2,90€ (CONT.)
#46 FEV. / MAR.2022
COMPARATIVO FURGÕES ELÉTRICOS
SOLUÇÕES
EFICIENTES
VW ID BUZZ PROMESSA CUMPRIDA
FORD E-TRANSIT QUASE A CHEGAR PUBLICAÇÃO BIMESTRAL PUBLICIDADE
CITROËN Ë-JUMPY MAXUS EDELIVER 3 RENAULT KANGOO ZE NISSAN E-NV200 VOLKSWAGEN E-CRAFTER MERCEDES-BENZ E-SPRINTER
VOLVO TRUCKS
EMISSÕES ZERO ATÉ 2040
#46
Editorial
Sumário
PREÇO DA ELETRIFICAÇÃO
O
APRESENTAÇÃO 24 Ford Ranger
REPORTAGEM
40 Salão Solutrans
NOVIDADES
16 Ford E-Transit 20 Volkswagen ID Buzz 22 Fiat Scudo
ENSAIOS
04 Comparativo furgões elétricos 28 Peugeot e-Partner 32 Toyota Hilux 36 Suzuki Jimny Pro
s leitores que acompanham regularmente as páginas da TURBO COMERCIAIS já se aperceberam que o espaço dedicado aos veículos comerciais elétricos, ligeiros e pesados, é cada vez maior, enquanto as viaturas com motor de combustão interna têm vindo a perder protagonismo. Isso não se deve a qualquer preferência da nossa parte, mas, simplesmente, porque as tendências apontam nesse sentido. Os compromissos de descarbonização anunciados pela União Europeia vão obrigar os fabricantes a diminuírem consideravelmente as suas emissões. Nos pesados, por exemplo, está prevista uma redução de 30% até 2030 em comparação com 2019 e a neutralidade carbónica em 2050. Os sete maiores fabricantes europeus resolveram antecipar-se e chegaram a acordo para deixarem de vender camiões diesel em 2040. Como consequência, os fabricantes têm vindo a investir fortemente na transição energética e na eletrificação, quer seja a bateria, quer a pilha de combustível. Em paralelo também está a ser desenvolvida uma rede europeia de postos de carregamento rápidos e ultrarrápidos, assim como estações de abastecimento de hidrogénio. Esta transição, porém, está a ser acompanhada por um aumento de custos de energia, que tem apanhado muitos de surpresa. Não só as tarifas têm vindo a aumentar devido à aplicação de taxas e taxinhas sobre os carregamentos dos veículos elétricos como alguns comercializadores decidiram aumentar os preços da energia. Como consequência, nalgumas situações passou a ser mais caro percorrer cem quilómetros a eletricidade do que a diesel. A eletrificação não deixa de ter o seu preço e…elevado. E quando chegar o hidrogénio, veremos qual o custo para o utilizador/pagador. Se calhar não tão baixo como nos prometem.
PESADOS
CARLOS MOURA PEDRO
42 Volvo Trucks 46 BYD 50 MAN Carris e STCP PROPRIETÁRIO E EDITOR TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO LDA NPC 508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS DETENTORES DE PARTICIPAÇÕES: JÚLIO SANTOS (60% DO CAPITAL) FÁTIMA SANTOS (40% DO CAPITAL) GERENTE JÚLIO SANTOS SEDE, REDAÇÃO E PUBLICIDADE AV. DAS OLAIAS, 19 A 2635-542 RINCHOA E-MAIL: TURBO@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt
JORNALISTA / JURADO IVOTY E IPUA
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FEVEREIRO/MARÇO 2022 TURBO COMERCIAIS
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COMPARATIVO
FURGÕES ELÉTRICOS
CITROËN
OFERTA ALARGADA
A oferta de comerciais elétricos não para de aumentar. Neste comparativo analisamos seis propostas disponíveis: Citroën ë-Jumpy, Maxus e-Deliver 3, Nissan eNV200, Renault Kangoo ZE, Mercedes-Benz eSprinter e Volkswagen e-Crafter TEXTO HENRI PAKARINEN / AUTO, TEKNIIKKA JA KULJETUS
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
A
eletrificação tem vindo a acelerar rapidamente nos veículos ligeiros. Nos pesados, a introdução é mais lenta porque necessitam de baterias maiores, que não só aumentam o seu peso como o próprio custo. Este é um dos motivos que explica a adoção mais rápida de baterias de tração nos ligeiros do que nos pesados. Nos últimos anos têm vindo a ser lançados cada vez mais veículos elétricos a bateria no mercado europeu. Os nossos colegas da Auto, tekniikka ja kuljetus, publicação que representa a Finlândia no júri do International Van of the Year (IVOTY), organizaram um ensaio comparativo com seis comerciais elétricos.
RENAULT
NISSAN
VOLKSWAGEN
MERCEDES-BENZ
MAXUS
O trabalho foi efetuado na primavera, mas em condições climatéricas que estão mais próximas das do inverno em boa parte do território nacional, pelo que decidimos publicar este comparativo nesta altura do ano. O representante da Stellantis neste teste é o Citroën ë-Jumpy, que partilha a mesma tecnologia com o Opel Vivaro-e, o Peugeot e-Expert e... o Toyota Proace EV. Além do ë-Citroën também estiveram presentes o Nissan eNV200 e o Renault Kangoo ZE, que já estão no mercado há alguns anos, assim como um recém-chegado, o Maxus e-Deliver 3. A unidade ensaiada do Nissan eNV200 era da versão de passageiros Evalia. Os furgões de grandes dimensões estiveram representados neste comparativo pelo Volkswagen e-Crafter, que tem como “irmão gémeo” o MAN eTGE, e o MercedesBenz eSprinter.
CAPACIDADE DA BATERIA
A bateria com maior capacidade deste teste era a do Citroën com 70 kWh, que oferece uma autonomia de até 330 quilómetros em ciclo WLTP. Por sua vez, de acordo com o fabricante, a bateria de 52 kWh do Maxus deve conseguir percorrer 356 quilómetros, enquanto a bateria de 40 kWh do Nissan deverá ter uma autonomia de 301 km. A bateria mais pequena do teste é a do Renault com 33 kWh, garantindo um alcance de 220 quilómetros. O motor elétrico mais potente nos furgões compactos / médios deste comparativo era o do Citroën com 136 cv, seguindo-se o Maxus com 122 cv e o Nissan com 109 cv. O motor elétrico do Renault com 60 cv era, de longe, o menos potente. Nos furgões maiores, a bateria de 55 kWh do Mercedes deve conseguir percorrer 150
quilómetros e a de 36 kWh do Volkswagen 117 quilómetros. O eSprinter tinha um motor de 116 cv e o eCrafter de 136 cv.
OPÇÕES DE CARREGAMENTO
O Renault era o único veículo sem opção de carregamento rápido (DC). Esta modalidade nas outras unidades ensaiadas permitiam a recuperação da capacidade dos 0 aos 80% em menos de uma hora. Com carregamento lento (AC), as baterias eram carregadas em menos de oito horas. As tomadas de carregamento estão localizadas, na maioria dos veículos, na grelha dianteira, por baixo do emblema da marca. As exceções são o Citroën, com a tomada na parte superior do guarda-lamas esquerdo, e o Volkswagen, atrás da porta do condutor na mesma localização do bocal de enchimento de combustível.
FEVEREIRO/MARÇO 2022 TURBO COMERCIAIS
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COMPARATIVO
FURGÕES ELÉTRICOS
TOMADA FRONTAL A localização da tomada de carregamento na parte dianteira revelou-se a mais prática.O Renault Kangoo ZE é o único que só tem opção de carga normal. Para uma operação de 100 km, a autonomia dos veículos ensaiados é suficiente
A localização da tomada de carregamento na parte dianteira do veículo revelou-se a mais prática porque é mais fácil estacionar num posto de carregamento em espinha. Isto ainda é mais verdadeiro nos parques de estacionamento públicos. Os furgões maiores não puderam ser carregados em parques fechados devido às restrições de altura.
AO VOLANTE
Os ensaios foram realizados na Finlândia durante a primavera e com tempo seco. A temperatura máxima durante o dia era de nove graus centígrados e o céu estava parcialmente nublado. O ar condicionado e o aquecimento têm um papel importante nos veículos elétricos nos países nórdicos. Como consequência têm um impacto significativo no consumo de energia e no alcance. Para otimizar a autonomia é importante aquecer (ou arrefecer) o habitáculo antes do início da condução, enquanto a bateria ainda está a carregar. O aquecimento também deve ser feito com sensatez porque pode não ser necessário aquecer todo o interior. As unidades ensaiadas efetuaram um percurso de 100 quilómetros na área metropolitana de Helsínquia. A condução era
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
adequada para veículos elétricos, já que se desenrolou em áreas urbanas e com muitas paragens. A velocidade média foi pouco superior a 20 km/h e a velocidade máxima não foi além de 80 km/h durante dois quilómetros. Os ensaios foram realizados em duas partes. No primeiro dia com os quatro veículos de dimensões compactas e médias, e no segundo com os maiores. Os veículos mais pequenos receberam uma carga de 200 kg e os maiores de 300 kg. O objetivo de ensaio era alcançar o mais baixo consumo possível de eletricidade. Em todos os veículos foi ativado o modo “Eco”, exceto no Volkswagen porque é o único que não tem essa função. Além disso também foi ativada regeneração da energia de travagem. Se era possível selecionar diferentes intensidades para a recuperação da energia de travagem, então era usada a mais forte. O rádio e o sistema de infoentretenimento dos veículos foram utilizados durante a condução. Talvez pela falsa impressão transmitida pelo sol primaveril, os condutores foram encorajados a pensar como um gestor de uma empresa de distribuição, tendo sido decidido começar o teste sem aquecimento. A
realidade da primavera da Finlândia falou mais alto e após 20 quilómetros foi decidido ligar colocar o ar condicionado nos 18 graus e a ventilação na posição um, em cada veículo.
AUTONOMIA
O tema que geralmente preocupa as pessoas acerca dos veículos elétricos é a autonomia, um factor importante, mas não deve ser o único a considerar quando se escolhe esta tipologia de viatura. Nos transportes, o mais importante é o tipo de veículo mais adequado para cada aplicação. Nos elétricos, por exemplo, a capacidade da bateria influencia a autonomia, mas também o preço e o peso. Segundo as especificações oficiais, a autonomia dos modelos ensaiados variava entre 117 e 356 quilómetros. As condições climatéricas e o estilo de condução afetam o alcance. O tempo frio e quente desempenham um papel importante porque obrigam à utilização do ar condicionado. Genericamente podemos dizer que os 100 quilómetros foram efetuados sem problemas por todos os veículos e nunca houve dúvidas se a autonomia da bateria seria suficiente para cumprir o percurso. Em
FEVEREIRO/MARÇO 2022 TURBO COMERCIAIS
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COMPARATIVO
FURGÕES ELÉTRICOS
circuito urbano, um trajeto de 100 quilómetros demora bastante tempo a efetuar e, com base neste teste, mesmo as baterias com menor capacidade oferecem boas condições para utilização comercial em áreas urbanas. Para o condutor é importante que o computador de bordo do veículo não seja demasiado otimista relativamente à autonomia remanescente. Pelo menos neste comparativo, as baterias não ficaram sem carga e as autonomias não baixaram inexplicavelmente durante o percurso. A condução urbana, com muitas paragens e uma velocidade reduzida, também favorece a regeneração de energia durante as travagens. Por exemplo, após 103 quilómetros percorridos, a autonomia remanescente indicada pelo computador do bordo do Maxus diminuiu apenas 70 quilómetros. O consumo médio de energia dos furgões mais pequenos foi de 15,65 kWh/100 km no Nissan, seguindo-se o Maxus com 16,90 kWh, o Renault com 17,55 kWh e o Citroën com 22,43 kWh, mas este último era o mais potente e com a com a bateria maior, e, também, o mais pesado dos quatro. Nos furgões maiores, o Volkswagen registou
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
uma média de 22,6 kWh e o Mercedes de 33,2 kWh.
FURGÕES COMPACTOS E MÉDIOS
A primeira parte do teste foi efetuada com o Citroën, Maxus, Nissan e Renault. A condução em meio urbano com furgões compactos e médios foi agradável. Todo o binário logo no arranque proporciona uma aceleração ágil, mesmo que a potência do motor elétrico não seja impressionante. Em termos de motor e aceleração, o Citroën foi o mais apreciado pelos utilizadores, o que também se explica pelo facto de ter o motor mais potente. A cabina com três lugares também recebeu louvores, enquanto o velocímetro e o sistema de infoentretenimento foram considerados os melhores dos veículos de teste mais pequenos. A Citroën recebeu um comentário da equipa de testes acerca da direção e do seletor de modos de condução, bastante práticos, mas, por vezes, apresenta uma reação brusca nas mudanças de velocidade. O Citroën tem uma travagem regenerativa moderadamente eficaz. A aceleração e a potência do Maxus também
foram apreciadas pela equipa de testes. O banco do condutor do furgão chinês também foi considerado agradável. O sistema de regeneração tem níveis de ajustamento. Surpreendentemente muita informação pode ser extraída do computador de bordo do veículo, mas o sistema de infoentretenimento não agradou. As possibilidades de regulação do sistema de aquecimento eram consideravelmente mais limitadas no Maxus do que nos outros modelos. O Nissan foi percecionado como particularmente suave e silencioso. Por outro lado foi apontado como “lento a responder” no modo Eco. A equipa de testes também ficou satisfeita com o elevado nível de equipamento, o sistema de infoentretenimento e a direção. Os comandos de regulação na cabina foram considerados confusos e os comandos dos espelhos estão escondidos por baixo da coluna da direção. O banco do condutor o efeito do pilar A na visibilidade também mereceram críticas. O sistema de regeneração da travagem é suave. O Renault era o mais pequeno dos quatro e estava equipado com o motor menos potente. A parte positiva acerca das dimensões mais compactas é a sensação de condu-
ção semelhante a um automóvel. O Renault também tinha os vidros maiores, tornando a cabina mais iluminada e aquela com melhor visibilidade. A direção muito precisa foi apreciada pela equipa de testes. Como tinha o motor menos potente, o Renault foi considerado lento em condução urbana. O sistema de infoentrenetnimento também foi criticado pela sua acessibilidade, com o ecrã tátil no fundo do painel de bordo, numa localização difícil de alcançar. O Renault tem um eficiente sistema de regeneração que não pode ser desligado. O veículo não se arrasta quando se levanta o pé do travão.
FURGÕES GRANDES
Inicialmente foi decidido efetuar uma rota ligeiramente mais curta com os furgões grandes devido às baterias com menor capacidade. Todavia, essa precaução revelou-se excessiva. O Mercedes e o Volkswagen puderam finalmente percorrer os cem quilómetros sem ansiedade de autonomia. No final do percurso, o computador de bordo do e-Crafter indicava uma autonomia para mais 45 quilómetros, não obstante os 123 quilómetros anunciados pelo computador de bordo antes do arranque. No eSprinter,
o alcance de 143 quilómetros reivindicados pelo computador de bordo caiu para 43 quilómetros, após os cem quilómetros percorridos. A direção e o assento do condutor do Mercedes foram apreciados pela equipa de testes, assim como o baixo nível de ruído na cabina. O eSprinter também tinha mais opções de modos de condução e o sistema de regeneração de energia de travagem mais versátil. O motor elétrico é ligeiramente menos eficiente, o que se notou mais devido à ausência do modo Eco no Volkswagen. O eSprinter era o único veículo deste teste que não tinha sistema de infoentretenimento com ecrã tátil. Por outro lado, o sistema de infoentretenimento do Volkswagen foi considerado como o melhor dos seis veículos ensaiados. É fácil e simples de usar, além de disponibilizar uma informação bastante completa acerca do sistema de tração elétrico e da bateria. O motor oferece uma potência mais que suficiente e proporciona uma condução ágil em cidade. O Volkswagen eCrafter também obteve boas notas nas categorias de conforto do condutor e assentos. Pela negativa há que
referir a impossibilidade de regular o nível de travagem regenerativa e os modos de condução.
CONCLUSÃO
Já estão disponíveis no mercado várias propostas de furgões elétricos, que permitem satisfazer as necessidades da distribuição urbana e não só. No transporte profissional, as rotas são cuidadosamente planeadas e estes veículos têm o seu lugar. As unidades ensaiadas revelaram ser soluções válidas e oferecem diferentes níveis de autonomia. A maioria das operações de distribuição urbana não efetua mais de 100 quilómetros por dia. Levando em conta as pausas para cargas e descargas, para café e refeições, quando é possível carregar a bateria em caso de necessidade, mesmo os veículos elétrico com menor autonomia deste teste cumprem os requisitos numa utilização bem-planeada. A autonomia é uma parte importante do veículo elétrico, mas também o sistema de carregador de bordo. Com um eficaz carregamento rápido é possível obter mais autonomia num furgão com bastante facilidade./
FEVEREIRO/MARÇO 2022 TURBO COMERCIAIS
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COMPARATIVO
FURGÕES ELÉTRICOS
RENAULT KANGOO ZE 33 KWH
NISSAN E-NV200 EVALIA 40 KWH
PIONEIRO
EXPERIENTE
O
O
Renault Kangoo ZE é o modelo ensaiado que se encontra à mais tempo em comercialização, já que foi lançado originalmente em 2011 e depois atualizado com a bateria de 33 kWh em 2017. Mais pequeno e com menor peso do que os outros concorrentes, conduz-se tão facilmente como um ligeiro de passageiros. A cabina, com uma boa luminosidade e visibilidade, recebeu elogios. A direção é bastante precisa para condução urbana. No Kangoo ZE, o sistema de regeneração não pode ser ajustado, estando sempre ativo e é bastante eficiente. Não é necessário usar tanto o pedal do travão quando já se está habituado. O Kangoo ZE tinha o motor mais “fraco” deste comparativo, enquanto os plásticos do painel de bordo e a solução especial de ecrã tátil também foram criticados. O Renault não se começa a arrastar quando se levanta o pedal do travão, o que pode levar a movimentos bruscos quando se conduz lentamente num parque de estacionamento devido ao elevado binário do motor. O Renault Kangoo ZE está disponível em dois comprimentos de carroçaria. A bateria tem uma capacidade de 33 kWh e oferece uma autonomia inferior a 200 quilómetros, mesmo em condições favoráveis. A impossibilidade de carregamento rápido é outro ponto negativo. A versão elétrica da mais recente geração do Renault Kangoo, denominada E-Tech, chega no segundo semestre com um motor elétrico de 102 cv e uma nova bateria de 44 kWh com mais autonomia. A possibilidade de carregamento rápido de 75 kW é outra novidade bem-vinda.
