Turbo Frotas # 2

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frotas

#2 DEZEMBRO 2016

PROFISSIONAL

HYUNDAI: "FROTAS SÃO ESTRATÉGICAS PARA 2017"

ESPECIAL CARRINHAS

ESCOLHA RACIONAL

AUDI A6 NA PRIMEIRA LINHA

KIA OPTIMA VALOR SEGURO PAULO PINHEIRO - ALF

LEASING DOMINA MERCADO

SUV

FASQUIA ELEVADA

PEUGEOT 3008

TENDÊNCIAS

CARSHARING EMPRESARIAL

NISSAN QASHQAI

BMW SÉRIE 5 POSIÇÃO INTOCÁVEL

NOVO

CITRÖEN C3

VW TIGUAN




frotas PROFISSIONAL

SUMÁRIO

#2

DEZEMBRO 2016

RADAR

12 Rent-a-Car: Procura em crescimento TENDÊNCIAS

26 Carsharing: partilha reduz custos RADAR

NOVOS MODELOS

20 ARAC: Digital é o futuro

30 Citroën C3

58 Peugeot 3008

DESTAQUE

60 Hyundai: Estratégia passa pelas frotas PERSPETIVA

68 ALF: Leasing continua o preferido COMERCIAIS

72 Volkswagen Multivan 74 Nissan NV300 76 Toyota Hilux AGENDA FISCAL

CLIENTE CTT - investimento em veículos elétricos

81 Orçamento de Estado

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GUIÁMOS NESTA EDIÇÃO

32 Kia Optima SW 36 Fiat Tipo SW 40 Nissan Qashqai 42 Audi A6 4

TURBO FROTA DEZEMBRO 2016

44 BMW 520 Touring 52 Ford Kuga Business 46 Mercedes E350d 54 Renault Clio 48 Mitsubishi Outlander PHEV 56 Opel Insignia Sports Tourer 50 Volkswagen Tiguan



EDITORIAL

frotas PROFISSIONAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO LDA NPC 508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000€ CRC CASCAIS

SUCESSO

S

SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL: TURBO@TURBO.PT

im, há lugar para projetos inéditos, desde que tenham real utilidade. Num tempo em que a media impressa enfrenta as dificuldades que são conhecidas de todos, lançar uma nova publicação é pouco menos do que uma aventura.

DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt DIRETOR ADJUNTO

ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt EDITORA CHEFE

ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt COORDENADOR DE EDIÇÃO

CARLOS MOURA

Foi o que fizemos em outubro passado: iniciámos uma nova aventura – nada a que não estejamos acostumados. E, podemos já dizer, a Turbo Frotas superou as nossas previsões. Dizemo-lo com segurança. Com base em sinais de que já não nos recordávamos e que são absolutamente estimulantes: a quantidade de emails solicitando o envio da revista, as críticas e sugestões, a empatia suscitada… Não podia ser mais encorajador. Procurando as razões para este regresso aos dias de entusiasmo, destacamos o facto de termos sido capazes de ir ao encontro daquilo que as pessoas queriam/precisavam. Ao lamentarmos o decréscimo de consumo de media, colocamos demasiadas vezes do lado de lá a explicação para

esse facto, “evitando” responder a duas questões essenciais (por estarem do “lado de cá”): estamos a fazer aquilo que as pessoas querem/precisam? É esta a razão central para o entusiasmo com que a Turbo Frotas foi recebida: a informação é a chave do sucesso dos negócios e é isto que levamos a quem nos lê. Distantes de lóbis e de outros interesses que não sejam o de levar informação de qualidade a quem dela necessita para decidir, a Turbo Frotas é um projeto desenvolvido por profissionais que estão na comunicação e no segmento automóvel há décadas, com competência e isenção reconhecidas. Foi isso que trouxemos para este segmento das compras profissionais. E traremos muito mais!

JÚLIO SANTOS DIRETOR

carlosmoura@turbo.pt EDITOR DE ENSAIOS

MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt REDAÇÃO JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt NUNO FATELA nunofatela@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt COORDENADORA COMERCIAL

ALEXANDRA LI CHING alexandraliching@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt

SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt PARCERIAS

4FLEET; FLEET DATA IMPRESSÃO LIDERGRAF, ARTES GRÁFICAS, SA. RUA DO GALHANO, N.º 15 4480-089 VILA DO CONDE, PORTUGAL lidergraf@lidergraf.pt DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt

DEKRA - O USED CAR REPORT É UM RELATÓRIO ANUAL DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DA DEKRA COM BASE EM TESTES REALIZADOS, NA ALEMANHA, AO LONGO DE MAIS DE DOIS ANOS DE PERMANÊNCIA EM MERCADO DE CADA UM DOS MODELOS. SÓ SÃO FORNECIDOS DADOS QUANTITATIVOS PARA MODELOS DE QUE TENHAM SIDO INSPECIONADOS PELO MENOS MIL UNIDADES. SÃO DEFINIDAS DIFERENTES CLASSES E O “BENCHMARK” (RESULTADO DE REFERÊNCIA) É RESPEITANTE Á MEDIA DE CADA SEGMENTO, NÃO SENDO, PORTANTO, INFLUENCIADO POR RESULTADOS DE OUTRO TIPO DE AUTOMÓVEIS. DEFEITOS RESULTANTES DE MODIFICAÇÕES REALIZADAS PELOS PROPRIETÁRIOS AO MODELO ORIGINAL NÃO SÃO LEVADOS EM CONTA

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TURBO FROTAS DEZEMBRO 2016

TIRAGEM 3500 EXEMPLARES ISENTA DE REGISTO NA ERC AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART.O 12º Nº 1 A. DEPÓSITO LEGAL N.º 415871/16 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS



EM MOVIMENTO

NOTÍCIAS

HYUNDAI

IONIQ COM BONS RESIDUAIS Os estudos sobre valores residuais, elaborados por serviços de informação automóvel, como a Eurotax Glass’s e a CAP, estão a atribuir excelentes classificações ao Hyundai Ioniq, quer na versão híbrida, quer na elétrica

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Hyundai Ioniq, nas versões elétrica e híbrida, está a obter boas classificações nos mais recentes estudos sobre valores residuais que estão a ser realizados por serviços de informação automóvel por toda a Europa, incluindo pela Eurotax Glass’s na Alemanha, Itália, França, Espanha e Holanda, e pela CAP na Grã-Bretanha. O Ioniq Híbrido é o primeiro classifi-

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cado em quase todos os países europeus pelo seu valor residual, seguindo-se o Ioniq Elétrico, que, em média, apresenta praticamente o mesmo valor residual e depreciação. Primeiro automóvel no mundo a disponibilizar três motorizações numa única carroçaria – híbrido, híbrido Plug-in (PHEV) e elétrico (BEV) – o Ioniq veio democratizar a e-mobilidade, tornando acessível a condução com emissões zero. Um dos fatores que contribui para a boa classificação deste modelo é a garantia Hyundai, de cin-

co anos sem limite de quilómetros, combinada com a garantia da bateria de oito anos ou 200 mil quilómetros, que é considerada como uma das melhores do segmento. Além disso, a dinâmica de condução do Ioniq Híbrido teve uma classificação mais elevada do que os automóveis híbridos e diesel da concorrência. “O facto de termos a melhor garantia do segmento para a bateria afasta qualquer incerteza e oferece paz de espírito, posicionando o nosso Ioniq claramente melhor do que a concorrência”, defende


OPEL

PRÉMIOS AUTOBEST 2016

A ESCOLHA PARA FROTAS “O Ioniq Elétrico é a alternativa perfeita para as frotas”, afirma Thomas Schmid, CEO da Hyundai Motor Europe

Thomas Schmid, CEO da Hyundai Motor Europe, adiantando que a versão elétrica deste modelo é a “alternativa perfeita para as frotas, conferindo uma autonomia prática de 280 quilómetros com carga completa e curtos períodos de carregamento, permitindo assim uma maior flexibilidade aos condutores”. Entre as vantagens competitivas apontadas pela marca sul-coreana para a versão 100% elétrica desta gama, destaque para o “baixo consumo de energia, a elevada qualidade, o interior espaçoso, a visibilidade reforçada, a aceleração e a travagem superiores”. A par do elevado valor residual, que, de acordo com o estudo da Eurotax Glass’s para a Alemanha, chega aos 47% e 48% para as versões Ioniq EV e Ioniq HEV, respetivamente, e da baixa depreciação, outro argumento importante para as frotas reside no baixo custo de manutenção dos veículos elétricos. Às garantias líderes no segmento e ao preço considerado competitivo pela marca juntam-se a eficiência de combustão na versão híbrida e emissões de CO2 de apenas 79 g/km. /

Opel esteve em grande destaque na edição de 2016 dos prestigiados prémios europeus AUTOBEST, que são atribuídos por um painel de 31 jornalistas de países europeus. O júri elegeu o Opel Ampera-e como ECOBEST 2016, pela “resposta certa que dá às necessidades do futuro da mobilidade na Europa” e também reconheceu “a recuperação de sucesso da Opel sob a liderança do CEO Karl-Thomas Neumann”. Acrescentou ainda que o lema da marca - “precisão alemã aliada à arte escultural” - pode ser aplicado tanto aos modelos como à própria empresa. Assim, o Opel Group foi nomeado COMPANYBEST 2016. “Estamos orgulhosos destes prémios”, afirmou Karl-Thomas Neumann. “São a prova de que os nossos produtos, a companhia e a marca vão ao encontro das pessoas”. Estas distinções do júri AUTOBEST sucedem-se aos prémios SAFETYBEST e Melhor Compra atribuídos em 2015, respetivamente ao sistema IntelliLux de faróis de matriz de LED e ao modelo Opel Corsa.

MAZDA VENDAS RECORDE

A

Mazda Motor Corporation anunciou um volume recorde de vendas na primeira metade do ano fiscal 2016-2017, tendo comercializado 775 mil veículos, um valor ligeiramente acima do anterior máximo, para o mesmo período, registado há um ano. O mercado europeu contribuiu com 123 mil unidades, o que se traduz num aumento de 12% face aos mesmos seis meses do ano passado. O excelente desempenho de vendas do seu SUV urbano Mazda CX-3 e do roadster Mazda MX-5 contribuiu para este resultado. Na Europa, a marca japonesa assinalou o 16º trimestre consecutivo de crescimento nas vendas. A Mazda anunciou também sólidos crescimentos na China (+22%, 133 mil unidades), na região ASEAN (+18%, 54 mil unidades) e Austrália (+4%, 60 mil unidades).

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EM MOVIMENTO

NOTÍCIAS

LEASEPLAN

CENTRO DE USADOS E SERVIÇOS A VEÍCULOS

C

om o objetivo de colocar no mercado os melhores veículos usados provenientes da frota por si gerida, a LeasePlan Portugal abriu um centro de usados em Carnaxide, que também permite aos clientes realizarem a inspeção e a devolução das viaturas em fim de contrato. Este centro de usados tem em exposição permanente cerca de 45 veículos numa área coberta com 3500 m2 e cerca de cem viaturas num espaço exterior com aproximadamente 6500 m2. Todos os veículos expostos foram monitorizados pela LeasePlan Portugal, desde a compra até à revenda, e todas as unidades usadas distinguem-se pelas suas condições especiais: um único registo de propriedade, quilómetros reais, revisões e manutenções comprovadas. Além disso, os veículos têm uma garantia de dois anos. “Em média temos cerca de mil veículos em stock de todos os segmentos, incluindo comerciais ligeiros, para venda na nossa rede”, afirma Gonçalo Guerra, Sales Manager da LeasePlan Used Cars. O responsável adianta que as viaturas têm uma idade média até cinco anos e o segmento que tem mais expressão é o das breaks do segmento C. “Todos os veículos são inspecionados por uma entidade independente, a SGS, antes de serem entregues aos clientes finais”, refere, acrescentando que toda a “parte mecânica é rigorosamente verificada.” O Centro de Usados da LeasePlan de Carnaxide, que está em funcionamento desde o passado mês de agosto, vende, em média, entre 120 a 125 viaturas por mês, de todos os segmentos. Os veículos usados

IMAGEM COMUM No âmbito do rebranding da marca Carnext, a LeasePlan abriu um centro de devolução de viaturas em fim de contrato de renting e de venda de usados em Carnaxide

que não forem vendidos para o mercado de particulares são canalizados para o segmento profissional (leilões). Além da venda de veículos usados, o centro de Carnaxide da LeasePlan disponibiliza outros tipos de serviços aos seus clientes, como manutenção, pneus, reparação e substituição de vidros. Este novo centro insere-se no projeto de rebranding da CarNext, a marca da LeasePlan que se dedica à comercialização de veículos usados, tendo passado a apresentar-se ao mercado sob a marca mãe. A uniformização da identidade da marca resultou da aposta da gestora de frotas em ser reconhecida

como a parceira de referência na mobilidade automóvel, com uma oferta integrada de soluções, que vão desde o renting, passando pelos veículos usados até aos serviços automóveis. A identidade e imagem comum está a ser adotada em todas as submarcas da gestora de frotas, incluindo a LeasePlan Go, Network, Multirent Automotive Solutions, Euro Insurances e Fleet Cover. “O resultado de operação será um reforço da marca Leaseplan, capaz de traduzir a abrangência da nossa oferta de serviços,” afirma António Oliveira Martins, diretor-geral da LeasePlan Portugal. /

TOYOTA NAS MAIS VALIOSAS O estudo da “Best Global Brands”, publicado pela Interbrand, aponta a Toyota como a marca automóvel mais valiosa do mundo. Aquela entidade, consultora de marcas a nível mundial, estima que o valor da insígnia japonesa registou um crescimento de 9% em 2016, sendo agora de 53 580 milhões de dólares (cerca de 50,1 mil milhões de euros). Além disso, a Toyota também foi a primeira

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FINLOG E IBERICAR CONCENTRADAS

e única marca automóvel asiática a classificar-se nos cinco primeiros lugares desta tabela elaborada pela consultora Interbrand.

A Salvador Caetano notificou a Autoridade da Concorrência sobre o lançamento de uma operação de concentração das empresas de gestão de frotas e aluguer de automóveis, Finlog e Ibericar. A operação consiste

na aquisição de controlo exclusivo destas empresas pela Salvador Caetano, que já detinha o controlo sobre as mesmas. Na sequência desta iniciativa, a sociedade gestora de participações sociais da Salvador Caetano passa a deter o controlo exclusivo de ambas as empresas.


EUROPCAR ALD AUTOMOTIVE E WHEELS JUNTAS NA AMÉRICA CENTRAL

NOVA ORGANIZAÇÃO IMPLEMENTADA

O

Grupo Europcar anunciou uma nova configuração do seu Conselho de Administração, de forma a otimizar a implementação da nova estratégia de organização por unidade de negócio, já anunciada a 25 de julho de 2016. Os membros do Conselho de Administração assumem agora novas responsabilidades dentro do grupo: Philippe Germond (na foto), Diretor Executivo;

NOVA DIRETORA COMERCIAL A Europ Assistance Portugal nomeou Maria João Alvarez Matos para assumir a Direção Comercial A responsável, que está há 12 anos na companhia, cinco dos quais como Diretora Comercial Adjunta, vem suceder a Paula Casa Nova, que passou a CEO da empresa. Licenciada em Economia pela Universidade Nova, Maria João Alvarez afirma estar “altamente motivada para o desempenho da nova

A ALD Automotive e o seu parceiro norte-americano Wheels Inc. estabeleceram um acordo com a Arrend Leasing, uma empresa da Guatemala, e que abrange quatro mercados na América Central (Nicarágua, Honduras, El Salvador e Guatemala). “Com este acordo, a ALD Automotive será a primeira empresa internacional de Aluguer Operacional capaz de satisfazer as necessidades dos seus clientes nestes quatro países. Este desenvolvimento permite à aliança ALD Automotive/Wheels ampliar a sua capacidade em apoiar clientes, com tecnologia e representação experiente nestes mercados, possibilitando alavancar relacionamentos fortes e aconselhamento de confiança na América Central”, afirma a ALD.

Caroline Parot (na foto), Diretora-geral adjunta; Kenneth McCall, Diretor-geral adjunto de Países e Operações; Fabrizio Ruggiero, Diretor-geral adjunto de Vendas, Marketing, Clientes e InterRent Por sua vez, Jean-Claude Poupard, atual Diretor de Operações Financeiras e de Risco, foi nomeado novo Diretor Financeiro do Grupo Europcar. Poupard iniciou a sua carreira na Europcar como Diretor da Tesouraria, em fevereiro de 2011.

função”, deixando patente o objetivo de “manter o foco no serviço ao cliente, tendo a qualidade e a inovação como premissa base das atividades diárias da equipa”.

MOTOR TÉRMICO PROIBIDO O Parlamento Alemão aprovou um projeto de resolução para proibir a venda de veículos com motor térmico - diesel e gasolina -, a partir de 2030, sendo o objetivo permitir apenas a comercialização de veículos elétricos ou fuelcell (hidrogénio). O objetivo desta iniciativa consiste no cumprimento do Acordo do Clima de Paris, segundo o qual a Alemanha terá de reduzir as emissões de

dióxido de carbono em 95% até 2030. “Se o Acordo de Paris para reduzir as emissões for para levar a sério, os carros novos com motores de combustão não devem ser permitidos nas estradas alemãs a partir de 2030”, afirmou o deputado Oliver Krischer.

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EM MOVIMENTO

NOTÍCIAS

MERCEDES-BENZ

SUBMARCA EQ PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS

À

semelhança da BMW, a Mercedes-Benz vai apostar numa submarca específica para veículos elétricos, que vai receber a designação de EQ. O primeiro protótipo foi apresentado ao público no Salão Automóvel de Paris e, mais recentemente, o construtor de Estugarda anunciou que esse SUV-Coupé desportivo irá ser produzido em série na fábrica de Bremen, na Alemanha. Com uma autonomia de até 500 quilómetros e os atributos típicos da Mercedes-Benz, como a segurança, o conforto, a funcionalidade e a conetividade, aquele protótipo assume-se como o pioneiro de uma nova era, enquanto a submarca EQ será um pilar fundamental da estratégia da marca para a mobilidade do futuro. A nova geração de veículos elétricos será baseada numa arquitetura desenvolvida especialmente para este tipo de viaturas, podendo ser utilizada em todos os modelos: a distância entre-eixos e a largura das vias serão variáveis, assim como todos os outros componentes do sistema, designadamente as baterias, o que se deve ao sistema de construção por módulos. A arquitetura básica escalável está preparada para SUV, berlinas, coupés e outros modelos de série.

GENERATION EQ O primeiro veículo elétrico de produção da nova gama EQ da Mercedes-Benz será o SUV-Coupé que foi apresentado no Salão Automóvel de Paris. A marca anuncia uma autonomia para este modelo de até 500 quilómetros

O protótipo Generation EQ Concept é um SUV-Coupé que conta com dois motores elétricos, montados sobre cada eixo para garantir a tração integral, e que disponibilizam uma potência máxima de 300 kW (402 cv) e um binário de 700 Nm. Em termos de prestações, a marca anuncia uma

aceleração dos 0 aos 100 km/h em menos de cinco segundos. A Mercedes-Benz Cars pretende ter dez veículos elétricos no seu portefólio em 2025. Os novos modelos deverão ser fabricados através da rede de produção, com instalações nos quatro continentes. /

NISSAN LEAF BATE RECORDE DE VENDAS EM PORTUGAL

BMWI COM CEM MIL UNIDADES

A Nissan anunciou que o seu veículo 100% elétrico, LEAF, bateu o recorde de vendas anual em território nacional, com a comercialização de 240 unidades entre janeiro e setembro, um valor que supera as 209 unidades transacionadas ao longo dos doze meses de 2015, quando este modelo havia também batido o seu registo máximo de vendas. As frotas representam 70% das vendas totais deste modelo. Desde que entrou em comercialização no nosso país, em 2010, o Nissan LEAF tornou-se o automóvel elétrico mais vendido, com uma quota

Três anos após o lançamento da submarca BMWi, em novembro de 2013, a marca alemã revelou ter comercializado mais de cem mil veículos elétricos e híbridos Plug-in em todo o mundo. O BMW i3 contribuiu com 60 mil unidades, enquanto o desportivo i8 registou vendas de dez mil unidades. As restantes 30 mil unidades híbridas Plug-in referem-se às versões comercializadas sob a designação BMW iPerformance, refletindo o sucesso que está a ser alcançado com a transferência da tecnologia BMW i. Atualmente, o Grupo

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acumulada de mercado de 36,6%, que supera os registos combinados dos dois automóveis de emissões zero que o seguem neste ranking de vendas. No que se refere a 2016, a performance deste modelo é também motivo de destaque, sendo responsável por 44% de todos os veículos elétricos comercializados ao longo do presente ano no mercado nacional.

BMW disponibiliza sete modelos totalmente elétricos como o BMW i3 ou híbridos Plug-in. A marca bávara adianta que esta gama irá ser alargada a curto e médio prazo, incluindo uma versão híbrida Plug- in do Mini Countryman, em 2017, e uma variante roadster do desportivo BMW i8, em 2018. Em 2019, vai chegar a versão totalmente elétrica do Mini e, no ano seguinte, uma variante também 100% elétrica do BMW X3.



EM MOVIMENTO

NOTÍCIAS

FÓRUM DA NISSAN PARA A MOBILIDADE INTELIGENTE

VEÍCULOS ELÉTRICOS SERÃO BATERIAS COM RODAS

O

sistema V2G Vehicle to Grid (V2G) e o armazenamento de energia foram os principais temas de um painel do Fórum Nissan para a Mobilidade Inteligente, que se realizou no Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, em Lisboa. Intitulado “Integração Inteligente: Energia, V2G e Armazenamentos”, o painel incluiu diversas intervenções, entre especialistas europeus e nacionais e cerca de cem convidados. Uma das conclusões deste painel indica que os proprietários de automóveis elétricos vão passar a ter um papel ativo na rede elétrica, e muito provavelmente gerar receitas com a energia que acumularam nos seus veículos. Os primeiros utilizadores do sistema, na Dinamarca, fruto de uma colaboração entre a Nissan e a ENEL, não podem estar mais satisfeitos: ao fim de um ano, cada veículo Nissan 100% elétrico gerará mais de mil euros de receitas. O responsável pelo V2G e pelo armazenamento de energia da Nissan Europe, Eduardo Mascarell afirma mesmo: “A tecnologia V2G é a nova era das capacidades de infraestrutura do veículo elétrico. Não é apenas um carregador, é ele próprio um modelo de negócio, com capacidade de gerar receitas para o proprietário do automóvel elétrico. Vender serviços à rede elétrica pode render cerca de mil euros por automóvel por ano. O nosso veículo elétrico já não é só um automóvel… É Energia! Para a Nissan, os nossos LEAF e e-NV200 não são ‘ape-

LEASEPLAN TELEMATICS A LeasePlan introduziu uma nova solução própria de telemática, que tem como objetivo dar resposta às crescentes necessidades de informação que os clientes têm na gestão diária dos seus veículos. A gestora de frotas adianta que, por um custo muito competitivo, a solução LeasePlan Telematics permite às empresas acompanhar o desempenho dos seus veículos, com métricas e

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nas’ automóveis elétricos; do ponto de vista de energia, são baterias com rodas, são uma base de acumulação de energia. A Nissan está a crescer nesse sentido. Queremos ser um agente relevante no mercado da energia”. Eduardo Mascarell mos-

relatórios detalhados, para uma gestão mais eficiente e uma condução mais consciente. Através de um dispositivo instalado em cada veículo, o LeasePlan Telematics recolhe e analisa os dados relacionados com a atividade da frota. Os dados obtidos são transformados em indicadores de gestão e disponibilizados através de uma plataforma online, que pode ser consultada pelo gestor de frota num computador ou num smartphone.

trou que o primeiro hub de V2G, instalado há dois meses na Dinamarca, já gera dinheiro para os proprietários dos automóveis elétricos. “O V2G gera dinheiro. Estamos a fazer 45 euros por semana por automóvel. Dá que pensar, não?” - questionou. /

CEM CARROS RECUPERADOS A Cartrack recuperou mais de uma centena de veículos furtados em Portugal desde a sua entrada no nosso país em 2009, o que representa uma poupança superior a um milhão de euros em valor patrimonial para os seus clientes. A empresa reivindica que a taxa de recuperação é, atualmente, de 98%, numa altura em que monitoriza cerca de 30 mil viaturas em território nacional e 563 mil em todo o mundo.

