2,90€ (CONT.)
#45 DEZ. / JAN.
COMPARATIVO PICK-UP
HILUX ISUZU D-MAX JEEP GLADIATOR TOYOTA
L PORTUGMA E JÁ T POSTO DCE BIOGN
INTERNATIONAL VAN OF THE YEAR
GUIÁMOS OS NOVOS
MERCEDES-BENZ CITAN E RENAULT KANGOO VAN PARTILHAM TÍTULO
RENAULT
KANGOO E-TECH OPEL
COMBO-E RAM
PEUGEOT
1500 TRX
LANDTREK PUBLICAÇÃO BIMESTRAL
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#45 DEZEMBRO 2021/JANEIRO 2022
Editorial
Sumário
ESTAMOS PREPARADOS?
A
APRESENTAÇÃO
04 Furgões elétricos Stellantis
REPORTAGEM
40 Dourogás posto BioGNC
NOVIDADES
08 Peugeot Landtrek 10 Mercedes-Benz Citan 14 Renault Kangoo Van e-Tech 18 Ford Tourneo Connect 20 Volkswagen Multivan
ENSAIOS
pressão política pela aceleração da transição energética e da descarbonização não para de aumentar, como se viu na recente Cimeira do Clima de Glasgow. O ainda ministro do Ambiente, Matos Fernandes, não hesita em apontar o “muito bom exemplo” de Portugal na redução das emissões de dióxido de carbono, defendendo ainda que as empresas devem aumentar o seu esforço de descarbonização porque caso contrário “vão sair do mercado”. Mas será que Portugal deverá ser tão bom aluno quando os principais poluidores já anunciaram que não vão acelerar o seu esforço de descarbonização? O custo não começa a ser demasiado elevado em termos sociais e económicos? Para já, um dos efeitos da descarbonização é o aumento do custo da energia. Por outro lado foi-nos vendida a ideia de que a mobilidade elétrica permitiria aos utilizadores beneficiarem de custos de energia muito baixos. Conforme o nosso diretor teve oportunidade de comprovar recentemente, isso não será bem assim porque as entidades especializadas em "rendas garantidas" não hesitaram em aplicar taxas e taxinhas que podem fazer disparar os custos dos carregamentos para valores absurdos. Por outro lado, as empresas que querem eletrificar as suas frotas percebem rapidamente que as dificuldades de ligação à rede elétrica são mais do que muitas e além disso ainda não esta preparada. O hidrogénio, por seu lado, apresenta-se cada vez mais como uma solução para o setor dos transportes. Todavia ninguém sabe como será o desenvolvimento rede de abastecimento nem o custo do combustível. Será que estamos mesmo preparados para a descarbonização?
32 Renault Kangoo Van 36 Fiat e-Ducato
PESADOS
CARLOS MOURA PEDRO
44 Mercedes-Benz Trucks 48 Volvo FL Electric 50 Nikola Iveco PROPRIETÁRIO E EDITOR TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO LDA NPC 508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS DETENTORES DE PARTICIPAÇÕES: JÚLIO SANTOS (60% DO CAPITAL) FÁTIMA SANTOS (40% DO CAPITAL) GERENTE JÚLIO SANTOS SEDE, REDAÇÃO E PUBLICIDADE AV. DAS OLAIAS, 19 A 2635-542 RINCHOA E-MAIL: TURBO@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt
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DEZEMBRO 2021/JANEIRO 2022 TURBO COMERCIAIS
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novidades
STELLANTIS
GAMA ELÉTRICA COMPLETA Com o lançamento dos novos comerciais compactos Peugeot e-Partner, Citroën ë-Berlingo e Opel / Vauxhall Combo-e, a Stellantis é o primeiro grande construtor a disponibilizar uma gama completa de veículos comerciais elétricos TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2021/JANEIRO 2022
A
mbiciosos são os objetivos de vendas de veículos comerciais elétricos do Grupo Stellantis, que deverão representar 25% do total já em 2025 e 70% em 2030. Para atingir essas metas, o construtor automóvel, que resultou da fusão entre os grupos PSA e FCA, tem vindo a alargar a sua oferta. Após a introdução da gama de comerciais médios - Peugeot e-Expert, Citroën ë-Jumpy e Opel Vivaro-e - e do lançamento em setembro da gama de comerciais de grandes dimensões - Fiat e-Ducato, Peugeot e-Jumper, Citroën ë-Jumper e
Opel Movano-e - a Stellantis prepara-se para estender a sua oferta aos comerciais compactos: Peugeot e-Partner, Citroën ë-Berlingo, Opel / Vauxhall Combo-e. A nova gama elétrica, que partilha a plataforma EMP2 Multi-Energy com a mais recente geração de modelos de combustão interna, estará disponível em dois comprimentos exteriores, com 4,4 metros e 4,75 metros, em versões de mercadorias, passageiros e misto (este último apenas na versão longa).
AUTONOMIA ATÉ 275 KM
A Stellantis sublinha que os novos comerciais elétricos compactos foram desen-
COMERCIAIS MÉDIOS STELLANTIS
Hidrogénio: etapa seguinte
P
ara aplicações / operações que não podem ser asseguradas por veículos elétricos a bateria, a Stellantis está a apostar na tecnologia da célula de combustível, uma solução que possibilita a condução com emissões zero, uma autonomia superior a 400 quilómetros e um reabastecimento em três minutos. Inicialmente, esta tecnologia introduzida nos furgões de dimensões médias Opel Vivaro-e Hydrogen, Peugeot e-Expert Hydrogen e Citroën ë-Jumpy Hydrogen, nos derivativos de chassis médio e longo. As primeiras unidades serão entregues a clientes no final de 2021, na Alemanha e em França, países onde já existe uma rede de abastecimento de hidrogénio, com cerca de 100 postos. Os furgões das três marcas da Stellantis possuem um sistema de propulsão elétrico com extensor de autonomia a hidrogénio. A linha motriz compreende um motor elétrico de 100 kW, uma célula de combustível de 45 kW, uma bateria de iões de lítio de 10,5 kWh. O depósito de hidrogénio de 4,4 kg permite percorrer cerca de 350 quilómetros, enquanto a bateria oferece uma autonomia de aproximadamente 50 quilómetros. Os depósitos de hidrogénio estão localizados por baixo do piso e a bateria por baixo do banco do condutor, o que significa que o compartimento de carga é idêntico ao da versão de combustão de interna, o que se traduz num volume útil de carga de 5,3 m3 ou 6,1 m3 nas variantes de silhueta média e longa, respetivamente. Por sua vez, a capacidade de reboque situa-se nos 1000 quilogramas. Em termos de custos de utilização e para um preço do quilograma de hidrogénio de 9,5 euros (na Alemanha), para cada abastecimento de hidrogénio são necessários cerca 41,8 euros. No que se refere ao preço, a Stellantis refere que estes veículos estarão disponíveis num regime de aluguer operacional, com uma renda mensal a partir 600 euros, com contrato de manutenção, estabelecidos com a Free2Move Lease. /
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COMPRIMENTOS
100 KW MOTOR ELÉTRICO
275 KM AUTONOMIA
QUANDO? JÁ
volvidos com o intuito de satisfazerem as expetativas dos clientes quando optam pela versão elétrica, designadamente em termos de autonomia, capacidade de carga (até 800 kg) e de reboque (até 750 kg), e possibilidades de conversão. A linha motriz dos novos Peugeot e-Partner, Citroën ë-Berlingo, Opel / Vauxhall Combo-e é constituída por um motor elétrico de 100 kW, uma bateria de iões de lítio de 50 kWh, um carregador de bordo, de 7,4 kW (monofásico) ou 11 kW (trifásico). Em termos de prestações, a Stellantis anuncia uma sutonomia de até 275 quilómetros em ciclo WLTP, uma velocidade máxima limitada eletronicamente a 135 km/h e uma
ABASTECIMENTO O abastecimento de hidrogénio é feito no mesmo local do diesel ou gasolina
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novidades
STELLANTIS
EXTERIOR INALTERADO O design exterior não sofreu alterações, mas o habitáculo conta com elementos específicos
garantia da bateria de oito anos ou 160 mil quilómetros para 70% da sua capacidade. Para recuperar a capacidade da bateria, os novos comerciais elétricos da Stellantis oferecem várias possibilidades de carregamento. Num ponto monofásico de 7,4 kW, a bateria de 50 kWh volta a disponibilizar a carga completa em 7h30. O tempo dessa operação pode diminuir para 5h00 num ponto de carregamento trifásico de 11 kW. Uma outra alternativa consiste na carga rápida, sendo possível recuperar até 80% da capacidade de carga em cerca de 30 minutos.
TRÊS MODOS CONDUÇÃO
A Stellantis garante que a agradabilidade de condução também é um dos fortes argumentos dos novos furgões elétricos compactos, que receberam soluções tecnológicas introduzidas na gama de comerciais elétricos médios. Assim, o Peugeot e-Partner, Citroën ë-Berlingo e Opel / Vauxhall Combo-e oferecem três modos de condução: Eco, com potência limitada a 60 kW / 190 Nm para otimizar a autonomia; Normal, com 80 kW / 210 Nm, para utilização em condições normais; Power, com 100 kW / 260 Nm, que ajusta as prestações com cargas mais elevadas).
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Para otimizar a autonomia em ambiente urbano está ainda disponível um modo de condução B, que aproveita ao máximo a energia do sistema de regeneração nas desacelerações e nas travagens para ganhar alguns quilómetros adicionais, além de proteger as pastilhas de travão. A Stellantis aproveitou o lançamento das versões elétricas dos furgões compactos para introduzir um novo painel de instrumentos digital, que fornece informações acerca do fluxo de energia, da monitorização do carregamento (atual ou diferido) e do computador de bordo, incluindo a autonomia. O conta-rotações tradicional foi substituído por um Powermeter, que oferece informação acerca da performance da linha motriz elétrica: Charge, Normal e Power. A parte superior da consola central pode receber um novo ecrã tátil de 8” com menú elétrico, incluindo definições de carregamento, fluxos ou estatísticas. Para apoiar a condução estão disponíveis 18 sistemas de assistência, destacando-se o alerta de manutenção na faixa de rodagem com correção de trajetória, alerta de ângulo morto, alerta de risco de colisão, travagem de segurança ativa, assistente de arranque em subida, travão de estacio-
namento elétrico, acesso sem chave, assistente inteligente de máximos, entre outros.
IMPRESSÕES DINÂMICAS
Na zona de Rüsselsheim, na Alemanha, os membros do júri do International Van of the Year, organização onde está representada a TURBO Comerciais, tiveram a oportunidade de tomar um primeiro contacto dinâmico com os novos comerciais elétricos compactos das marcas da Stellantis. O habitáculo poucas alterações apresenta face às versões de combustão interna com travão de estacionamento elétrico e caixa de velocidades automática. Para iniciar a condução basta mover o e-Toggle para a posição D e, para otimizar a autonomia, carregar no botão do modo de condução B. Como é habitual nos veículos elétricos, a disponibilidade de binário no arranque contribui para uma rápida aceleração, enquanto o sistema de travagem / regeneração permite ganhar alguns quilómetros de autonomia nas desacelerações e nas travagens. Os novos Peugeot e-Partner, Citroën ë-Berlingo e Opel Combo-e já começaram a ser produzidos na fábrica de Vigo, em Espanha, e as primeiras unidades deverão chegar aos concessionários até final do ano. /
novidades
PEUGEOT LANDTREK
PARA MERCADOS EMERGENTES Com base na tradição no segmento das pick-up, a Peugeot lançou o modelo Landtrek para os mercados emergentes. A comercialização na Europa não está prevista devido às emissões
P
ara o segmento das pick-up de dimensões médias com carga útil até uma tonelada e que representa cerca de 2,5 milhões de unidades por ano em todo o mundo, a Peugeot desenvolveu o modelo Landtrek que se destina a ser comercializado em 65 países de três regiões (América do Sul,
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Médio Oriente / África e Ásia). O objetivo é atingir um volume de vendas anual de 30 mil unidades. A pick-up Landtrek partilha o ADN da Peugeot em termos de qualidade, design robustez e experiência de condução, ao que se juntam as caraterísticas exigidas pelos utilizadores deste tipo de veículos, designadamente ao nível da versatilidade,
fiabilidade, manutenção e aptidões para todo-o-terreno. Para cumprir esses requisitos, a Landtrek é proposta em versões de cabina dupla, cabina simples e chassis-cabina, que oferecem uma carga útil de uma tonelada e uma capacidade de reboque de 2,5 toneladas. Todas possuem uma distância entre-eixos de 3,18 metros, uma largura de 1,93 metros.
Com um comprimento exterior de 5,39 metros e um compartimento de carga com 2,43 metros, a versão de Cabina Simples permite transportar até três europaletes e uma carga útil de 1,3 toneladas. Já a versão de Cabina Dupla tem menos seis centímetros de comprimento, enquanto a caixa de carga tem 1,63 metros, mas ainda pode acomodar duas europaletes.
DUAS MOTORIZAÇÕES
No capítulo mecânico estão disponíveis dois motores: um turbodiesel de 1,9 litros com 150 cv e binário de 350 Nm; e uma unidade a gasolina de 2,4 litros, turbo, com 210 cv e 320 Nm. Ambos podem ser acoplados a caixas manuais ou automáticas de seis velocidades, sendo propostos em versões Euro 0 a Euro 5. Num evento realizado no circuito de testes da ADAC de Bauscheim, perto de Frankfurt, os membros do júri do IVOTY (International Van of the Year) e do IPUA (International Pick-Up Award) tiveram oportunidade de conduzir a pick-up da Peugeot, na versão de cabina dupla e tração integral, que estavam disponíveis
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COMPRIMENTOS
21,4 CM ALTURA SOLO
2
MOTORIZAÇÕES
1300 KG CARGA ÚTIL
em motorizações a gasolina com caixa automática e diesel com transmissão manual. Num circuito exigente, onde nem faltou lama, a Landtrek venceu todos os obstáculos, contando não só com o elevado binário do motor e as suas caraterísticas para todo-o-terreno, destacando-se uma altura ao solo de 21,4 centímetros e a vau de 60 centímetros, assim como ângulos de ataque e saída de 30º e 26º, respetivamente. Para progredir em todo-o-terreno, o Peugeot Landtrek 4x4 está equipado com caixa de transferências (com altas e baixas), bloqueio de diferencial e conta ainda com “ajudas” eletrónicas, incluindo o controlo de tração, o auxiliar ao arranque em subida, o assistente eletrónico de descidas ou assistente de reboque. Estas versões recebem ainda alguns equipamentos específicos como a placa de proteção do motor, câmara para todo-o-terreno e embaladeiras apropriadas para evacuar lama. O posto de condução é herdado do universo da Peugeot e conta já com ecrã tátil na consola central, embora de uma geração mais antiga. /
ELEVADA ROBUSTEZ A Landtrek combina o design agressivo da Peugeot com a robustez, fiabilidade e capacidade de carga de uma uma pick-up de dimensões médias
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MERCEDES-BENZ CITAN
MAIOR ENVOLVIMENTO Dimensões compactas exteriores, um amplo espaço interior e avançadas soluções tecnológicas são principais argumentos da segunda geração do Mercedes-Benz Citan que chega a Portugal com uma competitiva campanha de financiamento
O
lançamento da nova geração do Mercedes-Benz Citan no nosso país é acompanhado por uma competitiva campanha de financiamento que prevê um renda mensal de 226 euros (mais IVA) para um contrato de 48 meses, com serviço completo incluído, para o Furgão Standard 108 CDI/27. O Citan carateriza-se por combinar dimensões externas compactas com um generoso espaço interior e uma elevada capacidade de carga, estando vocacionado não só para operações de distribuição urbana, mas também outros tipo de aplicações que obriguem à utilização de veículos com uma capacidade de carga até 800 quilos e uma elevada manobrabilidade. Para uma primeira avaliação dinâmica, a Mercedes-Benz escolheu a cidade de Hamburgo para a realização dos ensaios com o novo Citan, num ambiente dominado por um tráfego intenso, um casco urbano histórico e muitas obras de renovação. Para fazer um trajeto de apenas 20 quilómetros não se demorava menos de uma hora.
foi submetido a um criterioso processo de adaptação para cumprir os padrões que os clientes esperam dos veículos do construtor de Estugarda. O design exterior distingue-se pelas proporções equilibradas e as linhas sensuais que seguem a mais recente linguagem de design da Mercedes-Benz. Entre os elementos distintivos destaque para o capot, a grelha frontal com a estrela ao centro ou grupos óticos dianteiros esguios, inspirados na mais recente geração do MercedesBenz Sprinter. Na traseira, os grupos óticos também apresentam um design específico para acentuar a diferença face ao Renault Kangoo. Mais profundo foi o trabalho realizado no habitáculo que teve o objetivo de disponibilizar aos utilizadores o ambiente que normalmente pode ser encontrado nos veículos da Mercedes-Benz. O interior é dominado pela forma horizontal do painel de bordo, cujo design foi inspirado no perfil de uma asa, que se estende pelo habitáculo e transmite uma generosa sensação de espaço.
IDENTIDADE PRÓPRIA
Os principais elementos do habitáculo do Citan são oriundos do universo MercedesBenz como o volante multifunções, o punho da alavanca da caixa de velocidades, o painel de instrumentos, as saídas da ventilação, os comandos da iluminação e da climatização, assim como o ecrã tátil de sete polegadas da consola central, que pode receber, em opção e exclusivo na gama de furgões compactos, o sistema multimedia MBUX, com navegação e compatibilidade com Apple CarPlay ou Android Auto.
