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Motocross em destaque este fim de semana no Faial PÁGINA O2

Tribuna das Ilhas O7.OutubrO.2O11

dIrecTOr: mANueL crIsTIANO Bem 4 NÚmerO: 487

Sai àS SextaS-FeiraS

1 euro

lançada na horta fotobiografia de manuel de arriaga

g na passada terça-feira, véspera da celebração do 101.º aniversário da implantação da República, a autarquia faialense lançou a obra Fotobiografia de Manuel de arriaga. da autoria da investigadora Joana Gaspar Freitas, o livro pretende revelar o lado mais íntimo do primeiro presidente PÁGINA O4 da República Portuguesa.

PrOcurA dO servIçO dImINuIu 16%

menoS utenteS na urgÊnCia do hoSPital da horta deSde taXaS moderadoraS g Três meses após a entrada em vigor das taxas moderadoras na Região, é já possível notar uma significativa redução no fluxo de utentes na Urgência do Hospital da Horta. TRibUna das ilHas foi saber as diferenças, numa reportagem onde aferiu também da preparação do Centro de saúde e do Hospital da Horta para a obrigatoriedade da prescrição electrónica de medicamentos, que entrou em vigor neste mês de Outubro. PÁGINA O8


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EDItorIAL

“FlaSh” dO paíS…

g O tema que hoje aqui focamos é bem a tradução, em palavras, de um “instantâneo” fotográfico deste país – onde nascemos e vivemos – fixado em lisboa numa repartição do serviço de Finanças, à qual se dirigiu um cidadão cumpridor dos seus deveres para com o fisco, a fim de liquidar o seu iRs. não se trata, pois, de uma invenção de factos ou de uma ficção, mas sim, de um episódio real. Ora, quando o cidadão contribuinte entrou na sala da dita repartição, avistou o habitual quadro electrónico regulador do atendimento, mas logo se dirigiu ao longo painel dos serviços ali prestados, com indicação dos balcões a utilizar. Mas logo aí o cidadão pagante – habituado a estas andanças – não foi capaz de descobrir a alínea correspondente ao pagamento do iRs. Havia num ou noutro grupo de serviços indicados a palavra “pagamentos”, mas de taxas diversas e nada que especificasse o iRs. de tal modo que se juntaram ali mais dois ou três cidadãos com o mesmo objectivo, sem descobrirem afinal a que “letra” correspondia o pagamento do imposto. E só foi possível esclarecer o caso porque apareceu, casualmente, um funcionário, com ares de coordenador do serviço, que deu, de bom grado, a informação necessária. liquidado o imposto no balcão de atendimento mencionado, o cidadão contribuinte entendeu ser conveniente lembrar que o painel dos serviços da repartição merecia uma pequena correcção no sector em causa, para o que bastava, no sítio certo, juntar à palavra “pagamentos” a identificação iRs. no entanto, a funcionária não gostou da sugestão apresentada e, um pouco “áspera”, respondeu que “o pessoal de Finanças é que sabia muito bem o que era ou não conveniente ao serviço…e que o público não tinha que vir dar opiniões sobre o respectivo sistema de funcionamento”. Perante esta resposta, reveladora de uma má formação e falta de princípios de uma servidora do Estado, cuja função é atender atenciosamente o público, o cidadão desistiu de qualquer reacção, incluindo queixa ao superior hierárquico, o que, como é habitual, não teria efeitos. dito isto e numa breve análise a este episódio, deve-se concluir, em primeiro lugar, que se tratam de casos isolados no meio do elevadíssimo quantitativo do funcionalismo público, em que predomina uma esmagadora maioria de servidores do Estado e das autarquias com competência profissional e agradável trato humano. Embora em percentagem ínfima, ainda hoje ocorrem casos como este, não deixando de ser condenáveis, o que recomendaria que nos concursos oficiais para entrada na função pública houvesse uma prova psicológica, para apurar as condições de civilidade dos concorrentes. de qualquer modo, o que aqui fica registado é bem um “instantâneo”, em certos aspectos, do país que temos…

EM DEstAquE

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Motocross

faial recebe “nata” das duas rodas

maria José silva Foto: marla Pinheiro g Mike Picone, Hugo Santos e Óscar Downer são as grandes atracções da prova de motocross do próximo domingo, 9 de Outubro. Trata-se do campeonato nacional e regional de iniciados, regional de elite e campeonato do Faial de elite e vai disputar-se na pista de motocross dos Cedros, na ilha do Faial. Este ano, e pela primeira vez em muito tempo, a última prova do campeonato não é realizada no Faial, pelo que pode dizerse que tudo está em aberto quanto aos pódios. A apresentação da prova aos jornalistas decorreu na passada terça-feira, altura em que Marco Garcia, actual campeão regional, adiantou que em 2012 o Faial poderá receber uma prova do nacional de elite. “O facto do CAM organizar uma prova do nacional de iniciados é uma conquista que já vem do ano passado e é fruto de bastante trabalho que temos vindo a desenvolver pela modalidade no Faial e nos Açores” – ressalvou Marco Garcia. As verificações documentais e técnicas estão marcadas para as 09h00 sendo que os treinos livres em iniciados começam às

[sObE]

11h00 e a classe de elite começa a treinar às 11h45. A largada para a primeira manga começa às 14h00. eLITe e mX 1 Vamos ter 14 pilotos da classe elite a competir: Nelson Ventura, Igor Gonzaga, José Cipriano, Mário Almeida, Paulo Caldeira, Nuno Rosa, Hugo Meneses, David Tavares, Eusébio Silveira, Nuno Pita, Hugo Santos, Manuel Martins, Marco Garcia e Mike Picone. Na classe MX1 competem cinco pilotos: Nelson Ventura, José Cipriano, Hugo Meneses, Marco Garcia e Mike Picone. Picone, a competir no campeonato da América de MX, é o favorito à vitória desta prova. Todavia, em MX1, a competição Garcia/Ventura também se afigura como interessante. Tratam-se do campeão e vice-campeão em título e que, neste momento têm apenas 46 pontos de diferença entre eles, sendo a supremacia do faialense. Na elite também Manuel Martins, a juntar-se a Marco Garcia e Nelson Ventura, poderá vir “dar espectáculo” atendendo à sua posição na tabela. É terceiro, com 140 pontos. Na classe de promoção teremos Nuno

Rosa, Hugo Meneses, David Tavares e Nuno Pita. O favoritismo vai para Hugo Meneses, mas Nuno Rosa, a correr em casa ,promete. Os veteranos também vêm mostrar “com quantos paus se faz uma canoa”, pelo que em cima das máquinas estarão, José Cipriano, Mário Almeida e Manuel Martins. No que ao campeonato diz respeito, Martins já é campeão, mas Cipriano terá, certamente, uma palavra a dizer, ou não é à toa que o chamam “diabo das duas rodas”. A classe MX 2 tem uma grelha de partida muito composta, com nove pilotos: Igor Gonzaga, que dispensa apresentações, Mário Almeida, Paulo Caldeira, que se despede do motociclismo, Nuno Rosa, David Tavares, Eusébio Silveira, um jovem que se tem revelado no panorama local, Nuno Pita, Hugo Santos e Manuel Martins. INIcIAdOs O campeonato nacional de iniciados conta com a participação de Óscar Downer, piloto da Inglaterra, mas também com Tiago Gonzaga, João Ponte, André Silva, Carlos Moreira, João Pinto, Diogo Graça, Joana Gonçalves, André Martins, Rodrigo Teixeira, Gonçalo Gil, Diogo Gil

&

e Henrique Benevides. De registar a ausência de Jorge Maricato, vencedor do campeonato do ano passado. Há relativamente pouco tempo Maricato foi vítima de uma aparatosa queda na prova de Casais de São Quintino que o afastou das pistas por algum tempo. O seu mais directo adversário, e que neste momento ocupa mesmo o primeiro lugar do campeonato, é Diogo Graça. Diogo Graça tem 31 pontos de vantagem sobre Jorge Maricato. Terá ainda de descontar um resultado – mas o seu pior é apenas de 7 pontos – enquanto Maricato contabiliza integralmente a pontuação a recolher nos Açores. Assim, o confronto anuncia-se muito favorável para Graça, pois um 7.º e um 8.º lugares nesta prova são suficientes para conquistar o seu primeiro título nacional. O regional tem como líder Tiago Gonzaga que no Faial não vai competir a contar para esse campeonato, todavia a diferença de 38 pontos que o separa de Rodrigo Teixeira não deve ficar comprometida. Os iniciados do regional a correr no Faial são, João Ponte, Diogo Graça, Joana Gonçalves, Rodrigo Teixeira e Henrique Benevides.

[dEsCE]

LOJA dO TrIÂNGuLO

dIA muNdIAL dO ANImAL

g Já é muito conhecida, hoje, a loja do Triângulo, que na cidade da Horta apresenta e vende produtos das ilhas do Faial, Pico e são Jorge. Uma iniciativa da associação agrícola do Faial que ainda recentemente obteve o elogio de uma figura da política regional de visita à ilha. só é pena que a organização não se estenda ao Pico e são Jorge, abrindo também um espaço de vendas em qualquer das vilas ali existentes. além da divulgação dos artigos típicos do Triângulo que as populações não encontram no comércio em geral, haveria a vantagem de animar as pequenas economias das três ilhas.

g amanhã, 8 de Outubro, é comemorado mundialmente o

dia do animal, instituído para despertar na sociedade de que fazemos parte um maior respeito por esses seres, de diversas espécies, que vivem junto do Homem para o acompanhar e lhe prestar os mais variados serviços. É que os animais têm também direitos, entre os quais os de serem bem tratados e devidamente alimentados pelos seus donos. infelizmente, sabe-se que mesmo na nossa ilha, há ainda quem “bate” nos animais e em período de férias os abandona (cães e gatos sobretudo) à sorte e à fome.


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Curso Reorganização do Controlo Postural nas Lesões do Sistema Nervoso Central Nos próximos dias 8 e 9 de Outubro decorre no Hospital da Horta, EPE, o Curso Reorganização do Controlo Postural nas Lesões do Sistema Nervoso Central. Este evento, organizado pela equipa de fisioterapeutas do Hospital da Horta, tem como público-alvo fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, visando ministrar a estes profissionais ensinamento sobre novas abordagens para o tratamento dos utentes que sofrem de patologias associadas a lesões no sistema nervoso central. Nesta acção estarão presentes 29 profissionais oriundos das ilhas do Faial, Pico, Flores, São Jorge, Graciosa e Terceira.

g

CiSa, eSMa e apadiF vencem "parada das Árvores"

[aconteceu]

dr

g A Secretaria Regional da Agricultura e Florestas promoveu, no âmbito do Ano Internacional das Florestas, a "Parada das Árvores". Esta iniciativa, que começou com a distribuição de exemplares em fibra de vidro, pelas várias escolas básicas e secundárias dos Açores e tambémem algumas instituições de solidariedade social, contou com participação de centenas de alunos e professores na sua decoração. Após terem sido exibidas em locais públicos das várias ilhas do arquipélago ao longo dos últimos meses, terminou, no passado dia 21 de Setembro, a fase de votação para apurar as três árvores vencedoras em cada ilha, assim como,a Instituição de Solidariedade Social que, em cada ilha, será beneficiária dos valores angariados. No Faial os primeiros classificados foram o Lar de Crianças e Jovens da Casa de Infância de S. António, em primeiro lugar, a Escola Secundária Manuel de Arriaga - 9º Ano, em segundo, e a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial, em terceiro. Nesta fase, que irá decorrer até ao dia 15 de Novembro, qualquer empresa ou pessoa em nome individual poderá licitar a sua árvore preferida. Para participar, deverá apenas que preencher um formulário de licitação e enviar para a DRRF.

Diariamente, e com base na validação das licitações recebidas, será actualizado, na página da Internet, o valor da licitação de cada árvore que terá 100 euros como valor base para cada trabalho.

Os valores angariados para cada ilha serão entregues em cerimónia pública, com a presença das entidades patrocinadoras, no dia 23 de Novembro, Dia da Floresta Autóctone. MJS

diabéticos açorianos vão ter rastreio anual

dr

g Durante a visita estatutária do Governo Regional à vizinha ilha do Pico, que decorreu esta semana, o secretário regional da Saúde assinalou o arranque do rastreio da retinopatia diabética, que, de acordo com a tutela, será realizado anualmente a todos os diabéticos açorianos. Deverão participar neste rastreio todas

as pessoas cuja diabetes tipo 1 tenha sido diagnosticada há, pelo menos, cinco anos e todas as pessoas com diabetes tipo 2, a partir do diagnóstico. Serão também seguidos os doentes com retinopatia diabética que necessitem de tratamento. O objectivo desta medida é “detectar precocemente as situações de retinopatia

que estão associadas à diabetes e que podem provocar problemas de visão”. De acordo com o secretário regional da Saúde, o que se pretende é realizar um exame anual a todos os diabéticos registados nos Açores, de forma a “identificar precocemente situações que necessitam de acompanhamento”. Segundo Miguel Correia, os doentes a quem for identificado este problema serão encaminhados para o hospital de referência da área onde se encontram. O rastreio arrancou no Pico, onde estavam previstos 444 rastreios nas Lajes, 350 em São Roque e 672 na Madalena. Em toda a Região estima-se que sejam rastreados todos os 16.650 diabéticos registados, que correspondem a cerca de 7% da população açoriana. Para a aplicação desta medida foi concebida uma base de dados específica onde ficarão registados os relatórios que depois serão enviados aos médicos assistentes para seguimento e tratamento.

cOmBusTíveL desce NA reGIãO g O preço máximo de venda de combustíveis na Região foi actualizado às 00h00 de hoje, sexta-feira. Esta actualização consistiu na descida, em um cêntimo por litro, no preço máximo das gasolinas 95 e 98. no caso das gasolinas 95 e 98, a diferença nos preços máximos por litro praticados nos açores em relação ao mercado nacional é de menos 11%. no caso do Gasóleo Rodoviário, essa diferença é de menos 12% em relação ao verificado no mercado nacional. Os gasóleos agrícola e pescas têm um preço máximo por litro, nos açores, inferior em 23 e 22%, respectivamente, ao registado no continente. no que respeita ao gás doméstico, a diferença entre os preços máximos por quilo praticados nos açores e os preços praticados no continente é de menos 31% enquanto que para o fuel a diferença de preço entre os açores e o continente é de menos 22%.

