficientes... O que não temos é obra, o que nos falta é a reabilitação e requalificação urbana, o saneamento básico, a implementação de uma nova politica de circulação e estacionamento, menos burocracia e mais apoio no terreno à actividade económica, que crie emprego, que crie mais atractividade, que apoie a fixação de novas frentes de trabalho relacionadas com o mar, as novas tecnologias e que tire partido dos nossos pontos fortes... Este mandato já vai quase a meio, e continuamos à espera... há 22 anos!
CâMARA DO COMéRCIO As plataformas logísticas vão avançando, sem darmos por isso... à vontade de César, ou melhor, de Sérgio Ávila e de Sandro Paim... Ignorou-se a Petição pela abolição de todas as referências a Plataformas Logísticas no Prota. Trocou-se o parecer da CCIH, que do contra..., passou a favor. Aprovou-se o PROTA, que criou as Plataformas... Recordo, que, na altura, o PS Faial, obrigado a votar a favor..., lá ia dizendo que as plataformas lá estavam, mas que nada obrigava a que fossem feitas... Santa ingenuidade! Entretanto, Ângelo Duarte sai do Conselho de Ilha do Faial, porque iria assumir o cargo de Presidente da Câmara do Comercio e Indústria dos Açores... até hoje! Claro que Sandro Paim persiste em ficar, até porque quis divulgar o estudo “Açores Logístico” que a CCIA mandou fazer a soldo, e que insiste em ganhos (para a Terceira...) de 15 milhões de euros... à nossa custa, claro!
política educativa deste governo e que é progressivamente, um pouco por todas as ilhas dos Açores, fechar as escolas das freguesias e concentrar os alunos em escolas de maior dimensão nos centros urbanos ou nos seus subúrbios. E desta orientação discordo tão profundamente como convictamente acredito que a verdadeira e adequada alternativa a ela só pode ser a criação de escolas de proximidade, nas quais, em caso de número de alunos reduzido, se concentrarão as crianças das freguesias mais próximas, mas procurando evitar-se a tendência de concentrar os alunos do 1º ciclo e do préescolar das freguesias em escolas dos centros urbanos ou dos seus subúrbios. Depois de se ter errado na dimensão das novas escolas construídas nos Açores (que albergam, em média, o dobro dos alunos daquilo que é recomendado nos estudos de referência internacionais), acentua-se o erro, querendo transformá-las à viva força em verdadeiros silos de estudantes, sob o pretexto da “melhoria da qualidade das condições pedagógicas”. Como escreveu Leonardo da Vinci, “Quem pensa pouco, erra muito”. É esse o drama da política educativa nos últimos anos nos Açores. 25.07.2011
Entretanto a crise avança, e o Comércio Tradicional vai ficando mais debilitado... agora, à espera de um Natal... a 50%. Campanhas da Páscoa e Santos Populares não existem... Novas politicas de estacionamento no centro da cidade desconhecem-se... Animação do centro histórico... para quê? O dinamismo da CCIH resume-se a protocolos de cooperação política, que oscilam entre Rallyes e Festivais, da floricultura à panificação, da lula aos presuntos de vaca, de viagens à Galiza e a Viseu..., de muito reduzido impacto na nossa economia. Novo edifício sede... aguarda-se!
ACESSÓRIO Facilmente se constata que se tem privilegiado o acessório, o caminho mais fácil, o orçamento mais barato, o gozo ao trabalho, o dia a dia à sustentabilidade, a subsidio dependência ao desenvolvimento, o presente ao futuro, como forma de ir tampando o “sol com a peneira”. Não quero aqui desvalorizar o trabalho que tem sido feito, com a prata da casa, como forma de mostrar serviço feito, quer aos locais, quer às chefias regionais, e que é importante, pois demonstra motivação e vontade de fazer... Quero, isso sim, afirmar que as grandes promessas eleitorais continuam por cumprir: Estradas Regionais, Variante, Barcos regionais e para o Triângulo, Aquário Virtual, Saneamento Básico, Parques de Estacionamento, requalificação urbana e animação do centro histórico... Paliativos atenuam e disfarçam, mas não resolvem o essencial. Assim, resta aos Faialenses continuarem a aguardar... melhores dias! Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt
dESPORTO
Tribuna das Ilhas
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FuTEbOl – SéRIE AçORES Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g É com uma forte aposta na prata de casa que o Fayal Sport Clube vai jogar na próxima época na Série Açores, depois de três anos de ausência. A equipa, apresentada na passada quarta-feira, é composta por 25 jogadores, todos formados na Região, sendo a grande maioria oriunda do Faial. De acordo com Celestino Lourenço, presidente do FSC, o objectivo para a próxima época é a manutenção, mas “com uma orientação financeira eficaz e adequada às dificuldades financeiras existentes no país e nos Açores”. O plantel dos Verdes será orientado por Eugénio Botelho, que terá como adjunto Edmundo Ramos. A equipa técnica conta ainda com Carla Mateus (fisioterapeuta), José Pinho (massagista), e o director Manuel Rosa. Dos atletas, destaque para nomes bem conhecidos dos adeptos do FSC, como Cádio Dias, Pedro Rodrigues Sandro Paz ou Marco Anselmo. Dos Juniores do Fayal chegam quatro jogadores. Mauro Silva vem dos Flamengos para reforçar o ataque, e do Cedrense chegam os médios Óscar Pereira e Wilson Sousa.