Desenvolvida em parceria com a Renault e produzida na fábrica de Maubegue, em França, esta segunda geração do Mercedes-Benz Citan contou com um maior envolvimento por parte dos engenheiros da marca alemã. O novo modelo - que estará disponível em versões de transporte de mercadorias (furgão) e de passageiros (tourer) partilha a plataforma e componentes da carroçaria com o Renault Kangoo, mas foi
OLÁ MERCEDES!
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novidades
MERCEDES-BENZ CITAN
COMERCIAL DO ANO DE 2022 O novo Citan já conquistou um primeiro prémio
4,49 M COMPRIMENTO
800 KG
CAPACIDADE CARGA
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MOTORIZAÇÕES
QUANDO? DESDE NOVEMBRO
Os bancos do Citan, também de origem Mercedes-Benz, são ergonómicos e oferecem várias possibilidades de regulação para o condutor. Espaços para arrumação não faltam a bordo, incluindo vários compartimentos no painel de bordo ou bolsas nas portas que podem receber garrafas de 1,5 litros. Por baixo do apoio de braços encontra-se mais um útil espaço para guardar objetos.
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DOIS NÍVEIS EQUIPAMENTO
O novo Citan será proposto em duas linhas de equipamento: Base e Pro. No primeiro caso dirige-se a um cliente que pretende um veículo de entrada, versátil e funcional, com todo o equipamento básico, incluindo três lugares dianteiros, ar condicionado, rádio, porta lateral deslizante, revestimento do piso de carga, entre outros.
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A linha Pro acresce o sistema de infoentretenimento MBUX, sensores de estacionamento traseiros, volante multifunções, regulador e limitador de velocidade, banco do condutor ajustável, jantes de 16”. Na fase de lançamento, o Citan será comercializado na versão Standard, com comprimento exterior de 4,49 metros, e cinco motorizações, incluindo três diesel (75 cv, 95 cv e 116 cv) e duas a gasolina (102 cv e 131 cv). Todos os propulsores cumprem a norma Euro 6d e possuem função Eco start/stop. No domínio da segurança, todas as versões do Citan contam, de série, com os sistemas ABS e ESP, assistente de arranque em subida, assistente de vento lateral, sistema de alerta de fadiga Attention Assist e o sistema de chamada de emergência. As versões de passageiros Tourer acrescem o assistente ativo de travagem, o assistente ativo de faixa de rodagem, assistente de ângulo morto e o assistente de limite de velocidade com deteção de sinais de trânsito. /
novidades
RENAULT KANGOO E-TECH
MAIS AUTONOMIA E POTÊNCIA A versão elétrica do novo Renault Kangoo recebe uma bateria de 45 kWh que permite percorrer até 300 km e um motor mais potente com 90 kW. Chega em junho, mas já conduzimos os primeiros protótipos TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
N
o âmbito da estratégia de eletrificação de toda a sua gama de veículos comerciais, a Renault vai lançar uma versão elétrica da nova geração do Kangoo, que deverá começar a ser comercializada na primavera de 2022, estando prevista a entrega das primeiras unidades em junho. O novo Renault Kangoo Van E-Tech será proposto em dois comprimentos de carroçaria - L1 e L2 - e estreia uma bateria
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de iões de lítio com uma capacidade de 45 kWh, instalada por baixo do piso de compartimento de carga, que oferece uma autonomia de até 300 quilómetros em ciclo WLTP (ainda em fase de homologação). A linha motriz compreende igualmente um motor elétrico que desenvolve uma potência máxima de 90 kW e um binário de 245 Nm. Para otimizar o consumo e as prestações, o Kangoo Van E-Tech vai disponibilizar dois modos de condução - Normal e Eco - e três níveis de travagem regenerativa.
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Entre as novidades introduzidas pela Renault no Kangoo Van E-Tech destaque para a bomba de calor que permite otimizar o consumo energético. Para proporcionar uma maior conforto aos utilizadores, o novo furgão elétrico conta com aquecimento do pára-brisas, do volante e dos bancos. A Renault refere que também é possível programar remotamente o aquecimento do habitáculo ou o seu arrefecimento. Para recuperar a capacidade da bateria, a Renault propõe três tipos de carregadores
300 KM AUTONOMIA
90 KW MOTOR
600 KG CAPACIDADE L1
QUANDO? JUNHO 2022
de bordo para o Kangoo Van E-Tech: 11 kW (série), 22 kW e 22 kW DC 75. Em função dos mesmos poderá ser possível recuperar até 170 quilómetros de autonomia em 30 minutos num posto rápido de 80 kW. Já num posto público de 22 kW, é possível carregar entre 15% e 80% da capacidade da bateria em 2h36 ou em 1h30 se forem utilizados carregadores de bordo de 11 kW ou de 22 kW, respetivamente. A marca francesa acrescenta que o carregamento de 15% a 100% da cap acidade da
bateria pode demorar até 3h50 numa wallbox de 11 kW ou 6h00 numa wallbox de 7 kW. Num evento organizado pela Renault para os membros do júri o IVOTY (International Van of the Year) tivemos a oportunidade de conduzir os primeiros protótipos do Kangoo Van E-Tech. Exteriormente e conforme o leitor poderá constatar pelas imagens, a versão elétrica poucas diferenças apresenta relativamente à de motor de combustão interna. Como as baterias foram montadas por baixo do piso do compartimento de
carga, as dimensões deste último também são semelhantes, enquanto a capacidade de carga é de 600 quilos na variante L1 e de 800 quilos na L2. O interior já apresenta algumas diferenças, designadamente o painel de instrumentos específico e o seletor da transmissão. Numa primeira impressão dinâmica, o Kangoo Van E-Tech apresenta o comportamento habitual dos veículos elétricos em termos de aceleração, suavidade de condução e silêncio a bordo. /
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novidades
RENAULT MASTER VAN H2-TECH
ECOSSISTEMA COMPLETO O primeiro comercial elétrico da Renault com extensor de autonomia a hidrogénio é o Master Van H2-Tech, que oferece um alcance de até 500 quilómetros. Primeiro protótipo já foi revelado
A
joint-venture HYVIA, que resultou de uma parceria entre o Renault Group e a Plug Power, revelou o primeiro protótipo do Renault Master Van H2-Tech, um furgão elétrico com volume útil de carga de 12 m3, dotado com um sistema de célula de combustível, alimentado a hidrogénio. O Master Van H2-Tech combina um motor elétrico de 57 kW, uma bateria de iões de lítio de 33 kWh, uma pilha de combustível de 30 kW e quatro depósitos de hidrogénio de 1,5 kg a 700 bar. Esta solução permite uma autonomia de até 500 quilómetros e um reabastecimento em apenas cinco minutos.
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Além do do Master Van H2-Tech, a HYVIA também revelou o protótipo da estação de abastecimento de hidrogénio que permite o reabastecimento em cerca de cinco minutos. O hidrogénio disponibilizado será gerado no local, utilizando a eletrólise da água ou fornecido a granel, com recurso a semirreboques com cisternas. O sistema comprime o combustível, antes de o distribuir para o veículo quando é necessário. O sistema de abastecimento cumpre todos os regulamentos em vigor relativos a combustíveis gasosos. Os postos de abastecimento HYVIA estarão disponíveis para compra, aluguer ou em leasing.
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Os protótipos fazem parte do ecossistema HYVIA, que inclui a produção (eletrolisadores) e a distribuição de hidrogénio verde (Estação de reabastecimento de hidrogénio), com uma gama de veículos comerciais ligeiros movidos a célula de combustível (furgão, chassis-cabina e minibus), que complementa a oferta de veículos elétricos a bateria./
NISSAN TOWNSTAR
SEM OFERTA DIESEL A nova geração de comerciais compactos da Nissan, designada Townstar, não vai ter oferta diesel, sendo disponibilizadas apenas versões elétricas ou a gasolina
A
nova geração de comerciais compactos Townstar vem substituir os atuais NV250 e e-NV200, tendo sido desenvolvida pela Aliança Renault-NissanMitsubishi, partilhando a plataforma com os novos Renault Kangoo e MercedesBenz Citan. Contudo, ao contrário daqueles dois modelos, o novo Nissan Townstar não vai contar com motorizações diesel. A oferta vai assentar exclusivamente em duas opções de motorização: elétrica, com bateria de 44 kWh, autonomia de até 285 km, potência de 90 kW e binário de 245 Nm; gasolina, baseada no bloco de 1,3 litros com 130 cv de potência e 240 Nm de binário. Primeiro modelo europeu a receber a nova identidade da Nissan, o Townstar vai herdar, na versão elétrica, alguns dos elementos de estilo do crossover Ariya, designadamente os faróis LED com design exclusivo e um escudo frontal aerodinâmico que integra um padrão Kumiko intricado e um novo
design da caraterística dianteira V-motion da Nissan, com luzes de circulação diurna O novo modelo estará disponível em dois comprimentos de carroçaria - L1 e L2 - e irá oferecer um volume útil de carga até 3,9 m3 com antepara de segurança. O compartimento de carga permite acomodar duas europaletes, enquanto a capacidade pode chegar aos 800 kg. A capacidade de reboque. por seu lado, é de 1500 kg. O acesso ao compartimento de carga é efetuado por duas portas traseiras assimétricas (60:40), que podem abrir num ângulo até 180º. O novo Nissan Townstar será proposto com um vasto conjunto de tecnologias de segurança e de assistência ao condutor, incluindo a Assistência Inteligente a Ventos Laterais e Assistência Inteligente à Oscilação de Reboque, Travagem de Emergência Inteligente com Deteção de Peões e Ciclistas e Assistência em Cruzamentos, bem como o Estacionamento Automático e Cruise Control Inteligente. /
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novidades
FORD TOURNEO CONNECT
PRIMEIRA PARCERIA
A Ford revelou as primeiras imagens do novo Tourneo Connect que será proposto em dois comprimentos, quatro níveis de equipamento e três motorizações
A
Ford vai lançar a nova geração de veículos comerciais compactos e o programa de renovação começa pelas variantes de passageiros, designadas Tourneo Connect. Mais tarde surgirão as versões de mercadorias, que continuam a manter a designação Transit Connect. A nova geração de comerciais compactos é o primeiro resultado da Aliança com a Volkswagen, a qual constitui um elemento importante na estratégia futura da Ford. O novo Tourneo Connect foi, assim, desenvolvido em conjunto com a Volkswagen, partilhando muitos dos componentes (e não só) com o novo Caddy. Tal como como o seu congénere da Volkswagen será proposto em dois comprimentos de carroçaria - curto (L1) e longo (L2) - possibilitando o transporte até sete ocupantes. A Ford sublinha que o interior foi projetado para aumentar o conforto sem sacrificar a funcionalidade apreciada pelos utilizadores do Tourneo Connect. As amplas portas laterais deslizantes ajudam as crianças e
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os idosos a entrarem e a saírem do veículo naqueles locais onde o espaço é limitado para abertura das portas convencionais. O painel de bordo integra um ecrã tátil, de 8,25” (série) ou 10” (opção), que permite aceder aos comandos da navegação, climatização, audio, assim como outras funcionalidades, casos da ligação ao telefone, a informação acerca veículo ou a configuração do audio. O novo Tourneo Connect será comercializado em quatro níveis de equipamento: Active, Trend, Titanium e Sport. No capítulo
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mecânico estarão disponíveis três motorizações, uma a gasolina 1.5 EcoBoost com 114 cv e duas diesel 2.0 EcoBlue com 102 ou 122 cv. Todos os motores estão associados, de série, a caixas manuais de seis velocidades, sendo ainda possível optar por uma transmissão de dupla embraiagem PowerShift de sete relações. O novo Tourneo Connect vai ainda oferecer 19 sistemas de assistência à condução, destacando-se o assistente de pré-colisão com travagem automática de emergência e alerta de colisão frontal. /
novidades
VOLKSWAGEN MULTIVAN
NOVA INTERPRETAÇÃO DO ESPAÇO A Volkswagen Veículos Comerciais apresentou a nova geração da Multivan, que se destina ao transporte de passageiros. Modularidade, versatilidade e conforto são alguns dos argumentos, assim como a estreia de uma versão híbrida plug-in TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
N
uma combinação entre o ADN do mítico “Pão de Forma” e a moderna plataforma MQB, a Volkswagen Veículos Comerciais desenvolveu o novo modelo Multivan, que se insere no segmento de monovolumes de grandes dimensões, aproveitando uma designação utilizada anteriormente para identificar as versões mais equipadas da gama Transporter. O novo modelo vem substituir não só a Multivan (apenas as versões de tração integral da geração atual se manterão em comercialização), mas também a Sharan, que está a ser descontinuada. A nova Volkswagen Multivan será proposta em dois comprimentos de carroçaria 4,98 e 5,18 metros - e uma altura de tecto, destinando-se apenas ao transporte de até ocupantes, distribuídos em três filas de bancos. A marca alemã adianta que esta gama não terá versões adaptadas para o transporte de mercadorias.
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O interior oferece uma elevada versatilidade, graças às inúmeras possibilidades de configuração dos bancos. Como pesam apenas entre entre 23 kg e 29 kg (dependendo da especificação e da posição no habitáculo) podem ser removidos com facilidade. Por outro lado, um sistema de calhas garante que todos os bancos podem deslizar para a posição que for mais prática. Os bancos da segunda fila são giratórios, facilitando o convívio entre os ocupantes dos lugares traseiros. O inovador sistema de calhas funciona de ponta a ponta, ou seja, desde a bagageira até às costas do banco do condutor. Isso torna a disposição dos assentos muito flexível. Podem ser removidos com a maior das facilidades, por exemplo, os bancos de um lado da viatura para transportar bicicletas no interior. A bagageira, por sua vez, oferece um volume útil de 469 ou 763 litros com os assentos em posição normal nas versões curta e longa, respetivamente.
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No domínio tecnológico, a Multivan vem equipado de série com o “Digital Cockpit” e o sistema “Ready 2 Discover”, que está sempre integrado com os serviços online do “We Connect” e do “We Connect Plus”. No capítulo mecânico, a Multivan estará disponível, na fase de lançamento em dezembro, na versão híbrida plug-in (eHybrid), que combina um motor 1.4 TSI e um motor elétrico, para oferecer uma potência combinada de 218 cv. A bateria de iões de lítio, com uma capacidade de 13 kWh e localizada por baixo do piso, garante uma autonomia elétrica de até 50 km em ciclo WLTP, sendo possível percorrer um total de até 700 km, com o depósito de gasolina. A gama será proposta em três níveis de equipamento - Multivan, Life, Style - na série especial Energized. Este modelo também terá motores a gasolina 1.5 TSI (136 cv) e 2.0 TSI (204 cv) e um diesel 2.0 TDI (150 cv), mas este último só chegará em meados de 2022. /
ADN DO PÃO DE FORMA A imagem da nova Multivan é inspirada na mítica Pão de Forma. A altura máxima de 1,9 metros permite aceder à maioria dos parques subterrâneos
ESPAÇO MODULAR O utilizador pode configurar o espaço interior em função das necessidades. A nova plataforma permitiu introduzir o Cockpit Digital e mais assistência à condução
218 CV EHYBRID
4,9 M
COMPRIMENTO
460 L BAGAGEIRA
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LUGARES
QUANDO? DEZEMBRO 2021
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INTERNATIONAL PICK-UP AWARD 2022
OS TRÊS CANDIDATOS Isuzu D-Max, Jeep Gladiator e Toyota Hilux Invincible participaram nos ensaios dinâmicos realizados na Croácia para apuramento do vencedor do título de “International Pick-Up Award 2022”. A pick-up da Toyota acabou por ser a eleita…por margem mínima! TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
O
s membros do “International Pick-Up Award Award” (IPUA), organização de que faz parte a TURBO COMERCIAIS como representante de Portugal, participaram nos testes dinâmicos realizados na Croácia para apuramento do vencedor deste galardão em 2022. A concurso apresentaram-se três candidatos - Isuzu D-Max, Toyota Hilux Invincible e Jeep Gladiator -, enquanto o quarto concorrente, SsangYong Musso, acabou por faltar à chamada. Os testes decorreram na região de Starigrad Paklenica e envolveram percursos em pisos de asfalto e fora de estrada. Os três participantes nestes ensaios partilham algumas caraterísticas comuns:
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cabina dupla, tração integral não permanente, transmissão automática, caixa de transferências (com redutoras), bloqueio de diferencial traseiro, sistema eletrónico de controlo de descidas (Hill Control Descent), caixa de carga metálica com comprimento de 1,5 metros. Extra-concurso e para efeitos de comparação também estiveram presentes neste evento a atual detentora do título, Ford Ranger, e a RAM 1500 TRX, de que damos conta nas páginas seguintes. Em termos de dimensões exteriores, a Jeep Gladiator é a maior das três, com um comprimento de 5,54 metros, uma largura de 1,88 metros e uma distância entre-eixos de 3,49 metros. O comprimento exterior da Toyota Hilux e da Isuzu D-Max é quase
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idêntico, 5,33 metros contra 5,31 metros. Por outro lado, a Toyota é a mais larga das três (1,90 metros), mas também é aquela com a menor distância entre-eixos (3,09 metros). A Isuzu é a mais estreita (1,81 metros), mas ganha à sua concorrente nipónica por quatro centímetros em termos de distância entre-eixos.
