frotas PROFISSIONAL
#3 FEVEREIRO 2017
AUDI A5 SPORTBACK
ESTILO E FUNÇÃO AUTOMÁTICOS E ECOLÓGICOS
ALFA ROMEO GIULIA // 180CV
MERCEDES C300h // 231CV
MERCEDES-BENZ
“QUEREMOS MANTER LIDERANÇA NAS FROTAS”
HYUNDAI I30 RENOVAÇÃO TOTAL
KIA NIRO HEV // 105CV
frotas PROFISSIONAL
SUMÁRIO
#3
FEVEREIRO 2017
RADAR
16 Perspetiva: Balanço de 2016 de duas gestoras de frotas, ALD e Finlog TENDÊNCIAS
24 Cidades: Diesel sob pressão
RADAR
12 OE 2017
NOVOS MODELOS
32 Audi Q5 34 BMW Série 5 36 Renault ZOE 38 Nissan Micra
NOVOS MODELOS
28 Hyundai i30
DESTAQUE
66 Mercedes-Benz: Canal de frotas é um pilar fundamental das vendas
CLIENTE
COMERCIAIS
70 Licor Beirão
72 Volkswagen Crafter 76 Citroën Berlingo 7 Lugares 78 Fiat Fullback Adventure AGENDA FISCAL
81 Tributação Autónoma: o que precisa saber GUIÁMOS NESTA EDIÇÃO
40 Audi A5 Sportback 44 Mercedes-Benz C300h 46 Alfa Romeo Giulia 2.2 Diesel AT 50 AudI A4 Avant 2.0 TDI
52 Ford S-Max 2.0 TDCI Titanium 60 Peugeot 508 SW 54 Volkswagen Passat 1.6 TDI 62 Citroën C-Cactus 1.6 HDi 56 Opel Zafira 2.0 CDTI 64 Mitsubishi Outlander PHEV 58 Kia Niro HEV FEVEREIRO 2017 TURBO FROTAS
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EDITORIAL
frotas PROFISSIONAL
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO LDA NPC 508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000€ CRC CASCAIS
PODIA SER MELHOR? PODIA! E
m 2016 venderam-se em Portugal 247 mil viaturas, o que representa um acréscimo de 15,8% face ao ano anterior. No total, foram transacionados 207 mil automóveis ligeiros de passageiros (um crescimento de 16,2% face ao ano anterior) e quase 35 mil comerciais ligeiros, a que acrescem cinco mil veículos pesados. O mercado está de boa saúde, mesmo que o ritmo de crescimento seja inferior ao dos anos anteriores em que a evolução mais acelerada (24% em 2015 e 36% em 2014) foi a consequência direta dos números “negros” registados durante a crise económica de 2012 e 2013. Dizemos sem rodeios que o mercado “respira saúde” porque se aproxima dos níveis “normais”, de antes da crise do início da década, mas também, porque o crescimento entre os veículos de trabalho (comerciais ligeiros e pesados) pode ser interpretado como uma maior dinâmica e confiança na economia, condição essencial para acelerar as vendas nos ligeiros de passageiros, principalmente num mercado onde as compras profissionais representam quase 70% do mercado. Está tudo bem? Naturalmente que não, mas alguns sinais preocupantes podem transformar-se em oportunidades. Neste caso está a evolução negativa da idade do parque de ligeiros de passageiros que se situa nos 13 anos, o valor mais elevado da última década. A alteração legal introduzida este ano na importação de automóveis mais antigos pode ter aqui algum efeito positivo, mas o mais importante
é notar que num clima de confiança dos consumidores e de maiores facilidades no acesso ao crédito, é de prever que as vendas venham a crescer substancialmente acima dos prognósticos das associações (cerca de 1%). Depois, as alterações decorrentes do Orçamento de Estado para este ano pela primeira vez não introduzem penalizações substanciais nem na compra por particulares, nem nas transações realizadas pelas empresas. A este respeito, vale a pena notar, aliás, a quase unanimidade: o OE terá um impacto neutro na compra de um automóvel por parte de uma empresa. E este efeito pode ser, até, positivo caso haja a inteligência de optar por um veículo ecológico (Híbrido Plug-in ou elétrico) que beneficiam este ano de um regime mais favorável. Em suma, há sinais de que a voracidade fiscal sobre o setor automóvel pode estar a abrandar ou, pelo menos a aproximar-se de práticas mais racionais. É verdade que só em IUC e ISV o Estado vai arrecadar do Automóvel quase mil milhões de euros. É verdade que mantemos uma das mais elevadas fiscalidades na Europa. Como é verdade que vivemos numa das economias mais débeis, onde um “espirro” do euro pode ter consequências devastadoras no imediato. Porém, é inquestionável que, ao aprovar um OE de efeitos nulos para a aquisição de automóveis para as empresas, o Governo está a passar um sinal positivo. Podia ser melhor? Sim podia, mas…
JÚLIO SANTOS DIRETOR
DEKRA - O USED CAR REPORT É UM RELATÓRIO ANUAL DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DA DEKRA COM BASE EM TESTES REALIZADOS, NA ALEMANHA, AO LONGO DE MAIS DE DOIS ANOS DE PERMANÊNCIA EM MERCADO DE CADA UM DOS MODELOS. SÓ SÃO FORNECIDOS DADOS QUANTITATIVOS PARA MODELOS DE QUE TENHAM SIDO INSPECIONADOS PELO MENOS MIL UNIDADES. SÃO DEFINIDAS DIFERENTES CLASSES E O “BENCHMARK” (RESULTADO DE REFERÊNCIA) É RESPEITANTE Á MEDIA DE CADA SEGMENTO, NÃO SENDO, PORTANTO, INFLUENCIADO POR RESULTADOS DE OUTRO TIPO DE AUTOMÓVEIS. DEFEITOS RESULTANTES DE MODIFICAÇÕES REALIZADAS PELOS PROPRIETÁRIOS AO MODELO ORIGINAL NÃO SÃO LEVADOS EM CONTA
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL: TURBO@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt DIRETOR ADJUNTO
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CARLOS MOURA
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EM MOVIMENTO
MAIS VARIANTES Jim Farley, presidente da Ford Europa, anunciou que “próxima geração do Fiesta terá uma opção para cada condutor”
FORD
NOVO FIESTA APOSTA NA TECNOLOGIA Chega no verão a sétima geração do Ford Fiesta. A gama será proposta em quatro variantes, incluindo uma crossover, e oferecerá aos utilizadores mais tecnologia.
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Ford revelou a nova geração do utilitário Fiesta, que deverá entrar em comercialização no mercado nacional no próximo verão para substituir o modelo atual, lançado em 2008 e renovado em 2013. A nova gama estará disponível em quatro variantes, passando a contar com a desportiva STLine, a luxuosa Vignale, a elegante Titanium e a mais aventureira Active, que se assume como um crossover. Entre as principais alterações, destaque para a otimização da atual plataforma Global B, que aumentou a rigidez e a distância entre-eixos, enquanto a direção passa a ser mais precisa, a aderência maior, assim como a capacidade de travagem. Os modelos equipados com moto-
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
rizações acima dos 100 cv recebem discos de travão nas rodas traseiras. O Fiesta continua a estar disponível com tração dianteira e carroçarias de três ou cinco portas. Em termos mecânicos serão propostas sete motorizações, incluindo cinco a gasolina e duas diesel, que irão oferecer níveis de potência entre os 70 cv e os 140 cv. Todas as motorizações contarão com sistema Auto-StartStop para otimizar o consumo de combustível. A transmissão será assegurada por caixas manuais de cinco velocidades em associação com o motor 1.1 Ti-VCT de 70 e 85 cv, enquanto os motores 1.0 Ecoboost e 1.5 TDCi contarão com uma caixa manual de seis relações. Os adeptos das caixas automáticas também terão ao dispor uma opção de seis velocidades com a motorização 1.0 Ecoboost de 100 cv. A marca norte-americana apostou ainda no reforço tecnológico, tanto nas assistências
como na conectividade a bordo. Assim, o Fiesta irá contar com sistemas de apoio ao condutor como o programador de velocidade ativo, reconhecimento de sinais de trânsito, deteção ativa de peões, de obstáculos no ângulo morto e de saída da faixa de rodagem. A combinação das informações obtidas pelos três radares, as duas câmaras e os 12 sensores permite também efetuar o estacionamento semi-automático. No habitáculo, para além da maior ergonomia, o destaque vai para o reforço da conetividade proporcionado pela inclusão do novo ecrã touchscreen HD de 8’’, que substitui cerca de 20 botões e oferece acesso ao infotainment SYNC3, sendo compatível com dispositivos Android e iOS, e permite a utilização de comando por voz. Também é novidade a disponibilização de um sistema audio Bang & Olufsen com dez saídas e uma potência total de 675 W. /
EM PORTUGAL
DAIMLER
LEASEPLAN SUPERA 50 MIL CONTRATOS
ATHLON ADQUIRIDA
A
LeasePlan registou um crescimento de 7,4% nos contratos de renting em 2016 no mercado português e, pela primeira vez, ultrapassou os 50 mil veículos de renting de sua propriedade. Com base nestes resultados, a empresa reclama a liderança neste segmento em Portugal, com uma carteira de cem mil veículos sob sua gestão, o que constituiu aumento de 10% face a 2015. O número de clientes também aumentou 17%, ascendendo atualmente a mais de sete mil. O diretor geral da LeasePlan, António Oliveira Martins refere que este resultado “confirma o sucesso da nossa estratégia de crescimento”, sendo o objetivo “reforçar a liderança de mercado”
SERVIÇOS ARVAL E GRUPO PSA A Arval e o Grupo PSA estabeleceram um acordo para disponibilizar os novos serviços telemáticos Arval Active Link nos veículos das marcas Peugeot, Citroën e DS. Aquela opção irá ser proposta em todos os países onde está implementada
a oferta de soluções Arval Active Link, designadamente em França, na Itália, em Espanha e no Reino Unido. O objetivo é oferecer às entidades gestoras oportunidades adicionais de monitorização e otimização de frotas de veículos das três marcas detidas pelo Grupo PSA, Peugeot, Citroën e DS.
A
Daimler Financial Services adquiriu a Athlon Car Lease International ao De Lage International Group, que pertencia ao Radobank da Holanda. A Daimler Financial Services investiu 1,1 mil milhões de euros na compra da Athlon, que é uma das principais gestoras de frotas da Europa, estando presente em 14 países (Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Polónia, Portugal, República Checa, Suécia e Suíça). A Daimler Financial Services irá cobrir as necessidades do negócio da mobilidade com a Daimler Fleet Management e a Athlon Car Lease como um fornecedor multimarca. No futuro, a Athlon passará a ser a marca da Daimler Financial Services para a área de negócio de gestão de frotas. O portefólio combinado das duas empresas ultrapassa os 350 mil veículos sob gestão. Gero Goetzenberger, CEO da Daimler Fleet Management desde 2012, foi nomeado novo CEO da Athlon, enquanto o anterior CEO da empresa passa a ser o diretor comercial. A sede da empresa ficará localizada em Almere, na Holanda.
NOVO PORTAL DE FROTAS DA SIVA A SIVA lançou o novo portal de frotas SIVA Empresas Online, que se assume como uma ferramenta de gestão de frotas e inclui, de forma simples, as melhores propostas para o segmento
empresarial oferecidas pelas marcas do Grupo Volkswagen representadas pelo importador: a Volkswagen, a Audi, a Skoda e a Volkswagen Veículos Comerciais.
25 Anos de Excelência na Gestão
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O Fututo da Gestão é Conosco
Av. Barbosa Du Bocage, 113 – 1º - 1050-031 LISBOA / +351 213 852 270 / info@tcagest.com
EM MOVIMENTO OPEL
INSIGNIA GRAND SPORT REVELADO GENEBRA
C
om base no protótipo “Monza Concept”, a Opel desenvolveu a nova geração do Insignia que tem apresentação agendada para março, no Salão de Genebra. O Insignia Grand Sport foi concebido a partir de uma arquitetura totalmente nova, com uma distância entre-eixos longa, o que permitiu dar forma a uma carroçaria com proporções inéditas na marca, com linhas elegantes, e disponibilizar um habitáculo mais espaçoso. O recurso a materiais leves permitiu uma redução do peso de aproximadamente 175 quilogramas, possibilitando o aproveitamento ao máximo das mais avançadas tecnologias, caso da tração integral com vectorização de binário ou a nova a caixa automática de oito velocidades. O equipamento de série inclui tecnologias que facilitam a condução e aumentam a segurança, caso dos faróis de matriz IntelliLux LED, o sistema de alerta de saída de faixa de rodagem com correção autónoma da direção, o head-up display e a câmara de 360º. Destaque ainda para o cuidado dispensado ao conforto dos ocupantes de que é exemplo a nova geralção de bancos certificados pela agência alemã de especialistas em ergonomia AGR. O novo Insignia Grand Sport pretende igualmente afirmar-se como líder no que diz respeito às tecnologias de entretenimento e conectivida-
de, estreando, para isso, a mais recente geração do sistema IntelliLink, compatível com o Apple CarPlay e o Android Auto. Muitas das funções do smartphone são integradas no IntelliLink, enquanto a bateria do dispositivo móvel poderá ser carregada através de um sistema sem fios. Por seu lado, o sistema Opel OnStar disponibiliza um hotspot WiFi 4G que possibilita a ligação à Internet até sete dispositivos, garantindo, simultaneamente, a concentração dos variados serviços fornecidos pelos
RENOVADO VW GOLF EM MARÇO A Volkswagen já deu a conhecer o renovado Volkswagen Golf, que chegará ao mercado já em março e procura manter-se um passo à frente da concorrência antes da chegada da oitava geração deste modelo, em 2019. A estética exterior mantém os seus traços caraterísticos, mas com ligeiras alterações no desenho do para-choques frontal, enquanto os faróis dianteiros passam a utilizar a tecnologia LED. Pela primeira vez neste
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
segmento, os radares e sensores de estacionamento, que estão ligados aos sistemas de assistência ao estacionamento, cruise control adaptativo, detetor de peões e travagem de emergência, já não estão visíveis nos pára-choques. No interior, o Golf recebe novos painéis decorativos nas portas , nos instrumentos e na consola central. O painel de instrumentos adota o sistema de cockpit virtual, com toda a informação apresentada
TOPO DE GAMA O Opel Insignia Grand Sport foi projetado para assumir o papel de topo de gama da marca alemã através de uma engenhosa combinação entre forma (carroçaria) e conteúdo (habitáculo)
operadores num único centro de comando O novo Opel Insignia Grand Sport chega a Portugal no próximo mês de maio, contando com os motores mais evoluidos da marca. Do lado diesel, estará dispoível o bloco 1.6 CDTI, com potências de 110 e 136 CV, além do 2.0 CDTI com 170 CV. A gasolina há a registar a estreia de um bloco de 1,5 litros com 165 CV que se junta ao 2.0 litros Turbo, com 250 CV que poderá estar disponível com tração integral e a nova caixa automática de oito velocidades /
FROTA HYUNDAI PARA PSP AÇORES
digitalmente, em duas ou três dimensões. A Volkswagen também estreia a mais recente geração do sistema Discover Pro, com ecrã de 9”, que agrupa funções de informação, entretenimento e climatização.
A Hyundai forneceu uma frota de 24 veículos do modelo i30 à PSP dos Açores. Entre os fatores que contribuíram para a decisão da PSP, destaque para a qualidade do produto, tendo em conta as exigências de utilização das viaturas, assim como a garantia de cinco anos sem limite de quilómetros e o preço. Decisiva foi ainda a definição, em conjunto com a fábrica, de um produto orientado para as necessidades da PSP.
EM MOVIMENTO MOTOR DA ECONOMIA
LEASING COM FORTE CRESCIMENTO NA EUROPA
O
leasing automóvel registou um crescimento, na Europa, de 16,9% no primeiro semestre de 2016, segundo revela a Leaseurope (Federação Europeia das Associações de Empresas de Leasing e Renting), com base nos dados apurados no Inquérito Binaual do Leasing Europeu. Aquele estudo reúne a informação recolhida pelas associações que integram a Leaseurope, entre as quais se encontra a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF). De acordo com esse estudo, o mercado total do leasing na Europa ascendeu aos 156,9 mil milhões de euros na primeira metade de 2016, um crescimento de 13,2% comparativamente ao período homólogo do ano anterior. O leasing automóvel teve uma performance particularmente positiva, progredindo 16,9% com um forte crescimento observado na grande maioria dos mercados europeus. Para Paulo Pinheiro, presidente da ALF, “estes resultados confirmam o papel decisivo do leasing enquanto alavanca para promover o investimento e estimular o crescimento económico, estando em conformidade com a confiança expressa nas previsões para o setor”.Segundo
LEASING AUTOMÓVEL EM CRESCIMENTO Com um crescimento médio de 16,9% no mercado europeu, o leasing automóvel demonstrou uma performance positiva. Em Portugal, também é a solução de financiamento preferida pelas PME
este responsável “Portugal cresce acima da média europeia, tanto nas viaturas como nos imóveis, devido à aposta das empresas nacionais no leasing para financiarem os seus investimentos e no renting como solução integrada para a gestão das frotas automóveis.”
Um outro estudo publicado pela Comissão Europeia, o Inquérito sobre o Acesso ao Financiamento das PME Europeias, indica que o leasing continua a ser a fonte de financiamento externo mais relevante para as PME portuguesas. /
EUROPCAR SERVIÇO WOMEN ON THE MOVE
FLEETMATICS EM PORTUGAL
“Women on the Move” é o novo serviço de mobilidade lançado pela Europcar que, segundo a empresa de renta-car, foi concebido “para todas as mulheres que mexem e fazem mexer o mundo”. Em comunicado, a Europcar refere que este serviço foi “idealizado tendo em consideração as necessidades de mobilidade de mulheres. Em comunicado, a empresa sublinha que “além de um serviço de aluguer automóvel com caraterísticas particulares, o Women on the Move é representativo da forma de estar no mercado por parte da Europcar, que
O Fleetmatics Group, que no passado mês de setembro adquiriu a empresa Inosat, lançou no mercado nacional o seu produto Fleetmatics Reveal. Trata-se de uma solução de gestão de frotas que foi concebida para ajudar a reduzir custos e a melhorar a produtividade de praticamente qualquer equipa móvel. O Fleetmatics Reveal permite a monitorização da frota de uma empresa em tempo quase real.Esta solução está baseada na cloud e disponibiliza informações que as empresas podem utilizar para diminuir os custos de combustível, controlar
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
tem na responsabilidade social uma vertente prioritária enquanto empresa”. A Europcar garante às utilizadoras que os modelos que estarão à sua espera na estação são exatamente iguais aos modelos reservados, com condutor adicional, proteção medium, além de quilómetros ilimitados incluídos e promoções especiais.
o pagamento de horas extraordinárias, otimizar rotas e minimizar o desgaste dos veículos. Esta solução inclui apps nativas para dispositovos móveis com sistemas iOs e Android, que foram desenhadas para permitir uma visibilidade total da ação no terreno, além de disponibilizar métricas relacionadas com os custos operacionais e a produtividade da empresa, remotamente.
CARSHARING EM MADRID
EM PORTUGAL
GRUPO PSA E EYSA LANÇAM EMOV
VENDAS DA KIA EM PROGRESSÃO
A O
Grupo PSA e a Eysa lançaram o serviço de carsharing em Madrid, denominado emov, que conta com uma frota de 500 veículos elétricos Citroën C-Zero. A introdução do serviço emov inscreve-se na política de mobilidade sustentável da capital espanhola e nasceu como resultado de uma aliança estratégica entre a empresa espanhola Eysa e a Free2Move, a nova marca de serviços de mobilidade do Grupo PSA. A área coberta é um dos principais ativos do emov. Os veículos podem ser usados para além do centro de Madrid, servindo parte da periferia da cidade. Para utilizar o serviço, o cliente tem de se registar online no portal do emov ou através das apps móveis iOS ou Android. A gestão do mesmo é simples, podendo ser efetuada, de início a fim, através de smartphones. A aplicação permite reservar gratuitamente o veículo 30 minutos antes da sua utilização, bem como abrir e fechar o veículo alugado.
TOYOTA APOSTA NOS ELÉTRICOS O Grupo Toyota confirma a criação de uma divisão que tem como missão o desenvolvimento de uma nova geração de veículos 100% elétricos. Recorde-se que, até agora, a prioridade da Toyota estava centrada na propulsão híbrida. A nova divisão, composta
por representantes da TICO (Toyota Industries Corporation), da Denso, da Aisin Seiki e da Toyota Motor Corporation, inicia atividade já no próximo mês de março. O primeiro objetivo é acelerar da tomada de decisões nesta área, garantindo uma maior rapidez na chegada ao mercado destas viaturas de emissões zero.
Kia foi uma das marcas que mais cresceu em Portugal em 2016, tendo registado um aumento de vendas de 37,3% face ao ano anterior. Esta performance surge acompanhada de um marco histórico no nosso país, já que a quota de mercado ultrapassou, pela primeira vez, a fasquia dos 2%, situando-se agora em 2,34%. A marca salienta que este crescimento no nosso país “ganha especial relevo quando comparado com a progressão do mercado total de ligeiros de passageiros, que se situou nos 16,2%”. Em 2016, a Kia comercializou 4843 unidades de veículos ligeiros de passageiros, a que se juntam,ainda, 122 unidades de comerciais ligeiros. “Para além dos números, é esta dinâmica de marca que alimenta o sucesso da Kia, não só em Portugal, como um pouco por todo o mundo”, refere João Seabra, diretor-geral da Kia em Portugal. “Em 2017, iremos assistir a mais oito lançamentos, entre os quais os novos Rio e Picanto, a que se juntará um SUV do segmento B e ainda o Stinger, um coupé para o segmento D que acaba de ser mostrado no Salão de Detroit”.
CARGA RÁPIDA NA EUROPA Numa colaboração pouco habitual, quatro grupos automóveis – Ford, Volkswagen, Daimler e BMW – decidiram unir esforços para a criação de uma rede de postos de carga rápida na Europa para veículos elétricos. Num comunicado conjunto, os quatro construtores afirmam que o projeto constitui um
passo importante para a introdução em massa deste tipo de viaturas na Europa. O projeto arranca já este ano e prevê a instalação, numa primeira fase, de aproximadamente 400 estações de carga ao longo das principais autoestradas europeias. Até 2020, os promotores do projeto pretendem que este número cresça de forma significativa.
