Revista semana do mar 2012

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Sexta-feira l O3 l agOStO l 2012

(DiStribuiçãO gratuíta)

Tribuna das Ilhas Especial Semana do Mar

FestivaL internacionaL de veLa Ligeira mais incLusivo Pág O4

marcha da semana do mar assinaLa vinte anos Pág O8

Les sabLes/Les açores/Les sabLes chega à horta na semana do mar

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nota de abertura

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rinta e sete anos depois a Semana do Mar parece ter encontrado o seu figurino e assume-se como a maior festa da ilha. Os constrangimentos orçamentais de todo o país também influenciam os maiores festejos da horta, mas não impedem que a festa se realize e que tente abordar o maior número de pessoas e este ano, pelo que se pode ver no programa, não é excepção. É verdade que não temos um cartaz de artistas de topo, a crise não deixa... Mas temos outras actividades que importa ressalvar, e o Vii encontro internacional de Vela ligeira é, sem dúvida, uma delas. Porque é internacional? Porque vai na sua 7.ª edição? também, mas não só. Sobretudo porque abrange a modalidade access, uma modalidade disputada por pessoas com deficiência. não podemos deixar de ressaltar esse aspecto. Pela primeira vez naquele que é o maior festival náutico do país as pessoas com deficiência, física ou mental, estão em destaque com um encontro de cariz internacional. É um claro promover da inclusão social. É uma acção que combate a exclusão social geralmente ligada a pessoas de classe social, nível educacional, portadoras de deficiência física e mental, idosas ou minorias raciais entre outras que, não têm acesso a várias oportunidades, ou seja, inclusão Social é oferecer aos mais necessitados oportunidades de participarem... É claro que a Semana do Mar conta com diversas outras actividades de cariz cultural e de entretenimento, podendo afirmar-se estarmos na presença da maior festa da ilha do faial e uma das mais importantes do arquipélago, assumindo até, na sua dimensão marítimo-desportiva, uma projecção internacional cada vez mais digna de registo. temos ainda que destacar, neste que é o ano 20 de Marchas da Semana do Mar, o facto da Comissão Organizadora ter incluído um restaurante de sabores do mar. a iniciativa é da aPeDa mas incide sobre um dos nossos maiores tesouros gastronómicos - o peixe. ao longo de toda a festa os presentes poderão experimentar o verdadeiro peixe dos açores. uma promoção do que é nosso. a todos uma boa festa! MJS g

indíce O4 access em destaque na semana do mar em 2012 o festival internacional de Vela ligeira da Semana do Mar rebebe competição na área da vela adaptada. O Clube naval da horta está a utilizar embarcações acess para dar a todas as pessoas a oportunidade de velejar.

O8 marcha da sm celebra 20 anos

no ano em que a Marcha da Semana do Mar comemora o seu 20.º aniversário, tribuna DaS ilhaS foi recordar como tudo começou e esteve à conversa com os protagonistas.

12 rui silveira - o menino de ouro do cnh

neste especial Semana do Mar, tribuna DaS ilhaS entrevistou o laserista faialense rui Silveira, que compete ao mais alto nível, defendendo as cores do emblema do Clube naval da horta.

15 horta no centro da vela oceânica

Durante a Semana do Mar chega ao faial a iV edição da regata les Sables/les açores/les Sables, que liga a frança à horta em embarcações da classe de 6,5 metros.tribuna DaS ilhaS foi saber mais sobre este evento.

19 semana do mar com sabores do mar

a feira gastronómica é já uma referência da Semana do Mar. este ano, o destaque vai para o peixe fresco dos açores, com a presença de um restaurante dedicado exclusivamente a peixe e marisco.

21 a semana de todos os negócios

O aumento do número de pessoas na ilha durante a Semana do Mar faz com que nesta altura os empresários locais aproveitem para dinamizarem os seus negócios. em tempos de crise, tribuna DaS ilhaS foi saber das expectativas do empresariado.

25 sm numa cidade em mudança

Com o novo molhe norte do porto recém-inaugurado e o projecto de requalificação da frente de mar em andamento, tribuna DaS ilhaS foi tentar saber como é que as mudanças na cidade podem influenciar a Semana do Mar.

28 todas as freguesias presentes no desfile uma das novidades da 37.ª edição da Semana do Mar é a passagem do desfile do último para o primeiro domingo. Conheça os temas que as 13 freguesias do faial trazem ao corso da Semana do Mar, num ano dedicado etnografia.

Tribuna das Ilhas - FICHA TÉCNICA: iaiC - informação, animação e intercâmbio Cultural, Crl n.º PeSSOa COleCtiVa: 512 064 652 SeDe: rua Conselheiro Miguel da Silveira, nº12, Cv/a-C 9900-114 horta telefOne: 292 292 145 e-Mail: tribunadasilhas@mail.telepac.pt Site: www.tribunadasilhas.pt DireCtOr:Cristiano bem Chefe De reDaCçãO:Maria José Silva reDaCçãO:Susana garcia e Marla Pinheiro PrOJeCtO gráfiCO: iaiC - informação, animação e intercâmbio Cultural, Crl, PaginaçãO: Susana garcia iMPreSSãO: gráfica “O telegrapho” tirageM: 2500 exemplares regiStO: nº 123 974 do instituto de Comunicação Social regiStO COMerCial: 00015/011017 (horta)


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TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

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vII ENCONTrO INTErNACIONAl dE vElA lIgEIrA

access em destaque na semana do mar A vela nos Açores, e mais concretamente na ilha do Faia, é mais do que pequenos barcos a navegar no horizonte, congrega em torno de uma prática recreativa, desportiva e terapêutica todos os elementos de uma comunidade. O Projeto vela Para Todos – Faial Sem limites visa a inclusão de todos na prática da vela, destruindo barreiras e preconceitos que ainda possam existir, dando o seu contributo para a construção de uma sociedade mais justa e aberta à diferença. Na edição 37 da Semana do Mar vamos ter, pela primeira vez, um Encontro Internacional da classe Access. g

MArIA JOSÉ SIlvA

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vela é no faial quase como que um objecto de culto. entrar na baía da horta é sentir a história que os ventos vindos do Monte da guia e da Ponta da espalamaca trazem, pelo que não é nada estranho ou sequer “esquisito” que pessoas portadoras de deficiência tenham aprendido a velejar. a iniciativa foi da associação de Pais e amigos dos Deficientes da ilha do faia (aPaDif) e do Clube naval da horta (Cnh) e surgiu em Janeiro deste ano num projecto intitulado “Vela para todos, faial sem limites”. no coração deste projecto está a quebra de barreiras que impedem pessoas com deficiência de praticarem vela. De acordo com João Duarte, treinador e técnico da aPaDif, “no fundo o desporto está a contribuir para eliminar as barreiras físicas e psicológicas que muitas pessoas têm em relação quer à deficiência, quer às necessidades das pessoas com deficiência”. a abrangência de públicos tão diferenciados que o projecto apresenta (crianças, jovens e adultos com ou

sem deficiência, comunidade escolar e população idosa), só se torna possível com a aquisição de embarcações que permitam adaptar a actividade da vela às características dos praticantes. as embarcações da classe access são uma referência mundial no âmbito da vela adaptada, enquadrando-se nos objectivos do projecto. esse barco acabou por surgir doado pela Companhia do bacalhau. Desde então o barco, baptizado de “bacalhau”, vai para a água 16 horas por semana e tem cerca de 40 de praticantes assíduos. importa referir que o “bacalhau” é controlado através de um joystick, possível de ser utilizado com a mão, com o pé, com o queixo ou com qualquer outra parte móvel do corpo. tem um casco côncavo, pelo que é muito estável. Para além disso tem um sistema enrolador da vela no mastro, que substitui os rizos e ajusta a vela a várias condições de vento, sem necessidade do velejador sair do lugar. O seu pa-

tilhão central lastrado tor-na o access quase impossível de virar e a posição do velejador sentado, virado para a proa e no fundo da embarcação, em vez da posição lateral, promove uma maior estabilidade.u

O desporto está a contribuir para eliminar as barreiras físicas e psicológicas que muitas pessoas têm em relação à deficiência”

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João duarte, treinador 5


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“Quando apresentámos o projecto ao Cnh pretendíamos promover a criação de uma escola de vela para todos, onde, entre outras, as pessoas com deficiência pudessem participar. não queremos uma escola exclusiva para pessoas com deficiência, nem uma escola de vela só para pessoas ditas normais. Queremos construir algo inovador que permita o acesso a todas as pessoas, independentemente do tipo de deficiência, idade, sexo, raça ou religiao, na defesa do direito à diferença e igualdade de oportunidades” - referiu João Duarte ao tribuna DaS ilhaS. De acordo com o técnico, “a vela como actividade física é um desporto com características muito próprias, que desenvolve capacidades variadas, transmitindo ao praticante confiança e autonomia suficientes para ultrapassar situações difíceis que possam surgir no dia-a-dia, favorecendo a auto-es-

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tima e a valorização pessoal dos seus praticantes”. ao criarmos uma escola de vela para todos, que promova o direito à diferença e à igualdade de oportunidades, damos o nosso contributo para a mudança de mentalidades, abrindo portas para uma sociedade mais justa e tolerante, onde todos podemos participar e interagir”, acrescenta.

o encontro

integrado no encontro internacional de Vela ligeira que de há seis anos a esta parte enche a baía da horta de velas ao vento, vai decorrer o i encontro internacional de acess. O Cnh vai participar com três atletas: lício Silva, rui Dawling e libério Santos. Participarão igualmente velejadores de Viana e da escola nacional. ao todo, seis barcos estarão no

mar na classe 203. Os velejadores do acess 303; Jorge Costa, Vítor Cardoso, Carlos Cardoso e Márcio Sousa também estarão em prova. João Duarte é o treinador destes velejadores, que contam com o apoio do terapeuta ocupacional nilzo fialho. enquanto treinador, João diz que “este tem sido um trabalho muito gratificante. as pessoas têm aderido e têm gostado. É uma actividade que exige muito trabalho e algum esforço, mas as coisas têm corrido bem.” Satisfeito, refere que “mesmo que só tenham passado seis meses, os resultados obtidos têm sido muito positivos devido, sobretudo, ao número consistente de participantes que regista”. João Duarte pratica vela desde pequeno, pelo que podemos dizer que o mar lhe corre nas veias... trabalhar com pessoas com deficiência foi algo que sempre o fas-

cinou e foi nesta direcção que orientou a sua formação profissional: “há muito tempo que tinha esta vontade de conciliar estas duas actividades, de trabalhar pela inclusão destas pessoas e de tornálas mais activas e envolvidas na sua comunidade. Depois de encontrarmos parceiros que suprimiram as questões logísticas e financeiras, pôr as coisas a andar não é complicado”, explica. Quanto aos benefícios concretos que a prática da vela pode trazer a pessoas com deficiência, João Duarte diz que “são os mesmos quer para os portadores de deficiência quer para a população sem deficiência, todavia, se tivermos em linha de conta que há pessoas que só saem de casa quando vão aos treinos da vela, isso obviamente tem um impacto muito grande para estas pessoas”. g

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João Fernando brum de azevedo e castro Presidente da Câmara Municipal da Horta

Bem-vindos à Semana do Mar 2012!

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e ano para ano, a “Festa do Mar” tem assumido a nossa identidade marítima e a capacidade dos faialenses em defender um desenvolvimento sustentável, centrado na (re)descoberta do potencial do mar, do ponto de vista económico, cultural, social e recreativo. A Semana do Mar é hoje uma referência no panorama náutico e musical em Portugal, que se afirma pela experiência das suas mais de três dezenas de edições, marcadas quase sempre pela inovação em terra e no mar e pelo amadurecimento dos laços afectivos que unem a “Ilha Azul” a outras paragens, também elas intensamente ligadas ao mar e ao núcleo duro da náutica mundial. A “Festa do Mar” representa, ainda, o encontro de várias gerações de faialenses e o reencontro de familiares e amigos que vivem e sentem a Semana do Mar através dos concertos, das provas desportivas de mar e em terra, da gastronomia e das mostras de artesanato. A Semana do Mar é o corolário de uma estratégia de promoção de projecção regional, que olha para a Horta e para a Marina da Horta como um grande centro europeu de náutica de recreio, com larga tradição no acolhimento aos iatistas e navios de cruzeiro que nos visitam practicamente todo o ano. Para os faialenses, “o caminho do futuro faz-se então caminhando e navegando”, olhando para o mar enquanto gerador de oportunidades nas vertentes do emprego, da economia, do turismo e também numa perspectiva de integração social. Neste contexto, parece-nos interessante fazer reflectir todas estas preocupações e linhas orientadores através de uma Comissão Municipal para os Assuntos do Mar, capaz de congregar a nível concelhio, as várias entidades com interesses na área dos recursos marinhos e do mar. A promoção do Porto da Horta e da sua Marina, através da integração no Clube das Mais Belas Baías do Mundo, o estudo dos ecossistemas marinhos e das suas potencialidades, a preservação e consciência ambientais integram, sem dúvida, as preocupações desta comissão, como também a de todos os faialenses. Não poderia deixar de felicitar todas as entidades que integram anualmente a organização da Semana do Mar e que a ela emprestam e depositam os seus conhecimentos e ambições. A todos, uma excelente Semana do Mar! Na cidade-mar de Uma das Mais Belas Baías do Mundo!