CONDUÇÃO DE AUTOMÓVEL / VISIBILIDADE / DIREÇÃO POTÊNCIA DO MOTOR / AUTONOMIA / SEM CARREGAMENTO RÁPIDO
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
Nissan e-NV200 está no mercado desde 2014 e a linha motriz elétrica tem vindo a ser atualizada. O furgão elétrico deriva do modelo NV200 de combustão e a tecnologia elétrica é oriunda do Nissan LEAF. O e-NV200 é uma proposta competente com um elevado nível de equipamento que agradou à equipa de testes. De igual modo, a suavidade silenciosa do veículo e a precisão da direção também receberam elogios. O Nissan registou o menor consumo de energia neste comparativo. Reparos foram feitos à configuração dos botões que estão espalhados um pouco por toda a cabina. A crítica maior vai para a regulação dos espelhos, cujos comandos se encontram escondidos atrás da coluna da direção. No modo Eco, o veículo demora a responder. A capacidade de carga também não é elevada. No seu melhor, o Nissan e-NV200 consegue percorrer quase 300 quilómetros. O carregamento rápido também é possível num posto de 50 kW, mas o Nissan é o único a utilizar o protocolo de carregamento CHAdeMO. O Nissan e-NV200 está disponível num único comprimento de carroçaria e uma só capacidade de bateria. O comercial elétrico da é proposto em versões de mercadorias e passageiros. A unidade ensaiada era uma variante de passageiros Evalia.
MENOR CONSUMO ENERGIA / SUAVE E SILENCIOSO / EQUIPAMENTO BOTÕES AQUI E ALI / LENTO EM ECO / PILAR A PENALIZA VISIBILIDADE
COMPARATIVO
FURGÕES ELÉTRICOS
CITROËN Ë-JUMPY 75 KWH XL
MAXUS E-DELIVER 3
COMERCIAL DO ANO DE 2021
NASCIDO ELÉTRICO
A
O
PSA conquistou o prémio de “Veículo Comercial Internacional do Ano de 2021” com os seus furgões elétricos: Citroën ë-Jumpy, Peugeot e-Expert e Opel/Vauxhall Vivaro-e. O Citroën ë-Jumpy foi elogiado pela sua agradabilidade de condução e longa autonomia, que permite mesmo realizar deslocações um pouco maiores, especialmente com carregamentos rápidos de 100 kW. A equipa de testes também apreciou o sistema de infoentretenimento do Citroën e o design do painel de instrumentos. O ë-Jumpy era o maior e o mais pesado do grupo dos furgões compactos e médios, que, por sua vez, se refletiu no maior consumo de energia deste grupo. Críticas foram apontadas ao seletor do modo de condução que demora a responder e ao painel de bordo relativamente grande. A posição do volante também mereceu alguns reparos. O preço do ë-Jumpy, que tem o motor mais potente e a bateria com maior capacidade, é o mais elevado no grupo dos furgões compactos e médios. O ë-Jumpy está disponível em três comprimentos de carroçaria e duas opções de bateria, com 50 kWh ou 75 kWh. Além do furgão também foram introduzidas versões de seis lugares (Crew Cab) e de passageiros.
Maxus e-Deliver 3 é um furgão elétrico produzido pelos chineses da SAIC Motor e foi o único deste comparativo a ser projetado e desenvolvido desde o início como veículo elétrico. A nova proposta constituiu uma surpresa agradável devido à sua funcionalidade. A potência do motor e a aceleração receberam elogios por parte da equipa de testes. Com bateria de 35 kWh consegue percorrer mais de 200 quilómetros e tem opção de carregamento rápido de 60 kW. Este veículo é perfeito para o trabalho porque tem uma boa capacidade de carga e de reboque. A intensidade do sistema de regeneração da travagem pode ser ajustada em três níveis. O computador de bordo oferece uma quantidade considerável de informação diferente acerca da bateria e do motor. Por outro lado, a vista do painel de instrumentos e do sistema de infoentreneimento receberam críticas devido à sua simplicidade. Referência especial para o capot do e-Deliver 3 que não tem dobradiças pelo que sai por completo. As opções de comando do aquecimento são reduzidas: desligado ou posições I e II. O Maxus e-Deliver 3 está disponível em dois comprimentos de carroçaria e duas opções de bateria, com capacidades de 35 e 52,5 kWh. A marca chinesa também comercializa um comercial elétrico de grandes dimensões na Europa e uma versão de passageiros de sete lugares.
AUTONOMIA / AGRADABILIDADE CONDUÇÃO / INFOENTRETENIMENTO CONSUMO / SELETOR MODOS CONDUÇÃO / PREÇO
MOTOR / BANCOS / CAPACIDADE DE CARGA E REBOQUE OPÇÕES DE AQUECIMENTO / SISTEMA DE INFOENTTRENIMENTO / CAPOT
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
MERCEDES-BENZ ESPRINTER 55 KWH
VOLKSWAGEN E-CRAFTER 35 KWH
EFICIENTE
ECONÓMICO
A
O
Daimler pretende lançar versões elétricas de todos os seus camiões e comerciais ligeiros nos próximos anos. Os modelos Sprinter e Vito foram os primeiros a ser eletrificados. O eSprinter oferece uma elevada qualidade de construção, enquanto a cabina possui um banco do condutor com dois apoios de braços e assentos muitos confortáveis. As autonomias dos furgões grandes que participaram neste comparativo eram inferiores às dos furgões compactos e médios porque estão claramente vocacionados para operações de distribuição urbana de curta distância. A autonomia do Sprinter elétrico era a maior dos dois, já que consegue percorrer cerca de 150 quilómetros. Graças ao carregador rápido de 80 kW é possível recuperar até 80% da capacidade da bateria em meia hora. O eSprinter conta com várias opções que influenciam a operação da linha de motriz elétrica. Existem três modos de condução possíveis e quatro níveis de intensidade da travagem regenerativa. O Mercedes foi o que consumiu mais emergia elétrica durante o teste. Além disso, no modo Eco também parecia ser lento a responder. O eSprinter era o único veículo do comparativo com um sistema de infoentretenimento simples e sem ecrã tátil. Este veículo está disponível na versão de chassis médio e em duas opções de bateria, com 41 kWh e 55 kWh, respetivamente.
Volkswagen e-Crafter, que tem como “irmão gémeo” o MAN eTGE, oferece as melhores condições de conforto ao condutor dos furgões grandes. Os bancos são confortáveis e existe espaço suficiente para guardar objetos na cabina. O Volkswagen também tem uma superfície para escrever e um motor potente. O sistema de infoentretenimento do Volkswagen era o melhor deste comparativo. O ecrã tátil funciona muito bem e oferece uma informação alargada acerca da condução e da operação da linha motriz. O e-Crafter recebeu nota negativa pela ausência de possibilidade de regulação da condução porque não tem opções de modos nem de travagem regenerativa. Em comparação com o eSprinter, o sistema de acendimento das luzes de travagem era desnecessariamente sensível, embora o conceito seja de louvar se o efeito de desaceleração do motor elétrico for mais intenso, alertando os veículos que vêm atrás. Apesar das dimensões, o e-Crafter revelou-se económico em termos de consumo de energia. Isso em si é positivo, embora não tenha mais para oferecer do que uma centena de quilómetros de autonomia. Em condução urbana, porém, os cem quilómetros do teste foram efetuados com facilidade e sem stress. Graças ao carregador de 40 kW, a bateria recupera até 80% da capacidade em 45 minutos. O Volkswagen e-Crafter está disponível num comprimento de carroçaria e com bateria de 35 kWh.
AUTONOMIA / MODOS CONDUÇÃO / TRAVAGEM REGENERATIVA CONSUMO ENERGIA / POTÊNCIA MOTOR / PREÇO
CONSUMO ENERGIA / MOTOR / INFOENTRETENIMENTO SEM MODOS CONDUÇÃO / TRAVAGEM REGENERATIVA / BATERIA
FEVEREIRO/MARÇO 2022 TURBO COMERCIAIS
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COMPARATIVO
FURGÕES ELÉTRICOS
CITROËN
MAXUS
NISSAN
PREÇO (COM IVA) POTÊNCIA BINÁRIO CAP. BATERIA TEMPO CARGA - AC TEMPO CARGA DC (0-80 %)
48.220€ 136 CV 260 NM 75 KWH 11 KW/8 H 100 KW/45 MIN
46.104€ 122 CV 255 NM 52,5 KWH 7,2 KW/8 H 60 KW/45 MIN
41.070€ 109 CV 254 NM 40 KWH 6,6 KW/7,5 H 50 KW/40-60 MIN
AUTONOMIA (WLTP) ALT./COMP./LARG. (MM) TARA CARGA ÚTIL
330 KM 1 920/5 300/ 1 920 2 128 KG 927 KG
342 KM 1 895/ 4 555/ 1 780 1 630 KG 830 KG
301 KM 1 845/ 4 560/ 1 755 1 694 KG 558 KG (FURGÃO MAX. 742 KG)
CAP. REB. C/ TRAVÃO
1 000 KG
1 090 KG
RENAULT
MERCEDES-BENZ VOLKSWAGEN
PREÇO (COM IVA) POTÊNCIA BINÁRIO CAP. BATERIA TEMPO CARGA - AC TEMPO CARGA DC (0-80 %)
35.854€ 60 CV 225 NM 33 KWH 7,4 KW/6 H
73.779€ 116 CV 295 NM 55 KWH 7,4 KW/8 H 80 KW/30 MIN
61.993€ 136 CV 290 NM 38 KWH 7,2 KW/5H 20 MIN 40 KW/45 MIN
AUTONOMIA (WLTP) ALT./COMP./LARG. (MM) TARA CARGA ÚTIL CAP. REB. C/ TRAVÃO
220 KM 1 836/4 688/ 1829 1 585 KG 605 KG 322 KG
150 KM 2 909/ 5 932/ 2 020 2 704 KG 796 KG
117 KM 3 055/ 6 154/ 2 040 2 502 KG 998 KG
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
novidades
FORD E-TRANSIT
PRIMEIROS PROTÓTIPOS A Ford vai lançar a versão elétrica da Transit na primavera deste ano. Já conduzimos os primeiros protótipos da E-Transit, de duas toneladas. Linha motriz elétrica compreende bateria de 68 kWh e duas motorizações, com 135 kW e 198 kW TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
C
hega no primeiro trimestre deste ano a versão elétrica do comercial de grandes dimensões da Ford, que estará disponível em 25 variantes, resultantes da combinação de três comprimentos de carroçaria e duas alturas no furgão e dois comprimentos no chassis-cabina. A nova Ford E-Transit será proposta em três pesos brutos (3500 kg, 3900 kg e 4250 kg), podendo as versões mais “pesadas” ser conduzidas por detentores de carta de ligeiros em alguns países, ao abrigo da legislação comunitária sobre pesos e medidas que contempla essa possibilidade para veícu-
los comerciais dotados com motorizações alternativas. Ao que sabemos, o Governo português ainda não fez (ou não quer fazer) a transposição dessa medida para o ordenamento jurídico nacional. A carga útil máxima é de 1758 kg no furgão e de 2090 kg no chassis-cabina, sempre nas versões com 4,25 toneladas de peso bruto. O compartimento de carga é idêntico ao da variante equivalente com motor de combustão interna, o que permite a disponibilização de um volume útil até 15,1 m3 no furgão. Relativamente ao chassis-cabina, a estrutura foi projetada para facilitar a instalação de diferentes carroçarias e transformações.
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PESOS BRUTOS
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DERIVATIVOS
317 KM AUTONOMIA
15,1 M3 VOLUME ÚTIL
DOIS NÍVEIS DE POTÊNCIA
A Ford E-Transit vem equipada com um motor elétrico que é disponibilizado em dois níveis de potência - 135 kW (184 cv) e 198 kW (217 cv) - mas sempre com um binário máximo de 450 Nm. A Ford não hesita em reivindicar que se trata do furgão elétrico mais potente do segmento. A tração é assegurada pelas rodas traseiras e não haverá versões com tração dianteira. O motor elétrico é alimentado por uma bateria de iões de lítio, instalada por baixo da carroçaria, com uma capacidade útil de 68 kWh, que proporciona uma autonomia de até 317 km em ciclo WLTP. A Ford E-Transit conta com um carrega-
dor de 11,3 kW que permite recuperar a capacidade total da bateria em 8,2 horas. Igualmente disponível está a possibilidade de carregamento rápido até 115 kW, que permite carregar entre 15% a 80% da bateria em 34 minutos. A Ford anuncia uma garantia para a bateria de oito anos ou 160 mil quilómetros. Entre as novidades destaque para o Pro Power Onboard, uma tomada de força com uma potência de 2,3 kW para fornecer energia a ferramentas ou equipamentos, dispensando a utilização de um gerador adicional.
FUNÇÕES ESPECIFICAS
ELEMENTOS ESPECÍFICOS A E-Transit conta com vários modos de condução, adaptados ao motor elétrico. A bateria está localizada por baixo do piso de carga. A tomada de carregamento está localizada na grelha dianteira
O habitáculo da Ford E-Transit apresenta
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novidades algumas diferenças relativamente às versões de combustão. A alavanca da transmissão foi substituída por um comando giratório para os modos de condução, enquanto a parte superior do painel de bordo recebe um ecrã tátil de 12” com sistema de infoentretenimento SYNC4, que já inclui funções específicas para condução elétrica, como a monitorização da utilização de energia, do carregamento ou a autonomia remanescente. A Ford E-Transit dispõe igualmente de um sistema de pré-aquecimento remoto da cabina durante o processo de carregamento, que permite não só proporcionar uma temperatura mais agradável a bordo, mas também otimizar a autonomia, já que deixa de ser necessário recorrer ao ar condicionado para aquecer o habitáculo. Na altura do lançamento, na primavera de 2022, a Ford E-Transit será proposta em
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dois níveis de equipamento: Base e Trend. A dotação de série compreende o Controlo Eletrónico da Temperatura do Ar, SYNC 4 com ecrã tátil de 12”, Keyless Start, bancos aquecidos, pára-brisas quickclear, espelhos exteriores aquecidos eletricamente, FordPass Connect, assinatura ilimitada do FordPass Pro e assinatura de um ano do Ford Telematics para clientes frotistas. As versões Trend acrescem o sistema de navegação Ford Connected, regulador da velocidade de cruzeiro, assistente de pré-colisão com deteção de peões, assistente de manutenção de faixa e correção de trajetória e sensores de estacionamento traseiros.
AO VOLANTE
Num evento realizado pela Ford para os membros do IVOTY (International Van of the Year), realizado em Kocaeli (Turquia),
local onde são produzidos vários comerciais da marca pela Ford Otosan, como o Transit / Tourneo Custom ou a Transit / E-Transit, tivemos a oportunidade de conduzir os primeiros protótipos do furgão elétrico de grandes dimensões da Ford. A unidade ensaiada era um furgão de chassis médio e tecto alto (L2H3) com nível de equipamento Trend. Como já referimos, a cabina é basicamente idêntica à da versão de combustão, com exceção do comando giratório dos modos de condução, ou o ecrã tátil de 12”. Para iniciar a condução basta carregar no botão de ignição, localizado no painel de bordo, e no botão de estacionamento elétrico, e pressionar o acelerador. O arranque é efetuado de forma suave e silencioso. Em função das necessidades, a Ford E-Transit oferece três modos de condução - Normal, Eco e Slippery - que podem
FÁBRICA DE KOCAELI
Centro de produção Transit
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s gamas de comerciais médios e grandes da Ford são produzidos na fábrica de Kocaeli, na Turquia. Inaugurada em em 2001, aquela unidade industrial, que resultou de uma joint-venture entre a Ford Motor Company e a Koç Holding, tem vindo a ser o centro de produção das sucessivas gerações de comerciais da Ford. Cerca de 85% das vendas da família de comerciais ligeiros é fabricada pela Ford Otosan na Turquia. A fábrica está implantada numa área total com 1,6 milhões de metros quadrados, dos quais 340 mim metros quadrados são cobertos. Em 2020, a Ford Otosan foi responsável pela produção de 450 mil unidades, incluindo 330 mil das gamas Transit Custom e Transit, 110 mil da Transilt Courier, assim como 16.400 unidades da Ford Trucks. A nova E-Transit é produzida na mesma linha de montagem das restantes versões da Transit Custom e Transit. A própria bateria de alta tensão também é montada localmente, junto à linha de montagem do veículo. A Ford Otosan também foi responsável pelo desenvolvimento do software de gestão dos sistemas da bateria. Para apoiar a sua atividade, a Ford Otosan dispõe de um centro de pesquisa e desenvolvimento, onde trabalham mais de 1600 funcionários, que é responsável pelo design e conceção de motores diesel, transmissões para pesados, plataformas, engenharia avançada de comerciais ligeiros, design exterior e interior das gamas Transit e Ford Transit, assim como o desenvolvimento de sistemas de condução autónoma de nível quatro. /
ser ativados no ecrã tátil da consola central. Relativamente à dinâmica de condução, esta assemelha-se mais a um ligeiro de passageiros do que propriamente a um furgão. Isso deve-se não só à disponibilidade imediata de binário do motor elétrico no arranque, mas também ao comportamento da suspensão traseira, que nesta nova versão elétrica passa a ser independente. A potência debitada pelo motor elétrico também é mais do que suficiente para superar as subidas mais difíceis encontradas no trajeto, enquanto nas descidas é possível recuperar alguma (pouca) autonomia, graças ao sistema de regeneração de energia. Também é possível regular o nível de intensidade desta última funcionalidade através de um botão localizado no comando giratório. Todavia, e ao contrário de outros veículos elétricos, não basta levantar o pé do acelerador para imobilizar por completo a E-Transit, sendo necessário pressionar o pedal do travão. /
NOVA SUSPENSÃO TRASEIRA Ao contrário de alguns concorrentes, a E-Transit possui tração traseira, solução mais adequada quando se circula com o veículo carregado. A suspensão traseira também é nova, com a adoção de um braço de alta resistência para oferecer uma melhor tração, com ou sem carga
PRODUÇÃO NA TURQUIA A fábrica da Ford Otosan é responsável pela produção das gamas Transit Custom e Transit, incluindo a versão elétrica
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novidades
VW ID. BUZZ
ESTILO COMERCIAL O tão esperado VW ID. Buzz chega em outubro, com dois comprimentos e muito estilo. Preço e ficha técnica completa só mais perto da data de comercialização. Para já dizemos-lhe como se conduz o “Pão de forma” elétrico
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presentado como um protótipo no Salão Internacional de Detroit de 2017, o VW ID. Buzz atingiu finalmente a fase final de desenvolvimento. É por ainda não ter todas as homologações necessárias, que a VW Veículos Comerciais não divulga a ficha técnica do “Pão de forma” elétrico. Construído sobre a arquitetura modular MEB do Grupo VW, o ID. Buzz é o primeiro veículo comercial a utilizar uma plataforma específica para automóveis elétricos. Partilhada com o VW ID. 4, a arquitetura MEB posiciona uma bateria de 82 kWh (77 kWh úteis) entre os eixos. Embora o ID. 4 possa ter um motor em cada eixo, para já,
o “Pão de forma” elétrico só vai ter tração traseira. Esta é assegurada por um motor de 150 kW e 310 Nm, capaz de acelerar até aos 145 km/h. Autonomia e tempos de carga ainda se mantêm no segredo dos deuses, mas a unidade que conduzimos nos arredores de Barcelona anunciava 365 km com a bateria a 98% de capacidade. Outra das vantagens de trabalhar sobre uma arquitetura específica para veículos elétricos e a possibilidade de ampliar o interior. Movendo as rodas para os extremos da carroçaria, o ID. Buzz Cargo fica a dois milímetros de igualar os três metros de distância entre eixos do VW T6.1. isto significa que oferece praticamente o mesmo espaço interior com um comprimento de 4,71 metros contra os 4,90 metros do VW T6.1.