[vai acontecer] semANA muNdIAL dA AmAmeNTAçãO AssINALAdA NO HOsPITAL dA HOrTA g Tem lugar amanhã, dia 8, mais uma reunião do Grupo de apoio ao aleitamento Materno – sOs alimentação, no Hospital da Horta. desta feita, a reunião serve para comemorar a semana Mundial da amamentação, e será discutido o tema: “aleitamento Materno – Experiência 3-d”. a reunião decorre a partir das 15h00, na Unidade de Obstetrícia do Hospital da Horta, e é organizada pelo núcleo do sOs amamentação do Faial.

dr

APrOvAdO NOvO reGuLAmeNTO de cONcursO dO PessOAL dOceNTe NA reGIãO g Foi aprovado na última reunião do Conselho de Governo, que reuniu esta semana, no Pico, o novo regulamento de Concurso do Pessoal docente da Educação Pré-Escolar e Ensinos básico e FeIrA dAs OPOrTuNIdAdes secundário. a partir de agora, os con- g Vai realizar-se amanhã, dia 8 de cursos de pessoal docente, anterior- Outubro, na Quinta do lomelino, na mente anuais, passam a realizar-se a freguesia da Feteira, mais uma Feira cada quatro anos. das Oportunidades. de acordo com o texto do comunicaagendado para as 14h30, o evento do do Conselho de Governo, “o regime consistirá numa montra de produtos a vigente de recrutamento e selecção de disponibilizar aos visitantes por preços pessoal docente para o exercício de fun- mais baixos que o habitual e vendidos ções na rede pública do sistema educa- por quem quiser. tivo da Região estipula a necessidade de Para a edição do mês de Outubro abertura anual de um concurso docente estão previstas sessões de maquilhapara ingresso nos quadros. Tendo gem, estética, aulas de zumba fitdecorrido cerca de uma década sobre ness/combat e aeróbica. implementação deste regime, verifica-se que, dada a actual estabilidade dos qua- Fórum vOLuNTArIAdO e dros docentes, não há necessidade de cIdAdANIA AcTIvA proceder anualmente à abertura dum g Está agendado para o próximo dia concurso de acesso aos quadros, pelo 11 de Outubro o Fórum sobre que este passará a realizar-se de quatro Voluntariado e Cidadania activa. em quatro anos”. numa iniciativa da CMH, este fórum Foi também introduzida a “obrigato- vai realizar-se no Teatro Faialense e riedade da candidatura dos docentes se abordará temáticas como: “ano fazer pelo menos para três ilhas, o que Europeu do Voluntariado – um desapermite ultrapassar a actual tendência fio e uma oportunidade”; “Volundos candidatos se restringirem a apenas tariado – desenvolvimento e bemuma ilha”. estar social”, “a identidade do voluna tutela reforça também “a importân- tariado – um contributo para o seu cia de se garantir a possibilidade da conhecimento” e “as responsabilidamobilidade anual dos docentes vincula- des dos voluntários e das organizados, permitindo, assim, aproximar os ções de voluntariado – uma relação professores dos quadros do seu agrega- de responsabilidade”. do familiar”, bem como “a necessidade Este evento contará com a presende manter o recrutamento para contra- ça de técnicos especializados do tação de docentes a termo resolutivo CnPV – Conselho nacional para a anual”. Promoção do Voluntariado.


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notícIAs

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LAnçADA fotobIogrAfIA Do prIMEIro prEsIDEntE ELEIto DA rEpúbLIcA portuguEsA

espólio de Manuel de arriaga é “uma arca do tesouro” “uma arca do tesouro”, é como Joana Gaspar Freitas se refere ao espólio de manuel de Arriaga, faialense que fica na história do país como o primeiro presidente eleito da república Portuguesa. depois de várias obras de cariz mais académico sobre Arriaga, a investigadora dedicou-se a uma incursão sobre essa “arca do tesouro”, reunindo fotografias, cartas, documentos, jornais e imagens de objectos pessoais do ilustre faialense para compilar a obra Fotobiografia de manuel de Arriaga. com a chancela da câmara municipal da Horta, a obra foi lançada na passada terça-feira, véspera da comemoração do 101.º aniversário da implantação da república em Portugal. Texto e fotos

marla Pinheiro g A Fotobiografia de Manuel de Arriaga reúne inúmeras imagens, que apresentam o primeiro presidente da República tanto na sua faceta mais pública como no seu lado mais íntimo. Dividida em três partes, a obra foca a juventude de Arriaga, destacando a Horta, sua terra natal, e os seus dias de Coimbra, a sua actividade no Partido Republicano e, finalmente, os dias da presidência da República. A estas juntam-se dois anexos: no primeiro, Arriaga surge visto pelos olhos dos seus contemporâneos, enquanto que o segundo se trata de uma cronologia que pretende contextualizar toda a obra. Fotografias, papéis, cartas, jornais e imagens de alguns objectos que faziam o dia-a-dia do faialense que ficou na história preenchem as páginas desta obra, que, de acordo com a autora, pretende

JOANA GAsPAr FreITAs A investigadora é a autora da fotobiografia de Arriaga

precisamente privilegiar a imagem sobre o texto. Em declarações à comunicação social, Joana Gaspar Freitas explica que “esta fotobiografia teve a preocupação de ser direccionada para o público em geral”. “A imagem, que é muito utilizada, serve para aproximar o leitor do biografado. Os textos são bastante simples e servem sobretudo para enquadrar e contextualizar as imagens”, revela. Deveras familiarizada com a vida e a obra de Manuel de Arriaga, a quem dedicou já grande parte do seu trabalho de investigação, Joana Gaspar Freitas quis, nesta obra, dar a conhecer o homem sob outra perspectiva, através do seu espólio, ao qual se referiu como “uma verdadeira arca do tesouro”. “Este espólio é interessante não só para qualquer investigador mas também para qualquer pessoa, pois todos nós temos aquela curiosidade pelas fotografias, pelas cartas, pelos documentos antigos.

Todos temos esse fascínio, e esta fotobiografia vai mostrar toda essa riqueza, que esteve guardada durante tanto tempo”, entende. Na apresentação da obra, a investigadora agradeceu aos descentes de Manuel de Arriaga pela colaboração prestada ao longo dos anos, na pessoa da sua neta, Tereza Arriaga, que marcou presença nesta sessão solene. Joana Gaspar Freitas salientou também o esforço desenvolvido no Faial para que Arriaga não fique no esquecimento, e não escondeu a emoção e a admiração ao referir-se ao primeiro presidente eleito da República Portuguesa, com um homem “com virtudes éticas e morais difíceis de encontrar”. Para a Câmara Municipal da Horta, o lançamento desta fotobiografia representa o encerramento de vários momentos que marcaram a comemoração do centenário da República, ao longo do último ano. No concelho que viu nascer

Arriaga, esta efeméride fica ainda marcada por uma homenagem póstuma ao primeiro presidente da República, pela comemoração do 170.º aniversário do seu nascimento e pela inauguração do Centro Associativo com o seu nome. Durante o lançamento da fotobiografia, o presidente da autarquia, João Castro, congratulou-se com mais este momento de homenagem ao ilustre faialense, reiterou o orgulho da terra neste seu filho e aproveitou a ocasião para fazer referência às pessoas e instituições que, no Faial, se têm batido para resgatar do esquecimento a memória de Manuel de Arriaga. Recorde-se que, na Horta, aguarda-se a inauguração da recuperação da casa onde nasceu o primeiro presidente da República Portuguesa, agora transformada em museu. Depois da anterior directora regional da Cultura ter garantido que a obra estaria concluída a tempo de comemorar a primeiro centenário da

República, foram surgindo adiamentos, de tal modo que, actualmente, mais de um ano depois de assinalados os cem anos do regime republicano em Portugal, os faialenses ainda aguardam a sua inauguração. Já em Julho de 2010, o actual director regional, Jorge Bruno, apontou o final de 2011 como a altura prevista para a abertura ao público deste espaço. A transformação da casa onde nasceu Arriaga num museu dedicado à República será, desta forma, mais uma forma de manter viva a memória do homem que nunca perdeu a fidelidade aos seus ideais e princípios, e que ocupou pela primeira vez o mais alto cargo da República, numa altura em que não existiam assessores, nem viaturas oficiais; numa época em que o presidente de todos os portugueses se deslocava no seu próprio carro, e vivia num anexo ao Palácio de Belém, do qual pagava renda.

revisão do pOSei aprovado em bruxelas Curso de Formação em horticultura

g Foi aprovado no Parlamento Europeu um conjunto de propostas apresentadas pelo eurodeputado socialista Luís Paulo Alves versando a revisão do POSEI. As propostas agora aprovadas têm como objectivo tornar o novo Regulamento capaz de responder aos novos desafios e às ameaças que decorrem da possibilidade do acordo com o Mercosul e da abolição do regime de quotas leiteiras. O Deputado considera que "o POSEI é o instrumento privilegiado de compensação para manter os actuais níveis de produção, no caso do fim das quotas leiteiras, e no caso de novos os acordos comerciais com países terceiros, tais como o MERCOSUL", e neste sentido foram aprovadas alterações que prevêem

uma avaliação e acompanhamento do sector do leite, nestas situações. Isto, pois "a produção leiteira nos Açores, tem uma natureza insubstituível como principal motor da economia, da estabilidade social, da qualidade ambiental e da ocupação do território", realça o Deputado. Ficou então previsto neste regulamento, por proposta de Luís Paulo Alves que "a Comissão realizará estudos ou avaliações sobre o impacto, nas produções locais, das negociações comerciais bilaterais e multilaterais com países, ou mercados comerciais terceiros, assim como das modificações significativas acordadas no âmbito da PAC. Se necessário, esses estudos ou avaliações serão acompanhados de propostas de revisão da ficha financeira e das medidas

de apoio das produções locais, à luz das mudanças decorrentes das negociações comerciais ou de alterações significativas na PAC, com um impacto importante nas principais produções das regiões ultraperiféricas." Luís Paulo Alves considera também que "não se justifica que os produtos que tenham suportado na sua importação custos reais superiores aos benefícios usufruídos ao abrigo deste regime, desde que sejam transformados, não possam ser exportados ou reexpedidos sem nenhuma restrição, para que, tal como nas outras partes da Europa, possamos também concorrer e melhor nos integrarmos no mercado interno da União. Propus para esses produtos o fim da interdição de exportação."

g São 17 os horticultores faialenses que estão a participar no Curso de Formação em Horticultura promovido pela Secretaria Regional da Agricultura e Florestas no âmbito do Plano de Formação Profissional Agrária. Esta formação tem como objectivo promover junto dos horticultores os conhecimentos teóricos e práticos essenciais para o fortalecimento da produção hortícola naquela ilha. Esta iniciativa visa também contribuir decisivamente para ampliar quer qualitativamente, quer quantitativamente estas produções, bem como fornecer aos formandos-agricultores participantes, mais conhecimentos e

mais capacidade profissional fomentando a eficácia e a boa gestão das suas explorações destes. Este Curso de Formação Agrária decorre na Quinta de São Lourenço, no Serviço de Desenvolvimento Agrário do Faial, entre 3 de Outubro e 19 de Dezembro, com a duração de 95 horas.


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confErêncIA DE IMprEnsA Do psD/fAIAL maria José silva Fotos: marla Pinheiro g A Comissão Política de Ilha do PSD Faial, liderada por Luís Garcia, defendeu na manhã de segunda-feira que “são razões políticas que estão por detrás do encerramento da escola do Salão, razões essas que vêm dar corpo às medidas do governo em concentrar alunos em mega-escolas com objectivo de esvaziar as escolas rurais”. Falando em conferência de imprensa o social-democrata manifestou-se novamente contra o encerramento da escola do Salão alegando as más condições do transporte dos alunos, o facto de não existir na escola de Pedro Miguel para onde foram as crianças salonenses transferidas, um professor por cada ano lectivo, a falta de infraestruturas desportivas e de computadores. De acordo com a CPI faialense, “os alunos chegam a estar fora de casa mais de nove horas consecutivas porque o transporte é feito às 07h45 quando a escola só começa às 09h00 e às 16h10, quando a escola termina às 15h30”. Luis Garcia explicou ainda que “quando chove não pode haver educação física porque os alunos não cabem todos no ginásio, que é, ao mesmo tempo, refeitório e sala de convívio. Quanto aos computadores, nem tocam neles porque não os há em número suficiente. Para além disso, o professor de apoio nunca apareceu.” A CPI do PSD Faial considera esta

encerramento da escola do Salão deve-se a “razões politicas” situação de “condenável” e exige uma intervenção do Governo Regional para que sejam garantidas “aquelas que devem ser as condições humanas mínimas a que estes alunos têm direito e que não sejam mais penalizados por uma decisão errada e meramente política.”´ Na conferência de imprensa Luís Garcia repudiou ainda a “hipocrisia” do Presidente da CMH em todo este processo acusando-o mesmo de ter “duas caras” no que a este processo diz respeito: “na terça-feira diz uma coisa aos pais, na quinta-feira faz outra coisa na assembleia municipal”. Perante o cenário apresentado, e por considerar que a escola do Salão tem melhores condições para ofertar aos miúdos, o PSD Faial assume que vai continuar a lutar para que a vontade dos pais, em reabrir a escola, seja concretizada. Ps/FAIAL reAGe e AcusA Psd de INsTrumeNTALIzAr crIANçAs dA FreGuesIA dO sALãO Em resposta às declarações de Luís Garcia durante a conferência de imprensa de segunda-feira, o Secretariado de ilha do Faial do PS,

liderado por João Castro, emitiu no dia seguinte um comunicado onde acusa o PSD/Faial de instrumentalizar o encerramento da escola do Salão. Fazendo referência às iniciativas do Governo social-democrata da República, os socialistas faialenses acusam o PSD/Faial de “fingir que luta pelo não encerramento da escola do Salão, ao mesmo tempo que, o mesmo PSD, propõe o encerramento de freguesias, como a do Salão”. O

Candidaturas ao subprograma Jovens estudantes abertas até ao final de Outubro g A Direcção Regional da Juventude abriu, durante o mês de Outubro, as inscrições para o subprograma Jovens Estudantes, uma das acções do programa de Ocupação dos Tempos Livres dos Jovens (OTLJ), que decorre de Janeiro a Maio. De acordo com nota divulgada no Gabinete de Apoio à Comunicação Social do Governo dos Açores, este subprograma destina-se a jovens dos 16 aos 24 anos, e pretende “canalizar a disponibilidade dos jovens estudantes para uma ocupação útil dos seus tempos livres na g Até ao final do ano, os portos açorianos contam receber escalas de 21 navios de cruzeiro, que vão trazer até ao arquipélago perto de 34 mil turistas, números que seguem a tendência de crescimento registada no primeiro semestre, quando os Açores contabilizaram 64 escalas e 56 mil turistas. O mês de Outubro será o mais movimentado nos portos açorianos, com um total de 14 escalas previstas, enquanto para Novembro estão agendadas 10 escalas de navios de cruzeiro. Até ao final do ano, a estimativa aponta para 34 escalas em território açoriano. Quanto a portos, os mais movimen-

execução de tarefas que possibilitem a satisfação de interesses científicos e de animação sociocultural, promovendo, divulgando e efectuando o levantamento do património histórico-cultural”. Para poderem aderir ao programa, os jovens devem estar matriculados no ensino secundário, ou equiparado, no máximo em três disciplinas. No caso de terem já concluído o secundário, podem frequentar o programa desde que não tenham ainda ingressado no ensino superior. Neste caso, devem apresentar documento comprovativo de candidatu-

ra e/ou de desistência de frequência do 1º ano do ensino superior. Este subprograma destina-se, ainda, a estudantes do ensino superior, entre os 19 e os 24 anos, que, no acto de inscrição, comprovem ter uma carga lectiva semanal não superior a 20 horas e não tenham usufruído deste subprograma, enquanto alunos de um curso do ensino superior, em dois anos consecutivos. Para mais informações sobre este programa, os jovens poderão visitar o sítio na Internet www.otl.drj.azores. gov.pt .

açores crescem no turismo de cruzeiros tados vão ser Ponta Delgada, que domina em termos de escalas programadas, com um total de 21 paragens de cruzeiros, enquanto para a Terceira estão previstas apenas três escalas e duas para Faial e Pico. Entre os navios que vão realizar escalas nos portos Açorianos encontram-se alguns dos mais modernos e

luxuosos navios da actualidade, a exemplo do Voyager of the Seas, que vai estar em Ponta Delgada no dia 4 de Novembro, do Queen Elizabeth, que passa pelas Portas do Mar no dia 30, ou dos navios da Celebrity Cruises, Celebrity Solstice e Celebrity Equinox, que escalam em Ponta Delgada a 4 e 5 de Dezembro.