Fayal Sport club aposta em plantel de faialenses para lutar pela manutenção Da vizinha ilha do Pico vêm Tiago Medeiros e Tiago Oliveira, ex-jogadores do Boavista de São Mateus, e o médio Sérgio Alvernaz, que vem do Vitória. O orçamento para a próxima época não ultrapassa os 60 mil euros, por isso Eugénio Botelho pede entrega e espírito de grupo aos seus atletas, para compensara ausência de poderio financeiro. Para já, a principal dificuldade do Fayal deverá ser a necessidade de fazer parte da preparação da época numa casa emprestada, devido às obras para instalação do novo sintético, com as medidas oficiais exigidas para a participação na Série Açores. De acordo com Celestino Lourenço, o acordo com a Direcção Regional do Desporto e a autarquia, principais financiadores da obra, está tratado, e faltam apenas acertar alguns pormenores com o empreiteiro, pelo que o novo campo deverá estar disponível antes do
FAYAL SPORT CLUB Plantel para a época 2011/2012 é maioritariamente constituido por jogadores faialenses
arranque da Série Açores. Antes disso, há o primeiro jogo da Taça de Portugal. Se, após o sorteio, o Fayal ficar isento ou jogar fora, a questão do campo não se
cIclISMO
David Morais em alta no Grande Prémio Sport Zone
coloca, no entanto, na necessidade de fazer o jogo em casa, Celestino Lourenço já chegou a acordo com o Vitória do Pico, para que os Verdes possam utilizar o
campo. O jogo de apresentação deste novo plantel está agendado para dia 10 de Agosto, frente ao Madalena do Pico.
carlos Medeiros vence campeonato de Pesca costeira 2011 g Chegou ao fim e edição de 2011 do Campeonato de Pesca Costeira organizado pelo Clube Naval da Horta. Dos 14 participantes ao longo das seis provas que constituíram o calendário da competição, Carlos Medeiros foi o grande
vencedor, partilhando o pódio com José Silva, em segundo lugar, e com José Armando, em terceiro. Nesta prova, o maior exemplar capturado foi uma veja com 1,560 kg, apanhada pelo pescador José Escobar.
VElA lIgEIRA
Dupla do cnh Miguel Guimarães/David Abecassis no campeonato europeu de 420 DR-HTTP://DFACORES.BLOGSPOT.COM
g No passado fim-de-semana o ciclismo ganhou o estatuto de desporto rei na ilha do Faial, com a realização do Grande Prémio Sport Zone, que durante três dias esteve na estrada, numa prova de três etapas. Esta competição trata-se da principal prova da modalidade na ilha do Faial, e contou com 19 participantes. O ciclista David Morais, natural do Faial mas a residir em São Miguel, puxou dos galões e fez valer a sua supremacia, sagrando-se grande vencedor da competição, assim como a sua equipa. A prova arrancou com um contra-
relógio individual de 7,5 km, entre o Pasteleiro e a Feteira, e logo aí Morais começou a destacar-se, fazendo o melhor tempo. Seguiram-se-lhe os companheiros de equipa da Sport Zone, e Pedro Mendonça, da Junta de Freguesia da Ribeirinha, que acabou por ser o mais rápido dos ciclistas locais. Já no sábado, destaque para o percurso, que ligou a cidade da Horta à Caldeira, ao longo de 48,8 km, com Morais a alcançar novamente o estatuto de mais veloz. Desta feita, o ciclista local com melhor prestação no pelotão foi Sandro Garcia, do
Angústias Atlético Clube/Café Silva. No domingo, os ciclistas partiram da Espalamaca para a volta à ilha, com os ciclistas da Sport Zone a ditar o ritmo e a chegar à meta, em Porto Pim, distanciados do resto do pelotão. Nas contas da geral, David Morais confirmou o favoritismo e sagrou-se vencedor da prova, partilhando o pódio com os colegas de equipa José Afonso, em segundo, e Roberto Gandarinho, em terceiro. Dos locais, o melhor da geral foi Sandro Garcia, que alcançou a sétima posição da tabela classificativa.
g A dupla do Clube Naval da Horta, Miguel Guimarães/David Abecasis, que se encontra a participar no Europeu de 420 em vela ligeira, que termina hoje, em Tavira, está a ter um bom desempenho. Ontem, quarto dia de prova, os velejadores faialenses ocupavam a 27ª posição depois de ter andado pelas posições 38, 20 e 9. De acordo declarações de David Abecassis divulgadas pelo Naval da Horta, na quarta-feira a equipa estava a três regatas do final, e mantinha o objectivo de atingir o top 20. No terceiro dia de prova esta dupla conseguiu realizar duas boas regatas, e garantir a presença no grupo de ouro, proeza que os deixou satisfeitos tendo em conta o azar que tiveram no segundo dia de prova: “infelizmente no segundo dia de regatas fomos desclassificados na 1ª regata do dia”, revelou
Abecassis. De recordar que esta é uma competição é organizada pelo Clube Náutico local, numa parceria com a Associação Portuguesa da Classe 420 e a Federação Portuguesa de Vela, sob as instruções da Associação Internacional da Classe 420, e onde participam cerca 130 equipas oriundas de todo o mundo.
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RETAlhOS dA NOSSA hISTóRIA – cII
no centenário da república Portuguesa (37) 42. GovernADor MAScArenhAS
Fernando Faria
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isboeta de nascimento e engenheiro civil diplomado pelo Instituto Superior Técnico, Manuel de Sárrea Tavares de Mascarenhas Gaivão - filho do Dr. Pedro de Mascarenhas Gaivão e de Maria do Patrocínio de Sárrea de Mascarenhas Gaivão - foi nomeado governador civil do distrito da Horta a 18 de Setembro de 1946. Tomou posse nesse mesmo dia perante o titular da pasta, tenente-coronel Júlio Botelho Moniz, tendo na ocasião proferido o habitual discurso que, além da incontornável profissão de fé na política do Estado Novo e da glorificação de Salazar e do salazarismo, definia as linhas principais do que se propunha fazer como primeiro responsável das ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo que, no ano anterior, havia percorrido na chefia de uma Brigada Técnica de Estudos que, a instâncias do seu antecessor, a elas se deslocara para avaliar as necessidades mais prementes no domínio de obras públicas, transportes e comunicações. Conhecia, portanto, “os grandes da terra” e lidara “com os pobres e humildes”. As aspirações de