APROXIMAÇÃO AOS SUV
No que se refere à imagem exterior, todas procuram fazer uma aproximação aos universo dos SUV e dos todo-o-terreno, embora isso seja mais acentuado na Gladiator, que se distingue pelo seu design inconfundível, com destaque para a lendária grelha de sete aberturas presente no Wrangler, mas com ligeiras atualizações e inclinada
COMPETÊNCIA EM FORA DE ESTRADA A Isuzu D-Max possui excelentes aptidões para fora estrada e conta ainda com sistemas eletrónicos para superar as situações mais difíceis
para trás para otimizar a aerodinâmica. Os faróis dianteiros, traseiros e de nevoeiro em LED, sublinham o visual inconfundível da pick-up da Jeep. Por sua vez, as atualizações mais recentes das pick-up da Toyota e da Isuzu também procuraram transmitir uma imagem mais semelhante a um SUV do que a um veículo de trabalho tradicional, especialmente nas variantes mais equipadas de Cabina Dupla ou Longa. Exemplo disso é a imagem da versão topo de gama da Hilux, denominada “Invincible”, que recebeu uma grelha frontal mais tridimensional, integrada no pára-choques dianteiro, para reforçar a imagem de robustez, potência e resistência. O design exterior distingue-se ainda pelos novos
conjuntos de luzes dianteiras e traseiras em LED, ao que se junta um novo desenho e acabamento maquinado das jantes de liga leve de 18”, além de detalhes exclusivos para fazer a diferença como, por exemplo, a proteção frontal e traseira, os estribos laterais. o roll-bar e os puxadores das portas na cor preta. Igualmente moderno é o visual da Isuzu D-Max que se carateriza pelas linhas musculadas, uma grelha escura ampla, os grupos óticos em forma oval ou os pára-choques com luzes de nevoeiro nevoeiro integradas.
INTERIOR
Passando ao interior, os três concorrentes procuram combinar uma elevada habitabi-
lidade, funcionalidade e um ambiente premium. Neste capítulo, a pick-up da Isuzu será aquela que se destaca, uma vez que foi aquela que mais recentemente recebeu uma remodelação mais profunda. O habitáculo possui bancos confortáveis e com revestimentos resistentes ao uso, podendo ser em pele no nível de equipamento LSE. O painel de bordo apresenta um friso cromado, acabamento também presente no volante multifunções. O painel de bordo integra um ecrã multifunções que permite ao condutor aceder às informações do computador de bordo. A consola central possui um ecrã tátil de nove polegadas, compatível com Android Auto e Apple CarPlay. O interior da Hilux apresenta um design
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IMBATÍVEL EM MAUS PISOS A pick-up Gladiator befeficia da experiência da Jeep em fora de estrada
mais semelhante a um ligeiro de passageiros da Toyota do que propriamente a um comercial ligeiro. As versões de lazer receberam novo sistema multimedia com ecrã tátil de oito polegadas, localizado na central e inclui alguns botões físicos para melhorar a operacionalidade em todas as condições de terreno. O painel de bordo da versão Invincible apresenta detalhes em preto metálico e acabamento cromado, oferecendo ainda iluminação em azul claro nas portas dianteiras e traseiras, enquanto os bancos em pele possuem revestimentos em dois tons. O habitáculo da Gladiator oferece um ambiente clássico de um todo-o-terreno da Jeep, destacando-se o painel central com formas depuradas e esculpidas, que complementa o design horizontal do painel de bordo. Os interiores completamente laváveis sublinham a funcionalidade de uma pick-up que também já disponibiliza avançadas
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tecnologias como o sistema Uconnect de quarta geração com ecrã tátil, painel de instrumentos com ecrã TFT que permite ao condutor configurar as informações em mais de cem maneiras para fácil acesso durante a operação.
MECÂNICA
Os três candidatos estavam equipados com potentes motorizações diesel. Neste capítulo, o Jeep Gladiator supera a concorrência, graças ao seu bloco MultiJet V6 3.0 que desenvolve uma potência de 264 cv à 3600 rpm e um binário de 600 Nm entre as 1400 e as 2800 rpm. A transmissão é assegurada por uma caixa automática de oito velocidades. A Toyota Hilux, por seu lado, recebeu um novo motor diesel de quatro cilindros e 2,8 litros que debita uma potência máxima de 204 cv às 3400 rpm e um binário de 500 Nm entre as 1600 e as 2400 rpm. A potência e o binário são transmitidos às rodas através de uma caixa automática de seis relações. A Isuzu D-Max continua disponível com motor turbodiesel de 1,9 litros que disponibiliza uma potência de 164 cv às 3600 rpm e um binário máximo de 360 Nm entre as 2000 e as 2500 rpm, estando a transmissão a cargo de uma caixa automática de seis relações.
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Em termos de aptidões para fora de estrada, a Gladiator leva claramente a melhor sobre a concorrência, já que conta ângulos de ataque de 41º, ventral de 18,4º e de saída de 25º, ao que se junta uma altura ao solo de 25,3 centímetros. A Hilux responde com um ângulo de ataque de 31º e de saída de 26º, mas com a maior altura ao solo, de 29,3 centímetros. A D-Max perde por pouco para a Toyota nos ângulos de ataque e saída, com 30,5º e 24,2º, respetivamente, e também fica no terceiro lugar em termos de altura ao solo. Quanto a prestações, segundo medições dos nossos colegas da Tuttotransporti no seu circuito de testes, a pick-up da Jeep é a mais rápida a acelerar do 0 aos 100 km/h (10,16 segundos), seguindo-se a Hilux (12,87 segundos) e finalmente a D-Max (15,02 segundos). No capítulo do consumo de combustível a uma velocidade constante de 100 km/h, a pick-up da Isuzu é a mais frugal, com uma média de 8,2 l/100 km, surgindo em segundo lugar a Gladiator, com 9,0 l/100 km e depois a Hilux, com 9,7 l/100 km. Curiosamente, esta última é a mais económica em ciclo urbano, embora com uma margem mínima para a Isuzu, 11,01 l/100 km contra 11,3 l/100 km, enquanto a pick-up da Jeep surge na terceira posição, com
12,6 l/100 km. Em autoestrada, a D-Max volta a ser a menos gastadora, com 10,4 l/100 km, seguindo-se a Hilux, com 11,49 l/100 km e a Gladiator, com 12,03 l/100 km. Quanto à carga útil, a Isuzu D-Max LSE oferece uma capacidade de 1015 kg, superiorizando-se à Toyota Hilux Invincible com 855 kg e à Jeep Gladiator que não vai além de 545 kg.
CAPACIDADES EM TODO-O-TERRENO
Para progressão em fora de estrada, as três pick-up estão equipadas com sistemas de tração integral e caixas de transferências (com altas e baixas), bloqueio de diferencial traseiro ou sistemas eletrónicos de assistência como o auxiliar de arranque em subidas ou o controlo de estabilidade em descidas.
Igualmente disponíveis estão os sistemas avançados de assistência à condução (ADAS) como os sistemas de travagem de emergência, alerta de pré-colisão, alerta de saída da faixa de rodagem e correção de trajetória que, em combinação com o sistema de limitação ativo da velocidade de cruzeiro (Adaptive Cruise Control). A Jeep Gladiator acrescenta a câmara dianteira para facilitar as manobras, atendendo que o pára-choques tem umas dimensões consideráveis. Em termos de preços no mercado nacional, a proposta mais barata é a da Isuzu, no nível de equipamento Cabina Dupla LSE 4x4 Automática, estando disponível a partir de 48.265 euros, seguindo-se a Toyota Hilux Invincible 2.8D por 60.040 euros e finalmente a Jeep Gladiator a partir de 70 mil euros.
TRADIÇÃO DE QUALIDADE Qualidade. robustez e fiabilidade foram sempre os atributos da lendária Hilux
CONCLUSÃO
Após a realização dos testes, os 15 membros do júri do IPUA que estiveram na Croácia, atribuíram os seus votos aos diferentes modelos. No final, a Toyota Hilux Invincible 2.8D acabaria por ser a eleita, mas a margem para a segunda classificada foi mínima, com 65 pontos contra 64, enquanto a Jeep Gladiator recebeu 38 pontos. /
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RAM 1500 TRX
CARGA FISCAL DEIXA PORTUGAL DE FORA A RAM decidiu lançar a pick-up 1500 TRX na Europa, mas Portugal ficou de fora devido à elevada carga fiscal sobre um veículo equipado com motor V8 de 6,2 litros com 711 cv. Prestações são impressionantes
A
RAM aproveitou o evento da edição de 2022 do International Pick-Up Award para apresentar oficialmente a versão de topo da sua pick-up na Europa. Lamentavelmente, Portugal será um dos mercados onde a RAM 1500 TRX não será comercializada devido à elevada carga fiscal que incide sobre os motores de grande cilindrada. Os responsáveis da marca norte-americana que agora integra o universo Stellantis fizeram as contas e chegaram à conclusão que esta pick-up iria pagar mais de cem mil euros só em impostos, elevando o preço
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de venda ao público para um valor pouco atrativo. Na Alemanha, este modelo está disponível a partir de 119.000 euros, antes de impostos. A RAM 1500 TRX é fortemente penalizada a nível fiscal pelo motor V8 a gasolina de 6,2 litros com supercompressor, conhecido por “Hellcat”, que desenvolve uma potência de 711 cv às 6100 rpm e um impressionante binário de 880 Nm às 4800 rpm. Este bloco permite à pick-up da RAM oferecer prestações pouco habituais no segmento, designadamente uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em
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4,5 segundos ou dos 0 aos 160 km/h em 10,5 segundos.
GRANDE, MUITO GRANDE
A pick-up de cabina dupla da RAM impressiona pelas suas dimensões exteriores, não tanto o comprimento de 5,81 metros, mas sobretudo a largura de 2,09 metros (sem espelhos) e a distância entre-eixos de 3,60 metros. Nas estradas europeias, estas dimensões obrigam a algum cuidado especial nos cruzamentos com outros veículos porque esta pick-up ocupa praticamente toda a faixa
de rodagem e nas curvas mais fechadas poderá obrigar a algumas manobras. A elevada altura ao solo de 301 mm e o capot longo também poderá dificultar a visibilidade, mas para ultrapassar esse constrangimento está disponível uma câmara traseira e outra dianteira. No que se refere a aptidões em todo-o-terreno destaque para as vias dianteiras e traseiras de 330 mm e 356 mm, respetivamente, assim como a capacidade de passagem a vau de 813 mm. O eixo dianteiro da TRX avançou 20 mm relativamente à versão normal da RAM 1500 para acomodar jantes de 18” e pneus de 35 polegadas. Referência ainda para a capacidade de reboque de 3674 kg, enquanto que a capacidade de carga não vai além de 594 quilos devido ao peso em vazio do veículo. O compartimento de carga, por sua vez, tem um
1,5 metros, valor habitual nas pick-up de cabina dupla.
INTERIOR LUXUOSO
5,81 M COMPRIMENTO
Quanto ao interior, este foi projetado para oferecer um nível de sofisticação e requinte de uma berlina ou SUV de luxo, destacando-se os materiais de elevada qualidade, incluindo um painel de bordo com revestimento em pele, um sistema de som Harman Kardon com 19 colunas ou um sistema de infoentretenimento Uconnect 4C NAV. Para apoiar a condução estão disponíveis mais de cem sistemas de segurança ativos e passivos, incluindo a câmara traseira Parkview com linhas dinâmicas, o programa eletrónico de estabilidade com mitigação eletrónica do rolamento, assistente de ângulo morto, regulador ativo da velocidade de cruzeiro, alerta de colisão frontal, entre outros. /
711 CV MOTOR V8
594 KG
CAPACIDADE CARGA
119.000 € PREÇO (ANTES IMPOSTOS)
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FORD RANGER
TRÊS SÉRIES ESPECIAIS Raptor Special Edition, Stormtrak e Wolftrak são as três novas séries especiais e limitadas introduzidas pela Ford na gama Ranger que estiveram presentes extra-concurso para efeitos de comparação e convencem pelas suas capacidades
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As caraterísticas originais da Ranger Raptor foram reforçadas com acabamentos exteriores específicos que sublinham o visual desportivo
potência de 213 cv e um binário de 500 Nm, estando associado a uma caixa automática de dez velocidades e a um sistema selecionmável de tração. Esta edição especial continua a utilizar a sofisticada suspensão da Ranger Raptor, o chassis afinado pela Ford Performance e o exclusivo Terrain Management System.
RANGER STORMTRAK
D
etentora do título de “International Pick-Up Award” de 2020, a Ford Ranger não quer viver dos louros alcançados num passado não muito longínquo. Por esse motivo, a marca decidiu lançar três novas edições especiais da pick-up mais vendida na Europa: Ranger Raptor Special Edition, Ranger Stormtrak e Ranger Wolftrak. Cada uma destas edições especiais de cabina dupla e tração integral está equipada com uma versão do potente motor diesel de 2,0 litros Ford EcoBlue e contam com conteúdos exteriores e interiores para reforçar o seu caráter de exclusividade. O topo de gama da pick-up da Ford na Europa é a Ranger Raptor, que passou a estar disponível numa edição especial limitada a mil unidades, denominada precisamente “Special Edition”. Exteriormente distingue-se pelas cores exclusivas - Azul Performance, Cinza Conquer e Branco Frozen - assim pelas decorações específicas, que incluem faixas duplas em preto mate - com rebordos em linhas de contraste a vermelho - no capot, tejadilho, painéis laterais
inferiores da carroçaria, asas traseiras e portão traseiro. Como complemento às faixas desportivas, os ganchos de reboque dianteiros apresentam uma cor vermelha, enquanto os guarda-lamas alargados, os pára-choques dianteiro e traseiro, os puxadores das portas e a grelha com relevo Ford recebem um acabamento em preto mate, transmitindo uma imagem ainda mais imponente que os detalhes exteriores cinzentos da versão de série da Ranger Raptor. O interior da cabina também foi personalizado com novos acabamentos com costuras vermelhas no volante, painel de instrumentos e painéis das portas. Os bancos em couro de elevada granulometria, que são de série, foram concebidos para oferecerem o máximo conforto e apoio, quer se trate de um terreno acidentado ou de uma estrada lisa. Esta versão conta igualmente com um painel de instrumentos em cor Raceway Grey que confere uma maior exclusividade. A nível mecânico, a Ranger Raptor Special Edition conta com um motor diesel Ford EcoBlue 2.0 biturbo que desenvolve uma
Desenvolvida com base na versão Wildtrak para apoiar os clientes com estilos de vida ativos, a Ranger Stormtrak é disponibilizada nas variantes de Cabina Dupla, com bancos confortáveis e maior habitabilidade, ou Super Space Cab, com maior espaço de carga. Esta série especial também recebe o motor motor diesel Ford EcoBlue 2.0 biturbo com 213 cv de potência e um binário de 500 Nm. O sistema selecionável de tração, de série, assegura um desempenho eficaz em fora de estrada, enquanto a transmissão automática de dez velocidades proporciona uma experiência de condução suave. A versão Stormtrak distingue-se pela cor exclusiva Rapid Red, também está presente nas inserções da grelha. O visual musculado é reforçado por decalques exclusivos no capot e nas laterais da carroçaria, emblemas tridimensionais bem visíveis, pára-choques traseiro em preto e barra desportiva. Os faróis LED e a proteção inferior integram a dotação de série. O equipamento de série inclui ainda o revestimento da caixa de carga, a divisória de carga e a nova cobertura Power Roller Shutter da Ford. A capacidade útil de carga é de uma tonelada da Wildtrak e a capacidade de reboque de 3,5 toneladas. O habitáculo da Ranger Stormtrak oferece bancos específicos com o mesmo couro
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DESIGN DISCRETO A versão Wolftrak foi otimizada para missões difíceis
flexível da Ranger Raptor, acentuado com logotipos Stormtrak bordados e gomos revestidos a tecido técnico. As superfícies interiores em Grafite escurecida e as costuras vermelhas combinam com a inconfundível paleta exterior da Stormtrak.
RANGER WOLFTRAK
Para utilizadores que privilegiam as capacidades em fora de estrada e um design mais discreto, a Ford desenvolveu a série limitada Wolftrak com base na Ranger XLT, equipada com motor diesel Ford EcoBlue 2.0 de 170 cv, com transmissão manual de seis velocidades ou em alternativa automática de dez relações. A dotação de série compreende o sistema selecionável de tração integral com função shift-on-the-fly, o diferencial traseiro. Os pneus de todo-o-terreno também são de série, para assegurar a melhor aderência, mesmo nas mais exigentes condições fora
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SÉRIES ESPECIAIS
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LUGARES
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MOTORIZAÇÕES
QUANDO? JÁ DISPONÍVEL
de estrada, contando com o apoio de uma configuração de tração integral com relações de caixa curtas (redutoras) para melhorar o desempenho em subidas íngremes e pisos macios. A Ranger Wolftrak oferece igualmente uma capacidade útil de carga de uma tonelada e uma capacidade de reboque de 3500 kg. Esta versão distingue-se por uma barra desportiva tubular com secções longas, que é exclusiva e permite uma fácil instalação de acessórios e de dispositivos de retenção de carga. A cor Conquer Grey acentua os contornos da pick-up e complementa a grelha em preto mate, a proteção inferior da carroçaria e as jantes de liga leve de 17 polegadas em preto. O estilo característico é completado por emblemas Wolftrak escurecidos e degraus laterais moldados em plástico. A cor Sea Grey também está disponível. /
ENSAIO
RENAULT KANGOO VAN EXTRA BLUE DCI 95 OPEN SESAME
COMERCIAL DO ANO As inovações introduzidas pela Renault na mais recente geração do Kangoo foram reconhecidas pelos membros do júri com a atribuição do prémio de "International Van of the Year 2022". Uma das versões oferece a maior porta lateral deslizante do mercado TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
D
esde o lançamento da primeira geração em 1997 que o Renault Kangoo tem sido um dos protagonistas no segmento dos furgões compactos, com mais de 4,3 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. Este modelo foi responsável por várias inovações na categoria como, por exemplo, a linha contínua entre a cabina e o compartimento de carga, solução essa que acabaria de ser adotada pela concorrência. Além disso também foi o primeiro furgão com uma porta lateral deslizante, portas traseiras assimétricas e antepára basculante, com banco do passageiro dobrável para um piso contínuo. A segunda geração, apresentada em 2007, também inovou ao disponibilizar uma gama com três comprimentos de carroçaria, o que era inédito no segmento, ao que se juntou mais tarde uma versão elétrica, denominada Z.E., embora inicialmente com uma autonomia bastante limitada. A terceira geração do Kangoo, que recentemente entrou em comercialização no mercado nacional, voltou a inovar, com a estreia da porta “Open Sesame by Renault”, que conta com o acesso lateral direito mais largo do segmento, com uma abertura de 1,45 metros, graças à remoção do pilar central da carroçaria. Esta porta deslizante facilita as operações de carga e descarga, evitando constrangimentos nos espaços mais apertados onde é mais complicado abrir as portas traseiras. Todavia, esta engenhosa porta lateral “Open Sesame by Renault” só está disponível no lado direito dos modelos de comprimento normal (L1) com dois bancos dianteiros.