Secretariado de ilha do PS/Faial lembra também que, a nível nacional, o PSD “apoia o encerramento de cerca de 297 escolas, propondo mesmo o aumento do número de alunos por turma para 26”. Referindo-se ao encerramento da escola do Salão, o PS/Faial considera que “o que verdadeiramente importa são as crianças e a defesa dos seus direitos, nomeadamente no acesso a um sistema educativo adequado, a um

transporte adequado e com um enquadramento adequado, tendo como referência a realidade em que estamos inseridos”. No comunicado, os socialistas faialenses põem uma pedra sobre o assunto, sobre o qual dizem “nada mais” ter a acrescentar. “Instrumentalizar crianças para o combate político, é algo deplorável a que nos recusamos terminantemente a participar”, consideram. Mp

investigadores espanhóis estudam a fauna extinta do arquipelago dos açores g Três investigadores espanhóis da Universidade das Ilhas Baleares da Universidade de La Laguna, nas Canárias, visitaram os Açores durante o passado mês de Agosto no decurso dos estudos que estão a realizar sobre a evolução de diferentes ecossistemas insulares. Estes investigadores têm estudado, durante os últimos anos, a fauna vertebrada desaparecida nos arquipélagos das Baleares e Canárias. No presente momento estão a expandir o âmbito dos seus estudos a outros arquipélagos da Macaronésia, nomeadamente aos de Madeira e Açores. Nos arquipélagos já estudados, constataram que muitas espécies nati-

vas têm desaparecido devido ao impacto criado pela colonização humana. Assim, muitas vezes o número de espécies presentes na actualidade é, na realidade, só uma pequena parte da fauna presente originalmente naquelas ilhas. Como resultado destes primeiros descobrimentos, que ainda vão ser analisados com a ajuda de outros investigadores internacionais, pode concluir-se que também nos Açores desapareceram diversas espécies de aves endémicas devido à colonização portuguesa. A fauna actual, portanto, deve considerar-se com uma amostra empobrecida da fauna original existente no arquipélago há apenas seis séculos.


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cuLturA

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LAnçAMEnto Do LIvro

“de Vinho e vida poemas” de Gilberto Carvalho O vinho (do grego antigo oínos, através do latim vīnum, que tanto podem significar "vinho" como "videira") possui uma longa história que remonta pelo menos a aproximadamente 6 000 a.c., pensando-se que tenha tido origem nos actuais territórios da Geórgia ou do Irã. O vinho tem desempenhado um papel importante em várias religiões desde tempos antigos. O deus grego dioniso e o deus romano Baco representavam o vinho, e ainda hoje o vinho tem um papel central em cerimónias religiosas cristãs e judaicas. Hoje, foi o mote para o livro de poemas que Gilberto carvalho, de origens faialenses, mas brasileiro de berço, lançou na cidade da Horta, berço de sua tetravó. maria José silva Fotos: susana Garcia g “De vinho e vida poemas” é o nome do livro de Gilberto Carvalho que foi apresentado ao público na segunda-feira, num lançamento em “primeira mão”, na Biblioteca

Pública e Arquivo Regional João José da Graça, ao que se seguirá Lisboa e, por daqui a um mês no Brasil. “É um livro de poemas reunidos durante uma vida inteira em função de consequências do dia-a-dia, de vivências de trabalho, de amores e de amores, enfim, de circunstâncias do quotidiano onde o vinho está sempre presente” , foi assim que Gilberto Carvalho apresentou o livro a TRIBUNA DAS ILHAS, antes mesmo da cerimónia de lançamento oficial. Jornalista de profissão, especializado em questões culturais, o autor defende que “não se pode conceber o homem desde o início da história da humanidade sem a presença do vinho. O vinho é a única bebida sempre presente na vida humana. Não é por acaso que nas Bodas de Canã Jesus não multiplicou água, e muito menos coca-cola, multiplicou vinho”. Em “De vinho e vida poemas” este autor resume o seu quotidiano a vinho e dedica ainda um capítulo à sua família açoriana. “A minha avó era da freguesia dos Cedros e por volta do ano 1800 foi até Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, onde, já casada com meu avô de Vila Nova de Famalicão, deram origem a municípios e freguesias, hoje formadores da fronteira oeste de Rio Grande do Sul” – explica. A escolha do Faial para lançar o livro em primeira mão partiu como forma de homenagear os seus antepassados. Gilberto diz que “é um regresso às origens, uma homenagem.” No Brasil esta obra vai ser lançada na Feira Mundial do Livro de Porto Alegre, a maior feira literária a céu aberto no mundo com 5 quilometros quadrados de livros à dispo-

sição. “De vinho e vida poemas” é a quarta obra de Gilberto Carvalho, sendo o seu terceiro livro, uma vez que uma das suas obras se trata de uma compilação de fotos com poemas. Poesia e a temática regional são outras das características deste escritor/poeta. Assume-se como um apaixonado por poesia, “já nasci escrevendo poesia”, diz Gilberto que acrescenta “poesia e música são as minhas duas paixões. Tenho mais de 50 temas gravados em festivais de música regional brasileira, o que me agrada imenso”. Depois de já ter passado por

Faial Filmes Fest 2011 já mexe g Já está em fase avançada de preparação a sétima edição do Faial Filmes Fest, organizado pelo Cineclube da Horta. Em 2011 o Festival decorre entre 30 de Outubro e 5 de Novembro e, de acordo com a entidade organizadora, este será “o ano da confirmação da Lusofonia no maior evento cinematográfico que se realiza no arquipélago açoriano”. A grande novidade que surge com esta sétima edição do festival é a abertura de uma secção competitiva para a longa-metragem, já que até agora apenas as curtas podiam competir no Faial Filmes Fest. De acoro com informação divulgada no site do cineclube organizador, “o Faial Filmes Fest deixará assim de ser o Festival de Curtas das Ilhas e afirma-se definitivamente como o Festival de Cinema dos Açores, alargando o seu espaço de expres-

são cinematográfica”. A presença de cinema vindo de latitudes mais longínquas é já um dos traços identitários do festival, que pretende ser também um espaço de celebração da lusofonia. Em 2011, destaque para a delegação brasileira que nessa altura rumará ao Faial, que deverá ser liderada pela secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura do Brasil, Ana Paula Santana. Confirmadas estão já as presenças de João Baptista Pimentel Neto, presidente do CBC - Congresso Brasileiro de Cinema, Sáskia Sá, vice-presidente do CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros, Claudino de Jesus, presidente da FICC Federação Internacional de Cineclubes, Edison Gonçalves, secretário de Cultura e Eventos da Prefeitura da Estância Climática de Atibaia (São Paulo) e Calebe

Pimentel, representante do Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual. Recorde-se que, em 2010, o grande homenageado do Faial Filmes Fest foi o realizador português Manoel de Oliveira. No ano passado, o vencedor do Festival foi o filme Canção de Amor e Saúde, de João Nicolau. A curta Pickpocket, do realizador João Figueiras, levou para casa o prémio para melhor ficção, tendo sido também o filme eleito do público. Crime, Abismo, Azul, Remorso Físico, de Edgar Pêra, foi distinguido como o melhor documentário do FFF 2010. Aurora Ribeiro arrecadou três prémios na última edição do FFF, com a sua curta Passando à de Zé Marôvas, distinguida como Melhor Filme Faialense, Melhor Filme das Ilhas e ainda com o prémio do público destinado às curtas locais. Mp

redacções de jornais e emissoras de rádio e televisão, Gilberto Carvalho dedica-se, neste momento, a pesquisa e produção cultural. “De vinho e vida poemas” tem prefácio do contista Alci José de Vargas Cheuiche, conta ainda com uma observação jornalística de Danilo Ucha. As ilustrações são da autoria de Graça Tirelli, artista plástica que, pelo terceiro ano consecutivo faz parte do catálogo mundial de artistas plásticos. PrOJecTO FuTurO Na forja Gilberto Carvalho tem outro trabalho que o trará novamente ao Faial. Trata-se de um livro

sobre a origem e trajectória da família Carvalho dos Açores para o Brasil. “Estamos hoje na quinta geração e somos hoje formadores da base de pelo menos 6 grandes cidades da fronteira oeste, onde, aliás, predominam a agricultura e a pecuária, sustentáculos da economia do Sul do Brasil. Esta pesquisa, em função da minha família, com origem em Custódia Maria de Jesus Jacques, minha tetravó, ocupará o meu tempo durante o próximo ano, data em que devo lançar o livro” – adianta Gilberto Carvalho que revela nunca ter estado no Faial antes de corpo e alma, só virtualmente.


cuLturA

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Sobre histórias e Gentes da ilha do Corvo (subsídios históricos), de José arlindo armas trigueiro dr

N

victor rui dores

um artigo que, em 2007, escrevi para este jornal e a que dei o título de “Historiadores locais”, referi que há grandeza em ser-se historiador local. Gaspar Frutuoso, Padre António Cordeiro, Frei Agostinho de Mont´Alverne, Frei Diogo das Chagas, António Lourenço da Silveira Macedo entre tantos outros que lhes sucederam foram historiadores locais e hoje não podemos passar sem eles. Defendo o princípio de que não há cultura nacional se não houver uma verdadeira cultura regional. Por isso saúdo aqueles que, partindo à descoberta das suas raízes, buscam uma identidade cultural. O florentino José Arlindo Armas Trigueiro é um deles. Trata-se de um historiador local que, numa linha de contínua e continuada pesquisa, vem mostrar e a demonstrar que é a partir da história local que se chega à História universal. De resto, e num outro contexto, já no-lo havia lembrado Miguel Torga: “O local é

o universal sem paredes; (…) quanto mais local, mais universal”. A propósito, recorro sempre, nas minhas aulas, à receita de Tolstói: “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”. Em Histórias e Gentes da Ilha do Corvo (subsídios históricos), edição da Câmara Municipal do Corvo, 2011, palpita todo o imaginário e toda a memória colectiva da mais pequena ilha dos Açores. Numa escrita directa e comunicativa, José Arlindo Armas Trigueiro fala do passado, reflecte o presente e perspectiva o futuro daquela ilha. Por um lado, dá a conhecer alguns dos principais eventos históricos do Corvo, evocando efemérides e acontecimentos mais recentes que marcaram a ilha, e, por outro, empresta rosto humano ao livro, traçando pequenas biografias de corvinos (de condição e adopção) que, em diversas áreas, se distinguiram e se distinguem, sendo, por isso mesmo, pessoas incontornáveis. Profusamente ilustrado com registos fotográficos (o padre José Alves Trigueiro é o autor da maior parte das fotos), este livro não tem só interesse histórico, tem também importância sociológica, sendo claramente uma obra para memória futura. É um trabalho honesto e de muito mérito e por isso o Corvo sai

dignificado deste livro. Bem informado e documentado, José Arlindo Armas Trigueiro dá ao que escreve tratamento criterioso e meticuloso, ele que possui a capacidade de evocar, informar, esclarecer e avaliar. Registe-se, a título de exemplo, a abordagem que o autor faz à mitificada Estátua Equestre da “Ilha do Marco” (1585), às moedas fenícias encontradas naquela ilha em 1749, ao testamento de Mouzinho da Silveira, ou às impressões de viagem sobre o Corvo que os irmãos Joseph e Henry Bullar (1839) e Raul Brandão (1924) deixaram escritas respectivamente em Um Inverno nos Açores e um Verão no Vale das Furnas e As Ilhas Desconhecidas, obras de referência. E, numa altura em que tanto se fala por aí de um Currículo Regional, é sempre bom saber que o corvino Manuel Carlos George Nascimento (1885-1966) foi o primeiro editor do grande poeta chileno Pablo Neruda. Em tempo de globalização e massificação, e numa era marcada pela mistificação e pela desidentificação, saúde-se este livro de José Arlindo Armas Trigueiro, cidadão cortês e afável, estudioso atento à realidade local da Flores e do Corvo, sempre disposto a contribuir para a divulgação e valorização históricas daquelas (e outras) ilhas.

teatro de Giz apresenta imundação no porto, em leiria e em lisboa

BIG BANd uNÂNIme PrAIeNse/uNIãO AssAFOreNse O concerto das duas filarmónicas foi o ponto alto das actividades da unânime neste último ano

cInEMA no tEAtro fAIALEnsE

Água aos elefantes dr

dr: TeATrO de GIz

ÁGuA AOs eLeFANTes robert Pattinson e Witherspoon são a dupla romântica deste drama

g Este fim-de-semana a associação cultural faialense Teatro de Giz inicia uma digressão por Portugal Continental, onde vai mostrar pela primeira vez o seu mais recente trabalho cénico, Imundação. De acordo com nota enviada às redacções, o espectáculo visita primeiro a cidade do Porto, onde estará a 9, 10 e 11 de Outubro, pelas 22h, no Espaço Bruto - Fábrica Social. Esta passagem pelo Porto surge de uma parceria realizada entre o Teatro de Giz e o Teatro Bruto. Depois, o Teatro de Giz ruma a Leiria, onde se apresenta no Teatro Miguel Franco, a 13 de Outubro, pelas 21h30. A passagem da companhia faialense por Leiria insere-se no XVI Acaso - Festival de Teatro, uma organização de O Nariz