uns e outros não “ultrapassavam aquilo que parece razoável conceder-se-lhes” e cuja “execução aliás, aqui no Continente, há muito, felizmente, está em curso”. A distância, a falta de transportes e as dificuldades ocasionadas pela Guerra estavam na raiz desse atraso que urgia atenuar. O governador Mascarenhas Gaivão chegou à Horta e assumiu funções no dia 14 de Outubro de 1946, asseverando à “numerosa e selecta assistência” que o saudou no salão nobre do Governo Civil que “aqui estou, para servir o País, servindo as ilhas cuja administração me foi entregue”. Se conhecia o atraso em que elas se encontravam, também sabia dos muitos estudos e projectos já concluídos e em vias de conclusão, alguns até já adjudicados, nos sectores de estradas, pequenos portos, aproveitamentos hidráulicos e, o que era uma promessa vinda do tempo do governador Pedro Guimarães, a construção do “campo de aviação distrital que permitiria estabelecer a ligação com o grande aeroporto
do arquipélago” voltando a Horta a usufruir das ligações intercontinentais perdidas no ano anterior quando a Pan American transferira os seus serviços aéreos do Faial para Santa Maria. Na óptica do governador, muito trabalho estava destinado às autarquias locais do distrito: “captações de água e seu encanamento, saneamento, abertura de caminhos, postos clínicos, obras de assistência, escolas, casas para pobres e pescadores”, nisso tirando proveito da “legislação existente” que facultava “a comparticipação do Estado nesses trabalhos, em bem larga escala”1. Mascarenhas Gaivão tinha bem presente “os problemas económicos, onde muito há que estudar e aperfeiçoar”, mas fez questão de acentuar a solidariedade que as ilhas, ainda recentemente, haviam prestado à “Mãe Pátria, com as remessas dos seus produtos, em especial, lacticínios e carnes para consumo”. Com o que não contava o novo chefe do distrito era com o terrível ciclone que em 4 de Outubro assolou estas ilhas – vinha ele no paquete “Carvalho Araújo” a fim de assumir funções – provocando grandes prejuízos na agricultura, nas habitações, nas estradas e caminhos, sendo o maior de todos, segundo escreveu corajosamente Rui Barbo [pseudónimo do farmacêutico Domingos Garcia] os “alarmantes rombos na doca da Horta, portas abertas para uma destruição parcial que custará mais ao Estado do que o total do dispêndio havido com toda a obra – uns milhares de contos, se uma criminosa indiferença continuar votada a uma reparação que é urgentíssima, pois no estado em que se encontra não são precisos grandes mares para completarem a obra iniciada pelo ciclone”2. Não deve ter sido fácil ao governador Mascarenhas Gaivão conseguir do Governo as verbas avultadas e a vinda do competente engenheiro Ângelo Corbal para dirigir os trabalhos de reparação da doca. Em várias ocasiões deslocou-se a Lisboa a fim de resolver aquele e outros importantes assuntos de interesse distrital. De lá comunicava ao Governo Civil – primeiro ao secretário geral Dr. Elmano da Costa Campos e, a partir de 20 de Agosto de 1947, ao governador civil substituto, Dr. Antero Ramos Taborda, director da Alfândega – os resultados das suas diligências junto dos vários ministérios e, quando regressava à sede do distrito, não faltavam os elogios ao “muito ilustre governador”, que, “junto do Poder Central tratou com desvela-
do interesse dos problemas de maior necessidade para todo o distrito”. Logo na primeira deslocação a Lisboa, em 1947, a propaganda, a que se prestavam os meios de comunicação, realçou três grandes conquistas: o campo de aviação, com a promessa da chegada de uma comissão técnica constituída pelo engenheiro João Pessoa e piloto aviador Manuel Alexandrino acompanhados de uma brigada de topógrafos que vinham proceder ao estudo definitivo daquela infra-estrutura a construir na Feteira; o alteamento do molhe da doca para acostagem de vapores, muralhas do porto da Horta e construção da avenida marginal da cidade. Alguns destes trabalhos só muito lentamente foram executados, transitando os dois maiores para as décadas de sessenta e setenta do século XX quando já há muito era chefe do distrito o Dr. Freitas Pimentel. Mas, nesse ano, o governador Mascarenhas Gaivão viu em andamento, entre outras, as seguintes obras: inauguração dos celeiros da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores no dia 4.3.1947; início dos trabalhos da Estrada da Caldeira a 30.4.1947; conclusão da rede viária à volta da ilha do Faial com a abertura do troço de estrada na Ribeira Funda em 3.6.1947. São também do seu mandato a construção de bairros de casas para pobres em Castelo Branco (Lombega e Carreira) e na Horta, edifícios escolares, construção da estrada Largo Jaime Melo - Ribeira do Cabo que com a melhoria dos caminhos vicinais possibilitou o arroteamento de 12 mil alqueires de terra. A ampliação e adaptação das instalações do Liceu Nacional da Horta em 27 de Abril de 1950 foi outra realização do governador Mascarenhas Gaivão que, todavia, não conseguiu ver realizada a promessa feita ao seu antecessor e a ele reiterada de ser leccionado naquele estabelecimento o 3.º Ciclo do Ensino Secundário. A construção de centros hospitalares e postos de socorros nos concelhos do Pico, Flores e Corvo, abertura e beneficiação de estradas e importantes reparações em portos e ancoradouros nas quatro ilhas, reparação de igrejas (v.g. Conceição e Matriz da Horta), o apoio à construção do estádio do F.S.C. e o início da edificação das Termas do Varadouro, marcou, conforme assinala a imprensa faialense, um período de realizações em ritmo talvez nunca dantes atingido, mas que, em vários casos, se ficaram pelos problemas a aguardar solução ou pelas pro-
GAivão