ÁREA DE CARGA
Nesta terceira geração, o Kangoo Van é proposto apenas em dois comprimentos de carroçaria - Standard (L1) e Maxi (L2) -, uma vez que a procura da versão
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Compact não justificou o investimento nesta variante. Na primeira fase estão disponíveis apenas as versões “curtas” (L1), com um comprimento exterior de 4,49 metros, uma largura de 1,86 metros e uma altura de 1,89 metros. Estas dimensões exteriores garantem o acesso à maioria dos parques de estacionamento subterrâneos, otimizando algumas operações de distribuição urbana, designadamente as entregas em centros comerciais. O compartimento de carga da versão L1 oferece um comprimento interno de 1,81 metros, uma largura de 1,52 metros - sendo de 1,25 metros entre as cavas das rodas - e uma altura 1,12 metros. Esta combinação permite disponibilizar um volume útil de 3,3 m3. Em opção está disponível uma antepára em basculante e o banco do passageiro rebatível que permite aumentar o comprimento de carga até aos três metros e o volume útil até aos 3,9 m3. O compartimento de carga pode ter um estrado em borracha antiderrapante, olhais de fixação, revestimento a meia altura dos painéis laterais em PVC, assim como luzes LED no tecto.
REVISÃO EXTERIOR E INTERIOR
Em termos de imagem, a terceira geração do Kangoo Van adota o mais recente código de design da Renault, patente na assinatura visual com luzes de circulação diurna LED em forma de C. O capot ganhou um cunho mais vertical, enquanto um acabamento cromado se destaca entre a grelha e o pára-choques dianteiro. A silhueta do Kangoo Van foi igualmente revista, rompendo com o tradicional design quadrado de um furgão, o que se deve aos painéis laterais esculpidos com “ombros” pronunciados. As portas traseiras inclinadas e curvas transmitem uma sensação
TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2021/JANEIRO 2022
4 CIL. 1461 CC
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de fluidez e dinamismo. A secção traseira distingue-se pelas proporções mais equilibradas, conferindo uma aparência mais expressiva e uma perceção de maior estabilidade. A largura entre as cavas das rodas foi ampliada para aumentar o espaço de carga. Igualmente revisto e totalmente redesenhado foi o design do habitáculo, sendo esta a área onde se registou uma evolução mais significativa. A habitabilidade melhorou, designadamente ao nível do espaço para as pernas e para os ombros. A qualidade de construção também melhorou com a
introdução de materiais mais agradáveis à vista e robustos, enquanto o sistema de multimedia Renault Easy Link com ecrã tátil de oito polegadas está perfeitamente integrado na consola central. O Kangoo Van herdou alguns dos comandos e botões do Renault Clio, embora a plataforma seja do Scénic, além do carregador por indução e do telecomando “mãos livres”, que tranca automaticamente o veículo quando o condutor se afasta. Espaços para arrumação também não faltam no habitáculo, incluindo uma prateleira
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RENAULT KANGOO VAN EXTRA BLUE DCI 95 OPEN SESAME
OPEN SESAME Com um comprimento exterior de 4,49 metros, a variante"curta" (L1) do Kangoo Van oferece a maior acessibillidade lateral do segmento, designadamente na versão equipada com a porta "Open Sesame by Renault", com uma abertura de 1,46 metros
junto ao tejadilho, compartimentos no painel de bordo, bolsas nas portas, um compartimento fechado no lado do condutor com entradas USB. O nível de equipamento Extra conta ainda com a gaveta Renault Easy Life, com capacidade de sete litros, que funciona como porta-luvas.
APOIO À CONDUÇÃO
Num segmento que tem vindo a ganhar um maior nível de sofisticação, conforto, conectividade e assistência à condução, o novo Kangoo Van não deixa os seus créditos para a concorrência, disponibilizando alguns dos conteúdos tecnologicamente mais avançados da sua categoria, embora a maioria deles integrem a extensíssima lista de opcionais. Um deles é o sistema multimedia Renault Easy Link, compatível com Android Auto ou Apple CarPlay, que pode ser ativado por voz para possibilitar o acesso a todos os recursos de multimédia, navegação e infoentretenimento. O sistema pode ser disponibilizado numa pack que também inclui o Easy Pack Assist (sistema de ajuda ao estacionamento traseiro, lateral e dianteiro) e câmara de marcha-atrás. Novidade no Kangoo Van é o assistente de visão traseira, estreado na mais recente geração do Renault Master, que compreende um ecrã de sete polegadas no lugar do retrovisor interior que exibe as imagens
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captadas por uma câmara montada por cima das portas traseiras. O furgão compacto da Renault também pode ser equipado com o Pack Segurança Ativa, que reúne o sistema ativo de vigilância do ângulo morto, o alerta de excesso de velocidade com reconhecimento de sinais de trânsito, o sistema de travagem de emergência ativa interurbana, a comutação automática das luzes de estrada / cruzamento.
AO VOLANTE
A regulação em profundidade, altura e inclinação do banco do condutor, assim como a possibilidade de ajustamento do volante
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em profundidade e altura, permite ao utilizador encontrar a melhor posição. Além disso, os assentos foram reforçados com uma espuma e tecido mais resistente, para tornar a condução mais confortável, e também podem ser equipados com estofos em TEP, mais resistentes ao desgaste. O volante multifunções inclui comandos para aceder às informações do computador de bordo ou para ativar / desligar o regulador da velocidade de cruzeiro e o limitador de velocidade. No capítulo mecânico, o Kangoo Van continua a contar com oferta diesel, baseada no bloco de quatro cilindros em linha de 1461 cc. Uma das motorizações propos-
RENAULT KANGOO VAN EXTRA BLUE DCI 95 OPEN SESAME
FUNCIONALIDADE E TECNOLOGIA O novo Kangoo Van recebeu soluções que reforçam a sua funcionalidade quer no acesso ao compartimento de carga, quer aos principais comandos. O motor diesel é económico e agradável de utilizar
PREÇO 27.547 € MOTOR 4 CIL; 1461 CC; 95 CV; 3000 RPM BINÁRIO 260 NM TRANSMISSÃO Dian; 6 Vel; Man COMP./LARG./ALT. 4486/1860/1893 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2716 MM PESO BRUTO 2236 KG TARA 1671 KG CARGA ÚTIL 565 KG VOLUME ÚTIL 2,9 M3 CONSUMO 4,9 L/100 KM (WLTP) (Teste 4,9 l/100 KM) EMISSÕES 145 G/KM IUC 53,85 € *As nossas medições
EQUIPAMENTO
Volante regulável em altura, ar condicionado manual, botão de ignição, sistema de ajuda ao arranque em subida, sensores de estacionamento traseiros, sensores de chuva e luminosidade, retrovisores elétricos, sistema Easy-Link 8, suporte para smartphone, faróis de nevoeiro com função de iluminação em curva, gaveta Easy Life.
TECNOLOGIA CLASSE 2
tas oferece uma potência de 95 cv às 3000 rpm e um binário de 260 Nm às 1750 rpm. Associado a uma caixa manual de seis velocidades, precisa e bem escalonada, este propulsor proporciona um comportamento bastante agradável, destacando-se a disponibilidade de binário a baixas rotações, com reflexos positivos ao nível das acelerações e especialmente das recuperações. Igualmente positivo é o consumo de combustível com o computador de bordo a indicar um valor médio de 4,9 l/100 km durante o ensaio e em condições normais de utilização. O sistema Start / Stop e o modo de condução Eco contribuem para otimizar o
consumo. Os previsíveis baixos custos de utilização não são alcançados apenas pela poupança no combustível, mas também pelos intervalos de manutenção de dois anos ou 30 mil quilómetros. Além disso, o Kangoo Van paga Classe 1 nas autoestradas, mas com contrato da Via Verde, à semelhança dos concorrentes da Peugeot, Citroën, Opel e Toyota.
CONCLUSÃO
Proposto a partir de 27.547 euros, o Kangoo Van Extra Blue dCi Open Sesame by Renault conta com uma dotação de série relativamente interessante para um veículo deste segmento, destacando-se, entre outros,
o volante em sintético regulável em altura com comandos, o ar condicionado manual, o regulador de velocidade, o botão de ignição, o sistema de ajuda ao arranque em subida, os sensores de estacionamento traseiros, os sensores de chuva e luminosidade, retrovisores exteriores elétricos, o sistema Easy-Link 8, suporte para smartphone, faróis de nevoeiro com função de iluminação em curva, gaveta Easy Life. A unidade ensaiada também é um exemplo das muitas possibilidades de configuração do Kangoo Van, contando com um vasto conjunto de equipamentos propostos em opção, num total superior a cinco mil euros, elevando o preço final para os 32.565 euros. /
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ENSAIO
FIAT E-DUCATO FURGÃO MAXI L3H2 13M3 47 KWH
QUE REGENERAÇÃO! O primeiro comercial elétrico da Fiat Professional é o E-Ducato que oferece as mesmas funcionalidades e capacidades da versão de combustão, mas com emissões zero. O sistema de regeneração é exemplar. O preço é que nem por isso! TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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P
rimeira proposta totalmente elétrica da Fiat Professional, o E-Ducato foi projetado para oferecer a mesma volumetria e versatilidade das versões de combustão interna, estando disponível em mais de 400 configurações para satisfazer as necessidades de todos os operadores profissionais, desde frotas para transporte de mercadorias e empresas de construção até artesãos, comerciantes ou fornecedores de serviços municipalizados. O segredo reside na sua arquitetura com tração dianteira e sem ocupação de espaço no fundo do chassis e à ampla distância entre as longarinas, que possibilitou a instalação das baterias por baixo do piso,
PAINEL ESPECÍFICO O painel de bordo pode receber dois ecrãs táteis. O painel de instrumentos continua a ser analógico, embora com um mostrador específico para veículos elétricos
ELÉTRICO 90 kW
1 VEL
31,2 KWH
AUTO
/100 KM
122 CV
deixando intacto o volume útil de carga. Esta solução também garante uma melhor distribuição do peso e um baixo centro de gravidade, otimizando o comportamento dinâmico do veículo sob todas as condições de carga. Em termos de estilo exterior, o Fiat E-Ducato mantém-se fiel às linhas do modelo de 2020, não tendo recebido as mesmas alterações introduzidas no modelo deste ano, de que demos conta na edição anterior da TURBO COMERCIAIS. Segundo os responsáveis da Fiat Professional, isso foi propositado e por dois motivos. Em primeiro lugar, o processo de desenvolvimento do E-Ducato é anterior ao Ducato de combustão e, por isso, não foi possível
0 G/KM 0€ IUC
implementar as inovações introduzidas na atualização deste modelo; por outro lado, assegura uma diferenciação visual entre a Ducato elétrica e de combustão. O principal elemento de estilo consiste numa carroçaria que compreende dois volumes bem definidos: um superior e outro inferior. A secção dianteira distingue-se pelos montantes que se integram mutuamente através da musculada grelha frontal, a qual ainda inclui ao centro o anterior logotipo da Fiat. A frente distingue-se ainda pela grelha preta (opção) e pela linha dos faróis em Piano Black. Para assinalar o início da era elétrica, o E-Ducato estreia um logotipo constituído por dois elementos distintos: a letra “E” em
azul, cor associada à inovação e sustentabilidade, precedida por um “D” de Ducato, em prata escovada por cima,
CARGA NORMAL E RÁPIDA
A arquitetura elétrica do E-Ducato compreende um motor elétrico, que desenvolve uma potência de 90 kW (122 cv) e um binário máximo de 280 Nm, alimentado por uma bateria de iões de lítio com uma capacidade de 47 kWh ou 79 kWh. A unidade ensaiada estava equipada com a primeira opção, que permite percorrer até 170 km segundo o ciclo WLTP e até 235 km no ciclo urbano. Equipado com um carregador de bordo de 11 kW é possível recuperar a capacidade
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ENSAIO
FIAT E-DUCATO FURGÃO MAXI L3H2 13M3 47 KWH
MESMO VOLUME ÚTIL O compartimento de carga é idêntico ao da versão de combustão porque as baterias estão localizadas por baixo do piso. O derivativo Furgão Maxi L3H2 oferece um volume útil de 13 m3
total da bateria de 47 kWh numa wallbox de 11 kW em cerca de 4h50m, enquanto num posto de rápido de 50 kW demora cerca de 50 minutos para carregar até 80% da bateria. A entrada do ponto de carga está localizado atrás da porta do condutor, posição essa que em postos de carregamento rápidos obriga a avançar muito o veículo em direção à torre ou impossibilita mesmo se as mangueiras forem muito curtas como, por exemplo, numa determinada rede de supermercados. A cabina do Fiat E-Ducato Furgão é bastante espaçosa e oferece uma lotação para três ocupantes, graças a um assento individual do condutor e duplo do acompanhante. O design interior ainda é o da versão anterior deste modelo, mas a consola central já inclui um ecrã tátil de cinco (série) ou sete polegadas (opção). Este ecrã também permite visualizar as imagens da opcional câmara traseira, o que é bastante útil num veículo com um comprimento exterior de quase seis metros, como é o caso da unidade ensaiada. Os sensores de estacionamento traseiros são de série, assim como os espelhos exteriores elétricos, o airbag do condutor, os apoios de braços, a regulação do banco do passageiro O E-Ducato conta igualmente com um ecrã no lado esquerdo do condutor, que transmite informações acerca do fluxo de energia ou do nível de carga da bateria, mas, estranhamente, não acerca do consumo médio (apenas uns gráficos de difícil leitura).
EQUIPAMENTOS ESPECÍFICOS
O painel de instrumentos é específico do E-Ducato, incluindo o tradicional velocímetro e em substituição do conta-rotações
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um indicador de potência para visualização da linha motriz elétrica com os modos Charge, Economy e e-Power. Ao centro encontra-se um pequeno ecrã digital monocromático, que possibilita o acesso a alguns dados do computador de bordo, e por baixo os indicadores do nível de carga da bateria e de condução económica. A posição de condução é elevada que assegura uma boa visibilidade para o exterior. Lateralmente, os espelhos exteriores de campo duplo são uma preciosa ajuda. Para ligar o sistema de propulsão elétrico tem de se colocar a alavanca do seletor de condução na posição N e depois rodar a chave no canhão da ignição. A condução é a típica de um veículo elétrico, com a suave linha motriz elétrica a disponibilizar potência suficiente para enfrentar as subidas ou o trânsito intenso. O E-Ducato oferece três modos de condução - Normal, Eco e Power -, que podem ser selecionados através de um botão no painel de bordo, permitindo maximizar a
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autonomia ou as prestações, em função das necessidades. Será de referir que a velocidade está limitada eletronicamente a 100 km/h, o que exige algumas precauções nas ultrapassagens em vias rápidas ou autoestradas. O E-Ducato também oferece os sistemas de regeneração de energia e-Coasting e e-Braking, que são ativados deslocando a alavanca do modo de condução na posição D para a esquerda. Este sistema de regeneração de energia nas desacelerações e nas travagens é verdadeiramente impressionante porque oferece a capacidade para recuperar uma quantidade assinalável de energia, aumentando bastante a autonomia disponível para a condução. Na verdade, é um dos melhores sistemas da atualidade.
MESMA VOLUMETRIA
A unidade ensaiada do E-Ducato corresponde à versão Maxi de tecto alto (L3H2), que combina um comprimento exterior de 5,99 metros, com uma largura de 2,05 metros
e uma altura de 2,58 metros. O compartimento de carga é idêntico ao da versão de combustão, disponibilizando um volume útil de 13 m3, graças à combinação de um comprimento interno de 3,70 metros, uma altura de 1,93 metros e uma largura de 1,79 metros. Com homologação em 3500 quilos e como pesa em vazio 2735 kg, a carga útil é de apenas 765 kg. Nalguns países, e ao abrigo de uma diretiva comunitária, é possível conduzir veículos de mercadorias, equipados com energias alternativas e peso bruto superior a 3500 kg com carta de ligeiros, mas o legislador nacional parece ter-se esquecido (intencionalmente ou não) de fazer essa transposição para o ordenamento jurídico português.
