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Vela, botes e pesca em destaque nos 64 anos do CNH PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

DIRectOR: mANuel cRIstIANO bem 4 NÚmeRO: 486

30.Setembro.2o11

Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

AssembleIA ReGIONAl

lImPezA subAquÁtIcA

Duas toneladas Debate sobre futuro de lixo retiradas do Porto da Horta da RTP/Açores marca plenário de Setembro g A acção de limpeza decorreu no passado sábado, e contou com 70 voluntários. A iniciativa partiu do Observatório do Mar dos Açores, que assim se associou ao projecto mundial “Clean Up the World”. PÁGINA O6

JOsÉ mARIA sIlVA

“A múSicA é A minhA viDA”

FOtO/DR

g pARA ASSINALAR O DIA MUNDIAL DA MÚSICA, TRIBUNA DAS ILHAS ESTEVE À CONVERSA COM O MAESTRO SOBRE ESTA SUA pAIXÃO. DO RApAZ FRANZINO QUE DAVA UNS TOQUES NA BOLA E TROCOU O CAMpO pELA SALA DE ENSAIOS ATÉ AO pROFESSOR E MAESTRO, JOSÉ MARIA FALOU-NOS DA SUA VIDA LIGADA À MÚSICA. PÁGINA O8

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O2

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editorial

LimPeza Do mar g Mais uma vez o Observatório do Mar dos Açores (OMA) tomou a iniciativa de realizar acções de limpeza subaquática na periferia marítima da ilha do Faial. E fê-lo em parceria com o Clube Naval da Horta, a Administração portuária e outras entidades oficiais e privadas faialenses. A última dessas acções – a de maior importância e dimensão – efectuou-se no passado sábado, 24 de Setembro, na zona-sul da bacia interior do porto da Horta, envolvendo o trabalho voluntário de oito dezenas de pessoas, entre mergulhadores e outros colaboradores da empreitada, tendo sido retirados do fundo das águas cerca de duas toneladas de materiais diversos. Ao trazermos a esta coluna a presente acção de limpeza – e com ela as que noutros anos se têm realizado, bem como as previstas para um futuro próximo em continuidade do projecto – queremos deixar aqui uma palavra de louvor para as organizações que projectaram e colaboraram activamente nesta cruzada de restauração e purificação do ambiente marinho, deste mar azul que, afinal, é o elemento natural de valorização das nossas ilhas (e desta em particular) que devemos conservar isento de detritos e corpos estranhos. E para além do valor da iniciativa em si mesma, o nosso louvor estende-se às pessoas singulares desta cidade e ilha que renunciaram ao merecido descanso das suas actividades num dia de fim-de-semana para prestarem um importante serviço à sua terra e ao mar que a banha, a favor de um ambiente mais puro e saudável. Tudo isto que aqui se passa na área ambiental, com promoção e apoio de entidades locais e a participação voluntária de dezenas de pessoas da comunidade faialense, é bem a prova de que a defesa e preservação das condições naturais do nosso conjunto terra-mar, merecem de um modo geral, a atenção e o interesse da população. Mas, como nem tudo é perfeito ou como desejaríamos, também por cá há um reverso da medalha a todos os títulos condenável. É que, segundo as informações colhidas dos resultados da limpeza subaquática agora efectuada numa zona do porto, além do elevado número de pneus – utilizados à borda das embarcações, quando acostadas aos molhes, para defesa das respectivas estruturas, os quais por vezes se desprendem e vão parar o fundo – havia também uma enorme quantidade de garrafas de cerveja, por certo lançadas à água por aqueles que, conscientemente ou não, fazem do mar a sua lixeira. E é pena que isso aconteça, ainda que por parte de uma minoria, porquanto os faialenses, defensores que são do Ambiente, orgulham-se do seu parque Natural, recentemente “confirmado pela União Europeia como primeiro destino EDEN de excelência do país.”

em deStaque

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SeSSão Plenária de Setembro da alraa

rtP/açores em destaque DR

marla Pinheiro g Depois das férias, esta semana a Assembleia Legislativa Regional voltou a reunir na Horta, para o arranque da última sessão plenária antes das eleições de 2012. Esta reunião fica marcada pelo debate em torno do futuro da RTP/Açores. A abrir o primeiro dia de trabalhos, na terça-feira, esteve um debate de urgência proposto pelo PPM, sobre a situação da RTP/Açores. De acordo com Paulo Estevão, é um facto que a RTP/A apresenta vários problemas, mas a solução não pode passar pelo fim do serviço público de rádio e televisão regional, até porque isso seria “o princípio do fim da Autonomia”. Para Estevão, a solução para a RTP/A passa por uma gestão autónoma, até porque “Lisboa, pintada de laranja ou rosa, nunca cumpriu as suas obrigações em relação ao serviço público de rádio e televisão”. Para o PPM, a RTP/A deve passar para a tutela da Região, devendo o Parlamento Regional nomear a equipa de gestão. O parlamentar entende também que o Estado deve deixar de “impedir o processo de internacionalização da RTP/A, permitindo-lhe o acesso, em concorrência directa com a RTP Internacional, a um vasto mercado potencial de mais de 3 milhões de açorianos e descendentes”. Além disso, “as receitas das taxas do audiovisual cobradas nos Açores passariam a ficar retidas na região”, e a servir para financiar a estação, em conjunto com as receitas publicitárias. Das restantes bancadas levantaramse vozes consonantes, em defesa da preservação da RTP/Açores, apesar de defenderem a necessidade de uma restruturação do seu funcionamento. No entanto, os partidos parecem não se entender quanto à forma como a RTP/A deve funcionar. Se o PPM quer que esta passe para a tutela da Região, o PSD defende uma empresa regional com participações do Estado, da Região e dos privados. O CDS-PP defende a reestruturação da RTP/A, mas “não aceita que os Açores sejam menosprezados” por outros canais do grupo RTP, como a RTP/África ou a RTP/Internacional. Para PS, BE e PCP, deve ser o Estado a financiar

[SOBE]

integralmente o serviço público de rádio e televisão nos Açores. cRIADA DeleGAçãO PARA DeFesA DO FutuRO DA RtP/A Nesta sessão plenária, PS, BE e PCP apresentaram uma iniciativa conjunta com vista à constituição de uma delegação da ALRAA que tenha “a missão de defesa do serviço público de rádio e televisão nos Açores. De acordo com a proposta de resolução, dada a conhecer aos jornalistas antes do arranque dos trabalhos, este grupo deverá ser constituído pelo presidente da Comissão Permanente de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho e por um representante de cada partido com assento parlamentar. A proposta dos partidos de esquerda visa esclarecer “o enquadramento legal e funcional do serviço público de rádio e televisão”. De acordo com PS, BE e PCP, este deve integrar “serviços de programas de rádio e televisão específicos destinados a cada uma das Regiões Autónomas, assegurados e integralmente financiados pelo Estado”. Este projecto de Resolução defende ainda que os centros regionais da RTP dos Açores e da Madeira “devem ser dotados das capacidades e competências que garantam a sua adequada autonomia editorial, de produção e gestão”. Com a participação do PS nesta proposta, a sua aprovação por maioria estaria garantida, no entanto, segundo os proponentes, o que se pretendia era um consenso alargado a todo o hemiciclo. Entretanto o PSD anunciou que vai votar a favor. Os social-democratas condenaram o facto de não terem sido contactados pelos proponentes da proposta. Até ao fecho desta edição o projecto não tinha ainda sido apresentado em plenário. PARque mARINhO DOs AçORes cOm seDe NO FAIAl Na quarta-feira a Assembleia Regional aprovou por unanimidade o diploma que define a estrutura do Parque Marinho dos Açores, que surge assim com o objectivo de “contribuir

para assegurar a protecção e a boa gestão das áreas marinhas protegidas por razões ambientais que se localizem nos mares dos Açores e cuja gestão caiba aos órgãos de governo próprio da Região”. O Parque quatro áreas marinhas situadas já para além do limite da zona económica exclusiva (campo hidrotermal Rainbow, MidAtlantic Ridge North of the Azores e os montes submarinos Altair e Antialtair), com uma superfície 43 vezes maior que as nove ilhas do arquipélago. Do Parque Marinho dos Açores fazem também parte as reservas naturais marinhas do banco D. João de Castro, dos campos hidrotermais Lucky Strike e Menez Gwen e do monte submarino Sedlo, bem como as áreas marinhas protegidas oceânicas do Corvo e do Faial, com a categoria de área marinha protegida para a gestão de habitats ou espécies, e a área marinha protegida do banco D. João de Castro, com a categoria de área marinha protegida para a gestão de recursos. O diploma define também os fundamentos gerais para a classificação de uma área oceânica como área marinha protegida a integrar no Parque Marinho dos Açores. Este ficará sedeado no Faial. O Parlamento aprovou também por maioria, com a abstenção de PCP e PPM, a reestruturação do sector empresarial regional na área da gestão do ambiente. Com esta reestruturação a SPRA Açores – Sociedade de Gestão e Promoção Ambiental é integrada na AZORINA – Sociedade de Gestão

&

Ambiental Natureza.

e

Conservação

PsD queR cOmIssãO PARA AcOmPANhAmeNtO DAs POlítIcAs De cOesãO Na manhã de ontem o grupo parlamentar laranja deu a conhecer aos jornalistas um projecto de resolução que apresentou à Mesa da Assembleia, que visa a criação de uma Comissão Eventual para Acompanhamento da Implantação das Políticas de Coesão nos Açores. De acordo com Duarte Freitas, o risco de desertificação de cinco ilhas do arquipélago, cada vez mais envelhecidas, mostra que “a política de coesão do governo socialista falhou”. Para o líder da bancada social-democrata, a agora apresentado PECA (Plano Estratégico para a Coesão dos Açores) é o reconhecimento desse falhanço, apesar de considerar que este pode ser uma ferramenta positiva para corrigir a situação. É precisamente nesse sentido que os social-democratas querem ver constituída esta Comissão. Em declarações aos jornalistas, Duarte Freitas disse estar optimista na abertura do PS a esta proposta. O parlamentar entende que a Coesão é uma questão muito específica e transversal, pelo que não existe nenhuma Comissão com competências para a acompanhar em toda a sua plenitude. O social-democrata teceu duras críticas ao secretário regional da Economia. Para Duarte Freitas, Vasco Cordeiro é um dos principais responsáveis pelo “desastre” das políticas de

[DESCE]

FIlARmÓNIcAs

eDucAçãO Vs lIxO

g Não nos passou despercebida a actividade, maior na época

g Este problema do lixo nas ruas é, em primeira análise, um

de Verão, das filarmónicas, esses conjuntos musicais que fazem parte da vida das nossas comunidades – desde as freguesias rurais às vilas e cidades – abrilhantando festividades locais e outros eventos de relevo. Elas são a expressão da sensibilidade do povo destas ilhas para a arte dos sons. E sempre têm dado prova disso nas suas deslocações através do país e até no estrangeiro, nos concertos realizados e na sua apresentação. As nossas filarmónicas, no seu conjunto, merecem-nos uma viva admiração e homenagem.

da

problema de educação das pessoas. Claro que aos serviços públicos cabe a tarefa de limpar as artérias e espaços citadinos. Mas limpar de manhã e logo de seguida os transeuntes atirarem ao chão pontas de cigarro, papéis e outros detritos – às vezes com um recipiente para lixo a 4 ou 5 metros de distância – não é possível ter higiene urbana. Há muitas cidades por esse mundo fora em que são pesadas as multas por se sujar a via pública. Aqui, há uma questão de educação e nem os que sujam são punidos.


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Dia Internacional da Música comemorado na Biblioteca Pública Amanhã, sábado, a partir das 21h00, a Biblioteca Pública e Arquivo Regional da Horta associa-se às comemorações do Dia Internacional da Música, com o concerto “Amor, che fai?”, da meio-soprano Eveline Juten. No concerto, que decorre no auditório da Biblioteca, serão interpretadas árias italianas do Barroco Primitivo.

g

HoSPital da Horta

[aconteceu]

20 meses e 11 milhões de euros para obra do bloco C DR

g Teve lugar no passado sábado a cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra de construção do Bloco C do Hospital da Horta. A obra, cujos trabalhos preparatórios já começaram há cerca de um mês com a colocação das vedações e instalações de apoio, representa, no entender do Secretário Regional da Saúde, “a consolidação das suas valências e uma melhoria dos cuidados de saúde prestados aos cidadãos.” Miguel Correia frisou, a propósito das notícias vindas a lume nos últimos dias que não está previsto o encerramento de nenhum serviço da unidade hospitalar faialense e adiantou que “o que está previsto é uma consolidação e melhoria das suas capacidades”. Adiantou aquele responsável que “nem teria sentido depois das obras que se vão realizar, que se diminuíssem as valências dos hospitais.” A obra que agora se inicia está orçada em 11 milhões de euros e congrega dois empreendimentos distintos, sendo um resultado do compromisso assumido pelo Executivo Regional para a reconstrução do imóvel danificado pelo sismo e realojamento dos serviços que o integram. O segundo, é resultan-

te da oportunidade de ampliação do hospital de modo a adequá-lo às exigências actuais e integrará a ampliação da Consulta Externa, a ampliação do Internamento e o Realojamento do Serviço de Medicina Hiperbárica, espaços considerados essenciais na evolução das capacidades e operacionalidade do hospital. O novo edifício incluirá todos os

serviços que faziam parte do actual bloco C, de modo a que, com todo a segurança e melhoria se possa realojar o Serviço de Obstetrícia, o Serviço de Ginecologia, o Bloco de Partos, o Serviço de Pediatria e o Serviço de Fisiatria. O prazo de execução da obra é de 20 meses, o que significa que estará pronto no início de 2013. mJS

atlanticoline relança concurso para construção de navios DR

g A Atlânticoline relançou, no dia 20 de Setembro, o concurso para construção de dois navios para operar nas ilhas do Triângulo. Os dois navios agora a concurso vão sofrer alterações no tamanho passando de 37 para 40 metros. De acordo com um comunicado enviado à redacções após a conferencia de imprensa que se realizou em São MNiguel, Face a esta modificação, o primeiro navio, que teria capacidade para transportar 6 viaturas e 300 passageiros, terá DR

agora capacidade para 8 viaturas e 333 passageiros. O segundo navio que iria transportar 12 viaturas e 228 passageiros, mantém a mesma capacidade para as viaturas aumentando o número de passageiros para 246. O tempo de construção sofrerá também uma alteração, no primeiro navio de 450 para 540 dias e, no segundo navio, de 540 para 600 dias, sendo agora o prazo de entrega previsto Agosto de 2013 e Outubro de 2013, respectivamente.