Dos 105 veículos furtados registados pela Cartrack entre 2009 e julho deste ano, apenas dois não foram recuperados. O peso dos sistemas de monitorização de veículos na recuperação de bens é revelador da eficácia do sistema da Cartrack. Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna, foram furtados em Portugal 12 017 veículos motorizados em 2015. Embora elevado, este número tem apresentado uma trajetória descendente, desde 2010.


OPINIÃO

POTENCIAL DE NEGÓCIO O armazenamento de energia será o maior mercado emergente na próxima década, afirmaram especialistas reunidos no Fórum Nissan para a Mobilidade Inteligente, em Lisboa

AUDI ENTRA NOS SUV COMPACTOS A Audi passou a disponibilizar no mercado nacional o Q2, um modelo que é identificado pela marca como um SUV compacto do tipo urbano para uma condução diária e para os momentos de lazer. Este modelo conta com os mais recentes sistemas de conetividade, infotainment e assistência à condução que normalmente estão presentes nos segmentos superiores. Na fase de lançamento, a Audi disponibiliza três

motores de quatro cilindros e um de três cilindros - um TFSI e três TDI – com potências compreendidas entre 116 cv e 190 cv e cilindradas entre 1.0 e 2.0 litros. O Audi Q2 já está disponível com o motor 1.6 TDI de 116 cv, em três níveis de equipamento: Base (29 990 euros), Sport (32 090 euros) e Design (32 090 euros).

NOVA VERSÃO DA APLICAÇÃO UCB ONLINE A aplicação de avaliação de usados da FleetData, UCB online, é uma referência no mercado. Este sucesso explica-se pelo facto de esta assentar nas transações efetivas ocorridas no mercado, que são recolhidas desde 1994, e que neste momento já ascendem a mais de 500 mil e das mais variadas proveniências como: leiloeiras, gestoras de frota, RACs, concessionárias e comerciantes. Com base na metodologia utilizada, este produto permite uma análise efetiva e sustentada do Mercado Viaturas usadas. Agora, a FleetData prepara-se para lançar uma nova versão do UCB online, que para além de todas as funcionalidades anteriores, como por exemplo definir o valor para uma quilometragem específica, o estado geral da viatura ou estado especifico das diferentes componentes do automóvel, ou ainda dos opcionais que a viatura possui, face ao equipamento de série, apresentará as seguintes novidades: - Possibilidade de pesquisar e selecionar a viatura a avaliar pela matrícula, facilitando o processo de avaliação; - A nova aplicação, por ter sido desenvolvida com tecnologia responsive, permite a utilização em todo o tipo de browsers e equipamentos, como computadores de secretária e portáteis, mas também em tablets e smartphones em que funciona como uma verdadeira app. - Os seus utilizadores continuarão a beneficiar da dupla informação relativa aos valores, quer de compra, quer de venda (no mercado profissional), mas os profissionais passarão a ter acesso a uma base de dados de potenciais interessados na venda das suas viaturas, de particulares e empresas que avaliaram as suas viaturas no UCB online, disponível em sites especializados via iFrame e que, ao avaliarem as suas viaturas, se mostraram interessados em receber ofertas pelas mesmas. A FleetData acredita que esta nova versão vai ao encontro das necessidades atuais do mercado, mantendo em simultâneo as caraterísticas que fizeram do UCB uma aplicação imprescindível para quem necessita de avaliar viaturas de uma forma profissional e objetiva. /

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RADAR

RENT-A-CAR

PROCURA EM CRESCIMENTO A procura de Portugal como destino turístico está a ter um impacto positivo no setor do rent-a-car, que se traduz num crescimento da atividade e num aumento da aquisição de veículos. Para garantirem uma maior estabilidade ao longo do ano, alguns operadores estão a apostar no mercado empresarial

O

setor do rent-a-car adquiriu 35 mil veículos nos primeiros nove meses deste ano, o que corresponde a um crescimento de 5% face a igual período do ano anterior, revelam as estatísticas da ARAC – Associação das Empresas de Rent-a-Car. Perante estes valores, é expetável que o setor atinja os 42 mil veículos até final do ano. O aumento da procura de Portugal como destino turístico está a ter um impacto positivo nesta atividade, que tem um volume de negócios anual de 900 milhões de euros, sendo responsável por seis mil empregos diretos e 40 mil indiretos. Para os operadores de rent-a-car, o balanço do ano de 2016 é de crescimento. “Embora ainda seja muito cedo para falar em percentagens exatas, podemos dizer que estamos a ter um ano muito positivo”, afirma Valerie Chenivesse, diretora-geral Ibérica da Avis. “2015 foi um ano marcado pelo número crescente de parcerias da marca Avis Portugal, desenvolvidas com os principais players no nosso setor. Essa expansão possibilitou continuar a oferecer um excelente serviço aos nossos clientes, e 2016 está a seguir um rumo semelhante.” Para a Europcar, o balanço tem sido igualmente positivo, conforme avança fonte oficial da empresa: “Fomos distinguidos com o Prémio de Melhor Rent-a-Car nos Plubituris Travel Awards 2016, fruto do trabalho que temos vindo a fazer para evoluir e oferecer cada vez mais e melhores serviços e materializar aquela que é uma tendência internacional e na

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qual a Europcar é altamente especializada, que é a Mobilidade 360º, com soluções diversas que facilitam o dia a dia de particulares e empresas. Temos uma estratégia claramente definida em relação à nossa forma de estar no mercado, que tem como estandarte a Mobilidade 360º.” Por sua vez, Catarina Pinto, da We Rent – Car Rental, refere: “Na sequência da expansão do mercado do turismo, o mercado nacional de rent-a-car também cresceu. No entanto, sentimos que o turismo continua a ser sazonal, apesar dos esforços para que Portugal se torne um destino turístico todo o ano. Tendo em conta que esta é ainda uma realidade, a nossa atividade tem de ser mais alargada, pelo que estabelecemos parcerias com diversas empresas para aluguer de automóveis com preços e condições competitivas. São estas parcerias que fazem com que a atividade se mantenha regular, apesar dos picos de turismo.” A responsável da We Rent adianta ainda: “Tendo em conta que, em relação ao ano de 2015, a atividade cresceu, podemos afirmar que a evolução da atividade correspondeu às expetativas. O mercado de turismo trouxe mais negócio e o mesmo se passou em relação ao aluguer a empresas – serviço We Rent Corporate – que continuamos a tentar implementar.”

BAIXA DE PREÇOS COMBINADA COM NOVOS SERVIÇOS Para a Sadorent, 2016 tem sido positivo, mas “o assaz fecundo crescimento que a empresa tem registado nos últimos exercícios económicos abrandou este ano”, refere fonte desta empresa, adiantando que, em relação a anos anteriores,


IMPACTO POSITIVO DO TURISMO O aumento da atividade turística no mercado nacional está a ter um impacto positivo no rent-a-car. Como consequência, as empresas estão a investir na renovação de frota, com um crescimernto nas aquisições de 5% 2016

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RADAR

RENT-A-CAR

BALANÇO POSITIVO Para as empresas de rent-a-car, o balanço da atividade tem correspondido às expetativas em termos de crescimento e, para 2017, a perspetiva será de evolução

a evolução é inferior às expetativas. A entrada de novos operadores no mercado levou a uma diminuição dos preços e a um aumento do parque de automóveis de aluguer em Portugal, “esmagando as margens”. A Visacar partilha desta visão, referindo que o balanço está a ser positivo, “embora o preço de mercado tenha baixado face ao ano anterior e, como consequência, “a evolução da atividade não esteja a corresponder às expetativas da empresa porque o crescimento não foi acompanhado pelo preço do mercado”. Mais crítico é António José Valagão, da Alagoacar, afirmando que o “ano de 2016 no mercado de rent-a-car foi mais fraco do que os anos anteriores” e que se registaram “quebras de faturação em alugueres na ordem dos 15%, inclusivamente nas épocas altas”. Segundo o responsável da Alagoacar, esta situação “deveu-se não a uma quebra da procura, já que o turismo aumentou, mas, sim, a um aumento da oferta acima do aumento da procura, ou seja, houve mais viaturas disponíveis para alugar e também mais operadores no mercado, o que consequentemente fez reduzir os valores de alugueres” e, por essa via, a faturação. “Felizmente, conseguimos antecipar o cenário e não aumentámos o nível de investimento para 2016, mantendo a mesma dimensão da frota.” Para 2017, as previsões da Alagoacar “não são nada animadoras”, desabafa António José Valagão. “O aumento de impostos sobre os veículos irá continuar a asfixiar a rendibilidade deste setor. Se a banca continuar a financiar as frotas da forma que tem acontecido nos últimos três anos, irá, então, existir um excedente de oferta e consequente redução no preço dos alugueres. No que diz respeito à venda de viaturas para o mercado de usados, acreditamos que, no próximo ano, irá haver uma redução no valor dos usados devido ao excedente de viaturas que estará disponível no final da época de 2017.”

ADAPTAÇÃO ÀS NECESSIDADES Perspetiva diferente tem a diretora-geral da Avis, referindo que o mercado de rent-a-car “adaptou os seus serviços para responder às expetativas dos clientes”. Atualmente, a Avis Portugal oferece serviços “complementares para a gestão de frota”, refere Valerie Chenivesse. “O serviço mais conhecido é o aluguer de veículos de curta duração, estando os carros disponíveis para alugar por algumas horas, dias ou semanas. As empresas podem usufruir deste serviço no caso de surgirem necessidades inesperadas, como, por exemplo, cobrir eventuais falhas na sua frota devido a avarias ou acidentes. Oferecemos um ser-

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viço que permite um aluguer mais longo – Avis Flex – que é visto pelas empresas como uma excelente alternativa a outros produtos tradicionais, como a locação a longo prazo do aluguer, uma vez que permite flexibilidade em termos de duração do aluguer sem qualquer compromisso ou penalidades na devolução do veículo.” A Europcar também considera que a evolução da atividade corresponde às expetativas e que tem lançado novidades que procuram responder às mais recentes tendências internacionais do mercado de rent-a-car, com destaque para o Luxury&Fun Cars, uma oferta premium, constituída por automóveis topo de gama e que proporciona um acompanhamento personalizado ao cliente. Outra aposta é o Chauffeur Serviço, um serviço de motorista privado, com diversas opções de acordo com a ocasião em que é requisitado, e o To My Door, que contempla a entrega e a recolha do veículo à porta do cliente. “Também disponibilizamos o Fit Rent para suprir as necessidades de mobilidade das empresas, sem as obrigar a assumir compromissos de custo com frotas por prazos alargados, ao terem a possibilidade de contratualizarem períodos mínimos de 30 dias”, refere fonte oficial da Europcar.

INVESTIMENTOS EM 2017 Em 2017, as empresas vão continuar a investir em renovação de frota. “Todos os anos e durante os doze meses – com maior ou menor intensidade em determinados períodos – entram e saem veículos da frota, ou seja, há renovação contínua”, refere a Sadorent. “No ‘pico’ da procura deste ano, a nossa empresa atingiu um milhar de viaturas.” Para o ano, a frota da Sadorent deverá manter-se estável: “A empresa tem uma gama variada, desde o smart fortwo até ao BMW Cabriolet, passando por furgões. A maioria da procura é de veículos da categoria Económicos. Se excetuarmos eventuais pedidos consistentes de determinado segmento automóvel por parte dos clientes, não se anteveem mudanças significativas”. Também a We Rent prevê a renovação de frota: “Acreditamos que o turismo de lazer e empresarial vai voltar a crescer em 2017, fruto até de alguns eventos que irão ocorrer em Portugal, que vão colocar o País, e em particular Lisboa, em grande destaque”, afirma Catarina Pinto. “Assim, a atividade no que respeita ao turismo irá aumentar e pretendemos continuar a apostar nas parcerias com o setor empresarial. Até final do primeiro trimestre de 2017, prevemos adquirir 18 viaturas novas. A aposta é na renovação, mantendo a dimensão da frota. Vamos manter a

VENDAS DE VEÍCULOS DE PASSAGEIROS A RENT-A-CAR (JANEIRO-SETEMBRO 2016) – TOP 10 MARCAS RENAULT

5871

VOLKSWAGEN

4098

FIAT

3249

PEUGEOT

2885

MERCEDES-BENZ

2689

OPEL

2536

NISSAN

2007

BMW

1900

CITROËN

1675

SEAT

1559


MODELOS MAIS COMPRADOS POR SEGMENTOS

A

SMART FORTWO VOLKSWAGEN UP PEUGEOT 108 RENAULT TWINGO

B

RENAULT CLIO PEUGEOT 208 KIA RIO RENAULT CAPTUR

C

MERCEDES CLASSE A BMW SÉRIE 1 VW GOLF RENAULT MEGANE

D aposta nos veículos económicos e na gama alta com caixa automática. Os veículos intermédios são – e serão – os que representam maior percentagem da frota”, salienta. Na região do Algarve, a Alocoacar projeta aumentar a frota em 50 unidades para um total de 180 viaturas. “A tendência será para aumentar um pouco a frota, mantendo toda a estrutura e assim rentabilizando os recursos existentes da melhor forma”, explica António José Valagão. “Iremos continuar a apostar nos segmentos de veículos que o turista do Algarve mais procura, nomeadamente os citadinos mais económicos e os compactos, bem como alguns monovolumes de sete lugares e minibus de nove lugares.” A Visacar prevê igualmente renovar a frota em 2017, mas o número de veículos não irá aumentar. Esta empresa irá apostar em viaturas de segmento médio alto. A Avis deverá oferecer a mesma variedade de automóveis e comerciais ligeiros em 2017, mas também irá apostar em algumas categorias de veículos específicos. “O nosso principal foco

é sempre satisfazer as necessidades dos nossos clientes e sabemos que, neste momento, a oferta que oferecemos cumpre esse propósito”, afirma Valerie Chenivesse. “Na verdade, dispomos de uma frota moderna e diversificada, especialmente adaptada às necessidades do mercado”, refere a diretora-geral Ibérica da Avis. A Europcar, por sua vez, tenciona aumentar o investimento em renovação de frota para reforçar a aposta no Selection: Luxury&Fun Cars, onde se incluem alguns modelos exclusivos desta rent-a-car, como o BMW i8, o Mercedes-Benz AMG, o BMW X6, o BMW 640 Cabrio. “A nossa estratégia é trabalhada no dia a dia e é algo já muito materializado na oferta presente de automóveis disponíveis, nomeadamente na oferta de viaturas de mercadorias, monovolumes, descapotáveis, veículos elétricos, mas, também, scooters e bicicletas”, salienta fonte oficial da empresa, adiantando que a estratégia será manter o nível da frota e apostar no tipo de viaturas mais solicitadas pelo mercado. /

MERCEDES CLASSE C BMW SÉRIE 3 VW PASSAT

E

MERCEDES CLASSE E BMW SÉRIE 5

F

BMW SÉRIE 6 MERCEDES CLS

G

MERCEDES G BMW X8

FONTE: ARAC

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ENTREVISTA

ARAC

JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA SECRETÁRIO-GERAL ARAC

“O DIGITAL É O FUTURO”

Com uma frota total que chega às 85 mil unidades, o rent-a-car tem acompanhado o crescimento do turismo em Portugal. Os principais desafios do setor serão abordados na Convenção da ARAC, designadamente a digitalização, as novas tecnologias e o futuro do turismo TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

A

ARAC - Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor vai realizar a sua Convenção Nacional no próximo dia 20 de janeiro, em Lisboa, onde serão abordados os temas de maior importância para o setor em Portugal, designadamente o rent-a-car na era digital. As empresas do setor têm vindo a investir nas novas tecnologias, refere o secretário-geral desta associação, Joaquim Robalo de Almeida, garantindo que essa aposta será para “continuar”, designadamente em soluções digitais baseadas nas novas plataformas. “Há muito tempo que as nossas empresas trabalham com esses operadores, que, no fundo, são brokers de rent-a-car e só comercializam este serviço, comprando o produto e aplicando a sua margem”, afirma o entrevistado. “O mesmo broker pode trabalhar com várias rent-a-car.” Por sua vez, as próprias empresas do setor também agilizaram os seus portais para venderem diretamente os alugueres. “O digital é o futuro”, diz o secretário-geral da ARAC. “As pessoas querem consultar os preços online e querem fazer as reservas através da Internet ou mesmo por

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smartphone. As empresas têm de acompanhar as novas tecnologias e deverão ter páginas no facebook e em outras redes sociais”, salienta o entrevistado, garantindo que o setor do rent-a-car está a acompanhar essa evolução. “Quem ainda não o fez, terá de o fazer”, afirma. Além do rent-a-car na era digital, a Convenção da ARAC também irá abordar temas como os carros conectados, o futuro do turismo, a transparência e as novas diretivas comunitárias no rent-a-car. A este respeito, Joaquim Robalo de Almeida esclarece que “a preocupação com o cliente está cada vez mais na ordem do dia e as nossas empresas querem ter clientes satisfeitos”, mas, para que tal aconteça, é necessário que o setor tenha “produtos muito transparentes, quer a nível contratual, quer a nível da aceitação dos seus preços”.

TURISMO REPRESENTA 60% O setor do rent-a-car movimenta, no nosso país, cerca de 900 milhões de euros por ano, entre a venda de produtos e a própria locação dos veículos, e o turismo representa atualmente cerca de 60% da atividade. “Sem rent-a-car não há turismo”, garante Joaquim Robalo de Almeida. “Se não tiver mobilidade, o turista não sai do aeroporto!” - ironiza o responsável. “Os nossos associados


RESPOSTA ABRANGENTE O setor do rent-a-car tem capacidade de resposta para todos os gostos e públicos, afirma o secretário-geral da ARAC, Joaquim Robalo de Almeida, salientando que a atividade tem acompanhado o crescimento do turismo

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ENTREVISTA

ARAC

TURSIMO ALAVANCA O aumento da procura turística está a ter um impacto positivo na atividade de rent-a-car e a frota aumentou 5% em 2016

900 MILHÕES DE FATURAÇÃO

85

MIL VEÍCULOS NA FROTA DE RENT-A-CAR

1600 BALCÕES DE ALUGUER EM PORTUGAL

A preocupação com o cliente está cada vez mais na ordem do dia e as empresas de rent-a-car querem ter clientes satisfeitos dispõem de aproximadamente 1600 estações de aluguer e celebram cerca de dois milhões de contratos de aluguer por ano”, acrescenta, salientando que a atividade é responsável por seis mil empregos diretos e 40 mil indiretos, onde se incluem os fornecedores do setor, como oficinas e stands de automóveis. O setor representa cerca de 26% do total de vendas de automóveis novos em Portugal e aproximadamente 8% nos comerciais. A frota total de rent-a-car em Portugal situa-se entre os 65 mil e os 85 mil veículos ligeiros de passageiros, com o valor mais baixo a ser registado no mês de novembro e o mais elevado no de agosto. A idade média da frota é de 2,5 a 3 anos. “As empresas de maior dimensão têm uma maior rotatividade, podendo ser de seis meses nos carros pequenos”, explica o secretário-geral da ARAC. “Outros veículos estão em frota durante um ano ou ano e meio. Há empresas que mantêm os carros durante quatro ou cinco anos, sendo este o limite legal máximo para veículos em rent-a-car.”

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CRESCIMENTO DO SETOR ACOMPANHA TURISMO O aumento da procura do nosso país como destino turístico está a ter um impacto bastante positivo no rent-a-car em Portugal. Com base em dados fornecidos pelo Turismo de Portugal à ARAC, o número de passageiros desembarcados este ano em território nacional registou um crescimento de 10%. Como consequência, e para responder ao aumento da procura, o investimento na aquisição de veículos pelas empresas de rent-a-car tem vindo a aumentar. “O nosso setor está a crescer em paralelo com o turismo”, realça Joaquim Robalo de Almeida. As previsões da ARAC para aquisição de veículos pelo setor apontam para as 42 mil unidades até final de 2016, o que se traduzirá num crescimento de 5% em comparação com 2015. Por tipologias, as empresas apostam sobretudo em veículos dos segmentos B e C. “No passado, o segmento B já representou cerca de 55% da frota, mas atualmente o mix está mais diversificado”, assegura

Joaquim Robalo de Almeida. “O segmento C tem vindo a ganhar uma quota significativa porque a diferença no valor das rendas mensais a pagar pelas empresas não é muito elevada. Verifica-se ainda que o turista também está a alugar muitos veículos do tipo stationwagon, o mesmo se passando com quadros de empresas.” Os veículos do segmento A, que se destinam a uma oferta do tipo low cost, também começaram a ganhar alguma expressão. Por outro lado, para alguns segmentos de mercado há empresas especializadas que apostam nos fun cars e em automóveis desportivos, casos, por exemplo, do Mercedes AMG, do Alfa Romeo 4C ou do Porsche Cayenne. “São produtos de ‘nicho’, mas isto significa que o setor tem capacidade de resposta para todos os gostos”, garante o secretário-geral da ARAC. Já para o segmento de negócios existe uma procura crescente de veículos com motorista, do tipo Mercedes-Benz S ou Mercedes-Benz E e BMW Série 7, Curto ou Longo. O tipo de cliente é, regra geral, asiático ou do Médio



ENTREVISTA

ARAC

PERSPETIVAS PARA 2017 O secretário-geral da ARAC acredita que, no próximo ano, assistir-se-á a uma “evolução da continuidade” no setor. Joaquim Robalo de Almeida refere que, de acordo com os dados disponibilizados pelo Turismo de Portugal à ARAC, “o ano de 2017 vai ser positivo, com algum crescimento”, adiantando que o rent-a-car também irá acompanhar essa tendência. O responsável entende que a entrada de novos operadores no mercado nacional não é expetável, porque todas as grandes empresas do setor já estão presentes em Portugal. “A nível da frota poderemos assistir a um crescimento ligeiro de 3%, com apostas sobretudo nos segmentos B e C. Iremos continuar a assistir ao aumento de serviços como o de Limusine, assim como da oferta de veículos de nove lugares, com ou sem condutor”, conclui o entrevistado.

O setor do rent-a-car move-se num espírito concorrencial e pensamos que é assim que as economias se desenvolvem Oriente, com um estatuto económico mais elevado. Esse é também o cliente que aluga veículos de nove lugares, com vidros fumados e caixa automática, para deslocações de grupos. “É um produto que está a ter uma procura interessante”, refere o entrevistado. “Ainda há pouco tempo fizemos uma amostragem e chegámos à conclusão de que esses veículos de nove lugares chegavam a ter taxas de ocupação de 100% nos meses de verão. Esses veículos também são muito solicitados por delegações internacionais, cujos membros pretendem ir juntos a reuniões.”

MERCADO EMPRESARIAL EM FASE DE RETOMA Questionado sobre uma eventual pressão sobre os preços e uma diminuição das margens devido ao aparecimento de novos operadores e ao aumento do número de veículos disponibilizados, Joaquim Robalo de Almeida entende que isso é a concorrência: “O setor é liberalizado. Qualquer pessoa pode aceder à atividade e criar uma empresa de rent-a-car. O setor move-se num espírito concorrencial e pensamos que é assim que as economias se desenvolvem.”