Teatro de Grupo. No dia 15 de Outubro, a partir das 22h00, o Teatro de Giz estará em Lisboa, na Tenda do Chapitô. Segundo Tiago Vouga, produtor executivo deste trabalho, “apesar de um dos objectivos do grupo ser o de mostrar os seus trabalhos a um público mais alargado, as digressões pelo continente não têm acontecido com a regularidade desejada por implicarem elevados custos com o transporte de pessoas e objectos”. Tendo isso em conta, o Teatro de Giz destaca o apoio das várias entidades acolhedores e, principalmente, do patrocinador oficial da digressão, a Casa dos Açores do Norte. Recorde-se que Imundação é um espectáculo encenado por Ana Luena

que parte de um texto original de Marta Freitas, escrito propositadamente para o Teatro de Giz. A história centra-se sobre Gabriel, um funcionário de banco, que vive um fim de dia muito invulgar. Entre estranhos acontecimentos e reminiscências do seu passado, desenha-se uma narrativa surpreendente que bebe dos géneros do suspense e da comédia negra. A peça é interpretada por Lia Goulart, Maria Miguel, Teresa Cerqueira e Vanessa Santos. A cenografia está a cargo de Albino Pinho, e os figurinos são da responsabilidade de Aline Després e Susana Valinhas. Carla Nunes é responsável pela sonoplastia, e o jogo de luz está a cargo de Rui Monteiro. Destaque para a música original de Miguel Machete e Pedro Gaspar. Mp

(dias 7 e 8; 21h30; >12) g Carregado de romance e drama, Água aos Elefantes é um verdadeiro improvável na carreira do realizador Francis Lawrence, responsável por filmes como Constantine ou Eu sou a lenda. Estrelam este filme a bela Reese Whiterspoon (galardoada com um Óscar de melhor actriz pela sua interpretação de June Carter, no filme Walk the Line) e a estrela da saga Crepúsculo, Robert Pattinson. O elenco inclui ainda Christoph Waltz, que recordamos pela sua interpretação surpreendente em Sacanas sem Lei, de Quentin Tarentino, que lhe valeu o Óscar para melhor actor secundário. Em Água aos Elefantes, Pattinson é Jacob, um jovem estudante de veteri-

reese

nária a viver os duros anos da Grande Depressão que, confrontado com a morte dos pais, se vê obrigado a deixar os estudos e procurar uma forma de sustento. É assim que acaba por cruzar o seu caminho com o Circo dos Irmãos Benzini, um circo itinerante em decadência onde, em troca de um ordenado que lhe permita sobreviver, se oferece como tratador de animais. Ali, ele vai conhecer Marlena (Witherspoon), mulher de August (Waltz), o instável director do circo. Com ela, Jacob redescobrirá a cumplicidade de uma amizade e viverá uma profunda, mas perigosa, história de amor... Este filme é a adaptação do best-seller da escritora Sara Gruen. Mp


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EntrEvIstA

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prescrição electrónica de medicamentos obrigatória na região desde o início do mês marla Pinheiro g Depois de ter entrado em vigor no resto do país no início de Agosto, a obrigatoriedade da prescrição electrónica de medicamentos passou a ser uma realidade também nos Açores desde o passado dia 1 de Outubro. Recorde-se que a generalização da prescrição electrónica surgiu como uma das directivas a seguir para um melhor controlo das despesas com medicamentos, de acordo com o memorando de entendimento da Troika. Nos Açores, o Governo Regional solicitou o adiamento da entrada em vigor desta obrigatoriedade até 1 de Setembro, tendo depois o prazo sido prorrogado pela Secretaria Regional da Saúde por mais um mês. Na ocasião, a decisão foi justificada pela necessidade de dar tempo aos serviços para que estes pudessem “instalar e confirmar o funcionamento dos respectivos sistemas, garantindo as comparticipações de medicamentos aos cidadãos”. Estima-se que por mês sejam aviadas 6,5 milhões de receitas em Portugal, 75% das quais já processadas por computador. De acordo com a portaria da Secretaria Regional da Saúde que regula a obrigatoriedade da prescrição electrónica nos Açores, “apenas são comparticipados os medicamentos prescritos em receitas electrónicas”. Existem no entanto situações em que a prescrição electrónica não será obrigatória. É o caso da prescrição no domicílio e dos profissionais com um volume de prescrição igual ou inferior a 50 receitas por mês. Em caso de falência do sistema electrónico pode recorrer-se à prescrição manual. No Hospital da Horta a obrigatoriedade da prescrição electrónica não veio trazer mudanças, uma vez que estas já eram utilizadas na unidade hospitalar faialense.

De acordo com António Goulart, director clínico, o Hospital da Horta recorre às receitas electrónicas há vários anos. Para o responsável, a generalização das receitas electrónicas ao sistema de saúde nacional e regional representa “um salto qualitativo”. António Goulart destaca as vantagens das receitas electrónicas, tanto para clínicos como para pacientes, uma vez que, entre outras coisas, permite ao médico verificar todas as marcas existentes no mercado, e saber os preços dos vários fármacos. Já no Centro de Saúde da Horta a situação é diferente: até agora, as receitas eram todas de prescrição manual. Com a obrigatoriedade da prescrição electrónica, foi necessário instalar um software próprio, adquirido pela Secretaria Regional da tutela para as unidades de saúde da Região. Como explicou ao TRIBUNA Conceição Marques, vogal administrativa do Centro de Saúde da Horta, o sistema começou a ser utilizado na passada segunda-feira. Para já, aquela unidade de saúde encontra-se em fase de adaptação, utilizando em simultâneo as receitas electrónicas e as manuais.

FLuXO de uTeNTes NA urGêNcIA dO HOsPITAL dA HOrTA dImINuIu sIGNIFIcATIvAmeNTe desde A eNTrAdA em vIGOr dAs TAXAs mOderAdOrAs No passado dia 1 de Outubro passaram três meses desde a implementação das taxas moderadoras no Serviço Regional de Saúde. Com esta medida, que já era aplicada no Continente e na Madeira, o utente passou a comparticipar o preço dos serviços prestados pelas unidades de saúde da Região. De acordo com o Decreto que regulamenta a aplicação das taxas moderadoras nos Açores, esta medida do Governo Regional tinha por

PrescrIçãO mANuAL de receITAs mÉdIcAs este gesto vai passar a ser visto com menos frequência, com a obrigatoriedade da prescrição electrónica

objectivo “moderar a procura pelos serviços de saúde, combatendo a sua má utilização e promovendo a optimização dos recursos”. Para já, as taxas moderadoras na Região são aplicadas nas idas às urgências, nas consultas, nas sessões de fisioterapia e nas análises clínicas. Os utentes com idade igual ou superior a 65 anos têm direito a uma redução de 50% no valor das taxas moderadoras. Para tal, terão de apresentar um documento de identificação. No que diz respeito aos utentes que ficam totalmente isentos do pagamento, as condições para a isenção são as mesmas estabelecidas na legislação nacional. Trata-se de uma faixa considerável da população, que engloba grávidas e parturientes, crianças até aos 12 anos, pensio-

pS, be e pCp pedem fiscalização constitucional da sobretaxa do irS sobre o subsídio de Natal g O PS/Açores enviou para o Tribunal Constitucional, no início da passada semana, um pedido de fiscalização sucessiva abstracta da constitucionalidade da sobretaxa em sede do IRS de 50% do subsídio de Natal. De acordo com nota enviada pelo PS às redacções, este pedido foi subscrito pelo grupo parlamentar do BE e pela representação parlamentar do PCP. O agravamento do imposto sobre o subsídio de Natal foi determinado pelo Governo da República, tendo a lei sido promulgada no final de Agosto. Segundo Berto Messias, líder da bancada rosa no parlamento açoriano, as forças políticas subscritoras do pedido não abdicam “do princípio de que as verbas cobradas aos contribuintes açorianos sejam receita da Região Autónoma, como prevê a Lei de Finanças Regionais, o Estatuto Político-Administrativo e a Constituição”, garantiu. Entretanto, também a respeito desta questão, O vice-presidente do Governo dos Açores garantiu que o Executivo

açoriano mantém a sua posição de reivindicar para a Região a receita arrecadada no arquipélago com o imposto extraordinário sobre o IRS.

nistas com rendimentos inferiores ao salário mínimo, beneficiários do Rendimento Social de Inserção, desempregados, dadores de sangue, bombeiros, entre outros. Três meses passados da sua entrada em vigor, TRIBUNA DAS ILHAS foi tentar perceber, junto das unidades de saúde da ilha, se é possível notar alguma alteração no fluxo de utentes. No Centro de Saúde da Horta, de acordo com Conceição Marques as taxas moderadoras não tiveram qualquer impacto no fluxo de pacientes a procurar aquele serviço: “não notamos diferença na procura das nossas consultas, nem temos tipo um número anormal de pacientes a falar às consultas programadas”, explica. No entanto, no Hospital da Horta a

situação é bem diferente: desde a entrada em vigor das taxas moderadoras, em Julho passado, é possível notar uma diminuição significativa no número de urgências. De acordo com as estatísticas daquela unidade hospitalar, nos meses de Julho, Agosto e Setembro de 2011 foram registadas 5170 urgências, menos 1013 que em igual período de 2010, em que as taxas ainda não estavam em vigor. Estes números representam uma diminuição de cerca de 16% na procura daquele serviço do Hospital da Horta. Segundo António Goulart, director clínico, uma tão significativa redução no número de urgências registadas desde a implementação das taxas moderadoras é um sinal de que o serviço estaria realmente a ser utilizado para situações não urgentes.

atlanticoline admite avançar com pedido para penhora dos estaleiros de Viana g A Atlânticoline admitiu avançar para um pedido de penhora de bens dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) dando o prazo limite de "uma semana" para a resolução do pagamento de sete milhões de euros relativo aos navios Atlântida e Anticiclone. "Os Estaleiros têm uma data limite até à qual aceitamos uma proposta, desde que realista. Esse prazo não acabou, mas obviamente que a tomada de posição de ontem (sexta-feira) só nos vem dar indícios de que não há qualquer interes-

se, dentro deste prazo, que ainda decorre, de uma solução", afirmou o presidente da Atlânticoline, Carlos Reis, numa conferência de imprensa. Na sexta-feira a administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo negou a existência de qualquer valor em dívida à empresa Atlânticoline, garantindo que até ao final de 2012 todos os pagamentos estão regularizados, depois de Carlos Reis ter afirmado que os ENVC estavam "em falta" no pagamento de sete milhões de euros.


opInIão

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Jorge costa Pereira

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O recente processo que levou ao encerramento de quase três dezenas de escolas nos Açores foi, no dizer da Secretária Regional da Educação “um processo longo e maturado, reflectido, atendendo a um objectivo primeiro e para nós mais importante, que é assegurar a qualidade pedagógica dos ensinamentos dos alunos”. É, pois, legítimo concluir que, para o Governo Regional, se encerraram escolas nos Açores essencial e quase exclusivamente por “razões pedagógicas” e pensando no que era o melhor para os alunos.

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Analisemos, com factos, se isso se verifica no encerramento da escola do Salão: a) No ano lectivo passado, os alunos da escola do Salão entravam na escola cerca das 8h50; alguns almoçavam com a sua família; e regressavam às suas casas logo após o encerramento da escola. Hoje, esses alunos (onde se inclui as crianças do pré-escolar, algumas com 3 anos), são recolhidos no Salão a partir das

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as “razões pedagógicas” do encerramento da escola do Salão 07h45. Chegam a Pedro Miguel por volta das 08h15, quando a escola só começa às 09h00. À tarde, a escola acaba para os alunos da pré às 15h30 e para os do 1º ciclo às 16h10, mas os alunos só chegam ao Salão cerca das 17h30, nuns dias, e cerca das 16h45, noutros dias. Isto é: as crianças da pré-escola e do 1º ciclo do Salão, são, neste momento, obrigadas a estar fora de casa ininterruptamente pelo menos cerca de 9 horas! Num cenário destes alguém verdadeiramente pode acreditar ou sequer invocar “razões pedagógicas”? Alguém acredita que um Governo que assim decide está a pensar no que é o melhor para estas crianças? b) A escola do Salão oferecia as infraestruturas essenciais aos seus alunos, para além naturalmente das salas de aula: recinto desportivo, refeitório e equipamentos informáticos, aos quais os alunos tinham acesso diário. Enquanto a Escola do Salão oferecia isso, este ano em Pedro Miguel quando

chove não pode haver Educação Física porque não cabem os alunos todos no ginásio coberto (que é ao mesmo tempo refeitório e sala de convívio) e quanto aos computadores não os há em número suficiente para os alunos todos. Num cenário destes alguém verdadeiramente pode acreditar em “razões pedagógicas”? Alguém acredita que um Governo que assim decide está a pensar no que é melhor para estas crianças?

professor para cada ano de escolaridade? Não: o que existe é o que é mais frequente na maioria das escolas: um professor para dois anos de escolaridade! Havia nestas promessas do Governo alguma preocupação com as crianças? Havia alguma genuína preocupação pedagógica? Obviamente que não! E, se havia, esvaiu-se rapidamente e não se concretizou!

c) No ano lectivo passado a escola do Salão funcionou com 4 classes e na prática teve uma professora para cada conjunto de duas classes. Este ano a escola fechou porque, embora tivesse duas classes (2º e 3º anos, com mais de 10 alunos no conjunto), o que o Governo pretendia, no dizer da Directora Regional da Educação, “é criar as melhores condições para oferecer às crianças um professor por ano de escolaridade”. Hoje, em Pedro Miguel, é isso que têm essas crianças? Há em Pedro Miguel um

d) Na reunião que teve com os pais das crianças da escola do Salão, a Directora Regional, explicando que não era bom as crianças continuarem na sua escola, invocou mais uma razão de peso para a fechar: é que se eventualmente a escola continuasse aberta com aquele número de alunos, as crianças que tivessem mais dificuldades não teriam direito a um professor de apoio, ao contrário do que iria acontecer em Pedro Miguel. A verdade é que, até à data em que escrevo, esse professor de apoio ainda não fez a

burlas e burlões!... N

Paulo Oliveira

este pais de cegos, quem tem olho, é Rei! Pelo menos tem sido assim, até agora! Uma grande parte dos portugueses vive para suportar os vícios de uma mão cheia de espertos, sozinhos ou em lobby, que, de tanto insistirem, têm levado a água ao seu moinho... Uns gozam, alguns vivem, outros sobrevivem, mas também alguns acabam por ser apanhados e castigados. Vejamos alguns exemplos, recolhidos ao acaso: 70 mIL ATesTAdOs De Outubro de 2010 a Janeiro de 2011, o Ministério da Educação recebeu 70 031 atestados médicos apresentados pelos professores, que, assim beneficiaram de 514 mil dias de baixa. É obra... Uma só médica, que até estava de licença prolongada (?), passou 413 atestados. Nos Açores, e só até 9 de Setembro, a Secretaria Regional da Educação havia recepcionado 194 atestados médicos apresentados por professores... Esta é uma “doença” habitual e recorrente, quer no início dos anos lectivos, quer no regresso das Férias de Natal, de Páscoa..., ou ainda por altura dos exames... How convenience! Serão todos falsos? Certamente que não, mas paga o justo pelo pecador. Mas este não é um mal exclusivo dos professores! BAIXAs FrAuduLeNTAs A fraude “ataca” todos aqueles que têm pouca vontade de trabalhar, independentemente da profissão que tenham, ou que pretendam fazer parecer que tenham... Já em 2010, de Janeiro a Outubro, os serviços da Segurança Social detectaram 67 182 baixas médicas fraudulentas, cuja fisca-

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mOrTOs... vIvOs Com o apertar do controlo imposto pela Troika, o Ministério da Saúde detectou que, na sua base de dados, ainda existiam 500 médicos já falecidos, que... ainda estavam a emitir receitas!... Assim, não é para admirar que a Inspecção Geral das Finanças garanta que quase metade dos gastos do Estado com a comparticipação dos medicamentos possa ser irregular.

cÁBuLAs Dezenas de candidatos a magistrados foram apanhados a copiar no teste de Direito Penal, com resposta múltipla (tipo americano). Ainda pior foi a emenda do que o soneto: O Centro de Estudos Judiciários anulou o exame..., mas deu a todos os 137 candidatos a juízes a nota mínima: 10 valores, alegando falta de tempo para repetir o exame!... Incrível! Não fosse a denúncia pública, e as criticas do ex-Ministro da Justiça, do Procurador Geral da República e do Bastonário da Ordem dos Advogados, esta situação ficava mesmo assim, e teríamos por aí 137 juízes de duvidosa idoneidade moral. Felizmente, acabaram por ter que repetir o exame, salvando-se assim, a “Honra do Convento”.

receITAs FALsAs Uma rede organizada, constituída por médicos, farmacêuticos, distribuidores e armazenistas são suspeitos de burlarem o estado com receitas falsas. Entre as quatro marcas de medicamentos visadas, estava um dos medicamentos mais caros do pais – um antipsicótico usado no tratamento da esquizofrenia, em que uma única ampola aplicada quinzenalmente, custa entre os 122 e os 195 euros, comparticipado pelo Estado a 100%.