7.ª eDIçãO DO cONcuRsO De ARtes PlÁstIcAs DA FuNDAçãO INAtel g O “Concurso de Artes plásticas Fundação INATEL” que vai já na 7ª edição vai decorrer de 10 a 14 de Outubro de 2011 na Sede ou em qualquer Agência da Fundação INATEL em todo o país. Este Concurso já se encontra aberto a todos os seus associados individuais, bem como ao público em geral e as obras apresentadas a concurso serão avaliadas segundo os seguintes critérios: originalidade, qualidade técnica, capacidade de expressão e narrativa. O concurso destina-se a obras de criação livre em cada concorrente pode participar com um número máximo de dois trabalhos. O primeiro prémio será no valor de 2000,00 € e o segundo será no valor de 1000,00 €. O júri poderá ainda deliberar a atribuição do “prémio Menção Honrosa”, constando de uma estada de duas noites para duas pessoas, numa unidade hoteleira da Fundação INATEL “ à escolha. Não serão atribuídos prémios exaequo. Os prémios serão anunciados no site da “Fundação INATEL” até ao dia 30 de Novembro de 2011. hOtÉIs DA beNsAÚDe AssOcIAmse às cOmemORAções DO DIA INteRNAcIONAl DO tuRIsmO g No passado dia 27 de Setembro comemorou-se o dia Internacional do Turismo. Os Hotéis da Bensaúde numa parceria com a plantação de Ananases Augusto Arruda associaram-se a estas comemorações com uma degustação gratuita de ananases, licor de ananás e compota de ananás no lobby de todos os seus hotéis. A Bensaúde quis também associar esta data aos Açores e assim no Hotel Açores Lisboa, todos os seus hóspedes receberam no quarto uma embalagem com Chutney de ananás e foi ainda oferecido, antes do jantar, um aperitivo aos hóspedes pelo director da unidade hoteleira que convidou todos os seus clientes a comemorar este Dia Internacional do Turismo. A celebração do Dia Internacional do Turismo, foi dedicado à interacção cultural, segundo noto enviada às redacções revelou-se o mote perfeito para a partilha e convívio entre os seus hóspedes.

[vai acontecer] ceNtRO De cultuRA e exPOsIções Recebe NOVA exPOsIçãO De PINtuRA A PARtIR De hOJe g É inaugurada hoje, no Centro de Cultura e Exposições da Horta (antigas instalações do Banco de portugal), a exposição “Ao Sol”. Tratase de uma mostra da autoria do pintor lisboeta Romão peres, cuja temática predominante é o mundo da pesca, “em especial as formas e cores que os artefactos e o pescado adquirem durante o processo de secagem ao sol”. Esta exposição é organizada pela Hortaludus e pela autarquia faialense, em parceria com o Museu Jorge Vieira, e pode ser visitada entre as 16h00 e as 20h00, até ao dia 22 de Outubro. RecItAl De cANtO e PIANO NO teAtRO FAIAleNse g Hoje, sexta-feira, a partir das 21h30, o Teatro Faialense recebe um recital de canto e piano. Em palco estará a soprano Filipa Lã, acompanhada ao piano por Francisco Monteiro. Trata-se de uma iniciativa da Direcção Regional da Cultura, no âmbito da Temporada de Música 2011. escOlAs DA ReGIãO VãO RecebeR cOmPutADORes PORtÁteIs g As escolas da Região vão ser em breve equipadas com cerca de 2000 computadores portáteis. O anúncio foi feito à comunicação social pela Secretária Regional da Educação e Formação. Cláudia Cardoso adiantou que este investimento de meio milhão de euros será sobretudo destinado ao primeiro ciclo, uma vez que é entendimento da tutela que o computador é uma ferramenta imprescindível para os alunos, que devem começar a utilizá-los o mais cedo possível, nas escolas açorianas. A Secretária Regional da Educação salientou ainda que este investimento vai substituir a aquisição de mais computadores “Magalhães” porque “aquilo que o Governo Regional pretende é que os computadores passem a ser parte integrante da escola e não do aluno, ao contrário da filosofia que existiu na altura dos computadores Magalhães”.

cORRecçãO No dia 23 do corrente demos a notícia de que o livro “Monsenhor Dr. Caetano Tomás ao Serviço de Deus e do Homem” fora apresentado em Angra pelo Dr. Olavo Forjaz, quando pretendíamos escrever Dr. Gonçalo Forjaz. pelo lapso apresentamos as nossas desculpas ao apresentador, bem como aos nossos leitores. JAAT.


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notíciaS

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Dia do Animal g Tem lugar no dia 8 de Outubro no Largo do Infante as comemorações do Dia Mundial do Animal.

Numa organização da AFAMA, o objectivo deste evento é sensibilizar para as questões do bem-estar animal e angariar de fundos para a sobrevivência da associação. Estão previstas algumas actividades como demonstrações de cães treinados pela Guarda Nacional Republicana e concurso de cães sem raça definida denominado “Faça do seu rafeiro um campeão”. Haverá ainda uma mini-feira do livro, quermesse e bazar. aSSembleia municiPal

encerramento de escola do Salão “abafa” ordem de trabalhos g Um dos pontos altos da reunião da Assembleia Municipal (AM) da Horta, agendada para 23 de Setembro, era a apreciação da Taxa de Controlo da Qualidade da Água e de Disposição de Águas Residuais, todavia, o tema que acabou por marcar a reunião e dominar as mais de 5 horas de debate. No período antes da ordem do dia, que por lei é de duração máxima de 60 minutos, estendeu-se a mais de duas horas, com a apresentação de 12 votos e moções. Na berlinda esteve a situação da RTPAçores e das decisões recentemente anunciadas por Miguel Relvas. CDU e PS apresentaram votos de protesto relativamente a esta matéria. O Partido Socialista apresentou também votos relativamente à Semana do Mar, às obras da Torre de Controlo do Aeroporto da Horta e à Marca Triângulo. A CDU focou ainda o estado da ilha e a possibilidade de encerramento de alguns serviços do Hospital da Horta. O PSD, por sua vez, apresentou cinco documentos: três votos de protesto, um voto de recomendação e uma moção. Os sociais-democratas trouxeram assim a lume a integração do Conservatório Regional da Horta na Escola Básica da Horta, os acessos ao Porto do Salão e o encerramento da escola da mesma freguesia. Focaram ainda a falta de asfaltagem da estrada de acesso à Fajã da Praia do Norte e o Hospital da Horta. Também os pais salonenses intervieram nesta reunião magna dos responsáveis pela governação faialense, desta feita no final

da reunião. Já no período de ordem do dia, coube ao presidente do município a apresentação da informação da actividade da Câmara Municipal e da sua informação financeira de 1 de Junho a 30 de Agosto. A inauguração do pavilhão desportivo de Castelo Branco foi evidenciada pelos deputados municipais socialistas, bem como a reabilitação do Mirante da Conceição e da Rua das Escadinhas na Matriz. Estêvão Gomes, presidente da Junta de Freguesia da Praia do Norte questionou a CMH sobre a transferência de verbas, no âmbito da delegação de competências, para algumas freguesias, visto que ainda não foram todas contempladas. João Castro alegou o atraso com “momentos de dificuldades de tesouraria muito forte, aliás dos mais fortes que já presenciei desde que estou na CMH. Ainda não foram transferidas as verbas relativas ao IRS de 2009 por iniciativa do anterior Governo da República, não foi transferido o IRS de 2010, com excepção do mês de Dezembro, o que é algo inacreditável e, o ano de 2011, até ao momento, não foi nada transferido. A Assembleia da República já fez um voto de recomendação para que estas verbas fossem imediatamente transferidas.” O autarca foi mais longe ao classificar estes atrasos como “um desrespeito aos órgãos de soberania” e adiantou que a CMH já instaurou um processo em Tribunal contra o Governo da República. O orçamento para 2011 também esteve

em cima da mesa, uma vez que a autarquia pretendia uma alteração ao mesmo, relacionada, conforme explicou o Edil, com as “alterações do pagamento do empréstimo a curto prazo que não estava previsto na altura de concretização do Plano e Orçamento.” O documento foi aprovado com a bancada social-democrata a abster-se. RelAtÓRIO DA cOmIssãO ARbItRAl muNIcIPAl ANO 2010 Roberto Vieira foi o único deputado municipal a manifestar-se a propósito do Relatório da Comissão Arbitral Municipal e esclareceu que esta comissão age como uma entidade mediadora no que às rendas diz respeito, mas referiu-se ao trabalho da mesma como “negativo”. O deputado do PSD disse “o processo de actualização de rendas é complexo, o que obriga a várias intervenções de inquilino/arrendatário, e a adesão tem sido reduzida, uma vez que só houve uma solicitação”. Este relatório foi aprovado por unanimidade. cONsOlIDAçãO DAs cONtAs DO muNIcíPIO 2010 O documento referente à consolidação de contas do município de 2010, da autoria de David Marcos, devia ter sido apresentado na última reunião de Assembleia Municipal mas só veio à discussão agora. Terra Carlos, deputado do PSD questionou, a propósito deste relatório, os 13 milhões de passivo municipal e quis saber junto de João Castro, como classifica este

último, a saúde financeira do município considerando a actual conjuntura. Castro não respondeu com exactidão ao deputado municipal e remeteu a questão para “uma explicação técnica”, focou sim que “a dívida anual é de 13 milhões mas o nosso orçamento é de 16 milhões” e acentuou novamente os problemas de tesouraria com que a CMH se debate. ANÁlIse AO PRImeIRO semestRe 2011 Foi em tom de ironia que João Castro se tentou desviar de responder às questões dos deputados municipais, remetendo para os técnicos uma resposta relativamente à análise do primeiro semestre de 2011. Jorge Costa Pereira puxou dos galões de presidente de Assembleia Municipal e depois de “um puxão de orelhas”, João Castro respondeu, embora evasivamente às perguntas de Conceição Lourenço. No relatório elaborado pelo Técnico Oficial de Contas relativo ao primeiro semestre de 2011 constata-se que as receitas provenientes do PROCONVERGÊNCIA estão abaixo do previsto. Conceição Lourenço, deputada laranja, questionou a CMH sobre o facto de não serem apresentadas candidaturas a este programa. O presidente do Município respondeu não existirem quaisquer candidaturas que não tenham sido aprovadas, “o que há é uma tramitação processual no sentido de se fazerem aprovar as candidaturas comunitárias”. Castro classificou de “situação de pescadinha de rabo na boca porque para se

fazer as candidatura comunitária as obras têm que estar previstas em sede de Plano e Orçamento e têm que ter o visto do Tribunal de Contas.” Conceição Lourenço perguntou ainda porque não são as facturas registadas na data em que são recepcionadas no Município. “Trata-se de não ter recursos que possam dar celeridade aos processos” – esclareceu o presidente. O debate sobre esta temática continuou com acessas trocas de galhardetes entre oposição e João Castro, chegando mesmo o tom de voz a roçar o insultuoso. tAxA De cONtROlO De quAlIDADe DA ÁGuA Foi terceira vez que a proposta do executivo camarário foi a discussão AM. Em Abril, altura em que surgiu a proposta dos valores a aplicar nesta taxa, instituída na Região para financiar o funcionamento da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA), o PSD manifestou-se contra o imposto. Assim, e com o PS a votar a favor, o ónus da decisão recairia sobre a CDU, que pediu mais tempo para analisar a questão. Em Junho, os comunistas consideraram que o facto da taxa ter sido determinada na Assembleia Regional faz com que a sua aplicação seja um facto consumado, no entanto defenderam que os faialenses não devem pagar a totalidade do imposto e por isso propuseram à autarquia que reformulasse a proposta, apresentando um valor mais baixo para a taxa a cobrar aos munícipes.

JS açores avança com plano regional de emprego jovem g A JS Açores reuniu o secretariado regional, órgão executivo da organização partidária de juventude, onde foram definidas as linhas de acção política para os próximos tempos. Assim, e conforme nota informativa enviada às redacções, a acção da JS Açores vai centrar-se no emprego jovem, através da elaboração de um Plano Regional do Emprego Jovem, onde serão definidas várias linhas orientadoras em termos de políticas públicas de emprego para os jovens no futuro e, ao mesmo tempo, a definição de acções concretas imediatas que possam apoiar esta faixa etária. Segundo Berto Messias, Presidente da JS Açores, “este plano visa desenvolver duas agendas políticas complementares na área do emprego

jovem. Por um lado uma agenda estrutural que aponta estratégias e orientações para o médio longo prazo e outra agenda conjuntural, com propostas concretas e materializáveis no imediato que possam ser uma ajuda já. Recordo, nesse âmbito, dois exemplos de medidas recentes de propostas da JS que permitem isso, uma já aprovada sobre a maior vigilância aos recibos verdes e outra que irá ao plenário da ALRAA a curto prazo sobre a redução do tempo de resposta aos jovens que recorrem às agências de emprego e que cria benefícios para os empresários que ficarem com os estagiários nos seus quadros”. Desta forma a JS Açores vai iniciar um conjunto de reuniões e sessões

públicas com Empresários, sindicatos, organizações de juventude, agentes políticos e sociais no âmbito da elaboração deste Plano.


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2.º Passeio de cavaleiros Faial/Pico g Decorreu no passado fim-de-semana, dias 16, 17 e 18 de Setembro, o 2.º Passeio dos Cavaleiros Faial/Pico.