messas jamais cumpridas. De todo o modo, também o governador Mascarenhas Gaivão foi várias vezes solenemente homenageado, quase sempre por iniciativa de organismos oficiais – com destaque para a Câmara Municipal da Horta presidida pelo Dr. Freitas Pimentel – ou de “grupos de amigos e admiradores”. Foi isso que sucedeu no termo das suas funções de governador civil do distrito autónomo da Horta em 1953. Os jornais dedicaram-lhe edições especiais, com destaque para a do “Correio da Horta” de 29 de Abril que insere variada colaboração, designadamente do presidente da Junta Geral do Distrito Comendador Norberto Amaral, do presidente da Câmara da Horta Dr. Freitas Pimentel e do director de Obras Públicas do Distrito Engenheiro Frederico Machado. Este, no seu testemunho, assinala que “ à acção directa do governador, ao seu prestígio junto do Governo da Nação, ao entusiasmo que soube incutir aos vários municípios se devem muitas dezenas de obras, nomeadamente abastecimento de água, caminhos rurais e outras análogas que contribuem de modo decisivo para elevar as condições de vida de todo o distrito”. O conceituado engenheiro - que viria a ser eminente cientista e docente universitário - regista também que “obras e realizações de maior vulto mereceram igualmente o carinho e superior apoio” do governador a quem “o distrito fica a dever imenso”. E, numa subtil e certeira análise política, Frederico Machado salienta que “durante os últimos sete anos a vida distrital decorreu calma, sem agitações de política local”. Por isso, e contrariamente ao que sucedera desde 1926 até começos da década de quarenta, foi “à sombra desta ‘paz interna’ que os técnicos trabalharam com mais segurança, as obras realizaram-se com melhor continuidade e a própria economia distrital desenvolveu-se livremente”. O progresso geral do distrito, concluía o director de Obras Públicas, “resultou em grande parte desta serenidade política, para a qual contribuíram muitíssimo o prestígio pessoal, o bom senso político e o seguro discernimento deste ilustre governador”. Por isso não causa estranheza que Mascarenhas Gaivão tenha sido distinguido com um jantar de despedida, promovido por “um grupo de amigos e admiradores” que reuniu na Sociedade “Amor da Pátria” cerca de 135 convivas. Aos brindes, as qualidades do homenageado foram enaltecidas por diversas personalidades que, uns
anos antes, se encontravam em diferentes campos políticos. Usaram da palavra o Comendador Norberto Amaral, o Dr. Freitas Pimentel, engenheiros Ângelo Corbal e Rodrigues Pinelo, Dr. Raposo de Oliveira, agente técnico Manuel Augusto Costa, Dr. António de Lacerda Forjaz, Padre Ouvidor José Pereira da Silva, tenente Horácio Saloio e Dr. Manuel Madruga. “Visivelmente comovido o governador agradeceu a todos os oradores as referências que lhe foram feitas e bem assim aos convivas ali presentes.3” Essa comovida gratidão patenteou-a ele na despedida que dirigiu À População do Distrito da Horta e que fez publicar nos diários faialenses de 4 de Maio de 1953: “Ao regressar a Lisboa depois de cerca de sete anos de permanência neste distrito, não encontro palavras para agradecer a todos os seus habitantes a contribuição que deram para que a minha vida aqui fique contando como a época mais feliz que Deus me permitiu gozar (…) Deixo, no distrito da Horta, pedaços da alma e do coração, levando comigo um desgosto que só poderá ser atenuado nos momentos em que – espero em Deus – possa ser útil a qualquer dos habitantes das quatro ilhas – Faial, Pico, Flores e Corvo”. O Engenheiro Mascarenhas Gaivão foi nomeado governador civil do distrito de Faro, sendo empossado a 21 de Maio de 1953 pelo Ministro do Interior, Dr. Joaquim Trigo de Negreiros, “apoiante de Marcelo Caetano e da corrente reformista por este protagonizada no seio do regime desde o pósguerra”4. correio da horta, 18 Outubro 1946 O Telégrafo, 19 Fevereiro 1947 correio da horta, 30 abril 1953 4 dicionário de história do Estado Novo, direcção de rosas, Fernando e brito, J.M. brandão de, volume ii, p. 659 1 2 3
dE quANdO EM VEz… Santos Madruga
N
unca fomos tão “apalpados” nos nossos sentimentos, quanto hoje. Vivemos, quase tantos anos, no tempo apelidado de ditadura, como nesta nova era, que nasceu sorridente, mas que em breve, descobriu novos vícios, e lentamente se tornou obesa. Já se passaram trinta e sete anos, e, tal como ontem, estamos numa crise profunda e sem solução imediata. Com os cofres vazios, esbanjados ao desbarato, e com “tudo empenhado”, não deslumbramos algo de bom, para os próximos tempos, dada a forma como, a
onteM e hoJe maioria de nós, se vai comportando. Ontem, “gentes felizes com lágrimas”, resignados, aceitaram os sacrifícios, e conseguiram ultrapassar a crise, de modo a que a moeda fosse valorizada e reconhecida universalmente. Hoje, discutimos, reivindicamos direitos que nós próprios desrespeitamos, e assim, colocamo-nos ao mesmo nível do adepto fanático, para impormos a nossa condição de “treinador de bancada”, dando palpites e acenando com lenços brancos, em vez de apoiarmos e ajudar-
mos, com o nosso contributo a consertar o que os outros de errado fizeram. Nunca houve tantos “sabedores de opinião politica”, como agora. São programas especiais de conversa vazia e que a nada levam; são pseudo intelectuais, confundido, em vez de esclarecerem, enfim, lembrando o dito popular que, “em casa onde não há pão todos ralham, mas ninguém tem razão”. O curioso é que nos esquecemos que viajamos todos no mesmo barco. Inventa-se de tudo para que se esqueça
a nossa história. Em vez de se falar verdade, os “iluminados da nova era”, mentem, distorcendo a realidade histórica, eles que nasceram, há pouco mais de duas décadas, e que se sentem os novos arautos do progresso atual. A sua responsabilidade, como “educadores”, é de primordial importância, mas, tem de ser exercida com verdade, para que possa ser credível. Boa ou má, a historia não poderá ser apagada. É com o passado que delineamos o futuro. Entender o bom que se fez, e eliminar o absurdo, seriam as traves mestras da nossa recuperação. Já o polémico Prof. Andrew Oitke, no seu controverso livro, dizia: “que o
homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos”, e, “ não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento ou progressos. PRECISA SOBRETUDO DE DIETA MENTAL.” Ontem, resolveu-se; hoje, com obesos destes, será mais difícil. Haja Saúde! Julho,2011.