A versão Maxi L3H2 Furgão do Fiat E-Ducato está disponível no mercado nacional a partir de 73.808 euros, com uma dotação de série bastante limitada. Todavia é possível configurar este veículo com equipamento adicional e a unidade ensaiada é exemplo disso, já que acrescenta o ecrã tátil de sete polegadas com navegação, o ar condicionado automático, a câmara traseira de estacionamento, a porta USB, luzes diurnas LED, o sensor de luminosidade e chuva, os encostos de cabeça “Ducato”, os tablier Tecno Ducato, os espelhos elétricos rebatíveis, o porta-objetos no tecto da cabina e o pack de segurança (inclui assistente de manutenção da faixa de rodagem e sistema de travagem
de emergência). Como consequência, o preço final sobe para uns ainda menos simpáticos 78.642 euros. Para quem necessita de um furgão elétrico de grande capacidade, o Fiat E-Ducato assume-se como uma das opções possíveis, já que oferece a mesma volumetria da versão de combustão, embora uma carga útil ligeiramente inferior devido ao aumento da autonomia. A autonomia superior aos 227 quilómetros é mais que suficiente para a maioria das operações urbanas, enquanto o custo energético é de 4,52 euros por cada cem quilómetros percorridos. Menos atrativo é o equipamento de série, limitado, o preço de venda ao público, que que, como vimos, numa unidade como a ensaiada ultrapassa os 78 mil euros. /
FIAT EDUCATO FURGÃO MAXI L3H2 13M3 47 KWH
COMANDOS TÍPICOS O travão de estacionamento é mecânico e a alavanca está localizada na posição tradicional, no lado esquerdo do condutor. O assento tem várias posições de regulação. O ecrã tátil no lado esquerdo do painel de bordo fornece informação acerca do fluxo de energia ou do nível de carga da bateria
PREÇO 73.808 € (78.642€ unidade ensaiada) MOTOR ELÉTRICO; 90 kW (122 cv); BINÁRIO 280 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 1 Vel; Auto COMP./LARG./ALT. 5998/2050/2579 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 4035 MM PESO BRUTO 3500 KG TARA 2735 KG VOLUME ÚTIL 13 M3 CONSUMO 31,2 kWh/100 KM (WLTP) (Teste ND kWh/100 KM) AUTONOMIA 227 KM EMISSÕES 0 G/KM IUC 0€ *As nossas medições
EQUIPAMENTO
Controlo de estabilidade, airbag condutor, apoio de braço dianteiro, três lugares na cabina, sensores de estacionamento traseiros, suspensão traseira bilâmina, espelhos retrovisores exteriores elétricos, rádio com ecrã tátil de 5” e Bluetooth, carregador de bateria de 11 kW, cabo carregamento modo 3
SISTEMA REGENERAÇÃO PREÇO
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reportagem
DOUROGÁS
PRIMEIRO POSTO DE BIOGNC A Dourogás já tem em operação o primeiro posto de biogás no nosso país, que permite a utilização deste combustível de origem renovável por camiões, autocarros e ligeiros TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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um investimento de aproximadamente meio milhão de euros para adaptação da infraestrutura à disponibilização de gás natural veicular de origem renovável (BioGNC), a Dourogás já tem em operação o primeiro posto de biogás no nosso país, que permite a sua utilização por camiões, autocarros e veículos ligeiros. Localizado em Santo António dos Cavaleiros (Loures), o posto de abastecimento de BioGNC resultou de uma colaboração entre a Dourogás, a Havi Logistics e a Scania para a descarbonização dos transportes. O biometano incorporado no posto de abastecimento tem origem num projeto pioneiro de demonstração de conceito que permite produzir gás natural 100% renovável a
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partir da digestão anaeróbia de resíduos orgânicos, o Biogasmove. A frota de veículos da empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste foi a primeira a utilizar este biocombustível, obtido a partir da biodigestão e valorização energética da matéria orgânica recolhida por essas viaturas. O gás natural veicular permite uma redução de monóxido de carbono (CO) em 30%, de óxidos de nitrogénio (NOx) em 35% e de dióxido de carbono (CO2) em cerca de 20% e, também, a redução em 95% de partículas em suspensão e a neutralização de emissões de dióxido de enxofre (SO2). O tempo de abastecimento de um pesado, camião ou autocarro, é de aproximadamente 10 a 12 minutos, que é o habitual neste
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tipo de viaturas, enquanto num veículo ligeiro é de dois a três minutos. O posto de combustível já disponibilizava gás natural comprimido de origem fóssil, tendo sido preparado e adaptado para fornecer um gás renovável produzido a partir de resíduos. Entre as principais alterações efetuadas no posto destaque para a instalação de uma unidade que recebe as botijas de gás e de uma outra que faz a mistura dos dois gases (metano e biometano), assim como uma melhoria no sistema de compressão.
PRIMEIRO PASSO
Com a demonstração da possibilidade de incorporação de biometano no sistema de abastecimento de gás natural veicular, a
A iniciativa da Dourogás é o corolário da execução de uma das medidas do Consórcio Ibérico “Eco-Gate”, que procura melhorar a eficiência do mercado de gás natural veicular
HIDROGÉNIO EM VISTA O presidente da Dourogás, Nuno Moreira, considera que os operadores do GNV estão preparados para disponibilizarem hidrogénio para o setor dos transportes
Dourogás reafirma a sua prioridade e aposta nos gases renováveis, como o hidrogénio verde e o biometano, nos quais estão concentrados os esforços de investigação e desenvolvimento do grupo com vista a afirmar a sua liderança como empresa gasista e com experiência demonstrada com mais de 25 anos e no sentido de ultrapassar os desafios da transição energética que o país e o mundo precisam.
O Grupo Dourogás tem como objetivo, até 2025, disponibilizar 50% de gás natural veicular de origem totalmente renovável, o que permitirá evitar a emissão de 7600 toneladas de CO2 por ano. “Aqui demos o primeiro passo”, afirma Nuno Moreira, CEO da Dourogás. “Temos projetos para a produção de gás renovável. Um deles já está em funcionamento no norte do País e um segundo já está em construção em Loures
que irá permitir aumentar a percentagem de gás natural renovável deste posto para quase 100%, produzido a partir da ETAR de Frielas”, acrescenta o responsável, adiantando que a entrada ao serviço está prevista para o primeiro semestre de 2022. “Se viermos conseguir comprovar que esse projeto de inovação funciona bem - e acreditamos que sim -, e em colaboração com as Águas do Tejo Atlântico, criaremos as condições para disponibilizar ao público gás natural veicular de origem renovável”, sublinha Nuno Moreira. Esta iniciativa da Dourogás, em parceria com a Havi Logistics e a Scania, é o corolário da execução de uma das medidas do Consórcio Ibérico “Eco-Gate”, que procura melhorar a eficiência do mercado de gás natural veicular através da implementação de soluções inovadoras que contribuam para uma mobilidade mais limpa e sustentável. O projeto contou com o apoio financeiro da Comissão Europeia no valor de cinco milhões de euros para ajudar na implementação desta nova forma de energia. Além do posto de Santo António dos Cavaleiros (Loures), o projeto envolveu a construção de mais quatro postos - Maia, Palmela, Elvas e Vilar Formoso - que já estão a funcionar desde 2020.
CARGA FISCAL PREOCUPANTE
A Dourogás é o principal operador de gás natural veicular no nosso país e nos últimos anos mais do que duplicou os pontos de abastecimento deste combustível, estando presente em locais fronteiriços de grande tráfego pesado de mercadorias (Vilar Formoso e Elvas-Caia), em grandes
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reportagem
DOUROGÁS
HAVI LOGISTICS
Aposta na sustentabilidade
A
Havi Logistics é parceiras deste projeto e um camião Scania P340, operado pela empresa, foi o primeiro a abastecer com BioGNC no posto de Santo António dos Cavaleiros (Loures). “Um dos desígnios estratégicos da Havi Logistics é a sustentabilidade. Temos vários projetos e um deles está relacionado com as emissões zero”, explica Luís Ferreira, diretor-geral da Havi Logistics Portugal a propósito desta colaboração com a Dourogás e a Scania. “O nosso objetivo é reduzir as emissões em 40% até 2030. Esse é o interesse da Havi Logistics nesta iniciativa e em tudo o que esteja relacionado com a inovação. Fomos pioneiros nalguns projetos de gás natural veicular em Portugal e nesse sentido estamos sempre interessados em participar nesse tipo de parcerias”, adianta o diretor-geral da Havi Logistics Portugal. Relativamente à experiência da Havi Logistics no domínio da descarbonização e da transição energética, Luís Ferreira refere que “não tem sido fácil, mas é uma questão de pioneirismo” e recorda que quando a empresa começou a querer apostar no gás natural veicular no nosso país não havia onde abastecer. Além disso, a própria autonomia dos camiões também era inferior. “Naquela altura, o dilema era o seguinte: não podíamos investir em camiões a gás porque não havia postos onde abastecer; do lado da Dourogás havia o problema do investimento em postos de GNV quando não existia procura. Conjugamos os nossos interesses com os da Dourogás que conseguiu encontrar outros parceiros para arranjar massa crítica para investir num posto de abastecimento de GNV”. O responsável da Havi Logistics esclarece que no início de um novo projeto há que fazer uma avaliação não só da parte ambiental, mas também da económica. “Quando ambas as componentes estão equilibradas, avançamos”, acrescenta Luís Ferreira. Atualmente, toda a frota própria de camiões da Havi Logistics em Portugal, constituída por 14 veículos, é a gás natural. “Por vezes subcontratamos serviços a terceiros e nesses casos também procuramos, sempre que possível, que os nossos parceiros tenham carros dedicados à nossa operação também a gás natural”.
LIDERANÇA NO GNV A Dourogás é o principal operador de gás natural veicular em Portugal, com 12 postos de abastecimento, e o primeiro a disponibilizar biogás para os transportes
áreas logística nacionais (como Carregado, Palmela, Gaia e Maia), e ainda em municípios tão diferentes como Porto (Francos e Via Norte), Loures, Mirandela e Vila Real. “Atualmente temos uma rede bastante capilar, com 12 postos”, refere Nuno Moreira, CEO da Dourogás. “Neste momento não temos nenhum posto em construção. Prevemos que ainda seja viável instalar mais um ou dois postos, acompanhando o aumento de interesse dos nossos clientes”. O responsável adianta que todos os anos se tem vindo a registar um crescimento de 30% nas vendas de gás natural veicular. “Se essa tendência se mantiver, como acreditamos que irá acontecer, procuraremos novas localizações”. Relativamente à taxa de ocupação dos postos de GNV, o CEO da Dourogás refere que o grau de satisfação é mediano. “Temos postos de ocupação superiores a 50% e outros abaixo disso, sobretudo das fronteiras”, esclarece. “Temos aí uma dificuldade relacionada com a carga fiscal sobre o GNV porque em Espanha este combustível paga menos imposto. Por isso, os postos da fronteira têm uma dificuldade que se tem vindo a agravar com o aumento da carga fiscal em Portugal. Se continuar assim não vamos ter clientes na fronteira e teremos de encerrar os postos de Elvas e Vilar Formoso. Nenhum cliente irá pagar mais 30% quando pode abastecer com um custo inferior em Espanha, onde também existe uma rede bastante capilar de GNV”.
TRANSIÇÃO PARA O HIDROGÉNIO
Com a incorporação de gases renováveis como o biometano 100% renovável e o hidrogénio, o gás natural é a solução para
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PRIMEIRO ABASTECIMENTO O primeiro camião a abastecer com biogás no posto de Santo António dos Cavaleiros foi um Scania P340 da Havi Logistics durante um cerimónia presenciada por muitos convidados da Dourogás
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES Uma segunda unidade que recebe as botijas de gás e um novo compressor foram algumas das alterações efetuadas no posto de BioGNV
O Grupo Dourogás tem como objetivo, até 2025, disponibilizar 50% de gás natural veicular de origem totalmente renovável, o que permitirá evitar a emissão de 7600 toneladas de CO2 por ano
descarbonizar no imediato, no futuro, o hidrogénio permitirá uma descarbonização a 100%. Esse é o entendimento do CEO da Dourogás, Nuno Moreira. “Os operadores de gás natural veicular, como nós, são aqueles que, no futuro, irão assegurar a operação de hidrogénio veicular, quando esse combustível for rentável”, afirma. “Do nosso ponto vista conseguimos criar condições de rendibilidade no posto. O problema é que ainda não existem viaturas pesadas de transporte. Esperemos que surjam a curto prazo. Nessa altura estaremos preparados para fazer o “upgrade” com facilidade de um posto como este para disponibilizar hidrogénio para essas viaturas”, sunlinha o CEO da Dourogás. “O hidrogénio é um gás que é disponibilizado comprimido, tal como atualmente sucede com o gás natural comprimido.
Vamos ter o primeiro posto de hidrogénio na zona de Vila Franca de Xira que deverá entrar em funcionamento em 2022. Inicialmente será utilizado num conjunto de testes em viaturas e se os clientes assim o decidirem estamos disponíveis para ampliar a rede para outras localizações”, garante Nuno Moreira. O responsável adianta que a instalação não será efetuada numa já existente, mas, sim, através da ampliação da infraestrutura com a colocação de novos “dispensers” para as viaturas. Aqui temos dois módulos: um inicial com um “dispenser” e um compressor; mais tarde adicionamos mais um “dispenser” e um compressor. Para o disponibilizar hidrogénio basta instalar mais um outro “dispenser” e compressor. Queremos estar na linha da frente não só da “obrigação” de descarbonização, mas ir mais além””, conclui Nuno Moreira. /
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novidades
MERCEDES-BENZ TRUCKS
DUPLA ESTRATÉGIA A Mercedes-Benz Trucks está a implementar uma dupla estratégia para reduzir o impacto ambiental do transporte rodoviário de mercadorias. A aposta passa pela otimização dos sistemas de propulsão diesel e pela eletrificação, com soluções a bateria ou célula de combustível
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om o objetivo de contribuir para um transporte rodoviário de mercadorias mais eficiente do ponto de vista económico e com menor impacto ambiental, a Mercedes-Benz Trucks está a desenvolver produtos, tecnologias e serviços que respondam às necessidades dos operadores, quer com sistemas de propulsão tradicionais (diesel) ou elétricos. Para o segmento diesel convencional, a Mercedes-Benz Trucks lançou recentemente duas novas versões da gama Actros, projetadas para responder às necessidades dos clientes em termos de funcionalidade e eficiência operacional ou de conforto do motorista, respetivamente. No primeiro caso, a Mercedes-Benz Trucks propõe o novo Actros L, que se assume como o topo de gama da oferta de camiões da marca alemã para o transporte de longo curso. A Mercedes-Benz Trucks tem a reputação de ser uma marca orientada para os clientes de frotas, enquanto alguns concorrentes, designadamente os suecos da Scania e da Volvo Trucks, apostam num ambiente mais requintado para o condutor e num posicionamento premium. A falta de motoristas levou a marca de Estugarda a rever a sua oferta de produto com a introdução do Mercedes-Benz Actros L. A nova proposta passa a ser a versão premium da gama Actros, oferecendo um equipamento bastante completo e um elevado nível de acabamento. A cabina está disponível nas versões StreamSpace, BigSpace e GigaSpace, com largura de 2,5 metros,
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TRÊS OPÇÕES eActros, Actros F e GenH2 Truck são três opções tecnológicas da Mercedes-Benz Trucks para o transporte rodoviário
assegurando um amplo espaço interior. A eliminação do túnel do motor permitiu a criação de um piso plano e um ambiente a bordo mais confortável. A melhoria da insonorização reduz o ruído indesejado, designadamente durante o período de descanso. Além disso, a posição de condução também foi melhorada. Os novos faróis LED, opcionais, oferecem uma maior intensidade da iluminação do que os faróis xénon convencionais, proporcionando uma melhor visibilidade. A segurança também foi reforçada com a adoção de avançados sistemas de assistência como a quinta geração do Active Brake Assist 5 (ABA 5), que compreen-
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A oferta a combustão do Mercedes-Benz Actros conta com duas novas propostas, L e F, que assumem posicionamentos distintos
TECNOLOGIA A BORDO O Mirror Cam e o cockpit multimedia fazem a diferença nas versões mais equipadas
de a travagem de emergência com deteção de peões, assim como o Assistente de Manutenção da Faixa de Rodagem e o MirrorCam, que substitui os espelhos exteriores tradicionais. O equipamento de segurança opcional compreende o Sideguard Assist (alerta de ângulo morto) com travagem ativa ou a segunda geração do sistema Active Drive Assist (ADA 2) que proporciona uma condução autónoma de nível 2. As funcionalidades dos sistemas de assistência são apresentadas ao condutor no cockpit multimedia com os seus dois ecrãs a cores que formam o centro do inferface homem máquina (HMI).
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novidades
OFERTA COMPLETA A gama Mercedes-Benz Actros está preparada para todas as aplicações possíveis e a oferta irá ser reforçada com versões a célula de combustível que utilizam hidrogénio como fonte de energia
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MERCEDES-BENZ TRUCKS
ACTROS F É ENTRADA DE GAMA
A Mercedes-Benz Trucks propõe o Actros F, que se destina aos operadores que pretendem um camião funcional para as suas frotas, mas dispensam algumas das inovações introduzidas na mais recente geração do Actros. Essencialmente pretendem um veículo com imagem Mercedes-Benz e um preço de aquisição mais atrativo. O Mercedes-Benz Actros F está disponível em 17 configurações e está vocacionado para operações de transporte regional ou distribuição pesada, designadamente como veículo para caixas móveis, recolha de resíduos ou transporte de cereais e inertes.