A primeira edição deste evento decorreu na ilha do Pico no ano passado, este ano foi a vez dos Cavaleiros Faialenses organizarem o evento e receberem os cavaleiros do Pico. A organização esteve a cargo de Ludgero Freitas que contou com a colaboração da Câmara Municipal da Horta, da Câmara de Comércio e Industria da Horta, da Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial, José Ramos Furtado (Cedros), Café Xavier (Cedros), José Sebastião de Freitas (Salão). dia da FregueSia do caPelo aSSinalado em Simultâneo com o 54.º aniverSário do vulcão

Centro de interpretação dos Capelinhos acessível a invisuais A 27 de setembro de 1957 a erupção do Vulcão dos capelinhos mudou para sempre a vida dos habitantes do capelo, e a ilha do Faial. Foi um duro golpe para a demografia da ilha, que viu a sua população reduzida para metade devido à emigração, com a abertura das fronteiras dos estados unidos para receber os sinistrados do Vulcão. hoje, 54 anos depois, a realidade é diferente: o Vulcão marca a paisagem da ilha, assumindo-se como um dos seus principais pontos turísticos, potenciado pelo seu centro de Interpretação, visitado todos os anos por cerca de 25 mil turistas. Na data em que se assinala simultaneamente o 54.º aniversário da erupção e o Dia mundial do turismo, o centro passa a estar acessível a ainda mais pessoas, com a instalação de um circuito de apoio aos visitantes invisuais.

marla Pinheiro Fotos: susana Garcia g O Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos é o primeiro na Região a ser equipado com um circuito de apoio a invisuais. Este surgiu do empenho conjunto do Executivo Regional e da Associação de Pais e Amigos da Ilha do Faial (APADIF). Vanda Ângelo foi a principal responsável pela execução e, na passada terçafeira, deu a conhecer este circuito durante as comemorações do 54.º aniversário da erupção. O procedimento é bastante simples: foi colocada uma sinalética especial no chão que, em conjunto com um guia e com legendas em braille, permite aos cidadãos cegos fazerem uma visitada autónoma ao Centro, acompanhados apenas da bengala ou do cão guia. Frederico Cardigos, director regional dos Assuntos do Mar, congratulou-se com o sucesso desta parceria com a APADIF, que permi-

tiu tornar o Centro de Interpretação ainda mais acessível. O facto de se tratar de um processo de relativamente fácil execução faz com que agora a tutela sinta a responsabilidade de o alargar a todos os Centros de interpretação ambiental da Região. O próximo Centro a ficar mais acessível será o Jardim Botânico do Faial. tRIbutO A JOhN F. KeNNeDy Na celebração do 54.º aniversário da erupção do Vulcão foi também inaugurada uma placa toponímica na estrada que dá acesso ao Centro de Interpretação dos Capelinhos, com o nome de John F. Kennedy. Trata-se de uma homenagem ao antigo presidente dos Estados Unidos da América, que por altura do Vulcão era senador do Massachusetts, e foi um dos grandes impulsionadores da abertura das fronteiras daquele país aos faialenses. Na ocasião, o presidente da

Câmara Municipal da Horta, João Castro, recordou precisamente o impacto que o vulcão teve na demografia faialense, e congratulou-se com esta homenagem a Kennedy. Também o director regional dos Assuntos do Mar destacou a importância deste acto simbólico, que representa o “fechar do ciclo” das comemorações do 50.º aniversário do Vulcão, que tiveram como ponto alto a inauguração do Centro de Interpretação. cAPelO hOmeNAGeIA elemeNtOs DA tuNA De 1961 Em simultâneo com o aniversário do Vulcão dos Capelinhos, o Capelo assinalou o seu Dia da Freguesia. Com 411 anos de existência, aquela freguesia faialense escolheu por esta altura homenagear os elementos que, em 1961, formavam a Tuna do Capelo, com destaque para Tomás Pacheco da Rosa e Manuel Maciel, que em diferentes momentos lideraram o

agrupamento. A presidente da Junta de Freguesia do Capelo, Ana Paula Oliveira, salientou a importância deste agrupamento, que surgiu numa altura em que os habitantes do Capelo regressavam às suas casas e tentavam recomeçar as suas vidas após o Vulcão. Na sessão solene comemorativa do aniversário da freguesia do Capelo foi exibido um filme da responsabilidade daquela autarquia local sobre a Tuna do Capelo, que em 1961 gravou a interpretação de uma música para as rádios Asas do Atlântico e Rádio Clube de Angra. Nesta sessão solene interveio também o director regional dos Assuntos do Mar, em representação do Governo dos Açores. Frederico Cardigos apelou a que, na situação de crise que actualmente se vive, a freguesia do Capelo possa ser entendida como um exemplo: “em situações de dificuldades, olhemos para o exemplo do Capelo e da ilha do Faial. Urge aprender com o

exemplo de tenacidade, coragem, solidariedade e inteligência e, mais uma vez, transformar problemas em oportunidades.” O director regional aproveitou ainda a ocasião para salientar o trabalho que actualmente está a ser feito em relação às Termas do Varadouro, com o Executivo Regional a proceder à expropriação de terrenos, procedimento necessário a uma posterior requalificação daquela infra-estrutura. Também o presidente da Câmara Municipal da Horta recordou o impacto do fenómeno migratório gerado pelo Vulcão, e a forma como a freguesia de recompôs. Para João Castro, o Capelo é um exemplo da forma como o Faial pode crescer de forma sustentável e equilibrada. A este respeito, o autarca destacou a atenção que tem sido dada àquela freguesia pela Câmara e pelo Governo Regional, nomeadamente através de investimento nas acessibilidades e em vários equipamentos.


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local

Tribuna das Ilhas

clean uP tHe World

Duas toneladas de lixo retiradas do Porto da Horta JOãO sIlVA

res do lixo. Durante esta acção a Rede de Educação Marinha dos Açores (REMA) também esteve presente, para realizar inquéritos aos participantes, com o objectivo de aferir dos hábitos de voluntariado dos faialenses na área específica da preservação ambiental. m.P.

g Na manhã do passado sábado o Observatório do Mar dos Açores (OMA) reuniu cerca de 70 voluntários para limpar o porto da Horta. Com esta acção, o OMA associouse à iniciativa de âmbito mundial Clean Up the World, que este ano envolve cerca de 130 países. Apesar desta ser a primeira vez que a limpeza subaquática da baía se associa a este projecto global, a verdade é que por diversas vezes ao longo dos anos o OMA tem efectuada acções deste tipo. Dos mais novos aos mais velhos, dividiram-se tarefas e, enquanto uns mergulhavam e enchiam sacos e sacos de lixo, outros retiravam o lixo da água e faziam a sua separação. Ao todo, foram retiradas cerca de 2 toneladas de detritos da baía, na sua maioria pneus e garrafas de vidro, que constituem os “achados” habituais nestes casos. No entanto foram também encontrados alguns improváveis, como dois contento-

JOãO sIlVA

Campanha “Sim, é no amarelo” chega ao faial g A partir de agora já pode deixar as suas embalagens Tetra Pak no ecoponto amarelo. Numa iniciativa da empresa Tetra Pak em parceria com a Câmara Municipal da Horta, a campanha de sensibilização que foi apresentada pelo presidente da autarquia, João Castro, tem com o objectivo de esclarecer a população local sobre a forma correcta de proceder à reciclagem das suas embalagens, lembrando que estas devem ser sempre depositadas no ecoponto amarelo. A campanha “Sim, é no Amarelo” foi lançada pela Tetra Pak em Setembro de 2009 e, desde então, já percorreu dezenas de autarquias em todo o território de Portugal continental, envolvendo milhões de pessoas através das mensagens que apelam à reciclagem e à correcta colocação das embalagens da Tetra Pak usadas nos ecopontos de cor amarela. A campanha chega agora pela primeira vez ao arquipélago dos Açores, onde o contacto com a população local se fará através de 5 mupis, 2.000 folhetos e 7.000 monofolhas, estas a serem distribuídas juntamente com o registo da factura de água do Município da Horta. Para o Presidente da Câmara Municipal

da Horta, João Castro, “esta iniciativa representa mais um passo significativo no investimento que tem sido desenvolvido pela autarquia na triagem e separação de resíduos sólidos urbanos, que agora se estende às embalagens de cartão para alimentos líquidos”. “Esperamos que, com a recolha destas embalagens, possamos reforçar a quantidade de resíduos recolhidos e remetidos para valorização, mantendo o Município da Horta na linha da frente das autarquias que mais separa per capita”, frisou. A campanha “Sim, é no Amarelo” é promovida pela Tetra Pak em conjunto com as autarquias e os sistemas municipais de recolha e tratamento de resíduos através de acções de esclarecimento, distribuição de informação e campanhas de publicidade exterior. A informação comunicada na campanha está também permanentemente acessível na Internet, a partir do site www.simenoamarelo.pt. As embalagens de cartão da Tetra Pak são totalmente recicláveis. A reciclagem de uma tonelada de embalagens de cartão para alimentos líquidos evita o abate de cerca de 15 árvores adultas e a emissão de perto de 900 kg de gases com efeito de estufa. qmJS

AmbIeNte A cmh quer estar na “linha da frente”no que à reciclagem diz respeito

dia euroPeu do tuiriSmo

Parque Natural do faial recebe Galardão “eDeN” g O Parque Natural do Faial, representou os Açores na exposição do Dia Europeu do Turismo, nos dias 27 e 28 de Setembro em Bruxelas onde recebeu o galardão “EDEN” – Destino Europeu de Excelência”. No dia em que foi também assinada a declaração de Bruxelas sobre a Rede Europeia de destinos de excelência para o turismo sustentável, e da qual o Parque Natural do Faial faz parte, Portugal vê-se assim, pela primeira vez, galardoado com este prémio europeu. O acrónimo EDEN (European Destinations of Excellence) designa os Destinos Europeus de Excelência, uma iniciativa promovida pela Comissão Europeia, que tem por objectivo fomentar modelos de desenvolvimento sustentável. Este projecto teve início em 2007 mas 2011 é o primeiro ano em que Portugal se associa. Os destinos participantes devem demonstrar que desenvolveram um projecto sustentável e economicamente viável e que vá de encontro ao tema anual escolhido pelo EDEN, evidenciando os aspectos únicos que proporcionarão aos turistas uma experiência inolvidável. Este ano tema escolhido é Tourism and regeneration of physical sites (Valorização Turística de Sítios) e visa dar destaque a destinos turísticos nacionais (não tradicionais) que tenham requalificado os seus sítios naturais ou o seu património local, convertendo-os em atracções turísticas que se constituam, por essa via, como catalisadores de uma maior dinamização local.

VulcãO DOs cAPelINhOs esta é uma das paisagens que integra o Parque Natural do Faial

Portugal associa-se pela primeira vez a esta iniciativa comunitária. Recorde-se que o sucesso da candidatura do Parque Natural do Faial deveu-se ao facto de nele estarem integrados cinco centros de visitantes (Casa do Parque, Fábrica da Baleia, Jardim Botânico, Casa do Cantoneiro e Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos), sendo que todos resultam de recuperações de edifícios antigos. Também a inclusão de estações interpretativas e a recuperação de sete trilhos pedestres (Circuito do Monte da Guia, Perímetro da Caldeira, Descida da Caldeira, Levada, Capelo Capelinhos, Vulcão e Trilho do 10 Vulcões), bem como o melhoramento

das zonas de contemplação, a elaboração de um guia do Parque Natural e ainda a existência de vários parceiros de animação turística e de hotelaria, conforme Tribuna das Ilhas já noticiou em edições anteriores. A distinção EDEN ao Parque Natural do Faial permitirá manter e melhorar uma gestão do território, orientada para a conservação da diversidade bem como a utilização sustentável dos recursos naturais, de forma a potenciar o turismo e o bem-estar das populações. A inclusão deste destino na rede EDEN gerará um destino de referência para os Açores, trazendo como consequência um incremento na qualidade da oferta turística. mJS


cultura

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na comemoração do Seu 130.º aniverSário

Unânime Praiense em espectáculo onde música e pintura marcam presença de mãos dadas DR

marla Pinheiro g No próximo dia 3 de Outubro a Sociedade Filarmónica Unânime Praiense assinala o seu 130.º aniversário. Juntando a comemoração da efeméride à celebração do Dia Mundial da Música, que se assinala amanhã, dia 1 de Outubro, a filarmónica da freguesia da Praia do Almoxarife preparou um programa especial, recheado de música. Assim, no domingo, dia 2, a partir das 07h00, haverá a habitual alvorada pela freguesia, seguida do içar da bandeira na sede da filarmónica, às 10h00. Às 11h00 haverá uma romagem ao cemitério, seguida de missa na Igreja de Nossa Senhora da Graça, por alma de todos os sócios e tocadores já falecidos. Após a missa haverá a procissão de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da Unânime. O ponto alto do aniversário será, no entanto, no dia 4 de Outubro, terçafeira, com a realização de um Concerto no Teatro Faialense, integrado nas comemorações do Dia Mundial da Música. Neste espectáculo também participa o Grupo Coral da Horta, que

será o primeiro a subir ao palco. O concerto está agendado para as 21h30. De acordo com o maestro da Unânime, a filarmónica irá apresentar um pouco do repertório que mostrou ao longo da temporada musical que agora está a terminar. Para Rúben silva, o objectivo é “fazer uma verdadeira festa da música, onde todos se divirtam”. Analisando o ano que passou, o maestro destaca os concertos que juntaram em palco a Unânime e a União Assaforense, na Semana do Mar e na festa em honra de Nossa Senhora da Graça. Com mais de cem músicos em palco e com a presença de uma cantora profissional, a preparação do espectáculo apresentado nestes concertos exigiu muito de todas as pessoas envolvidas, tendo o esforço sido recompensado pelo feedback positivo do público. Rúben Silva reconhece que se tratou de um espectáculo “único”, que ficará na história desta filarmónica centenária. Falando das expectativas para o futuro, o maestro explica que a Unânime tem pela frente muito trabalho. Com o final do Verão, é altura de regressar à sala de ensaios e preparar novos arran-

jos para apresentar no próximo ano. Uma das grandes preocupações da filarmónica praiense é o facto de muitos dos seus jovens tocadores terem partido para a universidade este ano, por isso Rúben destaca a importância da escola de música, que este ano exige ainda mais empenho da Unânime. PINtuRA e mÚsIcA De mãOs DADAs O concerto de aniversário da Unânime Praiense marca pontos pela originalidade, já que será capaz de mostrar que as várias manifestações artísticas podem andar de mãos dadas. É que durante o concerto a pintora Margarida Madruga irá conceber um quadro, que depois será leiloado. A receita reverterá a favor da Sociedade Filarmónica Unânime Praiense. Segundo o maestro Ruben Silva, esta ideia já tem alguns anos, no entanto só agora foi possível concretizá-la, pelo facto da pintora estar na ilha nesta altura. Ao TRIBUNA DAS ILHAS, Margarida Madruga explica que esta ideia surgiu após umas experiências realizadas nou-