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marcha da semana do m g

desde 1992 que a Marcha da Semana do Mar é parte integrante do programa da festa, que se realiza no Faial desde 1975. A marcha é já uma tradição, tendo sido cantada por 20 vezes desde então, sendo considerada um dos aspectos mais representativos do cartaz deste evento. A Marcha da Semana do Mar surgiu por sugestão de victor rui dores e do maestro José Amorim de Carvalho e foi bem acolhida pelo então presidente da Câmara Municipal da Horta. desde então até hoje nunca mais parou, à excepção de 1998, ano em que não houve Semana do Mar devido ao sismo. TrIBUNA dAS IlHAS foi saber um pouco da história da Marcha, desde o seu início, através da voz de Conceição Carepa, a primeira intérprete, que então cantou um poema de rui dores, com música de Amorim de Carvalho, até ao actual momento, na voz de Cristina Pinheiro.

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SUSANA gArCIA

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Semana do Mar é, como o nome diz, dedicada ao vasto azul que nos rodeia, sendo considerada um dos maiores festivais náuticos do país. a marcha da Semana do Mar mantém o mesmo intento. nas suas letras, a horta, a Marina, a baía, o canal faial/Pico, a avenida, as hortênsias, as regatas, entre muitas outras belezas, têm especial revelo. esta tradição começou com Conceição Carepa, que cantou a marcha da Semana do Mar de 1992, com letra de Victor rui Dores e música de amorim de Carvalho. foram, de resto, estes dois últimos os percursores do projecto, que pretendia, através da música, chamar a população a participar na Semana do Mar, criar oportunidades para potenciais

cantores entrarem no meio artístico e incentivar os poetas e músicos locais a escrever, em estilo de marcha popular, sobre a horta. Victor rui Dores é o autor de 17 das 20 letras das marchas da Semana do Mar. apenas não escreveu três, que foram da autoria de luís alberto bettencourt (1999), Sérgio luís (2002) e eugénia ramos (2011). tribuna DaS ilhaS esteve à conversa com o autor, que explica como tudo começou: “foi uma sugestão minha e de José amorim Carvalho, que foi aceite pelo então presidente da Câmara Municipal da horta, renato leal”, recorda. Para Victor rui Dores, a Marcha nasceu da necessidade que sente de “fazer uma declaração de amor à cidade da horta”, à qual se considera ligado por “razões afectivas, sentimentais e também de profissão”.

vICTOr rUI dOrES As letras da Marcha são uma declaração de amor que faz à cidade da Horta

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o mar celebra 20 anos ano em que houve concurso quem ganhou foi o meu querido amigo luís alberto bettencourt, de São Miguel”, recorda. nesse ano, 1999, lembra Victor que “a intérprete foi a Paula Cristina, cantora que está agora na banda Ponto Com”. É com muito orgulho que rui Dores assume a função de letrista da Marcha da Semana do Mar, pois a recompensa é o facto das pessoas conhecerem as suas letras. Outro aspecto que considera fundamental é o facto das marchas da Semana do Mar promoverem não só os valores musicais locais como a própria ilha. Quando fala nesta promoção o autor refere-se ao vídeo clip realizado pela rtP/açores, que passa depois na estação local e na rtP/internacional, que é, no seu entender “um cartão-de-visita à Semana do Mar” e ao faial. no que diz respeito às letras, o compositor assume que começa a esgotar o reportório: “para mim o que se me torna difícil é dizer a mesma coisa por outras palavras”, confessa. no entanto, entende, a essência da Semana do Mar é a mesma, e trata-se apenas de encontrar palavras diferentes para expressar o mesmo amor pela cidade da horta. a terminar, é com tristeza que Victor rui Dores refere que este ano gostaria de ver gravado um CD com as 20 marchas da Semana do Mar, mas, devido à actual situação económica, isso não foi possível. “fizemos um CD com as dez primeiras marchas, que curiosamente vendeu muito bem, e tenho a certeza que um CD com 20 marchas teria venda. Mas infelizmente isso não foi possível”.

MArCHA COrEOgrAFAdA Esta foi a segunda e última marcha dançada da Semana do Mar

Para o escritor, esta sua faceta musical é “uma extensão” da sua actividade “enquanto escritor, homem ligado às letras que está sempre a fazer coisas”. “não faço só marchas para a Semana do Mar. este ano também sou o autor da marcha oficial das Sanjoaninas da terceira. Já escrevi uma marcha para São Jorge e duas para as flores”, revela. Quanto ao processo de elaboração da Marcha, o autor explica que, normalmente, começa por escrever a letra. O único ano em que isso não aconteceu, confessa, foi quando Carlos alberto Moniz foi o autor da música. nos últimos anos o seu parceiro musical tem sido fernando goulart, “por uma questão de eficácia”: “ele é meu vizinho e tem um estúdio portanto tornam-se as coisas mais simples”. no entanto, este escritor já trabalhou com outros compositores, como amorim de Carvalho, Carlos alberto Moniz ou emiliano toste. rui Dores refere que, por norma, os autores da letra e da música têm também a responsabilidade de escolher a intérprete da Marcha. “apostamos em pessoas que já estão no mercado a cantar ou então que não estão no mercado mas que têm qualidade vocal”, clarifica. Para o autor não há dúvidas de que “é mais difícil escrever a letra TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

do escolher a intérprete”, pois “estamos muito bem servidos de gente que canta”. nesta escolha, a aposta recai, geralmente, na juventude. este ano a intérprete é Cristina Pinheiro, de 18 anos. Sobre ela, rui Dores confessa que “desconhecia que ela sabia cantar”, conhecendo apenas a sua ligação à música através da filarmónica unânime Praiense. “um dia assisti a um espectáculo onde ela cantou música ligeira, achei que tinha uma voz fantástica e resolvi apostar na Cristina”, diz. rui Dores gosta de vozes no feminino para a Marcha, pois, entende, as mulheres dão “vivacidade e frescura” à interpretação. “O que muita gente me pergunta é porque nunca vozes de homem? em 20 anos só tivemos duas vozes masculinas, que foram o emiliano toste e o Chico ávila”, diz. Depois de escrita a letra, composta a música e escolhida a intérprete, avançam para o concurso. inicialmente, rui Dores e amorim de Carvalho eram sempre convidados a serem os autores da Marcha da Semana do Mar, tendo depois sido instituído o método de concurso público: “fui uma das pessoas que incentivou o concurso público, porque algumas vozes críticas diziam que eram sempre os mesmos a fazer as marchas”, refere. “no primeiro

Marcha da Semana do Mar coreografada

no ano inaugural, a Marcha da Semana do Mar foi também coreografada. a sua coreografia foi da responsabilidade de isaura rodrigues. De acordo com a proposta remetida à autarquia, assinada por Victor rui Dores, pretendia-se que os bailarinos fossem “malta jovem”, no total de seis pares, vestindo “eles t-shirts da Semana do Mar, jeans azuis e ténis brancos, e elas t-shirts azuis e lisas, saia curta branca e sabrinas azuis”. três anos depois, por ocasião dos 20 anos de Semana do Mar, a Marcha voltou a ser coreografada. Desde então, tal nunca mais aconteceu. Dores explica que se “criou uma tradição de marchas da Semana do Mar, mas não se criou o apego à marcha coreografada”.

MArCHA É “APErITIvO OBrIgATórIO dA NOSSA FESTA”

Quem o afirma é o maestro amorim de Carvalho, outro dos responsáveis pela existência da Marcha da Semana do Mar e também autor de sete das suas músicas. O maestro recorda bem a conversa que deu origem à Marcha, no Conservatório da horta, entre ele e o então director da instituição, Victor rui Dores. amorim de Carvalho lembra que tinham objectivos bem definidos: “criar um indicativo, sonoro e visual, que motivasse os açorianos, e não só, a participar na maior festa dos faialenses, dar oportunidade a quem gostasse de cantar, especialmente aos mais jovens, de aparecer no campo artístico e, por fim, motivar os poetas e músicos locais a escrever, letra e música, em estilo de marcha popular, sobre a cidade da horta”. O maestro explica que a primeira marcha “foi uma experiência com prata da casa, acompanhamento musical feito por instrumentos filarmónicos, pois não existia um estúdio local onde pudesse ser gravada e trabalhada”. O sucesso foi tantoque no ano seguinte “a Comissão u 9


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fácil: “para musicar u m a marcha prefiro p r i meiro inspirarme na l e t r a ”. no seu entend e r , “tornase mais fácil encontrar um sinónimo c u j a acentuação coincida com a nota forte da melodia do que o contrário”, explica, dando como exemplo o hino dos açores: “temos péssimos exemplos como o nosso hino da região, cuja letra, de muito nível, teve de ser metida a ‘martelo’, como se diz na gíria musical”, salienta. no que diz respeito à escolha das marchas a concurso, o impulsionador do projecto não hesita em afirmar que “um elemento im-

JOSÉ AMOrIM dE CArvAlHO O maestro foi o autor da música da primeira marcha da Semana do Mar

das festas decidiu custear a ida da intérprete a lisboa, ao estúdio do Carlos alberto Moniz, que fez o respectivo arranjo. foi um grande passo em qualidade”, explica. É com orgulho que o regente afirma que todo o seu trabalho foi a título gratuito “recusando, na última marcha, o prémio estabelecido para os autores”. Para amorim de Carvalho, preparar uma marcha não é tarefa

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portante na selecção das marchas é o critério do Júri, que deve estar atento aos plágios”. O maestro entende que é importante que “os jurados conheçam um pouco da história da música popular portuguesa”. em jeito de conclusão, amorim de Carvalho afirma que “a festa do Mar deve ser um acontecimento de alegria, e recorda a letra de uma das marchas: “o gin da nossa amizade/ tem outra verdade/ à noite tomado/ salta a cerveja na mesa/ e vai-se a tristeza/

lá para outro lado…Viva a Marcha da Semana do Mar!”.

A PrIMEIrA vOz dA SEMANA dO MAr

Com já algum curriculum musical, ainda que a nível amador, a voz de Conceição Carepa foi a escolhida para interpretar a primeira Marcha da Semana do Mar. Conceição conta que começou a cantar “muito nova”. “Os meus irmãos sabiam música e em família cantávamos muito. Sempre gostei de cantar”, diz.

CONCEIçãO CArEPA A faialense eu voz à primeira marcha da Semana do Mar em 1992

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CrISTINA PINHEIrO A jovem cantora dá voz à Marcha da semana do mar 2012

À nossa reportagem a intérprete conta que o convite partiu de Victor rui Dores e de José amorim de Carvalho: “telefonaram-me a convidar para ir cantar a marcha da Semana do Mar”, conta, recordando que aceitou prontamente. “Começámos por ensaiar a letra em casa do professor Victor rui Dores e seguidamente em casa do fernando goulart, onde fizemos a gravação”. a cantora, que na altura fazia parte do grupo Coral Maré Viva, refere que se sentia muito à vontade e que cantar a marcha lhe deu muito prazer, de tal modo que nem sentiu o peso da responsabilidade de ser a primeira intérprete daquela que viria a ser uma tradição da Semana do Mar. Conceição esclarece que, nessa altura, “a marcha da Semana do Mar não era cantada no palco, a gravação apenas passava como musica ambiente durante a festa”. ainda assim, recorda que “as pessoas ficaram muitos contentes” e reconheciam a sua voz na gravação. actualmente, Conceição con-

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fessa que apenas canta em casa. Sobre a Marcha da Semana do Mar de 1992, reconhece que, para voltar a cantá-la, teria de rever a letra.

rEPrESENTAr A SEMANA dO MAr ATrAvÉS dA MúSICA É “UM ENOrME PrIvIlÉgIO”