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Para o secretário-geral da ARAC, “há que trabalhar, procurar soluções inovadoras e encontrar oportunidades que, por vezes, existem”. Uma das apostas consiste nos alugueres de médio prazo ao segmento empresarial, que tem vindo a progredir ligeiramente, após a queda abrupta causada pela crise de 2011. “Ainda há não muitos anos, o mercado empresarial representava cerca de 60% e o turismo 40%”, recorda o entrevistado. “Agora é o inverso. A diminuição da atividade do mercado empresarial provocou uma diminuição no número de alugueres. Assim, as empresas de rent-a-car passaram a comprar menos veículos para alugar ao mercado empresarial e reduziram a frota. Até o conjunto de veículos que estavam disponíveis para alugar, com plataformas elevatórias, caixas frigoríficas, entre outros, baixou drasticamente, sendo agora menores as opções de escolha.” O aluguer de médio prazo, entre seis meses a um ano, oferece uma maior flexibilidade a uma empresa, porque, no final do contrato, consegue reduzir ou redimensionar a frota, caso se verifique uma diminuição na atividade. “Um contrato de AOV (renting) de quatro anos significa um compromisso nesse período de tempo”, explica o

secretário-geral da ARAC. “Se, por um qualquer motivo, a empresa quiser rescindir um contrato de AOV com a entidade financeira, terá de ponderar se vale mesmo a pena fazê-lo, porque as penalizações são significativas. Isso não se passa no rent-a-car. Se a empresa celebrar um contrato de um ou dois anos e depois quiser rescindir ao fim de três meses, a única penalidade que poderá ter é a adaptação de uma tarifa calculada numa base anual para uma tarifa trimestral.” O aluguer de média duração com uma empresa de rent-a-car oferece ainda a vantagem de um tratamento fiscal e contabilístico diferente. “Os veículos alugados não vão ao imobilizado da empresa cliente e a tributação autónoma tem um tratamento diferente com fórmulas de contratos de curto prazo. Quando tomam a opção da modalidade de integração de veículos na frota, os responsáveis das empresas terão de avaliar as diferentes alternativas que se enquadram melhor ao seu negócio”, esclarece o entrevistado. No mercado empresarial, as viaturas de substituição para as companhias de seguros representam cerca de 6% deste segmento de atividade e os veículos de mercadorias cerca de 19%. /



TENDÊNCIAS

CARSHARING

P

ara responder às novas tendências das empresas, que procuram otimizar custos e reduzir as frotas automóveis, mantendo a mobilidade dos seus funcionários, estão a surgir novas soluções, como o carsharing, que constituem uma oportunidade para marcas automóveis e empresas de rent-a-car 26

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PARTILHA DE VEÍCULOS

REDUÇÃO DE CUSTOS Os custos de utilização de uma frota automóvel podem ter um impacto significativo na tesouraria de uma empresa, que, por questões inerentes à sua própria atividade, necessita de veículos para assegurar a mobilidade de pessoas e bens. Existem, porém, soluções alternativas que podem aliviar essa fatura. Uma delas é o carsharing, que consiste no aluguer de veículos à hora, permitindo suprir as necessidades pontuais das empresas e evitar custos, não só de aquisição, mas também de exploração. Se o serviço tiver uma tarifa de nove euros por hora e a empresa o utilizar duas horas por dia durante cinco dias por semana, gasta no final do mês cerca 360 euros, valor que inclui seguro, combustível, estacionamento e impostos. Por comparação, um veículo do segmento B – Renault Clio ou Peugeot 208, por exemplo, implica uma renda mensal de aproximadamente 462 euros, para uma duração de 36 meses.

Além de dispensar a necessidade de veículos na frota que não são essenciais, uma vez que a sua utilização é esporádica, a empresa também liberta espaço de estacionamento nas suas instalações. Em Portugal, esta opção permite às empresas usufruirem de benefícios fiscais, designadamente a majoração dos custos de carsharing em 10% em sede de IRC, a dedução dos 23% do IVA e a isenção de tributação autónoma, por oposição à fiscalidade cada vez mais penalizadora de carros próprios. Para otimizar as suas frotas existem empresas que estabelecem contratos com operadores de carsharing para que os seus funcionários utilizem esses veículos nas suas deslocações profissionais. Essa possibilidade já está disponível na cidade de Lisboa, sendo proposta pela Citydrive, que está no mercado desde 2014 e possui uma frota de 50 viaturas (Opel Adam e Volkswagen Polo). O operador garante que


DRIVE & SHARE

os veículos da frota podem ser utilizados a qualquer hora, sendo até 60% mais baratos do que um táxi. Segundo a Citydrive, este serviço permite a uma empresa poupar até 400 euros por colaborador em cada ano. Nesta modalidade é a empresa que define quando é que os colaboradores podem viajar, estando previstas três modalidades: todas as viagens, 24 horas por dia; horário de trabalho, das 9h00 às 18h00; regresso a casa, das 19h00 às 24h00. O responsável da empresa tem a possibilidade de adicionar ou remover colaboradores na sua conta da Citydrive, recebendo apenas uma fatura no final do mês com a utilização por colaborador, e de obter os custos separados por departamento. Para utilizar o serviço, o colaborador reserva um veículo que está estacionado num dos vários pontos da localidade onde o serviço tem cobertura (para já em Lisboa), utilizando um smartphone ou tablet.

A Citydrive certifica-se de que a viagem segue a política da empresa cliente, sendo cobrada automaticamente, sem trocos, faturas nem reembolsos. O custo máximo por hora deste serviço é de 9,90 euros, com 20 quilómetros incluídos. O custo máximo por seis horas é de 29,90 euros, com 100 km, e diário de 69,90 euros, com 200 km. O custo adicional por quilómetro é de 29 cêntimos.

OPÇÃO ELÉTRICA NA GRANDE LISBOA Os operadores de rent-a-car em Portugal também começam a encarar esta atividade com algum interesse. A Hertz lançou recentemente um serviço de aluguer de viaturas à hora, o 24/7 City by Hertz, sendo a frota constituída por 15 veículos elétricos BMW i3. No arranque do projeto, a empresa de rent-a-car disponibiliza o serviço na Grande Lisboa, nas lojas da Rua Castilho, no Aeroporto Humberto

A Europcar Lab (unidade de inovação da multinacional de rent-a-car) e a GoMore (uma das maiores empresas europeias de carsharing ) uniram-se para desenvolver um projeto experimental de carsharing com automóveis de aluguer. Denominado Drive & Share, permite o aluguer de veículos em condições normais aos clientes – particulares ou empresariais – por um período de quatro a doze meses, mas tem uma caraterística diferenciadora: se o veículo não estiver a ser utilizado poderá será disponibilizado num serviço de carsharing. Esta solução permite aos clientes financiarem parte do custo do aluguer de médio prazo ou mesmo a sua totalidade. A Europcar e a GoMore sublinham que dez dias de subaluguer podem permitir pagar o aluguer mensal do veículo. O Drive & Share tem uma renda fixa de aproximadamente 380 euros por mês, que inclui aluguer, seguro e manutenção. O cliente escolhe o tipo de veículo e a fórmula do aluguer (duração, e nível de proteção). Para já, este projeto está a ser testado em França.

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TENDÊNCIAS

CARSHARING

VANTAGENS DO CARSHARING Um estudo sobre carsharing efetuado pela Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, indica que cada veículo de uma frota de carsharing permite a substituição de 11 automóveis. Uma vez que reduz o número de veículos em circulação nas áreas metropolitanas, contribui, dessa forma, para uma redução do tráfego total para metade. Além disso, proporciona uma maior eficiência na ocupação do espaço público. Por outro lado, a maioria dos utilizadores/ clientes desiste de adquirir um segundo veículo.

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As deslocações em veículos mais eficientes e com emissões menores contribuem para melhorar a qualidade do ar nas cidades, mas também reduzem a pegada de carbono das empresas.

Delgado, nos parques empresariais Tagus Park e Lagoas Park. Com estas bases em locais estratégicos, o serviço pretende ser uma alternativa mais económica e flexível face à solução tradicional de aluguer de automóveis. Como em todos os serviços deste tipo, o utilizador tem de estar registado na plataforma eletrónica do operador, fazer a descarga da aplicação para smartphone com sistema iOS ou Android. O processo de reserva assenta em quatro passos: inserção dos dados de login na aplicação, procura da viatura mais próxima da localização do cliente, abertura do veículo com o código fornecido e iniciar viagem. Para terminar a reserva, basta estacionar numa das zonas de serviço 24/7 City by Hertz e encerrar a sessão na aplicação. O custo do serviço é de nove euros por hora, um valor que, segundo a Hertz, é inferior ao praticado pela Uber ou pelo táxi. O público-alvo são as empresas e a utilização do serviço oferece vantagens fiscais que pesam na fatura global da empresa, pois elimina a necessidade de frota própria. A parceira tecnológica do 24/7 City


PLATAFORMAS ELETRÓNICAS As novas tecnologias vieram facilitar o carsharing, sendo possível localizar os veículos da frota, fazer a reserva, entrar no veículo e encerrar a sessão através de um simples "clique"

by Hertz é a Mobiag, que disponibiliza o serviço Citydrive em Lisboa.

PROJETO CAR2SHARE CARGO Tradicionalmente, o carsharing é associado à partilha de veículos de passageiros, mas o conceito também pode ser estendido aos veículos comerciais ligeiros. Após o sucesso alcançado com o serviço Car2Go, que conta com mais de dois milhões de membros em todo o mundo que utilizam uma frota constituída por veículos smart e Mercedes-Benz em várias cidades, a Daimler está a desenvolver um projeto que permite às empresas utilizarem veículos comerciais em regime de carsharing. O serviço oferece a flexibilidade no aluguer de veículos e elimina a necessidade de as empresas aumentarem a sua frota, uma vez que os podem utilizar à medida das suas necessidades. O serviço Car2Share Cargo compreende três opções: Smart Van, Courier Assist e Virtual Fleet. No primeiro

caso, são disponibilizados veículos comerciais ‘inteligentes’ como o Mercedes-Benz Vito ou Sprinter, sem que sejam necessárias muitas burocracias para o seu aluguer. A empresa tem de estar registada na plataforma, podendo o veículo ser reservado, desbloqueado ou bloqueado com um smartphone. O Courier Assist auxilia os clientes a gerirem a sua frota e a planearem os turnos dos motoristas. O sistema disponibiliza recomendações para uma atribuição adequada do motorista e do veículo. Além disso, os motoristas recebem uma lista de entregas em tempo real e conseguem reagir mais rapidamente às alterações. A opção VirtualFleet permite aos clientes reservarem veículos adicionais à medida da necessidade da taxa de utilização e do volume de entregas. Nesta situação, os clientes podem otimizar as entregas e responderem a eventuais ‘picos’ de procura. O VirtualFleet disponibiliza veículos Smart Van, oferecendo às empresas a opção de faturarem ao minuto pela utilização das viaturas.

O Car2Share Cargo foi desenvolvido pela Daimler Business Innovation, tendo sido testado com sucesso em vários projetos-piloto e atualmente encontram-se mais de 150 veículos em operação em cidades como Berlim, Estugarda, Koblenz e Munique. Os clientes, as empresas ou mesmo os motoristas podem-se registar na plataforma. A longo prazo, este conceito oferece às empresas da mesma ou de diferentes atividades a possibilidade de colocarem os seus veículos num pool para aumentar a taxa de utilização e a rendibilidade.

ESTRATÉGICO PARA OS CONSTRUTORES As marcas de automóveis estão atentas a este fenómeno. Para responder a estas novas tendências de mobilidade decidiram entrar no negócio do carsharing, propondo serviços alternativos aos operadores tradicionais desta atividade. O primeiro construtor a entrar nesta área foi a Daimler, com o serviço Car2Go, seguindo-se a BMW em associação com a Sixt Se, com o DriveNow, ou a Ford na Alemanha e no Reino Unido. Para o Grupo PSA, esta área de negócio também é considerada estratégica, o que levou ao lançamento de uma nova marca “Free2Move”, que reúne todas as suas ofertas de serviços conectados e de mobilidade. Assente numa plataforma digital, agrupa todas as novas soluções para ir ao encontro das diferentes necessidades dos clientes quando estes se encontram em movimento: «Free2Move Carsharing» - serviços de partilha automóvel operados pelo Grupo; «Free2Move Smart Services» - serviços conectados para simplificar o dia a dia e poupar tempo; «Free2Move Fleet sharing»; «Free2Move Fleet Management» - serviços para frotas empresariais; «Free2Move Lease» - propostas financeiras para facilitar o acesso a um veículo. Serão também associados a esta nova marca os serviços de aluguer e de partilha automóvel operados pela Peugeot, Citroën e DS e pelos parceiros do Grupo PSA. Além do Grupo PSA também a Renault decidiu disponibilizar a sua própria solução de carsharing, que será comercializada sob a submarca Renault Mobility, operada pela subsidiária RCI Mobility. O sistema de carsharing pode ser aplicado aos veículos de todas as marcas que estejam numa frota empresarial, bastando a montagem de uma unidade do sistema no veículo. Os automóveis da Renault podem vir equipados de fábrica com o sistema. Além de proporcionar mobilidade para a empresa, o sistema permite aos gestores de frota cobrarem pela utilização privada. O utilizador tem de se registar na plataforma da Renault, utilizando a sua carta de condução e cartão de crédito para pagamento da utilização particular. Para localizar, abrir e fechar o veículo basta recorrer a uma aplicação de smartphone. Atualmente, o sistema está apenas disponível para empresas. Em Portugal, segundo fonte oficial da marca, o sistema encontra-se em testes internos e não deverá ser lançado entre nós antes de meados do próximo ano. /

DEZEMBRO 2016 TURBO FROTAS

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NOVOS MODELOS

CITROËN C3

CONFORTO COM “GLAMOUR” Junte-se o tradicional efeito de ”colchão de água” das suspensões Citroën ao bom gosto estilístico do C4 Cactus e o resultado é… o novo Citroën C3. Elegância de pequeno formato, a partir dos 12 650 euros TEXTO ANTÓNIO AMORIM

uem gosta da irreverência estilística do C4 Cactus não tem como não apreciar este novo Citroën C3. Para além de honrar as feições dos Citroën da nova geração, com as óticas dianteiras dispostas em dois patamares e uma silhueta alta e robustecida, o C3 novo parece que consegue ainda melhor efeito visual que o Cactus, dadas as suas proporções mais compactas. Fica-lhe tudo bem: os airbumps laterais, as proteções plásticas inferiores e no rebordo dos guarda-lamas, o tejadilho contrastante, o design tridimensional dos farolins… mas atenção: boa parte destes elementos diferenciadores ou estão apenas disponíveis na lista de opcionais, ou nem sequer fazem parte dos níveis de equipamento inferior ou intermédio. Ainda assim, os preços são atrativos. No habitáculo encontramos igual irreverência e grande coerência estética com o exterior, com

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formas muito horizontais no tablier, que pode ser revestido ou pintado; portas com uma pega têxtil tipo mala; ventiladores bem emoldurados; painel frontal com revestimento específico. Uma das maiores inovações e que constitui uma estreia mundial do C3 está escondida: é a Connected CAM Citroën, uma pequena câmara de alta definição colocada no apoio do retrovisor central e capaz de fotografar, ou mesmo filmar, momentos marcantes… que já aconteceram. A câmara tem, de facto, a capacidade de recuperar momentos inesperados porque está sempre a gravar. Basta carregar no respetivo botão e recuperam-se os 30 segundos anteriores, acrescidos do minuto seguinte. Assim, mesmo depois do acontecimento, ainda vamos a tempo de obter o filme, para o guardarmos ou partilharmos nas redes sociais. Esta funcionalidade pode ser muito útil em caso de acidente, situação em que nem é preciso fazer nada porque a câmara reage automaticamente a desacelerações súbitas ou à entrada em ação do ESP. A Connected Cam é opcional. Custa 700 euros,

ou apenas 250 euros no mais recheado dos três níveis de equipamento disponíveis (Live, Feel e Shine). Depois há que fazer o download da aplicação ConnnectedCAM Citroën (gratuita) para que as imagens sejam vistas e geridas através do smartphone.

COMPORTAMENTO CITROËN Analisado dinamicamente, o novo C3 revela uma alma não muito diferente da do modelo anterior. Dá prioridade à vivência do habitáculo na sua forma mais humana e não tanto à satisfação do condutor mais desportivo, envolvido na eficácia e no prazer de condução. A suspensão, macia nas curvas, pretende lembrar os Citroën de outrora. Nas retas e na azáfama urbana consegue-o. É filtrante, agradável, macio. Já nas estradas sinuosas, onde o objetivo é progredir sem cansaço, surge o outro lado da moeda: o adornamento, com efeitos ampliados pela moleza da espuma de que são feitos os bancos. Os motores Puretech de 1.2 litros e três cilindros a gasolina e os diesel 1.6 BlueHDi preenchem a gama,


O QUE DIZ A MARCA CITROËN TECNOLÓGICO Hill start assist, Alerta de faixa, câmara de marcha-atrás, alerta de ângulo morto, Keyless Go e Mirror Link são tecnologias disponíveis. A Connected CAM, que grava tudo o que se passa à frente do carro, é uma estreia

3,99 M

COMPRIMENTO

300 L VOLUME DA BAGAGEIRA

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COMBINAÇÕES DE CORES

3,2 L/100KM 1.6 BlueHDi

seguindo a mesma orientação: funcional, suave, económica, mais do que propriamente desportiva. Para ter um C3 muito económico na aquisição, pode optar pela base da gama, com o 1.2 Puretech 68 CV LIVE, por 12 650 euros, mas nesse caso diga adeus aos airbumps, às jantes de liga leve e a outros pormenores que hoje em dia até já são considerados indispensáveis. Esta pode ser, no entanto, a versão perfeita para quem procura uma frota acessível e fiável, com custos de utilização reduzidos. Se procura mais imagem e bom gosto, então opte, pelo menos, pelo nível de equipamento Feel. E se a performance não é uma prioridade então o Puretech de 68 CV é provavelmente suficiente e custa apenas 13 850 euros. O patamar de potência seguinte é o de 82 CV, por 14 350 euros, isto antes do de 110 CV por 17 150 euros e com o nível de equipamento de topo Shine. É provável que, para uma utilização profissional ou de representação, os consumos contem mais e aí convém prestar atenção aos diesel 1.6 BlueHDi, com 75 ou 100 CV de potência, este último a contentar-se com 3,2 litros de gasóleo por cada 100 km. O mais barato começa nos 18 250 euros e o mais caro orça em 20 950 euros. Sempre pagos à parte estão a Connected CAM Citroën, por 700 euros (250€ no Feel), o tejadilho panorâmico por 500euros (só no nível Shine) e os airbumps laterais, que custam 200 euros no Feel e fazem parte do equipamento série no Shine. /

JORGE MAGALHÃES Diretor de Comunicação

MELHORES VALORES RESIDUAIS São vários os argumentos que tornam o novo Citroën C3 numa excelente proposta para as empresas e que lhe permitem um TCO em clara evolução face à geração anterior. Dimensões compactas e tecnologias que garantem baixos custos de operação (TCO): Airbumps que diminuem os custos de recondicionamento, adoção de motores PureTech e BlueHDi eficientes e de baixas emissões (desde 83 gramas por quilómetro), com valores best in class, como os do bloco de 1,2 litros a gasolina, «Motor do Ano» em 2015 e 2016. O controlo orçamental resulta do Citroën Advanced Comfort, da conetividade e tecnologias de apoio à condução, em prol da produtividade da empresa. No domínio da gestão, o Citroën Connect Box e a app "My Citroen" permitem ao gestor de frota saber em tempo real os consumos, autonomia, a quilometragem, os trajetos e o custo médio a cada 100 km por viatura. Especialmente dirigido às empresas foi criado para o novo C3 o Pack Feel Pro (JLL 16’’, ajuda ao estacionamento traseiro e Connect Box). Este C3 com um preço de venda ao público de dois mil euros inferior ao da versão equivalente da geração anterior, e com o consequente forte aumento do valor residual, permite reduzir substancialmente os custos mensais.

RENAULT CLIO ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS

50-100 (1,9) 0,4 (6,1) 1,0

100-150 (11,4) -

(3,4) 8,6 (9,3) 15,1

(18,5) -

DIREÇÃO MOTOR E AMBIENTE CARROÇARIA

(0,7) 0,3 (1,6) 1,5 (3,1) -

INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA

(4,2) 3,0 (13,2) 7,8 (8,6) 5,4 (23,6) 11,2

(25,6) (41,9) -

(87,5%) 87,4% (71,4%) 77,1%

(56,7%) -

E ELETRÓNICA

S/DEFEITOS RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS

(4,1%) 5,9% (10,3%) 10,3% (15,0%) (8,4%) 6,7% (18,3%) 12,6% (28,3%) -

CONSIDERÁVEIS

*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração  entre parêntesis, os valores médios do segmento  melhor do que a média do segmento  pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica

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ENSAIO

KIA OPTIMA SPORTSWAGON 1.7 CRDI GT LINE DTC

VALOR SEGURO Não restam dúvidas, a nova Kia Optima Sportswagon encontra-se entre as melhores carrinhas da sua classe. Tem qualidade, espaço e as tecnologias da moda sem esquecer o design TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO

E

ntre as muitas versões disponíveis, escolhemos para este ensaio a GT Line com o motor diesel de 141 CV e a caixa automática de dupla embraiagem, uma combinação já testada anteriormente na berlina com excelentes resultados. Ao contrário do que acontecia no passado, é difícil encontrar defeitos ou pontos fracos relevantes nesta nova geração do Kia Optima. Talvez o maior defeito seja mesmo o desenho do logótipo, cujo grafismo já merecia uma revisão que acompanhasse a evolução e a história recente da marca! Uma história que tem conhecido grandes desenvolvimentos, razão pela qual a marca prossegue em rota de crescimento. Entre as áreas que mais têm evoluído encontram-se a qualidade, a segurança, o comportamento dinâmico e, sobretudo, as soluções tecnológicas, que, hoje em dia, caraterizam um vasto portefólio, onde não faltam alternativas mais ecológicas como o Kia Optima PHEV, uma solução híbrida que reforça o valor da marca no âmbito da mobilidade elétrica e que, entre outras qualidades, apresenta um baixo nível de emissões. A prova de que a Kia tem acrescentado valor aos seus produtos é o resultado de um estudo recente de uma das consultoras mais prestigiadas da área automóvel, a JD Power, que coloca a Kia no pódio das marcas com maiores índices de qualidade, quebrando de vez o preconceito que muitos clientes ainda têm em relação às marcas coreanas. Basta experimentar e conviver um pouco com a nova carrinha Optima para que essa ideia se desvaneça. Tendo como base uma comparação com

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FAMILIAR Um dos pontos fortes da Optima Sportswagen consiste no seu espaรงo interior e na ampla bagageira, com 552 litros, enquanto o motor diesel de 1685 cc se carateriza pela suavidade e bons consumos

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ENSAIO

KIA OPTIMA SPORTSWAGON 1.7 CRDI GT LINE DTC

as suas principais concorrentes, algumas delas são menos dotadas do ponto de vista dos valores que os clientes europeus mais apreciam. A Optima Sportswagon, para além de ser uma das carrinhas mais elegantes do ponto de vista do seu desenho, com destaque para esta versão GT Line mais aburguesada, possui soluções interessantes. Desde logo a combinação do motor 1.7 CRDi com a caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades, uma opção que a coloca entre as melhores do género no seio das marcas generalistas. A boa impressão com que ficámos na apresentação internacional confirma-se mal entramos no seu interior e relembramos a boa qualidade dos materiais e uma montagem que envergonha as marcas generalistas mais famosas e até mesmo certas marcas premium. A par deste rigor crescente, verificamos que os equipamentos também evoluiram com a presença das novidades mais recentes, como o “Keyless entry”, o botão start ou uma vasta gama de tecnologias de segurança ativas. Estas incluem:

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o sistema de assistência à manutenção na faixa de rodagem (LKAS), que nos introduz um pouco no conceito da condução autónoma, a deteção do ângulo morto (BSD), a travagem autónoma de emergência (AEB), que inclui não só um radar de curto alcance mas também uma opção de longo alcance capaz de identificar viaturas e peões a maior distância e a maior velocidade, uma ideia única neste segmento de mercado, ou o Smart Cruise Control (SCC), que ajusta a velocidade em função do veículo da frente ao mesmo tempo que contribui para uma utilização mais económica. Durante o nosso ensaio esta ajuda contribuiu para uma média real de 6 l/100Km (mais 1,4 litros do que a marca anuncia) e custos de utilização relativamente baixos. Surpreendente é a suavidade de funcionamento do motor Diesel, ajudada por um escalonamento correto da caixa de velocidades que enriquece não só o conforto como o desempenho dinâmico, independentemente do programa escolhido (Eco, Normal ou Sport). Durante viagens mais longas, o compromisso entre suavidade e prestações é um

dos melhores cartões de visita desta nova carrinha, que oferece a possibilidade de usarmos a caixa no modo manual, bastando para isso utilizar as patilhas colocadas atrás do volante. Um volante que recebe muitos outros comandos, numa lógica de simplificar diversas tarefas sem desviar a atenção do condutor. Só é pena que a direção ainda não tenha a afinação ideal, mesmo assim, houve uma evolução significativa quando a comparamos com anteriores realizações. O chassis também sofreu alterações importantes, embora a obsessão pelo conforto retire alguma assertividade à suspensão quando as curvas apertam um pouco mais. Nesses momentos é frequente sentirmos um ligeiro arrastamento do eixo dianteiro que o controlo de estabilidade procura corrigir de uma forma tão rápida que quase nem damos por isso, enquanto atrás a estrutura multilink, que ajuda a corrigir eventuais desvios, ao mesmo tempo que cuida do excecional comportamento, sacrifica a capacidade da mala, por ser uma solução técnica, ocupa mais espaço.