Lira e Progresso feteirense assinala 90.º aniversário mARchA De sãO JOãO Os ensaios da marcha preencheram o início do Verão da banda feteirense

g Amanhã, 1 de Outubro, data em que se assinala o Dia Mundial da Música, a Filarmónica Lira e Progresso Feteirense assinala o seu 90.º aniversário. A sessão solene comemorativa da efeméride decorre a partir das 19h00, na igreja da freguesia. Segundo a presidente da filarmónica feteirense, é possível fazer um balanço “satisfatório” deste último ano de actividade. Leónia Melo explica que a actual conjuntura económica trouxe dificuldades acrescidas que condicionaram o plano de acção da filarmónica, e houve mesmo algumas actividades que tiveram de ser cortadas dos planos da banda. Em festa de aniversário, Leónia faz questão de destacar “a colaboração de

várias entidades locais e colaboradores”, que ajudaram a Lira e Progresso Feteirense a concretizar alguns objectivos. Das actividades realizadas em 2011, Leónia destaca o intercâmbio com a Sociedade Filarmónica Recreio Musical da Terra Chã, na ilha Terceira, que representou uma grande conquista, já que não foi fácil reunir os recursos financeiros necessários: “o intercâmbio revelou-se estimulante e pedagógico para todos os músicos, que partilharam esta experiência musical e viram reforçada a sua motivação”, diz. A marcha de São João, que é já uma actividade tradicional nesta filarmónica, foi o outro ponto alto do ano. Recorde-se que em 2011 a Marcha da

Feteira foi a única a ser realizada na ilha. Neste momento, Leónia elege como grande dificuldade desta instituição o recrutamento de tocadores. Por isso, um dos principais objectivos do futuro é dinamizar a escola de música, apostando na formação de novos músicos. Outro dos objectivos mais ambiciosos da Lira e Progresso Feteirense passa pela aquisição de uma parcela de terreno junto à actual sede, para posteriormente realizar obras de beneficiação na mesma. De acordo com Leónia Melo, este processo já se encontra em andamento, e a banda conta com a colaboração da Câmara Municipal da Horta para a sua conclusão. mP

bIG bAND uNÂNIme PRAIeNse/uNIãO AssAFOReNse O concerto das duas filarmónicas foi o ponto alto das actividades da unânime neste último ano

tros tempos, na Fábrica da Baleia, onde levou alunas suas a pintar enquanto escutavam música e ouviam poemas. Mais tarde, na Graciosa, fez uma experiência semelhante, pintando enquanto escutava poesia, e procurando dar cor e textura na tela às palavras que escutava. Agora, com a Unânime Praiense, está segura de que a experiência será mais um desafio: “vou experimentar uma coisa nova, e tentar perceber o que é que aquela música induz em mim. Não faço ideia do que vou fazer, e será com

certeza muito subjectivo, pois não há nada mais subjectivo do que a música”, explica. A pintora mostra-se também muito satisfeita pelo facto do quadro ir ser leiloado com a receita do leilão a reverter a favor da Unânime, uma instituição cultural “que precisa e merece” o nosso apoio. “Assim posso dar um bocado e mim, o que é sempre fantástico, porque o que recebo em troca das pessoas, o seu reconhecimento e o seu carinho, é óptimo”, confessa.

cinema no teatro FaialenSe

Chefes intragáveis bAtemAN e s P A c e y Nesta comédia, Kevin spacey interpreta o intragável chefe de Jason bateman

(Dias 1 e 2; 21h30; >16) g Em Chefes Intragáveis, o realizador Seth Gordon (Uns sogros de fugir) junta actores com provas dadas na comédia, como Jason Bateman (A Troca), Kevin Spacey (Beleza Americana), Jennifer Aniston (Friends), Jason Sudeikis (30 Rock), Colin Farrell (Miami Vice) ou Charles Day (Adoro-te à distância). Nesta comédia, Bateman, Day e Sudeikis são três amigos que abominam os seus chefes:. um ganancioso e sem

DR

escrúpulos, uma ninfomaníaca chantagista ou um viciado em cocaína e prostitutas são os problemas com que os três amigos se vêem a braços, até que, numa noite de copos, chegam a uma conclusão: as suas existências seriam quase perfeitas se algum "acidente fatal" acontecesse aos seus chefes. A ideia toma outros contornos quando conhecem Dean "Mother-fucker" Jones (interpretado por Jamie Foxx.

Panda do Kung fu 2 (Dia 2; 17h00; >6) g O panda mais famoso do cinema está de regresso com novas aventuras, agora pela batuta de Jennifer Yuh, que, após ter trabalhado na animação do primeiro filme assume o controlo da realização nesta sequela. Agora, o panda Po ocupa o cargo do Guerreiro do Dragão, e vai deparar-se com um novo inimigo: trata-se de Lord Shen, um pavão com uma arma

secreta e um exército de lobos, que quer destruir o Kung Fu e conquistar a China. DR


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entreviSta

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JoSé maria Silva

“A música é um prolongamento de mim” com 49 anos, José maria silva é apreciador de música desde o berço. Foi jogador da bola, mas, por se sentir mais talentoso na sala de ensaios do que no rectângulo de jogo, desistiu para se dedicar com afinco à música. “Apanhou” a bactéria musical do pai e do avô, e passou-a à família. Professor de música e maestro da união Faialense e da Orquestra ligeira da câmara municipal da horta, José maria silva confessa que o que sente pela música é muito simples, inexplicável, e não podia ter outra designação senão amor. Na véspera do Dia mundial da música, tRIbuNA DAs IlhAs esteve à conversa com o maestro. marla Pinheiro Fotos: susana Garcia De onde vem o seu gosto pela música? Sempre vivi envolvido na música. O meu pai era músico, e lembro-me, desde criança, de ir para a Sociedade Unânime Praiense e para os bailes – ele tocava no conjunto Clave de Sol – acompanhá-lo. Ouvia-o tocar e gostava, e depois comecei a construir os meus próprios instrumentos, os “nunus”, e a tocar melodias. O meu avô também tocava harmónica, a “xirumbela”, e isso despertou em mim o instinto para a música. Lembro-me que o meu pai tinha um bandolim em casa, e, por volta dos meus 11 anos, a minha irmã ensinou-me a escala. Eu comecei a “arranhar”, e, por mim próprio, fui aprendendo… Quando chegava da escola praticava todos os dias, e queria sempre chegar mais longe. Mais tarde surgiu a possibilidade de tocar num conjunto. Fiz provas e acabei por ir tocar para o Clave de Sol, que dava continuidade ao conjunto onde o meu pai tocara. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que toquei num baile. Estava a tremer! Tinha cerca de 15 anos, e tocava viola baixo. Mais tarde, um colega aliciou-me a ir para a Unânime Praiense, onde toquei saxofone alto. Morava nas Angústias, e, quando não havia transporte, ia e vinha mesmo a pé. Também fui tocar na Tuna da Praiense, bandolim. Depois de pouco mais de um ano na filarmónica, convidaram-me para a dirigir. Não tinha experiência mas avancei. Foi uma aventura sem rede, e não foi fácil. Eu era um dos mais jovens, com pouca “tarimba”, e os mais velhos nem sempre aceitavam o que eu dizia. Mais tarde acabei por sair. Na adolescência também estive no futebol. Joguei no Sporting da Horta, mas há medida que o tempo foi passando foi ficando cada vez mais difícil conciliar as duas actividades. Uma vez, num jogo, deram-me um pontapé e eu andei uma semana coxo. Foi aí que decidi: “vou mas é para a música!”. então tinha mais ouvido do que pernas? Na música eu sentia que a minha actividade era mais apreciada do que no fute-

bol. Acho que tinha alguma habilidade para a bola, mas fisicamente não era muito forte. O futebol ficou para os meus irmãos, eu dediquei-me à música e nunca me arrependi. Como é que aparece o Conservatório na sua vida? Enquanto professor, dei aulas de bandolim, violão e iniciação musical no Conservatório, mas também lá estive como aluno. Foi duro, estudava e trabalhava ao mesmo tempo… Fiz os oito anos de formação para me tornar professor de Educação Musical. Sempre tive gosto pela música, mas não pensava que me iria tornar professor. Foi um grande esforço, mas não me arrependo, só tenho pena de não o ter feito mais jovem. O facto de já ter filhos e estar a trabalhar dificultou um pouco a tarefa. O seu filho mais velho seguiu-lhe as pisadas, e a sua mulher e a sua filha também estão ligadas à música. Parece-me que há um micróbio musical na sua genética… Sim, o meu filho está a fazer Mestrado em Piano. A minha filha também tinha dom para a música, mas escolheu outro tipo de artes e seguiu design de moda. Não sei se será genético, mas o que é certo é que eles foram criados no meio da música. A minha mulher também canta e já tocou saxofone, órgão… Inclusive já tocámos os dois no mesmo conjunto. Não me diga que se conheceram por causa da música? Por acaso foi! Houve uma deslocação da União Faialense e da Unânime Praiense ao Pico, quando eu ainda era regente na Praia, e ela tocava na União. Foi aí que começámos a trocar uns olhares… Lembro-me também de ela ter ido a minha casa ter umas lições de música com o meu pai, e houve ali qualquer coisa que me chamou a atenção. Depois entrámos os dois no conjunto. Fica então explicado porque é que os filhos têm queda para a música… É engraçado que, quando a minha mulher estava grávida do meu filho Tiago, tocávamos uma música no conjunto durante a qual ele se manifestava sempre. Mexia-se logo! E hoje sinto orgulho ao vê-lo progredir na música, uma área

que neste país não é nada fácil, principalmente quando se fala de piano, em que é preciso ser-se realmente bom para singrar. Fico contente com o facto de toda a família estar envolvida na música, mas a verdade é que, para estar envolvido em tantas actividades de carácter musical, muitas vezes é preciso sacrificar precisamente a família. está também ligado há orquestra Ligeira da Câmara municipal da Horta desde o seu início… Sim, há 21 anos. A proposta surgiu ainda no tempo do senhor Herberto Dart. A ideia inicial era avançar com uma Orquestra Jovem, mas não foi possível. Acabou por avançar-se para uma orquestra com músicos “já batidos”, e tivemos a nossa primeira actuação a 28 de Dezembro de 1989, no Amor da Pátria. Teve um impacto enorme, porque naquela altura não havia nada daquele género aqui. Lembro-me como se fosse hoje, estava a sala cheia, e as pessoas adoraram.

Neste momento, para além da orquestra, em que outros projectos na área da música está envolvido? Sou maestro da União Faialense há 25 anos, e trabalho com os Grupos Corais das Angústias, para além das aulas. Também dou aulas de violão. Como vê a integração dos conservatórios nos estabelecimentos de ensino regular? Estamos num momento de muitas mudanças, e aguardo ver em termos práticos quais serão os benefícios de aproximar os conservatórios das escolas. Creio que poderá ser bom, se o processo for bem feito, pois poderá permitir que os alunos com mais aptidão, após uma triagem feita pelos professores de educação musical, sejam canalizados para o conservatório, que ficará mais próximo deles. Poderá haver uma melhor coordenação de horários, por exemplo. No entanto temos de ter em conta que o ensino artístico é muito diferente da educação musical no ensino regular. No artístico estamos a formar músicos, com toda a exigência que a isso se associa, e

no regular estamos apenas a sensibilizar para a música. Hoje muitas filarmónicas se queixam de falta de jovens músicos. acha que estas instituições têm condições para continuar a desempenhar um papel fundamental na nossa cultura, ou estão a ficar enfraquecidas? A verdade é que já passámos por uma altura de falta de jovens, mas actualmente sentimos que estes se estão a aproximar das bandas, o que é óptimo para o futuro. Na União, por exemplo, o anterior presidente e o actual são muito jovens e é essa onda jovem que está a fortalecer as filarmónicas. Há no entanto um senão: os jovens acabam por sair, para seguir a sua formação académica. Mas se não fossem esses jovens seria complicado manter a actividade das bandas. Este ano, foram os jovens formados intensivamente na escola de música da União que nos garantiram elementos suficientes para as tocatas. Estamos no bom caminho, e os pais já vão percebendo que as filarmónicas não são apenas uma escola de música, são também uma escola para a vida. falando dos instrumentos de corda, os Grupos folclóricos também têm dificuldade em arranjar tocadores. São poucos os que sabem ensinar e menos ainda os que querem aprender. acha que o Conservatório, sendo regional, deveria promover o ensino de instrumentos como o bandolim ou a viola da terra? Sem dúvida. Já lá estive a dar instrumentos regionais, e lembro-me de uma altura em que se queria inclusive fazer um atelier de construção de instrumentos, mas não se conseguiram arranjar materiais, e a ideia acabou por não ir para a frente. Mas é óbvio que o Conservatório devia ter os instrumentos da nossa terra, que fazem parte das nossas raízes. O bandolim está esquecido, e tem um caminho imenso que pode ser percorrido. Mas também é preciso que as pessoas se interessem pelo instrumento, o que não acontece. Acho que os jovens são influenciados pelo que vêem na televisão, e a guitarra eléctrica e o violão são muito mais populares por essa razão.