Cristina Pinheiro nasceu no faial há 18 anos e vive na Praia do almoxarife. Desde muito nova, por influência do seu avô paterno, que foi músico durante mais de 50 anos, e do seu pai, trompetista, tomou consciência de que a música é a sua vida. Começou a cantar com dez anos e o seu género musical preferido é a música clássica e o jazz. há oito anos que frequenta o Conservatório regional da horta, onde aprendeu trompete e canto. terminou recentemente o Curso Complementar de instrumento. Os seus projectos futuros passam pela música. Vai frequentar aulas de trompete na academia Superior da Orquestra Metropolitana, em lisboa, e quer ter aulas de Canto no Conservatório nacio-

nal de lisboa, área em que pretende aperfeiçoar os seus estudos. Já cantou com a Orquestra de Música ligeira da Câmara Municipal da horta na Semana do Mar 2011, com a filarmónica unânime Praiense, nas comemorações do Dia Mundial da Música no teatro faialense, com o grupo Coral de Santa Catarina e com o grupo Coral da Paróquia de nossa Senhora da graça. a juntar ao seu já vasto curriculum musical ficará também a interpretação da Marcha da Semana do Mar 2012. Sobre a proposta de Victor rui Dores para este desafio, confessa que aceitou “com grande entusiasmo”, mostrando orgulho pelo facto da marcha a que dá voz ter sido seleccionada de entre as quatro concorrentes. a jovem assume com grande responsabilidade esta tarefa e já fez a sua estreia por ocasião da apresentação do programa deste ano, nos Paços do Concelho: “no início estava um pouco apreensiva com o peso da responsabilidade, no entanto no final da apresentação senti-me bem, pois acho que agradou aos presentes”, conta. “Sendo a Semana do Mar uma das maiores festas de Verão dos açores, representá-la através da música é um enorme privilégio que fará parte do meu Curriculum Musical”, revela. Para si, “a letra da marcha é muito bonita e alegre e evidencia o modo como os faialenses vivem a Semana do Mar”, termina. g

Marchas da Semana do Mar 1992 a 2012 AutoreS dA LetrA: Victor rui dores – 17 marchas Luís Alberto Bettencourt – 1 marcha (1999)

Sérgio Luís – 1 marcha (2002) eugénia ramos – 1 marcha (2011)

AutoreS dA MúSicA: Amorim de carvalho: 7 marchas Fernando Goulart: 6 marchas emiliano toste: 2 marchas Luís Alberto Bettencourt: 1 marcha

Sérgio Luís: 1 marcha carlos Alberto Moniz: 1 marcha José Maria Silva: 1 marcha Luís Pedro Fonseca: 1 marcha

intérPreteS conceição carepa (1992) raquel Vieira (1993) conceição Fagundes (1994) iola (1995) Marisa Serpa (1996) chico Ávila (1997) (Sismo 1998: não houve Semana do Mar)

Paula cristina (1999) emiliano toste (2000) cláudia Amaral Pinho (2001) Arminda Alvernaz (2002) Bruna Borges (2003) daniela rodrigues (2004) Suzete Saraiva (2005) Vera Melo (2006) cátia Santos (2007) teresa Luís (2008) renata rodrigues (2009) Sarah Pacheco (2010) Graça Bettencourt (2011) cristina Pinheiro (2012)

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ENTrEvISTA

Nasceu em 1990 na cidade da Horta e dez anos depois inscreveu-se na Federação Nacional de vela, pelo Clube Naval da Horta, na classe de “Optimist”. do seu palmarés constam vários títulos locais, regionais e nacionais. Nos últimos anos mudou-se para lisboa e é de lá que tem partido para participar em provas europeias e internacionais. TrIBUNA dAS IlHAS esteve à conversa com este velejador que nos falou dos seus objectivos para o futuro.

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MArIA JOSÉ SIlvA

Como é que se iniciou na vela? a minha ingressão no mundo da vela deu-se de uma forma muito natural. Miúdo nascido e criado na cidade da horta, fui parar ao Clube naval da horta (Cnh) de uma forma muito espontânea, como qualquer outro miúdo que gosta do mar e pelo simples facto do Cnh ter um papel importante nas camadas jovens da nossa ilha. Para além disso, a minha família tem uma enorme ligação ao mar, sendo a referência principal o meu avo materno, José Medeiros, pela sua história. Por isso vejo a minha iniciação neste mundo quase como algo que estava previamente destinada. O que o fascina nesta modalidade? O mais fascinante numa modalidade como a vela, sendo esta difícil de praticar, é o facto das nossas competências estratégicas, intelectuais ou TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

tácticas terem um papel preponderante entre o ganhar e o perder, isto numa vertente competitiva. O que me fascina nesta modalidade é o sucesso e a forma como o alcançamos. a vela é um desporto cujos factores externos ao barco e a nós (por exemplo o vento, as nuvens, as marés, a geografia do local, etc) têm um papel importantíssimo no desfecho final de um campeonato. a melhor sensação é quando nos conseguimos adaptar de uma forma eficaz a todos esses factores e as coisas correm bem, mas não só. a vela obriga-nos a cumprir regras e a manter valores e formas de estar na vida diferentes e únicas o que nos faz crescer rapidamente, fazendo com que sejamos pessoas mais maturas e responsáveis. Outro aspecto muito positivo da vela é a possibilidade de conhecer o mundo e navegar em sítios extremamente interessantes, dotados de grandes belezas, natureza, culturas e pessoas.

rui siLveira o

Sendo atleta do CNH, que imagem/opinião tem da vela que se pratica no Faial? apesar de estar distante sempre acompanhei a actividade do Cnh, que foi a minha grande escola. faço parte da vida activa do clube mas normalmente em provas nacionais e internacionais. no entanto, sempre que vou ao faial dou o meu contributo às camadas jovens, tentando transmitir os meus conhecimentos. nestes úíltimos dois anos vejo uma evolução positiva na qualidade dos nossos velejadores, o que me deixa satisfeito e com expectativas para que o futuro nos traga mais jovens para este circuito. Curiosamente, neste momento vejo a vela ligeira muito mais forte que a vela cruzeiro. estes são bons indicadores e é sinal que as pessoas à frente dos destinos do Clube já perceberam a importância dos jovens na vela da nossa ilha, sendo estes a estrutura e o futuro de

um clube. apesar de haver tudo isto é claro que há limitações, o que é normal pelo facto de estarmos isolados, principalmente a falta de maior número de participações em provas nacionais, para que se desenvolvam maiores competências. Mas o caminho faz-se caminhando e não tenho dúvidas do potencial dos jovens da nossa terra e do Clube, apenas é preciso ser paciente e continuar a trabalhar, apostando sempre nas bases e numa boa aprendizagem. louvo o esforço que o Cnh tem feito na promoção da vela adaptada, a possibilidade que tem dado a pessoas com limitações físicas praticarem vela. Cada vez mais a vela tem de ser de todos e para todos acabando com o preconceito elitista que existe neste mundo da vela. Como foi a transição para lisboa? a transição para lisboa começou por uma decisão séria e familiar, que ocorreu no ano 2007, 12


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a o menino de ouro do cnh tinha eu 17 anos, depois de ter participado num estágio nacional de jovens talentos organizado pela fPV. a proposta feita aos meus pais foi “quero continuar a estudar no itn para poder evoluir na vela”. não foi fácil e tinha que me integrar sem ser marginalizado e então a opção passou por federar-me na anl. aí integrado, tinha as mesmas possibilidades que os meus colegas de evoluir e partilhar o mesmo treinador. treinávamos aos fins de semana, mas quando tinha disponibilidade e em vésperas de provas treinava, muitas vezes sozinho. trabalhei muito mas aos poucos comecei a destacarme dos laseristas nacionais e a motivar-me cada vez mais. tive a sorte de ter bons treinadores que me estimaram muito e me apoiaram porque desde cedo perceberam qual era o meu objectivo. há dois anos entrei na Vela

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Olimpica, evoluí consideravelmente, adaptei-me ao rigor de um atleta Olímpico de uma forma natural. Sempre tive a capacidade de me rodear de pessoas cujo os valores, objectivos e forma de pensar fossem muito próximos dos meus e a partir daí as coisas surgiram de uma maneira mais fácil. acredito que, na maior parte das vezes tenho conseguido escolher o caminho certo.

Neste momento quem é o seu treinador e como são orientados os seus treinos? Desde Setembro o meu treinador é o luís rocha, com um vasto curriculum, reunindo condições para ser um dos melhores treinadores portugueses de vela, e do Mundo. felizmente o governo dos açores tem uma política para o desporto que me proporcionou a contratação deste excelente trei-

nador, fundamental para a estabilidade deste projeto. O luís é uma pessoa muito conceituada e com um trabalho reconhecido no mundo do desporto. É o treinador de vela português com mais títulos mundiais e europeus alcançados e é o único que possui uma medalha nos Jogos Olímpicos como treinador, para além já ter sido director técnico da federação Portuguesa de Vela bem como coordenador do Projecto Olimpico. É uma pessoa extremamente profissional e com grandes valores no desporto, logo a adaptação foi naturalmente fácil. trabalhamos muito diariamente com o objectivo de sermos melhores a cada treino e a cada campeonato. Os meus treinos têm o rigor de qualquer atleta que queira alcançar o sucesso no Olimpismo. trabalhamos muito em treinos bi-diários, chegando mesmo várias vezes a tridiários dependendo do objectivo de cada treino. u

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resumindo, treinamos no mar cerca de 3h30 (independentemente da força do vento), seguindo-se por um trabalho físico de ginásio, acabando assim com um trabalho de recuperação (por exemplo pedalando em estrada cerca de1h00, no mínimo). a época é planeada em conjunto com os técnicos do Centro de alto rendimento. estes fazem o planeamento do treino de ginásio tendo em conta aquilo que pretendemos para um determinado campeonato e época. normalmente durante o período competitivo atingimos dois picos de forma e esses acontecem sempre nas provas mais importantes do calendário. Porquê e como decidiu seguir uma carreira na vela? a carreira na vela foi o resultado de toda a minha evolução. Para além de estudar, estou no 1º ano do Curso “gestão Portuária” na escola Superior náutica infante D. henrique. Sou competitivo e quero atingir o sucesso nesta modalidade, acredito que isso é possível e por isso trabalho afincadamente para tal. Desde novo sonhava que um dia poderia participar nuns Jogos Olímpicos e lutar por uma medalha. É o meu sonho desde que comecei a praticar vela de competição. Pretendo continuar forte pois quero permanecer por muito tempo nesta modalidade e ser reconhecido pelo meu trabalho. no futuro imagino-me a navegar em circuitos de vela no topo mundial. O que mais me fascina é a possibilidade de atingir o sucesso não só na vela olímpica como noutros barcos. Mas claro que só acontecerá se continuar a trabalhar muito! londres esteve na sua mira durante esta época, todavia foi um objectivo que já está fora de hipótese… Quais os seus planos para o futuro? infelizmente londres já não é possível. Por momentos acreditei que havia a possibilidade de lá estar para competir nos Jogos Olímpicos mesmo depois do gustavo lima voltar à classe laser. entrei determinado na primeira prova de selecção (troféu Princesa Sofia) pois sabia que as condições naturais de Palma de TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

Maiorca eram-me mais favoráveis a mim do que ao meu adversário, logo senti que tinha de fazer a diferença e tirar os melhores resultados. O campeonato estava a correr bem até aparecer um problema técnico no barco que condicionou muito o desfecho do campeonato. infelizmente aqui o objectivo não foi cumprido porque não consegui atingir a diferença pontual desejada. Sabendo que ele iria estar muito forte fisicamente na Skandia Sail for gold em inglaterra, a estratégia passava por ganhar vantagem em relação ao gustavo nesta prova, porque comparativamente estava fisicamente melhor, e na 2ª prova de apuramento para os JO, gerir a diferença de pontos existentes entre nós. Mesmo depois de ter perdido as selecções para aquele que considero um dos melhores laserista mundiais, continuámos a trabalhar juntos. não tenho a menor dúvida de que o gustavo pode ser a surpresa destes jogos se o vento ajudar. no entanto considero que terminei a época em alta no Campeonato da europa que se realizou em hortin (frança) de 2 a 7 Julho. terminei em 18º, sendo o melhor resultado desde sempre na categoria de Sénior, 13 por países.. isto deixa deixame feliz e com esperança no futuro. O meu futuro irá passar por fazer campanha na classe laser para os Jogos Olímpicos do rio de Janeiro. encaro estes jogos de uma maneira muito positiva pois as condições que normalmente acontecem no local onde irão ser realizadas as regatas são-me muito favoráveis, tendo em conta as minhas características. Para além disso, quero navegar com mais regularidade em barcos mais evoluídos tecnicamente e tenho o desejo de formar uma equipa competitiva com o objectivo de vingar no Match racing. Mas para isso é necessário algum financiamento e sinceramente espero que surja essa oportunidade. no entanto o foco dos próximos quatro anos passa pelo laser, sendo o meu primeiro objectivo entrar na equipa olímpica já na próxima época. g