Tribuna das Ilhas
PublIcIdAdE
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AviSo
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1 – A Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental, SA, pretende contratar um Auxiliar de Serviços, em regime de contrato de trabalho a termo certo, pelo período de seis meses, ao abrigo do artigo 8.º do EPAP, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 421/99, de 21 de Outubro. 2 – reQuiSitoS: 2.1 – Idade não inferior a 18 anos; 2.2 – Possuir a escolaridade mínima obrigatória; 2.2.1 – Preferencialmente ter conhecimentos de inglês e francês falado, informática na óptica do utilizador e possuir carta náutica de recreio. 3 – reMunerAção: 3.1 – Remuneração mensal correspondente à BR 5 (€ 659,10). 4 – LocAL De trABALho: O local de trabalho será nos portos sob jurisdição da Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental, SA, preferencialmente no Porto das Lajes das Flores – Núcleo de Recreio Náutico. 5 – MÉtoDoS De SeLecção: Avaliação curricular e entrevista. 6 – ForMA e PrAZo De cAnDiDAturA: As candidaturas deverão ser formalizadas em requerimento dirigido ao “Presidente do Júri para a contratação a termo certo, por seis meses, de um Auxiliar de Serviços” Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental, SA, Avenida Gago Coutinho e Sacadura Cabral, n.º 7 – 9900-062 HORTA e deverão ser acompanhadas de Curriculum Vitae assinado e detalhado, fotocópias do Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão e dos documentos comprovativos das habilitações literárias, formação e experiência profissional. Estes documentos deverão ser entregues até ao dia 12 de Agosto de 2011.
1 – A Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental, SA, pretende contratar um Operador de Equipamento Portuário, em regime de contrato de trabalho a termo certo, pelo período seis meses, ao abrigo do artigo 8.º do EPAP, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 421/99, de 21 de Outubro. 2 – reQuiSitoS: 2.1 – Idade não inferior a 18 anos nem superior a 30 anos; 2.2 – Possuir o 9.º ano de escolaridade ou equivalente; 2.3– Carta de condução correspondente à categoria CE; 2.4 – Experiência profissional de dois anos de operação de máquinas pesadas, devidamente comprovada. 3 – reMunerAção: 3.1 – Remuneração mensal correspondente à BR 9 (€ 857,80). 4 – LocAL De trABALho: O local de trabalho será nos portos sob jurisdição da Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental, SA, preferencialmente no Porto das Lajes, na ilha das Flores. 5 – MÉtoDoS De SeLecção: Avaliação curricular, entrevista e prova prática. 6 – ForMA e PrAZo De cAnDiDAturA: As candidaturas deverão ser formalizadas em requerimento dirigido ao “Presidente do Júri para a contratação a termo certo, por seis meses, de um Operador de Equipamento Portuário Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental, SA, Avenida Gago Coutinho e Sacadura Cabral, n.º 7 – 9900-062 HORTA e deverão ser acompanhadas de Curriculum Vitae assinado e detalhado, fotocópias do Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão, carta de condução e dos documentos comprovativos das habilitações literárias, formação e experiência profissional. Estes documentos deverão ser entregues até ao dia 12 de Agosto de 2011. APTO, SA, 22 de Julho de 2011
APTO, SA, 22 de Julho de 2011
O Presidente do Conselho de Administração Fernando Manuel de Saldanha Matos de nascimento
O Presidente do Conselho de Administração Fernando Manuel de Saldanha Matos de nascimento
RESTAuRANTE E SNAck-bAR AREEIRO • cAPElO • TElF. 292 945 204 • TlM. 969 075 947
EMENTA PARA DOMINGO
MunicíPio DA hortA AviSo
Plano Municipal de emergência de Protecção civil da horta João Fernando Brum de Azevedo e Castro, Presidente da Câmara Municipal da Horta, faz saber que: 1 – Em cumprimento do disposto nos nos 8 e 9 do artigo 4.º da Resolução n.º 25/2008, de 30 de Junho, da Comissão Nacional de Protecção Civil e em conformidade com o Aviso n.º 14554/2011, de 20 de Julho, publicado na 2.º Série do Diário da República, procede-se à publicitação do período de consulta pública da proposta do Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil da Horta. 2 – O período de consulta pública terá a duração de 30 dias, com início a 27 de Julho de 2011. 3 – A proposta do Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil da Horta poderá ser consultada na Câmara Municipal da Horta, todos os dias úteis das 09H00 às 12H30 e das 13H30 às 17H00, bem como no site da internet em www.cmhorta.pt. 4 – Durante o período de consulta pública, todos os interessados poderão apresentar, por escrito, as suas reclamações, sugestões ou observações. 20 de Julho de 2011 O Presidente de Câmara, João Fernando Brum de Azevedo e castro.
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OPINIãO
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Tribuna das Ilhas
i - Falta
Vera Lacerda
I
Foi aprovado na generalidade no passado dia 22 de Julho, na Assembleia da República, uma Proposta de Lei do Governo para a criação de um novo imposto extraordinário que incide sobre o IRS, com os votos contra de toda a oposição. Conforme é referido no próprio diploma esta sobretaxa é uma medida de carácter extraordinário para acelerar o esforço de consolidação orçamental e como o próprio Ministro das Finanças admitiu, trata-se apenas de uma medida de prudência, não estando sequer contida no memorando negociado com Troika. Esta Proposta estabelece que a receita da sobretaxa extraordinária reverte integralmente para o Orçamento de Estado. Ora, tanto a Constituição da República Portuguesa, como o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, como ainda a Lei de Finanças Regionais, estabelecem que todos os impostos gerados e cobrados no território da
de coerência; ii - horta, uma das mais belas baías do Mundo Região constituem receita da Região. Isso mesmo foi admitido pela Presidente do PSD/Açores, referindo, poucos dias antes da aprovação desta Proposta na Assembleia da República, que “nos termos da Constituição e do Estatuto, não há dúvidas que é receita da Região, porque todas as receitas cobradas e geradas na RAA são receitas próprias da Região”. No entanto, os seus deputados na República, os deputados eleitos pelo PSD/Açores, discordam. E tanto discordam que votaram a favor da Proposta de Lei do Governo sem pestanejar. Optaram, mais uma vez, por seguir a disciplina partidária na República desconsiderando por completo os interesses dos Açorianos nesta matéria e, convém referi-lo, indo contra a orientação da própria líder regional. Os Açorianos, principalmente aqueles eleitos pelo povo para representar os seus interesses, seja em que sede for, não podem, em caso algum, permitir um retrocesso da nossa Autonomia.
Sejamos claros, é isso que esta posição agora assumida pelos deputados eleitos pelo PSD/Açores na Assembleia da República consubstancia: um claro despojamento dos nossos direitos, direitos estes constitucionalmente consagrados. Quem pregava que o PS/Açores não tinha ambição autonómica, e que falhava nos momentos essenciais para os Açores, o que poderá dizer agora?? Estamos perante um momento essencial para os Açores, estamos perante um PSD/Açores que demonstra, mais uma vez, não ter qualquer influência nas decisões do seu partido a nível nacional! E quando toca a tomar decisões prejudiciais para os Açorianos? Os Deputados do PSD/Açores na Assembleia da República votam, como cordeirinhos, a favor! Haja coerência!