AGeNTe sem cArTA Um agente da PSP era condutor de um carro patrulha, mas não tinha habilitação legal para conduzir. Com 50 anos de idade, há muitos anos que conduzia as viaturas da Corporação, mas sem ter carta de condução. Apesar do processo crime levantado..., não foi suspenso, e continuou em funções como agente principal. Lindo! Confiar em quem? Na autoridade? Qual?

FAcTurAs FALsAs Quatro milhões de euros em facturas falsas foram apreendidos na área da grande Lisboa, numa rede organizada na área da construção civil. Sociedades Unipessoais, sem instalações e com domicílios fiscais inexactos forneciam facturas falsas a Sociedades Comerciais, que assim faziam reflectir nas suas contabilidades custos inexistentes, forjando despesas em sede de IRC, para além de reembolsarem indevidamente o IVA.

FALsO PAdre Um “falso padre” celebrou missas, casamentos, baptizados e funerais durante... 4 (quatro) anos, por todo o país, mais frequentemente no Porto e em Braga, inclusive na Sé de Braga. Em 2004 conseguiu introduzir-se na Igreja, oferecendo-se para ajudar o pároco de Santiago de Bougado, na Trofa, então já muito debilitado. Apresentou-se como padre missionário, pertencente à Ordem dos Camilianos, tendo angariado avultadas verbas, em peditórios e

lização fez o Estado poupar 4,3 milhões de euros. Nos primeiros dez meses de 2010 foram contabilizadas 590 552 baixas médicas, das quais apenas 205 080 foram fiscalizadas, havendo sido retirada a baixa a 67 485 pessoas, que assim foram obrigadas a regressar ao trabalho.

campanhas, para ajudar crianças em Angola. O mais curioso é que os actos religiosos praticados serão válidos (?), uma vez que a Igreja faz valer “o princípio de Santo Agostinho”, que reza que “o que conta é a reta intenção”. Esta semana o Tribunal de Santo Tirso condenou-o a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa, a devolver 8000 euros e a pedir desculpa à Arquidiocese de Braga, aos paroquianos e às paróquias onde exerceu ilegalmente... Que Deus o perdoe!?!?... LIsTA NeGrA Com a publicação da nova Lei das Comunicações Electrónicas, no Diário da República de 13 de Setembro, finalmente a Comissão Nacional de Protecção de Dados autorizou os três Operadores de Comunicações Móveis a criarem uma Lista Negra partilhada dos clientes com dívidas superiores a 97 euros. A Lista tem uma validade de 10 anos, e só é passível de anulação depois de efectuado o pagamento devido..., impedindo que os clientes (cidadão comum ou empresas) continuem a acumular dívidas. 31 mIL emPresAs Estão a ser notificadas pelas Segurança Social, pelo facto de terem retido contribuições aos seus trabalhadores e não as terem entregue ao Estado, incorrendo assim, no crime de abuso de confiança. Os valores em dívida ascendem a 662 milhões de euros, dos quais 231 milhões correspondem às cotizações dos trabalhadores, retidas e não entregues. ecONOmIA PArALeLA (dAdOs dO sTe) Em 2010, estimava-se que a Economia paralela representasse 20% do PIB, cerca de 33 mil milhões de euros. Esta é uma situação que, não sendo exclusiva de Portugal, está muito acima dos 9% da

sua aparição às classes dos alunos do Salão que estão na escola de Pedro Miguel.

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Por mais boa vontade que possa haver, a verdade é só uma: não há Pedagogia que suporte esta decisão, nem na teoria, nem agora na prática, quando nos apercebemos de como as coisas se estão a processar e a acontecer no terreno. E gostava sinceramente de ver o que diriam ou fariam alguns dos poucos defensores que restam desta decisão, se estivessem em causa, não os filhos de uns distantes pais do Salão, na ilha do Faial, mas os seus próprios filhos?

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Quando na base das decisões não há ponderação, amadurecimento, diálogo e procura sincera e conjunta das melhores soluções, sabendo que cada caso é um caso, resta o que se está vendo: um autoritarismo sem razão, uma prepotência desumana e uma insensibilidade alarmante! Foi nisto que se transformou a política educativa nos Açores.

Áustria, dos 10% da Holanda, dos 11% do Reino Unido ou dos 12% da França. evAsãO FIscAL (dAdOs dO sTe) As dívidas fiscais atingem cerca de 8.4% do PIB, ou seja 14 mil milhões de euros. Só em 2010, 233 mil processos prescreveram, no valor de 684,5 milhões de euros. Em Dezembro de 2010, a dívida fiscal líquida, passível de poder ser cobrada coercivamente era de 6.739,8 milhões de euros, suficientes para reequilibrar as contas de Portugal. Desde 2009 que já foram constituídos arguidos 6.460 administradores e gestores de empresas, por terem retido impostos IRS e IVA, sem o terem pago ao Estado, arriscando penas de prisão até 5 anos. e AGOrA? O Governo tem um mês para apresentar um Plano de combate à Fraude e à Evasão Fiscal. Portugal poderia ser um pais melhor? Podia! Podia, se não houvesse tantos portugueses que nada ou pouco fazem, e que há muito se habituaram a viver às custas dos que trabalham, e que, ainda autistas e insatisfeitos, continuam a exigir mais direitos e mais regalias, sem a mínima preocupação para com os seus deveres e obrigações, nem para com a sobrevivência de um pais, que há muito ultrapassou os limites do seu endividamento sustentável. Quanta insensibilidade, quanto oportunismo, quanto egoísmo! Até quando? Até quanto teremos que suportar tal peso nesta sociedade, de brandos costumes? Em 1916, José de Almada Negreiros escrevia no Manifesto anti-Dantas: “Portugal que com todos estes Senhores, conseguiu a classificação do país mais atrasado da Europa e de Todo o Mundo!” E assim, termino, com a máxima: “Morra o Dantas, Morra! Pim!” Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt


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AmBIeNTe

Tribuna das Ilhas

pLAno rEgIonAL DE EDucAção E sEnsIbILIzAção AMbIEntAL Dos AçorEs

“por uma geração com espírito verde” marla Pinheiro Foto: susana Garcia g Foi apresentado, esta semana na Horta, o Plano Regional de Educação e Sensibilização Ambiental dos Açores (PRESAA). Trata-se de uma iniciativa do Governo dos Açores, que vai ao encontro da prioridade concedida às políticas de educação e sensibilização ambiental. Com um período de implementação de 12 anos, o PRESAA só arrancará oficialmente em 2012, prolongandose até 2024. No entanto, 2011 funcionará com um “ano zero”, durante o qual serão limadas estratégias, através de uma articulação entre as entidades oficiais e as organizações não-governamentais, as autarquias, as escolas, as empresas, em suma, toda a sociedade. De acordo com Carla Silva, responsável pela apresentação do plano, a escolha deste espaço temporal não foi inocente: a ideia é que o PRESAA, que pretende colocar grande tónica na educação ambiental nas escolas, consiga influenciar toda uma geração de

crianças açorianas. “Por uma geração com espírito verde” é, por isso, o mote do projecto, que irá contemplar também estratégias de sensibilização ambiental junto da população activa. No PRESAA ficarão integrados os vários programas ambientais que já se desenvolvem na Região, o SOS Cagarro, o Açores Entre Mares ou o Eco-freguesias. Na Região, existem dois grandes desafios no que ao ambiente diz respeito: são eles o combate à flora invasora e, principalmente, a gestão dos resíduos. De acordo com o secretário regional do Ambiente e do Mar – departamento governamental que tutela o PRESAA -, é precisamente esta a área em que a Região mais investe, em termos ambientais. O PRESAA deverá, por isso, ser um instrumento que sensibilize os açorianos para a importância da recolha selectiva de resíduos, por exemplo. Falando aos jornalistas no final da apresentação, Álamo Meneses lembrou que “a educação ambiental é, desde há muito, um dos pilares fundamentais da actividade do Governo

ceNTrO dO mAr A apresentação do PresAA decorreu nas instalações da antiga Fábrica da Baleia

Regional”. De acordo com o secretário regional da tutela, o que se pretende com o PRESAA é “criar uma estrutura mais coordenada e aberta”, em que o Executivo possa contar não apenas com as organizações não-governamentais na área do ambiente, mas também com parceiros das várias actividades económicas onde as questões

ambientais são importantes, e com as autarquias. Estas têm, de acordo com Meneses, um papel “fundamental”, já que o PRESAA dá particular atenção à problemática dos resíduos, área onde as autarquias estão envolvidas. Segundo o governante, o PRESAA resulta precisamente de uma estreita colaboração entre a tutela e os diver-

sos parceiros, que enviaram propostas para a sua concretização. No entanto, o facto do plano estar concluído não significa que não sejam bem vindos mais contributos para o melhorar. É que, como refere Álamo Meneses, trata-se de “um plano aberto, que está sempre pronto para receber contributos”.

Campanha SOS Cagarro Observatório do entra na sua 20.ª edição Mar dos açores g Arrancou no dia 1 de Outubro mais uma edição da campanha SOS Cagarro, que em 2011 assinala 20 anos de existência. Em 2010, foram salvos 3712 cagarros na Região, entre os dias 1 de Outubro e 15 de Novembro, num ano que ficou marcado por um maior envolvimento tanto de cidadãos como de entidades da Região: 1244 pessoas participaram nas brigadas nocturnas de resgate de cagarros, o que representou um aumento de 10% em relação a 2009. Também o número de entidades envolvidas – cerca de 140 - aumentou em 27%. O papel do arquipélago dos Açores na preservação dos cagarros é fundamental, tendo em conta que no arquipélago nidifica a maior parte da população mundial. Estima-se que existam 188 mil casais reprodutores. Os cagarros são uma espécie de postura única, o que significa que, teoricamente, serão 188 mil crias a nascer todos os anos. Destas, estima-se que apenas 10% sobrevivam aos primeiros tempos de vida e à saída do ninho. A campanha SOS Cagarro arranca anualmente na altura em que as jovens aves saem dos ninhos em direcção ao mar. Encadeadas pelas luzes de diversas infra-estruturas e dos carros, os cagarros caem, podendo ficar magoados, e à mercê de predadores ou, quando caem na estrada, dos carros. Em 2010, 7% dos cagarros encontrados estavam mortos. No Faial, foram cerca de 70 colaboradores a participar nas brigadas

dr: sIArAm

sAídA dOs NINHOs É nesta altura que os cagarros ficam mais vulneráveis

nocturnas em 2010, na sua maioria escuteiros. Nesta ilha, destaque para a acção do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, onde o investigador Joël Bried anilhou 365 cagarros, acção que se revela fundamental para o acompanhamento de algumas das aves. Além disso, é no Faial que são necropsiados alguns dos cagarros encontrados mortos. A análise do conteúdo dos seus estômagos é bastante importante, uma vez que permite entender o estado das águas do arquipélago. No ano passado, foi também muito importante a acção de algumas entidades públicas, que diligenciaram diminuir as luzes nas suas infraestruturas. Foi o caso do Aeroporto, da APTO e da autarquia faialense.

Em declarações ao TRIBUNA DAS ILHAS, o secretário regional do Ambiente e do Mar congratulou-se com “o enorme êxito e adesão” que a campanha SOS Cagarro tem tido. De acordo com Álamo Meneses, trata-se claramente da “campanha ambiental com maior participação nos Açores”. “São 20 anos de crescimento contínuo, e espero que este ano, tal como tem acontecido nos últimos anos, em particular em 2010, volte a haver um grande envolvimento das pessoas”, referiu. Para o governante, esta é “uma campanha das pessoas”, que nela participam muitas vezes de forma espontânea, quando encontram um cagarro caído e o resgatam. “Nós contamos com os açorianos para que o cagarro continue a ser protegido”, apelou. Mp

celebra dia Mundial do Mar g Comemorou-se no dia 29 de Setembro o Dia Mundial do Mar. No âmbito destas comemorações o OMA abriu as suas portas, no dia 29, a quem de forma gratuita quis visitar a exposição permanente do Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim e as exposições temporárias patentes no espaço, nomeadamente a exposição “ A Baleação no Faial: Fase industrial (1940-1984)” que exalta a importante contribuição portuguesa para o património marítimo americano, e mais concretamente a história da baleação de New Bedford e dos Açores; e a exposição “ Histórias que vêm do mar”, produzida no âmbito do estudo dos vestígios escavados no quadro da Requalificação e Reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta,

produzida pelo Centro de História de Além Mar. No Faial este dia serviu ainda para alertar para a importância da conservação do ambiente marinho e para a exploração sustentável dos seus recursos. Antecipando as comemorações, o Observatório do Mar dos Açores (OMA), em parceria com diversas empresas e entidades locais, realizou no passado dia 17 de Setembro uma limpeza na Baía de Entre-montes, área integrante do Parque Natural do Faial e no dia 24 voltou à carga para mais uma edição do Limp(a) Fundo no Porto da Horta, em que todos os esforços se concentraram na recolha e seriação de detritos de um dos mais famosos porto do mundo. MJS dr


DEsporto

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futEboL – sérIE AçorEs

cAMpEonAto nAcIonAL DE AnDEboL

Fayal Sport defronta praiense depois da derrota na Graciosa

Sporting da horta bate iSMai

g No passado fim-de-semana o Fayal Sport Club caiu na Graciosa frente ao Guadalupe, que neste momento partilha a liderança da Série Açores com o Lusitânia. Os pupilos de Eugénio Botelho não conseguiram contrariar a superioridade dos jogadores da casa, e perderam por 3-0. Nos outros jogos da terceira jornada, o Lusitânia foi ao Pico vencer o Boavista, o Praiense recebeu e goleou os micaelenses do Águia e o Santiago conseguiu os primeiros pontos na competição, ao vencer o União Micaelense. Prainha e Sporting Ideal empataram. Nas contas da tabela, Lusitânia e Guadalupe lideram com 9 pontos,

g No passado fim-de-semana o Sporting Clube da Horta recebeu o ISMAI. Os jogadores da Maia, acabados de chegar à primeira divisão, vieram ao Faial com vontade de vencer, mas os pupilos de Filipe Duque começaram desde cedo a mostrar a sua superioridade. Aos 12 minutos a equipa da casa vencia por 9-2, no entanto o ISMAI não parecia disposto a entregar as armas tão cedo, e bateu-se bem para equilibrar o marcador. A igualdade acabou mesmo por chegar, ainda durante a primeira

seguidos do Praiense, com 6. Prainha, Sporting Ideal e Santiago têm 3 pontos, enquanto Boavista e Fayal somam 2. O Águia dos Arrifes e o União Micaelense partem para a quarta jornada no final da tabela, com 1 ponto. FAyAL vOLTA A JOGAr em cAsA emPresTAdA Este domingo, o Fayal tem pela frente outro jogo difícil, já que recebe o Praiense. À semelhança do que aconteceu na recepção ao Prainha, os Verdes voltam a ter de jogar em casa emprestada, no campo do Vitória, uma vez que ainda não foi feita a substituição do sintético na Alagoa.