Qual é o seu instrumento preferido? O bandolim… Foi o primeiro amor, aquele por onde comecei. Mas também gosto dos outros. Tenho pena de não ter estado no Brasil ou em Itália para trabalhar com bons professores que me ensinassem muito mais. Mas, por mim mesmo, fui trabalhando para aprender este instrumento. acha que os faialenses são um bom público para a música que se faz na ilha? São um público especial. São apreciadores e exigentes, e às vezes não é fácil agradá-los. Nos lugares onde tenho actuado tenho sentido uma boa receptividade, mas preocupo-me bastante em oferecer o máximo de qualidade. O espírito crítico dos faialenses, demonstrado pelas palmas e comentários, é um incentivo para as bandas e grupos, que aprimoram ainda mais o seu trabalho. Que tipo de música aprecia? Eu gosto um bocadinho de tudo. Desde hip hop, jazz, clássica… Mas tem sempre de ter alguns parâmetros de qualidade, e gosto sempre de separar a verdadeira música do barulho… Como é trabalhar com jovens na área da música? É extremamente aliciante e ao mesmo tempo exigente. Eles têm uma capacidade de aprendizagem muito rápida, por isso quando se ensina tem de se ensinar bem. Para além desta capacidade, eles são muito criativos. Para terminar, e em jeito de conclusão, como definiria a sua relação com a música? Bem, acho que é uma questão de amor, não é verdade? A minha mulher queixa-se de ser o meu segundo amor, porque a música é o primeiro, e se calhar tem razão… Mas isto não tem explicação, só sei que não seria capaz de passar sem música. Todo o dia trabalho com música, e estou sempre a pensar em música. Não sei não estar a pensar em música. Ela é um prolongamento de mim, faz parte da minha vida, quase como mais um filho que eu tenho.


oPinião

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Promoção Local de emprego

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Fernando Guerra

situação económica e financeira do país, da região e do Faial não é recomendável. O modelo económico parece falhado, com consequências ao nível do setor público, do setor privado empresarial e das famílias. Esta situação está a revolucionar o mundo do trabalho, onde muitos direitos e obrigações serão alvo de atualizações, umas positivas e outras nem tanto. Uma coisa é certa, nunca houve uma taxa de desemprego tão elevada como há hoje, com esforços para correcção da situação financeira muito bruscos, que irão mexer de imediato no bolso de todos nós, enquanto ao nível económico, infelizmente, os resultados serão atingidos mais lentamente. Temos esperança que, a nível nacional, se encontrem novos modelos de desenvolvimento que gerem emprego, contudo, a nossa preocupação mais próxima é a nível regional e, em concreto, ao nível do Faial. A nível regional, urge mais medidas para fomentar o emprego, pois as que estão em vigor estão a revelar-se manifestamente sem resultados. Por exemplo, não faz sentido manter as candidaturas ao Estagiar L e T em apenas 2 meses do ano; se

este problema do desemprego tem de ser encarado ao nível da autarquia faialense duma forma eficiente e eficaz. este município não tem aquilo que deveria ter em primeiro lugar e principalmente nesta época que atravessamos, que é um estudo próprio sobre como o Faial pode ser uma ilha competitiva, alavancando os seus recursos e valorizando o potencial da sua base económica. Não se trata de recrutar mais pessoal para a sua administração, nem para as suas empresas municipais que, como já se viu, as contas do município não aguentam mais carga salarial, nem a sustentabilidade económica das empresas municipais comporta mais encargos. há urgência em criar emprego, estes programas deveriam estar abertos em permanência e quiçá, para determinadas ilhas menos populosas, deveria oferecer-se a possibilidade de candidatura de não açorianos, gerando, assim, emprego e aumento da população. No que concerne aos sistemas de incentivos ao investimento, é necessário adaptá-los a este flagelo do desemprego e, com os devidos cuidados, há não só que prever a manutenção dos postos de trabalho mas também majorar a sua criação. Relativamente ao Faial, que tem um desemprego já considerável e, se for analisado duma forma mais abrangente, tem um grande défice de oferta de emprego, verifica-se que teve a redução do excedente da

reconstrução, assistiu à diminuição da estação rádio naval, sofreu a diminuição da conserveira, tem jovens qualificados que não encontram oportunidades na sua ilha e ficam nas outras ilhas mais desenvolvidas e em Portugal Continental. Este problema do desemprego tem de ser encarado ao nível da autarquia faialense duma forma eficiente e eficaz. Este município não tem aquilo que deveria ter em primeiro lugar e principalmente nesta época que atravessamos, que é um estudo próprio sobre como o Faial pode ser uma ilha competitiva, alavancando os seus recursos e valorizando o potencial da sua base económica. Não se trata de recrutar mais pessoal para a sua administração, nem

para as suas empresas municipais que, como já se viu, as contas do município não aguentam mais carga salarial, nem a sustentabilidade económica das empresas municipais comporta mais encargos. Assim, esse estudo tem que identificar as potencialidades e os pontos fortes para que o Faial possa gerar emprego (quer na indústria, quer no comércio, quer nos serviços) e apontar o contributo que o município pode dar. Por um lado, há que analisar se o plano director municipal e os planos de urbanização têm tido um efeito positivo na captação de emprego, e caso contrário, é URGENTE a sua reforma nesse sentido, com medidas concretas para a regeneração urbana e consequente geração de emprego.

Outro aspecto que importa saber é como pode um município promover o emprego local, com políticas fiscais que criem estímulos a tais contratações, como por exemplo, através da redução da derrama a empresas que criem postos de trabalho ou por via da redução de determinadas taxas municipais para novos espaços com novos postos de trabalho. Ou ainda apoiando projectos indutores de investimento e de criação de emprego, como sejam apoios logísticos e financeiros ao nível de projectos de arquitectura e engenharia e de gestão de incentivos, fatores indispensáveis à captação de muitos potenciais empreendedores. Urge que a autarquia tenha uma acção mais interventiva, conjuntamente com outras associações de desenvolvimento (que se deviam centrar igualmente nesta dificuldade), e se deixe de artes florais e de apenas participar nos cocktails ou seminários com discursos completamente inócuos, cheios de vazios e de palavras vãs. Há mais para além de galardões, bandeiras, prémios, que são bonitos mas que não põem mesa! São urgentes iniciativas que promovam efetivamente o emprego local! frgvg@hotmail.com

esPAçO De PROxImIDADe A POlícIA AO seRVIçO DOs cIDADãOs P P O O l l í í c c I I A A D D e e s s e e G G u u R R A A N N ç ç A A P P Ú Ú b b l l I I c c A A

escOlA seGuRA (II) – INIcIO DO ANO escOlAR 2011/2012 Em regra, as missões atribuídas ao dispositivo policial para o período que medeia a abertura do ano lectivo (19SET11), consubstanciamse na conjugação de operações de carácter preventivo e pedagógico com uma vertente fiscalizadora e dissuasora, condições que devem manter-se presentes igualmente ao longo de todo o ano lectivo, que terá o seu términos entre 08 e 15JUN12. A p.S.p., tendo em conta a área de intervenção das Equipas do programa Escola Segura (EpES) e o público-alvo prioritário (a comunidade escolar) irá desenvolver a sua acção centrada nas seguintes vertentes: 1. Visibilidade e proximidade; 2. prevenção de ilícitos criminais e contraordenacionais; 3. prevenção de incivilidades; 4. Fiscalização de trânsito; 5. Segurança Rodoviária; 6. Fiscalização de estabelecimentos e outras áreas frequentadas por menores; 7. Acções de sensibilização e formação; Relativamente ao transporte rodoviário de e para a escola a P.s.P., relembra: • As crianças com menos de 12 anos de idade ou menos de 150cm de altura, transportadas em automóveis equipados com cintos de segurança, devem ser seguras por sistema de retenção homologado e adaptado ao seu peso e

tamanho (nº 1 do Art. 55º do C.E.) • O condutor e passageiros transportados em automóveis são obrigados a usar os cintos e demais acessórios de segurança com que os veículos estejam equipados (nº 1 do Artº 82º do CE) • Os passageiros de automóveis pesados de passageiros devem ser informados de que, quando se encontrem sentados e os veículos estejam em marcha, são obrigados a usar o cinto de segurança (nº 1 do Artº 10º da portaria 311-A/2005) As PRINcIPAIs cAusAs DA sINIstRAlIDADe RODOVIÁRIA sãO: • O desrespeito pelas regras de circulação em vigor. • O excesso de velocidade • O excesso de consumo de álcool no exercício da condução • A não utilização dos acessórios de segurança

A seGuRANçA escOlAR DePeNDe De tODOs Esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à p.S.p. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt contactos: telefone – 292208510 – Fax - 292208511

PROGRAmA INteGRADO De POlIcIAmeNtO De PROxImIDADe


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DesPORtO

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CNH vence xxxi torneio açoriano de pesca desportiva g Organizado pelo Clube Açoriano de Pesca Desportiva, disputou-se nos dias 24 e 25 de Setembro de 2011 o XXXI Torneio Açoriano de Pesca Desportiva. Foram disputadas duas provas de pesca, de rocha e de praia, que contaram com a participação de 44 pescadores. O CNH fez-se representar pelos

pescadores José Silva, José Armando Silva, Carlos Medeiros e Horácio Cardoso, obtendo os seguintes resultados no somatório das duas provas efectuadas: 1º - José Silva - 23,250 Kg 2º - José A. Silva - 16,610 Kg 6º- Carlos Medeiros - 12,990 Kg 36º - Horácio Cardoso - 1,930 Kg

deSPorto náutico

Quer na primeira prova, quer na segunda o pescador do CNH, José Silva, dominou com um total de 12,430 Kg e 10,820 Kg, respectivamente. A primeira prova foi disputada de pesca de rocha e a segunda de praia. No total, pelos 44 pescadores foram capturadas 285,970 Kg

vela ligeira

troféu do 64ª aniversário g Decorreu no dia 24 de Setembro o Troféu do 64ª Aniversário do Clube Naval da Horta em vela ligeira para as classes Optimist (Escolinhas e A), L’Équipe, Laser 4.7 e 420 que contou com a presença de 27 velejadores do Clube Naval da Horta, Clube Naval da Madalena e Clube Naval de São Roque do Pico. Marcada pelos saltos de vento e oscilações constantes na sua direcção, provocando alguns atrasos devido às constantes rectificações do percurso, a prova de Optimist A

foi a mais emotiva tendo sido disputada por 3 velejadores até à última regata. No fim da prova e empatados com 7 pontos estavam os velejadores Diogo Almeida e Simão Medeiros do Clube Naval da Madalena e Tiago Oliveira do Clube Naval da Horta. No desempate a classificação dos 3 primeiros foi a seguinte: 1º Diogo Almeida - CNM 2º Tiago Oliveira - CNH

3º Simão Medeiros - CNM Nos Optimists – Escolinhas, prova dedicada aos velejadores mais novos, a classificação, para os 3 primeiros, foi a seguinte: 1º Tomás Oliveira - CNH 2º Tomás pó - CNH 3º Manuel Rolo - CNH Em Laser 4.7, a classificação dos três primeiros, foi a seguinte: 1º António Brum – CNM 2º Igor Silveira – CNM 3º Guilherme Borges – CNH

Capelinhos vence campeonato local

DR

g Disputou-se no dia 24 de Setembro uma regata de botes baleeiros alusiva ao 64.º aniversário do Clube Naval da Horta que foi também a última prova do campeonato de ilha para o ano de 2011. Na prova do Aniversário do CNH obtiveram-se as seguintes classificações:

RemO 1º Maria da Conceição - CNH -Carlos Neves 2º São José - JF Capelo Américo Conceição 3º DSQ Capelinhos - JF Capelo Manuel Fernando

Hot Stuff, xcape e rift brilham em regata de aniversário g Na celebração do 64º Aniversário do Clube Naval da Horta, realizou-se mais uma prova da Vela de Cruzeiro. Inscreveram-se 11 embarcações divididas em 3 classes: Classe ORC (3), Classe Cruzeiro A (4) e Classe Cruzeiro B (4). Num dia de ventos superiores a 10 nós a soprar de Oeste com rajadas, apresentaram-se 10 embarcações na linha de largada. As classe Cruzeiro B e ORC realizaram um percurso de aproximadamente de 16 MN (duas voltas ao triângulo tradicional – Horta/Baixa do Sul/Ilhéus/Horta), enquanto os restantes fizeram apena 1 volta ao percurso (8 MN aproximadamente). No final da regata obtiveram-se os

seguintes resultados: Classe Cruzeiro A 1.º - HOT STUFF 2.º - NO STRESS 3.º- RAJADA 4.º - TUBA V Classe Cruzeiro B 1.º - XCApE 2.º - ILHA DA VENTURA 3.º - AZOREAN DREAM 4.º - SORAYA Classe ORC 1.º - RIFT 2.º - MARIAZINHA 3.º - FUN-TASTIC

reGião aUtóNoma DoS aÇoreS

SeCretaria reGioNaL Da CiêNCia, teCNoLoGiaL e eQUiPameNtoS DeLeGaÇão Da iLHa Do faiaL

aViSo interrupção total de trânsito na e.r.1-1.ª fernandega/Praia do almoxarife

regata de boteS baleeiroS

VelA 1º Senhora das Angústias - JF Angústias - José Gonçalves 2º São José - JF Capelo - César Matos 3º Capelinhos - JF Capelo - Luís Decq Mota 4º Senhora do Socorro - JF Salão - pedro Garcia 5º Senhora da Guia JF Feteira Ilídio pereira 6º Maria da Conceição - CNH - Vitor Mota 7º Claudina - CNH - Susana Salema

Tribuna das Ilhas

Torna-se público que devido aos trabalhos da Empreitada de Recuperação de Taludes em Zonas de Risco, nas Estradas Regionais da Ilha do Faial, haverá interrupção total de trânsito na E.R.1.1.ª, Fernandega/Praia do Almoxarife, entre o período estimado de 28 de Setembro a 21 de Outubro próximos. Como vias alternativas, os utentes poderão utilizar: - no sentido Horta-Cedros, a Estrada Municipal (Ladeira da Praia) ou a E.R. 1-2.ª, Rua Humberto Delgado (Moínhos) - no sentido Cedros Horta, a E.R. 1-1.ª (Ramal da Praia do Almoxarife) ou a Estrada Municipal (Fernandega). Chama-se, ainda, a atenção para a sinalização colocada para o efeito. Horta, 23 de Setembro de 2011 O Delegado frederico Soares