O QUE DIZ A MARCA UM PRODUTO DIFERENCIADOR O Kia Optima Sportswagon responde diretamente aos requisitos fundamentais de uma escolha corporate. Consciente do peso da representação, a marca apostou num estilo dinâmico, assinado por Peter Schreyer, um dos maiores designers da indústria, a que juntou um leque imbatível de equipamento de série. A esta relação preço/ equipamento sem precedentes no segmento D, a KIA juntou uma nova versão do motor 1.7 CRDi, de 141 CV, cujo rendimento o coloca a par dos 2.0 da concorrência. A grande distância entre eixos e a possibilidade de optar por caixas de dupla embraiagem de sete velocidades completam a vocação estradista. A garantia de sete anos, um exclusivo mundial KIA, é ainda um argumento para clientes que pretendam utilizar a viatura por um período maior que o habitual nos contratos de renting ou numa utilização mais intensiva (15 mil kms).

KIA OPTIMA SPORTSWAGON 1.7 CRDI GT LINNE DTC Isso não impede que a nova carrinha da Kia desempenhe com brio a sua vocação familiar. Esse é um dos seus pontos mais fortes, não só porque tem muito espaço, como tem uma mala com 552 litros que serve para as necessidades das famílias, e funcionalidades que os adversários invejam, como um local que carrega o telemóvel por indução ou os múltiplos espaços para guardar pequenos objetos. Do ponto de vista económico, a Kia premeia os seus clientes com uma campanha de descontos que chega aos seis mil euros (4100 euros de desconto direto e 1900 euros se o cliente optar pelo financiamento proposto pela marca). Acresce a tradicional garantia do construtor sul-coreano de sete anos, um valor que gera uma confiança muito grande no cliente, seja ele individual ou frotista. No fundo não falta nada nesta versão GT Line a não ser a pintura metalizada e o teto de abrir, que custam respetivamente 290 euros e 960 euros, duas ausências que não comprometem a excelente relação preço/equipamento. /

CONTRATO AOV A Kia propõe para o Optima SW 1.7 7DTC Line um contrato de AOV com a duração de 48 meses e 80 mil quilómetros, com um custo mensal de 515,45 euros (valor sem IVA).

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 37 330 14 185 23 145 3936 2380 868 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 38 021€ // MOTOR 4 CIL.; 1685 CC; Turbo; 141 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 340 Nm; 1750-2500 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; AUTOMÁTICA DUPLA EMBRAIAGEM DE 7 VEL. // PESO 1635 KG // COMP./LARG./ ALT. 4,85/1,86/1,47 M // MALA 552 L // DESEMPENHO 11,1 (11*) s 0-100 KM/H; 203 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,6 (6*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 120 G/KM (CLASSE B) // IUC 217,35€ // REPRISES 40-90 KM/H AUTO 6,5 S* // TRAVAGEM 100-0 km/h 45 M* *As nossas medições

QUALIDADE / HABITABILIDADE / EQUIPAMENTO

IMAGEM DE MARCA / AUSÊNCIA DA FUNÇÃO SPORT

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ENSAIO

FIAT TIPO SW 1.6 MULTIJET 120 CV

UMA AMIGA ITALIANA Aqui está a prova de que a Fiat não sabe fazer só carros revivalistas. A carrinha Tipo defende as cores da racionalidade no preço e no espaço, mas não descura o conforto nem o equipamento de vanguarda TEXTO ANTÓNIO AMORIM FOTOS JOSÉ BISPO

T

er uma amiga italiana pode sair caro. Costumam ser belas e escaldantes, mas são caras de manter e de personalidade imprevisível. Mas nisto como em tudo, não convém generalizar. A carrinha Fiat Tipo pode não ser a mais esbelta das transalpinas, mas é bem arranjadinha e promete uma vida descansada, sem grandes custos. A grande bagageira de 550 litros é o principal motivo de escolha desta configuração face ao carro, ao qual também não faltam qualidades. E, por 24 550 euros nesta versão de topo Lounge com jantes de 17 polegadas, obtém-se um rechea-

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do pacote de equipamento que torna o produto realmente atrativo. Para além da aparência, não propriamente sensual mas seguramente consensual, a carrinha Tipo tem muito espaço habitável, proporciona um acesso amplo e desafogado ao habitáculo e exibe uma qualidade de materiais de revestimento que não está na metade superior do segmento mas também não se confunde com low cost. É quase tudo plástico, sim, mas daquele que promete durabilidade e não emite ruídos-parasita, sendo razoavelmente agradável à vista. A posição de condução é fácil de encontrar, graças à abundância de regulações tanto do banco como do volante, a instrumentação tem um grafismo banal mas é bastante completa e o ecrã tátil

central de 18 polegadas dá-nos acesso a todos os “serviços de bordo” da modernidade, incluindo navegação Tom Tom. É de fácil leitura, de muito fácil operação e de excelente aparência, dando ao interior desta carrinha um toque de requinte que lhe fica muito bem. Também apreciámos a climatização automática e o bom sistema áudio com seis altifalantes, a dar um ambiente muito aprazível, para além de permitir compensar da melhor forma o excessivo ruído do motor turbodiesel 1.6 Multijet com 120 CV de potência, especialmente a baixa velocidade em ambiente urbano. Já na autoestrada esta carrinha parece ganhar suavidade, proporcionando uma condução descontraída, tanto devido ao comportamento di-


nâmico seguro e firme, como devido à generosa elasticidade do motor, que só revela alguma dificuldade em suportar o escalonamento extralongo da sexta velocidade, claramente talhada para baixar consumos nas viagens mais longas. Uma prioridade que faz sentido, já que os consumos do Multijet são aceitáveis mas não referenciais. Andando com cuidado conseguem-se médias muito económicas, na casa dos quatro litros aos cem ou mesmo abaixo disso, mas conduzindo sem preocupações o número que aparece no completíssimo computador de bordo está quase sempre acima do seis. Praticando uma condução mais viva torna-se evidente alguma imprecisão e dureza de engrenamento da caixa de velocidades, assim como a melhorável função de mudança de faixa dos piscas, ou mesmo a preguiça do sensor de chuva, cujo modo automático nem sempre reage como devia aos primeiros pingos no para-brisas. São detalhes “à Fiat”, que revelam algum descuido na afinação, mas que se dissolvem por completo no balanço final que esta carrinha merece, especialmente se avaliada pelo ponto de vista da funcionalidade e espaço disponível. No banco traseiro não se bate com os joelhos em lado nenhum e muito menos com a cabe-

COM RODAS PARA ANDAR Nunca falta espaço e a aparência nunca desilude, seja no exterior seja no habitáculo. A carrinha Tipo impõe-se com caráter e muita solidez, também em andamento

FIAT TIPO SW 1.6 MULTIJET 120 CV LOUNGE JLL 17

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 22 693 9077 13 616 1536 1839 421 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 24 550€ // MOTOR 4 cil diesel; 1598cc; turbo; 120 CV/3750 RPM // BINÁRIO 320 Nm/1750 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira, manual, 6 VEL // PESO 1445 KG // COMP./LARG./ALT. 4,57/1,79/1,51 M // MALA 550 L // DESEMPENHO 10,1 (11,2*) s 0-100 KM/H; 200 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 3.7 (5,9*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 98 G/KM (CLASSE C) // IUC 141,12€ // REPRISES 40-90 KM/ H(IV/V/VI) 7,2/23/28,1 SEG* // TRAVAGEM 100-0 km/h 45M *As nossas medições

PREÇO / HABITABILIDADE / MALA

IMPRECISÃO DA CAIXA / RUÍDO DO MOTOR

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ENSAIO

FIAT TIPO SW 1.6 MULTIJET 120 CV

FUNCIONAL E MODERNO A funcionalidade e o espaço são dois argumentos de peso da carrinha Fiat Tipo, tal como o é a capacidade de 550 litros da bagageira. No interior, a habitabilidade é enaltecida pelos serviços de bordo modernos

ça, e na bagageira cabem facilmente os tais 550 litros de volumes, sendo de realçar as formas retilíneas deste compartimento, o que facilita imenso a arrumação e aproveitamento do espaço disponível. Com os seus 4,57 metros de comprimento, a carrinha Tipo encaixa na classe da Opel Astra ou da

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Ford Focus, embora não consiga o nível de qualidade geral e tecnologia da primeira, nem a precisão dinâmica da segunda. Ainda assim, não lhes fica atrás na aparência nem na funcionalidade e bate-as na relação preço/equipamento, em especial na versão 1.3 Multijet de 95 CV de potência, disponível a partir dos 20 700 euros.

Mesmo esta 1.6 Multijet de 120 cv fica acessível a partir dos 22 700 euros no nível de equipamento Easy, já a incluir de série os elementos considerados indispensáveis, tais como as jantes de liga leve, ar condicionado, barras no tejadilho, sensor de estacionamento na traseira, computador de bordo, Bluetooth e sensor de pressão dos pneus. /



ENSAIO

NISSAN QASHQAI DCI 130

MARCAR POSIÇÃO A chegada do Peugeot 3008 veio agitar um mercado dominado pelo Nissan Qashqai. Com a liderança em risco, o inventor do segmento reforça a gama com novas versões e níveis de equipamento TEXTO RICARDO MACHADO FOTOS VASCO ESTRELADO

S

UV Compacto. Crossover. Carro familiar do século XXI. Por mais difícil que seja de definir, a existência do segmento em maior expansão do mercado automóvel europeu deve-se ao Nissan Qashqai. O Crossover japonês revolucionou a forma como as famílias se deslocam, com a maior altura a ampliar a visibilidade para todos os ocupantes. Estes chegaram a poder ser sete, opção que se perdeu com a segunda geração – passou a ser um privilégio do X-Trail. Sempre mais orientada para o conforto do que para a dinâmica, a condução adequa-se a um público maioritariamente urbano, que troca modelos compactos como o VW Golf ou o Renault Mégane

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TURBO FROTAS DEZEMBRO 2016

por um veículo diferente. Um veículo que até pode ter tração integral. Sem invernos rigorosos, com muita neve e gelo, a maioria opta pela tração dianteira, mais do que suficiente para atacar passeios e desbravar o estradão até à praia. Perante a iminência da chegada de um adversário de peso, a Nissan diversificou a oferta do Qashqai. Tudo bem, se não contássemos um total de 53 versões. Na prática, encontramos muitas versões a corresponderem a opções como jantes de 18’’ ou sistemas de navegação. Só para a motorização dCi 130 ensaiada, com motor 1.6 dCi de 130 CV, existem nove versões entre os 27 014 euros do Visia e os 32 246 euros do Tekna Premium 19’’. Conduzimos o Qashqai N-Connecta 18’’, com as jantes de 18’’ a que o nome se refere e um preço de 29 962 euros.

Por menos 264 euros montam-se jantes de 17’’ (N-Connecta 17’’…), com mais pneu para ajudar a amortecer os buracos e preços mais simpáticos na hora da substituição. Da extensa lista de equipamento destaca-se o Escudo de Proteção Inteligente - Safety Pack, que inclui aviso de mudança de faixa involuntária, identificador de sinais de trânsito, máximos automáticos e sistema anticolisão frontal. Não faltam igualmente sensores de chuva e luminosidade, cruise control ou ar condicionado automático com duas zonas. Num mundo em permanente ligação, o sistema Nissan Connect permite descarregar aplicações via smartphone e aceder à navegação 3D com tecnologia Google Send-to-Car num ecrã tátil de 7’’.


O QUE DIZ A MARCA FORTES ARGUMENTOS O Nissan Qashqai é cada vez mais uma forte opção para utilização empresarial na medida em que apresenta a melhor relação preço/equipamento do mercado, criando a oportunidade de as empresas dotarem a sua frota com o crossover líder do mercado, com versões diesel disponíveis abaixo dos 25 mil euros, situação cada vez mais importante para efeitos de tributação autónoma. Está ainda dotado de um forte conjunto de elementos de ajuda à condução, segurança e conforto, sendo de destacar a câmara de estacionamento, sistema de navegação e as tecnologias de segurança integradas no escudo de Proteção Nissan. O recurso a um motor eficiente em termos de consumos e de emissões, permite ao Nissan Qashqai alcançar um excelente valor residual, o que contribui para que possamos oferecer uma solução de renting que está claramente entre as melhores do mercado.

Bem gerido pela caixa manual de seis velocidades, o motor 1.6 dCi de 131 CV é o mais indicado para mover com desenvoltura os 1515 kg de Qashqai. Despachado nas ultrapassagens, progressivo na cidade, o bloco de quatro cilindros não se afasta mais de 1,7 litros da média anunciada de 4,4 l/ 100 km. Este valor permite homologar emissões de 116 g/km, correspondentes a 142,12 euros de IUC. Ao contrário de outros modelos onde é necessário tomar um calmante para conseguir médias interessantes, o popular motor 1.6 da Renault destaca-se pela contenção dos consumos. Uma realidade, mesmo para quem tenha de percorrer grandes distâncias em autoestrada. Depois da cidade, este é o meio onde o Qashqai se sente mais à vontade e onde o conforto de rolamento volta a merecer referência. Para além de terem efeitos nagativos nos consumos, por convidarem à utilização das relações mais baixas da caixa, as estradas secundárias evidenciam as fraquezas do amortecimento. Ao favorecer o conforto, a suspensão permite uma grande amplitude de movimentos à carroçaria nas mudanças de direção. Num desportivo seria um defeito grave, num crossover com grande vocação urbana não passa de um detalhe do feitio. Afinal, o que importa é o conforto. /

NISSAN QASHQAI DCI 130 CONTRATO AOV A Nissan propõe para um Nissan Qashqai 1.5 dCi 130 N-Connecta 18’’ um contrato de AOV com a duração de 48 meses e 80 mil quilómetros, com um custo mensal de 357 euros (IVA incluído). Este contrato inclui manutenção, IUC, IPO, substituição de pneus e seguro de danos próprios com franquia de 4%.

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 33 060 19 175 13 885 2209 2380 622 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 28 510€ // MOTOR 4 CIL.; 1598 CC; Turbo; 131 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 320 Nm; 1750 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL // PESO 1515 KG // COMP./LARG./ALT. 4,38/1,81/1,59 M // MALA 430/1598 L // DESEMPENHO 9,9 (10,7*) s 0-100 KM/H; 190 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,4 (6,1*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 116 G/KM (CLASSE B) // IUC 142,12€ // REPRISES 40-90 KM/H(IV/V/VI) 10,7/15,8/37,5 SEG* // TRAVAGEM 100-0 km/h 44M *As nossas medições

PREÇO / CONFORTO

IDADE / GAMA CONFUSA

DEZEMBRO 2016 TURBO FROTAS

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ENSAIO

AUDI A6 AVANT 2.0 TDI ULTRA

UM NOTÁVEL PROGRESSO A Audi tem feito um esforço notório para dar ao A6 Avant a “visibilidade” que merece: apesar dos anos é, sem dúvida, uma opção a ter em conta, sobrepondo-se, mesmo, a modelos mais recentes em aspetos como a qualidade e a dinâmica TEXTO JÚLIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO

A

Audi é uma opção de primeira linha para quem procura um automóvel premium de qualidade, mas a verdade é que tem sido difícil ao A6 afirmar-se de forma categórica perante os concorrentes germânicos, algo que se verifica principalmente em Portugal, por razões que têm a ver com o “peso” determinante das frotas neste segmento de mercado e com a forma como as três marcas principais estão representadas. Dito isto, é importante referir que nada há a apontar relativamente à qualidade do produto: os alemães têm a fama (e o proveito) de fazer as coisas bem e o

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TURBO FROTAS DEZEMBRO 2016

A6 mostra-nos isso mesmo. A qualidade de construção é convincente e os materiais e revestimentos utilizados no habitáculo sublinham a vocação premium desta carrinha. Onde a proposta da Audi nos recorda que os seis anos que já passaram desde o lançamento foi o período em que, em muitos aspetos, o automóvel mais evoluiu, é na ausência de alguns equipamentos de última geração, nomeadamente ao nível da conetividade e entretenimento. O amplo espaço para pessoas e bagagem (565 litros) e o conforto de referência acrescentam à vertente de automóvel de empresa capacidades para satisfazer todas as necessidades da família. Uma combinação ainda melhor conseguida se tivermos em conta os reduzidos custos de utilização e as condições favoráveis propostas pelo VW

Bank para um contrato de renting de 80 mil Km/ 48 meses (sem entrada inicial) que define uma renda de 695 euros (IVA incluido). Neste contrato, além da manutenção e substituição de pneus, está incluído o seguro, sendo de referir, igualmente, que ele refere-se à viatura ensaiada, ou seja, com o Pack Advance, caixa automática de sete velocidades e, muito importante, com a suspensão pneumática. Estes são dois contributos cruciais para a excelente dinâmica do Audi A6 Avant 2.0 TDi Ultra com 190 CV. Se é um facto que passaram seis anos desde o lançamento, a verdade é que fruto de um conjunto de fatores, o Audi A6 posiciona-se no topo daquilo que o segmento é capaz em termos de prazer e eficácia de condução e não temos dúvidas em dizer que é mesmo a melhor proposta para aqueles que


O QUE DIZ A MARCA INVESTIMENTO SEGURO Um automóvel também é um investimento, sobretudo na perspetiva empresarial/ profissional. Justifica-se, por isso, ainda mais, que olhemos com atenção para os estudos de fiabilidade e qualidade (como o "used-car report", da Dekra) e, ao fazê-lo, constatamos que o Audi A6 Avant é a melhor solução para quem procura um automóvel de imagem, distinto e com todas as qualidades mais valorizadas pela família, mas que dê todas as garantias de fiabilidade. O Audi A6 Avant 2.0 TDI apresenta, de facto, um conjunto de argumentos verdadeiramente imbatíveis. Além dos já referidos anteriormente (a melhor classificação nos estudos de qualidade), destaca-se pela excelente valorização como usado, sinónimo de rendas muito competitivas e reduzidos custos de manutenção.

privilegiam a tração dianteira. A liderança que a Audi tem no capítulo da construção em alumínio, combinada com reforços específicos nos pontos vitais, faz com que o peso deste conjunto com 4,94 metros fique bastante contido e, principalmente, tenha uma distribuição próxima da ideal. Por isso, é com absoluta confiança que nos entregamos a explorar todas as capacidades deste bloco de quatro cilindros que alcança os 190 CV e os disponibiliza de forma linear, beneficiando de um binário (400 Nm disponíveis logo às 1750 rpm) elevado e do bom aproveitamento conseguido pela caixa automática de dupla embraiagem (S-Tronic) que se mostra bastante rápida, mas suave, nas reações. No plano do conforto e da dinâmica, não é demais sublinhar, o Audi A6 Avant 2.0 TDi Ultra mostra-se perfeitamente em linha com as melhores propostas, enquanto em aspetos como a economia de utilização segue mesmo na dianteira. Se o consumo médio anunciado (e levado em conta para efeitos de TCO) de 4,4 litros aos 100 Km traduz, desde logo, o vanguardismo tecnológico, mais relevante, ainda, é dizermos-lhe que no ensaio conseguimos médias de 5,8 litros numa utilização mista de cidade e estrada, enquanto em viagem, mesmo em ritmo elevado, conseguimos valores da ordem dos 6,2 litros aos 100 km. /

AUDI A6 AVANT 2.0 TDI ULTRA S-TRONIC CONTRATO AOV A Audi Financial Services propõe um contrato de AOV com a duração de 48 meses e 80 mil quilómetros, com um custo mensal de 694,96 euros (sem entrada inicial). O contrato inclui IUC, IPO, Manutenção Preventiva e Corretiva; Linha Fleet Assistance (Apoio ao utilizador); Substituição de Pneus; Viatura de Substituição; Seguro Auto (Franquia de danos Próprios: 4%).

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 55 637 26 150 29 487 2064 2804 1099 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 58 400€ // MOTOR 4 CIL.; 1968 CC (diesel); Turbo; 190 CV; 3800 RPM // BINÁRIO 400 Nm; 1750 RPM // TRANSMISSÃO Traseira Auto; 7 VEL // PESO 1730 KG // COMP./LARG./ALT. 4,93/1,87/1,46 M // MALA 565 L // DESEMPENHO 8,5 (8,2) s 0-100 KM/H; 226 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,6 (5,8*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 115 G/KM (CLASSE C) // IUC 217,35€ // REPRISES 40-90 KM/H(AUTO) 8,5 SEG* // TRAVAGEM 100-0 km/h 45M *As nossas medições

ESPAÇO / QUALIDADE/ CONFORTO / CONSUMOS

CONETIVIDADE / ENTRETENIMENTO

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ENSAIO

BMW 520D TOURING

AGARRAR A OPORTUNIDADE O BMW Série 5 vai ser substituído em fevereiro, mas a nova Touring vai tardar pelo menos um ano mais. Mantêm-se, pois, intactos, todos os argumentos daquela que continua a ser uma das melhores carrinhas no mercado TEXTO JÚLIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO

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esmo em final de vida, a BMW Série 5 Touring é um valor seguro. No plano da qualidade, da imagem, do desempenho dinâmico e da “carteira”. Começando por aqui, é sintomático que o preço da 5 Touring no mercado de usados continue “intocável”, o que explica os altos valores residuais que continuam a ser aplicados e que se refletem nas rendas. A juntar a isto vale a pena destacar os custos de manutenção em linha com as referências do segmento premium e, não menos importante, consumos que mesmo alguns modelos mais recentes

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não conseguem alcançar. Na utilização quotidiana, com cidade e estrada, registar valores abaixo dos 7.0 litros aos 100 Km (6,3 litros em viagem) é algo que traduz o apuro tecnológico do motor de 2.0 litros turbodiesel com 190 CV. Tanto mais que essa frugalidade não implicou o sacrifício das capacidades dinâmicas, com este “navio-almirante” de quase cinco metros de comprimento a evidenciar uma agilidade surpreendente e uma boa resposta ao acelerador. A tração traseira e o recurso ao alumínio para a construção de alguns componentes (painéis da carroçaria e partes da suspensão) revelam-se opções determinantes, já que o peso fica abaixo daquilo que é comum em automóveis com estas dimensões. Além disso, a distribuição desse peso

entre os dois eixos aproxima-se dos valores ideais, o que minimiza os efeitos de uma distância entre eixos longa que, por regra, prejudica a dinâmica. Neste caso, o que acontece é que a facilidade de inserção em curva (por via da tração traseira) é muito boa, enquanto a eletrónica (controlo de tração e estabilidade) encarrega-se de contrariar qualquer excesso, o que faz com que a capacidade para curvar a altas velocidades vá para além daquilo que seria de esperar. Além de ágil, imagem de marca da BMW, a 520 Touring oferece muito conforto e espaço para pessoas e bagagem (560 litros), num muito conseguido compromisso entre dinâmica e utilização familiar. Fundamental, neste caso, é o sistema que nos permite ajustar diferentes parâmetros (respos-


O QUE DIZ A MARCA QUALIDADES INTRÍNSECAS O BMW Série 5 é um dos modelos mais bem-sucedidos da BMW. O elevado valor residual do BMW Série 5 aliado a condições oferecidas muito competitivas permitem conseguir rendas extremamente atrativas num produto com elevada imagem e qualidade comprovada. O vasto equipamento de série oferecido neste modelo é também um aspeto a ter em consideração, assim como o programa BMW Service Inclusive, que assegura as manutenções necessárias ao longo de cinco anos ou 100 mil km. O pack BSI está incluído de série em todos os modelos BMW e abrange todo o trabalho de manutenção, incluindo peças originais BMW e mudanças do óleo necessárias. Estes argumentos justificam a liderança do Série 5 neste segmento, não só pela oferta competitiva, mas também pelas qualidades intrínsecas que o tornam reconhecido no mercado.

ta do motor, timing de passagem de caixa, firmeza da suspensão e assistência da direção), favorecendo o conforto ou uma atitude mais desportiva. O equipamento é outro dos trunfos desta 520 Touring, com a BMW a oferecer nesta fase alguns dispositivos que normalmente têm de ser pagos. No caso das versões destinadas às compras empresariais, é hoje possível dispormos, por exemplo, de sistema de navegação Professional, revestimentos em couro e caixa de velocidades (8) automática, por um valor verdadeiramente competitivo. O Pack Luxury, que no passado chegou a significar um acréscimo de 3400 euros, por exemplo, tem hoje muitos dos seus itens mais representativos incluídos como série nestas versões propostas às empresas. Além de mais conforto para o utilizador, tal reflete-se, igualmente, numa valorização que será sentida no valor em usado. Mas o maior “valor” desta BMW 520d Touring continua a ser, no entanto, a sua qualidade irrepreensível e as capacidades dinâmicas do motor de 190 CV, sempre com muita força disponível e um pleno aproveitamento conseguido pela transmissão automática. Vale a pena estar atento às promoções que irão surgir nos próximos meses. /

BMW 520D TOURING CONTRATO AOV A BMW propõe para o 520 Touring um contrato de AOV com a duração de 48 meses e 80 mil quilómetros, com um custo mensal de 732,73 euros (sem entrada inicial). O contrato inclui IUC, Inspeção Periódica Obrigatória (IPO); Manutenção Preventiva e Corretiva; Linha Fleet Assistance (Apoio ao utilizador); Substituição de Pneus; Viatura de Substituição opcional; Seguro auto. Valores com IVA.