curricuLuM deSPortiVo - Inscreveu-se na Federação Nacional de Vela no ano de 2000, pelo Clube Naval da Horta, na classe de “Optimist” - 2º lugar no encontro Regional de Escolas de Vela em Optimist, nas Lajes – Flores (2001) - Participação no XV Encontro Nacional de Escolas de Vela, realizado em Pinhel (Setembro 2001) - 2ª PAR Optimist B – Zona 3 – realizado na Vila de São Roque, Pico, obteve o 1º lugar (Março 2002). - Participação no Campeonato Regional de Optimist B, realizado nas Velas de São Jorge (Março 2002). - Participação no Campeonato Nacional de Optimist organizado pelo Clube Naval de Ponta Delgada (Abril 2003). - Participação no Campeonato Nacional de Optimist organizado pelo Clube Naval de Cascais (Maio 2004) - Participação no Festival Náutico da Semana do Mar na Classe Laser Radial (Agosto 2004) - Participação no XXXI Festival Internacional de Vila Moura (Fevereiro 2005) - Selecção Regional para apuramento Nacional – 2º Lugar – Vice Campeão Regional dos Açores (2005) - Participação no XVII Campeonato Nacional de Juniores Laser Radial, organizado pelo Clube Naval de Tavira (Maio 2005) - Campeão Regional Laser Radial (2006) - Participação no XVII Campeonato de Portugal de Juniores, realizado em Cascais, obteve o 10º lugar, (2006) - Participação no Estágio de novos talentos em Laser Radial da FPV (2006) - Cartaz do Festival Internacional da Semana do Mar, integrado no Projecto desenvolvido pelo Governo Regional “Vicia-te na Vida” – (2006) - Participação na Regata de Natal, organizada pelo Clube Naval de Cascais (Dezembro 2006) - “Selecção Regional para apuramento Nacional” 3º lugar - Participação no XVIII Campeonato de Portugal de Juniores em Matosinhos (Maio de 2007) - Participação na 1ª. PCR, integrado no Festival Internacional da Semana do Mar 1º lugar (2007) - Participação no Campeonato Nacional de Vela Radial (2008) - Participação na 1ª Etapa do circuito Europeu de Laser (2008) - Participação no XXXIII Festival Internacional de Vila Moura (2008) - Participação na Europa Cup, em Hyeres, França, obtendo a 35ª posição entre 248 velejadores (2008) – Conquista Percurso de Alto Competição - Participação no European Championships Youth Laser Standar, Douarnennez, França (2008) - Participação na XXIX Matosinhos Sailing Cup na Classe Laser Standard – 2º classificado na geral – 1º lugar Sub 19 - (Outubro 2008) - Participação Semana Internacional de Vela Vila Moura (Fevereiro 2009) - Participação no Campeonato Nacional Laser Radial Absoluto – 3º lugar (Março 2009) - Participação na Europa Cup em Hyeres – França (Maio de 2009) - Participação, na Dinamarca, no European Championship Laser Radial – Frota Ouro – 19º lugar (Julho 2009) – No âmbito dos critérios nacionais do desporto de alto rendimento, atingiu o Estatuto Alta Competição e Integrado no Projecto Esperanças Olímpicas - Participação no 30th Matosinhos Sailing Cup (Outubro 2009) - Participação na XI Semana Olímpica – Gran Canaria (Dezembro 2009) - Estágio Nacional de Novos Talentos da FPV (Dezembro 2009) - Participação na Semana Olímpica de Barcelona (9º lugar) (Março 2009) - Participação dna Europa Cup Laser Standard – Frota de Ouro – (Abril 2010) - Campeão de Portugal Absoluto – Laser Standard - Participação no Campeonato da Europa de Juniores de Laser Standard - Polonia– Frota de Ouro (Julho 2010) - Participação no Campeonato do Mundo de Juniores Laser Standar em Hayking Island – Grã-Bretanha – Frota de Ouro (Setembro 2010) – Com estes resultados renova o Estatuto Alto Rendimento e Projecto Esperanças Olímpicas - Participação na III Prova Laser SB3 2011 – Cascais (Março 2011) - Participação no 452º Troféu Princesa Sofia (Abril 2011) - Campeão de Portugal de Classes Olímpicas (Maio 2011) - Campeão Nacional da Casse Laser (Maio 2011) - Participação no I Trofeu Ibérico de Cruzeiros (Julho 2011) - Participação no Campeonato Europeu Laser Standard – Finlândia (Julho 2011) - Participação na Pré-olímpica realizada em Weymouth -(Agosto 2011) - Participação no XXVI Trofeu Príncipe das Asturias – Vela Cruzeiro - Participação no Campeonato do Mundo na Australia (Dezembro 2011) - Participação na I PAN Laser Standard 2012 –Cascais – 2º lugar (Janeiro 2012) - Participação no 38º Torneio Internacional de Vela – Vila Moura – 2º lugar (Fevereiro 2012) - Participação na VII Semana Olímpica em Cadiz – Espanha – 14º Lugar (Fevereiro 2012) - Participação na Prova “Laser Europa Cup” – Itália – Frota de Ouro (Março 2012) - Participação no 43º Troféu Princesa Sofia – Palma de Maiorca – Frota Prata (Abril 2012) – 1ª Prova Mundial para Apuramento do JO 2012 - Participação Semana Olimpíca Hyeres – França – Frota de Prata (Abril 2012) - Participação no Campeonato do Mundo – Alemanha – Apurou Portugal para os JO2012 (Maio 2012) - Participação na Skandia for Gold – Inglaterra – Frota de Prata – 2ª Prova Mundial de apuramento para os JO 2012 - Participação no Campeonato Europeu Laser Standard – Hourtin – França – Frota Ouro, 18.º lugar em 98 participantes. – Renova Estatuto Alto Rendimento Nivel A (escalão máximo atingível)

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lES SABlES lES AçOrES lES SABlES

horta no centro da veLa oceânica u

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A baía da Horta, de águas calmas e límpidas, protegidas pela Espalamaca e pelo Monte da guia, e ornamentada pelo casario que se posiciona de frente para o mar como que a saudar os que chegam, convida, apenas pelo aspecto, qualquer velejador a entrar. A este aspecto apetecível junte-se a sua posição estratégica a meio do Atlântico Norte e o facto de ser um porto protegido. Estão assim reunidas as razões que fazem desta pequena cidade um dos nomes mais conhecidos dos velejadores em todo o mundo. A pequena Horta é gigante no mundo náutico. Essa expressão comprova-se quando a ilha é escalada por regatas oceânicas, como é o caso da les Sables/les Açores/les Sables, que liga o Faial à França de dois em dois anos desde 2006. disputada por embarcações de 6,5 metros (os chamados “mini’s”), é a “rampa de lançamento” para muitos velejadores que fazem carreira internacional. A edição de 2012 largou da cidade de Sables d’Olonne no domingo e chega à Horta durante a Semana do Mar. d’Olonne. a estes juntam-se alguns patrocinadores privados. entre Sables d’Olonne e a horta estão 1270 milhas náuticas, que os participantes nesta regata oceânica percorrem em duas etapas, primeiro com destino ao faial e depois no regresso à frança. a duração de cada etapa depende muito do vento, podendo demorar 5 dias ou duas semanas. Os velejadores saíram da frança no dia 29 e devem chegar ao faial durante a Semana do Mar, estando a partida da horta para a segunda etapa agendada para o dia 14 de agosto. esta regata disputa-se em solitário, com barcos da classe de 6,5 metros, os chamados mini’s, que ganharam a alcunha de “máquinas de lavar”, pois, pelas suas reduzidas dimensões, quando navegam no meio do oceano as ondas passam-lhes frequentemente por cima. O percurso não é, pois, tarefa fácil. Por isso, esta regata serve muitas vezes de teste à “fibra” dos velejadores que começam nesta

TErCEIrA EdIçãO Em 2010 a regata deu um colorido especial à baía da Horta

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MArlA PINHEIrO

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primeira edição da les Sables/les açores/les Sables remonta a 2006. Desde então, a regata repetiu-se sempre, de dois em dois anos celebrando agora a sua 4.ª edição. armando Castro, responsável pela Marina da horta, recorda que, após o fim de uma regata que ligava os açores à cidade francesa de Vannes, em 1994, surgiu a vontade de criar outro evento náutico que ligasse o faial à frança. a cidade de Sables d’Olonne, situada na costa sudoeste da frança, em pleno golfo da biscaia, surgiu como TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

um parceiro de excelência por ser “mítica em termos de vela internacional”. É de Sables, recorde-se, que parte a Vendée globe, famosa regata de circum-navegação em solitário sem escalas ou assistência. Criaram-se então as sinergias necessárias entre os responsáveis franceses a açorianos. a les Sables/horta/les Sables é organizada pelo Clube naval da horta (Cnh), governo regional dos açores, autarquia faialense e Portos dos açores, entre outras entidades que colaboram. na frança, a organização cabe ao clube Sports nautiques Sablais, ao institut Sports Océan e à Câmara de Sables

classe a sua carreira desportiva. Como explica armando Castro, “quase todos os velejadores que andam no topo da vela internacional passaram pela classe dos 6,5 metros”. “a carreira de um velejador de alta competição em vela oceânica começa na vela ligeira. Depois passam aos 6,5 metros, em que permanecem uma ou duas épocas. então escolhem entre a classe dos fígaros, altamente competitiva, onde tempos, por exemplo, o francisco lobato, que já passou pela horta nesta regata, e a classe dos 40 pés. após essa etapa tentam chegar ao topo, à classe de embarcações de 60 pés. actualmente está a aparecer uma nova classe com alguma força, que são os multicascos de 50 pés”, esclarece. nesta edição da les Sables/les açores/les Sables participam 39 embarcações cujos skippers tiveram de mostrar estar aptos para o desafio. De acordo com Denis hugues, director de prova, é requerido aos participantes que façam mil milhas náuticas em solitário e 800 em cenário de regata antes de participarem nesta prova. hugues lembra também que, nesta classe, “os velejadores não têm meios de comunicação a bordo”, o que implica que fiquem “alheados do mundo” durante o percurso.

PrOMOçãO dE OUrO

Para os vários envolvidos, não 16


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há dúvidas de que a grande vantagem da realização deste evento é o seu poder promocional. armando Castro explica que esta se trata de uma regata “extremamente mediática”, que proporciona uma “promoção excepcional não apenas ao porto da horta mas à cidade e mesmo a todo o arquipélago”. também fernando Menezes, presidente do Cnh, destaca a projecção que a regata dá à horta, principalmente por terras francesas: “em Sables d’Olonne vive-se isto muito intensamente. Vamos pelas ruas e encontramos grandes cartazes com fotografias da horta, do canal faial/Pico… É belíssimo, e uma muito boa divulgação da nossa terra”, refere. Para o presidente da autarquia faialense, a les Sables/les açores/les Sables é, acima de tudo, um “evento é estratégico, em primeiro lugar porque tem grande projecção internacional e colocanos no centro dos eventos que se fazem em Portugal no mundo da vela”. Segundo João Castro, a realização desta regata com regularidade “marcou a viragem no nosso posicionamento na área náutica”, exponenciando ao máximo a promoção da horta no mundo da vela. “hoje em dia, se formos aos portos do Mediterrâneo e falarmos em horta, toda a gente sabe onde é que fica. no mundo da náutica ‘horta’ é uma palavra conhecida mundialmente. isso tem um valor promocional extraordinário, difícil de contabilizar”, refere. no entanto, explica o edil, esta regata cumpre não apenas a vocação náutica da cidade, mas também a sua vocação cosmopolita, pela criação que permite estabelecer com a cidade francesa. “nós somos uma cidade cosmopolita, mas essa designação não acontece por acaso. aconteceu pelo nosso percurso histórico mas hoje permanece porque mantemos contactos com outras cidades do mundo. esses contactos têm de ser alimentados e promovidos. a cidade de Sables é um parceiro privilegiado, com quem já temos uma relação de amizade e uma geminação informal no contexto náutico”, diz. a boa relação entre a horta e les Sables é destacada pelo presidente do Sports nautiques Sablais,

bernard Devy, ao tribuna DaS ilhaS. Para Devy, “o que começou como uma ‘amizade na vela’ conduziu as duas cidades e conhecerem-se a apreciarem-se mutuamente”. “Se les Sables é um famoso porto de partida para marinheiros, a horta é única porque é um ponto de paragem no meio do Oceano atlântico. um porto onde podemos escolher parar por prazer, e demorarmo-nos mais uns dias, ou onde os barcos podem ser forçados a procurar abrigo e ajuda. a horta tem uma reputação mundial por ajudar e receber pessoas e é por isso que a cidade e as suas pessoas são tão únicas”, refere. João Castro destaca também a importância de olhar para a náutica como factor de galvanização económica pelo facto desta poder ajudar a contrariar o calcanhar de aquiles do turismo faialense: a sazonalidade. O autarca lembra que as embarcações começam a chegar em Março, com os grandes navios a motor, seguindo-se depois outros segmentos do mundo náutico nos meses seguintes. a promoção da horta náutica não será difícil, já que se faz praticamente sozinha. Dennis hugues classifica a cidade faialense como “uma das passagens obrigatórias de qualquer marinheiro que atravesse o atlântico” e destaca a hospitalidade dos ilhéus como “muito calorosa”. Para este entendido na matéria, a crescente projecção da horta quando se fala de vela tem, no entanto, responsáveis: “a horta é cada vez mais conhecida na europa e isso deve-se ao dinamismo do seu presidente da Câmara e das autoridades portuárias, bem como ao armando Castro”, diz.