CoNCerto Dia mUNDiaL Da mUSiCa 130º aNiVerSario Da SoCieDaDe fiLarmoNiCa UNaNime PraieNSe teatro faiaLeNSe, terÇa-feira 04 De oUtUbro 2011 21,30 H. m. Assim, a classificação final para o campeonato da Ilha do Faial ficou ordenada da seguinte forma: VelA 1º Capelinhos - JF Capelo 2º Senhora da Guia - JF Feteira

3º Senhora do Socorro - JF Salão 4º Senhora das Angústias - JF Angústias 5º São José - JF Capelo 6º Maria da Conceição - CNH 7º Maria de Fátima - JF Castelo Branco 8º Claudina - CNH

GrUPo CoraL Da Horta (Dir. Renata Rentowska)

fiLarmoNiCa UNaNime PraieNSe (Dir. Ruben Silva) apoio : HortaLUDUS | teatro faiaLeNSe


deSPorto

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cicliSmo g Decorreu no passado fim-de-semana a última prova da Taça Ilha Azul, com partida e chegada na freguesia da Ribeirinha e com um percurso até ao Capelo e consequente regresso. Na linha de partida estavam Sandro Garcia do Angústias Atlético Clube/Café Silva, líder da competição, que para se sagrar vencedor teria de ficar nos quatro primeiros lugares, Hélder Pereira da Moto Horta, segundo classificado na Taça, que tinha como missão vencer e esperar que Sandro Garcia ficasse em quinto ou pior classificado. Fábio Moura da Junta de Freguesia da Ribeirinha/Jomare terceiro classificado na Taça tinha como objectivo fazer a melhor classificação possível e tentar ganhar por equipas. As pedaladas da última prova começaram junto ao ginásio da Ribeirinha pelas 10 horas, com os ciclista a partirem em pelotão até ao alto dos Espalhafatos, onde foi dada a partida real. Na descida dos Espalhafatos para o Salão os ciclistas mantiveram-se em fila descendo numa velocidade moderada

taça ilha azul chega ao fim devido ao piso molhado. Na subida para os Cedros os primeiros ciclistas começaram a descolar, tendo ficado na cabeça da corrida cinco ciclistas, Hélder Pereira Hélder Pereira da Moto Horta, Sandro Garcia do Angústias Atlético Clube/Café Silva, Fábio Moura, António Dutra e Pedro Mendonça todos da Junta de Freguesia da Ribeirinha/Jomare. Na subida para a Praia do Norte, Pedro Mendonça passou por dificuldades para acompanhar o grupo, mas o colega de equipa António Dutra, fruto da sua experiência, conseguiu fazer com que Pedro Mendonça voltasse a colar no grupo. Já na freguesia do Capelo, Hélder Pereira da Moto Horta desferiu o ataque, tendo conseguido isolar-se. Sandro Garcia do Angústias Atlético Clube/Ca-fé Silva manteve-se no grupo perseguidor, com os restantes três ciclistas da Junta de Freguesia da Riberinha/Jomare.

Hélder Pereira continuou isolado e fez o que lhe competia, venceu isolado a última prova da Taça Ilha Azul, tendo ficado a aguardar a classificação dos restantes ciclistas. O grupo perseguidor manteve-se junto até ao final e no sprint final os ciclistas da Junta de Freguesia da Ribeirinha/Jomare foram mais fortes, tendo relegado Sandro Garcia para o quinto lugar da prova e consequentemente para segundo lugar na Taça Ilha Azul. Com o segundo, terceiro e quarto lugares a Junta de Freguesia da Ribeirinha/Jomare venceu a última prova da Taça Ilha Azul em ciclismo de estrada. No final da Taça Ilha Azul venceu por equipas o Angústias Atlético Clube/Café Silva, tendo ficado em segundo lugar a Junta de Freguesia da Ribeirinha/Jomare e em terceiro a Moto Horta.

Futebol – Série açoreS

marcador a fixar-se no 1-1. Contas feitas, no final da segunda jornada os Verdes seguem com dois pontos. A liderar a tabela estão o Guadalupe e o Lusitânia, com 6 pontos, seguidos do Praiense, com 3. Para além do Fayal, também Prainha, Boavista de São Mateus, e Sporting ideal somam 2 pontos. O Águia dos Arrifes e o União Micalense somam 1 ponto, enquanto que o Santiago ainda

leONel teIxeIRA O atirador assumiu a liderança do campeonato de Distrital de tiro

Na geral individual da Taça venceu Hélder Pereira da Moto Horta, tendo ficado em segundo, a um ponto, Sandro Garcia do Angústias Atlético Clube/Café Silva em terceiro ficou Fábio Moura Junta de Freguesia da

Ribeirinha/Jomare. De destacar o segundo e terceiro lugares de dois ciclistas, com 17 e 18 anos respectivamente, um excelente prenúncio para o futuro do ciclismo faialense. NiLzo fiaLHo

andebol

fayal com jogo difícil na Graciosa g No passado fim-de-semana jogouse a segunda jornada da Série Açores, com o Fayal Sport a ter o seu primeiro jogo na qualidade de anfitrião. Com o campo da Alagoa ainda a aguardar as obras de ampliação do sintético, os Verdes precisaram de uma “casa emprestada” para receber o Prainha do Pico, e foram jogar a São Roque, no campo do Vitória. No final, o FSC acabou por somar mais um empate, com o

DR

não pontuou. Na próxima jornada, que se disputa já domingo, os Verdes não terão tarefa fácil, já que vão à Graciosa defrontar o Guadalupe, um dos líderes da tabela. Nos restantes jogos, o Praiense recebe o Águia, o Sporting Ideal vai ao Pico jogar com o Prainha, o Boavista de São Mateus recebe o Lusitânia e o União Micaelense joga no campo do Santiago. mP

Sporting da Horta derrota abC mas perde com São bernardo

DR

Futebol – torneio de abertura aFH

Cedrense e Salão na frente g Jogou-se no passado fim-de-semana a segunda jornada do Torneio de Abertura da Associação de Futebol da Horta. O destaque foi para a vitória folgada do Grupo Desportivo do Salão sobre o Feteira, por 3-0. No Pico o Lajense recebeu e venceu o Vitória por 1-0, e no Faial o Flamengos foi surpreendido em casa pelo Cedrense, que venceu no Vale com

um golo sem resposta. Neste momento o Cedrense partilha a liderança da tabela com o Lajense e com o Salão, cujo regresso ao escalão de seniores, após 6 anos de ausência, não podia estar a correr melhor. Seguem-se o Vitória do Pico, com 3 pontos, e o Desportivo da Feteira, com 1. No fundo da tabela, contrariando as expectativas, está o Flamengos, com

um arranque de época nada auspicioso. Este domingo, os jogadores do Vale vão tentar somar os primeiros pontos na competição, numa deslocação às Canadinhas, onde defrontam os residentes do Feteira. Nos outros jogos da terceira jornada, o Cedrense recebe o Vitória do Pico, e os líderes Salão e Lajense defrontam-se nas Lajes. mP

FutSal – taça de Portugal g Joga-se amanhã a primeira eliminatória da Taça de Portugal em Futsal. O Fayal Sport Club, campeões faialenses e representantes da Associação de Futebol da Horta na Série Açores, têm assim pela frente o seu primeiro grande desafio da época. Os Verdes vão à Terceira defrontar o Clube Desportivo do Posto Santo. O jogo está agendado para as 16h00, no pavilhão do Porto Judeu. FAyAl A e FlAmeNGOs

fayal Sport defronta Posto Santo amanhã VeNceDORes NA PRImeIRA JORNADA DO tORNeIO De AbeRtuRA Arrancou no passado fim-de-semana o Torneio de Abertura da Associação de Futebol da Horta, seniores masculinos, na modalidade de futsal.

Na jornada inaugural o Recreio e Fraternidade de Castelo Branco perdeu com o Fayal Sport Club A (2-4), enquanto o Futebol Clube dos Flamengos levou a melhor sobre a equipa B dos Verdes da Alagoa (3-2). mP

g Realizou-se dia 20 de Setembro a 4º jornada do Andebol 1. A jogar em casa o Sporting da Horta venceu o ABC Andebol Sad por 28-27. Já no fim-de-semana, e em jogo a contar para a quinta jornada os

pupilos de Filipe Duque foram ao reduto aveirense para perderem por 4 golos (34-30) com o São Bernardo. Na próxima jornada o Sporting da Horta recebe o ISMAI. mJS

PeSca deSPortiva de barco

Corrico Nocturno em dia de festa g Realizou-se no dia 18 de Setembro aprova de Pesca Desportiva de Barco Noturna - Corrico, “64º Aniversário do Clube Naval da Horta”. As espécies permitidas foram a bicuda, anchova, serra, bonito, irio, lírio, dourado, cavala e wahoo. Com 6 barcos inscritos e registando-se condições climatéricas adversas, (ondulação e vento) que limitaram a zona de pesca ao Salão, Cedros e Praia do Norte a vitória

da prova coube ao barco Zeus de Jorge Oliveira com 9 unidades (13,33 Kg). Em 2.º e 3.º lugar ficaram o barco Raio Azul, de Delfim Vargas e Rosana, de Hélder Fraga com 3 (4,640 Kg) e 2 (3,320 Kg) unidades pescadas, respectivamente. O maior exemplar foi pescado pela embarcação Zeus de Jorge Oliveira com uma bicuda de 3,790 Kg. No total foram pescados 16 unidades (23,00 Kg).


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oPinião

Tribuna das Ilhas

o mundo de uns e dos outros maria Patrão Neves

P

ara o açoriano comum, sobretudo aqueles que vivem nas ilhas mais pequenas, menos densamente povoadas, mais pobres, com menos recursos para se desenvolverem, como Santa Maria, Graciosa, S. Jorge, Flores e Corvo, o grande acontecimento da semana foi a presença entre nós do Presidente da República. Este, conhecendo desde há muito as noves ilhas, prometeu regressar a todas, sem excepção, enquanto Presidente, o que agora cumpre. A atenção que o mais elevado

magistrado da nação traz às ilhas mais esquecidas, a proximidade que quer desenvolver com a sua população, o reconhecimento que as suas acções testemunham de que todos contamos para a recuperação do nosso país justificam a confiança que os açorianos sempre depositaram no Professor Cavaco Silva, sendo este o Presidente que, ainda este ano, escolheram com uma votação esmagadora: em todas as ilhas, em todos os concelhos e em todas as freguesias. Estas são também razões de sobra para festejarmos a sua presença entre nós e aproveitarmos para evidenciarmos as nossas potencialidades e apontarmos as nossas fragilidades no senti-

do de contarmos com o seu apoio para incentivarmos as primeiras e acautelarmos as segundas. Mas o sentimento partilhado pelo açoriano comum não encontra eco nas mais altas esferas do Governo Regional, cujo mais destacado representante afirmou ser “esta visita para conhecer algumas ilhas que o Presidente da República ainda não tinha visitado. Não atribuo grande importância, porque não é propriamente uma visita de trabalho, é uma visita de soberania e de representação”. Quando o Presidente da República veio passar férias aos Açores, disseram não ser bem-vindo; quando vem aprofundar e actualizar o conhecimento que

tem do arquipélago, sugerem que vem passear…E depois, parece que a presença do primeiro magistrado na nação na Região “não é importante”, o que nos leva a perguntar o quê, ou quem o será?! Fiquei com a impressão que os mais ilustres governantes da nossa terra se guindaram tão desmesuradamente numa escala imaginária de importância que perderam o contacto com a realidade comum, onde um Presidente da República, eleito por sufrágio directo, ainda é importante, e em que um governo, constituído a partir da eleição entre partidos políticos, ainda é suposto representar os cidadãos dessa comunidade, assumindo a dignidade que lhe

compete. Neste mundo dos açorianos comuns impera o bom senso que dita que os sentimentos pessoais e as conveniências partidárias se devem sacrificar aos interesses superiores da Região. Neste mundo dos açorianos comuns, vive-se uma democracia amadurecida em que o pluralismo das ideias não belisca a deferência devida aos legítimos representantes da nação ou da região. Neste mundo dos açorianos comuns a arrogância e o desdém em política são resquícios de tempos ou práticas ditatoriais porque o espírito democrático se pauta pelo respeito pela diferença e o diálogo entre a divergência. Ainda bem que somos açorianos comuns!

Não pode pagar o a nova marca justo pelo pecador dos produtos do triângulo

É

berto messias

voz comum dizer-se que se leva anos a construir uma reputação e um só dia a destrui-la por completo. Este chavão pode ser utilizado em relação à imagem que as autonomias têm no país, estando por apurar os verdadeiros danos que a situação financeira da Madeira vai causar ao projecto autonómico dos dois arquipélagos. A verdade obriga que se diga que, desde 1976, os Açores sempre apresentaram um comportamento com a República muito mais responsável e sereno do que a Madeira, mesmo nos momentos de maior tensão. Este comportamento foi assumido por Mota Amaral e Carlos César como a forma correcta e mais eficaz de, por um lado, defender os interesses açorianos e, por outro, fazer doutrina sobre as maisvalias para o país da Autonomia. Em sentido oposto, o Governo Regional da Madeira, unicamente personalizado no seu Presidente, optou sempre por um comportamento de agressão verbal que prejudicou muito a imagem que Portugal, no seu todo, tem do projecto autonómico, enquanto parte de um Estado Unitário. Para se perceber até que ponto a

situação da Madeira é má, basta dizer que foi o próprio Alberto João Jardim, depois de anos a esconder muitos milhões de euros, que não teve alternativa se não pedir ajuda a Lisboa. Conhecendo-se a personalidade em causa, pode-se afirmar que o pedido de ajuda e de resgate financeiro da Madeira só pode ter surgido em desespero de causa. As notícias dos últimos dias confirmaram isso mesmo. Chegados aqui, é importante diferenciar o que é diferente. Só assim se vai tratar com equidade e justiça as duas regiões autónomas. É sabido que a Lei de Finanças Regionais vai ser alterada em breve. Assim determina a troika. É compreensível que essa revisão tenha em conta a situação financeira que se vive na Madeira. Mas não pode deixar de se ver que, nos Açores, existe uma estratégia de consolidação orçamental, um esforço de contenção das finanças públicas e um endividamento reduzido e responsável. O pior que os açorianos podiam desejar era que o Governo da República obrigasse a suportar um plano de austeridade regional para compensar o descalabro da Madeira. Se é injusto para os madeirenses terem de suportar mais austeridade pelos devaneios do Presidente do Governo Regional, mais injusto seria para os açorianos ter de dividir este esforço hercúleo. Este terá de ser, obrigatoriamente, o princípio que estará em cima da mesa na revisão da Lei das Finanças Regionais.