FEVEREIRO 2017 TURBO FROTAS
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RADAR
MERCADO
OE 2017
IMPACTO REDUZIDO
As medidas introduzidas no Orçamento de Estado de 2017 deverão ter efeitos pouco significativos para o mercado automóvel em Portugal TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
O
Orçamento de Estado para 2017 determinou um aumento de 3% no Imposto Sobre Veículos Automóveis (ISV) e de 0,8% no Imposto Único de Circulação (IUC). Com a entrada em vigor deste diploma deixou de haver um incentivo ao abate de veículos com mais de dez anos na aquisição de um veículo elétrico ou híbrido plug in, passando a ser possível beneficiar de um incentivo fiscal de 1125 euros na compra de veículo 100% elétrico ou de 562,5 euros num híbrido plug-in sem necessidade de entrega de uma viatura antiga para abate. Por sua vez, os veículos usados importados de outros Estados-membros da UE passaram a ter taxas de ISV mais reduzidas na componente cilindrada, mas o número de escalões aumentou, começando agora em até um ano
(com diminuição de 10% na taxa de ISV) e terminando em mais de dez anos (80%). Segundo o advogado Rogério Ferreira Fernandes, especialista em questões fiscais, esta medida foi introduzida no Orçamento de Estado de 2017 para dar cumprimento ao Acordão do Tribunal de Justiça da União Europeia, de 16 de junho de 2016, que condenou Portugal pela violação do artigo 110º do Tratado da União Europeia. Para o Tribunal de Justiça da União Europeia, o Estado português aplicava uma tabela de desvalorização dos veículos importados usados de outros Estados-membros que não levava em conta a sua real queda de valor, violando o disposto no referido artigo. “Este acórdão veio, assim, forçar alterações no Código do ISV que, poderiam beneficiar a importação de veículos usados, beneficiando os países exportadores de veículos”. O jurista adianta que este “incentivo à importação de veículos usados, decorrente da nova
3%
AGRAVAMENTO DO IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS
1%
AUMENTO PREVISTO DO MERCADO AUTOMÓVEL EM PORTUGAL EM 2017
tabela de ISV, foi atenuado pela criação de um segundo adicional ao IUC para veículos com emissões de CO2 superiores a 180 g/km, como sucede na maioria dos veículos importados usados”. VENDAS DEVEM AUMENTAR 1%
Também Manuel Coutinho, membro da direção da ANECRA, é da opinião que as alterações introduzidas pelo Orçamento de Estado de 2017 deverão ter um “impacto muito limitado” no mercado automóvel português em geral e no de renting, em particular. “Em 2016, o mercado de ligeiros (automóveis e comerciais ligeiros) aproximou-se das 250 mil unidades e para o próximo ano esperamos um crescimento de um por cento”, acrescenta o dirigente associativo, referindo que “globalmente, as perspetivas são bastante positivas”. A elevada idade média do parque automóvel no nosso país, o “turismo muito forte e pujante”, que favorece o
canal do rent-a-car que já é responsável por 25% do mercado total, e um acesso “muito facilitado” do consumidor final ao crédito, são os principais fatores que explicam esta expetativa favorável por parte da ANECRA. Quanto à ACAP (Associação Automóvel de Portugal) considera, igualmente, que o agravamento de 3% do ISV “não terá expressão significativa em 2017”, mas, segundo o seu secretário-geral, Hélder Pedro, constitui uma “medida negativa” para o setor, “tendo em conta os valores elevados deste imposto”. O responsável relembra que ocorreu um “significativo agravamento” do ISV no Orçamento de Estado de 2016. O presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), Paulo Pinheiro, também concorda que o Orçamento de Estado de 2017 segue uma tendência de aumento da carga fiscal sobre o setor automóvel: “Assistimos a um aumento generalizado das taxas de IUC e ISV, a uma
melhoria das condições fiscais para a importação de usados, à redução quase total do incentivo ao abate de viaturas.” O presidente da ALF alerta ainda que as “alterações previstas para o ISP constituem uma forma de pressão adicional sobre a estrutura de custos das empresas nacionais na aquisição das suas frotas, pelo que será natural um impacto negativo nos investimentos no setor automóvel” Relativamente às empresas, o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, entende que não houve “alterações significativas” em termos de benefícios fiscais, quer quanto à dedução de IVA quer quanto aos outros benefícios em sede de ISV. “A ACAP, assim como a Confederação do Comércio, propôs a revisão em baixa das taxas de tributação autónoma, as quais são muito gravosas para as empresas”, afirma Hélder Pedro, lamentando que o “Governo não tenha acedido a este pedido”. /
FEVEREIRO 2017 TURBO FROTAS
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OPINIÃO
ORÇAMENTO DO ESTADO 2017
AUTOMÓVEL GERA QUASE MIL MILHÕES O setor automóvel deve este ano permitir ao Estado arrecadar cerca de 692 milhões de euros em ISV e 300 milhões de euros em IUC, de acordo com o OE JOÃO ANTUNES CONSULTOR DA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para 2017, assiste-se a um aumento das taxas do Imposto Único de Circulação de 0,8% em linha com a previsão de inflação (Índice de Preços ao Consumidor 2017) e a um aumento de cerca de 3% nas taxas do Imposto sobre Veículos, muito acima da inflação prevista. Assiste-se a uma continuação da preocupação do legislador em penalizar veículos mais poluentes e em incentivar os veículos híbridos e elétricos. O incentivo à compra de veículos elétricos parece-nos, manifestamente, pouco expressivo. Para os veículos usados adquiridos na União Europeia, a redução do ISV será aplicada a 11 escalões (anteriormente cinco), o que alarga a possibilidade de redução do imposto em função da idade dos veículos. No entanto, a percentagem de redução é apenas aplicada à componente de cilindrada. Neste nicho de mercado das viaturas usadas pode-se, eventualmente, assistir a um aumento dos negócios. Nas tributações autónomas em sede de IRC sobre as viaturas ligeiras de passageiros e viaturas ligeiras de mercadorias, o ano de 2017 não apresenta novidades. IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO Este ano, as taxas do Imposto Único de Circulação aumentam 0,8%. Para os veículos da categoria B matriculados em território nacional, após 1 de janeiro de 2017, foi criada uma nova tabela com preocupações ambientais que agrava o IUC em 38,08 euros para veículos com emissões de CO2 de mais de 180 gramas até 250 gramas e em 65,24 euros para emissões superiores a 250 gramas. Por outro lado, os veículos ligeiros de passageiros da categoria B (com um nível de emissão de CO2 até 180g/kms e veículos da categoria A, que se destinem ao serviço de aluguer com condutor (letra T) ou ao transporte de táxi passam a estar isentos de IUC. Também aqui se nota uma crescente preo-
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cupação com questões ambientais, dado que, antes, estes veículos estavam isentos independentemente do nível de emissões. IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS No que respeita ao Imposto sobre Veículos, os escalões e a base tributável não sofrem alterações, sendo que as taxas aumentam 3%. Existem alterações na Tabela D (veículos usados) incidente sobre veículos adquiridos usados Estado-Membro, passando apenas a aplicar-se à componente cilindrada. A Tabela D apresenta 11 escalões, enquanto antes de 2017 tinha apenas cinco escalões, alargando assim a possibilidade de redução do imposto em função da idade do veículo. Uma alteração significativa para estes veículos usados portadores de matrículas definitivas comunitárias atribuídas por outros Estados Membros é o facto de as percentagens de redução previstas na Tabela D (em função da idade dos veículos) serem aplicadas à componente cilindrada. Uma vez mais, é clara a intenção do legislador em penalizar veículos com maior cilindrada e mais poluentes. FISCALIDADE VERDE Em relação à fiscalidade verde, é criado um incentivo com a dedução de até 562,50 euros no ISV para os veículos híbridos plug-in, novos, sem matrícula. O OE2017 contempla um incentivo direto de 2250 euros para os veículos elétricos, novos, sem matrícula. O orçamento total aprovado para esta medida é de 2,25 milhões de euros. Para proceder ao pedido de tal apoio, o utilizador deverá estar atento ao sítio da Secretaria Geral do Ministério do Ambiente, onde será disponibilizado um formulário para o efeito. Sendo esta a cabimentação orçamental, leva-nos a concluir que o apoio contemplará apenas mil pedidos.
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ALD AUTOMOTIVE
MANUEL DE SOUSA ALD AUTOMOTIVE PORTUGAL DIRETOR-GERAL
PARCERIAS AJUDAM A CRESCER O crescimento do mercado de renting em Portugal e a aquisição da Parcours contribuíram para a evolução positiva da atividade da ALD Automotive em Portugal. Além do segmento corporate, a empresa aposta forte nas parcerias TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
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A LD Automotive Portugal acompanhou a tendência de crescimento do mercado de renting em Portugal, em 2016, que se situou entre os seis e os oito por cento, refere o diretor-geral da gestora de frotas detida pelo Grupo Societé Generale, Manuel de Sousa. “O mercado global de vendas de automóveis ligeiros aproximou-se das 250 mil unidades em 2016. A nossa atividade acompanhou essa tendência, tendo-se assistido a uma recuperação do mercado de renting”, afirma o responsável. Além do crescimento orgânico relacionado com a evolução positiva do mercado, a ALD Automotive também reforçou a sua posição em Portugal através da aquisição da Parcours, uma gestora de frotas presente em Portugal, em Espanha, na França e na Bélgica. Concluída em maio de 2016, esta integração representou um aumento de 900 contratos no portefólio da empresa, que passou, assim, a ter um total de 15 mil veículos sob sua gestão. “A integração das equipas e a migração dos sistemas infor-
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máticos foi mais um desafio em 2016”, salienta Manuel de Sousa. A atividade da ALD Automotive Portugal abrange duas áreas principais: corporate , vocacionada para clientes empresariais diretos, representando atualmente 70% da operação; e parcerias, que resulta de acordos com marcas de automóveis, bancos, companhias de seguros. “Atualmente, temos 12 parcerias, incluindo um banco”, refere o responsável. Essas entidades comercializam o produto de renting com a sua própria marca, mas toda a gestão do sistema de informação e da operação é assegurada pela ALD Automotive. O mercado empresarial aposta sobretudo em veículos do segmento C, onde se inserem modelos como o Renault Mègane, o Peugeot 308, o Volkswagen Golf, Ford Focus, entre outros, e essa tendência reflete-se na frota gerida pela ALD Automotive. O diretor-geral da empresa nota que a alteração fiscal decorrente da introdução dos escalões de tributação autónoma teve como consequência um ligeiro decréscimo nos contratos de veículos do segmento D. “Cada vez mais, as viaturas do segmento C vêm melhor equipadas. Numa lógica de contenção de custos, as empresas conseguem ter quase o
mesmo equipamento e a mesma performance com uma viatura de gama inferior”. As perspetivas para 2017 apontam para uma estabilidade na área corporate e para um crescimento nas parceiras, assim como no private lease, que será uma das apostas no ano em curso. “Continuar a crescer na área corporate será mais difícil porque se trata de um mercado maduro, onde, em muitos casos, os clientes não aumentam a frota, limitando-se a renovar contratos”, explica Manuel de Sousa. “As empresas já aderiram praticamente todas ao renting e para mantermos o mesmo nível de frota temos de renovar todos os contratos que terminam nesse ano. Apesar de não haver crescimento visível houve uma renegociação dos contratos existentes e a substituição das viaturas”. Neste quadro, o responsável considera que “o crescimento vai ter de passar pelas parcerias, especialmente com os bancos, que têm uma rede bastante alargada para a comercialização de produtos de leasing para empresas e particulares”. A ALD Automotive desenvolveu uma solução de renting orientada para particulares – Private Lease – que estará disponível em 2017 e permitirá reforçar o portefólio, nesta fase, com mais 200 a 300 contratos.
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ALD AUTOMOTIVE
SERVIÇO ALD CARSHARING
ESTE ANO VAI SER LANÇADA UMA APLICAÇÃO PARA SMARTPHONE, ALD ECODRIVE, PARA AJUDAR A REDUZIR O IMPACTO AMBIENTAL DA CONDUÇÃO APOSTA NA AUTOMATIZAÇÃO Com o objetivo de melhorar a eficiência e a autonomização nos processos, a ALD Automotive Portugal está a implementar um novo sistema de gestão de frotas, baseado numa plataforma web, que deverá ser lançado no próximo mês de março. Introduzido inicialmente em Itália, na Holanda e na Bélgica representou um investimento entre 1,5 a 2 milhões de euros para a ALD Automotive Portugal. Esta plataforma de gestão permite que todos os processos passam a ser realizados informaticamente, agregando um conjunto de outros sistemas como o credit check e o customer care. “É uma solução que evita o papel e aumenta a qualidade de serviço”, afirma Manuel de Sousa. Além disso, liberta os recursos humanos da empresa para se dedicarem a outras tarefas. Os parceiros da ALD Automotive, por sua vez, beneficiam das vantagens proporcionadas por este sistema, uma vez que obtêm respostas mais rápidas nas análises aos contratos. Em termos operacionais, o novo sistema de gestão também permite agilizar as manutenções dos veículos. O responsável da oficina acede à plataforma web através da Internet, insere as intervenções a realizar e o sistema valida, ou não, a operação. “Apesar de serem sistemas utilizados internamente pela ALD Automotive proporcionam igualmente vantagens aos parceiros, às oficinas e aos clientes finais”. A ALD Automotive Portugal irá lançar, ainda este ano, o novo portal myALD, possibilitando aos clientes consultarem os dados online sobre
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a sua frota, incluindo todas as intervenções efetuadas em cada viatura ou os consumos reais. Atualmente, a empresa já disponibiliza o ALD Net, que já possui algumas dessas funcionalidades, mas o acesso está reservado apenas ao gestor de frota. Com o novo portal myALD, a gestora de frotas também passa a disponibilizar um acesso específico aos condutores dos veículos. “O gestor de frota continua a ter todo o controlo sobre a frota, mas o utilizador também poderá aceder à informação e consultar online os dados relativos à sua viatura”, adianta o diretor-geral da ALD Automotive Portugal. ALD ECODRIVE No domínio das novas tecnologias, a empresa vai lançar uma aplicação para smartphone, denominada ALD ecodrive, que tem como objetivo ajudar o utilizador da viatura a medir o consumo de combustível da viatura e a reduzir o impacto ambiental da sua condução. O utilizador necessita apenas de se registar na plataforma da aplicação e, ao iniciar uma viagem, colocar o smartphone no interior da viatura com GPS ligado e acesso à Internet. O sistema analisa toda a condução efetuada, incluindo acelerações e travagens bruscas, travagens, velocidade. No final do trajeto, após encerrar a viagem, o sistema indica o nível de condução efetuada, numa escala de 1 a 5, atribui uma pontuação e fornece conselhos para uma condução mais eficiente. Esta aplicação já pode ser descarregada gratuitamente a partir das lojas online. /
Para garantir as necessidades pontuais de deslocação dos colaboradores de uma empresa, que não têm carro de serviço atribuído porque não justifica, a ALD Automotive desenvolveu um serviço específico de carsharing empresarial, que inclui uma plataforma online para gestão das reservas. A viatura é alugada pelo cliente em sistema de renting, com serviço adicional de carsharing e fica disponível nas suas instalações, podendo ser utilizada por exemplo por dez a vinte colaboradores. “Esta solução destina-se atualmente a empresas com muitos colaboradores, que tenham necessidade de uma viatura”, afirma Patrícia Sanches, responsável de Marketing e Comunicação da ALD Automotive Portugal. “O gestor de frota da empresa decide a quem atribui o cartão de acesso à viatura. Se o colaborador necessitar de utilizar a viatura, recorre à nossa plataforma online. Esta solução permite autonomizar os procedimentos, evitando chamadas telefónicas, sendo o condutor independente. Trata-se de uma solução muito útil, quer para a empresa, que otimiza custos com a frota, quer para o gestor de frota e também para a ALD Automotive”, acrescenta.
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FINLOG
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JOAQUIM GONÇALVES FINLOG DIRETOR COMERCIAL
MELHOR ANO DE SEMPRE
Para a Finlog, 2016 foi o melhor ano de sempre para a empresa, com um crescimento acima da média do mercado e um aumento da produção de contratos de renting. As PME foram uma das grandes apostas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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om um parque superior a 11 mil viaturas sob gestão, das quais oito mil em regime de renting, a Finlog alcançou, no ano passado, um “volume de negócios elevado, acima da média do mercado e um incremento na produção de novos contratos renting”, segundo afirma o diretor comercial desta gestora de frotas, Joaquim Gonçalves. O responsável refere que o aumento da frota em regime de renting “quase triplica” o crescimento e justifica esta evolução com as “várias campanhas comerciais”, dirigidas a grandes empresas, PME, empresários em nome individual e profissionais liberais. As PME constituíram uma das grandes apostas da Finlog, o que levou a gestora de frotas a reforçar a equipa comercial com colaboradores que trabalham exclusivamente este segmento nas zonas norte e centro do país. O ano de 2016 ficou igualmente marcado pela renovação completa da imagem institucional, com um novo logotipo e novo site, o que, segundo Joaquim Gonçalves, correspondeu a uma “projeção dos nossos valores e da nossa ambição de servir cada vez melhor os nossos clientes”. RENTING É A SOLUÇÃO MAIS PROCURADA O produto mais procurado pelos clientes da Finlog, independentemente da sua dimensão, é o renting. Vocacionado inicialmente para as grandes empresas, tem-se vindo a alargar para novos segmentos de mercado, como PME, em-
presários em nome individual e os profissionais liberais, o que se deve ao lançamento de ofertas específicas para este tipo de clientes. “As soluções de renting da Finlog permitem às empresas otimizar a gestão das suas frotas, grandes ou pequenas, com serviços completos a preços altamente competitivos”, salienta o responsável, adiantando que libertam os clientes de “todos os encargos operacionais, permitindo-lhes concentrar apenas na sua atividade principal e, por via disso, aumentar a produtividade dos seus negócios”. Por outro lado, esta opção de renting oferece a possibilidade de as empresas usufruírem de “veículos de gamas superiores” a preços competitivos. O responsável adianta que a empresa disponibiliza uma variada gama de produtos e serviços aos clientes, “totalmente adaptados a cada segmento e às sua necessidades”, salientando que dispõe dos “meios e experiência para garantir aos clientes um controlo eficaz e uma redução dos custos da frota”. As principais soluções são a Gestão Total de Frota (renting), a Gestão de Frota Transparente e o Contrato de Manutenção e Serviços. Joaquim Gonçalves adianta que a modalidade mais procurada pelos clientes é a Gestão Total de Frota. Segundo o entrevistado, é a solução que vai mais de encontro à “preocupação com a racionalização dos recursos disponíveis” das empresas e também porque “requer um menor investimento”, garantindo simultaneamente o controlo técnico e a previsibilidade dos custos. “Trata-se de um contrato de aluguer de veícu-
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los, com prestação de serviços associado, por um período e quilometragem pré-definidos, mediante o pagamento de uma renda fixa”. A Gestão de Frotas Transparente, por sua vez, é um produto concebido para os clientes que pretendem manter as viaturas na sua propriedade, eliminando toda a carga administrativa e diária. Já o Contrato de Manutenção e Serviços é uma solução para o cliente que pretende utilizar uma viatura por um determinado período de tempo e quilómetros pré-definidos, pagando um valor fixo mensal previamente acordado. “Através deste produto, a empresa cliente pode prever os custos fixos mensais aliados a um conjunto de serviços flexíveis e adaptados às suas necessidades, dos quais destaco o nosso serviço de consultadoria, onde prestamos apoio ao cliente e ao condutor, a manutenção corretiva e preventiva, a gestão de pneus, veículo de substituição e rent-a-car, assistência em viagem e combustível”, explica o responsável da Finlog.
CONTROLO EXCLUSIVO PELA SALVADOR CAETANO A Autoridade da Concorrência adotou uma decisão de não oposição na operação de concentração da Finlog e da Ibericar pelo Grupo Salvador Caetano. A operação em causa consiste na tomada de controlo exclusivo da gestora de frotas e da empresa de rent-a-car pela Salvador Caetano, situação que, de resto, já se verificava. O Grupo Salvador Caetano notificou a Autoridade da Concorrência sobre essa operação de concentração no dia 27 de outubro de 2016 e o regulador comunicou a sua decisão no dia 7 de dezembro de 2016, referindo que essa operação de concentração “não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva nos mercados relevantes identificados” por essa entidade.
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AS SOLUÇÕES DE RENTING PERMITEM ÀS EMPRESAS OTIMIZAR A GESTÃO DAS SUAS FROTAS, GRANDES OU PEQUENAS, COM SERVIÇOS COMPLETOS Para 2017, a gestora de frotas controlada em exclusivo pelo Grupo Salvador Caetano, vai continuar a apostar na satisfação do cliente, assim como a investir na inovação e na tecnologia, que segundo Joaquim Gonçalves, são os “três fatores diferenciadores e críticos para o sucesso da Finlog”. A empresa também irá prosseguir com novas campanhas comerciais, dirigidas para os diferentes tipos de clientes, “focando especialmente os segmentos emergentes”, designadamente as PME, os empresários em nome individual, os profissionais liberais e os particulares”. CRESCIMENTO MAIS MODERADO EM 2017 Relativamente ao ano de 2017, o diretor comercial da Finlog prevê um crescimento da
empresa “mais moderado”, mas sempre acima da média geral do mercado. “Vamos continuar a apostar na política de gestão da qualidade, na confiança e na proximidade com o cliente, uma postura que se tem vindo a revelar fulcral para o sucesso da nossa marca", afirma Joaquim Gonçalves.” Segundo o responsável, as alterações introduzidas no Orçamento de Estado de 2017, que agravam a carga fiscal sobre os veículos automóveis, “não terão efeitos significativos no mercado de renting”. Os incentivos para a aquisição de veículos híbridos Plug-in poderão vir a acelerar a tendência para o aumento “natural” da quota de mercado deste tipo de viaturas. /
TENDÊNCIAS
CIMEIRA C40
Os presidentes de câmara de quatro grandes cidades anunciaram a intenção de retirar de circulação todos os veículos diesel até 2025. Irá esta tendência estender-se a outros pontos do globo, incluindo Portugal? Quais os impactos e consequências? Que alternativas? TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
CIDADES
DIESEL SOB PRESSÃO
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cidade do México acolheu uma cimeira, denominada C40, que contou com a participação dos presidentes de câmara das 75 maiores cidades do mundo. Um dos objetivos desta reunião foi a sensibilização para o combate às alterações climáticas, que passa pela melhoria da qualidade do ar através da redução do óxido nítrico, do óxido de nitrogénio (NOx) e das emissões de partículas. Durante os trabalhos, a Organização Mundial
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de Saúde alertou que cerca de três milhões de mortes anuais estão diretamente ligadas à exposição aos elevados níveis de poluição do ar. “As emissões dos motores diesel estão entre os maiores contribuintes para as doenças e para o aquecimento global por produzirem e libertarem para a atmosfera partículas e NOx”, afirmou Helena Molin Valdés, chefe do departamento do clima e ar das Nações Unidas. Estes são dois dos elementos que têm maior impacto no meio ambiente e na saúde dos seres humanos: as partículas conseguem penetrar nos pulmões, contribuindo para o aparecimento de doenças cardiovasculares; o NOx, por seu lado, contribui para a formação da camada de ozono ao nível da superfície terrestre, podendo provocar dificuldades respiratórias até em pessoas sem histórico de
até 2020. “A nossa cidade está a implementar um plano audaz para, de forma progressiva, banir os veículos mais poluentes das ruas e assim ajudar os cidadãos parisienses com medidas concretas”, assegura Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris. “A nossa ambição é clara e já estamos a pô-la em marcha: queremos proibir os veículos diesel na nossa cidade, seguindo o modelo de Tóquio, que já fez a mesma coisa”. A proibição da entrada de veículos diesel nos centros urbanos está longe de ser consensual, especialmente junto da indústria automóvel. Em Portugal, por exemplo, Ricardo Tomaz, diretor de comunicação da SIVA (empresa importadora de marcas como a Audi, a Skoda e a Volkswagen) diz acreditar “que os motores de combustão ainda têm um potencial de desenvolvimento tecnológico pela frente, até porque a evolução das normas ambientais obrigará a tal. Além disso" - recorda Ricardo Tomaz - “os motores diesel emitem menos CO2 que os motores a gasolina”. Posição idêntica tem o diretor de comunicação da BMW Portugal, João Trincheiras, que não está certo de que "a proibição de motores diesel (ou a gasolina) seja o caminho certo para alcançar metas ambientais”.
problemas desta natureza. Após vários alertas de ativistas e de campanhas de grupos ambientalistas para reduzir o consumo de gasóleo no setor dos transportes, os autarcas de Paris, Atenas, Madrid e Cidade do México comprometeram-se a retirar de circulação todos os automóveis, camiões e outros veículos equipados com motor diesel ao longo da próxima década, até 2025. Os autarcas da-
quelas quatro grandes cidades concordaram ainda em fazer todos os possíveis para incentivar o uso de veículos elétricos e híbridos. Confrontada com problemas de poluição, Paris já implementou algumas medidas para reduzir o impacto de veículos diesel, como, por exemplo, a proibição de veículos diesel com matrícula anterior a 1997 dentro da cidade, estando previsto o alargamento gradual das restrições
RESTRIÇÕES E LIMITAÇÕES A limitação progressiva da entrada de veículos diesel nos centros das grandes cidades poderá ser uma tendência a nível mundial, sendo de admitir que também possa vir a ser implementada nos principais centros urbanos do nosso país. “Quando uma cidade toma uma medida deste tipo, outras seguem o exemplo”, refere Patrícia Sanches, responsável de comunicação e marketing da ALD Portugal. Por sua vez, David Pinhol, diretor de Serviços e Inovação da Chronopost Portugal, recorda que, no centro de Lisboa, já estão proibidos de circular “os carros anteriores a 2000, das 7h00 às 21h00, durante os dias úteis”. Relativamente a esta medida, o responsável do operador de transporte expresso entende que a “sustentabilidade das cidades deve ser encarada como uma prioridade para a melhoria das condições sociais e económicas, pelo que este compromisso de retirar de circulação todos os carros, camiões e outros veículos diesel, é muito importante”.