ESPírITO NáUTICO COMPENSA FAlTA dE ESPAçO

as condições geográficas privilegiadas da horta deram-lhe o potencial para ser uma referência do mundo náutico, no entanto a sua população encarregou-se do resto. a hospitalidade com que os faialenses recebem quem chega

por mar é especial, tal como é especial a sua relação com o oceano. São estas características que tornam possível receber nesta altura, com uma marina sobrelotada, 39 barcos extra. armando Castro reconhece que “só com muito esforço” dos profissionais que trabalham na marina é possível acomodar estes visitantes. a este esforço, acrescenta, junta-se a boa vontade dos utentes locais, que disponibilizam os seus lugares na marina. este espírito náutico nota-se também no Cnh. a agremiação náutica faialense, que nesta altura anda atarefada com a Semana do Mar, consegue sempre mobilizar todos os esforços necessários para dar apoio a uma regata com esta dimensão. De acordo com fernando Menezes, “a chegada de uma regata como esta implica uma logística muito grande. temos de ter homens no mar, dia e noite, e há todo um programa que é preciso cumprir”, explica. Por isso, os muitos voluntários que se congregam à volta desta regata, alguns levando as suas próprias embarcações para o mar para apoiar o evento, são parte fundamental no seu sucesso. De entre os vários envolvidos no Cnh, são os jovens praticantes de vela ligeira quem vê com mais entusiasmo a chegada dos velejadores que se estão a lançar em carreiras internacionais. Conscientes de que poderão estar perante os futuros “Messis” ou “ronaldos” do seu desporto favorito, os jovens velejadores do Cnh não faltam à chamada quando chega a regata. “Os nossos miúdos vivem isto com muito e n t u siasmo. ta m bém v ã o para o mar, acompanham, têm essa curiosidade de observar os barcos… É muito bom para eles, e

devemos estimular isso, fazer com que os miúdos nos acompanhem para despoletar neles o gosto por andar à vela, que é muitíssimo salutar”, explica o presidente do Cnh.

ENvOlvEr A POPUlAçãO

Para armando Castro, é importante que toda a população faialense tome consciência da importância que a náutica deve ter para a ilha. “É importante passar a mensagem à nossa população de que isto é um evento extraordinário, dos maiores do país no âmbito da vela internacional. leva o nome da horta e dos açores bem longe. e é esse o nosso principal objectivo”, refere. armando assegura também que eventos como este movimentam muitas pessoas na economia local, não apenas os velejadores que cá chegam mas também as suas famílias, que frequentemente voam para o faial para acompanhar os aventureiros enquanto cá permanecem. hotéis, unidades de turismo rural, restaurantes e empresas de aluguer de viaturas ganham com isto, mas não só, se tivermos em conta que todos os iates que param no faial no meio de uma travessia oceânica têm de aqui abastecer-se para o resto da viagem. Sobre estes velejadores em concreto, armando lembra a dureza da viagem que enfrentam, referindo que, em frança, “são acolhidos com um carinho extraordinário”. Por isso, pede às pessoas que se envolvam o mais possível com este evento: “venham à marina, ter um contacto com eles, congratulá-los pela sua chegada… isso é importante para eles e é uma mensagem que vão levar de regresso a todos os seus amigos e pessoas envolvidas neste tipo de eventos, o que é extremamente importante para a ilha. a nossa cidade é virada para o mar por isso temos de despertar na nossa população o gosto por estas modalidades”, refere. .g

FrANCISCO lOBATO O velejador olímpico português, que actualmente actua na classe Fígaro, já passou pelo Faial nesta regata TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

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Fernando menezes Presidente do Clube Naval da Horta

SEMANA dO MAr

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ascida na “borda-d’água” junto ao cais velho, a propósito de uma regata internacional recebida com um caldo de peixe, a SeMana DO Mar está de novo à porta para alegrar os dias e as noites. Primeiro é o Mar e as provas náuticas de toda a espécie e para todas as idades, organizadas como sempre pelo Clube naval que não dispensa esforços para que a nossa linda baía e o canal se encham de embarcações e de velas. Muitos vêem de longe, de Portugal, do estrangeiro e das outras ilhas, para participarem na regata internacional de vela ligeira, nas regatas de vela de cruzeiro, no pólo aquático, na travessia da doca, na pesca desportiva, nos passeios de bote baleeiro e em muitas outras actividades ligadas ao mar. Outros, os de cá, preparam-se com afinco para as provas que, sem prejuízo do convívio e da alegria, constituem também momentos de rija competição desportiva. Pelo meio realizam-se briefings, lanches, entregas de prémios e convívios, reforçando amizades e permitindo troca de experiências. Depois é a terra e a Senhora da guia, as exposições, a feira do livro, o artesanato, os grupos folclóricos, as bandas, os concertos, os restaurantes e as tascas e muitos outros eventos e iniciativas que nos envolvem numa atmosfera de festa entre músicas, cheiros e sabores. Mas a SeMana DO Mar é também momento de reencontro de familiares e amigos que vivem noutras paragens e que aproveitam a festa para um regresso fugaz e para um apertado e sentido abraço de saudade. esta é também a semana dos jovens mergulhando nas águas calmas de Porto Pim ou da Praia do almoxarife e dos namorados acampados aqui e ali, trocando afectos e promessas de Verão. É por tudo isto que peço perdão ao poeta e ouso alterar os versos:

“… Como isto foi (é) grande, dinâmico, mercantil, aventureiro! Homens de todas as raças no porto da Horta, Todas as línguas e bandeiras No porto da Horta. … E isto era (é) o rosto ancorado da civilização! Era (é) a mais alegre, a maior cidade pequena do Mundo!”* *Pedro da Silveira - Horta: Quase requiem

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semana do mar com sabores do mar A Feira gastronómica é já uma das referências da Semana do Mar. Este ano, voltam os restaurantes Charcutaria da Serra da Estrela e O lampião, bem como o faialense Kabem Todos. O destaque vai para a carne e o peixe dos Açores. Será criado um restaurante dedicado apenas ao peixe açoriano, em parceria com a APEdA, e a carne dos Açores estará em alta com a presença do restaurante picoense Júlio Steakhouse.

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MArIA JOSÉ SIlvA

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objectivo principal é ter num só espaço o que de melhor, em termos gastronómicos, o faial tem para oferecer: Peixe! a ideia partiu da aPeDa - associação de Pescadores de espécies Demersais dos açores que, em parceria com o empresário emanuel freitas, vai colocar de pé o primeiro restaurante dedicado exclusivamente a peixe e marisco da feira gastronómica da Semana do Mar. O chef vem de fora e o nome ainda não foi relevado, mas peixe de qualidade e fresco todos os dias é a garantia que Jorge gonçalves deixa ao tribuna DaS ilhaS. “há uma falta de promoção e valorização do pescado açoriano e a verdade é que comer peixe fresco no faial é muito complicado e não entendemos o porquê disso mas a verdade é que o nosso peixe não chega à restauração local” - explica

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o responsável da aPeDa. Jorge gonçalves diz, a este respeito, que “a maioria dos nossos pescadores e armadores canalizam os seus produtos para a exportação e não para o mercado actual, até porque o mercado exterior tem uma capacidade financeira diferente do mercado local”. “O nosso propósito é, então, tentar valorizar o produto dos nossos associados porque nós sabemos que o peixe é capturado e que é vendido em lota, para onde ele vai, isso não sabemos...” - explica. a logística necessária para montar um restaurante é algo que não estava dentro dos domínios da aPeDa, uma vez que a experiência desta associação na área é nula, pelo que recorreram a uma parceria com o empresário emanuel freitas, que tratará dos aspectos práticos e funcionais do restaurante e, depois de um périplo pelos profissionais do sector da ilha e aten-

dendo à indisponibilidade local, recorreram a um cozinheiro do continente especialista em grelhados de peixe. “a logística, para nós que não temos qualquer experiência, é complicada. tivémos que recorrer a amigos e conhecidos para arranjarmos tudo, desde o guardanapo à toalha de mesa ou ao talher” afirma Jorge gonçalves. as ementas a apresentar vão ser compostas unicamente por peixe fresco, todavia, sendo que teremos nove dias de festa, em cada um dos dias será servido um prato de peixe típico de cada uma das ilhas, visando dar uma imagem e uma promoção ao peixe regional e não só local. a aPeDa assegura que não vai faltar peixe durante a Semana do Mar. Já encetou alguns contactos com pescadores para garantir o fornecimento diário. “a intenção é servir peixe regio-

nal e fresco. Vamos comprar todos os dias o peixe que houver disponível no mercado pelo que julgamos que não vamos sentir dificuldades de maior” - avança Jorge gonçalves, que adianta ainda que “vamos incidir a nossa oferta sobretudo sobre peixe para grelhar como cherne, boca negra, írio, encharéu, atum, entre outros.” esta será uma experiência piloto a acontecer na Semana do Mar, instado a pronunciar-se sobre a possibilidade de alargar esta iniciativa a outras ilhas e outras festividades regionais, Jorge gonçalves diz que não é algo que esteja no horizonte da aPeDa: “primeiro vamos ver se resulta e se valerá ou não a penarepetir a aventura em 2013”. todavia, o responsável diz que “era importante que outras associações do género seguissem este exemplo pois conseguiria-se uma maior valorização do produto da nossa terra”. g

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destaques da feira do Livro segunda-Feira l 06

domingo l 05

eu Fui maçon a tabuada do temPo

autor:

Maurice Caillet

16.66€

PvP: Preço do dia

4.90€

autor:

Cristovão de Aguiar

15.15€

PvP:

9.90€

Preço do dia

grande encicLoPédia do oceano

autor:

Fabien Cousteau

49.90€

PvP: Preço do dia

15.00€

guerra é guerra antoLogia biLingue de verão quente autores açorianos

autor: Major Miguel autor: Rosário Girão/ Helena Chistello Costa Barreto

17.00€

PvP: Preço do dia

4.90€

Preço do dia

terça-Feira l 07

quarta-Feira l 08

encontre deus os anJos os sítios sem na cabana não têm asas resPosta

as chamas e as aLmas

autor: PvP:

Randal Reuser

13.30€

Preço do dia

5.00€

autor: PvP:

Ruy de Carvalho

14.50€

Preço do dia

10.90€

autor: PvP:

Joel Neto

15.50€

Preço do dia

9.00€

quinta-Feira l 09

conFissão da Leoa

autor: PvP:

Mia Couto

15.90€

Preço do dia

11.50€

melhores restaurantes e vinhos de Portugal, continente e ilhas

vários

Preço do dia

14.90€

10.00€

diario de um banana a verdade nua e crua

autor: PvP:

Jeff Kinney

Preço do dia

15.98€

11.98€

sábado l 11

exiLados

autor:

Manuel Arouca

PvP: Preço do dia

19.01€

4.90€

Agustinha B. Luís

19.08€

Preço do dia

4.90€

9.90€

Domingos Amaral

15.50€

PvP: Preço do dia

10.00€

eL Português o céu existe mesmo -Parte 2 Para crianças

Todd Burpo

autor: L. Aguillar/P. Futre PvP: 13.40€

autor:

Preço do dia

Preço do dia

9.90€

9.90€

PvP:

7.40€

sexta-Feira l 1o

guia gaLP - os

autor: PvP:

autor: PvP:

15.00€

PvP:

autor:

seJa mais esPerto os anos que a crise da guerra

autor: PvP:

Luís Ferreira

Preço do dia

15.14€

4.90€

autor: PvP:

João de Melo

16.15€

Preço do dia

9.90€

a historia não acaba assim

autor: PvP:

Miguel S. Tavares

18.50€

Preço do dia

13.90€

domingo l 12 trioLogia miLLenium conchas marinhas (edição de boLso)

autor: PvP:

Stieg Larsson

Preço do dia

29.85€

19.90€

de PortugaL

autor: M.ª Macedo e

José Borges PvP:

Preço do dia

108.00€

25.00€

crash 2010 a minha cozinha

autor: Santiago n. Bacerra PvP: Preço do dia

17.67€

9.90€

autor: PvP:

Clara de Sousa

Preço do dia

20.90€

14.65€

memorias esquecidas

autor: PvP:

Jodi Picoult

Preço do dia

20.10€

9.90€

A Festa do livro decorre na sala polivalente da Biblioteca Pública e Arquivo regional João José da graça, na Horta. A sua abertura terá lugar no dia 5, às 13h00, funcionando depois todos os dias até ao dia 13, desde as 10h00 às 24h00. TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