DUAS EURO PALETES
Com espaço para receber duas euro paletes, o compartimento de carga oferece um comprimento máximo de 2,2 metros. A largura entre as cavas de rodas é de 1,23 metros, podendo chegar a um máximo de 1,73 metros. O volume de carga ronda os
quatro metros cúbicos. O portão traseiro pode ter abertura vertical, como o da versão de passageiros, ou dupla. Há ainda uma plataforma de carga com 45 cm para ajudar a movimentação de objetos volumosos.
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COMPRIMENTOS
11 M.
DIÂMETRO DE VIRAGEM
4 M3
VOLUME DE CARGA
Para além da surpreendente capacidade de carga, o VW ID. Buzz mostrou-se particularmente ágil. As rodas nos estremos da carroçaria permitem reduzir a diâmetro de viragem a pouco mais de onze metros. Junte-se uma condução muito próxima
à de um automóvel de passageiros e estamos perante uma opção perfeita para trajetos urbanos. Neste cenário a autonomia não representa qualquer problema. A posição de condução elevada desimpede a linha de visão, convidando a explorar as ruas mais estreitas. Tão suave como silencioso, o motor elétrico é a opção ideal para estas voltas. Produzido em Hannover desde a primeira geração, o VW ID. Buzz vai ser comercializado em Portugal pela marca associada aos veículos saídos daquela linha de montagem: VW Veículos Comerciais. Uma representação que se estende também à carroçaria de passageiros, para já apenas com cinco lugares. A versão comercial, com três lugares, é a única a disponibilizar dois comprimentos desde o lançamento. Perfeita do ponto de vista estético, a aproximação revivalista ao desenho da T1 original não facilita a vida ao ID. Buzz em Portugal. Tem uma frente muito elevada, que o obriga a pagar sempre classe 2 nas portagens. Mais um argumento para fazer do “Pão de forma” elétrico o novo rei da cidade. /
ARCO IRIS As cores da camuflagem representam a paleta de cores disponível para o ID. Buzz. As atualizações do sistema operativo podem ser feitas remotamente. As óticas são Full LED com LED Matrix como opção. A capacidade de reboque é de 1000 kg
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novidades
FIAT SCUDO
DE REGRESSO
A Fiat Professional vai renovar a oferta na gama de comerciais médios com o Scudo, que vem substituir o Talento. Estará disponível em três comprimentos e cinco motorizações, incluindo uma elétrica
A
Fiat Professional abriu as encomendas para o novo Scudo, modelo que vem substituir o Talento na gama de comerciais de dimensões médias da marca italiana. A nova proposta estará disponível em quatro derivativos - furgão de três lugares, misto de seis lugares, chassis-cabina com plancher e combi de nove lugares -, três comprimentos de carroçaria, uma altura de tecto, um nível de equipamento (Business) e cinco motorizações, incluindo quatro diesel e uma elétrica. As caraterísticas técnicas permitem ao
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Fiat Scudo responder aos diferentes tipos de necessidades. A altura de 1,90 metros garante o acesso a parques de estacionamento subterrâneos, enquanto os três comprimentos de carroçaria - 4,6 metros, 4,9 metros e 5,3 metros - permitem oferecer volumes úteis de carga de 4,6 m3, 5,3 m3 e 6,1 m3, respetivamente. Para otimizar a capacidade de carga, o Fiat Scudo pode receber o sistema Moduwork, que transforma o banco do passageiro num posto de trabalho e numa extensão do compartimento de carga para transportar objetos com um comprimento de até quatro metros na versão Maxi, além
de aumentar o volume útil em 0,5 m3 para um máximo de 6,6 m3.
PRIORIDADE AO CONFORTO
O habitáculo foi concebido para proporcionar as melhores condições de trabalho para quem tem passar muito tempo atrás do volante. A posição de condução é idêntica à de um ligeiro de passageiros, assegurando um elevado nível de conforto, enquanto a posição elevada do assento assegura a melhor visibilidade da estrada. O novo Scudo pode contar com um total de 14 sistemas de assistência à condução, destacando-se o reconhecimento automá-
BASE STELLANTIS Construído a partir da plataforma EMP2, o Fiat Scudo está de regresso em versões de combustão e elétrica
tico de sinais de trânsito, travagem automática de emergência, aviso de saída da faixa de rodagem, alerta de ângulo morto, avisão de colisão central frontal, câmara traseira, entre outros.
TAMBÉM EM ELÉTRICO
No capítulo mecânico, o Scudo conta com quatro motores diesel, incluindo duas unidades de 1,5 litros com 100 ou 120 cv associadas a uma caixa manual de seis velocidades e duas de 2,0 litros com 145 cv ou 180 cv, com transmissão manual ou automática no primeiro caso, e exclusivamente com caixa automática mais potente.
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COMPRIMENTOS
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SISTEMAS ASSISTÊNCIA
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MOTORIZAÇÕES
Na fase de lançamento, o Fiat Scudo também contará com uma versão totalmente elétrica (BEV), equipada com uma linha motriz que compreende um motor elétrico de 100 kW (136 cv) e uma bateria de iões de lítio com capacidade de 50 kWh ou 75 kWh. A autonomia do e-Scudo pode chegar aos 330 quilómetros em ciclo WLTP na variante com a bateria de maior capacidade. Para proporcionar um desempenho ótimo, bem como uma tração melhorada em todas as condições, tais como neve, lama ou areia, o Fiat Scudo estará disponível com o sistema Grip Control, cujas funções podem ser selecionadas na consola central. /
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novidades FORD RANGER
IMAGEM INSPIRADA NA F150
Uma imagem que adota o estilo das pick-up da Ford, um novo motor diesel V6 de 3,0 litros, um ambiente interior semelhante a um ligeiro de passageiros. Estes são os principais destaques da mais recente geração da Ranger, que chega à Europa no início de 2023 TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
A
Ford tem vindo a preparar o lançamento da nova geração da pick-up Ranger, que começará a ser comercializada na Europa no final de 2022, estando previstas as primeiras entregas para o início de 2023. O design exterior partilha o ADN global de estilo das pick-up da Ford, sendo inspirado na mais recente geração da F150. A grelha definida do motor e uma assinatura em “C” nos faróis dianteiros são os principais traços distintivos da nova Ranger, enquanto uma subtil linha de ombros nas laterais incorpora arcos de rodas mais arrojados que
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visam proporcionar uma postura segura. A pick-up da Ford integra, pela primeira vez, faróis de matriz LED, enquanto os grupos óticos da secção traseira foram desenhados em harmonia com a assinatura gráfica dos localizados na dianteira. A secção traseira conta com um degrau lateral integrado, atrás dos pneus, que possibilitou a criação forma robusta e mais estável de acederem à caixa de carga. O veículo conta ainda um novo e resistente forro de proteção em plástico moldado que ajuda a proteger tanto p revestimento da caixa da pick-up, como os joelhos dos utilizadores.
MAIOR DIGITALIZAÇÃO
O habitáculo é semelhante ao de um ligeiro de passageiros, enquanto os materiais utilizados são suaves ao toque e de qualidade. A consola central oferece um ecrã tátil de 10,1 ou 12 polegadas, que complementa o painel de instrumentos totalmente digital e dispõe do mais recente sistema SYNC 4 da Ford, preparado para ser utilizado pelo cliente com os seus sistemas de comunicações, entretenimento e informação, ativados por voz. A nova Ranger vem equipada com o modem FordPass Connect, possibilitando a conectividade em movimento quando ligado com
ATENÇÃO AOS DETALHES O habitáculo foi desenhado à imagem de um ligeiro de passageiros e possui um ecrã tátil na consola central com sistema SYNC 4. A caixa de carga, por sua vez, foi projetada para ser funcional e facilmrente acessível. O forro de proteção em plástico moldado foi concebido para proteger quer a mercadoria, quer os joelhos dos utilizadores
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CARROÇARIAS
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SISTEMAS TRACÇÃO
+ 50MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS
V6
NOVO DIESEL
a aplicação FordPass. Este último melhora a experiência de propriedade com características como o Remote Start (Arranque Remoto), Vehicle Status (Estado do Veículo), e funções remotas de abertura e fecho de portas através de um dispositivo móvel. Muitos dos comandos tradicionais dos modos de condução foram transferidos do painel central e da consola central para um menú dedicado no ecrã SYNC. O recurso a um só botão permite ao utilizador aceder ao ecrã dedicado da Ranger para os modos de todo-o-terreno (off-road) e de condução em estrada, onde podem monitorizar a cadeia de propulsão, os ângulos
da direção, de inclinação e de rolamento do veículo, entre outros controlos.
NOVO V6 DE 3,0 LITROS
No capítulo mecânico também existem novidades. A Ranger vai continuar a ser proposta com os motores diesel de 2,0 litros, de quatro cilindros em linha, em versões Turbo e Bi-Turbo, mas passa a contar com um novo propulsor turbodiesel V6 de 3,0 litros. O chassis também foi revisto, e a distância entre-eixos registou um aumento de 50 mm Uma estrutura dianteira hidroformada permitiu ampliar o espaço no compartimento do motor não só para acomodar o novo pro-
pulsor V6, mas também ajudar a Ranger a preparar-se parareceber novas tecnologias de propulsão no futuro. Os engenheiros da Ford também avançaram o eixo dianteiro em 50 mm para assegurar um melhor ângulo de ataque e aumentaram a largura do eixo para uma melhor articulação em situações de fora de estrada. A nova Ford Ranger será proposta com dois sistemas de tracção às quatro rodas, incluindo um sistema eletrónico shift-on-fly e um novo sistema avançado de tração às quatro rodas permanente, concebido para conferir as suas capacidades quando e onde os condutores precisarem. /
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novidades
EURO NCAP
OS COMERCIAIS MAIS SEGUROS O Fiat Ducato alcançou o melhor resultado entre os veículos comerciais nos testes de segurança de 2022 do Euro NCAP
P
ara apurar quais são os melhores e os piores veículos comerciais disponíveis no mercado europeu, o Euro NCAP testou 19 modelos, com o objetivo de avaliar os sistemas de prevenção de acidentes, assim como o comportamento dos mesmos. A nova legislação irá obrigar os fabricantes a introduzirem muitos dos sistemas de assistência à condução que já estão disponíveis nos ligeiros de passageiros. Enquanto isso não acontece, o Euro NCAP publica classificações de comerciais ligeiros para encorajar as marcas a incluírem mais rapidamente sistemas avançados. Na classificação de 2022, apenas um modelo recebeu a menção “Não recomendado” contra cinco em 2021. Enquanto o Fiat Talento foi descontinuado, o Opel Movano é agora construído com base na plataforma Stellantis e recebe a medalha de bronze. O Renault Master também ganhou a medalha de bronze, graças a pequenas mas consideráveis melhorias nos sistemas de assistência à velocidade e à manutenção de faixa. O seu irmão gémeo, Nissan Interstar (anteriormente NV400) também recebeu estas melhorias, mas ainda não dispõe do
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MEDALHA DE PLATINA O renovado Fiat Ducato é o primeiro comercial ligeirto a ser distinguido com a medalha de platina pelo Euro NCAP devido aos avançados sistemas de assistência à condução introduzidos neste modelo
sistema autónomo de travagem de emergência e, assim, continua na categoria “Não Recomendado”. O Renault Trafic foi revisto e a sua segurança melhorou consideravelmente desde o último teste. Agora conta com um robusto sistema autónomo de travagem de emergência, o que lhe valeu a medalha de prata. O novo Fiat Ducato foi, no entanto, o grande vencedor da edição de 2022, graças aos avançados sensores, que detetam peões
e ciclistas, ultrapassando os padrões vigentes. A classificação de 88% deixou-o numa posição destacada face à concorrência e tornou-se no primeiro comercial a conquistar a medalha de platina. Lamentavelmente, os outros veículos da Stellantis com a mesma plataforma - Peugeot Boxer, Citroën Jumper e Opel Movano - ainda não receberam a mesma atualização de segurança e não receberam a mesma distinção do Fiat Ducato./
MERCEDES-BENZ EVITO FURGÃO
MAIS 70% DE AUTONOMIA A capacidade da bateria do Mercedes-Benz eVito Furgão aumentou para 60 kWh e a autonomia até 314 km. Outra novidade consiste no carregamento rápido
P
ara responder à ofensiva da concorrência que propõe furgões com autonomias cada vez maiores, como por exemplo as marcas da Stellantis ou mesmo a Maxus, a MercedesBenz Vans decidiu disponibilizar uma bateria com maior capacidade no eVito Furgão, que permite percorrer entre 242 e 314 quilómetros entre carregamentos, segundo o ciclo WLTP. Relativamente à versão elétrica deste modelo lançada em 2018, isto significa um aumento de 70% no alcance. Além da nova bateria com capacidade útil de 60 kWh, o Mercedes-Benz eVito Furgão recebeu algumas alterações na linha motriz elétrica, designadamente a possibilidade carregamento rápido, graças a uma entrada CCS no lado esquerdo do pára-choques dianteiro. Esta solução permite recuperar entre 10% a 80% da capacidade da bateria em cerca de 50 ou 30 minutos, caso o veículo esteja preparado para receber um carregamento em corrente contínua (DC) de 50 kW ou 80 kW (opção).
REGENERAÇÃO ENERGIA O habitáculo do Mercedes-Benz eVito conta com um sistema que permite selecionar a intensidade da travagem regenerativa, através de patilhas localizadas atrás do violante
O eVito Furgão também conta com vários níveis de recuperação para carregar a bateria durante a condução com recurso a uma estratégia inteligente. O utilizador pode selecionar o nível de regeneração através de patilhas localizadas atrás do volante. O resto da linha motriz elétrica permaneceu inalterada, designadamente o motor elétrico de 85 kW, instalado entre as rodas dianteiras, ou o carregador de bordo de corrente
alterna (AC) de 11 kW. A bateria foi instalada por baixo da carroçaria, permitindo a disponibilização de um volume útil de carga, que pode chegar aos 6,6 m3, semelhante à versão de combustão. O Mercedes-Benz eVito Furgão é proposto em dois comprimentos de carroçaria: 5,14 e 5,37 metros. A nova bateria de 60 kWh já está disponível e substitui a versão lançada no mercado em 2018./
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ENSAIO
PEUGEOT E-PARTNER PREMIUM STANDARD ESF
ELETRIFICAÇÃO COMPLETA Com uma autonomia de até 275 km, o furgão mais vendido em Portugal já tem uma competente versão elétrica, que mantém o volume de carga e a funcionalidade do modelo original. Menos convidativo é o preço… TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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C
om o lançamento do e-Partner, a Peugeot concluiu o processo de eletrificação de toda a sua gama de comerciais ligeiros, iniciada com o e-Expert, e depois com o e-Boxer. A versão elétrica do furgão mais vendido em Portugal desde 2017 foi projetada para oferecer a mesma volumetria e versatilidade das versões de combustão interna, estando disponível em dois comprimentos de carroçaria, mas numa só opção de motorização elétrica e bateria. Com exceção do monograma e-Partner na porta traseira esquerda não existe qualquer outro elemento visual que permita fazer a distinção entre a versão elétrica e de combustão do furgão. A própria toma-
PEUGEOT I-COCKPIT ATUALIZADO O Peugeot i-Cockpit foi atualizado para permitir o acesso às informações do sistema elétrico. O comando dos modos de condução é semelhante ao de outros veículos da marca
ELÉTRICO
1 VEL AUTO
136 CV
da de carregamento está situada no local onde habitualmente se encontra o bocal de enchimento de combustível, no lado do condutor. Em termos de engenharia acreditamos que essa solução até faça sentido, mas está longe de ser propriamente prática quando se quer utilizar um posto de carregamento rápido porque a mangueira é relativamente curta e pode obrigar à realização várias manobras. Para oferecer a mesma volumetria da versão térmica, a bateria de iões de lítio foi colocada por baixo do compartimento de carga. No derivativo Standard, com comprimento exterior de 4,40 metros, isto traduz-se num compartimento de carga plano com 1,87 metros que pode ser ampliado até aos 3,09
metros, graças à porta integrada na divisória interior e ao assento elevável lateral do banco Multiflex de três lugares. A combinação com uma largura de interna de 1,73 metros (1,23 metros entre as cavas das rodas) e uma altura de 1,20 metros permite ao Peugeot e-Partner disponibilizar um volume útil de carga de 3,3 m3, aumentando para os 3,8 m3 com o banco do passageiro lateral rebatido. Para garantir uma maior segurança no transporte, o compartimento de carga conta com seis anéis de fixação da mercadoria. O acesso ao compartimento de carga pode ser realizado por portas traseiras de batente assimétricas (60/40), com abertura a 180º, ou por uma porta lateral deslizante direita.