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 57 200 26 884 30 356 3264 2743 1150 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 57 200€ // MOTOR 4 CIL.; 1995 CC (diesel); Turbo; 190 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 400 Nm/1750RPM // TRANSMISSÃO Traseira Auto; 8 VEL // PESO 1630 KG // COMP./LARG./ALT. 4,91/1,86/1,46 M // MALA 560 L // DESEMPENHO 8,0 (7,7) s 0-100 KM/H; 226 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,5 (6,3*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 118 G/KM (CLASSE C) // IUC 217.24€ // REPRISES 40-90 KM/H(AUTO) 8,3 SEG* // TRAVAGEM 100-0 km/h 45M *As nossas medições

QUALIDADE / IMAGEM / ESPAÇO / DINÂMICA

IDADE / EQUIPAMENTO

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ENSAIO

MERCEDES E 350D

NIVELADO PELO TOPO A Mercedes fez uma revolução no design, embora os seus modelos empresariais (C, E e S) estejam cada vez mais iguais. A estratégia é discutível, mas, mais importante, é notar que a qualidade não foi beliscada (pelo contrário) e que a imagem foi reforçada TEXTO JULIO SANTOS FOTOS JOSE BISPO

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o novo Classe E pode dizer-se que tem os “tiques” do filho do meio. A aparência aproxima-o de um Classe C, mas no conteúdo está mais próximo do Classe S, o que constitui uma importante vantagem. Tudo somado, o saldo é positivo. O Classe E Limousine é 24 centímetros mais comprido do que o Classe C e é também mais largo e isso permite-lhe reforçar a identidade, enquanto no interior é imediatamente evidente que estamos perante o modelo da Mercedes que está mais próximo da meta (não demasiado distante) da condução autónoma. Dito de outra maneira, este é o automóvel mais

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tecnológico da Mercedes. Porque é o mais recente (claro), mas porque a marca colocou nele o empenho de quem sabe que ele vai concorrer no mais exigente dos segmentos de mercado. Para isso ,a Mercedes dotou o Classe E de “armas” suficientes. Do lado económico, o elevado valor residual permite-lhe rendas muito competitivas (conforme reproduzimos), ao mesmo tempo que os custos de manutenção situam-se, também, entre os melhores. Qualquer que seja a modalidade (Aluguer Operacional, Leasing, Renting…), o Classe E revela-se sempre uma opção muito favorável. No caso da unidade ensaiada, há que levar em conta a presença de muitos extras que a penalizariam como veículo de frota, enquanto o bloco turbodiesel de 3.0 litros, com 258 CV, traduz-se numa

eficácia de condução proporcional ao aumento de preço face, por exemplo, à versão equipada com o novo motor de 2.0 litros turbodiesel de 192 CV. No primeiro caso pode dizer-se que estamos perante um verdadeiro compêndio de tecnologia. A rutura com a anterior geração que notamos nas linhas da carroçaria é, por ventura, ainda mais óbvia quando nos instalamos a bordo, seja pelo acréscimo de tecnologia, seja pela própria decoração, que é agora ainda mais distinta. A nossa frente… é o triunfo da era digital, com o painel de instrumentos a formar um só bloco com aquilo que era anteriormente um tablet. Da Mercedes fica, porém, a exímia qualidade dos materiais e a construção irrepreensível, evidente na solidez com que o Classe E “pisa” a estrada, bem como no silêncio e conforto.


ERA DIGITAL O painel de bordo constitui um só bloco com aquilo que era anteriormente um tablet. Os materiais e a qualidade de construção são aquilo que se espera da marca: irrepreensíveis...

A este respeito a marca foi, até, mais além, aproximando esta nova geração da matriz original. Ou seja, se no passado assistimos a uma tentativa de “migração” para uma atitude mais desportiva, é agora evidente, ao conduzirmos, o privilégio dado ao conforto, a ponto de podermos dizer que a “Confort” do Select Drive apenas é recomendável para aqueles que acham que o automóvel deve ser uma extensão da sala de estar. Já aqueles que privilegiam uma maior “comunicação” entre a estrada e o volante apreciarão o modo “Sport”, com a suspensão a tornar-se mais firme e a reação ao pedal do acelerar a mostrar maior “convicção”. A diferença de “atitude” é tal que podemos assegurar que quem conduz o E350 d dificilmente consegue imaginar que esta berlina de luxo com mais de 4,9 metros de comprimento é capaz de acelerar de 0 a 100 Km/h em apenas 5,9 segundos, um tempo que faz inveja a alguns candidatos a desportivos. Ao desempenho de referência, que beneficia de um motor sempre disponível e de uma caixa de nove velocidades que consegue explorar muito bem todos os regimes, o Classe E 350d soma consumos que estão entre os melhores. Em estrada, facilmente estabilizamos na fasquia dos 7,5 litros, enquanto em cidade o adicional de um litro está em linha com o que esperávamos. /

MERCEDES E 350D CONTRATO AOV A Mercedes-Benz Financiamento propõe para o Mercedes-Benz E 350d um contrato de AOV com a duração de 36 meses e 60 mil quilómetros, com um custo mensal de 937,78 euros (sem entrada inicial). O contrato inclui IUC. Valores com IVA.

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 65 997 29 699 36 298 3696 3168 1523 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 65 998€ // MOTOR 6 CIL.; 1968 CC (diesel); Turbo; 258 CV; 3400 RPM // BINÁRIO 620 Nm;1600RPM // TRANSMISSÃO Traseira Auto; 9 VEL // PESO 1800 KG // COMP./LARG./ALT. 4,92/1,85/1,47 M // MALA 540 L // DESEMPENHO 5,9 (6,2) s 0-100 KM/H; 250 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 5,2 (6,8*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 136 G/ KM (CLASSE C) // IUC 615.39€ // REPRISES 40-90 KM/ H(AUTO) 8,5 SEG* // TRAVAGEM 100-0 km/h 43M *As nossas medições

ESPAÇO / QUALIDADE / CONFORTO / IMAGEM

DEMASIADOS OPCIONAIS

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ENSAIO

MITSUBISHI OUTLANDER PHEV

SUV COM FUTURO O Mitsubishi Outlander PHEV é, para já, o único SUV híbrido de sete lugares. Concilia a configuração da moda e a tecnologia do futuro. Tem espaço, é versátil e goza de importantes benefícios fiscais, a que junta custos de utilização favoráveis TEXTO JULIO SANTOS TEXTO JOSE BISPO

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omo a generalidade dos automóveis japoneses, o Mitsubishi Outlander não se destaca pela beleza. Mas, como em qualquer casamento “para a vida”, a aposta na qualidade e nas qualidades são bem mais importantes. O Outlander PHEV tem qualidade e… qualidades. Sendo um SUV, “está” no segmento da moda, a que junta a capacidade para se deslocar fora de estrada, muito espaço (até sete ocupantes) e conforto, em dimensões compactas (4,7 metros de comprimento) que possibilitam uma utilização em “territórios" mais congestionados. Face ao modelo anterior são notórias alterações importantes: a aparência é mais elegante e no pla-

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no técnico destaca-se a revisão completa da suspensão que controla agora melhor os movimentos da carroçaria, sinónimo de uma melhor dinâmica, tanto mais que também a direção é mais precisa. Uma vez que vão manter-se os benefícios fiscais para os híbridos Plug- in, o Outlander PHEV ganha ainda mais sentido. Tanto mais que os custos de utilização têm vindo a baixar, como resultado de valores residuais que se ajustaram de forma positiva ao facto de, progressivamente, gestoras de frota e mercado de usados estarem a valorizar cada vez mais estes veículos. Os baixos consumos e emissões estão, como é sabido, na origem do crescente apreço pelas soluções que caminhem no sentido da eletrificação do automóvel, sendo destacar, no caso dos híbri-

dos Plug-in, o facto de os seus utilizadores não ficarem confinados a autonomias que podem não satisfazer todas as utilizações. Para que isso seja possível, o Outlander PHEV utiliza um motor de combustão a gasolina (2.0 litros, com 121 CV), “auxiliado” por dois motores elétricos (de 82 CV), um instalado em cada eixo, sendo-nos oferecidos três modos de condução: apenas com recurso ao motor de combustão, optando pelo modo híbrido, com os motores elétricos a fornecerem potência adicional para acelerações mais vigorosas; ou em modo exclusivamente elétrico (EV). Neste caso a autonomia anunciada é de 52 quilómetros mas, no nosso ensaio, em condução normal, não conseguimos melhor do que 34 quilómetros (rodando a 100 km/h sem acelerações


SUV PHEV Com a manutenção dos benefícios fiscais, a utilização de veículos híbridos Plug-in, como o Outlander PHEV, pelas empresas continua a ser financeiramente interessante

bruscas). Em viagem, a cerca de 120 km/h, o consumo médio (esgotando a bateria) foi de 6,3litros aos 100 km e, depois, utilizando apenas o motor de combustão, não conseguimos baixar dos 8,7 litros. A razão da autonomia elétrica relativamente baixa (ainda que em linha com aquilo que o mercado disponibiliza) tem a ver com a capacidade da bateria de iões de lítio que não vai além dos 12 kWh, dos quais apenas são consumidos 8 kWh. Uma bateria maior ditaria o sacrifício da terceira fila de bancos e de capacidade de bagagem. Esta pode ser carregada nas tomadas das nossas casas (demorando cerca de cinco horas, três horas com Wallbox), ou numa estação de carregamento rápido, bastando cerca de 30 minutos para conseguirmos 80% da capacidade. Contas feitas, para os primeiros cem quilómetros, o custo real de utilização é inferior a sete euros, menos dois euros do que no diesel. Esta tem a vantagem de manter esse valor constante (cerca de 8,8 euros/100 km), enquanto no PHEV, depois de descarregada a bateria, cada 100 km custam-nos 12 euros. É, pois, fundamental levar em conta o diferencial do preço de aquisição e os benefícios fiscais subjacentes aos veículos híbridos Plug- in e é nessa altura que o PHEV pode começar a fazer mais sentido. /

MITSUBISHI OUTLANDER PHEV BEM EQUIPADO O Outlander disponibiliza um nível de equipamento bastante completo. Versátil, o SUV pode transportar até sete ocupantes e assegura conforto em todas as viagens, mesmo se em causa estiverem caminhos mais "complicados"

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 47 763 19 583 28 180 3456 1322 761 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 33 500€ // MOTOR 4 CIL.; 1998 CC (gasolina); 121 CV; 4500 RPM // BINÁRIO 190 Nm/1750RPM + 2 motores elétricos 82 CV // TRANSMISSÃO Dianteira Auto; 6 VEL // PESO 1840 KG // COMP./LARG./ALT. 4,70/1,80/1,71 M // MALA 465L // DESEMPENHO 11,09 (9,6) s 0-100 KM/H; 170 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 1,81 (6,3*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 44 G/KM (CLASSE A) // IUC 197,23€ // REPRISES 40-90 KM/H(AUTO) 6,78 SEG* // TRAVAGEM 100-0 km/h 45M *As nossas medições

ESPAÇO / ECONOMIA / VERSATILIDADE

CONSUMO APÓS 50 KM

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ENSAIO

VW TIGUAN

PREMIUM PARA A EMPRESA Os SUV estão cada vez mais na primeira linha de opção, resultado da maior versatilidade desta tipologia. Neste contexto, serão os modelos com créditos firmados a tirar partido de algo que é mais do que uma tendência. O VW Tiguan é uma opção incontornável TEXTO JULIO SANTOS FOTOS JOSE BISPO

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onge vão os tempos em que as empresas impunham tantas limitações aos automóveis a utilizar pelos seus funcionários que só faltava determinar a música a bordo! Hoje, compreensivelmente, a liberdade é tão ampla quanto o leque de opções inteligentes de que o mercado passou a dispor e, na primeira linha, passaram a estar os SUV. A versatilidade que proporcionam fez com que este tipo de automóveis ganhasse uma enorme valorização junto dos particulares, o que conduziu a montantes de revenda elevados, com vantagens diretas para os valores residuais e para as rendas. Sendo já certo que os SUV vão continuar a afirmar-

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-se como a escolha preferida dos consumidores, fica claro que serão os modelos “assinados” por construtores de referência que ganharão vantagem. É o caso do VW Tiguan, cuja primeira geração, lançada em 2007, veio dar um contributo determinante para a afirmação dos SUV. De entre os motivos para que tal se tivesse verificado, destaca-se o estilo evoluído, a qualidade exemplar e, sobretudo, o bem-estar a bordo, caraterísticas que o novo VW Tiguan acentua agora. À aparência moderna, com todos os novos elementos estilísticos da VW e os detalhes que definem a vocação aventureira (proteções plásticas da carroçaria, maior altura ao solo e rodas de grandes dimensões), o Tiguan junta proporções equilibradas, resultado de uma ampla distância entre

eixos, só possível pela utilização de uma plataforma que recorre a muitos elementos do Passat. Esta referência é muito importante, pois traduz o posicionamento mais evoluído do Tiguan (perto do topo de gama da marca), patente no comportamento dinâmico e no conforto a bordo. Conforto que decorre do exemplar desempenho da suspensão mas a que não é estranha, também, a total ausência de ruídos parasita, reflexo da qualidade de construção a que a VW habituou os seus clientes. Outra consequência direta do recurso a uma base mecânica mais evoluída é o amplo espaço a bordo, quer para passageiros, quer para toda a bagagem de que uma família necessita (520 litros). A qualidade dos revestimentos e o equipamento muito evoluído são outras notas fundamentais no interior.


O QUE DIZ A MARCA PRESTÍGIO E QUALIDADE O novo Volkswagen Tiguan amplia a imagem de prestígio e qualidade que ditou o sucesso da anterior geração. A juntar a isto, e à cada vez maior procura por este tipo de veículos, o Volkswagen Tiguan conta com o contributo dos motores TDI, reconhecidos pelos baixos consumos de combustível, enquanto os custos de manutenção e utilização apresentam-se, também, como os mais favoráveis do segmento. O Volkswagen Tiguan garante, portanto, os mais baixos custos de utilização no caso de uma compra empresarial, algo que está refletido nos valores propostos, como por exemplo, para um contrato de AOV (aluguer operacional de veículos) do Volkswagen Bank. Motivo adicional de tranquilidade é o facto de a marca Volkswagen contar em Portugal como uma alargada rede de assistência. técnica.

Além de favorecer o espaço e o conforto, a nova plataforma contribui de forma decisiva para o excelente desempenho dinâmico do Tiguan, com vantagens para o pleno aproveitamento das capacidades do motor 2.0 TDI de 150 CV. A par da elevada potência e da grande disponibilidade em todos os regimes, surpreende-nos pelos baixos consumos: a marca anuncia um valor combinado de 4,7 litros e no nosso ensaio a um ritmo elevado situámo-nos abaixo dos 5,7 litros. Para esta combinação muito favorável de prazer de condução e consumos baixos concorre de forma determinante a caixa de sete velocidades DSG (de dupla embraiagem e acionamento automático), que explora de maneira exemplar as capacidade do motor. Ao desempenho dinâmico, imagem premium, polivalência de utilização (já que o Tiguan enfrenta com segurança e eficácia os trilhos fora de estrada) e reconhecida qualidade, o SUV da VW soma custos de utilização muito competitivos. Desde logo paga classe 1 nas portagens das autoestradas, a que se juntam intervalos de manutenção alargados e com custos em linha com o mercado. Além disso, consequência da imagem valorizada, consegue valores residuais elevados, o que se traduz numa renda mensal de 428 euros, de acordo com a proposta de Renting do Volkswagen Bank. /

VW TIGUAN CONTRATO AOV O Volkswagen Bank propõe para o Tiguan um contrato de AOV com a duração de 48 meses e 80 mil quilómetros, com um custo mensal de 428 euros (sem entrada inicial). O contrato inclui IUC, manutenção, assistência em viagem e seguro de avaria. Valores com IVA.

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 40 904 20 861 20 043 1680 2865 824 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 38 730€ // MOTOR 4 CIL. 1968 CC (diesel); Turbo; 150 CV; 3000 RPM // BINÁRIO 340 Nm/1750RPM // TRANSMISSÃO Dianteira DSG 7 VEL // PESO 1568 KG // COMP./LARG./ALT. 4,49/1,84/1,63 M // MALA 520/1650L // DESEMPENHO 9,3 (9,9) s 0-100 KM/H; 204 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,7 (5,7*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 125 G/KM (CLASSE C) // IUC 250,61€ // REPRISES 40-90 KM/H(AUTO) 9,3 SEG* // TRAVAGEM 100-0 km/h 45M *As nossas medições

IMAGEM / QUALIDADE / ESPAÇO / VALOR

PREÇO VERSÃO 2.0 / EQUIPAMENTO DE SÉRIE

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ENSAIO

FORD KUGA BUSINESS

MOTOR À MEDIDA Com a disponibilização do motor diesel 1.5 TDCI de 120 cv, o Kuga ganhou novos argumentos competitivos para se impor no mercado. Para empresas, a marca propõe uma versão específica, denominada Business TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSE BISPO

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Ford está representada no segmento dos SUV, que cada vez mais se assumem como uma alternativa às tradicionais station-wagon, com o modelo Kuga. Todavia, como a oferta diesel disponível era o motor de dois litros, fortemente penalizado a nível fiscal no mercado nacional, a carreira comercial deste modelo estava longe de ser um sucesso, uma vez que a concorrência apresentava propostas mais competitivas. Com o lançamento do motor diesel 1.5 TDCI de 120 CV nesta gama em substituição do anterior bloco 2.0 TDCI, o Kuga ganhou novos argumen-

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tos (leia-se preço) no nosso país, uma vez que deixou de ser tão penalizado ao nível do ISV. Quase se pode dizer que foi introduzido “à medida” da realidade fiscal nacional. Para se impor junto do mercado empresarial, a marca aproveitou para desenvolver uma versão específica para o nosso país, denominada Business, com um preço de venda ao público de 29 837 euros, mas com o desconto de frotas esse valor desce para baixo dos 25 mil euros. Isso permite a uma empresa beneficiar da taxa mais baixa de tributação autónoma, que é de 10% para veículos de combustão interna. Além disso, a marca também está a propor uma solução de financiamento em Aluguer Operacional de Veículos com uma renda mensal de 380 euros, sem entrada

inicial, para um contrato de 60 meses ou 75 mil quilómetros, incluindo manutenção, substituição de pneus e seguro. O equipamento de série proposto no Kuga 1.5 TDCI 120 CV Business 4x2, que substitui a versão Trend na gama, foi selecionado para cativar o mercado empresarial. Este SUV da Ford conta com Auto-Start-Stop, sistema auxiliar de estacionamento traseiro, sistema de navegação, Ford SYNC, ecrã tátil, jantes de liga leve de 17”, espelhos retrovisores aquecidos e recolhíveis, ar condicionado manual, e ligações USB para carregar um telemóvel. Em termos imagem, o SUV da Ford apresenta linhas agradáveis à vista, que seguem a mais recente linguagem de design da marca, enquanto a maior


O QUE DIZ A MARCA EXCLUSIVO PARA PORTUGAL O novo Kuga insere-se num segmento que, em Portugal, representa 7% do mercado de passageiros (acumulado a setembro). Contudo, 60% das vendas deste segmento são efetuadas a frotas. Dada a sua importância, Portugal é o único país da Europa que tem uma versão do novo Kuga exclusiva para frotas (versão Business), tendo em conta a especificidade da nossa fiscalidade. As restantes versões da gama – ST-Line, Titanium e Vignale – são destinadas ao cliente particular. Disponível agora com o bloco diesel 1.5 TDCi de 120 CV, o novo Ford Kuga está totalmente adequado ao mercado português. A versão Business, para que o utilizador beneficie da isenção da Tributação Autónoma, está disponível para Empresas e Profissionais Liberais a um preço abaixo dos 25 mil euros.

altura ao solo permite circular com um relativo à vontade em alguns locais que exigem um pouco mais de cuidado a automóveis convencionais. De salientar, o excelente sistema de suspensão que digere com eficácia todas as irregularidades dos maus pisos e de muitas lombas. O interior do Kuga é espaçoso para as pernas, quer atrás quer à frente, o que não será de estranhar num veículo com mais de 4,5 metros de comprimento. O banco central da fila traseira é que poderia ser um pouco mais largo. A bagageira, por seu lado, é outro ponto forte deste veículo, com os seus 456 litros de volume útil. Por sua vez, o novo motor 1.5 TDCI de 120 CV, e em combinação com a transmissão manual de seis velocidades, revelou-se agradável de utilizar, apenas denotando alguma submotorização quando era necessário vencer uma subida a uma baixa velocidade, obrigando a recorrer ao seletor das mudanças . Pela positiva há que destacar o consumo médio abaixo dos 6,0 l/100 km em condições normais de utilização, um valor que apesar de ser ligeiramente superior aos 4,4 l/ 100 km anunciados pela marca, possibilita a obtenção de baixos custos de exploração. Outra vantagem competitiva é a sua classificação como Classe 1 nas portagens nacionais. /

CONTRATO AOV A Ford, através do Grupo Societé Générale, propõe para o Kuga Business 1.5 TDCi 4x2, um contrato AOV de 60 meses/ 75 mil km, com um custo mensal de 380 euros (IVA incluído). O contrato prevê manutenção, IUC, assistência em viagem, seguro de manutenção e seguro danos próprios com franquia de 4%. A campanha é válida até 31 de dezembro de 2016, para empresários em nome individual e frotistas.