II
A nossa baía foi recentemente aceite no Clube das Mais Belas Baías do Mundo, clube este muito res-
trito, contando apenas com 32 baías a nível mundial. Este deve ser um motivo de grande orgulho para todos os Faialenses. Este reconhecimento demonstra a elevada qualidade da nossa baía e está directamente relacionada com o grande potencial de desenvolvimento dos Açores. A Horta assume-se, e deve continuar nessa senda, como a verdadeira Cidade Mar. Uma das mais valias da ilha do Faial é a sua posição geo-estratégica, que faz com que a nossa baía tenha sido, desde sempre, um ponto privilegiado de ligação entre os diferentes continentes. A nossa cidade vive, consome e palpita Mar! Exemplos disso são a quantidade de regatas internacionais da mais elevada qualidade que por aqui passam, a investigação científica de ponta levada a cabo pelo Departamento de Oceanografia e Pescas e ainda um recente proliferar de empresas marítimo-turísticas situadas na nossa frente marítima.
Não posso deixar de referir a nossa Marina, conhecida mundialmente como fazendo parte da rota de todos os velejadores que cruzam estes mares Açorianos. É vê-la repleta de veleiros, cujos tripulantes cumprem escrupulosamente a tradição de nos deixar a sua "impressão digital", fazendo uma pintura nos seus muros, respeitando assim a lenda de que isso os protegerá de todos os perigos no Mar! A aceitação da Baía da Horta neste Clube certifica e credibiliza um desenvolvimento sustentado e no respeito pela natureza, aposta da nossa terra. Leva o nome do Faial e dos Açores cada vez mais longe, demonstra o quão bom somos, mesmo a nível mundial! Somos nós os primeiros responsáveis por realçar este grande feito da nossa terra! Devemos estar todos extremamente satisfeitos e vaidosos! A ilha do Faial está de parabéns...no entanto, parece ser apanágio de alguns, ver apenas o lado negativo de todas as coisas.
MiSSõeS cientíFicAS voluntariado na Frederico Cardigos
O
facto de estarmos no Verão, promove, evidentemente, o trabalho de campo ou de mar e será sempre um período com mais actividade científica in situ. No entanto, parece-me que este ano está a ser particularmente prolífico. Dou alguns exemplos. Quando estive em Santa Maria, a participar na segunda parte da Missão M@rbis 2011 a bordo do Navio de Treino de Mar “Creoula”, encontrei a expedição científica de paleontologia da Universidade dos Açores. Ao chegar à Horta, no final da missão, para além do Navio de Investigação “Arquipélago”, que também tinha participado na M@rbis, encontrei os navios “Pourquois pas?” e “D. Carlos I”. Ainda nem tinha conseguido acabar de digerir tanta informação, já se anunciava a expedição, também da Universidade dos Açores, à Ilha de São Jorge. Ao mesmo tempo e em paralelo, decorrem os trabalhos no Banco Condor e outras iniciativas importantes, mas sem a mesma exposição mediática ou evidente visibilidade. É muita gente e é muita curiosidade. Todos sabemos que os Açores estão na moda, mas esta curiosidade científica que tenta esmiuçar o passado (paleontologia), o presente e o futuro (meteorologia), desde os fundos abissais oceânicos das fontes hidrotermais de grande profundidade até à ponta mais elevada da Ilha do Pico, onde se medem os compostos atmosféricos de fundo, dá-nos uma ideia do nível de escrutínio a que o nosso arquipélago está a ser sujeito. Desde os nossos cetáceos, passando pelas plantas endémicas e até aves marinhas, tudo está a ser caracterizado, verificado e conjecturado. Desde as aproximações mais improváveis e fantasiosas, incluindo alegações de povoamentos pré-his-
tóricos, até aos mais quantitativos e lineares estudos de sismologia, há espaço para todas as abordagens nas nove ilhas deste singular arquipélago. Esta curiosidade já não é nova, mas não parece esmorecer e, impõe-se a pergunta: Porquê? Porque se quer saber tanto sobre os Açores? Provavelmente, não há uma resposta única, mas uma das razões será, certamente, posicional ou, como os comentadores políticos preferem, geoestratégica. Pelo facto de se localizar entre continentes, estar a meio do Atlântico Norte e entre três placas tectónicas, bem que nos podemos de gabar de estar no centro do mundo! Por outro lado, começamos a ter um longo historial de expedições científicas e, como todos sabemos, mais do que dar uma resposta simples e finalizadora, a investigação lança habitualmente muitas novas perguntas. Para lhes responder, fazem-se novas expedições e, se tudo decorrer normalmente, perpetuam-se no tempo e no nosso espaço. Finalmente, neste meu micro resumo de razões, adiciono que há uns dias atrás um amigo referia-me que há aqui “pessoas e dinâmicas” que motivam a facilidade da investigação. Concordo. Na perspectiva do Governo dos Açores, é um enorme conforto verificar toda esta curiosidade. Por um lado, o investimento realizado em investigação científica não é equivalente às nossas disponibilidades, tendo presentes equipas do mundo inteiro e a expensas próprias! Ilustrando, a verba de quatro dias de aluguer do “Pourquois pas?” equivale a um ano inteiro de financiamento do “Arquipélago”. Agora fazendo uma multiplicação simples, reparem que o “Porquois pas?”, o “Atalante”, o “D. Carlos I” e tantos outros estão nos Açores num total de dias equivalente a três meses por ano. É muito dinheiro! Mas, mais ainda, esta ampla iniciativa internacional é feita em parcerias com os investigadores locais o que resulta numa partilha de conhecimentos e instrumentação que os investigadores da Universidade dos Açores e outras unidades de pesquisa cien-
tífica bem têm sabido aproveitar. Complementando, vivendo nós num regime em que a decisão assenta no conhecimento, pelo facto de haver muita e boa investigação, passamos a ter os dados necessários para que o futuro possa ser mais seguro e benéfico para a população açoriana. Para que todas as peças assentem bem é necessário que deste conhecimento também resulte investimento privado. Este é dos passos mais complicados e que ainda não tem o reflexo que potencialmente alberga. Por exemplo, a embarcação que tem fundo de vidro e que está no porto da Horta usa os conhecimentos angariados pelo DOP para descrever os fundos marinhos. Isso faz sentido. Também faz sentido que o GeoParque dos Açores utilize os conhecimentos angariados pelo Departamento de Geociências da Universidade para mobilizar algumas iniciativas hoteleiras e de restauração. É fantástico que a interpretação dos trilhos pedestres dos Açores utilize informação sobre a flora natural estudada e divulgada pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade. É tudo verdade, mas ainda sabe a pouco. Por um lado, as unidades de investigação terão de disponibilizar mais informação utilizável e, ao mesmo tempo, os empreendedores terão de colocar as perguntas certas e em tom de desafio aos investigadores que participam nestas missões. Eles irão responder, mas devemos provocá-los. Quando estive em Santa Maria e tive a oportunidade de fazer uma breve visita à Pedra que Pica, fiquei absolutamente fascinado. Ao contemplar aqueles fósseis estava a olhar para organismos que estavam vivos há cerca de cinco milhões de anos. Mais do que ver conchas, estava a olhar, com respeito, para alguns dos primeiros organismos açorianos. Esta minha experiência tem de estar disponível para todos os açorianos e para quem nos visitar, mas, lá está, procuram-se os empreendedores que nos guiem na aventura do conhecimento e, já agora, do lucro!