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a semana de todos os negócios A Semana do Mar será, porventura, a altura do ano que mais dinamismo confere à economia faialense. Para tal contribuem muitas razões: por um lado, o clima de festa e animação faz com que os locais tenham tendência a abrir um pouco mais “os cordões à bolsa”. Por outro, a festa traz mais pessoas ao Faial, entre os que vêm de outras ilhas para desfrutar da animação, os que vêm participar na festa – seja no mar ou em terra -, e os que regressam para matar saudades. A isto acresce o facto da Semana do Mar acontecer em Agosto, em plena época alta do turismo, razão pela qual a festa “apanha” na ilha muitos turistas que cá chegaram por outras razões. TrIBUNA dAS IlHAS foi saber o que pensam alguns empresários locais de áreas directamente relacionadas com a dinâmica que se cria em volta da maior festa do Faial sobre aquela que é a semana de todos os negócios. u

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MArlA PINHEIrO

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Semana do Mar são sete dias para se fazer negócio. a população flutuante aumenta como em nenhuma outra época do ano, e com mais pessoas surgem mais oportunidades de ganhar dinheiro. É com esta lógica em mente que áreas como a restauração, a hotelaria ou o aluguer de viaturas se preparam para esta altura de maior azáfama. na hotelaria, longe vão os tempos que a Semana do Mar era sinónimo de ocupação lotada. apesar disso, os hotéis faialenses esperam níveis de ocupação bem superiores ao resto do ano. José fontes, do faial resort hotel, espera que 2012 seja melhor que o ano anterior e que a ocupação ronde os 90%. O cenário animador devese ao facto do principal mercado desta unidade hoteleira estar no estrangeiro, com alemães e italianos a liderarem a procura. Já Pedro ramito, do hotel horta, espera um cenário pior que em 2011. no ano anterior, recorda, a ocupação não chegou aos 90% e este ano deverá andar na casa dos 70%. a razão para a quebra, aponta, é o facto do mercado prioritário ser o luso-

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espanhol, mais afectado pela crise económica. um dos indicadores do aumento de população na ilha por esta altura é o aumento do consumo de pão. De acordo com humberto goulart, da padaria bico Doce, nos últimos anos a Semana do Mar tem exigido à sua empresa um aumento da produção na ordem dos 15 a 20%. O aumento do consumo de pão não apanha desprevenido este empresário, que nesta altura reforça o número de trabalhadores. Para 2012, as expectativas são, no entanto, de menor volume de negócios. também teresa Medeiros, da Padaria Popular, aponta para um aumento de 15 a 20% na produção de pão por esta altura. uma das causas deste aumento está relacionada com as tasquinhas da Semana do Mar, que absorvem parte significativa da produção por esta altura. Mais optimista no actual cenário, teresa está confiante de que este ano não haverão quebras em relação ao ano passado. no sector da restauração a Semana do Mar também é uma oportunidade de negócio e, apesar das tasquinhas e os restaurantes da feira gastronómica serem concorrência extraordiná-

ria, os restaurantes faialenses notam sempre maior afluxo nesta altura. De acordo com Manuel Matos, do restaurante barão Palace, aparecem sempre mais clientes nesta semana, não apenas turistas mas também locais que aproveitam a visita dos familiares para jantar ou almoçar fora. em 2011, no entanto, frisa que já notou uma quebra no

fluxo de clientes por esta altura. ainda assim, o empresário espera um aumento do volume de negócios na ordem dos 20% durante a primeira semana de agosto. Com mais clientes vem também mais responsabilidade e a vontade de deixar uma boa imagem é maior. Por isso, explica Manuel Matos, há uma preocu-

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MAr dE gENTE A Semana do Mar é a altura do ano que mais pessoas traz ao Faial

pação em dar destaque aos pratos regionais e mostrar o que de melhor há para provar por estas bandas, com destaque para o peixe fresco. também as empresas que se dedicam ao aluguer de viaturas aproveitam a Semana do Mar para dinamizar o negócio. De acordo com ilídio Silva, da renta-car auto turística faialense, as duas primeiras semanas de agosto são “de excepção” quando comparadas com o resto do ano e, por norma, são a única altura em que a procura suplanta a oferta. no entanto, também este sector não foge à crise e o empresário queixa-se de um ano muito fraco até agora.

TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

INvESTIMENTO COM rETOrNO a realização da Semana do Mar 2012 implica um investimento de 250 mil euros, 120 dos quais directamente saídos dos cofres da autarquia. Valores abaixo dos praticados noutros tempos, ajustados à conjuntura de crise que actualmente se vive. De acordo com o presidente da Câmara Municipal da horta (CMh), importa, todavia, continuar a fazer uma boa aposta na festa já que o retorno que esta traz à economia da ilha é “claramente superior” ao valor investido. “Penso que a Semana do Mar é a festa dos açores com maior retorno directo”, diz João Castro, que estima que esse retorno ande na ordem dos 500 mil euros. Para o autarca, uma das provas de que a Semana do Mar é um negócio de sucesso é a procura pelas tasquinhas e barraquinhas, cujos leilões são sempre bastante participados, interesse que sugere que as mesmas são apostas lucrativas para quem as explora. O mesmo acontece com os restaurantes da feira gastronómica que, assegura Castro, mostram sempre interesse em voltar. também os números da ocupação hoteleira e nas unidades de turismo rural são, para o autarca, sinal de que a economia da ilha ganha com a Semana do Mar. além disso, João Castro chama a atenção para o retorno indirecto, relacionado com a vertente promocional da festa. “a Semana

do Mar leva o nome do faial mais longe”, assegura.

MAldITA SAzONAlIdAdE Se certo é que a Semana do Mar permite potenciar uma série de áreas de negócio no faial, certo é também que a sua localização temporal – a primeira semana de agosto – faz com que a época alta na ilha fique concentrada numa janela de tempo de apenas algumas semanas. a sazonalidade é a dor de cabeça da grande parte dos empresários faialenses, que desesperam ao vê-la aumentar. Pedro ramito e José fontes são unânimes ao afirmar que a sazonalidade no sector hoteleiro tem vindo a aumentar. “antes o Verão ia até Setembro, agora fica-se pelo fim de agosto”, refere o responsável pelo hotel horta, para quem esta situação é preocupante, pois fora da época alta as ocupações hoteleiras são francamente inferiores, o que obriga a praticar preços mais baixos. também Manuel Matos diz notar que a ilha fica “morna” assim que acaba a Semana do Mar, com repercussões na sua actividade empresarial. Para ilídio Silva, a sazonalidade é, sem sombra de dúvidas, o “maior inimigo” dos empresários faialenses. no que toca às festas de Verão, o faial tem a particularidade de fazer coincidir as suas com a época alta do turismo, ao contrário do que acontece em outras paragens, como em angra do heroísmo, com as Sanjoaninas, no final de Junho, a permitirem um afluxo de pessoas fora

dos meses “altos” de Verão. esta situação, alerta ilídio, é mais preocupante pelo facto de se estar a agudizar. Segundo o empresário, se antes a época alta chegava a durar 4 meses, hoje em dia está cada vez mais reduzida. também o presidente da CMh considera importante reduzir a sazonalidade no faial. tendo isso em conta, João Castro refere que o grupo de trabalho da Semana do Mar tem reflectido sobre a hipótese de uma Semana do Mar com menos investimento permitir o mesmo retorno económico que actualmente permite. Caso se garantisse igual retorno com menor investimento, explica, seria possível canalizar esse investimento para outros períodos do ano, “aumentando as taxas de ocupação e o período de permanência dos turistas na ilha”. no entanto, o autarca é peremptório ao afirmar que os tempos actuais não permitem grandes ensaios: “em período de crise não devemos fazer experiências nessa matéria. Devemos apostar naquilo que está sólido, numa boa metodologia e num retorno óbvio e directo. Com melhores tempos, então sim, devemos retomar este raciocínio”. g

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semana do mar numa cidade em mudança

À porta da 37.ª edição, a Semana do Mar já encontrou o seu modelo. É a Festa do Mar, centrada num dos maiores festivais náuticos do país e complementada com animação em terra onde marcam presença a gastronomia, o folclore, os concertos, as exposições, entre outras coisas. Em fase de maturidade, à festa dos faialenses já não são esperadas muitas mudanças. A cidade da Horta, essa sim, está a mudar. Com o novo molhe norte do porto recém-inaugurado e o projecto de requalificação da frente de mar em andamento, TrIBUNA dAS IlHAS foi tentar saber como é que as mudanças na cidade podem influenciar a Semana do Mar.

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MArlA PINHEIrO

A

s intervenções na frente marítima da horta estão a mudar a cidade. O novo terminal marítimo de passageiros no lado norte da baía já é uma realidade e aguardam-se as intervenções na zona sul, bem como a reabilitação da frente marítima daquela que é cidade mar dos açores. neste cenário, o presidente da Câmara Municipal da horta (CMh) entende que a Semana do Mar também poderá sofrer alterações na sua distribuição espacial. no entanto, ressalva, isso não deverá acontecer em breve, já que o desafio de mudar a Semana do Mar passa por fazê-lo TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

“sem partir a festa”. “a Semana do Mar vale muito pelo facto de se ter criado um espaço central onde as pessoas convivem. Podia espalhar-se mais pela cidade, mas essa experiência noutros locais não resultou”, entende João Castro. Para o autarca, um dos grandes trunfos da Semana do Mar é o facto de se estender do Clube naval, onde se desenrola a componente náutica, até ao palco principal, na avenida, sem barreiras nem “espaços mortos”. “não será fácil deslocalizar a Semana do Mar e, a fazê-lo, há que deslocalizá-la num todo”, diz. João Castro lembra que já foram feitos alguns “ensaios” para deslocalizar parte da festa, que não tiveram o resultado es-

perado, como é caso da componente nocturna no parque da alagoa: “do ponto de vista financeiro não foi um sucesso e também se percebeu que a actividade nocturna na alagoa não era compatível com o campismo e com a actividade que durante o dia ali se desenvolve, pois não nos podemos esquecer de que aquele é o parque da cidade”. João Castro entende, no entanto, que a actual solução para a Semana do Mar “é boa”, e lembra que poderão ser encontrados novos espaços para complementar a festa, adjacentes à zona onde actualmente se desenvolve, como a futura escola básica e integrada, após as obras.

SEMANA dO MAr INSPIrA vOCAçãO MAríTIMA dA CIdAdE Para João Castro, da mesma forma que as mudanças na cidade podem contribuir para melhorar a Semana do Mar, também a festa dos faialenses pode inspirar uma nova horta. “O mar só é uma oportunidade se as pessoas nele se envolverem e a Semana do Mar é o pretexto por excelência para esse envolvimento”, explica. Segundo o edil, um dos desafios que a horta enfrenta nesta altura é fazer com que a agregação dos faialenses em torno do mar que se verifica na primeira semana de agosto se estenda por todo o ano. u 25


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CONCErTOS PAgOS em tempos de crise, a Semana do Mar organiza-se com a palavra “contenção” na consciência. a edição de 2012 custa cerca de 250 mil euros, 120 mil dos quais directamente investimentos pelo município. João Castro não tem dúvidas de que os benefícios que a Semana do Mar traz para a economia da ilha compensam em muito o investimento. Por outras paragens na região, o figurino das festas evoluiu para concertos pagos. Pegando neste exemplo, perguntámos ao presidente da CMh se essa possibilidade é considerada para a Semana do Mar, como uma forma de ajudar a festa a financiar-se a ela própria. João Castro entende que, no futuro, os concertos pagos acabarão por ser implementados, no entanto a actual localização da festa não permite infra-estruturar a zona do palco principal para tal. além disso, entende, “neste período de crise a probabilidade dos concertos pagos serem um sucesso é menor”. “Devemos aguardar por melhores tempos e oportunidades para equacionar essa questão”, diz. no grupo de trabalho, no entanto, já se debatem algumas localizações possíveis para criar uma zona de concertos pagos. espaços como o estádio do fayal Sport, o parque da alagoa, a avenida Machado Serpa, a escola básica e integrada, a zona de Porto Pim ou o largo Manuel de arriaga são hipóteses a estudar.g

a problemática colocação de um… palco O

s Deolinda, banda portuguesa que até já passou pela Semana do Mar, escreveram uma canção que conta a divertida história ficcionada sobre a problemática colocação de um mastro num qualquer município, que gerou a discórdia entre a população, com alguns a concordarem com o empreendimento e outros a torcerem o nariz. esta canção bem poderia ser a banda sonora daquela que é sempre a questão mais controversa da Semana do Mar: a localização do palco principal. a saída do palco da Marina, há alguns anos, para passar a estar localizado na avenida, provocou uma chuva de críticas, e hoje ainda muitos faialenses suspiram pela anterior localização. Confrontado com esta situação, o presidente da CMh reconhece que, do ponto de vista do espectador, a Marina era a melhor localização, no entanto “colocava problemas na logística de suporte ao palco”, além de que ficava mais longe das tasquinhas que, segundo o edil, beneficiam da proximidade do palco. João Castro aponta ainda outra razão para a saída da marina: a introdução da expomar no figurino da festa. “Queríamos uma localização para a expomar o mais próximo possível do mar”, diz, lembrando que o certame envolve visita a embarcações e actividades com embarques e desembarques. tribuna DaS ilhaS foi às redes sociais e recolheu a opinião de alguns facebookianos sobre a localização do palco principal. as opiniões e as sugestões são muitas. Se há quem sugere outros espaços, como o novo terminal de passageiros, junto do Parque da alagoa, ou o largo Manuel de arriaga, junto ao Clube naval e agora desimpedido, muitos são os que continuam a achar que a Marina é a melhor solução. g