FORD KUGA 1.5 TDCI 120 CV BUSINESS 4X2

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 29 837 12 532 17 305 2208 2682 666 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 29 837€ // MOTOR 4 CIL.; 1499; TURBO; 120 CV; 3600 RPM // BINÁRIO 270 Nm // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL // PESO 1591 KG // COMP./LARG./ALT. 4,53/1,83/1,70 M // MALA 456L // DESEMPENHO 12,7 s 0-100 KM/H; 173 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,4 (5,9*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 115 G/KM (CLASSE B) // IUC 130,10€ // REPRISES 40-90 KM/H(AUTO) ND // TRAVAGEM 100-0 km/h ND *As nossas medições

CONSUMO / EQUIPAMENTO

BANCO TRASEIRO DO MEIO / MOTOR NOS BAIXOS REGIMES

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ENSAIO

RENAULT CLIO ENERGY DCI 110 GT LINE

MAIS COMPETITIVO O “novo” Clio continua a ser das escolhas mais comuns no segmento B, graças à sua enorme polivalência aliada a uma maturidade que combina prazer de condução com conetividade e equipamentos que facilitam a vida a bordo e a segurança TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO

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eguindo o velho ditado de que “numa equipa ganhadora não se mexe” a Renault não quis alterar muito o visual do novo Clio. Mesmo assim há detalhes que marcam bem a diferença e uma delas é a assinatura luminosa Full LED, uma opção que o destaca, nas versões mais equipadas como este GT Line, do resto da concorrência. A frente redesenhada e uma parte inferior que torna o Clio visualmente mais largo são outros pormenores que o distinguem da anterior geração juntamente com o desenho da embaladeira modificado para proporcionar uma sensação de maior robustez. No caso da versão GT Line que ensaiámos, o ex-

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trator de ar atrás e a ponteira de escape são também novos, dando ao conjunto da carroçaria uma imagem mais desportiva. No habitáculo, verificamos que alguns materiais foram substituídos por outros de melhor qualidade, calando as vozes mais críticas nesta matéria, ainda que muitos desses elementos passem despercebidos. Não é o caso do volante, que foi redesenhado: dispensou alguns plásticos lacados e, nesta versão, é revestido a couro. O mesmo se passa com a alavanca de velocidades, agora com um estilo mais moderno que reforça a perceção de qualidade que a marca pretendeu introduzir a par de outras transformações. Exemplo disso é uma conetividade melhorada, fruto da evolução do sistema R-Link. Ele integra várias funções, desde o completo sistema de na-

vegação TomTom até ao reconhecimento por voz, passando pela gestão de novos sistemas de ajuda à condução, como a câmara de marcha atrás ou o sistema Easy Park Assist, que ajuda o condutor nas manobras de estacionamento. E porque no comportamento dinâmico e nos motores a Renault não quis ficar para trás, esta renovação do Clio marca também a estreia do motor 1.5 dCi de 110 CV associado a uma caixa manual de seis velocidades. Esta combinação quase perfeita dá vida a um chassis que mantém intactas as suas qualidades dinâmicas, com destaque para a segurança, quer quando circulamos por estradas sinuosas ou por autoestrada, onde a sua estabilidade continua a ser uma das referências da classe. A maior competência da suspensão do ponto de vista dinâmico é acompa-


O QUE DIZ A MARCA REFERÊNCIA DE MERCADO O Clio é uma referência absoluta no mercado português e um dos modelos de maior sucesso em Portugal desde o lançamento da primeira geração em 1991. A atual quarta geração do Clio é inegavelmente a de maior sucesso em Portugal. Desde o seu lançamento foi sempre o modelo mais vendido no nosso mercado! E os fatores que estão na base deste reconhecimento são a aposta num design apelativo, quer na berlina quer na versão Sport Tourer, na tecnologia a bordo (foi o primeiro modelo equipado com o sistema multimédia R-link) e numa gama de motores reconhecida e que é referência no segmento também pelo seu TCO. E, na atual gama, é percetível um importante salto qualitativo, identificável ao primeiro olhar, tanto na qualidade dos materiais, como no rigor da montagem. O Clio é um valor seguro!

nhada por uma boa capacidade de absorção das irregularidades, ainda que, nalguns pisos onde a suspensão trabalha mais em frequência do que em amplitude, se notem alguns ruídos de rolamento. Estes são atenuados pelo perfil mais alto e menor largura dos pneus que equipavam a versão ensaiada, uma escolha que contribuiu também para uma superior agilidade na cidade, se bem que o diâmetro de viragem (10,6 metros) não se encontre entre os melhores da sua classe. Contudo, a direção de assistência variável em função da velocidade é suave, rápida e interpreta bem as trajetórias. A visibilidade é boa, exceto na área dos pilares traseiros, que são muito volumosos e têm uma pequena zona vidrada que não é útil. Daí a ajuda preciosa dos sensores que cobrem uma zona de 360º e da câmara traseira. Embora o Clio se mova como peixe na água no trânsito mais congestionado das cidades, onde o consumo ronda uma média de 6 l/100 Km, ele tem um desempenho em estrada semelhante a carros de maiores dimensões com consumos ainda mais baixos. Estes são resultados que provam o bom rendimento deste novo motor 1.5 dCi de 110 CV, que pode ser uma boa aposta para clientes frotistas face à versão de 90 cv, caso a diferença de preço se consiga diluir. /

RENAULT CLIO ENERGY DCI 110 GT NOVOS MATERIAIS NO INTERIOR Para responder às críticas, alguns materiais do interior foram substituídos por outros de melhor qualidade. O sistema R-Link integra várias funções, desde o sistema de navegação, passando por sistemas de ajuda à condução por voz ou ao estacionamento

PREÇO 22 820 € // MOTOR 4 cil.; 1461 c.c.; Turbo; 110 CV; 4000 rpm; // BINÁRIO 260 NM/1750 // TRANSMISSÃO Dianteira; Manual de 6 vel. // PESO 1205 KG // COMP./LARG./ ALT. 4,26/1,73/1,47 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,58 M // MALA 300 L // DESEMPENHO 111,1 S (11,2*) 0-100 KM/h; 194 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 3,5 (5,4*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 90 G/KM (Classe A) // REPRISES 40-90 Km/h IV/V/VI 12/15.1/26.8 S* // TRAV. 100-0 KM/H 45 M* *As nossas medições

COMPORTAMENTO / PRESTAÇÕES / EQUIPAMENTO

VISIBILIDADE TRASEIRA / ACESSIBILIDADE / TRAVÕES DE TAMBOR TR

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ENSAIO

OPEL INSIGNIA SPORTS TOURER

A IMPORTÂNCIA DOS VALORES Com uma renda mensal inferior a 400 euros é possível ter um automóvel de representação, com imagem e qualidade, com as mais modernas tecnologias de segurança para a família e capaz de assegurar os baixos custos de utilização TEXTO JULIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO

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ara combater a hegemonia das propostas premium no segmento das carrinhas médias a Opel dotou a Insignia Sports Tourer de argumentos que devem ser levados em conta. Desde logo vale a pena sublinhar que estamos perante um modelo que tem vindo a registar progressos muito significativos ao nível dos custos de utilização, a que não é estranha a reconhecida fiabilidade e o recurso a mecânicas que têm como caraterística os baixos consumos e custos de manutenção bastante contidos. O bom valor de revenda e o consequente valor residual elevado determinam, por seu lado, valores de renda muito

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atrativos para as empresas, com o Opel Renting a propor um valor mensal de 395 euros para a versão Sports Tourer Executive de 136 CV (ver quadro). Para além desta vertente mais racional, o topo de gama da Opel destaca-se, também, pela imagem que, apesar dos anos, mantém-se atual e elegante, a que se juntam dimensões acima da média (4,9 metros de comprimento) que favorecem a habitabilidade. O interior é outro trunfo da Insigna Sports Tourer. Enquanto os ocupantes beneficiam de muito espaço, a bagageira soma à grande capacidade (540 litros) uma grande versatilidade, tornada possível pela original abertura da tampa (acionamento elétrico) que permite arrumar facilmente objetos de grandes dimensões.

Correspondendo à vocação mais sofisticada e às expetativas dos seus utilizadores, a Opel Insignia Sports Tourer conta com um equipamento que, em muitos casos, supera aquilo que é habitual neste segmento. Destaque, neste caso, para o IntelliLink, que veio dotar o interior de todos os Opel de uma caraterística muito importante: a presença de diversos dispositivos de última geração – nos campos da conetividade, entretenimento e segurança – e a simplicidade de operação dos mesmos. Esta conjugação, muito importante mas, infelizmente, rara, é bem evidente na quase total ausência de botões, com todas as funções principais a poderem ser selecionadas a partir do ecrã tátil de grandes dimensões e de leitura muito clara. O conforto dos bancos, que podem ser revesti-


O QUE DIZ A MARCA EX-LIBRIS DO SEGMENTO O Insignia é um dos topos de gama mais bem sucedidos de sempre na História da nossa marca. Lançado em 2009 e eleito imediatamente Carro do Ano na Europa, tornou-se rapidamente um dos modelos preferidos de frotas graças ao design moderno, ao habitáculo espaçoso, ao conforto, às inúmeras tecnologias inovadoras e a detalhes especificamente importantes para esta área, como economia de utilização e valores residuais elevados. Estes traços não se apagaram com o passar dos tempos. Pelo contrário, o Insignia renovou-se profundamente em 2013 e reforçou o seu lado tecnológico. Em meados de 2015 chegou mais um ex-libris do modelo: o motor 1.6 CDTI de 136 CV da mais recente família de motores Opel, que é extremamente silencioso e económico, e catapultou a oferta da nossa marca para o topo deste mercado.

dos em couro de grande qualidade, é outra nota em destaque no interior, tendo aqui um papel importante o trabalho realizado pela suspensão que filtra bem as irregularidades do piso e, sobretudo, consegue favorecer a dinâmica desta carrinha que, não sendo um exemplo de agilidade, ainda assim consegue desenvencilhar-se bem, mesmo nos trajetos sinuosos. No caso da versão ensaiada esta caraterística é ainda mais importante, pois dessa forma conseguimos aproveitar convenientemente todas as potencialidades deste motor de 2.0 litros turbodiesel que à elevada potência (170 CV) junta uma binário de 400 Nm disponível logo às 1750 rpm. Significa isto que temos sempre disponível toda a “força” deste motor, o que explica as boas performances e, principalmente, a facilidade com que mantemos um ritmo elevado, que mais tarde se traduz em consumos bastante contidos: um valor médio anunciado de 4,7 litros aos 100 quilómetros (em condução normal, sem preocupações, conseguimos 5,6 litros). A Opel Insignia Sports Tourer assume-se, assim, como uma boa opção para viagens longas e para quem necessita de um carro de representação capaz de assegurar espaço, conforto e baixos custos de utilização. /

OPEL INSIGNIA SPORTS TOURER CONTRATO AOV A Opel propõe para a Insignia Spots Tourer Executive um contrato de renting com a duração de 48 meses/80 mil Km, com um custo mensal de 395 euros (IVA incluído). Inclui manutenção, IPO, substituição de pneus, IUC, linha de apoio ao condutor, assistência em viagem, seguro de manutenção, seguro de danos próprios com franquia de 4%, responsabilidade civil e gestão de sinistros, válida para empresas.

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 41 630 21 648 19 982 2208 2880 846 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 58 400€ // MOTOR 4 CIL.; 1956 CC (diesel); Turbo; 170 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 400 Nm/1750RPM // TRANSMISSÃO Dianteira Auto; 6 VEL // PESO 1615 KG // COMP./LARG./ALT. 4,92/1,857/1,52 M // MALA 540 L // DESEMPENHO 9,4 (9,7) s 0-100 KM/H; 220 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,7 (5,8*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 124 G/KM (CLASSE C) // IUC 250.61€ // REPRISES 40-90 KM/H(AUTO) 8,5 SEG* // TRAVAGEM 100-0 km/h 45M *As nossas medições

ESPAÇO / QUALIDADE / CONFORTO

IDADE / SUBIDAS DE REGIME

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ENSAIO

PEUGEOT 3008 1.6 BLUEHDI

REI LEÃO Renascido como um SUV, o Peugeot 3008 vem estabelecer novos padrões de qualidade e imagem num segmento em permanente evolução. O preço acompanhou a evolução, assumindo a alternativa ao premium TEXTO RICARDO MACHADO FOTOS VASCO ESTRELADO

R

enascido das cinzas de uma primeira geração sem posicionamento bem definido, uma espécie de monovolume mais alto, o 3008 assume-se como um SUV compacto. Utiliza a plataforma EMP2 do grupo PSA, a mesma do Peugeot 308 e Citroën C4 Picasso, para atacar diretamente o topo do segmento, onde pretende ser uma alternativa aos construtores premium. Um posicionamento ambicioso sustentado por uma mecânica competente, onde se destaca o refinamento do pisar. Suspensão e amortecedores digerem as transferências de massas com o mínimo de movimentos de carroçaria, sem que isso afete o

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conforto. Beneficiando de mais 6 cm de distância entre eixos, comparando com a geração anterior, os passageiros da fila traseira dispõem de mais espaço para as pernas. O túnel central é muito baixo, mas o lugar do meio continua ser apenas de recurso. Rebatendo as costas dos assentos, operação que pode ser feita a partir da mala, amplia-se a capacidade desta dos 520 para os 1482 litros. O piso plano tem duas alturas, sendo que na superior pode deslizar para fora, como um tabuleiro, facilitando a arrumação de objetos. Se as linhas exteriores da segunda geração do 3008 espelham a evolução natural do segmento, o interior esconde uma autêntica revolução. Consola central e tablier fecham-se em torno do volante, envolvendo o condutor numa agradável atmosfe-

ra futurista. Das animações tridimensionais dos diversos temas do painel de instrumentos digital i-Cockpit aos botões tipo piano sob o ecrã tátil de 8’’ da consola central, todo o habitáculo reflete o posicionamento sofisticado do novo 3008. A oferta de tecnologia é completa, com o habitual espelho de smartphones Android Auto ou Apple Carplay complementado por um carregador por indução. Ergonómica e bem encaixada no 3008, a posição de condução tem dois pontos menos positivos. O porta-copos da consola central e o volante. O primeiro está nivelado com o seletor da caixa e basta uma garrafa de meio litro de água para atrapalhar o manuseamento da caixa. O segundo, não só é pequeno, como é cortado em cima e em baixo. Esteticamente fica bem, mas nas manobras aca-


PEUGEOT 3008 1.6 BLUEHDI

bamos sempre a procurar um bocado de volante que não está lá. Como todos os motores diesel, o 1.6 BlueHDi de 120 CV sofre de ligeira aspereza no trabalhar, principalmente a frio, mas esta mal se sente no habitáculo. Precisa e curta de curso, a caixa de seis velocidades ajuda a vencer a inércia do motor nos regimes baixos. Em estrada, basta manter a agulha do taquímetro acima das 2200 rpm para garantir ultrapassagens tão rápidas como seguras. Aproveitando o escalonamento longo da sexta velocidade, os consumos andam pelos 4,4 l/100 km, que sobem dois litros no para-arranca da cidade. Feitas as contas, a média ponderada fixa-se nos 5,7 l/100 km. Valor equilibrado para um SUV calçado com pneus 225/55 R18. /

AGORA EM SUV A tração é sempre dianteira, mas com 22 cm de altura ao solo, o 3008 não está limitado ao asfalto. O interior é dos mais elegantes e sofisticados do segmento. O volante é pequeno e requer habituação

PREÇO 34 750€ // MOTOR 4 CIL.; 1560 CC; Turbo; 120 CV; 3750 RPM // BINÁRIO 300 Nm; 1750 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL. // PESO 1496 KG // COMP./LARG./ALT. 4,45/1,84/1,62 M // MALA 520/1482 L // DESEMPENHO 11,2 (11*) s 0-100 KM/H; 189 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4 (5,7*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 104 G/KM (CLASSE B) // IUC 142,12€ *As nossas medições

COMPORTAMENTO / CONFORTO

PREÇO / ALGUNS ACABAMENTOS

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DESTAQUE

ENTREVISTA

SÉRGIO RIBEIRO HYUNDAI PORTUGAL ADMINISTRADOR-DELEGADO

“FROTAS SÃO ESTRATÉGICAS PARA 2017” O produto, a rede, a política comercial e a comunicação são os pilares que têm sustentado o forte crescimento da Hyundai no mercado nacional, nos últimos dois anos. Para continuar a crescer, a marca vai apostar nas empresas e na oferta de soluções de financiamento TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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Hyundai tem um plano ambicioso para crescer no mercado nacional, revela Sérgio Ribeiro, administrador-delegado da Hyundai Portugal, à Turbo Frotas. Além dos ligeiros de passageiros, a aposta também vai passar pelos comerciais ligeiros, onde a marca até tem tradicão no nosso país. Qual é o balanço destes dois primeiros anos de distribuição da marca Hyundai no mercado nacional? No dia 8 de novembro cumprimos dois anos de gestão da marca Hyundai em Portugal. No nosso primeiro ano completo, registámos um crescimento de 43%, praticamente o dobro do mercado. Em 2014, a marca vendeu 1104 automóveis e no ano passado 1585. Para 2016, a nossa previsão é vender 2650 unidades, o que representará um crescimento de 70% face a 2015. Em 2017, queremos crescer mais 50% e chegar perto das quatro mil unidades. O nosso plano é ambicioso. Como se explica essa evolução? Temos vários drivers de crescimento. Um deles é o produto, que oferece uma elevadíssima qualidade e fiabilidade - algo que ainda não é totalmente reconhecido pelo consumidor português porque durante muito tempo a marca esteve com uma estratégia diferente no mercado, com pouca comunicação. Isso teve impacto na imagem, que, a nível mundial e europeu, é muito superior à que

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tem no mercado português. A base de trabalho é muito forte: o produto tem muita qualidade e foi desenhado a pensar nas preferências europeias. O que esteve na base da restruturação da rede? Foi uma das principais decisões que tomámos no final de 2014. Durante 2015, redefinimos completamente a rede. Foi uma transformação muito grande. Em 2016, temos 20 instalações novas e no próximo ano serão mais dez. Em termos de imagem para o público é uma revolução total. No que se refere à tipologia de concessionários, os principais grupos nacionais vão estar a comercializar a nossa marca. Mesmo em profissionalismo é uma mudança abismal. Isso também vai ajudar na imagem, porque cada instalação nova vai receber o conceito corporativo da marca. Prevemos ter toda a rede com a nova imagem até final de 2017. Qual é o terceiro pilar de crescimento? Orientámos a nossa estratégia de forma diferente em relação ao que existia anteriormente: adaptámos a nossa política de preços e comercial. Por fim, o quarto pilar consiste num fortíssimo investimento em comunicação. Face a 2014 multiplicámos por dez o valor investido em marketing, comunicação e relações públicas. Em 2016, esse valor voltou a crescer em 50%. No primeiro semestre, a Hyundai era a sétima marca com maior crescimento em comunicação no mercado português. Se compararmos com o nosso ranking de vendas nota-se uma pressão publicitária enorme. Estamos com mais visibilidade. Todos estes fatores juntos estão a contribuir para um crescimen-


QUATRO PILARES DE CRESCIMENTO A renovação da gama de produto e da rede, um novo posicionamento de preços e comercial e o investimento em comunicação são os pilares para a marca crescer em Portugal. Para 2017, o objetivo é vender perto de quatro mil unidades

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DESTAQUE

ENTREVISTA

to acima do que tínhamos previsto inicialmente e estamos a ganhar quota significativa no mercado português, o que não é fácil,porque o rent-a-car representa cerca de 30% e as frotas 30 a 35%. Para uma marca nova, mais orientada para o mercado do particular e pequenas e médias frotas, ganhar mercado é mais difícil. Qual é a importância do mercado empresarial para a Hyundai? Neste momento, ainda é pequeno. Cerca de 20% das vendas são para rent-a-car e cerca de 15% são para frotas, o que quer dizer que dois terços das nossas vendas estão em particulares. Isso não é mau porque nos dá uma perspetiva de crescimento significativo no mercado das frotas. Nestes dois anos também tivemos uma aposta mais na restruturação da rede e no investimento em comunicação. Ainda não apostámos tanto no mercado de frotas, que é estratégico para 2017. Por que motivo, a marca não tem apostado tanto nas frotas? Para estar bem no mercado de frotas, a rede tem de estar estruturada e com os padrões de qualidade necessários. Com a restruturação da rede praticamente concluída, está na altura de ir ao segmento empresarial oferecer os nossos serviços e soluções. As concessões vão ter espaços dedicados para receção de clientes empresariais? Nos grandes centros justifica-se ter esses espaços

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dedicados. Trata-se de um projeto que vamos iniciar no próximo ano e iremos apostar em todas as componentes do segmento de frotas. Vamos ter um programa com a rede dedicado ao segmento empresarial, com formação e comerciais dedicados. Haverá alguma submarca própria para o segmento empresarial? Estamos a trabalhar nisso. Já temos um produto financeiro específico, lançado em novembro, que é o Hyundai Renting. Trata-se de uma solução que se adequa essencialmente ao mercado empresarial. Esta é uma primeira iniciativa das muitas que se seguirão. Para ter uma solução de renting, a marca vai ter de “defender” o seu produto em termos de valor residual… Já estamos a trabalhar nessa matéria em várias áreas de atuação. A Hyundai tem algumas vantagens competitivas que vão servir de alavanca para o crescimento no mercado das frotas. Para além da elevada qualidade e fiabilidade do produto temos a melhor garantia do mercado nos veículos de passageiros, que é de cinco anos sem limite de quilómetros. Esta é uma vantagem enorme para o cliente empresarial, principalmente para as frotas que fazem muitos quilómetros. Além disso, todos os veículos de passageiros vêm com contrato de manutenção de cinco anos e cem mil quilómetros. Tudo isto tem um impacto nos valores residuais enorme, sobretudo no caso da garantia. Por outro

Com a restruturação da rede praticamente concluída, está na altura de ir ao segmento empresarial oferecer os nossos serviços e soluções. Nos grandes centros, as concessões Hyundai irão ter espaços dedicados à receção de clientes enpresariais


REGRESSO AO SEGMENTO DOS COMERCIAIS A Hyundai vai voltar a disponibilizar veículos comerciais no mercado nacional, após um interregno de aproximadamente seis anos. A marca teve uma presença muito forte no segmento no mercado nacional, com os modelos H100 e H1, e o parque circulante ainda é elevado. “Isso demonstra, desde logo, a fiabilidade das viaturas e é uma vantagem competitiva que a marca tem”, afirma Sérgio Ribeiro, administrador delegado da Hyundai Portugal. “Não estamos a entrar num segmento onde não existe histórico”, refere o responsável, adiantando que a reintrodução dos veículos comerciais “foi e é estratégica” para a marca no nosso país. “Quisemos entrar com um produto adaptado ao mercado português, às nossas necessidades e de forma competitiva”, acrescenta Sérgio Ribeiro. “Este produto permite chegar a outro tipo de clientes, alargar a gama e permite que os concessionários tenham uma rendibilidade adicional, nomeadamente no após-venda.” A Hyundai acabou de introduzir o modelo H1, na versão furgão. Na gama está ainda o Hyundai i20 Van, de dois lugares, e entre os seus argumentos destacam-se a elevada habitabilidade e um motor diesel 1.1 muito competitivo. “É uma aposta forte para 2017”,

refere o entrevistado. A maior novidade será o H350, que estará disponível nas versões furgão e chassis-cabina. “Temos uma noção perfeita de que estamos a entrar num segmento muito competitivo, onde estão presentes operadores com imensa experiência e clientes fidelizados. Isso não nos assusta porque o nosso produto tem os seus próprios argumentos.” Um dos fatores diferenciadores consiste numa garantia de três anos sem limite de quilómetros no H1, enquanto no H350 existem duas opções: três sem limite de quilómetros ou cinco anos e 200 mil quilómetros. “Nenhuma outra marca tem esta oferta de garantia nos veículos comerciais”, salienta Sérgio Ribeiro, acrescentado que quer a H1 quer a H350 vão ter os “motores mais potentes do segmento, acima da média”. Os veículos possuem tração traseira, o que proporciona vantagens adicionais em termos de dinâmica. “A H1 tem um ângulo de viragem das rodas líder no segmento e é relevante para condução urbana. Por outro lado, o motor 2.5 é bastante robusto e oferece uma elevada fiabilidade.” O objetivo da marca é alcançar uma quota de 5% a 6% em Portugal nos próximos anos.

lado, o aumento das vendas também vai melhorar o valor residual. Outro ponto que é estratégico para a marca consiste na recompra de todas as vendas a rent-a-car e, portanto, estamos a controlar o preço. A nossa estratégia comercial tem privilegiado o reforço de equipamento em detrimento de descontos percetíveis e elevados para o cliente. Tudo isto são ações pensadas para fortalecer os valores residuais. Durante estes dois anos em que estamos a atuar no mercado português, essa tendência é visível. Os valores residuais estão a crescer em toda a linha e vão aproximar-se daquilo que existe no mercado europeu, onde os valores residuais são, de facto, elevados, porque é mais reconhecida a elevada qualidade dos produtos. Para o mercado de frotas, quais serão as principais apostas em termos de ligeiros de passageiros? Atualmente, temos um modelo, o i20, que está muito bem posicionado: é o mais espaçoso do segmento; tem a maior bagageira; e uma oferta muito competitiva em termos de motorizações. Recentemente, e com alguma surpresa, estamos a ter um sucesso significativo com o novo Tucson. É um SUV 4x2. Normalmente, este tipo de viatura não é muito utilizado em frotas por se tratar de um 4x4, com implicações em termos de manutenção, consumo. Por outro lado, os SUV 4x2 acabam por ser bons substitutos das station-wagon, nomeada-

mente do segmento D, onde estamos representados com o i40. Como o lançamento do Tucson tem sido bem-sucedido – vamos vender o dobro do que tínhamos previsto para 2016 (700 carros em vez de 370) – também o mercado empresarial está a olhar para o carro de forma muito atenta. Essa viatura, à partida, não teria muita penetração nas frotas e está a suceder exatamente o contrário. No entanto, a nossa grande aposta é a nova geração do i30, que irá ser lançada em fevereiro. Vai voltar a ser uma grande rutura face ao modelo atual, tal como sucedeu no i20 face à geração anterior, em termos de carro, de conceito, de interiores. As frotas têm uma grande importância no segmento C. Iremos ter uma oferta alargada, quer em termos de motor a gasolina 1.0 Turbo, quer diesel, com três motorizações diferentes. A carroçaria hatchback chega em fevereiro e alguns meses depois será lançada a station-wagon. Ainda no próximo ano iniciaremos a comercialização do modelo Genesis no nosso país. A outro nível teremos um posicionamento que permite complementar a gama com um produto premium, para o qual teremos uma estratégia específica. Como é evidente, não temos a pretensão de ter penetrações e quotas de mercado que outras marcas têm no segmento, onde já estão há muitos anos. No entanto, consideramos que a elevadíssima qualidade do nosso produto vai conseguir conquistar alguns clientes. /

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CLIENTE

CTT

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HERNÂNI SANTOS CTT DIRETOR DE OPERAÇÕES

“INVESTIMENTO EM ELÉTRICOS VAI CONTINUAR” O crescimento do comércio eletrónico levou a uma alteração do tipo de correspondência entregue pelos CTT e a uma transformação no processo de distribuição postal, passando de percursos apeados para motorizados. Para responder às novas exigências, a empresa teve de aumentar e adaptar a sua frota. Para as áreas urbanas, a grande aposta vai para os veículos elétricos, que deverão representar cerca de 15% da frota até 2018 TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

O

s CTT têm a responsabilidade histórica de assegurar a entrega de objetos postais a cerca de 4,5 milhões de domicílios no nosso país e para o efeito contam com uma frota total de aproximadamente 2700 veículos, incluindo pesados e ligeiros, sendo a idade média de sete anos e de um a dois anos, respetivamente. No entanto, o aumento do comércio eletrónico está a provocar uma alteração no tipo de objetos postais entregues pelos CTT, com uma diminuição significativa nas tradicionais cartas e um crescimento considerável nos volumes, levando a uma transformação no processo de distribuição postal. “O e-commerce é o nosso mais recente e grande desafio”, afirma Hernâni Santos, diretor de operações dos CTT. “O carteiro distribui menos a carta tradicional e mais o volume. Até há quatro ou cinco anos, estávamos orientados para percursos apeados e pequenas volumetrias, principalmente cartas. Há dois ou três anos, verificou-se uma mudança muito relevante naquilo que é a distribuição domiciliária. Atualmente, os nossos carteiros têm de levar significativamente mais volumes, o que obrigou a um aumento da capacidade

de transporte de objetos mais volumosos e pesados”, acrescenta. “Todos compramos ou conhecemos alguém que compra produtos pela Internet, que depois têm de ser distribuídos e entregues em casa”, refere o responsável. Esta alteração no paradigma da entrega de correspondência obrigou a uma adaptação dos CTT em termos dos meios de apoio à distribuição postal e também implicou um reforço significativo na volumetria da frota afeta a esta atividade. “Necessitamos de ter uma frota adequada e preparada para responder a este novo tipo de distribuição”, refere o diretor de operações dos CTT, adiantando que a capacidade volumétrica de transporte diário aumentou entre 10 e 15% desde 2013. “Há toda uma perspetiva de que as vendas pela Internet continuem a crescer a níveis muito elevados nos próximos anos. Isso levou a empresa a delinear um plano de investimento que aponta para um reforço dos veículos ligeiros.” Hoje, a frota pesada, que inclui desde veículos comerciais ligeiros com um volume útil de carga acima de 10 m3 até aos conjuntos articulados constituídos por trator e semirreboque, destina-se a fazer a ligação entre os principais centros urbanos. A frota de ligeiros, por sua vez, está afeta sobretudo à distribuição domiciliária. É constituída por mais de 2400 veículos, onde se incluem 1200

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CLIENTE

CTT

veículos com volume útil inferior a 1 m3 (bicicletas com apoio elétrico, ciclomotores, triciclos e quadriciclos), mil veículos comerciais ligeiros com volumes úteis de 2 m3, 4 m3 e 5 m3, e cerca de 240 veículos ligeiros de passageiros de apoio. Por seu lado, a evolução de um ‘giro’ apeado para uma distribuição motorizada levou os CTT a apostar na aquisição de veículos elétricos para as áreas urbanas, designadamente em 250 e-bikes, assim como em quadriclos elétricos, cujo número deverá aumentar para o dobro ou o triplo, até atingir 50 ou 60 unidades, nos próximos dois a três anos. “Pelas suas caraterísticas são veículos que se adequam muito às nossas necessidades de transporte de volumes”, afirma Hernâni Santos. “São veículos que não têm de ter uma elevada autonomia porque fazem, sobretudo, percursos urbanos e semiurbanos, regressando sempre ao local de partida, onde podem recarregar as baterias.”