casa do Povo da Praia do norte o elo de ligação
C
omo é de certeza do conhecimento de todos encontramo-nos no Ano Europeu do Voluntariado 2011, declarado pelas Nações Unidas com o intuito de consolidar e melhorar as redes de Voluntariado, o que é uma excelente oportunidade para as Instituições de cariz social. Em Portugal, segundo um estudo publicado pela Agência Lusa, “existem mais de 1,5 milhões de portugueses que dedicam parte do seu tempo aos outros sem receber nada em troca”, o que é deveras notável para um país que há cerca de 10 anos atrás ocupava o último lugar no ranking dos países Europeus. Segundo o Enquadramento Legal do Voluntariado em Portugal, voluntariado “é o conjunto de acções de interesse social e comunitário realizado de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção ao serviço da comunidade sem fins lucrativos”. Sendo a Casa do Povo da Praia do Norte uma Instituição de Solidariedade Social que tem a seu cargo a função de promover no seio da comunidade actividades de carácter social, comunitário e recreativo em proximidade com a população, as acções de Voluntariado reves-
tem-se de um carácter de grande importância. Actualmente possuímos como Serviços as Valências de Apoio ao Domicílio na qual prestamos apoio a todos aqueles que necessitam de auxílio na realização das suas actividades de vida diária e o Centro de Convívio para Idosos que é destinado a todos os que nele queiram participar. Além disso, realizamos algumas actividades pontuais como festas subordinadas a um tema específico, como por exemplo, a Páscoa, o Carnaval, o Natal, etc., bem como algumas Actividades para as crianças da freguesia as quais transportamos para a Escola durante o ano lectivo. Regista-se nesta Instituição há já algum tempo a participação de uma Voluntária nas actividades de Apoio ao Domicílio e, mais recentemente, com a criação de uma Bolsa de Voluntariado interna, obtivemos mais uma inscrição, o que na nossa opinião é bastante positivo, dado esta ser uma freguesia de pequenas dimensões. Na nossa visão, para ser Voluntário basta apenas ter vontade de ajudar, de ser útil a quem precisa e de ter algum tempo livre. O nosso lema é: “Dá o teu tempo, o teu sorriso e a tua companhia a quem mais precisa! Dá hoje para receber amanhã!” cASA Do Povo De PrAiA Do norte Equiparada a Instituição Particular de Solidariedade Social desde 15 de Maio de 2000 Fundada em 01de Abril de 1980
Estrada Regional, n.º 66 A | 9900-473 PRAIA DO NORTE HRT Telefone: 292 945 117 | Fax: 292 945
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l Faleceu no hospital da horta, com 88 anos, amélia leal da costa, natural da Praia do Norte onde residia. Viúva de antónio da rosa de sousa deixa de luto seus filhos: Maria carmina costa sousa Ferreira, casado com Euclides Ferreira, residentes no canadá, laura da costa de sousa andrade, casada com Manuel Garcia andrade, antónio Manuel costa sousa, casado com ludevina Moitoso sousa e José Eduardo costa sousa, solteiro. a extinta deixa ainda dez netos, e nove bisnetos, quatro residentes no canadá e cinco no Faial. l Faleceu na passada sexta-feira dia 22 de Julho na freguesia do Topo ilha de são Jorge de onde era natural Emilia Gonçalves brasil de 92 anos de idade. Esposa dos falecidos antónio ignácio brasil e antónio silveira brasil, era irmã dos falecidos Gregório brasil e Pedro brasil. a extinta era mãe de Odete brasil e Madalena brasil residente em s. José, california e de Maria dos santos brasil Machado residente em atwater, california de Ermenegilda brasil, de Gregório inácio brasil de João ilidio brasil de rogério brasil, de Teresa brasil, de Gilbertina brasil e Pedro Gronçalves brasil e do já falecido Joaquim silveira brasil, residentes em s. Jorge. Na califórnia deixa os netos: Gilberto, Felizberto, antónio, Gabriel, e alcides Machado, dulcina reis, liliete Paramo, Nélia brasil Nunes, Telma brasil e ruben brasil e nos açores: adérito brasil, lizete, durvalino, Elvina, ludgéro, dina, Màrcia, Melinda, Nizalda, sergio, silvia, sonia, Floriberta, anália, Mariazinha e os já falecidos Goretti e arlindo. deixa também varios bisnetos nos Estados unidos e açores.
AMANHã E DOMINGO
HOJE E AMANHã Farmácia lecoq 292 200 054 DE 31 DE JULHO A 6 DE AGOSTO Farmácia corrêa 292 292 968
l No passado dia 19 de Julho faleceu na santa casa da Misericórdia da horta, Maria Zulmira de rosa, filha de antónio Pereira da rosa e de aldina Zulmira da costa rosa.