De acordo com Celestino Lourenço, presidente do clube, o piso sintético já está em Portugal, e aguarda agora o transporte de barco para o Faial. Depois, se as condições climatéricas o permitirem, a montagem do piso deverá demorar cerca de duas semanas. Desta forma, Lourenço espera que o jogo frente ao Santiago, na sexta jornada, agendado para 30 de Outubro, já possa ser realizado na Alagoa. Quanto aos restantes jogos na quarta jornada, o Águia recebe o Santiago, o Sporting Ideal recebe o Guadalupe, o Prainha joga na Terceira com o Lusitânia e o Boavista vai a São Miguel defrontar o União Micaelense. Mp

futEboL – tornEIo DE AbErturA AfH

Salão e lajense empatam e deixam Vitória na frente

parte, mas o SCH correu atrás do prejuízo e, ao intervalo, já ganhava por 16-13. A superioridade da equipa da casa manteve-se até ao final da partida, com o marcador a fixar-se em 3228. Neste momento, os faialenses ocupam a 9.ª posição da tabela, em igualdade com o ISMAI, que no entanto tem mais um jogo. Amanhã, sábado, o SCH vai ao Restelo defrontar o Belenenses, que neste momento ocupa a sexta posição da tabela classificativa. Mp

tIro

Clã teixeira domina no Faial

dr FOTO: OBOTe.BLOGsPOT.cOm

g Jogou-se no passado fim-desemana a terceira jornada do Torneio de Abertura da Associação de Futebol da Horta, em seniores masculinos. O jogo grande da jornada fazia-se no Pico, entre o Lajense e o Desportivo do Salão que, com o Cedrense, formavam o trio de líderes da competição. Faialenses e picoenses empataram a um golo. Já o Cedrense recebeu na Lajinha o Vitória do Pico, tendo saído derrotado por 0-2. Neste cenário, as contas da geral inverteram-se e os homens de São Roque lideram agora a tabela com 6 pontos, um a mais que Lajense e Salão. O Cedrense é quarto, com 4 pontos. Por fim, no outro jogo da jornada, o Flamengos puxou dos galões e conseguiu os primeiros pontos da época, ao bater o Desportivo da Feteira nas Canadinhas, por 0-2. A equipa do Vale

LAJeNse vs. sALãO As duas equipas empataram no Pico e deixaram escapar a liderança do torneio

ocupa a quinta posição da tabela, com 3 pontos, mais 2 que os jogadores do Feteira. Este fim-de-semana, o Flamengos

recebe o Salão no Vale, o Vitória joga nas Canadinhas frente ao Desportivo da Feteira e o Cedrense recebe o Lajense. Mp

2ª pCr de Vela ligeira g Disputou-se nos dias 1 e 2 de Outubro de 2011 a 2ª PCR - Prova do Campeonato Regional- de vela ligeira, na baía do porto da Madalena do Pico. No primeiro dia foram disputadas três regatas da classe optimist e duas regatas da classe 420 e Laser 4.7. O dia foi marcado por ventos entre os 15 e 20 nós do quadrante Norte e por alguma ondulação. O segundo dia de prova foi marcado pelas condições meteorológicas adversas, com ondulação forte e ventos que chegaram a atingir os 40 nós, levando ao cancelamento das regatas previstas para esse dia. Os velejadores Nuno Silva e Alexandra Gonçalves do Clube Naval da Horta, na classe 420, venceram a prova.

Assim, as classificações do Clube Naval da Horta foram as seguintes: cLAsse 420 1º nuno silva/alexandra Gonçalves 4º Guilherme soares /Carolina Correia cLAsse OPTImIsT

4º Jorge silva 8º Pedro Costa 9º Jorge Medeiros 16º Tiago Oliveira 17º Pedro Medeiros 18º Tiago serpa 25º Mariana luís 30º Francisco soares 32º bartolomeu Ribeiro

g Disputou-se no dia 25 de Setembro mais uma prova a contar para o campeonato do Faial de Tiro. O Clã da família Teixeira esteve novamente em alta, com Leonel a vencer nos seniores, quer no tiro com carabina de pressão de ar, quer no tiro com carabina de ar comprimido.

Hélio Correia ficou em segundo lugar e Henrique Silva em terceiro com o mesmo número de pontos. Nos femininos, Carla Sequeira venceu a prova nas duas categorias. Nos Veteranos foi o pai Teixeira (Fernando) a vencer as duas competições.

KIng

Carlos Vilela segue na liderança g Decorreu na passada segundafeira mais uma jornada do Campeonato de King 2011. Desta feita, Luís Cardoso sagrou-se vencedor, partilhando o pódio com António Sousa e Carlos Serpa. Nas contas da classificação geral, Carlos Vilela segue na frente. Na segunda posição está Ruben Oliveira, seguido de António Sousa, em terceiro lugar. Mário Dutra e João Luís ocupam a quarta e a quinta posição da tabela, respectivamente.

Na próxima segunda-feira, dia 13 de Outubro, joga-se a 23.ª jornada deste campeonato, que caminha assim para a final.


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opInIão

Tribuna das Ilhas

rEtALHos DA nossA HIstórIA - cvII

O distrito da horta e a drástica reforma administrativa de 1867

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Fernando Faria

m períodos de profunda crise económica e financeira que ciclicamente afligem o povo português e que exigem imediatas medidas de poupança e reestruturação, a reforma da administração local autárquica tem assumido, por vezes, natureza prioritária. Sem pretender discutir a pendular repetitividade da história, julgo interessante registar o que se passou no distrito da Horta quando, em 1867, Portugal se viu a braços com mais uma das muitas situações graves que esgotavam o erário público e determinavam o recurso a mecanismos de profunda austeridade financeira. Presidido por Joaquim António de Aguiar, o Governo pôs em marcha uma série de reformas que visavam melhorar as condições económicas do País e extinguir ou atenuar o assustador défice das finanças do Estado. De entre as várias medidas tomadas – a começar, obviamente, pelo acréscimo da carga fiscal – avultou a Lei da Administração Civil, de 26 de Junho de 1867. Este diploma que ficou conhecido pelo Código Martens Ferrão - o ministro do Reino que foi seu autor - decretava uma profunda reforma administrativa que “varria do mapa quase duas centenas de concelhos (!), a bem da racionalização do espaço nacional e da contenção da despesa autárquica”, mas bulia “com seculares interesses localistas.”1 Apesar de a lei ser de 26 de Junho, o mapa final da divisão do território só foi publicado a 10 de Dezembro de 1867, depois de previamente auscultadas as diversas autoridades distritais e locais. Assim se explica que o parecer do governador do distrito da Horta haja sido enviado ao ministro do Reino em 19 de Outubro e que, na sua elaboração, tenha seguido “as instruções desse ministério com data de 11 de Julho do corrente ano”. Informava ter consultado “a Junta Geral, os administradores dos Concelhos, Câmaras Municipais e Juntas de Paróquia deste distrito sobre a divisão territorial”. Enviava juntamente “os mapas das paróquias civis, dos concelhos e do distrito” e para “elucidação” do ministro prestava vários esclarecimentos que, por muito extensos, a seguir se resumem: - “O distrito ocidental dos Açores, com a sua capital na cidade da Horta, deve ficar composto, como o actual distrito administrativo da Horta, das quatro ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo”. - “Estas ilhas devem formar 4 concelhos – 1 no Faial, com sede na cidade da horta – 2 na ilha do Pico, com sede nas vilas da Madalena e lajes – e 1 nas ilhas das Flores e do Corvo, com sede

na vila de Santa Cruz”. Para melhor clarificar a sua posição, o chefe do distrito passou a tratar “por ilhas cada um destes concelhos, bem como das paróquias civis que o deviam compor”. Assim, no concernente ao Faial, referia que “esta ilha deve formar, como actualmente, o concelho da Horta, com a sua sede na cidade da Horta”. Ficava com 6. 220 fogos e era “a única divisão admissível nesta ilha e sobre a qual há o mais completo acordo de todas as corporações e funcionários”. Quanto às paróquias civis (o equivalente às actuais freguesias), o parecer do governador apontava para a existência de apenas quatro: “1.ª As paróquias eclesiásticas de S. Salvador (Matriz), Angústias, Conceição, na cidade da Horta – e Flamengos, paróquia rural, com sua sede em S. Salvador”. Esta divisão - acrescentava o conselheiro Santa Rita - mereceu a concordância das “respectivas juntas de paróquia, Câmara Municipal, administrador do Concelho e Junta Geral (…)” “2.ª As paróquias eclesiásticas da Feteira, Castelo branco e Capelo, com sede em Castelo Branco”. Neste caso, prevaleceu “a opinião da Junta Geral, do administrador do Concelho e da Junta de Paróquia de Castelo Branco”. Já a Câmara Municipal, embora concordando “que estas três paróquias eclesiásticas deviam formar uma paróquia civil”, defendia a sua sediação na Feteira, no que era acompanhada pela respectiva Junta de Paróquia que ainda lhe acrescentava a freguesia dos Flamengos. Outra opinião tinha a Junta de Paróquia do Capelo que defendia uma paróquia civil formada pelas paróquias eclesiásticas de Castelo Branco, Capelo e Praia do Norte, com sede no Capelo. Para o governador esta era uma posição “insustentável porque a paróquia de Castelo Branco é muito mais importante que a do Capelo” e, tanto esta como a da Praia do Norte não estavam “no caso de serem a sede de uma paróquia civil, já pela sua riqueza, já pela absoluta falta de pessoal habilitado”. “3.ª Praia do Norte, Cedros e Salão, com a sua sede nos Cedros.” Esta divisão mereceu a concordância de todas as corporações e funcionários, até da Junta de Paróquia da Praia do Norte, uma vez que não viu “aceite a divisão que ela indicava primeiramente de Castelo Branco, Capelo e Praia do Norte, com sede no Capelo”. “4.ª Ribeirinha, pedro Miguel e Praia do Almoxarife, com sede em Pedro Miguel. À excepção da Junta de Paróquia da Praia do Almoxarife que queria ter a sede na sua paróquia eclesiástica, esta divisão também reuniu a concordância “de todas as corporações e funcionários”. Se no Faial não houve problemas de maior, já a divisão administrativa da ilha do pico “foi bastante disputada

entre os três concelhos da Madalena, S. Roque e Lajes”, abundando as representações, as polémicas e os debates nem sempre serenos e racionais que se podem apreciar na imprensa faialense que então se publicava. O comedido parecer do governador António José Vieira Santa Rita informava que a Câmara Municipal de S. Roque era “a favor de um só concelho com a sua sede em S. Roque ou antes no Cais do Pico onde se acham as repartições públicas do actual concelho”. Contra S. Roque se pronunciaram as Câmaras Municipais da Madalena e das Lajes que defendiam a existência de dois concelhos nelas sediados e que a si anexariam, de forma quase equitativa, as paróquias eclesiásticas que àquele pertenciam. O principal fundamento - escrevia o governador no seu parecer - “que aconselha a divisão da ilha em dois concelhos é a sua grande extensão e a falta de uma povoação que seja verdadeiramente central para todas as paróquias civis”. Se estivessem preenchidas estas duas circunstâncias essenciais, o governador entendia que “a ilha não devia formar mais do que um só concelho como propunha a Câmara Municipal de S. Roque”. Assim optava pela constituição de dois concelhos: oriental e ocidental “que ficam com o número de fogos que a lei exige - compostos cada um de três paróquias civis - quase com igual população, território e riqueza, constituem na actualidade a divisão mais cómoda e mais em harmonia com a extensão da ilha, com as suas principais povoações estabelecidas no litoral e com as grandes distâncias que as separam, muitas delas ainda hoje difíceis de atravessar pelas péssimas estradas”. Eram estas, em síntese, “as razões fundamentais que indicam esta divisão e aconselham a colocação das suas sedes nas vilas da Madalena e lajes, com preferência a S. Roque. Surpreendentemente, quanto às paróquias civis que deviam integrar cada um dos dois sugeridos concelhos, o governador garante que “há um completo acordo”, pelo que se limitava a indicar a respectiva divisão. Assim o concelho Ocidental seria formado pelas paróquias de Madalena (integrando Bandeiras, Madalena e Criação Velha); de São Mateus (Candelária e São Mateus) e de Santo António (São Roque, Santo antónio e Santa Luzia). Por seu lado o concelho Oriental compor-se-ia das paróquias civis de Lajes (São João, lajes e Ribeiras); de piedade (Calheta e Piedade) e de prainha (Santo Amaro e Prainha). As ilhas de Flores e Corvo viam suprimidos os seus três concelhos (Santa Cruz, Lajes e Corvo) e passariam a ter apenas o de Santa Cruz que “era a povoação mais importante das duas ilhas”. Esta solução mereceu a concordância da Junta Geral, do administrador do