Renée Françoise Amaral

N

o passado dia 23 do corrente, na freguesia do Salão decorreu, mais uma sessão da Assembleia Municipal da Horta, cumprindo-se assim o espírito da rotatividade pelas freguesias. Como Deputada Municipal, apresentei um Voto de Congratulação, que julgo de todo importante, e de elevado valor, porque divulga e incentiva ao consumo do que é nosso. A criação da nova marca dos produtos do triângulo, iniciativa que no nosso entender, vem promover e valorizar as produções locais das ilhas do Triângulo, Faial, Pico e São Jorge, incentiva a promoção na diversificação agrícola. Considerando que este conceito, apresentado na Ilha do Faial, resulta de um estudo promovido pela Terraprojectos, com parceria estabelecida com o Governo Regional dos Açores, Câmara Municipal da Horta e Associação de Agricultores, são estes os promotores na divulgação e promoção da produção local. A loja do triângulo assume um

papel de grande relevo, destacando-se como um espaço de comercialização e promoção de produtos com origem no triângulo. De salientar, a grande importância deste sector, uma vez que a agro-pecuária é o suporte ou um pilar da economia regional, onde os Açores vêm a registar um número mais elevado de exportações ao de importações. A grande exportação está directamente relacionada com a carne e lactícinios, mas o estudo leva-nos a pensar apostar na exportação de mel, flores e hotofloricultura. Conclui-se, através deste estudo, que nos inquéritos direccionados aos clientes da Loja do Triângulo, estes confirmam o seu sucesso e consequentemente as suas instalações carecem de maior espaço. Além de dar os parabéns aos promotores de tão importante iniciativa, gostaria de deixar aqui o meu alerta, aos jovens que tenham em atenção a conjuntura económica e financeira que atravessamos, tenham coragem e sejam empreendedores. Empreendedorismo é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às actividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na trans-

formação de conhecimentos e bens em novos produtos – mercadorias ou serviços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. Bem sei, que a agro-pecuária, não é uma novidade, mas é um sector que esteve ao abandono, e que esta geração, não teve necessidade, nem a curiosidade de experimentar, mas mais uma vez digo, tendo em conta a conjuntura que atravessamos – subentenda-se que não será fácil. O Governo Regional dos Açores tem vindo a contribuir, através da sua Secretaria da Agricultura e Florestas, com medidas de apoio, direccionado aos jovens que queiram se dedicar as explorações agro-pecuárias proporcionando condições sustentáveis para um futuro mais equilibrado. Penso que é de todo importante, contrariarmos a ideia “ depois de casa roubada trancas à porta” – o espírito terá de ser o contrário – ou seja , antes de sermos assolados com uma conjuntura que nos possa limitar ou mesmo hipotecar o nosso futuro, porque não se providencia medidas alternativas ou contornáveis a esse futuro que se avizinha próximo – mesmo a curto prazo. LICENCIADA EM CIÊNCIAS SOCIAIS


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oPinião

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a FaialenSe que Se tornou PrinceSa (i)

José Armas trigueiro

tuDO cOmeçOu NOs JARDINs DOs DAbNey

Chamava-se Carolina Street Curry da Câmara Cabral DR

E

m 1863, Carolina Curry já era uma jovem casadoira cheia de pretendentes faialenses. Tinha uma boa instrução e irradiava beleza e simpatia. Tinha ainda o mérito de descender de uma das famílias mais distintas da cidade da Horta. Era filha de José Curry da Câmara Cabral e de sua mulher Bárbara Joaquina Street Curry e nascera em 1840, na freguesia de S. Mamede, em Lisboa, onde os pais viveram temporariamente. O historiador José Guilherme Reis Leite escreveu que o pai havia nascido na Horta em 12 de Dezembro de 1789 onde viria a falecer em 13 de Janeiro de 1868, e que era “uma das personalidades mais destacadas da cidade da Horta, pela sua inteligência e ilustração. Exerceu por várias vezes o cargo de presidente da Câmara Municipal e participou em sucessivas comissões de interesse local. Durante a vigência da Constituição de 1838 foi por duas vezes eleito senador do distrito em 1838 e 1840 (1)”. Por outro lado, o escritor Marcelino Lima registou em “Famílias Faialenses”, que o pai de Carolina fora casado em primeiras núpcias com Ana Cordula de Miranda, de quem tivera os filhos Alberto e Ana e que, do segundo casamento, nasceram Maria Adelaida e a Carolina, que era a filha mais nova. Escreveu ainda que do filho Alberto nasceu o médico José Curry da Câmara Cabral, “uma figura de destaque entre a classe médica portuguesa”, de carácter íntegro e de personalidade marcante. Assim, este era sobrinho de Carolina. Embora sem confirmação, julga-se que o seu nome foi dado ao “Hospital Curry Cabral”, ainda hoje existente em Lisboa com essa designação, face ao mérito dos seus serviços científicos na área da saúde. Os Curry faialenses eram descendentes da Escócia, enquanto que os Street faialenses descendiam da Inglaterra. (Forjaz, Jorge, e Mendes, António Ornelas, (“Genealogias das Quatro Ilhas: Faial, Pico, Flores e Corvo”, (2009), Vol. 1.º, p. 725, e Vol. 4.º, p. 2659, ed. Dislivro Histórica). Mas, para escrever a história de

O JARDIm DA “bAGAtelle” esta é a primeira casa da família Dabney na cidade da horta, hoje em ruínas, na Rua de s. Paulo. Nas outras casas dos Dabney também existiam lindos, grandes e acolhedores jardins, cujas plantas ou arvoredos vinham geralmente dos euA

Carolina, vou-me servir, essencialmente, com a devida deferência, da informação que Roxana Dabney nos deixou nos “Anais da Família Dabney no Faial” à margem identificados. E isto porque deverá ter sido ela uma das pessoas melhores conhecedoras da história romântica de Carolina Curry. Para manter a originalidade do seu texto, transcreverei textualmente a parte essencial dos excertos relativos a essa história. A jovem faialense Carolina ficou célebre por ter sido alvo da paixão do príncipe Constantino Mershersky, de nacionalidade russa, que passou pelo Faial. Ele terá ficado logo enamorado da beleza e das demais qualidades de Carolina, designadamente da sua modéstia, da sua simplicidade, da sua cultura e da sua ingenuidade. Ela, por sua vez, terá sido seduzida pelos mistérios da aristocracia de um principado e nobreza que lhe chegava de um país distante, novidades estas que certamente ela gostaria de conhecer e de viver. O príncipe Mershersky havia chegado à Horta em Maio de 1863 a bordo da fragata russa “Dimitri Donskoy”, sob o comando do barão Maidell, onde o príncipe tinha o cargo de Tesoureiro Tenente. Com ele

viajavam cerca de 675 tripulantes militares. O príncipe, ao ver Carolina e de com ela contactar, imediatamente se apaixonou. Deste modo, deu início a uma conquista que envolveu as pessoas mais influentes para o efeito, quer russas, quer faialenses. Da parte russa poder-se-á salientar o barão Maidell, comandante da fragata, e da parte faialense Carolina Dabney e o pai, Charles Dabney. E, contrariamente ao que afirmou Marcelino Lima, de que tudo teve início num baile na ilha do Faial, o amor do príncipe Mershersky terá começado ainda nos jardins da família Dabney na cidade da Horta. Foi aí que o príncipe viu e contactou Carolina pela primeira vez. Terá sido, portanto, como popularmente se diz, “amor à primeira vista”. Era habitual as Dabney, designadamente Roxana, filha do Cônsul Americano Charles W. Dabney, convidarem para os seus jardins a Carolina e a irmã Mary Curry para lhes fazerem companhia e para as ajudarem a distrair os oficiais e demais pessoas de bordo de navios que para eles iam conviver e recrear-se. Richard W. Dabney, para além de Cônsul, era armador, agente de viagens e industrial, actividades de gran-

de projecção mundial. Nas suas principais habitações – e eram várias – existiam lindos e extensos jardins, que eram cultivados com esmero. Nesse tempo, a cidade da Horta apenas possuía para recreio o Jardim Público, que havia sido inaugurado em 1858. Os demais eram privados. Nesse ano de 1858, por sinal, fora fundada a filarmónica Artista Faialense que passou a abrilhantar alguns dos encontros recreativos e festas ali realizadas. A Horta era visitada por imensa quantidade de navegação. Assim, os jardins acolhedores das casas dos Dabney eram o principal local de encontro de forasteiros de navios que eles frequentemente convidavam. Por outro lado, como agradecimento, os navios por vezes organizavam a bordo recepções e bailes. Essas recepções repetiam-se em terra, umas vezes em casa dos Dabney, ou de outras altas individualidades faialenses, com jantares ou beberetes e serviços de doces, café e chá. Todavia, em casa dos Dabney não eram tolerados bailes, por uma questão de princípio ou por uma questão religiosa. Como americanos eles eram protestantes. Mas, em algumas casas da alta sociedade faialense organi-

zavam-se distintos e nobres bailes. Os faialenses, como tinham prazer em receber bem os forasteiros, geralmente eram convidados para gestos semelhantes realizados a bordo dos navios que escalavam o porto da Horta. Assim, a seguir àquela recepção nos jardins dos Dabney, houve um baile realizado na fragata russa, que dispunha de uma banda, para onde foram convidadas as principais individualidades faialenses. O baile de agradecimento realizou-se em casa dos Curry e o príncipe Mershersky bailou a primeira dança com Carolina e a segunda com Roxana Dabney. Houve muita animação e cordialidade e, já próximo do fim, o príncipe fez um curto discurso em francês, no meio de alguma agitação nervosa, recorda mais tarde Roxana. Esta lembra ainda que a partir daí estava praticamente decidido o destino de Carolina, que parecia alarmada e insegura com tudo o que lhe estava a acontecer. Dias depois, após o príncipe e demais oficiais se terem despedido, a fragata “Dimitri Donskoy” zarpou em 22 de Maio, segundo se julga, rumo à Rússia (3). Mesmo assim, foi só em 8 de Junho de 1863 e com grande surpresa para alguns que chegou a casa dos Dabney a notícia de que a bordo daquela fragata russa havia um príncipe Mersherskey que se havia apaixonado pela linda faialense Carolina Curry, que contava sempre com incontáveis admiradores (4) (Continua) Bibl: Roxana Dabney, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), co-edição do IAC-Instituto Açoriano de Cultura e do Núcleo Cultural da Horta; Lima, Marcelino, “Famílias Faialenses”, (1922), pp. 241-245, Minerva Insulana; Leite, José Guilherme Reis, “Enciclopédia Açoriana”, Internet, Centro de Conhecimentos dos Açores, ed. da Universidade Católica portuguesa e do Governo Regional dos Açores; Forjaz, Jorge, e Mendes, António Ornelas, “Genealogias das Quatro Ilhas: Faial, pico, Flores e Corvo”, (2009), Vol. 1.º, p. 725, e Vol. 4.º, p. 2659, ed. Dislivro Histórica. (1). Leite, José Guilherme Reis, “Enciclopédia Açoriana”, em (Cabral, José Curry da Câmara), (2). Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), p. 130, ed. do IACInstituto Açoriano de Cultura e do Núcleo Cultural da Horta. (3). Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família

Dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), pp. 132, 220, ed. do IAC-Instituto Açoriano de Cultura e do Núcleo Cultural da Horta. (4). Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), p. 138, ed. do IACInstituto Açoriano de Cultura e do Núcleo Cultural da Horta.

de quando em vez santos madruga

A

pós algum tempo, a que foi sujeito a profundas remodelações, surge um novo Hiper “Continente”, assim chamado, mais amplo e funcional. O seu aspeto atual concede ao utente maior espaço, maior visibilidade e uma novidade – uma Parafarmácia. Também, e em limitado espaço, foi criado um novo bar com apoio de algumas mesas e cadeiras. Lá também aparece um banco de jardim, muito reclamado, e que serve de apoio aos mais idosos

DR

o “HiPer” que, até agora, tinham sérias dificuldades em manterem-se de pé. Na realidade está vistoso, e esta ilha e os seus habitantes, que muito têm contribuído para o seu “progresso”, bem o mereciam. Neste Hiper completa-se com as lojas Worten e Modalfa, igualmente remodeladas, a fim de melhor servirem os seus clientes. Consta que, novos espaços surgirão, nomeadamente para artigos de livraria e papelaria.