20,2 KWH
/100 KM
0 G/KM 0,0 € IUC
LINHA MOTRIZ ELÉTRICA
À semelhança de outros modelos elétricos do grupo Stellantis, o Peugeot e-Partner está dotado com uma cadeia de tração constituída por um motor elétrico de 100 kW (136 cv), uma caixa de velocidades com uma única relação e uma bateria com uma capacidade de 50 kWh. O motor elétrico assegura a tração em função do modo de condução selecionado: Normal, Eco e Power. A primeira opção foi concebida para proporcionar o melhor compromisso entre economia e prestações dinâmicas, disponibilizando uma potência de 80 kW e um binário de 210 Nm. O modo Eco privilegia a autonomia através da restrição da potência a 60 kW e do binário a 180 Nm,
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ENSAIO
PEUGEOT E-PARTNER PREMIUM STANDARD ESF
CAPACIDADE IDÊNTICA O Peugeot e-Partner oferece a mesma volumetria da versão de combustão, graças à instalação do pack de baterias por baixo do compartimento de carga.O volume útil da versão Standard é de 3,3 m3
além de diminuir o desempenho do aquecimento e do ar condicionado. Por seu lado, o modo Power dá acesso a todas as aptidões do sistema de tração elétrico, designadamente à potência máxima de 100 kW e ao binário de 260 Nm, e conta com uma afinação para permitir aumentar as sensações de dinamismo ao volante. A partir do seletor de condução, localizado na consola central, é igualmente possível aceder aos dois modos de travagem regenerativa. O modo D (Drive) proporciona um comportamento semelhante a um veículo com motor térmico, enquanto o modo B (Brake) assegura um elevado nível de regeneração sempre que se levanta o pé do acelerador. De acordo com o ciclo WLTP, o Peugeot e-Partner consegue percorrer até 275 quilómetros entre carregamentos. A bateria pode recuperar a sua capacidade de três formas diferentes: com recurso a uma tomada doméstica de 220V, demorando a operação até 15 horas; numa wallbox de 3,7 kW a 22 kW, sendo necessárias 7h30m numa wallbox de 7,4 kW com ligação monofásica ou cinco horas numa wallbox de 11 kW com ligação trifásica; a terceira opção consiste num posto público até 100 kW, sendo possível recuperar até 80% da capacidade em 30 minutos. Em termos de prestações e atendendo a um peso em vazio de 1772 kg, o Peugeot e-Partner consegue acelerar dos 0 aos 100 km/h em 11,2 segundos, mas a velocidade máxima está limitada a 130 km/h.
PEUGEOT I-COCKPIT ATUALIZADO
Se o exterior e o compartimento de carga do Peugeot e-Partner são muito semelhantes
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aos das versões de combustão já o mesmo não acontece na cabina que apresenta caraterísticas específicas. Destaque para o Peugeot i-Cockpit, com volante multifunções de pequenas dimensões - cortado em cima e em baixo - e painel de instrumentos sobreelevado, que foi atualizado tecnologicamente para permitir o acesso às informações para operação de um veículo elétrico. De série, o e-Partner recebe um painel de instrumentos analógico, que compreende um indicador de energia (powermeter) para visualização do nível de consumo (Eco para otimização de energia ou Power para potência máxima) ou do nível de recuperação (Charge), um indicador de consumo dos equipamentos de conforto térmico (aquecimento, ar condicionado), indicador do nível de carga da bateria e um cluster policromático para visualização dos fluxos de energia, rastreamento da carga (em curso ou diferida), as informações do computador de bordo e a autonomia. A consola central também foi totalmente redesenhada, à imagem e semelhança do Peugeot e-Expert. Assim, a alavanca da caixa de velocidades foi substituída por um comando denominando “e-Toggle”, que
permite aceder aos modos de operação do veículo P (estacionamento), R (márcha-atrás), B (neutro), D (condução) e B (travagem regenerativa). O travão de estacionamento tradicional também desapareceu, tendo sido substituído por um travão elétrico, situado também na consola central. O arranque do veículo, na versão Standard Business, continua a ser efetuado através da introdução da chave no canhão de ignição na coluna da direção. A parte superior da consola central continua a oferecer um ecrã tátil de oito polegadas com pack de navegação conectada, mas conta com um menu “Electric” específico para permitir visualizar os fluxos de energia em tempo real, as estatísticas de consumo e também oferece uma funcionalidade para programar um carregamento diferido.
TRÊS LUGARES NA CABINA
A cabina dispõe de uma lotação para três ocupantes, graças ao banco Multiflex que oferece uma função de escritório móvel, pois conta com uma mesa integrada nas costas rebatíveis do banco central, podendo ser orientado para o lado do passageiro ou do condutor. A dotação de série inclui ar condicionado ma-
PEUGEOT E-PARTNER PREMIUM STANDARD ESF
POUCAS DIFERENÇAS A imagem do e-Partner é quase idêntica à versão diesel, com exceção do logotipo na porta traseira esquerda. O motor elétrico desenvolve uma potência de 100 kW (136 cv). A tomada de carregamento está localizada no flanco traseiro direito, onde estava o bocal de abastecimento
nual, Pack Visibilidade (acendimento automático dos faróis, sensor de chuva e faróis de nevoeiro com função “cornering”), regulador de limitador da velocidade cruzeiro. A unidade ensaiada contava com vários opcionais para apoiar a condução destacando-se a ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro com Surround Rear Vision, que reproduz as imagens de duas câmaras colocadas no retrovisor do passageiro e nas portas traseiras num ecrã de cinco polegadas, localizado onde normalmente se encontra o espelho retrovisor interior. Esta útil opção tem um custo de 850 euros. Outras tecnologias de ajuda à condução estão reunidas no também opcional Pack Safety (350 euros), que compreende o aler-
ta de transposição involuntária da faixa de rodagem, reconhecimento dos painéis de velocidade e travagem de emergência.
AO VOLANTE
Ao contrário do que sucede em alguns ligeiros de passageiros da Peugeot, a visibilidade do painel de instrumentos não é obstruída pelo volante do Peugeot i-Cockpit porque o painel de bordo se encontra numa posição mais elevada. Em termos dinâmicos, a condução é agradável, suave e silenciosa, típica de uma viatura elétrica. A disponibilidade imediata de binário no arranque garante uma aceleração interessante, sendo possível atingir os 100 km/h em 11 segundos.
PREÇO 36.891 € (38.801€ unidade ensaiada) MOTOR ELÉTRICO; 100 kW (136 cv); BINÁRIO 260 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 1 Vel; Auto COMP./LARG./ALT. 4403/1921/1825 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2785 MM PESO BRUTO 2300 KG TARA 1772 KG VOLUME ÚTIL 3,3 - 3,8 M3 CONSUMO 20,2 kWh/100 KM (WLTP) (Teste 17,8 kWh/100 KM) AUTONOMIA 275 KM EMISSÕES 0 G/KM IUC 0€ EQUIPAMENTO
Banco dianteiro modulável de três lugares, travão elétrico,, pack Visibilidade, airbag condutor, ar condicionado manual, cruise control, ecrã tátil 8”, carregador embarcado 7,4 kW, cabo carregamento
COCKPIT DIGITAL
TOMADA CARREGAMENTO
A bateria de 50 kWh proporciona uma autonomia de até 275 quilómetros, valor que até é realista porque o sistema de regeneração é moderadamente eficaz, permitindo recuperar alguma energia nas desacelerações e travagens. O consumo registado pelo computador de bordo foi de 17,8 kWh, abaixo dos 20,2 kWh anunciados. Para preço do kWh de 0,20€, isto representa um gasto de 3,56 euros por cada cem quilómetros. No mercado nacional, o Peugeot e-Partner Standard tem um preçobde venda a partir de 36.291 euros, mas com os muitos opcionais disponibilizados pela marca neste modelo é possível chegar facilmente aos 38.801 euros da unidade ensaiada. /
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ENSAIO
TOYOTA HILUX INVINCIBLE 2.8 D
ATUALIZAÇÃO DE SUCESSO
A Hilux passou a contar com motor diesel de 204 cv para responder à concorrência, presente na versão Invincible TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
A
combinação da qualidade, fiabilidade e robustez da Hilux com o novo motor diesel de 2,8 litros de 204 cv valeu à pick-up da Toyota a conquista do título de “International PickUp Award” de 2022, atribuído por um júri constituído por jornalistas da imprensa especializada europeia, incluindo Portugal através da TURBO COMERCIAIS. A nova proposta mecânica veio ultrapassar algumas limitações da Hilux em termos de potência face aos principais concorrentes, pois os 150 cv desenvolvidos pelo fiável e
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
robusto bloco diesel de 2,4 litros estavam claramente abaixo das versões topo de gama da Isuzu D-Max (164 cv) ou da Ford Ranger (213 cv). A introdução do novo bloco diesel de 2,8 litros com 204 cv veio permitiu ultrapassar essa desvantagem relativa, sendo proposto em Portugal nas versões 4x4 de cabina dupla “Tracker” e “Invincible”. A restante gama continua a ser comercializada com o motor 2.4D de 150 cv. A Toyota aproveitou a oportunidade para “refrescar” a imagem da Hilux, com a adoção
de uma grelha frontal mais tridimensional que passou a estar integrada no pára-choques dianteiro, para reforçar a imagem de robustez, potência e resistência. O design exterior distingue-se ainda pelos novos conjuntos de luzes dianteiras e traseiras em LED, ao que se junta um novo desenho e acabamento maquinado das jantes de liga leve de 18”, estando ainda disponível a nova cor exterior Bronze Oxide, presente na unidade ensaiada. A versão “Invincible” passou a ser o topo de gama da renovada Hilux e recebeu detalhes
PICK-UP DE 2022/2023 A renovada Hilux foi distinguida com o International Pick-Up Award", atribuído por um júri internacional. A versão topo de gama Invincible conta com bancos em pele, caixa automática, sistema som JBL
exclusivos para fazer a diferença como, por exemplo, a proteção frontal e traseira, os estribos laterais. o roll-bar e os puxadores das portas na cor preta.
4 CIL. 2775 CC
204 CV
6 VEL AUTO
9,5 L
/100 KM
248 G/KM CLASSE XX
53,85 € IUC
INTERIOR REVISTO
O habitáculo também foi revisto, destacando-se um novo grafismo da informação apresentada ao condutor no ecrã TFT, localizado atrás do volante. As versões de lazer passaram a contar com um novo sistema multimedia com ecrã tátil de oito polegadas, localizado na consola central e inclui alguns botões físicos para melhorar a operacionalidade em todas as condições de terreno. O painel de bordo da versão Invincible apresenta detalhes em preto metálico e acabamento cromado, oferecendo ainda iluminação em azul claro nas portas dianteiras e traseiras, enquanto os bancos em pele possuem revestimentos em dois tons.
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ENSAIO
TOYOTA HILUX INVINCIBLE 2.8 D
O interior é visualmente mais atrativo com um design mais semelhante a um ligeiro de passageiros da Toyota do que propriamente a um comercial ligeiro. A variante de cabina dupla oferece um espaço mais do que suficiente para quatro adultos, podendo mesmo chegar aos cinco, embora viajem mais apertados nos lugares traseiros. Como topo de gama da Hilux, a versão Invincible recebe um nível de equipamento bastante completo, destacando-se o sistema de navegação, o ar condicionado automático, os sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, a câmara traseira ou o sistema de som JBL Premium de nove altifalantes que incorpora um amplificador de 800 W de oito canais e a tecnologia CLARi-Fi.
MOTOR DIESEL DE 204 CV
Como já referimos, a principal novidade no
capítulo mecânico consistiu na disponibilização do motor turbodiesel de 2775 cc que desenvolve uma potência de 204 cv às 3400 rpm e um binário de 500 Nm entre as 1600 e as 2400 rpm, associado a uma caixa automática de seis relações. No túnel do motor existe um botão que permite selecionar os modos de condução “Eco” e “Power”. A primeira opção limita a aceleração e otimiza o consumo de combustível, embora abaixo das 2500 rpm se sinta alguma lentidão a responder. O modo “Power” proporciona uma resposta mais rápida do acelerador, notando-se de imediato a reação do propulsor, embora deixe de ser possível manter um consumo de combustível na ordem dos 9,1 l/100 km. Caso seja necessário efetuar percursos em fora de estrada é possível engrenar a tracção integral ou as baixas com recurso
a um comando giratório junto à alavanca da caixa automática. As suas aptidões em fora de estrada são garantidas por uma altura mínima ao solo de 29,3 cm, um ângulo de ataque de 31º e de saída de 26º. Igualmente disponível está o sistema de controlo de assistência em descida (DAC), assim como o bloqueio de diferencial. Para apoiar a condução, a Hilux Invincible conta com o sistema de alerta de pré-colisão, cruise control adaptativo, assistente de manutenção na faixa de rodagem, reconhecimento de sinais de trânsito, controlo de estabilidade do veículo e de assistência ao arranque em subida. No que se refere ao preço, a Hilux Invincible é proposta por 60.040 euros, valor relativamente elevado face aos principais concorrentes. Por outro lado, a Toyota oferece uma garantia de sete anos. /
TOYOTA HILUX INVINCIBLE 2.8 D
DETALHES ESPECIAIS Disponível na versão de cabina dupla, a nova Invincible possui uma grelha específica, jantes de 18", proteções frontal e traseira, além do motor 2.8D de 204 cv
PREÇO 60.040 € MOTOR 4 CIL; 2775 CC; 204 CV; 3400 RPM BINÁRIO 500 NM TRANSMISSÃO 4WD; 6 Vel; Auto COMP./LARG./ALT. 5325/1900/1815 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3085 MM PESO BRUTO 3210 KG TARA 2355 KG CARGA ÚTIL 855 KG CONSUMO 9,5 L/100 KM (WLTP) (Teste 9,1l/100 KM) EMISSÕES 248 G/KM IUC 53,85 € EQUIPAMENTO
Sistema de navegação, ar condicionado, sensores de estacionamento, câmara traseira, sistema som JBL Premium, sistema de controlo de assistência em descida (DAC), bloqueio de diferencial, sistema de alerta de pré-colisão, ACC
QUALIDADE CONSTRUÇÃO PREÇO
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ENSAIO
SUZUKI JIMNY 4WD ALLGRIP PRO
CUMPRIR AS REGRAS A Suzuki lançou uma versão comercial do pequeno Jimny, que combina uma imagem clássica de “puro e duro”, funcionalidade e avançada tecnologia. Em fora de estrada é impressionante TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
C
omo a legislação de emissões para ligeiros de passageiros inviabiliza a venda do pequeno todo-o-terreno Jimny na Europa, a Suzuki decidiu lançar uma versão comercial deste modelo, enquadrado dentro da categoria N1, já que as regras comunitárias ainda não são restritivas para os ligeiros de mercadorias. A principal diferença entre o Jimny de passageiros e a nova versão comercial, designada 4WD Allgrip Pro, consistiu na remoção dos assentos traseiros e pela introdução de uma divisória metálica, com a parte superior em rede, entre o compartimento de carga e o habitáculo. Aquela solução permitiu aumentar a capacidade de carga para os 863 litros, mais 33 litros do que a versão de cinco lugares, com os assentos rebatidos. O interior foi projetado para ser funcional
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e prático, em tons escuros. Os comandos, por sua vez, foram desenhados para serem facilmente operados, até mesmo com luvas calçadas. Sob o capot encontra-se um motor a gasolina de 1462 cc que desenvolve uma potência de 102 cv às 6000 rpm e um binário máximo de 130 Nm. Este propulsor atmosférico está associado a uma caixa manual de cinco velocidades, de relações curtas. A velocidade máxima, porém, não vai além de 145 km/h. Para utilização em fora de estrada, o condutor tem ao seu dispor o sistema de tração integral Allgrip Pro, com três configurações: 2H, 4H e 4L. Em utilização normal, a potência e o binário são transmitidos ao eixo traseiro. Em situações de fora de estrada, piso com neve ou gelo é recomendável a tração integral, em altas. Para transposição de obstáculos mais
difíceis, estão disponíveis as redutoras em baixas (4L). Para apoiar nas descidas mais íngremes é possível ativar o sistema de controlo de descida de pendentes, ativado por um botão na consola central. A progressão em fora de estrada é facilitada por uma altura ao solo de 21 centímetros, assim como pelos ângulos de ataque, ventral e de saída de 37º, 28º e 49º, respetivamente, Para apoiar o condutor conta com avançados sistemas de assistência como a travagem de emergência autónoma, o alerta de mudança de faixa de rodagem, o alerta anti-fadiga, assistência de luzes de largo alcance ou o reconhecimento de sinais de trânsito. Em termos de preço, o Jimny 4WD Allgrip Pro é proposto por 28.374 euros, valor relativamente elevado em comparação com algumas pick-up 4x4 de três lugares e com mais capacidade de carga./
SUZUKI JIMNY 4WD ALLGRIP PRO
PURO E DURO O Jimny Pro mantém as linhas clássicas e as aptidões de um todo-oterreno, mas conta com avançadas soiuções tecnológicas e motor a gasolina
PREÇO 28.374 € MOTOR 4 CIL; 1462 CC; 102 CV; 6000 RPM BINÁRIO 130 NM TRANSMISSÃO 4WD; 5 Vel; Man COMP./LARG./ALT. 3480/1645/1720 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2250 MM PESO BRUTO 1435 KG TARA 1090 KG VOLUME ÚTIL 0,8 M3 CONSUMO 7,7 L/100 KM (WLTP) (Teste 7,3 l/100 KM) EMISSÕES 173 G/KM IUC 53,85 € EQUIPAMENTO
Ar condicionado, rádio CD MP3 , cruise control, bancos aquecidos, travagem autónoma de emergência, alerta de mudança de faixa de rodagem, alerta de fadiga do condutor, reconhecimento de sinais de trânsito, controlo de descida
FORA DE ESTRADA MOTOR RUIDOSO
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REPORTAGEM
SALÃO SOLUTRANS
TRANSIÇÃO EM TODAS AS FRENTES Soluções para uma maior eficiência nos transportes estiveram em destaque no Salão Solutrans, que decorreu em Lyon. A eletrificação é uma das tendências, não só a bateria, mas também a pilha de combustível TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
A
pesar da crise pandémica, a Federação Francesa de Carroçarias (FFC) conseguiu realizar mais uma edição do Salão Solutrans, um dos poucos certames dedicados aos veículos comerciais que ainda se mantém em atividade e talvez o único de grandes dimensões que se tenha realizado em 2021. A organização tem procurado internacionalizar o Salão Solutrans, certame bienal que originalmente estava muito orientado para o setor das carroçarias e para o mercado francês. Com a evolução dos tempos, o âmbito foi alargado aos veículos comerciais ligeiros e pesados. Para reforçar esta última vertente, o jantar de gala tem sido palco para as entregas dos prémios de “International Truck of the Year”, “Truck Innovation Award”, “International Van of the Year”, “International Pick-Up Award”. Nos camiões, os novos DAF XF, XG e XG+ foram os eleitos, enquanto nos comerciais ligeiros a vitória foi repartida pelo Renault Kangoo Van e pelo Mercedes-Benz Citan. Já nas pick-up, a Toyota Hilux foi a eleita. Subordinada ao tema da transição energética e redução da pegada de carbono, a 16ª edição do Salão Solutrans contou com a participação de quase mil expositores que tiveram ocasião de apresentar as mais recentes novidades aos cerca de 50 mil visitantes que passaram pelos pavilhões do Euroexpo, em Lyon. Apesar da forte aposta nos camiões e comerciais ligeiros, o Solutrans ainda continua a contar com uma forte presença de fabricantes de carroçarias, reboques e se-
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
NOVAS TECNOLOGIAS A eletrificação e a melhoria da eficiência estiveram em destaque no Solutrans. No stand da Volvo, o diesel esteve ausente
mirreboques. Ao contrário do que se poderia esperar, a eletrificação também já chegou a este sector, especialmente no transporte frigorífico, com os tradicionais geradores diesel a serem substituídos por alternativas elétricas, alimentadas por baterias com energia recuperada pelo sistema de travagem regenerativo de um eixo elétrico do semirreboque ou mesmo por uma pilha de combustível instalada a bordo. A Daikin foi uma das empresas que apresentou uma unidade de refrigeração que responde às necessidades dos clientes da logística da cadeia de frio, com uma solução otimizada a partir de fontes de energia compatíveis: diesel, elétrica, hidrogénio.