Carlos Pinheiro

PAlCO PrINCIPAl Em 2006 os concertos foram deslocados da Marina para a Avenida

O corte do trânsito durante duas semanas na avenida causa alguns constrangimentos à população, no entanto João Castro lembra que tal não se deve apenas ao palco, mas principalmente à feira gastronómica: “fazemos uma das melhores feiras gastronómicas do país, com um número de restaurantes não muito significativo mas de boa qualidade, e com um enquadramento notável, permitido pela avenida 25 de abril”, diz.g

Geni JorGe A actual localização é a pior possível! O condicionamento do trânsito e do estacionamento a que a avenida está sujeita implica o congestionamento da circulação automóvel e de pessoas. Quanto uma possível nova localização, eu optaria ou pelo Parque da Alagoa ou pela anterior localização, Marina da Horta. eLMiro MAcedo Porque não o palco na praça Manuel de Arriaga? Vai sofrer obras de requalificação, creio. Desimpedia-se a Avenida Marginal e trazia-se a festas para mais próximo do local original. Se quisessem fazer alguns concertos pagos porque não usar o campo do Atlético ou o do Sporting? MArceLo SouSA A Semana do Mar deveria realizar-se na outra ponta da Avenida, onde agora se construiu o novo terminal marítimo. Com o excelente espaço de estacionamento que o novo porto possui, poderia aí colocarse o palco principal. As barracas, restaurantes, etc, colocavam-se no parque da Alagoa. cArLoS FAriA Talvez a Alagoa e a nova área portuária fosse melhor opção, com largueza e provocando menos ruído e confusão dentro da cidade, além de que também é perto do mar... Só a distância ao CNH é que pode ser um problema. dorA GoMeS Dora Gomes Sempre gostei do palco na marina. Permitia a quem não pudesse permanecer de pé assistir ao espectáculo e gostava também do enquadramento paisagístico. Desconheço porém as razões que levaram a Câmara a optar pela localização actual e, a conhecê-las, poderia perceber melhor a escolha. A ideia do novo porto também não me parece má, até ver. João ÁViLA Já que os festejos da Semana do Mar são praticamente em terra, e são esses que chamam as pessoas às festas, relegando para segundo plano os náuticos, então festeje-se no Parque da Alagoa e arredores, concentrando-se os palcos, as barracas e tudo o mais, e o resto da cidade fica livre.

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ETNOgrAFIA vOlTA A dAr O MOTE AO COrSO

todas as freguesias presentes no desfile da semana do mar g

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desfile da Semana do Mar, onde são convidadas a participar todas as freguesias da ilha, é já uma referência da festa de todos os faialenses. este ano, apresenta uma novidade: ao invés de se realizar no último domingo da Semana do Mar, como era hábito, vai acontecer uma semana antes, no dia 5. O primeiro domingo da Semana do Mar conta já com o desfile dos participantes no festival náutico, pela manhã, e a tarde é dedicada a nossa Senhora da guia. assim, o corso terá início apenas às 20h00. esta alteração, recorde-se, foi justificada pelo presidente da Câmara Municipal da horta pela vontade de transpor a dinâmica popular associada a este momento para o primeiro dia oficial de festa. no entanto, em 2011 vários presidentes de Juntas de freguesia mostraramse desagradados com a data do desfile, que implicava que as pessoas envolvidas na preparação dos quadros não pudessem usufruir da Semana do Mar. em 2012, à semelhança do ano anterior, as 13 freguesias do faial participam no desfile. este ano, o tema volta a ser a etnografia, depois de em 2011 o Parque natural do faial ter dado o mote ao desfile. assim sendo, a freguesia das Angústias vai recriar um acampamento escutista, mostrando uma actividade que ensina os jovens a confiar em si próprios e a desenvolver o espírito de iniciativa, além de lhes dar saúde. O Capelo traz o património baleeiro, destacando o papel do TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

Porto do Comprido na caça à baleia nos açores. Deste património, destaque para os botes, que levavam um oficial, um trancador e cinco marinheiros, e para a importância dos vigias. C a s t e l o Branco traz o cultivo do milho, actividade de grande importância na economia faialense de outros tempos. O quadro recorda que “no milho tudo era aproveitado, da cana às folhas, das espigas aos grãos, da casca aos sabugos”. O milho também é o destaque da freguesia dos Cedros, que reconstitui a forma festiva como as pessoas se juntavam para a debulha, feita ao serão, onde o milho era separado do sabugo à mão “ou nas bancas, com uma ponta de ferro”. a Conceição retracta o império do Divino espírito Santo, desde o arraial às típicas sopas. a filarmónica artista faialense também marcará presença, tocando o hino do espírito Santo. Já a Feteira traz a ceifeira, conhecida por “ripa” na freguesia. esta surgiu na década de 50, pois antes o milho era cortado pelos homens, com a ajuda de foices. O surgimento da máquina no faial “foi uma revolução”, permitindo poupar tempo e mão-deobra. Puxadas por juntas de vacas, as ceifeiras deixaram de trabalhar no final da década de

EM 2011 A recriação do Jardim Botânico do Faial foi um dos destaques do desfile

60, quando caiu em desuso o cultivo de cereais na ilha. a freguesia dos Flamengos apresenta a matança de porco, recordando a importância deste momento na vida dos nossos antepassados, já que o porco permitia dotar a família de alimento para todo o ano. este também será o quadro de Pedro Miguel, cabendo ao grupo folclórico da freguesia a tarefa de recriar os momentos de convívio e alegria que animavam as matanças. a Matriz revisita a família americana Dabney e sua vivência no faial. Os negócios da laranja, do vinho, da baleação, da moagem, do fornecimento de carvão aos vapores e do agenciamento, manutenção e reparação de navios são referências da sua pela ilha, onde deixaram também marcas no património arquitectónico e cultural. a Praia do Almoxarife revive as lides domésticas no exterior,

recriando a eira (onde se malhavam produtos da terra como o tremoço e se bailava a chamarrita), o galinheiro, o curral dos porcos ou a retrete. Já a ribeirinha traz a costureira, com destaque para a chita, tecido muito usado antigamente, feito de algodão, com estampas de cores fortes. O Salão recria as vivências rurais, trazendo a este desfile os utensílios da de lavoura e produtos regionais, com destaque para os pêssegos, pelos quais a freguesia era conhecida. as balaias, os cestos de vimes e as rendas e bordados também marcam presença, assim como a baleação. a acompanhar o quadro estão também as típicas folgas. a Praia do Norte, por sua vez, retracta a confecção das vésperas que são distribuídas na freguesia no espírito Santo. esta esmola surgiu do voto realizado aquando da erupção do Vulcão do Cabeço do fogo em 1672. g 28


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Prata da casa em destaque no Palco Principal As bandas locais têm vindo a assumir um papel importante na animação musical da Semana do Mar. Chegaram ao palco principal com passinhos de lã e hoje dividem atenções com os nomes da música nacional que por ali passam. Em 2012, Punkada! e Bandarra marcam presença, bem como a Orquestra ligeira da Câmara Municipal da Horta. A novidade vai para o concerto que junta a Sociedade Filarmónica Unânime Praiense com a União e Progresso Madalenense. sexta-feira l 03 l 23h00

sábado l 04 l 22h30

domingo l 05 l 23h30

segunda l 06 l 23h30

quim barreiros

terça l 07 l 23h30

Punkada! e crossfaith unânime Praiense primeiro dia de concertos e união e Progresso da Semana do Mar pretende agradar aos “metaleiros”. madalenense

Fernando alvim ernando alvim é um dos principais radialistas da actualidade em Portugal, sendo também conhecido do público pelas suas incursões na televisão, onde se destacou no programa Curto Circuito, da SiC radical. actualmente toma conta dos finais de tarde na antena 3, com o programa Prova Oral. Contudo, são as suas qualidades enquanto DJ que o trazem ao faial nesta Semana do Mar. O bom humor que o caracteriza também está presente quando “mete discos” por isso promete animar a noite de domingo.

noite de segunda-feira da é dedicada à música popular, com o acordeonista Quim barreiros a fazer a festa. Com 65 anos, é uma das maiores referências da música popular portuguesa, destacando-se, principalmente, as suas actuações nas semanas académicas. Desde o lançamento do seu primeiro disco, em 1971, já editou mais de 30 trabalhos. O último, lançado este ano, chama-se Dar ao apito. no faial, promete revisitar os seus temas mais conhecidos, como “Mestre da Culinária”, “garagem da Vizinha” ou “Cabritinha”.

A

quarta l 08 l 23h30

quinta l 09 l 23h00

sexta l 10 l 23h30

sábadol 11 l23h30

domingol 12 l22h30

áurea

noite de Fados

bandarra

a noite de quintafeira pede-se silêncio… que se vai cantar o fado na Semana do Mar. O grupo ecos do fado e o grupo de guitarras horta, Mar e fado, do faial, bem como o grupo fado Madrinho, da ilha terceira, tomam conta do palco principal para uma noite de fados. a sonoridade dos instrumentos de corda, com destaque para a inconfundível guitarra portuguesa, une-se às vozes dos fadistas, alguns já conhecidos dos faialenses, para uma noite mais intimista.

epois de por lá já terem passado em 2011, os bandarra voltam ao palco principal da Semana do Mar, desta feita para apresentar o seu segundo CD, bicho do Diabo. Depois do sucesso que fez o seu primeiro disco de originais, em 2010, este novo trabalho veio confirmar a qualidade da banda nascida do faial, que tem mostrado o que vale fora de portas, pondo gente de outras ilhas e do continente a cantarolar as suas músicas. Deste novo trabalho destacam-se músicas como “Vamos à Praia”, “Zé” ou “re-vira-volta”.

the Legend – tributo a orquestra de música bob marley Ligeira da cmh

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a abrir o aquecimento para esta edição da maior festa do faial sobem ao palco os micaelenses Crossfaith. formada em 2004, a banda conta com um CD de originais. no faial, os Crossfaith já passaram pelo Punkada!fest, na sua primeira edição. Depois deles, são precisamente os Punkada! quem sobe ao palco. a banda faialense de tributo aos alemães rammstein existe desde 2000 e esta não é a primeira vez que passa pelo palco principal da Semana do Mar.

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meio da Semana do Mar, uma das vozes sensação do panorama actual da música portuguesa promete repor energias para o resto da festa. Com 24 anos e dona de uma sonoridade inconfundível, áurea ganhou o prémio de Melhor intérprete individual na edição de 2011 dos globos de Ouro e venceu os MtV Music awards na categoria best Portuguese act. “Okay alright” ou “busy (for me)” são alguns dos temas mais conhecidos do grande público.

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epois de, em 2011, o palco do largo do infante ter sido pequeno para receber o concerto da unânime e da união assaforense - espectáculo tido como um dos destaques culturais dessa edição da Semana do Mar-, a banda praiense estreia-se este ano no palco principal, acompanhada pela união e Progresso Madelenense. em palco estarão entre 90 a 100 músicos de ambas as bandas, e o concerto será dirigido pelos maestros ruben Silva (unânime Praiense) e Manuel Machado (união e Progresso Madalenense).

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A

amor vilão mor Vilão é o mais recente projecto de Vítor fonseca – mais conhecido por Cifrão -, que saltou para a ribalta com o projecto D’zrt, saído da série juvenil Morangos com açúcar. Cifrão é a voz deste projecto, dedicado ao rock, que lançou recentemente o seu primeiro CD, do qual se destaca o single “Desistir/resistir”. a Cifrão junta-se andré rodrigues (guitarra), andré Silva (bateria), alex leão (baixo), licínio Pereira (guitarra) e rui ribeiro (piano, orquestrações e direcção musical).

C

O

s tributos têm sido também uma presença frequente nos últimos anos da Semana do Mar. em 2012, passam pelo palco principal os the legend, banda britânica de tributo a bob Marley, que promete revisitar êxitos intemporais do jamaicano, como “is this love”, “no Woman no Cry” ou “Could You be loved”. Mais de 20 anos após a sua morte, bob Marley, responsável pela popularização do reggae, continua a ser lembrado como um dos maiores músicos de todos os tempos.

omo já é tradição, no último dia da Semana do Mar o palco principal está reservado à Orquestra ligeira da Câmara Municipal da horta. Orientada pelo maestro José Maria Silva, a orquestra tem por norma apresentar nesta altura algumas novidades no seu repertório, que inclui temas bem conhecidos da música ligeira nacional e internacional. a fechar a noite, a Marcha Oficial da Semana do Mar será interpretada no palco principal.

animação Fora de horas

O

s dj’s locais também têm honras de palco principal nesta edição da Semana do Mar, após os concertos. na quinta-feira, dia 9 a animação está a cargo do DJ Double gee e na sexta-feira é o DJ Diogo Vieira quem toma conta do palco. O DJ togui actua no sábado, dia 11.