concelho de Santa Cruz e das Câmaras Municipais de Santa Cruz e Corvo. A Câmara Municipal das Lajes pedia a conservação do seu concelho e o administrador do concelho do Corvo também não abdicava do seu. Todavia, esclarece o governador, “nada justifica a conservação destes dois concelhos” que “apesar de anexados ao de Santa Cruz, este fica apenas com 2.533 fogos, ainda inferior ao número marcado pela lei”. Além disso, nenhum dos dois concelhos tinha “população, riqueza e pessoal habilitado para serem conservados”. O chefe do distrito ainda admitia que a ilha do Corvo pudesse alegar, em abono da manutenção do seu concelho, “a separação em que se acha da ilha das Flores e o tempestuoso canal que as divide”. Logo, porém, acrescentava ser completamente impossível a conservação do concelho “pois que apenas tem 195 fogos e 881 almas e lhe faltam todos os elementos indispensáveis” à constituição do mesmo. Mesmo o novo concelho de Santa Cruz não atingia ainda o número de fogos “que a lei marca, mas não pode deixar de ser conservado por esta forma, porque não é possível a sua anexação a qualquer outro pois que tanto a ilha das Flores como a do Corvo se acham separadas desta do Faial, que é a mais próxima, por um canal de 200 quilómetros”2. Silveira Macedo, que viveu estes acontecimentos, assinala “o grande desgosto” que percorreu todo o Reino “por causa da nova divisão territorial e do imposto de consumo” e a “indisposição geral do povo contra o ministério” que “por decreto de 10 de Dezembro aprovou a circunscrição administrativa de concelhos e paróquias civis”3. Foi, portanto, no final de um ano extremamente conturbado que o Governo, ao determinar aquela reforma administrativa, “suprimia quatro distritos e 178 concelhos” e desafiava de forma inábil e prepotente “o bairrismo das populações despromovidas”. A oposição popular a esta lei e à do imposto de consumo foi de tal amplitude que a partir do primeiro de Janeiro de 1868 a situação tornou-se explosiva e o ministério, sabendo que não podia reprimir a “Janeirinha”, a não ser com “grande derramamento de sangue”4 , escolheu o caminho da demissão. Sucedeu-lhe um governo chefiado pelo Conde de Ávila que, numa tentativa de aliviar a pressão popular, revogou a 15 de Janeiro as polémicas leis de imposto de consumo e a divisão administrativa de Martens Ferrão. que, na prática anulava a malquista divisão territorial. Afinal, tudo voltava a ser como dantes! sardica, José Miguel, duque de Ávila e bolama – biografia, p. 430 2 aGCH, livro n.º 104, fls. 289v-294v. 3 Macedo. a.l. silveira, História das Quatro ilhas, vol. ii, pp. 333-335 4bonifácio, Maria de Fátima, a Monarquia Constitucional 1807-1910, pp. 86-87 1

Que saudades!

QueridO pai:

H

oje, dia 5 de Outubro, faz um ano que partiste e digo-te, todos os dias penso em ti e sinto a tua falta. E o que conforta o meu coração são as nossas recordações e pensar sou uma privilegiada por ser tua filha! Considero-me rica por ter recebido de ti muitos ensinamentos, valores e uma lição de vida. Muito do que sou, devo-te, Pai. Foste um marido amoroso, dedicado e companheiro, um pai extremoso, preocupado e conselheiro e um avô meigo e cuidadoso. Recordo as nossas conversas, as tuas histórias, as tuas experiências de vida e para mim serás sempre um homem de grande valor, de nobre carácter, de conduta exemplar, um lutador da justiça, do progresso e da liberdade, um homem com grande sentido de responsabilidade, determinado e fiel aos seus ideais. Lembro-me da tua profissão com grande orgulho, foste um profissional altamente cumpridor, competente e responsável, exigindo dos teus subalternos o rigor, o brio, mas fazias questão de dar o exemplo, em tudo, na pontualidade, na assiduidade, na total disponibilidade e profissionalismo. Progrediste na tua carreira com muito trabalho, empenho, muito estudo e mérito, começaste como terceiro maquinista, no navio o “Furnas”, depois segundo maquinista no “Arnel” e como primeiro maquinista e chefe de máquinas do navio “Ponta Delgada”. Dedicaste-te de alma e coração ao trabalho, de tal forma, que quando pediste a reforma, já com 42 anos de serviço, os responsáveis da então CTM (Companhia de Transportes Marítimos) insistiram contigo, em Lisboa, na nossa presença, minha e da mãe, para que permanecesses na companhia e até ofereceram-te um lugar na empresa, em terra, mas mesmo assim, não aceitaste, preferiste dedicar-nos mais tempo. Sabes Pai, lembro-me como se fosse hoje, quando estavas no activo, regressavas a casa, todas as semanas, sempre com muito entusiasmo, com muita alegria e carregado de compras, que efectuavas na tua viagem, de ilha em ilha e principalmente trazias muito amor e carinho. Oh! Querido Pai! O dia em que chegavas era dia de Festa! E apesar de passares muito tempo no mar mantinhas o constante contacto, de modo que eu e a minha mãe sentíamos a tua companhia e presença. Foste sempre um homem inteligente, de mente aberta e muito atento a tudo o que te rodeava, estavas sempre bem informado, sobre tudo o que se passava nos Açores, no País e no Mundo. Defendias e apelavas pela tua terra, a ilha do Faial, que estava constantemente no teu pensamento e apesar, de termos vivido mais de trinta anos em S. Miguel, fizeste sempre questão de regressar à tua terra, sonho que conseguiste concretizar há dezanove anos. Também jogaste futebol com grande entusiasmo e empenho, no Fayal Sport Club, e mesmo depois de deixaste de jogar, aos quarenta e nove anos, continuaste a acompanhar o clube e os seus jogos, sofrendo quando perdia e celebrando quando conseguia a vitória. Sabes Pai, apesar da falta que nos fazes, reconheço que fomos os três muito Felizes e que tiveste uma vida repleta de bons momentos. E terminaste a tua vida com noventa e um anos com lucidez, autonomia e qualidade de vida. Termino esta carta, uma singela homenagem, dizendo: Que estarás sempre no meu coração! Que Deus te abençoe e te guarde em Sua Glória! Adeus Querido e saudoso Pai! A tua filha que te ama Natália Maria


Tribuna das Ilhas

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opInIão

Voluntariado, o exemplo da comunidade vera Lacerda

stive recentemente nos Estados de Massachusetts e Rhode Island (EUA) e pude testemunhar o dinamismo que a comunidade açoriana possui nesta região. Um excelente exemplo disso mesmo, entre tantos outros que poderíamos citar, é o Grupo Amigos da Terceira, que tem a sua sede em Pawtucket, Rhode Island, fundado em 1988, pelo Sr. Vítor Santos. Ao contrário que o nome indica, é mais que um grupo de amigos da Terceira, visto ter uma dimensão tal (800 sócios activos), que já pode ser considerado um grupo de amigos dos Açores e mesmo de Portugal, reunindo pessoas de todas as regiões do País. O Grupo tem uma grande sede, um magnífico salão de festas, bar e um restaurante onde podemos usufruir das mais saborosas típicas refeições açorianas e onde tive o prazer de jantar e ficar

assim a conhecer um pouco da obra deste Grupo, graças a uma visita guiada e explicação feita pelo Sr. Vítor Santos. Organizam peças de teatro, folclore e chamarritas, celebram o Espírito Santo como cá, preparam diversas festas e eventos, enfim, tentam proporcionar aos seus sócios um pouco do sabor da nossa terra, com o intuito de mitigar as muitas saudades que se instalam ao longo das suas vidas como emigrantes. O Grupo tem por objectivos ajudar famílias necessitadas na Nova Inglaterra, casas de caridade nos Açores, Madeira e Continente, divulgar eventos para manter a cultura Portuguesa naquela região e ainda atribuir bolsas de estudo. O Grupo vive da solidariedade dos seus sócios e a comunidade açoriana junta-se à volta desta organização, cada um contribuindo como pode, com o seu dinheiro e com o seu trabalho voluntário. O povo açoriano é, por natureza, um povo solidário. Isso nota-se no nosso dia-a-dia, mas há situações em que esse espírito de comunidade se torna mais forte. Esse espírito é por demais notório nas comunidades emigrantes, unem-se à volta da saudade

que sentem da sua terra e dão o melhor de si, sem esperar qualquer retorno económico, num espírito único de voluntariado, para ajudar, em prol da sociedade. É esse sentimento de entreajuda que os move, um sentimento tipicamente açoriano e que todos bem conhecemos. Por cá alguns oferecem duas impressoras a uma Casa do Gaiato em Ponta Delgada e chamam os órgãos de comunicação social. Nas comunidades emigrantes a típica solidariedade açoriana e a vontade de deixar uma marca na sociedade é assim, não necessita publicidade, sente-se no discurso destas pessoas quando falam da sua instituição e na obra que deixam por aquelas paragens! Bem hajam os nossos emigrantes, e bem haja o Grupo Amigos da Terceira pelo trabalho benemérito que realiza há mais de duas décadas.

II - umA cATÁsTrOFe cHAmAdA mAdeIrA Num artigo passado chamei a atenção para o facto da Troika ter descoberto um buraco nas contas da Madeira de 277 milhões de euros. Isso foi em Agosto e era uma pequenina gota de

prevaricador beneficiado Frederico cardigos

S

Tribuna das Ilhas

empre me fizeram impressão aquelas histórias dos ladrões que fogem com o dinheiro e não são apanhados ou os intrujões que mentem impunemente. A ideia que alguém possa tirar benefício de uma maldade corroí-me as entranhas. Principalmente enquanto gestor público, eu sinto que devo ser honesto, trabalhador, correcto e de respeitar o próximo, o que contrasta com uma parte do que vamos vendo à nossa volta. Um dia, um antigo presidente de Câmara disse-me que governar com dinheiro era fácil. “Difícil” dizia ele “é inventar o dinheiro necessário para fazer obra”. Na minha franca ingenuidade pensei nos projectos cofinanciados, nas parcerias público-privadas (antes de serem amaldiçoadas) e na recolha de apoios de terceiros. Longe de mim estava eu de pensar que, na realidade, o enigma residia numa outra solução muito mais vil. “Inventar dinheiro” era mesmo inventar dinheiro e esconder as dívidas ou acumular os passivos em empresas acessórias à governação. Comecei a perceber isso quando analisei a realidade dos clubes de futebol que nasciam à luz dos apoios camarários e outros igualmente difusos e duvidosos. No entanto, estava longe de imaginar a escala da aldrabice até há poucos dias atrás. A dívida da Madeira não me escandaliza. É a que é, simplesmente. O que é inacreditável é que foi escondida de

todos e o mais inacreditável é que o Governo que a provocou irá ser reeleito. Como é possível um prevaricador tão descarado ser beneficiado pelo próprio povo? Terá de ser a justiça, e espero que não hesite, a fazer o que o povo não fez quando podia e devia. Custa-me ouvir a líder do maior partido da oposição nos Açores, por quem tenho estima e consideração, dizer que as obras das SCUTs nos Açores deveriam ter sido entregues a empresas regionais. Uma obra de centenas de milhões de euros era “entregue” a empresas regionais!? Não haverá senso suficiente para entender que isso seria uma clamorosa ilegalidade?! Desrespeita todo o regime de contratação pública de Portugal e é altamente injusto para quem, no final do dia, paga cerca de um terço das nossas contas. Para que isso fosse possível, seria necessário esconder as contas públicas. Faz-vos lembrar alguma coisa? E que dirá o povo? O povo açoriano, penso eu, não gosta. Eu, parte do povo, não gosto nada. Tenho esperança que optemos por não ser enxovalhados como outros estão a ser por causa das suas opções de longo prazo. Quero frisar que esta minha observação está longe de ser partidária. Esta é uma questão particular a quem prevarica. Da mesma forma como vejo a oposição dos Açores e o Governo da Madeira, vejo o Governo da Grécia, a Câmara Municipal de Felgueiras (em que a Presidente fugiu para o Brasil para não enfrentar a justiça e a seguir foi eleita) ou o mais recente caso da Câmara de Oeiras. Nos casos dos eleitos, são o resultado de populismos fáceis e recompensados pelo pouco reflectido voto popular! Em qualquer destes últimos casos

não houve qualquer dúvida da culpa de quem os praticou. Segundo o julgamento, a Presidente da Câmara de Felgueiras foi ilibada dos crimes de que era acusada, mas, para mim, será sempre culpada de ter virado as costas à justiça refugiando-se noutro país. Eu, pessoalmente, já fui prejudicado pela clamorosa ineficiência da justiça portuguesa. Apesar disso, dificilmente viraria as costas à luta, principalmente se isso adviesse da minha actividade como gestor público, por muito que me custasse. Mas, se por acaso tal acontecesse, esconder-me-ia para todo o sempre tal a vergonha. Estas pessoas não o fizeram, apresentando-se como os escolhidos que estão acima da lei e o mais curioso é que o povo gostou. O povo gosta, o povo permite, o povo estimula e o povo é beneficiado. Quanto a mim, o povo que procede desta forma também deveria ser corrigido. Não me parece normal que quem elege estes dirigentes, que nos prejudicam colectivamente, seja beneficiado com as obras públicas que resultaram da aldrabice. Sendo mais concreto, neste momento, por exemplo, penso que se deveriam colocar portagens, para além das SCUTS do continente, também nos túneis da Madeira. Posto de outra forma, então quero o meu túnel entre a Horta e a Praia do Almoxarife, já! Vivemos num regime parecido ao da Cidade Estado de Esparta, na antiga Grécia, em que os cidadãos eram punidos por terem sido apanhados e não por terem cometido o crime. Hoje, a grande mudança é que, mesmo sendo apanhado, continua a não haver punição. Tem que mudar, tem que mudar depressa e tem que mudar já!

água no oceano que se seguiu. Daí até hoje os valores veiculados pela comunicação social foram aumentando, até que, há poucos dias, o Ministro das Finanças, veio afirmar que a dívida madeirense é de 6.328 milhões de euros, cerca de 123% do PIB da região! Como pode haver uma "des"governação tão descontrolada que leve a que o défice das contas públicas assuma esta proporção, em que se omite propositadamente as contas? Como pode alguém rir-se na cara de todos os contribuintes e dizer que não se importa com a dívida? Os erros dos sucessivos governos da República já começaram a ser cobrados aos Portugueses. Todos nós já começamos a pagar o preço pelo buraco nas contas públicas. Só Alberto João Jardim segue impune a rir, de inauguração em inauguração...com a complacência de alguns! Aproximam-se as eleições na Madeira...resta-nos esperar que tal comportamento seja punido já nas urnas no próximo dia 9 de Outubro. Agora pagarão os madeirenses por tamanha desgovernação, pois de certeza que essa Região será sujeita a medidas adicionais de austeridade a somar

às medidas do acordo firmado pela Troika. Da nossa parte resta-nos aguardar para que não paguem também os Açorianos. A governação nos Açores levou-nos a trilhar um caminho bem diferente do da Madeira, o que já foi comprovado pelas instâncias nacionais e internacionais. A Lei das Finanças Regionais será alterada por determinação da Troika. Não podem os Açores e os Açorianos vir a ser penalizados por uma situação para a qual não contribuíram. Nessa altura, deverão todos os representantes dos Açorianos explicar preto no branco, ao Governo da República, a diferença entre as duas Regiões. É triste, mas algumas forças políticas da nossa Terra tendem fazer crer que nos Açores a situação é muito parecida, isto quando os números assim o desmentem. Uma vergonhosa e perigosa tentativa de aproveitamento político que só serve para prejudicar os Açores e os Açorianos. www.arquipelagica.blogspot.com Horta, 4 de Outubro de 2011

Coincidência?