Espera-se que, numa das muitas prateleiras, ali colocadas, possamos encontrar os dois jornais locais. Reclamações sempre haverão, mas hoje queremos manifestar a nossa satisfação por esta melhoria, e lembrar que a “nova era”, deverá começar com eficácia, eficiência e respeito por todos aqueles que valorizam aquele espaço e que contribuem para o seu progresso e desenvolvimento Aos administradores da Empresa e demais res-

ponsáveis, os nossos parabéns. Haja Saúde! 13Set.2011.


inFormação

Tribuna das Ilhas

PARtIRAm

FARmÁcIAs

l Faleceu no dia 22 de Setembro com 63 anos de idade Maria Margarida Garcia Borges pereira natural e residente na freguesia da praia do Almoxarife. Deixa de luto seu marido António Manuel Conceição pereira e a sua filha Dina Margarida Borges pereira, casada com David Lane. A extinta deixa ainda uma neta, a Rebeca Lane. l Na segunda-feira, dia 26 de Setembro, faleceu na sua casa nos Flamengos de onde era natural, Humberto pereira Rodrigues de 86 anos de idade. Deixa viúva Nazaré Lourdes Rodrigues e era pai de Frederico Humberto Rodrigues, casado com Celina Viveiros Rodrigues, de António Raimundo Rodrigues, casado com Fernanda Melo Rodrigues, e de Humberto Nazaré Rodrigues, casado com Cora Madruga Rodrigues. Deixa ainda cinco netos: a Soraia Rodrigues, o Joel Rodrigues, o Ivanoel Rodrigues, a Iara Rodrigues e a Milene Rodrigues.

areeiro • caPelo • telF. 292 945 204 • tlm. 969 075 947

hOJe e AmANhã Farmácia Lecoq 292 200 054 De 2 A 8 De OutubRO Farmácia Correa 292 292 968

l Maria Garcia de Freitas, de 83 anos de idade faleceu no passado dia 19 de Setembro no Hospital da Horta. Natural da freguesia dos Cedros onde residia era viúva de José pinheiro e deixa de luto os seus oito filhos: Dinis pinheiro, Avelina pinheiro, Alice pinheiro, David pinheiro, Fátima pinheiro, José pinheiro e Luís pinheiro. Deixa ainda dezanove netos e cinco bisnetos.

emeRGêNcIAs -FAIAl i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 pSp - 292 208 510 polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 protecção Civil - 295401400/01 Linha de Saúde pública 808211311 Centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 tRANsPORtes - FAIAl

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAp (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

E mEnta Variada todos os d ias

meteOROlOGIA

VeNDemOs ReFeIções PARA FORA

NO sNAcK

no Teatro Faialense -

17H00 - Filme "Panda do Kung Fu 2" ludus

no Teatro Faialense - Horta-

bAR seRVImOs

ReFeIções lIGeIRAs e PRAtO DO DIA

descanso semanal: terça-Feira

TemoS SemPRe bom Peixe

cINemA

Intragáveis" Hortaludus

cAçOIlA De PORcO esPetADAs De cARNe PORcO esPADARte FRItO Ou GRelhADO AceitAm-se ReseRvAs

AGeNDA

AmANhã e DOmINGO "chefes 21H30 Filme

15

reStaurante e Snack-bar

utIlIDADes

NOssA GeNte

l No passado dia 22 de Setembro, faleceu na Santa Casa da Misericórdia da Horta, com 84 anos Maria Alice, natural e residente na freguesia dos Cedros. Era viúva de António Silveira Garcia e mãe de Carlos Manuel Garcia, casado de Avelina Maria Garcia pinheiro. A extinta deixa ainda três netos: Susana Maria Garcia, casada com José Albino Machado, Célia Maria Garcia, casada com Fernando Leonardo pereira e paulo Manuel Garcia, Solteiro. Deixa dois bisnetos: o Lucas Machado e a Iara pereira.

30 De setembRO De 2O11

GRuPO ceNtRAl hOJe períodos de céu muito nublado com boas abertas. Aguaceiros geralmente fracos. Vento noroeste bonançoso (10/20 km/h), rodando para norte e tornando-se fresco (30/40 km/h) com rajadas até 55 km/h. Mar de pequena vaga, tornando-se cavado. Ondas oeste de 2 metros, passando a noroeste. AmANhã períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros. Vento norte moderado a fresco (20/40 km/h) com rajadas até 50 km/h. Mar cavado. Ondas noroeste de 2 metros.

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eVeNtOs AtÉ 29 De OutubRO De 2011 exPOsIçãO "A RePÚblIcA e A cIêNcIA" integrada nas Comemorações Regionais do I Centenário da República portuguesa que evoca os cientistas açorianos José Curry da Câmara Cabral (1844-1920, Alfredo Bensaúde (1856-1941), Francisco Afonso Chaves (1857-1926), Eugénio Vaz pacheco do Canto e Castro (1863-1911), Aníbal Bettencourt (1868-1930), Manuel Soares de Melo e Simas (1870-1934), Ruy Telles palhinha (1871-1957), Nicolau Anastácio de Bettencourt (1872-1941), José Agostinho (1888-1978) e Aurélio pereira da Silva Quintanilha (1892-1987) na Biblioteca pública A. R. J. J. G. Organização da presidência do Governo - Direcção Regional da Cultura De hOJe AtÉ 22 De OutubRO De 2011 Das 16h00 às 20h00 de terça-feira a Domingo – exPOsIçãO "AO sOl" de Romão peres no Centro de Cultura e Exposições da Horta. Organização da Hortaludus e CMH em parceria com Museu Jorge Vieira hoje 21h30 - RecItAl De cANtO e PIANO com Filipa Lã, soprano, Francisco Monteiro, piano no Teatro Faialense. Organização da Direcção Regional da Cultura FIchA

Tribuna das Ilhas DIRectOR: Cristiano Bem eDItOR: Fernando Melo cheFe De ReDAcçãO: Maria José Silva ReDAcçãO: Susana Garcia e Marla pinheiro FOtOGRAFIA: Carlos pinheiro

cOlAbORADORes PeRmANeNtes:costa Pereira, Fernando Faria, Frederico cardigos, José trigueiros, mário Frayão, Armando Amaral, Victor Dores, Alzira silva, Paulo Oliveira, Ruben simas, Fernando Guerra, Raul marques, Genuíno madruga, berto messias cOlAbORADORes eVeNtuAIs: machado Oliveira, Francisco césar, cláudio Almeida, Paulo mendes, zuraida soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, santos madruga, lucas da silva

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Esta publicação é apoiada pelo pROMEDIA - programa Regional de Apoio à Comunicação Social privada


FuNDADO 19 De AbRIl De 2002

Tribuna das Ilhas sextA-FeIRA 4 30 De setembRO De 2O11

www.tribunadasilhas.pt

conHecer o cancro

a cura de leucemias e linfomas em crianças e adolescentes, um longo caminho a percorrer... Rui bergantim*

A

s neoplasias hematológicas ocupam o lugar cimeiro dos cancros em crianças e adolescentes, sendo constituídas por um grupo heterogéneo, com mais de 20 entidades descritas, das quais se destacam as Leucemias Linfóide Aguda e Mielóide Aguda, e os Linfomas Hodgkin e Não-Hodgkin. A Leucemia Linfóide Aguda é a neoplasia mais frequente em idade pediátrica (cerca de 60% do total de cancros em crianças), tendo um pico de incidência entre os 2 e 3 anos de idade, enquanto a Leucemia Mielóide Aguda apresenta uma incidência constante desde o nascimento até aos 10 anos, sendo, também, a mais frequente nos casos raros de leucemia congénita. A maioria das crianças com Leucemia não apresenta uma predisposição óbvia. Os poucos fatores de risco conhecidos incluem a exposição a radiações ionizantes ou drogas como benzeno, agentes alquilantes e epipodofilotoxinas, tal como síndromes congénitos (Síndrome de Down, Anemia de Fanconi, Síndrome de Bloom, Neurofibromatose, Síndrome Klinefelter e Turner). Sublinhe-se que as crianças com Síndrome de Down têm um risco 10 a 20 vezes maior do que as outras crianças de virem a desenvolver uma Leucemia, principalmente do tipo Mielóide. Relativamente aos Linfomas, entre crianças com menos de 15 anos de idade os Não-Hodgkin são mais frequentes (cerca de 10% do total de cancros pediátricos). Estes ocorrem duas ou três vezes mais nos rapazes do que nas raparigas e são mais comuns em crianças de raça caucasiana. Por outro lado, os Linfomas de Hodgkin, mais comuns em países subdesenvolvidos e em comunidades carencia-

das, são frequentes em crianças com mais de 15 anos de idade (aproximadamente 8% do total de cancro pediátrico) e tal como nas leucemias os fatores de risco ainda não estão totalmente conhecidos. Os Linfomas Não-Hodgkin associam-se patologias congénitas, a deficiências imunológicas e a infeções víricas, como, por exemplo o vírus Epstein Barr nos Linfomas Não Hodgkin de células B maduro/Burkitt e Hodgkin, e o vírus HTLV nos Linfomas Não Hodgkin de células T. O vírus HIV, também, se apresenta como um relevante fator de risco para todo o tipo de Linfomas e em qualquer faixa etária. Nos Açores, e de acordo com os dados de Incidência de Cancro nesta região, entre 1997 e 2006, a incidência anual de Leucemia Linfóide Aguda varia entre 1.2 e 6.0%, a Leucemia Mielóide Aguda entre 1.2 e 5%, os Linfomas Não Hodgkin entre 1.2 e 3.7%, e os Linfomas Hodgkin entre 1.2 e 6%. Incidências, em muito, semelhantes às do restante país, e ligeiramente inferiores às mundiais. Ao contrário das neoplasias hematológicas nos adultos, e apesar do progresso verificado, foi nas crianças que se constatou um avanço ímpar no tratamento e na melhoria de qualidade de vida pós-tratamento, constituindo um dos maiores sucessos médicos dos últimos 50 anos. Refira-se que em 1970, aquando do início do programa de luta contra o cancro nos Estados Unidos, menos de 10% das crianças com Leucemia Linfóide Aguda sobreviviam para além de 10 anos, após o diagnóstico. Atualmente, e incluindo Portugal, cerca de 90% das crianças com Leucemia Linfóide Aguda ultrapassam essa barreira dos 10 anos. Francas melhorias verificaram-se, igualmente, em outros tipos de Leucemias e Linfomas, registando-se sobrevidas de 50 e 90% aos 10 anos, respetivamente. Este sucesso justifica-se por

inúmeros ensaios clínicos multiinstitucionais, nos Estados Unidos e Europa, através da combinação de novos agentes terapêuticos com outros mais antigos, com a estratificação de doentes por grupos de risco e com terapêuticas dirigidas ao sistema nervoso central e testículos, reservatórios de células neoplásicas difíceis de tratar com quimioterapia convencional. Paralelamente, verificou-se a incorporação de um sistema agressivo de suporte do qual fazem parte as transfusões de sangue e o desenvolvimento de antibióticos e antifúngicos para a profilaxia ou tratamento de infeções mais frequentes nestes doentes. Outro passo fundamental no caminho para a cura das neoplasias hematológicas foi o transplante de medula óssea, na década de 70, em Seattle, por um grupo de investigação pioneiro, chefiado por Donnall Thomas, e que lhe valeu o reconhecimento com o Nobel da Medicina em 1990. Atualmente, assiste-se a um momento de impasse, como se tivesse atingido um planalto, depois de uma longa subida pela montanha. Apesar da explosão científica a nível molecular e de biologia das doenças, poucos são os alvos moleculares para os quais já se criaram armas terapêuticas eficazes, visto que a maior parte das terapêuticas, apesar dos sucessos verificados, ainda, acarretam uma toxicidade comprometedora da qualidade de vida das crianças. Muito há, ainda, a fazer para atingir a meta, ou seja, os 100% de sobrevida nestas neoplasias, pelo que se continua a desenvolver exaustivos estudos clínicos e ativas investigações em novos agentes e modalidades terapêuticas. *Interno de Especialidade no Serviço de Hematologia Clínica do Hospital de São João – porto, atualmente em estágio no Serviço de Transplante de Medula Óssea no Seattle Cancer Care Alliance / Fred Hutchison Cancer Research Center, Seattle – EUA. Contemplado com a edição de 2011 da Bolsa “D. Maria do Livramento de Abreu Forjaz”, atribuída pelo Núcleo Regional dos Açores da Liga portuguesa Contra o Cancro.


esPAçO De PROxImIDADe A POlícIA AO seRVIçO DOs cIDADãOs P P O O l l í í c c I I A A D D e e s s e e G G u u R R A A N N ç ç A A P P Ú Ú b b l l I I c c A A

escOlA seGuRA (II) – INIcIO DO ANO escOlAR 2011/2012 Em regra, as missões atribuídas ao dispositivo policial para o período que medeia a abertura do ano lectivo (19SET11), consubstanciamse na conjugação de operações de carácter preventivo e pedagógico com uma vertente fiscalizadora e dissuasora, condições que devem manter-se presentes igualmente ao longo de todo o ano lectivo, que terá o seu términos entre 08 e 15JUN12. A p.S.p., tendo em conta a área de intervenção das Equipas do programa Escola Segura (EpES) e o público-alvo prioritário (a comunidade escolar) irá desenvolver a sua acção centrada nas seguintes vertentes: 1. Visibilidade e proximidade; 2. prevenção de ilícitos criminais e contraordenacionais; 3. prevenção de incivilidades; 4. Fiscalização de trânsito; 5. Segurança Rodoviária; 6. Fiscalização de estabelecimentos e outras áreas frequentadas por menores; 7. Acções de sensibilização e formação; Relativamente ao transporte rodoviário de e para a escola a P.s.P., relembra: • As crianças com menos de 12 anos de idade ou menos de 150cm de altura, transportadas em automóveis equipados com cintos de segurança, devem ser seguras por sistema de retenção homologado e adaptado ao seu peso e

tamanho (nº 1 do Art. 55º do C.E.) • O condutor e passageiros transportados em automóveis são obrigados a usar os cintos e demais acessórios de segurança com que os veículos estejam equipados (nº 1 do Artº 82º do CE) • Os passageiros de automóveis pesados de passageiros devem ser informados de que, quando se encontrem sentados e os veículos estejam em marcha, são obrigados a usar o cinto de segurança (nº 1 do Artº 10º da portaria 311-A/2005) As PRINcIPAIs cAusAs DA sINIstRAlIDADe RODOVIÁRIA sãO: • O desrespeito pelas regras de circulação em vigor. • O excesso de velocidade • O excesso de consumo de álcool no exercício da condução • A não utilização dos acessórios de segurança

A seGuRANçA escOlAR DePeNDe De tODOs Esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à p.S.p. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt contactos: telefone – 292208510 – Fax - 292208511

PROGRAmA INteGRADO De POlIcIAmeNtO De PROxImIDADe


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