25 Anos de Excelência na Gestão
30 Anos de Excelência na Gestão
35 Anos de Excelência na Gestão
40 Anos de Excelência na Gestão
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TENDÊNCIAS
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ZONAS DE BAIXAS EMISSÕES As zonas de baixas emissões vão ser cada vez mais uma realidade nos grandes centros urbanos
Contudo, salienta que também é “fundamental perceber que tipo de incentivos ou medidas compensatórias estão previstas e garantir que esta não seja uma iniciativa discriminatória, principalmente para as empresas ou indivíduos, cuja atividade depende deste tipo de veículos”. As empresas de distribuição urbana ou transporte expresso, que necessitam de aceder aos centros urbanos, dizem-se disponíveis para colaborar com as autoridades públicas, de forma a garantir que as operações respondam a todas regulamentações ambientais aplicáveis, oferecendo, ao mesmo tempo, o melhor serviço aos clientes. “As práticas empresariais sustentáveis exigem que todos procurem novas formas de prestar um serviço otimizado,”, afirma Michael Bremecker, responsável de operações da UPS para Portugal e Espanha. LONGE DE SER PROBLEMA EM PORTUGAL Mesmo concordando que é importante melhorar a qualidade do ar, David Pinhol diz que as autoridades devem considerar o “impacto que estas medidas podem trazer para as empresas que dependem deste tipo de transportes, eventualmente criando regimes de exceção para certas zonas ou setores de atividade”. O responsável da Chronopost Portugal defende outro tipo de medidas como a criação de “centros de distribuição urbanos – pequenos hubs – que são abastecidos no período noturno para uma distribuição por viaturas pequenas, trolleys, bicicletas, motorizadas totalmente elétricas”. Não obstante, a aplicação deste tipo de medidas não deverá ocorrer em Portugal a curto prazo
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e muito menos em cidades de menor dimensão. Essa é a perspetiva, por exemplo, da Câmara Municipal de Coimbra. Fonte daquela autarquia contactada pela Turbo Frotas refere que “tratando-se de cidades com milhões de habitantes (à exceção de Atenas), os problemas são proporcionais à sua dimensão, designadamente os ambientais e de poluição atmosférica”, adiantando que as “medidas assumidas são em desespero de causa e esgotadas todas as outras, menos drásticas”. Os instrumentos de planeamento em vigor na em Coimbra dão indicações de que a “cidade nunca atingirá uma escala que obrigue a medidas ‘especiais’ de proteção ambiental,” adianta fonte da autarquia, referindo que têm sido tomadas soluções que minimizam o problema, designadamente através da construção de vias circulares, que desviam o tráfego de passagem e a limitação horária para cargas e descargas. Luís Amorim Ferreira, Head Property da Vodafone Portugal, também considera que o problema ainda não é demasiado grave em Portugal. “Felizmente, os níveis de poluição estão aquém dos verificados em cidades como Paris, Atenas, Madrid ou da capital do México”, declara. “É compreensível, e louvável, que os autarcas procurem encontrar as melhores soluções para os problemas comuns que enfrentam. As autoridades portuguesas, aliás, estão atentas aos níveis e efeitos da poluição em geral e saberão, como até aqui, tomar as medidas que considerem adequadas para evitar situações tão negativas.” /
SOLUÇÕES ALTERNATIVAS Uma consequência da introdução de restrições aos veículos diesel poderá ser a implementação de motorizações alternativas, em particular elétricas. Essa é a opinião de Ricardo Tomaz, diretor de comunicação da SIVA, ao afirmar que este tipo de medidas vai “provavelmente acelerar o desenvolvimento de plataformas híbridas Plug-in e elétricas”, acrescentando que os “poderes públicos já mostraram a sua intenção de legislar ativamente no sentido de incentivar formas alternativas de mobilidade, quer através da cenoura – discriminação positiva com estacionamento gratuito, circulação sem limites –, quer através do ‘chicote’, com penalização do diesel ou a interdição progressiva dos motores de combustão”. Por sua vez, João Trincheiras, da BMW Portugal, adianta que para se verificar um aumento da mobilidade elétrica há que apostar na “combinação certa de incentivos e infraestruturas”, apontando, como exemplo, a Noruega. Do lado das empresas, a mobilidade elétrica também já começa a ser uma realidade. A Vodafone Portugal tem vindo a integrar veículos elétricos na frota, cumprindo os requisitos da empresa de segurança, fiabilidade e emissões. Luís Amorim Ferreira salienta que a empresa tem uma “política de frota adequada ao atual contexto da sociedade e da economia portuguesa”.
NOVOS MODELOS
HYUNDAI I30
EVOLUÇÃO IMPORTANTE Mantém o nome e… só isso; a evolução é mesmo muito significativa. O novo Hyundai i30, já á venda em Portugal, protagoniza uma evolução importante face ao modelo que sai de cena. O que só por si diz muito da sua valia TEXTO JÚLIO SANTOS
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novo Hyundai i30, que agora chega a Portugal, desempenha um papel fundamental na estratégia do grupo sul-coreano que, em 2020, quer ser o maior construtor asiático na Europa. No entanto, não é apenas este objetivo ambicioso (significa ultrapassar a Toyota) que explica o apuro da nova geração do i30 que começa por estar disponível com a carroçaria de cin-
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co portas, a que se juntará, em julho, a indispensável Station Wagon. O ponto de partida para entender a evolução importante que o i30 protagoniza são, na verdade, os enormes progressos que a marca fez nos últimos anos nas áreas mais valorizadas pelos consumidores europeus e que o novo i30 reflete de forma ainda mais evidente. É o caso da qualidade percebida, com a utilização de materiais de melhor qualidade (que se juntam a um rigor de construção que era já uma referência), do estilo definido com base na auscultação feita
a um vasto painel de compradores europeus e do conteúdo tecnológico. Peter Schreyer, o alemão que é vice-presidente da Hyundai e responsável pelo design, confirma que o novo i30 inaugura uma nova “linguagem de design, o que reflete a importância deste modelo para a marca e para o grupo”. De entre os elementos que definem esta nova definição estilística, Schreyer destaca a nova grelha em forma de cascata e, principalmente, um maior rigor das proporções, a par dos flancos bem marcados, resultando daqui uma aparência
O QUE DIZ A MARCA NOVO HYUNDAI I30 SÉRGIO RIBEIRO CEO da Hyundai Portugal
FROTAS PODEM CONFIAR O novo i30 “reúne todas as condições para aumentar a presença da Hyundai no canal Frotas” - assegura Sérgio Ribeiro, CEO da Hyundai Portugal. “Dá-nos todas as garantias e estamos confiantes” A estética com linhas de inspiração europeia, a qualidade de construção e os custos de manutenção baixos, bem como um pacote tecnológico de referência, nomeadamente no que respeita à conectividade, são apenas algumas das caraterísticas do novo i30 capazes de permitir uma abordagem com sucesso ao segmento das Frotas. Mostrando-se muito confiante quanto ao sucesso do novo i30 também junto dos clientes profissionais, Sérgio Ribeiro, número um da Hyundai em Portugal, destaca, ainda, a evoluída gama de motores, diesel e a gasolina, com potências entre os 120 CV e os 140 CV, ao mesmo tempo que anuncia “uma política de frotas específica, assim como diversas soluções financeiras adequadas ao perfil de cada cliente”. Em paralelo, o i30 inicia uma nova estratégia mais incisiva de criação e preservação de valor para as empresas. “A progressão de valores residuais assenta em diversos desafios. Por um lado, uma gestão equilibrada do canal rent-a-car e respetivos Buy-backs, eixo fundamental de negócio para a rede de concessionários mas que deve obedecer a critérios de volume versus preços, para não obrigar a flutuações significativas de valor. Por outro lado, o conhecimento do produto contribui para a projeção futura dos valores. Neste aspeto temos desenvolvido um trabalho de formação e acompanhamento junto das gestoras de frota para potenciar o conhecimento do nosso produto e respetivos argumentos e com isso proporcionem a confiança necessária para que os valores residuais reflitam o verdadeiro valor da marca e do produto”. Ferramenta importante, também, como refere Sérgio Ribeiro é o Hyundai Renting que “ permite posicionar de forma competitiva qualquer solução que passe pelo renting, consequência de uma projeção mais adequada de valor residual”.
NOVA LINGUAGEM DESIGN Mantendo as dimensões face ao modelo anterior, o novo i30 inaugura uma nova linguagem de design da Hyundai, onde se destaca a nova grelha em forma de cascata
mais “musculada” e dinâmica, numa carroçaria que mantém inalteradas as dimensões face ao modelo que agora se despede. Se por fora a evolução é imediatamente reconhecida, no interior ela é ainda maior. Embora das dimensões não se alterem, o espaço para ocupantes e bagagem aumentou substancialmente, o que, a par da total redefinição das suspensões, contribui para que o novo i30 aspire a ser um dos automóveis mais confortáveis do segmento. Determinante para a sensação de bem estar a bordo é, também, a decoração
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NOVOS MODELOS
HYUNDAI I30
MONTRA TECNOLÓGICA O novo Hyundai i30 oferece as mais recentes tecnologias, onde se destaca o interface digital na controla central, que permite replicar todas as funcionalidades de um smartphone
moderna e o recurso às mais recentes tecnologias, onde se destaca o interface que nos permite replicar no ecrã central todas as funcionalidades do nosso smartphone, incluindo a possibilidade de acesso à internet e ao email. Ainda a pensar no bem-estar e na segurança da família, o novo Hyundai i30 conta com travagem automática (que consegue, mesmo, evitar uma colisão), avisos de aproximação a outros veículos, de transposição de faixa de rodagem ou de presença de outro carro no chamado ângulo morto. Para assegurar o prazer de condução, que Peter Schreyer define com “um dos melhores entre os automóveis familiares”, a direção foi revista, o mesmo acontecendo com a gama de motores. A gasolina estarão disponíveis dois blocos turbo de injeção direta com 1.0 litros (versões de 100 CV e 120 CV) e 1.4 litros, com 140 CV. Quanto à oferta diesel está a cargo do bloco de quatro cilindros de 1,6 litros, com potências de 95 CV, 110 CV e 136 CV, com o primeiro a estar disponível com caixa manual de seis velocidades, enquanto os dois mais potentes podem ter, em opção, a transmissão automática de dupla embraiagem, também, com seis relações. /
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HYUNDAI I30 ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
50-100 (0,9) 0,0 -
100-150 -
(1,9) 0,3 -
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(0,5) 0,1 -
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(3,1) 1,2 - (6,4) 2,7 -
-
(91,2) 96,9 -
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(2,7) 0,6 - (6,1) 2,5 -
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DIREÇÃO MOTOR E AMBIENTE
4,30 M
COMPRIMENTO
CARROÇARIA INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA E ELETRÓNICA
378 L VOLUME DA BAGAGEIRA
S/DEFEITOS RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS
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MOTOR DIESEL
3,9 L/100KM 1.6 BlueHDi
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Apenas foi considerada a geração atual, pelo que só há registo para viaturas com até 50 mil kms percorridos
NOVOS MODELOS
AUDI Q5
REFORÇAR A LIDERANÇA Referência entre os SUV médios, o Audi Q5 renovou-se com mais conforto, novos equipamentos e a qualidade de sempre. O 2.0 TDI de 150 CV está disponível no mercado nacional, desde 50 190 euros TEXTO RICARDO MACHADO
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om mais de 1,6 milhões de unidades comercializadas desde o lançamento, em 2008, o Q5 é o SUV mais vendido do segmento. Um sucesso global, que acaba de conhecer a segunda geração. Por fora não parece, mas a nova plataforma MLB Evo, a mesma do A4 ou do Q7, acrescenta 34 mm ao comprimento, agora de 4,66 metros. Mais significativos, em particular para os ocupantes da fila traseira, são os 12 mm adicionados à distância entre eixos. A largura não sofre alterações, enquanto a altura ganha 6 mm. Apesar do ligeiro aumento de dimensões, a construção mista da plataforma permite reduzir o peso em cerca de 90 kg. Plena de opções, a bagageira acrescenta 10 litros à antecessora. Calhas no chão, opcionais, permitem jogar com o espaço para as pernas e a inclinação das costas para ampliar os 550 litros base até ao máximo de 610 litros. De série, o rebatimento das
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costas da fila posterior expande a bagageira até aos 1550 litros. Para facilitar o acesso, a abertura do portão traseiro pode ser elétrica ou acionada por um passar do pé sob o para-choques. Como o plano de carga é um pouco elevado, os modelos equipados com suspensão pneumática podem baixar 55 mm para facilitar as operações. Revista com o objetivo de reduzir o peso, aumentar a eficácia e baixar o centro de gravidade, a suspensão mantém o esquema de cinco braços à frente, substituindo o eixo trapezoidal traseiro por um de cinco braços. As molas de aço e os amortecedores de série podem ser substituídos por uma variante mais firme e desportiva. Os modelos equipados com a tração integral quattro podem subir a fasquia com o controlo de amortecimento ou apostar no conforto da suspensão pneumática adaptativa. Face à suspensão em aço, a opção pneumática baixa a carroçaria em 22 mm, com os diversos modos de condução a ampliarem os 208 mm de altura ao solo do Q5 com suspensão nor-
mal. Selecionando allroad no Audi drive select abaixo dos 80 km/h, a suspensão sobe 25 mm. Reduzindo para um máximo de 35 km/h e selecionando o modo lift/offroad o Q5 sobe mais 20 mm. Ultrapassando os 120 km/h ou ativando o modo dynamic, a suspensão desce 15 mm. Tudo isto é possível apenas nas motorizações associadas à tração integral quattro, que em Portugal são todas menos a 2.0 TDI de 150 CV (desde 50 190 euros). A única versão disponível com tração dianteira está igualmente limitada à caixa manual de seis velocidades. A variante de 190 CV do bloco 2.0 de quatro cilindros troca a transmissão manual por uma de dupla embraiagem e sete velocidades, denominada S tronic (desde 58 640 euros). Como qualquer Audi, o interior do novo Q5 destaca-se da concorrência pela elegância do design, qualidade dos materiais e cuidado com a montagem. Seguindo a linhagem familiar, todas as unidades apresentam um comando MMI e um ecrã de 8,3’’ na consola central. A troco de 590 euros é possível trocar o painel
MATRIX LED As óticas de Xénon plus podem ser substituídas por LED ou Matrix LED. Há 14 cores exteriores por onde escolher e as jantes podem ir até às 21’’. O sistema de navegação inclui três anos de acesso aos mapas do Google. Não podia faltar o painel de instrumentos totalmente digital
4,66 M
COMPRIMENTO
550 L VOLUME DA BAGAGEIRA
150 CV POTÊNCIA
117 G/KM EMISSÕES CO2
de instrumentos analógico pelo Audi virtual cockpit e, pela primeira vez no Q5, montar o head-up display. Alta e fácil de ajustar, a posição de condução domina um cenário onde o motor TDI mal se ouve a velocidade de autoestrada e nem os retrovisores volumosos perturbam o ambiente a bordo. Cortesia do apuro aerodinâmico que fixou o cx nos 0,30. Se este filtro é bem-vindo perante ruídos e vibrações, torna-se excessivo para a condução, que parece sempre mais vocacionada para o conforto do que para a dinâmica. Direção obediente, resposta pronta do acelerador, movimentos contidos da carroçaria, mas pouco envolvimento. O Q5 parece jogar sempre pelo seguro, o que é o mais importante para a maioria dos clientes. Reforçando a sensação de segurança transmitida pelo chassis, a Audi disponibiliza para o Q5 os principais assistentes de condução eletrónicos. Como complemento do Audi pre sense city, pode evitar colisões e atropelamentos até aos 85 km/h, e Assistente de atenção, deteta a fadiga do condutor, incluídos de série, o proprietário pode reforçar o equipamento do Q5 com o princípio da condução autónoma. Falamos do cruise control adaptativo com função de travagem (355 euros) e, mais tarde, do assistente de engarrafamento, que pode assumir a direção por breves períodos de tempo. /
AUDI Q5 ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
50-100 100-150 (0,9) 0,1 (3,3) 0,3 (7,8) 1,1
DIREÇÃO MOTOR
(1,4) 0,4 (4,1) 0,9 (10,7) 2,0
E AMBIENTE CARROÇARIA
(0,5) 0,5 (1,1) 0,9 (1,9) 2,8
INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA
(2,2) 0,3 (6,2) 1,1 (12,0) 0,9 (4,8) 2,8 (10,7) 4,3 (21,2) 6,9
E ELETRÓNICA
S/DEFEITOS
(93,2%) 96,5% (84,6%) 94,4% (72,1%) 89,0%
RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS
(1,8%) 1,2% (5,3%) 2,0% (10,5%) 4,1% (5,0%) 2,3% (10,1%) 3,6% (17,4%) 6,9%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
FEVEREIRO 2017 TURBO FROTAS
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NOVOS MODELOS
BMW SÉRIE 5
PARA LÁ DAS APARÊNCIAS Embora pareça uma ligeira atualização da gama anterior, o novo BMW Série 5 não herda daquela um único vértice. E no que diz respeito à tecnologia, o afastamento é ainda maior, no bom sentido TEXTO ANTÓNIO AMORIM
O
s mais desatentos talvez nem reparem que anda por aí um novo BMW Série 5. Mas no momento da escolha de um novo carro de serviço ou representação, esta é uma gama de entrada obrigatória no radar da escolha. E nessa altura, qualquer potencial comprador frotista perceberá, num segundo olhar, ou numa simples análise dos factos, que existe uma galáxia de distância entre o novo modelo e o anterior. Basta colocá-los lado a lado para perceber que o novo BMW Série 5 foi desenhado de novo, embora com um olho no antecessor. E aqui vale a pena explicar a opção da BMW que opta por não "revolucionar" na aparência, precisamente para não desvalorizar em excesso o modelo que "sai de cena", o que, a acontecer, teria efeitos muito negativos nos valores residuais e, assim, consequências nefastas para os seus proprietários.
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
Qualidade e conforto, mas também eficácia dinâmica são as linhas mestras daquela que é a segunda gama mais vendida da BMW, logo a seguir à Série 3. Uma nova plataforma proporciona ganhos evidentes na rigidez estrutural e, acima de tudo, na redução de peso, recorrendo ao alumínio no capô, tampa da bagageira, tejadilho, portas e muitos outros elementos estruturais e da suspensão. Chegam a ser 100 kg de diferença para o correspondente modelo da gama anterior, o que tem os seus efeitos não só na performance mas também nos consumos, sendo que, neste último capítulo, a apuradíssima aerodinâmica (cx de 0.22, melhor ainda que o Mercedes Classe E), também tem a sua influência. O 520d EfficientDynamics Edition, a versão mais elaborada nesta matéria, consegue oferecer 190 CV de potência contra médias de consumo de apenas 3,8 l/100 km. A versão “normal” do 520 d consome pouco mais (entre 4,2 e 4,5 l/100 km). A aproximação ao Série 7 a nível tecnológico é evidente, até no habitáculo, agora mais espa-
çoso. À semelhança do que acontecia em várias gamas do passado, a consola volta a inclinar-se mais para o condutor, enquadrando um novo ecrã central de 26 cm que, ao contrário da gama anterior, assume funções táteis. Surge também um novo sistema iDrive mais intuitivo e completo, mas o mais óbvio é o melhoramento da qualidade de construção, de materiais e de montagem. A nova gama inclui, de série, a função de comandos gestuais conhecida do Série 7, assim como a nova programação, mais sofisticada, do sistema de start-stop automático, que trabalha em conjunto com o sistema de navegação. Outro melhoramento importante que nos leva a encarar o novo modelo como um passo decidido na direção da condução autónoma é o programador de velocidade ativo, que comanda a direção e a distância ao carro da frente de forma mais refinada, permitindo ao veículo momentos mais longos de condução semiautónoma, quando está presente o equipamento opcional BMW Personal Copilot). Tal como
O QUE DIZ A MARCA BMW APROXIMAÇÃO AO SÉRIE 7 A nível tecnológico, o novo BMW Série 5 aproxima-se muito do Série 7. O habitáculo é espaçoso e a consola voltou a inclinar-se para o condutor
3,8 L/100km
520D EFFICIENTDYNAMICS EDITION
100 KG
REDUÇÃO DE PESO
530 L BAGAGEIRA
36 MM MAIS LONGO
o assistente de faixa, o controlo ativo de faixa pode controlar ativamente a direção até aos 210 km/h. Enquanto o primeiro aplica correções pontuais perante um desvio inapropriado, o segundo controla a trajetória durante um período de tempo mais alargado. Pressionando o pisca durante alguns segundos e com o programador de velocidade ativado, passa também a ser possível mudar de faixa de forma automática. O Série 7 cede também ao Série 5 o sistema de estacionamento remoto por via da chave de ignição. Algo que nem no modelo de topo encontramos, mas neste sim, é o novo head-up display, que cresceu cerca de 70 por cento e se tornou mais completo na informação disponibilizada, com o intuito (conseguido) de evitar que o condutor desvie o olhar da estrada para consultar as informações. A gama receberá reforços já em março, um deles o campeão do CO2 , o híbrido Plug-in 530e iPerformance, para o qual se anuncia uma autonomia elétrica de 50 km e, contando com essa distância e uma média de consumo 1,9 litros nos primeiros 100 km. Também em março deverá surgir o M550i xDrive, este a extrair 462 CV e 650 Nm do motor V8 e a anunciar uma aceleração de 0-100 km/h em 4 segundos, ou seja, mais rápido que o M5 da geração anterior (4,3s). /
JOÃO TRINCHEIRAS DIRETOR COMUNICAÇÃO
EXCELENTE OPÇÃO PARA EMPRESAS A sétima geração do novo BMW Série 5 oferece uma maior diversidade de sistemas de assistência à condução e um grau incomparável de conectividade. Devido à tecnologia BMW EfficientLightweight, este novo modelo tem agora uma redução de 100 kg de peso em relação ao antecessor, o que se traduz num maior dinamismo e uma redução de consumo e emissões na ordem dos 12%. A tecnologia aliada a um custo de utilização bastante atrativo e os valores residuais elevados, tornam este novo modelo numa excelente opção para o segmento empresarial e irá certamente reforçar a posição da BMW enquanto marca mais vendida em renting em Portugal.