A Lamberet desenvolveu, em colaboração com a Bosch e a Carrier Transicold um semirreboque frigorífico alimentado por uma pilha de combustível e um semirreboque frigorífico elétrico de distribuição, alimentado por um pack de baterias, carregadas a partir de um eixo elétrico desenvolvido em parceria com a SAF. A Chereau aproveitou o certame para estrear um semirreboque frigorífico que combina painéis solares e um eixo elétrico para carregar a bateria, que, por sua vez, alimenta a unidade de frio. O semirreboque também está dotado com um kit aerodinâmico que permite reduzir o consumo de combustível em 1,1 l/100 km.
A Fruehauf, por sua vez, aposta numa solução diferente com o seu semirreboque a hidrogénio. A arquitetura do sistema Hyd Drive compreende uma célula de combustível, uma bateria de alta tensão e um eixo elétrico. A eletricidade obtida é armazenada na bateria e é enviada para o eixo elétrico para assistir o tractor nas fases de aceleração e estabilização da velocidade, otimizando o consumo de energia. Nas fases de desaceleração e travagem, a energia regenerada é armazenada na bateria.
SETE GRANDES
As sete maiores marcas europeias de camiões - DAF, Iveco, MAN, Mercedes-Benz,
Subordinada ao tema da transição energética, a 16ª edição do Solutrans contou com a presença de mil expositores e teve cerca de 50 mil visitantes
Renault Trucks, Scania e Volvo Trucks - voltaram a estar presentes no Solutrans e a edição de 2021 contou com a estreia de três novos fabricantes: Ford Trucks, Irizar e Volta Trucks. No espaço da DAF Trucks, o principal destaque era a nova geração XF, XG e XG+, que foi desenvolvida a partir dos novos regulamentos da Comissão Europeia relativos a massas e dimensões para cumprir os limites de emissões de dióxido de carbono, segurança na estrada e conforto do condutor. A nova geração XF, XG e XG+ distingue-se pelo design aerodinâmico, aproveitando a liberdade adicional proporcionada pela nova legislação.
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REPORTAGEM
ELETRIFICAÇÃO DO MATERIAL CIRCULANTE Os geradores diesel dos semirreboques frigorícos poderão ser substituídas por soluções eletrificadas, a bateria ou a pilha de combustível. A francesa Fruehauf está a desenvolver um projeto nesta área
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SALÃO SOLUTRANS
A Iveco aproveitou o Solutrans para apresentar ao público as suas mais recentes novidades, que foram projetadas para aumentar o grau de conectividade, a produtividade e diminuir o custo total de utilização. A marca tinha em exposição as suas principais gamas: Daily, Eurocargo, S-Way, X-Way e T-Way. A Iveco também decidiu prestar homenagem ao lendário TurboStar, com o lançamento da série especial do S-Way, denominada TurboStar Special Edition. A MAN também tinha toda a sua gama em exposição no seu stand, mas a principal novidade era a linha MAN Individual Lion S, inspirada na imagem do Audi RS4, que está disponível nos modelos TGE, TGS e
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TGX. Entre os traços distintivos incluem-se a decoração especial, as jantes pretas, a grelha dianteira na mesma cor, os frisos em vermelho ou os bancos em pele com costura em vermelho e leão bordado na mesma. A Mercedes-Benz também estava amplamente representada com toda a sua gama, destacando-se naturalmente as mais recentes novidades introduzidas pela marca, designadamente as versões Actros F e Actros L, ou o eActros.
MARCA DA CASA
A jogar em casa, a Renault Trucks esteve presente com sete veículos da sua gama,
OS ELEITOS Os prémios internacionais para comerciais, pick-up e camiões foram entregues no jantar de gala. Toyota, DAF Trucks, Mercedes-Benz Vans e Renault foram as marcas vencedoras nas diferentes categorias
sicionamento, já que não estava presente qualquer camião com motor diesel. O único veículo com uma motorização a combustão era um Volvo FH GNL. De resto, a aposta foi nos camiões elétricos. Além dos modelos Volvo FL Electric e FE Electric, a marca sueca apresentou pela primeira vez ao público o novo Volvo FM Electric.
ESTREANTES
Paulatinamente, a Ford Trucks tem vindo a entrar em novos mercados na Europa. Um dos mais recentes foi o francês e pode-se dizer que entrou pela porta grande, com uma rede constituída por 22 concessionários, e a venda de 60 unidades do F-Max à empresa Combronde. Outra estreia foi a da Irizar, que apresentou o seu camião ie Truck, vocacionado para recolha de resíduos urbanos e outras aplicações municipais.A nova proposta está disponível em versões elétricas, com pesos brutos de 19 e 26 toneladas, ou híbrida de 26 toneladas, mas com motorização térmica a gás natural. A Volta Trucks também esteve presente com uma unidade do seu protótipo Volta Zero, um camião elétrico de 16 toneladas e cabina com posto de condução ao meio para uma melhor visibilidade.
COMERCIAIS LIGEIROS
incluindo dois camiões elétricos; D Z.E. de 16 toneladas e D Wide Z.E. de três eixos. A principal novidade era, no entanto, a gama Renault Trucks Evolution, que foi otimizada para melhorar a produtividade, a segurança, o conforto a bordo e o impacto ambiental. As versões de 2021 dos modelos T, T High, C e K recebem novos motores diesel de 11 e 13 litros, que permitem uma redução no consumo de combustível até 13% em comparação com a geração anterior de motores diesel da marca gaulesa. Em opção, os modelos Renault Trucks T, T High e C podem ser equipados com uma variante do motor de 13 litros, denominado DE 13 TC, que se distingue por incorporar a tecnologia Turbo Compound. Esta solução inclui uma turbina adicional na zona de saída do turbocompressor que transforma a energia residual contida nos gases de escape em energia mecânica. a qual é transmitida à cambota na forma de binário adicional do motor. O Turbo Compound permite, assim, disponibilizar um binário mais elevado a baixas rotações.
Para assinalar a nova gama Renault Trucks Evolution, a marca francesa apresentou a série especial Diamond do Renault Trucks T High, equipada com motorização diesel de 13 litros com potência de 520 cv.
EFICIÊNCIA SUECA
A Scania está a desenvolver um conjunto de soluções para diminuir o impacto ambiental do transporte, passando a aposta por combustíveis líquidos como o biodiesel ou o HVO, assim como motorizações a gás e biogás, além naturalmente da eletrificação, quer parcial, quer total. O stand da marca sueca era um espelho dessa filosofia, já que foram apresentados camiões com diversas soluções tecnológicas, incluindo híbridas e elétricas. O cabeça de cartaz, porém, era um Scania S, equipado com motor diesel V8 de 770 cv, que também se distinguia pela decoração especial. Por seu lado, a Volvo Trucks manteve-se fiel à sua estratégia de rumo às emissões zero e o seu stand foi um reflexo desse po-
Nos comerciais ligeiros verificou-se a ausência das marcas da Stellantis - Citroën, Fiat, Opel, Peugeot -, da Toyota e da Nissan. Por outro lado, e como seria expectável, a Renault esteve presente com toda a sua gama, destacando-se, naturalmente, o Kangoo, eleito “Veículo Comercial Internacional do Ano de 2022”, assim como a versão elétrica, apresentada pela primeira vez ao público. Na gama Master, destaque para a versão elétrica que recebe uma nova bateria de 52 kW, com uma autonomia anunciada de até 190 km, assim como a nova versão a hidrogénio, denominada H2 Tech, que permite percorrer até 500 quilómetros entre abastecimentos. Ainda no domínio dos comerciais elétricos, a Ford aproveitou para fazer a ante-estreia da versão elétrica da Transit, que será proposta em 25 variantes, três pesos brutos e bateria de 68 kWh, com autonomia de até 317 km. A marca também revelou a nova Tourneo Connect, desenvolvida com base na plataforma da mais recente geração do Volkswagen Caddy. Este último modelo também era uma das atrações do stand da marca de Wolfsburg, assim como a versão elétrica da Transporter, transformada pelos alemães da ABT. /
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novidades
VOLVO TRUCKS
RUMO ÀS EMISSÕES ZERO O Europarque foi palco da apresentação nacional da estratégia de rumo às emissões zero da Volvo Trucks, que passa pela aposta na melhoria da eficiência e na eletrificação TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
A
Volvo Trucks tem como ambição reduzir as emissões de dióxido de carbono em 50% até 2030 em comparação com 2019. Para concretizar esse objetivo, as vendas de camiões eletrificados deverão representar cerca de 45% do volume total, cabendo uma parcela de pelo menos 35% aos pesados de mercadorias cem por cento elétricos. Se essa fasquia parece ser, à primeira vista, demasiado otimista, para os responsáveis do Volvo Group até não será. A marca sueca pretende que, a partir de 2040, todos os camiões novos vendidos sejam elétricos e para 2050 o objetivo é de emissões zero líquidas de dióxido de carbono. Na transição para as emissões zero, a Volvo Trucks acredita que será necessária uma mistura de tipos de propulsão e combustíveis para satisfazer as exigências e requisitos dos vários tipos de aplicações. Para serviços de recolha de resíduos urbanos, distribuição urbana e regional ou algum tipo de construção será possível ter operações com camiões elétricos, de dois ou três eixos, e pesos brutos das 16 às 27 toneladas. Para aplicações mais exigentes, designadamente transporte regional, construção e longo curso, os motores de combustão interna continuarão a ser a opção mais indicada, embora seja possível reduzir o seu impacto ambiental através da melhoria da eficiência dos motores diesel ou com a introdução de combustíveis alternativos como o gás natural liquefeito (GNL). A médio prazo está previsto o aumento da oferta elétrica para os segmentos da cons-
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA A Volvo Trucks aposta em energias alternativas e na eletrificação para diminuir as emissões nos transportes
trução e do transporte regional, enquanto no transporte pesado e no longo curso a aposta passa também pela eletrificação, mas com recurso à tecnologia da pilha de combustível alimentada a hidrogénio. Para que a oferta possa ser compatível com a procura é necessária a implementação de uma rede internacional de postos de carregamento rápido e de abastecimento de hidrogénio.
FH COM I-SAVE
Para responder à crescente procura por transportes eficientes que permitam reduzir o congestionamento, o ruído, a poluição atmosférica e o impacto ambiental, a Volvo Trucks desenvolveu um conjunto de
soluções que contribuem para uma maior sustentabilidade. Na área da eficiência energética, a tecnologia contribuiu para uma redução de 40% no consumo de combustível entre 1975 e 2020, de mais de 45 l/100 km para menos de 30 l/100 km. Não obstante o forte progresso registado nas últimas décadas, os resultados ainda estão aquém das metas ambientais preconizadas pela União Europeia, que prevêem mais uma redução da emissões de 15% até 2025 em comparação com 2019 e de 30% até 2030. Para cumprir essas exigências, a Volvo Trucks tem vindo a apostar na melhoria da eficiência e lançou no mercado o Volvo FH I-Save, que incorpora diversas soluções de
VOLVO FM GNL A Auto Sueco apresentou em Portugal o Volvo FM GNL, que permite reduzir emissões entre 20 a 100%
poupança de combustível, destacando-se o motor Volvo D13TC. Com arquitetura de seis cilindros em linha e 13 litros, tecnologia turbo compound, este propulsor é proposto em níveis de potência de 460 cv ou 500 cv e recebeu um conjunto de atualizações de software para oferecer uma redução até dez por cento no consumo de combustível em comparação com um motor Volvo D13 eSCR Euro 6 fase D. Entre as atualizações de software desenvolvidas a partir da análise de dados de utilização e as caraterísticas de condução incluem-se dispositivos como o I-See, que utiliza informação baseada em mapas sobre o percurso planeado para otimizar a energia cinética do camião, o sistema de mudança
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novidades
VOLVO TRUCKS
de velocidades I-Shift com software ajustado para operações de longo curso (modo Eco) ou o I-Cruise com I-Roll, que ajusta a velocidade para manter um baixo nível de consumo de combustível. O novo Volvo FH com pacote I-Save também está dotado com um eixo traseiro de elevada eficiência, um sistema de paragem do motor ao ralenti, uma bomba de direção assistida variável e um pack de defletores aerodinâmicos.
ESTREIA DO VOLVO FM GNL
O evento organizado pela Auto Sueco no Europarque, em Santa Maria da Feira, serviu igualmente para a estreia nacional do Volvo FM GNL, que se junta ao Volvo FH GNL na oferta de motorizações alternativas e com baixas emissões de dióxido de carbono. O Volvo FM GNL cumpre a norma de emissões Euro 6 e o seu motor de 13 litros, com 420 ou 460 cv, oferece um desempenho semelhante a um camião diesel equivalente, mas com um impacto ambiental menor, com uma redução nas emissões de dióxido de carbono de 20% se utilizar gás natural de origem fóssil até 100% caso a opção recaia em biometano, de origem renovável. Segundo a Volvo Trucks, um camião GNL que efetue 120 mil quilómetros por ano consegue reduzir as emissões de dióxido de carbono entre 18 e 20 toneladas. A própria infra-estrutura de abastecimento de gás natural está a crescer na Europa como resultado das medidas adotadas pela Comissão Europeia e pelos estados-membros para garantir o fornecimento de energia na Europa a longo prazo.
VOLVO FE ELECTRIC
Após a apresentação nacional do Volvo FL Electric, a Auto Sueco revelou a segunda proposta elétrica da marca sueca no nosso país, vocacionada para distribuição local e
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
2050
NEUTRALIDADE CARBÓNICA
35%
ELÉTRICOS EM 2030
5
GAMAS ELÉTRICAS
40%
QUOTA CAMIÕES ELÉTRICOS
urbana, assim como transporte de resíduos ou construção urbana. O Volvo FE Electric foi projetado para assegurar uma transição fácil para a mobilidade elétrica, com base no conhecimento detalhado das necessidades logísticas, permitindo uma condução de forma limpa e silenciosa. Proposto numa configuração 6x2 e quatro tipos de cabina - curta, longa, longa curta e entrada rebaixada - e peso bruto até 27 toneladas, o Volvo FE Electric possui uma linha motriz constituída por dois motores elétricos que desenvolvem uma potência de 400 kW e um binário de 850 Nm, estando associados a uma caixa de duas velocidades para garantir uma maior eficiência. Concebida e construída pela Volvo, esta transmissão tem fluxos de potência independentes que permitem mudanças de
velocidades sem interrupções de potência. O Volvo FE Electric vem equipado com uma bateria com quatro módulos, cada um com capacidade de 66 kWh, o que se traduz num total de 264 kWh. Em função do tipo de aplicação, a autonomia pode variar entre 120 km e 200 km. Para recuperar a capacidade da bateria é necessário utilizar o carregador de corrente alterna a bordo, podendo essa operação ser efetuada em instalações industriais com o cabo de carregamento incluído no veículo. É igualmente possível efetuar carregamentos em postos rápidos. A operação pode variar entre menos de uma hora e 5h00. Todas as funções da carroçaria são alimentadas por um motor elétrico separado que aciona uma bomba hidráulica. Este motor está disponível em duas opções: 240 Nm e 70 kW ou 530 Nm e 100 kW.