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O Mercedes-Benz Actros F pode ser equipado com as cabinas StreamSpace ou BigSpace, que graças a uma largura de 2,5 metros e a uma altura do túnel do motor de 120 mm, proporciona um espaço considerável para o condutor, ao que se junta a boa acessibilidade, o que se deve à baixa altura ao solo e aos três degraus. O equipamento opcional inclui o multimedia cockpit, o controlo inteligente da velocidade de cruzeiro e o sistema de controlo da transmissão Predictive Powertrain Control. Em termos de segurança, a dotação de série compreende a quinta geração do sistema de travagem de emergência Active Brake Assist (ABA), o Assistente de Manutenção
o eEconic, que se destina essencialmente a aplicações municipais, designadamente recolha de resíduos urbanos. Para esse tipo de operação municipal, o eEconic foi projetado para assegurar todo o serviço durante um turno sem carregamento intermédio. A linha motriz elétrica permite a utilização de uma cabina reforçada, facilitando a movimentação no interior, assim como as entradas e saídas do motorista que pode optar pela porta do passageiro. Uma novidade relativamente à versão de combustão consiste no intuitivo cockpit multimedia, assim como a superfície vidrada com sistema de aquecimento / arrefecimento para melhorar a visibilidade. A dotação de série inclui o sistema de deteção lateral e a quinta geração do sistema de travagem de emergência ativa.
VERSÕES PARA LONGO CURSO
Para o transporte de longo curso, a Mercedes-Benz Trucks vai apostar em soluções elétricas a bateria ou a célula de combustível da Faixa de Rodagem com deteção de ciclistas e peões.
ESTREIA DO EACTROS
Após exaustivos testes de desenvolvimento em conjunto com clientes selecionados, a Mercedes-Benz Trucks iniciou a produção em série na fábrica de Wörth do seu primeiro camião elétrico, o MercedesBenz eActros. Vocacionado para a distribuição pesada, este camião elétrico possui uma linha motriz com dois motores elétricos e uma transmissão de duas velocidades. Ambos os motores asseguram um elevado confor-
to na condução e excelentes prestações, enquanto a ausência de emissões e o baixo ruído permitem a sua operação durante a noite ou em zonas urbanas interditas à circulação de camiões diesel. Dependendo da versão, o Mercedes-Benz eActros vai “buscar” a energia a uma bateria com três ou quatro módulos, com uma capacidade unitária de 105 kWh. A capacidade máxima de 420 kWh permite uma autonomia de até 400 quilómetros. A bateria do eActros pode ser carregada em postos rápidos com uma potência até 160 kW. A versão de três módulos pode recuperar entre 20 a 80% da capacidade num posto rápido até 400 A em pouco mais de uma hora. Um ecrã no cockpit multimedia interativo transmite a informação acerca do nível de carga da bateria e da autonomia restante, assim como o consumo médio de energia em kWk por 100 km. O equipamento de série abrange o alerta acústico externo da presença do veículo para uma perceção mais rápida pelos peões e ciclistas, o assistente de deteção lateral para uma maior segurança nas manobras ou a quinta geração do sistema de travagem ativa com deteção de peões.
OFERTA REFORÇADA COM EECONIC
No segundo semestre de 2022, a MercedesBenz Trucks irá reforçar a sua oferta com
Para o transporte de longo curso, a Mercedes-Benz Trucks está a trabalhar em duas soluções, a bateria e célula de combustível. Para 2024 está prevista a produção do Mercedes-Benz eActros Long Haul, cuja bateria permitirá uma autonomia elétrica de aproximadamente 500 quilómetros. Outra aposta é um sistema de propulsão elétrico que utiliza uma pilha de combustível, alimentada a hidrogénio, para fornecer energia aos motores elétricos. A marca alemã está a efetuar testes com os protótipos GenH2 Truck, desde abril de 2021. Os camiões a hidrogénio deverão conseguir percorrer cerca de mil quilómetros entre abastecimentos. A marca sublinha que as prestações do camião serão semelhantes aos dos veículos equivalentes a combustão graças à utilização de hidrogénio líquido, que tem uma maior densidade energética do que o hidrogénio na forma gasosa. Os testes em clientes estão previstos para 2023 e a partir de 2027 deverão começar a ser entregues aos clientes os primeiros camiões GenH2 Truck produzidos em série. Para acelerar o desenvolvimento de soluções a hidrogénio, a Daimler Truck criou uma joint-venture com o Volvo Group, denominada “cellcentric” para a produção de sistemas de célula de combustível. A produção deverá arrancar em 2025. O construtor de Estugarda também estabeleceu um acordo com a Shell para a implementação de uma infraestrutura de abastecimento de hidrogénio com vista ao lançamento de camiões a célula de combustível na Europa. /
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novidades
VOLVO FL ELECTRIC
VENDAS ARRANCARAM EM PORTUGAL A Auto Sueco apresentou oficialmente o novo Volvo FL Electric no mercado nacional e deu a conhecer a estratégia da Volvo Trucks até 2050, que passa pela diminuição das emissões de dióxido de carbono TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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um evento realizado no Autódromo do Estoril, a Auto Sueco aproveitou não só para lançar o primeiro camião elétrico da Volvo Trucks no nosso país, mas também para divulgar a estratégia da marca sueca, que visa cumprir o Regulamento Europeu de Dióxido de Carbono e Consumo de Combustível, que entrou em vigor em 2019. O quadro legal vigente prevê uma redução de 15% e 30% nas emissões médias de dióxido de carbono até 2025 e 2030, respetivamente, face a 2019. Para se atingirem essas metas, os fabricantes terão de
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AUTONOMIA ATÉ 300 KM Com dois eixos e seis módulos, o Volvo FL Electric pemite percorrer até 300 km entre carregamentos
16 TON PESO BRUTO
165 KW POTÊNCIA
300 KM AUTONOMIA
QUANDO? JÁ
APRESENTAÇÃO NO ESTORIL Pedro Oliveira, diretor executivo da Auto Sueco, apresentou o Volvo FL Electric e a estratégia da marca sueca
melhorar a eficiência das soluções já existentes e apostar em energias alternativas como o gás natural veicular, que já oferece uma diminuição mínima de 20% nas emissões, ou elétricas, a bateria ou célula de combustível. A Volvo Trucks decidiu ir ainda mais longe no seu compromisso de redução das emissões de dióxido de carbono, tendo anunciado uma diminuição de 50% até 2030 e de 100% até 2040. Para 2050, o objetivo é o da neutralidade carbónica. Em termos de vendas, os camiões eletrificados deverão representar 45% do total em 2030 e os totalmente elétricos cerca de 35%.
Na transição gradual para a mobilidade elétrica, a Volvo Trucks está a desenvolver soluções específicas para cada tipo de transporte. Os primeiros produtos, que já se encontram em operação em alguns países europeus, destinam-se a distribuição urbana e à recolha de resíduos sólidos, sendo propostos com pesos brutos de 16 toneladas e 27 toneladas.
VOLVO FL ELECTRIC NO ESTORIL
No Autódromo do Estoril foi possível fazer um breve contacto com o Volvo FL Electric, um camião de dois eixos, com cabina curta, equipado com um motor elétrico que de-
senvolve uma potência de pico de 200 kW e nominal de 165 kW. Em função das necessidades operacionais, o Volvo FL Electric pode receber uma bateria de iões de lítio com quatro ou seis módulos, disponibilizando uma autonomia de até 300 quilómetros. O tempo de carregamento é inferior a uma hora em modo rápido na versão de quatro módulos ou de 6,5 horas em modo normal, enquanto na versão de seis módulos é possível recuperar a capacidade total em 90 minutos ou 10,5 horas, respetivamente. As baterias estão localizadas nas partes laterais do chassis e a linha motriz elétrica, constituída pelo motor elétrico e por uma caixa de duas velocidades, encontra-se junto ao eixo traseiro. Além do Volvo FL Electric, a Volvo Trucks também já comercializa o Volvo FE Electric, com três eixos, peso bruto de 27 toneladas. Este veículo está vocacionado para transportes urbanos mais exigentes como recolha de resíduos, construção ligeira e distribuição. Os motores elétricos desenvolvem uma potência de 400 kW em pico ou 330 kW em contínuo, que é alimentado por uma bateria de iões de lítio com quatro módulos. A autonomia anunciada é de 120 quilómetros para recolha de resíduos e construção ligeira ou 200 quilómetros para distribuição. /
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NIKOLA TRE
PRODUÇÃO NA ALEMANHA A joint-venture Nikola Iveco inaugurou uma fábrica para a produção de camiões elétricos - a bateria e célula de combustível - na cidade de Ulm, na Alemanha
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Nikola Corporation e a Iveco estabeleceram uma joint-venture para a produção de camiões elétricos, quer a bateria, quer a célula de combustível. Para o efeito, as duas empresas investiram numa fábrica em Ulm, na Alemanha, para a montagem em série de uma gama de veículos de gama alta que será comercializada como Nikola Tre. A fábrica da Nikola Iveco está implantada numa área total de 50.000 m2 , incluindo 25.000 m2 cobertos e 11.000 m2 dedica-
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dos para a montagem de veículos pesados elétricos. Todo o processo de produção contará com o envolvimento de 160 fornecedores e a localização da fábrica em Ulm levou em conta o facto da maioria dos fornecedores se encontrar a cerca de duas horas de distância. As instalações de Ulm deverão produzir cerca de mil unidades por ano num só turno, estando prevista a duplicação nos próximos anos com dois turnos. Os primeiros modelos Nikola Tre produzidos na fábrica de Ulm, a partir do final de
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2021, serão entregues a clientes selecionados em 2022.
BASE É O IVECO S-WAY
Ambos os modelos foram desenvolvidos a partir da plataforma do Iveco S-Way e contam com um eixo elétrico desenhado e produzido conjuntamente pela FPT Industrial. O Nikola Tre BEV está equipado com uma linha motriz elétrica que oferece uma potência em pico de 645 kW, alimentada por uma bateria de iões de lítio com uma capacidade de 763 kWh, proporcionando uma autonomia até 560 quilómetros.
INVESTIMENTO EM ULM A joint-venture Nikola Iveco vai produzir camiões elétricos a bateria e célula de combustível na Alemanha. A base é do Iveco S-Way. Porto de Hamburgo é o primeiro cliente do Nikola Tre BEV
Para recuperar a capacidade bateria são necessárias cerca de duas horas. Para operações que exigem um maior raio de ação será proposto o Nikola Tre FCEV, que adota a tecnologia elétrica e de célula de combustível da Nikola, juntamente com componentes-chave fornecidos pela Bosch. Esta versão com extensão de autonomia a hidrogénio desenvolve uma potência de pico de 480 kW e um binário de 1800 Nm. Os depósitos de hidrogénio com uma capacidade de 65 kg asseguram uma autonomia de até 800 quilómetros. O abastecimento demora cerca de 20 minu-
tos, sensivelmente o mesmo tempo de um camião diesel. Segundo a Nikola Iveco, o lançamento antecipado da tecnologia de bateria conduzirá à maturidade da plataforma subjacente antes de adicionar a célula de combustível como tecnologia de extensão de energia no final de 2023. A inauguração da fábrica da Nikola Iveco em Ulm foi ainda assinalada pela assinatura de um memorando de entendimento com o porto de Hamburgo para o fornecimento de 25 unidades do Nikola Tre BEV durante o ano de 2022. /
645 KW MOTOR ELÉTRICO
763 kWh BATERIA
560 KM AUTONOMIA
QUANDO? 2022
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COMERCIAIS
RENAULT KANGOO VAN & MERCEDES-BENZ CITAN
“COMERCIAIS DO ANO” 2022
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uma cerimónia realizada no Salão Solutrans 2021, os novos Renault Kangoo Van e MercedesBenz Citan foram anunciados como os vencedores do prestigiado prémio International Van of the Year 2022 (Veículo Comercial Internacional do Ano de 2022”), atribuído por um júri constituído por jornalistas de 24 países da imprensa especializada europeia. Na segunda posição ficou a quinta geração do Volkswagen Caddy. “Como o programa de prémios entra na sua quarta década, a filosofia e os objetivos permanceram inalterados, não obstante o
elevado nível de tecnologia e inovações alcançados pelos fabricantes e que também vão de encontro às tendências do mercado”, explica Jarlath Sweeney, presidente do IVOTY (International Van of the Year). “O critério principal para o prémio de Veículo Comercial Internacional do Ano é a contribuição do veículo para a eficiência, segurança, sustentabilidade e padrões ambientais no sector dos veículos comerciais ligeiros”, acrescenta o presidente do júri. “Na corrida ao prémio de 2022 do IVOTY apresentaram-se a concurso candidatos com motores diesel tradicionais e algumas versões elétricas a bateria (BEV).
Inicialmente, a lista tinha 14 novos furgões, lançados por onze marcas de veículos comerciais, para que o júri europeu do IVOTY pudesse eleger o vencedor”, adianta Jarlath Sweeney. Na análise aos novos Kangoo Van e Citan, o júri levou em conta o projeto de colaboração plurianual entre as marcas francesa e alemã, tendo cada uma contribuído com caraterísticas únicas ao programa de desenvolvimento, destacando-se as portas “Open Sesame” no Renault Kangoo Van e a inclusão do sistema de infoentrenimento Mercedes-Benz MBUX e outros dispositivos de segurança no Citan.
MAN ETGE
Versões já carroçadas
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MAN Truck & Bus passou a disponibilizar derivativos carroçados da versão elétrica do comercial de grandes dimensões TGE. A nova oferta destina-se a satisfazer a procura por soluções de emissões zero para operações em áreas urbanas. Os veículos foram desenvolvidos ao abrigo de cooperação com fabricantes europeus de carroçarias, estando disponíveis variantes com contentor fechado, plataforma ou basculante trilateral. As caraterísticas técnicas não sofreram alterações com as novas opções de carroçaria. A bateria possui uma capacidade de 35,8 kWh, enquanto o motor elétrico desenvolve uma potência de 100 kW (136 cv).
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Frotistas testam Ford E-Transit
TOYOTA HILUX
PICK-UP DE 2022/2023
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v encedora da sexta edição do “International Pick-Up Award” (IPUA) é a nova Toyota Hilux. O prémio foi entregue ao vice-presidente da Toyota Moyor Europe, Didier Gambart, no jantar de gala do Salão Solutrans pelo presidente do júri Jarlath Sweeney. “Desde 2009 que o prémio de “International Pick-Up Award” tem sido entregue à mais eficiente pick-up do momento”, explicou o presidente do IPUA. A nova cadeia cinemática potente e suave, o comportamento dinâmico e a sua lendária qualidade, durabilidade e fiabilidade foram os principais aspetos que o júri levaou em
consideração na atribuição do International Pick-Up Award à Toyota Hilux. “Com mais de 50 anos de tradição, a Hilux sempre se destacou pela sua impressionante qualidade, durabilidade e fiabilidade como também pelas suas competentes prestações”, refere Didier Gambart. “Agora, com o novo diesel de 2,8 litros que disponibiliza ainda mais potência e refinamento, permitindo-nos ir ao encontro das necessidades dos clientes que não só querem um veículo de trabalho, mas também de lazer. Por isso, este prémio é o reconhecimento das qualidades típicas da Hilux, ainda com mais capacidades.
Peugeot quer liderar nos comerciais elétricos
FIAT SCUDO E ULYSSE
DE REGRESSO AO MERCADO
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a sequência do fim da parceria entre a Fiat Professional e a Renault para o fornecimento de veículos comerciais de dimensões médias, a marca italiana anunciou que a nova geração terá por base a plataforma multienergias EMP2 da Stellantis e que o modelo Talento será substituído pelo Scudo para o transporte de mercadorias e Ulysse para o de passageiros. A Fiat Professional recupera, assim, duas designações de modelos que já estiveram em comercialização entre 1996 e 2016 (Scudo) e 1994 e 2002 (Ulysse). Ambos estarão disponíveis em versões de combustão interna e elétricas, e serão produzidos na histórica fábrica de Hordain, perto de Valenciennes, no norte de França. O novo Fiat Scudo será proposto em três carroçarias - Van, Combi e Cab - que na versão de combustão interna terá motor
A Ford iniciou o programa de testes com o E-Transit em clientes europeus antes do lançamento desta gama de veículos comerciais elétricos de grandes dimensões na primavera de 2022. Este programa de testes em condições reais de operação conta com a participação de dez protótipos que serão colocados à prova numa variedade de cenários nos setores da distribuição postal, serviços municipais e de utilidade pública, distribuição urbana e entrega de produtos domésticos na Alemanha, Noruega e Reino Unido.
diesel, associado a uma transmissão manual ou automática. As encomendas para o Fiat Scudo arrancam entre o final deste ano e o início do próximo, enquanto o Fiat Ulysse ficará disponível durante o primeiro trimestre de 2022. À semelhança dos comerciais de dimensões médias da Peugeot, Opel, Citroën e Toyota, os novos Fiat Scudo e Ulysse também contarão com versões elétricas, permitindo à marca acompanhar a transição em curso rumo a uma mobilidade de emissões zero.
Após o lançamento de uma gama completa de furgões elétricos, a Peugeot ambiciona ser líder de vendas neste segmento na Europa já em 2022. A marca francesa refere que até final de 2021 terá entregue quatro mil veículos e conta com uma carteira de encomendas superior a dez mil unidades dos modelos e-Partner, e-Expert e e-Boxer. A característica distintiva de todos os furgões elétricos é de não fazerem cedências em termos de volume útil ou de funcionalidades práticas comparativamente às versões diesel.