21h30- Filme - “Arthur” no Teatro Faialense - hortaludus
EMERGêNCIAS -FAIAL i h p o ~ m i i
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EVENTOS
Número Nacional de socorro 112 bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PsP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 linha de saúde Pública 808211311 centro de saúde da horta 292 207 200 hospital da horta 292 201 000
HOJE, AMANHã E DOMINGO FESTAS DE VERãO DA CONCEIçãO - PARqUE DA ALAGOA Organização da Junta de Freguesia da conceição com o apoio da câmara Municipal da horta HOJE 18H00 - ENCONTRO DA COMUNIDADE DE LEITORES na biblioteca Pública a. r. J. J. G. Organização da biblioteca Pública e arquivo regional João José da Graça
TRANSPORTES - FAIAL
AMANHã FESTA DO CHICHARRO - PARqUE DE CAMPISMO DO SALãO 20h00 – distribuição gratuita de chicharros e bolo de milho 23h00 – baile com o conjunto Onda Jovem Organização da Junta de Freguesia do salão
jsaTa - 292 202 310 - 292 292 290 loja jTaP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380
DOMINGO Das 10H00 às 12H00 - MANHãS EM MOVIMENTO AéROBICA E ZUMBA Nível 2 na Praia de Porto Pim. Organização do bar da Praia de Porto Pim e Professora carla sequeira
viDente-MeDiuM curAnDeiro eSPeciALiStA eM ProBLeMAS De AMor telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * Fax: 291 232 001
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FAciLiDADeS De PAGAMento
ATé 22 DE AGOSTO 3.ª EDIçãO DO CONCURSO MULTIARTES PORTO PIMTADO - Pintura, Fotografia, Poesia ou outra expressão artística (arte livre). Organização OMa - Observatório do Mar e associação Fazendo ATé 31 DE AGOSTO inscrições WORkSHOP DE PINTURA EM CERâMICA por Teresa cortez no centro de cultura e Exposições da horta Workshop de Pintura em cerâmica DIA 3 DE SETEMBRO Das 9H30 às 12H30 - breve explicação sobre a técnica da pintura sobre azulejo - Pintura em azulejo DIA 4 DE SETEMBRO Das 9H30 às 12H30 - Pintura em azulejo ou objectos em cerâmica Organização das cMh e hortaludus DE 27 DE JULHO A 5 DE AGOSTO DE 2011 "OFICINA RADIONOVELA" por Manuela Ferreira no Teatro Faialense destinado a jovens a partir dos 13 anos. Para informações e inscrições contactar: hortaludus. Organização da cMh e hortaludus
estrada Dr. João Abel de Freitas, 38 B 9050-012
ATé 20 DE AGOSTO DE 2011 DAS 10H00 àS 18H00 - EVOLUçãO, RESPOSTA A UM PLANETA EM MUDANçA na Fábrica da baleia - centro do Mar. Organização da srcTE e OMa DE 1 A 31 DE AGOSTO ExPOSIçãO DO CONCURSO "PARADA DE ÁRVORES" no centro de cultura e Exposições da horta. Organização do Governo regional, sraF, drrF, serviço Florestal do Faial com o apoio: hortaludus DIA 3 DE AGOSTO – qUARTA-FEIRA 21h30 - ANIMAçãO DE VERãO "à qUARTA O PALCO é SEU" na Praça do infante. Organização da câmara Municipal da horta FICHA
Tribuna das Ilhas DIRECTOR: cristiano bem EDITOR: Fernando Melo CHEFE DE REDACçãO: Maria José silva REDACçãO: susana Garcia e Marla Pinheiro FOTOGRAFIA: carlos Pinheiro
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Tribuna das Ilhas
FUNDADO 19 DE ABRIL DE 2002 www.tribunadasilhas.pt
A
água é o bem primeiro da humanidade e de toda a biosfera visto ser um dos elementos essenciais à vida. No entanto a água não é utilizada apenas para suprir as necessidades do nosso organismo, ela está presente em praticamente todas as actividades do quotidiano. Com o aumento da população mundial e com a industrialização de alguns países, como a China, o consumo de água aumentou imenso e os recursos hídricos começaram a ser sobre-explorados. Nos Açores apesar de chover muito, não se pode dizer que tenhamos água em abundância para consumo humano, como
SExTA-FEIRA 4 29 DE JULHO DE 2O11
Água nos Açores estamos em ilhas a água tende a escoar para o oceano, não se acumulando em reservatórios rochosos. Para além disto a água salgada invade os aquíferos mais profundos sendo que a sua sobre-exploração pode levar á contaminação da água desses reservatórios, tornando-se esta salobra. Na ilha de Sta. Maria, devido á baixa pluviosidade, o consumo de água é superior á recarga dos reservatórios subterrâneos, provocando diversos cortes no abastecimento da rede pública.
No entanto, não é só a sobre-exploração que coloca em risco a água para consumo nos Açores. Associada à irresponsabilidade e desconhecimento dos perigos em certas actividades está a poluição que também afecta a água. No aquífero da Praia da Vitória a contaminação com combustíveis leva a que a água se torne imprópria, levando a que exista uma deficiência no abastecimento de águas à população. Apesar da gestão das águas estar asso-
ciada aos municípios e ao governo, tal não nos desresponsabiliza de lutar pela preservação deste recurso. Como consumidores estamos directamente ligados à quantidade de água utilizada que através de hábitos certos poderá ser bastante diminuída. Gestos simples no nosso dia-a-dia podem reduzir imenso a pressão que a nossa sociedade exerce sobre os recursos hídricos e muitos destes gestos não necessitam de grandes mudanças ou sacrifícios, é tudo uma questão de vencer os antigos
hábitos. Estes gestos podem ser tão simples como por exemplo, fechar a torneira enquanto lava os dentes, colocar uma garrafa dentro do autoclismo para que as descargas sejam menores, somente usar as máquinas de lavar quando estão cheias ou tomar um duche em vez de um banho. A água é um recurso frágil, e com pequenos gestos podemos fazer uma grande diferença na poupança deste recurso, não fique indiferente! Autoria de : Gonçalo Piedade – 11º ano Tatiana Serpa - 11º ano Marcelo Silveira – 11º ano OTL/J 2011 - AZORICA