VOLVO FM ELECTRIC
DFDS encomenda 125 unidades
A
pós uma adjudicação de 100 camiões Volvo FM Electric no passado mês de outubro, o maior operador de shipping e logística do norte da Europa DFDS encomendou mais 25 unidades do mesmo modelo ao construtor sueco. “Mais uma vez, a DFDS confirmou a elevada confiança na nossa parceria e tecnologia com esta encomenda para mais 25 camiões Volvo FM Electric”, comenta Roger Alm, presidente da Volvo Trucks. “Estamos muito orgulhosos e felizes que isto se tenha tornado claramente numa vantagem competitiva para os operadores poderem assegurar uma oferta de transporte elétrica e sustentável. Isto é muito encorajador para a Volvo Trucks, para os nossos clientes e para o clima”, adianta Roger Alm. A entrega dos veículos deverá ter início no último trimestre de 2022. Os novos camiões serão utilizados pelo sistema de logística e transportes da DFDS na Europa. Com o Volvo FM Electric é possível percorrer até 500 quilómetros por dia com carregamento rápido de oportunidade efetuado, por exemplo, durante a pausa para almoço. O Volvo FM Electric tem um peso bruto de 44 toneladas e pode ser carregado durante a noite nas instalações da empresa ou num posto de carregamento rápido durante a viagem. A Volvo Trucks iniciou a produção em série de camiões elétricos em 2019 e foi uma das primeiras marcas de camiões a fazê-lo. A gama de produtos inclui agora seis camiões elétricos: Volvo FH, Volvo FM, Volvo FMX, Volvo FE, Volvo FL e Volvo VNR, este último para o mercado da América do Norte. A Volvo Trucks reivindica uma quota de mercado superior a 40% no segmento de camiões elétricos na Europa em 2021. Além da distribuição local e urbana ou a construção urbana, a Volvo Trucks também está a desenvolver soluções elétricas a bateria ou a hidrogénio para outros segmentos, permitindo cumprir os seus ambiciosos objetivos rumo às emissões zero e à neutralidade carbónica. Para transporte de construção mais limpo e silencioso, a oferta da marca vai assentar no FMX Electric, para transportes locais pesados e distribuição regional no FM Electric e para o transporte regional e interurbano no FH Electric. O programa de eletrificação da Volvo Trucks inclui ainda um ecossistema completo com várias soluções de assistência, manutenção e financiamento, assim como outras opções que podem ajudar a facilitar uma transição mais rápida para um transporte eletrificado e com menor impacto ambiental. /
VOLVO FE ELECTRIC Para aplicações municipais, mas não só, a Volvo propõe o FE Electric, com três eixos e autonomia de até 200 km. Este camião está equipado com dois motores elétricos e um pack de bateria com capacidade de 264 kWh
FEVEREIRO/MARÇO 2022 TURBO COMERCIAIS
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novidades
BYD
ENTRADA NOS FURGÕES E CAMIÕES Após a consolidação no mercado europeu de autocarros elétricos, a BYD prossegue a sua ofensiva com a oferta de comerciais e camiões elétricos
A
BYD iniciou a distribuição de veículos comerciais elétricos, ligeiros e pesados, na Grécia e nos Países Baixos, após a nomeação de concessionários para aqueles mercados. Para a Grécia, a BYD assinou um contrato com a empresa Petros Petropoulos para a venda e assistência de veículos da marca em todo o país, a partir das duas principais instalações, localizadas em Atenas e Tessalónica. A oferta da BYD na Grécia vai compreender quatro modelos elétricos: o furgão ETP3 para operações de distribuição urbana, o camião ligeiro ETM6 para distribuição, o camião ETH8 e o tractor de terminais portuários EYT. Todos os veículos elétricos da BYD asseguram uma elevada autonomia, um baixo nível de ruído para operações urbanas e noturnas e emissões zero, contribuindo
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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO/MARÇO 2022
ALARGAMENTO DA OFERTA A BYD alargou a sua oferta na Europa aos comerciais e camiões elétricos, começando pela Grécia e Países Baixos
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MERCADOS
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MODELOS
7,5 TON ETM6
200 KM AUTONOMIA
para um ambiente mais limpo e saudável. “Escolhemos a Petros Petropoulos como nosso concessionário de comerciais elétricos na Grécia devido à sua experiência ímpar na distribuição automóvel, que já tem mais de 99 anos”, comenta Isbrand Ho, diretor executivo da BYD Europe. “Eles são reconhecidos como especialistas da indústria e do mercado na Grécia. Com o seu conhecimento do mercado, dos consumidores e a sua assistência após-venda são os parceiros ideais para a BYD.
BLUEKENS EV NOS PAÍSES BAIXOS Depois da Grécia, a BYD também designou um concessionário de vendas e após-venda de veículos comerciais elétricos com peso bruto até 12 toneladas para os Países Baixos, tendo a opção recaído na Bluekens EV. Empresa familiar fundada em 1823, a Bluekens iniciou a atividade como con-
cessionário de marcas de camiões na década de ’50 e atualmente conta com uma vasta rede nas regiões do Oeste, CentroSul, Sudoeste e Centro dos Países Baixos. “A BYD é um reforço importante para o mercado dos Países Baixos porque os furgões e camiões de 7,5 toneladas BYD ETM6 são particularmente eficientes para as atividades de retalhistas, empresas de entregas, operadores postais e logísticos,” comenta Gert-Jan Jonker, diretor geral da Bluekens EV. Entretanto, o concessionário da BYD nos Países Baixos estabeleceu um acordo com a empresa de distribuição TDS (Top Delivery Services) para o fornecimento de dez unidades do modelo BYD ETM6, que serão utilizados em entregas do Ikea na região de Amesterdão.Homologado com um peso bruto de 7,5 toneladas, o BYD ETM6 é um chassis-cabina, equipado com uma bateria de fosfato de ferro da própria BYD que permite efetuar até 200 quilómetros. /
EMISSÕES ZERO Para operações de distribuição urbana e regional, assim como para terminais portuários, a BYD tem propostas com emissões zero
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PESADOS
DAIMLER TRUCK
ENTRADA EM BOLSA Empresa independente desde a separação da Daimler AG e admitida na Bolsa de Frankfurt, a “nova” a Daimler Truck registou um crescimento de 20% em 2021
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s ações da Daimler Truck passaram a ser cotadas na Bolsa de Frankfurt, na sequência da decisão da Daimler AG de separar as unidades de negócio de ligeiros (automóveis e comerciais ligeiros) e pesados (camiões e autocarros). Nesse sentido, a Daimler Truck passou a ser uma entidade independente, tendo sido admitida no mercado de capitais no dia 10 de dezembro de 2021. A empresa considera que este é um dos
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marcos mais importantes na sua história e significa que os investidores terão oportunidade de aplicar o seu capital nas ações de um dos maiores fabricantes mundiais de veículos comerciais pesados. A Daimler Truck diz estar preparada para enfrentar os novos desafios e estabeleceu objetivos financeiros para aumentar a performance e a rendibilidade em todos os segmentos. O fabricante alemão sublinha que vai continuar a apostar na rendibilidade para garantir
uma posição de liderança na transição para a neutralidade carbónica no transporte. Com base na comprovada geração de receitas e no forte balanço financeiro, a Daimler Truck recebeu um sólido nível de rating. "Vamos procurar aproveitar as oportunidades criadas como uma empresa independente para alcançar um maior sucesso empreaarial no futuro", afirma Martin Daum, presidente do conselho de administração da Daimler Truck. As vendas da Daimler Truck registaram um
SCANIA
TRATOR ELÉTRICO DE TRÊS EIXOS
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Scania entregou um trator elétrico de três eixos, homologado com um peso bruto de 64 toneladas, à empresa sueca Wibax, especializada no transporte de produtos químicos, que se destina a ser operado nas estradas do norte da Suécia. A nova unidade de tração elétrica ajudará a Wibax a alcançar os seus objetivos ambientais e representa mais um exemplo de uma parceria entre uma empresa e um fabricante de veículos, assim como mais um passo na eletrificação do transporte rodoviário pesado de mercadorias. O tractor elétrico de três eixos e 64 toneladas está a efetuar uma rota entre as cidades de Pitea e Skelleftea, numa distância de 80 quilómetros em cada sentido. A sua performance e capacidade de carga foram otimizadas com a adoção de um motor elétrico mais potente. Ao abrigo de uma parceria de longo prazo, a Scania e a Wibax irão trabalhar em conjunto para melhorar a utilização do veículo ao longo do tempo, designadamente em áreas como o carregamento, a duração da vida útil da bateria e planeamento de rotas. Esta colaboração com a Scania também permitirá à Wibax recolher dados para preparar a introdução futura de mais camiões elétricos. Para a Wibax, o trator elétrico da Scania é uma forma de reduzir o impacto ambiental das suas operações. “Temos feito o máximo para sermos sustentáveis desde a fundação da empresa em 1968 e como identificamos o transporte como o nosso maior impacto ambiental, este camião elétrico constitui um passo para conseguirmos efetuar as nossas operações levando em consideração o ambiente". Durante a vida útil deste camião, a Wibax irá reduzir as emissões de dióxido em cerca de 1400 toneladas./ crescimento de 20% em 2021, para 455 mil unidades, beneficiando da recuperação dos seus principais mercados, especialmente no primeiro semestre do ano passado. Apesar da procura ter permanecido elevada no segundo semestre, os constrangimentos na cadeia de abastecimento tiveram como consequência um abrandamento da produção, levando a uma diminuição do crescimento das vendas de veículos pesados nos Estados Unidos e na Europa. As diferentes unidades de negócio registaram um crescimento no ano passado, não obstante a crise dos semicondutores, com a Mercedes-Benz a apresentar uma variação positiva de 20%, a Trucks North America (Freightliner, Western Star, Thomas Built Buses) de 17%, a Trucks Asia (Fuso e BharatBenz) de 30%, enquanto nos Autocarros (Mercedes-Benz e Setra) se verificou um volume idêntico ao de 2020. /
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AUTOCARROS
MAN
APOSTA DA CARRIS E STCP
Os operadores de transportes públicos urbanos de Lisboa e do Porto, Carris e STCP, adquiriram 184 autocarros urbanos à MAN, a maioria a gás natural
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MAN Truck & Bus Portugal forneceu 184 autocarros urbanos aos operadores de transportes públicos urbanos de Lisboa e Porto, Carris e Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), respetivamente. Para a capital foram entregues 103 unidades, incluindo 70 veículos standard a gás natural comprimido, assentes em chassis MAN A69 19.310 LE, e 33 miniautocarros diesel, baseados no MAN TGE. Todos foram carroçados em Portugal pela empresa Irmãos Mota.
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Os autocarros standard a gás natural de piso semirrebaixado (low-entry) têm capacidade para transportar 37 passageiros sentados e 44 em pé, além de disporem de um lugar para cadeira de rodas e dois rebatíveis. Para operação nas ruas mais estreitas de Lisboa, designadamente no casco histórico, mas não só, a Carris, a MAN Truck & Bus Portugal e Irmãos Mota participaram num projeto pioneiro de um miniautocarro, com comprimento e largura reduzidas, baseado no MAN TGE. Cada miniautocarro tem lotação até 18 lugares, incluindo 13 sentados, dos quais
dois estão especialmente resguardados para PMR – Passageiros com Mobilidade Reduzida e um lugar para cadeira de rodas sempre disponível. A configuração definida e concebida do novo MAN TGE 6.180 City LE está preparada para responder às necessidades básicas de acesso dos passageiros, graças ao piso rebaixado entre os eixos (Low Entry), à porta dupla basculante para o exterior que permite um fluxo constante de passageiros. Os STCP, por sua vez, adquiriram 81 autocarros GNC, dos quais 62 com chassis MAN A22 CNG Low Floor e 19 com chassis
SUNSUNDEGUI SB3 GO
À medida do transporte escolar
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Sunsundegui lançou o novo autocarro Sb3 GO que está vocacionado para serviços de curto e médio curso, assim como para transporte escolar. Construído com base em chassis Volvo B8R, este modelo é proposto em três comprimentos de carroçaria - 10,8 metros, 12,5 metros e 13,25 metros. O volume útil do compartimento de bagagens situa-se entre 4 e 7,69 m3. O conceito do Sb3 GO é baseado na simplicidade, na funcionalidade e conta com uma elevada modularidade e versatilidade no seu interior. A lotação nas versões de 12,5 e 13,25 metros é de 59 ou 63 lugares sentados, além de mais 20 em pé. Segundo o fabricante espanhol de carroçarias de autocarros, sediado em Navarra, o novo modelo apresenta uma linha exterior que otimiza os espaços e oferece uma zona de acesso mais ampla. A generosa superfície vidrada permite integrar o indicador de destino num compartimento fechado, eliminando qualquer possibilidade de reflexo e aumenta a segurança na condução. Os faróis dianteiros são de LED e em opção está disponível a função de luzes de curva. A secção traseira mantém a geometria específica da tampa do compartimento do motor que não só favorece a refrigeração, mas também constitui um traço distintivo dos autocarros da Sunsundegui. As portas elétricas integram a dotação de série e são de folha simples, à frente e atrás. Os bancos do Sb3 Go foram concebidos para garantirem um elevado conforto. Para tornar as viagens mais agradáveis, o equipamento de série conta com rádio, entrada USB para reprodução de audio e video, amplificador digital e ecrã LCD. Em opção podem ser instaladas saídas individuais de ar e luz ou um carregador USB.
A69 CNG Low Entry. Todos estes autocarros urbanos foram carroçados em Portugal pela CaetanoBus. Com 12 metros de comprimento, os autocarros estão equipados com motor a gás natural E2876 Euro 6 com 310 cv e vieram substituir os anteriores menos amigos do ambiente. Os novos veículos MAN dos STCP permitem transportar 37 passageiros sentados, 44 em pé e ainda dispõem de um lugar para cadeira de rodas. Os autocarros caraterizam-se ainda pelas grandes janelas panorâmicas e os bancos ergonómicos de tipologia urbana./
EM LISBOA E PORTO Os autocarros da MAN estão fortemente representados nas frotas da Carris e da STCP. As versões a gás natural têm vindo a substituir as motorizações diesel
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COMERCIAIS
IVECO DAILY
SAÍRAM 1,6 MILHÕES DE SUZZARA
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Iveco assinalou a produção de 1,6 milhões de unidades do comercial Daily na histórica fábrica de Suzzara, em Itália. Desde sempre aquela instalação foi uma referência no fabrico deste modelo que surgiu originalmente em 1978 e já vai na sua sexta geração. A gama Daily tem vindo a ser constantemente reinventada ao longo dos seus mais de 40 anos de existência, ultrapassando as fronteiras da inovação, versatilidade e
eficiência, antecipando a evolução das necessidades dos clientes. O Daily continua a ser o único modelo do segmento que se mantém exclusivamente fiel ao princípio da construção de chassis de camião com longarinas em “C”. Aquela solução assegura uma maior capacidade de carga em comparação com os concorrentes com carroçaria autoportante (monobloco) e disponibilizar uma gama ampla, com pesos brutos das 2,8 à 7,0 toneladas. A oferta de fábrica é superior a oito mil versões.
Além das versões convencionais com tração traseira, a Daily também é proposta em variantes de tração integral (4x4), No capítulo mecânico, a oferta compreende motores diesel de 2,3 litros com potências de 116 cv, 136 cv e 156 cv, de 3,0 litros, com 160 cv, 180 cv e 210 cv, e ainda uma motorização GNC (gás natural comprimido) de 3,0 litros com 136 cv. Estas motorizações podem ser associadas a caixas de velocidades manuais ou automáticas, estas últimas denominadas Hi-Matic.
VOLKSWAGEN CADDY
Cinco estrelas no Euro NCAP
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quinta geração do Volkswagen Caddy obteve a pontuação máxima de cinco estrelas nos testes do Euro NCAP e a versão MPV deste modelo é a primeira do seu segmento a alcançar esta classificação, tornando-se num dos veículos de passageiros mais bem avaliados em 2021. Não obstante o maior grau de exigência destes testes de colisão, a versão MPV do Caddy demonstrou uma clara melhoria face à geração anterior. Em comparação com outros pequenos monovolumes do segmento B também passa a constituir a nova referência no domínio da segurança.
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Novo turno na Stellantis Mangualde
STELLANTIS
COMERCIAIS A HIDROGÉNIO
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s três marcas da Stellantis já disponibilizaram as primeiras unidades dos comerciais médios a hidrogénio para serem testados em condições reais de operação por clientes. Neste âmbito, a Citroën entregou um ë-Jumpy Hydrogen ao Grupo Suez, a Peugeot forneceu um e-Expert Hydrogen à Watea by Michelin (uma nova subsidiária dedicada a soluções de mobilidade verde) e a Opel um Vivaro-e à Miele, fabricante germânico de eletrodomésticos premium. Estes veículos a hidrogénio foram desenvolvidos a partir da versão elétrica a bateria
e a pilha de combustível de 45 kW consegue produzir energia para uma condução contínua em autoestrada. O abastecimento dos três depósitos de hidrogénio demora apenas três minutos. Os comerciais médios a hidrogénio da Stellantis dispõem igualmente de uma bateria de iões de que não só funciona como reserva de autonomia para 50 quilómetros quando se esgota o hidrogénio nos depósitos como também pode fornecer uma potência de pico no arranque ou sob forte aceleração. A autonomia combinada pode chegar aos 400 km.
O Centro de Mangualde da Stellantis irá reforçar os turnos existentes para se aproximar da máxima capacidade de produção permitida pelas instalações, assim como recrutar e contratar novos colaboradores. O novo turno irá ser implementado a partir de maio e destinase a responder à elevada procura que está a ser registada no mercado europeu pelos veículos comerciais ligeiros compactos da Stellantis: Peugeot Partner, Citroën Berlingo e Opel Combo.
Toyota Hilux com versão GR Sport
PEUGEOT E-BOXER
ENCOMENDAS ABERTAS
O
furgão elétrico de grandes dimensões da Peugeot, e-Boxer, já pode ser encomendado nos concessionários da marca, encontrando-se disponível em duas capacidades de bateria e dois níveis de autonomia com um máximo de 224 quilómetros em ciclo WLTP. O e-Boxer é proposto num único nível de equipamento, Premium, e em três comprimentos de carroçaria (L1, L2 e L3) e duas alturas de tecto nos furgões e também em derivativos de chassis-cabina, simples ou dupla, estas últimas apenas na versão L3.