A

Alzira silva

firmam alguns entendidos que neste mundo nada acontece por acaso e que não há coincidências. Concorde-se ou não, acontecem coisas curiosas, merecedoras de registo. Quem teve oportunidade de ir esta semana à Biblioteca Pública – que felicito pelo seu dinamismo e abertura à comunidade – ao lançamento do Livro “De Vinho e de Vida”, conheceu um poeta riograndense, terras do sul do Brasil povoa-das/colonizadas por açorianos há duzentos e sessenta anos, emocionado e feliz. Tinha vindo, por sua iniciativa, conhecer o Faial, a freguesia dos Cedros, freguesia de nascimento da sua tetravó e descobrir, entre a gente, as pedras e o mar as suas raízes ancestrais. Beatriz Madruga fez as honras da apresentação do livro e Gilberto Carvalho, seu autor, brindou-nos com a sua história de ligação ao Faial e com alguns poemas que encantaram a assistência. No dia seguinte, já no Salão Nobre da Câmara Municipal e por feliz iniciativa do seu Presidente, apresentava-se a fotobiografia do nosso primeiro presidente da República, Manuel de Arriaga. Um momento solene de homenagem à nossa história, que deu valiosos contributos ao pensamento e à acção da República. O poeta brasileiro e o seu filho ali estavam, para conhecer um pouco mais do percurso mais íntimo (que as fotobiografias proporcionam) de

quem deu nome à nossa Escola Secundária. A neta de Manuel de Arriaga, D. Tereza, era a convidada de honra da sessão. Apresentações feitas e descobre-se, confirmando de resto o que já fora afirmado na apresentação do livro pela Professora Joana, que Manuel de Arriaga tinha um único irmão (entre irmãs) que partiu para o Brasil, lá vivendo até ao fim dos seus dias, e deixando descendência. Essa descendência fixou-se no Rio Grande do Sul e a bisneta Arriaga, jornalista, é uma grande amiga do nosso poeta que, por acaso ou não, desvendou ali mesmo o percurso da família Arriaga no Brasil, informou que a bisneta de Arriaga e prima de D. Tereza se encontrava naquele preciso momento em Nova Iorque – por essa razão não tinha vindo aos Açores ao lançamento do livro do seu amigo poeta. D. Tereza, emocionada por se ver a um passo de um contacto familiar longínquo porém agora tão próximo, autografou um livro para a sua prima e sorriu à esperança de retomar uma ligação familiar que a nossa história de partidas tinha afastado mas que os sempre bem-vindos regressos aproximam, de uma maneira ou de outra. Reproduzo aqui, sucintamente, este episódio, cujo paradigma testemunhei centenas de vezes ao longo da minha vida, mas nunca com um toque tão especial: Gilberto Carvalho veio do Rio Grande do Sul, não apenas apresentar o seu belo néctar de vida, mas unir a família do primeiro Presidente da República, no encerramento da celebração do centenário. Acredite-se ou não em coincidências… alzirasilva@gmail.com


InforMAção

Tribuna das Ilhas

PArTIrAm

AGeNdA cINemA

HOJe e AmANHã 21H30 Filme "Água aos elefantes" no Teatro Faialense - Hortaludus eveNTOs ATÉ 29 de OuTuBrO Exposição "A rePÚBLIcA e A cIêNcIA"que evoca alguns cientistas açorianos como: José Curry da Câmara Cabral (1844-1920, alfredo bensaúde (18561941), Francisco afonso Chaves (1857-1926), Eugénio Vaz Pacheco do Canto e Castro (1863-1911), aníbal bettencourt (1868-1930), Manuel soares de Melo e simas (1870-1934), Ruy Telles Palhinha (1871-1957), nicolau anastácio de bettencourt (1872-1941), José agostinho (1888-1978) e aurélio Pereira da silva Quintanilha (1892-1987), integrada nas Comemorações Regionais do i Centenário da República Portuguesa. na biblioteca Pública a. R. J. J. G.. Organização da Presidência do Governo - direcção Regional da Cultura ATÉ 31 de OuTuBrO das 10H00 às 18H00 - Exposição "Histórias que vêm do mar". na Fábrica da baleia - Centro do Mar. Organização da CHaM, OMa e Museu da Horta. das 10H00 às 18H00 - Exposição "A Baleação no Faial- Fase Industrial 1940-1984" na sala das Farinhas da Fábrica da baleia - Centro do Mar. Organização do OMa, Reis e Martins I cIrcuITO reGIONAL de GOLFe rÚsTIcO dOs AçOres HOJe 17H00 – 1ª Prova de Golfe do iii Torneio de Golfe Rústico do Faial AmANHã 09H00 – Prova de Golfe no Campo do salto Furado (2.ª Prova iii Torneio de Golfe Rústico do Faial e 5.ª do Circuito) Organização: Casa d'avilas com o apoio da CMH e direcção Regional de Turismo dIA dO ANImAL - AFAmA AmANHã - demonstração de cães treinados da Guarda nacional Republicana - Mini-feira do livro - Quermesse e bazar - Feira de adopção cães e gatos - 3ª edição do Concurso de cães sem raça definida: "Faça do seu rafeiro um campeão" - Posto de informação Veterinária - Churrasco e petiscos e ainda.....actuação da banda os Velman´s!!! na Praça do infante uma organização da aFaMa com o apoio da CMH AmANHã reuNIãO dO GruPO de APOIO AO ALeITAmeNTO mATerNO - sOs AmAmeNTAçãO 15H00 - Cantinho da amamentação, Unidade de Obstetrícia - Hospital da Horta no âmbito das Comemorações da semana Mundial da amamentação 2011 subordinada ao tema Comunicação! "aleitamento Materno – Experiência 3-d" no Hospital da Horta. Organização do núcleo do sOs amamentação do Faial com o apoio da UniCEF, Cni - Hospitais amigos dos bebés e ajuda de Mãe

dIrecTOr: Cristiano bem edITOr: Fernando Melo cHeFe de redAcçãO: Maria José silva redAcçãO: susana Garcia e Marla Pinheiro FOTOGrAFIA: Carlos Pinheiro

FArmÁcIAs

HOJe e AmANHã Farmácia Correa 292 292 968 de 9 A 15de OuTuBrO Farmácia ayres Pinheiro 292 292 749

cOLABOrAdOres PermANeNTes:costa Pereira, Fernando Faria, Frederico cardigos, José Trigueiros, mário Frayão, Armando Amaral, victor dores, Alzira silva, Paulo Oliveira, ruben simas, Fernando Guerra, raul marques, Genuíno madruga, Berto messias cOLABOrAdOres eveNTuAIs: machado Oliveira, Francisco césar, cláudio Almeida, Paulo mendes, zuraida soares, Gonçalo Forjaz, roberto Faria, santos madruga, Lucas da silva

ArEEIro • cApELo • tELf. 292 945 204 • tLM. 969 075 947

emerGêNcIAs -FAIAL i h p o ~ m i i

número nacional de socorro 112 bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PsP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção Civil - 295401400/01 linha de saúde Pública 808211311 Centro de saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 TrANsPOrTes - FAIAL

POLvO à reGIONAL FILeTes de veJA eNTrecOsTO

jsaTa - 292 202 310 - 292 292 290 loja jTaP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

cOm INHAmes AceitAm-se ReseRvAs

E mEnta Variada todos os d ias veNdemOs reFeIções PArA FOrA

NO sNAck

BAr servImOs

reFeIções LIGeIrAs

aViSO

e PrATO dO dIA

regulamento da Comissão Municipal de protecção Civil – Município da horta João Fernando brum de azevedo e Castro, presidente da Câmara Municipal da horta, faz saber que: 1 – Nos termos e para os efeitos do artigo 118.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442/91, de 15 de Novembro e em conformidade com o Aviso n.º 19008/2011, de 23 de Setembro, publicado na 2.ª Série do Diário da República, procede-se à publicitação do período de consulta pública do o projecto de regulamento da Comissão Municipal de protecção Civil - Município da horta, aprovado na reunião desta Câmara Municipal realizada no dia 4 de Agosto de 2011. 2 – O período de consulta pública terá a duração de 30 dias, com início a 30 de Setembro de 2011. 3 – A proposta de Regulamento poderá ser consultada na Câmara Municipal da Horta, todos os dias úteis das 09H00 às 12H30 e das 13H30 às 17H00, bem como no site da internet em www.cmhorta.pt. 4 – Durante o período de consulta pública, todos os interessados poderão apresentar, por escrito, as suas reclamações, sugestões ou observações.

Descanso semanal: tErçA-fEIrA

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30 de Setembro de 2011 O Presidente de Câmara, João Fernando brum de azevedo e Castro FIcHA

Tribuna das Ilhas

15

rEstAurAntE E snAcK-bAr

uTILIdAdes

NOssA GeNTe

l Com a idade de 84 anos faleceu há dias, em França onde residia, ivone Magaret Weston, nascida na Horta, filha de Frank stanley Weston, cidadão inglês que foi funcionário da Companhia de Cabos submarinos “Western Union” desde 1925 tendo falecido na Horta, e foi grande defensor da preservação da história dos Cabos submarinos nesta cidade. Era casado com leonor augusta da silveira, nascida na ilha do Pico. ivone Weston era viúva de Peter Purke smith, canadiano, de quem teve uma filha e um filho e irmã de Robert stanley Weston, também nascido na Horta.

07 de OuTuBrO de 2O11

PrOJecTO GrÁFIcO: iaiC - informação, animação e intercâmbio Cultural, CRl PAGINAçãO: susana Garcia redAcçãO AssINATurAs e PuBLIcIdAde: Rua Conselheiro Miguel da silveira, nº12, Cv/a-C - 9900 -114 Horta cONTAcTOs: Telefone/Fax: 292 292 145 E-Mail: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

TÉcNIcA

ImPressãO:

Rua Manuel inácio 9900-152 - Horta

edITOr e PrOPrIeTÁrIO:

de sousa, 25

dIsTrIBuIçãO: CTT TIrAGem: 1000 exemplares reGIsTO: nº 123 974 do instituto de Comunicação social

iaiC - informação, animação e intercâmbio Cultural, CRl niPC: 512064652 reGIsTO cOmercIAL: 00015/011017 (Horta) - Porte subsidiado GOverNO reGIONAL dOs AçOres

Esta publicação é apoiada pelo PROMEdia - Programa Regional de apoio à Comunicação social Privada


FuNdAdO 19 de ABrIL de 2002

Tribuna das Ilhas seXTA-FeIrA 4 07 de OuTuBrO de 2O11

www.tribunadasilhas.pt

pELA suA sAúDE

Vacinação contra a gripe raul de Amaral-marques

A

vacina contra a gripe, nesta época do ano, deve ser preferentemente prescrita às pessoas que mais dela beneficiam – as pessoas que constituem os chamados grupos de risco-. A gripe é uma doença viral aguda causada pelo vírus da gripe (vírus Influenza). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), durante as epidemias anuais de gripe, a taxa de ataque global é de 5 a 10% na população adulta e 20 a 30% nas crianças. A infecção processa-se através das secreções respiratórias e tem um período de incubação de cerca de 2 dias. A doença dissemina-se rapidamente entre

a população. As crianças que frequentam creches e infantários, de acordo com a OMS, são as principais disseminadoras do vírus na comunidade. Recomendação para a época 2011/2012 – A infecção atinge todos os grupos etários. A OMS e a Direcção Geral de Saúde recomendam fortemente a vacinação, para esta época de 2011/2012, aos seguintes Grupos alvo prioritários: Idade – a partir dos 60 anos. Doentes crónicos e imunodeprimidos, com idade superior a 6 meses. Grávidas com tempo de gestação superior a 12 semanas. Profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados (lares de idosos, designadamente). A vacina deve ser administrada, preferencialmente, em Outubro, podendo,

contudo, ser administrada durante todo o Outono/Inverno. As pessoas vacinadas na época anterior devem ser vacinadas em 2011/2012. Embora a vacina seja idêntica, a imunidade conferida tem uma duração limitada no tempo. A pneumonia é a complicação mais frequente da gripe no idoso sendo o agente causador mais frequente, o Steptococcus pneumoniae. Por isso, nas pessoas idosas, é de ponderar a administração simultânea da vacina contra a Pneumonia (que só deve ser administrada cada 5 anos). As vacinas são eficazes e seguras. O principal objectivo da vacinação é evitar as formas graves e as complicações, reduzindo a incidência de doença grave e a mortalidade prematura. Após a vacinação o nível de anticorpos que confere

esPAçO de PrOXImIdAde A POLícIA AO servIçO dOs cIdAdãOs P P O O L L í í c c I I A A

FIscALIzAçãO seLecTIvA no decurso do presente mês, a P.s.P., incidirá a sua fiscalização rodoviária, com especial incidência para os normativos abaixo designados:

• seGurO OBrIGATórIO

e e

 Coimas mínimas de 250 e 500€  sanção acessória de i.C. de 1 a 12 Meses

s s

de

d d

• eXcessO e e veLOcIdAde

 Coimas mínimas de 60 a 500€  sanção acessória de i.C de 1 a 12 Meses (Grave) e 2 a 24 Meses r r (M.Grave)

G G u u A A

N N ç ç

• cONduçãO sOB INFLuêNcIA dO ÁLcOOL

 Tas - 0,50 a 079 G/l, coima de 250€ a 1250€ e i.C. de 1 a 12 meses P P  Tas – 0,80 a 1,19 G/l, coima Ú Ú de 500€ a 2500€ e i.C. de 2 a B B 24 meses  Tas – 1,20 G/l ou mais = L L CRiME A A

I I

c c A A

NãO reGuLArIzAçãO dO reGIsTO de PrOPrIedAde AuTOmóveL 60 dIAs APós AquIsIçãO

 apreensão do veículo (art.º 162º nº 1 al. e) do C.E.  sanções pecuniárias, aplicadas/agravadas pela Conservatória do Registo automóvel, no acto de registo

• OuTrAs INFrAcções  Código da Estrada e legislação avulsa

LemBre-se: Máxima liberdade, obriga, máxima Responsabilidade

A P.s.P. deseja-lhe uma viagem em segurança Esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.s.P. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt contactos: Telefone - 292208510 Fax - 292208511

PrOGrAmA INTeGrAdO de POLIcIAmeNTO de PrOXImIdAde

protecção só é atingido ao fim de duas semanas. Como o pico da actividade gripal, em Portugal, tem ocorrido entre Novembro e Fevereiro, a vacina só deve

dr

ser administrada em Outubro, e por isso só está à venda a partir do dia 1 de Outubro, mas pode ser administrada durante toda a época gripal.


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