REFORÇO DA FROTA ELÉTRICA Para distribuição de correio empresarial, volumes e pacotes, os CTT dispõem de uma frota de aproximadamente mil veículos comerciais ligeiros, que fazem o transporte entre os centros de distribuição postal e os domicílios. Estes veículos de distribuição percorrem diariamente, e no seu conjunto, cerca de 240 mil quilómetros. As rotas podem ter um caráter urbano, semiurbano ou rural, variando entre os 60 ou 70 quilómetros e os 200 ou 250 quilómetros. Para os percursos mais curtos, de caráter urbano e suburbano, os CTT estão a equacionar a possibilidade de substituição de veículos de combustão por veículos elétricos. “Toda a nossa perspetiva em termos de investimento para os próximos anos aponta para um reforço na aquisição de veículos ligeiros, que, no caso das áreas urbanas, serão sobretudo elétricos e, nas zonas rurais, onde as distâncias a percorrer sejam superiores àquelas que são garantidas pelas marcas, serão veículos de combustão tradicional”, refere Hernâni Santos, adiantando que a representação dos veículos elétricos no conjunto da frota se situa entre os 9% e 10%, podendo chegar aos 15% até 2018. “Será um esforço significativo em termos de investimento da empresa para chegar a essa percentagem, mas julgo que será importante atingi-la, quer do ponto de vista da eficiência da operação, quer da redução dos consumos, assim como da sustentabilidade e da melhoria das condições de trabalho dos próprios carteiros.” O investimento a realizar no próximo triénio destina-se não só à renovação de frota, mas também ao seu aumento, devido à transformação de percursos apeados em motorizados. “Isso vai exigir um aumento da frota, particularmente nas áreas urbanas e recorrendo fundamentalmente a veículos com apoio elétrico”, adianta, salientando que a experiência com esse tipo de viaturas “tem sido ótima”. “Atualmente, temos 17 veículos Renault Kangoo ZE e Nissan e-NV200 a operar na zona

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VÁRIAS TIPOLOGIAS Para assegurar os serviços de distribuição postal, os CTT possuem uma frota superior a 2400 veículos, de todos os tipos. A mais recente aposta para as áreas urbanas consiste em veículos elétricos

AUMENTO DE FROTA O investimento a realizar no próximo triénio pelos CTT destina-se não só à renovação de frota, mas também ao seu aumento, devido à transformação de percursos apeados em motorizados


Toda a nossa perspetiva em termos de investimento para os próximos anos aponta para um reforço na aquisição de veículos ligeiros, que, no caso das áreas urbanas, serão sobretudo elétricos possibilidade de utilizar um veículo elétrico e, se após as nossas contas, o balanço for idêntico, não temos dúvidas de que será um caso a considerar.” Além da frota de distribuição, os CTT contam ainda com cerca de 240 veículos de apoio aos serviços gerais. Atualmente, a maioria desta frota é constituída por veículos Renault Clio, que efetuam serviços na região de Lisboa, assim como asseguram deslocações a outras cidades, como Porto, Faro e Coimbra. Como o contrato de renting de algumas destas unidades está a terminar, a empresa tem em curso um teste com modelos elétricos, num total de nove unidades.

RENTING E AQUISIÇÃO DIRETA

de Lisboa. Alguns desses veículos já estão ao serviço há três ou quatro anos e nunca apresentaram problemas ao nível da mecânica. A única questão são os pneus, que têm de ser substituídos. Da parte dos nossos colaboradores tem havido uma recetividade extraordinária. Poderia haver alguma reação menos positiva, porque os carros não tinham potência ou capacidade de aceleração, mas tudo isso foi ultrapassado e as pessoas preferem, hoje, utilizar estas viaturas.” Segundo o responsável, a autonomia destes veículos não constitui “um problema” sobretudo devido às caraterísticas particulares da distribuição. “Temos uma distância média percorrida que não ultrapassa os 70 quilómetros nas zonas urbanas e semiurbanas”, afirma Hernâni Santos. “A grande maioria dos percursos está perfeitamente enquadrada dentro daquilo que são as autonomias que as marcas disponibilizam. Um percurso urbano tem, em média, entre 15 e 20 quilómetros, enquanto um semiurbano tem entre

40 e 50 quilómetros. Temos, obviamente, também percursos de 120, 140 ou 200 quilómetros, que continuarão a ser efetuados por veículos de combustão. Por outro lado, a nossa distribuição tem um caráter circular, isto é, o veículo sai de um ponto e regressa à origem no final do dia.” A maioria da frota ligeira só não será elétrica a médio prazo porque continuam a existir percursos que não se adaptam à sua utilização em termos de distâncias, inclinações e volumes que têm de ser transportados. “Sempre que as marcas oferecerem soluções mais evoluídas do ponto de vista da autonomia e da capacidade de carga, os CTT estão recetivos a fazerem experiências”, garante Hernâni Santos. No ano passado, a empresa efetuou um teste, durante um ano, com Fuso Canter eCell, com um volume útil de carga de 20 m3. “Estaremos sempre disponíveis e interessados em participar em todas as experiências do género que possam vir a ser feitas. Se, do ponto de vista da oferta, tivermos

Para aquisição de veículos para a frota, os CTT recorrem normalmente à solução de AOV (renting) para a maioria dos veículos de distribuição com volumes úteis entre 2 e 6 m3. Os veículos elétricos, por seu lado, são adquiridos diretamente pela empresa, na sequência de um concurso público, porque, segundo Hernâni Santos, a oferta de renting para este tipo de viaturas não é muito elevada. Os novos veículos elétricos de apoio aos serviços gerais já deverão ser integrados na frota em regime de renting, ao abrigo de uma primeira experiência com este tipo de solução. “Propuseram-nos uma oferta desse género e se surgirem outras soluções no mercado iremos avaliá-las com atenção”, avança o responsável, adiantando que as “rendas terão de ser competitivas”. “O caso que analisámos e está em vias de ser concretizado foi uma aquisição em regime de AOV, onde levamos em conta o custo dos combustíveis, assim como aquilo que será um benefício para a empresa num horizonte de quatro a cinco anos.” Para 2017, o investimento na frota ligeira deverá privilegiar a mesma tipologia de veículos e de caraterísticas. “Poderá haver algum reforço na capacidade de carga, passando de veículos com volume útil de 2 m3 para 4 m3”, admite, adiantando que essa é uma tendência que já se manifestou em 2016 para responder à alteração da tipologia do correio. “Outra alteração que se vai verificar, sempre que possível e o mercado (marcas) tiver resposta, é a procura de alternativas aos veículos de combustão tradicional, quer seja com veículos elétricos, quer seja a gás ou qualquer outro tipo de combustível. Estamos ainda a equacionar a introdução de veículos a gás (GPL) nas zonas urbanas”, remata o responsável. /

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PERSPETIVA

ALF

PAULO PINHEIRO ALF PRESIDENTE

“LEASING CONTINUA A DOMINAR” Cerca de 30% das viaturas novas introduzidas no mercado nacional são financiadas pelos produtos de leasing e renting e a estimativa da associação do setor, a ALF, aponta para 77 mil unidades, em 2016. O leasing irá continuar a ser a solução mais contratada pelas empresas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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número de viaturas financiadas no nosso país por leasing e aluguer operacional de veículos (renting) deverá ultrapassar as 77 mil unidades em 2016, afirma o presidente da Associação Portuguesa de Leasing e Factoring, Paulo Pinheiro, com base nos dados apurados até ao mês de setembro. Isto significa que cerca de 30% dos veículos novos adquiridos em Portugal são financiados por estas soluções. As estimativas da associação das empresas do setor apontam para 46 316 viaturas financiadas em leasing e 30 831 em renting, o que, em relação a 2015, corresponderá a um crescimento de 20% e 8%, respetivamente. “O número de veículos vendidos com recurso aos produtos financeiros disponibilizados pelos nossos associados representou cerca de 30 a 35% do total do mercado. Até setembro, os produtos renting e leasing ultrapassaram, em valor, um volume total de mil milhões de euros,” garante Paulo Pinheiro. Estes dados indicam que o mercado de leasing e renting tem vindo a recuperar sustentadamente desde a crise financeira de 2011.“Houve uma quebra abrupta no volume de negócios de ambos os

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produtos, mas que, e este é um dado interessante, acompanharam mais ou menos a mesma quantidade de aquisições ao longo do período”, afirma Paulo Pinheiro. “O mercado caiu de uma forma brutal durante esses anos, mas desde 2012 – 2013 tem vindo a crescer. Os nossos produtos cresceram a dois dígitos, desde então. Em 2015, o renting cresceu 13% em valor e o leasing global cerca de 34%. Até setembro deste ano, o renting continuou a crescer 11,6% em valor e o leasing está a crescer 18,7%. Como o mercado de ligeiros está a crescer 15%, o leasing está a ganhar alguma quota de mercado.”

LEASING OU RENTING? A esmagadora maioria dos veículos financiados por estes instrumentos foram ligeiros de passageiros, embora também se tenham registado alguns pesados. O presidente da ALF adianta que o leasing continua a ser a solução preferida, tendo sido responsável pelo “financiamento de 830 milhões de euros em viaturas”, acrescentando que “isso se deve, não só às caraterísticas do produto, mas também porque, até agora, estava mais vocacionado para particulares”. Não obstante, os principais clientes de leasing são as empresas.


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PERSPETIVA

ALF

ALF NA DIREÇÃO DA LEASEUROPE A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting foi eleita para integrar a direção da Leaseurope, na Assembleia Geral desta Federação Europeia, que representa cerca de 93% do mercado europeu de leasing. O presidente da ALF, Paulo Pinheiro, passará, assim, a representar o cluster geográfico Portugal, Espanha e Grécia, num mandato de dois anos e que termina em outubro de 2018

Por seu turno, “o produto renting ainda continua a ter algumas dificuldades de penetração nos particulares, sendo utilizado principalmente pelas empresas. Também existem algumas soluções para particulares, mas a sua expressão é pouco significativa”. Inquirido sobre a vantagem de uma empresa optar por uma solução de renting ou de aluguer operacional, Paulo Pinheiro afirma que essa “é a grande questão porque, na realidade, não há uma resposta”, salientando que tudo “depende dos objetivos da empresa” na gestão da sua frota e do “momento em que a empresa está em termos de capitais próprios”. Essa opção também dependerá daquilo que a empresa pretende fazer com as viaturas. “Posso adiantar que muitos clientes utilizam ambos os produtos”, afirma. “Para algumas viaturas faz mais sentido estarem em leasing e outras em renting. Se uma viatura necessitar de acompanhamento com serviço de assistência, pela sua tipologia e pelo seu desgaste, a solução de renting será a mais indicada. Por outro lado, e isto sucede muito em pequenas e médias empresas, onde há muita confusão entre o empresário e o proprietário, o serviço será menos valorizado, pelo que o leasing será a escolha mais adequada... até pela própria duração do contrato. Existem ainda outras situações: se a empresa tiver capa-

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O número de veículos vendidos com recurso aos produtos disponibilizados pelos nossos associados representou cerca de 30 a 35% do total do mercado

cidade de fazer a manutenção preventiva da frota, provavelmente optará por fazer o serviço nas suas instalações e o leasing será a melhor solução. Não há uma receita, tudo depende do perfil da empresa, do seu momento de ciclo de vida e do tipo de utilização da viatura.” O valor residual no final do contrato também pode fazer a diferença entre uma opção e a outra, admite o presidente da ALF. “O leasing tem um contrato de opção unilateral. O locatário decide, no final, se quer ou não entregar a viatura. Além disso, pode gerir as rendas ao longo do contrato como muito bem entender, ‘jogando’ com o valor residual. Poderá querer ter um pagamento maior no final do contrato, pagando menos de renda. No caso do renting, já é diferente: estamos a falar de um serviço com uma gestão da viatura.” Segundo o presidente da ALF, o produto de leasing é disponibilizado ao mercado pelas principais entidades financeiras que estão presentes no mercado nacional, diretamente ou através de empresas suas associadas, e por uma grande marca de automóveis, “que é nossa associada e se destaca de todas as outras, com uma oferta “em linha com os principais bancos”. O responsável acrescenta que as entidades financeiras ligadas às marcas automóveis estão a registar um elevado crescimento, embora não se consiga “perceber se estão a con-


BALCÃO PARA OS GRANDES CLIENTES

quistar quota às entidades tradicionais porque o mercado, na realidade, está a crescer”.

ORÇAMENTO DE ESTADO DE 2017 A proposta de Orçamento de Estado de 2017 consagrou algumas medidas que vão agravar a carga fiscal sobre os automóveis e a ALF não hesitou em apresentar algumas sugestões para que o setor não perca competitividade. “Genericamente, todas as medidas que aumentem os custos das empresas são negativas”, afirma Paulo Pinheiro. “O nosso setor tem conseguido adaptar-se ao enquadramento fiscal porque, de uma forma mais ou menos difícil, as empresas continuam a produzir e a necessitar de equipamentos. O setor financeiro, assim como as marcas de automóveis, têm conseguido adaptar-se a eventuais constrangimentos decorrentes das alterações fiscais. Não prevemos grandes alterações para o futuro. Tivemos oportunidade de fazer algumas sugestões de melhoria, como fazemos todos os anos.” Entre as críticas da ALF, destaque para os incentivos à aquisição de viaturas, por pessoas de mobilidade reduzida, que não são abrangidos pelo renting. “Tivemos a oportunidade de alertar as entidades competentes para que exista alguma consistência de benefícios entre os vários produtos.” A associação também sugeriu, à semelhan-

ça do que sucede em alguns países europeus, caso de Espanha e Itália, que para ajudar a desenvolver o investimento pudesse haver uma amortização acelerada dos produtos de leasing. “Isso permitiria incentivar a modernização das frotas”, afirma Paulo Pinheiro. “Essa medida possibilitaria a uma empresa ter uma antecipação do custo fiscal. Pagaria sempre o mesmo imposto, mas haveria um diferimento no tempo desse pagamento. Dessa forma, conseguiria ter mais disponibilidade de tesouraria para investir no curto prazo. É essa a grande vantagem.” Não obstante este quadro fiscal, a ALF acredita que os produtos de leasing e de renting irão continuar a crescer em 2017. “Tudo aponta para um crescimento bastante substancial, porque as nossas associadas não têm atualmente limitações de concessão de crédito e de oferta de produtos financeiros”, garante Paulo Pinheiro. “A restrição maior será do lado da procura, isto é, da confiança que os empresários têm no futuro e da necessidade que têm de renovar as suas frotas. Temos vindo a assistir a uma diminuição das taxas de juro, que continuam extremamente concorrenciais e, hoje, é mais fácil o financiamento. Para além de demonstrar a vitalidade do setor, também demonstra que não é por falta de poder das financeiras que não há investimento.” /

Com mais de 32 anos de existência, a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting é a entidade mais representativa do financiamento especializado em Portugal. Entre os seus 32 associados encontram-se as principais instituições que exercem locação financeira e renting no nosso país. Como em todas as associações, o objetivo da ALF consiste na defesa dos interesses dos seus membros em tudo o que está relacionado com os aspetos práticos dos produtos, assim como a relação com as diferentes entidades de regulação, designadamente com a Autoridade da Concorrência (AdC) e o Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT). Uma velha aspiração do setor consiste na criação de um Balcão para os Grandes Clientes no IMT. “Continua a não haver essa diferenciação”, desabafa Paulo Pinheiro. “Um cliente que tenha necessidade de contactar o IMT por causa de 30 ou 40 veículos tem o mesmo tratamento do que um cliente com apenas uma viatura. É um efeito de escala que não é tratado e que temos vindo a tentar resolver com o IMT. As relações institucionais são boas, mas nem sempre é fácil resolver estas situações.”

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ENSAIO

VOLKSWAGEN MULTIVAN 2.0 TDI

TRANSPORTE 5 ESTRELAS Quando um hotel classifica com cinco estrelas o serviço que oferece pressupõe os mais altos padrões na qualidade de todas as suas estruturas. Inclui-se o transporte dos seus clientes e a Volkswagen Multivan é uma proposta incontornável TEXTO JULIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO

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e a Audi decidir um dia disponibilizar no seu portefólio uma proposta capaz de alojar confortavelmente sete adultos e imensa bagagem não vai ter muito trabalho: basta-lhe pegar na Volkswagen Multivan e colocar os quatro anéis na grelha dianteira. O nível de requinte deste comercial é, na verdade, surpreendente, sendo a resposta ideal tanto para uma família numerosa como para um hotel de cinco estrelas que assim proporciona aos seus clientes uma solução de transporte em linha com as suas expetativas.

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O espetro de possibilidades da Volkswagen Multivan é realmente admirável. Partindo de uma estrutura com uma distância entre eixos generosa, a Multivan oferece-nos um interior caraterizado pelo espaço amplo, versatilidade sem limites e imenso conforto. As portas deslizantes, que podem ser de acionamento elétrico, possibilitam o acesso fácil a todos os bancos, enquanto as calhas no chão permitem-nos colocar as duas filas traseiras na posição que mais nos convier, otimizando, assim, o espaço para ocupantes ou bagagem, em função das necessidades de cada momento. Além disso, os bancos da segunda fila (com descanso de braço individual) podem girar, o que, com a ajuda da mesa que montamos com toda

a facilidade, permite criar um muito agradável espaço de convívio. A bordo da Multivan nunca vamos ouvir queixas relativamente ao espaço disponível, mas não menos relevante é o ambiente premium sublinhado pelos bancos envolventes, pelos revestimentos em Alcantara (versão Highline), a multiplicidade de lugares para arrumar objetos e pela qualidade de todos os materiais utilizados, a que se juntam muitos dos equipamentos e soluções que o Grupo Volkswagen utiliza nas suas berlinas mais sofisticadas. É o caso do display central que aloja todas as principais informações de viagem, bem como o sistema de navegação e o computador de bordo, a que se junta a possibilidade de ajustar-


mos a climatização a partir de qualquer das três filas de bancos. Disponível com nível de equipamento Trendline, Confortline e o luxuoso Highline, a Multivan beneficia, igualmente, de uma mecânica evoluída, com destaque para a suspensão que, na versão topo de gama, pode ser ajustada pelo condutor (modos Conforto e Sport) e para as motorizações turbodiesel de 2.0 TDI com níveis de potência que podem chegar aos 204 CV, neste caso contando com o preciso contributo da caixa de velocidades DSG (dupla embraiagem) de sete relações. Determinante para o conforto de marcha e prazer de condução, a caixa automática tem também um papel decisivo para os consumos que, na versão de 204 CV, em andamento “apressado”, se situaram na “casa” dos sete litros, o que é no mínimo surpreendente para um veículo com estas caraterísticas. A Multivan é, também por isso, uma proposta incontornável mesmo para uma utilização profissional, já que aos reduzidos custos de manutenção e de utilização soma um valor de revenda elevado. Reflexo disso mesmo é a renda mensal de 970 euros proposta pelo Volkswagen Bank para um contrato de ALD de 4 anos e 40 mil quilómetros, para a versão Confortline, de 150 CV. /

VOLKSWAGEN MULTIVAN 2.0 TDI CAIXA DSG Uma das propostas na Volkswagen Multivan é a excelente caixa de velocidades DSG (dupla embraiagem) de sete relações. O ambiente a bordo é de qualidade e traduz conforto e requinte

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 48 456 20 352 28 104 1680 3779 1054 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 62 392€ // MOTOR 4 CIL.; 1968 CC (diesel); Turbo; 150 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 340 Nm/1750 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 7 VEL. Manual PESO 2348 KG // COMP./LARG./ALT. 4,90/1,95/1,90 M // MALA ND // CONSUMO 6,19l/100 KM // EMISSÕES CO2 216 G/KM *As nossas medições

ESPAÇO / VERSATILIDADE / DINÂMICA

PREÇO

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ENSAIO

NISSAN NV300

ESCRITÓRIO COM RODAS Depois do Primastar, cabe ao Nissan NV300 marcar posição no competitivo segmento dos furgões médios, com uma ajuda da irmã Renault TEXTO ANTÓNIO AMORIM

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ompletando aquela que passa a ser uma das gamas de comerciais ligeiros mais vastas do mercado, o novo Nissan NV300 vem substituir o Primastar na classe dos furgões médios com uma ajuda da Renault. Sim, na verdade estamos a falar de um modelo gémeo do Renault Trafic, produzido pela marca francesa para esta sua aliada Nissan, mas que também será comercializado com o emblema da Opel e com o da Fiat. Argumentos não faltam ao Nissan NV300 para convencer quem procura um veículo de trabalho, nivelado pelos mais modernos padrões de funcionalidade, versatilidade de gama e custos de utilização, mas constituindo também um local de trabalho confortável para os profissionais do setor. Desde já disponível nas configurações furgão, furgão de passageiros e chassis-cabina, o NV300 posiciona-se entre o NV200 e o NV400 e é sempre animado pelo motor Renault 1.6 dCi, com vários níveis de potência. A gama europeia está disponível com 95, 120, 125 ou 145 CV de potência, este último patamar orientado para a versão de nove lugares, mais equipada. Um dos argumentos mais sublinhados pela marca é a garantia de cinco anos ou 160 mil quilómetros, um fator realmente marcante num veículo comercial, já que no caso de transferência de propriedade neste período, a garantia segue com o veículo, constituindo para o novo proprietário um motivo de interesse e de confiança acrescido, e para o vendedor um argumento de valorização residual. Construído na fábrica francesa de Sandouville, a NV300 entra em comercialização neste mês de novembro.