BMW SÉRIE 5 ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
50-100 100-150 (0,5) 1,3 (3,3) 2,9 (9,3) 7,0
DIREÇÃO MOTOR
(0,8) 2,8 (3,2) 6,2 (8,2) 13,1
E AMBIENTE CARROÇARIA
(0,3) 0,4 (1,0) 1,1 (1,7) 1,5
INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA
(0,8) 2,3 (3,2) 6,4 (6,6) 8,3 (2,4) 7,4 (5,8) 10,4 (12,4) 16,1
E ELETRÓNICA
S/DEFEITOS
(96,5%) 90,1% (89,4%) 83,8% (78,6%) 73,6%
RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS
(0,9%) 2,1% (3,0%) 4,6% (10,5%) 8,6% (2,6%) 7,8% (7,6%) 11,6% (14,8%) 17,4%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
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NOVOS MODELOS
RENAULT ZOE Z.E. 40
ACABAR COM O PRECONCEITO Conduzir um utilitário elétrico como o Renault Zoe por mais de 300 km com uma única carga de bateria parece um desafio impossível. Não é. Mas exige muita tranquilidade e nenhuma autoestrada TEXTO RICARDO MACHADO
P
or muito atrativa que possa parecer a ideia de carregar 70% da bateria em meia hora, num posto rápido de uma área de serviço da autoestrada, esta operação demorará sempre cerca de 20 minutos mais do que o tempo necessário para atestar um depósito de gasolina ou gasóleo. São 46 km a 120 km/h ou o tempo necessário para chegar à área de serviço seguinte. Sem querer dizer que é impossível ir de férias em modo emissões zero, a verdade é que as contas necessárias e a falta de fé na autonomia acabam por desencorajar a maioria dos condutores. E nós não somos exceção. Quando, durante o briefing da apresentação da nova bateria Z.E. 40 do Zoe, a Renault explicou que iríamos do Aeroporto Humberto Delgado até ao hotel do evento, na zona de Óbidos, sem
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informações sobre a autonomia, acompanhámos o coro de sorrisos que encheu a sala. Puro preconceito. Naturalmente que o Zoe Z.E. 40 tinha de chegar ao destino. Afinal, estávamos no lançamento internacional de uma bateria com uma autonomia potencial de 400 km e o trajeto previsto não excedia os 126 km. Dava para fazer desvios e conduzir despreocupadamente. Foi isso, aliás, que nos pediram. Para conduzir normalmente, como se de um vulgar carro com motor de combustão se tratasse. Para não influenciar a condução, o indicador de carga da bateria estava tapado por um autocolante. Sem alterações exteriores de relevo, novas cores, um inédito nível de equipamento Bose e pouco mais, o Zoe Z.E. 40 concentra as novidades na bateria. Esta aumenta a autonomia dos 240 km do Zoe atual para os 400 km. Um valor tão ambicioso e irrealista, tendo em conta que a bateria mantém as 192 células divididas por
12 módulos, que levou a Renault a assumir que em condições reais de utilização a autonomia deverá rondar os 300 km. Tecnicamente, a Renault, em parceria com a LG, aumentou a densidade da bateria. Isto é, melhorou a reação química, otimizou o espaço para aumentar a superfície ativa em 10% sem alterar o desenho da célula e atualizou a gestão eletrónica. Como resultado, no espaço da bateria de 22 kWh do Zoe cabe agora a bateria Z.E. 40 de 41 kWh. Comprado novo, o Zoe Z.E. 40 custa 24 650 euros, aos quais acresce uma renda mensal de 69 euros pelo aluguer das baterias. Como as baterias novas ocupam o mesmo espaço que as atuais, é possível fazer o upgrade para os 41 kWh por 3500 euros, mantendo o plano anterior. Uma ressalva importante porque, pela primeira vez, é possível comprar as baterias do Zoe. Opção que acarreta um custo de 7500 euros e é extensível ao Zoe de 22
COMPRAR A BATERIA A nova bateria Z.E. 40 duplica a capacidade sem alterar as dimensões. Isto significa que quem tiver um Zoe pode atualizar a bateria, bastando para tal desembolsar 3500 euros. O Zoe de 22 kWh continua a ser comercializado
O QUE DIZ A MARCA RENAULT ZOE Z.E. 40 RICARDO OLIVEIRA Diretor de Comunicação da Renault Portugal
kWh, cuja única versão custa 22 150 euros. Sem preocupações e sem resposta para ultrapassar rapidamente, apesar dos 225 Nm de binário instantâneo e dos 92 CV, o Zoe é um citadino, chegámos a Óbidos com 112 km de autonomia. Mais os 126 km do trajeto faz um total de 238 km de autonomia real. Sem ansiedade. Sem preocupações. É bom, mas continua a não dar para ir de Lisboa ao Porto sem parar meia hora para “carregar” 80 km de bateria nos novos postos de carregamento rápido. Numa tomada comum, o tempo de carregamento estende-se até às 18 horas. Se na ida mal se pisou a autoestrada, o regresso foi feito a uma média ligeiramente superior aos 120 km/h. Resultado: 86 km consumiram dois terços da capacidade da bateria. Não há volta a dar. Os elétricos não podem sair da cidade. Estamos a dar os primeiros passos no sentido de encontrar uma solução viável, mas o caminho é longo. /
88 CV POTÊNCIA
41 kWh BATERIA
300 KM AUTONOMIA
0 G/KM
EMISSÕES CO2
QUEBRADA A BARREIRA PSICOLÓGICA O novo Zoe Z.E. 40 é uma oferta única no panorama de todos os automóveis elétricos em comercialização, uma vez que é o único elétrico acessível capaz de oferecer uma autonomia de 400 km (ciclo NEDC). Com uma autonomia homologada de 400 km, o Zoe Z.E. 40 quebra uma barreira psicológica sobre a autonomia de um automóvel elétrico. Os 400 km NEDC (300 km reais) correspondem, para uma grande maioria dos utilizadores, a vários dias de utilização e, sobretudo, permitem a realização de deslocações mais longas que a anterior geração de elétricos não permitia. Para as empresas, a fiscalidade ligada aos automóveis elétricos é francamente favorável (dedução do IVA, do IUC e não aplicação da tributação autónoma) para além de garantir custos de utilização substancialmente inferiores aos de um automóvel de motor de combustão a gasolina ou gasóleo.
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NOVOS MODELOS
NISSAN MICRA
AGORA É (MUITO) A SÉRIO! Em 34 anos e cinco gerações de história, nunca a Nissan teve um Micra tão forte e capaz de ser alternativa credível no segmento B! Estilo, bem-estar, tecnologia, dinamismo e boa relação preço/equipamento… está lá tudo. Chega já em março TEXTO SÉRGIO VEIGA
S
e a escolha de um modelo do segmento B já não era fácil, pela quantidade e qualidade da oferta, a coisa vai complicar-se com a chegada de mais um “contendor” de peso. Porque, ao fim de muitos anos afastada desta “corrida” por não ter produto à altura, a Nissan está de volta cheia de justificadas ambições, como comprovámos ao experimentar a quinta geração do Micra! A melhor forma de introduzir o novo Micra? Esqueça tudo o que sabia sobre os anteriores, apenas sobrou o nome! E também a plataforma V, igualmente usada pelo Note, por o Micra não poder esperar pela nova que o Renault Clio estreará em breve, mas que recebeu novas suspensões, direção e uma estrutura mais rígida. Especificamente em relação ao Micra é até difícil referirmo-nos à Nissan como… marca nipónica, porque este é um carro projetado, feito e pensado para a
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
Europa que, pela primeira vez em cinco gerações, nem irá para o Japão! Assim se resumem as ambições da Nissan em fazer com que o Micra seja bem-sucedido no mercado mundial, o europeu, em que o segmento B tem maior importância, superando os 30%. Fabricado na mesma linha do Clio (Flins, em França), mas com metade do volume de produção (150 mil unidades/ano na melhor das hipóteses), o Micra teve de fazer mais compromissos e estabelecer uma meta inteligente: não ambiciona ser o melhor em tudo, mas estar entre os melhores em design, ambiente a bordo, bagageira e dinâmica de condução, para garantir um lugar no top ten do segmento. Desta forma se chegou ao novo Micra, com estilo marcante, pose desportiva e jovial, destacada pelos faróis diurnos em LED, de série desde o primeiro dos quatro níveis de equipamento: Visia+, Acenta, N-Connecta e Tekna. A personalidade das linhas exteriores prolonga-se pelo habitáculo que se
destaca também pela correcta ergonomia e a preocupação com a qualidade percebida, forrando todo o tabliê e demais painéis com materiais macios. A qualidade de montagem também pareceu rigorosa. Este Nissan proporciona uma sensação de bem-estar a bordo, com espaço amplo à frente e posição correta ao volante. Os comandos são de fácil utilização e apenas achámos o volante demasiado “povoado” de botões, pequenos e pouco diferenciados. No banco traseiro, o espaço é muito razoável, mas o acesso não é propriamente amplo, pois o design falou mais alto… A bagageira de 300 litros está entre as referências do segmento. Em termos dinâmicos o Micra comprovou, na prática, os cuidados que anunciados no projeto, com um belo comportamento em curva, a transmitir confiança. A que também não é estranha a permanente vigilância do controlo activo de trajetória, bem como, no trânsito citadino, da travagem de emergência. Sistemas de série em todos os níveis de equipamento, bem
APOSTA NO SEGMENTO B A quinta geração do Micra representa uma forte aposta da Nissan para o segmento B, tendo sido projetada, feita e pensada para a Europa. Pela primeira vez, nem irá para o Japão
NISSAN MICRA ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
50-100 (019) 0,9 -
100-150 -
(3,4) 1,1 -
-
(0,7) 0,8 -
-
(4,2) 1,1 - (8,6) 6,5 -
-
(87,5%) 91,8% -
-
(4,1%) 2,5% - (8,4%) 5,7% -
-
DIREÇÃO MOTOR E AMBIENTE CARROÇARIA INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA E ELETRÓNICA
S/DEFEITOS RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
3,99 M
COMPRIMENTO
300 L VOLUME DA BAGAGEIRA
90 CV POTÊNCIA
15.400 € 0.9 IG-T VISIA+
recheados desde a base: o Visia+ já tem monitorização da pressão dos pneus, retrovisores elétricos, ar condicionado, faróis automáticos, computador de bordo e Bluetooth. Com chegada a Portugal marcada para a segunda semana de março, vai sendo altura de fazer contas, pois as duas motorizações propostas para o Nissan Micra, ambas de origem Renault, a isso obrigam: o 0.9 IG-T voltou a revelar-se de utilização muito agradável e o bom trabalho de insonorização mais a ajuda do turbo disfarçam o som do tricilíndrico; o 1.5 dCi peca por ser algo “mortiço” nos regimes muito baixos, mas tem um bom desempenho a partir das 2000 rpm. Ambos têm 90 cv e prestações quase semelhantes (o Diesel é 0,2 s mais rápido nos 0 a 100 km/h), com o dCi a anunciar consumo médio de 3,2 contra os 4,4 l/100 km do motor a gasolina. O problema é que a versão a gasolina custa sempre menos 4200 € que a Diesel (15.400 € contra 19.600 €, no Visia+), em qualquer dos níveis de equipamento – custa 650 € passar
do Visia+ para o Acenta e outro tanto para subir ao N-Connecta –, diferença gigantesca que, contas feitas, só é compensadora para o Diesel ao fim de 163 .800 km. Talvez por isso a Nissan preveja que, das vendas do Micra, apenas um quarto sejam da versão dCi, embora esteja consciente de que uma certa apetência do setor das frotas pelo Diesel possa desequilibrar ligeiramente as previsões. A partir de maio, contudo, as contas ficarão ainda mais baralhadas… ou facilitadas, com a chegada do motor tricilíndrico atmosférico 1.0 de 73 cv. Versão ainda mais barata – preço estimado de 14.550 € no nível Visia+, porque os consumos não estão ainda homologados – virada, essencialmente, para frotas e rent-a-cars que terão aqui um produto particularmente interessante, pois mantém todas as qualidades atrás descritas a óptimo preço. É com estes argumentos que a Nissan quer voltar a ser um player importante nos carros, digamos… “normais”, depois de se ter tornado marca incontornável e líder nos crossover. /
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ENSAIO
NOVO AUDI A5 SPORTBACK
FÓRMULA ÚNICA O Audi A5 Sportback marcou um novo ritmo nas compras profissionais quando, nas empresas, a ideia de adquirir um coupé acarretava despedimento com justa causa. A nova geração aprofunda uma ideia que interpreta de forma única: aliar a imagem dinâmica à funcionalidade e às exigências da família TEXTO JULIO SANTOS
A
s coisas mudaram porque o Audi A5… mudou as coisas! Ao conciliar a assinatura de uma marca premium, com a funcionalidade da carroçaria de cinco portas e o perfil dinâmico de um coupé, o A5 Sportback foi ao encontro das preferências da generalidade dos consumidores, ao mesmo tempo que respondeu de maneira inovadora àquilo que
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
as empresas realmente valorizam. A chegada da nova geração, agora em fevereiro, tem um significado especial. Pelo que atrás ficou dito mas, também, pelo muito conteúdo novo, a chegada do novo Audi A5 Sportback merece ser olhada com atenção. Do ponto de vista estilístico reinterpreta uma receita de sucesso, conservando a fluidez das linhas coupé numa carroçaria de cinco portas ,onde cada detalhe foi aprimorado. No primeiro olhar percebe-se logo que estamos perante um automóvel totalmente novo, destacando-se na frente
os vincos no capot de motor que dão coerência à nova grelha dianteira mais plana e às nervuras colocadas lateralmente que emprestam uma sensação de dinâmica a uma carroçaria que parece ter sido esculpida, como nos refere, aliás, Frank Lamberty, responsável pela definição estilística do Audi A5. “Um Coupé abre-nos imensas possibilidades para demonstrarmos o ADN da marca. No A5 Sportback fomos ainda mais longe. Temos uma carroçaria muito elegante, distinta e verdadeiramente premium, mas com um caráter forte que incorpora a herança quattro”.
O QUE DIZ A MARCA CAMPEÃO DE ECONOMIA O Audi A5 Sportback é há muito uma referência para as empresas, ao conciliar o posicionamento premium, e um nível de qualidade invulgar, mas também, para as famílias ao oferecer muito espaço, conforto e tecnologia de última geração. Mas o A5 Sportback é, também, um verdadeiro campeão da economia, com custos de utilização reduzidos, graças aos baixos consumos. Estas características estão ampliadas na nova geração do Audi A5 Sportback que beneficia do amadurecimento de um modelo que foi uma referência e, evidentemente, das novas tecnologias com que o A5 Sportback passa a contar. É o caso da suspensão muito evoluída, que favorece o conforto e o prazer de condução, tendo aqui um papel preponderante a gama de motores que à economia juntam um elevado desempenho dinâmico. O alto valor residual que possibilita rendas baixas e a colocação no topo do segmento nos estudos de fiabilidade, com um nível de satisfação acima da média dos concorrentes, são outros motivos que justificam a preferência de empresas e particulares
AUDI A5 SPORTBACK 2.0 TDI
PREÇO 47 760€ // MOTOR 4 CIL.; 1968 CC; Turbo; 190 CV; 3800 RPM // BINÁRIO 400 Nm; 1750-3000 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; MANUAL 6 VEL. // PESO 1575 KG // COMP./LARG./ALT. 4,67/1,84/1,37 M // MALA 465 L // DESEMPENHO 7,9 s 0-100 KM/H; 238 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,4 l/100 KM // EMISSÕES CO2 114 G/KM (CLASSE B) // IUC 218,92€ // REPRISES 40-90 KM/H AUTO ND // TRAVAGEM 100-0 km/h ND *As nossas medições
ALTO VALOR RESIDUAL / IMAGEM / EQUIPAMENTO
PREÇO / OPCIONAIS
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ENSAIO
NOVO AUDI A5 SPORTBACK
COUPÉ DE CINCO PORTAS O A5 Sportback concilia a funcionalidade da carroçaria de cinco portas e o perfil dinâmico do coupé
Liberty destaca o “equilíbrio das proporções” como elemento chave na primeira imagem que temos do A5, sendo essa caraterística “muito importante tanto num desportivo como num automóvel de prestígio ou de vocação familiar”. Mantendo quase intactas as dimensões (4,73 metros de comprimento) face ao modelo que agora se despede, ao contar com uma plataforma com maior distância entre eixos e largura de vias como que “muda tudo”. A começar pela habitabilidade onde se destaca o aumento do espaço para pernas na traseira (24 milímetros), o mesmo acontecendo na frente ao nível dos ombros dos ocupantes. À sensação de espaço
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2017
juntam-se outras caraterísticas valorizadas pela família e por aqueles que esperam tudo de um automóvel: conforto absoluto, materiais de elevada qualidade e um equipamento que inclui todos os mais avançados dispositivos de apoio á condução e ao bem-estar a bordo. No primeiro caso, destaque para a travagem autónoma, que consegue evitar a colisão desde que circulemos abaixo dos 65 Km/h, a que se juntam avisadores de transposição de faixa de rodagem, de presença de outro carro no ângulo morto, ou de aproximação perigosa ao veículo que segue à nossa frente. Já no que diz respeito ao prazer de vida a bordo, além
do virtual cockpit (que projeta no ecrã central e no painel de instrumentos toda uma vasta panóplia de informações), destaque para as novas funcionalidades do sistema MMI e, principalmente, para as múltiplas soluções de conectividade que nos permitem aceder á internet. Pode, então dizer-se, que o habitáculo do Audi A5 Sportback assume-se como um prolongamento do nosso escritório ou sala de estar, tanto mais que em matéria de aparelhagem de som o sistema Bang Olufsen, exclusivo para este modelo, com 19 altifalantes dissimulados pelo habitáculo, fazem-nos acreditar que estamos na mais perfeita sala de concertos.