P u b

venha terminar a noite no erykLub!

TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

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FestivaL naútico SáBAdO l O4 09h00 – abertura Oficial do secretariado das provas náuticas (Clube naval da horta)

10h30 – Prova de Canoagem – K1 (baía da horta) 14h00 – regata de botes baleeiros da associação de Produtores de espécies Demersais dos açores (baía da horta) 18h00 – largada das embarcações participantes na Pesca Desportiva de barco Corrico noturno (Clube naval da horta) 20h30 – briefing de apresentação das regatas de Vela de Cruzeiro da Semana do Mar 2012 (Clube naval da horta)

dOMINgO l O5 15h00 – Prova de Canoagem K1 (baía da horta) SEgUNdA-FEIrA l O6 11h00 – Vii encontro internacional de Vela ligeira – PCr Optimist, l’equipe, 420, laser radial e access (baía da horta) 14h30 – Prova de Vela Cruzeiro “troféu Clube naval da horta” (Canal faial/Pico)

18h30 – Passeios à vela nos botes baleeiros (embarque junto ao Clube naval da horta)

TErçA-FEIrA l O7 - Data prevista para a chegada da 1.ª etapa da regata les

TI ESPECIAl SEMANA dO MAr 2O12

Sables -les açores-les Sables (Porto da horta)

10h00 – Vii encontro internacional Vela ligeira – Optimist, l’equipe, 420, laser radial e acess (baía da horta) 18h00 - Prova de Mini-veleiros (baía da horta)

18h30 – Passeios à vela nos botes baleeiros (embarque junto ao Clube naval da horta)

QUArTA-FEIrA l O8 10h00 – Vii encontro internacional Vela ligeira – Optimist, l’equipe, 420, laser radial e acess 14h30 – Prova de Vela de Cruzeiro (Canal faial/Pico) 18h00 – largada das embarcações participantes na prova de Pesca Desportiva de barco – fundo noturna 18h30 – Passeios à vela nos botes baleeiros (embarque junto ao Clube naval da horta)

20h00 – Cerimónia de entrega de prémios do Vii encontro internacional de Vela ligeira (Clube naval da horta)

QUINTA-FEIrA l 09 11h00 – actividades de remo (Yolle e Skiff) (Cais de Santa Cruz) 16h30 – regata dos Velhotes: regata de antigos praticantes de vela ligeira, na classe Optimist (Porto da horta)

17h00 – torneio de Pólo aquático (Cais de Santa Cruz) 18h30 – Passeios à vela nos botes baleeiros (embarque junto ao Clube naval da horta)

SExTA-FEIrA l 10 10h00 – Vii troféu Cidade da horta – escolas de Vela, Optimist, laser, 420 e acess – (baía da horta)

14h00 – torneio de xadrez individual Semi-rápidas (Clube naval da horta)

14h30 – Prova de Vela de Cruzeiro “regata das Sereias/MWf”, para Skippers femininos (Canal faial/Pico) 15h30 – Prova de natação – “travessia longa da Doca” 17h00 – Pólo aquático (Cais de Santa Cruz)

18h30 – Passeios à vela nos botes baleeiros (embarque junto ao Clube naval da horta)

– Pesca Desportiva de Costa Prova noturna (concentração junto ao Clube naval da horta)

SáBAdO l 11 10h00 – Pesca Desportiva de Costa - Prova infantil (Molhe da Doca da horta)

– Vii troféu Cidade da horta – escolas de Vela, Optimist, laser, 420 e acess (baía da horta) 11h30 – troféu “Cidade da

horta” – apneia dinâmica com barbatanas (Clube naval da horta) 13h00 – entrega de prémios do Vii troféu Cidade da horta 14H00 – Prova de botes baleeiros – Casa de Pessoal da rtP: regata de Vela (baía da horta) 16h30 – Prova de botes baleeiros – Casa de Pessoal da rtP: regatas de remo, feminino e masculino (baía da horta) – entrega de prémios das regatas de botes baleeiros e das provas de natação, pólo aquático e canoagem (Clube naval da horta) dOMINgO l 12 dE AgOSTO 08h00 – Prova de Pesca Desportiva de Costa - Prova diurna (concentração junto ao Clube naval da horta)

10h00 – 5º faial Sub – Prova Subaquática de fotografia Digital (concentração às 09h00 no Clube naval da horta)

13h00 – Prova de Vela de Cruzeiro “regata do Canal” (Canal faial/Pico)

20h00 – Cerimónia de entrega de prémios das regatas de Vela de Cruzeiro, Mini-veleiros, Velhotes, Mergulho, apneia e Pesca Desportiva (Clube naval da horta) TErçA-FEIrA l 14 13h00 – largada da 2.ª etapa da regata les Sables-les açores-les Sables (Porto da horta)

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Programa SExTA-FEIrA l O3 11h00 Distribuição de hortênsias e produtos regionais aos iatistas (Marina da horta)

grupo de Chamarritas das angústias

faial – Pico” (expomar – Stand DOP/uaç – iMar -

(avenida 25 de abril)

OMa)

23h30 – Actuação do Fernando Alvim (Palco Principal)

dJ

23h00 Actuação das bandas Punkada e Crossfaith (Palco Principal)

SEgUNdA l O6

SáBAdO l O4

levadas (inscrição prévia na Casa do Parque natural do faial – Monte da guia – limitada a 18 participações)

09h00 - Percurso pedestre –

17h00 horta Down town – Demonstração de Downhill (rua Vasco da

15h00 “Venha conhecer o Canal faial – Pico” (expomar – Stand DOP/uaç – iMar -

gama)

OMa)

21h30 Semana do Mar – “Como tudo começou...” (Caldo de peixe com música ao vivo, junto ao Clube naval da horta, dedicado aos iatistas de passagem pela Marina da horta) - Cerimónia de entrega de prémios do “horta Down town” (Clube naval da horta) 22h30 Concerto conjunto das filarmónicas Unânime Praiense e União e Progresso Madalenense (Palco Principal)

dOMINgO l O5 10h30 Desfile das filarmónicas união faialense e artista faialense pelas ruas da cidade, rumo à Praça do infante – Desfile dos Participantes no festival náutico (Clube naval da horta/ Praça do infante) 11h00 abertura Oficial da Semana do Mar (Praça do infante) - interpretação da Marcha da Semana do Mar 2012 14h00 abertura da festa do livro da horta (biblioteca Pública e arquivo regional João José da graça – Sala Polivalente)

14h30 – abertura da expomar e feira regional de artesanato (Marina da horta)

- i taça regional de Downhill – taça Cartão interjovem (ribeirinha) 16h00 Missa na ermida de n.ª Sr.ª da guia, seguida de embarque da imagem para o cortejo náutico 17h00 embarque para acompanhamento do cortejo náutico da festividade de n.ª Sr.ª da guia (Cais de Santa Cruz) – largada das embarcações envolvidas na participação do cortejo náutico (baía da horta); – Cortejo pedestre com a imagem de n.ª Sr.ª da guia (da ermida de n.ª Sra. da guia até ao Centro do Mar);

– Cortejo náutico com a imagem de n.ª Sr.ª da guia (da baía de Porto Pim até à baía da horta com o desembarque da imagem na Marina da horta);

– Cortejo pedestre com a imagem de n.ª Sr.ª da guia (da Praça do infante até à igreja das angústias)

20h00 Corso etnográfico com a representação de todas as freguesias da ilha do faial (Praça da república / largo Manuel de arriaga)

22h00 animação de rua com o

17h00 – “Venha conhecer o Canal faial – Pico” (expomar – Stand DOP/uaç – iMar OMa)

21h00 – Sociedade filarmónica euterpe de Castelo branco (Palco Praça do infante)

– grupo folclórico e etnográfico de Pedro Miguel (Palco av. 25 de abril) 22h00 - encontros com o Mar dos açores (expomar – Stand DOP/uaç – iMar - OMa) – Sociedade artista Musical 20 de Julho de Santa Margarida do arrabal - leiria (Palco Praça do infante) - tuna unânime Praiense (Palco av. 25 de abril)

23h30 – Actuação de Quim Barreiros (Palco Principal)

TErçA l O7

17h00 – “Venha conhecer o Canal faial – Pico” (expomar – Stand DOP/uaç – iMar OMa)

20h30 - grupo de cantares Sons do Vale (Palco av. 25 de abril) 21h00 – Sociedade filarmónica recreio Musical ribeirinhense (Palco Praça do infante)

21h30 – espetáculo de dança pelo “Corpo em Movimento” (Palco avenida 25 de abril)

22h00 - encontros com o Mar dos açores (expomar – Stand DOP/uaç – iMar - OMa) 23h00 – Actuação do grupo Ecos do Fado (Palco Principal) 23h30 – Actuação do grupo de guitarras Horta Mar e Fado (Palco Principal)

00h00 – Actuação do grupo Fado Madrinho - Ilha Terceira (Palco Principal)

- Animação fora de horas com dJ double gee (Palco Principal)

SExTA l 1O 09h00 – Percurso pedestre – Vulcão dos Capelinhos (inscrição prévia na Casa do Parque natural do faial – Monte da guia - limitada a 18 participações)

21h00 – Sociedade filarmónica união faialense (Palco Praça do infante) – grupo de cantares Margens (Palco av.

21h00 – Sociedade filarmónica lira Campesina Cedrense (Palco Praça do infante) - grupo etnográfico de Castelo branco (Palco av. 25 de abril) 22h00 – Orquestra da nova artista flamenguense (Palco av. 25 de abril) 23h30 – Actuação da banda “Amor vilão (Cifrão) (Palco Principal)

22h00 – ensemble goce Delchev – bulgária (Palco av. 25 de abril) 23h30 – Actuação da banda Bandarra (Palco Principal) - Animação fora de horas com dJ diogo vieira (Palco Principal)

QUArTA l O8

SáBAdO l 11

09h00 – Percurso pedestre – Perímetro da Caldeira (inscrição prévia na Casa do Parque natural do faial – Monte da guia - limitada a 18 participações)

15h00 – “Venha conhecer o Canal faial – Pico” (expomar – Stand DOP/uaç – iMar OMa)

17h00 – “Venha conhecer o Canal faial – Pico” (expomar – Stand DOP/uaç – iMar OMa)

17h30 – Street basket (Parque da alagoa) 21h00 – Sociedade filarmónica nova artista flamenguense (Palco Praça do infante) – grupo de Cantares ilha azul (Palco av. 25 de abril)

22H00 – Orquestra da Povoação – São Miguel (Palco av. 25 de abril) 22h00 - encontros temáticos sobre o Mar dos açores (expomar – Stand DOP/uaç – iMar - OMa)

23h30 – Actuação da artista áurea (Palco Principal)

QUINTA l 09 15h00 – “Venha conhecer o Canal

25 de abril)

21h00 – grupo folclórico do Salão (Palco av. 25 de abril)

– Sociedade filarmónica artista faialense (Palco Praça do infante) 22h00 – grupo folclórico Kolpingtanzgruppe Siddinghausen - alemanha (Palco av. 25 de abril) - Sociedade filarmónica Senhor dos aflitos de Soutocico – leiria (Palco Praça do infante)

23h30 – Atuação da banda The legend de tributo a Bob Marley (Palco Principal)

- Animação fora de horas com dJ Tógui (Palco Principal)

dOMINgO l 12 18h30 – espetáculo de dança (Palco av. 25 de abril)

21h00 – tuna e grupo folclórico Juvenil dos flamengos (Palco av. 25 de abril) - Sociedade filarmónica lira Madalense (Palco Praça do infante) 22h30 – Actuação da Orquestra de Música ligeira da Câmara Municipal da Horta (Palco Principal) 00h00 – ENCErrAMENTO OFICIAl dA SEMANA dO MAr COM INTErPrETAçãO dA MArCHA dA SEMANA dO MAr 2012 (Palco Principal) (nOta: O presente programa poderá sofrer alterações e/ou ajustamentos)

ExPOSIçõES: banco de artistas – animação infantil todos os dias, das 17h30 às 23h30 - (associação Música Vadia, teatro de giz e associação Cultural fazendo) - expomar, feira regional de artesanato – Marina da horta Domingo, dia 5, das 12h00 às 24h00 todos os dias, das 19h00 às 24h00 (Câmara de Comércio e indústria da horta e Centro regional de apoio ao artesão)

FESTA dO lIvrO dA HOrTA – Sala Polivalente da biblioteca Pública e arquivo regional João José da graça Domingo, dia 5, das 13h00 às 24h00 e restantes dias das 10h00 às 24h00 (biblioteca Pública e arquivo regional da horta João José da graça)

Patrocínios:


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