UM FORMATO À SUA ESCOLHA A diversidade de modelos é uma das vantagens da nova gama, que pode ter até quatro dimensões para o furgão (duas alturas e duas distâncias entre eixos), dois formatos para a versão de duas filas de bancos e seis lugares (duas distâncias entre eixos) e o chassis cabina, disponível na versão de maior distância entre eixos. Há ainda várias

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combinações de portas traseiras e laterais, sejam elas opacas ou vidradas. O volume de carga situa-se entre os 5,2 e os 8,6 metros cúbicos consoante o modelo, o que se traduz num aumento de 200 litros face ao modelo anterior no chassis curto e de 300 litros no chassis longo. Consoante as necessidades é também possível optar por versões de 1073 kg a 1310 kg de carga útil. É ainda possível aprimorar o espaço de carga de forma a adaptar melhor o veículo à sua função específica e melhorar as condições de trabalho: a marca disponibiliza para isso proteções interiores em madeira e iluminação LED para o teto do espaço de carga, por exemplo. Há também até oito pontos de fixação de carga com ganchos. Conduzir o NV300 constitui uma experiência muito comparável à da condução de um veículo de passageiros, excluindo o importante detalhe de assumirmos uma posição mais elevada e, por isso, mais dominante, da estrada. A posição de condução é genericamente correta, implicando pequenos ajustes para cada fisionomia e os comandos são de grande precisão e simplici-

dade de manejo. A caixa manual de seis velocidades, o design da instrumentação e o ecrã central da consola revelam inspiração direta nos modelos de passageiros da Renault, sendo os materiais de revestimento interior plásticos mas duráveis e de boa aparência. A forma como o chassis filtra as irregularidades do piso permite viagens longas sem sinais de cansaço, sensação ajudada pelo bom isolamento acústico, que foi alvo de especial atenção por parte do fabricante. O NV300 utiliza uma resina especial no para-brisas que o leva a filtrar melhor as vibrações e reduz o ruído do motor transmitido à cabina. Esta solução também reduz os ruídos de vento a alta velocidade. Num longo trajeto realizado em Marrocos, confirmámos a estabilidade do NV300 furgão quando carregado com algum lastro, assim como a desenvoltura do motor 1.6 dCi de 125 CV. No caso da versão de nove lugares a agilidade proporcionada pelo dCi de 145 CV é ainda maior, sendo a extrema facilidade de condução uma constante.


O QUE DIZ A MARCA MIREIA GARCIA CASAS DIRETORA DE PRODUTO DO NV300 PME SÃO CLIENTE-ALVO

“As pequenas e médias empresas são os nossos clientes alvo. São estas que representam 99% das empresas europeias, traduzidas em 86 milhões de empregos. Para afirmarmos o NV300 neste mercado apostámos muito na redução dos custos de utilização. O ponto mais importante é, sem dúvida, a garantia de cinco anos ou 160 mil quilómetros, válida em toda a Europa e transmissível entre proprietários, o que aumenta o valor residual do veículo. Outro fator decisivo é o intervalo entre revisões, de dois anos ou 40 mil quilómetros. Tudo isto a par da eficiência do motor 1.6 dCi capaz de consumos de apenas 5,9 l/100 km, contribui para custos operacionais muito baixos. Capaz de transportar até três “europaletes”, mesmo na versão de distância entre eixos mais curta, o NV300 tem uma área de carga 11 cm mais comprida que o Primastar, podendo acomodar objetos com 2,5 metros de comprimento. Está ainda disponível, em opção, uma abertura por baixo do banco do acompanhante, através da qual se podem enfiar objetos ainda mais longos, com 3,75 metros no caso do NV300 de distância entre eixos mais curta, e até 4,15 metros no caso do chassis longo.”

NISSAN NV300

1.6 DCI O motor Renault garante a necessária elasticidade e força, sem penalizar os consumos. Mal se ouve o seu funcionamento, também graças ao bom trabalho de isolamento acústico, que envolve um para-brisas de vidro especial

O motor 1.6 dCi do NV300 está equipado com tecnologia biturbo nas versões de 125 e de 145 potentes, enquanto a tecnologia start&stop está incluída de série desde a versão de 95 CV. Toda a gama inclui também um volante de motor de dupla massa para melhor filtragem de ruídos e vibrações, especialmente nos regimes de rotação mais baixos e cujo efeito é bem notório. A versão mais eficiente entre os furgões, no que diz respeito à média de consumo, é o modelo de 145 CV de potência, a anunciar médias de 5,9 litros aos cem, ao que correspondem emissões de CO2 de 152 g/km. Ainda assim, a Nissan anuncia ainda menos para o modelo de passageiros com o motor de 125 CV, com 5,6 l/100 km (145 g de CO2/km). A Nissan afirma que, em média, o consumo do NV300 fica um litro abaixo do Primastar, o que, para o empresário típico que percorrer 30 mil quilómetros por ano, se traduzirá numa economia que pode chegar aos mil euros a cada três anos. O calendário de assistência é outra vantagem deste modelo, com intervalos de dois anos ou 40 mil quilómetros. /

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 33 685 835 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 33 685€ // MOTOR 4 CIL.; 2198 CC; 150 CV; 3500 RPM // BINÁRIO 350 Nm; 2000 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL. Manual PESO 3000 KG // COMP./LARG./ ALT. 4,96/2,05/2,25 M // MALA 8 m3 // CONSUMO 6,8 l/ 100 KM // EMISSÕES CO2 180 G/KM *As nossas medições

MOTOR RENAULT 1.6 DCI / GARANTIA DE 5 ANOS OU 160 MIL KM / ISOLAMENTO ACÚSTICO

DESIGN

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ENSAIO

TOYOTA HILUX 4X4 2.4 D-4D TRIAL

CAPACIDADES ACRESCIDAS A variante de cabina extra da Toyota Hilux combina mais espaço para ocupantes com maior tecnologia, robustez, capacidade de carga e um custo de manutenção de apenas 1,97 euros por cada 100 quilómetros TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

À

oitava geração, a Toyota Hilux abre portas ao lazer, revelando vários atributos que habitualmente encontramos nos SUV, como o sistema de estacionamento com câmara ou os sete airbags e sistemas de travagem e estabilidade. Mas isso não quer dizer que se tenha esquecido da sua génese: o trabalho. A nova Hilux apresenta um chassis de longarinas revisto, com mais 20% de rigidez torcional, pensado para potenciar tanto a performance como a segurança e a durabilidade. Ao mesmo tempo, o pla-

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no de manutenção preconizado pelo fabricante para os primeiros 80 mil km reflete um custo de 1,97 euros por cada 100 km percorridos, valor que inclui o enchimento do depósito de AdBlue e que é bastante apetecível. Caso não pretenda ocupar-se da manutenção da nova Hilux, a Toyota, através do serviço Toyota Renting Plus, oferece uma solução de AOV, que já inclui a manutenção, o IUC e uma linha de assistência ao condutor, por uma renda mensal de 453,15 euros (+IVA). Seja qual for o método utilizado para a aquisição, quem comprar a nova Hilux usufrui da maior caixa de carga e com estrutura reforçada, capaz de aguentar até uma tonelada. O acesso é facilitado pelo degrau integrado no para-choques tra-

seiro, existindo ainda a possibilidade de montar dois degraus laterais, que tornam mais simples a entrada no habitáculo (PVP: 320 euros). Este, na variante Trial, em análise, contempla quatro lugares, sendo os dois traseiros meramente de recurso. O acesso é complicado, apesar das duas pequenas portas traseiras de abertura em ângulo oposto, de difícil utilização, pois abrem apenas se as dianteiras estiverem aberta. Como os cintos dianteiros ancoram nelas, é impossível aceder aos lugares traseiros sem os desapertar. Quem viaja à frente encontra dois bancos confortáveis e uma consola central dominada pelo ecrã tátil de sete polegadas, a partir do qual se controlam várias funcionalidades do veículo.


O QUE DIZ A MARCA PARA VÁRIAS NECESSIDADES Desde o seu lançamento, em 1968, a Hilux tem deixado a sua marca por onde quer que passe e tem sido uma presença dominante no mercado global das pick-ups ao longo de quase meio século. Em Portugal tem sido líder de vendas nos últimos três anos (tendo sido líder em vendas quatro vezes nos últimos cinco anos) e, no ano passado, atingiu uma quota de 40,7% do segmento pick-up. A oitava geração deste modelo usa como ponto de partida a sua lendária reputação e imbatíveis índices de QDF (Qualidade, Durabilidade e Fiabilidade), redefinindo a tenacidade para utilizadores empresariais com um novo e mais robusto chassis de longarinas, uma plataforma de estrutura reforçada, atributos melhorados para o 4x4 e uma capacidade de reboque incrementada. Para responder a todos os tipos de necessidades, quer em trabalho, quer em lazer, esta gama é constituída por 17 versões diferentes. O condutor tem ainda à sua disposição um ecrã a cores de 4,2 polegadas para mais facilmente aceder a todas as informações pertinentes através dos comandos no volante. A ergonomia não foi esquecida. Os comandos estão ao alcance do condutor, incluindo o seletor rotativo da tração integral, que pode ser engrenada em andamento, e a alavanca da caixa, com um curso mais pequeno e manuseamento facilitado. Há ainda espaço para as tomadas USB e Aux e para os comandos do ar condicionado manual, proposto de série, tal como o sistema mãos-livres por Bluetooth, elementos que potenciam o conforto de utilização, tanto em trabalho como em lazer. Toda a gama usa o bloco 2.4 D-4D de 150 cv, cujos 400 Nm de binário disponíveis logo às 1600 rpm garantem potência em qualquer ocasião, sem prejudicar em demasia os consumos, que rondam os 7,0 l/100 km em ciclo combinado. Para tal concorrem o sistema Stop/Start e o modo de condução ECO, mas também o bom escalonamento da caixa manual de seis relações. Os 39 mil euros pedidos por esta versão Trial da Toyota Hilux não são exagerados para um modelo que combina com valor as capacidades TT e lazer, beneficiando ainda de consumos aceitáveis e baixos custos de utilização. /

TOYOTA HILUX 4X4 2.4 D-4D TRIAL CONTRATO AOV Ao abrigo do produto Toyota Renting, a Toyota Hilux 2.4 D-4D 4WD Trial é proposta por um valor mensal de 557,13 euros (IVA incluído), para 48 meses/ 80 mil km. Serviços incluídos: Manutenção, IPO, IUC, Linha de Apoio ao Condutor, Assistência em Viagem, Seguro de Manutenção, válida para empresas e apenas no âmbito desta publicação. Valores sujeitos a alteração de impostos ou taxas.

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 39 827,5 000 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização

PREÇO 39 827,50€ // MOTOR 4CIL; 2393 CC; 150 CV; // BINÁRIO 400 Nm; 1600 RPM // TRANSMISSÃO Traseira; 6 VEL. Manual PESO 3150 KG // COMP./LARG./ALT. 5.33/1.85/1,81 M // MALA 995 kg // CONSUMO 7,1 l/100 KM // EMISSÕES CO2 185 G/KM *As nossas medições

CÂMARA DE ESTACIONAMENTO DE SÉRIE / DOTAÇÃO TECNOLÓGICA

BANCOS TRASEIROS / FUNCIONAMENTO DAS PORTAS DE ACESSO AOS MESMOS

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COMERCIAIS

NOTÍCIAS

MERCEDES-BENZ

CLASSE X ASSINALA ESTREIA NAS PICK-UPS APOSTA GLOBAL A Classe X será fabricada no âmbito de uma parceria de produção com a Renault-Nissan. A produção para a Europa, Austrália e África do Sul arranca em 2017, na fábrica da Nissan em Barcelona

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Mercedes-Benz Vans apresentou o concept Classe X, que no final de 2017 dará origem à primeira pick-up comercializada pela rede da marca alemã e adiciona um quarto comercial no seu portefólio. Este protótipo declina-se em duas variantes: o concept Classe X Powerful Adventurer, que evidencia todos os pontos fortes de uma pick-up clássica – robusta, funcional, resistente e adequada para todo o terreno –, e o Concept Classe

X Stylish Explorer, que vai mais longe e mostra aquilo que irá caraterizar a pick-up da MercedesBenz. Os padrões da marca da estrela estarão evidenciados no design, mas também no conforto e na condução dinâmica e até à segurança. O leque de motores à disposição da nova pick-up é diversificado. O modelo de topo dispõe de um motor diesel V6 conjugado com uma tração integral 4MATIC. O sistema de propulsão e o chassis robusto permitem uma carga útil supe-

COMERCIAL DO ANO PARA VW A Volkswagen Veículos Comerciais conquistou o prémio de “Veículo Comercial Internacional do Ano” pela segunda vez consecutiva. Na edição relativa a 2017, o júri do troféu decidiu atribuir o prémio à nova geração do modelo Crafter. A gama é constituída por quatro modelos base, estando disponível em três comprimentos e três alturas. Em função das necessidades, a marca propõe variantes com tração dianteira, traseira ou integral, assim como transmissões manuais ou automáticas.

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rior a 1,1 toneladas e uma capacidade rebocável de até 3,5 toneladas, suficiente para transportar, por exemplo, cerca de quatro metros cúbicos de lenha e um veleiro a reboque. A Mercedes-Benz promete que a pick-up irá distinguir-se pela segurança. Sistemas modernos de assistência ao condutor com base em câmaras e sensores de ultrassom e radar apoiam e aliviarão o esforço do motorista em muitas situações, embora a marca não precise quais serão. /

GOODYEAR EFFICIENT GRIPCARGO

"Após a conquista do troféu pela Transporter no ano passado, estamos encantados por receber agora este prémio especial para o novo Crafter", afirmou o presidente da Volkswagen Veículos Comerciais, Eckhard Scholz, na cerimónia de entrega do prémio, que decorreu durante o Salão de Hannover.

A Goodyear desenvolveu uma nova geração de pneus para veículos comerciais ligeiros, o EfficientGrip Cargo. O sucessor do Goodyear Cargo Marathon oferece uma quilometragem superior, até dez mil quilómetros, menores consumos de combustível e maior aderência em piso molhado. Por outro lado, a existência de um composto de base mais rígido, que se concretiza na criação de uma espécie de almofada fria, viabiliza a redução do calor produzido, o que se traduz numa resistência ao rolamento 18% inferior do que o antecessor.

Segundo Martijn de Jonge, diretor de marca para a Unidade de Negócio de Consumidor EMEA, “o novo EfficientGrip Cargo satisfaz a principal necessidade de uma frota de comerciais ligeiros: é um pneu económico com maior durabilidade. Passando a maior parte do tempo na estrada, os condutores de veículos comerciais ligeiros dão muito valor à elevada quilometragem. De igual modo, atendendo à duração das deslocações, a eficiência de combustível é essencial para ir ao encontro das suas necessidades económicas e ambientais”.



COMERCIAIS

NOTÍCIAS

CITROËN BERLINGO

MULTISPACE COM SETE LUGARES

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presentada durante o ano passado, a versão para transporte de passageiros do Citröen Berlingo, denominada Multispace, reforça agora os seus atributos junto do público nacional. Para tal foram introduzidas novas opções na gama, que conta agora com uma versão de sete passageiros e também com a nova opção a gasolina, que recorre ao motor 1.2 Puretech de 110CV. A nova variante de sete lugares, que pode ser encontrada no nível de equipamento Feel, faz um aproveitamento ainda mais intenso dos 4 ,38 metros de comprimento do Citröen Berlingo Multispace e das suas generosas áreas interiores. Com dois bancos traseiros escamoteáveis, que garantem maior modularidade, está especialmente adaptada para as famílias mais numerosas e também para o setor profissional, como táxis e empresas de transporte de passageiros, estando disponível com o motor 1.6 BlueHDi de 100 cv e 254 Nm, com consumos médios de 4,3 l/100km, por um preço de 20 845 euros. Além desta versão, o Citröen Berlingo Multispace também passa a estar disponível com o motor a gasolina 1.2 PurteTech de 110 CV, que, em média, gasta 5,1l/100km, e que com o nível de equipamento Feel é disponibilizada por um preço de 23 743 euros. /

TRANSIT AUTOMÁTICA A Ford introduziu a caixa automática SelectShift de seis velocidades nos modelos Transit e Transit Custom, que está disponível em combinação com as versões de 130 e 170 cv do novo motor Ford EcoBlue. Esta transmissão foi projetada especialmente para uma aplicação na Transit, incluindo um novo conversor de binário, que otimiza o refinamento, uma uma solução baseada num projeto fiável que comprovou a sua real valência em modelos potentes de tração às rodas dianteiras comercializados

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NISSAN NAVARA EURO 6

pela marca na América do Norte, com capacidades de binário acima dos 415 Nm. A Ford também passou a disponibilizar o sistema de tração AWD para o modelo Transit, que foi desenhado para garantir capacidades melhoradas em combinação com o novo motor diesel EcoBlue e dispõe de linha propulsora reforçada.

A Nissan acaba de atualizar a sua gama de pick-ups Navara com um sistema de tratamento de gases de escape do tipo SCR para cumprir as normas Euro VI em matéria de emissões de NOx (óxidos de azoto). Em tudo o resto, a Navara é exatamente igual ao modelo que foi lançado no ano passado. O motor 2.3 dCi continua disponível com dois níveis de rendimento: 160 ou 190 CV, consoante tenha um ou dois turbos. A velha solução do chassis de longarinas e travessas montado por baixo da carroçaria continua a ser a melhor forma de enfrentar

as tarefas exigentes e radicais a que esta pick-up se presta, com grande conforto e bom isolamento do habitáculo em relação aos maus pisos, obstáculos mais trialeiros, vibrações e ruídos. O sistema de tração "shift-on-the fly" permite a seleção de tração traseira ou integral, com relações de transmissão altas ou baixas (redutoras).


AGENDA FISCAL

ORÇAMENTO DE ESTADO 2017

MEDIDAS PROPOSTAS

TALENTO CRIATIVO Do ponto de vista financeiro, o Orçamento de Estado é inatacável. A Proposta do OE é moderada nas alterações aos principais códigos fiscais. São anunciadas três dimensões estruturais para 2017, as quais passam pela recuperação dos rendimentos, capitalização das empresas e estabilização do sistema financeiro TEXTO PAULO LUZ CEO TCAGEST

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o nível das principais alterações fiscais constantes da Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2017 (este artigo é escrito numa altura em que ainda não ocorreu a votação final), existem medidas que merecem a nossa atenção.

DESPESAS DE REPRESENTAÇÃO As despesas suportadas com receções, refeições, viagens, passeios e espetáculos oferecidos no país ou no estrangeiro, a clientes ou fornecedores ou ainda a quaisquer outras pessoas ou entidades, continuam a ser tributadas autonomamente à taxa de 10%.

No entanto, a partir de 1/1/2017, esta tributação afetará os encargos efetuados ou suportados, em vez de dedutíveis, como estava atualmente previsto.

KM E AJUDAS DE CUSTO As importâncias pagas a título de ajudas de custo e quilómetros ao serviço da entidade patronal, não faturadas a clientes, escriturados a qualquer título, exceto na parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário; são tributadas autonomamente à taxa de 5% os montantes efetuados ou suportados em vez de dedutíveis, como acontece atualmente. No âmbito do apoio às empresas, temos como principal medida a “remuneração convencional do capital social”. Esta, que visa incentivar a capitalização das empresas, sempre teve uma aplica-

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AGENDA FISCAL

ORÇAMENTO DE ESTADO 2017

A proposta de Orçamento de Estado para 2017 prevê um agravamento generalizado da taxa de Imposto Sobre Veículos em cerca de 3%, relativa à componente de cilindrada e ambiental, aplicável a veículos novos. As taxas do Imposto Único de Circulação (IUC) serão atualizadas em 0,8% ção muito residual. Desta forma, os aumentos de capital até dois milhões de euros, em dinheiro ou em espécie, permitirão uma dedução ao lucro tributável de 7%, desde que o seu lucro não seja apurado por métodos indiretos e a sociedade beneficiária não reduza o seu capital com restituição aos sócios (quer no ano em que sejam efetuadas tais entregas, quer nos cinco exercícios posteriores). É alargado o âmbito de aplicação do regime, deixando de ser somente aplicável a PME, classificadas como tal nos termos da legislação aplicável, detidas exclusivamente por pessoas singulares, Sociedades de Capital de Risco ou Investidores de Capital de Risco. A referida dedução passa a poder ser efetuada no apuramento do lucro tributável do período de tributação relativo ao exercício em que ocorram as mencionadas entradas e nos cinco períodos de tributação seguintes (ao invés dos três, previstos atualmente). Por outro lado, a instalação de PME em regiões do interior que exerçam, a título principal, uma atividade económica de natureza agrícola, comercial, industrial ou de prestação de serviços, passa a poder beneficiar de uma taxa de 12,5% relativamente aos primeiros 15 mil euros de matéria coletável, por oposição à atual taxa de 17%. Em sentido inverso, a dedução dos prejuízos fiscais encolherá de 12 para 5 anos. Em contrapartida, é revogada a norma que determina que, na dedução dos prejuízos fiscais apurados em períodos de tributação anteriores, deveriam ser deduzidos, em primeiro lugar, os apurados há mais tempo. Em sede de IRS, está previsto um benefício para investimentos em start-ups certificadas pela Rede Nacional de Incubadoras e que é aplicável a investimentos em capital até cem mil euros. Os sujeitos passivos que investirem no âmbito do programa Semente passam a deduzir 25% deste investimento até ao limite de 40% da coleta de IRS. As importâncias que ultrapassem o limite de dedução poderão ser deduzidas, nas mesmas condições, nos dois anos subsequentes. E, apesar da poupança em IRS poder atingir valores simpáticos, é com pena que se antecipa um sucesso limitado para esta medida, em virtude das inúmeras restrições de que de-

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pende a sua aplicação. Mas, a grande novidade deste orçamento é o novo imposto sobre o património imobiliário, que apresenta uma taxa pesada e que, para muitos contribuintes, irá duplicar a fatura do IMI. Este imposto representa uma alteração do paradigma tributário pois, pela primeira vez, tributa-se a “fortuna”, facto que o torna totalmente distinto do IMI e do Imposto do Selo para imóveis de valor superior a um milhão de euros (que agora termina). Refira-se que o texto da proposta de OE 2017 apresenta várias incongruências. Ainda não será em 2017 que termina a sobretaxa de IRS. A retenção na fonte da sobretaxa, em sede de IRS, vai extinguir-se gradualmente. A retenção na fonte mensal da sobretaxa é um pagamento por conta a apurar no final do ano sobre os rendimentos anuais englobados. Este facto não deverá fazer esquecer que a sobretaxa se aplica aos rendimentos auferidos durante todo o ano.

MEDIDAS SOBRE VEÍCULOS Imposto sobre Veículos - ISV: A Proposta do OE prevê um agravamento generalizado da taxa de imposto em cerca de 3%, relativa à componente de cilindrada e ambiental aplicável a veículos novos. Incentivo ao abate de veículos em fim de vida: Prevê-se a limitação do incentivo fiscal ao abate de veículos em fim de vida no caso da aquisição de veículos híbridos Plug-in novos. O incentivo passa a estar limitado a 562,50 euros, o que é cerca de metade do incentivo atualmente em vigor. São igualmente eliminados os incentivos ao abate de veículos em fim de vida para aquisição de novas viaturas elétricas e quadriciclos pesados elétricos. As taxas de IUC são agravadas em cerca de 0,8%. A Proposta do OE prevê ainda uma taxa adicional a veículos de categoria B, matriculados em território nacional após 1 de janeiro de 2017, aplicável nos seguintes termos: Escalão de CO2 (Gramas por km)

Taxas (em euros)

Mais de 180 até 250

38,08€

Mais de 250

65,24€

Para concluir, nunca nos esqueçamos que o OE é a representação dos diversos gastos do Estado. No entanto, para a atração de capitais necessários à criação de emprego, teremos obrigatoriamente de reduzir a tributação em sede de IRC, IRS e IVA. É pena que o talento utilizado na criação deste OE não tenha sido utilizado para criar medidas fiscais de apoio ao crescimento e às empresas, criando uma base sustentável para a distribuição alargada de riqueza. /




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