QUALIDADE DE CONSTRUÇÃO Como é típico na Audi, o interior apresenta uma qualidade muito elevada. A arquitetura horizontal do painel de instrumentos e a faixa contínua dos difusores cria uma grande sensação de espaço no habitáculo
É por isso que o que mais desejamos é que as longas viagens não cheguem ao fim. Por isso e porque a experiência de condução é verdadeiramente inesquecível. Para além do sistema que nos permite ajustar o amortecimento da suspensão, a tração, ou a resposta do motor, destaque para a transmissão que fica a cargo da caixa de velocidades manual de seis velocidades ou da reconhecida S-Tronic de dupla embraiagem e sete relações que consegue aproveitar em pleno as potencialidades dos diferentes motores. No lançamento que agora se inicia o Audi A5 Sportback está disponível a partir de 47 760 euros. /
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ENSAIO
MERCEDES C 300H
APOSTA NA DINÂMICA Pelo mesmo preço, os Mercedes C 300 Hybrid e C 250d partilham o mesmo bloco turbodiesel, mas o primeiro beneficia de um motor elétrico de 27 CV que lhe aumenta a potência para 231 CV. Ganha na aceleração e nos consumos TEXTO JÚLIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO
O
Classe C da Mercedes alcança patamares de sofisticação invulgares e há mesmo quem o aponte como o melhor familiar médio de prestígio. Faz jus à estrela que exibe e à definição premium, tem a qualidade que esperamos da Mercedes e muita tecnologia que lhe permite uma dinâmica exemplar e um prazer de vida a bordo capaz de agradar à família mais exigente e aos que já não conseguem deixar de prolongar no habitáculo do seu carro as funcionalidades do escritório. Os dispositivos de conectividade e entretenimento, a par do espaço amplo, con-
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forto e decoração sofisticada fazem do Classe C uma opção incontornável. Ainda mais ao olharmos para os custos de utilização e para os valores de renda propostos pela Mercedes Benz Financiamento: 564€ para um contrato de 36meses/60 000km, (com um valor residual de 29 322€), não estando aqui incluído o seguro e a manutenção. Como é sabido, o novo regime fiscal reserva os incentivos para os elétricos e híbridos Plug-in (na Classe C existe o 350e, a gasolina, que custa 55 mil euros) pelo que a opção pelo C 300h pode ser encarada, sobretudo, pelo prisma do acréscimo de potência e da redução de consumo face ao C 250d. Os dois utilizam, na verdade, o mesmo motor turbodiesel de 2,1 litros com
204 CV de potência e uns muito disponíveis 500 Nm de binário, com o Hybrid a adicionar um motor elétrico de 20 Kw (27 CV) que é alimentado por uma bateria de iões de lítio localizada na bagageira (que assim vê a capacidade reduzida de 480 litros para 437 litros). De referir que este motor elétrico está acoplado à caixa de velocidades, o que explica que, por razões de espaço disponível, o C 300h seja obrigado a utilizar a transmissão automática de sete relações, enquanto o C 250d recorre agora à mais evoluída e agradável de utilizar caixa 9G-Tronic. A consequência desta opção forçada é uma maior suavidade de funcionamento nos regimes altos por parte do 250d, que é também mais
veloz: 247 km/h, mais 3 km/h que o híbrido, que nos 0-100 km/h regista 6,4 segundos, contra 6,6 segundos do 250d. Estas diferenças irrelevantes repetem-se nos consumos médios com a vantagem a pender para o 300h: 3,6 l/100 km, contra 4,3 l/100 km. Assim, a vantagem desta propulsão híbrida, em termos de utilização, faz-se sentir principalmente no arranque que é sempre em modo elétrico e nos regimes intermédios, antes de a bateria se esgotar, o que, aliás, acontece rapidamente. Mas há que reconhecer que, até isso acontecer, a disponibilidade do motor é exemplar e a suavidade cativante. Significa isto que a opção pelo C 300h pode justificar-se pelo adicional de potência e pelos consumos (e emissões) mais favoráveis, principalmente nos primeiros quilómetros enquanto a bateria “empurra”, o que deixa de acontecer mesmo muito cedo. É isto que justifica, aliás, que nos primeiros 20 quilómetros fiquemos de boca aberta quando olhamos para o computador de bordo e vemos consumos inferiores a 3.0 litros. Ainda assim, não deixa de ser admirável que um automóvel com esta potência possa registar médias de viagem pouco acima dos 4,5 litros, sem que para isso tenhamos que abdicar de um ritmo bastante “animado”. /
MERCEDES C 300H AOV A Mercedes Benz Financiamento propõe para o Mercedes C 300h um contrato de aquisição com duração de 36 meses e 60 mil quilómetros com uma renda mensal de 564,23€, considerando um valor residual de 29 322€ Este contrato exclui Seguro e Manutenção
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN COMB. 52 294€ 25 101€ 27 193€ 3179€ 4242€
UTILIZ 767.7€
PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização. Valores para 48 meses / 80 000 km
PREÇO 52 924€ // MOTOR 4 cil.; 2143 CC (diesel); Turbo; 204 CV/3800 RPM // BINÁRIO 500 Nm/1600 RPM (Motor Elétrico: 27 CV // BINÁRIO 250 NM) // TRANSMISSÃO Traseira Auto 7 VEL // PESO 1715 KG // COMP/LARG/ALT 4,87/1,81/1,85 M // MALA 415 L // DESEMPENHO 6,4 (6,7*) s 0-100 KM/H; 244 KM/H Vel. Max. // CONSUMO 3,6 (4,5*) L/100 KM // EMISSÕES 94 G /KM (CLASSE B) // IUC 218,92€ // REPRISES 40-90 KM/H (AUTO) 3,4 seg * // TRAVAGEM 100-0 Km/H 43 M // GARANTIA GERAL Ilimitada/2 anos *As nossas medições
QUALIDADE / IMAGEM / DINÂMICA / CONSUMOS
BAGAGEIRA / RUÍDO / MOTOR / CAIXA 7 VEL
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ENSAIO
ALFA ROMEO GIULIA SUPER 2.2 DIESEL AUTOMÁTICO
SOLUÇÃO INTELIGENTE O novo Alfa Romeo Giulia está na moda porque é elegante e diferencia-se, claramente, dos concorrentes. Tem, além disso, uma dinâmica apaixonante. Principalmente a versão com o motor 2.2 Diesel de 180 CV e caixa automática TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
A
s caixas automáticas têm hoje um desempenho muito melhor do que no passado e a prova disso são os resultados obtidos nas mais variadas aplicações como demonstrado no Alfa Romeo Giulia, que recorreu a uma das melhores transmissões automáticas da ZF. Neste segmento de mercado, onde o modelo transalpino compete diretamente com os campeões das vendas às empresas (Audi A4, BMW Série 3 e Mercedes Classe C), a caixa automática é a escolha preferida dos clientes. Para além de uma utilização bastante mais cómoda, a caixa automática da ZF de 8 velocidades faz uma gestão mais inteligente do
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binário e da potência e, por isso, o consumo não é penalizado. De acordo com os valores obtidos no nosso ensaio, estamos a falar apenas de meio litro de diferença, mas se compararmos os valores oficiais a diferença é nula! Isto é tanto mais espantoso se pensarmos que as recuperações são mais fulgurantes. Mas o interesse pelo novo Alfa Romeo transcende a questão da caixa automática, para se estender a outros capítulos, desde logo a sua beleza capaz de gerar amor à primeira vista. A prova é que já não andávamos há muito tempo com um carro que gerasse tantos comentários e tantas perguntas! A pergunta mais frequente foi sobre a qualidade, um capítulo onde constatámos um forte progresso numa tentativa séria de igualar os valores dos seus principais rivais e, se há pon-
tos a rever, o balanço é muito positivo. Outra pergunta habitual era se achávamos o carro fiável, um aspeto difícil de avaliar num carro com poucos quilómetros. Porém, acreditamos que a evolução registada ao nível da qualidade trará no futuro vantagens. Relevante, também, é o regresso à tração traseira. Esta não foi uma escolha fácil porque sabemos que as melhores realizações neste campo são fruto de um processo de maturação muito grande. Na verdade, toda a construção do Alfa Romeo Giulia é uma novidade e embora haja coisas mais importantes do que outras, a principal premissa na sua conceção foi alcançar o máximo prazer de condução. Para além da tração traseira, contribui para esse objetivo o cuidado de reduzir o peso supérfluo sem que isso afetasse a rigidez estru-
tural porquanto sabemos que, quanto maior for o seu valor, melhor é qualidade, melhor é o conforto e, acima de tudo, o comportamento dinâmico. Este beneficia também de uma suspensão totalmente reformulada e, se para a frente a marca italiana desenvolveu uma nova estrutura de duplo braço oscilante com eixo de direção semivirtual para otimizar o efeito filtrante e permitir uma viragem rápida e precisa, para o eixo traseiro foi escolhida uma solução composta de quatro braços e meio (uma patente da Alfa Romeo). Em suma, o novo Giulia tem um comportamento dinâmico que desafia não só a Audi como a BMW. Pelas provas e comparações feitas podemos afirmar que o Giulia é o carro mais ágil do seu segmento. Com um posicionamento de preço um pouco mais baixo do que os seus concorrentes mais diretos, a relação preço/equipamento é muito boa. Se acrescentarmos os baixos consumos que consegue alcançar e os custos de manutenção que se enquadram na média do segmento das marcas premium, acreditamos no sucesso do novo que o Alfa Romeo Giulia. O regresso da marca italiana representa, sem dúvida, uma ameaça à hegemonia dos carros alemães. A versão automática é, neste caso, 2300 euros mais cara, um valor que está em linha com outras opções do género. /
AOV A Alfa Romeo propõe para o Giulia 2.2d (150 CV) um contrato de renting com a duração de 48 meses/80 mil quilómetros, com um custo mensal de 670 euros (IVA incluído)
ALFA ROMEO GIULIA SUPER 2.2 DIESEL AUT.
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN COMB. 44 050€ 17 180€ 26 871€ 2 336€ 4 291€
UTILIZ 986,89€
PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização. Valores para 48 meses / 80 000 km
PREÇO 46 700€ // MOTOR Motor 4 cil.; 2143 c.c. (diesel); Turbo; 180 CV; 3750 rpm // BINÁRIO 450 NM/1750 rpm // TRANSMISSÃO Traseira Aut. de 8 velocidades // PESO 1520 KG // COMP./LARG./ALT. 4,64/1,86/1,43 M // MALA 480 L // DESEMPENHO 7,1 S 0-100 KM/H (10,5*); 230 KM/H VEL. MÁX.; 32,6 S* 0-1000M // CONSUMO 4,2 (6,7*) L/100 KM // REPRISES 40-90 Km/h aut. 5,6 S* // TRAV. 100-0 Km/h 44 M* // NÍVEL SONORO (Ral./90/120 Km/h) 60,1/64,9/68,4 DBA* // EMISSÕES CO2 110 G/KM (Classe C) // IUC 218,92 € *As nossas medições
DESIGN / HABITABILIDADE / COMPORTAMENTO
ALGUNS ACABAMENTOS / RUÍDO
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ENSAIO
ALFA ROMEO GIULIETTA
O IRMÃO DO MEIO O lançamento do Alfa Romeo Giulia veio reforçar o élan do Giulietta. Há novos motivos para prestar atenção ao “irmão do meio” que até recebe uma excelente caixa automática que explora bem o motor turbodiesel de 120 CV TEXTO JULIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO
A
Alfa Romeo continua a acelerar corações; cada novo modelo desperta curiosidade e isso é algo de que poucas marcas se podem orgulhar. Nesta fase o “menino bonito” é o Giulia mas, como tantas vezes acontece, o verdadeiro “artista” é aquele que consegue que os figurantes também tenham o seu momento de glória. Mas este é, apenas, só mais um motivo para repararmos no Giulietta. Em rigor, o retoque de maquilhagem que conheceu há menos de um ano valeria só por si; o Giulietta está muito mais sexy e não é exagero dizer-se que, neste segmento onde a banalização é o mote, o carro italiano é o mais bonito. O interior escuro, infelizmente, não acompanha este arrojo estilístico: a aposta é, sobretudo, na sobriedade, aqui e ali “polvilhada” com alguns toques a apelar à herança desportiva da marca. Gostamos do conforto, mas menos da posição de condução (e da visibilidade traseira), assim como da ausência de alguns dispositivos (conectividade e entretenimento) de última geração. O espaço também não deslumbra e alguns plás-
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AOV A FCA propõe para o Alfa Romeo Giulietta 1.6 JTDM TCT (120 CV) um contrato de renting para 4 anos/80 000km com uma mensalidade de 390€ (IVA incluido)
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN COMB. 28 900€ 13 872€ 15 028€ 2 251€ 3 984€
ticos "irritam". Porém, os consumidores têm um novo motivo para olhar para o Giulietta: a possibilidade de, por mais 2100 euros, dispor da nova caixa de velocidades automática de dupla embraiagem. Para uma utilização urbana esta transmissão de seis relações, potencia o conforto e consegue explorar bem um motor sempre muito disponível onde o elevado binário (320 Nm) explica o porquê da preservação da genética desportiva da marca. Para isso, os mais exigentes têm ainda ao dispor o sistema DNA que permite ajustar a resposta do motor e da caixa de velocidades, bem como o controlo de tração, de uma atitude mais desportiva, ao privilégio ao conforto. Embora penalize o preço final vale a pena salientar que a transmissão automática não “castiga” em excesso os consumos que, de acordo com as nossas medições se situam ao redor dos 6,5 litros e, viagem, numa condução normal. Os “alfistas” que não precisam de um carro do tamanho do Giulia têm no Giulietta uma opção que merece ser equacionada. /
UTILIZ 592,33€
CONFERÊNCIA
FROTA ECOLÓGICA E FISCALIDADE O ATUAL REGIME FISCAL E AS IMPLICAÇÕES PARA AS EMPRESAS AS VANTAGENS DA MOBILIDADE DE BAIXO CARBONO O QUE ESTÃO AS MARCAS A FAZER PARA SE ADAPTAR E DAR RESPOSTA AOS NOVOS PARADIGMAS DE MOBILIDADE O MERCADO DAS PME’S E PARTICULARES OFERTA E DESAFIOS | COMO FAZER CHEGAR ESTA TIPOLOGIA DE VEÍCULOS A ESTE MERCADO OS OPERADORES DE ENERGIA ESTÃO PREPARADOS PARA ESTE NOVO NEGÓCIO?
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ENSAIO
AUDI A4 AVANT 2.0 TDI ADVANCE
ALUMÍNIO E ALGODÃO O Audi A4 Avant 2.0 TDI é maioritariamente construído em alumínio, mas parece em… algodão: leve, suave, confortável, silencioso. Quase não nos surpreenderia não fora o facto de manter intacta uma dinâmica de referência
M
TEXTO JULIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO
ais devagar do que a Audi desejaria, a nova geração A4 vai sendo “descoberta” pelo público em geral e pelas empresas. Tem argumentos para ambos, mas o que vale a pena começar por destacar é que estamos perante um daqueles casos em que “quem vê caras”… Nada de errado na “cara” do A4, mas a excessiva semelhança face ao modelo anterior acabou por “mascarar” os atributos daquela que é uma das melhores propostas no segmento. Afinal, olhando bem, percebemos que as linhas foram aprimoradas numa carroçaria
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cuja aerodinâmica é a melhor na categoria (fundamental para os consumos, conforto e desempenho dinâmico), mas aquilo que imediatamente impressiona é o compromisso entre conforto e prazer de condução. Ao dominar a “arte” da construção em alumínio, a Audi desenvolveu uma estrutura que é a mais leve do segmento e a que apresenta os maiores valores de rigidez torsional. Em paralelo, nos seus carros apresenta sempre plataformas muito evoluídas, com um equilíbrio próximo da perfeição entre a distância entre eixos, largura de vias e colocação do centro de gravidade, a que se junta, sempre, a suspensão muito evoluída. É o que acontece mais uma vez no A4 que, no caso da versão
ensaiada, aposta claramente no conforto, o que explica as jantes de 16 polegadas com pneus de perfil alto (205/60 R16). No A4 Avant, o alumínio parece algodão; a estrutura sólida e a cuidadosa colocação de materiais isolantes “filtra-nos” totalmente do exterior e reduz a zero o nível de ruído do motor turbodiesel. Bem-vindos a bordo daquele que é uma referência em termos de conforto; sem ruídos nem vibrações e onde o espaço cresceu, ainda que o túnel de transmissão (a pensar nas versões quattro) cause constrangimentos importantes a quem se sentar no lugar central, na traseira. A decoração requintada, a par do equipamento de última geração serão, igualmente, aspetos valorizados pela família que
tem ao dispor uma bagageira com 515 litros. Quanto ao motor, não esquecendo que a Audi tem disponível uma versão de 190 CV deste bloco TDI de 2.0 litros, os mais apressados dirão que falta algum nervo a esta versão com 150 CV mas reconhecerão, também, que os 320 Nm de binário e, principalmente, o bom aproveitamento conseguido pela caixa de velocidades automática de dupla embraiagem (S-Tronic) com sete relações, permite manter com facilidade ritmos de viagem isentos de reparos. Ainda menos quando olhamos para o computador de bordo e percebemos que, sem cuidados especiais, os consumos podem facilmente estabilizar abaixo dos 5,0 l/100 km. Gostam as famílias e também as empresas. O Audi Finance Services propõe uma renda de 656,60€, já com IVA, e praticamente tudo incluído, o que, a par dos baixos custos de manutenção se traduz num dos melhores custos de utilização da classe. Se a tudo o que dissermos adicionarmos o facto de estarmos perante uma das mais conhecidas “assinaturas” Premium percebe-se ainda melhor o porquê desta versão 2.0 TDI de 150 CV merecer as preferências das empresas. /
AUDI A4 AVANT 2.0 TDI ADVANCE CONTRATO AOV O Audi Finance Services propõe, através do Volkswagen Bank, um contrato de renting, com a duração de quatro anos ou 80 mil, com uma renda mensal de 656,60€ (IVA incluído). Inclui: manutenção, IUC, Inspeção Periódica, seguro de avarias, pneus, viatura de substituição e seguro
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN COMB. 44 638€ 20 087€ 24 551€ 2001€ 4086€
UTILIZ 927.50€
PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização. Valores para 48 meses / 80 000 km
PREÇO 42 057€ (valor negociado) // MOTOR 4 cil.; 1968 CC (diesel); Turbo; 150 CV/3250 RPM // BINÁRIO 320 Nm/1500 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira Auto 7 VEL // PESO 1550 KG // COMP/LARG/ALT 4,72/1,84/1,42 M // MALA 515 L // DESEMPENHO 8,9 (9,4*) s 0-100 KM/H; 220 KM/H Vel. Max. // CONSUMO 4,1 (4,5*) L/100 KM // EMISSÕES 109 G / KM (CLASSE B) // IUC 218,92 € // REPRISES 40-90 KM/H (AUTO) 9,5 seg * // TRAVAGEM 100-0 Km/H 44 M *As nossas medições
IMAGEM / CONFORTO / DINÂMICA
LUGAR CENTRAL TRASEIRO / MOTOR ALTOS REGIMES
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ENSAIO
FORD S-MAX 2.0 TDCI TITANIUM
PRIMEIRA CLASSE O monovolume S-Max é o modelo da Ford que tem estado vocacionado para o mercado de profissionais liberais e empresas. A sua imagem com alguns toques desportivos, o espaço interior e o equipamento explicam esta preferência TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
C
om um comprimento total de aproximadamente 4,8 metros, o Ford S-Max é um dos poucos monovolumes de grande porte a resistir às investidas dos SUV. A sua modularidade interior, com capacidade até sete passageiros, os 700 litros de capacidade da bagageira sem rebatimento dos bancos, o elevado equipamento de conforto e segurança explicam esta preferência do mercado empresarial, designadamente os quadros das empresas com famílias mais numerosas.
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No mercado nacional, a gama é proposta em dois níveis de equipamento – Trend e Titanium – e três motorizações diesel, com base no bloco de dois litros, que disponibilizam 120, 150 e 180 CV. Por uma questão de custos, as empresas apostam sobretudo na versão de entrada – Trend com motorização de 120 cv – que oferece uma dotação de série bastante interessante, onde se inclui o controlo automático da velocidade com limitador, rádio CD MPB com SYNC, ecrã a cores, ar condicionado duplo, bancos dianteiros de estilo desportivo, botão Ford Power. Por sua vez, o nível de equipamento Titanium, que corresponde à unidade ensaiada, acresce
os retrovisores elétricos, aquecidos e recolhíveis, as luzes diurnas LED, sistema auxiliar de estacionamento dianteiro e traseiro, faróis de nevoeiro, faróis médios automáticos, sensores de luz e chuva. Fruto de um total de 32 configurações de bancos e do espaço de carga, graças a um sistema de rebatimento fácil para a segunda e terceira filas de bancos, o S-Max permite que até sete passageiros viajem com todo o conforto. Esta última possibilidade está incluída na opção Pack Família com terceira fila Easyfold, que compreende mesas tipo avião nas costas dos bancos, cortinas de sol, rede de bagageira, terceira fila de bancos.
O QUE DIZ A MARCA TECNOLOGIA AVANÇADA O Ford S-MAX insere-se num segmento que em Portugal representa pouco mais de 3 por cento do mercado de passageiros (2016) e que tem vindo a regredir em volume de vendas. A mais recente geração do modelo, que chegou ao mercado nacional em julho de 2015, estreou uma série de novas tecnologias Ford, nomeadamente a Direcção Adaptativa, Faróis de LED Dinâmicos com máximos sem brilho, a tecnologia de Assistência Pré-Colisão (em estreia no segmento), entre outras soluções de assistência à condução. As vendas a Frotas não são atualmente muito expressivas e são maioritariamente a opção de profissionais liberais que procuram um modelo que é simultaneamente um veículo familiar, com 7 lugares, confortável e bem equipado e com uma dinâmica de condução referencial.
Em termos de imagem, o S-Max adota os mais recentes traços de família da Ford, quer no arranjo frontal, quer nos flancos. Com o pack Sport Plus, o aspeto desportivo é reforçado pelo rebaixamento da suspensão, pelos para-choques dianteiros e traseiros e as saias laterais. A motorização diesel de 180 cv garante um bom compromisso entre prestações e consumos. Para um peso em vazio de 1 700 kg, o comportamento deste S-Max é agradável, quer em termos de acelerações quer de recuperações, enquanto os consumos também não são escandalosos, com o computador de bordo a indicar valores entre 7,2 e 7,6 l/100 km. Em termos de preços, o Ford S-Max é proposto, no nível de equipamento Trend, a partir de 36 085 euros ou 37 038 euros, com as motorizações de 120 CV ou 150 CV. Até 31 de março, a marca tem uma campanha que atribui um desconto de 2300 euros, que acresce a oferta de equipamento à escolha do cliente da lista de opções no valor de mil euros. Como consequência, o preço final fica abaixo dos 35 mil euros, ficando abrangido pelos escalões da tributação autónoma. Se isso não constituir um problema, a solução poderá passar pelo S-Max 2.0 TDCI de 180 CV Titanium. /
FORD S-MAX 2.0 TDCI TITANIUM CONTRATO AOV A Ford, através do Grupo Societé Génerale, propõe para o S-Max 2.0TDCi 150cv Titanium, um contrato AOV de 60 meses e 75 000 quilómetros, com um custo mensal de 555 euros (IVA incluído). O contrato prevê manutenção, IPO, pneus, IUC, Assistência em Viagem, Seguro de Manutenção e Seguro DP 4%, Resp. Civil e Gestão Sinistros. Esta campanha é válida até 28/02/2017
PREÇO 42 590€ // MOTOR 4 CIL.; 1997; TURBO; 180 CV; 3 500 RPM // BINÁRIO 400 Nm // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL // PESO 1726 KG // COMP/LARG/ALT 4,79/1,91/1,65 // MALA 700 L // DESEMPENHO 9,7 s 0-100 KM/H; 211 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 5,0 (7,2*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 129 G/KM (CLASSE C) // IUC 252,47€ // TRAVAGEM 100-0 Km/H ND *As nossas medições
CONFORTO / MODULARIDADE
CONSUMOS / PREÇO
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ENSAIO
VW PASSAT 2.0 TDI BUSINESS PACKAGE
UM CAMPEÃO NA EMPRESA Numa altura em que muitas empresas planeiam a renovação das frotas, revisitamos o Passat, modelo que, em toda a Europa, tem “colecionado” prémios de melhor carro para fins empresariais, resultado da imagem e dos reduzidos custos de utilização TEXTO JULIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO
O
s portugueses conhecem bem o Volkswagen Passat e as empresas ainda melhor – dizemo-lo sem receio – pois é no contexto profissional que se destacam ainda mais algumas qualidades inéditas. É o caso do valor de renda mensal que ronda os 490 euros (para um contrato de 54 meses ou 100 mil kms), consequência de um preço muito competitivo e de um valor residual elevado que é a tradução da grande procura deste modelo. Já os reduzidos custos de manutenção, bem como os baixos consumos
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que, em utilização normal, para a versão 2.0 TDI, facilmente se situam “na casa” dos 5,3 l/100 Km são há muito fatores valorizados por todo o género de utilizadores. Mas como na compra de um automóvel, mesmo na vertente profissional, as emoções nunca ficam totalmente à parte, a forte imagem é outro dos trunfos importantes do Passat cuja carroçaria de quase 4,8 metros de comprimento concilia elegância e aquela sensação tão importante de que estamos perante um produto com uma elevada qualidade de construção. Essa sensação prossegue no interior marcado pela decoração sóbria mas onde não faltam apontamentos, como os revestimentos que,
opcionalmente, podem ser em couro. O espaço amplo para pessoas e bagagem, fundamental quando nos deslocamos com a família, ou nas longas viagens de trabalho, bem como o conforto ditado pelo eficaz trabalho da suspensão, pela cuidada insonorização e pelos bancos muito envolventes, estão, também, entre as caraterísticas que colocam o Passat no topo do segmento. Tanto mais que também o equipamento cumpre com as expetativas dos mais exigentes, seja naquilo que mais influencia o bem -estar a bordo, seja ao nível da assistência à condução. Neste caso destacamos a travagem autónoma de emergência, bem como o aviso de transposição involuntária de faixa
de rodagem ou de aproximação perigosa a um obstáculo, que, consoante as versões, encontramos de série ou em opção. A dinâmica e o prazer de condução estão, também, entre os atributos principais do Passat, seja no caso da elegante versão berlina, como da versátil e informal Variant, uma das “carrinhas” com maiores tradições neste segmento. E embora a oferta de motorizações seja ampla, a escolha das empresas tem recaído, preferencialmente, no bloco turbodiesel de 2.0 litros, com 150 CV. A explicação pode ser encontrada nas vantagens fiscais, já que “encaixa” no escalão de Tributação Autónoma abaixo dos 35 mil euros mas, também, nos reduzidos consumos a que já fizemos referência. Não menos importante, porém, é o eficaz desempenho deste motor de 150 CV que tem na grande disponibilidade de binário e no excelente aproveitamento da transmissão manual de seis velocidades, trunfos muito importantes. De tal maneira que, mesmo com quatro pessoas a bordo e bagagem, conseguimos fazer viagens a um ritmo mais do que razoável, com o motor a revelar sempre uma grande disponibilidade. /
VW PASSAT 2.0 TDI BUSINESS CONTRATO AOV O Volkswagen Bank propõe um contrato de renting com a duração de 54meses/100 mil quilómetros com uma renda mensal de 489€. Inclui: manutenção, IUC, IPO, pneus, assistência 24 horas e seguro
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN COMB. 36 035€ 16 216€ 19 819€ 2920€ 4086€
UTILIZ 807€
PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização. Valores para 48 meses e 80 000 km
MOTOR 4 cil.; 1968 CC (diesel); Turbo; 150 CV/3500 RPM // BINÁRIO 340 Nm/1750 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira Man 6 VEL // PESO 1475 KG // COMP/LARG/ALT 4,765 /1,83/1,45 M // MALA 586 L // DESEMPENHO 8,7 s 0-100 KM/H; 220 KM/H Vel. Max. // CONSUMO 4,0 L/100 KM // EMISSÕES 103 G /KM (CLASSE C) // IUC 143,17€ // TRAVAGEM 100-0 Km/H 44 M // GARANTIA GERAL 90 000km/5 anos *As nossas medições
IMAGEM / COMPORTAMENTO / CONFORTO
RUIDO MOTOR
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ENSAIO
OPEL ZAFIRA 2.0 CDTI
UMA IDEIA FAMILIAR Os monovolumes podem já não estar na moda, mas ainda são a opção familiar mais inteligente. Daí o interesse que pode despertar nos quadros das empresas com famílias mais numerosas. Um bom exemplar é o Opel Zafira recentemente renovado. TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
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nquanto os SUV sobem nas vendas, os monovolumes, como o Opel Zafira, estagnaram. Mesmo assim, é notório o interesse que as marcas têm por este setor do mercado com caraterísticas vincadamente familiares. Pelo menos as que, como a Opel, e não abdicam da sua posição relevante. A verdade é que se o mercado dos MPV já conheceu melhores dias, ele continua a ser ainda procurado pelas famílias mais numerosas onde os sete lugares são obrigatórios, assim como algumas funcionalidades no arranjo interior, com vista a potenciar a nversatilidade. O Opel Zafira, já com décadas de história, viu agora modernizado o conceito, passando a
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contar com uma linha personalizada da OPC, que custa 1100 euros, e principalmente, com alguns dispositivos importantes, como os faróis AFL, agora integralmente em LED, e novas funcionalidades para o sistema OnStar (tão relevante em termos de segurança) que passa a incorporar um hot-spot wi.fi que permite aos sete ocupantes manter um acesso individualizado à internet. No habitáculo notamos, na verdade, algumas alterações muito importantes, destacando-se o tablier que, mantendo um grande número de comandos, está agora mais ergonómico e visualmente mais agradáveis, graças à utilização de materiais de melhor qualidade. A diferença mais significativa talvez seja a integração do ecrã que antes estava em destaque no topo do tablier e agora aparece num plano mais baixo,
à semelhança do que acontece com todos os outros modelos. A par do espaço amplo, da versatilidade e do conforto, destaque para a sensação de bem-estar ditada pela luminosidade a bordo, proporcionada pelo teto panorâmico de grandes dimensões, uma opção que exige uma climatização mais eficiente devido ao aumento do efeito de estufa com todas as consequências que isso tem na alteração do conforto térmico. Por isso mesmo, a Opel teve o cuidado de fazer uma distribuição cuidada do fluxo de ar pelas três filas de bancos. As três filas continuam a apresentar uma enorme modularidade, com a do meio a poder ser configurada mudando a posição individual dos três bancos ou transformar os três assentos em dois, criando uma espécie de espaço vip atrás!
