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PLANTANDO CASTANHAS

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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

A1 Dança como área de conhecimento, no Brasil, vem crescendo a cada dia e, desta forma, alargando as fronteiras de sua atuação, bem como de seu reconhecimento. Em diversos aspectos, essa

área vem contribuindo para o crescimento e desenvolvimento das pessoas, bem como da sociedade, propondo novos entendimentos sobre o corpo, sobre o movimento, sobre o mundo e sobre a própria vida, dentre outras questões.

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Academicamente, em termos quantitativos, a produção sobre a Dança brasileira já conta com 50 graduações (em instituições públicas e privadas) e 04 programas de Pós-Graduação específicos em Dança, e ainda, recentemente, em 2019, o Programa de Pós-Graduação em Dança da Universidade Federal da Bahia abriu o primeiro Doutorado em Dança do País, que, até agora, é o único ofertado por uma instituição pública no mundo. Em termos qualitativos, advindo não só dos estudos acadêmicos,

Utilizamos a palavra Dança com “D” maiúsculo no intuito de enfatizá-la como área de conhecimento. Dados disponibilizada por Rita Aquino (Prefácio deste).

mas também de toda a produção não acadêmica realizada no Brasil, a Dança produzida em nosso país há tempos já é reconhecida e, aliando tais pesquisas, as acadêmicas com as não acadêmicas, vem crescendo e alcançando patamares outrora não imaginados.

Em Teresina, capital do Piauí, embora ainda não se tenha uma graduação em Dança, também é possível perceber um crescente movimento na produção desta área de conhecimento, tanto quantitativa quanto qualitativamente, haja vista as produções realizadas, de pesquisas acadêmicas e pesquisas artísticas (espetáculos, produções escritas, eventos e outras) realizadas na e pela cidade. Outro importante movimento que denota a citada valorização, está sendo a implantação da Dança como componente curricular nas Escolas de Tempo Integral da Prefeitura de Teresina (ETIs), ou seja, como matéria integrante do currículo do Ensino Fundamental, para além de linguagem artística no componente Arte ou unidade temática em Educação Física (FREITAS, 2019), fatos esses que promovem o fomento do mercado de trabalho em Dança, como campo de atuação para as pessoas licenciadas, ou mesmo sob a forma de estágio, dentre outras perspectivas.

Em uma escala bem menor, mas também em movimento crescente, identificamos que, adentrando o interior do estado do Piauí, a mesma perspectiva da capital se apresenta, pessoas pesquisadoras que estão buscando sua formação acadêmica em outros programas de ensino que não um de Dança, ou mesmo buscando outros centros de formação, dentro e fora do país, na busca por programas específicos nesta área. Desta forma, estas pessoas seguem o curso de suas danças realizando estudos/pesquisas em nível de graduação, especialização, mestrado e doutorado, a exemplo do fato de que, atualmente, no citado programa de doutoramento (PPGDANÇA/UFBA), já estão três pessoas piauienses, nascidas em Teresina. É importante dizer que além da formação acadêmica, muitas pessoas artistas da dança piauiense seguem outros caminhos formativos.

Disponível em <http://.seer.fundarte.rs.gov.br/index.php/RevistadaFundarte/index>. Em respeito às questões de gênero da atualidade, que também são questões da Dança, embora não específica desta pesquisa, optamos por escrever no feminino genérico, concordando com o termo “pessoas”, afirmando ainda que não temos o interesse em inverter possíveis papéis de dominação, do masculino para o feminino, mas, demonstrar novos caminhos para se pensar as relações na contemporaneidade. Luzia Amélia Marques, Francisco Roberto de Freitas e Ireno Gomes da Silva Júnior.

A pesquisa que gerou esta publicação surgiu a partir da ideia em dar seguimento à valorização da Dança enquanto área de conhecimento em Teresina, e no Piauí, realizando um levantamento inicial de dados sobre a produção textual escrita, efetivada por pessoas que se ligam à Dança local. Não temos a intenção de exaurir as possibilidades e chegar a um número exato das produções realizadas, mas, minimamente, elencar um referencial que possa tanto contribuir como ponto de partida para outras pesquisas como dar a conhecer dados referentes à esta produção e suas lógicas de funcionamento. Trata-se, portanto, de uma pesquisa em movimento que se configura no presente. Ampliar as possibilidades de pensar, entender e produzir Dança e suas relações com movimentos de construção artística, social, educativa, afetiva e/ou outras, identificando avanços e necessidades desta área, neste chão.

O levantamento, aqui realizado, busca contemplar as produções textuais em dança criadas por piauienses. Esse recorte foi importante para direcionar os objetivos desta pesquisa. No entanto, fez-se necessário perceber bifurcações que nos levaram a considerar trabalhos textuais criados por pessoas que têm uma relação extremamente forte com a dança no Piauí. Nesse sentido, o parâmetro utilizado para contemplação de autoras que nasceram em outros Estados foi a sua relação de moradia no Piauí, ou seja, que se criaram neste Estado, bem como sua contribuição para a dança piauiense.

Ao nos percebermos como pessoas envoltas de inúmeras leituras para embasar nosso próprio processo de doutoramento em Dança, identificamos que pouco sabíamos acerca das produções escritas por pessoas conterrâneas nossas, autoras/pesquisadoras piauienses. O fato de não existir uma Graduação em Dança, em nosso Estado, obriga as dançantes, que desejariam desenvolver sua formação acadêmica, nessa área, a realizarem seus processos formativos em diferentes áreas de conhecimento, tais como: Educação Física, Pedagogia, Fisioterapia, Educação, Arte em geral, dentre outras. Este fato acaba por dificultar o re/conhecimento do universo que constitui as produções escritas sobre

Dança no Piauí, seus dados quantitativos e qualitativos (não querendo aqui atestar a qualidade de nenhum trabalho, mas produzir notas sobre dados subjetivos referentes aos estudos realizados, tal como a diversidade de programas em que estão inseridos).

Ao começar uma busca pelos trabalhos textuais produzidos por piauienses nos deparamos com muitas das dificuldades apontadas por Rita Aquino em sua dissertação de mestrado intitulada “A constituição do campo acadêmico da dança no Brasil” (2008), tal como o fato de não se encontrar tais trabalhos nos repositórios das Instituições de Ensino Superior, quando estes existem. Logo de início, este fato nos chamou a atenção, pois, pensar que a própria dificuldade de acesso, o não saber de sua existência e a falta de acessibilidade àquelas produções já se torna um dado importante. Neste sentido refletimos:

Como valorizar algo que se desconhece? Como conhecer o desconhecido?

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