A linha motriz integra um motor elétrico que desenvolve uma potência máxima de 90 kW (122 cv) e um binário máximo de 260 Nm, disponível desde o arranque, alimentado por uma bateria de iões de lítio, com uma capacidade de 37 kWh ou 70 kWh. Para otimizar o consumo de energia, o Peugeot e-Boxer dispõe de um sistema de regeneração para permitir a recuperação durante as desacelerações e as travagens, enquanto a velocidade máxima está limitada a 110 km/h. Os preços situam-se entre os 71.430€ aos 81.660€.
Com base no sucesso alcançado pela Toyota Gazoo Racing no Rali Dakar, a Toyota decidiu lançar uma versão GR Sport da pickup Hilux na Europa, que passa a ser o modelo de topo desta gama. Além de apontamentos exclusivos no exterior e no interior recebe ainda uma nova suspensão que oferece um melhor amortecimento e uma resposta mais rápida, No capítulo mecânico, a oferta assenta no motor diesel de 2,8 litros com 204 cv. Esta nova versão chega a Portugal em setembro.
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PESADOS
IVECO
APOIO À DECLARAÇÃO DO BIOMETANO
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I v ec o declar ou apoio à “Declaração do Biometano” numa reunião com o Comissário Europeu da Energia, Kadri Simson, e juntamente com outras 27 entidades defendeu a importância deste gás renovável para a descarbonização dos transportes. A “Declaração do Biometano” pretende o reconhecimento deste combustível na transição para a descarbonização, apontado como o mais eficaz, acessível, escalável e sustentável atualmente disponível.
Os signatários comprometeram-se a aumentar a aplicação do biometano em toda a Europa para pelo menos 350 TWh (35 mil milhões de metros cúbicos) até 2030, o potencial estimado pela Comissão Europeia na análise aprofundada que apoia a comunicação “Planeta Limpo para Todos”. Na reunião, o Comissário Europeu da Energia salientou a importância do gás natural renovável na descarbonização de setores como os transportes, a indústria e o aquecimento residencial, contribuindo para a construção de um sistema ener-
FUSO CANTER
Tramagal iniciou produção
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fábrica da Mitsubishi Fuso Truck Europe do Tramagal (Abrantes) já iniciou a produção da nova geração da Fuso Canter, que estará disponível no mercado nacional no final do primeiro trimestre de 2022. A gama continua a ser proposta em pesos brutos dos 3500 aos 8550 kg. A nova geração distingue-se pelo novo design exterior da cabina, destacando-se os novos grupos óticos com luzes diurnas em LED, a faixa negra que inclui a designação Fuso e os pára-choques mais robustos. O interior mantém-se fiel ao conceito de chassis-cabina avançada que sempre caraterizou este modelo ao longo das suas sucessivas gerações.
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gético mais resiliente e a redução da dependência energética da União Europeia. Os signatários da “Declaração do Biometano” expressaram igualmente o seu desejo de mobilizar a cadeia de valor do biometano para promover os seus benefícios e oportunidades, além de cooperarem com os decisores políticos nacionais e da União Europeia, assim como com outras partes interessadas para assegurar o apoio necessário para uma expansão e utilização deste combustível renovável à escala europeia.
Santos e Vale em Albergaria-aVelha
DOUROGÁS
FÁBRICA DE BIOGÁS EM FRIELAS
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um investimento de 3,6 milhões na Fábrica de Águas de Frielas, a Dourogás e a Águas do Tejo Atlântico vão passar a produzir biogás veicular, hidrogénio verde e e-metano a partir de lamas da ETAR. Os gases renováveis produzidos nesta instalação de Loures serão posteriormente injetados na rede de gás natural e utilizados como combustível veicular, promovendo uma mobilidade mais sustentável através da redução da emissão de gases com efeito de estufa.
A unidade de Frielas vai produzir biogás, a partir de julho de 2022, com recurso a duas soluções diferentes: Hidrogasmove, que utiliza uma tecnologia pioneira em Portugal para produzir biometano 100% renovável, a partir da purificação do biogás gerado pelas lamas produzidas na Fábrica de Água de Frielas; e Solargasmove, que recorre ao processo de metanação para produzir metano sintético, o qual será depois combinado com hidrogénio verde, produzido por eletrólise, a partir de fonte solar e de águas residuais.
TRANSWHITE
AQUISIÇÃO DE 40 SCANIA
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Transwhite adquiriu 40 viaturas novas à Scania que se destinam a reforçar a frota nas principais rotas europeias. As primeiras 15 unidades já foram entregues, incluindo cinco da nova gama V8. Todos os camiões possuem cabina CS20H, concebida para proporcionar a melhor posição de condução possível e que também se distingue por disponibilizar um painel de instrumentos ligeiramente rebaixado para melhorar a visibilidade direta. Além disso, o ecrã maior e os comandos intuitivos permitem ao condutor manter a concentração total na estrada e no meio envolvente. “Este investimento reflete a confiança que
ao longo dos anos temos vindo a depositar na marca Scania e, hoje, metade da nossa frota, com cerca de 200 viaturas, são Scania”, afirma José Mota, proprietário da Transwhite, empresa com 15 anos de atividade especializada no transporte internacional.
A Santos e Vale abriu uma nova plataforma em Albergaria-a-Velha que está equipada com os mais sofisticados meios logísticos que visam reforçar a capacidade de processamento nos envios nas zonas de atuação, permitindo, assim, aumentar a massa crítica e a otimização das entregas e recolhas na região de Aveiro. A nova plataforma tem uma área total de 15.000 m2 e está localizada junto ao acesso rodoviário da A1 e da A25.
Prémio para MAN OptiView
O sistema de câmaras exteriores digitais MAN OptiView, que substitui os espelhos exteriores tradicionais, foi distinguido com o Prémio Europeu de Sustentabilidade dos Transportes 2022, atribuído pela revista germânica Transport. Disponível, como opção, em todas as gamas de camiões da MAN desde outubro de 2021, o sistema torna os ângulos mortos visíveis para o condutor em cruzamentos ou quando se muda de faixa de rodagem.
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AUTOCARROS
IRIZAR
43 URBANOS PARA GUIMABUS
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o abrigo de um concurso público internacional lançado pela autarquia de Guimarães, a Guimabus, detida pela empresa Vale do Ave, ganhou a concessão do serviço de transporte urbano e suburbano naquele concelho para os próximos dez anos, com início em janeiro de 2022. A operação é assegurada por 43 autocarros Irizar, incluindo 17 elétricos do modelo Irizar ie bus com 12 metros de comprimento, 16 urbanos diesel Classe I e dez interurbanos diesel Classe II. Os autocarros com motor
de combustão pertencem ap modelo Irizar i3 “Low Entry”, e têm comprimentos de 12 metros e 12,75 metros, respetivamente. Os autocarros elétricos são veículos integrais Irizar com duas portas de acesso, equipados com baterias Irizar com capacidade de 443 kWh e permitem transportar até 40 passageiros sentados, dispondo ainda de espaço para cadeira de rodas. Além dos veículos, a Irizar também forneceu nove carregadores de 150 kW da Jema Energy, empresa do Grupo Irizar, incluindo oito 2x75 kW Combo II e um de 150 kW CCS
Combo II, que ficarão instalados na estação de recolha da empresa para permitir o carregamento lento das baterias dos autocarros durante a noite. Os autocarros diesel são carroçados em chassis MAN. Os 16 veículos urbanos Irizar i3LE, Classe I, assentam em chassis MAN C2LE Euro 6D com motor de 250 cv e oferecem uma lotação para 41 passageiros sentados. Os dez autocarros interurbanos Irizar i3LE foram construídos sobre chassis MAN C2LE Euro 6D com 290 cv e permitem transportar 45 pessoas sentadas.
SCANIA INTERLINK
Serviços interurbanos
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Scania lançou o novo autocarro Interlink que está vocacionado para a realização de serviços regulares de transporte urbano e interurbano, serviços regulares especializados e serviços ocasionais (alugueres). A elevada flexibilidade é um dos seus argumentos, estando disponíveis várias configurações em termos de comprimentos, disposição do interior, compartimentos de bagagem, portas, classificação, grupos motopropulsores, entre outros. O novo Interlink foi construído a partir de um chassis novo, que inclui opções de dois eixos mais longas e com maior capacidade para transporte de passageiros.
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Diretor comercial de autocarros da MAN
ZT BUS
ESTREIA COM A STCP
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STCP - Sociedade de Transportes Colectivos do Porto recebeu cinco novos autocarros elétricos para renovação de frota que foram fornecidos pelo fabricante chinês Zhongtong Bus (ZT Bus), ao abrigo do II aviso do PO SEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), que permitiu a substituição de veículos em fim de vida (com mais de 16 anos). Os novos autocarros elétricos de 12,2 metros garantem uma autonomia mínima de 250 quilómetros e capacidade máxima de lotação de 90 passageiros por veículo (28 sentados e 62 em pé), sendo totalmen-
te acessíveis a passageiros de mobilidade reduzida. Os cinco autocarros Zhongtong Bus foram fornecidos pela empresa portuguesa a EF – Mobilidade Elétrica, representante desta marca em vários mercados da União Europeia. A ZT Bus está entre os cinco maiores fabricantes mundiais de autocarros, o segundo maior no que diz respeito à produção de autocarros elétricos e o primeiro relativamente a autocarros movidos a hidrogénio, sendo uma empresa certificada pela ISO 14001, empenhada na redução da pegada ambiental dos seus produtos.
MERCEDES-BENZ
CEM CITARO JÁ EM ROMA
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s autocarros urbanos de transportes públicos mais poluentes vão desaparecer das ruas da cidade de Roma em 2022 com a entrada ao serviço de 100 unidades Mercedes-Benz Citaro com tecnologia mild hybrid, entregues recentemente pela Daimler Truck. A nova frota adquirida pelo operador de transportes públicos de Roma, ATAC, vem substituir cerca de 100 veículos Euro 3, com idades entre 15 e 18 anos, por viaturas Euro 6 mild hybrid, menos poluentes. Os Mercedes-Benz Citaro mild-hybrid estão equipados com motores diesel Euro 6 e super condensadores para acumulação da energia regenerada pelo sistema de travagem que não é utilizada pelo veículo. Esta tecnologia possibilita uma redução no consumo de combustível até 10% em comparação com um autocarro diesel convencional.
Os Mercedes-Benz Citaro adquiridos pela ATAC têm comprimento de 12 metros, duas portas, tendo sido equipados com os dispositivos utilizados pelo operador da capital intaliana: videovigilância, ecrãs multimedia, deteção de incêndios, sinais LED com otimização para invisuais, ar condicionado, plataforma manual.
João Cruz foi nomeado diretor da unidade de autocarros da MAN Truck & Bus Portugal. Licenciado em Engenharia Mecânica na Universidade do Algarve, o novo responsável iniciou a carreira profissional em 2001. O conhecimento profundo do mercado e a experiência são maisvalias para ajudar a marca alemã a defender a sua posição de destaque no mercado nacional de autocarros.
Kinto com renting para autocarros Caetano
A Kinto Portugal desenvolveu uma solução inovadora de renting para autocarros. O primeiro veículo adquirido nesta modalidade é um urbano a hidrogénio, de 12 metros, produzido pela CaetanoBus que vai ser operado em Copenhaga pela Nobina. A empresa de mobilidade do Grupo Toyota lançou um programa completo de Full Service Lease para autocarros urbanos, denominado Kinto One.
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TÉCNICA
CONDUÇÃO DEFENSIVA E EFICIENTE
PORQUE TEM TÃO POUCOS ADEPTOS? A condução defensiva tem poucos adeptos em Portugal e isso ajuda a explicar a elevada sinistralidade rodoviária no nosso país TEXTO PEDRO MONTENEGRO
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ortugal continua com um número elevado de acidentes rodoviários no contexto europeu. Segundo os dados mais recentes da Eurostat de 2019, as Regiões Autónoma da Madeira e o Alentejo ocupam a segunda e terceira posições entre as regiões da União Europeia (num total de 240) com maiores índices de sinistralidade rodoviária, com 165 e 158 vítimas mortais por milhão de habitantes, respetivamente. Uma explicação para os mais elevados índices de sinistralidade rodoviária verificados no nosso país residirá no reduzido número de adeptos de uma verdadeira condução defensiva. As primeiras iniciativas deram-se na década de '70 do século passado, mas só na década de ’90 foram implementadas as
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primeiras ações com componentes dinâmicas de Condução Defensiva. Somente depois da passagem do segundo milénio, tivemos as primeiras ações com componentes dinâmicas em ambientes controlados, envolvendo automóveis pesados de transporte de mercadorias, matérias perigosas e de passageiros. Estas ações decorreram como algo de inédito em Portugal, mas a sua regularidade tem vindo a diminuir. Houve uma ajuda europeia com a obrigatoriedade da certificação dos Motoristas Profissionais que se traduziu na obtenção do Certificado de Aptidão do Motorista, onde estavam previstas componentes práticas que nunca tiveram ações regulares. A nossa cultura rodoviária nem sempre valorizou a antecipação aos perigos da estrada, baseadando-se sempre muito na expe-
riência individual e não propriamente num conhecimento científico sobre as causas mais frequentes dos acidentes rodoviários. Torna-se então importante, fazer uma análise sobre os pioneiros mundiais da verdadeira condução defensiva. As primeiras ações surgiram em Inglaterra nos anos 30 e somente nos anos 50 surgiram nos EUA os primeiros cursos regulares de tais ações. As instituições daqueles países começaram por estudar as causas reais dos acidentes, procurando perceber as dificuldades dos condutores nos momentos que antecediam os acidentes rodoviários. Os estudos deram origem a soluções para combater os excessos de velocidade – definição de distâncias mínimas de segurança, mas também a correta observação do condutor sobre a sua envolvente rodoviária.
SISTEMAS ATIVOS CONDIÇÕES EXTREMAS Para melhorar a segurança rodoviária, os construtores têm vindo a introduzir sistemas eletrónicos de assistência à condução. As ações de formação em condução defensiva são fundamentais para se retirar o melhor partido dos equipamentos
ESTUDOS E PROCEDIMENTOS
Com base nesses dados foram desenvolvidas técnicas de condução que devem obrigar a uma maior atenção, de forma correta e eficaz, obtendo-se resultados bastante surpreendentes. Esta importante questão está diretamente relacionada com a antecipação e previsão de perigos diversos, assim como a uma condução mais eficiente, gastando menos tempo, pois o condutor poderá tomar decisões mais atempadas. As ações dinâmicas de condução defensiva são um excelente complemento para uma condução verdadeiramente segura. Desde a correta inspeção ao automóvel que vamos conduzir, assim como ao estado dos órgãos de segurança dinâmica, como os pneus, a boa transparência do para-brisas, a limpeza dos espelhos retro-
visores e a sua correta regulação, a posição ideal de condução, o manuseamento mais correto do volante, o contacto com simulações de travagens de emergência com pavimentos de diferentes atritos a diferentes velocidades. Também o desequilíbrio dinâmico do automóvel pesado é mostrado e experimentado, mesmo em condições mais complexas como a forte e perigosa inclinação de um camião-cisterna de transporte de matérias perigosas com líquidos ou botijas de gás empilhadas. A simulação de desacelerações em pavimentos com atritos diferenciados, reproduzindo uma berma em terra, também demonstra facilmente as dificuldades do equilíbrio do automóvel pesado ou ligeiro, com ou sem reboque como uma das piores situações rodoviárias.
A elevada importância dos sistemas ativos de segurança presentes nos automóveis, com diferenças nos procedimentos da travagem de um automóvel pesado com um sistema alimentado por ar comprimido, evidenciando diferenças importantes em pavimentos de baixa aderência quando se verifica o bloqueio da roda, dificilmente gerida a sua dinâmica de rotação e aderência. A dificuldade está no tempo de atuação dos sistemas de travagem, bastante mais longos do que um sistema hidráulico presente nos automóveis ligeiros. Obriga a um procedimento distinto quando comparado com o bloqueio das rodas numa travagem em pavimentos de menor atrito. Falo em tempos superiores a meio segundo, que quando vividos em momentos de aflição devidos à escassez de tempo e espaço, levavam a bloqueios continuados das rodas direcionais, perdendo-se o controlo sobre a direção do veículo e aumentando as distâncias de imobilização. Uma grande parte destas dificuldades foram colmatadas com o aparecimento dos sistemas de ABS - Sistema de anti bloqueio na travagem, nos anos 90 em grande série e dos sistemas EBS Sistema Eletrónico de Travagem (redundância nos sistemas de pressão de ar), no princípio do atual milénio diminuindo significativamente o tempo de atuação da travagem na roda e melhor controlo direcional. A evolução do conhecimento sobre os acidentes rodoviários, assim como a experimentação dos sistemas presentes no veículo com condições extremas e com elevados níveis de segurança, permitem para além da melhoria do conhecimento, uma melhoria efetiva da aptidão no procedimento correto. Também o cansaço associado ao stress do cumprimento legal e logístico provoca reações emocionais complexas, que facilmente aumentam o risco de estar envolvido num acidente. Outros fatores hoje mais controlados, mas que ainda estão na origem de muitos acidentes, são a ingestão de álcool ou drogas, mesmo legais como as benzodiazepinas que provocam aumento no tempo de reação quando ingeridas poucas horas antes de conduzir. / * Formador de Técnicas Avançadas de Condução de Veículos Pesados e membro da Associação Por tuguesa de Centros de Formação de Condução Avançada ampadrive@gmail.com
PARCERIA
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novidades
ZF
PROJETO HYFLEET A ZF vai participar no projeto “HyFleet” que tem como objetivo desenvolver um autocarro de turismo com um sistema de pilha de combustível
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m cooperação com a Freudenberg, a Flixbus e a organização ambientalista Atmosfair, a ZF está a participar num projeto de autocarros elétricos alimentados por pilha de combustível. Com uma duração prevista de três anos, o projeto “HyFleet” tem o objetivo de projetar e testar um autocarro de turismo elétrico. “O vasto portefólio tecnológico da ZF e a sua experiência em linhas motrizes eletrificadas, assim como nos sistemas associados já está a ajudar os fabricantes de veículos no processo de transição para a mobilidade elétrica”, afirma Wilhelm Rehm, membro do conselho de administração da ZF com a responsabilidade pelas áreas da Tecnologia de Veículos Comerciais e Sistemas de Controlo. “No futuro, a célula de combustível irá desempenhar um papel importante na mobilidade elétrica dos veículos comerciais pesados devido à sua autonomia e abastecimento rápido”, acrescenta Wilhelm Rehm. “Encaramos sempre a eletrificação com um espírito aberto em relação à tecnologia e, desde o início, a célula de combustível teve sempre um papel importante como solução
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LINHA MOTRIZ HYFLEET A linha motriz compreende uma bateria, um eixo elétrico e uma pilha de combustível
tecnológica", refere o responsável da ZF. O projeto “HyFleet” irá facilitar o desenho de sistemas de propulsão a célula de combustível para veículos comerciais. Especificamente, isto envolve a dimensão da bateria e da pilha de combustível, o conceito de arrefecimento do sistema, bem como as cargas de pico quando a linha motriz está em operação.