O QUE DIZ A MARCA SALAO SOBRE RODAS Gostamos de chamar ao nosso monovolume de sete lugares, o "Salão sobre Rodas". Isso diz tudo, ou praticamente tudo, sobre o espaço e o conforto que o Zafira oferece. Tratase, na verdade, de um modelo sofisticado, em todos os sentidos, particularmente no conceito de modularidade. O sistema de bancos "Lounge" permite obter diferentes configurações para a segunda fila de bancos, entre as quais uma inédita que oferece espaço para dois ocupantes ao nível de uma 'limousine' de luxo. Este argumento, a par do sistema Opel OnStar e do 'hotspot' Wi-Fi que garante ligação à Internet, torna o Zafira numa proposta acessível única para executivos que precisem, ou prefiram, viajar por estrada. Ao fim-desemana, há espaço para toda a família e amigos, de um a sete. Basta levantar ou baixar bancos, conforme as necessidades.
AOV A Opel propõe para o Zafira 1.6 CDTI Dynamic um contrato de renting com a duração de 48 meses / 80 mil quilómetros, com um custo mensal de 477,82 euros (IVA incluído).Este valor inclui manutenção ilimitada, IPO, pneus, IUC e assistência em viagem
Quanto a motores e enquanto não chega a motorização 1.6 CDTi de 134 CV, para o qual já existe preço, a oferta nos diesel fica confinada ao 2.0 CDTi de 170 CV, uma opção que casa com a linhagem mais desportiva dada pelo kit da OPC com que a unidade ensaiada vinha equipada, incluindo as jantes de 19 polegadas. Com força suficiente para puxar pelo Opel Zafira carregado de pessoas e de carga, o motor 2.0 CDTi surpreende pela sua genica e pela forma como responde ao acelerador, inclusive naquelas situações onde as transições de regime são mais frequentes como na cidade, onde mostrou também boa agilidade e prestações acima da média. Uma boa parte do bom desempenho dinâmico e do conforto é alcançado com a ajuda do sistema FlexRide que muda a pressão dos amortecedores conforme o programa escolhido Tour ou Sport. Qualquer dos dois consegue controlar muito bem o rolamento da carroçaria em curv, mas enquanto o modo Tour privilegia o conforto, o modo Sport torna o Opel Zafira mais reativo, sem que isso altere muito o consumo de combustível que, em média, nunca alcança os 7 l/100 Km. Com preços que começam nos 30 280 euros (1.6 CDti de 134 CV), a versão ensaiada, que estava bastante equipada, sobe até aos 37 mil euros. /
OPEL ZAFIRA 2.0 CDTI
PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização. Valores para 48 meses ou 80 000 quilómetros
PREÇO 37 170€ // MOTOR Motor a gasóleo; 4 cil.; 1956 c.c.; 170 CV 3750 rpm // BINÁRIO 400 NM/1750-2500 rpm // TRANSMISSÃO Dianteira Manual de 6 velocidades // PESO 1757 KG // COMP./LARG./ALT. 4,66/1,92/1,66 M // MALA 152-678-1792 L // DESEMPENHO 9,8 S 0-100 KM/H (9,6*); 220 KM/H VEL. MÁX.; 31,2 S* 0-1000M // CONSUMO 5,2 (6,9*) L/100 KM // REPRISES 40-90 Km/h IV/V/VI 8,1/15,7/28,2 S* // Trav. 100-0 Km/h 43 M* // EMISSÕES CO2 137 G/KM (Classe C) // IUC 250,61 *As nossas medições
MOTOR / HABITABILIDADE VS MODULARIDADE / MALA / MOTOR
PREÇO / CONFORTO TÉRMICO / AUSÊNCIA DE FECHO ELÉTRICO NA MALA
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KIA NIRO HEV
PARA GENTE EVOLUIDA O Kia Niro é uma boa proposta para as empresas modernas que têm na sua matriz um especial cuidado com ambiente e uma forte preocupação em reduzir os preços de utilização TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
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ntre as soluções híbridas mais económicas, encontra-se o Kia Niro que, nascendo para receber tecnologias mais amigas do ambiente, é a terceira proposta do género da marca coreana, depois do Soul elétrico e do Optima Hybrid sem e com plug-in, uma função que mais tarde será aplicada também no Niro. Neste momento, a fórmula escolhida é composta por um motor 1.6 litros a gasolina de injeção direta (ciclo Atkinson) juntamente com um motor elétrico montado em paralelo de forma a unirem as suas forças numa potência combinada de 141 CV (a mesma do motor 1.7 CRDi). Entretanto, o apoio elétrico é neste caso sustentado por uma bateria de iões de lítio com capacidade para armazenar 1,56 KWh, o suficiente para manter os
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arranques no modo elétrico e uma autonomia teórica de 5 quilómetros. Colocada debaixo do banco traseiro, a bateria viu o peso foi reduzido ao mínimo, num esforço de grande contenção para tornar o Niro o mais leve possível. Para alcançar esse objetivo, a construção do chassis e da carroçaria apela a aços de alta resistência, mais leves, bem como ao alumínio. No total, o Niro pesa apenas 1500 Kg, um valor que tem como efeito positivo um comportamento dinâmico equilibrado e prestações muito semelhantes ao motor diesel, ainda que o binário neste caso não tenha a mesma expressão. Uma possível explicação para isso é a utilização da caixa automática de dupla embraiagem, em vez da tradicional transmissão de variação contínua, usada por alguns concorrentes. Esta opção não só melhora significativamente as prestações, como os consumos e consequente-
mente o nível de emissões, com as repercussões que isso tem na componente do imposto (ISV) um fator importante não só para o cliente individual como para as empresas que começam a ver na solução híbrida uma opção economicamente mais responsável. A caixa de velocidades é, neste caso, a mesma do Kia Optima, mas com menos uma velocidade e uma gestão diferente. Uma gestão que torna o seu funcionamento tão suave que quase não sentimos a sua intervenção, nem sequer o típico arrastamento nas passagens de caixa de outras soluções como as caixas de variação contínua. Para esse comportamento contribui o TMED (Transmission Mounted Eletric Drive) cuja função é reduzir as perdas de energia quando os dois motores funcionam em conjunto. A aplicação deste novo sistema permite, igualmente, que a solução híbrida aceda diretamen-
O QUE DIZ A MARCA UM PRODUTO DIFERENCIADOR O Kia Niro responde de forma precisa aos requisitos fundamentais de uma escolha corporate. A tecnologia híbrida, associada a uma caixa de velocidades automática de dupla embraiagem, permite uma condução confortável e dentro de padrões de economia de utilização que são vitais para uma utilização empresarial. Esta é uma combinação exclusiva que é oferecida pelo Niro no mercado, assim como também é único o conceito deste carro: pela primeira vez, o design de crossover é aliado à racionalidade de uma motorização ecológica. Ou seja, estamos perante uma fórmula que junta valores importantes de representação, sempre relevantes num carro de empresa, à eficiência de custos de operação e aquisição. A Garantia de 7 anos, um exclusivo mundial Kia, é ainda um argumento de peso para clientes que pretendam utilizar a viatura por um período maior que o habitual nos contratos de renting ou numa utilização mais intensiva (150.000kms).
BATERIA POR BAIXO DO BANCO A bateria do Niro foi colocada por baixo do banco traseiro. Sem prejuízo do conforto e sem penalizar demasiado a capacidade da bagageira que cumpre com as necessidades da família
te à energia armazenada na bateria. Uma ajuda, que é permanente graças a uma bateria que mantém a carga quase sempre acima dos 50 por cento devido à capacidade de regeneração durante as travagens e às desacelerações. Este apoio que valoriza o desempenho de um dos motores de combustão de maior rendimento termodinâmico (cerca de 40 por cento), funciona como um verdadeiro overboost ao mesmo tempo que garante consumos médios reais abaixo dos 5l/100 Km. Este é um valor importante, que faz parte da equação que define custos de utilização muito baixos com o que isso representa para a definição das rendas a pagar numa operação de renting. Esta é uma equação que tem outras variáveis importantes, como a grande fiabilidade da solução hibridas, os custos de manutenção, os valores residuais, a garantia de 7 anos ou até a relação preço/equipamento. Uma relação quase única devido a um preço base que pouco ultrapassa os 28 mil euros. O preço inclui um nível de equipamento interessante do qual destacamos o sistema de navegação, o ecrã tátil de acesso fácil ás diferentes funções como aquela que permite otimizar o funcionamento do sistema hibrido todas as ajudas à condução como a travagem autónoma e o alerta de tráfego traseiro. /
KIA NIRO HEV
PREÇO 28 191€ // MOTOR 4 CIL.; 1580 C.C.; 105 CV; 77 KW; 5700 RPM; + MOTOR ELÉTRICO; 44 CV; 32 KW; 2500 RPM // BINÁRIO 147 NM/4000 + 170 NM/1798 RPM // TRANSMISSÃO AUTO. DE 6 VEL. // PESO 1500 KG // COMP./LARG./ALT. 44,35/1,80/1,53 M // MALA 401 – 1399 L // DESEMPENHO 11,5 (12,1*) 0-100 KM/H; 162 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 3,8 (4,8*) L/100 KM // REPRISES 40-90 KM/H (AUTO) 9,9 S // TRAV. 100-0 KM/H 45 M // EMISSÕES CO2 88 G/KM (CLASSE A) // IUC 142,54 € *As nossas medições
RELAÇÃO PREÇO/ EQUIPAMENTO / CONSUMO / HABITABILIDADE
ALGUNS MATERIAIS / CAPACIDADE DA MALA
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PEUGEOT 508 SW ACCESS PACK BUSINESS
OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO Baseada no nível de equipamento Access, com Pack Business, e motorização 1.6 HDI de 120 CV, a Peugeot propõe uma versão do seu topo de gama 508 para o segmento empresarial por 25 mil euros. Esta opção pode constituir uma excelente oportunidade de negócio TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
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om um posicionamento de preço enquadrado em função dos escalões de tributação autónoma, o 508 SW Access Pack Business constitui um reforço da aposta da Peugeot num segmento onde, por um lado, as empresas representam 85% das vendas e, por outro, é dominado pelas marcas premium. O Peugeot 508 SW responde à forte concorrência germânica, com uma imagem exterior agradável, requintada e que inclui alguns toques de ‘agressividade’, designadamente ao nível das óticas dianteiras. Passando ao interior, este carateriza-se pela qualidade dos materiais utilizados, a tecnologia introduzida a bordo, onde não faltam as ligações Bluetooth
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e USB ou o ecrã tátil na consola central, assim como o abundante espaço disponibilizado para os cinco ocupantes e respetivas bagagens, o que se deve a uma mala com um volume útil de 545 litros, podendo chegar aos 1556 litros, rebatendo os bancos traseiros. Todos estes fatores conjugados garantem um elevado nível de conforto para longas viagens num modelo que é um estradista por natureza. Entre os argumentos desta versão para frotas destaque para uma redução de aproximadamente onze mil euros, relativamente ao preço de tabela, no custo de aquisição inicial, que, não obstante, oferece um pacote de equipamento bastante aceitável para os seus utilizadores. Em termos de conforto está disponível o ar condicionado para condutor e passageiro da frente, o computador de bordo, monitor tátil
na consola central com ligação por Bluetooth, o rádio CD MP3, os sensores de estacionamento traseiros, o Auto Start-Stop, os espelhos exteriores elétricos e rebatíveis, os vidros elétricos dianteiros e traseiros. A principal lacuna que se pode apontar é a ausência de um sistema de navegação. O equipamento de segurança ativa, por sua vez, inclui o ABS com repartidor eletrónico de travagem, a assistência à travagem de emergência, o programa eletrónico de estabilidade (ESP), o auxiliar de arranque em inclinações (Hill Assist), o cruise control e o sensor de pneus. Este pacote fica completo com elementos estéticos, caso das barras de tejadilho cromadas, os faróis diurnos LED e as jantes de liga leve de 16”. A nível mecânico, o 508 SW Access Pack Business é proposto com o motor 1.6 HDI de
O QUE DIZ A MARCA ORIENTAÇÃO EMPRESARIAL Referência entre as berlinas do segmento D, o Peugeot 508 é uma proposta com uma forte orientação ao mundo empresarial. A mais recente novidade é a versão 508 Access Pack Business, disponível quer em Berlina quer em SW, com um preço de venda inferior a 25000 euros. Trata-se de uma enorme vantagem competitiva, que está disponível no reconhecido motor 1.6 BlueHDi 120cv CMV6 e que integra um vasto conteúdo de série. O modelo enaltece as soluções de conforto e de segurança referenciais na marca, mas também no domínio tecnológico e mecânico. Além desta versão especialmente orientada para as empresas, a gama assenta nos níveis Active, GT line e GT, e está dotada de motores BlueHDi performantes. As versões 508 GT e 508 RXH têm um posicionamento de topo.
PEUGEOT 508 SW ACCESS PACK BUSINESS
CONTRATO AOV A Peugeot propõe para o 508 SW Access 1.6 BlueHDi 120 um contrato de renting com a duração de 48 meses / 80 mil quilómetros, com um custo mensal de 285,58 euros. Este valor inclui IVA à taxa legal em vigor
120 CV e caixa manual de seis velocidades. Este propulsor revelou-se agradável de utilizar, graças ao elevado binário disponível a baixas rotações – 300 Nm às 1750 rpm – e a um correto escalonamento das relações de transmissão. Por outro lado, este propulsor foi parametrizado para proporcionar uma condução eficiente, tão do agrado dos gestores de frotas, e não comprometer os consumos. Neste capítulo é possível alcançar valores entre 5,5 l/100 km e os 6,1 km/h, consoante se tratem de percursos de estrada ou citadinos. Mesmo assim, são valores interessantes para um veículo que pesa em vazio cerca de 1,4 toneladas e tem um comprimento de 4,8 metros. Com um preço para empresas de 25 mil euros e um valor de custo total de utilização (TCO) de 42,52 euros por cada cem quilómetros percorridos, esta versão Access Pack Business do Peugeot 508 pode constituir uma excelente oportunidade de negócio para uma empresa quando tiver de renovar a frota para os seus quadros superiores. /
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP* VR DEP MAN COMB. 34 462€ 15 163€ 19 299€ 1957€ 4086€
UTILIZ 708,6€
PVP* - Preço de venda ao público (não inclui campanha da marca) / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção - € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização. Valores para 48 meses e 80 mil quilómetros
PREÇO 25 000€ // MOTOR 4 CIL.; 1560; TURBO; 120 CV; 3500 RPM // BINÁRIO 300 Nm // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL // PESO 1609 KG // COMP./LARG./ALT. 4,81/1,85/1,47 M // MALA 545 L // DESEMPENHO 11,6 s 0-100 KM/H; 199 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 4,4 (5,9*) L/100 KM // REPRISES 40-90 KM/H ND // TRAV. 100-0 KM/H ND // EMISSÕES CO2 196 G/KM (CLASSE B) // IUC 143,17€ *As nossas medições
PREÇO / CONSUMO
SISTEMA NAVEGAÇÃO / ESPAÇOS PEQUENOS PARA ARRUMAÇÃO
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CITROËN C4 CACTUS
MARCAR A DIFERENÇA O pequeno crossover da Citroën alia uma imagem diferente e irreverente, com baixos custos de utilização e um posicionamento de preço ajustado em função dos escalões de tributação autónoma
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TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
Citroën está presente no segmento dos pequenos crossovers com o C4 Cactus, um modelo diferente e inconformista, que recupera a tradição de irreverência e disrupção
da marca francesa. Um dos pontos fortes deste modelo é mesmo a sua imagem, designadamente ao nível do design da carroçaria, que se carateriza por apresentar uma face dianteira dominada por óticas tecnológicas com luzes diurnas de LED e pelos “Airbump” nas laterais e nos pára-choques. Segundo a marca, estas proteções macias de material plástico de poliuretano, que contêm cápsulas de ar, garantem a absorção de choques, evitando danos na carroçaria provocados pelo
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embate das portas de outros veículos em estacionamentos ou mesmo pancadas de carrinhos de compras de supermercados. Passando ao habitáculo, este é minimalista, sendo dominado por dois ecrãs digitais e pelas curiosas pegas nas portas. No entanto, as superfícies estão bem trabalhadas, enquanto os revestimentos são agradáveis à vista. Atrás, por uma questão de economia, os vidros das portas abrem em esquadria, uma solução pouco simpática, sobretudo para quem viaja nos bancos traseiros. O equipamento disponibilizado na versão Shine é bastante completo, incluindo ar condicionado automático, sistema de navegação, computador de bordo, ar condicionado automático, sensores de estacionamento traseiros, faróis de nevoeiro, espelhos retrovisores elétricos e aquecidos, auxiliar de arranque em subida, sistema auto start – stop.
Para o mercado de frotas, a motorização mais interessante será a diesel e, neste capítulo, o C4 Cactus tem disponível um propulsor de 1.560 cc (BlueHDi), que desenvolve uma potência máxima de 100 cv às 3.750 rpm e um binário máximo de 254 Nm às 1.750 rpm. Em combinação com uma bem escalonada caixa manual de cinco velocidades, este motor oferece boas prestações, designadamente ao nível das acelerações e das recuperações. Por outro lado, os consumos também não são nada escandalosos, com uma média anunciada pelo computador de bordo entre 5,4 a 5,7 l/100 km. O baixo consumo de combustível contribui decisivamente para a obtenção de custo de total de utilização do veículo de 22,65 euros por cada cem quilómetros percorridos, que leva ainda em conta a depreciação, os custos de manutenção, seguros, impostos e o preço
O QUE DIZ A MARCA ELEVADA PERSONALIDADE Elemento identificativo da gama C4 Cactus, a versão Rip Curl sublima a experiência cool associada ao modelo, traduzida por uma fácil vida a bordo em face dos seus vários conteúdos, do ecrã tátil 7’’ que controla a climatização, ajudas à condução, media, navegação e telefone e aos astuciosos compartimentos. Confortável e ágil, graças ao baixo peso (- 200 kg face ao C4) e aos eficientes motores (consumos a partir de 3,2 l e emissões de CO2 de 82 g/km, com vantagens ao nível do TCO), estas versões destacam-se pela sua personalização específica e também pela adoção do sistema Grip Control. De elevada personalidade, conta com um design expressivo e inédito. A gama pode ter 24 combinações, entre a cor base e os Airbump, de proteção contra toques laterais. O interior conta com bancos dianteiros tipo sofá e um painel de bordo fluido, integrando o ecrã tátil para operar as diferentes tecnologias úteis.