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PESADOS
FORD TRUCKS
NOVAS INSTALAÇÕES EM POMBAL
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om a abertura das instalações de Pombal, a Ford Trucks passou a contar com uma rede de seis pontos de venda e assistência em Portugal. O crescimento da marca, representada pela OneShop, tem sido alcançada num ambiente caraterizado pelos constrangimentos pandémicos que atingiram as atividades económicas, incluindo, naturalmente, o setor dos veículos pesados. Localizado em Meirinhas, no concelho de Pombal, o mega entreposto da Ford Trucks é constituído por um edifício com três pisos com uma área superior a 1500 m2 ,
que conta com espaços dedicados para oficinas e exposição de viaturas, serviços administrativos e comerciais. Além disso, as instalações possuem ainda uma área descoberta de 8400 m2. “O ano de 2021 é um marco importante na consolidação do nosso negócio em Portugal, com a abertura das instalações do importador em Meirinhas, num investimento que ultrapassou os cinco milhões de euros”, refere Bruno Oliveira, diretor-geral da Ford Trucks Portugal. O responsável adianta que a marca prevê alcançar um volume de negócios de 41 milhões de euros em 2021, um
crescimento de 100% face ao ano passado. “Já 2020, por sua vez, mais que duplicou o negócio do ano de entrada, em 2019, que fechou com 8,6 milhões de euros”. Em linha com o volume de negócios também o parque circulante deverá ultrapassar as 350 unidades até ao final de 2021, o que representa uma taxa de penetração de 5% no segmento acima das 16 toneladas, valor que supera todas as expetativas da marca. Para 2022, fruto da estratégia definida e da boa aceitação por parte dos clientes, a Ford Trucks espera continuar a crescer e alcançar uma quota de mercado de 6%.
IVECO S-WAY GNC
Amazon encomenda 1064 unidades
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Amazon encomendou 1064 camiões S-Way GNC (Gás Natural Comprimido) à Iveco para reforço das suas operações na Europa. O primeiro lote de 216 unidades destinadas aos seus parceiros já foram entregues, estando previsto o fornecimento de mais 848 unidades em meados de 2022. Os 1064 camiões Iveco S-Way GNC contam com motores Cursor 13 Natural Gas da FPT Industrial e possuem depósitos de gás natural comprimido com uma capacidade de 1052 litros (os maiores disponíveis) para assegurarem uma autonomia de 620 quilómetros entre reabastecimentos. Os 848 camiões Iveco S-Way GNC a se-
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rem entregues irão receber o sistema Iveco Driver Pal, com funcionalidades de voz desenvolvidas a partir da plataforma Amazon Alexa. “Há 25 anos que somos pioneiros na tecnologia de propulsão a gás, desenvolvendo soluções que permitem aos operadores obter, desde já, reduções significativas nas emissões”, afirma Gerrit Marx, CEO indigitado do Iveco Group. “A colaboração com líderes globais como a Amazon é uma prova das fortes capacidades dos nossos inovadores produtos e do nosso inabalável compromisso para com o objetivo, estabelecido pela indústria, de descarbonização dos transportes
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até 2050”, salienta o responsável da marca de veículos comerciais ligeiros e pesados da CNH Industrial.
Recorde mundial de autonomia
DAF XF, XG E XG+
PRÉMIOS A DOBRAR
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nova geração de camiões XF, XG e XG+ da DAF Trucks conquistou o prestigiado prémio de “International Truck of the Year” de 2022, atribuído por um painel de 24 jornalistas da imprensa especializada europeia. O troféu foi entregue no Salão Solutrans, em Lyon (França). “Os DAF XF, XG e XG+ estabelecem um novo ponto de referência na indústria para a eficiência, a segurança e o conforto do motorista”, referiu o presidente do júri Gianenrico Griffini, após a realização de inúmeros testes. “A DAF é o primeiro fabricante de camiões a introduzir uma geração de camiões completamente nova a pensar nos novos regu-
lamentos de pesos e dimensões dos pesados”, sublinhou o italiano. “O resultado traduz-se numa gama de camiões altamente atrativa e muito aerodinâmica, que garante eficiência, segurança e conforto para o condutor que são líderes na classe”. A DAF Trucks foi ainda distinguida com o Truck Innovation Award pelo seu XF Innovation com motor de combustão a hidrogénio. “Este prémio em particular remete para a nossa filosofia de explorar o conjunto de tecnologias ao longo da caminhada para a descarbonização do transporte e da mobilidade da próxima década”, comenta Ron Borsboom, diretor executivo de desenvolvimento de produtos da DAF.
FUSO CANTER
RENOVAÇÃO PROFUNDA
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Fuso iniciou a comercialização do novo Canter no mercado europeu, estando previstas as primeiras entregas para o final do ano. Este modelo apresenta uma cabina redesenhada, assim como um reforço nos equipamentos de segurança e conforto. A gama continua a ser proposta em cinco pesos brutos, das 3,5 às 8,55 toneladas, seis distâncias entre-eixos (2,5 a 4,75 metros), três motorizações (dos 130 aos 175 cv) e três versões de cabina: standard, com 1,7 metros de largura; comfort, com dois metros de largura; dupla (crewcab),
também com dois metros de largura. A produção para a Europa é assegurada pela fábrica do Tramagal, em Portugal.
Com um total de 1099 km percorridos em 23 horas, o DPD Futuricum, equipado com pneus Continental, bateu o recorde mundial do Guiness para a maior distância percorrida por um camião elétrico com um único carregamento. O novo máximo foi alcançado na pista oval Contidrom, em Hannover. O recorde foi batido por um camião Futuricum, baseado no Volvo FH, que tem sido utilizado pela DPD da Suíça em operações de tráfego regional. O veículo tem um peso bruto de 19 toneladas, um motor elétrico com 680 cv e uma bateria com capacidade de 680 kWh.
Scania Super está de regresso A Scania introduziu um novo motor diesel de seis cilindros em linha 13 litros, denominado Scania Super Powertrain. Proposto em níveis de potência de 420 cv, 460 cv e 520 cv, permite uma redução do consumo em 8% em associação com as novas caixas de velocidades Opticruise e a nova ponte traseira de redução simples R756. A Scania também lançou um novo modelo flexível de chassis, denominado MACH (Chassis de Arquitetura Modular da Scania), que oferece um novo conjunto de regras para furos de estruturas.
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AUTOCARROS
ISUZU VISIGO HYPER
JÁ DISPONÍVEL EM PORTUGAL
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Auto Sueco iniciou oficialmente a comercialização de autocarros da marca Isuzu com a apresentação do modelo Visigo Hyper. Vocacionado para serviços de turismo possui um comprimento exterior de 9,66 metros, uma largura de 2,45 metros e uma altura de 3,37 metros. O compartimento de passageiros está disponível em três configurações de lugares - 35+1+1, 37+1+1 ou 39+1+1 -, que varia em função dos assentos escolhidos e do espaço entre os mesmos ou do tipo de aplicação.
Os passageiros desfrutam de um interior espaçoso, luxuoso, destacando-se os bancos com ajuste lateral e em inclinação, assim como os equipamentos premium como a janela panorâmica ou o frigorífico. Para garantir um elevado conforto aos passageiros, o autocarro está equipado com um sistema automático de climatização, controlo digital de aquecimento e refrigeração, ar condicionado digital com saída independente para condutor e ocupantes. Os passageiros beneficiam ainda de um sistema de audiovisual, constituído por leitor
de DVD/MP3 e monitor de LCD. A bagageira é outro dos argumentos, já que oferece um volume útil de 5,5 m3. No capítulo mecânico, a unidade apresentada pela Auto Sueco em S. João da Talha está equipada com um motor traseiro Cummins, de seis cilindros em linha, 6,7 litros e com injecção “common rail”, que desenvolve uma potência de 320 cv às 2300 rpm. Este bloco está associado a uma caixa de velocidades automática ZF EcoLife de seis relações. Em alternativa está disponível uma motorização de 250 cv.
IRIZAR I4 GNL
Autonomia até 1000 km
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produção do autocarro interurbano Irizar i4 GNL já arrancou na fábrica de Ormaiztegi, em Espanha, constituindo uma alternativa mais sustentável para transporte interurbano, suburbano, escolar ou serviços ocasionais. O Irizar i4 GNL está homologado como Classe 2 e oferece uma autonomia de até mil quilómetros com um único abastecimento. Para o efeito está equipado com dois depósitos cilíndricos de tipo criogénico (-162 ºC), localizados longitudinalmente em ambos os lados do compartimento central da bagageira, o qual é totalmente estaque e está isolado da zona dos passageiros.
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180 Iveco E-Way para Paris
NEOPLAN CITYLINER PLATIN
AUTOCARRO DE TURISMO DE 2022
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ela segunda vez consecutiva e pela décima vez no total, a MAN Truck & Bus conquistou o prémio de “Bus and Coach of the Year”. Desta vez, o júri, constituído por jornalistas da imprensa especializada de 22 países europeus, elegeu o Neoplan Cityliner Platin como “Coach of the Year 2022”. O Platin é uma edição especial do Neoplan Cityliner que assinala o 50º aniversário deste autocarro de turismo e longo curso. Visualmente, o veículo distingue-se pelos discretos lados pintados em cor platina, na frente e na traseira, bem como os logótipos originais "Platina" e outros elementos
cromados, assim como os novos e dinâmicos acabamentos das rodas. Os jornalistas também elogiaram o local de trabalho do motorista de alta qualidade e os inovadores sistemas de segurança e assistência de que o motorista e os passageiros beneficiam. Estes incluem o sistema de amortecimento ativo e eletronicamente ajustável MAN Comfort Drive Suspension (CDS), MAN OptiView e, por conseguinte, o primeiro sistema de substituição de espelhos do mundo para autocarros e o assistente de viragem com função de aviso ativa e deteção de peões - uma forma eficaz de prevenir acidentes causados por ângulos mortos.
Mais 20 MAN Lion’s City E para Hamburgo
SIEMENS SICHARGE UC
CARREGADORES PARA ZURIQUE
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Siemens Portugal vai fornecer 45 unidades de carregamento para os novos autocarros elétricos da cidade de Zurique, na Suíça. Os equipamentos vão ser produzidos na fábrica de Corroios (Seixal) no âmbito de um contrato assinado com a Autoridade de Transportes Públicos de Zurique (VBZ) para o fornecimento, instalação e comissionamento dos carregadores elétricos. A infraestrutura de carregamento irá ser instalada no terminal de autocarros de Hardau, onde os 45 novos veículos elétricos irão ser carregados no futuro. A instalação deverá estar operacional no início de 2022.O terminal de autocarros de Hardau vai receber 45 estações de carregamento Sicharge UC, incluindo 30 com capacidade
A Iveco Bus recebeu uma encomenda da RATP - Régie Autonome des Transports Parisiens, para o fornecimento de 180 autocarros elétricos E-Way de 12 metros de comprimento, ao abrigo de um concurso público. Os novos autocarros elétricos irão juntar-se às 247 unidades produzidas pela Iveco Bus, já em operação ou em processo de entrega. A opção da RATP recaiu na versão de carregamento noturno do Iveco E-Way.
de carregamento de 100 kW e 15 de 150 kW. Os autocarros elétricos serão carregados por cabos e conectores CCS, sobretudo durante a noite. Esta instalação tem a particularidade de ter cabos de carga suspensos no tecto, deixando os acessos livres e facilitando a entrada e saída de veículos.
Após uma primeira encomenda de 17 autocarros MAN Lion’s City 12 E, o operador de transportes públicos da cidade de Hamburgo VHH - Verkehrsbetriebe Hamburg-Holstein voltou a adjudicar mais um lote de 20 autocarros elétricos à MAN Truck & Bus. O contrato prevê o fornecimento de dez autocarros standard de 12 metros e dez articulados de 18 metros. Os novos urbanos deverão ser entregues até ao final de 2021.
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TÉCNICA
VEÍCULOS PESADOS ELÉTRICOS
PARA QUANDO A UTILIZAÇÃO MAIS FREQUENTE? Explanação dos principais custos e mais valias na melhoria das emissões ambientais, consumos e custos totais TEXTO PEDRO MONTENEGRO
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partir do próximo ano, os transportadores de mercadorias da Europa poderão encomendar versões totalmente elétricas de camiões pesados a vários fabricantes. O enorme impulso da indústria em direção à eletrificação marca um grande passo no caminho para o transporte livre de emissões poluentes. O mercado de veículos elétricos está a aumentar. Cada vez mais os automóveis ligeiros, autocarros e camiões elétricos estão presentes no setor do transporte rodoviário. As novas tecnologias irão contribuir para o desenvolvimento do setor. Os políticos têm sido lentos na tomada de decisões ambientais, mas a legislação vai proibir o comércio de veículos pesados no-
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vos d e mercadorias e autocarros movidos a combustíveis fósseis a partir de 2040. Um grande desafio para a indústria dos construtores de automóveis pesados, que ainda não tem, segundo alguns especialistas, tecnologia suficientemente avançada para se reinventar. Em França, a frota de pesados de mercadorias conta com mais de 600 000 veículos, todos a gasóleo, com uma longevidade de cerca de dez anos. Estes veículos poderão continuar a operar depois de 2040, mas o setor construtor terá que se reinventar para adaptar a sua oferta. Com esta medida, Bruxelas espera alcançar a neutralidade de carbono em 2050. Para o investigador, esta proibição não pode ser feita sem ajuda, a nível europeu. Os fabricantes vão precisar que outros paí-
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ses façam o mesmo, e nem todos o podem ainda fazer. Deverão existir incentivos ao desenvolvimento dos camiões elétricos. A eletricidade está a começar a ser uma moda entre os fabricantes de automóveis. A razão desta tendência é justificada pelo facto de os camiões serem bastante poluentes. Um estudo recente do Centro Técnico Interprofissional para Estudos de Poluição Atmosférica (CITEPA) mostra que os veículos pesados de mercadorias são responsáveis por mais de 8% das emissões de CO2 em França, por exemplo.
ELEVADO PESO DA BATERIA
A prioridade será a utilização no transporte regional, em operações de construção urbana, assim como noutros serviços de distribuição e recolha. Estes camiões te-
rão a vender camiões elétricos movidos a células de combustível de hidrogénio na segunda metade desta década. No mundo dos camiões, o diesel vive os seus últimos momentos de glória, em favor dos modelos elétricos ou híbridos. No entanto, só em 2017, mais de 157 841 veículos elétricos foram registados na Europa, e até agora o número de vendas continua a explodir. É um novo mercado em que cada fabricante busca manter uma posição estratégica.
MENOR MANUTENÇÃO
Inversor
Eixo elétrico
Circuito de arrefecimento da linha motriz elétrica
Bateria de alta voltagem Unidade de carregamento DC Caixa com compenentes de alta e baixa tensão
rão um peso bruto do conjunto até 44 toneladas. Dependendo da configuração da bateria, o alcance poderá ser até 300 km. As vendas terão início no próximo ano e a produção em maiores volumes começará em 2023. Além do peso da bateria, é sobretudo a densidade da energia insuficiente das baterias, que impede hoje a entrega de camiões por vários fabricantes. Sabemos que o peso da bateria de alguns carros ligeiros elétricos chega aos 750 kg; num veículo pesado terá de ser aproximadamente dez vezes superior, 7500kg! Também em termos de carregadores elétricos, estes terão de ser bastante mais potentes. Os preços dos camiões tratores devem começar acima dos 130.000 euros com autonomias próximas dos 400 km e cerca de
ALTA TENSÃO Os camiões elétricos vêm equipados com componentes específicos e muitos deles a alta tensão. Essa é uma das exigências das baterias de tração com uma elevada capacidade para assegurar uma autonomia necessária para a operação
170.000 euros para, até 800 km. Mas qual o consumo de eletricidade, qual a capacidade de carga? Os travões poderão funcionar praticamente sem desgaste, já que a maior parte da desaceleração ocorre por meio da regeneração da energia cinética, com uma utilização muito menor dos calços dos travões. Estima-se que o custo com a energia que irá mover os camiões, será cerca de 20% inferior ao do gasóleo, deixando de ser um dos custos mais elevados das transportadoras! Outros veículos elétricos para operações exigentes e pesadas de longo curso, surgirão nesta década. Estes serão camiões elétricos com baterias e através da célula de combustível com um alcance mais longo. Pensa-se que os fabricantes começa-
Os camiões elétricos terão menos sistemas para manter do que os veículos a diesel. Os motoristas devem estar familiarizados com os seus veículos e terão de ser capazes de operá-los com segurança e eficiência, independentemente do combustível utilizado o que nem sempre acontece. A transição para um transporte mais sustentável envolverá, em grande parte, tornar a mudança o mais suave possível para os operadores de transporte, para que se possam começar a ajustar. As soluções oferecidas devem ser isentas de combustíveis fósseis e permitir que os transportadores atinjam os níveis necessários de sustentabilidade e produtividade. Espera-se que o mercado global de veículos elétricos atinja cerca de dois milhões de autocarros e camiões pesados até 2026. A região Ásia-Pacífico detinha o maior volume de participação no mercado global de veículos elétricos em 2018. Mas são os Estados Unidos que continuam a ser a região global com o crescimento mais rápido para o mercado de camiões híbridos plug-in movidos principalmente por motores elétricos. Espera-se que o valor do mercado regional aumente em mais de 50% em cada ano. O reduzido número de postos de recarga e o alto custo das unidades existentes são fatores limitadores do mercado de veículos elétricos pesados, nos dias de hoje. Fundos governamentais e programas de incentivos para a adoção de veículos elétricos, como autocarros públicos e camiões elétricos, vão criar oportunidades de grande crescimento nos próximos anos / * Formador de Técnicas Avançadas de Condução de Veículos Pesados e membro da Associação Por tuguesa de Centros de Formação de Condução Avançada ampadrive@gmail.com
PARCERIA
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reportagem
ZF AFTERMARKET
REFORÇO DA OFERTA A ZF Aftermarket alargou a sua oferta para comerciais ligeiros e pesados. Entre as novidades destaque para os sensores de ABS modulares Wabco, o servo elétrico TRW ou o ZF Bus Connect TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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ZF Aftermarket tem a ambição de liderar o mercado de após-venda da próxima geração e está a implementar uma abordagem holística para reduzir a complexidade para os clientes, já que passam a beneficiar da oferta completa disponibilizada por um único fornecedor. A Mobilidade da Próxima Geração será agrupada em cinco tecnologias principais sob a sigla “CASES”: Conectado, Autónomo, Partilhado (Shared), Elétrico e Sustentável.
TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2021/JANEIRO 2022
“Estas tecnologias têm o poder de revolucionar toda a nossa indústria porque oferecem uma alternativa convincente ao cenário atual centrado no veículo - e ao mesmo tempo conservam recursos e reduzem as emissões”, refere Phillipe Coltron, diretor da divisão do mercado do após-venda da ZF. Ao abrigo da abordagem holística da ZF de um fornecedor único, o negócio oferece um por tefólio abrangente de produtos, que inclui peças individuais, como sensores, sistemas de assistência
ZF BUS CONNECT
Já disponível para operadores
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ao condutor e unidades elétricas, assim como serviços de software, serviços de manutenção e reparação preventivos e preditivos. Após a recente aquisição da Wabco, a ZF agora também oferece o portefólio líder de produtos e serviços para veículos comerciais para o mercado de após- venda. A ZF Aftermarket afirma que se está a preparar para prestar serviços a um conjunto alargado de aplicações que já estão em produção ou planeadas: veículos de distribuição autónomos, isto é, não pres-
ZF Aftermarket lançou um novo produto, denominado ZF Bus Connect, que responde às necessidades dos operadores de autocarros, possibilitando um aumento da eficiência e desempenho das frotas. Desenvolvido para autocarros urbanos, interurbanos e de turismo, equipados com motores elétricos, de combustão ou híbridos, o ZF Bus Connect permite a verificação de todos os parâmetros do veículo, incluindo a sua localização em tempo real, o consumo real de energia ou combustível, o nível de carga da bateria ou mesmo o estado de componentes como, entre outros, o desgaste dos travões. O ZF Bus Connect possibilita uma melhoria da segurança, graças ao sistema de “geofencing” e à monitorização do comportamento do motorista para detectar situações perigosas na condução dos autocarros e também na proteção contra roubos. Além disso, contribui para uma maior eficiência, uma vez que a avaliação de dados em tempo real permite a otimização dos planos de condução e da rota, proporcionando uma otimização, e mesmo diminuição, do consumo de combustível. O ZF Bus Connect também recebe informação acerca do tempo de funcionamento do veículo, função essa que garante a deteção remota preditiva de danos ou o desgaste de componentes, assim como o diagnóstico e atualizações para diminuir o tempo de imobilização. A solução digital ZF Bus Connect abrange três áreas: unidade de bordo no veículo, a nuvem (cloud) e o portal online para análise de dados. Os operadores de transportes podem adquirir o pacote completo à ZF ou têm a possibilidade de se ligarem à “cloud” com a sua própria unidade de bordo compatível e acederem à informação através do portal como uma solução de terceiros. "Com 0 ZF Bus Connect estamos a ajudar os operadores de autocarros com a sua difícil mudança para frotas totalmente elétricas", refere Florian Freund, responsável pelo desenvolvimento da ZF Bus Connect. “Com o poder da análise dos dados de bordo dos veículos, estamos a ajudar os operadores a gerir a sua frota de forma eficiente, reduzindo o consumo de energia ou de combustível e dando, ao mesmo tempo, uma visão clara da pegada de CO2 da frota”, sublinha. A ZF desenvolveu o novo sistema de gestão de frotas para autocarros com base nos dados obtidos a partir de mais de dez mil pesados de passageiros em todo o mundo. A solução foi criada no Data Venture Accelerator do Grupo ZF, que é um centro mundial para negócios digitais integrado na investigação e desenvolvimento global da ZF. Esta solução digital foi concebida para apoiar e acelerar o desenvolvimento de produtos cujas ideias e conceitos provaram com sucesso o seu valor acrescentado e viabilidade tecnológica - desde as descobertas iniciais até aos produtos e serviços digitais maduros. /
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reportagem
ZF AFTERMARKET
AMPLIAÇÃO DA OFERTA Pinças de travões reconstruídas, sensores de ABS da ZF Wabco ou o módulo do ZF Bus Connect são alguns dos novos produtos lançados pela ZF Aftermarket
ta apenas serviços para ATS, mas também para outras aplicações que já estão em produção em série ou planeadas: carrinhas autónomas, veículos de transporte de materiais industriais e máquinas agrícolas. O fabricante alemão acredita que isto dará origem a um novo mercado para as oficinas parceiras da ZF no futuro. "Aplicações altamente eficientes e sem motorista baseadas em dados - como autocarros ou táxis robot - estão a estabelecer novos horizontes para a mobilidade. A ZF Aftermarket suporta a implementação contínua de veículos CASES ao expandir a infraestrutura, mas também ao oferecer serviços de manutenção para o software e hardware dessas aplicações orientadas para o futuro", explica Philippe Colpron. A empresa também está a apostar na par-
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A ZF tem vindo a implementar uma abordagem holística que passa por disponibilizar um conjunto de produtos e serviços a partir de um único fornecedor
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tilha dessa experiência com os seus parceiros de serviços, com a disponibilização de cursos de formação sobre temas como sistemas de assistência ao condutor ou unidades de alta tensão.
REFORÇO DA GAMA
A ZF Aftermarket aproveitou a presença na Automechanika Frankfurt para reforçar a sua oferta para comerciais ligeiros e pesados. Entre as novidades destaque para os sensores de ABS modulares Wabco, desenvolvidos para oficinas independentes. Segundo a ZF Aftermarket, este produto procura poupar recursos e custos, além de facilitar a logística. Atualmente, sempre que um veículo chega a uma oficina com um sensor ABS defeituoso, é necessário encomendar uma versão específica desta
(tipo de sensor, comprimento e conector), é possível substituir centenas de variantes com apenas alguns produtos. Uma combinação de dois sensores de ABS existentes, dez cabos de extensão e oito adaptadores pode substituir mais de 400 referências originais.
SERVOFREIO ELÉTRICO DA TRW
Para veículos elétricos, a marca TRW vai disponibilizar um servofreio elétrico (EBB) que recorre a um sistema eletrónico especial para um melhor desempenho do acionamento do travão, graças à substituição dos servofreios do travão a vácuo e, se necessário, a bomba de vácuo com os seus cabos, sensores, interruptores e unidades de controlo associados. Com este sistema TRW, a ZF Aftermarket está a oferecer uma inovação genuína do equipamento original numa fase inicial, que não só responde aos elevados requisitos de conforto e padrões de segurança, mas também suporta a recuperação da energia de travagem e, portanto, a gama de veículos puramente elétricos. Uma função de software também garante que o veículo seja mantido em segurança no modo de estacionamento pelo travão de estacionamento elétrico, o que significa a dispensa de um travão de estacionamento mecânico.
REDUÇÃO DAS EMISSÕES
ELETRIFICAÇÃO Na área da eletrificação, a ZF tem vindo a investir na formação em sistemas de alta voltagem e no desenvolvimento de travões elétricos
peça, que pode não estarimediatamente disponível no distribuidor. O sensor de ABS modular é uma solução universal que compreende um sensor ABS curto com o conector KEA padrão que está ligado à roda, um cabo de extensão em vários comprimentos e uma gama de adaptadores que cobrem as principais unidades de controlo eletrónico (ECUs) disponíveis no mercado. Quando o conceito modular é instalado no veículo, só é necessário substituir o componente avariado, o que acelera significativamente o processo de reparação, reduz o tempo de inatividade e os custos. Graças à flexibilidade especial na aplicação, as oficinas já não têm de manter um grande inventário de diferentes sensores. Dependendo de apenas três parâmetros
A ZF está empenhada na redução das suas emissões de dióxido de carbono em todas as etapas e processos de produção. O objetivo é mesmo neutralizá-las até 2040. Para o efeito está a desenvolver diversas ações como o controlo das máquinas em função da procura ou a substituição de processos baseados em gás, como o endurecimento. Como resultado, os produtos fabricados de forma sustentável estão disponíveis para o mercado de substituição como um elemento do plano #greenaftermaket da ZF. Outro elemento é a reconstrução – reduzir as necessidades de materiais em até 90% em comparação com o fabrico de um novo produto. Ao mesmo tempo, cerca de 90% da energia pode ser economizada. Uma ampla gama de componentes de veículos, como travões, transmissões, sistemas de direção e conversores de binário que são reconstruídos, com a qualidade do equipamento original, em mais de 20 localizações em todo o mundo - e a tendência é crescente. Além disso, os especialistas da ZF Aftermarket já estão a trabalhar em soluções reconstruídas para motores elétricos, para responderem à procura. /
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notícias
AFTERMARKET
PETRONAS
DIGRESSÃO EUROPEIA NA C.SANTOS
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S o ciedade C omer cial C . Santos foi a única paragem em Portugal da digressão europeia “Unstoppable Heroes” da Petronas Lubrificants International. O evento decorreu nas instalações da MaiaAeroporto do concessionário de veículos Mercedes-Benz, smart, AMG e Setra. O evento serviu para dar a conhecer a gama Petronas Urania com tecnologia StrongTech, bem como formação e suporte sobre os produtos. A conhecida piloto portuguesa Elisabete Jacinto também esteve presente nesta ação da Petronas em ter-
ras lusitanas e transmitiu aos cerca de 80 convidados um pouco da sua experiência numa atividade em que necessita de estar sempre ao mais alto nível. “Foi uma honra para a Sociedade Comercial C. Santos receber nas suas instalações-sede este importante evento do nosso parceiro Petronas Lubricants International. A atividade de lubrificantes é um complemento bastante importante para o negócio de peças e acessórios da Sociedade Comercial C. Santos e termos sido convidados pela Petronas para albergarmos esta ação é para nós motivo de orgulho”,
sublinha o diretor de peças e lubrificantes da Sociedade Comercial C. Santos, Manuel Machado Silva. Utilizando o lubrificante Petronas Urania, o camião Mercedes-Benz Actros percorreu um total de 11.500 km em 121 horas na estrada ao longo de 50 dias. O Roadshow Petronas Urania foi pensado para ser o mais autossustentável possível, incluindo o próprio produto Petronas Urania. Este lubrificante foi concebido com a redução de CO2 como preocupação central, cumprindo os mais altos padrões ambientais internacionais.
DT SPARE PARTS
Substituição da borracha cardan
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DT Spare Parts disponibiliza uma borracha de cardan, que tem a referência 5.14012, e alerta para a importância desta peça na cadeia cinemática. O eixo cardan possui juntas universais e transmite a força motriz da caixa de velocidades para o diferencial do eixo motor ou para as rodas. Para evitar curvaturas no eixo ao longo da sua extensão é instalado um rolamento central para estabilizar o eixo cardan. O rolamento central possui revestimento em borracha para amortecer as vibrações.
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BILSTEIN GROUP
AQUISIÇÃO DA MOTAIR
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bilstein group adquiriu a empresa alemã Motair, especializada em turbocompressores, que oferece produtos de conhecidos fabricantes de equipamento original (OE), assim como turbocompressores recondicionados. Nesta área, a Motair é mesmo um dos principais fornecedores europeus. Além disso, a empresa tem produtos de reparação adicionais na gama, que são vendidos a nível mundial. Este investimento permitiu ao bilstein group reforçar a sua gama atual constituída por 62.000 peças de substituição diferentes. O principal fator que contribuiu para este negócio foi o facto de ambas as empresas partilharem a mesma orientação: “O bilstein group e a Motair vivem segundo os mesmos valores em termos de serviço, qualidade e sustentabilidade. Para nós, a orientação máxima para o cliente é o padrão através do qual medimos todas as nossas ações,” afirma Karsten Schüßler-Bilstein, diretor-geral do bilstein group. Fundada em 1971, a Motair Turbolader
Galius abriu oficina em Mangualde
GmbH é um fornecedor com uma gama completa, para todas as marcas, de turbocompressores na Alemanha.
A Galius abriu uma nova oficina em Mangualde para assistência a veículos Renault Trucks na região de Viseu. Com dois pisos, as novas instalações da Galius em Mangualde estão implantadas numa área com 9078 m2 e dispõem de 16 baías de trabalho para assegurar todos os serviços e necessidades de manutenção e reparação de todos os tipos de veículos da marca francesa. O espaço dispõe ainda de uma zona de estacionamento para mais de cem veículos, entre pesados e ligeiros.
BOSCH
PARCERIA COM OMB SALERI
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Bosch reforçou o seu portefólio de produtos para aplicações móveis de hidrogénio com a inclusão de componentes para depósitos deste combustível com válvulas ou reguladores de pressão. Nesse âmbito foi estabelecida uma parceria de engenharia com o especialista italiano OMB Saleri para o desenvolvimento conjunto de produtos. A Bosch acredita que a procura de soluções a hidrogénio terá um forte crescimento nos próximos anos, especialmente nos veículos comerciais ligeiros e pesados. O fabricante tecnológico alemão espera que até 2030, cerca de um em cada oito veículos comerciais matriculados em todo o mundo utilizará a tecno-
logia da célula de combustível. A Bosch e a OMB Saleri esperam que a parceria que firmaram para componentes para sistemas de abastecimento de hidrogénio possa contribuir para a expansão das suas posições de mercado na área do hidrogénio. A c olab o ração inclui um contrato de licenciamento e engenharia para vários produtos relacionados com soluções de armazenamento de hidrogénio a pressões de 350 bar e 700 bar. O objetivo das duas empresas é alavancar economias de escala e disponibilizar componentes para soluções de reabastecimento de hidrogénio a preços competitivos.
bilstein group tem novo centro logístico
Fruto de um investimento de 120 milhões de euros, foi inaugurado o novo centro logístico bilstein group em Gelsenkirchen. Este é o segundo maior centro deste tipo da empresa na Alemanha, que destaca como, mesmo em cenário de pandemia, foi possível concluir as obras no prazo previsto, de apenas dois anos. Com esta inauguração, o grupo alemão ganha mais 45.000 m2 , existindo ainda a possibilidade de duplicar as áreas em duas fases de expansão futuras.
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notícias
PNEUS
Hankook lança gama SmartFlex
TRANSPORTES ÁLVARO FIGUEIREDO
RENOVADO ACORDO COM MICHELIN
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Empresa de Transportes Álvaro Figueiredo voltou a renovar o contrato com a Michelin para garantir uma gestão eficaz da manutenção dos pneus da sua frota. Após os primeiros 15 anos, as duas empresas decidiram prolongar a parceria para o próximo triénio. No âmbito do contrato, os técnicos da Michelin asseguram um acompanhamento constante dos pneus da frota, garantindo a utilização de pneumáticos de baixa resistência ao rolamento, adaptados ao tipo
de percurso e à aplicação. A utilização de carcaças para uma segunda vida da gama Michelin Remix permite o aproveitamento dos pneus quando a sua resistência ao rolamento é mais baixa durante todo o seu ciclo de vida útil, com reflexos positivos ao nível da redução de emissões e de matérias-primas. Os serviços de assistência na estrada da solução Effitires da Michelin contribuem para ajudar a Empresa de Transportes Álvaro Figueiredo a garantir a mobilidade dos seus veículos.
TIP renova com Goodyear
PIRELLI
PARCERIA COM A GEOTAB
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Pirelli e a Geotab estabeleceram uma parceria que tem como objetivo ajudar as frotas de veículos comerciais a melhorarem a sua eficiência e sustentabilidade. Disponível no Geotab Marketplace, o Pirelli CYBER Fleet irá auxiliar os clientes da Geotab a reduzirem os custos de operação relacionados com os pneus, assim como o consumo de combustível e as emissões. A nova oferta integrada será introduzida nos principais mercados europeus, estendendo-se posteriormente aos Estados Unidos, Canadá e Brasil. O Pirelli CYBER Fleet consiste numa solução de gestão de frotas específica para pneus que recorre a um sensor no interior
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A Hankook introduziu a gama de pneus híbridos regionais - SmartFlex AH51 e SmartFlex DH51que inclui a mais recente tecnologia para oferecer uma elevada aderência, eficiência energética e desempenho. No seu desenvolvimento, os engenheiros utilizaram o conceito Hankook SmartLife, orientado para a sustentabilidade, assim como o melhor desempenho do primeiro ao último milímetro de profundidade da banda de rodagem.
de cada pneumático para medir e analisar a temperatura e a pressão. A informação é reunida e disponibilizada numa app que pode ser descarregada para um tablet ou smartphone, sendo depois enviada para a plataforma digital da Geotab, MyGeotab, que ajuda a simplificar o processo diário de verificação dos pneus do camião.
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A Goodyear e a TIP renovaram o contrato que liga as duas empresas por mais cinco anos. Neste âmbito, a solução online para frotas da Goodyear vai continuar a apoiar toda a frota da TIP, desde a assistência na estrada à inspeção dos veículos, para aproveitar ao máximo a vida útil dos pneumáticos, gerir o tempo de atividade e os custos. O contrato inclui a oferta integral da Goodyear Total Mobility, incluindo recauchutagem, soluções proativas e apoio da rede de assistência.