Neste contexto, a ZF contribuiu com a sua experiência em sistemas de propulsão elétricos - incluindo a eletrónica de potência e o software de controlo de todos os consumíveis de energia. O consórcio é liderado pela Freudenberg Fuel-Cell e-Power Systems e também conta com o envolvimento do operador de mobilidade Flixbus. O projeto é co-financiado pelo Governo alemão./
DIESEL TECHNIC
OFERTA VASTA PARA CAMIÕES A Diesel Technic tem vindo a reforçar a sua gama de produtos para camiões, disponibilizando uma oferta completa para esta tipologia de veículos
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Diesel Technic é um dos principais fornecedores de peças e acessórios com uma gama completa para camiões, semirreboques, autocarros e furgões. Com cerca de 35.000 peças disponíveis nos catálogos da DT Spare Parts e da Siegel Automotive, a Diesel Technic dispõe de uma vasta gama de peças de substituição para viaturas das principais marcas europeias, como a DAF, Iveco, MAN, Mercedes-Benz, Renault Trucks, Scania e Volvo. Qualquer peça poderá ser encomenda diretamente à Diesel Technic de forma rápida e fácil, graças ao princípio de compra one-stop shopping. E isto é aplicável a todos os clientes, já que podem ser encontradas todas as peças necessárias para a reparação de veículos mais clássicos, como a série L da Mercedes-Benz, bem como componentes para os modelos mais recentes, como a Iveco X-Way. A Diesel Technic sublinha que continua a
investir no catálogo com o intuito de dar resposta às necessidades do setor. Para isso, aplica um processo em que desenvolve as próprias peças “num procedimento de engenharia reversa”, fazendo depois a produção “com licenças certificadas da indústria internacional para fornecedores”. E, para garantia de qualidade, todos os componentes são submetidos aos procedimentos de controlo do DTQS (Diesel Technic Quality System). As peças e acessórios para camiões da DT Spare Parts e da Siegel Automotive podem ser encomendadas através do Partner Portal e beneficiam de uma garantia de 12 ou 24 meses, podendo ser acompanhas por vídeos e instruções de montagem. A oferta atual da Diesel Technic para camiões contempla 15 famílias de produtos, incluindo sistemas de refrigeração e transmissão, equipamento elétrico e a carroçaria, estando ainda disponível suporte técnico aos clientes através da Central de Ajuda. /
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novidades
NOVOS LUBRIFICANTES CUMPREM REQUISITOS VOLVO Na vanguarda da inovação, a Wolf Lubrificants disponibiliza um amplo leque de soluções para a mais recente geração de camiões da Volvo Trucks.
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undada na Bélgica em 1955, a Wolf Lubrificants é líder de mercado na indústria com mais de 65 anos de experiência, conhecimento e competência. Atualmente, com uma equipa de 270 especialistas e parceiros em mais de cem países, a Wolf surge em posição de destaque como uma verdadeira marca global que está apenas concentrada em oferecer ao mercado níveis excecionais de qualidade e serviço. Esta abordagem tem reflexo no segmento “pesado”, um dos mais importantes mercados estratégicos para a companhia. INOVAÇÕES DE TECNOLOGICAMENTE EVOLUÍDAS O mercado de lubrificantes para motores de veículos pesados tem vindo a registar uma tendência para lubrificantes com baixas viscosidades, melhores consumos de combustível e menos emissões de gases nocivos. A combinação entre as novas normas de emissões de gases nocivos, as exigências dos consumidores para um
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melhor consumo de combustível e uma durabilidade do motor a longo prazo veio reformular o mercado. Em face destas alterações, a chave consiste na introdução de fórmulas tecnologicamente avançadas que protegem os veículos pesados do desgaste, corrosão e asseguram uma operação suave e otimizada. A equipa da Wolf está sempre atenta aos desenvolvimentos da indústria como um todo e orgulha-se pela rapidez com que dá resposta às necessidades do mercado com inovações de primeira linha. Os produtos avançados da Wolf cumprem os mais recentes requisitos dos OEM e foram desenvolvidos para aumentarem a performance do motor, melhorarem a disponibilidade operacional e o consumo de combustível, aumentando a vida útil do equipamento e, ao mesmo tempo, diminuindo os custos operacionais. SOLUÇÕES INOVADORAS CUMPREM ESPECIFICAÇÕES VOLVO A ampla gama de soluções da Wolf para veículos Volvo é um grande exemplo des-
te progresso contínuo. Adaptados às modernas tendências do mercado de veículos pesados, os mais recentes motores e especificações da Volvo baseiam-se em critérios como o consumo de combustível, menores emissões de gases nocivos e durabilidade do motor. A Wolf desenvolve os seus óleos de motor e fluídos de transmissão para responder a estas especificações, garantindo uma excelente performance em todas as situações. Isto é particularmente importante no mercado português, onde a marca alcançou uma taxa de penetração superior a 14% em 2020. Vejamos alguns dos produtos da gama Wolf compatíveis com motores Volvo. WOLF OFFICIALTECH 5W30 UHPD EXTRA S Este óleo de baixa viscosidade cumpre a mais recente especificação VDS-4.5 da Volvo, introduzida em 2016 para motores diesel de veículos pesados. A VDS-4.5 cumpre a norma Euro VI e é baseada na especificação API CK-4. Ao responder aos
FLUIDOS DE TRANSMISSÃO PARA VOLVO TRUCKS Os fluidos de transmissão também são vitais para assegurar um funcionamento suave e uma longa vida útil das transmissões dos veículos pesados, das caixas de transferências e dos diferenciais. A Wolf desenvolveu três avançados fluidos de transmissão que são compatíveis com as modernas transmissões da Volvo. WOLF OFFICIALTECH MULTI VEHICLE ATF HD-LD Este fluido de transmissão automática proporciona uma proteção excecional e prolonga a vida útil do óleo e da transmissão automática. Com excelentes propriedades no arranque a frio, o inovador ATF da Wolf cumpre a exigente norma Volvo STD 1273,42! WOLF OFFICIALTECH 75W80 ZF O Officialtech 75W80 possui uma fórmula para assegurar uma excelente resistência à degradação a altas temperaturas e para garantir uma vida prolongada do fluido e das engrenagens.
As excelentes propriedades friccionais permitem mudanças suaves de velocidades e este fluido inovador também cumpre a exigente norma Volvo 97307! WOLF VITALTECH 75W90 GL 5 Este lubrificante totalmente sintético está vocacionado para caixas de velocidades sincronizadas, como também para diferenciais com elevadas cargas. Recomendado para todas as formas de transmissões mecânicas (caixas de velocidades, caixas de transferências, diferenciais) em camiões e veículos de de tracção integral, este fluido cumpre a norma Volvo 97312. OUTROS FLUIDOS Conjuntamente com estes óleos de motor e fluidos de transmissão de alta qualidade, a Wolf Lubrificants tem outros avançados produtos no seu vasto portefólio para manutenção de toda a frota. Aprovada pelos principais OEM mundiais, a gama da Wolf simplifica a manutenção e diminui a imobilização de toda a maquinaria pesada. /
QUE LUBRIFICANTE ESCOLHER? A WOLF AJUDA!
requisitos desta especificação, o nosso óleo de motor ajuda a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e a melhorar o consumo de combustível. WOLF OFFICIALTECH 10W40 UHPD S Ao satisfazer a especificação VDS-4.5 da Volvo Trucks, baseada na API CJ-4 e ACEA E9, este óleo é adequado para motores Tier III que utilizam pós-tratamento dos gases de escape. Destina-se a modelos produzidos depois de 2007 e satisfaz as exigentes normas ambientais Euro VI, Euro V, Euro IV e Euro III, tornando o nosso óleo de motor numa boa opção para estes motores. WOLF OFFICIALTECH 10W40 ULTRA MS O nosso Officialtech 10W40 Ultra MS cumpre a especificação VDS-3 da Volvo, que se destina a motores produzidos a partir de 2001. Esta especificação abrange os testes de campo dos motores Volvo D12 e inclui requisitos de qualidade para ACEA, focados nos exigentes requisitos relativos à limpeza dos pistões e ao polimento dos cilindros.
A manutenção de toda da frota pode ser uma tarefa complicada devido a utilização de um número elevado de marcas diferentes. Para assegurar que é possível encontrar rapidamente o lubrificante certo para o camião ou para a frota, a Wolf disponibiliza uma ferramenta online de recomendação de produto. O utilizador poderá aceder ao website da Wolf em www.wolflubes.com ou descarregar a aplicação para smartphone, disponível quer na loja Apple ou no Google Play. Basta escolher o camião e a Wolf irá disponibilizar uma lista de lubrificantes recomendados pelo OEM!
WOLF OFFICIALTECH 5W30 UHPD EXTRA S
Especificação VOLVO
VDS 4.5
WOLF OFFICIALTECH 10W40 UHPD S
WOLF OFFICIALTECH 10W40 ULTRA MS
VDS 4.5
VDS 3
Compatibilidade DPF e SIM
SIM
SIM
Aplicações
Para motores fabricados depois de 2007 e cumpre as exigentes normas EURO VI, EURO V, EURO IV, EURO III.
Para motores fabricados depois de 2001.
Para motores fabricados depois de 2016 e cumpre a norma EURO VI.
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notícias
AFTERMARKET
DT SPARE PARTS
NOVO VIDEO SOBRE SENSORES
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a série de videos Par ts S p e c i ali s t s d a D T S p ar e Par ts, onde se procura explicar o funcionamento dos componentes dos veículos, assim como a deteção de avarias, os especialistas Lars e Kevin abordam o tema dos sensores, utilizando um camião como caso prático. Lars e Kev verificam o nível de líquido de refrigeração do camião que continua normal. Seguidamente analisam o sistema elétrico e localizam rapi-
damente o sensor correspondente. “O sensor tem um íman no interior, o que significa que tem duas posições diferentes: cheio, como agora, ou vazio, e consequentemente apresentará dois valores diferentes”. Os profissionais de oficina da DT Spare Par ts verificam depois a resistência e constatam que não havia qualquer problema com o sensor. O passo seguinte é tentar descobrir se a avaria pode ter origem no feixe de cabos devido a um fio par tido ou a um ponto de fricção.
O m ai s r e c e n t e v i d e o d o s P ar t s Specialists também disponibiliza algumas informações práticas sobre outros sensores, designadamente o seu funcionamento. “Por vezes, os sensores estão localizados dentro de um componente maior e isso significa que não têm de ser substituídos individualmente”, explica Lars. “Obser ve as informações do fabricante e, se for necessário, substitua o componente inteiro ou a peça”, acrescenta o especialista.
BILSTEIN GROUP
Distinção pela TecAlliance
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estatuto de certificação mais elevado da TecAlliance foi atingido pelas marcas do grupo bilstein. A febi, SWAG e Blue Print passaram de Fornecedor de Dados Certificado (CDS) a Premier Data Supplier, tendo sido reconhecidas por cumprirem com os mais exigentes requisitos em termos de qualidade dos dados de produto no cenário da mobilidade. Para obter este nível de qualidade os fornecedores têm de atingir 99% na avaliação efetuada sobre a consistência, relevância dos dados e diferenciação clara dos artigos disponíveis.
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Para o bilstein group este é um passo muito importante e Karsten Schüßler-Bilstein, Managing Director, afirma que a empresa continua a trabalhar intensivamente para melhorar a qualidade dos seus dados.
ZF
NOVA DIVISÃO CVS
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nova divisão da ZF dedicada aos veículos comerciais entrou em atividade no início de 2022. Designado Commercial Vehicle Solutions, ou CVS, resulta da combinação entre a antiga divisão de Tecnologia de Veículos Comerciais e a antiga WABCO, o Sistema de Controlo de Veículos Comerciais. Segundo a ZF, aquela decisão vem posicionar a empresa como a maior fornecedora de componentes para veículos comerciais, adiantando que a CVS reafirma a sua liderança em áreas como a digitalização e a condução autónoma.
Wilhelm Rehm, membro do Conselho de Administração da ZF, afirma que esta reorganização constitui uma grande vantagem para os clientes porque agora pode oferecer “as principais soluções de que precisam para transformar o portefólio através de um só fornecedor”. Além disso, a ZF espera retirar dividendos desta nova organização da sua estrutura, com este responsável a afirmar que a ZF Commercial Vehicle Solutions poderá contribuir significativamente para o crescimento e evolução do grupo tecnológico alemão.
Luzes de trabalho da Osram
A especialista em iluminação Osram apresentou a nova gama de luzes de condução e de trabalho LEDriving Lightbar VX1000-CB SM, que procuram iluminar com maior intensidade todos os seus percursos. Podendo ser instaladas em carros, camiões, máquinas agrícolas, veículos comerciais, veículos de construção, caravanas, veículos offroad e quadriciclos, não é necessário efetuar qualquer registo ou entrada nos documentos do veículo para contar com este foco de luz adicional.
GATES
BOMBAS DE ÁGUA FLEETRUNNER
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Gates reforçou a sua oferta da sua gama especializada de produtos para camiões e autocarros ao disponibilizar bombas de água com qualidade OE movidas por correias. O novo produto está integrado na gama FleetRunner, permitindo aos operadores de veículos pesados efetuar uma revisão completa do sistema de correia de transmissão auxiliar utilizando peças específicas para este tipo de viaturas (bomba de água, mangueiras de líquido de refrigeração, correia, tensor e polia). Cada unidade de bomba de água Gates é fabricada com materiais de primeira qualidade. Um processo de fabrico computorizado, com linhas de montagem sujeitas a controlos de qualidade rigorosos, garante que as bombas de água correspondem ou excedem as normas
de qualidade OE e estão em conformidade com várias normas internacionais (como a ISO/TS 16949). Todas as unidades estão sujeitas a um rigoroso programa de testes de fugas que verifica não só todas as vedações e rolamentos, como também as caixas individuais.
Bosch concentra no software
Procurando acelerar o desenvolvimento nas áreas de programação, que será essencial para os veículos do futuro, a Bosch anunciou ter unificado todas as suas atividades de desenvolvimento de softwares universais sob a égide da ETAS GmbH. Esta unidade contará com cerca de 2300 colaboradores e arranca em meados de 2022. O objetivo será desenvolver e vender software básico para veículos, middleware, serviços cloud e ferramentas de desenvolvimento para aplicação universal.
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PNEUS
Euromaster duplica rede no Algarve
GOODYEAR
DOMÍNIO NO DAKAR 2022
A
s equipas com pneus Goodyear conquistaram as seis primeiras posições na categoria Camião no Rali Dakar de 2022. A mítica prova decorreu no deserto da Arábia durante duas semanas, num percurso com mais de oito mil quilómetros de competição em condições extremas, atravessou vastas extensões de areia, dunas e desfiladeiros. A equipa Kamaz-master conquistou os três lugares do pódio, tendo-se assistido a uma renhida disputa entre o pentacampeão da competição Eduard Nikolaev e o atual ven-
cedor, Dmitry Sotnikov, que triunfou pela segunda vez consecutiva nesta dura e exigente competição de todo-o-terreno. Todos os camiões da Kamaz estavam equipados com pneus Goodyear que incorporam as mesmas avançadas tecnologias de carcaça que são disponibilizadas aos frotistas de toda a Europa. A equipa Petronas De Rooy Iveco também esteve em evidência nesta edição de 2022 do Rali Dakar, já que os seus três camiões terminaram entre os dez primeiros da classificação da categoria.
NEX PORTUGAL
PLATAFORMA EM PINHAL NOVO
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Nex Portugal inaugurou uma plataforma em Pinhal Novo, que possui uma área de 7000 m2 e está inteiramente vocacionada para as gamas de pneus pesados, agrícolas e industriais. O novo investimento permitiu à Nex Portugal duplicar a área de armazenagem no nosso país, onde continua a manter a estrutura existente na Póvoa de Santa Iria (Lisboa) e Vila Nova de Gaia (Porto), estando estas últimas dedicadas às áreas de pneus ligeiros e moto, que oferecem uma área total de 13.000 m2. Com estas três plataformas, a Nex Portugal consegue reforçar a sua proximidade com os clientes, disponibilizando um serviço que satisfaça as necessidades do mercado.
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A Nex Portugal é a sucursal da Nex Tyres no nosso país e assinalou no passado mês de novembro o sexto ano de atividade em território nacional. A empresa disponibiliza uma ampla oferta multi-produto e multi-segmento, nomeadamente nas gamas de pneus ligeiros, comerciais e 4x4/SUV, pesados, moto, agrícolas e industriais.
A Euromaster reforçou a sua presença no Algarve com a inclusão de pontos nas localidades de São Brás de Alportel, Faro e Portimão. Esta expansão foi possível através da adição dos espaços do grupo Chaveca & Janeira Lda, e significa que a Euromaster duplicou a sua presença na região mais a sul do país. Com a abertura dos três novos espaços no sul do país, a Euromaster terminou o ano de 2021 com um total de 81 pontos de venda em todo o país.
Hankook equipa Hyundai Xcient Fuel Cell
Os pneus Hankook SmartFlex foram escolhidos para equipar o camião a hidrogénio da Hyundai durante uma digressão na Alemanha. Estes pneumáticos possuem marcações M+S e 3PMSF, estando preparados para oferecer uma boa tração mesmo nos invernos mais exigentes. O pneu do eixo de direção DH31 também tem um desenho com seis blocos no piso para assegurar um desgaste mais uniforme e uma maior vida útil.