CITROËN C4 CACTUS 1.6 HDI RIP CURL
CONTRATO AOV A Citroën propõe para o C4 Cactus 1.6 HDi Rip Curl um contrato de renting com a duração de 48 meses / 80 mil quilómetros, com um custo mensal de 299,70 euros. Este valor inclui IVA à taxa legal em vigor
de aquisição. Este último também se apresenta bastante competitivo, com a versão Shine, que inclui teto panorâmico em vidro, a ter um preço de venda ao público de 20 588 euros, enquanto a unidade ensaiada Rip Curl representa um investimento de 23 688 euros. Esta última carateriza-se por dispor de elementos específico (jantes de 17”, barras de tejadilho, spoilers de proteção dianteira e traseira, autocolantes) e do sistema Grip Control, que oferece uma motricidade reforçada em situações mais adversas (areia, neve ou terrenos escorregadios). O posicionamento de preço está enquadrado ao abrigo dos escalões de tributação autónoma, permitindo às empresas disponibilizar aos seus colaboradores um crossover diferente, com um nível de construção bastante aceitável e um equipamento acima da média. /
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN COMB. 20 780€ 9 974€ 10 806€ 1983€ 3 269€
UTILIZ 377,5€
PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização. Valores para 48 meses e 80 000 km
PREÇO 20 780€ // MOTOR 44 CIL.; 1560 C.C. //; 99 CV / 3750 RPM // BINÁRIO 254 NM/ 1750 RPM // TRANSMISSÃO DIANTEIRA MAN 6 // PESO 1145 KG // COMP./LARG./ ALT. 4,15/1,72/1,48 M // MALA 348 L // DESEMPENHO 10,5 S 0-100 KM; 184 KM/H // CONSUMO 3,5 L/100 KM // REPRISES 40-90 KM/H ND // TRAV. 100-0 KM/H ND // EMISSÕES CO2 92 G/KM (CLASSE B) // IUC 143,17€ *As nossas medições
CONSUMOS / EQUIPAMENTO
ABERTURA VIDROS TRASEIROS / DESVALORIZAÇÃO
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MITSUBISHI OUTLANDER PHEV
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LIÇÃO PARA POUPAR NA EMPRESA As grandes economias nas empresas estão hoje, cada vez mais, nos pequenos detalhes, como a escolha do automóvel certo no plano fiscal. Optar por um híbrido Plug in como o Mitsubishi PHEV não é um detalhe: é uma lição de economia
A
compra de um híbrido Plug-in, como o Mitsubishi Outlander PHEV, pode significar para uma empresa uma economia anual de alguns milhares de euros. Isso fica claro quando comparamos as tabelas de Tributação Autónoma para uma viatura com preço entre 25 mil e 35 mil euros: se para um automóvel diesel ou a gasolina o agravamento fiscal situa-se atualmente em 27,5% (todas as despesas, desde a depreciação aos custos de utilização, incluindo combustível, portagens, etc, são tributados em 27,5%), já para um híbrido Plug in a penali-
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zação é quase três vezes inferior (10%). Para uma frota composta por viaturas deste tipo é fácil verificar em quanto é que se traduzem os ganhos no final de um ano. No caso do Mitsubishi Outlander PHEV vale a pena acrescentar que estamos perante o único SUV com tecnologia híbrida Plug in que pode receber até sete ocupantes, o que, em muitas ocasiões, pode ser uma vantagem importante para levar a família a passear em locais onde os automóveis normais se detêm ou, até, para possibilitar o transporte de mais colaboradores da empresa àquele lugar de difícil acesso. Estas caraterísticas, associadas à robustez e ao conforto, têm permitido ao Mitsubishi
Outlander PHEV posicionar-se na lista dos automóveis mais vendidos em diversos mercados onde são sobretudo valorizadas as componentes racionais de uma escolha. Preencher todos estes requisitos só é possível porque o Mitsubishi Outlander PHEV recorre às soluções mais avançadas, depois de nos últimos anos ter otimizado e aperfeiçoado a tecnologia híbrida Plug in. O ponto de partida é o moderno motor a gasolina de 2.0 litros de cilindrada, com 121 CV, que tem associados dois motores elétricos (um ligado ao eixo dianteiro e outro ao tem posterior), cada um com 82 CV. Esta combinação de soluções de propulsão permite ao Mitsubishi Outlander PHEV oferecer três modos de condução: Modo elétrico em que
EM DETALHE 1 Motor elétrico traseiro 2 Bateria de iões de lítio 3 Motor de combustão 4 Motor elétrico dianteiro
apenas são utilizados os motores elétricos que asseguram uma autonomia de até 52 Km, com a tração a realizar-se às quatro rodas, sendo a energia proveniente das baterias iões de lítio; Modo Híbrido em Série, locomoção apenas com energia elétrica proveniente das baterias e do gerador ativado pelo motor de combustão que entra em funcionamento quando o nível das baterias é baixo ou em caso de necessidade de potência adicional; Modo Híbrido Paralelo, em que o carro é movido pelo motor de combustão; ainda assim o motor elétrico traseiro pode fornecer potência adicional em caso de necessidade. Nos primeiros dois modos, a velocidade máxima permitida é de 120 km/h, enquanto no último é de 170 Km/h.
Com uma gestão eficaz (fácil de conseguir) desta multiplicidade de opções, os consumos possibilitados constituem outro trunfo importante do Mitsubishi Outlander PHEV, sendo de destacar o valor homologado de 1,8 litros aos 100 km (consumo ponderado EV/Série) e uma autonomia que pode chegar aos 870 Km/h. De referir, ainda, que a bateria pode ser carregada em qualquer tomada das nossas casas (três horas para uma carga completa) ou nos pontos de carregamento rápido que tendem a generalizar-se nas autoestradas (carga a 80% em 30 minutos). No caso das vendas profissionais, o Mitsubishi Outlander PHEV tem preços a partir de 33 mil euros. /
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DESTAQUE
GRANDE ENTREVISTA
JOÃO BORREGO, MERCEDES-BENZ PORTUGAL DIRETOR DE VENDAS AUTOMÓVEIS
“CANAL DE FROTAS É UM PILAR DAS NOSSAS VENDAS” O canal de frotas representa cerca de metade das vendas totais da Mercedes-Benz em Portugal e assume-se como um pilar estratégico para a marca, que irá continuar a apostar neste segmento para defender a liderança alcançada em 2015 e revalidada em 2016. TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
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om uma gama renovada composta por modelos que lhe possibilita a entrada em novos segmentos, a MercedesBenz tem vindo a reforçar a aposta no mercado empresarial e conseguiu mesmo alcançar a liderança neste segmento, que João Borrego, Diretor de Vendas de Automóveis da marca no nosso país, classifica como “um pilar das nossas vendas”. Além do produto, a marca também tem vindo a reforçar a sua presença junto das empresas com equipas dedicadas ao acompanhamento dos clientes empresariais. Em 2016, a Mercedes-Benz foi a marca premium mais vendida em Portugal, e surge na quarta posição da tabela. Como se explica este resultado? Atravessamos um momento de sucesso, sim, tendo este sido preparado e planeado para atingir as atuais metas e objetivos de vendas. Tudo teve início em 2012 com a ofensiva de produto iniciada com o Classe A. Seguiram-se o GLA e CLA, no segmento compacto, produtos totalmente novos e com aceitação imediata por parte do mercado português. Em 2014, reforçámos a nossa posição com a apresentação do novo Classe C e respetivas versões, bem como outros modelos que nos preparam para este crescimento e para uma liderança no segmento premium em Portugal. Esta foi alcançada em 2015 e consolidada em 2016, com o lançamento
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de mais um modelo de referência entre as limousines executivas, o Classe E. As novas motorizações Diesel, de cilindrada mais baixa, ajudaram nessa conquista de clientes empresariais? Os motores Diesel de 1,6 litros vieram ajudar bastante nesta estratégia e possibilitaram a criação de pacotes específicos de equipamento, com vantagens muito competitivas para os clientes, especialmente num segmento que foi tão penalizado pela fiscalidade. Este posicionamento da marca foi determinante para conquistarmos a liderança nas vendas a profissionais. Qual é a expressão que tem o segmento de frotas no total de vendas? A nossa marca triplicou as vendas nos últimos quatro anos, e claramente o canal de frotas teve um papel muito importante nesse crescimento, representando cerca de metade do total de vendas da Mercedes-Benz. Atualmente, é um pilar das nossas vendas. O canal particular continua a ter, felizmente, uma presença muito forte, pois conseguimos manter a nossa penetração nesse segmento, mas o canal de frotas tem vindo crescer. Qual é a expressão do canal de rent-a-car? O canal de rent-a-car tem alguma expressão e registou um crescimento nos últimos dois a três anos, acompanhando o desenvolvimento do turismo no nosso país. Contudo, temos limites de vendas muito bem definidos a este canal, que
PRIMEIRA MARCA PREMIUM Com base num trabalho iniciado em 2014, a MercedesBenz conquistou a lideranรงa no segmento premium. "O canal de frotas tem sido fundamental", refere o diretor de vendas, Joรฃo Borrego
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DESTAQUE
GRANDE ENTREVISTA
O CLASSE A, O CLA E O CLASSE C SÃO OS MODELOS MAIS VENDIDOS PELA MERCEDES-BENZ PARA O MERCADO EMPRESARIAL não ultrapassamos. Por outro lado, como existem limitações de produção, o canal de rent-a-car é, naturalmente, importante, mas a nossa prioridade vai para as vendas a particulares e a frotas. Sabemos que o ciclo de substituição de veículos no rent-a-car é mais curto, entre os seis e os doze meses. Há aqui uma necessidade de tentar garantir ao máximo o valor residual dos nossos modelos. A estratégia da marca passa igualmente pela “recompra” de veículos ao rent-a-car? Isso verifica-se quando se tratam de acordos internacionais com empresas de rent-a-car específicas em que a marca garante os valores residuais na recompra dos veículos. Nos restantes casos são os concessionários que vendem diretamente às rent-a-car e, ao fim de seis meses, são essas empresas de aluguer de automóveis que os colocam no mercado de usados, porque também é uma atividade atrativa e faz parte do seu próprio negócio. A aposta no mercado empresarial é para continuar? Sem dúvida alguma. É um pilar fundamental nas nossas vendas e pretendemos que o continue a ser em 2017. Temos reforçado as nossas equipas comerciais com atenção especial ao mercado empresarial, uma vez que os concessionários começaram a perceber a importância deste negócio e decidiram apostar no acompanhamento dos clientes empresariais. Temos concessionários com pessoas dedicadas a este negócio das frotas, e em 2017, temos o objetivo de reforçar a nossa presença junto dos clientes empresariais com eventos regulares. Quais são os principais serviços disponibilizados para acompanhar clientes frotistas? Além dos vendedores especializados e das marcações prioritárias na área de vendas, no após-venda temos um serviço de recolha e de entrega dos veículos nas instalações dos clientes. Foi por essa razão que criámos uma pool de viaturas de cortesia. O foco é a empresa, designadamente as necessidades do dia-a-dia, que inclui a disponibilidade permanente de uma viatura. Neste momento, o concessionário tem a capacidade de ir buscar uma viatura a uma empresa para fazer uma revisão, deixando uma viatura de cortesia no cliente. Quando o serviço de manutenção estiver concluído regressa à instalação do cliente para proceder à troca de viaturas. Mais importante do que o serviço ou a componente comercial é a presença e a atenção ao cliente.
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Neste mercado empresarial, quais são os modelos mais procurados? O nosso modelo mais comercializado para as empresas é, indiscutivelmente, o Classe A: tem uma imagem muito forte e oferece excelentes prestações, além de incorporar os valores da marca, como a segurança, a tecnologia, a inovação, o conforto. O lançamento da mais recente geração do Classe A coincidiu com o “apertar” da componente fiscal na aquisição das viaturas e permitiu posicioná-lo dentro daquele escalão até aos 25 mil euros. Quando analisamos os modelos mais vendidos, quase que conseguimos segmentá-los dentro desses escalões: o Classe A abaixo dos 25 mil euros, que nos permitiu alavancar as nossas vendas as empresas; o CLA e o Classe C, abaixo dos 35 mil euros. De referir ainda o Classe E, que é adquirido esmagadoramente por clientes empresariais. Que importância tem a Mercedes-Benz Financiamento e o que representa no volume total de vendas da marca? A nossa empresa de financiamento oferece condições muito competitivas e permite disponibilizar alguns produtos muito interessantes, como, por exemplo, a nossa solução de renting Select & Drive. Trata-se de um produto que foi lançado com sucesso no verão de 2016 e que está muito orientado para empresas, uma vez que permite-nos defender o valor residual, assim como efetuar a integração dos contratos de serviço, assegurar a assistência na nossa marca, o seguro, a gestão dos pneus e do IUC da viatura. Com o Select & Drive conseguimos não só comercializar um automóvel como uma série de serviços associados, o que permite trazer mais rendibilidade para a nossa rede de concessionários e prestar um serviço de maior proximidade ao cliente. Os contratos de serviço são da Mercedes-Benz e os veículos são sempre assistidos na nossa marca, possibilitando um acompanhamento e um seguimento do cliente durante os quatro anos de vigência do contrato. Neste momento, o que representam estes produtos financeiros da cativa no total das vendas? Uma em cada duas viaturas vendidas na nossa marca é vendida com produtos da nossa financeira. A nível de soluções de financiamento, estão previstas soluções específicas para frotas, designadamente PME? O Select & Drive é um produto que garante uma excelente solução de mobilidade, um produto chave na mão, sem preocupações para o clien-
CLASSE A DOMINA NAS EMPRESAS O lançamento do Classe A coincidiu com a entrada em vigor das regras de tributação autónoma e tornou-se no mais vendido para empresas
te empresarial e sobretudo sem risco. Para as PME temos outra solução muito importante que é a base das vendas da nossa financeira, o Opção Vantagem. Trata-se de um aluguer operacional, mas que, no final do contrato, oferece a possibilidade do cliente entregar a viatura, refinanciá-la ou ficar com a mesma. Permite ainda associar todos serviços que estão incluídos por no Select & Drive, como o seguro, a manutenção ou os pneus. Qual a procura das novas motorizações híbridas e elétricas pelo mercado empresarial? Há uma grande aceitação deste tipo de soluções, nomeadamente os híbridos Diesel, caso do C300h, bem como dos PLUG-IN HYBRID a gasolina, onde se inclui o C 350e. Conseguimos posicionar o seu preço abaixo dos 50 mil euros, o que constitui uma vantagem importante para as empresas porque beneficiam da dedução do IVA. As viaturas totalmente elétricas serão uma aposta para o futuro. A marca anunciou um investimento de dez mil milhões de euros numa submarca elétrica, estando previsto o lançamento de dez modelos até 2025. Atualmente, a nossa
GESTORES DE CONTA Os concessionários têm vindo a apostar no acompanhamento dos clientes empresariais, com equipas dedicadas ao negócio das frotas. "Em 2017, temos o objetivo de reforçar a nossa presença junto dos clientes empresariais, com eventos regulares", afirma João Borrego
oferta neste domínio assenta nos smart electric, modelos que chegam ao mercado em 2017, e no Classe B, isto até à chegada de novos modelos eficientes e com autonomia suplementar. Tradicionalmente, a Mercedes-Benz tinha uma forte implantação no mercado de táxis e existem mesmo concessionários com espaços dedicados para assistência a estes clientes. A marca vai voltar a apostar neste segmento? A Mercedes-Benz continua a ter condições específicas para o setor. A nossa oferta inclui modelos que se adaptam a esse tipo de utilização, designadamente para aqueles clientes que dão maior relevo à fiabilidade. Iremos continuar a apostar neste mercado, mas temos consciência que outras marcas têm feito um excelente trabalho e conseguiram aumentar as vendas nesse segmento. Provavelmente, o tipo de utilização dessas viaturas também mudou, com um ciclo de vida mais curto de três a quatro anos. No passado, a questão da fiabilidade tinha mais peso na decisão de compra. Para a nossa marca, presentemente, o mercado de táxis representa um volume reduzido nas nossas vendas. /
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JOÃO REDONDO LICOR BEIRÃO ADMINISTRADOR
KIA IDENTIFICA-SE COM OS NOSSOS VALORES Como explicar que uma marca com fortes tradições, como a Licor Beirão, privilegie, como parceiro de negócio, um construtor recente, como a Kia? “Crescemos apostando no futuro e é isso que a Kia nos traz, além de qualidade, fiabilidade e um após venda que nos dá confiança” – explica José Redondo, responsável pela Licor Beirão TEXTO JÚLIO SANTOS
A
s pequenas e médias empresas representam em Portugal mais de 90% do tecido empresarial pelo que, afinal, são elas o principal motor da nossa economia, quer enquanto fonte de rendimento, quer no que diz respeito à criação de postos de trabalho. Neste contexto, para o setor automóvel e, em especial, para o segmento das transações profissionais, é muito importante conhecer o dia-a-dia de uma pequena e média empresa, o que fazemos nesta edição, depois de, nas anteriores, termos auscultado as intenções de dois gigantes (a Brisa e os CTT). E, para esta abordagem às PME, escolhemos, deliberadamente, uma que opera fora dos principais centros urbanos, mas de cujo “produto bandeira” todos já ouviram falar, mesmo no local mais recôndito. Na verdade, quando nos referimos ao nome J. Carranca Redondo, Lda, o seu nome é por demais conhecido na região
da Lousã, devido à obra exemplar que desenvolve há décadas na promoção do desporto e da ocupação dos jovens, como veremos adiante, mas o âmbito desse reconhecimento alarga-se exponencialmente quando pronunciamos o nome Licor Beirão. Os menos novos (…) lembram-se, sem dúvida, de percorrer o País e não encontrar uma só localidade onde não desse de caras com um original cartaz deste magnífico licor feito à base de ervas, que começou a ser produzido há mais de um século, com fins medicinais, sendo, então, vendido, precisamente, em farmácias. A força e as qualidades do produto depressa conquistaram o País e ainda hoje é assim. José Redondo, filho do fundador da empresa que dá trabalho a sete dezenas de pessoas, lembra-se bem dos tempos em que, “ainda miúdo” percorria Portugal de norte a sul e mesmo encontrando o Licor Beirão em todos os cafés, “sempre tivemos bem claro que investir em publicidade era crucial. Ainda hoje é assim e é por isso que temos uma marca tão forte” – conta-nos. “Nesses anos 50 e 60 dedicávamo-nos a várias
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PAIXÃO José Carranca fala com igual paixão da marca fundada pelo seu pai e do seu "segundo amor": a promoção do raguebi na Lousã
atividades e chegamos a ter a maior empresa de publicidade com cartazes e outdoors que nós próprios fabricávamos. Sempre prestámos muita atenção à publicidade”. Este é apenas um dos muitos testemunhos da atitude inovadora que sempre caraterizou esta empresa sediada na Lousã, atitude essa que se mantém intacta e que é mesmo fundamental no sucesso de uma receita cujas origens, como dissemos, remontam há mais de um século. Essa preocupação de caminhar à frente no tempo está claramente espelhada na importância que a publicidade ocupa, como referimos, mas também em todas as decisões. FROTA GERIDA COM RIGOR É o caso da gestão e composição da frota de 33 viaturas gerida internamente, “porque ainda não sentimos a necessidade de recorrer a serviços exteriores” – refere José Redondo. Esta
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frota, composta por 22 viaturas ligeiras, dois comerciais, oito comerciais ligeiros e um furgão de transporte, foi adquirida maioritariamente (29) com recurso a capitais próprios e em apenas quatro casos através do sistema de Aluguer de Longa Duração (ALD). “A frota tem vindo a crescer”, como refere o responsável máximo pela empresa e “não deixaremos de estar atentos a todas as soluções que se deparem quer no que diz respeito à aquisição, quer de gestão, tendo sempre presente a máxima eficácia”. É, aliás, de acordo com esta regra fundamental da gestão que são tomadas as decisões de composição e renovação da frota. No que a este último ponto diz respeito, atualmente cada unidade tem como meta cumprir um total de 200 000 quilómetros, o que acontece ao fim de cerca de quatro anos e meio. Daqui resulta, então, que,” em média, compramos 6,4 carros por ano, numa frota que tenderá a acrescer”.
O RESPONSÁVEL PELA LICOR BEIRÃO DIZ QUE A SUA RELAÇÃO COM A KIA FOI AMOR À PRIMEIRA VISTA. "O SPORTAGE É O CARRO QUE MAIS GOSTO DE CONDUZIR"
Tal decorrerá, sobretudo, do crescimento da atividade da empresa e não da substituição antecipada, como refere José Redondo para quem a racionalidade das decisões é primordial. É isso que explica a crescente opção pela marca Kia (15 unidades), num original “casamento” entre uma marca relativamente jovem com outra com fortes tradições, numa demonstração de que, por aqui, a antiguidade não é um posto. “Valorizamos, sobretudo, a qualidade e foi essa garantia que descobrimos na Kia há já quatro anos. Mais do que ser uma marca conhecida, mais antiga, com mais ou menos nome, preocupamo-nos com a fiabilidade e com a relação com as pessoas. Neste caso destaco não só a robustez, o conforto e a economia de utilização dos carros, como a forma como somos tratados” – salienta o responsável pelo Licor Beirão. “No fundo, durante toda a nossa vida empresarial sempre estivemos mais próximos daquilo que era novo, pois era aí que identificávamos valores e formas de estar nos negócios semelhantes às nossas. E é isso que, mais uma vez, temos vindo a descobrir na Kia, que continuaremos a privilegiar quando decidirmos substituir ou ampliar a frota”. E sempre com os olhos no futuro, José Redondo fala, com entusiasmo, da “inevitável adesão à mobilidade elétrica” para acrescentar que “se me fizesse essa pergunta há meia dúzia de
anos responderia, sem hesitar, que isso era algo ainda demasiado distante, sem qualquer possibilidade de preencher as necessidades da nossa empresa. Hoje, porém, tudo é diferente e tenho a certeza de que é uma via que vamos seguir. Estamos a analisar as nossas necessidades e as opções que vão estando disponíveis”. Afinal, apesar da tradição centenário daquele que é hoje o seu produto mais conhecido, olhar para o futuro e para as oportunidades que ele traz é parte do segredo desta empresa e do seu responsável. “Durante décadas disse que jamais me veriam a conduzir um carro de caixa automática. Tenho 72 anos, comecei a conduzir com seis aqui nos terrenos da empresa e quando tirei a carta, já tinha milhares de quilómetros ao volante. Sempre tive muito claro que nunca teria um carro com transmissão automática e hoje, aqui na empresa, ao nível da administração, só existem carros com caixa automática. A exceção é o Kia Sportage que eu conduzo. Quando vi o carro pela primeira vez fiquei cego. Conduzi-o e fiquei fascinado com o conforto e com a posição ao volante. Quis tanto ter um que não me apeteceu esperar pelo de caixa automática. E não estou arrependido. É o carro que mais gosto de conduzir nas minhas deslocações diárias. Por isso, tenho a certeza de que também vamos aderir aos automóveis elétricos”. /
PRODUTO CENTENÁRIO O licor feito à base de ervas começou a ser produzido há mais de um século para fins medicinais. Desde muito cedo, a empresa Carranca Redondo, da Lousã, apostou na publicidade para divulgar o seu produto Licor Beirão. O seu crescimento levou ao reforço da frota automóvel
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VOLKSWAGEN CRAFTER
NOVA GERAÇÃO EM ABRIL Da geração anterior, a Crafter mantém o nome. Tudo o resto é novo neste modelo que se insere no segmento das 3,0 às 5,5 toneladas de peso bruto. Primeiras versões chegam em abril e terão tração dianteira TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
O
s responsáveis da Volkswagen Veículos Comerciais reivindicam que a nova geração da Crafter foi desenhada de raiz, com base na Volkswagen Transporter T6, tendo sido desenvolvida com os clientes e para os clientes. A gama é constituída por quatro modelos-base – furgão, kombi, chassis-cabina e chassis-plataforma – três comprimentos, três alturas de teto, num total de 69 derivativos. Contudo, por questões de disponibilidade de produção, a Volkswagen Veículos Comerciais
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irá proceder a um lançamento faseado da nova gama. Em primeiro lugar, serão comercializadas as versões de tração dianteira, que já estão disponíveis na Alemanha desde o passado mês de setembro e chegam a Portugal em abril, seguindo-se, em meados do ano, as variantes de tração traseira e de tração integral. Em termos de imagem, a nova Crafter adota as linhas básicas da sexta geração da Volkswagen Transporter e a própria marca assume que foi intencional por se tratar de um ‘irmão maior”, refletindo uma qualidade nunca vista anteriormente em termos de superfícies exteriores e interiores, robustez e sofisticação. Com uma forma em gota de água para otimizar a eficiên-
cia aerodinâmica e, assim, diminuir o consumo de combustível, a cabina apresenta um estilo elegante, onde se destaca a nova secção frontal, que se eleva em linha reta, para criar um aspeto dinâmico, o qual pode ser reforçado pelas luzes LED e os cromados na grelha do radiador (opção). Com tração dianteira, a versão furgão do novo Crafter oferece um volume de carga de até 18,4 m3 e uma altura de carga de 2196 mm, tendo sido homologada com pesos brutos de 3,0 a 4,0 toneladas. A distância entre as cavas das rodas é de 1380 mm e o comprimento máximo de carga de 4855 mm. A nova geração do Crafter recebe motores 2.0
O QUE DIZ A MARCA DESENVOLVIDA COM OS CLIENTES A Crafter representa uma nova geração de veículos comerciais da Volkswagen, que está mais orientada do que nunca para o cliente. Desenvolvemos um veículo inovador em conjunto com os nossos clientes mais importantes e, por isso, fizemos todas as adaptações necessárias às suas exigências. Com muitos derivativos, novos sistemas de propulsão e inovadores sistemas de assistência à condução, a nova Crafter alcança um número até agora inigualável de utilizações e soluções de mobilidade. A nova Crafter é um conceito de veículo de transporte do futuro que oferece mais em termos de eficiência, qualidade, tecnologia digital, sustentabilidade e caráter multifuncional do que qualquer outro veículo comercial no passado e é pioneira para todas as gerações futuras da Volkswagen Veículos Comerciais.
TDI Euro 6, que estão disponíveis em níveis de potência de 102 cv, 140 cv e 177 cv. A transmissão é assegurada por uma caixa manual de seis velocidades ou por uma DSG (de dupla embraiagem), de oito relações. Esta nova cadeia cinemática permite uma redução no consumo de combustível de um litro por cada cem quilómetros em comparação com a geração anterior. Para a versão do furgão, com chassis médio e teto alto, a marca anuncia um consumo médio de 7,4 l/100 km para a motorização de 102 cv e de 7,5 l/100 km para a de 140 cv. A Crafter disponibiliza, em opção, equipamentos de segurança avançados, alguns inéditos no segmento caso do Side Assist (que inclui sensores para evitar danos na parte lateral da carroçaria), ou do Rear Traffic Alert (imobiliza o veículo em manobra de márcha-atrás quando se aproxima um outro da traseira, evitando a colisão). A marca propõe ainda outros dispositivos como o Adaptive Cruise Control, o sistema de travagem de emergência, o sistema de assistência para ventos laterais, os sensores laterais ou a câmara traseira Os preços e os níveis de equipamento ainda não foram definidos para o mercado nacional. /
VOLKSWAGEN CRAFTER L3H3 NOVO HABITÁCULO O habitáculo da Crafter é totalmente novo, incluindo o posto de condução, que foi concebdido para ser robusto, fácil de limpar e ergonómico. Todos os comandos são de acesso fácil e espaços para guardar objetos não faltam, desde uma garrafa de água até um computador portátil
PREÇO ND // MOTOR 4 CIL; 1968 cv // 100 CV, 140 CV // BINÁRIO 300 Nm, 340 Nm // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL, Manual // PESO BRUTO 3500 KG // COMP./ LARG./ ALT. 5,98/2,04/2,59 // VOLUME ÚTIL 11,3 m3 // CONSUMO 7,4 A 7,5 L/100 KM // EMISSÕES 193 a 196 G/KM *As nossas medições
CONFORTO / MOTOR 2.0 TDI/ DIREÇÃO ELETROMECÂNICA
EQUIPAMENTO OPCIONAL
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CITROËN BERLINGO MULTISPACE 1.6 BLUEHDI
MULTIFACETADO O Citroën Berlingo Multispace acaba de ganhar uma versão de sete lugares que, pela sua modularidade e conforto, tem fortes argumentos para apresentar a todos aqueles que querem capacidade de transporte, baixos consumos e custos competitivos TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO
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á conhecida pelas suas capacidades de aproveitamento do espaço interior, através da implementação do conceito Ludospace, a Citroën contemplou o Berlingo Multispace com uma versão de sete lugares, que deve ser tida em conta quando se procura um veículo versátil. A proposta é particularmente interessante para o mercado empresarial, já que por 20 845 euros é possível adquirir o 1.6 BlueHDi 100 CVM no nível FEEL. Pelo valor obtém-se um veículo multifacetado, com capacidade para transportar sete passageiros e para acomodar fa-
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cilmente carga numa bagageira que, através do escamoteamento dos bancos, apresenta uma capacidade de 3000 litros. Igualmente preponderante é o facto de, mesmo carregado com cerca de 250 Kg e dois passageiros, o 1.6 BlueHDi 100 CVM que testámos ter registado um consumo de 5,3 l/100km, tornando-o uma alternativa interessante para aqueles que pretendem ter um veículo económico que possa servir diferentes funções. A apetência para o transporte de passageiros é bastante evidente no interior, com bancos individuais onde se sentam confortavelmente até os mais altos, graças à generosa altura do teto. Mesmo os dois lugares da terceira fila –
aos quais é possível aceder através das portas deslizantes laterais – conseguem acomodar com algum conforto um adulto, sendo certo que a utilização destes bancos retira a capacidade de transportar uma mala que seja na bagageira. Caso para dizer “não se pode ter tudo”… Esquecendo este detalhe, os passageiros poderão gozar de uma viagem muito agradável, enquanto ouvem as suas músicas preferidas via streaming áudio. Com ligação USB, o sistema de infoentretenimento, comandado através do ecrã touch de 7”, permite utilizar os sistemas Mirror Screen ou Apple Airplay. Quem se sentar ao volante, regulável em altura e profundidade, encontrará com facilidade
O QUE DIZ A MARCA TCO REFERENCIAIS Assente em quatro fortes – design, conforto, conceção astuciosa e preço – o novo Citroën Berlingo 7 lugares aposta na modularidade permitida pela sua configuração de 5+2 bancos traseiros, idênticos e independentes. Versão ideal para clientes empresariais e suas atividades económicas, é-o também para entidades que buscam uma utilização mista (táxis, IPSS, Administração Pública, Turismo) Com um design expressivo e elevado ao mais alto nível de maturidade, o modelo conta com uma arquitetura inteligente, assente na relação entre habitabilidade e polivalência da bagageira. O conforto do habitáculo e dinâmico, o espaço e os aspetos práticos são outras das mais-valias, às quais se juntam as inteligentes funções de apoio à condução. A aposta nos motores BlueHDi Euro 6, económicos e ecológicos, garante-lhe níveis de TCO referenciais, associado a um preço competitivo, na ordem dos 20500€ (versão Base + Pintura metalizada).
CONTRATO AOV A Citroën propõe para o Berlingo Multispace 1.6 BlueHDi 100 Feel 7 lugares um contrato de renting com a duração de 48 meses / 80 mil quilómetros, com o custo mensal de 347,25 euros. Este valor inclui IVA à taxa legal em vigor
uma posição de condução à sua medida, beneficiada pela localização elevada da alavanca da caixa manual de cinco velocidades. Com um escalonamento longo, em proveito de melhores consumos, permite descobrir o enérgico bloco BlueHDi de 1560 cc, com 100 cv. Equipado com sistemas como ABS, ESP, repartição eletrónica de travagem e ajuda à travagem de emergência, o Berlingo rola com subtileza na estrada. Também a afinação da suspensão contribui para este propósito, não se espelhando, contudo, num adornamento fora do normal, sobretudo tendo em conta as suas dimensões. Estas são igualmente ensombradas em cidade, graças a uma boa manobrabilidade. O apoio ao estacionamento, com avisos sonoros e câmara opcional, e o sistema de auxílio ao arranque em subida são excelentes ajudas. A nível estético, não há como esquecer a imagem comercial. Mesmo assim, os para-choques e retrovisores na cor da carroçaria, a iluminação LED diurna, os vidros laterais e óculo traseiro escurecidos dão um ar mais requintado ao modelo, que combina versatilidade, atitude, baixos consumos e emissões de CO2 de 113 g/km. /
CITROËN BERLINGO MULTISPACE 1.6 BLUEHDI 100 FEEL 7 LUGARES
PREÇO 20 845€ // MOTOR 4 CIL; 1560 cv // 100 CV às 3750 rpm // BINARIO 254 Nm às 1750 rpm // TRANSMISSÃO Dianteira; 5 VEL, Manual // COMP./ LARG./ ALT. 4380/1810/1582 // VOLUME ÚTIL 675 L // CONSUMO 4,3 L/100 KM (5,3 L/100 KM*) // EMISSÕES 113 G/KM *As nossas medições
MODULARIDADE / CONFORTO / CONSUMOS
ESPAÇO DISPONÍVEL COM UTILIZAÇÃO DOS 7 LUGARES
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FIAT FULLBACK CABINE DUPLA 2.4 4X4 ADVENTURE 180 CV
PARA GREGOS E TROIANOS Na sua estreia no segmento das pick-up “à séria”, a Fiat coloca no mercado a Fullback, que tem na versatilidade a arma com que pretende agradar a gregos e a troianos, ou seja, a profissionais e a aventureiros TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO
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epois da Strada, a Fullback. A Fiat estreia-se no segmento das pick-up “à séria” com uma proposta que tem a sua base mecânica na Mitsubishi L200, uma fórmula cada vez mais seguida pelos construtores, com o intuito de criar economias de escala e poupar nos custos. As linhas desta nova proposta, não fugindo ao original nipónico, apresentam uma temática mais latina, alinhando-se com a imagem da marca italo-americana, mas sem nunca se desviar da temática recorrente nas pick-up: a robustez. E isso a Fullback tem de sobra. A suspensão de bom nível permite enfrentar os estradões de terra batida com bastante con-
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forto, que, ainda assim, não se assemelha ao dos SUV que marcam presença no mercado. Também não é isso que se pede a uma pick-up. É certo que, nos últimos anos, a faceta lazer tem ganho alguma preponderância sobre a vertente trabalho, mas a essência continua lá e a Fullback consegue um bom compromisso entre as duas possibilidades de utilização. Mesmo na variante de cabina dupla e cinco lugares, aqui em análise, a pick-up da Fiat propõe um compartimento de carga com 1,52 x 1,47 metros, que alberga até 1000 kg de peso. Destaque para o motor 2.4 diesel com 180 cv (também pode ser de 150 cv), um poço de força desde os baixos regimes, como se comprova pelo facto de o binário de 430 Nm estar disponível logo às 2500 rpm. A caixa manual de seis
relações, apesar de algo imprecisa, é um bom aliado na redução dos consumos em asfalto, ainda que não tenhamos conseguido menos do que uma média de 8,7 l/100 km, acima dos 7,5 l/100 km anunciados pela marca para o ciclo combinado. SOBRIEDADE TECNOLÓGICA Não é fácil ligar aos consumos quando estamos a bordo da Fullback e rolamos encosta acima, em picadas quase verticais, usando a tração integral com redutoras e bloqueio do diferencial, o modo mais extremo elegível a partir do seletor, que serve ainda para escolher o modo 4HLC, com bloqueio do diferencial; 4H, sem bloqueio do diferencial e selecionável a velocidades de até 100 km/h; e 2H, a versão indicada para rolar no asfalto.
Para aceder ao habitáculo é necessário algum esforço, minimizado pelos degraus laterais e pelo degrau traseiro, que facilita a tarefa de escalar os 85 cm a que a cabine está do chão. Uma vez lá dentro, encontramos facilmente uma boa posição de condução, alta e a comandar a estrada, assim como um habitáculo espartano, sem a sofisticação de alguns dos rivais da Fullback, mas que não compromete: os plásticos, apesar de algo duros, são de bom nível e não há ruídos parasitas. Com variados espaços de arrumação espalhados pela cabina, é na dotação tecnológica que esta Fullback mais surpreende. De série, a câmara de estacionamento, ajuda-nos a manobrar os mais de cinco metros de comprimento em locais mais apertados, mas também o rádio com ecrã tátil (navegação opcional em pack) e ligação Bluetooth, o ar condicionado automático e o sistema Hill Holder, que ajuda aos arranques em subida. Nesta versão Adventure, à lista de equipamento de série são acrescentados o Lane Departure Warning, o cruise-control e os sensores de luz e chuva, apenas para citar alguns. Disponível desde 32 500 euros, a versatilidade é o grande trunfo da Fullback, que pode agradar a um leque amplo de clientes, do profissional ao condutor que, ocasionalmente, sente o apelo da aventura. /
FIAT FULLBACK CABINE DUPLA 2.4 4X4 ADVENTURE 180 CV PARA TODAS AS NECESSIDADES Disponível em variantes de cabina longa e dupla, e com tração integral e traseira, a versatilidade é o maior dos trunfos da Fullback para singrar no mercado nacional, onde as pick-up cada vez mais deixaram de ser apenas veículos de trabalho
PREÇO 32 500 € (desde) // MOTOR 4 CIL.; 2442; 180 CV; 3500 RPM // BINÁRIO 430 Nm // TRANSMISSÃO INTEGRAL; 6 VEL // PESO 1875 KG // COMP./LARG./ALT. 5,28/1,78/1,77 // MALA 1000 kg // DESEMPENHO n.d. 0-100 KM/H; 177 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 7,5 (8,7*) l/100 KM// EMISSÕES CO2 n.d. G/KM // IUC 304,47€ // REPRISES 4090 km/h n.d. // TRAVAGEM n.d. // *As nossas medições
DESEMPENHO DO MOTOR / POSIÇÃO DE CONDUÇÃO
PLÁSTICOS DUROS / VIBRAÇÕES E IMPRECISÃO DA CAIXA
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COMERCIAIS PEUGEOT TRAVELLER
VOCAÇÃO PROFISSIONAL NOVE LUGARES DE LUXO O Peugeot Traveller possui uma base adaptada da plataforma modular EMP2 do Grupo PSA e oferece até nove lugares, com 1500 litros de volume de bagageira que são extensíveis até aos 4900 litros, graças aos seus bancos extraíveis
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ocacionado para o transporte profissional de passageiros, incluindo o segmento das navette VIP, o Peugeot Traveller já se encontra em comercialização no mercado nacional. Na fase de lançamento está disponível em dois comprimentos de carroçaria – Compact e Standard, com 4,60 metros e 4,95 metros de comprimento, respetivamente – e três níveis de equipamento: Business, Active e Allure. A nível mecânico, a Peugeot aposta exclusivamente nos motores diesel BlueHDi Euro 6, de
1,6 litros, com 95 cv e 115 cv, e 2,0 litros, com 150 e 180 cv, associados a transmissões manuais e automáticas de última geração. No que se refere aos equipamentos de conforto e segurança, o Peugeot Traveller recebe algumas das mais recentes novidades neste domínio, incluindo as portas laterais deslizantes mãos-livres (de série para a porta direita nas versões Allure), sistema head-up display (de série nas versões Allure) e a leitura dos painéis com recomendação dos limites de velocidade (incluído no opcional Pack AFIL), o óculo
MAIS AUTONOMIA RENAULT KANGOO ZE
HILUX COM TRÊS LUGARES A Toyota alargou a oferta da gama Hilux com novas versões de três lugares, que estarão disponíveis nas variantes de Cabina Extra com Caixa Metálica 4x2 e 4x4, Cabina Extra em Chassis 4x4 e Trial 4x4 de Lazer. A marca adianta que, além dos preços mais competitivos, estes derivativos proporcionam um equilíbrio interessante entre transporte de passageiros e espaço de carga. Para quem procura mais equipamento, a Hilux de 3 Lugares está disponível numa versão Tracker 4x4, com sistema multimédia
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traseiro com abertura independente (de série nas versões Active e Allure), o teto panorâmico em vidro (de série nas versões Allure), o Active Safety Brake (incluído no opcional Pack Safety) e a comutação automática das luzes de estrada (incluído no opcional Pack AFIL), novo sistema de navegação conectada 3D com comando vocal e informações de tráfego em tempo real, sistema VisioPark com câmara de visão traseira e vista 180º (de série nas versões Active e Allure), ou o Sistema de deteção de fadiga (incluído no opcional Pack AFIL). /
Toyota Touch 2, câmara auxiliar traseira, cruise control, volante em pele, entre outros. A Toyota Hilux 3 Lugares Cabina Extra 4x2 e 4x4 está em comercialização por 25 300 euros e 28 200 euros, respetivamente, enquanto a Cabina Dupla 4x4 é proposta a partir de 30 350 euros.
A Renault Pro+ apresentou, no Salão de Bruxelas, a nova versão do Kangoo ZE que tem uma autonomia até 270 km em ciclo NEDC. Para o efeito, este veículo comercial ligeiro recebe um novo conjunto motor / bateria, que permite aumentar a autonomia em mais de 50%. Segundo a Renault, o novo Kangoo ZE possibilitará percorrer cerca de 200 quilómetros em condições reais de utilização entre recarregamentos e passará a ser o veículo comercial ligeiro compacto com a maior autonomia do mercado.
No mercado nacional, este modelo é proposto em três versões: Standard, Maxi 2 Lugares e Maxi 5 Lugares. A localização das baterias sob o piso permite conservar as mesmas capacidades de carga da versão térmica, que, em função da versão, oferece um volume útil de 3,0 m 3 ou 4,3 m 3.
AGENDA FISCAL
TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA
OTIMIZAÇÃO DE CUSTOS
VIATURAS… EMPRESAS... UMA CIÊNCIA A gestão de frota de uma empresa é um tema decisivo, no que diz respeito à otimização dos custos. É crucial compreender a carga fiscal associada às despesas com as viaturas, assim como perceber como se pode beneficiar de taxas mais reduzidas, ou isenção de impostos, consoante o tipo de viatura que escolher. TEXTO PAULO LUZ CEO TCAGEST
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m sede de IRC, são sujeitos a tributação autónoma todos os custos suportados com as viaturas ligeiras de passageiros, viaturas ligeiras de mercadorias, motos ou motociclos. Todos os gastos suportados com viaturas ligeiras de passageiros (independentemente do número de lugares) estão sujeitos a tributação autónoma, exceto: • Se a viatura estiver afeta à exploração de serviço público de transportes; • Se for destinada a ser alugada no exercício da atividade normal do sujeito passivo; • Se tiver sido celebrado o acordo previsto no n.º 9) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS;
Os gastos com viaturas ligeiras de mercadorias também estão sujeitos a tributação autónoma, sendo tributados à taxa normal da tabela A do Código sobre o imposto sobre veículo (CISV), referida na alínea b) do n.º 1 do art.º 7.º do CISV. Sâo veículos de caixa fechada, classificados pelo IMT como de mercadorias, mas com quatro ou cinco lugares para passageiros, homologados como N1 (veículos concebidos e construídos para o transporte de mercadorias com peso bruto não superior a 3,5 t). Este enquadramento deve ser verificado na Declaração Aduaneira do Veículo. Contudo, estes ligeiros de mercadorias, de quatro ou cinco lugares, ficarão dispensados de tributação autónoma caso estejam enquadrados numa das situações de exclusão referidas para os ligeiros de passageiros.
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AGENDA FISCAL
TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA
Os ligeiros de mercadorias com mais de três lugares, de caixa aberta ou sem caixa (incluem-se as pick-up’s) não estão sujeitos a tributação autónoma. Os custos com as viaturas a considerar são: • Depreciações; • Rendas ou alugueres; • Seguros; • Manutenção e conservação; • Combustíveis, • Portagens; • Impostos sobre a posse ou utilização; Taxas a aplicar nas viaturas em geral: 10% – Viaturas custo de aquisição inferior a 25.000 € 27,5% – Viaturas custo de aquisição igual ou superior a 25.000 € e inferior a 35.000 €; 35% – Viaturas custo de aquisição igual ou superior a 35.000 €. Taxas a aplicar viaturas híbridas plug-in: 5% – Viaturas custo de aquisição inferior a 25.000 €; 10% – Viaturas custo de aquisição igual ou superior a 25.000 € e inferior a 35.000 €; 17,5% – Viaturas custo de aquisição igual ou superior a 35.000 €; Taxas a aplicar viaturas movidas a GPL ou GNV: 7,5% – Viaturas custo de aquisição inferior a 25.000 €; 15% – Viaturas custo de aquisição igual ou superior a 25.000 € e inferior a 35.000 €; 27,5% – Viaturas custo de aquisição igual ou superior a 35.000 €; Estas taxas são acrescentadas em 10 pontos percentuais desde que os sujeitos passivos abrangidos apresentem prejuízo fiscal. No caso em que seja feito um acordo entre o empregador e o trabalhador, o uso pessoal de viatura da empresa pelo trabalhador é tributado em IRS como rendimento em espécie, calculado através da aplicação da percentagem de 0,75% ao valor de aquisição por cada mês de utilização. Este valor deve ser acrescido ao restante rendimento do trabalho dependente Categoria A. O valor deste rendimento em espécie é também sujeito a Segurança Social, quer para o trabalhador, quer para a empresa, ou seja, a empresa não paga tributação autónoma, mas segurança social sobre o rendimento do trabalhador. Antes de adquirir uma viatura ligeira para a sua atividade, pondere bem as implicações fiscais. Não corra o risco de ainda pagar mais impostos só pelo facto de ter adquirido a viatura para a sua empresa.
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Outro aspeto que se deve ter em conta, é o conceito de viaturas de turismo em sede de IVA. • Qualquer veículo automóvel, com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial, é considerado como viatura de turismo. Assim sendo, os veículos ligeiros com quatro ou mais lugares não são exclusivamente destinados ao transporte de mercadorias, porque também transportam pessoas. Desta forma, apesar de poderem estar classificados como “ligeiro de mercadorias”, no documento único automóvel, não se pode deduzir IVA relativo à aquisição, fabrico ou importação, locação, utilização, transformação e reparação. Os veículos mistos ou de transporte de passageiros, também são considerados viaturas de turismo se não tiverem mais de nove lugares, com inclusão do condutor, e também não é permitida a dedução de IVA relacionada com as despesas suprarreferidas. Contudo, será possível a dedução do IVA se a venda ou exploração dos referidos veículos constituir objeto de atividade do sujeito passivo. Exemplos em que a dedução é possível: Viatura ligeira (mista) com 5 lugares pick-up adquirida e utilizada por uma empresa de rent-a-car no desenvolvimento da sua atividade; Viatura de passageiros, com 7 ou 9 lugares, adquirida e utilizada por empresa não isenta de IVA exclusivamente em atividade de transporte de crianças, desde que o transporte das crianças seja objeto de faturação aos clientes, com liquidação do respetivo IVA; Viatura de passageiros, de 5 a 9 lugares, adquirida e utilizada por empresa com alvará de agência de viagens para realização exclusiva de passeios turísticos com os seus clientes ou transfers de e para aeroportos (para evitar correções em sede de fiscalizações, a AT recomenda que sejam definidos critérios de verificação da utilização das viaturas, nomeadamente, a elaboração de listagens que identifiquem o percurso, a quilometragem do veículo no início e no termo do serviço realizado, a identificação do cliente e a referência à fatura que suportou a operação na qual foi liquidado o IVA). Como fica patente, um carro é sujeito a muitos impostos. E a sua utilização também. A fiscalidade das viaturas é, por si só, uma ciência. A tributação autónoma, que incide sobre o preço, faz com que este seja, hoje em dia, um dos principais critérios de escolha para a aquisição. /